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RELATÓRIO
INVENTÁRIO DE GASES DE
EFEITO ESTUFA
Fibria Celulose S.A
Unidades Operacionais
Jacareí – Aracruz – Três Lagoas
Florestal – Industrial – Logística
Inventário de GEEs 2018, base 2017
Atividades 01/01/2017 a 31/12/2017
(Versão 3)
1
Sumário Executivo
Inventários de gases de efeito estufa são ferramentas importantes tanto para quantificar
emissões quando para conscientizar sobre as mudanças climáticas. Para a Fibria, seu
inventário de Gases de Efeito Estufa (GEEs) é como a Pegada de Carbono dos seus
produtos, visto que considera as emissões e remoções de GEEs da produção da muda
de eucalipto a entrega da celulose.
O presente documento representa os resultados das unidades de negócio da Fibria
Celulose S.A. de Jacareí, Aracruz e Três Lagoas e atividades associadas referente ao ano
de 2017 quanto as emissões e remoções de GEEs.
Em relação ao inventário anterior foram ajustados os fatores de emissão do transporte
marítimo de celulose, ajustando-se ao tamanho de embarcação que transportou nossa
celulose em 2017; e o incremento corrente anual dos plantios de eucalipto. Incluiu-se um
fator de expansão de biomassa para considerar os galhos das árvores no cálculo do
sequestro. O transporte marítimo de celulose é a principal atividade emissora dentro do
escopo 3 considerado no inventário; o incremento corrente anual, que é o crescimento
entre um ano e outro para uma classe de idade de uma plantação de eucalipto, é a
principal variável no cálculo do sequestro de carbono.
Em comparação à 2016, as emissões totais em 2017, soma dos escopos 1, 2 e 3, foram
17,1% maiores, enquanto houve aumento de 13,9% da produção de celulose.
O ano base para o inventário de gases de efeito estufa é 2011, ano de referência para a
meta de longo prazo de dobrar o sequestro líquido de emissões. Em relação ao ano base,
os resultados apresentam aumento nas emissões de escopo 1 de 1,8%, e um aumento
de 222% nas emissões de escopo 2, por alteração na matriz energética brasileira.
Somando-se escopo 1 e 2, houve um aumento de 2,6% em emissões.
A tabela abaixo resume o resultado deste inventário e a comparação aos anos anteriores.
Tabela 1 – Resultados 2017 e comparação com anos anteriores
2017 - tCO2e 2016 2015 2014 2013 2012 2011
Em
issõ
es
E1 - Emissões diretas 1.189.826 11,8% 5,0% -0,3% 6,8% 3,2% 1,8%
E2 - Emissões indiretas – consumo de energia elétrica 14.442 6,6% 48,6% 18,0% -32,0% 103% 222%
E3 – Outras emissões indiretas 441.620 34,9% 5,8% -32,4% -22,1% -30,3%
-24,7%
Emissões Totais Fósseis 1.645.889 17,1% 5,5% -11,4% -3,3% -8,2% -6,5%
Emissões Totais de Biomassa Renovável* 9.068.722 -9,8%
-24,1% -22,8% -21,5% -22,3%
-19,6%
Re
mo
çõ
es Sequestro de CO2 – Eucalyptus
16.330.013 -23,2% -
17,3% 4,1% -4,0% -0,9% -5,8%
Sequestro de CO2 – Áreas de Conservação 955.589 -9,1% -9,7% -57,7% -33,9% -47,5%
-27,1%
Remoções Totais 17.285.602 -22,5%
-16,9% -3,7% -6,3% -5,5% -7,3%
Celulose produzida (tonelada seca ao ar - tsa) 5.091.062 13,9% 10,1% 7,9% 8,4% 7,5% 9,3%
2
*Para 2017 foi corrigida dupla contagem nas emissões do uso do licor negro, principal fonte de energia do
processo, e de origem renovável.
A alteração do uso do solo para ecossistemas florestais, em geral, aumenta os estoques
de carbono das áreas. Nesse contexto a expansão das florestas comerciais é uma
reconhecida atividade de mitigação de efeito estufa.
Elaboração e responsabilidade técnica: Gustavo A. Reginato. Contato: [email protected]
3
Sumário
Protocolos para Estimativa e Elaboração de Relatórios das Emissões de GEEs e Método de Consolidação ................................................................................................................ 5
Limites Organizacionais e Operacionais ............................................................................ 6
Categorias de Fontes de Emissões de GEE ..................................................................... 6
Descrição das operações da Fibria ................................................................................... 7
Layout do fluxo florestal ..................................................................................................... 8
Layout do fluxo industrial ................................................................................................. 11
Layouts dos fluxos logísticos ........................................................................................... 15
Fibria - Sinopse dos números (em toneladas de CO2e) .................................................. 18
Emissões Diretas ............................................................................................................. 19
Emissões Indiretas .......................................................................................................... 19
Atividades Industriais ....................................................................................................... 20
Emissões de equipamentos estacionários ....................................................................... 20
Emissões de Gestão de Resíduos................................................................................... 20
Emissões de Fontes Móveis ............................................................................................ 21
Emissões do consumo de eletricidade ............................................................................ 22
Atividades Florestais ........................................................................................................ 22
Emissões de fontes móveis ............................................................................................. 23
Emissões da correção do solo ......................................................................................... 24
Emissões da aplicação de fertilizantes químicos e orgânicos ......................................... 25
Emissões do consumo de eletricidade ............................................................................ 26
Remoções por sumidouros (Sequestro de CO2).............................................................. 27
Análise gráfica dos números ........................................................................................... 29
Fontes de emissões diretas ............................................................................................. 29
Emissões por tipo de combustível nas unidades industriais ............................................ 29
Emissões da área Industrial ............................................................................................ 31
Emissões da Logística de Celulose ................................................................................. 31
Fontes de emissões de atividades florestais ................................................................... 32
Análise de Performance .................................................................................................. 33
Índice de tabelas
Tabela 1 – Resultados 2017 e comparação com anos anteriores ..................................... 1
Tabela 2 - Escopos das emissões de GEE ....................................................................... 6
4
Tabela 3 - Fontes de emissões atmosféricas na produção de celulose .......................... 11
Tabela 4 – Emissões de 2017 por escopo ....................................................................... 18
Tabela 5 - Emissões Diretas por Unidade de Produção e Atividade. .............................. 19
Tabela 6 - Emissões Indiretas por Unidade de Produção e Atividade. ............................ 19
Tabela 7 – Emissões de Fontes Estacionárias ................................................................ 20
Tabela 8 – Emissões de Resíduos .................................................................................. 21
Tabela 9 – Emissões de Fontes Móveis da Indústria e Logística .................................... 21
Tabela 10 – Emissões de Escopo 2 da Indústria ............................................................. 22
Tabela 11 – Resumo das emissões florestais ................................................................. 22
Tabela 12 - Emissões de Escopo 3 – Fontes Móveis Florestal ....................................... 23
Tabela 13 – Emissões de Escopo 2 da Florestal ............................................................. 27
Tabela 14 - Fibria Performance ....................................................................................... 33
Tabela 15 - Critérios Mínimos de Inclusão ...................................................................... 34
Tabela 16 - Exemplos de fontes que não atingiram o critério .......................................... 34
Índice de gráficos
Gráfico 1 - Emissões diretas de CO2e ............................................................................. 29
Gráfico 2 - Emissões diretas por tipo de combustível ..................................................... 30
Gráfico 3 – Emissões diretas por tipo de combustível fóssil ........................................... 30
Gráfico 4 - Emissões da área Industrial .......................................................................... 31
Gráfico 5 - Emissões por modal de transporte de celulose ............................................ 31
Gráfico 6 - Emissões das operações florestais ............................................................... 32
Índice de anexos
Anexo 1 – Critério de Inclusão/Exclusão ......................................................................... 34
Anexo 2 – Incertezas Relativas a Emissões e Remoções ............................................... 35
Anexo 3 – Dados de Acordo com o Framework CEPI 2007 ............................................ 36
Anexo 4 – Fibria - Tabela Resumo .................................................................................. 37
5
Protocolos para Estimativa e Elaboração de Relatórios das Emissões
de GEEs e Método de Consolidação
Vários protocolos internacionais foram e são desenvolvidos para calcular as emissões de
GEEs, incluindo o do Instituto de Recursos Mundiais (WRI, do inglês World Resources
Institute)/Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD,
do inglês World Business Council for Sustainable Development) - WRI/WBCSD.
O WRI (Instituto de Recursos Mundiais) é uma organização não-governamental que atua,
juntamente com corporações, empresas e investidores, com o objetivo de acelerar as
mudanças nas práticas de negócios e encontrar soluções que enfrentem com criatividade
os desafios socioambientais.
O WBCSD (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) é uma
coligação de mais de 200 empresas multinacionais comprometidas com o
desenvolvimento sustentável através de crescimento econômico, equilíbrio ecológico e
progresso social. Seus membros representam 31 países e mais de 22 setores industriais
e compartilham conhecimento, através de suas redes, usando o conceito de eco-eficiência
assim como trocando ideias com a comunidade internacional de negócios.
Este inventário foi feito com base nos documentos a seguir preparados pelo Instituto de
Recursos Mundiais juntamente com o Conselho Empresarial Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável.
• “The Greenhouse Gas Protocol – a Corporate Accounting and Reporting Standard
[O Protocolo de Gases de Efeito Estufa: Contabilidade Corporativa e Padrões para
Elaboração de Relatório] – Edição revisada. ”
• “Ferramentas de cálculo para Estimativa de emissões de gases de efeito estufa das
fábricas de celulose e papel”, do Grupo de Trabalho de Mudança de Clima do
Conselho Internacional das Associações de Florestas e Papel (Calculation Tools
for Estimating Greenhouse Gas Emissions from Pulp and Paper Mills, ICFPA, sigla
em inglês de "International Council of Forest and Paper Associations"), versão 1.1;
• ICFPA/NCASI Spreadsheets for Calculating GHG emissions from pulp and paper
manufacturing Workbook (Planilha de Cálculo de Emissões de GEEs da produção
de celulose e papel da ICFPA/NCASI) Versão 1.3.
• “Calculation Tools for Estimating Greenhouse Gas Emissions from Mobile
Combustion” [Ferramentas de cálculo para Estimativa de emissões de gases de
efeito estufa da combustão móvel], versão 1.2.
• Ferramenta de Cálculo Programa Brasileiro GHG Protocol v2017.2
Também foram utilizados os seguintes documento preparados pelo IPCC:
• “Diretrizes de 2006 do IPCC para Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa.”
• “Guia de Boas Práticas para Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Floresta. ”
6
Apesar de não haver uma definição padrão para Pegada de Carbono, geralmente é
entendido como o resultado do cálculo líquido das emissões de gases de efeito estufa
associados a um produto em fronteiras amplas.
A jusante em nossa cadeia de valor, a aplicação dos padrões acima mencionados no
desenvolvimento da Pegada de Carbono não é evidente, devido às características do
setor, para tratar isso, a CEPI (Confederação Europeia de Indústrias de Papel)
desenvolveu um protocolo para o desenvolvimento de pegada de carbono para produtos
de papel e papel cartão.
Afim de promover nossa parceria estratégica com nossos stakeholders, os resultados de
nossa Pegada de carbono também são apresentados de acordo com o protocolo da CEPI
página 36.
Limites Organizacionais e Operacionais
A Fibria é uma das maiores empresas de fabricação de celulose no mundo e a principal
produtora de celulose Kraft branqueada de mercado de eucalipto, a partir de florestas
100% plantadas em áreas já anteriormente antropizadas, incrementando o estoque de
carbono dessas.
A Fibria possui operações em sete estados (Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul), e três fábricas (Aracruz,
Jacareí, Três Lagoas) além de 50% de participação acionária na Veracel, fábrica de
celulose localizada na Bahia. O presente inventário representa os dados das unidades de
negócio de Aracruz, Jacareí e Três Lagoas, das atividades florestais, industriais e
logísticas, aquelas que a companhia detém o controle operacional.
Em consonância com o método do GHG Protocol para corporações e a norma NBR ISO
14064-1, deve-se estabelecer uma abordagem para consolidação dos dados de emissões
e remoções de GEEs, por controle operacional ou por participação societária.
O inventário de Gases de Efeito Estufa da Fibria consolida os dados sob a abordagem do
controle operacional, apresentando as fontes que detém 100% da responsabilidade das
decisões de uso, aquisição ou venda.
Categorias de Fontes de Emissões de GEE
Os protocolos WRI/WBCSD estabelecem categorias de emissões para definir limites
operacionais para fins de contabilização. Estas categorias são explicadas a seguir em
detalhes, pois o relatório foi elaborado com base nelas.
Tabela 2 - Escopos das emissões de GEE
Escopo 1:
Emissões
diretas de GEE
Fontes que são de propriedade da empresa
ou controladas por ela.
▪ Combustão estacionária (geração de calor,
vapor e eletricidade utilizando combustíveis
fósseis)
▪ Emissões geradas em processos
específicos como tratamento de resíduos,
fertilização e correção do solo
▪ Combustão móvel (colheita, transporte de
madeira, deslocamentos e empilhadeiras).
7
Escopo 2:
Emissões
indiretas
Emissões da produção de energia elétrica
que é adquirida da rede de transmissão ▪ Consumo de energia elétrica da rede
Escopo 3:
Outras
emissões
indiretas
Fontes que não são de propriedade nem
controladas pela empresa.
▪ Transporte e movimentação da celulose
▪ Operações florestais terceirizadas
(Silvicultura e Construção de Estradas)
▪ Viagens aéreas e transporte de
Funcionários
▪ Transporte e tratamento de resíduos
A Fibria classificou os itens a seguir como emissões diretas:
• Emissões de CO2, CH4 e N2O da combustão de combustíveis fósseis nos
equipamentos estacionários (forno de cal, caldeiras de recuperação, caldeiras de
força);
• Emissões de CO2, CH4 e N2O da combustão nos equipamentos próprios de
transporte e daqueles que tem o controle sobre o consumo de combustível;
• Emissões de CO2, CH4 e N2O nos equipamentos de colheita e transporte de
madeira;
• Emissões de CH4 nos aterros sanitários próprios e tratamento de efluentes;
• Emissões de CO2 e N2O da fertilização e da correção do solo;
• Emissões de CH4 e N2O da combustão de biomassa e biocombustíveis;
A Fibria classificou os itens a seguir como emissões indiretas:
• Emissões da eletricidade comprada;
• Emissões de viagens aéreas e transporte de funcionários
• Emissões de atividades florestais terceirizadas (silvicultura, transporte ferroviário
de madeira, construção de estradas);
• Emissões da movimentação e transporte de celulose realizado por empilhadeiras,
caminhões, trens e embarcações.
A Fibria também considerou o sequestro fornecido pelas plantações de eucalipto e das
áreas destinadas a conservação.
Dióxido de carbono equivalente (CO2e)
As emissões de CH4 e N2O estão expressas em CO2e em todo o inventário.
Descrição das operações da Fibria
A Fibria é uma das maiores empresas de fabricação de celulose no mundo, e a principal
produtora de celulose Kraft branqueada de eucalipto, a partir de florestas 100% plantadas.
O processo contínuo de inventário de suas emissões de gases de efeito estufa reflete seu
compromisso com produtos ambientalmente amigáveis.
A Fibria possui operações em sete estados (Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul), e três fábricas (Unidade
8
Aracruz, Jacareí, Três Lagoas, e 50% de participação acionária na Veracel, fábrica de
celulose localizada na Bahia). As unidades fornecem celulose de alta qualidade ao
mercado mundial, para todos os tipos de papel (papéis para imprimir e escrever, tissue,
papelão, papéis especiais, etc.). Além das unidades operacionais, possui um escritório de
administração central, a concessão de dois terminais no porto de Santos e, em 2015, o
escritório em Pelotas-RS consolidou-se como base administrativa das operações no sul.
As informações deste documento apresentam um retrato transparente das operações
controladas pela Fibria nos estados acima mencionados. Esse relatório detalha os
resultados atendendo múltiplos propósitos de divulgação de informações relacionadas a
Gases de Efeito Estufa. Em tempo, o sequestro das áreas destinadas a conservação fora
baseado em um cruzamento da classificação de fitofisionomias da Fibria com as do IPCC.
Em seguida, fatores de crescimento de biomassa Tier 1 do IPCC foram utilizados para
estimar crescimento, e consequentemente, sequestro de carbono.
A cadeia produtiva foi organizada nos três seguintes principais layouts: florestal, industrial
e logístico, nos quais foram mapeadas as principais emissões. Todas as fontes de
emissões estão listadas e contabilizadas de acordo com o método do GHG Protocol para
corporações, aplicando a abordagem de controle operacional na consolidação dos dados.
Fontes de emissões das atividades da Administração Central em São Paulo, da
administração dos terminais e armazéns de Santos e do administrativo do Rio Grande do
Sul, eventualmente não foram contabilizadas, pois as fontes desse relatório foram
determinadas pelos critérios de inclusão/exclusão1. Por meio desta metodologia
asseguramos uma compreensão completa dos limites do inventário e de suas
considerações.
Layout do fluxo florestal
Estes diagramas representam um resumo das atividades florestais relativas às operações
das fábricas de Aracruz, Jacareí e Três Lagoas. O processo é composto de quatro áreas
principais: viveiros, silvicultura, colheita e transporte.
Com relação aos resíduos nos viveiros, o efluente é direcionado para os tanques de
decantação ou sépticos. O acompanhamento periódico é feito depois do processo, antes
do retorno dos efluentes ao seu ambiente original. Os resíduos sólidos são doados ou
reutilizados para recomposição da paisagem; outras matérias orgânicas são dispostas no
aterro sanitário. A quantidade de emissões nos dois casos é desprezível em relação à
emissão total.
Jacareí
As operações florestais da Fábrica de Jacareí estão concentradas no Vale do Paraíba e
em Capão Bonito. O processo inicia nos viveiros, onde as mudas são cultivadas. As fontes
mapeadas (fertilizantes sintéticos, energia elétrica, GLP e diesel) estão relacionadas à
atividade de preparação das mudas para plantio.
O processo de plantio das mudas inicia no próximo estágio. Isso envolve o transporte dos
viveiros até a floresta e também inclui a preparação do solo e as operações silvícolas
usando máquinas e fertilizantes agrícolas. Depois do plantio da floresta, ela se torna a
1 Os critérios de inclusão/exclusão estão delineados no Anexo I
9
principal fonte de sequestro de dióxido de carbono. As quantidades sequestradas são
proporcionais à idade da floresta.
Depois de aproximadamente 7 anos, a madeira é coletada com equipamentos
especializados e preparada para o transporte até a unidade industrial. Nesse estágio, a
principal fonte de emissões é o diesel. Durante a colheita toda a casca, copas de árvores
e outras fontes de biomassa permanecem na área para conservação do solo.
Esse fluxo termina com o transporte da madeira preparada até as plantas industriais em
vários tipos de caminhões.
Aracruz
As operações florestais da Aracruz estão distribuídas nos estados do Espírito Santo,
Minas Gerais e Bahia. Cerca de 80% das cascas, copas de árvores e outras fontes de
biomassa são mantidos na área para conservação do solo. O restante segue com a
madeira para a fábrica para ser utilizado como combustível nas caldeiras de energia.
O processo continua de forma muito semelhante à operação de Jacareí, e termina com o
transporte por um conjunto diversificado de atividades logísticas, incluindo caminhões, e
também, barcaças e trens.
Em 2015 foram iniciadas temporariamente as operações logísticas de transporte de
madeira do Rio Grande do Sul à unidade de Aracruz por embarcações costeiras. A
madeira é carregada no porto do Rio Grande e descarregada em Portocel a 3 km de
fábrica. A madeira é originária de contratos com produtores locais do estado sulista. É
esperado que essas operações sejam realizadas por 3 anos.
10
Três Lagoas
A operação Florestal de Três lagoas compreende o viveiro, onde as mudas são
produzidas, as operações silviculturais, de colheita e transporte de madeira. Após sete
anos, a colheita produz toras com casca e sem casca, em uma proporção de 60%/40%,
onde a casca é destinada para queima na caldeira de biomassa. A fábrica de Três Lagoas
é um greenfield, localizado próximo às florestas, reduzindo assim o consumo de diesel
necessário para o transporte.
RIO GRANDE DO SUL SUPPLY
AGREEMENTS
ROAD FREIGHT
HARVESTAracruz
São MateusBahia
PRODUCTIONNURSERY (Aracruz) NATIVE FOREST
PLANTED FOREST
MAIN PROCESS
DISCARD
LOGS
BIO
2CO-
2CO-DI
DI
F S NEE
DI Diesel F S N Synthetic Fertilizer EE Electricity BIO Biomass
DI
RAIL FREIGHT(Tree Farmers)
COASTAL SHIPPING(Barge)
DI
DEVELOPMENTNURSERY
(São Mateus)
DI
EE
DEVELOPMENTNURSERY
(São Mateus)
EE
SILVICULTUREAracruz
São MateusBahia
DI F S N
FLOW LAYOUT FORESTRY - ARACRUZ / ESPIRITO SANTO / BAHIA / RIO
GAS Gasoline
DI
DI
BIO
HARVEST LOGS
DI BIO
COASTAL VESSELS(Cargo)
DI
11
Layout do fluxo industrial
O diagrama industrial representa o estágio em que a polpa é extraída da madeira, usando
um processo conhecido como processo Kraft. Entre as inúmeras vantagens do ponto de
vista ambiental, o processo Kraft é autossuficiente em energia elétrica, pois a biomassa é
o principal insumo para produzi-la. (Para obter mais informações sobre o processo Kraft
clique em: http://en.wikipedia.org/wiki/Kraft_process).
O fluxo principal consiste em um processo de cozimento de madeira; em um estágio de
branqueamento e; em um estágio final de extração, no qual as emissões atmosféricas
diretas vêm principalmente das válvulas de exaustão que emitem vapor. Em razão da
natureza das reações que ocorrem durante esses processos, não existe evidência de que
esses gases emitidos resultem em ocorrência significativa de gases de efeito estufa.
Sempre que temos uma emissão significativa de gases de efeito estufa ou consumo de
combustível, a fonte é mapeada e sua emissão é contabilizada no inventário.
Em termos de monitoramento, a Fibria atende às exigências da demanda ambiental de
cada estado por meio do monitoramento do processo de cozimento de madeira, do estágio
de branqueamento e do processo final de secagem. A tabela2 abaixo resume os principais
gases presentes na produção de celulose.
Tabela 3 - Fontes de emissões atmosféricas na produção de celulose
Fontes de
emissão
Compostos
reduzidos de
enxofre
Dióxido de
enxofre
Óxido de
nitrogênio Partículas
Cozimento S NS NS NS
Lavagem S NS NS NS
Evaporação S NS NS NS
Caldeira de
recuperação S S S S
Caustificação S NS NS S
Forno de cal S S S S
S = significativo; NS = não significativo
Durante o ciclo de recuperação, que ocorre em paralelo com a produção principal, diversos
processos auxiliares apresentam emissões significativas provenientes da combustão.
Esses processos, que tornam o fluxo principal sustentável, recuperam 90% dos produtos
químicos consumidos no processo de celulose. Além disso, eles produzem todo o vapor
e energia elétrica usados ao longo do processo.
2 Disponível em: www.teclim.ufba.br/site/material_online/monografias/mono_fernandes_e_grande.pdf
12
Esses processos podem ter diferentes configurações, mas suas emissões são
provenientes principalmente de caldeiras de recuperação, caldeiras de força e fornos de
cal.
Com relação aos resíduos, foram contabilizados tanto os resíduos orgânicos como o
tratamento de efluentes. A produção potencial de metano a partir dos efluentes industriais
foi baseada na demanda química de oxigênio (DQO), volume e tecnologia envolvida. Em
condições aeróbicas, as emissões de CH4 foram consideradas desprezíveis.
Jacareí
Na fábrica de Jacareí, o processo tem um pátio de madeira, um digestor, dois estágios de
branqueamento e duas máquinas de secagem de celulose. No entanto, o local de
utilidades é muito diversificado, apresentando diversos tipos de caldeiras auxiliares, que
empregam: óleo combustível 3A, óleo combustível 7A, biomassa e gás natural.
Na planta de caustificação, o metanol produzido internamente é usado como combustível.
Parte do CO2 produzido no forno de cal é desviado para uma planta de PCC, de
propriedade de outra empresa.
O efluente é tratado via um sistema de lodo ativado, que é aeróbico. Com relação à
disposição em aterro sanitário, consideramos a emissão pelo transporte e manejo de
resíduos. Outros resíduos, como dregs e grits, são de natureza inorgânica, gerando
quantidades não significativas de emissões de metano.
13
Aracruz
Na Unidade Aracruz, o processo principal é composto de nove linhas de processo de
madeira, cinco linhas de branqueamento e cinco máquinas de secagem de celulose,
reagrupados internamente como três fábricas: A, B e C.
Os processos de recuperação e utilitários estão condensados. Por exemplo, os quatros
processos de evaporação estão em uma caixa. Além disso, os dados empregados no
relatório mostram valores consolidados.
Com relação aos resíduos da Aracruz, o tratamento é realizado em conjunto com os
efluentes, por meio de seis lagoas, cinco são aeradas, a outra é a única com zona anóxica;
com potencial de produção de metano. Este potencial foi considerado no modelo, e foi
calculado com base na DQO tratada e no fluxo anual. Diferentemente de anos anteriores,
quando o abatimento da DQO era dividido proporcionalmente entre as seis lagoas, através
de análises laboratoriais, verificou-se que a maior parte da DQO (80%) é abatida nos
quatro primeiros estágios, quando haviam lagoas não aeradas. Assim essa é
consideração aplicada nos cálculos deste inventário.
15
Três Lagoas
Três Lagoas é um fábrica estado-da-arte, que inclui as melhores tecnologias disponíveis
no processo Kraft. Isso reflete em um menor consumo de químicos e equipamentos mais
eficientes em consumo de energia. Também foi projetado para consumir combustíveis
menos intensivos em carbono e priorizar a utilização de biomassa para a geração de
energia. A planta de Três Lagoas é integrada, com uma máquina de papel de propriedade
da International Paper. As utilidades (como vapor e energia elétrica) consumidas pela
máquina de papel são produzidas e fornecidas pela Fibria, mas não são deduzidas do
resultado.
Três Lagoas possui duas linhas de produção a partir de 2017, com o início de H2, com a
caldeira de força e as caldeiras de recuperação operando com biomassa (cascas e licor
negro, respectivamente). O forno de cal, para a conversão de carbonato de cálcio em
óxido de cálcio, opera a gás natural. Óleos combustíveis são empregados somente no
processo de start-up. Somente água é empregada para manutenção das tubulações, visto
que elas são feitas em aço inoxidável.
Os efluentes são tratados via lodo ativado, e os resíduos deste processo, assim como de
outras partes da fábrica, vão para aterro próprio.
Layouts dos fluxos logísticos
Após as máquinas de secagem de celulose, inicia o processo de expedição de celulose.
Existem diversas formas de transporte da celulose para os depósitos nos portos, de onde
é exportada para o mundo inteiro.
16
Os principais destinos da celulose e respectivas distâncias até os portos operados pela
Fibria na América do Norte, América Latina, Ásia e Europa são apresentadas no macro
fluxo de logística.
As emissões relativas ao deslocamento dos funcionários para e do trabalho foram
calculadas com base na distância predeterminada, quando não disponível informação
sobre o consumo de diesel. A empresa fornece transporte aos funcionários em todas as
três fábricas. A empresa implementou um sistema para a gestão do consumo da frota
dedicada, sendo possível contabilizar o consumo por tipo de combustível, também são
contabilizadas as viagens aéreas.
Jacareí
Na unidade Jacareí, empilhadeiras transportam os fardos de celulose até trens e
caminhões a diesel. Esses trens e caminhões transportam a celulose até o porto marítimo
de Santos, onde a celulose é estocada. Em média, cada composição possui 34 vagões.
O processo de carregamento dos navios é feito por caminhões, que transportam a celulose
até perto do navio e, em seguida, os fardos de celulose são carregados nos navios a diesel
por guindastes. Os principais destinos são a Europa, Ásia, América do Norte e América
Latina.
Aracruz
A Aracruz ocupa uma posição estratégica, a três quilômetros do porto de Portocel. O
embarque da celulose é feito por empilhadeiras a GLP. Caminhões a diesel transportam
a celulose da fábrica para o depósito. Do porto, a polpa é enviada ao mundo inteiro em
navios.
17
Três Lagoas
A produção de Três Lagoas é enviada para o porto de Santos. O transporte da celulose é
feito principalmente por trem, onde a composição tem em média 75 vagões. O processo
termina com empilhadeiras a GLP e caminhões a diesel, para embarcar a celulose nos
navios, antes de sua expedição para América do Norte, Europa e Ásia.
As contribuições de todas as fontes de emissões e as áreas florestais que sequestram
emissões, com seu respectivo processo de coleta, referenciado no layout do respectivo
fluxo, estão incluídas nas tabelas anexas e representam a base de dados deste inventário.
18
Fibria - Sinopse dos números (em toneladas de CO2e)
Tabela 4 – Emissões de 2017 por escopo
Em
issõe
s
Emissões Diretas (Escopo 1) 1.189.826
Emissões Indiretas – consumo de eletricidade (Escopo 2) 14.442
Emissões Indiretas – transporte de funcionários, de resíduos,
de celulose e serviços florestais (Escopo 3) 441.620
Emissões totais 1.645.889
Re
moçõ
es Sequestro – Floresta Plantada 16.330.013
Sequestro – Áreas de Conservação 955.588
Sequestro Total 17.285.601
Celulose Produzida (air dried tones) 5.091.062
Emissões de Biomassa 9.089.462
Este relatório apresenta os principais resultados do inventário de gases de efeito estufa
(GEEs) para as unidades operacionais da Fibria.
O saldo da conta [sequestro (floresta plantada + 50% de conservação) menos
emissões totais de CO2e] é 6.550.251 tCO2e, considerando as emissões de
biomassa.
19
Emissões Diretas
Emissões diretas, sob o Escopo 1, inclui emissões de atividades industriais e florestais
(colheita e frete).
Tabela 5 - Emissões Diretas por Unidade de Produção e Atividade.
Emissões Diretas
Escopo 1
JAC
(tCO2e)
ARA
(tCO2e)
TLS
(tCO2e)
Fibria
(tCO2e)
Flo
resta
l
Operações Florestais 56.127 161.535 63.612 281.274
Fertilizantes 8.592 8.591 20.211 37.395
Subtotal 64.720 170.126 83.823 318.669
Ind
ustr
ial
Combustão Direta 307.393 287.435 209.269 804.096
Gestão de Resíduos 0 53.816 7.051 60.868
Transporte Interno 756 1.985 1.111 3.853
Movimentação de
Celulose 765 714 861 2.340
Subtotal 308.914 343.951 218.292 871.157
Total 374.127 514.077 302.115 1.189.826
Emissões Indiretas
Emissões indiretas de Escopo 2 incluem as emissões relativas a produção de energia
elétrica distribuída pela rede de transmissão, as de escopo 3 incluem as emissões
referentes a viagens aéreas, transporte de funcionários, movimentação e transporte de
celulose e transporte de resíduos.
Tabela 6 - Emissões Indiretas por Unidade de Produção e Atividade.
Emissões Indiretas JAC
(tCO2e)
ARA
(tCO2e)
TLS
(tCO2e)
Fibria
(tCO2e)
Esco
po 2
Industrial 8.641 2.407 2.485 13.533
Florestal 120 651 138 909
Total Escopo 2 8.761 3.057 2.624 14.442
Esco
po 3
Modal Ferroviário 2.693 0 4.545 7.238
Modal Rodoviário 3.121 1.218 40.089 44.428
Modal Marítimo 65.915 129.014 100.709 295.637
20
Viagens Aéreas 374 798 463 1.635
Florestal 3.119 56.356 16.377 75.852
Transporte de Funcionários 2.664 1.152 2.411 6.227
Movimentação de Carga 321 2.932 0 3.253
Transporte de Resíduos 2.079 0 262 2.342
Tratamento de Resíduos 5.009 0 0 5.009
Total Escopo 3 85.295 191.471 164.855 441.620
Atividades Industriais
Emissões de equipamentos estacionários
Tabela 7 – Emissões de Fontes Estacionárias
Esco
po 1
Fontes Estacionárias tCO2e
Caldeiras de Recuperação 139.600
Caldeiras de Força 227.208
Forno de Cal 437.288
Total 804.096
Emissões de Gestão de Resíduos
Conforme mencionado anteriormente, o tratamento de efluentes da unidade Aracruz é
feito através de lagoas aeradas. No entanto, uma zona anóxica pode se formar no último
estágio desse tratamento, na lagoa de polimento. Essa zona anóxica é tratada como um
processo anaeróbico e é utilizada no cálculo dessa estimativa de emissões. Através de
análises laboratoriais, concluiu-se que somente 20% da matéria orgânica é abatida nos
últimos 2 estágios. Consequentemente, somente 20% da carga total de DQO foi
considerada no cálculo.
BEFOCykgCH )/(4
Equação 1
(ICFPA/NCASI Spreadsheets for
Calculating GHG emissions from pulp
and paper manufacturing Workbook v1.3)
Onde:
OC = DBO ou DQO do Sistema anaeróbico, em kg/ano
EF = fator de emissão, valores padrão = 0.25 kg CH4 / kg DQO abatida
21
B = metano capturado ou queimado, em kg CH4 /ano
Tabela 8 – Emissões de Resíduos
Emissões de Fontes Móveis
Tabela 9 – Emissões de Fontes Móveis da Indústria e Logística
Escopo Gestão de Resíduos - tCO2e
Escopo 1 Emissão Aterro Próprio - TLS 7.051
Escopo 3 Emissão Aterro Terceiro - JAC 5.009
Escopo 1 Emissões Totais de Tratamento Anaeróbico - ARA 53.816
Total 65.876
Escopo Fontes Móveis, apoio - tCO2e
Escopo 1 Emissões por Transporte de Pessoas: Frota dedicada 3.853
Escopo 3 Emissões por Transporte de Pessoas: Casa-Trabalho 6.227
Escopo 3 Emissões das Viagens Aéreas 1.635
Escopo 3 Emissões do Transporte de Resíduos 2.342
Subtotal 14.057
Logística - tCO2e
Escopo 1 Movimentação de Celulose nas Fábricas 2.340
Escopo 3 Transporte Rodoviário 7.238
Escopo 3 Transporte Ferroviário 44.428
Escopo 3 Transporte Marítimo 295.637
Escopo 3 Movimentação de Celulose 3.253
Subtotal 352.896
TOTAL 366.953
22
Emissões do consumo de eletricidade
Tabela 10 – Emissões de Escopo 2 da Indústria
Unidade Aquisição de Electricidade
2017 (MWh)
Emissões de Carbono
(tCO2e)
Jacareí 90.932 8.641
Aracruz 28.165 2.407
Três Lagoas 35.913 2.485
Total 13.533
A maior parte da eletricidade consumida pela Fibria é produzida internamente usando
biomassa e combustíveis fósseis (em menor grau). Parte dessa eletricidade é vendida
para a rede e fornecedores localizados nas plantas industriais.
Atividades Florestais
Tabela 11 – Resumo das emissões florestais
Escopo 1 - Emissões Diretas - tCO2e
Emissões Totais de Combustíveis 281.274
Emissões Totais de Fertilizantes e Corretivos 37.395
Total 318.669
Escopo 2 - Emissões Indiretas de Escopo 2 - tCO2e
Emissões Totais de Aquisição de Eletricidade 909
Escopo 3 - Outras Emissões Indiretas - tCO2e
Emissões Totais Combustíveis Fósseis 75.852
Emissões Biomassa - tCO2
Biocombustível 4.534
Remoções tCO2
Total Remoções – Eucalyptus 16.330.013
23
Total Remoções – Áreas de Conservação 955.589
Total (inc. 50% de Áreas de Conservação) 17.285.602
São mostrados a seguir os princípios de cálculo e os resultados do inventário de gases de
efeito estufa (GEEs) da Fibria desenvolvidos para o ano de 2016 relativo as atividades
florestais. O inventário de emissões e remoções por sumidouros foi feito com base nos
documentos a seguir: “The Greenhouse Gas Protocol – a Corporate Accounting and
Reporting Standard” [Protocolo de Gases de Efeito Estufa: Contabilidade Corporativa e
Padrões para Elaboração de Relatório] – Edição revisada, do Instituto de Recursos
Mundiais (WRI, do inglês World Resources Institute) e “Calculation Tools for Estimating
Greenhouse Gas Emissions from Mobile Combustion” [Ferramentas de Cálculo para
Estimativa das Emissões de Gases de Efeito Estufa da Combustão Móvel] e “Calculation
Tools for Estimating Greenhouse Gas Emissions from Stationary Combustion”
[Ferramentas de Cálculo para Estimativa das Emissões de Gases de Efeito Estufa da
Combustão Estacionária]; “Diretrizes de 2006 do IPCC para Inventários Nacionais de
Gases de Efeito Estufa” e “Guia de Boas Práticas para Uso da Terra, Mudanças no Uso
da Terra e Florestas” do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
Emissões de fontes móveis
Na área florestal, as emissões de combustíveis fósseis são provenientes principalmente
de fontes móveis. A maior parte do combustível é fornecida pela Fibria. As emissões de
CO2 do consumo de combustíveis fósseis são estimadas multiplicando o consumo
relatado pelo fator de emissão para o tipo de combustível usado, como descrito na tabela
a seguir. O diesel em 2017, conforme regulamentação nacional continha, em média 7,83%
de biodiesel. O cálculo do frete ferroviário de madeira e marítimo de madeira do Sul é feito
de forma indireta, pelo total de ton.km percorrido.
Tabela 12 - Emissões de Escopo 3 – Fontes Móveis Florestal
Atividades UM Tipo de
Combustível tCO2e/ano
tCO2e/ano (biogenico)
SILVICULTURA
JACAREÍ Diesel 8.879 614
JACAREÍ Gasolina 358 90
JACAREÍ Etanol 0 2
TRÊS LAGOAS Avitation fuel 0 0
TRÊS LAGOAS Diesel 1.856 128
TRÊS LAGOAS Gasoline 34 9
TRÊS LAGOAS Etanol 3 304
ARACRUZ Diesel 10.282 711
ARACRUZ Gasolina 961 241
24
ARACRUZ Etanol 1 116
ARACRUZ Combustível de Aviação 45 0
Subtotal 22.419 2.214
FRETE ARACRUZ
Embarcações - ton.km 19.703 0
Ferroviário - ton.km 2.344 0
Subtotal 22.047 0
OPERAÇÕES RIO GRANDE DO
SUL ARACRUZ
Colheita 2.103 156
Construção de Estradas 1.311 97
Transporte 17.783 1.292
Silvicultura - Gasolina 7 2
Silvicultura - Diesel 39 3
CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS
ARACRUZ Diesel 3.828 284
JACAREÍ Diesel 1.131 84
JACAREÍ Gasolina 95 24
TRÊS LAGOAS Diesel 5.088 378
Subtotal 31.385 2.320
Total tCO2e 75.852 4.534
Emissões da correção do solo
As Diretrizes do IPCC incluem a aplicação de carbonatos contendo cal [como carbonato
de cálcio (CaCO3) ou dolomita (CaMg(CO3)2] em terras silvícolas como uma fonte de
emissões de CO2. As emissões de CO2 são contabilizadas com base na quantidade total
de cal aplicada ao longo do ano usando a equação abaixo.
Equação 2
(IPCC 2006, V4. CH 11 EQUATION
11.12)
Onde:
= emissões anuais de C da aplicação de cal na silvicultura, tC/ano. Para converter tC em
tCO2e: multiplicar o resultado por 44/12.
M = quantidade anual de carbonato de cálcio (CaCO3) ou dolomita (CaMg(CO3)2), tC/ano
EF = fator de emissão, tC (t de cal ou dolomita)-1. O fator de emissão é equivalente ao conteúdo
de carbono desses materiais (12% CaCO3 e 13% (CaMg(CO3)2)).
DolomiteDolomiteLimestoneLimestoneCC EFMEFMCLime
**
LimeCCC
25
A Fibria relatou um consumo de calcário em 2017 de 20.196 toneladas para suas atividades silvícolas. Portanto, usando a fórmula acima, este consumo resultou em emissões de 9.627 tCO2e.
Emissões da aplicação de fertilizantes químicos e orgânicos
A aplicação de fertilizantes nitrogenados a terras silvícolas causa emissões de N2O, um
dos principais gases de efeito estufa, que tem um potencial de aquecimento global
estimado 298 vezes maior que o CO2. As emissões de N2O são estimadas em toneladas
equivalentes de CO2 (tCO2e) usando a equação a seguir.
Equação 3
(Adaptado de IPCC 2006,
V4. CH 11 EQUATION 11.1)
Onde:
= emissões diretas de N2O resultantes da aplicação de fertilizantes contendo
nitrogênio, tCO2e/ano.
= quantidade usada de fertilizante sintético, tN/ano
= quantidade usada de fertilizante orgânico, tN/ano
EF = fator de emissão para emissões resultantes da adição de N, sem dimensão.
44/28 = conversão de N2O-N em N2O
298 = Potencial de Aquecimento Global do N2O para converter em tCO2e
Deve ser observado que a eficiência do uso de N é reconhecidamente menor que a de
outros fertilizantes, tendo em vista que o N tende a se transformar rapidamente em nitrato
no solo. E se não for absorvido pelas plantas ou utilizado pelos microrganismos, pode ser
perdido por lixiviação ou desnitrificação. Esse processo pode ser minimizado controlando
os níveis de pH do solo (a perda é maior em solos com pH maior que 5,5) e utilizando
técnicas como o plantio direto (SPD)3.
De acordo com FINCK, citado por ISHERWOOD4, as porcentagens médias de nutrientes
do fertilizante absorvida pelas culturas na estação de crescimento estão entre 50 e 70%
para nitrogênio. De acordo com PEOPLES et al, citado pelo mesmo autor, a importância
relativa da volatização de NH3 e da desnitrificação varia consideravelmente. No entanto,
depende do agroecossistema, forma de fertilizante nitrogenado utilizado, manejo imposto
à cultura e das condições ambientais prevalecentes.
3 GUILHERME, L.R.G. Depoimento sobre o uso de fertilizantes nitrogenados. Em: Meio ambiente e aquecimento:
O agronegócio é culpado ou inocente. DBO Agrotecnologia. Disponível em < http://www.agroprecisa.com.br/site/noticias/download/Culpado_ou_inocente.pdf > acessado em 03 de março de 2016.
4 Isherwood, K.F. O Uso de Fertilizantes Minerais e o Meio ambiente. Trad. ANDA – Associação Nacional para Difusão dos Adubos. IFA - International Fertilizer Industry Association (Associação Internacional de Indústrias de Fertilizantes): Paris, fevereiro de 2000. Disponível em < http://www.anda.org.br/multimidia/fertilizantes_meio_ambiente.pdf> acessado em 03 de Março de 2016.
310*28/44**2 EFFFFON CRONSNNDIRECT fert
fertNDIRECTON 2
SNF
ONF
298
26
Considerando as práticas adotadas pela Fibria, incluindo o plantio em solo que é bem
aerado, não compactado, e a fertilização localizada, a perda estimada de N por causa da
desnitrificação seria 30%, resultando em 8330 tCO2e de emissões do uso de fertilizantes
nitrogenados. No entanto, uma estimativa conservadora de todas as emissões com base
na quantidade de N usada será incluída neste inventário para fins de contabilização.
Portanto, as emissões resultantes da aplicação dos fertilizantes acima mencionados
correspondem a 27.765 tCO2e.
Além das emissões de CO2 associadas à aplicação de fertilizantes contendo nitrogênio,
também têm que ser consideradas as emissões relacionadas à aplicação de ureia durante
a fertilização. Das Diretrizes de 2006 do IPCC: “a adição de ureia aos solos durante a
fertilização resulta em perda de CO2 que era fixo no processo de produção industrial. A
ureia (CO(NH2)2) é convertida em amônio (NH4+), íons hidroxila (OH-) e bicarbonato
(HCO3-), na presença de água e de enzimas urease.” Este processo é semelhante ao que
ocorre quando cal é usada para correção do solo.
Essa fonte de emissão é calculada usando a seguinte fórmula:
12/44**2 EFMCCO Emission Equação 4
(IPCC 2006, V4. CH 11 EQUATION 11.13)
Onde:
CO2-CEmission= emissões anuais de C da aplicação de ureia, toneladas C ano-1;
M = quantidade anual de fertilização de ureia, toneladas de ureia ano-1;
EF = fator de emissão, tonelada de C (tonelada de ureia)-1. Um valor padrão de 0,20 foi usado,
que é equivalente ao conteúdo de carbono na ureia com base no peso atômico;
44/12 = fator usado para converter emissões de CO2–C em CO2
Durante o ano de 2017, 4,1 toneladas de ureia foram utilizadas, resultando em uma
emissão de 3,02 tCO2e.
Emissões do consumo de eletricidade
O cálculo das emissões de CO2 resultantes do consumo de eletricidade aplica o mesmo
método usado para calcular esta fonte de emissões nas atividades industriais descritas
anteriormente neste relatório. Porém, como o consumo é muito inferior, o fator médio anual
é empregado. Além disso, como na área florestal não existe um contrato de energia,
somente informação do custo está disponível. Para estimar o consumo em MWh, os
custos totais são divididos pelo preço médio do MWh por região, fornecido pela ANEEL,
Agência Brasileira de Energia (http://www.aneel.gov.br/area.cfm?idArea=550). O
consumo de eletricidade registrado em 2017, assim como as emissões de CO2, é
apresentado na tabela a seguir.
27
Tabela 13 – Emissões de Escopo 2 da Florestal
BU Consumption
(MWh)
Emission
Factor
(tCO2/MWh)
Emissions
(tCO2e)
ARACRUZ 7.021 0,0927 651
JACAREÍ 1.298 0,0927 120
TRÊS LAGOAS 1.492 0,0927 138
Total 909
Remoções por sumidouros (Sequestro de CO2)
Remoções de CO2 por fontes de sumidouros ou sequestro de CO2 foram consideradas
para uso nas fórmulas a seguir. Essa fórmula considera o CO2 sequestrado em um ano,
convertendo o crescimento em volume. Para áreas de eucalipto, medidas reais e
estimativas de modelos foram empregadas para estimar volume.
Para áreas de conservação, fatores de crescimento de biomassa Tier 1 do IPCC foram
empregados para estimar o sequestro de carbono dessas áreas. Isso foi possível devido
a um trabalho de reclassificação, referenciando a base do IPCC com a classificação das
fitofisionomias da Fibria, que por sua vez utiliza-se de imagem de satélite. Como esse
método pode oferecer certo nível de incerteza, a Fibria, de forma conservadora, considera
somente 50% do sequestro de CO2 das áreas de conservação. O processo de revisão
contínua em andamento buscando melhorar a qualidade da classificação das áreas de
conservação, reduzindo a incerteza em um futuro próximo.
Equation 5 (IPCC V4_CH4_Annex II_eq.2.9)
Equation 6(IPCC V4_CH4_Annex II_eq.2.10)
Onde:
= incremento anual no estoque de biomassa, tC/ano
= área, ha
= incremento médio anual, t ms/ha/ano
= fração de carbono no material seco, tC/t ms (0,47 para nativas e 0,5 para
eucalipto)
RGG WTOTAL 1
GC
jiA ,
jTOTALiG ,
jiCF ,
ji
jijTOTALijiG CFGAC,
,,,
28
= incremento médio anual da biomassa aérea t ms/ha/ano
R = razão raiz/broto, t ms biomassa subterrânea / t ms de biomassa aérea.
Com base nos dados fornecidos, o sequestro de CO2 foi estimado como 16.330.013 tCO2e
para os plantios de eucalipto e 955.589 tCO2e para áreas de conservação. Em 2017,
foi revisado o incremento corrente anual dos plantios de eucalipto, incluiu-se, também, o
fator de expansão de biomassa para considerar os galhos das árvores no cálculo do
sequestro.
WG
29
Análise gráfica dos números
Fontes de emissões diretas
O Gráfico 1 mostra que as emissões diretas das fontes industriais representam cerca de
68% do total, seguido pelas operações florestais, gestão de resíduos e transporte interno.
Gráfico 1 - Emissões diretas de CO2e
Emissões por tipo de combustível nas unidades industriais
O Gráfico 2 mostra as emissões por tipo de combustível. Analisando as fontes de energia,
o gráfico destaca o uso majoritário de combustíveis renováveis. No gráfico 3 dentre as
emissões de origem fóssil e não-biogênicas, o gás natural, menos carbono-intensivo, já é
maior fonte de emissões.
30
Gráfico 2 - Emissões diretas por tipo de combustível
Gráfico 3 – Emissões diretas por tipo de combustível fóssil
31
Emissões da área Industrial
Gráfico 4 - Emissões da área Industrial
Como esperado, fornos de cal são as fontes com maior emissão, visto que ainda não há
combustíveis renováveis substitutos viáveis. A utilização de gás natural em substituição
do óleo combustível tem sido a opção para reduzir as emissões.
Emissões da Logística de Celulose
O transporte marítimo é responsável por 85% de todas as emissões. Destacando que
nenhuma atividade de transporte de celulose é controlada pela Fibria, são todas emissões
de escopo 3.
Gráfico 5 - Emissões por modal de transporte de celulose
16%
26%
50%
8%
Emissões por Fonte Industrial
Caldeiras de Recuperação
Caldeiras de Força
Fornos de Cal
Resíduos
32
Fontes de emissões de atividades florestais
Dentre as emissões florestais, da produção da muda a colheita e entrega de madeira, as
emissões do consumo de combustível são responsáveis por 90% das emissões totais na
área florestal.
Gráfico 6 - Emissões das operações florestais
71%
10%
19%
0%
Emissões das Atividades Florestais
Escopo 1 Combustíveis
Escopo 1 Fertilizantes
Escopo 3 Combustíveisterceirizados
Escopo 2 Eletricidade
33
Análise de Performance
Comparando a 2016, considerando os três escopos, houve um aumento de emissões de
17,1%, devido ao aumento produção, que aumentou 13,9%, o combustível utilizado no
projeto de H2 para as fontes estacionárias e o ajuste no fator de emissão do marítimo, o
esse último representou cerca de 7% no aumento das emissões totais. Além disso, em
2017, a nova linha de produção de celulose em Três Lagoas, H2, entrou em operação,
demandando uma quantidade maior de energia para iniciar as atividades das caldeiras e
forno de cal, contribuindo para elevação das emissões.
Analisando as emissões por escopo separadamente, as emissões de escopo 1, que
representam 72,3% das emissões consideradas nesse inventário, subiram 11,8%, abaixo
do aumento percentual de produção, enquanto as emissões de escopo 2 e 3
apresentaram, respectivamente, um incremento de 6,6% e 35%
Já em relação aos índices de intensidade de emissões, para o escopo 1 houve redução
de 1,8% nas emissões em tCO2e/tsa entre 2016 e 2017; considerando as emissões totais
houve aumento de 2,9% em tCO2e/tsa.
A redução no sequestro líquido foi devida, principalmente, aos ajustes nas taxas de
crescimento dos plantios de eucalipto que não eram atualizadas desde de 2008.
Tabela 14 - Fibria Performance
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 %2016 %2015 %2014 %2013 %2012 %2011*
Production 4.656.650 4.737.808 4.697.500 4.716.609 4.622.576 4.470.736 5.091.062 13,9% 10,1% 7,9% 8,4% 7,5% 9,3%
ARACRUZ 559.630 537.215 521.178 591.899 546.474 487.150 514.077 6% -6% -13,1% -1,4% -4,3% -8,1%
JACAREÍ 395.642 432.218 388.795 397.342 387.782 378.767 373.634 -1% -4% -6,0% -3,9% -13,6% -5,6%
TRÊS LAGOAS 213.842 182.980 204.353 204.060 198.484 198.472 302.115 52% 52% 48,1% 47,8% 65,1% 41,3%
FIBRIA 1.169.114 1.152.413 1.114.326 1.193.301 1.132.740 1.064.389 1.189.826 11,8% 5,0% -0,3% 6,8% 3,2% 1,8%#DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
ARACRUZ 660 1.651 3.018 2.974 3.013 4.700 3.057 -34,9% 1,5% 2,8% 1,3% 85,2% 363,2%
JACAREÍ 3.516 4.989 17.493 8.439 5.426 8.251 8.761 6,2% 61,5% 3,8% -49,9% 75,6% 149,2%
TRÊS LAGOAS 303 471 741 827 1.281 602 2.624 335,7% 104,8% 217,2% 254,1% 457,0% 765,9%
FIBRIA 4.479 7.111 21.252 12.240 9.720 13.553 14.442 6,6% 48,6% 18,0% -32,0% 103,1% 222,4%#DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
ARACRUZ 310.744 297.878 212.513 278.935 190.013 140.023 191.471 36,7% 0,8% -31,4% -9,9% -35,7% -38,4%
JACAREÍ 95.680 114.566 122.820 164.602 99.842 73.125 85.295 16,6% -14,6% -48,2% -30,6% -25,5% -10,9%
TRÊS LAGOAS 180.389 220.822 231.897 209.384 127.655 114.135 164.855 44,4% 29,1% -21,3% -28,9% -25,3% -8,6%
FIBRIA 586.813 633.266 567.230 652.921 417.511 327.282 441.620 34,9% 5,8% -32,4% -22,1% -30,3% -24,7%#DIV/0! #DIV/0! #DIV/0! #DIV/0!
ARACRUZ 6.015.717 6.292.487 6.117.798 6.248.514 6.303.609 5.160.649 4.089.228 -20,8% -35,1% -34,6% -33,2% -35,0% -32,0%
JACAREÍ 2.451.832 2.506.812 2.514.205 2.541.438 2.488.386 2.018.387 1.625.840 -19,4% -34,7% -36,0% -35,3% -35,1% -33,7%
TRÊS LAGOAS 2.833.041 2.904.403 2.942.121 2.978.506 3.189.673 2.898.906 3.374.394 16,4% 5,8% 13,3% 14,7% 16,2% 19,1%
FIBRIA 11.300.590 11.703.702 11.574.124 11.768.458 11.981.668 10.077.942 9.089.462 -9,8% -24,1% -22,8% -21,5% -22,3% -19,6%
ARACRUZ 871.034 836.744 736.709 873.808 739.500 631.872 708.606 12,1% -4,2% -18,9% -3,8% -15,3% -18,6%
JACAREÍ 494.838 551.773 529.108 570.383 493.050 460.143 467.690 1,6% -5,1% -18,0% -11,6% -15,2% -5,5%
TRÊS LAGOAS 394.534 404.273 436.991 414.271 327.420 313.209 469.593 49,9% 43,4% 13,4% 7,5% 16,2% 19,0%
FIBRIA 1.760.406 1.792.790 1.702.808 1.858.462 1.559.971 1.405.224 1.645.889 17,1% 5,5% -11,4% -3,3% -8,2% -6,5%
sco
pe
3B
iom
ass
To
tal
FIBRIA PERFORMANCE
sco
pe
1sco
pe
2
34
Anexos
Anexo 1 – Critério de Inclusão/Exclusão
Para estabelecer as fronteiras desse trabalho, um critério de inclusão/exclusão foi definido
para inclusão de fontes de emissão, baseados em um consumo mínimo, bem como uma
fonte confiável de registro. Estabeleceu-se que emissões de fontes escopo 1 até 1500
tCO2e/ano, aproximadamente 0,1% da magnitude desse escopo, e o consumo de até
1.000MWh, seriam os limiares para inclusão na sistemática de cálculo de emissões.
Apesar disso, algumas pequenas fontes de emissão, mas com registro confiável foram
contabilizados no inventário. A saber, é tolerado para inventários corporativos no Brasil
uma variação de 5% nas estimativas de emissões para cima ou para baixo, para os
escopos 1 e 2, e outras fontes inclusas no inventário.
Tabela 15 - Critérios Mínimos de Inclusão
Fonte Limite Mínimo
Diesel/Gasolina 600.000 Km/ano
Diesel – fontes estacionárias 200.000 litros/ano
Diesel – fontes móveis 200.000 litros/ano
Acetileno 100 t/ano
Eletricidade 1.000 MWh/ano
GLP 100 t/ano
Abaixo algumas fontes que foram excluídas:
Tabela 16 - Exemplos de fontes que não atingiram o critério
Fonte Valor
GLP Restaurantes 2,8 t
GLP Refeitórios Florestal 0,9 t
Acetileno 3,6 t
Extintores CO2 10,9 t
35
Anexo 2 – Incertezas Relativas a Emissões e Remoções
De acordo com o "GHG Protocol Short Guidance for Calculating Measurement and
Estimation Uncertainty for GHG Emissions" (Breve orientação sobre o protocolo GEE para
cálculo da medição e estimativa da incerteza nas emissões de GEE), “um elemento do
gerenciamento da qualidade dos dados de emissões de GEE envolve a análise
quantitativa e qualitativa da incerteza. A incerteza da estimativa surge sempre que as
emissões de gases de efeito estufa são quantificadas. Portanto, todas as estimativas de
emissão ou remoção estão associadas à incerteza da estimativa”.
Quase todas as estimativas quantitativas abrangentes de incerteza para inventários de
gases de efeito estufa são limitadas e imperfeitas por causa da insuficiência de dados para
uma análise estatística complexa. Em outras palavras, apesar de todos os esforços, as
próprias estimativas da incerteza para inventários de gases de efeito estufa devem ser
consideradas incertas. A análise qualitativa, no entanto, pode demonstrar a preocupação
com os dados coletados, e também as oportunidades para melhoria da qualidade dos
dados.
De acordo com o IPCC, as causas prováveis da incerteza na medição direta estão
normalmente relacionadas às técnicas de medição usadas. No caso da medição indireta,
as incertezas estão relacionadas aos dados das atividades, e ao fator de emissão.
Com relação às emissões de CO2 da queima de combustível fóssil em processos
industriais e da produção de eletricidade, a incerteza do fator de emissão é de cerca de
9%. A exatidão do dados das atividades da Fibria são relatadas como sendo 5%, pois a
maioria é obtida no sistema ERP. Portanto, a incerteza global é 10% (técnica da raiz
quadrada da soma dos quadrados, "GHG Protocol Short Guidance for Calculating
Measurement and Estimation Uncertainty for GHG Emissions").
Para biomassa, as emissões de CH4 e N2O têm um grau mais alto de incerteza,
principalmente porque as emissões inerentes dependem das condições do processo, da
temperatura e da tecnologia empregada. Por conservadorismo, este inventário foi feito
com base nos dados padrão do IPCC. As hipóteses foram feitas comparando o poder
calorífico inferior do processo real com os dados padrão do IPCC. Contudo, essas
emissões representam cerca de 13% do total de emissões diretas.
No setor florestal, a estimativa de incertezas é ainda mais difícil, por causa da falta de
estudos detalhados. Ainda de forma conservadora, as recomendações e os fatores de
emissão padrão do IPCC foram usados. Para aplicação de calcário e ureia, os valores
padrão consideram que todo carbono adicionado ao solo é emitido como CO2. Para
emissões de N2O de solos manejados, também são usados os valores padrão do IPCC.
Entretanto, essas emissões representam cerca de 3% do total de emissões diretas.
Para sequestro e estoque de CO2, a incerteza é estimada em cerca de 15%, e está
relacionada a dois fatores: (i) estimativa do volume em florestas com menos de dois anos;
(ii) estimativa do volume, pois é feita com base no cálculo da densidade básica média e
nos dados amostrados do inventário florestal, medidos em parcelas circulares de 400
metros quadrados, cada 10 ha.
36
Anexo 3 – Dados de Acordo com o Framework CEPI 2007
tCO2e tCO2e/adt tCO2e tCO2e/adt tCO2e tCO2e/adt tCO2e tCO2e/adtToe 1: Carbon
sequestration in
forests3.771.609 3,620 4.886.888 2,194 8.627.105 4,736 17.285.602 3,395
Toe 2: Carbon
stored in the forest
product1.891.055 1,815 4.042.729 1,815 3.306.494 1,815 9.240.282 1,815
Toe 3: GHG
emissions from
pulp manufacturing
314.481 0,302 341.251 0,153 216.582 0,119 872.314 0,171
Toe 4: GHG
emissions
associated with
producing fibre
67.839 0,065 226.482 0,102 100.200 0,055 394.521 0,077
Toe 5: GHG
emissions
associated with
producing other
raw materials
- - - - - - - -
Toe 6: GHG
emissions
associated with
purchased and sold
electricity and
steam
8.761 0,008 3.057 0,001 2.624 0,001 14.442 0,003
Toe 7: Transport-
related GHG
emissions76.609 0,074 137.815 0,062 150.187 0,082 364.612 0,072
Toe 8. Emissions
associated with
product use
Toe 9. Emissions
associated with
product end-of-life
Toe 10: Avoided
emissions - - - - - - - -
Total 467.690 0,449 708.606 0,318 469.593 0,258 1.645.889 0,323* Assumptions: 90% dry weight/ 55% of Carbon content / 44/12 conversion factor C to CO2
TOEsJAC ARA TLS FIBRIA
37
Anexo 4 – Fibria - Tabela Resumo
SUMMARY TABLE - CARBON FOOTPRINT 2017
JAC ARA TLS FIBRIA 2017
ADT/y 1.041.904 2.227.399 1.821.760 5.091.062
Fossil Fuel tCO2eq 59.246 217.891 79.988 357.125
Fertilizers tCO2eq 8.592 8.591 20.211 37.395
Electricity tCO2eq 120 651 138 909
Total Forestry tCO2eq 67.959 227.133 100.338 395.430
Share % 17% 57% 25% 100%
Specific Emission (2017) tCO2eq/ADT 0,065 0,102 0,055 0,078
Specific Emission (2016) tCO2eq/ADT 0,067 0,090 0,062
Specific Emission (2015) tCO2eq/ADT 0,074 0,079 0,048
Specific Emission (2014) tCO2eq/ADT 0,083 0,087 0,045
Specific Emission (2013) tCO2eq/ADT 0,078 0,077 0,051
Specific Emission (2012) tCO2eq/ADT 0,087 0,081 0,040
Specific Emission (2011) tCO2eq/ADT 0,120 0,094 0,038
Stationary Combustion* tCO2eq 307.393 287.435 209.269 804.096
Waste Management tCO2eq 7.088 53.816 7.314 68.218
Internal Transportation tCO2eq 3.794 3.936 3.985 11.715
Imported Electricity tCO2eq 8.641 2.407 2.485 13.533
Total Industrial tCO2eq 326.916 347.594 223.052 897.562
Share % 36% 39% 25% 100%
Specific Emission (2017) tCO2eq/ADT 0,314 0,156 0,122 0,176
Specific Emission (2016) tCO2eq/ADT 0,326 0,153 0,115
Specific Emission (2015) tCO2eq/ADT 0,313 0,171 0,121
Specific Emission (2014) tCO2eq/ADT 0,304 0,169 0,123
Specific Emission (2013) tCO2eq/ADT 0,306 0,149 0,116
Specific Emission (2012) tCO2eq/ADT 0,325 0,148 0,111
Specific Emission (2011) tCO2eq/ADT 0,275 0,145 0,141
Road Transportation tCO2eq 3.121 1.218 40.089 44.428
Rail Transportation tCO2eq 2.693 0 4.545 7.238
Shipments tCO2eq 65.915 129.014 100.709 295.637
Cargo handling tCO2eq 1.086 3.647 861 5.593
Total Logistics tCO2eq 72.815 133.879 146.203 352.896
Share % 21% 38% 41% 100%
Specific Emission (2017) tCO2eq/ADT 0,033 0,128 0,080 0,069
Specific Emission (2016) tCO2eq/ADT 0,025 0,091 0,077
Specific Emission (2015) tCO2eq/ADT 0,038 0,150 0,094
Specific Emission (2014) tCO2eq/ADT 0,064 0,249 0,156
Specific Emission (2013) tCO2eq/ADT 0,049 0,191 0,176
Specific Emission (2012) tCO2eq/ADT 0,045 0,269 0,166
Specific Emission (2011) tCO2eq/ADT 0,039 0,274 0,138
Share % 28% 43% 29% 100%
Total Emissions tCO2eq 467.690 708.606 469.593 1.645.889
Specific Emission (2017) tCO2eq/ADT 0,45 0,32 0,26 0,323
Specific Emission (2016) tCO2eq/ADT 0,45 0,29 0,25
Specific Emission (2015) tCO2eq/ADT 0,47 0,32 0,26
Specific Emission (2014) tCO2eq/ADT 0,53 0,37 0,32
Specific Emission (2013) tCO2eq/ADT 0,49 0,31 0,34
Specific Emission (2012) tCO2eq/ADT 0,51 0,35 0,32
Specific Emission (2011) tCO2eq/ADT 0,48 0,37 0,32
Eucalyptus Forest tCO2eq 3.452.177 4.589.397 8.288.439 16.330.013
Conservation Areas** tCO2eq 319.432 297.491 338.666 955.589
Share % 22% 28% 50% 100%
Specific Sequestration (2017) tCO2eq/ADT 3,62 2,19 4,74 3,395
Specific Sequestration (2016) tCO2eq/ADT 4,38 3,57 8,02
Specific Sequestration(2015) tCO2eq/ADT 4,27 3,19 7,14
Specific Sequestration(2014) tCO2eq/ADT 4,02 2,34 5,74
Specific Sequestration(2013) tCO2eq/ADT 4,15 2,82 5,77
Specific Sequestration(2012) tCO2eq/ADT 4,48 2,57 5,76
Specific Sequestration(2011) tCO2eq/ADT 3,95 3,30 5,52
Biomass Emissions tCO2eq 1.625.840 4.089.228 3.374.394 9.089.462
Share % 18% 45% 37% 100%
Specific Emission (2017) tCO2eq/ADT 1,56 1,84 1,85 1,785
Specific Emission (2016) tCO2eq/ADT 1,96 2,34 2,35
Specific Emission (2015) tCO2eq/ADT 2,38 2,71 2,56
Specific Emission (2014) tCO2eq/ADT 2,34 2,65 2,33
Specific Emission (2013) tCO2eq/ADT 2,33 2,61 2,31
Specific Emission (2012) tCO2eq/ADT 2,33 2,64 2,28
Specific Emission (2011) tCO2eq/ADT 1,83 2,22 2,10
Total Reduction (2017) tCO2eq 1.678.079 89.054 4.783.118 6.550.251
Total Reduction (2016) tCO2eq 2.025.579 2.096.290 6.702.410
Total Reduction (2015) tCO2eq 1.486.201 371.713 5.397.120
Total Reduction (2014) tCO2eq 904.049 -1.922.637 3.860.929
Total Reduction (2013) tCO2eq 1.149.872 -562.094 3.888.051
Total Reduction (2012) tCO2eq 1.278.917 -1.339.582 3.955.084
Total Reduction (2011) tCO2eq 1.643.361 1.459.364 3.766.659
Balance (Sequestration - Emissions) (2017) tCO2eq/ADT 0,75 0,09 2,63 1,29
Balance (Sequestration - Emissions) (2016) tCO2eq/ADT 0,64 0,36 4,32
Balance (Sequestration - Emissions) (2015) tCO2eq/ADT 0,64 0,36 4,32
Balance (Sequestration - Emissions) (2014) tCO2eq/ADT 0,38 -1,77 3,03
Balance (Sequestration - Emissions) (2013) tCO2eq/ADT 0,49 -0,52 3,06
Balance (Sequestration - Emissions) (2012) tCO2eq/ADT 0,54 -1,24 3,10
Balance (Sequestration - Emissions) (2011) tCO2eq/ADT 0,71 1,32 3,06
Ratio Sequestration / Emission (2017) n 4:1 1:1 11:1 5:1
Ratio Sequestration / Emission (2016) n 5:1 4:1 22:1
Ratio Sequestration / Emission (2015) n 4:1 1:1 17:1
Ratio Sequestration / Emission (2014) n 3:1 -1:1 10:1
Ratio Sequestration / Emission (2013) n 3:1 0:1 10:1
Ratio Sequestration / Emission (2012) n 3:1 -1:1 11:1
Ratio Sequestration / Emission (2011) n 4:1 3:1 11:1
Emissions Forestry
(Operations +
Transportation)
Emissions Logistics
(BEKP)
Business Units
Production
Emissions Industrial
(BEKP)
Emissions Operations
Forestry CO2
Sequestration
(Base CAI including
conservation areas)
Biomass
Balance