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Viagem Técnica BONITO Ecoturismo & Turismo de Aventura 25 a 29 de setembro de 2006 RELATÓRIO FINAL

RELATÓRIO FINAL BONITO - turismo.gov.br · O projeto é uma iniciativa do ... O Ministério do Turismo inova na condução de políticas públicas com um modelo de gestão ... As

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Viagem Técnica

BONITO

Ecoturismo & Turismo de Aventura 25 a 29 de setembro de 2006

RELATÓRIO FINAL

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Presidência da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, presidente Ministério do Turismo Walfrido dos Mares Guia, ministro de Estado Secretaria Nacional de Políticas de Turismo Airton Nogueira Pereira, secretário Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico Tânia Brizolla, diretora Benita Monteiro, coordenadora-geral de Regionalização Wilken Souto Marcelo Abreu Daniele Velozo Sebrae Nacional Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Paulo Tarciso Okamotto, presidente Diretoria de Administração e Finanças Cezar Acosta Rech, diretor Diretoria Técnica Luiz Carlos Barboza, diretor Unidade de Atendimento Coletivo, Comércio e Serviços Vinícius Lages, gerente Dival Schmidt Ilma Ordine Lopes Germana Barros Magalhães Valéria Barros Braztoa Associação Brasileira das Operadoras de Turismo José Zuquim, presidente Monica Samia, diretora executiva Karem Basulto, coordenadora técnica do Projeto Daniela Sarmento Lilian La Luna Priscila Nunes IMB Instituto Marca Brasil Daniela Bitencourt, diretora superintendente Alice Souto Maior, gestora do Projeto Adriana Girão Elisangela Barros Márcia Lemos

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Consultores Andréia Pedro Eduardo Fayet Gustavo Timo Luciane Camilotti Rosiane Rockenbach

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO DO PROJETO VIVÊNCIAS BRASIL.....................................................5

APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL............................................................................7

MAPA DOS PARTICIPANTES DA VIAGEM TÉCNICA ......................................................8

PARTICIPANTES DA VIAGEM TÉCNICA......................................................................9

INFORMAÇÕES GERAIS DE BONITO - MS................................................................ 11

Turismo em Bonito .......................................................................................... 11

Ecoturismo e Turismo de Aventura em Bonito ..................................................... 14

EQUIPAMENTOS VISITADOS EM BONITO ................................................................ 16

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 39

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APRESENTAÇÃO DO PROJETO VIVÊNCIAS BRASIL Aprendendo com o turismo nacional O Projeto VIVÊNCIAS BRASIL: aprendendo com o turismo nacional foi formatado em 2005, no âmbito do macroprojeto Brasil, Brasil, cujo objetivo é proporcionar a diversificação da oferta turística a partir dos segmentos turísticos. O projeto é uma iniciativa do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Nacional de Políticas, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) com apoio à gestão, do Instituto Marca Brasil (IMB). Dessa forma, os objetivos do projeto Vivências Brasil estão contextualizados dentro das políticas públicas mais amplas, proporcionando aos nossos destinos o incremento na qualidade da oferta e a melhoria nas práticas da operação, através da realização de viagens técnicas nacionais para a observação da operação e das estratégias de desenvolvimento de produtos turísticos segmentados, que são referência no país. A realização de viagens técnicas para as observações de experiências que possuam boas práticas, na operação da atividade turística com foco na oferta segmentada é vista como uma forma alternativa de encorajar os atores de destinos turísticos à implementação de significativas mudanças na sua maneira de atuar, elevando a qualidade dos serviços prestados. A partir do projeto EXCELÊNCIA EM TURISMO: aprendendo com as melhores experiências internacionais em 2005, foram identificadas melhorias e inovações na gestão dos destinos que tiveram empresários participantes. Assim, com aprendizado adquirido no projeto EXCELÊNCIA EM TURISMO foi possível verificar a eminente carência de se trabalhar processos similares a este projeto para atender regiões turísticas do Brasil que ainda não estão em estágio avançado para implementação de melhores práticas, mas que já recebem números significativos de turistas do país e do mundo. Nesse caso, o projeto VIVÊNCIAS BRASIL foi idealizado a partir de algumas regiões turísticas do país, que já trabalham o produto turístico de forma madura e satisfatória, podendo se constituir em exemplos de boas práticas que podem e devem ser assimiladas e replicadas nas regiões menos desenvolvidas nesse quesito. Público-alvo Prestadores de serviços turísticos, empresários do setor das regiões e dos roteiros turísticos indicados pelo Programa de Regionalização do Turismo e em conformidade com os projetos da Gestão Estratégica Orientada para Resultados, trabalhados pelo Sebrae. Objetivo geral Identificar e observar, em destinos nacionalmente reconhecidos, boas e melhores práticas nos segmentos de ecoturismo, aventura, sol e praia, cultural e rural, possibilitando que outros destinos turísticos com vocações semelhantes possam ter como referência as estratégias e modelos levantados e adaptá-los à sua cultura e às suas peculiaridades, com vistas a uma mudança que leve a melhores resultados o desenvolvimento da atividade turística no país, nesse caso em especial, Bonito. Por meio da organização de seis viagens técnicas, o projeto foca na observação da operação e da estratégia de desenvolvimento de produtos turísticos nos segmentos - tema, que é hoje, referência no país. Foca também no aprendizado e no fomento à implementação das boas práticas observadas, visando o aprendizado por parte dos

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participantes e o conseqüente aprimoramento dos serviços, da qualidade e da competitividade dos produtos turísticos brasileiros.

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APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL • Ministério do Turismo Tem como missão desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável, com papel relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. O Ministério do Turismo inova na condução de políticas públicas com um modelo de gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico. Papel no Projeto - Instituidora Propôs o Projeto e acompanha os resultados • Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Nacional) Trabalha pelo desenvolvimento sustentável das empresas de pequeno porte, promovendo cursos de capacitação, facilitando o acesso a serviços financeiros, estimulando a cooperação entre as empresas, organizando feiras e rodadas de negócios e incentivando o desenvolvimento de atividades que contribuem para a geração de emprego e renda. Papel no Projeto - Instituidora Propôs o Projeto e acompanha os resultados • Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) É uma sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1989. Sua finalidade é: • Promover a valorização das atividades desenvolvidas por seus associados, no país e no exterior; • promover ações que aproximem seus associados das agências de viagens e dos demais segmentos do setor turístico; • promover o aperfeiçoamento das relações comerciais entre seus associados e transportadoras aéreas, hotéis e demais fornecedores; • aproximar os associados de entidades congêneres nacionais ou internacionais, podendo participar também de suas ações promocionais; • promover pesquisas, capacitação e ensino, visando o desenvolvimento institucional; • promover, por meio de projetos e parcerias, a divulgação de informações, atividades e outras demandas de interesse da entidade e de seus associados em qualquer meio falado, escrito, eletrônico ou virtual, procedendo-se os eventuais registros nos órgãos competentes, se necessário. Papel no Projeto - Executora Executa as ações previstas no Projeto • Instituto Marca Brasil (IMB) Realiza articulação entre as entidades parceiras, acompanha tecnicamente a execução e monitora resultados.

Papel no Projeto – Apoio à gestão técnica

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MAPA DOS PARTICIPANTES DA VIAGEM TÉCNICA

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PARTICIPANTES DA VIAGEM TÉCNICA

EMPRESAS Empresa Participante Destino de

Operação Contato

ALBERGUE E POUSADA RECANTO DO LORD

Angela Maria Rosa Inglez de Souza

Teresópolis/ RJ

[email protected]

ROOTS ECOTOURS

Fernando Augusto F. Rossa

Florianópolis/ SC [email protected]

CALANGO EXPEDIÇÕES

Tiago Choinski Morretes/PR [email protected]

CANASTRA EXPEDIÇÕES

Valmório Lima Jr São Roque de Minas/MG

[email protected]

CIA DO CERRADO ECOTURISMO

Vilmar Dilberti Lieber

Carolina/MA

[email protected] ECOAÇÃO - ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA

Giovana Guedes Barbieri

Brotas/SP

[email protected] GUAPIAÇU OPERADORA

Márcio Jorge Gomes Pizzi

Cachoeiras de Macacu/RJ

[email protected]

KALLISTÉ TURISMO

Marli Woiciechowski

Curitiba/PR

[email protected] MATO GROSSO ECO AVENTURAS

Mirael França Praeiro

Cuiabá/MT [email protected]

TRIP TIME Fábio Kiyoshi Abreu Sasahara

Fortaleza/CE [email protected]

ORION TURISMO

Trícia Sander Curitiba/PR [email protected]

ZENTUR VIAGENS

Everaldo Barbosa Soares

Lençóis/BA [email protected]

EQUIPE TÉCNICA Entidade Participante Localidade Contato SEBRAE Nayara Bernardes Belo Horizonte/MG nayara.bernardes@sebrae

mg.com.br BRAZTOA Daniela Sarmento São Paulo [email protected]

r

IMB Rosiane Rockenbach

Brasília/DF [email protected]

CONSULTOR Gustavo Timo Belo Horizonte/MG [email protected]

CONSULTORA BENCHMARKING

Andréia Maria Pedro

São José dos Campos/SP

andreia@ deps.ufsc.br

CINEGRAFISTA Henrique Rodriguez

São Paulo/SP [email protected]

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ROTEIRO Data Local Atividade 25/09 Campo Grande - Bonito

Bonito - Traslado Campo Grande/Bonito - Chegada em Bonito - Check in – Pousada Olho d´Água - Reunião de Pactualização - Jantar

26/09 Bonito -Saída às 7h - Visita à Gruta do Lago Azul - Visita ao Recanto Ecológico Rio Prata – atividade: flutuação - Almoço no Receptivo Rio Prata - Visita ao Buraco das Araras – Atividade: Observação de aves - Retorno ao hotel - Reunião de acompanhamento da viagem - Jantar

27/09 Bonito Saída às 7h - Visita ao Ybirapé – Atividade: arvorismo - Almoço no Aquário Natural - Visita ao Aquário Natural – Atividade: realização da trilha de observação dos animais, flutuação e área de lazer com equipamentos de recreação - Lanche na Estância Mimosa com atividades de caminhada e visita às cachoeiras - Retorno ao hotel - Realização de seminário sobre Bonito. Participantes planejados:

• Daniel de Granville – academia

• Martins – guia

• Juca e Eduardo Coelho – receptivo local

• Marcos Dias Soares – Atrativo Turístico / (Atratur)

• Edmundo Costa Júnior – secretário do Meio Ambiente

• Henrique Ruas – hotelaria

• Representante do Comtur

- Jantar

28/09 Bonito Saída às 8h - Visita à Boca da Onça – realização das atividades: caminhada em trilha e rapel - Almoço no Boca da Onça - Retorno ao hotel - Reunião de acompanhamento da viagem - Jantar

29/09 Bonito – Campo Grande Transfer Bonito - Campo Grande no início da manhã.

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INFORMAÇÕES GERAIS DE BONITO - MS Turismo em Bonito As origens da cidade de Bonito se remetem à história da formação do município de Miranda, do qual era distrito, quando da expansão espanhola do século XVI no vale do Paraguai. Em 1948, Bonito foi elevado à categoria de município. As atividades econômicas predominantes eram pecuária, agricultura e mineração. Até a década de 1970, os únicos atrativos de Bonito eram a Gruta do Lago Azul e a Ilha do Padre, visitados principalmente pelos moradores do município e de regiões próximas. Já no final da década de 1980, iniciaram-se as visitas ao Aquário Natural, às Cachoeiras do Mimoso e ao Rio Sucuri, além do passeio de bote, o que gerou um pequeno aumento na visitação da região. Isso, despertou o interesse dos proprietários para a exploração econômica de seus atrativos. Em 14 de abril de 1986, foi aprovado o Decreto-lei n° 076/85, autorizando a desapropriação da área que seria transformada no Balneário Municipal, visando atender à comunidade local. A infra-estrutura e a organização dos passeios eram ainda precárias, tendo apenas duas agências e alguns hotéis de acomodações simples na cidade. Capacidade de carga Na década de 1990, o fluxo de turistas teve um aumento significativo devido às constantes exposições na mídia sobre o destino. Nesse período aconteceram as primeiras experiências de limitar o número de visitantes em alguns passeios e atrativos, derivadas da preocupação de se minimizar os impactos causados pela visitação. Em virtude da sua natureza calcária, a fragilidade dos atrativos apresenta-os ao risco de degradação diante de uma exploração turística desordenada. Para manter a sustentabilidade dessa atividade econômica, diversas medidas foram tomadas, a fim de coordenar a exploração turística sem comprometer o meio ambiente. Inicialmente, os limites estabelecidos de forma empírica, baseados apenas na experiência e bom senso de seus proprietários. Essa iniciativa foi fundamental para que o município buscasse o desenvolvimento profissional das atividades turísticas. Hoje as definições de carga são revistas e definidas com base em estudos científicos, e pautadas na preocupação de sustentabilidade dos atrativos. Qualificação Diante desse cenário, foi iniciado em 1993, o primeiro, de vários cursos de formação e profissionalização dos guias de turismo especializados em atrativos naturais, com o apoio do Sebrae/MS, Governo do Estado, Embratur e Prefeitura Municipal de Bonito, e coordenado pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Nesse período, existiam em Bonito três atrativos turísticos com pouca infra-estrutura para recebimento de turistas, seis agências de turismo, seis meios de hospedagem (hotéis e pousadas) que ofereciam 300 leitos e trinta guias de turismo em processo inicial de atuação na área turística, gerando, na época, 180 empregos diretos. Em 1993, o município estava despertando para o turismo. Na época, as lideranças da comunidade já manifestavam sua preocupação com a fragilidade dos atrativos naturais e com o delicado equilíbrio do meio ambiente da região. Ainda não eram feitos levantamentos e consolidação de dados referentes ao número de turistas que visitavam o município, a receita gerada e seu tempo de permanência na cidade.

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Guias locais: obrigatoriedade Em 1995, a Lei Municipal nº 689/95 tornou obrigatório o acompanhamento de guias aos passeios turísticos locais. Seu credenciamento pela Embratur garantia segurança ao visitante, aliada a uma variedade de informações sobre o local visitado. Contava-se com o guia local também como um aliado na preservação ambiental. Conselho Municipal de Turismo (Comtur) A estruturação da atividade turística foi complementada pela aprovação da Lei Municipal nº 695/95 que instituiu o Conselho Municipal de Turismo, integrado por quatro representantes escolhidos pelo chefe do executivo municipal e por seis representantes dos segmentos ligados ao trade turístico local, posteriormente alterado para sete representantes. O Comtur tem como principal objetivo fomentar o turismo de maneira organizada e sustentável no município, apoiando ações que visem divulgar o município em outras regiões, dando apoio ao trade e à comunidade. Os conselheiros representam as associações de classe, eleitos por voto direto e cumprem mandato de dois anos. As seguintes associações estão no Comtur: • Prefeitura Municipal de Bonito/MS • Câmara Municipal de Vereadores • Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) • Associação Comercial e Industrial • Associação de Bares, Restaurantes e Similares de Bonito/MS • Cooperativa de Transportes de Bonito/MS – (Cooperbon) • Associação Bonitense de Hotéis (ABH) • Associação Bonitense de Agências de Ecoturismo (Abaetur) • Associação de Guias de Turismo de Bonito/MS (AGTB) • Associação dos Proprietários de Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur) • Sindicato Rural de Bonito/MS • Associação dos Operadores de Bote de Bonito/MS Secretaria Municipal de Turismo Uma das ações que reflete na priorização do município pelo desenvolvimento da atividade turística é o critério de escolha do secretário de turismo municipal. O processo é através de eleição e o secretário é escolhido pelo trade turístico, a partir de uma lista tríplice. Essa iniciativa procura garantir a seriedade e o comprometimento de todos com os planos estabelecidos pela Secretaria de Turismo. Voucher único A Resolução Normativa nº 09/95, do Comtur, regulamentou a instituição do voucher único, principal instrumento para viabilizar o ordenamento da atividade turística em Bonito. Emitido e controlado pela Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio de Bonito, o voucher é comercializado pelas agências de turismo do município e apenas através da sua aquisição é possível o acesso aos atrativos locais, sendo obrigatória a presença do guia. O voucher único possibilita a arrecadação municipal, o pagamento do guia, da agência e do atrativo visitado, além de garantir a capacidade de carga dos atrativos, pois sua venda está condicionada ao número de visitantes/dia em cada um deles.

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A Prefeitura Municipal imprime e distribui entre as agências de turismo do município talões numerados do voucher. Neles, são preenchidas informações a respeito da agência organizadora do passeio, identificação do guia e do atrativo, horário de visita e valor total do passeio. Estão inclusos os valores referentes ao guia, agência, atrativo e Imposto Sobre Serviço (ISS), destinado à Prefeitura. A fragilidade ambiental da região motivou o controle do número de visitantes diários por atrativo. O acompanhamento de guia de turismo é obrigatório para todos os sítios turísticos, combinado com um número máximo de turistas que ele pode levar no grupo. Além de centralizar os pagamentos e organizar o fluxo turístico, que é uma preocupação constante em destinos frágeis como Bonito, o voucher ajuda a mapear a atividade turística local, subsidiando a tomada de decisões e a aplicação de planos de ação, de acordo com as deficiências percebidas. Futur Simultaneamente à criação do Comtur, foi instituído o Fundo Municipal de Turismo, o Futur. O fundo é administrado pelo Comtur. Prioritariamente, os recursos são destinados ao marketing promocional – folders, vídeos, cartazes – e ao acesso a feiras e workshops no Brasil e no exterior. Estatísticas e indicadores Segundo dados do Comtur, o fluxo de visitação aos atrativos, no período de 1997 a 2003 seguiram os dados abaixo:

Ano Visitas / Ano

1997 143.037

1998 144.962

1999 186.089

2000 174.731

2001 177.734

2002 216.688

2003 227.963

Fonte: Comtur – Bonito/MS Segundo pesquisas do Fundo Brasileiro da Biodiversidade/Programa MPE em 2002, o público visitante do município despendia gasto médio diário de R$150,00, permanecia em média três dias, utilizava hotéis e pousadas como meio de hospedagem no destino e utilizava serviços de agentes de viagem para organização da visita. Os dados relativos à cadeia produtiva mostram a expansão do desenvolvimento da atividade turística no local, conforme tabela a seguir:

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Indicadores 1993 2003

Disponibilidade de leitos na rede hoteleira 300 4.188

Número de empregos diretos 10 2.500

Número de agências de turismo 06 30

Meios de hospedagem 06 77

Guias de turismo 30 80

Fonte: Prefeitura Municipal de Bonito / Comtur – Bonito / Sebrae-MS Sazonalidade O município de Bonito possui expressivos efeitos da sazonalidade e de perfil de público visitante. A alta estação acontece durante os picos das férias escolares (julho/final de dezembro/início de janeiro), 41 dias por ano, quando a taxa de ocupação atinge 80% da capacidade empresarial. O perfil de público dessa época é de famílias, empresários e profissionais liberais com poder aquisitivo elevado e ter alto consumo de passeios. A média estação ocupa períodos próximos ao da alta estação, 142 dias por ano, atingindo uma capacidade empresarial instalada de 35%. Seu perfil de público consiste em jovens casais, melhor idade, estrangeiros com poder aquisitivo médio e baixo consumo. O público visitante nos feriados, 16 dias por ano, é semelhante, mas o período de ocupação aumenta para 60%. Já durante a baixa estação, 166 dias por ano, o público muda seu perfil principalmente para mochileiros estrangeiros e pessoas da melhor idade, com poder aquisitivo médio e baixo consumo. É importante salientar que Bonito possui instalada uma capacidade de carga de seus atrativos, o que impede uma significativa expansão do fluxo turístico no período de alta estação. O desafio hoje é conseguir distribuir essa demanda nos períodos de média e baixa estação. Como estratégia para amenizar os efeitos da sazonalidade foi construído o Centro de Convenções de Bonito, além de contar com o Bonito Conventions & Visitors Bureau. O principal objetivo é criar condições para a captação de eventos principalmente nos períodos de baixa estação, buscando aumentar o tempo de permanência do visitante, gerando fluxo tanto para os equipamentos de apoio turístico, como para os atrativos. Ecoturismo e Turismo de Aventura em Bonito Entende-se como Ecoturismo: “Segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações”. Já como Turismo de Aventura: “Compreende os movimentos turísticos decorrentes da prática de atividades de aventura de caráter não competitivo”. Ambos os conceitos são tidos como marcos da segmentação do turismo pelo Ministério do Turismo.

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O município de Bonito apresenta hoje uma das melhores infra-estruturas de atrativos, equipamentos e serviços em operação regular para a prática do Ecoturismo e do Turismo de Aventura no Brasil, o que o transforma em referência nacional. Inclusive, o destino foi considerado um dos pólos priorizados pelo Ministério do Turismo para atuação do Programa de Qualificação e Certificação do Turismo de Aventura, cujas ações que se iniciaram no segundo semestre de 2006, contemplam principalmente o fortalecimento empresarial e associativo, qualificação de empresas e condutores e a busca pela excelência em segurança e gerenciamento de riscos. Tendo a atividade turística como agenda de desenvolvimento local desde a década de 1990, o município tem buscado o profissionalismo e a qualidade nos serviços prestados. O boom pela busca do Ecoturismo e Turismo de Aventura no mundo fez com que vários outros destinos despontassem na preferência dos consumidores, fazendo com que Bonito buscasse seu aprimoramento para se tornar referência nestes segmentos. O trabalho em conjunto, buscando a qualidade de seus produtos e a preocupação com sua sustentabilidade faz de Bonito um dos principais destinos de missões técnicas de turismo no Brasil. A escolha do município de Bonito como destino de boas práticas justifica-se a partir do conjunto de informações apresentadas, destacando a preocupação com a sustentabilidade da atividade, tanto ambiental através do estabelecimento e respeito da capacidade de carga dos atrativos, como social através da inclusão da mão-de-obra local nos produtos, passando pela sustentabilidade econômica através do voucher único, garantindo a remuneração dos vários atores da cadeia produtiva (agência, guia,atrativo e poder público).

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EQUIPAMENTOS VISITADOS EM BONITO

Boca da Onça Ecotur www.bocadaonca.com.br

Fonte: www.bocadaonca.com.br

O passeio é composto de uma caminhada por trilha pela mata preservada, passando por cachoeiras cristalinas, pelo cênico Rio Salobra, por pontos de banhos em piscinas naturais e pela mais alta cachoeira do Estado: a Cachoeira Boca da Onça, com 156 metros de altura, uma das mais espetaculares do Brasil. Para os praticantes e apreciadores radicais, o rapel de 90 metros de altura é pura aventura. Uma plataforma de 34 metros de comprimento projeta-se no abismo proporcionando uma descida repleta de adrenalina pelo paredão com inúmeras grutas e um magnífico visual sobre o cânion do Rio Salobra. O receptivo oferece duas piscinas de água corrente com peixes típicos da região que nadam junto com o visitante, relaxante hidromassagem e ducha natural. Estância Mimosa Ecoturismo www.bonitoweb.com.br/estanciamimosa

Fonte: www.bonitoweb.com.br/estanciamimosa

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Aventura por trilha interpretativa na mata ciliar do Rio Mimoso, onde se encontram árvores centenárias, além de samambaias, orquídeas, bromélias e diversos animais silvestres. Várias cachoeiras com águas cristalinas, plataforma de salto, pequenas grutas, passarelas suspensas, mirantes e piscinas naturais, onde os visitantes podem se refrescar. Após a realização das atividades, retorno à sede da fazenda para almoço, com pratos e doces regionais servidos no fogão a lenha. Parque Ecológico Baía Bonita (Aquário Natural)

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

O passeio tem início com uma caminhada em uma trilha que leva à nascente principal, de onde se inicia a flutuação num percurso de 900 metros nas águas cristalinas da nascente do rio Baía Bonita. Ao longo do rio Baía Bonita, o visitante pode flutuar e observar as belezas cênicas, onde vivem aproximadamente 30 espécies de peixes. Existe a alternativa para observar o leito do rio a partir do fundo de vidro do barco de apoio. Ao fim da flutuação, pode-se nadar e brincar em uma cama elástica flutuante e deslizar suspenso sobre a água por um sistema de cabos e carretilha. Na volta, o receptivo oferece uma hidromassagem quente para recuperar as energias e relaxar ainda mais o visitante, para após o almoço realizar a trilha dos animais, onde é possível observar espécies da região, algumas ameaçadas de extinção, como o lobo-guará, o jacaré-do-papo-amarelo e o cervo-do-pantanal. Além destas espécies, há outros recintos com emas, antas e serpentes. Os animais fazem parte do programa que visa a preservação de espécies em extinção. O passeio termina com a visita ao Museu de História Natural da Baía Bonita.

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Recanto Ecológico Rio da Prata www.bonitoweb.com.br/riodaprata

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

O mergulho começa na nascente do Rio Olho D’água, onde se chega através de caminhada em trilha interpretativa pela mata ciliar, observando-se aves e outros animais silvestres. Ao mesmo tempo, sem precisar sair da trilha, é possível ver diversos peixes nadando no rio, logo abaixo, tamanha a transparência das águas. Ao final da trilha inicia-se a flutuação, onde os visitantes flutuam tranqüilamente dentro de um imenso aquário de águas cristalinas, extremamente ricas em vida animal e vegetal. Dourados, pacus, piraputangas e curimbas são algumas espécies de peixes encontradas. Após o passeio, é servido, na sede da fazenda, um almoço típico sul-mato-grossense (opcional). Para encerrar o dia, existe também a opção de se fazer um passeio a cavalo pela fazenda ou simplesmente caminhar nos arredores para observar os jacarés e araras que sempre ficam por perto. Gruta do Lago Azul

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

Considerada como monumento natural, a Unidade de Conservação das Grutas do Lago Azul e Nossa Senhora Aparecida permite visitação à primeira delas – a mundialmente conhecida Gruta do Lago Azul. Após percorrer uma breve trilha na mata chega-se a entrada da caverna e tem início o passeio dentro dela, descendo até poucos metros do lago. São vistos impressionantes espeleotemas (qualquer formação mineral secundária formada numa caverna pela ação das águas, como, estalactites, estalagmites etc.)

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durante todo o percurso que levará a um belíssimo espelho d’água, com mais de 80 metros de profundidade. Importante dizer que é obrigatório o uso de tênis e as visitas ocorrem entre 7h e 14h, aproveitando a luminosidade natural. Buraco das Araras www.buracodasararas.com.br

Fonte: www.jardim.ms.gov.br/turismo/b_araras Fonte: grupoviagem.uol.com.br Trilha ao redor de uma dolina (depressão circular em forma de funil que ocorre na superfície de terrenos calcários) com 124 metros de profundidade e 500 metros de diâmetro, que possibilita uma visão panorâmica de seu interior, onde as araras-vermelhas e outras aves retornam sempre ao final do dia. Em seu fundo se encontra um grande lago com alguns répteis. Sua fauna e flora são bem particulares. Para se chegar até lá embaixo, somente usando a técnica de rapel, mas esta atividade não é praticada no local.

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Metodologia de benchmarking utilizada

O benchmarking é um procedimento de comparação contínuo e sistemático que tem como objetivo principal verificar o estado de evolução de organizações, produtos, processos, estratégias ou atividades em relação a outras, com características similares e/ou passíveis desta comparação. O benchmarking também tem como objetivo criar os padrões de referência para que as organizações e pessoas possam melhorar seu rendimento (performance) e portanto, obter resultados mais adequados para a diferenciação competitiva no mercado. Para o Projeto de VIVÊNCIAS BRASIL: Aprendendo com o Turismo Nacional, o processo aconteceu utilizando pesquisas estruturadas e uma metodologia específica, considerando cinco etapas subdivididas conforme demonstra a Figura 1.

Figura 1. Etapas da pesquisa

2- Pesquisa de campo

3- Avaliação

4- Relatório final

1- Pré-etapa

5- Disseminação

Workshop técnico Elaboração dos instrumentos de levantamento de informações Reunião de pactualização com empresários

Visitas técnicas /observação Aplicação dos questionários/entrevistas

Tabulação dos dados Análise dos dados

Organização das informações

Disseminação do conhecimento obtido Aplicação

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Na primeira etapa (chamada Pré-etapa) foi realizado um workshop com os técnicos das entidades participantes e os consultores contratados com o objetivo de alinhar os conceitos básicos de benchmarking garantindo a eficácia na busca e na filtragem das informações, proporcionando mais objetividade e qualidade nas avaliações e mais consistência às conclusões finais. Para a elaboração dos instrumentos foram levados em consideração os objetivos do projeto, visando a coleta de informações para o delineamento das boas e melhores práticas identificadas em cada um dos destinos. Os instrumentos elaborados foram:

1. Questionário individual/restrito - distribuído ao grupo de empresários para aplicação individual, trata-se de um questionário que busca informações de maneira simplificada, possibilitando seu preenchimento de forma mais rápida.

2. Questionários em duplas/ampliado – aplicado por duplas de empresários, em entrevistas com informações mais detalhadas sobre o negócio distribuído somente a uma dupla de participantes – preferencialmente ligados ou com conhecimento da área de atividade do equipamento visitado.

3. Questionário superestrutura - distribuído exclusivamente ao grupo técnico, formado por representantes das instituições MTur/Sebrae e outras convidadas.

4. Diário de bordo dos operadores – para registro de observações, pontos fortes e fracos dos equipamentos ou organizações.

5. Diário de bordo dos técnicos - para registro de observações, pontos fortes e fracos dos equipamentos ou organizações.

Também foram realizadas as Reuniões de pactualização, no destino, com o consultor, empresários e técnicos participantes de cada viagem, com o objetivo de informar detalhadamente a metodologia do referido projeto, alinhar os conhecimentos de benchmarking e explicar os principais aspectos a serem observados ao longo da viagem, na aplicação dos questionários e na realização das entrevistas, sendo:

Aspectos de Gestão - Este item é relativo ao processo de gestão dos negócios. A observação deverá ser efetuada considerando quais os elementos do processo de gestão que apóiam ou contribuem para a boa gestão dos negócios de turismo. É muito importante que em todas as questões avaliadas sejam considerados unicamente os aspectos correlatos ao negócio e seu respectivo gerenciamento.

Aspectos de Infra-estrutura - Este item é relativo à disponibilidade de equipamento turístico adequado ao público-alvo do destino e suas respectivas necessidades no período de permanência. Analisa os equipamentos disponíveis, os serviços oferecidos e sua adequação ao segmento analisado, ao público-alvo e suas respectivas necessidades. Avalia as informações e esclarecimentos disponíveis e sinalização no local, os transportes, assim como observa a possibilidade e infra-estrutura de acesso para qualquer tipo de pessoa (mulheres grávidas, jovens, idosos, portadores de mobilidade reduzida).

Aspectos do Negócio – Produtos e Serviços Ofertados - Este item é relativo ao negócio propriamente dito, considerando as características específicas de cada equipamento turístico. É relacionado com a definição e estratégias dos quatro pês do marketing (produto, praça, promoção e preço). São as especificidades de cada negócio, de cada empreendimento.

Aspectos de Certificação - Este item é relativo ao processo de padronização e validação de procedimentos para a devida certificação dos produtos e/ou serviços turísticos. Corresponde à avaliação da existência de normas, regulamentos e padrões mínimos para o estabelecimento de processos de estruturação, avaliação e certificação dos produtos turísticos locais e/ou regionais.

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Aspectos de Formação e Qualificação - Este item investiga as ações relativas à formação de profissionais para executar os serviços turísticos e respectivas classificações de formação existentes no destino. Também observa a relação da formação profissional com os aspectos culturais e suas especificidades. Identifica qual a infra-estrutura de instituições de formação e qualificação profissionais existentes e que contribuem para o desenvolvimento do turismo.

Aspectos de Segurança - Neste item é importante, a observação dos aspectos relativos à segurança pessoal dos turistas/clientes, sua integridade física e moral. Observa a segurança de equipamentos utilizados no produto turístico a gestão de riscos das atividades e os respectivos códigos de conduta. Também identifica a existência de normas e regulamentos para a execução do turismo responsável.

Aspectos de Parcerias - Networking - Neste item são observados os aspectos relativos à parceria entre empresas, entre o setor público e privado e as entidades de classe e representação empresarial. Também investiga e identifica as melhores práticas de articulações interinstitucionais que promoveram o desenvolvimento dos negócios do turismo no destino.

Aspectos de Envolvimento da Comunidade - Este item investiga como se realiza o envolvimento da comunidade local, considerando suas características e especificidades. Observa a existência de projetos de inclusão social e desenvolvimento da comunidade. Também verifica a integração e utilização dos aspectos culturais do local nos produtos turísticos, como artesanato, costumes, cultura local e outros.

Atividades Agregadas - Neste item são observadas as características e detalhes específicos dos espaços e atividades relacionados ao segmento analisado, sua forma de constituição e a importância como negócio.

Na segunda etapa (chamada Pesquisa de Campo) foram realizadas, nas visitas técnicas, os levantamentos de informações, aplicação dos questionários e entrevistas. O elemento principal da pesquisa de campo foi a busca de informações norteada pela necessidade dos empresários nas experiências práticas de cada viagem através da observação da realidade, registro das principais observações e entrevistas (conversas, reuniões e apresentações) com os atores locais – empresários de turismo, representantes do governo, instituições ligadas ao setor etc. O projeto Vivências Brasil, nesta etapa possibilita o contato com as boas e melhores práticas. Na terceira etapa (chamada avaliação) foram realizadas as respectivas tabulações e análises dos instrumentos de levantamento de informações utilizados. Nas análises quantitativas os equipamentos foram agrupados de acordo com o tipo de atividade do negócio, sendo que as respostas foram transformadas em porcentagens. Nas questões que continham graduações de 1 a 5 (escalas Likert), as análises foram a partir das médias obtidas em cada questão. A análise das questões teve como objetivo principal validar as boas e melhores práticas identificadas no destino e nos equipamentos visitados. Na quarta etapa (chamada Relatório Final) foram efetuados os cruzamentos dos dados necessários e a identificação e respectivas conclusões de cada uma das boas e melhores práticas identificadas em cada destino. Como resultados desta etapa foram constituídos dois relatórios, sendo um, com toda a análise quantitativa dos destinos visitados, tendo como base as respostas nos questionários, referente às observações das visitas técnicas realizadas pelos empresários, técnicos, e consultores; e outro relatório com a análise e descrição das boas e melhores práticas identificadas. Na última etapa, (chamada Disseminação) foram realizadas reuniões, palestras e oficinas em várias regiões do Brasil para que os participantes (empresários e técnicos) das viagens possam disseminar os conhecimentos apreendidos e informações com o objetivo de promover novas práticas para o desenvolvimento do turismo.

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O presente relatório é resultado final da quarta etapa, que descreve as boas e melhores práticas de cada destino, fazendo referência aos principais exemplos que caracterizam a aplicação prática de gestão no turismo, infra-estrutura para o turismo, negócios turísticos, certificação e segurança nas operações de turismo, qualificação e formação de pessoas para atuar no turismo, parcerias empresariais e governamentais para desenvolver o turismo, envolvimento da comunidade no turismo e atividades agregadas no destino visitado. Para facilitar o entendimento do leitor, destacam-se as diferenças entre boas e melhores práticas.

• Boas práticas são aquelas que refletem a aplicação de técnicas e ações já amplamente conhecidas em outros negócios e setores, mas que ainda, no setor do turismo, não estão totalmente disseminadas e que, também, proporcionam algum grau de diferenciação do negócio ou destino turístico. Também é importante ressaltar que um conjunto de boas práticas poderá ajudar a construir uma melhor prática, evidenciando o processo de melhoria contínua que os negócios podem obter com uma boa gestão.

• Melhores práticas são aquelas que refletem uma implementação de técnicas e ações com alto grau de excelência, portanto, resultando em uma diferenciação significativa no negócio ou destino turístico. Importante ressaltar que a prática de excelência pode tornar o negócio ou destino turístico uma exceção entre seus concorrentes, proporcionando alta competitividade empresarial (negócio turístico) e regional (destino turístico).

A partir da análise das boas e melhores práticas, iniciam-se os procedimentos da última etapa (chamada Disseminação) contempla a realização de reuniões, palestras e oficinas em várias regiões do Brasil para que os participantes (empresários, consultores e técnicos) das viagens possam disseminar os conhecimentos apreendidos e informações com o objetivo de promover novas práticas para o desenvolvimento do turismo. Este relatório evidencia as melhores e boas práticas observadas durante a viagem técnica a Bonito.

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MELHORES E BOAS PRÁTICAS OBSERVADAS Gestão MELHORES PRÁTICAS 1. Voucher único - Implementação do voucher único que garante organização e respeito à cadeia produtiva, bem como, arrecadação de impostos provenientes da atividade turística. Tendo como benefícios: • Parcerias entre atores da cadeia produtiva do turismo - agência de receptivo, guia e atrativos turísticos. • Aumento de arrecadação de impostos para o município, havendo a possibilidade de novos investimentos no setor. • Determina padrão de trabalho entre operadoras nacionais e agências de receptivo local, criando segurança e expectativa de atendimento para os clientes. • Inibe a concorrência predatória, criando mecanismos de controle e monitoramento gerencial e ambiental que possibilitam a geração de estatísticas e análise do desempenho do turismo na região.

Fonte: Arquivo pessoal participantes

2. Gestão da visitação – Soma da gestão do limite de capacidade de carga com a gestão da segurança, aliadas à qualidade da experiência do visitante. Gerando: • Preservação do meio ambiente, por meio de cuidado com o impacto do usuário no atrativo a ser visitado. • Realização das atividades com segurança para o cliente. • Determinação do fluxo de turistas, tornando os passeios confortáveis, seguros, sem aglomerações de visitantes. • Qualidade na visita, a partir de controle com pequenos grupos, o visitante obtém uma experiência única, maior interação com atividade, aumentando a sensação de “exclusividade” na visita.

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Fotos - Controle do limite de capacidade de carga

Fonte: Arquivo pessoal participantes

BOAS PRÁTICAS 1. Atuação municipal - Implementação da legislação turística municipal que envolve os limites de carga de cada atrativo, obrigatoriedade de guias, implementação do voucher único, funcionamento do Comtur e Futur. Tendo como benefícios: • Realização das atividades com segurança para o cliente. • A representatividade e legitimidade do Comtur, garantindo a representatividade do setor privado nas questões de gestão do destino. • Tendo como conseqüência o associativismo, por meio da organização em associações por ramo de negócio.

Fotos - Representatividade do Comtur e obrigatoriedade de guias nos passeios

Fonte: Arquivo pessoal participantes

2. Gestão empresarial com foco no negócio – As empresas turísticas de Bonito têm foco no ramo de negócio em que atuam; o que resulta em qualidade e competitividade na gestão. • A clareza no foco do negócio, auxilia na definição das estratégias do turismo na região, com ênfase no ecoturismo e turismo de aventura. 3. Gestão comercial – Regras claras, definidas com antecedência para cada temporada, que respeitam a sazonalidade e são conhecidas e condensadas por todos da cadeia produtiva e de distribuição do turismo.

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• Auxilia as empresas a lidarem com a sazonalidade do turismo. • Definição de preços conforme os limites da capacidade de carga, da sazonalidade, do fluxo médio e dos serviços oferecidos. 4. Sustentabilidade – A utilização de boas práticas no destino é um fator marcante, mostrando a preocupação com o meio ambiente, com fauna, flora e relevo. Essa preocupação é repassada ao turista por meio de: • Orientação de condutas de preservação do meio ambiente. • Arquitetura integrada com o meio ambiente. • Coleta seletiva de resíduos. • Obrigatoriedade do licenciamento ambiental.

Fotos - Orientação sobre regras ambientais e Integração da arquitetura com o meio ambiente

Fonte: Arquivo pessoal participantes

Infra-estrutura

MELHORES PRÁTICAS 1. Infra-estrutura multifuncional em um mesmo espaço - Conceito da “casa do receptivo” - Restaurantes e lanchonetes, integrados à “casa do receptivo”, os quais oferecem comida regional de qualidade, após os passeios e atividades de ecoturismo e turismo de aventura. • Estrutura física visando o atendimento ao turista, com mesas e bancos, criando referência para os visitantes, de conforto e segurança. • Existindo inclusive lojas de suvenires, aluguéis de máquinas fotográficas e filmagem do passeio. • Trabalha neste espaço também o conceito de oferta de produtos e serviços agregados ao atrativo principal, por meio de: lojas de artesanato local, lembranças do atrativo, atividades adicionais, entre outros que possam gerar, além da satisfação ao visitante, uma renda adicional ao faturamento geral do negócio.

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Foto - Locação de máquinas fotográficas e filmagem dos passeios

Fotos - Infra-estrutura – guarda de equipamentos e loja de suvenires

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

2. Sinalização eficiente - A sinalização é implementada de forma criativa e diferenciada, em madeira entalhada, placas de PVC, painéis impressos, mapas coloridos. É resistente a intempéries, tem informações claras e objetivas, é integrada à natureza. Tem como objetivos: • Informar aos visitantes as regras de visitação. • Orientação geográfica. • Orientação do fluxo de visitação. • Avisar sobre a segurança e alertar quanto a locais de riscos. • Interpretação ambiental.

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Fotos - Criatividade e eficiência nas sinalizações

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

BOAS PRÁTICAS 1. Investimento no produto - Trilhas bem planejadas, foram implementadas aliando preservação ambiental, segurança do turista e privilegiam a qualidade da experiência do visitante. • As trilhas foram construídas suspensas devido ao tipo de solo. • Trilhas no solo eram demarcadas favorecendo a caminhada em fila indiana. • Existência de escadas, plataformas e pontes para transpor obstáculos com segurança, assim como a visualização do ambiente a ser visitado, em diversos ângulos.

Fotos - Planejamento das trilhas

Fonte: Arquivo pessoal participantes

2. Limpeza e organização – refletidas especialmente nos vestiários e banheiros bem planejados, arejados e mantidos limpos durante os períodos de maior fluxo turístico. Destaca-se:

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• O tipo de material realizado na construção dos banheiros, qualidade de pias e sanitários. • Espaço amplo e arejado, utilizando iluminação natural. Existência de escadas, plataformas e pontes para transpor obstáculos com segurança, assim como a visualização do ambiente a ser visitado em diversos ângulos, com destaque para os banheiros do Aquário Natural e Recanto Rio da Prata. • Existência de banheiros secos, ecologicamente corretos, sem causar impacto na natureza, como no Ybirapé Arvorismo.

Fotos: Banheiros bem planejados e banheiro seco

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

3. Coleta seletiva – Utilização de lixeiras adaptadas para a coleta de resíduos, visando separação dos tipos de lixos para facilitar o processo de reciclagem, promovendo a sustentabilidade ambiental. Salienta-se: • Existência de coletores de resíduos em diversos pontos da casa do receptivo e pelas trilhas. • A cidade conta com uma usina de reciclagem de lixo que serve a região.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

4. Arquitetura integrada com o ambiente – as construções procuram não causar impacto ao meio ambiente, assim como os materiais utilizados e as técnicas de construção local. Como exemplos, pode-se citar os negócios: Aquário Natural, Recanto do Rio da Prata e Ybirapé Arvorismo.

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Fotos: Utilização de materiais e tipos de construções adequadas ao meio ambiente

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

PRÁTICA INTERESSANTE A SER OBSERVADA

1. Qualidade dos veículos – o Recanto do Rio da Prata e Boca da Onça têm veículos de transporte interno de qualidade, bem apresentados, preparados para o deslocamento dos turistas, independente das condições climáticas, pois são veículos tipo 4X4.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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Negócios – Produtos e serviços ofertados MELHOR PRÁTICA 1. Conceito de centro de entretenimento - Atrativos turísticos agregando serviços em torno do passeio (restaurante, lanchonete, serviços de filmagem e fotografia, por exemplo), maximizando rentabilidade, oferecendo serviços diversos ao turista aumentando sua satisfação em relação ao turismo realizado.

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

BOA PRÁTICA 1. Foco do negócio – Por meio de produtos bem definidos, estratégias de marketing bem desenvolvidas, possibilitando que o negócio seja divulgado detalhadamente em toda a cadeia de distribuição. Certificação BOA PRÁTICA 1. Normatização - Adoção das normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) na operação responsável e segura do turismo de aventura, fazendo com que haja uma padronização na operação da atividade garantindo a segurança ao turista, minimizando os riscos de acidentes.

Fonte: Arquivo pessoal participante

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Segurança MELHOR PRÁTICA 1. Treinamento com a utilização de simulação de ambientes reais - Realização de treinamentos em plataformas e piscinas, os quais simulam as condições de execução das atividades na natureza como meio de treinar os clientes e testar suas aptidões físicas e psicológicas. Garante assim para a empresa que os clientes estão aptos a desempenhar a atividade de forma segura. • A atividade de rapel realizada pelo Boca da Onça tem um treinamento em plataforma. • A flutuação e o mergulho realizados pelo Aquário Natural possuem treinamento em piscina.

Fotos - Treinamento de rapel e flutuação

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

BOAS PRÁTICAS 1. Cuidados com os equipamentos – Os negócios têm preocupação em relação à manutenção, conservação, limpeza e higienização dos equipamentos oferecidos aos clientes, garantindo segurança na realização das atividades.

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Fotos - Organização eficaz na guarda de equipamentos

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

2. Compromisso com a segurança do turista - Somente guias cadastrados no Ministério do Turismo podem conduzir turistas. Existe também a preocupação com o uso de equipamentos de segurança obrigatório e com a qualidade dos mesmos, conforme explicitado anteriormente.

Fotos - Atuação de guia capacitado e utilização de equipamentos de segurança

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

3. Guias específicos para as atividades – Nas atividades que exigem técnicas específicas (arvorismo e rapel, por exemplo) são utilizados monitores treinados e qualificados para o desempenho das atividades específicas.

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Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

4. Redução dos riscos nas atividades – como procedimentos operacionais padronizados, planos de emergência e equipamentos de resposta à emergência, realização de orientação e instrução antes de cada atividade e usos de equipamentos de segurança. • Os procedimentos operacionais padrão para a realização das atividades são seguidos por todos os profissionais de turismo da região, fazendo com que a operação seja mais segura e com responsabilidade. • Planos de emergência e equipamentos de resposta a situações de acidentes, incluindo treinamento de pessoal como, funcionários do negócio, monitores e guias quanto aos procedimentos, colocação de equipamentos, como macas e kits de primeiros socorros em pontos estratégicos nas atividades. • Utilização de sistemas de comunicação via rádio ou outros dispositivos que possibilitem ações rápidas em caso de emergências. • Utilização de equipamentos de segurança obrigatórios durante a realização das atividades. • Realização de preleção (orientação) e instrução antes de cada atividade.

Fotos - Instruções antes das atividades e colocação de kits de primeiros socorros em pontos estratégicos

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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5. Termos de responsabilidade e Seguros – Exigência do preenchimento de termos de responsabilidade antes da realização das atividades, bem como oferecimento de seguros de acidentes pessoais para cada participante. Tal procedimento visa formalizar a relação de consumo entre o turista e a empresa, bem como esclarecer os riscos, direitos e deveres de ambas as partes, trazendo segurança jurídica ao turista e à empresa. Fotos - Preenchimento de termo de responsabilidade e Oferecimento de seguro antes das

atividades

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

6. Preocupação com a informação ao cliente – Fornecimento de informações claras e detalhadas de todas as atividades, da região e do atrativo no momento da venda, no período que antecede e até mesmo durante a atividade. Equilibrando assim as expectativas do visitante com aquilo que a empresa tem para oferecer, diminuindo problemas de comunicação, como falta de informação. • Realização de instruções quanto ao uso de equipamentos específicos, técnicas a serem utilizadas e procedimentos de emergência em caso de imprevistos.

Fotos - Instruções detalhadas dos passeios e utilização correta de equipamentos

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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Qualificação e Formação MELHOR PRÁTICA 1. Atuação profissional - Postura dos guias de aliar informação e interpretação ambiental com a tradução da cultura da região, segurança aos turistas, gerando um atendimento com qualidade, dando significado à experiência do visitante, tornando a atividade agradável e divertida. BOA PRÁTICA 1. Cursos de capacitação – Oferecimento de cursos de qualificação de guias e de profissionais ligados ao turismo, de acordo com os requisitos do Ministério do Turismo. • Existe um comprometimento dos profissionais com a região, com o atendimento, fazendo com que a atividade de turismo vá além das normas e procedimentos exigidos por lei. • A qualificação é oferecida pelos próprios negócios e por organizações parceiras como Sebrae, Comtur, Prefeitura e Mtur. • São oferecidos cursos como de atendimento a clientes, cozinheiro, garçom etc. Assim como os cursos específicos dos atrativos que oferecem atividades de aventura que capacitam seus monitores, bem como guias, nas técnicas específicas da atividade. • Os guias precisam realizar cursos de reciclagem em primeiros socorros a cada dois anos. PRÁTICA INTERESSANTE A SER OBSERVADA 1. Investimento em educação - Existência de uma faculdade de turismo no município de Bonito, o que facilita a busca de profissionais capacitados para a área de turismo da comunidade local e da região, tornando-se um exemplo de envolvimento da comunidade. Parcerias - Network MELHORES PRÁTICAS

1. Cultura de parceira - Parcerias do destino, que se entendem e se comportam como parceiros diante da concorrência externa e dos turistas, mesmo que tenham diferenças internas. Salienta-se que as parcerias estão presentes nos mais diversos setores como de crédito, de artesãos, empresariais, agências, atrativos e guias.

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Fotos - Parcerias de artesãos e cartões de crédito com atrativos

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

2. Associativismo forte - Cultura associativista, que possibilita a implementação de um processo de governança local de alto nível, resultado da integração entre os setores público e privado. Para isso é necessário maturidade em gestão de empresas e do envolvimento de todos os atores turísticos da região. Salienta-se que essa governança está formalizada no Comtur, por meio das associações: • Associação Comercial e Industrial. • Associação de Bares, Restaurantes e Similares de Bonito/MS. • Cooperativa de Transporte de Bonito/MS (Cooperbon). • Associação Bonitense de Hotéis (ABH). • Associação Bonitense de Agências de Ecoturismo (Abaetur). • Associação de Guias de Turismo de Bonito/MS (AGTB). • Associação dos Proprietários de Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur). • Sindicato Rural de Bonito/MS. • Associação dos Operadores de Bote de Bonito/MS. BOAS PRÁTICAS 1. Crédito - Parceria com cartão de crédito para parcelar o valor das compras nos atrativos e nas agências. 2. Artesanato - Parceria com os artesãos locais para o fornecimento de produtos para as lojas de lembranças de viagens. 3. Parcerias entre agências e atrativos - Na distribuição e venda dos produtos de forma organizada e consistente. Havendo inclusive acordos de comissionamento mais vantajosos para parceiros especiais, geralmente para aqueles que comercializam mais alguns atrativos ou para os atrativos que oferecem melhores condições para determinadas agências. 4. Parcerias entre agências e guias – Focadas na formação de equipes de confiança e garantia de fluxo de trabalho constante e com qualidade na prestação dos serviços, bem como atendimento diferenciado para clientes e grupos. 5. Parcerias entre atrativos e guias – Visam o treinamento quanto às questões ambientais, de segurança, de qualidade, agregando conhecimento e competência aos guias, repassando sempre ao visitante um maior número de informações sobre o destino Bonito, bem como uma padronização operacional das atividades.

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Envolvimento da comunidade BOAS PRÁTICAS 1. Facilidade de acesso para a comunidade - Inclusão social por meio da abertura de visitação de atrativos às escolas locais e comunidade, enfatizando os valores de preservação ambiental. 2. Investimento na mão-de-obra local - Trabalhadores das empresas turísticas dos níveis gerencial ao operacional são, maioria, de Bonito e região; as empresas investem na qualificação e treinamento da comunidade local. Inclusive oferecendo estágio para alunos da faculdade de turismo da cidade. Atividades agregadas BOA PRÁTICA 1. Diversidade na oferta do segmento turístico - o destino Bonito se caracteriza como um destino de ecoturismo, diversificando a sua oferta com atividades de turismo de aventura. São oferecidos atividades e produtos específicos que caracterizam estes segmentos, no ecoturismo: a capacidade de carga, sustentabilidades ambiental, social e econômica e a interpretação e interação com o meio ambiente; no turismo de aventura: a emoção e adrenalina geradas com os desafios propostos com as atividades diferenciais, a segurança, utilização de equipamentos adequados e a orientação quanto aos riscos.

Fotos - diversidade de segmentos – turismo de aventura e ecoturismo

Fonte: Arquivo pessoal dos participantes

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REFERÊNCIAS BRAZTOA. Caderno de Subsídios Viagem Técnica. Costa Rica. FUNDAÇÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS SÓCIO-ECONÔMICOS / UFSC. Plano Operacional

de Comercialização do Destino Bonito/MS 2006 – 2008. MINISTÉRIO DO TURISMO. Conceitos de Segmentação 2006. _____________________. Relatório Diagnóstico: Regulamentação, Normalização e

Certificação em Turismo de Aventura, 2005 _____________________. Turismo no Brasil, 2007 – 2010 2006 UVINHA, Ricardo Ricci (Org.). Turismo de aventura: reflexões e tendências. São Paulo:

Editora Aleph, 2005. Sites www.portalbonito.com.br www.bonito-ms.com.br www.bcvb.com.br www.bocadaonca.com.br www.bonitoweb.com.br/estanciamimosa www.bonitoweb.com.br/riodaprata www.buracodasararas.com.br www.grupoviagem.uol.com.br www.jardim.ms.gov.br/turismo/b_araras