136
AS LINHAS DA AUGUSTA

as linhas da augusta

Embed Size (px)

DESCRIPTION

trabalho final de graduação realizado em 2009 orientado pela arquiteta: Ana Carolina Tonetti

Citation preview

Page 1: as linhas da augusta

AS LINHAS DA AUGUSTA

Page 2: as linhas da augusta

As linhas da augusta2

Marina Rosenfeld Sznelwar

Orientadora: Ana Carolina Tonetti Novembro 2009

Page 3: as linhas da augusta

3

Porque o nosso progresso é feio?

Porque os que tem ainda um sangue virgem se apressam

a tomar de nós o pior?

As pessoas têm gosto pela arte?

Será que não é sua Teoria continuarmos fazendo

arte?

Será que nunca mais teremos harmonia?

Restam-nos santuários para duvidar eternamente.

Lá nada se sabe do hoje, estamos sempre no outrora;

o trágico e a alegria exultante se tocam.

Somos internamente sacudidos porque o isolamento é

completo...

É assim na Acrópole, nos degraus do Partenon. Vemos

realidade de outrora e o mar além.

Tenho vinte anos e não posso responder.1

Le Corbusier

1 CORBUSIER, le. Viagem do Oriente. Tradução de Paulo Neves. São Paulo, 2007, Cosac Naify, 2007

Page 4: as linhas da augusta

As linhas da augusta4

Lygia Clark, Bicho (caranguejo dup

lo),

196

1

Page 5: as linhas da augusta

5

Índice

01. Pesquisa

02. Galerias

04. Estudo de casos

05. Ensaios

06. Um primeiro olhar

07. Uma linha

08. Localização

09. Outras cotas

10. Projeto

11. Maquetes

12. Reportagens

13. Bibliografia

14. Agradecimentos

Page 6: as linhas da augusta

a pesquisa

Page 7: as linhas da augusta

desenho: marina rosenfeld sznelwar

Page 8: as linhas da augusta

As linhas da augusta8

1. RESUMO

O objeto deste trabalho é estudar a rua Augusta e

suas galerias. A intenção desta pesquisa é investigar as

relações coletivas urbanas que as galerias proporcionam

à cidade de São Paulo, tendo como ponto de partida o mo-

vimento do corpo humano em tais espaços.

Para tanto, busco analisar as galerias existentes

e projetar uma nova. A relação entre cidade e as pessoas

que transitam pela rua, as manifestações sociais e cultu-

rais que derivam dos encontros e dos atos espontâneos.

Junto à pesquisa, pretendo entender como seria de-

senhar um projeto de uma galeria na contemporaneidade.

2. INTRODUÇÃO

- Breve explicação sobre os meus percursos;

- As galerias;

- Sobre a rua Augusta;

- Sobre o quarteirão escolhido;

- O espaço, o tempo, o corpo e a escala humana;

3. JUSTIFICATIVA

A pesquisa traz um levantamento e análise da rua

Augusta dentro de um recorte proposto, ou seja, a Augusta

como rua inserida na cidade de São Paulo, uma linha na

metrópole.

Uma rua que se modifica o tempo todo, nasce e re-

nasce, “ressignifica” temas como a moda, as galerias, os

bares, os cinemas retomados de forma espontânea, consti-

tuindo a história da rua.

Olhar uma rua em sua individualidade e pluralidade

é uma forma de compreender parte da diversidade em que se

insere. Uma linha na cidade que abriga diversas manifes-

tações sócio- culturais, os vazios urbanos, as dificulda-

des dos pedestres, as galerias. Dessa forma, a partir de

uma compreensão dessa linha, busca-se entender melhor a

complexidade da cidade.

O primeiro olhar arquitetônico sobre a rua Augus-

ta, ocorreu no quarto ano, na aula de projeto em 2008¬¬¬

quando projetamos um SESC. Nesse momento surgiram algu-

mas inquietações quanto à rua, devido à diversidade de

gente, de programas e de edifícios, às muitas formas de

apropriação da rua.

No desenho a seguir registro uma das diferentes

experiências nesses cinco anos de Escola da Cidade e a

partir do texto de Argan, relembro algumas questões que

sempre me ¬¬acompanharam.

“O que é um conhecimento histórico? O que é a his-

toria? A historia antes de tudo é a memória. O que é a

imaginação... o que é a memória? É a imaginação do pas-

sado. O que é a imaginação? É a memória da posteriorida-

de.”2

A partir da idéia de travessia de Guimarães Rosa

me recordo de alguns espaços. Quando pequena, dentro da-

quele enorme galpão, SESC Pompéia, um desafio, um rio.

Tinha que superar o medo e saltar.

Na FAUUSP, no percurso das rampas, um passeio que

contempla o edifício, tudo novo e cheio de ar.

Page 9: as linhas da augusta

9 a Pesquisa

Ou a passarela do Trianon. Entre parques, uma pers-

pectiva da cidade, um intervalo da mata, raridade em São

Paulo.

E em outra escala, uma outra travessia na cidade,

a rua Augusta.

Page 10: as linhas da augusta

galerias

Page 11: as linhas da augusta

desenho: Carla

Caa

ffé

Page 12: as linhas da augusta

As linhas da augusta12

AS VITRINESChico BuarqueComposição: Chico Buarque

Eu te vejo sair por aíTe avisei que a cidade era um vãoDá tua mãoOlha pra mimNão faz assimNão vai lá não

Os letreiros a te colorirEmbaraçam a minha visãoEu te vi suspirar de afliçãoE sair da sessão, frouxa de rir

Já te vejo brincando, gostando de serTua sombra a se multiplicarNos teus olhos também posso verAs vitrines te vendo passar

Na galeria, cada clarãoÉ como um dia depois de outro diaAbrindo um salãoPassas em exposiçãoPassas sem ver teu vigiaCatando a poesiaQue entornas no chão

AS GALERIASGA.LE.RI.A

“sf (ital galleria) 1 Parte de um edifício mais comprida

que larga, e que serve como meio de comunicação ou para

a exposição de objetos de arte, colecionados e dispostos

artisticamente. 2 Coleção de retratos, estátuas, bustos

ou quadros representando personagens ou assuntos his-

tóricos, comuns ou da vida real. 3 Lugar onde se acha

reunida essa coleção. 4 Coleção de estudos biográficos ou

descritivos. 5 Náut Varanda saliente na parte posterior

dos navios ao nível do sobrado dos galhardos da popa. 6

Varanda, tribuna extensa em certos edifícios, destinada

ao público. 7 O conjunto das pessoas que se acham nas

galerias. 8 Corredor subterrâneo que se abre para ex-

ploração de uma mina ou outro fim. 9 Qualquer reunião de

pessoas que vêem outras divertir-se. 10 O público. 11 A

mó superior ou girante de um moinho ou de um lagar. 12

Bot Formação vegetal arbórea das margens dos rios e ria-

chos. 13 Armação de madeira ou metal para cortinados. 14

Aventura, façanha. sf pl 1 Tribuna onde se acham algumas

das localidades mais baratas nos espetáculos públicos,

em geral situadas na parte mais alta do recinto. 2 Os es-

pectadores que ocupam essas localidades. Para a galeria:

diz-se de ato ou palavras com que se visa ao efeito sobre

a opinião pública.” 1

1 HOUAISS, A. Villar, M. S. Dicionário Houaiss de Língua Por-tuguesa. Rio de Janeiro. Objetiva, 2001. p. 1418

Page 13: as linhas da augusta

13 galeria

As galerias serviam para explorar espaços in-

teriores com empreendimentos comerciais para um novo

público de compradores. Espaços de grande fluxo de

pedestres, um comércio na passagem. Típicas do sé-

culo XIX, passavam através das quadras, como corta-

caminhos. Suas fachadas eram autônomas, o programa

que existia no exterior funcionava independentemen-

te do que ocorria dentro da galeria. Assim, o espa-

ço interior das quadras se tornava mais acessível e

ao mesmo tempo o tecido urbano ficava mais unido. A

divisão entre espaço público e privado era desman-

chada.

O tema é bastante tratado pelos impressionis-

tas franceses, que viviam num momento de uma nova

cidade. Nessa época, Haussman transformou Paris,

antes considerada uma cidade Medieval e que se tor-

na Moderna. Os quadros impressionistas revelam essa

Paris, uma metrópole que se ilumina à noite, que

passa a ser protagonista.

As passagens, os cafés, as boates; surgiram

como programas que correspondiam ao novo modo de

viver moderno. No livro Passagens (1927-1940), de

Walter Benjamin1 , Paris era descrita como a “capi-

tal do século XIX”, e as passagens como “as cidades

em miniatura” que ilustravam a história cotidiana

da modernidade a partir de diferentes personagens

como o flâneur, a prosti=tuta, o jogador, o colecio-

nador, que viviam um tempo outro nas galerias da

1 BENJAMIN, Walter. Passagens. Imprensa Oficial do Estado S/A.

São Paulo.

quadro: Camille

Piss

arro

Page 14: as linhas da augusta

As linhas da augusta14

desenho: Marina Ro

senf

eld

cidade.

Ou, segundo Cortázar2, “em todo caso era bas-

tante entrar no desvio prazenteiro do cidadão que se

deixa conduzir por suas preferências de rua, e quase

sempre meu passeio terminava no bairro das galerias

cobertas, talvez porque as passagens e as galerias

sempre foram minha pátria secreta.

Em São Paulo, as galerias surgiram em meio a um

processo de verticalização e “metropolização” nos

anos 50 e 60 quando o mercado imobiliário investia

em novos edifícios, principalmente no Centro Novo.

Nessa área central de São Paulo, é possível perceber

que elas são muito diversificadas, muitas vezes são

passagens, com grande fluxo de pessoas no cotidiano.

A maioria destas galerias abriga diversos tipos de

pessoas e programas, com os térreos voltados para o

comércio, serviços e, por vezes, habitação. As ruas

entram no edifício e configuram um novo espaço, a

calçada se amplia e o pedestre ganha área para ca-

minhar.

A criação de novos chãos na cidade.

As galerias são os ritos de passagem das me-

trópoles, definem lugares de trânsito e deslocamen-

to. São traços entre exterior e interior, configuram

as ruas e as lojas em um tempo de espaçamentos.

Cada uma tem sua relação com a rua, com o en-

torno, cada uma tem sua particularidade, seu uso,

seus freqüentadores, trabalhadores. As cores, chei-

ros e sentimentos desses lugares são distintos.2 CORTAZAR, Julio. O outro céu in Todos os fogos o fogo. Civi-lização Brasileira. Rio de Janeiro, 2007.

Page 15: as linhas da augusta

15 galeria

Na rua Augusta existem 16 galerias, cada uma

de um jeito. Algumas são uma continuidade da calçada

e a chegada se faz de forma natural: por rampas, por

alguns degraus, corredores ou ainda por um passeio

pontuado com palmeiras.

O Conjunto Nacional é um exemplo dessa inte-

gração do edifício e da calçada, uma generosa exten-

são do espaço público que agrega diferentes pessoas

em distintas atividades. Outro exemplo é a Galeria

Village, localizada em frente ao Espaço Unibanco,

agora muito freqüentada por quem vai assistir a um

filme. O entorno reavivou essa galeria. Um espaço

aberto, amplo, com bancos centrais. São dois pavi-

mentos: o térreo e o mezanino. Este espaço abriga

escritórios, clínicas de estética e muitas plaqui-

nhas: ALUGA-SE.

A Galeria Ouro Velho, um edifício com ilumina-

ções zenitais, mezaninos, vazios, bancos de madei-

ra, um verdadeiro lugar de encontros que permite que

as pessoas permaneçam.

A partir dos percursos, indagações e conver-

sas, cheguei a algumas impressões e evidências. É

muito distinto uma galeria de uma passagem, algumas

galerias apresentam o caráter de passagem e deli-

neiam corta caminhos na cidade, desenho possibili-

tando a continuidade do fluxo da rua.

Nem toda galeria é uma passagem.

Page 16: as linhas da augusta

Galeria Village

Centro Mercantil Jardim América

Galeria Ouro fino

Galeria Ouro Velho

Conjunto Nacional

Page 17: as linhas da augusta
Page 18: as linhas da augusta

estudo de casos

Page 19: as linhas da augusta
Page 20: as linhas da augusta

As linhas da augusta20

ESTUDOS DE CASO

Os estudos de caso apresentados a seguir tra-

zem diferentes formas de se pensar a cidade a partir

de costuras urbanas. Vários diálogos estabelecidos

com o quarteirão existente e formas de pensar a vida

do pedestre desenhando os espaços.

São distintas as escalas abordadas, possibili-

tando discussões sobre como é possível desenhar as

cidades.

Page 21: as linhas da augusta

21 estudo de casos

O projeto da GALERIA VERMELHO que foi desen-

volvido pelo arquiteto PAULO MENDES DA ROCHA em

2003, ele reformou uma pequena vila de 3 casas ge-

minadas.

Em 2007, o escritório PIRATININGA ARQUITETOS

ASSOCIADOS, foram responsáveis por uma nova refor-

ma. Anexaram mais duas casas, aumentando o espaço

de exposição que possibilita uma melhor disposição

do acervo e foi feito um pavilhão anexo ligado ao

bloco original por uma passarela – túnel. Os espa-

ços expositivos, no térreo e no primeiro pavimento,

permitem diferentes escalas de obras. O “terraço –

mirante” é uma experiência particular na cidade e

permite a exposição de obras ao ar livre.1

A galeria, um espaço que agrega diferentes

manifestações artísticas, está se construindo, se

firmando.

1 http://www.piratininga.com.br (10/05/2009)

fotos: galeria vermelho

Page 22: as linhas da augusta

As linhas da augusta22

A RECONSTRUÇÃO DO CHIADO em Lisboa 1989 de ÁL-

VARO SIZA, pode trazer um outro repertório. Um local

que passou por um incêndio e deveria ser reconstru-

ído.

Um lugar de ruínas, um esqueleto incompleto que

revelava Lisboa. Siza dizia que naquele lugar deve-

ria ter uma plataforma de distribuição. Um patamar

onde é imprescindível passar e parar, uma aparição

de onde se vê a paisagem.1

Ao mesmo tempo o Chiado não pode ser o lugar

da saudade. As diferentes pessoas ocupam este lu-

gar: turistas, vendedores de livros pornográficos,

casais, homens de negócios. Então, foram desenvolvi-

dos os “Princípios Programáticos” que definiam regras

para se estabelecer um plano.

Ficou definido que tudo o que foi danificado pelo

incêndio seria renovado ou reconstruído. Foram ela-

borados desenhos globais em grande escala. As vias,

edifícios, infra-estruturas foram renovados com a

idéia de que fica uma memória do que foi, mas não uma

imitação, pois o resto virá.

1 SIZA. Alvaro: 1986-1995. Editorial Blau, Lisboa. 1995.

fimagens Alvar

o Si

za

Page 23: as linhas da augusta

23 estudo de casos

O PARQUE DA GROTA DA BELA VISTA, projeto de

PAULO MENDES DA ROCHA de 1974, traz algumas relações

instigantes de viver na cidade. Integra um estudo do

COGEP - Coordenadoria Geral de Planejamento do Mu-

nicípio para a recuperação de edifícios abandonados

e deteriorados do bairro.

O projeto foi organizado a partir de diretri-

zes: manter o caráter habitacional do bairro, aden-

sar, melhorar a utilização do solo, aproveitar os

recursos da área, incentivo à cultura e as ativida-

des recreativas locais. Com aproximadamente 34,5 ha

a sua ocupação era condicionada pela topografia aci-

dentada cortada pelo Ribeirão do Saracura.

A idéia era construir 984 unidades em aparta-

mentos de 52m2 junto a equipamentos que complemen-

tam esse morar. Garagens para 800 vagas no subsolo,

edifícios tipo, pisos térreos livres, com jardins,

passeios, galerias comerciais e áreas de recreação

entre andares.

fimagens paulo Mende

s da

Roc

ha

Page 24: as linhas da augusta

As linhas da augusta24

O CONJUNTO NACIONAL foi projetado em 1954 por

DAVID LIBESKIND. Nessa época São Paulo se torna-

va a maior metrópole brasileira, e a relação entre

edifício e o meio urbano era colocada em questão.

O Conjunto Nacional representou uma nova forma de

projetar. O edifício ocupa 14 000 m2 de terreno com

150 000 m2 de área construída. O programa está di-

vidido em 2 volumes principais.

- horizontal: que ocupa toda a quadra em três

pavimentos com cinemas, galerias, bancos e outros

programas. Na cobertura o terraço faz a transição

para as torres.

- vertical: as três torres tem acessos inde-

pendentes o que permite existirem diferentes usos,

como escritórios, consultórios e habitação.

O desenho do edifício permite a calçada en-

trar em um térreo com pé direito duplo, uma genero-

sa extensão do espaço público.

fdesenho david Lib

eski

nd

Page 25: as linhas da augusta

25 estudo de casos

O projeto, CINCO PASSAGENS comerciais

construído em Munique, 1994-2003 pelos suíços

HERZOG E DE MEURON.

Em um primeiro projeto, haveria a demoli-

ção de grande parte dos edifícios da quadra, mas

depois, o projeto conservou a maioria dos edi-

fícios e também as fachadas das ruas. Assim o

interior do quarteirão possui diferentes formas

e tamanhos, proporcionando uma nova experiência

urbana.

Talvez esta seja uma resposta aos shoppin-

gs, um passeio agradável que respeita a cidade

histórica.

São diversos os programas, cafés, restau-

rantes, lojas e galeria de arte.

fimagens Herzog e de

Meu

ron

Page 26: as linhas da augusta

ensaios

Page 27: as linhas da augusta

Frida Kahlo

desenho: Frida Kah

lo

Page 28: as linhas da augusta

As linhas da augusta28

SANA

A, p

roje

to d

a un

iver

sida

de d

e La

usan

ne

Page 29: as linhas da augusta

29 ensaios

ENSAIOS

A seguir são discutidos alguns conceitos:

ESPAÇO

O espaço pode ser definido de diversas manei-

ras, quais conceitos podem estar relacionados?

Segundo Milton Santos O fenômeno humano é di-

nâmico e uma das formas de revelação deste dinamis-

mo está exatamente na transformação qualitativa e

quantitativa do espaço habitado.1

A partir do desenho, das palavras e das téc-

nicas arquitetônicas os espaços são revelados, par-

te de uma arquitetura se esconde e sugere, o que a

torna sedutora e desejável.

Podemos questionar as relações de horizontali-

dade e verticalidade, dentro e fora, figura e fundo,

tudo o que temos articulado pela nossa visão tradi-

cional.

Mas o espaço efetivo – que funciona, abriga,

significa, enquadra, produz um efeito estético e, ao

mesmo é um espaço afetivo. O espaço que significa.

Então a arquitetura pode satisfazer as expec-

tativas espaciais, como disse Tshumi2 materializan-

do as idéias, conceitos ou arquétipos arquitetônicos

com inteligência, imaginação, refinamento, ironia.

1 SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado, São Paulo, 1988. 2 TSHUMI, Bernard. O prazer da arquitetura. In Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo, CosacNaify, 2006.

Podemos vivenciar a fruição sensual do espaço.

TEMPO

A cidade pode ser reconhecida com três modali-

dades de tempo: permanência, sucessão, simultanei-

dade. Essas modalidades ora estão juntas ora não. Os

limites não ficam claro. A cidade se caracteriza como

um movimento de contradições e oposições mas também

de afirmação.

O tempo do indivíduo na cidade parece não

pertencer mais a ele, mas às atividades que ele se

propõe a fazer. Nos perdemos no tempo. Com a ace-

leração, o tempo cotidiano reduz a nossa percepção

dos espaços. Segundo Nelson Brissac3, o espaço do

passageiro escapa a toda a localização: seu meio é

o não – lugar do movimento.

A capacidade que temos em organizar o espaço

e o tempo parece estar suspensa, submetida a outras

questões, por exemplo as imagens, que não nos trazem

a sensação de pertencimento, são paisagens, imagens

a nossa frente. Porém habitamos esses espaços. Vi-

vemos o tempo do relógio a rotina das imagens que

nos apreende e nos consome.

O tempo substitui o espaço. O deslocamento é o

que marca o espaço, agora na ordem do itinerário.

3 PEIXOTO, Nelson Brissac. Distancias in Paisagens urbanas. Editora SENAC, São Paulo,1996.

Page 30: as linhas da augusta

As linhas da augusta30

O Modulor, 1942 de L

e Co

rbus

ier

Page 31: as linhas da augusta

31 ensaios

ESCALA

Le Corbusier propôs o Modulor que abordava

questões relacionadas a escala humana na arqui-

tetura. Invenção que se estendeu de 1942 a 1948,

constituída a partir de dimensões matemáticas e ge-

ométricas em uma tolerância de 1/6000, com traços

rigorosos e precisos. Uma tentativa de aplicar uni-

versalmente diversas escalas humanas para a arqui-

tetura e para a mecânica.

O Modulor trouxe muitas facilidades. As in-

certezas se tornaram menos corriqueiras, possibi-

litando uma liberdade na imaginação. O principal

projeto que utilizou os conceitos do Modulor, foi

L’Unité d’Habitation de Marseille, construída com

quinze medidas do Modulor. Um edifício de 140m de

extensão e 70m de altura, mesmo com essa dimensão

existe uma escala humana no edifício, que parece

deixar o espaço familiar e íntimo.

Le Corbusier desenhou um novo momento na ar-

quitetura. Mas como pensar o Modulor hoje? Como as

escalas se dão em uma cidade fragmentada, em um es-

paço em que as noções de corpo estão sendo revistas

e na qual o sujeito não é mais o protagonista, mas

as imagens?

Segundo Agrest1 , o processo de simbolização

ocorre mediante a articulação do corpo, como um

sistema de proporção, a outros sistemas de propor-

1 AGREST, Diana I. A margem da arquitetura : corpo, lógica e sexo. In Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo, Cosac-Naify, 2006. p. 596.

ção. Transformando em um sistema abstrato de forma-

lização, o corpo é então incorporado, como forma ao

sistema arquitetural por intermédio das ordens, das

hierarquias e do sistema geral de organização for-

mal que permite que esse discurso antropocêntrico

opere no nível do inconsciente.

Page 32: as linhas da augusta

Performance Floor of the Forest (1970), de Trisha

brow

n

Page 33: as linhas da augusta

33 ensaio

CORPO

Se pensarmos especificamente no sentido do

olhar, a invenção da perspectiva linear (com um

ponto de fuga) feita por Brunelleschi, ocorreu em

uma época de mudanças de paradigmas, quando a vi-

são de mundo passou a ser antropomórfica e antropo-

cêntrica. Assim o discurso dominante na arquitetu-

ra passou a ser a visão.

No período Barroco, essa visão foi questiona-

da, a experiência visual do barroco tem uma carac-

terística corporal que amplia o “perspectivismo”

cartesiano.

Porém, se pensarmos hoje, diferentemente do

renascimento ou do período barroco, que traziam a

idéia de corpo como um sistema fechado, resolvido

e unitário, estamos tratando de um corpo fragmen-

tado e híbrido.

O corpo já não pode ser colocado em um siste-

ma de regras da arquitetura, considerado logocên-

trico ou antropomórfico.

Ao relacionar a cidade contemporânea com o

corpo, Agrest1 expressa: “a cidade se deixa ver

como um corpo fragmentado que foge à ordem das

coisas e da linguagem, um texto a ser “explodido”,

visto aos pedaços, em fragmentos e ainda decompos-

to em tantos outros textos possíveis, aberto em

uma metonímia do desejo.”

1 AGREST, Diana I. A margem da arquitetura : corpo, lógi-ca e sexo. In Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo, CosacNaify, 2006. p. 598.

Page 34: as linhas da augusta

primeiro olhar

Page 35: as linhas da augusta

esmalte sobre metal: Alex Flemming , The win

ters

Tal

e

Page 36: as linhas da augusta

As linhas da augusta36

Depois das pesquisas sobre espaço tempo es-

cala e corpo, me aproximei das pessoas que vivem a

cidade.

Busquei algumas possíveis formas que os ar-

tistas trazem para compreender as cidades. Aqui

temos um exemplo do trabalho da artista Paola

Mojica, a cidade pode ser a casa? Ela leva às

ruas, aos pontos de ônibus as diferentes cadei-

ras que podemos ter em casa.. A idéia de par-

ticularizar seu canto na cidade, construir seus

endereços. Colocar no que há de mais público, as

particularidades. Ao mesmo tempo, este trabalho

desperta algumas dúvidas:

Até onde vai o espaço público e o privado?

Como encaramos essa relação público e privado em

São Paulo?

De que forma nos apropriamos da cidade con-

temporânea?

Ao retornar à rua Augusta, de que forma os

indivíduos participam dela? Como se dá a relação

de espaço, tempo, escala e corpo?

Na tentativa de olhar para uma rua com vários

ângulos, pedi para algumas pessoas registrarem,

com uma máquina fotográfica descartável, como se dá

a relação entre elas e a rua Augusta.

Considerando a fotografia uma memória e um

descobrimento que capta imagens muitas vezes des-

percebidas, escolhi essa ferramenta para regis-

trar a rua. Com a ajuda do olhar do outro, novas

imagens podem ser criadas. A experiência do outro

Instalações de Paola M

ojic

a

Page 37: as linhas da augusta

37 Um primeiro olhar

mostra lugares, personagens que retratam recortes

de uma ou de várias realidades.

Desta forma inicio uma visão mais partici-

pativa, imagino o meu projeto como algo que faça

sentido à quem vive este lugar, esta cidade.

Encontrei uma maneira de dar voz a quem usa

a cidade de diferentes formas, e em suas derivas

essas pessoas me mostram um pouco como elas vivem

na Augusta.

Dimitri, vendedor da Livraria do Espaço Uni-

banco, foi quem iniciou esse registro fotográfico

da rua Augusta. Intérprete de uma realidade. Com a

máquina fotográfica na mão, revelou seu cotidiano,

o entorno e o os personagens da rua.

Maísa, que trabalhava na Galeria Ouro Velho,

em um brechó, no dia em que me devolveu a câmera

já não trabalhava mais, segundo ela os clientes

eram poucos e não valia a pena trabalhar com isso.

Suas fotos trazem a rua, a calçada e suas estra-

nhezas, as luzes e sombras nos edifícios.

Com cuidado, na busca por espontaneidades e

na tentativa de compreender outros universos es-

sas fotos revelam as particularidades da rua. Ali-

mentando meu modo de pensar e projetar na cidade.

Talvez essa seja uma forma de revelar a rua

trazer novas histórias. Segundo Wim Wenders1 “as

cidades não contam mais histórias, mas podem con-

tar algo sobre A História. As cidades podem trazer

em si sua história, e mostrá-la, podem torná-la 1 WENDERS, Wim. A paisagem urbana. Revista do departamento Histórico e Artístico Nacional.p. 187.

visível ou ocultá-la.”

Page 38: as linhas da augusta

38

Maísa

dimitri

Maísa

dimitri

dimitri

Page 39: as linhas da augusta

39

Page 40: as linhas da augusta

uma linha

Page 41: as linhas da augusta

quadro: fitas vermelhas, 1962. Alfredo V

olpi

Page 42: as linhas da augusta

As linhas da augusta42

UMA LINHA

Na cidade de São Paulo, o Espigão, uma di-

visão da metrópole. No Planalto as vistas se mul-

tiplicam, para baixo as rampas buscam as várzeas.

São linhas, percursos que nos mostram a diversida-

de. Para o Sul e Sudoeste, buscam o Rio Pinheiros.

Para Norte e Leste procuram o Rio Tietê ou o Rio

Tamanduateí.

Uma das linhas é a rua Augusta, um dos espi-

gões secundários que temos na cidade.

Um território entre rios a cidade se concen-

tra nele. É um lugar de chegadas e partidas. Dia

e noite. As pessoas nela circulam conversam e se

encontram. As diferentes idéias se cruzam. A di-

versidade dialoga.

A rua não apenas como um emaranhado de facha-

das. Mas sob os céus mais diversos ela se mostra

e circula vida, um espaço em que as transformações

“resignificam” termos e “espacializa” desejos.

As várias Augustas se mesclam em uma úni-

ca rua. São 3,5 km de extensão, a rua começa na

rua Martins Fontes até a rua Estados Unidos. De-

pois passa a se chamar rua Colômbia até a avenida

Brasil, mais adiante, até a Avenida Faria Lima se

chama avenida Europa e por fim quando encontra o

Rio Pinheiros se chama Cidade Jardim.

Apesar de ser um importante eixo viário na

cidade, quando se percorre a rua, vemos um caráter

mais local, com comércios, serviços e usos resi-

denciais.

Ao olharmos para a história da rua percebemos

que ela nasce e renasce, está em constante movi-

mento. Em 1875, a rua Augusta, era conhecida pelo

nome Rua Maria Augusta, época em que a Augusta era

uma trilha que ligava a entrada da Chácara do Ca-

pão, hoje Rua Dona Antonia Queiroz, à estrada da

Real Grandeza, atual Avenida Paulista.

Já na década de 50, a Augusta começou a

atrair um comércio mais sofisticado, foram constru-

ídas algumas galerias como a Ouro Fino, Ouro Velho

e também o Conjunto Nacional.

Nas décadas de 60 e 70, a rua era o lugar de

encontros, os cinemas Picolino, Marachá e Majestic

ficavam lotados. Pioneira, a rua Augusta abrigou o

primeiro buffet de festas da cidade, o Buffet João

Moura, a primeira boate gay, a Intend´s, e o pri-

meiro espaço multicultural do país, o Pirandello.

símbolo da luta pela liberdade e redemocratiza-

ção do país, o Pirandello era ponto de encontro de

artistas, intelectuais e políticos; um lugar onde

tudo acontecia.1

Na década de 70 a rua era muito freqüentada

1 http://centrosp.prefeitura.sp.gov.br/projetos/augusta.php (11/05/2009)

Page 43: as linhas da augusta

43 UMA LINHA

por jovens, diversos automóveis e ônibus passaram

a circular na Augusta. Ao mesmo tempo surgiam no-

vos programas comerciais, bares, boates, docerias,

academias de ginástica, cinemas (Cine Marachá, Pi-

colino, Majestic e Paulistano).

“Entrei na rua Augusta a 120 por hora

Botei a turma toda do passeio pra fora

Com 3 pneus carecas sem usar a buzina

Parei a 4 dedos da esquina (...)2“

Nos anos 80 a Rua Augusta passou por uma

degradação, que vinda do centro da cidade se ex-

pandiu. Com o crescimento dos centros comerciais,

o comércio de rua foi reduzido e o movimento nas

lojas de rua decaiu.

Hoje, a Augusta vive um boom, tem tanto um

caráter metropolitano quanto local. Na área mais

próxima do centro de São Paulo a variação dos

usos, como mostra Isabel Cytrynowics3 em seu TFG

(página 50 a 52) é muito diversa e o movimento na

rua ocorre dia e noite. Ao mesmo tempo, a quanti-

dade de vazios urbanos é muito grande, no total

são 39 vazios, 70% localizados na área central.

Mas, os vazios urbanos podem complementar os

cheios. Encontramos no vazio o lugar do possível,

uma “resignificação” para os resíduos da cidade,

2 Composição de Herve Cordovil3 CYTRYNOWICZ, Isabel Nassif. Duas Augustas. Isabel Nas-sif Cytrynowics. São Paulo, 2008.

Fotos Cléber R

agaz

zo

Page 44: as linhas da augusta

As linhas da augusta44

foto:Marina Rosenfeld

Szne

lwar

Page 45: as linhas da augusta

45 UMA LINHA

como diz Solá-Morales4, “terrain vague a incerteza

e indeterminação do lugar” . São espaços com pro-

messas de encontros de liberdade, um lugar de pos-

sível produção.

A partir da arquitetura devemos permitir a

continuidade desses espaços, interligados por um

fio vermelho. Mas precisar, a partir de uma costura

os novos programas a serem construídos e conecta-

dos com a rua.

Publico X privado, publico = privado,

publico + privado

Como posso pensar essa relação na Augusta? A

idéia de domínio público?

A cidade contemporânea vive um intenso pro-

cesso de privatização do espaço publico. Tanto nos

investimentos públicos como nos projetos imobili-

ários, são muitos os exemplos de construções que

acabam impedindo um acesso igualitário aos espa-

ços, os muros, as catracas as grades são símbolos

desse limite.

A relação de espaço público é muito discuti-

da, o crítico Guilherme Wisnik5 traz uma visão do

tema. Coloca que na década de 90, era temido que o

espaço público fosse transferido para a televisão

e a internet, que junto com às comodidades trazi-

4 SOLA MORALES, Ignasi. Territórios. Barcelona: Gustavo Gilli, 2002, p. 186.5 WISNIK, Guilherme. Estado crítico: a deriva das cidades. Pu-blifolha, São Paulo, 2008. p. 237.

das pelos sistemas de entrega delivery , estivesse

surgindo uma cultura sedentária.

Mas, hoje, com a difusão das redes Wi-Fi, sem

fio, esse novo “espaço público” se torna “virtua-

lizado” e volta às ruas. Um exemplo dessa situação

são os adolescentes em Tóquio que enviam mensagens

SMS instantaneamente pelo celular, e criam novos e

imprevistos encontros de grupos pela cidade. Que

segundo Wisnik, seria uma “deriva” contemporânea,

numa megalópole em que o espaço privado é muito

reduzido.

E em São Paulo, na Augusta?Essa foto do quar-

teirão na esquina da rua Augusta com a Rua Peixoto

Gomide ilustram a minha preocupação em dar espaço

para as cenas populares, aos encontros que ocorrem

na cidade.

Segundo Lina Bo Bardi, quando conta sobre o

SESC Pompéia coloca: “Na segunda vez que lá esti-

ve, um sábado, o ambiente era outro: não mais a

elegante e solitária estrutura Hennebiquiana mas

um público alegre de crianças, mães, pais, anciãos

passava de um pavilhão ao outro. Crianças corriam,

jovens jogavam bola na água. As mães preparavam

churrasquinhos e sanduíches na entrada da rua Clé-

lia; um teatrinho de bonecos funcionava perto da

mesma, cheio de crianças. Pensei: isto tudo deve

continuar assim, com toda essa alegria.Voltei mui-

tas vezes, aos sábados e aos domingos, até fixar

claramente aquelas alegres cenas populares.”6 6 Cidadela da liberdade. Instituto Lina Bo e P. M. Bardi. SESC São Paulo.

Page 46: as linhas da augusta

localização

Page 47: as linhas da augusta
Page 48: as linhas da augusta
Page 49: as linhas da augusta
Page 50: as linhas da augusta

nv0 100 200

metrosANÁLISE USOS

LEGENDA

estacionamentos

sem uso / abandonado

habitação

comércio + habitação

bar / restaurante + habitação

escritórios + habitação

casa de prostituição + habitação

escritórios / consultórios

comércio + escritórios

comércio

shopping / galeria

bar

restaurante

casa de prostituição

casa noturna

banco

academia

posto de gasolina

supermercado

cinema e teatro

faculdade / escola

igreja

mecânica

hotel

área verde

MAPA 1 USOS. FOTOS EDIFICIOS E APROPRIAÇõES

DO ESPAÇO DE INTERESSE.

nv

nv

Page 51: as linhas da augusta

CYTRYNOWICZ, Isabel Nassif. Duas Augustas. Isabel Nassif Cytrynowics. São Paulo, 2008

LEGENDA

estacionamentos

sem uso / abandonado

habitação

comércio + habitação

bar / restaurante + habitação

escritórios + habitação

casa de prostituição + habitação

escritórios / consultórios

comércio + escritórios

comércio

shopping / galeria

bar

restaurante

casa de prostituição

casa noturna

banco

academia

posto de gasolina

supermercado

cinema e teatro

faculdade / escola

igreja

mecânica

hotel

área verde

MAPA 1 USOS. FOTOS EDIFICIOS E APROPRIAÇõES

DO ESPAÇO DE INTERESSE.

nv

Page 52: as linhas da augusta

ANÁLISE PAVIMENTOSnv

0 100 200

metros

Page 53: as linhas da augusta

CYTRYNOWICZ, Isabel Nassif. Duas Augustas. Isabel Nassif Cytrynowics. São Paulo, 2008

Page 54: as linhas da augusta

ANÁLISE GALERIAS

LEGENDA

estacionamentos

sem uso / abandonado

shopping / galeria

MAPA 3 LEVANTAMENTO DE GALERIAS

OU SHOPPINGS

nv

nv0 100 200

metros

Page 55: as linhas da augusta

LEGENDA

estacionamentos

sem uso / abandonado

shopping / galeria

MAPA 3 LEVANTAMENTO DE GALERIAS

OU SHOPPINGS

nv

Page 56: as linhas da augusta

As linhas da augusta Localização

A ESCOOLHA DO SÍTIO

A partir dos levantamentos1 feitos na Rua Au-

gusta, número de pavimentos dos edifícios, usos ,

e por último da localização das galerias, um quar-

teirão me chamou a atenção.

Localizado na érea central e muito próximo de

ruas de grande fluxos como a rua da Consolação e a

Peixoto Gomide.

Primeiramente a escolha do lugar considerou a

localização das galerias que estão implantadas em

sua maioria na área dos jardins.

O quarteirão escolhido, possui uma outra ge-

ometria, um outro desenho, que dificulta a transpo-

sição para a Augusta, com um grande relevo e vá-

rias barreiras.

Nessa área muitos investimentos estão sen-

do feitos, bares, casas noturnas, restaurantes e

hotéis foram abertos. A quantidade de pessoas que

transitam por essa área denominada “Baixo Augusta”

vem aumentando.

Então, são diversas as conexões que este

lugar demanda.

1 Os levantamentos dos pavimentos e dos usos dos edifícios da Rua Augusta estão no trabalho final de graduação: CYTRYNOWICZ, Isabel Nassif. Duas Augustas. Isabel Nassif Cytrynowics. São Paulo, 2008.

Page 57: as linhas da augusta

0 100 200

metros

nv

GEGRAN

Page 58: as linhas da augusta

As linhas da augusta Localização

PROBLEMAS:

Procurei um quarteirão na Rua Augusta que

agregasse o maior número de problemas:

- As diversas barreiras existentes na área: o Ce-

mitério da Consolação, a rua Consolação com um

enorme fluxo, mas poucas faixas de pedestre e uma

calçada muito pequena.

- A grande dimensão do quarteirão.

- Pouca diversificação dos usos. Faltam equipamen-

tos culturais e espaços de lazer.

- Uma concentração de lotes utilizados como esta-

cionamentos.

- Edifícios abandonados.

- Acúmulo de lixos, área insalubre.

- Hotel Quality, construído no miolo da quadra e

que não tem nenhuma relação com a rua.

Page 59: as linhas da augusta

cinemas/teatros

galerias

galeria e shopping

casas noturnas

demais vias

escolas/faculdadeárea verdeANÁLISE 0 100 200

metros

nv

Page 60: as linhas da augusta

As linhas da augusta Localização

AS RUAS

A rua Peixoto Gomide parte da rua Augusta, passa

pela avenida Paulista e acaba na Rua Estados Uni-

dos, é uma via com usos diversos como bares, hos-

pitais, habitação e escola. Um lugar de circulação

dia e noite.

A rua Pedro Taques com uma outra escala, é

uma rua mais de bairro, com edificações mais baixas,

cafés.

A rua Bela Cintra atravessa o centro de São

Paulo e chega no Bairro dos Jardins, porém seu ca-

ráter não muda muito, uma rua residencial.

E por último a Rua Fernando de Albuquerque,

que possui um grande fluxo de carros, conecta a rua

da Consolação à rua Haddock Lobo, um “corta cami-

nho” para a Avenida Paulista. Esta rua ao mesmo

tempo tem uma grande movimentação noturna com ba-

res, restaurantes e pontos de prostituição.

Page 61: as linhas da augusta

MAPA DOS FLUXOS nv0 50 100

metros

Page 62: as linhas da augusta

As linhas da augusta Localização

Page 63: as linhas da augusta

MAPA DO PASSEIO DO PEDESTRE nv0 50 100

metros

Page 64: as linhas da augusta

As linhas da augusta Localização

Page 65: as linhas da augusta

MAPA DAS AREAS nv0 50 100

metros

Page 66: as linhas da augusta

outras cotas

Page 67: as linhas da augusta
Page 68: as linhas da augusta

As linhas da augusta68

Page 69: as linhas da augusta

69MAPA TOPOGRAFIA nv0 50 100

metros

Page 70: as linhas da augusta

As linhas da augusta70

Page 71: as linhas da augusta

MAPA USOSedifício sem uso/ abandonado

casas noturnas

estacionamento

escola

hab. + comércio

serviçoshabitação nv0 50 100

metros

Page 72: as linhas da augusta

As linhas da augusta72

Page 73: as linhas da augusta

10 a 15 pavimentosMAPA PAVIMENTOS 4 a 10 pavimentos

20 a 25 pavimentos

2 a 4 pavimentosestacionamentos nv0 50 100

metros

Page 74: as linhas da augusta

As linhas da augusta74

Page 75: as linhas da augusta

FOTO AÉREA nv0 50 100

metros

Page 76: as linhas da augusta

76

RUA FERNANDO DE ALBUQUERQUE

MIOLO DA QUADRA

RUA AUGUSTA

RUA BELA CINTRA

Page 77: as linhas da augusta

77

Page 78: as linhas da augusta

projeto

Page 79: as linhas da augusta

foto: Trisha Brown roofpiece

Page 80: as linhas da augusta

As linhas da augusta80

PARTIDO

Chegar e partir!

Esse lugar pode ser experimentado como um even-

to, o estabelecimento de um lugar habitável. Uma ar-

quitetura da deriva baseada em espaços flexíveis e

lúdicos, onde os fluxos se distribuem e se constrói

uma cidade de viajantes – passantes – habitantes.

Uma tentativa de articular um espaço fragmen-

tado (o interior de uma quadra na rua Augusta) me-

diante um volume que produz seu próprio espaço, um

espaçamento, ou seja uma dimensão dentro do próprio

espaço.

Um eixo que não vislumbra controlar o terri-

tório, mas passa a costurar em uma nova sucessão,

outros lugares. Um desenho de quarteirão que costura

o existente e ao mesmo tempo contamina os edifícios

vizinhos tangentes à rua.

Uma arquitetura entre construções, em espaços

intersticiais. Uma passagem animada com a sobreposi-

ção dos térreos da cidade de São Paulo. Desafogando

a rua Augusta com novas chegadas e partidas.

O entre, a arquitetura passa a explorar o en-

tre as coisas – as passagens – estar não num extremo

ou noutro, mas no meio. Contra a tradição monumen-

tal – do eterno e do estático – assimilar a fluidez

dos sistemas de comunicação. Uma “arquitetura do

entre”.1 1 PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens Urbanas. São Paulo. São Paulo: SENAC: Editora Marca D’Água. p.319.

A rua que rasga a quadra!

24 HORAS!

Ao imaginar uma galeria passagem, um corta ca-

minho, uma extensão do espaço público, vislumbro um

espaço aberto 24 horas no qual a relação dos fluxos

rege o espaço. A circulação se torna organizadora

do espaço: escadarias e elevadores conectam vários

programas e ao mesmo tempo passa ser um programa.

São muitas as determinações que vivemos hoje,

então com esses novos chãos cada um faz o seu cami-

nho, desta forma passamos a nos responsabilizar por

nossos percursos.

Retiro a idéia de frente e fundo um estado fu-

sional agora possibilito uma nova perspectiva. Sub-

vertendo a idéia de frente e fundo ofereço cidade

tornando visível o invisível para talvez combater

esse “excesso de fora”2 que vivemos como disse Nuno

Ramos. Assim a dobra de um outro dentro.

No deslocamento o passante vive surpresas e

visualiza a rua Augusta e seu relevo por diversos

ângulos. Um passeio criativo e cheio de encontros.

Além de abrigar quem vive na metrópole em trânsito,

o desenho da galeria possibilitará o contato das

diferentes atividades e pessoas. Com novos aconte-

cimentos que reforça a idéia de espaço público-co-

letivo.

2 RAMOS, Nuno, in Brasil: os Rios e a Geografia à Margem da História? As cidades e suas margens: Seminário Internacional de Arte Pública,16 setembro de 2009.

Page 81: as linhas da augusta

81 Projeto

Uma infra estrutura para a cidade

Um edifício como um empilhamento de pisos equi-

pados que são um suporte flexível para as atividades

planejadas e ao mesmo tempo um facilitador para ati-

vidades possíveis, considerando a mutabilidade dos

espaços.

Um projeto com um sistema construtivo simples

e de fácil execução, uma estrutura simples pilares

que vencem pequenos vãos e uma laje alveolar que

proporciona uma estrutura leve. O fechamento será

uma pele exterior que funciona como regulador climá-

tico, permite a entrada de luz e ventilação. Assim a

aparência do edifício se torna leve e transparente.

O projeto a partir das reflexões sobre espaço,

tempo, escala humana e corpo visa possibilitar novas

experimentações e criações.

À MANTER

Os edifícios a serem mantidos possuem mais

de quatro pavimentos e mantém um bom uso. As pesso-

as que moram nos edifícios a serem retirados, serão

transferidas para o edifício abandonado na mesma

quadra, que será reformado, possibilitando assim,

uma permanência no lugar. Os edifícios comerciais e

de serviços a serem retirados terão um espaço dentro

da galeria.

Page 82: as linhas da augusta

As linhas da augusta82

existente a manter intervenção

Page 83: as linhas da augusta

83 Projeto

P I S O C O S T A

P I S O B E L A C I N T R A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS

P I S O A U G U S T A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS FLUXOS COMÉRCIO SERVIÇOS VIDA NOTURNA

SKATE BICICLETA

espaço coletivo playground piscina solário bar lanchonete conexões vegetação mirante descanço DANÇA

salas de ensaios

salas de ensaios

MÚSICA REFEITÓRIO MARMITA OFICINAS ESCRITÓRIOS

Fernando de Albuquerque

Costa

estacionamentoestacionamento

P I S O F E R N A N D O D E A L B U Q U E R Q U E

Fernando de Albuquerque

Costa

Page 84: as linhas da augusta

84

COMÉRCIO SERVIÇOS ESCRITÓRIOS ESTACIONAMENTOS

rua augusta

rua bela cintra

rua f. de albuquerque

rua costa

COMÉRCIO SERVIÇOS ESCRITÓRIOS ESTACIONAMENTOS

rua augusta

rua bela cintra

rua f. de albuquerque

rua costa

COMÉRCIO SERVIÇOS ESCRITÓRIOS ESTACIONAMENTOS

rua augusta

rua bela cintra

rua f. de albuquerque

rua costa

Page 85: as linhas da augusta

85

COMÉRCIO SERVIÇOS ESCRITÓRIOS ESTACIONAMENTOS

rua augusta

rua bela cintra

rua f. de albuquerque

rua costa

COMÉRCIO SERVIÇOS ESCRITÓRIOS ESTACIONAMENTOS

rua augusta

rua bela cintra

rua f. de albuquerque

rua costa

0 5 10 50

0 5 10 50

Page 86: as linhas da augusta

86

Page 87: as linhas da augusta

87 0 5 10 50

Page 88: as linhas da augusta

As linhas da augusta88 nv

0 5 10 50 100

Page 89: as linhas da augusta

89 Projeto

PLANTA 799: PISO RUA COSTA

Este piso é uma continuidade da calçada que entra

no edifício.

O uso voltado para esportes e lazer.

1- Do outro lado na esquina da rua augusta com a

Fernando de Albuquerque existem barzinhos que de-

senham uma marquise, no meu projeto faço a conti-

nuidade dela, primeiramente uma marquise que abriga

um ponto de ônibus com bancos! na espera as pessoas

podem dar a sorte e ver algum show na praça e perder

o ônibus.

Existe também a possibilidade de subir uma rampa

chegar a Fernando de Albuquerque e sua intensa vida

noturna!

2- é possível ao subir um nível, acessar o prédinho

salas de ensaio, um edifício com infra estrutura

para que salas sejam alugadas, pra dança, capoeira,

o que quiser.

3- nas arquibancadas é possível ver skatista e a

rua augusta esse nível abriga esportes, uma mar-

quise para os diferentes esportes, uma marquise, e

P I S O C O S T A

P I S O B E L A C I N T R A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS

P I S O A U G U S T A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS FLUXOS COMÉRCIO SERVIÇOS VIDA NOTURNA

SKATE BICICLETA

espaço coletivo playground piscina solário bar lanchonete conexões vegetação mirante descanço DANÇA

salas de ensaios

salas de ensaios

MÚSICA REFEITÓRIO MARMITA OFICINAS ESCRITÓRIOS

Fernando de Albuquerque

Costa

estacionamentoestacionamento

P I S O F E R N A N D O D E A L B U Q U E R Q U E

Fernando de Albuquerque

Costa

se continuarmos pela Augusta, passamos embaixo da

vitrine e é possível subir ao próximo nível ou por

rampas à direita ou ainda se não for nenhum desses

ao entrar subir a rampa ela acessa ao fundo a escada

rolante.

Page 90: as linhas da augusta

As linhas da augusta90 nv

0 5 10 50 100

Page 91: as linhas da augusta

91 Projeto

PLANTA 802: PISO COSTA

Nesse piso o uso é voltado para comércio e lazer.

1- Se da rua Costa a pessoa subiu as rampas, elas

podem parar a bicicleta, entrar na galeria, ir para

a varanda assistir um pouco do show e se continuarem

andando sobem a escada e chegam no próximo piso.

2- subindo a arquibancada ao se manter a esquerda

as pessoas encontram uma galeria de comércio, uma

de suas entradas se dá pela rua Fernando de Albu-

querque.

3- Ao subir a escadaria/ arquibancada da rua Augus-

ta, podem parar e assistir algum espetáculo na vi-

trine da rua augusta (mostrar o corte).

4- vindo da rua augusta entrou no cinema!

P I S O C O S T A

P I S O B E L A C I N T R A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS

P I S O A U G U S T A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS FLUXOS COMÉRCIO SERVIÇOS VIDA NOTURNA

SKATE BICICLETA

espaço coletivo playground piscina solário bar lanchonete conexões vegetação mirante descanço DANÇA

salas de ensaios

salas de ensaios

MÚSICA REFEITÓRIO MARMITA OFICINAS ESCRITÓRIOS

Fernando de Albuquerque

Costa

estacionamentoestacionamento

P I S O F E R N A N D O D E A L B U Q U E R Q U E

Fernando de Albuquerque

Costa

Page 92: as linhas da augusta

As linhas da augusta92 nv

0 5 10 50 100

Page 93: as linhas da augusta

93 Projeto

PLANTA 805: PISO AUGUSTA

Caracterizado por uma passagem, fluxos com uso vol-

tado para comércio e serviços são varias as possi-

bilidades de acesso.

1- subiu a arquibancada, encontrou alguém passou

pela praça de utilidades urbanas, caixas eletrôni-

cos, bancos, orelhão, caixa de correios, lixeiras e

um bar!entrou no cyber café, comprou uma coca e foi

para o cinema.

2- Na parada Pedro Taques, a pessoa desce a galeria

em rampa (mostrar na maquete) parou na primeira vi-

trine, encontrou um amigo, bebeu um drink e desceu

para a Rua Augusta.

3- Chegou de carro saiu do estacionamento e foi pas-

sear nas lojas...

P I S O C O S T A

P I S O B E L A C I N T R A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS

P I S O A U G U S T A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS FLUXOS COMÉRCIO SERVIÇOS VIDA NOTURNA

SKATE BICICLETA

espaço coletivo playground piscina solário bar lanchonete conexões vegetação mirante descanço DANÇA

salas de ensaios

salas de ensaios

MÚSICA REFEITÓRIO MARMITA OFICINAS ESCRITÓRIOS

Fernando de Albuquerque

Costa

estacionamentoestacionamento

P I S O F E R N A N D O D E A L B U Q U E R Q U E

Fernando de Albuquerque

Costa

Page 94: as linhas da augusta

As linhas da augusta94 nv

0 5 10 50 100

Page 95: as linhas da augusta

95 Projeto

PISO 811: PISO BELA CINTRA

Esse piso tem um uso de comércio e serviços. Com

várias chegadas e partidas.

1- Um artista que irá expor na galeria de arte, vin-

do da Rua Haddock Lobo é possível acessar a galeria

e levar suas obras pelo monta carga.

2- Alguém que vem da Rua Pedro Taques e passa pela

praça, pelo restaurante, até chegar na loja.

3- Da rua da Consolação, no respiro do metro é pos-

sível cortar caminho e chegar na praça, passar no

parquinho e entrar para trabalhar no restaurante.

4- Quem estiver trabalhando no edifico da CET pode

tomar um café na varanda, passar por alguns serviços

e lojas e ir para outra varanda assistir ao espetá-

culo na varanda.

Neste piso temos a entrada do Hotel Quality,

que hoje não tem nenhuma relação com a rua, a entra-

da se dá pelo estacionamento, então, no meu projeto

possibilito essa passagem e uma relação mais franca

com a rua para o Hotel e me aproprio de parte do se

lote.

P I S O C O S T A

P I S O B E L A C I N T R A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS

P I S O A U G U S T A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS FLUXOS COMÉRCIO SERVIÇOS VIDA NOTURNA

SKATE BICICLETA

espaço coletivo playground piscina solário bar lanchonete conexões vegetação mirante descanço DANÇA

salas de ensaios

salas de ensaios

MÚSICA REFEITÓRIO MARMITA OFICINAS ESCRITÓRIOS

Fernando de Albuquerque

Costa

estacionamentoestacionamento

P I S O F E R N A N D O D E A L B U Q U E R Q U E

Fernando de Albuquerque

Costa

Page 96: as linhas da augusta

As linhas da augusta96 nv

0 5 10 50 100

Page 97: as linhas da augusta

97 Projeto

PLANTA 817 PISO FERNANDO:

Um piso voltado para serviços escritórios e oficinas

um lugar de trabalho e de trocas onde os escritórios

do entorno podem tomar café, tirar xerox, se usufrir

deste espaço o que possibilita diálogo entre os di-

ferentes profissionais.

1-Uma pessoa pode estar na galeria de arte, encon-

trou um amigo, foi para a balada, que é uma conexão

um outro ambiente da balada existente, o Geni. Essa

mesma pessoa foi até o banheiro que acontece em to-

dos os pavimentos.

2-Depois de dançar, foi ao refeitório comer.

3-Subiu a escadaria passou pela oficina e foi ao seu

escritório trabalhar.

P I S O C O S T A

P I S O B E L A C I N T R A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS

P I S O A U G U S T A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS FLUXOS COMÉRCIO SERVIÇOS VIDA NOTURNA

SKATE BICICLETA

espaço coletivo playground piscina solário bar lanchonete conexões vegetação mirante descanço DANÇA

salas de ensaios

salas de ensaios

MÚSICA REFEITÓRIO MARMITA OFICINAS ESCRITÓRIOS

Fernando de Albuquerque

Costa

estacionamentoestacionamento

P I S O F E R N A N D O D E A L B U Q U E R Q U E

Fernando de Albuquerque

Costa

Page 98: as linhas da augusta

As linhas da augusta98 nv

0 5 10 50 100

Page 99: as linhas da augusta

99

P I S O C O S T A

P I S O B E L A C I N T R A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS

P I S O A U G U S T A

ABRIGO CAFÉ BAR ENCONTRO COMÉRCIO CONEXÕES CHEGADAS FLUXOS COMÉRCIO SERVIÇOS VIDA NOTURNA

SKATE BICICLETA

espaço coletivo playground piscina solário bar lanchonete conexões vegetação mirante descanço DANÇA

salas de ensaios

salas de ensaios

MÚSICA REFEITÓRIO MARMITA OFICINAS ESCRITÓRIOS

Fernando de Albuquerque

Costa

estacionamentoestacionamento

P I S O F E R N A N D O D E A L B U Q U E R Q U E

Fernando de Albuquerque

Costa

Projeto

PLANTA 823 PISO COBERTURA:

A cobertura atravessa a quadra é um elemento

que dá unidade ao projeto com lanchonete e bar, pis-

cinas vestiários e o quadrado dançante, um espaço a

ser ocupado dia e noite por quem vive e trabalha por

lá. Neste nível as conexões são feitas com edifícios

residenciais moradores que usarão esse lugar.

1- Saindo do Hotel a pessoa acessa a cobertura e vai

para o quadrado dançante

2- Da sua casa passa pela lanchonete toma um suco

passa no lava pé e vai para a piscina

Os edifícios que são conectados a cobertura recebem

o acesso, mas cada um se organiza da forma que achar

melhor, um piso só de conexão, um apartamento passa

a ser entrada....

A idéia é que este lugar se torne um mirante

para a Augusta!

Page 100: as linhas da augusta

As linhas da augusta100 ELEVAÇÃO BELA CINTRA

Page 101: as linhas da augusta

101 Projeto

0 5 10 50

Page 102: as linhas da augusta

As linhas da augusta102 ELEVAÇÃO FERNANDO DE ALBUQUERQUE

Page 103: as linhas da augusta

103 Projeto

0 5 10 50

Page 104: as linhas da augusta

As linhas da augusta104 ELEVAÇÃO COSTA

Page 105: as linhas da augusta

105 Projeto

0 5 10 50

Page 106: as linhas da augusta

As linhas da augusta106 CORTE HOTEL

Page 107: as linhas da augusta

107 Projeto

0 5 10 50

Page 108: as linhas da augusta

As linhas da augusta108

Page 109: as linhas da augusta

109 Projeto

0 5 10 50

Page 110: as linhas da augusta

MAQUETES

Page 111: as linhas da augusta
Page 112: as linhas da augusta

serviçosMAQUETE DE ESTUDO comércioHABITAÇão

edifício abandonado

Page 113: as linhas da augusta

113 Maquete

Page 114: as linhas da augusta

MAQUETE

Page 115: as linhas da augusta

115 Maquete

Page 116: as linhas da augusta

As linhas da augusta116

Page 117: as linhas da augusta

117 Maquete

Page 118: as linhas da augusta

As linhas da augusta118

Page 119: as linhas da augusta

119 Imagens

Page 120: as linhas da augusta

reportagens

Page 121: as linhas da augusta
Page 122: as linhas da augusta

Considerações finais

Page 123: as linhas da augusta

pintura sobre foto: Paulo

von

pose

r

Page 124: as linhas da augusta

As linhas da augusta124

Page 125: as linhas da augusta

125 Considerações finais

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Depois de um ano de reflexões e desenhos. Con-

sidero que elaborei um modo de pesquisar e projetar

em um tempo meu. Diversas questões surgiram, antes

em emaranhado de dúvidas, um novelo confuso e cheio

de nós.

Mas percebi que junto `as outras pessoas,

discutindo, desenhando, “jogando conversa fora”,

enriquecia meu modo de olhar, eram diferentes his-

tórias no cenário de São Paulo e na Augusta.

Durante todo o processo precisei de outros

olhares, que possibilitaram encontrar o meu. Tanto

de arquitetos, anigos, parentes, ou seja quem vive

a cidae. Depois de escolhido o lugar, pude encon-

trar problemas e perguntas, tudo era confuso, di-

versos desejos, diversos edifícios, alturas, muros,

pessoas. Agora um espaço que me instiga. Com esse

projeto possibilito novas perguntas1.

Desta forma penso a arquitetura como uma dis-

ciplina que proporciona dispositivos capazes de

transbordar seus próprios limites, a inter relação

entre pensamentos para pensar a cidade.

Neste momento, algumas perguntas se aproxima-

ram de certas respostas, mas sei que novas sempre

irão me acompanhar.

1 GALVAO, Evangelina Lopes Nunes. Entrelinhas. Trabalho final de graduação do Mackenzie, 2008.

Page 126: as linhas da augusta

bibliografia

Page 127: as linhas da augusta

quadros: Jpsep

h Al

bers

Page 128: as linhas da augusta

As linhas da augusta128

BIBLIOGRAFIA

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. Tradução de Antonio da Costa Leal e Lidia do Valle Santos Leal. Rio de Janeiro: Livraria Eldorado Tijuca.

BENJAMIN, Walter. Passagens. Imprensa Oficial do Estado S/A. São Paulo.

CAFFE, Carla. São Paulo na linha. Texto Gisele Beiguelman; ilustrações Carla Caffé. São Paulo, DBA Artes Gráficas, 2000.

CALVINO, Italo. Cidades Invisíveis. Companhia das Letras. São Paulo, 1998.

CORTAZAR, Julio. O outro céu in Todos os fogos o fogo. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 2007.

CYTRYNOWICZ, Isabel Nassif. Duas Augustas. Isabel Nassif Cytrynowics. São Paulo, 2008. CYTRYNOWICZ, Roney (org.). Dez roteiros históricos a pé em São Paulo. São Paulo, Narrativa Um, 2007.

DOHERTY, Brian O’. No interior do cubo branco: a ideologia do Espaço da Arte. Martins Fontes, São Paulo, 2007.

FERREIRA, Glória e COTRIM, Cecilia (org.). Escri-tos de artistas: anos 60/70. Jorge Zahar Editor. Rio de Janeiro, 2006.

JACOBS, Jane. Morte e vida nas grandes cidades. Martins Fontes. São Paulo, 2008.

JENGER, Jean. Le Corbusier : Architect of a New Age. London, Thames e Hudson, 1996. KRAUSS, Rosalind E. Caminhos da escultura moderna. Martins Fontes, São Paulo, 1998. NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo, CosacNaify, 2006.

PEIXOTO, Nelson Brissac. Distancias in Paisagens urbanas. Editora SENAC, São Paulo, 1996.

RAMOS, Nuno. Ó. Editora Iluminuras ltda. São Pau-lo, 2009.

ROSA, João Guimarães. Primeiras Estórias. Editora Nova Fronteira. Rio de Janeiro, 2001. VIEGAS, Fernando Felippe. Conjunto Nacional: A construção do Espigão central. Dissertação de mestrado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2003.

SENNETT, Richard. O Artífice. Editora Record. Rio de Janeiro - São Paulo, 2009.

SOLA MORALES, Ignasi. Territórios. Barcelona: Gustavo Gilli.

WENDERS, Wim. A paisagem urbana. Revista do depar-tamento Histórico e Artístico Nacional.

WISNIK, Guilherme. Estado crítico: a deriva das cidades. Publifolha, São Paulo, 2008.

Page 129: as linhas da augusta

129 Bibliografia

TFG:

GALVAO, Evangelina Lopes Nunes. Entrelinhas. Trabalho final de graduação no Mackenzie, 2008.

SITES:

www.vitruvius.com.br

http://www.vazio.com.br/blog/?p=255

http://www.pucsp.br/artecidade/novo/ac2/30.htm

http://www.grupocorpo.com.br/site/#

http://saopaulo.the-hub.net/public/spaces.html

Page 130: as linhas da augusta

As linhas da augusta130

www.itaucultural.org.br/tridimensionalidade/arq/

livro03.htm (11/06/2009)

CAFFE, Carla. São Paulo na linha. Texto Gisele

Beiguelman; ilustrações Carla Caffé. São Paulo,

DBA Artes Gráficas, 2000.

www.artexpertswebsite.com/.../pissarro.php

(05/05/2009)

w w w . f o r - a r t s - s a k e . b u z z s u g a r .

com/1065226(05/05/2009)

http://plagiosdejrbocelli.blogspot.com/2009/09/

as-80-mais-belas-pontes-do-mundo-las-80.html

(10/07/2009)

http://www.piratininga.com.br/ (10/05/2009)

SIZA. Alvaro: 1986-1995. Editorial Blau, Lisboa. 1995.

ROCHA, Paulo Mendes da. ROSA, Artigas (org.). Pau-

lo Mendes da Rocha. São Paulo, Cosac Naify, 2002.

www.fjsp.org.br/agenda/08_04_nishizawa.html

(10/04/2009)

BOESINGER, W (Ed.) Le Corbusier Oeuvre com-

plete, volume 5, 1946-52. Fondation Le Corbusi-

er, Paris, 1995.

http://www.artnet.com/magazineus/reviews/

robinson/robinson6-15-07_detail.asp?picnum=4

(20/04/2009)

TOMBI, Luciana. David Libeskind - ensaio sobre

as residências unifamiliares. São Paulo, Romano

Guerra, 2007.

FUENTES Carlos. The diary of Frida Kahlo: an in-

timate self-portrait. Cidade do México, 1995.

Page 131: as linhas da augusta

131 bibliografia

www.instintoguapo.com/2008_09_01_archive.html

(15/04/2009)

www.instintoguapo.com/2008_09_01_archive.html

(15/04/2009)

http://www.alexflemming.com/(20/04/2009)

http://artedesalto.files.wordpress.com/2008/05/vol-

pi_musicacor_f_014 (20/04/2009)

RAGAZZO, Cléber. Rua Augusta: a calçada da glória.

São Paulo.

www.artsci.washington.edu/.../TrishaBrown.htm

(22/04/2009)

http://www.grupocorpo.com.br/site

(22/04/2009)

Guia da folha: o reteiro mais completo de São

Paulo. São Paulo, 14 a 20 de março de 2008.

www.popartuk.com/art/joseph-albers/homage-to

(20/04/2009)

wahooart.com/A55A04/w.nsf/OPRA/BRUE-

5ZKC82(27/04/2009)

Page 132: as linhas da augusta

agradecimentos

Page 133: as linhas da augusta

quadro: Edgar Dégas

Page 134: as linhas da augusta

As linhas da augusta134

Page 135: as linhas da augusta

135 agradecimentos

Agradeço primeiramente à professora e orientadora Carol Tonetti que a cada orientação me mostrou um universo da arquitetura e do desenho proporcionando um ano de aprendizado muito prazeiroso e sério.

À Juju e sua alegria de viver que trouxe cor para o projeto.

Ao trio parada dura que agora só vai partir pro abraço.

À Mila e a sua rapidez, esperteza e paciência.

À Doda e sua sensibilidade e criatividade.

Ao Pe por suas imagens e disponibilidade.

À a Bel e sua paixão pela Augusta.

À Evan pelo seu olhar estético e prático e seu lindo TFg que me inspirou muito.

À Aninha por suas leituras.

À Ma Pappa por seu desenho.

À Re Bo e seus questionamentos intrigantes.

À Escola da Cidade e as aulas de metodologia que me ensinaram a elaborar perguntas.

Aos meus pais, pelas leituras, comentários e idéias.

À Marisa e suas sábias colocações.

Ao Be e seu jeito de ver o mundo.

Ao Deco e sua proximidade longe.

Aos meus amigos da faculdade Bia, Carol, Carol

Sacconi, Elisa, Ju, Patê, Ro, Pedro e Tatá sempre por perto.

Às já arquitetas Ju e Anita.

Às quase arquitetas Aninha e Nana.

E às amigas Ju Maria e Lu que sempre acrescentam.

Aos fotógrafos que ilustraram meu trabalho.

À banca de reflexão: Joana Mello que me mostrou o mundo acadêmico e como trazer o cotidiano ao projeto, e ao Vinícius Andrade que pacientemente acompanhou todo o processo do TFG e me mostrou como as várias orientações seu modo de ver arquitetura.

À banca de qualificação: Vinícius Andrade e Pedro Barros e Carol Tonetti, que me ajudaram a desenhar a cara do projeto.

À banca final: Marcelo Barbosa, Álvaro Puntoni, Vinícius Andrade e à Carol Tonetti.

E sempre em todas as bancas a Carol Tonetti e seu olhar livre e rigoroso.

Aos professores César Shundi, Cristiane Muniz, Guilherme Wisnik, Pedro Salles, Marta Moreira e Vera Domschke, que me orientaram e com novas e importantes questões.

E aos arquitetos que de diversas formas trabalham a arquitetura e eu pude compartilhar alguns momentos com eles. Abílio Guerra, Décio Amadio, Cícero Ferraz , Fábio Mosaner, e à Silvana Romano.

Obrigada.

Page 136: as linhas da augusta

As linhas da augusta136