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Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

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Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza

com os Sentidos”

Um Caminho Transdisciplinar na Formação de Educador@s Ambientais

Relatório da Formação em Educação Ambiental do Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental Augusta Knorring –

(Secretaria Municipal de Educação – Brusque, SC), realizado no período de 20 horas/aula

Brusque, SC

2007

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REALIZAÇÃO Secretaria Municipal da Educação de Brusque Marilisi Fischer (Secretaria da Educação)

Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring Elisabet Maria Weingartner (Diretora da unidade escolar)

Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental Augusta Knorring Estácio Jussie Odisi (Coordenador e responsável)

PROPONENTES

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI Laboratório de Educação Ambiental

Faculdade Intermunicipal do Noroeste do Paraná – FACINOR Núcleo Disseminador da Trilha da Vida - PR ONG - Voluntários pela Verdade Ambiental – Itajaí, SC

EQUIPE RESPONSÁVEL Ministrantes: Estácio Jussie Odisi José Matarezi Renata Zimmerman Inui

Apoio e Redação Editorial Estácio Jussie Odisi Thiago Kazuo Kitamura DATA DE REALIZAÇÃO 08 de agosto de 2007 19 de setembro de 2007 07 de novembro de 2007 LOCAL DE REALIZAÇÃO Fundação Ecológica e Zoobotânica de Brusque (Brusque, SC) Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring (Brusque, SC) AGRADECIMENTOS Ao parque Zoobotânico de Brusque que cedeu espaço para a realização da vivência; À equipe da escola responsável pela refeição (Elisabet, Iria, Maria Helena, Tânia, Isolete, Ângela e Carminha); e à presença e comprometimento de todos os professores.

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Buscando o sentido

O sentido, acho, é a entidade mais misteriosa do Universo.

Relação, não coisa, entre a consciência, a vivência, as coisas e os eventos.

O sentido dos gestos. O sentido dos produtos. O sentido do ato de existir.

Me recuso a viver num mundo sem sentido.

Precisamos buscar o sentido.

Pois isso é próprio da natureza do sentido: ele não existe nas coisas, tem que ser buscado,

numa busca que é sua própria fundação.

Só buscar o sentido faz, realmente sentido.

Tirando isso, não tem sentido.

Leminski

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Sumário

Introdução..............................................................................................1

Capítulo I – Marco Conceitual 1. Desenvolvimento da vivência “Caminhos de Encontros e Descobertas”...........................5

2. Desdobramento da vivência – Sistematizações...............................................................18

3. Avaliação das atividades referentes ao marco conceitual................................................34

Capítulo II – Marco Situacional 1. Resgate ao módulo do Marco Conceitual........................................................................43

2. Formação da identidade do grupo...................................................................................48

3. Concepção de Educação Ambiental dos projetos realizados e do plano de ação do grupo...............................................................................................................................56

4. Avaliação das atividades referente ao Marco Situacional...............................................58

Capítulo III – Marco Operacional 1. Apresentação – Palestra com José Matarezi..................................................................65

2. Sonhos de Educação Ambiental para a escola...............................................................67

3. Propostas de ação...........................................................................................................70

4. Referências recomendadas.............................................................................................72

5. Avaliação das atividades referente ao Marco Operacional.............................................73

6. Celebração de encerramento do curso...........................................................................78

Considerações Finais............................................................................79

Apêndices Apêndice A – Proposta do curso.........................................................................................81

Apêndice B – Programação do curso..................................................................................88

Apêndice C – Lista de participantes....................................................................................90

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Introdução

Este processo de formação em educação ambiental é oferecido pelo

Laboratório de Educação Ambiental da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) ao

Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental Augusta Knorring (NUPEAAK) que opera

suas atividades na Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring. O

referido processo de formação está direcionado ao plano de ação do NUPEAAK e

no enriquecimento de conhecimento na área de pesquisa e educação.

O número total de participantes foi de 32 professores das escolas municipais

Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring, Escola de Ensino

Fundamental Oscar Maluche, Escola de Ensino Fundamental Theodoro Becker,

Escola de Ensino Fundamental Edith Krieger Zabel, Centro de Educação Infantil Max

Rodolfo Steffen e da escola estadual Escola de Educação Básica Dom João Becker.

O processo formativo foi realizado nos dias 08 de agosto, 19 de setembro e

07 de novembro, sendo a vivência realizada na Fundação Ecológica e Zoobotânica

de Brusque e as demais atividades em salas de aula da Escola de Ensino

Fundamental Professora Augusta Knorring, ambas no município Brusque (SC).

A formação realizou-se através da metodologia fundamentada no

Experimento Educacional Transdisciplinar “Caminhos de Encontros e Descobertas”

criado dentro do programa Trilha da Vida. Esta referida metodologia de trabalho foi

desenvolvida na forma de oficinas experimentais, que proporcionaram vivências

subjetivas, reflexões, diálogo, teorizações, significações e re-significações da práxis,

tornando-se uma referência em Educação Ambiental.

Este ciclo formador iniciado foi composto por três encontros, sendo os dois

primeiros de 8 horas e o último de 4 horas. Onde o primeiro abarca o Marco

Conceitual, o segundo o Marco Situacional e o último o Marco Operacional da

Educação Ambiental do grupo de professores participantes.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 1

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Introdução

O Marco Conceitual do grupo é trabalhado a partir de uma vivência

significativa no Experimento Educacional Transdisciplinar “Caminhos de Encontros e

Descobertas”, o qual se torna inicializador da construção individual e coletiva de

conhecimentos relativos a Educação Ambiental. As atividades relacionadas a este

Marco Conceitual estão descritas no Capítulo I.

No segundo encontro realizou-se um resgate ao conteúdo pertinente ao

primeiro encontro, como a rede semântica, mapa simbólico e as narrativas, a fim de

firmar o Marco Conceitual do grupo sobre Educação Ambiental (conceitos,

princípios, atitudes e valores) confrontando com a prática educativa na escola,

formando assim o Marco Situacional do referido grupo. O processo foi conduzido

através de reflexões críticas e sistematizações construídas pelo grupo bem como a

geração de textos coletivos. Esta análise crítica da práxis educativa na escola

permite a visualização de ações e propostas de inserção da Educação Ambiental

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 2

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Introdução

desejada pelo grupo. Esse processo é descrito detalhadamente no Capítulo II, que

se refere ao Marco Situacional.

O terceiro encontro se tornou apropriado para que as ações e propostas,

articuladas anteriormente com os Marcos Conceitual e Situacional, possam ser

planejadas visando sua operacionalização e efetivação enquanto Projeto Político

Pedagógico da Escola, remetendo assim ao Marco Operacional do grupo conforme

descrito do Capítulo III.

Este processo de formação reconhece que o grande desafio dos educadores

– cujo objeto de trabalho é o conhecimento e a aprendizagem - é justamente

descobrir e viabilizar as oportunidades de aprendizagem certas, no momento certo e

de forma pertinente a cada indivíduo, abrindo espaço para que a “mestria da

natureza” faça seu papel.

Em consonância com a proposta de enraizamento da Educação Ambiental no

país, o processo formador realizado vem atender à necessidade de promoção da

cidadania participativa, como meio de estruturação de uma educação formadora,

que possibilite avanços com relação ao campo social, ético e ambiental, mediante

ações de educação ambiental que sejam mais formativas do que informativas.

Assim, a Educação Ambiental Crítica se torna peça chave na valorização das

diversas dimensões da sustentabilidade, seja cultural, ambiental, social, econômica,

tecnológica, institucional e política.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 3

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Capítulo I

MARCO

CONCEITUAL

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Capítulo I - Marco Conceitual

1. Desenvolvimento da vivência “Caminhos de Encontros e Descobertas”

A presente vivência ocorreu na Fundação Ecológica e Zoobotânica de

Brusque no dia 8 de agosto de 2007 envolvendo 27 professores da escola

realizadora Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring e de outras

escolas municipais e estaduais convidadas.

No primeiro momento realizou-se a abertura institucional com representantes

da Secretaria Municipal de Educação de Brusque, Fundação Ecológica e

Zoobotânica de Brusque, Escola de Ensino Fundamental Augusta Knorring e

ministrantes do Laboratório de Educação Ambiental da UNIVALI.

Na seqüência os participantes foram encaminhados para a etapa preparatória

da vivência “Caminhos de Encontros e Descobertas”, iniciando uma acolhida e

centramento dos participantes para o fluxo de atividades a serem vivenciadas. Nesta

etapa trabalhou-se o grupo para que despertasse os sentidos e houvesse um

centramento individual e coletivo na proposta da vivência. O trabalho foi mediado

pela ministrante Renata Inui com duração de 30 minutos.

Acolhida e centramento dos participantes

Para dar início à vivência “Caminhos de Encontros e Descobertas”, foram

passadas algumas orientações aos participantes sobre como se conduzir na

vivência, tais como: explorar, procurar, descobrir e/ou encontrar um lugar para

permanecer, possibilitando realizar uma troca simbólica entre um punhado de terra e

algo que fosse significativo para cada um. Além disso, foi requisitado aos

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 5

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Capítulo I - Marco Conceitual

participantes para que isolassem a fala gerando uma atenção maior para com o

experimento.

Procurar Encontrar um lugar para permanecer

Interagir com o ambiente Realizar a troca simbólica

Interagir sem fala Descobrir

Ao término do experimento formou-se uma grande roda onde os participantes

realizaram uma convergência e diálogo para troca de experiências, através do

compartilhamento de narrativas individuais, proporcionando a escuta coletiva da

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Capítulo I - Marco Conceitual

diversidade de experiências, sensações, descobertas e trocas realizadas, permitindo

aflorar a diversidade de percepções.

Roda de diálogo

Transcrição das narrativas geradas no diálogo:

Renata Inui: Quem quer começar...

Narrador 01: Eu adorei o passeio e o que eu peguei na caminhada foi a pedra, porque eu pensei... Têm tantas pedras que fazem parte do nosso caminho, então esta pedra eu estou percorrendo. Então encontrei o nosso amigo, que sem falar a gente tinha que fazer uma troca então e eu não queria fazer esta troca, então, ele me deu esta coisa aqui. Esse chocalho, mais para mim isto aqui não tem nenhum significado, sentindo é gostoso sentir o barulho mais do chocalho, mais na minha vida, na minha caminhada esse objeto não tem nenhum sentido assim. Renata Inui: E como é que foi esta experiência de não falar, esta orientação, encontrou algum lugar significativo. Para eu ficar sem falar não foi muito significativo porque eu sou um pouco quieta, eu sou mais reservada então para mim foi gostoso este momento de estar em silêncio, em pensar, em refletir...

Narrador 02: Eu não peguei nada porque a primeira coisa que eu vi foi aquilo que ela esta na mão, me chamou muito a atenção, porque ele é colorido, muito lindo e faz parte da cidade, só que eu não peguei porque eu posso ver as coisas, mas eu não pego para trazer, é uma coisa que eu não tenho comigo isso, não me interessa pegar, agora essa coisa do silêncio foi muito angustiante eu acho assim que eu precisava conversar, eu não via a hora de parar para eu falar, falar, falar.Com alguém foi bem angustiante porque eu precisava falar com alguém, tentei ficar sozinha porque se estivesse com alguém eu falava foi angustiante e até ouvi o loro falar eu tinha vontade de ir lá falar com ele, agora de pegar eu não peguei porque eu vejo acho bonito pego, mas devolvo não gostaria de ter para mim aquelas coisas, foi só...Essa foi minha caminhada.

Narrador 03: Bom eu não peguei nada também porque no momento que se olha, que nós estamos andando no ambiente de natureza que nos poderíamos pegar alguma coisa da natureza eu não imaginei que eu encontraria tantos objetos. E nem frutas foi uma coisa que nem me passou pela cabeça, então realmente eu achei que iria encontrar plantas, folhas e isso eu acredito que faz parte da natureza que nós não temos direito de ir lá e estar pegando isso, então como eu saí do grupo com esse propósito de olhar a natureza, eu achei que não deveria estar pegando nada.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 04: Eu também em relação à atividade pensei a mesma coisa que a ela, não faz parte do meu pensamento pegar as coisas da natureza então pelo caminho agente achou alguns lixos, pegamos e colocamos na lixeira então acho que foi uma troca não necessariamente coloquei alguma coisa no lugar, mas eu tirei dela o que não fazia parte da natureza.

Narrador 05: Eu peguei essa rede... Mas não gosto de pescar, venho de um estado lá no norte do Paraná onde ninguém tem o hábito de pescar, uma que não tem rio, não tem mar, muito poucos rios, só que ao olhar essa rede eu fiquei percebendo que o homem tem que buscar o alimento, caçar... Mas não dessa forma tão predatório como jogar uma rede onde ali ele vai captar vários peixes, menores ou maiores e só para ver como a natureza não repõe... Por isso eu peguei no sentido de fazer com que o homem pensasse um pouquinho mais...

Renata Inui: Como foi essa sua experiência de caminhar sem poder falar...

Narrador 05: Para mim é tranqüilo porque eu quase não falo, sou bem tímido, mas foi bem tranqüilo...

Renata Inui: E para ti, como foi?

Narrador 04: A gente não falou, mas acabou se comunicando com gestos, apertando a mão e mostrava... A gente curtiu muito o passeio na questão de observar os bichos, a natureza, mas nós nos comunicamos sem a fala...

Narrador 06: Eu não peguei nada porque eu fiquei caminhando, caminhando e resolvi não pegar nada. Aí para mim o mais angustiante foi não falar, aquilo ali eu achei que não ia conseguir, ficava olhando para um lado, para o outro dava quase que um desespero, porque eu precisava falar com alguém...

Narrador 07: Eu peguei emprestado porque eu adoro esse barulhinho de chuva e há muito tempo eu sou uma admiradora da cultura indígena, do saber, do sentir das nações indígenas mesmas, do jeito que eles convivem com a natureza de uma forma totalmente diferente de nós, seres que parecem tão superiores... Então esse pequeno momento mesmo de imersão na natureza foi gostoso, foi um momento que eu gostei de ficar quieta, porque no meu trabalho geralmente tem que falar com muitas pessoas sempre... Então foi bem proveitoso, foi prazeroso...

Narrador 08: Este momento de não falar foi bem legal também porque eu venho aqui várias vezes, mas sempre com crianças, parentes e a gente vem caminhando, falando... Então hoje foi um momento bem diferente, porque eu vim aqui... Mas foi diferente das outras vezes porque eu pude olhar as coisas e sentir mais aquilo. Porque quando você vem com alguém você vem conversando, você vem brincando e hoje foi um momento de admirar... Então foi uma experiência bem diferente, apesar de ser um lugar que eu conheço bastante... Até assim para fugir dos caminhos já definidos, porque hoje eu fui por caminhos que eu nunca vou, então foi bem legal mesmo... E o objeto a princípio eu tinha pego uma banana, troquei porque é uma fruta porque é uma coisa que a natureza nos dá... Dentro do limite é claro, mas aí quando eu vi este colar eu achei muito lindo, porque é feito de sementes e os índios fazem muito bem o proveito da natureza para a arte de uma forma muito justa, não tirando dela mais do que pode então eu achei bem lindo e também faz um barulhinho gostoso e trouxe por isso. Mas foi bem legal a experiência de caminhar e sentir a natureza, observar as árvores, poder sentar um pouco e ver a natureza ali, dentro de um outro caminho, que não é o caminho que eu vejo sempre... Foi bem legal mesmo...

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 09: Eu gostei muito do caminhar, mas eu fugi da regra, não era para conversar, mas eu acabei conversando com a professora e o que eu encontrei jogado foi essa embalagem de formicida que eu acredito que não deveria estar jogada no ambiente, uma que o plástico demora a se decompor e outro devido ao conteúdo que não pode ser inalado por isso eu trouxe, pois ele não deveria estar lá, outra coisa, que me chamou a atenção foram às cascas de tangerina que estavam jogadas por todo o recinto, não deveriam estar lá, deveriam ter um local apropriado para decomposição e depois ser lançado.

Narrador 10: Bom eu não tive problema em ficar em silêncio em sala de aula eu falo demais. Para pensar para refletir e a troca que eu fiz foi tirar do ambiente esses apitos que eu acho que não são uma coisa boa para o ambiente. O homem no caso perdeu tempo criando apito e métodos de caça, ele às vezes não utiliza isso para alimentação e sim pelo simples prazer de caçar então eu acho um ponto negativo da natureza que esta sendo retirado dela.

Narrador 11: Para mim a experiência foi ótima diferente da outra vez inclusive, retirei dali objetos indígenas pelo som, um elemento, milho um alimento básico dos indígenas da América, toda cestaria e arte indígena o esfrengaozinho que é milenar e isto aqui a higiene que no contato entre brancos e índios foi absorvido a higiene indígena, os europeus aprenderam com os índios que tomavam de dez a doze banhos por dia enquanto os europeus de um a dois por ano. Neste sentido eles eram civilizados, houve uma troca em relação ao ambiente, eu fui sentir e cheirar, foi escutar a solução da seiva nas arvores cheguei próximo aos animais da América latina a Yama para também observar mias de perto esses animais bem diferentes que era nosso cavalo da América, mais foi muito bom sentir o cheiro do verde da natureza, orvalho nas arvores, a natureza nos ensina muito os ciclos que coisa perfeita a fruta que a terra nos dá, não existe nenhum produto industrializado que chegue aos pés.

Narrador 12: Eu acho que o processo de troca já iniciou quando estávamos indo para lá chegando no espaço onde fizemos a toda de aquecimento, esta troca de energia, geralmente no zoológico a gente passa os animais ficam mais ariscos, mais assustados eu cheguei mais próximo, os animais transmitem paz e de alguma forma eu transmiti paz também que eles não se sentiram ariscos e este objeto aqui que deve ser indígena também tomando um pouco sobre o que o professor acabou de falar tem uma curiosidade muito grande sobre a historia de Brusque um pouco da natureza sobre este silencio de entender um pouco senti um pouco a própria natureza as pessoas que tiveram o contato de viver em harmonia tem ainda hoje tanta capacidade de ensinar para gente e nós o olhamos como ser inferiores como o professor fala, que os portugueses eram civilizados eu estava ironizando, tanto os civilizados os superiores aprenderam os hábitos com os índios.

Narrador 13: O que é ser civilizado então? É fácil um povo chegar há um lugar e dizer vocês não são e eu sou, é uma descoberta a ser feita. O que é ser civilizado?

Narrador 11: São culturas diferentes, não se podem colocar níveis hierárquicos são culturas diferentes não se pode ter um padrão de comparação.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 12: Voltando sobre o objeto que eu peguei e relatando a nossa experiência no momento em que eu fiquei em silêncio eu procurei ficar sentindo as árvores, o silêncio que eu fiz fazia uma espécie de comunicação que as árvores são, estão o tempo todo eu procurava tocar as árvores da mesma forma que elas recebem gás carbônico da atmosfera e trazem oxigênio, talvez seja mais psicológico do que o fato, eu senti que às vezes o momento que eu toquei na árvore ela tenha absorvido nossas preocupações, essa energia positiva e esse instrumento aqui indígena, eu senti um meio ao instrumento de interagir com os animais e a natureza.

Narrador 13: Para mim não foi difícil ficar quieta porque ela foi para um lado e eu para outro e encontrei no início uma peteca mias não tinha entendido o significado em que eu encontraria atrás das folhas galhos, andei bastante um lugar depois eu até vi a Adriana sentada bem gostoso, uma arvore com raiz bem linda e quando eu me sentei e depois eu vi a Andréia também sentada eu achei muito lindo aquele lugar, era tanta folha que até afundei, eu achei muito lindo e encontrei essa concha porque eu acredito que ela seja o meu futuro e a gente vem conversando bastante sobre profissões, pois meu namorado faz Oceano e por isso que peguei ela, foi muito bom foi uma experiência nova e que vale a pena com certeza.

Narrador 14: Só pegando a fala da Andréia da arvore até então a gente estava em silencio e até fiz sinal ao André que são duas arvores na verdade e ai eu comentei com elas que eu fiquei em duvida se era uma Figueira e naquele momento era a hora de falar pela a forma que era a arvore e estava com a outra arvore, foi o momento que a gente tinha que falar.

Narrador 15: O que geralmente ocorre nessa região nesta área aqui já foi toda desmatada, tem as arvores grandes que geralmente são Figueiras que não tem um valor comercial então o homem ficou com o que tem valor para ele e deixou as Figueiras de lado e o restante eliminou.

Narrador 08: O que eu entendo aqui, é uma região escura porque pelo que eu sei a arvore procura claridade, e ela vai subindo, lá em Florianópolis tem uma numa praça lá ela é baixa e as galhadas dela são enormes e aqui ela não tem claridade e acaba subindo mesmo.

Narrador 15: Agora falando da claridade você passando no alto da região aqui ainda vê uns sítios de umas Figueiras e um espaço que é bem aberto e tem uma copa bem mais aberta.

Narrador 02: Coisa interessante o pessoal pegou instrumentos indígenas mais não pegou aqueles bichos de plásticos.

Narrador 13: Posso falar? Eu não fiz troca nenhuma, mais estou levando alguma coisa, uma paz interior que o local trás para gente e um pouco de conhecimento no local, o que eu achei interessante é que os orientadores do curso os objetos que colocaram no ambiente tirando esse aqui que não tem haver com a floresta até os bichos de plástico eles tem uma função representativa que o animal estava lá e tem a questão indígena do dia-a-dia, deles objetos de caça, você pega a floresta vai juntar esta questão indígena no caso, então esta representação eu tentaram fazer imagino eu é interessante para o momento mais se você pegar os povos mais antigos sambaquianos, que são querendo ou não uma mistura com os indígenas quando os tupi guaranis se aproximam mais as praias tem um contato com os sambaquianos, então ocorre essa mistura de povos.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 11: Na cultura Itararé já é uma outra fase a fase da cerâmica que é posterior, mais lembrando o que a menina falou ali do sul, mais urbana. Mais o urbano também para o meio ambiente.

Narrador 02: Não é questão pegar uma coisa, e eu deixo ali. Não é para mim, não pego...

Narrador 11: Ambiente urbano é um ambiente transformado impactado.

Narrador 02: Geração barbie... (risos)

Narrador 16: Já faz um bom tempo que eu vim aqui e eu me lembro deste lugar da minha época de infância praticamente. E hoje a sensação foi muito diferente assim eu me lembro daquelas épocas de escola que era de muita alegria de meus primos e hoje eu senti muita tristeza aqui. Isso foi o sentimento e hoje eu refleti a grade, aquele macaco deve estar há uns cinco a dez minutos olhando para nós e até que ponto a grade esta para proteger ele de nós? Então eu vi aqueles pássaros com asas enormes numa gaiola muito pequena eu comentei isso depois deve ser animais que estavam doentes, muito machucados, vamos pensar que exista zôo e fazem a captura, isso me remeteu a época de escravidão também, algo terrível e de certa forma nos fazemos isso com os animais, não só aqui para nosso deleite para ver uma espécie ao vivo se movimentando as próprias pesquisas cientificas, são ratos, camundongos mais também são seres vivos que ao final do experimento vão acabar sucumbindo e nos perguntam ta mais não existe um ser maior que como nós. Para que eles servem? E até que ponto isso é justo, isso é digno fazer este sacrifício todo esse martírio esse sacrifício de sangue que os próprios povos indígenas muito faziam e ate que ponto isto é racional e eu saio com o pensamento angustiado de mal estar mais não insatisfeito de forma alguma e na infância eu lembro de fazer a arapuca de bambu do meu avô, ensinou bem, talvez fala que é um prazer cruel isso. È muita coisas que não percebemos e subjugamos, espero que reverta em transformação.

Narrador 15: Fazendo só um comentário, as gaiolas as grades do condomínio vem para trazer proteção, nós também vamos pensar não na nossa cidade que é menor mais nós já vivemos em gaiolas um pouco maiores.

Narrador 11: Nós temos que lá criar grades para mostrar que essas espécies vivas vão desaparecer que existe algo em extinção.

Narrador 17: O que eu vou falar é bom. O que eu senti é que eu não podia falar com o papagaio. Como eu tenho papagaio em casa e o meu papagaio não é preso em gaiola, é solto dentro da casa fora no terreno. Eu me sentia que eu queria falar com ele, mas eu não podia falar daí eu comecei a assoprar porque de alguma maneira que tinha que me manifestar. Então quando o Fernando falou da gaiola da parte que é fechado é que assim se eles não deixarem fechado aqui neste ambiente que não é um ambiente próprio nós demos um problema serio. Como eu crio galinha em casa e eu também tenho que deixar tudo fechado. Na parte de cima tem que deixar fechado porque nós temos um amiguinho chamado gambá. Esse gambá ele é uma destruição total, ele é um ser da natureza, mas o Gambá ela faz tanto que eu conversando com o pessoal daqui, eles disseram que morreram não sei quantos animais quando nós viemos fazer o encontro. Eles disseram esse morreu, aquele morreu porque o Gambá, tem um esquema de matar que ele só fisga aqui o pescoço e já mata, na aveia principal. Então ele puxa com a cola e cabeça para poder matar.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 17 (Continuação): Então é muito interessante isso ai, e eu sei como que é porque eu tenho galinha em casa e continuo tendo né e sei como ele faz. Então você não pode deixar nada aberto. Ele disse que tinha um espaço de algumas gaiolas estavam com perfurações e o gambá matou os animais. Então se é para deixar aqui onde tem um acesso para o meio ambiente, então eles são obrigados a deixar tudo com tela, senão o Gambá não deixa um animal desse vivo. Eu peguei este objeto porque é um objeto que eu sempre brincava quando criança a peteca, um objeto que eu né adorava brincar de peteca por isso que eu peguei este objeto. Esse aqui eu não sei o nome, eu achei muito interessante, eu não sei o nome. Como é o nome disso? Caleidoscópio? Eu achei muito interessante, por isso que eu peguei esses dois objetos. Esse porque era o brinquedo da criança e esse aqui eu achei muito interessante.

Narrador 18: Com eu peguei o artefato indígena porque tem muito haver comigo. Tem muito haver comigo mesmo porque é dos meus ancestrais diretos, meu bisavô era índio a família toda dele foi morta aqui em Brusque, só ficou meu bisavô vivo, quem não sabe o meu bisavô é o João Bugre que eu já comentei com a Karina um dos fundadores aqui de Brusque, eu tenho muito artefato do meu bisavô em casa ainda que é dele mesmo da época indígena faca, cachimbo arco e flecha tudo o que foi feito por ele de maneira artesanal a gente tem em casa, a gente tem bastante coisa. Então quando eu vi um chocalho eu lembrei dele, daí pensei vou pegar que tem alguma certa ligação comigo.

Renata: Como foi para você essa experiência da vivencia de não falar?

Narrador 18: Bom eu já fiz essa vivencia no ano passado foi muito mais complicado, esse ano já achei um pouquinho mais fácil ficar em silêncio.

Narrador 19: bom primeiro eu vi esse bicho que é parecido com esse aqui que ta na flauta, é uma flauta né? Ou alguma coisa que toca, não sei. E daí eu fui lá perto do bicho e quando eu cheguei perto daquele bicho grande ele foi para trás e eu fui indo. Daí pensei: ele correu de mim, eu vou correr dele também não é, quando ele correr eu vim, mais quando eu vinha vindo para ir embora ele voltou, então pensei: ele quer conversar. Voltei de novo e fiquei parada e ele olhando para mim e eu olhando para ele. Eu achei aquele experiência boa porque a gente olha de longe, a gente tem medo porque um bicho tão grande não é e olhar dele parecia que ele era inofensivo. Daqui pouco eu olhei todo mundo no mato e pensei eu vou para o mato também. Entoa fui... Eu achei esse objeto que troca aí pensei: já que eu não posso falar, tocar eu posso. Encontrei esse potinho, mais um pouquinho de terra ali, se faltar prato pro almoço eu tinha esse, e encontrei o machadinho e pensei daqui a pouco vem o Diego no meu lado se ele começa com muita coisa eu do com o machadinho nele e agora que eu vi que ele era parente estava mais do que certo então. Foram três objetos que me chamaram a atenção que iria me ajudar a se prevenir mais eu adorei.

Narrador 20: Eu peguei este enfeitizinho bem interessante este artesanato que estava no chão, tudo feito de folhinhas para enfeitar a porta estava tudo juntinho e mas um objeto eu acho que é indígena aquele ali eu achei diferente, tão bacana então peguei tudo e me incomodei um pouco com o silencio que eu sou bastante falante e me irritei um pouco em certo momento e falei para a Carina e não agüento ficar sem falar e ela falou, eu também não agüento. Mais assim eu adorei, eu moro bem próximo aqui do zoológico e nunca imaginei que fosse tão lindo o lugar e me encontrei, é bastante rico para cidade de Brusque e achei que valeu.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 21: É muito bom estar neste espaço aqui é troca de energia uma caminhada aqui eu me deparei com dois objetos um que representava a destruição da natureza, um é uma arma e uma foice, como eu achava que representava a destruição da natureza, achei melhor tirar dali, fazer esta troca tirar...E esse aqui o pessoal usa para fazer fogo então eu o tirei pois não pode acontecer um incêndio e acabar com tudo.

Narrador 22: Eu gosto de entrar em contato com a natureza que foi bastante agradável, nada de entrar em desespero por ficar com a boca fechada tudo tranqüilo, mais é muito interessante quando você entra em um local como esse e se depara com o lixo. A primeira coisa que me chama a atenção é o estado do lixo. Então a primeira troca que eu fiz foi tirar esse lixinho aqui, caminhando mais um pouco as arvores estão bonitas, tem algumas Figuras lá, todas aquelas folhas ali no chão saindo daquela Figura, também o que me chamou a atenção foram às flores esse aqui esta num estado bem avançado não é tão bonita mais é através das flores que as árvores conseguem se recuperar e apesar do homem estar destruindo a natureza sempre da um jeitinho de estar se recuperando se adaptando ao nosso meio e uma coisa também depois de ter caminhado ali embaixo. Foi passar pela jaula e o que me chamou a atenção é que os amimais estavam muito tristes, principalmente as onças que estão com um olhar no infinito parece que elas estão sei lá, parece que eu estou pensando por elas, será que eu vou sair daqui? Porque eu estou aqui? Será porque a cidade esta crescendo? Talvez seja o único meio deles estarem vivos dentro de uma jaula infelizmente é um pouco dessa idéia que eu tenho e os pássaros também eu fico contente cada dia mais perro de nossas casa mais é porque nós estamos destruindo o ambiente deles ou eles vêm perto de nossa casa, e assim que eu vejo desta maneira, triste.

Narrador 23: O meu objetivo quando eu fui para a caminhada ra de realmente estar sentindo a natureza, observando as árvores, observando o meio. É eu ficar de boca fechada, eu também gosto de falar muito, mais eu ficar calada também me permitiu ouvir um monte de sons que a própria natureza produz, das arvores, das folhas da gente pisando nelas, é parar um pouco, deixar de ser egocêntrico para ouvir os outros sons que são dos seres humanos. Esta cheio de sons ali, esta cheio de vida e isso me fez bem, foi bem legal.

Narrador 24: Bom quando eu entrei lá naquela parte mais fechada, eu meio que viajei lá séculos e séculos atrás quando o homem convivia de maneira sustentável. Esse silêncio me levou a pensar como sobreviver, como ela sobreviveriam sem tantos recursos que a gente tem hoje no meio da selva e era de maneira sustentável mesmo. Hoje a gente ta vivendo para tentar reverter este quadro da degradação do meio ambiente sem saber direito o porquê, sem poder sentir essa energia, sem ouvir o som da natureza e a paz que ela traz para gente. Daí o que me chamou a atenção foi uma concha, que eu não sabia que tinha todos os objetos lá jogados e porque é um objeto marinho que tava ali no meio do mato, longe do mar, eu achei lindo porque era um molusco um dia bem grandão.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 13

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 25: A principio o que seria convivência? A gente chegou ali fez aquecimento, propôs que a gente fizesse uma troca com a natureza. Tudo bem, eu peguei a terra e fui fazer uma troca com a natureza sem prejudicá-la. Olhando lá as ararás uma... Que gostaria de pegar mas estava dentro da jaula daí tudo bem. Fui andando um pouco mais para cá onde estariam os objetos todos, mas até então eu não imaginava que estaria. De longe vi este aqui e pensei, o que será isto? Fui lá perto e vi é uma bolsa, feita de material reciclável, que não deveria esta ali, foi colocada, não sabia ate onde o porquê. Até tinha uma maçã que tantos os animais quanto o homem, podem sustentar através dela. Gostei muito, eu adoro este ambiente, fazia muito tempo que eu não vinha.

Narrador 26: Eu também peguei a peteca, como a falou, por ser algo que me chamou a atenção da minha infância. Não era de pena assim, era feito de plástico, mais foi o que me chamou a atenção. O fato de estar em silencio eu sou assim, eu sou quieta, não sou muito de falar e eu me senti bem naquele local, o silencio, o barulho das arvores. Para mim é complicado falar, eu sou meio fechada.Foi bom estar naquele lugar.

Narrador 15: Então eu queria fazer um parênteses, desta vez eu não participei, mas participei da ultima vez e vou dar mais ou menos um breve relato de como foi essa vez para mim. Muita gente até achou que eu viajei um pouco demais no que eu falei porque eu falei que eu não usei cinco sentidos eu usei seis. Porque além dos que eu tava usando, eu usei uns sentidos diferentes para o que eu ia fazer amanhã. Por que às vezes a gente acorda assim, meu porque que eu to vivendo? Porque eu to fazendo isso? Para que eu tenho que ir trabalhar, se quiser eu não preciso trabalhar, eu posso fazer o que eu quero, mais qual é o sentido que eu vou dar para minha vida o que eu vou fazer quando crescer? Então, aquela coisa né... Quando eu era pequeno eu tinha que ter uma profissão boa para ter um pouco de conforto. O conforto era ter dinheiro e uma profissão boa, ter uma piscina, uma casa linda, ou Será que era ter aquele contato com amigos que a gente tem por perto e até as dificuldades são legais e quando tem dificuldade à gente gosta de fazer algumas coisas, quando é fácil a gente deixa para amanha, é mais ou menos assim, então era mais ou menos isso que eu queria colocar.

Renata Inui: Alguém quer falar alguma coisa mais? Como é que foi para vocês esse contar a experiência?

Narrador 08: Um aprendizado, ouvindo os outros falarem, dizendo coisa que a gente viveu e não percebeu e poderia ter falado isso também, complementando.

Narrador 14: Eu até pensei uma concha aqui? Não combina, mas na hora de minha fala eu não coloquei isso, eu coloquei outras coisas e esqueci de colocar isso.

Narrador 12: Agora a concha na combina, mais há milhões de anos que era tudo mar.

Narrador 11: O interessante é a troca das percepções.

Narrador 08: Para cada um tem um significado diferente, como tudo na vida é muito relativo. A gente fez o mesmo caminho e andamos pelo mesmo lugar, mas como cada um percebe as coisas diferentes é a troca. Então a importância do grupo não é, como nosso trabalho percebem as coisas diferentes, então é na fala que a gente consegue entender o outro até problemas ou coisas da vida. Então essa troca é fundamental, porque se cada um tivesse ido lá e tivesse ido embora, não teria este aprendizado, não teria sentido.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 14

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 07: Como tem essas pessoas que tem essa proximidade maior com o meio ambiente, isso nós devemos estar buscando no nosso dia-a-dia. Eu percebi muito isso, tem pessoas que tem uma ligação muito próxima que conseguem ir lá, sentir, meditar, ficar calma. Eu ainda tenho que buscar muito isso, acredito que a gente deve a cada dia estar buscando, é muito importante, com certeza.

Narrador 05: Eu acho que toda a ação, aliás a ética só tem validade dentro de uma ação e quando a gente fala em natureza nós estamos observando este espaço quadrado aqui e nós estamos observando dia após dia em qualquer lugar do país, aqui na cidade de Brusque, em qualquer outra região que a cidade ta desmatando dia após dia e tirando da natureza, tirando o que? Tudo o que ela tem e colocando concreto, bairros, cidades, destruindo morros; e a gente fala em preservar a natureza, mas será que é só esse espaço aqui a natureza? O homem trocou tudo isso em prol disso aqui, então eu acho que a natureza não se limita a isso aqui, em zôo botânico.

Narrador 02: Assim ó, para mim a natureza é mais animal, é bicho eu gosto disso. Eu gosto de bicho, adoro o macaco, agora eu quero ter um macaco. Árvore, folha não me chama atenção, eu sei que estou errada, mas eu preciso aprender e o. está me ensinando aos poucos, mas tudo que eu tenho como o animal eu cuido bem, todo mundo sabe que eu cuido bem dos meus animais. Então isso me chama muito mais a atenção o animal, do que andar no meio do mato, eu gosto do animal, eu cuido dele.

Narrador 03: Cada um foi com uma percepção, uns foram focados para descobrir coisas mesmo, outros foram para sentir, outros para se desligar do mundo, então cada um tem uma percepção e essa troca é bem válida.

Narrador 12: Eu achei legal o pessoal estar interagindo, discutindo. Porque cada um tem um histórico de vida, um conhecimento, uma experiência. Claro que vocês planejaram uma proposta, vocês tinham um objetivo com isso; mas, por exemplo, eu falei uma coisa, o Cássio um completamente diferente, ela falou outra diferente. Eu acho que o conjunto de tudo isso é uma coisa muito rica, cada um percebe de um jeito, cada um interage de um jeito e é uma coisa muito rica, cada um sentiu, cada um é uma individualidade, cada um percebe de um jeito. Ah eu tava sentindo um pouco a arvora, o Estácio sei lá, começou a pensar na vida dele. Claro aquilo de repente foi importante, aquele ambiente interagiu com ele e fez com que ele refletisse sobre aquilo aquele momento. Então eu que a formo como cada um interage, cada um fala o que sentiu, o que pensou é muito rico.

Narrador 11: Tem que ficar o exemplo para gente levar isso pros nossos alunos. Talvez a gente não ta tendo essa capacitação direta, mas nós podemos tentar levar tudo que a gente vivenciou para que posse sensibilizá-los para que as futuras gerações possam cuidarem mais do meio-ambiente porque eles vão precisar dele. Então nós só devemos ser molas, propulsores desse conhecimento, dessa. vivência de hoje, dos cursos de Educação Ambiental pra levar isso, usar isso, multiplicar isso, assim eu penso - não devemos guardar isso só pra nós.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Narrador 22: o importante na fala do Fábio, nós falamos muito em preservar a natureza e esse preservar a natureza é sempre uma coisa externa. Eu vejo um marco que é o cultivo da agricultura. O advento da agricultura na espécie humana há 10, 12 mil anos atrás, até a hora no momento em que nós tomamos conta. Opa! Nós aprendemos como que faz, agora nós vamos tomar conta daqui pra frente. Quando o ser humano aprendeu a cultivar os alimentos, houve uma grande ruptura e nós hoje somos outra coisa diferente da natureza - nós somos a natureza, mas o desenvolvimento da nossa cultura faz com que hoje nós possamos nos sentir diferentes, à parte. É o egocentrismo, foi falado das culturas e essa diferença, esse afastamento, do meu ponto de vista, nos impede e vai sempre nos impedir a realmente entender que isso aqui somos nós. Às vezes, vejo pouca esperança.

Narrador 11: O homem aprendeu a tratar tudo que está externo a ele como objeto, e é sujeito, eu sou sujeito, você é sujeito e a árvore é sujeito.

Narrador 13: Que nem ele tava comentando sobre a agricultura, o problema principal não é a agricultura, é a partir do momento em que o homem tem que se auto-sustentar. Como se vivia antigamente, não prejudicava a natureza. O problema é que você tem que sustentar você mesmo e mais uma certa quantidade e vai precisar de mais espaço, essa é a situação. Quanto mais pessoas no mundo, mais agricultura e mais destruição você vai ter, e se tu não criar alguma coisa específica de conhecimento: - “Ah! Nós temos que mudar isso”, vai ficar cada vez pior e não vai melhorar. A questão é arrumar formas sem mexer com o meio ambiente.

Narrador 11: O homem passou a tratar tudo como objeto. Objeto você se apropria, então acabou se apropriando da própria natureza também. Ele não se sente mais parte dela, sujeito integrado, ele se sente algo que está distanciado e pode se apropriar. Ele esqueceu a relação sujeito-sujeito.

Renata Inui: Retomando essa questão do que vocês falaram do compartilhar, dessa troca, usa reflexão. Essa questão do levantar, do levar, do fazer pros alunos, é uma questão de reajustar, usando essa vivência, fazendo um ciclo de formação. Primeiro tem a questão do que é a natureza, porque se preserva, mas o grande desafio nosso é como que a gente sai aqui desta fala, para uma coisa mais concreta, e não é imediata. E para não perder o sentido de tudo o que foi falado, alguém se sentir mal ou alguém se sentir na sua fala, houve algum confronto. O que aconteceu aqui, você tem essa liberdade de falar, de ser ouvido, e isso a gente pode levar ao longo da caminhada de educador ambiental e enquanto propositor de ações. Então nesse sentido, eu gostaria de fazer dois convites, talvez em função do tempo. Um, tentar representar através da fala de vocês, que foi a sua experiência, tem como representar a experiência coletiva? Vocês gostariam de representar de uma forma simbólica do coletivo que vocês executaram aqui?

José Matarezi: O convite é que o grupo possa construir uma síntese, um registro disso, de uma forma mais simbólica que possa representar a experiência, a essência desse grupo nesse momento, da trajetória desse grupo da manhã até agora.

Grupo: A gente vai fazer um entrosamento aqui, onde um vai ter que estar interligado com o outro. É a representação da vida, o início de uma vida, da semente. Vamos lá então...

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 16

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Capítulo I - Marco Conceitual

Após o diálogo estabelecido na roda o grupo foi convidado a elaborar um

“Mapa simbólico do Grupo”, que possui como finalidade oportunizar a expressão

estética da experiência vivenciada individualmente numa transição para o exercício

de construção coletiva. Assim o desafio do grupo foi o de integrar suas narrativas e

seus elementos simbólicos numa representação coletiva, proporcionando o espaço e

motivação para experimentar o “fazer juntos”.

O grupo fez seu mapa simbólico através da representação e expressão

corporal registrada a partir de fotos. Esta representação consistiu em um círculo

onde cada membro do grupo se apoiava um no outro, estabelecendo que a perda

e/ou a queda de um dos membros poderia acarretar no desequilíbrio e assim atingir

a todos. No centro do círculo situou-se a professora Alessandra que estava grávida,

se equilibrando apenas em um pé só representando a vida e o começo da vida. Os

demais membros do círculo estavam ligados à ela através de suas mãos, a fim de

representar que todos estavam ligados a vida.

Círculo onde cada membro do grupo se

apoiava um no outro Professora Alessandra ao centro se

equilibrando sobre um pé só

Membros do círculo ligados à professora

Alessandra através de suas mãos Representação do grupo ligado à vida

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 17

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Capítulo I - Marco Conceitual

2. Desdobramento da vivência – Sistematizações

A sistematização e teorização do processo vivenciado foram realizadas

através da reflexão individual escrita e da teia de relações.

Na reflexão individual os participantes fizeram uma síntese da experiência

escrevendo o significado da vivência, provocando uma sistematização dos

conteúdos subjetivos individuais e iniciando a teorização do processo vivenciado.

Reflexões escritas:

José Aparecido de Souza

Gostei muito desta experiência de conviver com a natureza, primeiro pela troca de energia que realizamos em todo momento, mas passamos despercebidos pela correria que é nossa vida diariamente. Achei muito importante o trabalho de preparação, onde fizemos alguns exercícios para podermos nos despertar alguns sentidos, a se apreciado no passeio que foi realizado no bosque onde o participante só podia se comunicar através de gesto era proibido qualquer comunicação falada, isto nos deu um maior sentido onde pudemos perceber o quanto é importante a natureza, seus sons, seu cheiro, as plantas, os animais. Neste caminho fomos orientados a fazer descoberta, e que nesta descoberta poderíamos ficar com qualquer coisa que chamasse a atenção, desde que fosse feita uma troca simbólica, e nesta descoberta encontrei vários objetos inseridos na natureza, mas teve alguns objetos que acabei retirando da natureza, pois achei que eles ficando ali estariam deixando desprotegida. Onde o homem poderia com estes objetos estar matando os animais, e fazendo o desmatamento da floresta.

Sendo a natureza fonte de toda nossa existência devemos lutar pela preservação.

Adriana Schroeder

A experiência foi muito boa. O que foi colocado, as “regras” eram fáceis, agradáveis e por mim foram realizadas com vontade.

Me senti uma menina brincando com pessoas que já conheço e tentando fazer amizade através do olhar, da observação com aquelas que ainda não conhecia.

Achei um lugar para sentar e parei para ouvir. Quis mais, logo saí.

Agora estou me sentindo cobrada, o “meu eu” quer fazer mais isso. Então já estou pensando em colocar em prática novas visitas a lugares que me farão aguçar os meus sentidos, recuperá-los.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 18

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Capítulo I - Marco Conceitual

Estácio Jussie Odisi

Viver!

Estar presente com nossos amigos, firmar novamente um contato e uma vivência de trocas sejam elas: conhecimento, alegria, tristezas e enfim compartilhar com os amigos.

Temos oportunidade de fazer isso todo dia, porém, não temos, ou melhor, não nos damos à oportunidade de estabelecer isso com as demais espécies que cultivam o ciclo de vida, assim como nós!

Estabelecer e permitir este contato gera reflexões de como enxergamos a vida, somos antropocêntricos, e nos julgamos superiores, triste ilusão! Sabe-se que se assim continuar, nós mesmo nos liquidaremos e da nossa passagem restará apenas histórias, assim como nossos contemporâneos dinossauros.

Permitir-se a participar desta vivência é isso, é vermos como somos “pobres” no sentido de espírito e de atitudes. Hey acorda, olha o que estamos perdendo!

Será esse o momento de refletir e dar um novo sentido à nossa vida?! Assim vale lembrar, temos seis sentidos e não cinco.

Vamos dar um novo SENTIDO à nossa vida!

Melissa Fernanda Barni

A vivência foi muito significativa nos sentido de interação com o meio ambiente, trabalho em grupo, percepção dos sentidos, expor o ponto de vista, respeitar a opinião dos outros participantes e estar apto a aprender, estando aberto a novas experiências.

O silêncio foi uma etapa muito importante para poder aguçar a audição. Se estivéssemos de olhos fechado em algum momento dentro do trajeto percorrido, conseguiríamos maximizar nossa audição e com isso sentir melhor o ambiente.

Os objetos encontrados foram uma surpresa para todos, nós não imaginávamos encontrá-los, mas foram úteis para dirigir nossos pensamentos, guiar em que sentido deveríamos pensar em meio ambiente. Lembramos que o ambiente não pode ser visto como uma unidade, não é a árvore, o inseto, a flor e sim um conjunto de interações e ações como a caça, a alimentação, a utilização do ambiente pelos índios.

A etapa do debate foi importante para ampliar nosso conhecimento, além de pensar em pontos que até então não tínhamos percebido. O fechamento da conversa foi muito interessante e tiramos como conclusão que o ambiente tem que ser visto como um todo e todos devem trabalhar para que o ambiente entre em equilíbrio. A remoção de um indivíduo do ambiente pode causar um desequilíbrio e a remoção de vários indivíduos podem fazer com que o ambiente não consiga voltar a ter equilíbrio e entre em colapso.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Ana Carolina Lopes

Um passeio logo pela manhã em um recanto da natureza foi uma experiência energizante. É bom fazer parte de um grupo cujo objetivo é comum: aprender e refletir a Educação Ambiental.

As dinâmicas pelas quais passamos foi proveitosa, a começar pelo silêncio total entre os grupo e a comunhão com a natureza, representada pela flora e pelo barulho dos bichos. Foi como viajar a séculos atrás, quando o homem ainda convivia harmonicamente com o meio ambiente e, ainda, usufruía de maneira sustentável os recursos naturais. Foi ótimo sentir o cheiro de mato, ouvir o som das folhas, dos pássaros e principalmente a energia positiva que esse ambiente nos passa.

Numa época em que o mundo corre atrás do prejuízo para tentar reverter a degradação do meio ambiente, é importante descobrir outras sensações que a natureza pode nos causar, além de alimento, sombra e ar fresco.

Para complementar essa experiência, foi interessante ouvir os relatos do grupo e trocar conhecimentos. É instigante a diversidade de sensações e emoções das pessoas acerca da mesma vivência.

Marcelo Goulart

O que marcou muito a experiência vivida hoje, no Parque Zôo botânico de Brusque, foi o contato que tive com as “onças pintadas”, no momento do silêncio, estar tocando nas árvores, e sentir um poder de comunicação com os animais, quando achei um chocalho indígena.

Em relação às senti elas tristes, deprimidas. A onça pintada que me parecer a fêmea, chegou próximo de mim. Estiquei as mãos próximo a jaula e ela mostrou os dentes e quis avançar com a pata, num ato instintivo, de defesa. Então entoei um som vocabolico, óóóóóóóómmmmmmm... (OM), e ela imediatamente se acalmou como quem estava ganhando carinho pronunciei outras palavras que acalmaram a onça. Senti muita paz e fiquei feliz em poder dar carinho as onças.

Em relação as arvores, procurei sentir suas almas, suas vidas, seu passado. Senti paz. Senti que elas absorveram minhas energias negativas e me transmitiram energias positivas.

O chocalho o ser por mim fazia as arvores gritarem. Quanto eu fazia com elas gritavam se era só coincidência ou não, não sei mais foi legal.

Gostei do trabalho realizado pelos professores coordenadores. Esta vivencia me fez entrar novamente em contato com eu interior. Tenho me ocupado com muito com matemática, física, lógica e pouco com a alma. Isso me fez retornar um pouco á esfera de vivencia espiritual dos irmãos e irmãs da Rosa Cruz AMORC. Foi muito bom.

Paz profunda!

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Capítulo I - Marco Conceitual

Adriana Fischer Ribeiro

Hoje, ao levantar, o sol parece que brilhou diferente, pois sabia que o dia seria especial pelo fato de que eu viria até o Zôo Botânico, lugar que venho sempre e gosto muito, isto já me deixou muito motivada e feliz.

Mas hoje, foi uma experiência diferente, muito gostosa, apesar do frio, senti, inicialmente o calor humano, com a dinâmica de grupo que realizamos, o frio passou e fiquei bastante motivada para fazer o passeio, que me surpreendeu, pois foi a primeira vez que sai dos caminhos já prontos e pelos quais sempre ando. Isto foi fantástico, estar em contato direto com árvores, folhas secas no chão, o cheiro do verde, ver as gotas do orvalho, os animais enfim, tudo que faz parte da paisagem local. Ficar em silêncio, pela primeira vez aqui, foi algo novo, permitiu que eu pudesse utilizar, aguçar meus sentidos, interagindo mais com a natureza, da qual faço parte e que, muitas vezes fico tão distante, diferente do meu tempo de infância, no qual brincava o dia todo no mato, mas sempre com consciência, pois aprendi com meus pais ce me orgulho disso, pois nem todos tem essa oportunidade.

Foi muito bom, momento de aprendizado com a troca de experiências do grupo realmente fantástico e muito proveitoso.

Parabéns a toda equipe que organizou este encontro. Abraços.

Andréa da Rosa Luz

No dia de hoje, vivenciei experiências interessantes.

Caminhamos até um local no meio do “zôo”. Naturalmente conversamos com o colega ao lado, mas a sugestão de sentirmos algo mais, fez com que os “barulhos” ao redor pudessem penetrar no meu consciente.

Logo, paramos em circulo para animar nossos sentidos e energizarmos um ao outro, que foi muito gostoso.

Em silêncio fizemos um passeio por novos caminhos. Pude aproveitar o contanto com uma natureza, já muito perdida. Pudemos fazer uma troca, com um punhado de terra. Achei muito interessante. Escolhi um “fazedor de chuva”. (acredito que tenho uma ligação ainda como meus antepassados indígenas!).

Retornamos, cada colega fez seu depoimento.Acho fantástico a diversidade do sentir, do pensar...

Ao final, senti que o grupo havia realmente iniciado um vínculo. Espero que seja uma ligação de grandes trocas.

Muito Obrigada!

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Capítulo I - Marco Conceitual

Evenita Beatriz Bonomini

O que pensa !

O centro de convivência proposta pela professora foi bem interessante, desconhecido para mim. Fomos até o centro do zôo botânico onde todos coordenados pela professora fizemos um aquecimento e depois levamos para fazer uma troca com a natureza um punhado de terra o qual teríamos que trocar com alguma coisa da natureza. Comecei a caminhar de encontro às araras onde eu queria pegar uma pena caída no chão. Não deu para pegar então eu fui a busca de outra coisa de longe vi algo posto ou jogado em uma pequena arvore então me aproximei e só então vi que era uma sacola e que era feita de material reciclável e dentro tinha uma maça. Peguei a sacola e levei comigo essa foi à troca que eu fiz com a natureza dei-lhe mais um pouco de terra e retirei o que não lhe pertencia. Ao meu ver seriam varias coisas embutidas para ser comentada.

1ª As terras – variáveis: produtivas e não.

2ª As plantas – diversificadas – as quais mantém a conjuntura do meio ambiente, uma está interligada a outra.

3ª O homem – presença marcante, pois racionais são e, porém deixam de preservar o que é de tão precioso para o mundo.

Funcionalidade: Qual é o papel que o homem, professor... Têm com a natureza. Nós como pessoas devemos modificar pensamentos destruidores que vem se alastrando, qual a atitude, montando projeto de auto sustentação onde de ser necessidade de se ter desde nas escalas como nas comunidades.

Deixar o que tem VIDA, VIVER, mas de uma forma racional que nada morra a não ser pela idade e não pela falta de amor a VIDA – essência do viver.

Marilene Bendini Sedrez

Gostei muita desta manhã. A caminhada foi muito proveitosa. Quando fizemos o círculo senti que aquela energia passada por cada um foi muito positiva. A proposta da troca foi legal, foi à primeira vez que vivenciei, não peguei nenhum objeto, só pensei em caminhar, olhar, me senti muito angustiada por não poder conversar com ninguém. Olhava para os lados tentando conversar com alguém, mas me segurei, boca fechada.

Quanto à segunda etapa achei muito a proposta, muito inteligente, pois o aprendizado foi muito, pois cada um tem o seu modo de passar sua experiência e com isto você nota que no pensamento de cada pessoa, as vezes a mesma coisa tem vários significados, pois são muitas cabeças pensantes.

Enfim aprendi muito com esta experiência.

Parabéns aos organizadores.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Maria Estér

Nesta manhã, tive a oportunidade de participar ativamente juntamente com meus colegas de trabalho do projeto: Preservação do meio ambiente.

Projeto este que foi vivenciado parte no Zoobotânico ao meio de uma parte desta nossa natureza.

A acolhida e os trabalho conduzidos pelos professores foram muito bons.

Nesta primeira etapa das atividades ficamos bem à vontade para uma observação do que nos rodeava e poder refletir sobre o que estávamos vendo, ouvindo e sentindo.

Na trilha fui observando a beleza dos animais, plantas, tudo aquilo que estava presente neste ambiente.

O que me chamou atenção foi ter encontrado em meio as folhas secas uma embalagem de formicida, ainda com vestígios do veneno dentro.

Fiquei indignado, pois a embalagem por ser plástico custa a se decompor, outra pelos vestígios tóxicos prejudicial a saúde.

Outra coisa que me chamou atenção foram às cascas de frutas jogadas ao meio, penso que deveriam ser colocadas em composteiras para se decompor, depois devolver a natureza.

Foi muito bom compartilhar este momento tanto da convivência, quanto da avaliação da vivência, pois cada fala só veio somar num todo significativo.

Carina Paza Mannrich

Estou adorando e aproveitando muito esta manhã. Pela primeira vez faço um curso sobre meio ambiente que estou conhecendo e sentindo um pouco este tema, que é tão abordado nos dias de hoje.

Sou bem sincera em escrever que tenho uma vivência um pouco afastada sobre o meio ambiente e hoje estou feliz porque com este curso estou vendo o nosso mundo com outros olhos, isto é estou usando os sentidos.

Com certeza depois de hoje, irei trabalhar com as crianças com mais entusiasmo e com mais prazer este tema abordado.

Tive hoje uma experiência muito válida com vocês e já estou decidida que vou procurar saber mais de tudo o que debatemos aqui, pois agora tenho uma outra visão de como é, como trabalhar e de como viver no meio ambiente.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Andreza Tachini

Esta vivência foi muito agradável, percebendo e dando significado aos nossos cinco sentidos. É difícil parar e perceber como é importante para nossa vida este momento. Dando valor acima de tudo ao meio ambiente. Ficar em silêncio não foi difícil para mim, foi até agradável, pois no meu dia-a-dia o barulho se faz presente a maior parte do tempo.

O objeto que peguei foi uma pedra até simbolizando as barreiras no trabalho e na vida, mas troquei com o Diego por um chocalho, este não significando na.

Escutando os depoimentos dos colegas dei a importância aos animais nas jaulas, praticamente sozinhos com olhar de tristeza.

Enfim, foi um momento de parada interior ao som dos animais maravilhosos!

Maria Regina Agustinho da Silva

Caminho de vivência.

O contato com as árvores é sempre muito gratificante. É como voltar para casa e sentir-se bem, à vontade.

Estar em silêncio é poder ouvir todos os sons, como se conversar com os seres diferentes fosse uma coisa corriqueira. É sentir-se parte da natureza.

Nós não estamos preservando coisa alguma se não nós mesmos! Se não houver consciência de que não respeitando o lugar e as espécies onde vivemos, seremos descartados, quem realmente terá em extinção é o homem!

É bom ouvir os sons da casa, os ensinamentos da mãe e seguí-los para vivermos muito...

Ouvir os colegas é sem dúvida um outro momento interessante onde temos a oportunidade de conhecer as visões filosóficas, históricas, pedagógicas, geográficas, enfim, ver sob a ótica das especificidades de cada um... É compor uma imagem maior. Com aquilo que concordamos, com o que descordamos, e com o que nos é indiferente mas que não deixa de ter importância na composição global.

Para podermos multiplicar o respeito ao que chamamos ambiente natural é necessário deixar de falar, de pensar, e sentir. Enquanto isso não acontecer continuaremos a ser revista, jornal, internet mas não seremos modificadores ou formadores.

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Capítulo I - Marco Conceitual

Fernando Luís Merízio

Monólogo

São Francisco estava lá, parado. Inerte, olhava sem ver o lado do Mestre. Perto de seus pés uma sábia inscrição: “água potável”. Que homem teria aprisionado eles? Quem encerrou São Francisco naquela gruta fria, sozinho dos homens, justamente para que todos os homens o esquecessem?

- Fui eu quem o deixou lá! Eu o roubei da memória de ouro de todos os homens, assim como fiz com muitos “deste tipo”

Ó! Impossível!

- Não, o fiz com uma maldade tamanha, mas disfarçada de “progresso”, de “civilização”, de “bem estar”, que jamais qualquer um desconfiaria. Eu o fiz sob o pretexto da ganância!

São Francisco, que falava com os animais, não disse uma palavra se quer. Era um pássaro de gesso aquilo em seu ombro?

O que lhe diziam os animais e os seres viventes e não viventes? Que segredo contaram a Francisco para que ele os amasse tanto? Qual segredo? Você sabe?

-Sim, eu sei... (disse com ar de tristeza)

Por favor, em nome de Gaia, diga!

- Não o posso! Não o posso revelar porque eu sou a parte sombria do homem e sou seu destino. Porém, tu bem sabes onde a escondi, onde guardei a verdade de Francisco.

- Então, Gaia lhe soprou um leve sussurro, através do vento e da voz dos animais; e ele entendeu que o segredo de Francisco está aprisionado no coração de cada homem!

Vendo isto, Gaia então sorriu, mas logo voltou a entristecer-se!

Elisabet Maria Weingartner

Tivemos uma manhã maravilhosa. O início a reflexão, o relaxamento, o pensar em seu próprio eu, isto para mim é muito importante. A natureza para mim pessoalmente é o que eu mais gosto. Adoro animais, plantas. O cheiro das flores, o cantar dos pássaros é importante para a nossa vida tão conturbada, cheia de problemas, o corre corre do dia-a-dia, o mau humor das pessoas que convivemos todos os dias. Todos deveriam passar uma manhã dessas para ver como isso faz bem para a nossa saúde. Achei muito interessante a maneira como eles fazem a limpeza. Os nossos governantes deveriam ajudar mais a conservação desse ambientes para o futuro de nossos filhos.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 25

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Capítulo I - Marco Conceitual

Jaqueline Medeiros

Sou a Natureza

Que sonha em manter-se viva ativa, descobrindo, trocando, aprendendo e convivendo com os outros seres que dela também fazem parte.

Que a cada dia faz boa parte do que pode porém... o caminho na brisa da sua existência.

Que pede, grita implora por ajuda.

Que dá “suporte” para que a vida aconteça.

Que sonha com o dia que todas as pessoas percebam o que o quão são e estão nela.

Que vislumbra alguns comportamentos conviventes dos pássaros.

Que sugere com suas imagens paz e harmonia total.

Que presenteia os filhos com seus mais belos filhotes.

Que inspira artistas, cientistas, enamorados...

Que dá e sustenta a todos os seres vivos.

Que permite saúde e qualidade de vida.

Que conforta e mostra saída aos conflitos.

Que também é produto de invenções, objetos e a ... ganância.

Que empresta remédios a doenças e cura enfermos.

Que evolui a achando saídas incríveis para sua própria existência.

Que proporciona introspecção, encontro e novos significados.

Que é ética nos ensina a ser também.

Que precise de cuidados atenção e amor.

Que habita a bondade e transforma os que dela se aproximam.

Diego Thomaz

Com certeza uma experiência muito boa e marcante, apesar de ter realizado no ano anterior. Contudo a experiência desse ano foi mais proveitosa pois consegui me manter mais em silêncio e com isso ter uma maior sintonia com a natureza, com isso conseguindo refletir o quanto ele é importante para a nossa existência. Pois pensamos que podemos tudo, pois sem natureza não a vida.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 26

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Capítulo I - Marco Conceitual

Andréia Bani Belli

É muito bom estar em contato com a natureza, apesar de viver é estar em contato com a natureza humana, nós nos separamos do meio natural.

O ficar em silêncio, fazer funcionar os outros sentidos que não seja a visão, também é bom, é perceber a vida de uma outra maneira. Quando entramos no meio do mato, o que me chama a atenção são os objetos que não fazem parte daquele contato.

Existem alguns objetos como os de origem indígena, que nos leva a refletir que é possível conviver em harmonia com a natureza. Já existem alguns objetos com o lixo e armas, que mostram que o homem se distância, a procura de algo, que nem ele sabe se ficará feliz com esse algo.

O ter, sem ser destrói o próprio homem. As mudanças de atitudes e percepções do meio onde vivemos levam tempo. Percebemos que no grupo de professores existem vários modos de se analisar algo, as diferenças entre as pessoas. Quando nos seres humanos conseguirmos canalizar nossas forças para um mundo mais justo, a natureza e o próprio homem saíram ganhando: quem... sabe não precisaremos viver mais dentro de grades para fugir da violência e nem os animais presos em recintos para serem admirados.

Pena que às vezes acho que tudo isso é utópico, e que dificilmente a humanidade conseguirá se salvar.

Araceli Lang

A começar, foi uma experiência diferente, foi bom sair da rotina, trabalho, faculdade, casa. É muito bom tu esse contato com a natureza, isso já não está mais tão presente em nossas vidas. E o contato também com pessoas diferentes, a troca de experiências, aprendizagem é muito bom.

Em relação com o que vivenciamos hoje. Gostei bastante, recordei de quando era criança, morava onde tinha um espaço parecido perto, com muitas árvores, era uma área bem grande, com nascentes, pássaros, e eu brincava muito no meio das árvores.

Gosto muito do silêncio, para mim não foi nenhum sacrifício aquele tempo: Sou ouvinte e não falante, então foi fácil prestar atenção nos barulhos da natureza, sentir o que acontecia ai meu redor.

O mais difícil foi falar, admiro muito quem tem o dom da palavra. Muitas pessoas falaram com espontaneidade sobre o que vivenciaram, e muitos disseram coisas que eu gostaria de ter dito. Sobre sentimentos, a tristeza de ver os animais presos, a vontade de poder fazer alguma coisa pela natureza. E lembrar que também somos parte integrante dela.

Essa experiência também despertou em mim à vontade de estar mais em contato com a natureza. Fazia muito tempo que não tinha esse contato com ela. Quero tentar, fazer com que isso faça mais parte da minha vida.

E quero também agradecer a todos pela oportunidade de participar desse caminho.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 27

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Capítulo I - Marco Conceitual

Adolnei da Silva Lopes

A sensibilização de observar e sentir os simples estalo de uma folha caindo, remete-nos para outras sensações como a de uma viagem ao interior de si mesmo.

A natureza, com seus diversos e agradáveis sons promove em nós a possibilidade de transcorrermos diversos caminhos de sentido para nossa própria existência.

O contato com objetos, sons, seres ou sujeitos nos impõe uma reflexão no sentido de romper com o conceito da criação do objeto e apropriação do mesmo. Esquecemos a relação e o tratamento do outro (seja ele coisa ou pessoa) como sujeito de um processo de vivência.

Hoje, procuramos romper com o conceito de apropriação inclusive da terra e dos recursos naturais.

O trabalho realizado pelo Laboratório de Educação Ambiental da UNIVALI está procurando diversas formas de sensibilizar as pessoas, ao passo que cria no grupo, mais sentido de participação coletiva.

Participar, sensibilizar e difundir para uma consciência livre da venerabilidade e do fatalismo destrutivo dos recursos naturais, deve ser a meta a ... pelos educadores de todas as naturezas objetivando semear as bases de um mundo mais justo, humano e com qualidade de vida!

Que nós possamos pelo menos tentar imitar o equilíbrio e a harmonia da natureza, mesmo sem precisar ser ex..., ou moralmente cartesiano.

Goreti Dutra

Eu cheguei no momento das falas e comentários, mas, lembro que ano passado eu vivenciei esta experiência que me fez sensibilizar mais em meus atos e atitudes.

Gosto de falar bastante, sendo que ficar quieta apenas observando me transmite agonia, mas agora percebo que as vezes o silêncio e a observação faz com que eu olhe com mais carinho e atenção o que a natureza transmite ou nos dias atuais implora. Nós humanos exageramos demais no consumismo, e quanto mais consumimos mais desgastamos a natureza. Poderíamos viver com apenas o necessário, roupas e alimentação, mas deixamo-nos vencer por esta sociedade consumista que só pensa em lucro, dinheiro e conforto.

Sem mais para o momento.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 28

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Capítulo I - Marco Conceitual

Fabio Larini

Eu, Fabio Larini gostei muito da vivência que tivemos no zôo botânico da cidade de Brusque. Acredito que a natureza está esperando uma resposta urgente de nós, homens da real problemática que se encontra hoje o nosso planeta.

Penso que preservar vai muito além de cultivar uma área verde onde ali as futuras gerações possam ter contato com a mínima percentagem da nossa fauna, flora, etc...

Toda é tica só tem validade através da ação, desse modo, não basta preservar alguns metros quadrados mas sim, trabalhar em prol de uma geração que tinha a capacidade e a sensibilidade de perceber que o homem está ancorado na natureza. De forma alguma isso se fará se ele, o homem, se colocar como superior do mundo que o cerca.

Assim sendo, acredito que a natureza estará nos beneficiando em tudo que se faz necessário para a nossa existência.

Davi Assaiague disse:

O índio chorou, o branco chorou, todo mundo está chorando... a Amazônia está queimando... ai ai que dor, ai ai, que horror.

Lá se vai a saracura correndo dessa quentura para nunca mais voltar. Lá se vai onça pintada zugindo com a passarada pra nunca mais voltar. Virou deserto o meu torrão, meu rio secou para onde vou.

Raquel da Cunha

Com certeza foi uma experiência marcante para todos nós. Pois não são todos os dias que temos a oportunidade de entrar em contato com ar puro, animais, verde, enfim a natureza.

Só o fato de sair do cotidiano e se transportar para um mundo que para nós é diferente e novo, isso já torna o dia inesquecível e especial.

O fato é do jeito que a sociedade procede (e nós estamos incluídos nela) até quando teremos a oportunidade de termos momentos como esses? No qual ocasionou para nós paz interior e satisfação por estarmos entre amigos?

Mas esses pensamentos devem ser revertidos em ações, só lamentar não adianta!

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 29

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Capítulo I - Marco Conceitual

Após a reflexão individual escrita, houve uma pausa para o almoço que

ocorreu na Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring, e em

seguida deu-se continuidade ao processo formativo no mesmo local (na escola). É

importante ressaltar que alguns professores se ausentaram neste segundo período e

outros entraram, dando continuidade com 28 professores

A tarde iniciou-se com a construção da Teia de relações onde se criou uma

rede de sentidos e significados. Foi pedido para que cada participante lesse

individualmente sua reflexão e elencasse uma palavra síntese para sua experiência

e escrevesse o seu significado. O significado desta palavra síntese assume a forma

de um conceito ao ser explicado ao grupo.

Em seguida cada participante observou todas as palavras sínteses existentes

no grupo e foi exercitado as inter-relações entre os conceitos, através da ligação em

teia (materializada em forma de barbante). Desta forma cada um compartilhou o seu

significado e encontrou uma conexão com os outros conceitos que emergiram no

grupo, dando um sentido coletivo ao processo vivenciado individualmente

elaborando uma Rede Semântica do grupo.

Seqüência em que as palavras sínteses foram atribuídas na formação da rede semântica

Assim que a rede se concretizou foi solicitado que o grupo observasse e

exercitasse movimentar esta teia, proporcionando a vivência das tensões e

sincronicidade necessárias para o movimento coletivo, ou seja, “fazer juntos”. Para

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 30

Page 36: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo I - Marco Conceitual

desfazer a teia solicitamos que fizessem o caminho inverso e cada um manifestasse

se a relação construída com seu parceiro era compatível ou não.

Formação da rede semântica Professores movimentando e interagindo

com a rede semântica Significado que cada participante atribuiu à sua palavra síntese:

TEIA - Teia, porque tudo está interligado, quando um fio é quebrado, toda a teia sente. Vivendo como uma teia o mundo será melhor.

RESIGNIFICAR - Criar novos significados ou sentidos.

RESPEITO - Acho que é o começo de tudo. Se aprendemos a respeitar a natureza e ensinar isso, já estarmos ajudando bastante. (Utopia – criar um lugar para viver).

INTERDEPENDÊNCIA - Todos os seres estão ligados e dependem uns dos outros.

EDUCAÇÃO – Educar as crianças e também os adultos a respeitar a natureza. Para tentar mudar o que está acontecendo com o meio ambiente.

PRAZER - Pensar em fazer as ações com alegria, vontade, torcendo para que o resultado seja maravilhoso. Isto é, nada imposto!

CUIDADO – Cuidar das coisas pequenas na natureza, porque nós, nos se preocupamos em não derrubar árvores. E se esquecermos das coisas mínimas da vida, do dia-a-dia como o sol da manhã, a chuva na madrugada.

RESPEITO – Respeitar o ambiente; respeitar as espécies sem julgar sua importância, se ela deve ou não existir; respeitar o futuro e as conseqüências; respeitar o percurso dos rios, abrangência das marés; respeitar o ar que respiramos. (Respeito ao meio Biótico e Abiótico).

AÇÃO – Oportunizar formas de como agir. Conscientizar as pessoas da urgência da preservação.

CONSCIENTIZAÇÃO – conscientizar as pessoas a preservação do meio ambiente, ou seja, cuidar do meio ambiente.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 31

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Capítulo I - Marco Conceitual

PAZ – É a busca da maioria das pessoas do mundo. A paz é vivenciar a felicidade, felicidade esta entre homem e natureza.

VIDA – Deixar o que tem VIDA viver, mas de forma racional sem que nada morra a não ser pela idade e não pela falta de amor a VIDA! (Essência do viver – valor a vida!)

MUDANÇA – O que precisamos é de mudança, mudança no modo de pensar e agir. A partir do momento que começamos a mudar nossos atos para melhor e respeitar e amar mais a natureza, nós conseguiremos reverter!

CRIANÇA – O futuro... As crianças representam o futuro e ajudam os adultos a se conscientizarem da necessidade de preservar o meio ambiente como um todo.

VIDA – (Modo de Vida!) É tudo que precisamos, é termos a oportunidade de vivê-la e respeitá-la. Vida é natureza, animais, enfim para mim é tudo e sem ela não há nada.

OPORTUNIDADE – De reagir, de descruzar os braços e unir as mãos e juntos retardar a destruição total da natureza.

NATUREZA – Natureza para mim tudo o que vi e mais ainda tudo o que devemos preservar no nosso dia-a-dia.

SENTIDO – Dar um novo sentido aos nossos valores. Será que o sentido de viver é o acúmulo de bens materiais? Tenho que parar de pensar que eu sou subordinado contra minha vontade e princípios.

TRABALHO – Significa – ação, mudança, persistência.

SENTIR – Introspecção, envolvimento; reflexão, adentrar; ação + ética; metamorfose – mudança; atitude, hábito de vida; avaliação; introspecção.

SENSIBILIDADE – O homem se sensibilizar que ele depende da natureza.

INTERAGIR – Viver o meio.

VIDA – Sem a natureza não há vida.

UTOPIA – Sentido: 1) Ilusão; 2) Um lugar a ser construído.

PAZ – Não Violência.

REFLETIR – Uma atenção maior à natureza. Analisar e refletir problemas, tentar solucioná-los.

ESPERANÇA – Porque meu encontro profundo, de reflexão com a natureza me fez sentir ligada intimamente com ela, dando-a mais valor, o valor que merece, mudando minha atitude. Assim, todos deveriam ter a mesma vivência, conseqüentemente, tudo vai mudar, todos vão mudar, dando-nos uma esperança de dias melhores. Pensei também nas crianças, que são a esperança e podem mudar este processo destrutivo.

HARMONIA – Homem convivendo com o meio ambiente em harmonia, sem superioridade e sem exploração.

SENSIBILIDADE (EM SEUS ATOS) – Para mim significa ter mais cuidado e carinho ao lidar com os seres da natureza, é senti-la com mais intensidade. Temos que ser mais sensíveis com nossos atos.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 32

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Capítulo I - Marco Conceitual

Após a interação com a rede semântica o grupo levantou duas colocações:

- Se todos fizerem tudo o que foi dito aqui, não vai ter mais violência, não vai ter porque ter violência. Nem contra os outros nem dentro da mesma espécie.

- Se tudo isso ficar apenas no papel, vai ocorrer a primeira utopia do Fernando (Ilusão).

Na seqüência, o grupo recebeu o desafio de viabilizar uma forma de

apresentar a rede semântica. Para esta apresentação o grupo desenhou uma

representação da rede semântica numa cartolina e a conectou através de um

barbante até uma carteira eu continha os objetos que eles encontraram na trilha

“Caminho de Encontro e Descobertas”. E por final o grupo utilizou o discurso de que

todo o processo de construção e imersão da rede semântica esta ligada à atividade

feita anteriormente na vivência da trilha, cujo qual emergiu conceitos do cotidiano

dos participantes do referido grupo.

Professores desenhando a representação

da rede semântica na cartolina Desenho da representação da rede

semântica

Professora Jaqueline interligando a cartolina da rede semântica com os objetos da trilha

Representação final do processo ocorrido nas atividades ao longo do dia.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 33

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Capítulo I - Marco Conceitual

3. Avaliação das atividades referentes ao Marco Conceitual

No final do dia, assim que foram encerradas todas as atividades referentes ao

Marco Conceitual foi solicitado para que os participantes do curso fizessem uma

avaliação de todo processo vivenciado.

Segue as avaliações:

Gostei muito do dia de hoje. Foi um encontro bem diferente do que estou acostumada nos cursos que já freqüentei e ainda freqüento.

Foi um dia prazeroso, realmente conheci, senti, percebi a natureza em volta de mim. E além de tudo conscientizei-me ainda mais da importância de preservar, cuidar do nosso ambiente.

Como já tinha colocado depois desse dia irei olhar o nosso mundo de maneira diferente, como um ser humano responsável pela vida, todas as vidas existentes no nosso planeta. E com certeza à partir de hoje irei trabalhar com mais prazer, entusiasmo o tema meio ambiente com os nossos alunos.

Os organizadores desse encontro estão de parabéns. Gostei muito dos nossos debates, da maneira como os professores conduziram as diversas idéias que surgiram, fazendo de nós um grupo de pessoas diferentes com o mesmo ideal: PRESERVAR A NATUREZA!!!

Professora Carina Paza Mannrich

Peço desculpas por não poder comentar o período da manha, pois não estive presente por estar trabalhando em outra escola.

No período da tarde estive presente em todo o tempo.

Considero excelente tudo o que foi feito desde atividades, contudo, exposição verbal... Diferente de tudo que já vi.

O tempo foi muito bem aproveitado, desta forma foram quatro horas de puro aprendizado.

Estão de parabéns!

Obrigado!

André Luiz Zucco

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 34

Page 40: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo I - Marco Conceitual

Quando fui convidada para participar de um curso sobre educação ambiental, pensei que iria encontrar palestrantes “convencionais” com platéia em uma sala de aula com sono! Mas para minha surpresa, encontrei uma vivência muito produtiva com uma tarde de bastante discussão, e nós mesmos chegamos a conclusão sobre o que é educação ambiental, o que um educador precisa seguir, mas não nos demos conta disso, antes do término, do fechamento da primeira etapa do curso.Vocês estão de parabéns!

Gostei muito desse encontro, as trocas que fizemos foram muito significativas. Ficou bem visível a importância da união de todos, para realizar um bem comum. Tudo o que vivenciamos nos mostrou que fazemos parte de um todo, e com união podemos melhorar nosso ambiente , nossa vida.

Parabenizo toda a equipe pelo trabalho, foi muito válido e significativo, saio daqui mais reflexiva, “sensível” com as coisas que estão a minha volta.

Parabéns e abraços.

Se possível passar por e-mail as referências bibliográficas: [email protected]

Adriana F. Ribeiro

Este encontro foi maravilhoso, refletimos bastante, os ministrantes do curso nota dez.

Tivemos uma ótima integração, é com estes encontros que crescemos como pessoa.

A primeira etapa desta formação de Educação Ambiental possibilitou uma profunda reflexão sobre a importância e necessidade urgente de mudança.

Atualmente não podemos mais gostar ou não gostar de preservar... É uma questão de sobrevivência.

Tivemos momentos de muita reflexão, pratica e troca. Ouvindo o depoimento das pessoas, percebi como algumas tem tanta proximidade com o meio ambiente e outras nem tanto.

Busca a cada dia no meu cotidiano respeitar mais o meio ambiente e como educadora construir ações com meus educandos que possibilitem uma reflexão/ação sobre as questões ambientais.

Aproveito, para parabenizar os coordenadores destas ações e agradecer pela oportunidade, dedicação e empenho de vocês em tentar nos ajudar a salvar o planeta. Obrigada! O dia foi muito proveitoso!

Escolhi a palavra CRIANÇA por acreditar muito nelas. Representam esperança... o futuro...

Alessandra

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 35

Page 41: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo I - Marco Conceitual

Adorei ter a oportunidade de conhecer o Zôo Botânico da cidade de Brusque. Para mim foi muito significativo essa parada, a troca de experiências, etc. Trouxe-me uma visão inesquecível da natureza, mais linda e ao mesmo tempo fez-me parar para refletir sobre os problemas que estamos causando a mesma. O que será que nos faz ser cada vez mais desumanos diante dela? Aqui fica esta pergunta.

Clarisse B. Coelho

Parabenizo muito os coordenadores deste importante dia de formação. Achei muito rica as trocas de saberes; contudo, espero dos orientadores das atividades conhecimentos sistematizados, talvez em forma de palestra. Compreende e percebi todo o processo de mediação, muito bem conduzido. Contudo, senti falta sim de teorias na forma de novas idéias, ou apresentação de ações que têm dado êxito, Greenpeace, WWF, ou seja, ações de “pessoas reais” que acabam nos encorajando e mostrando na prática, o que é possível ser feito.

No mais, reconheço muito o esforço e todos os coordenadores têm grande mérito pela ação de coragem!

Obrigado a vocês e felicidades!

Fernando Luiz Merízio

A Vivência...

Nesta tarde materializamos o que vivenciamos no período da manhã. Onde resumimos numa palavra o que significou a experiência.

Acredito no poder na transformação das pessoas, que a cada momento tornam-se outras, pelo aprender e o sentir.

Formar a teia foi uma idéia muito legal, pois realmente nos sentimos interligados e comprometidos. “VALEU” diria meu filho...

Beijos Andréa.

A tarde foi muito proveitosa

A dinâmica legal, inteligente. Tudo foi uma continuidade, eu fiquei foi um dia diferente e que nos trouxe experiências novas muito construtivas.

Mais uma vez parabenizo a toda comissão organizadora.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 36

Page 42: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo I - Marco Conceitual

A tarde de hoje foi bastante construtiva apesar, de não ter ido ao passeio pela manhã consegui sentir como foi bom através da fala dos colegas.

Reforçou o meu pensamento sobre a importância de respeitar e amar a natureza e todo ser que nela esta inserido.

A fala de alguém dizendo que a natureza não precisa de nós, mais nós precisamos dela é real.

Penso que o trabalho vai ser bastante produtivo para ser usado ter também em beneficio aos alunos que será através deles que plantaremos a semente que vai dar frutos para que no futuro sejam colhidos.

Obrigado.

Avaliação

O dia foi muito bem planejado. As atividades e dinâmicas foram significativos e envolventes. Percebeu-se interesse e envolventes. Percebeu-se interesse e participação efetiva de todos os professores. As abordagens desenvolveram reflexões pertinentes a cerca da pratica e habito de vida de cada um.

Os mediadores oportunizaram locuções e interlocuções e com certeza comprometimento e co-responsabilidades com a natureza. Superou-se as expectativas. Estava ótimo ! Linguagem apropriada e o lugar também.

Jackke

A experiência é muito valida pois não podemos esquecer que somos natureza também. Então interagir e importante, ter novas visões idéias diferentes.

Perceber que não precisamos destruir para conhecer. A idéia da troca é muito interessante porque nos ensina isso, ver sentir apreciar sem destruir.

Isso nos leva a uma idéia básica conhecer gostando ou não é importante para nossa sobrevivência e do meio ambiente. Querendo ou não isso nos remete a uma idéia ou espaço antigo e como queremos o novo.

Toda a discussão no período da tarde foi interessante pois a interação com a teia for valido pois aprendemos com os participantes do curso. Interagir.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 37

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Capítulo I - Marco Conceitual

Foi muito legal o que vivenciamos hoje, de manha no zôo, foi bem interessante. A tarde, a atividade da Teia, gerou bastante discurso e foi legal. Pois, descobrimos que todos estamos interligados e fazemos parte da natureza. E cabe a nós tomar atitudes para tentar tomar as atitudes para mudar a situação do meio ambiente.

Em relação ao curso, quero poder captar todas as idéias de e aprendizagem que podem me passar.

E mais uma vez agradeceu por essa oportunidade.

E dizer que quero fazer parte integrante deste projeto no que for possível.

Araceli

Aproveitei!

O processo de formação realmente atendeu as expectativas do que eu havia esperado.

A vivência possibilitou as interações entre o grupo. Mais do que isso ver integração da equipe do núcleo de pesquisa voltada á mesma expectativa. Quanto a minha parte, seria arrogância dizer que não acrescentou muito, por que enfim me enriqueceu muito.

Estácio Jussie Odisi

Avaliação

O encontro de hoje foi bastante rico, pois proporcionou trocas de idéias entre varias pessoas diferentes. Provocou a reflexão sobre vários conceitos que trazemos e sobre as ações que podemos efetivar. Destacou a importância da vivencia para termos condições de multiplicar a idéia de respeito ambiental.

Regina

O encontro foi muito bom, bastante dinâmico, pouco cansativo.

O interesse é que o grupo esta construindo o seu conceito de educação ambiental.

Apesar de conhecer algumas dinâmicas realizadas, ocorreram de maneira diferente. Para o próximo encontro espero que continue o mesmo caminho.

Andréia

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Capítulo I - Marco Conceitual

Palavra – Vida (Sem a natureza não há vida)

Faço uma realização positiva de encontros de hoje, pois se trata de um assunto muito pertinente.

Pois a natureza não depende de nós, e sim nós dela, e se deixarmos para agir amanha, poderá ser tarde demais.

Este encontro foi de grande valia para enriquecer meu conhecimento e ser mais sensível em meus atos com a natureza. Este encontro me ajudou a sentir urgentemente a necessidade que temos atualmente em preservar e cultivar as maravilhas que a natureza tem a nos oferecer e também as futuras gerações.

Goreti Dutra

A integração dos participantes foi muito boa, a vivencia nos proporcionou um aprendizado muito significativo, sendo de muita reflexão e sensibilidade. As dinâmicas no zôo botânico e na escola despertam questões e filosofias raramente abordadas.

Foi muito proveitosa essa primeira etapa do curso, nota 10.

Ana Carolina

O trabalho proposta hoje, foi muitíssimo gratificante e importante pois nós somos parte desse “fio da meada”. É a partir deste começo de sistematização que no ensino destas escolas ira ter uma mudança, pois estaremos montando trabalhos onde vão ocasionar melhoria de meio e do ambiente.

Gostei muito de suas dinâmicas das sensibilizações que foram citadas e creio que o grupo irá contribuir muito e estou ao dispor, abraço!

Evenita B. B.

Nesta tarde cheguei a conclusão que todos os temas abordados tem extrema importância, um depende do outro. Se dermos atenção a todas, estaremos no caminho certo, para construirmos um mundo melhor, mais justo.

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Capítulo I - Marco Conceitual

O dia todo foi muito bom. Dinâmico, alegre, proveitoso.

Aprendemos, trocamos, demos muitas risadas, senti que o grupo esta bem entrosado.

Fomos muito bem conduzidos, a paciência, a sabedoria dos professores tornou nosso estudo rico.

Até breve!

Parabéns a equipe!

Adriana Schoroeder

Por não ter participado do caminho ecológico da manhã.

Mas me senti bastante entrosada com o grupo, porque com as falas dos meus amigos me senti e imaginei aquela vivencia.

E no período da tarde foi bem legal, e pode perceber que, em se começarmos a valorizar as pequenas coisas da nossa vida e de pequenos, é que temos, que ensiná-los a conscientização dos nossos atos com o meio ambiente.

Morgana dos Santos

A forma de como foi conduzida a capacitação, houve resultados significativos. As estratégias usadas foram excelentes, deixando assim cada individuo muito a vontade para poder contribuir com o tema em debate.

O importante agora é sair do papel das falas, dos registros e agir.

Parabéns a equipe

Maria Estér.

Embora que eu não tenha participado da parte da manhã, a parte da tarde foi muito significante para mim.

A teia nos fez mostrar que unidos, o trabalho de conscientização e ação pode ser cada vez mais forte e o quanto mais é importante cultivar, amar e respeitar a natureza.

Daniela Ribeiro

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 40

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Capítulo I - Marco Conceitual

Este dia na minha concepção foi de extrema importância no âmbito de conscientização, para que se torne ação.

Todos sabemos do problema mas só unidos conseguiremos a resolução. Uma gota de água só não mata a sede de uma grande humanidade.

Entre outros o dia foi produtivo e maravilhoso.

Obrigada.

Raquel

Gostei muito das atividades desenvolvidas hoje. Idéias, informações foram lançadas

em que foram muito válidas.

No zôo botânico a parada para “refletir” e debater após a caminhada criou um momento de reflexão.

A dinâmica também proporcionou discussão e trocas de idéias.

Algo que talvez foi um pouco cansativo é por ser o dia inteiro mais foi nota 10.

Foi uma experiência muito inovadora e dinâmica. Já participei de muitas palestras sobre o meio ambiente mas sempre de maneira muito estressante. Acredito que o contato direto com a natureza nos fez perceber o grande problema que o homem causou ao meio ambiente.

Desse modo, acho importante que nós educadores possamos passar aos nossos educandos e a nós mesmos a sensibilidade de perceber que a natureza não depende do homem mas sim nós dependemos dela.

Fabio Larini

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Capítulo II

MARCO

SITUACIONAL

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Capítulo II – Marco Situacional

1. Resgate ao módulo do Marco Conceitual

As atividades referentes ao Marco Situacional ocorreram no segundo

encontro realizado dia 19 de setembro de 2007, em salas de aula da Escola de

Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring. O encontro iniciou-se com 20

participantes.

O início do encontro foi marcado por um momento de descontração onde os

participantes despertaram seus corpos e saudaram-se uns aos outros através de

uma dança circular denominada “Bismi-lá”.

Professores participando da dança circular “Bismi-lá”

Na seqüência, os participantes foram encaminhados para atividades que

resgatassem os conceitos utilizados no módulo do Marco Conceitual, com a

finalidade de aplicá-los em uma realidade situacional da escola. Para a realização

deste resgate foi utilizada a representação da rede semântica que o grupo havia

confeccionado no encontro anterior, a qual foi exposta ao grupo e a partir de sua

visualização os participantes do grupo tiveram que responder 3 perguntas (O que

vejo?, De onde veio? e O que representa?) e também poderiam formular uma

pergunta se assim desejassem. As respostas foram expostas na parede para a

visualização de todos, e em seguida lidas em voz alta para socialização. Esta

atividade poderia ser mais bem explorada a partir de uma discussão coletiva de cada

resposta levantada, porém, o condicionante tempo não permitiu.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 43

Page 49: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

Segue as respostas:

O que vejo?

• Eu vejo o sonho de salvar, de permitir que a vida no planeta continue.

• Eu vejo o caminho em benefício à natureza, porém, muito confuso.

• Todos juntos, interligados, fica mais fácil resolver problemas.

• Ligação.

• Interligação de idéias em busca de um objetivo, onde precisa da outra para se obter um bom resultado.

• Interdependência entre as palavras.

• Relação de diversos conceitos interligados.

• Uma teia de correlações que as pessoas que buscam, batalham e acreditam em si, trilham ao passarem por esse mundo.

• Ramificações que estão conectadas entre si, formando uma corrente, um círculo, que não pode ser quebrado.

• Ao mesmo tempo em que existe independência entre as ações, elas também “dependem” uma das outras para acontecer, estão interligadas.

• Vejo um encadeamento de atitude, ações.

• Uma ligação entre as palavras.

• Perspectivas de futuro.

• Importância de cada palavra.

• Uma teia que interliga as impressões e sentimentos de cada pessoa do grupo relacionados ao mundo.

• Uma teia, no qual todos estão tentando se unir cada vez mais e a utopia está sendo valorizada.

• Palavras interligadas.

• Que uma idéia só não resolve muita coisa, mas quando juntamos nossas idéias podemos fazer algumas coisas, para benefício de todos.

• Vejo a alegria, o empenho e informações que recebemos na capacitação anterior.

• Uma teia.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 44

Page 50: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

De onde veio?

• Veio da vivência do último encontro e do modo como as pessoas pensam.

• Veio da dinâmica feita pelos participantes.

• Surgiu do contato com a natureza feita no Zoobotânico, que representa a vida.

• Do homem.

• Das pessoas, cada qual com sua singularidade.

• De um grande grupo de pessoas.

• Cada membro da equipe refletiu sobre uma ação de sua vida.

• Veio da experiência que nós todos vivenciamos.

• De uma experiência vivenciada com o grupo.

• Isso surgiu das reflexões observadas por nós.

• Veio da reflexão que fizemos no primeiro encontro.

• Partiu das diferentes posições dos integrantes do grupo.

• Da necessidade do ser humano.

• Dos sonhos, do desejo e da vontade. Em essência, da natureza do indivíduo, ou seja, da alma, do Deus que está em nós e que porta o mercurius a semente que trilhava este caminho até tornar-se uma árvore e (predizer) seus frutos como devem ser realizado.

• Do que cada qual pensa e acredita que possa contribuir para melhorar o mundo.

• Do pensamento do grupo.

• Da esperança de um grupo.

• Da consciência dos integrantes do grupo, baseado na percepção de Educação Ambiental de cada um.

• Da união de nossas idéias, como tentativa de solucionar nossos problemas.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 45

Page 51: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

O que representa?

• Uma iniciativa... na tentativa de salvar nosso planeta!

• Representa um caminho a ser conquistado.

• O sentido de estarmos neste mundo. Representa a passagem pelo labirinto da vida através das vias de desafios e conquistas.

• Um grande elo entre palavras, que são de suma importância para o nosso viver.

• O sonho de várias pessoas para um mundo melhor.

• Ideais que fundamentam um trabalho conciso e coletivo.

• Situações do nosso dia-a-dia.

• Preocupação, indignação, busca...

• Eu faço parte da teia e desta maneira estou comprometida a ela.

• Que cada um tem que fazer a sua parte. Pois, todos estão ligados e precisamos uns dos outros.

• Atitudes de mudança, para melhoria da vida no planeta.

• A união de todos em busca de benefício, que sem ele logo não existiremos.

• A união e uma sociedade mais feliz.

• Grupos unidos com cooperação, diálogo e reflexão podem resolver os problemas do dia com mais facilidade.

• A união em torno de um objetivo: A Educação Ambiental, e a necessidade dessa união.

• Representa toda uma informação que fica gravada em minha mente ajudando muito a pensar como está o mundo hoje.

• Representa a minha “obrigação” como ser para salvar o meio ambiente.

• UNIÃO = FORÇA = RESULTADO

• A vida, que é um círculo permanente e que não deve ser interrompido.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 46

Page 52: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

Perguntas:

Perguntas...

• O que cada um de nós pode fazer para praticar o que a Educação Ambiental propõe e contribui com a preservação do meio ambiente?

• Como continuar sempre ligados?

• Por que o homem insiste em quebrar o círculo da vida?

• A natureza conseguirá se regenerar?

• Seria possível executar isso?

• Como por em prática essa ação?

• O que seremos se não agirmos coerentemente?

• A solução está somente nas mãos da escola para visar à conscientização?

• O que seria de nós sem este momento de reflexão? Teríamos cuidados com o meio ambiente?

• Qual a minha Utopia? Me formar em matemática, teologia e física. Trabalhar com pesquisa ou projeto de extensão em universidades, terminar minha pós-graduação em matemática e fazer meu mestrado e doutorado na UFSC. Ter uma casa com árvores e jardins que tenham um ambiente de paz e sossego.

Cartazes onde foram expostas as perguntas e respostas da atividade de resgate ao Marco

Conceitual

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 47

Page 53: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

2. Formação da identidade do grupo

Com o término das atividades de resgate ao Marco Conceitual, os

participantes receberam o material impresso contendo o registro das falas, textos e

avaliações do encontro anterior (Marco Conceitual). Foi solicitado que os

participantes em grupo lessem e destacassem categorias chaves referentes à

questão “Como o processo vivenciado contribui na educação?”. Para a execução

desta leitura o grande grupo se dividiu em dois subgrupos: Grupo de Trabalho 1

(GT1) e o Grupo de Trabalho 2 (GT2).

Em seguida foi orientado para que cada grupo definisse um relator, com a

tarefa de anotar as questões debatidas e assim facilitar a sistematização da

concepção do grupo. Na seqüência, foi solicitado para que cada grupo construísse

uma forma de apresentação de sua sistematização, seja ela em forma de texto ou

painel/esquema conceitual, para apresentar ao grande grupo.

GT1 sistematizando e preparando sua

apresentação GT2 sistematizando e preparando sua

apresentação

Após concluir a sistematização, os grupos apresentaram seus trabalhos,

sendo que o GT1 apresentou na forma de painel conceitual e o GT2 na forma de um

texto coletivo. Após a apresentação de ambos foi possível identificar que um

complementava o outro, sendo possível fundir o painel junto ao texto, e assim utilizá-

los de forma única como identidade do grande grupo.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 48

Page 54: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

Professor Estácio apresentando o painel

conceitual desenvolvido pelo GT1 Professora Clarissa fazendo a leitura do

texto desenvolvido pelo GT2

O GT1 iniciou as apresentações, e antes de explicar seu painel conceitual,

seus integrantes colocaram as dificuldades encontradas e as discussões que

ocorreram na construção da apresentação.

A primeira consistiu em que o ato ali realizado gerava uma redundância,

sendo que todo o material continha as falas que já estavam implícitas no grupo, pois

foram abordadas em um momento anterior pelo grande grupo. Um seqüente

apontamento do grupo foi de que eles seriam a natureza, e não teria como

desvincular a natureza de si mesmo.

Após estas colocações dos integrantes do GT1, a professora Carina deu

continuidade à apresentação do mesmo grupo com uma música de sua autoria,

criada especialmente para a ocasião.

“Professorinha está na salinha

colaborando com a vidinha,

Para preservar a naturezinha

Meio de vida, natureza linda,

para pensar em melhorar a vida.”

Na seqüência, o professor Estácio apresentou o painel conceitual criado pelo

GT1. A explicação se encontra a seguir no quadro à esquerda e o painel à direita.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 49

Page 55: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

Explicando o triângulo: - O homem está vinculado à natureza de que forma? Através da Cultura da Sociedade, e interfere na natureza através de seus atos, ou seja, da cultura dele.

Então, como começar a mudar isso?

Mudando a posição da cultura.

E como fazer isso?

Mudando a si mesmo. Não tem como eu repassar uma coisa que eu não pratico ou que eu não faço. Então, eu mudo a mim mesmo para tentar mudar as outras pessoas, através de ações.

Estas ações que eu vou passar para as pessoas têm que entrar muito naquela questão abordada na capacitação anterior, temos que fazer as coisas com prazer. E assim coloco como exemplo, capacitações cujo às quais somos obrigados em contraste com aquelas que optamos por prazer! Mas, muito mais do que isso deixando que a construção de conhecimentos seja de identidade do grupo e não um conhecimento imposto.

Então penso que é dessa forma que nós temos que trabalhar com os alunos.

E Como Atingi-los?

Nós já estamos conscientes, então não tem como conscientizar uma pessoa. Porque às vezes ela até sabe, mas tem que sensibilizar ela. Mostrar para ela o porque, que aquela consciência esta certa, o porque, que aquilo lá tem que ser feito. Um exemplo: À medida que vai acabando a água , eu estou me sensibilizando que eu vou ficar sem água. Então eu tenho que fazer alguma coisa pela água.

E dentro disso trabalhar com a pesquisa ação. A teoria do dia a dia. Não buscar uma coisa que está lá no outro país, lá na Amazônia. Começar a trabalhar com o que esta perto, que tem no nosso bairro, enfim que podemos ver e sentir. Podemos fazer uma trilha aqui na esquina e assim ver o processo de desmatamento, a poluição da água e ver o que estamos perdendo com isso.

Reprodução do painel conceitual elaborado e apresentado pelo GT1

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 50

Page 56: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

E para a finalização da apresentação, o GT1 coloca a música “Enquanto

houver sol” na melodia do grupo musical “Titãs” para fechar seu pensamento.

Quando não houver saída Quando não houver mais solução

Ainda há de haver saída Nenhuma idéia vale uma vida...

Quando não houver esperança Quando não restar nem ilusão Ainda há de haver esperança

Em cada um de nós Algo de uma criança...

Enquanto houver sol Enquanto houver sol

Ainda haverá Enquanto houver sol

Enquanto houver sol...

Quando não houver caminho Mesmo sem amor, sem direção

A sós ninguém está sozinho É caminhando

Que se faz o caminho...

Quando não houver desejo Quando não restar nem mesmo dor

Ainda há de haver desejo Em cada um de nós

Aonde Deus colocou...

Encerrando-se a apresentação do GT1, o GT2 inicia sua apresentação e

discussão, que começa com um breve diálogo entre a professora Elisabet e a

ministrante Renata Inui.

Elisabet: Antes de falar sobre o nosso trabalho, gostaria de saber, se foi idéia sua ou do grupo de vocês, deste trabalho de registro, destas informações de tudo que aconteceu? Realmente estão de parabéns!

Renata Inui: Este é uma parte da nossa metodologia de pesquisa. O registro faz parte do processo. Uma das questões que nos embasam, pois é um grande esforço, e a quem pertence este registro? Pertence ao grupo.

Elisabet: Realmente ler, retomar estas falas foi fantástico.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 51

Page 57: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

Após isso o GT2 revela que seu trabalho foi feito a partir do registro

socializado e assim foram retirados os aspectos mais importantes e precisos para

elaborar o texto. E acrescenta, que deste modo ficou um pouco diferente do primeiro

grupo, mas acredita-se que se conseguiu sintetizar tudo que estava contido no

referido registro. Logo na seqüência a professora Clarissa faz a leitura do texto em

voz alta, contemplando assim a apresentação do GT2.

A primeira experiência foi bastante angustiante devido ao fato de não podermos falar. Houve certa dificuldade por parte do grupo, em efetuar trocas com os objetos, pois nós não sabíamos qual seria o objetivo daquilo.

Uma das coisas que nos chamou bastante à atenção, foi encontrarmos vários objetos indígenas no caminho que nos levou a refletir a consciência que o índio tem para com a natureza, diferente de nós, homens pseudo-civilizados. A consciência de retirar dela somente o necessário para sua sobrevivência.

Atualmente, fala-se muito sobre conscientização ambiental. Se faz necessário uma pergunta: O que é conscientização ambiental? Acreditamos que seja bem mais que o cultivo de espaços verdes.

Ainda ali, se evidencia algumas espécies de nossa flora e fauna, para as futuras gerações.

O homem passou a tratar tudo como objeto. Deste modo ele não se sente fazendo parte dela (natureza) mais. Isto é, sujeito integrado. Ele se sente algo distanciado, e pode se apropriar.

Ele esqueceu a relação sujeito–sujeito. Acreditamos que a teoria sobre consciência ecológica esta pronta. Vários teóricos sobre o assunto, fizeram brilhantes trabalhos. Mas isso não basta, pois sabemos que a ética só tem sentido através da ação.

O que nós educadores podemos fazer para que nossas crianças possam agir para garantir uma natureza melhor?

Como diria santo agostinho, a ocasião faz o ladrão. Seja vigilante de você mesmo.

Parafraseando o filósofo, podemos refletir que temos o dever de educar os alunos pelo simples fato de um papel de bala cair sobre o chão, na sala de aula, pois só assim estaremos despertando neles, alunos, uma consciência mais aguçada e assim podendo levá-los a um mundo melhor.

Assim que os dois grupos finalizaram suas apresentações iniciou-se uma

discussão entre os dois grupos unificando as duas apresentações e relatando alguns

problemas identificados. Nessa concepção a professora Jaqueline, integrante do

GT1 faz seu discurso.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 52

Page 58: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

Nós (referindo-se ao GT1) tivemos uma verdadeira discussão. Até falamos uns aos outros, que foi redundante, pois o que estava escrito no registro... a gente se reportou ao dia, pois nos lembrávamos de tudo, assim, parecia repetitivo. Ai a gente começou a dar pareceres, uma chuva de idéias do que pode e do que não pode fazer.

Falamos da consciência: De ter ou não ter consciência? A gente sabe o que é certo e errado, mas faz o errado.

Falamos da escola, e dos pais também. Nós trabalhamos na sala de aula, mas como chegar até os pais? Só com palestra não resolve.

Estamos tendo problemas com os pais porque eles não entendem o “porque” desta parada hoje, então temos que explicar que isto está no calendário. Não percebem que é importante para os filhos, mas sim querem que os filhos estejam aqui.

E Educação Ambiental não é uma coisa a parte, é uma coisa que tem que estar inserida em tudo e aí ficamos em um debate muito difícil e por isso escolhemos fazer este esquema, ainda porque enquanto estávamos discutindo o Estácio foi anotando as coisas.

Algumas práticas em sala já estão acontecendo, mas não é o suficiente, porque a gente parou para pensar e viu que na nossa vida a gente não faz... Porque só ajuntar o papel da bala não basta... Porque eu continuo comprando a bala.

A gente aqui se considera consciente, mas todo mundo aqui trabalha para ter um bom carro e uma casa e para isso quando você vai fazer a casa você tenta escolher a melhor madeira, tudo do melhor... E tudo isso saiu da onde? Da natureza e a gente se considera consciente...

...Então começou a campanha das garrafas pets e o meu filho chegou em casa e disse:” - Mãe, agora a gente pode tomar três garrafas de refrigerante por final de semana porque eu vou poder levar três garrafas de refrigerante em vez de uma...” Então o que eu estou incentivando é o consumismo, até que ponto a gente está fazendo o trabalho correto.

Também não adianta a gente chegar e falar para os alunos e no final não fazer nada, porque eu por exemplo chego em casa e separo o lixo e é dado um destino correto, agora quem de nós aqui separa os lixos em casa?

Eu acho que no mundo em que vivemos hoje, o consumo é necessário e nós não vamos conseguir sobreviver sem esse consumo. Eu acho que não temos que parar de consumir, essa não é a solução.

A gente colocou os exemplos das empresas que fazem toda essa propaganda que são ambientalmente corretos, mas no fundo estão se isentando de impostos e agregam outras empresas que compram as idéias deles e vendem produtos... Nós conscientes vamos no

Logo em seguida, o professor Fábio do GT2 inicia seu discurso, numa forma

de complementar o que foi exposto pela professora Jaqueline.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 53

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Capítulo II – Marco Situacional

Ontem mesmo eu estava indo trabalhar e passei no posto para comprar um café, aí fui tomando até o terminal; e fui segurando ele até o terminal... Só que às vezes a gente se policia com algum objeto muito maior e não pensa direito com algo menor, a minha consciência é muito maior com uma garrafa pet do que com um papel de bala. Mas ao mesmo tempo eu sei que a ação é a mesma.

Em seguida, outros integrantes do GT2 seguem uma discussão na mesma

concepção que o professor Fábio.

Eu vou falar de novo o que já tinha falado... Isso está ligado a cultura, nós enquanto depois da festa limpando, olha quanto lixo se cada um tivesse jogado seu lixo na lixeira nós não estaríamos aqui limpando... Mas aí a Morgana comentou, será que tinha lixeiros espalhados? Então a gente olha pela cidade, onde tem lixo na praia? A gente vê tanta gente caminhando e quantas lixeiras têm pela praia, pelo calçadão? A gente consciente segura um pouco mais na mão, ou leva uma sacolinha, então é uma coisa da cultura, é isso que tem que mudar...

Você está falando de lixeira, há pouco tempo atrás a prefeitura colocou um monte de lixeiras na cidade e o que eles faziam? Eles colocavam fogo em uma lixeira muito bonita e achavam uma graça aquele fogo queimado...

Não se joga no lixo, porque não tem uma lixeira... Então temos que mudar essa cultura... Uma criança não iria segurar um copo plástico, iria jogar no chão pra se livrar disso.

Este debate foi gerado pela possibilidade de re-visitar o registro do encontro

anterior (referente ao Marco Conceitual), principalmente pelo fato de que passou

bastante tempo. A narrativa da vivência trouxe um primeiro impacto de uma imersão

num processo educativo. Percebe-se o que é mais marcante. A re-leitura pode trazer

questões redundantes ou essenciais ao grupo. E assim torna-se importante ouvir do

próprio grupo o que foi ou ficou marcado, e isto foi consolidado através destas duas

apresentações e das posteriores discussões.

A Educação Ambiental, e seu processo educativo, além de provocar a

sensibilidade, a reflexão, têm que ter meios para que a ação aconteça.

Os meios têm que ser considerados, refletidos se estão dando o resultado

adequado ou favorável, ou algum outro efeito inesperado. E por isso é importante ter

um olhar de pesquisa. E o que é pesquisar? É observar, refletir, analisar a sua

realidade. É uma postura intrínseca a cada um de nós.

Como é que a gente aprende? A verdadeira apreensão da realidade é quando

se investiga sobre ela, se indaga sobre ela. Por isso, a metodologia aqui trabalhada

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 54

Page 60: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

é a partir da provocação da pergunta do sujeito e do grupo. Isso muitas vezes gera

certa aflição entre os participantes, que se sentem desconfortáveis frente às suas

próprias perguntas, e assim tem a tendência de esperarem respostas prontas

inibindo a sua própria oportunidade de explorar e elaborar a resposta frente a sua

realidade.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 55

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Capítulo II – Marco Situacional

3. Concepção de Educação Ambiental dos projetos realizados e do plano de ação do grupo

As atividades referentes à concepção de Educação Ambiental dos projetos e

plano de ação do grupo se iniciaram no turno vespertino com 21 participantes, cujo

quais revelaram que o texto coletivo e o painel conceitual elaborados pelos GT1 e

GT2 inerente à concepção de Educação Ambiental são complementares, e assim

estão integrados como uma única identidade.

A partir daí o andamento da oficina segue com um aprofundamento da

reflexão sobre o marco conceitual com a realidade da Educação Ambiental na escola

objetivando um plano de propostas de ação do grupo. O grupo foi convidado para

definir o melhor encaminhamento para avançar na proposta de ação, pois ainda

havia muitas dúvidas no ar.

Neste momento houve uma exposição das realidades do cotidiano escolar e a

partir dos questionamentos do grupo sobre o que é a Educação Ambiental. Neste

contexto foi feita uma explanação dialogada tendo como referência o painel

conceitual elaborado pelo GT1, abordando aspectos das relações identificadas entre

os conceitos da rede semântica com as práticas do cotidiano nos projetos em

andamento ou das ações em sala de aula, abordando a Inserção Curricular da

Educação Ambiental Crítica a partir dos Projetos de Pesquisa, Investigação e

Construção de Conhecimentos (Pedagogia de projetos) e Agenda 21 Escolar.

Em consonância, foi abordado um estudo de caso referente aos papéis de

bala no chão da sala da 5ª série, envolvendo a pesquisa de forma simples no

cotidiano escolar.

A Educação Ambiental e o Papel de bala no chão: Conscientização X atitude efetiva

- Problema em questão: o professor não consegue manter a atitude dos alunos de 5ª.

A professora de 4º serie diz que conseguia com seus alunos, a partir de muita conversa, manter a atitude de cuidados com a sala de aula.

O professor de filosofia de 5º serie, com estes mesmos alunos, não pode nem se quer virar ao quadro negro, pois acontece uma chuva de bolas de papéis.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 56

Page 62: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

Dentro desta concepção fizeram-se vários questionamentos:

Seria problema da idade das crianças sendo que o passar deste ano provocou toda a mudança?

Será que é o fato da mudança na estrutura do trabalho com alunos, mais professores em períodos mais curtos de tempo?

Mas se havia uma conscientização dos alunos na serie anterior, então por que isso acontece?

Conscientização é a condição para as atitudes?

Como sensibilizar os alunos para este problema?

È problema só de um professor como foi colocado?

O que será que está acontecendo?

Surgiram muitas hipóteses por parte dos professores.: questão da Família, atitude e postura da família na educação das crianças. Transferência do papel de educação/comportamento para a escola.

Chamando a atenção que esta questão poderia ser trabalhada de forma interdisciplinar a partir de uma projeção entre os professores. Seria um projeto de pesquisa do grupo para descobrir respostas para as indagações dos professores e uma oportunidade de envolver os alunos nesta reflexão. Alguém perguntou aos alunos porque isso acontece? Esta questão é um problema isolado? O que esta envolvido ?

Nesta observação pode ser incorporadas várias atividades por diferentes disciplinas como exemplo, se o professor de matemática não poderia criar uma atividade dentro de seu conteúdo que utilizando os papéis voadores... quantificar, identificar periodicidade, freqüência , correlacionar com os momentos de maior freqüência da ocorrência deste fato... Já que trabalha conteúdo de estatística... Monitoramento ambiental.

Após toda a discussão relativa à concepção de Educação Ambiental o

professor Estácio apresentou a proposta de ação do Núcleo de Pesquisa e

Educação Ambiental Augusta Knorring (NUPEAAK), através do seu organograma de

funcionamento, enfatizando de que forma que o referido núcleo poderia auxiliar e

fomentar as ações e projetos realizados pelos professores.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 57

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Capítulo II – Marco Situacional

4. Avaliação das atividades referente ao Marco Situacional

No final do dia, assim que foram encerradas todas as atividades referentes ao

Marco Situacional foi solicitado para que os participantes do curso fizessem uma

avaliação de todo processo vivenciado.

Segue as avaliações:

Houve bastante troca em torno dos textos discutidos. Refletimos na apresentação apresentada.

Mas também seria interessante um momento mais concreto como a vivência no Zoobotânico. Neste sentido proporciona idéias, experiências nova podendo ser colocadas em pratica com os alunos. Mas parabenizo a equipe pelas inúmeras informações repassadas hoje.

No meu dia a dia, também faço a minha parte conscientizando-as para com o meio ambiente, assim acredito que a partir delas o mundo ficará melhor.

Hoje como também na Formação anterior foi muito proveitosa. Gostei muito da socialização. Me senti um pouco frustrada, muitas vezes impotente será que tudo isto algum dia vai acontecer? Mesmo todos batalhando por um mundo melhor. Na escola conscientizamos o aluno para um mundo melhor e em casa esta conscientização continuara?

A palestrante conseguiu transmitir o conteúdo de maneira dinâmica e inteligente. Parabéns a palestrante.

Marilene Bendini Sedrez

O segundo encontro de formação sobre educação ambiental foi bastante polêmico e cansativo. Foi uma etapa mais teórica, onde discutimos e ouvimos muito, buscando criar estratégias para adequar nossas discussões no cotidiano de nossas vidas, na pratica educacional como um todo.

No decorrer do dia as idéias ficaram bastante confusas. Muitas angústias e discussões que me deixaram angustiada e perdida.

Afinal, o que devemos fazer para ajudar nosso planeta? Estou ciente de que estamos fazendo muito pouco diante dos problemas ambientais.

Consegui entender que o problema é cultural, mas confesso esta meio sem rumo. O que fazer, se vivemos numa sociedade totalmente consumista?

Alessandra Nolli da Silva

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 58

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Capítulo II – Marco Situacional

Em alguns momentos do dia de hoje me senti angustiada, fiquei sem saber o que fazer o que pensar, fiquei sem rumo. Mas, no decorrer do curso as idéias foram clareando. Consegui aos poucos entender um pouquinho sobre a concepção educacional ambiental. Durante o decorrer do dia fiz várias reflexões sobre a minha ação pedagógica. E, felizmente conclui que estou direcionando, de alguma maneira, os meus alunos positivamente com o meio em que vivemos, noto que há harmonia entre os alunos e a natureza.

Pude perceber que a palestrante conseguiu transmitir os conhecimentos que estavam esquematizados e também nos provocar para ter interesse em descobrir quais são esses conhecimentos. Neste momento foi interessante porque assim podemos manifestar as nossas idéias, dando várias discussões e principalmente mexendo com o nosso pensar e até mesmo com o nosso sentir.

Cada vez mais sinto que o nosso grande desafio hoje, enquanto educadores é criar ações válidas que conscientizem os nossos alunos a reciclar ao cuidar do meio a preservar sem que pensem apenas nos resultados que somente beneficie ele próprio, mas que seja uma cooperação, um apoio mútuo, isto é que beneficie o mundo todo. Fazendo assim, que o aluno queira cada vez mais uma qualidade de vida melhor para todos os seres, sendo que assim todos ganham.

Sei que é um processo longo, mas com muita paciência e amor conseguiremos vencer mais esta batalha da preservação do ambiente.

Fluir do teor do grupo é sempre um desafio lançado, que se torna difícil de por em prática. Os diferentes teores e desejos resultam em divergências.

Porém, entre as divergências encontrou-se um pensamento comum que fluiu os mesmos.

A tarde houve as construções de teorias pré-feitas, isso até um momento tornou-se cansativo, mas atingiu bom rendimento.

Estácio Jussie Odisi

Hoje o curso de formação ambiental foi um pouco polêmico, devido as nossas expectativas. A discussão acerca dos resultados possíveis da Educação Ambiental, e questões como onde e quando serão esses resultados, nos deixou com uma sensação de frustração. Mas, sabendo que a Educação Ambiental é um processo contínuo e a longo prazo, essa sensação de frustração foi substituída por uma vontade de ajudar e fazer nossa parte no âmbito da educação formal. Através da educação faz-se a transformação da criança em um adulto responsável e instruído, o qual contribuiria através de seus atos e hábitos para a preservação do meio-ambiente.

Ana Carolina Lopes

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 59

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Capítulo II – Marco Situacional

Penso que o encontro de hoje poderia ter sido mais produtivo porque discutimos assuntos já discutidos no encontro anterior, isso aconteceu principalmente na parte da manhã.

No entanto, a parte da tarde foi boa, pois houve discussões interessantes no grupo, que me fizeram refletir sobre algumas atitudes em relação a meus alunos. Também percebi que Ambiente é tudo, não só plantas, animais, mas, nossa atitude, como respeito, cooperação, tudo isso faz parte do ambiente e que, aprendido isso, re-significado esse conceito, a sociedade irá se sensibilizar, podendo mudar nossas ações.

Adriana Fischer Ribeiro

Considerei muito importante as discussões teóricas desta tarde, principalmente quanto à questão fundamental no que diz respeito ao “ser e ao outro”. Vejo esta como a maior questão para este tema, e creio que se ela não for respondida, não haverá sucesso.

Não creio que possa haver sucesso sem essa resposta: quem é a Natureza?

Trata-se de uma questão ontológica; por que nossos processos de construção da personalidade não abarcam esta dimensão?

Ou a resposta: por que a religiosidade não dá conta desta questão?

Gostei muito de ter me deparado com essas questões; e gostaria de seguir mais nesta linha.

Obs.: Participei somente no meu horário; de tarde, e me senti um pouco perdido no início das discussões.

Fernando Luís

Nosso dia hoje foi proveitoso, pois tivemos muitos momento ou reflexão. Repensar nossas atitudes, relembrar que não somos singulares, mas sim um grupo, onde cada um tem sua função. E que todos temos que fazer sua parte. Pois como foi, falado e refalado, estamos todos interligados e dependemos uns dos outros.

Na discussão da tarde, fiquei um pouco perdida, pois, enfatizaram bastante os problemas de 5ª a 8ª séries. E eu trabalho com o maternal.

Mas em suma foi bem e tirei proveito das orientações dadas, e vou tentar trabalhar com a escola onde trabalho, principalmente, a pesquisa das necessidades da comunidade.

Espero aprender mais. Novamente Obrigada.

Araceli Lang

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Capítulo II – Marco Situacional

Eu não estive presente no período matutino, mas sim, no período vespertino.

Tive a oportunidade de pegar o material que foi entregue e trabalhado pela manhã e gostei bastante.

Gostei do resgate do curso anterior, do fato de ter um material com a fala individual de cada participante do curso. Dessa forma é possível analisar essas falas até que ponto realmente “estou” envolvido como meio ambiente através da minha fala ou atitudes.

Eu volto a falar que sempre estive muito envolvido ao que se relaciona ao meio ambiente e isso eu não aprendi na escola e sim em casa. Por esse motivo acredito que a relação e respeito ao meio que vivemos é como ser educado, vem do “berço”.

Foi citado o fato da escola já ter um projeto do ano anterior e dar continuidade a ele, eu não trabalhava aqui ano passado, mas, como sugestão eu diria que antes dos encontros a escola e palestrante entrarem em contato pra que a escola passe qual é o objetivo a ser alcançado. (sugestão)

Voltando ao passeio, “que não fiz”, eu pretendo fazê-lo com os meus alunos, usando todos os critérios que foram usados com os professores, pois acredito que dessa forma não será só um passeio e sim terá um significado bem maior.

Quanto ao período vespertino gostei muito das sugestões de como trabalhar com os alunos;

As discussões e reflexões foram ricas e construtivas;

Penso que nós devemos encontrar meios para trabalhar com nossos alunos a importância de conscientização ao nosso relacionamento com o meio ambiente e a importância do respeito com tudo que nos rodeia.

Oliva

Acredito que foi mais um momento de reflexão. O dia de hoje foi muito especial, pois tivemos a oportunidade de dialogar sobre um problema emergente que rodeia o nosso planeta, isto é, o ambiente.

Acredito que a teoria sobre consciência ecológica está pronta. Vários teóricos sobre o assunto em pauta fizeram e fazem brilhantes trabalhos, mas isso não basta, pois sabemos que não basta sensibilizar mais sim, agir com ações que possa levar-nos a uma consciência mais aguçada.

Gostaria que no próximo encontro pudéssemos pontuar algumas ações que se faz necessária pra um mundo melhor.

Fábio

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 61

Page 67: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

O dia de hoje foi mais um momento de reflexão quanto à questão Ambiental. Veio de encontro com as reflexões feitas no 1º encontro. Tendo como objetivo principal a preocupação e conscientização com os problemas sociais relacionados ao meio ambiente. O homem está inserido na natureza e necessita-se “urgentemente” ações que façam que o homem (sociedade) mude sua cultura em relação a ele.

Os projetos feitos em nossa escola precisam ser continuados a fim de sensibilizar nossos alunos ao por quê de não poluir e o mal que esta ação ocasiona, levando estas ações para além dos muros escolares.

Goreti Dutra

O dia de hoje foi bastante conflituoso, gerando algumas reflexões, avaliações e posicionamentos referentes ao AMBIENTE.

Reconheço que, fiquei angustiada e frustrada por compreender que o sistema ao qual estamos inseridos está intimamente ligado a um sistema capitalista (de consumismo) e isso implica em um comportamento característico em relação ao AMBIENTE.

Certamente, entendo a educação numa perspectiva de construção de conhecimento que se faz muito na escola, porém, parece que este muito, é pouco.

Que educação queremos?

Eu quero sonho e busco uma educação em que todos se sintam parte do Ambiente e sejam co-responsáveis e colaboradores neste processo. Num movimento dinâmico em que o professor, aluno, pais e sistema sejam parceiros, colaboradores e comungue de um mesmo objetivo “Sensibilizar e conscientizar” a todos.

Gostaria de alguns teóricos como sugestão para fundamentar-me mais. Obrigada!

Jackke

Gostei muito de ter sido inserido neste projeto de aprendizado para educação ambiental, no primeiro contato que tive no encontro passado onde tivemos passeio no zôo botânico pelo período da manhã, a tarde eu não participei, hoje quando cheguei fiquei meio perdido para responder as primeiras perguntas pois como não tinha participado no ultimo período da tarde e era continuidade do assunto não respondi.

Mas no decorrer com a apresentação de algumas dúvidas e as explicações dos assuntos onde foram esclarecidas todas, minha avaliação é excelente nota 10 para Renata.

José Aparecido de Souza

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 62

Page 68: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo II – Marco Situacional

Hoje me senti angustiada e em alguns momentos foi difícil entender a fala da professora.

Entendi que o problema é “CULTURAL”. Considerava-me consciente, agora já não sei mais!

Faço parte da sociedade e tenho sonhos em comum a ela. Um bom carro, uma linda casa, mesmo sabendo que para isso algo vai ser prejudicado.

Estamos nos enganando ao achar que somos conscientes quando pegamos um papel e jogamos no lixo, quando separamos o lixo e reciclamos. É preciso muito, muito mais.

A realidade traz o CONSUMISMO, a POLÍTICA, ambos muito presentes em nossas vidas, enquanto o assunto E.A. apenas engatinha.

Adriana Schroeder

O dia de hoje foi maravilhoso.

A reflexão dos temas trabalhados do encontro anterior.

A preocupação da professora era o nosso entendimento como fazer uma Educação Ambiental.

O encontro de hoje, foi muito importante para percebemos as nossas atitudes do dia-a-dia. Procuro sempre estar conversando com as crianças sobre a preservação do meio ambiente, como ao jogar papel no chão, economizar água...

Percebo bastante preocupação deles em relação à preservação e isto me deixa bem contente em relação ao meu trabalho. Mas sei que apenas isso não basta, é preciso a conscientização de todos (pais, amigos...) para uma real melhoria na preservação.

Daniela Ribeiro

No nosso encontro de hoje recapitulamos o encontro anterior. Estudamos pela manhã e debatemos idéias vistas anteriormente. Portanto o encontro de hoje foi produtivo, mais eu me pergunto será que esse nosso projeto terá continuidade, se ele nos ajudará em alguma coisa.

Diego Thomaz

O encontro de hoje teve bastante discussão sobre o que discutimos na data anterior. O

curso esta sendo bastante produtivo, mas deveríamos ter mais práticas sobre educação ambiental, além de mais ideais de como trabalhar com os alunos e com a própria comunidade, para uma melhor e mais eficiente conscientização ambiental.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 63

Page 69: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III

MARCO

OPERACIONAL

Page 70: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

1. Apresentação - Palestra com José Matarezi

As atividades referentes ao Marco Operacional ocorreram no terceiro

encontro realizado dia 07 de novembro de 2007, durante o período matutino, em

salas de aula da Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring. O

encontro contou com a presença de 22 participantes.

O encontro iniciou-se com uma palestra ministrada pelo professor/mediador

José Matarezi, na perspectiva de abordar numa forma sistêmica tudo que foi

construído durante os dois primeiros encontros do processo de formação

proporcionando assim condições de iniciar um trabalho no âmbito de um Marco

Operacional.

Nessa concepção a palestra iniciou-se com a explanação de um quadro que

revela relatos do grupo frente à representação da rede semântica (criada no Marco

Conceitual).

• Eu vejo o Sonho, Eu vejo o Caminho, Vejo a Alegria, Todos Juntos, ao mesmo tempo interligados, perspectivas de futuro...

• Da Vivência, Experiência vivenciada com o Grupo... Da necessidade, dos sonhos, do desejo e da vontade, ...do pensamento, esperança, idéias, reflexões, e da consciência dos integrantes do grupo, baseado na percepção de EA de cada um...

• Uma iniciativa, união com cooperação, diálogo, reflexão em torno de um objetivo: a EA e a necessidade de união... um caminho... Situações do nosso dia a dia, preocupação, indignação, busca... Atitudes de mudança...

A partir deste quadro, proferiu-se uma provocação ao grupo com as Três

questões, que seguem abaixo.

1. Que concepções e ações de educação ambiental a escola/grupo assume?

Será um Conceito, Discurso, Práxis, Lema, Slogan, Metáfora...

Mas sabe-se que é um projeto coletivo a ser concretizado.

2. Qual a utopia/sonho para a educação ambiental do grupo/escola?

3. Quais as estratégias de ação e reação coletivas?

Projeto comum da escola.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 65

Page 71: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

É importante que o direcionamento dado nas questões anteriores resgatem

ou garantam três eixos na Educação Ambiental:

• TOTALIDADE DA PESSOA (sair do gueto/do grupo! do circulo fechado);

• PERMANÊNCIA (que seja por todos os poros, em todos os lugares e espaços);

• CONTINUIDADE (permita seu desdobramento).

A proposta geral da palestra foi a de enfocar a importância da construção de

uma Educação Ambiental Crítica, Libertária, Emancipatória e Transformadora a qual

se torna peça chave na valorização das diversas dimensões da sustentabilidade,

seja cultural, ambiental, social, econômica, tecnológica, institucional e política.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 66

Page 72: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

2. Sonhos de Educação Ambiental para a escola

Após a palestra, iniciou-se a aplicação da Oficina de Futuro1 com o grupo,

começando pela atividade “Árvore dos Sonhos”. Esta atividade proporciona um

espaço para o participante/grupo sonhar em algo de valor para a Educação

Ambiental da escola. Cada participante ganhou uma folha em branco no qual

escreveu seus sonhos nessa perspectiva. Na seqüência estes sonhos foram

apresentados no grupo e a folha afixada num painel.

As respostas foram de diversas origens, mas que puderam ser agrupadas em

três categorias, a primeira possuindo sonhos a nível macro (amplo), a segunda

sonhos/objetivos mais estruturais e a última sonhos mais específicos e estruturantes.

Categoria 01 (Sonhos a nível macro)

• Ação pronta;

• É caminhando que se faz o caminho!;

• Sensibilização para formar cidadãos conscientes do seu papel no mundo;

• Formar alunos motivados pela sua própria consciência;

• Conscientização é um “processo” contínuo e a longo prazo;

• A educação é para toda vida;

• Que conseguíssemos que algumas atitudes em relação a Educação Ambiental fossem colocados em prática de maneira séria;

• Conscientização.

1 A Oficina de Futuro é uma metodologia criada pela ONG “Instituo ECOAR para a Cidadania” para a construção de projetos coletivos e também é referência para a formação de COM-VIDAs conforme a publicação do Ministério da Educação e Ministério do meio Ambiente em: BRASIL. MEC, MMA. Formando COM-VIDA construindo agenda 21 na escola. Brasília: MEC, Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2004. 42p.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 67

Page 73: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

Categoria 02 (Sonhos mais estruturais)

• União = Força = Resultado;

• Ação coletiva;

• Conscientização;

• União: Comunidade x Escola;

• Sensibilidade;

• Maior participação do grupo (Escola x Comunidade);

• Vontade – Ação;

• Conseguir sensibilizar e motivar para uma ação-reflexão coletiva;

• Buscar o interesse dos alunos e sensibilizá-los quanto à importância da Educação Ambiental!

• Conseguir o envolvimento da comunidade;

• Envolvimento de todos no projeto;

• Prática do desenvolvimento sustentável por TODOS;

• Através do núcleo de pesquisa, preparar cada professor, para que a partir de sua disciplina, possa realizar trabalhos com os alunos e comunidade, no sentido de conscientizar, educar e transformar o espaço geográfico degradado;

• Trabalho coletivo.

Categoria 03 (Sonhos mais específicos e estruturantes)

• Mudar as ações dos alunos em relação ao lixo gerado na escola e em sua casa;

• Maior conscientização entre as pessoas sobre o desmatamento;

• Explorar espaço existente na “Escola” e fora dela. (Reuniões com os moradores);

• Hortas;

• Jardins;

• Acampamentos Ecológicos;

• Lixo no Lixo.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 68

Page 74: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

Professor Fábio apresentando seu sonho de

Educação Ambiental para o grupo Professora Ana Carolina apresentando seu sonho de Educação Ambiental para o grupo

Grupo atento às apresentações Painel com os sonhos do grupo dividido em

três linhas/categorias

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 69

Page 75: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

3. Propostas de ação

Após despertar os sonhos e desejos do grupo para com a educação

ambiental na escola, iniciou-se uma discussão sobre propostas de ação que o grupo

pode tomar mediante os problemas vivenciados na realidade local.

Discutiu-se muito a importância de realizar um diagnóstico da comunidade, e

assim compreender quais são os problemas reais, quem são as pessoas envolvidas

para então tentar traçar a melhor ação para resolvê-lo. Partindo dessa premissa

apontou-se alguns passos necessários para a sua aplicação, como segue abaixo:

1º. Problematização – Encontrar quais são as pedras que estão no nosso

caminho, ou seja, encontrar o problema;

2º. Refletir sobre como mobilizar a comunidade/escola – esta etapa que deve

ser bem pensada, pois ela define variáveis tais como:

• Um trabalho preso à retidão disciplinar ou interdisciplinar;

• Diagnóstico realizado na escola ou realizado da escola para a comunidade

local;

• Terá protagonismo do aluno ou o professor tomará a frente? (Aqui ocorre a

discussão de que muitas vezes o aluno manipula os dados em seu benefício,

transformando e/ou mascarando a informação).

3º. Pesquisar a realidade – Realizar uma coleta de dados/informações para com

isso dimensionar o problema (“Temática”) e fazer com que posteriormente

resulte em uma “Ação”. Isso poderá abarcar várias questões tais como as

discutidas:

• Como a comunidade vê a escola?

• Qual a relação entre aluno e família?

4º. Planejamento do conjunto de ações estratégicas – Reunir o conjunto

escola/comunidade/parceiros e elaborar ações estratégicas (provocações) para

resolver os reais problemas apontados pelo diagnóstico. (Autonomia local)

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 70

Page 76: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

Lembrando que estes passos partem de um diagnóstico genérico da situação

ambiental, na perspectiva de se obter uma visão sistêmica do contexto local e da

complexidade de relações envolvidas nas questões ambientais. Para tanto é

importante que se decida como poderia ser elaborado e quais as parcerias possíveis

para abranger uma visualização da realidade socioambiental do território definido

pelo grupo.

Diagnóstico genérico (Visão complexa – sistêmica):

* Específico Escola

* Individual

* Participativo Comunidade

Específico: o diagnóstico pode abordar um problema ou tema especifico.

Este diagnóstico poderia abordar a realidade interna na escola, feita pelos

professores e alunos ou ampliar para o entorno da escola tendo como parceiros no

levantamento de dados, a comunidade local. Poderia ser protagonizado pelos

alunos, por exemplo, junto à sua vizinhança.

Individual: pode partir do questionamento da pessoa que buscará pesquisar

e levantar os dados que lhe interessam.

Participativo: o grupo define coletivamente as questões chaves a serem

investigadas, planejam e atuam em conjunto na coleta, sistematização, síntese e

interpretação dos dados e elaboram a partir dai suas propostas e agenda de

compromissos a serem assumidos para superar os problemas encontrados.

Uma proposta que segue forte é a necessidade de dar continuidade ao processo de formação, partindo para um segundo ciclo focado em um suporte técnico, atendendo a necessidade do grupo em preparar e executar ações.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 71

Page 77: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

4. Referências recomendadas Ao longo do curso pode-se notar a necessidade que alguns professores

tiveram em obter um referencial teórico. Partindo desta necessidade abaixo segue

uma lista de referências recomendadas para um aprofundamento das questões

debatidas neste ciclo de formação.

CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação Ambiental: a formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004. 256p. FERRARO JÚNIOR, Luiz Antônio (Coord.). Encontros e caminhos: formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília: MMA, Diretoria de Educação Ambiental, 2005. 308p. GRUN, Mário. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. Campinas: Papirus, 2000. 120p. LAYRARGUES, Philippe Pomier (Coord.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. 156 p. MINC, Carlos. Ecologia e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998. 128p. PENTEADO, Heloísa Dupas. Meio ambiente e a formação de professores. São Paulo: Cortez, 2000. 120p.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 72

Page 78: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

5. Avaliação das atividades referente ao Marco Operacional

No final da manhã, assim que foram encerradas todas as atividades

referentes ao Marco Operacional, finalizando o ciclo de formação, foi solicitado para

que os participantes do curso fizessem uma avaliação de todo processo vivenciado

como um fechamento de todo o ciclo.

Segue as avaliações:

Certamente esta manhã foi extremamente produtiva. Percebo o quanto estamos mais fundamentados.

Questões nortearam reflexões que efetivamente fazemos querer realizar ações. Ações conscientes que envolvam a todos.

Sonhos foram revelados e a partir deles traçamos objetivos. Objetivos claros que motivarão o caminho. Logo, se teve a percepção de qual seria este caminho. (que antes estava confuso ou até inexistente).

Através do plano de ação o processo iniciado lá na Trilha da Vida vai continuar sempre.

Obrigada pelo conflito que me causaram e por me permitirem ser sensibilizada.

Gostaria de receber referências teóricas.

Jackke

A reunião foi muito boa. Nota dez!!!

Foram apresentadas muitas discussões sobre o meio ambiente. O dirigente refletiu, ou melhor, abriu portas de uma reflexão de cunho ambiental envolvendo a cidadania, consciência e os princípios racionais de como agir.

Os participantes apresentaram frases por escrito e formou-se um painel com variados pensamentos objetivos.

Esta palestra é de grande valia, pois focalizou um assunto que desde já é um problema mundial. Hoje em dia pouco se fala desse problema, poucos intelectuais no assunto assumem uma causa maior, discutir e buscar soluções para o problema. Fazem acirradas discussões sobre questões ambientais.

É um trabalho prático, eficaz e consciente, que visa levantar hipóteses, que de uma forma ou de outra vai dar seus frutos.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 73

Page 79: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

Adorei!!! Nesses encontros pude construir uma relação mais estreita com o processo de formação ambiental.

Pode-se dizer que é um desafio, um projeto a ser concretizado. No meu ponto de vista estes encontros foi uma importante iniciativa para a nossa escola refletir, dialogar, construir significado, criar perspectivas para um futuro mais ecológico para o planeta.

Os debates que se realizaram foram de grande valia, assim pode se entender que houve reflexão. Isto é um indicativo que está acontecendo o processo.

Parabéns pelo trabalho de vocês! Fiquei honrada em ter a oportunidade de poder conhecer um pouco mais da Educação Ambiental por pessoas tão conscientes e maravilhosas como vocês.

Sejam felizes!!!

Carina Paza Mannrich

Nesta última etapa da formação houve bastante integração e pensamentos em comum no grupo. As discussões foram bastante proveitosas e realmente trouxe um fechamento para o trabalho, neste ano. Acredito que deveríamos continuar com tais encontros para fortalecer nossos sonhos e partir então para a conquista dos mesmos.

Parabéns ao grupo!

Parabéns aos responsáveis por esta formação.

Alessandra

Esta manhã que deu o fechamento da formação Ambiental foi muito interessante e

inteligente como, aliás, toda a formação. Foi muito proveitosa, pois apesar de ser um assunto muito polêmico, nestes encontros nos sentimos mais conscientes para lutarmos cada vez mais por um mundo melhor para nossos alunos, filhos, netos, etc...

Parabéns mais uma vez aos palestrantes e espero que este projeto tenha uma continuidade partindo primeiramente de cada um de nós.

Marilene

O último período da formação continuada foi proveitoso. Porém, cansativo.

Espero que vocês possam vir mais vezes nos abrilhantar com o conhecimento.

Parabéns!

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 74

Page 80: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

Chegamos ao final deste curso, com mais uma oportunidade de refletirmos ações que irão nortear nossos projetos que serão feitos em 2008. A partir destas dicas e discussões propostas neste curso podemos realizar diagnósticos em nossa comunidade com o intuito de a partir da coleta de dados propor estratégias de mobilização e envolvimento da comunidade da escola. A educação ambiental faz parte de nossa prática pedagógica e jamais podemos desvinculá-la, pois a necessidade está muito próxima de conscientizar urgentemente as nossas gerações sobre a importância de preservar este bem precioso que está se acabando que é a nossa “natureza”.

A nossa qualidade de vida depende muito desta conscientização.

Hoje pelas falas dos professores e dos palestrantes deu uma elucidada sobre assunto de E.A., pois teve várias falas de como deve ser feito um plano de ação para chegarmos ao problema com as ações renováveis que vá modificar a ação imprópria (errada). Adorei este curso, acho de grande importância para o mundo, deveria ser mais disseminado devemos continuar para os próximos anos. Este trabalho é árduo, porém “valoroso”. Vocês estão de parabéns, este curso poderia ter em outras escolas também. Quando tiver outras datas para o curso eu gostaria de saber para participar. Este é o meu e-mail: [email protected]

Obrigada, parabéns para vocês novamente!

Evenita Beatriz Bonomini

Hoje chegamos ao “fim” deste curso, mas, o começo de um novo olhar, envolvimento, consciência, busca para ajudar o meio.

Refletimos bastante! Sobre alguns projetos, estes precisam ser melhorados, concluídos.

Surgiram no grupo algumas ações de partida. A idéia de chocar foi uma delas. Acredito que esta é uma forma de chamar a atenção da comunidade para o real e tentar trabalhar a conscientização de todos!

O fechamento do ciclo de formação foi muito proveitoso. Dessa vez algumas ações foram especificadas. Foi possível refletir sobre ações, metodologias de trabalho, com orientação dos ministrantes do curso. Fomos induzidos a assumir um ponto de partida para iniciarmos efetivamente os projetos.

Aprendi que o primeiro passo da E.A. é incomodar, chocar e isso acontece. A partir daí é partir para a ação e bolar estratégias para mobilizar alunos e comunidade.

Muito obrigada aos Educadores Ambientais, Parabéns pelo trabalho belíssimo!

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 75

Page 81: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

Nos encontros sobre educação ambiental, foram debatidas informações que nos foram passados de que, como conseguir fazer alguma coisa em benefício do meio ambiente.

As aulas dadas pelos professores foram muito boas e interessantes, principalmente quando a gente ia para a prática.

Os debates foram proveitosos, pois o grande grupo chegou a um denominador comum, para encerrar o trabalho em nossa escola.

Espero que essa semente seja colhida, ou seja, que ela não morra pelo caminho.

Diego

Nesta última etapa refleti ainda mais sobre este tema tão importante.

Como foi colocado no curso é apenas uma “iniciativa” para com nossa formação, ajudando assim a termos uma consciência ainda maior.

Esta educação servirá para toda a vida enquanto houver consciência, claro!

Contendo uma ação coletiva Escola X Família seria ainda mais adequado e definitivo, assim formando pessoas reflexivas ajudando o meio ambiente.

Sendo assim UNIÃO=FORÇA=RESULTADOS cria um mundo melhor e mais consciente.

Quero ainda parabenizar estes momentos de reflexão. Se cada pessoa tivesse um pouco desta consciência o mundo seria melhor.

Com certeza tentarei passar um pouco desta vivência aos meus alunos proporcionando uma educação mais rica.

Gostei do curso, pois ele instigou a análise, discussão e crescimento em relação a propostas de trabalho e suporte para nossas ações.

Tenho interesse na continuidade dele e em desenvolver esse trabalho na escola em que trabalho.

Minha maior dificuldade é definir o modo de abordar o problema/diagnóstico, mas já esclareci algumas dúvidas.

Foi o primeiro passo.

Maria Regina

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 76

Page 82: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

Gostei do último dia do curso, mas achei bastante cansativo, me pareceu um pouco repetitivo.

Espero que esse curso continue nos trazendo mais informações importantes a respeito do meio ambiente.

Obrigada e parabéns!

No início da palestra, foi um pouco cansativa, mais depois no decorrer da manhã, o grupo foi se voltando e dialogando, havendo uma troca entre palestrantes e professores. Aonde foi mais produtivo.

Mais foi muito produtivo essa palestra, como todas as outras.

Parabéns pelo trabalho que vocês vêm realizando.

Sou formado em filosofia como bacharel, estudo, faço graduação em matemática e leciono geografia. Tenho pouca experiência com didática. Por isso, minhas expectativas com relação a esta formação continuada, seriam sobre a obtenção de um maior conhecimento sobre meio ambiente: problemas ambientais, os formadores fazerem alguns diagnósticos ambientais com os professores na comunidade, técnicas de aulas sobre meio ambiente. Estudo sobre o meio ambiente (não algo pronto e acabado) mais algo que preparasse os professores para agirem como os alunos de forma concreta na comunidade.

Gostei da formação continuada. A formação e os formadores com suas palavras contribuíram muito para minha formação profissional.

Gostei do curso, hoje cheguei à conclusão que o trabalho é bem mais complicado que imaginava. A partir do ano que vem pretendo iniciar o trabalho na escola, fazendo o diagnóstico e partir para as ações.

O mais difícil no meu ponto de vista é fazer as pessoas entenderem que E.A. é educação como “todo”, não é só as questões ecológicas.

E.A. é cuidar de si, cuidar do ambiente onde vive, cuidar do mundo.

Andréia

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 77

Page 83: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Capítulo III - Marco Operacional

6. Celebração de encerramento do curso

Ao término da manhã do terceiro encontro encerrou-se o ciclo de formação.

Diante disto foi realizada uma celebração comemorando o comprimento de mais

uma etapa na caminhada do grupo que segue dentro do lema “A união faz a força!”.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 78

Page 84: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Considerações Finais

A formação tem demonstrado ser de fundamental importância no sentido de

criar um espaço para construção e reflexão das práticas buscando o enraizamento

da EA no contexto da comunidade e da instituição como um todo. O processo de

formação continuada na área socioambiental recebe amparo tanto pelo Ministério da

Educação (MEC) como pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) notadamente pelo

Programa Nacional de Formação de Educadores Ambientais (ProFEA).

As vivências propostas nesta Formação, a partir dos experimentos

educacionais, tornam-se motivadoras para a ação, ao mesmo tempo em que

permitem a emergência e construção de parcerias. Os sujeitos que vivenciam juntos,

certas situações sensíveis, criam e/ou aproximam laços de relações que vão além

de meramente profissionais o que, sem dúvida alguma, repercute na prática. A

vivência com os experimentos educacionais transdisciplinares tem desencadeado

um contato sensível com as várias dimensões da “realidade” o que possibilita

encontrar, a partir da subjetividade dos seus participantes, as essências motivadoras

ou o “que de fato é importante” para construir a práxis pertinente aos desejos e

necessidades de cada grupo. As narrativas geradas e as construções dialógicas

permitiram a emergência de construções coletivas provocadas por uma experiência

concreta, comum a todos. O método fica evidente aos participantes de uma forma

sensível e prazerosa e permite que cada um entenda como acontece na prática dos

Planos de Ação em sua escola e comunidade.

O contato através da vivência proporciona muito mais do que motivação, é

capaz de desencadear um olhar sobre uma Educação Ambiental Crítica, Libertária,

Emancipatória e Transformadora. Isso se torna necessário para que se possa avaliar

a prática docente e assim determinar se a Educação Ambiental praticada é coerente

com seus princípios.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 79

Page 85: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Considerações Finais

Através deste processo formativo os professores participantes tiveram a

oportunidade de expressar os seus sonhos de uma Educação Ambiental na escola,

e a partir destes elaborar propostas de ações para que repercutem em resultados

concretos.

Ao longo do processo de formação os participantes tiveram a oportunidade de

expressar suas críticas, desejos, relatos sobre cada encontro participando. As

avaliações em geral foram muito satisfatórias. Pode-se evidenciar que o grupo se

motivou e apresentou frustrações bem como o entendimento de que o processo de

executar a Educação Ambiental é muito mais complexo e importante do que se

imaginava antes da formação.

Notou-se a necessidade de dar continuidade ao processo de formação,

partindo para um segundo ciclo focado em um suporte técnico, atendendo a

necessidade do grupo em preparar e executar ações.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 80

Page 86: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

Apêndice A – Proposta do curso

1. Programa Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos

O Laboratório de Educação Ambiental da UNIVALI em parceria com a ONG

Voluntários pela Verdade Ambiental e Faculdade Intermunicipal do Noroeste do

Paraná (FACINOR) vem, desde 1997, produzindo e disseminando experimentos

educacionais e práticas pedagógicas em Educação Ambiental associadas a

formação inicial e continuada de educadores ambientais, e executando projetos em

parceria com movimentos de base comunitária, ONG´s Ambientalistas e Prefeituras

Municipais na porção centro-norte do litoral catarinense e no estado do Paraná. Com

estes propósitos é que o Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza

com os Sentidos” foi criado e vem sendo coordenado pelo Laboratório de Educação

Ambiental (LEA/CTTMar/UNIVALI).

O Programa Trilha da Vida tem como objetivo promover uma reaproximação

dos participantes com o meio ambiente nos seus aspectos naturais, culturais e

históricos, e por esta via, estimular uma reflexão crítica das relações históricas entre

sociedade, o indivíduo e o meio ambiente. Isto é feito partindo-se do campo da

Educação Ambiental (EA) Comunitária e em Unidades de Conservação, tendo como

base o enfoque socioambiental e a perspectiva Emancipatória, Crítica e

Transformadora da EA.

Essencialmente, o programa propõe aos seus participantes uma caminhada

por uma trilha cuidadosamente elaborada visando uma vivência de (re)descoberta

do sujeito e das relações que ele estabelece com o lugar onde se vive. Esta

metodologia se configura como um “Experimento Educacional Transdisciplinar”

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 81

Page 87: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

(MARONE, 2000; PERALTA, 1997 E 2002; WALGENBACH, 1996a e 1996b), no

qual as pessoas vivenciam diferentes situações exercendo intensamente o tato,

olfato, paladar e audição (MATAREZI et al., 2003) na exploração de trilhas

perceptivas1 e interpretativas.

Enquanto metodologia de Educação Ambiental integra objetivos

educacionais, terapêuticos e conservacionistas. Potencializa as três grandes

dimensões desta EA, ou seja, provoca uma auto-atividade geradora de uma

profunda “tomada de consciência” 2 das inter-relações entre “Eu – Meio Ambiente”,

“Eu – O Outro” e “Eu – Eu Mesmo”. Este é um processo inicializador que permite

desdobramentos em termos de formação de coletivos educadores3.

Pode-se dizer que o Programa “Trilha da Vida” está em constante processo

de evolução e construção, uma vez que sua concepção é resultado de uma longa

caminhada enquanto formação em EA. Mas possui um rigor metodológico capaz de

atender diferentes públicos dependendo do ambiente, dos recursos disponíveis e

principalmente do contexto e objetivos pedagógicos definidos e construídos

coletivamente. Justamente por representar uma gama de possibilidades é que se

torna necessário uma sólida fundamentação teórica para que a proposta possa ser

disseminada dentro desta perspectiva de Educação Ambiental Crítica. Isso é

possível quando se garante um processo de formação continuada em EA da equipe

e ou coletivos educadores responsáveis pela sua implementação ou desdobramento

a nível local.

¹ Termo adotado pelo Programa Trilha da Vida (LEA/CTTMar/UNIVALI), para designar as atividade de interpretação ambiental realizadas em trilhas ecológicas utilizando-se os experimentos de primeira mão, excetuando-se, num primeiro momento, a visão. 2 Assume-se que a “tomada de consciência” configura-se num propósito ambicioso, pois induz a um novo tipo de relacionamento do ser humano com o mundo natural e cultural. Este novo relacionamento, de acordo com Coimbra (1989) deve ocorrer através das três esferas da realidade humana: o Intelecto, os Sentimentos e a Vontade, ou seja, o pensar, o sentir e o agir. Neste contexto, entende-se “tomada de consciência” como um processo de análise critica e dialógica dos fatos levando a uma decisão consciente seguida, necessariamente, de uma ação concreta. Portanto, a questão é acima de tudo educativa. É necessário formar cidadãos capazes de incluir a dimensão sócio-ambiental nos seus processos decisórios. (MATAREZI, et al, 1998; p.316).

3 Entende-se Coletivos Educadores conforme definido por Luiz Antonio Ferraro Junior & Marcos Sorrentino no artigo “Coletivos Educadores” in: Encontros e Caminhos – formação de educadoras(es) ambientais e coletivos educadores. Brasília, 2005.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 82

Page 88: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

Um dos aspectos relevantes é o fato do Programa representar a

disseminação de novas metodologias de Educação Ambiental em Unidades de

Conservação e em áreas urbanas valorizando as diversidades cultural e ambiental,

através de significativas vivências. Ressalta-se que esta proposta tem o caráter

nitidamente inter e transdisciplinar, possibilitando a integração de diversos campos

de saber e a valorização da subjetividade na construção de conhecimento dentro de

um objetivo comum, que é o contato para reaproximar as pessoas da natureza, em

especial das diversidades biológica e cultural dos diferentes biomas brasileiros.

Como reconhecimento aos resultados alcançados e pela contribuição gerada

à Educação e Conservação Ambiental, o Programa Trilha da Vida recebeu em 2002

o Prêmio Raulino Reitz de Educação Ambiental, pela Fundação do Meio Ambiente

de Santa Catarina (FATMA), como melhor projeto na área no estado de Santa

Catarina, Brasil.

A Trilha da Vida, desenvolvida desde 1999, já atendeu mais de 20.000

pessoas em várias localidades, propiciando uma experiência única e revelando os

sentidos desta Educação Ambiental comunitária, emancipatória, crítica e

transformadora.

2. A Oficina de Formação de Coletivos Educadores proposta para o Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental Augusta Knorring

“Um Caminho Transdisciplinar na Formação de Educador@s Ambientais”

Este Curso configura-se numa oportunidade especial para o intercâmbio e

formação de forma presencial para os professores e voluntários que integram a

proposta do Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental da Escola Augusta Knorring

de Brusque (SC).

Nesta perspectiva reconhecemos a importância em viabilizar uma proposta de

formação a partir da vivência no Experimento “Caminhos de Encontros e

Descobertas” proporcionando e reforçando a importância dos processos dialógicos

coletivos para a concepção e efetivação de uma práxis de Educação Ambiental

permeada pela Unidade na Diversidade.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 83

Page 89: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

O ciclo formador é composto por três encontros, sendo os dois primeiros de 8

horas e o último de 4 horas. No primeiro encontro se propõe uma vivência

significativa no experimento educacional transdisciplinar “Caminhos de Encontros e

Descobertas”, o qual se torna inicializador da construção individual e coletiva de

conhecimentos pertinentes a Educação Ambiental.

O segundo encontro se propõe a objetivar, a partir da rede semântica, mapa

simbólico e das narrativas, o Marco Teórico do grupo sobre Educação Ambiental

(conceitos, princípios, atitudes e valores) confrontados com a prática educativa na

escola (Marco Situacional). Em grupos, realizam-se reflexões criticas e sistematiza-

se o processo, bem como geram-se textos coletivos. Esta análise critica da práxis

educativa na escola, permite a visualização de ações e propostas de inserção da

Educação Ambiental desejada pelo grupo (Marco Operacional).

O terceiro Encontro se torna apropriado para que estas ações e propostas,

articuladas com os marcos conceitual e situacional, possam ser planejadas visando

sua operacionalização e efetivação enquanto Projeto Político Pedagógico da Escola.

Para tanto pode-se valer da Pedagogia de Projetos, pesquisa-ação, projetos de

intervenção socioambiental, entre outras, compondo o que se pode chamar de um

“cardápio de aprendizagens” 4.

3. Objetivos da Oficina “Caminhos de Encontros e Descobertas” no contexto do Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental Augusta Knorring

• Formação de Coletivos Educadores e aprofundamento dos aspectos

conceituais e teóricos que fundamentam a EA critica, libertária,

emancipatória e transformadora.

• Constituir a Unidade Escolar como referência enquanto estrutura e espaço

educador articulados em uma rede de colaboração solidária;

4 A idéia de “Cardápio de Aprendizagem” pode ser melhor entendida a partir do texto “Cardápio de Aprendizagem” de Sandro Tonso, que integra o livro “Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras (es) Ambientais e Coletivos Educadores.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 84

Page 90: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

• Fortalecimento do Sistema Municipal de Educação Ambiental de Brusque

através do PROPEA e NUPEAAK como possibilidade de integração de

saberes para transformação de realidades, notadamente pela efetivação

de políticas públicas.

• Levantar as concepções, conexões, e convergências necessárias para

tecer a sintonia do grupo e explicitar os temas pertinentes numa Educação

Ambiental Crítica, Emancipatória e Transformadora.

• Contribuir para um movimento de sinergias entre as ações, projetos e

programas de Educação Ambiental no sistema público municipal de

ensino da Cidade de Brusque (SC).

• Implementar e Fortalecer processos de Agenda 21 escolar e Com-Vidas.

4. Avaliação do processo

Serão realizados registros fotográficos e videográficos de todas as etapas do

Ciclo Formador, para uma análise posterior numa perspectiva de pesquisa empírica

de todo o processo educativo, para produzir um relatório quali-quantitativo.

Será solicitado aos participantes que façam uma avaliação escrita de como

sentiram o processo vivenciado após cada etapa da oficina. Esta avaliação será

sempre em duas dimensões: 1 – avaliação sobre processo vivenciado e, 2 –

avaliação sobre os mediadores/ministrantes. Toda avaliação será compartilhada com

o grupo na intenção de troca de percepções ampliando a construção de referenciais

do procedimento pedagógico de forma coletiva. Fundamental é se criar um espaço

de manifestação livre de constrangimentos, mas essencial para qualificação do

processo e da Educação Ambiental.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 85

Page 91: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

5. Equipe Executora - Coordenadores e Colaborados do Projeto

José Matarezi, Oceanógrafo e Educador Ambiental, Mestrando em Educação e Cultura (UDESC). Responsável pelo Laboratório de Educação Ambiental do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar) da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Coordenação Geral.

Renata Zimmerman Inui – Oceanográfa e Artesã, Experiência em mobilização e organização comunitária – ONG Voluntários pela Verdade Ambiental. Coordena as atividades de execução da Trilha da Vida Fixa na Comunidade do Ribeirão da Ilha – Parque Natural das Pedras Vivas (Florianópolis, SC) desde a sua implantação em 1999.

Consultores: Cleusa Helena Guaita Peralta – Dra. em Educação, Msc em Educação Ambiental. Consultora do Programa Trilha da Vida e do Laboratório de Educação Ambiental.

Ângela Ferreira Schmidt – Oceanóloga, Mestrado em Educação-PUC/SP.

Nara Regina Crizel Marone – Arte Educadora, MSc em Educação Ambiental (LEA/CTTMAR/UNIVALI) – Consultora.

Catia Hansel – Oceanógrafa e Educadora Ambiental. Atualmente colabora com os núcleos disseminadores do Paraná e de Santa Catarina da Trilha da Vida.

Estagiários – Bolsistas do Programa Trilha da Vida (UNIVALI/ProPPEC): Carolina Wulff Lehmkuhl – Acadêmica de Ciências Biológicas (UNIVALI).

Daniel Barreto da Costa – Acadêmico de Ciências Biológicas (UNIVALI).

Diego Von Muller Pereira – Acadêmico de Engenharia Ambiental (UNIVALI).

Ricardo Rocha Passos – Técnico em Meio Ambiente (Colégio Agrícola de

Camboriú).

Thiago Kazuo Kitamura – Acadêmico de Engenharia Ambiental (UNIVALI).

Mônica Baschta – Acadêmica de Psicologia (UNIVALI).

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 86

Page 92: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

6. Referências FERRARO JUNIOR, L. A. (Org.). Encontros e Caminhos: formação de Educadores Ambientais e Coletivos Educadores. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental, 2005. MARONE, N. R. C. Espelho: um recorte na grande complexidade – estudo de uma alternativa transdisciplinar como possibilidade para a formação de professores. Dissertação (mestrado em Educação). Pelotas: FaE, UFPel, 2000. PERALTA C. H. G. Experimentos Educacionais: Eventos Heirísticos Transdisciplinares em Educação Ambiental. In: Ruscheinsky, A. (org.). Educação Ambiental: Abordagens Múltiplas. Porto Alegre, Artmed, 2002. PERALTA, C. H. G. O conceito utopias concretizáveis – elemento gerador de um programa de educação ambiental centrado na Interdisciplinaridade. Dissertação (mestrado em Educação Ambiental) - Rio Grande: FURG. 1997. WALGENBACH, W. Conceitos Básicos de Educação Ambiental: do Ponto de Vista da Educação Categoria. Revista Ambiente & Educação Considerações Básicas sobre um Programa de Educação Ambiental. v. 1. p.47–72. Fundação Universidade do Rio Grande, Rio Grande (RS). 1996a. WALGENBACH, W. Laboratório do Pensamento Sistêmico Interdisciplinar (Modelagem Qualitativa de Sistemas Interdisciplinares). Revista Ambiente & Educação Considerações Básicas sobre um Programa de Educação Ambiental. v. 1. p. 131–139. Fundação Universidade do Rio Grande, Rio Grande (RS). 1996b. WALGENBACH, W. Interdisziplinäre System - Bildung. Frankfurt: Peter Lang, 2000.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 87

Page 93: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

Apêndice B – Programação do curso

Experimento Educacional “Caminhos de Encontros e Descobertas”

Quarta-feira – 08/08/2007 – Carga Horária: 8 horas – 1o. Encontro 08:00 – 08:30 Abertura Institucional – E.E.F. Professora Augusta Knorring e

Secretaria Municipal de Educação de Brusque - Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental Augusta Knorring (NUPEAAK) – Dinâmica de centramento

08:30 – 12:00 Vivência no Experimento Educacional Transdisciplinar Caminhos de Encontros e Descobertas

Convergência: Diálogo e Compartilhamento da experiência – Narrativas no grupo

Elaboração do Mapa Simbólico do(s) Grupo(s)

Local: Fundação Ecológica e Zoobotânica de Brusque

12:00 – 13:30 ALMOÇO

13:30 – 16:00 Sistematizações Individuais e Categorização

Construção da Rede Semântica do Grupo

16:00 – 16:20 Intervalo

16:20 – 17:00 Representação coletiva dos sentidos e significados da vivência (marco conceitual)

17:00 – 17:30 Avaliação do dia e encaminhamento para o segundo módulo

Quarta-feira – 19/09/2007 – Carga Horária: 8 horas – 2o. Encontro

08:00 – 08:30 Acolhida e resgate do primeiro encontro

08:30 – 09:30 Socialização por grupos das Narrativas da Vivência

09:30 – 10:00 Roda de diálogo por grupos – Pergunta deflagradora! (Qual a contribuição do processo vivenciado para a EA que Vocês fazem em suas Escolas?)

10:00 – 10:15 Intervalo

10:15 – 11:00 Reflexão – Síntese do processo vivenciado e relações identificadas com as práticas de EA nas escolas. Questão

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 88

Page 94: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

problematizadora – Como está inserida a EA na Escola? (marco situacional)

Elaboração do Registro e das Apresentações dos Grupos

11:00 – 12:00 Apresentações dos Grupos

12:00 – 13:30 ALMOÇO

13:30 – 15:30 Inserção Curricular da Educação Ambiental Crítica a partir dos Projetos de Pesquisa, Investigação e Construção de Conhecimentos (Pedagogia de projetos) e Agenda 21 Escolar

A proposta do Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental Augusta Knorring - Marco Conceitual e Plano de Ação

15:30 – 15:50 Intervalo

15:50 – 16:30 Elaboração de texto coletivo com as referente ao Marco Conceitual do Grupo

16:30 – 17:00 Avaliação das atividades

17:00 – 17:30 Dinâmica de encerramento e encaminhamentos para o último módulo de formação

Quarta-feira – 07/11/2007 – Carga Horária: 4 horas – 3o. Encontro

08:00 – 08:30 Dinâmica de integração – resgate dos encontros anteriores.

08:30 – 10:00 Apresentação do Marco Conceitual do Grupo sobre Educação Ambiental e suas correlações com a práxis da EA na Escola.

10:00 – 10:15 Intervalo

10:15 – 11:30 Definição das ações de pesquisa (projetos e ações – grupos e cronograma). Início da Elaboração de projetos.

Apresentação e análise dos projetos de pesquisa e construção de conhecimento elaborado pelos participantes.

11:30 – 12:00 Avaliação das atividades e Dinâmica de encerramento.

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 89

Page 95: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

Apêndice C - Lista de participantes

PARTICIPANTES

1º EncontroMarco

Conceitual 08/08/07 Matutino

(4h

1º Encontro Marco

Conceitual 08/08/07

Vespertino (4h)

2º EncontroMarco

Situacional19/09/07 Matutino

(4h)

2º Encontro Marco

Situacional 19/09/07

Vespertino (4h)

3º Encontro Marco

Operacional07/11/07 Matutino

(4h)

1. Adriana Fischer Ribeiro X - X X X

2. Adriana Schroeder X X X X X

3. Ana Carolina Lopes X X X X X

4. André Luiz Zucco - X - - -

5. Andréia Bani Belli X X X X X

6. Andréia da Rosa Luz X X - - -

7. Andreza Tachini X X X X X

8. Aldonei da Silva Lopes X - - - -

9. Alessandra Nolli da Silva X X X X X

10. Araceli Lang X X X X -

11. Carina Paza Mannrich X X X X X

12. Clarissa Bohrer Coelho X - X X X

13. Cleiton de Borba X X - - -

14. Daniela Cristina Ribeiro - X - X -

15. Diego Thomaz X X X X X

16. Elisabet Maria Weingartner X X X X X

17. Estácio Jussie Odisi X X X X X

18. Evenita Beatriz Bonomini X X X - X

19. Fábio Larini X X X X X

20. Fernando Luís Merízio X X - X -

21. Guilherme Paixão Campelo - - - - X

22. Goreti Dutra X X X X X

23. Jaqueline Medeiros X X X X X

24. José Aparecido de Souza X X X X X

25. Marcelo Goulart X - - - X

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 90

Page 96: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

Apêndices

26. Maria Ester de Souza Hörner X X - - -

27. Maria Regina Agustinho da Silva X X - - X

28. Marilene Bendini Sedrez X X X X X

29. Melissa Fernanda Barni X X X X X

30. Morgana dos santos - X X - X

31. Oliva Batista Zanella Gonçalves - X - X -

32. Raquel da Cunha X X - - -

Programa “Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos” 91

Page 97: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

“Levo daqui, muito mais do que conhecimento.

Levo amizades e a lembrança de bons

momentos”

Page 98: Relatorio Educação Ambiental Escola Augusta Knorring - Brusque

REALIZAÇÃO

Secretaria Municipal de Educação de Brusque Praça das Bandeiras, 77 – Bairro Centro

88350-050 – Brusque, SC Fone: (47) 3251 1833

E-mail: [email protected] Site: http://www.semebrusque.com.br

Escola de Ensino Fundamental Professora Augusta Knorring Núcleo de Pesquisa e Educação Ambiental Augusta Knorring

Rua: Cerâmica Reis, 855 – Bairro: Cerâmica Reis 88351-320 - Brusque, SC

Fone: (47) 3355 1778 E-mail: [email protected]

Site: http://www.semebrusque.com.br/eefpak

PROPONENTES

Laboratório de Educação Ambiental - LEA Centro de Ensino de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar -CTTMar

Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI Rua Uruguai, 458, Caixa Postal 360, CEP: 88-302-202, Itajaí-SC.

E-mail: [email protected] Site: http://geocities.yahoo.com.br/lea_cttmar_univali/

Fone: (47) 3341-7723 ou 9137-1375 Integrante da RUPEA

ONG Voluntários pela Verdade Ambiental Rua Uruguai, 1074

CEP: 88.303-203 – Itajaí, SC Fone: (47) 3346-2852

Site: http://voluntariosambientais.org.br/

Faculdade Intermunicipal do Noroeste do Paraná – FACINOR Rua Mato Grosso, 240

CEP: 87.900-000 – Loanda, PR Fone: (44) 3425-1037

Site: http://www.facinor.br Integrante da REA-PR