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1 Relatório técnico sobre monitoramento e indicadores para subsidiar o projeto “Indicar Estados” no apoio das políticas de prevenção e controle do desmatamento nos estados de Para, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas, Rio Branco (Estado do Acre), maio e junho de 2013

Relatório "Indicar Estados" Junho 2013

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Análise e proposta para monitoramento e indicadores de ações para redução do desmatamento em estados brasileiros da Amazônia

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Relatório técnico sobre monitoramento e indicadores

para subsidiar o projeto “Indicar Estados”

no apoio das políticas de prevenção e controle do desmatamento nos estados de Para, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas,

Rio Branco (Estado do Acre), maio e junho de 2013

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Índice Siglas utilizadas 5 1. Introdução 5 1.1. Projeto Indicar Estados 5 1.2. Objetivo do projeto 5 1.3. Objetivo do relatório 5 1.4. Metodologia da elaboração do relatório 6 2. Sistemas de monitoramento das ações para redução do desmatamento 7

2.1. Atores envolvidos com o desmatamento 7 2.2. Requerimentos para o monitoramento 8 2.3. Analise de indicadores de impactos 12 2.4. Indicadores para o Estado de Mato Grosso 14 2.5. Comparação dos indicadores para os estados de MT e AC 17

3. Vetores e cadeia de impactos 23 3.1. Vetores 23 3.2. Cadeias de impactos 24 3.3. Níveis de indicadores 24

4. Priorização e considerações finais 26 4.1. Priorização de ações e indicadores 26 4.2. Recomendações para implementação e monitoramento de ações 28 4.3. Riscos para a redução do desmatamento 28

Referencias bibliográficas 30 Tabela 1: Possíveis motivos e indicadores da dinâmica do desmatamento 11 Tabela 2: Variação do tempo de resposta dos impactos de algumas ações preventivas 12 Tabela 3: Analise de indicadores do monitoramento da implementação do PPCD/AC 13 Tabela 4: Analise de indicadores do monitoramento da implementação do PPCDQ/MT 15 Tabela 5: Comparação de ações e indicadores entre MT e AC 19 Tabela 6: Vetores associados a desmatamento e queimadas 23 Tabela 7: Indicadores de impactos 25 Tabela 8: Priorização de ações e indicadores 26 Figura 1: O mapa dos Estados da Amazônia brasileira 5 Figura 2: O envolvimento dos grupos de pessoas com o desmatamento 7 Figura 3: “Árvore de problemas” do PPCD/AC 2010 10 Figura 4: Cadeia de impacto 24

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Siglas utilizadas

ABC Agricultura de Baixo Carbono AC Acre

AEPI Assessoria Especial dos Povos Indígenas (do Acre) ANA Agencia Nacional de Águas APA Área de Proteção Ambiental APL Arranjo Produtivo Local APP Área de Preservação Permanente ATER Assistência Técnica e Extensão Rural

C Carbono C+T Ciência e Tecnologia CAP Comunidade de Atendimento Prioritário CAR Cadastro Ambiental Rural

COMDEMA Conselho Municipal de Meio Ambiente COP Comunidade Pólo

DETER Programa Detecção do Desmatamento em Tempo Real (do INPE) DPCD Departamento de Políticas de Controle do Desmatamento (do MMA) FLOE Floresta Estadual FUNAI Fundação Nacional do Índio

FUNTAC Fundação de Tecnologia do Estado do Acre GEE Gases de Efeito Estufa GIZ Agencia Alemã de Cooperação Internacional

(Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit) IBAMA Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ICMBIO Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade IMAC Instituo de Meio Ambiente do Acre INCRA Instituto Nacional da Colonização e Reforma Agrária INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais IPAM Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia

ITERACRE Instituto Estadual de Terras do Acre LAU Licenciamento Ambiental MF Manejo Florestal

MMA Ministério do Meio Ambiente MP Ministério de Planejamento MT Mato Grosso

NATEX Fabrica de Preservativos de Látex Nativo (de Xapuri, Acre) NTFP Produtos Florestais Não Madeireiros (Non Timber Forest Products) OTL Ordenamento Territorial Local PA Projeto de Assentamento PAA Programa de Aquisição de Alimentos PDC Plano de Desenvolvimento Comunitário PDF Portable Document Format

PGE Procuradoria Geral do Estado PGTI Plano de Gestão de Terras Indígenas

PLERH Plano Estadual de Gestão de Recursos Hídricos (do Acre) PMFS Plano de Manejo Florestal Sustentável PNMC Plano Nacional de Mudanças Climáticas

PPCD/AC Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento no Acre PPCDAm Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal

PPCDQ/MT Plano de Prevenção Controle de Desmatamento e Queimadas do Mato Grosso PRAA Programa de Recuperação de Áreas Alteradas

PRODES Programa de Calculo do Desflorestamento da Amazônia (do INPE) REDD Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal

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RL Reserva Legal R$ Real do Brasil (moeda) SAF Sistema Agroflorestal

SEANP Sistema Estadual de Áreas Naturais Protegidas SEAP Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária

SEAPROF Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar SECEX Secretaria Executiva (do MMA) SEDENS Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Industria, do Comercio e dos

Serviços Sustentáveis (do Acre) SEIAM Sistema Estadual de Informações Ambientais (do Acre) SEMA Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais do Acre

SEPLAN Secretaria de Estado de Planejamento do Acre SISA Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais

SITACRE Sistema Estadual de Informações Territoriais do Acre SLAPR Sistema de Licenciamento Ambiental em Propriedade Rural

TI Terra Indígena UC Unidade de Conservação

UCEGEO Unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (FUNTAC) UGAI Unidade de Gestão Integrada ZAP Zona de Atendimento Prioritário ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico (do Acre) ZSEE Zoneamento Social, Ecológico e Econômico (do Mato Grosso)

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1. Introdução

1.1. Projeto Indicar Estados O Projeto “Indicar Estados” visa apoiar as políticas de prevenção e controle do desmatamento nos estados de Para, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Amazonas, implementadas pelos governos estaduais e pela sociedade civil, com base em sistemas de monitoramento e indicadores. Figura 1: O mapa destaca os cinco Estados da Amazônia brasileira que participam do projeto em verde, Acre, Amazonas, Rondônia, Mato Grosso, Para, e em amarelo os demais Estados de Roraima, Amapá, Maranhão e Tocantins. 1.2. Objetivo do projeto O objetivo do projeto “Indicar Estados” é criar um mecanismo com base em indicadores, prioritariamente de impacto para subsidiar e facilitar a avaliação e acompanhamento de políticas de controle de desmatamento pelos governos estaduais e pela sociedade civil. 1.3. Objetivo do relatório O objetivo da elaboração do presente relatório é contribuir com a analise e avaliação de alguns sistemas de monitoramento existentes e com a identificação e caracterização de indicadores de ações que diretamente previnem e controlam o desmatamento, desde a perspectiva do Estado do Acre, em comparação com algumas experiências de outros estados da Amazônia Legal.

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1.4. Metodologia da elaboração do relatório A elaboração do presente relatório aconteceu em três passos: (a) Leitura e revisão dos principais documentos de referência e fontes de informação; (b) Reuniões e entrevistas com profissionais envolvidos com a temática; (c) Analise e proposta de monitoramento e indicadores. (a) A seguir são listados os documentos e fontes de informação sobre monitoramento e indicadores do desmatamento utilizados para elaboração do relatório. As políticas nacionais de prevenção e controle do desmatamento na Amazônia brasileira são orientadas principalmente pelos documentos do Plano de Ação de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal - PPCDAm (1ª fase de 2004, 2ª fase de 2008, 3ª fase de de 2012 e a Avaliação do PPCDAm de 2011). O Plano Estadual de Prevenção e Controle do Desmatamento no Acre – PPCD/AC de 2010 e outros documentos relacionados com a prevenção e controle ao desmatamento e queimadas no estado (ver bibliografia no fim do relatório). O Plano de Ação para Prevenção e Controle de Queimadas e Desmatamento Mato Grosso - PPCQD/MT de 2009, o relatório sobre o Monitoramento da Implementação das Metas de redução do Desmatamento na Amazônia: O caso do PPCDQ/MT de 2011, uma planilha com os indicadores analisado neste relatório e Avaliação d 2012 (ICV); (b) Reuniões e entrevistas com profissionais integrantes da equipe do IPAM relacionadas direta e indiretamente com o projeto e com outros profissionais dedicados a implementação de ações de prevenção do desmatamento; Reunião orientadora para elaboração do relatório em base a uma apresentação do Programa “Indicar Estado” preparada inicialmente para o Estado de Rondônia; Entrevista sobre desmatamento em assentamentos nos Estados do Acre e Rondônia em base a apresentação de um estudo especifico de uma colega da equipe local; Reunião sobre os diferentes tipos de projetos de assentamento e desmatamento com servidores do INCRA em Rio Branco (Superintendência 14, Estados do Acre e Rondônia, 2 de maio de 2013); Entrevistas com técnicos da extensão agro-florestal da prefeitura de Rio Branco. (c) Analise e proposta de monitoramento e indicadores. Antes de analisar o sistema de monitoramento, são identificados os grupos de atores envolvidos de maneiras diferentes com o desmatamento (figura 2). Objeto da analise do relatório esta um esquema simplificado das causas ou vetores do desmatamento, conforme a sistematização realizada em 2009 no Estado do Acre (figura 3), o sistema do monitoramento das ações e dos impactos de redução do desmatamento e a caracterização dos indicadores (diretos e indiretos) das ações e dos impactos (tabelas 4 a 7).

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2. Sistemas de monitoramento das ações para redução do desmatamento

2.1. Atores envolvidos com o desmatamento Os atores diretamente envolvidos com o desmatamento podem ser agrupados em função do vinculo da sua área de atuação com o desmatamento: (a) Os produtores rurais que desmatam para produzir alimentos, (b) os gestores públicos que implementam instrumentos de gestão territorial e ambiental e políticas de prevenção e controle e (c) a comunidade que recebe e se adapta aos impactos do desmatamento. Figura 2: O envolvimento dos três principais grupos de pessoas com o desmatamento pode ser diferenciado conforme seus motivos (uso da terra e dos recursos naturais, aplicação de instrumentos e políticas, recepção dos impactos) em diferentes momentos (antes e depois do desmatamento). Antes de identificar os indicadores de ações e impactos, recomenda-se analisar o conjunto dos atores diretamente envolvidos, as causas e os fatores condicionantes do desmatamento. Nesta interação existem vários desafios que podem ser considerados como “freios” para as mudanças e inovações necessárias, encontrados no caminho para um desenvolvimento mais sustentável. Uma análise preliminar detecta desafios em diferentes âmbitos, apresentando a seguir algumas observações realizadas no Estado do Acre.

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(a) Desafios no âmbito de pessoas Escassez de liderança (liderança reconhecida, liderança ambiental); Estática na construção de um clima de confiança para o desenvolvimento de cooperativismo, fragilidade na organização comunitária; Escassez de atitude empreendedora; Percepção e aproveitamento de escassa fiscalização, tendência de desrespeitar as leis (por exemplo, os planos de manejo, na extração de madeira, percebendo um clima de “impunidade”); (b) Desafios no âmbito de recursos naturais Desinteresse e duvidas à respeito de um conceito integral do uso sustentável dos recursos naturais, da valorização da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos; (c) Desafios no âmbito de políticas publicas Praticas inadequadas nos assentamentos da reforma agrária, por exemplo, invasões ilegais (em áreas de Reserva Legal e fazendas), especulação fundiária (estimuladas por investimentos em infra-estrutura), revenda ilegal de terrenos (cadeia da grilagem), pouco acompanhamento e fiscalização por parte do estado; Escassa articulação e coordenação dos órgãos fiscalizadores para implementação conjunta das políticas publicas; (d) Desafios no âmbito de mercados Pouco esforço no diagnostico e uso do conhecimento sobre o perfil do produtor e do terreno da produção, com objetivo de potencializar a inserção no desenvolvimento econômico; Pouca consideração da localização do terreno (em relação a centros de urbanização, infra-estrutura de conectividade, projetos e investimentos em geral) pode influenciar significativamente o valor da terra e a dinâmica do desmatamento; Os tradicionais instrumentos de financiamento favorecem atividades propensas ao desmatamento; Duvidas sobre a desejada função de subsídios, como do programa Bolsa Verde. 2.2. Requerimentos para o monitoramento O sistema de monitoramento das ações de redução e controle do desmatamento pode ser construído e analisado, considerando as diferentes maneiras de envolvimento com o desmatamento (figura 2). De interesse para o produtor são os indicadores como produção, produtividade, receita e renda. Os gestores possivelmente queiram medir o

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desempenho dos instrumentos de gestão e das políticas publicas, como a adesão a programas de apoio a produção sustentável, contratação de créditos para produção sustentável etc. A comunidade que recebe os impactos do desmatamento pode estar mais interessada no monitoramento da taxa anual do desmatamento na sua área de permanência. O sistema de monitoramento relacionado com o desmatamento na Amazônia deveria refletir a organização das ações por eixos temáticos, conforme definidos no PPCDAm: ordenamento fundiário, monitoramento ambiental e fomento a produção sustentável. No inicio do monitoramento deveria ser realizado um diagnostico dos problemas identificados, visando às possíveis soluções (“marco zero”). O gráfico em figura 3 mostra uma “arvore de problemas” elaborada no Estado do Acre em 2009 e 2010. Os “problemas” foram tentativamente agrupados para facilitar as abordagens temáticas e a elaboração do PPCD/AC. Tal diagnostico é conceituado como ponto de partida para analisar os principais vetores do desmatamento e escolher os indicadores para o monitoramento. A agrupação dos “problemas” por temas no exemplo do gráfico da figura 3 não é rigorosa. Entre os “problemas” do grupo do monitoramento (rosa) encontram-se também aspectos de governança e produção. Entre os “problemas” de ordenamento fundiário (azul) e da produção (verde) encontram-se aspectos estruturantes e/ou complementares da infra-estrutura. Em relação com os indicadores dos vetores a serem utilizados para o monitoramento da redução do desmatamento recomenda-se, qualificar e georreferenciá-los, por exemplo, através da pergunta: Como e onde esta sendo desenvolvida a atividade pecuária (qual densidade dos animais e localização em relação ao ZEE do Estado do Acre)? A resposta pode fazer muita diferença em relação a pressão sobre floresta, recuperação de áreas alteradas ou impacto ao solo. Por ultimo, é fundamental para o sucesso do monitoramento contar com uma equipe de monitores e coordenação formalmente constituída (por exemplo, por decreto), que atualize periodicamente o acompanhamento e seguimento da implementação das ações de prevenção e controle do desmatamento.

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Figura 3: “Árvore de problemas” (PPCD/AC 2010, agrupados por temas: monitoramento em rosa, ordenamento fundiário em azul e produção em verde)

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A seguinte tabela (tabela 1) mostra alguns dos possíveis motivos, agrupados por eixo temático, que apontam para a explicação de algumas causas e vetores do desmatamento e para as possibilidades de prevenção e controle. Tabela 1: Possíveis motivos e de indicadores da dinâmica do desmatamento Eixo temático (conforme PPCD)

Freio para a inovação (porque o desmatamento continua?)

Potenciais benefícios (porque seria melhor não desmatar?)

Indicadores (proposta)

Ordenamento fundiário

Percepção de liberdade, rejeição de aumento de burocracia e custo

Regularização fundiária traz benefícios multi-setoriais (tanto para a cidadania como para o governo)

Proporção de áreas regularizadas

Produção sustentável

Via do menor esforço (custo) Potencializar produtos e serviços locais, qualidade, agregação de valor, diversificação

Proporção de produtos sustentáveis comercializados, receita, renda

Monitoramento e controle

Escassez de recursos humanos, tecnológicos e financeiros

Aproveitamento de informação para toma de decisões, preservação de direitos e justiça

Informação sobre o desmatamento, multas

Ações estruturantes / governança *

Escassez de recursos tecnológicos e financeiros, lentidão na integração e cooperação

Produção, disseminação e aproveitamento do conhecimento tradicional e inovador, construção de redes, sinergias, empreendedorismo, infra-estrutura

Publicações locais, investimento em infra-estrutura R$

* No PPCD/AC são adicionadas ações estruturantes e complementares aos três eixos temáticos, no PPCDQ/MT constam no seu lugar a gestão executiva e a governança.

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2.3. Analise de indicadores de impactos Indicadores são variáveis representativas e mensuráveis aptos para caracterizar um processo de mudança. Indicadores são utilizados como ferramentas de um sistema de monitoramento, que pode ser considerado como uma caixa de ferramentas para acompanhamento e manutenção daquele processo de mudança. Os indicadores podem ser definidos e monitorados em diferentes níveis do processo: (a) Nível de desempenho (atividade, recurso investido), (b) nível de produto (resultado obtido), (c) nível de impacto (direto: utilização do resultado / indireto: mudanças no entorno). Considerando a redução do desmatamento como o principal impacto desejado deste projeto, é importante lembrar que a redução do desmatamento, dependendo da ação considerada, pode ser um impacto direto (fiscalização e multa) ou indireto desta ação (formação de engenheiros florestais). A validação do indicador escolhido para o monitoramento poderá acontecer em dois momentos: (a) no inicio da identificação e analise da sua pertinência ou relevância em relação com o processo de mudança ou com a cadeia causa-efeito, especificamente para o caso das ações preventivas para a redução do desmatamento (exemplo: proporção ou grau de fiscalização ou verificação da titularidade da propriedade da terra em procedimentos de gestão territorial) e (b) no processo da própria aplicação do indicador no monitoramento (por exemplo, o lento avanço do sistema de certificação de propriedades rurais, devido à complexidade burocrática e custos associados). A validação dos indicadores, principalmente da sua aptidão, poderá ser realizada por meio do próprio monitoramento, quando os indicadores forem aplicados. A analise do indicador deve contemplar também o “tempo de resposta” das ações, quer dizer o período de tempo, longo o suficiente para a ação surtir o efeito ou impacto esperado. Tabela 2: Variação do tempo de resposta dos impactos de algumas ações

Exemplos de tipos de ações Tempo de resposta Responsabilização por infrações ou ilícitos

Curto prazo (< 1 ano)

Investimentos infra-estruturais

Médio prazo (1 – 4 anos)

Programas de educação

Longo prazo (> 4 anos)

Algumas ações planejadas do PPCD/AC se tornaram difíceis na implementação, como por exemplo, a certificação ambiental das propriedades que encontrou entraves de caráter burocrático, gerencial e financeiro. Portanto, destaca-se a importância da simplicidade da ação e do indicador para o sucesso da implementação do PPCD/AC ou qualquer outro plano, projeto ou programa.

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Para a estratégia da comunicação sobre o desmatamento é recomendável manter o foco na meta da redução estabelecida pelo governo federal em 80 % até 2020, referente à média do período de 1996-2005, que equivale no Estado do Acre a 602 km² / ano, devendo o estado atingir no ano 2020 uma redução de desmatamento até uma área máxima de 120 km² / ano. A redução da taxa de desmatamento varia em decorrência do conjunto de vetores e ações que interferem. É recomendável que os dados sejam comparados com coerência e em contexto, sempre citando a referência de métodos, tipo e origem dos dados, período de tempo e área geográfica. Tabela 3 a: Analise de indicadores propostos para o monitoramento da implementação do PPCD/AC Indicadores propostos para comprovar os impactos esperados (diretos e indiretos) Redução do desmatamento e degradação florestal Redução da taxa anual do desmatamento em ha/a Redução da extração ilegal de madeira em ha/a ou m3/a Redução de queimadas ilegais em ha/a ou numero de focos (5)

Para monitorar o impacto esperado (tempo de resposta variável em função da variedade de ações)

Indicadores de ações de redução do desmatamento agrupados por tipo Educação focada na valorização da floresta Capacitação de produtores, cooperativas e empreendedores Ensino integrado em temas pertinentes à floresta Escolas técnicas focadas nas atividades florestais Mais carreiras universitárias florestais

Para monitorar as ações com resposta de longo prazo (tempo de resposta estimado acima de 4 anos)

Alternativas produtivas Produtividade pecuária com melhor pastagem (no. de animais/ha) Diversificação da produção e comercialização de produtos de menor impacto, como produção de aves e outros pequenos animais, piscicultura, produtos florestais madeireiros, não-madeireiros (em R$ / produto e período de tempo) Mecanização de solos agrícolas (em ha/a) para reduzir o uso do fogo

Para monitorar as ações com resposta de médio prazo (tempo de resposta estimado em 1 a 4 anos)

Investimentos no meio rural Investimentos em infra-estrutura de logística (em R$) Investimentos em infra-estrutura de produção (em R$) Aproveitamento de programas de apoio e financiamento públicos e privados (em R$)

Para monitorar as ações com resposta de médio prazo (tempo de resposta estimado em 1 a 4 anos)

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Tabela 3 b: Analise de indicadores propostos para o monitoramento da implementação do PPCD/AC Indicadores de ações de redução do desmatamento agrupados por tipo Ordenamento Territorial e Fundiário Implementação do ZEE e OTL (projetos implementados) Regularização fundiária (área, propriedades) Sistema de informação territorial SITACRE (contagem de acessos) Avanço do cadastramento de terras CAR (área, propriedades) Implementação das UC e PGTI SEANP (planos, projetos implementados) Plano de gestão de recursos hídricos PLERH (cobertura da acessibilidade a água potável e saneamento básico)

Para monitorar as ações com resposta de médio prazo (tempo de resposta estimado em 1 a 4 anos)

Restrições através de fiscalização e controle Restrição do desmatamento por área e período de tempo em ha/a Restrição do uso do fogo nas lavouras em ha/a Fiscalização da manutenção e recuperação de RL e APP em ha/a Fiscalização da implementação dos planos de uso e gestão de UC e TI (em %) Implementação e tamanho de UC em ha/a (existentes e novas) Recuperação de áreas alteradas em ha/a Intensificação do numero de fiscalizações

Para monitorar as ações com resposta de curto prazo (tempo de resposta estimado imediato ate 1 ano)

2.4. Indicadores para o Estado de Mato Grosso Os indicadores propostos em 2011 para o Estado de Mato Grosso (IPAM 2011) são analisados nas tabelas a seguir, de acordo com os critérios de adequação para medir o impacto das ações selecionadas e viabilidade. As tabelas representam, em forma resumida, a matriz de ações e indicadores para o monitoramento no Estado de Mato Grosso que esta organizada por eixos temáticos, conforme PPCDAm: ordenamento fundiário, monitoramento ambiental, fomento a produção sustentável e, de caráter transversal, governança e gestão (as ultimas substituídas por ações estruturantes no plano do Estado do Acre). A maioria das ações terá um tempo de resposta estimado de larga duração (no contexto deste relatório, acima de 4 anos equivalente a um período administrativo), condição que deve ser considerada no monitoramento. Algumas ações que mobilizam recursos financeiros, tanto créditos como multas, são consideradas de tempo de resposta estimado imediato ou de curta duração. As ações de monitoramento e os respectivos indicadores são focados no impacto. Recomenda-se agrupar as ações não só conforme eixo temático, mas também conforme indicador, visando maior facilidade e coerência do monitoramento.

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Tabela 4 a: Analise de indicadores propostos para o monitoramento do PPCDQ/MT (IPAM 2011) Eixos Temáticos Resultados esperados por

componentes Indicadores * Métricas Principais

órgãos no Acre

I Regularização Fundiária

ZEE implementado Redução do desmatamento CAR cobertura LAU PA regularizados (CAR, LAU) UC criadas (sem APA) UC regularizadas TI homologadas

Etapas (a2) Áreas (i) Áreas (a2) Áreas (a2) PA (a2) Áreas (a2) Áreas (a2) Áreas (a2)

0-0,5-1 sem-elaborado-aprovado 0-0,5-1 desmatadas fora/dentro consolidação 0...1 Áreas Cadastradas/passíveis 0...1 Áreas licenciadas/passíveis 0...1 PA regularizados/total 0...1 UC ha criadas/total (sem APA) 0...1 UC ha regularizadas/total 0...1 TI ha homologadas/total

SEMA IMAC, UCEGEO ITERACRE IMAC INCRA ICMBIO AEPI FUNAI

II Monitoramento Ambiental e Gestão Florestal (Controle? Produção?)

Efetividade CAR desmatamento Nível desmatamento ilegal Efetividade CAR queimadas MF aprovados Desmatamento entorno de UC Desmatamento entorno de TI Queimadas em UC Queimadas em TI Implementação de UC (SEANP) Agilidade na responsabilização Efetividade na responsabilização

Áreas (i) Áreas (i) Focos (i) Áreas (i) Área (i) Área (i) Focos (i) Focos (i) Numero UC (a2) Duração (a0) Multas (a0)

0-0,5-1 desmate áreas cadastradas/não cadastradas 0...1 Áreas com desmatamento autorizado/total 0-0,5-1 Focos por ha com/sem CAR 0-0,5-1 Área MF ano 2/ano 1 0-0,5-1 Desmatamento por ha 10 km entorno UC/total 0-0,5-1 Desmatamento por ha 10 km entorno TI/total 0-0,5-1 Focos por ha UCI/Media 1996-2005 0-0,5-1 Focos por ha TI/Media 1996-2005 0...1 UC com plano/total 0-0,5-1 Demora de julgamento ano 2/ano 1 0...1 Multas ambientais/total (R$)

IMAC, UCEGEO SEMA IMAC SEDENS UCEGEO UCEGEO UCEGEO UCEGEO SEMA Judiciário IMAC, IBAMA

Na coluna “Indicadores *” são classificados: i Indicadores de Impacto, a Indicadores de Desempenho da Ação e ainda, 2 ações com longo tempo de resposta estimado, 1 ações com médio tempo de resposta estimado, 0 ações com curto tempo de resposta estimado Recomendações: Para garantir a continuidade do monitoramento recomenda-se definir uma equipe de monitores responsáveis dos órgãos envolvidos com coordenação; Para facilitar o monitoramento, a compreensão e a transparência, recomenda-se a identificação das ações e metas com números; Em relação com as métricas do eixo “Regularização Fundiária” recomenda-se utilizar a quantidade e tamanho de áreas (propriedades) de CAR, LAU, PA; Considerando a coerência temática recomenda-se mover manejo florestal MF para o eixo “Fomento de Atividades Produtivas”; Métricas do eixo “Monitoramento e Controle”: Utilizar também quantidade e tamanho de áreas de UC e valor R$ das multas;

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Tabela 4 b: Analise de indicadores propostos para o monitoramento do PPCDQ/MT (IPAM 2011) Eixos

Temáticos Resultados esperados por componentes

Indicadores * Métricas Principais órgãos no Acre

III Fomento de Atividades Produtivas

Abrangência de projetos REDD Desmatamento evitado Créditos sustentáveis * Disponibilidade de recursos Oportunidades de certificação ATER especializada Parcerias de ATER Abrangência de ATER Unidades demonstrativas de solo Recuperação de áreas degradadas APL de madeira legal Recursos para pecuária sustentável Abrangência de créditos * Manejo Florestal (NTFP) Pecuária certificada Soja certificada

Áreas (a) Área/CO2 (i) Numero (a0) Recursos (a0) Numero (a2) Técnicos (a2) Parcerias (a2) Técnicos (a2) Áreas (a2) Áreas (a2) Volume (a2) Recursos (a2) Famílias (a1) Volume (a2) Venda (a2) Venda (a2)

0-0,5-1 Área de projetos ano 2/ano 1 0-0,5-1 Desmatamento evitado em ha/tCO2e/meta 0-0,5-1 Créditos sustentáveis ano 2/ano 1 0-0,5-1 R$ para atividades sustentáveis ano 2/ano 1 0-0,5-1 Certificações * ano 2/ano 1 0-0,5-1 Técnicos capacitados * / total 0-0,5-1 Parcerias mistas * ano 2/ano 1 0-0,5-1 Técnicos / Produtores ano 2/ano 1 0-0,5-1 Áreas agroflorestais, -ecológicas/total 0-0,5-1 Áreas recuperadas SAF ano 2/ano 1 0...1 Volume madeira manejada/total 0...1 Recursos utilizados/disponíveis R$ 0-0,5-1Beneficiados ano 2/ano 1 0-0,5-1 Volume NTFP ano 2/ano 1 0-0,5-1 Volume venda pecuária ano 2/ano 1 0-0,5-1 Volume venda soja

IMC UCEGEO, IMAC SEAPROF, SEAP SEDENS SEAPROF SEAPROF, SEAPROF, INCRA SEAPROF SEDENS, SEMA SEDENS SEAP, SEAPROF SEAPROF, INCRA SEDENS, SEAPROF SEAP, SEAPROF

IV Governança e Gestão

Gerenciamento, controle social Articulação interinstitucional Educação ambiental Descentralização ambiental Recursos para ações ambientais Licenciamento municipal

Comitê (a2) Convênios (a2) Conselhos (a2) Municípios (a2) Recursos (a1) Licenças (a2)

0-0,5-1 Sem-criado-atuante 0-0,5-1 Numero de convênios ano 2/ano 1 0...1 Municípios com/Sem ano 2/ano 1 0-0,5-1 Execução de ações do PPCD ano 2/ano 1 0-0,5-1 Aporte de recursos ano 2/ano 1 R$ 0-0,5-1 Licenças emitidas ano 2/ano 1

SEMA, Conselhos SEMA, Conselhos SEMA SEMA SEPLAN SEMA

Na coluna “Indicadores *”: i Indicador de Impacto, a Indicador de Desempenho da Ação, 2 com longo tempo de resposta estimado, 1 com médio tempo de resposta estimado, 0 com curto tempo de resposta estimado, certificações extrativistas e agropecuárias, capacitados em atividades sustentáveis, mistas governamentais/não governamentais, o eixo “Governança ” (do PPCDQ/MT) é substituído por “Ações estruturantes” (no PPCD/AC); Recomendações Os produtos variam entre os estados e também no impacto; Métrica para produção deveria ser venda, às parcerias deveriam ser adicionados valores R$ definidos pelas parcerias; Explicar a separação de créditos e expressa-los também em R$

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2.5. Comparação dos indicadores dos Estados de Mato Grosso e Acre As tabelas 4 a e 4 b apresentam os 41 componentes ou programas do PPCDQ/MT de 2009 e estão subdivididos em 141 ações no documento original. O PPCD/AC de 2010 contém 28 componentes ou programas e 186 ações. Monitorar tanta quantidade e variedade de ações é um desafio, que requer de uma equipe de monitores de setores, dedicada e formalmente constituída, para manter o acompanhamento das ações atualizado. Esta equipe deveria contar com uma coordenação geral, por parte do órgão mais envolvido (por exemplo, SEMA), que assessorará oportunamente na priorização das ações ou programas chave para o monitoramento e a avaliação do sucesso das políticas. Os planos de ambos os estados se baseiam na estrutura de integração dos três eixos temáticos (estabelecidos no PPCDAm: Ordenamento fundiário, monitoramento ambiental, produção sustentável). Ambos os estados visam fortalecer o sistema de monitoramento do desmatamento (da taxa anual do desmatamento) e das queimadas (numero de focos de calor), aprimorando a regularização fundiária, o cadastro ambiental rural (quantidade e áreas em ha de propriedades rurais regularizadas e/ou cadastradas) e intensificando o rigor da responsabilização por infrações das leis (valor em R$ de multas aplicadas por infrações de leis ambientais). Em ambos os estados há um consenso sobre o potencial de oportunidades de conciliar o desenvolvimento econômico com base a princípios da sustentabilidade com a conservação dos recursos naturais, por exemplo, através da valorização dos serviços ambientais e iniciativas de redução do desmatamento e degradação florestal REDD (quantidade e áreas em ha de iniciativas de REDD implementadas). Diferenças e especificidades dos Estados de Mato Grosso e Acre A cobertura vegetal original do território do Estado de Mato Grosso (de 903.366 km²) é composta pelos biomas de floresta amazônica aproximadamente de 480.122 km² (ou 53%), cerrado de 360.122 km² (ou 40%) e pantanal de 63.122 km² (ou 7%). O estado estabeleceu como meta a manutenção de 60 % da cobertura original da floresta amazônica. A dinâmica do desmatamento no Mato Grosso é intensa, em comparação com outros estados, devido ao uso da terra para grandes agronegócios (como soja e pecuária). Nos últimos anos o estado atingiu uma expressiva redução da taxa do desmatamento que esta contribuindo significativamente para a redução do desmatamento na Amazônia Legal. No foco das políticas estaduais estão as ações que visam mudar a qualidade dos processos produtivos (como a legalização da produção madeireira, a sustentabilidade da produção pecuária, a certificação de produtos agrícolas e da pecuária). O sistema de monitoramento da implementação do plano do MT define como eixo transversal aos temas prioritários a governança e gestão executiva (como comitê, convênios, pessoal, recursos). Entretanto, o sistema de monitoramento do plano do Estado do Acre define para esta posição ações estruturantes e complementares (como educação, descentralização e gerenciamento da informação). O território do Estado do Acre que se estende sobre uma área de 164.200 km² mantém ate o presente 87 % (correspondente a 143.000 km²) da cobertura florestal original. As ações de fomento produtivo têm o foco no desenvolvimento econômico com base florestal (quantidade da produção madeireira e não madeireira).

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Uma especificidade do plano do Estado do Acre é a implementação de Zonas de Atendimento Prioritário ZAP, por exemplo, na área de influencia da rodovia BR 364 nos municípios de Manoel Urbano e Feijó (ZAP BR 364), como componente integrado no sistema de gestão territorial, plasmado no ZEE. Esta zona mostra um desenvolvimento dinâmico, correndo o risco de maior impacto. O atendimento prioritário visa estabelecer maior proximidade e presença do estado, em termos de serviços públicos, de apoio na preparação e qualificação das comunidades e de maior dedicação no acompanhamento dos processos de desenvolvimento. Outro aspecto de destaque das políticas do Estado do Acre é a implementação do Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH). Alem de valorizar os recursos hídricos como serviço fundamental de abastecimento da população, o PLERH estabelece uma organização do território conforme grandes (seis / cinco Unidades de Gestão de Recursos Hídricos UGRH) e pequenas bacias hidrográficas (micro-bacias). No contexto de planejamento e gestão territorial e ambiental o conceito de “bacias hidrográficas” permite definir unidades territoriais com melhor potencial de redução das vulnerabilidades e adaptação a variabilidade e mudanças de fatores climáticos (como implementação do sistema de alerta rápido, de adaptação de alternativas e calendário de plantios, de estratégias de abastecimento de água das comunidades, da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais CEGdRA). Por outro lado o rigor das ações de responsabilização por ilícitos ambientais é aplicado apenas timidamente no Acre quando comparando com Mato Grosso. As tabelas 5a, 5b, 5c e 5d a seguir ariscam uma comparação entre as ações de ambos os estados, em quatro blocos por eixo temático (tabela 5 a ordenamento fundiário, tabela 5b monitoramento ambiental, 5c fomento a produção sustentável e 5d governança e gestão executiva no MT / ações estruturantes no AC ), com objetivo de identificar semelhanças, diferenças e lacunas entre os estados.

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Tabela 5 a: Comparação de ações e indicadores entre MT e AC no eixo temático Ordenamento Fundiário Projeto Indicar Estados 2011 IPAM Ações, Metas, Indicadores PPCD/AC 2010 SEMA Ações, Metas, Indicadores

Desenvolvimento Aprovação ZSEE redução do desmatamento

Implementação ZEE 14 OTL, 200 PDC (2014), cartografia homologada, ZEAS (2012), 20 PGTI

ZAP BR 364 2 UGAI, 2 UC, regularização 253 famílias (de 819), 10 PDC (CAP, COP)

Criação, implementação, regularização, homologação de UC e TI/Q

SEANP Conselhos criados, nenhuma UC demarcada, planos de manejo parciais, de comunicação pendente

Regularização Fundiária e ambiental, CAR. LAU, PA

Regularização Fundiária Contratação ITERACRE, coordenação INCRA, levantamento 2 lotes Capixaba (2013), 4 FLOE tituladas, 60 % propriedade estaduais (100 % urbanas) georreferenciadas

PLERH Lançado 2012, 5 conselhos em criação, 16 estações ANA, mapas 2011, cartilhas 2013

Observação: 22 OTL, 300 PDC, 35 PGTI metas não realistas (2014); Conceitos de UGAI, CAP, COP em revisão, implementar UC existentes antes de criar novas (SEMA); UC, TI/Q, PA (situação, ha e % do estado); Duvida que significa letra de ação (IPAM) ; PGE apóia criação dos conselhos de bacias; Recomendações: Avaliar conceito territorial bacia (PLERH Acre); Gestão de UC (Planos de Manejo) deveria estar relacionada com eixo fundiário Destacar as sinergias entre as ações

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Tabela 5 b: Comparação de ações e indicadores entre MT e AC no eixo temáticos da produção sustentável Projeto Indicar Estados 2011 IPAM Ações, Metas, Indicadores PPCD/AC 2010 SEMA Ações, Metas, Indicadores

Credito sustentável Madeira legal Florestas plantadas 2 viveiros, 1.500.000 mudas / ano,

5.000 ha SEDENS, 45.000 ha SEAPROF (2020, avanço?), 10.000 ha empresas

Parques industriais, 3 Cruzeiro NATEX (2.000.000 p. em 2020)

Modernizacao, Beneficiamento, Xapuri, 2 Cruzeiro, 1 Tarauacá, 3 pólos moveleiros, NATEX (1.000.000 p. em 2010)

Florestas publicas 200.000 ha/500 famílias 2011, programa cooperativismo, acessos

Agricultura sustentável Modernização agroindústria Cadeias farinha 440 famílias, pescado 600 famílias, resfriamento leite 1200 produtores,

Certificação soja, pecuária Recuperação de áreas alteradas Calcário 25000 t, mecanização 10000 há,

roçados sustentáveis Certificação da propriedade Unidades demonstrativas SLAPR ATER Florestal, unidades demonstrativas ATER Equipamento, cadastro DAP,

atendimento 5300 famílias Recuperação com SAF PAA Convênios ZAP BR 364 5 empreendimentos, concessões NTFP Cadeia não madeireiros 2 usinas, 11 armazéns, 1500 famílias Transporte e armazenamento 3 silos, Pólos agroflorestais 6 tratores, 6 galpões, ramais, poços REDD área, desmatamento evitado Incentivo a serviços ambientais Implementação SISA Observações: Ordem dos eixos trocada; Metas não realistas, de produção de mudas, plantio de arvores, industrias, responsabilidade dividida, dificuldades na coordenação (SEDENS / SEAPROF) Recomendações: Divulgar ABC nos estados; SEMA pretende simplificar certificação da propriedade

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Tabela 5 c: Comparação de ações e indicadores entre MT e AC no eixo temático do Monitoramento Projeto Indicar Estados IPAM PPCD/AC SEMA Monitoramento (UC, TI, AP, CAR, LAU)

MF Modernizacao do Licenciamento Simplificação, agilidade 20 dias Ação integrada de controle

ambiental (UCEGEO etc.) Monitoramento preciso, núcleo, operações integradas,

Regularização do passivo CAR, SITACRE/SEIAM Regularização PA Licenciamento, famílias

capacitadas Recomendações: Unir atividades de monitoramento MF mover para Produção Monitoramento especifico PA INCRA (?)

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Tabela 5 d: Comparação de ações e indicadores entre MT e AC em Gerenciamento / Ações estruturantes Projeto Indicar Estados 2011 (IPAM)

PPCD/AC 2010 (SEMA)

Gerenciamento e controle social Conselho, comissão (fora do monitoramento)

Articulação, convênios C+T fatores desenvolvimento

sustentável Coeficientes PMFS, PRAA, estoques C, laboratório, banco, design madeira

COMDEMA, redes educação Formação, Capacitação, Educação

Profissionais abordagem multidisciplinar, qualificação, consumo responsável, rede educação ambiental

Arcabouço florestal Atendimento demandas, carteiras credito, qualificar MF

Ferramentas conservação Indicações Zona 3, sistema de dados, áreas prioritárias,

Aprimoramento normativo, responsabilidade municípios, recursos, licenciamento

Descentralização gestão ambiental

Secretarias municipais licenciam, fiscalizam, capilarização do combate ao desmatamento,

Modernização UCEGEO Eficiência, sinergia, transparência na informação

Recomendações: Identificar cada ação / meta com numero Controle social (funcionamento de comitê, conselhos ) pode ser inserido no monitoramento Gestão de conhecimento e C+T são fatores de sucesso para o desenvolvimento sustentável Duvida: monitoramento estadual (UCEGEO no Acre, alem de INPE);

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3. Vetores e cadeia de impactos 3.1. Vetores A tabela 6 apresenta os principais vetores do desmatamento em geral e alguns exemplos específicos no Estado do Acre, em ordem tentativa de ocorrência dos vetores e importância dos impactos Tabela 6: Vetores associados a desmatamento e queimadas Vetores em geral Exemplos no Acre Proposta de indicadores Construção de estradas BR 317 450 km em 2003,

BR 364 650 km em 2010 AC 40 120 km ate 2013

km x anos

Práticas da pecuária com baixo grau de tecnologia

Pastagens para pecuária extensiva em 70-90% das áreas desmatadas

Rebanho bovino (para corte, quantidade de animais, Unidade Animal / ha, densidade)

Desenvolvimento de agricultura com baixo grau de tecnologia

Agricultura migratória em 10-20% das áreas desmatadas, atividades agrícolas 3,5%

ha mecanização

Especulação fundiária Mais rápida que a jurisdição Avanço regularização Incentivos fiscais e financeiros, políticas publicas

Pouca adequação às necessidades locais, em função de uma gestão centralizada interrupção de subsídios

Uso de créditos sustentáveis (para recuperação áreas degradadas) R$ Subsidio pago R$

Lentidão do ordenamento territorial

Baixa aceitação social e política

Envolvimento, divulgação, participação

Demora de regularização fundiária e cadastro georreferenciado

Omissão histórica, padronização dos processos

Avanço da regularização

Pouca fiscalização, especialmente nas áreas protegidas

Limitações da infra-estrutura e do corpo técnico para acompanhamento

Intensificação no rigor e recursos orçamentários

Pouca qualificação produtores

ATER, Escola da Floresta, Produção

Escolaridade e capacitação florestal por grupos etários

Implementação de projetos de assentamentos

Fragilidade da infra-estrutura e do acompanhamento técnico dos produtores

PA diferenciados / não diferenciados (PAE)

Condições climáticas Secas em 2005 e 2010 Monitoramento e prevenção (brigadas)

Variação do preço de commodities (soja, milho, carne)

Risco de “invasão” de produção em grande escala (agro-industrial)

Preço no mercado global em R$

Os indicadores propostos podem ser utilizados para caracterizar cada vetor do desmatamento a respeito do seu desenvolvimento (analise quantitativa). Porem, antes de fazer conclusões sobre os impactos, cada vetor precisa ser analisado em relação com a sua ponderação no contexto do desmatamento (analise qualitativa). O fator de ponderação deveria ser composto por referencias da área e população humana afetada, o balanço dos respectivos impactos do vetor (positivos e negativos) e os tempos de resposta e permanência do impacto.

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3.2. Cadeias de impactos Um dos principais objetos do presente relatório é a analise, avaliação e priorização dos indicadores de impacto. No processo de analise da cadeia de impacto Figura 4: A cadeia de impacto esta composta por recursos e atividades, que geram produtos e serviços; a cadeia prevê que estes sejam utilizados e obtenham o impacto esperado 3.3. Níveis da indicadores Um indicador no nível de recursos e/ou atividades serve para medir o esforço realizado, contribuindo com o controle interno (do input). Exemplo: Recursos humanos e financeiros, materiais, conceitos, tecnologia, criatividade, realizar seminários, capacitar técnicos, elaboração de material de divulgação, coordenar as atividades (primeira seta). (a) Um indicador no nível de produtos e serviços serve para medir os resultados do esforço realizado. Exemplo: Técnicos capacitados, materiais de divulgação disseminados, eventos de divulgação realizados (segunda seta). (b) Um indicador no nível de uso dos produtos e serviços serve para medir a pertinência dos resultados obtidos. Exemplo: Produtores aplicam modelos técnicos e econômicos para a recuperação de áreas degradadas ou alteradas (terceira seta). (c) Um indicador no nível de impacto direto serve para medir o efeito atribuído ao esforço. Exemplo: diminuição da terra degradada nos municípios críticos (ultima seta). (d) Um indicador no nível de impacto indireto esta sujeito também a outros fatores e escapa da exclusiva influencia da cadeia. Exemplo: Numero de alternativas rentáveis de produção; redução da taxa do desmatamento (ultima seta). Um objetivo do presente relatório é de identificar e distinguir os indicadores que estão relacionados com os vetores (causas) do desmatamento e aqueles que estão relacionados com impacto (direto e indireto) das ações.

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A tabela 6 (acima) mostra as propostas de indicadores dos principais vetores do desmatamento em base a avaliação de observações no Acre. A tabela 7 (a seguir) seleciona as ações e os respectivos indicadores, considerados de maior relevância para a redução do desmatamento conforme o PPCDQ/MT. Tabela 7: Analise de ações e impactos mais relevantes Ações ... Impactos diretos

... Selecionadas do eixo de ordenamento fundiário

Implementação do ZSEE e redução do desmatamento

Desmatamento dentro/fora da zona de consolidação

... Selecionadas do eixo de monitoramento

Nível de desmatamento ilegal Efetividade CAR queimadas MF aprovados Implementação de UC (SEANP) Efetividade na responsabilização

0...1 Áreas com desmatamento autorizado/total 0-0,5-1 Focos por ha com/sem CAR 0-0,5-1 Área MF ano 2/ano 1 0...1 UC com plano/total 0...1 Multas ambientais/total (R$)

... Selecionadas do eixo de fomento produtivo sustentável

Implementação de iniciativas de REDD Valorização do desmatamento evitado (R$ ou ha) As ações do eixo temático do monitoramento ambiental são, em quase sua totalidade, focadas no impacto da redução do desmatamento. Entretanto, as ações de monitoramento sensu stricto não são consideradas de tão alta relevância para a redução do desmatamento, comparadas com ações de manejo (recomendado para ser agrupado com ações de fomento produtivo), cadastramento, fiscalização e responsabilização, ações que foram selecionados para priorização.

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4. Priorização e considerações finais

4.1. Priorização de ações e indicadores Entre as ações dos planos as seguintes são recomendadas como prioritárias (ver tabela 8): O cadastramento ambiental das propriedades rurais que poderia estar posicionado no eixo temático de ordenamento fundiário em vez do eixo de monitoramento. A facilidade no acesso a créditos para ações sustentáveis é considerada relevante no contexto do fomento a produção sustentável. Também, os investimentos em infra-estrutura são de beneficio fundamental para o desenvolvimento de cadeias ou arranjos produtivos. O conjunto de políticas publicas focadas no fomento de praticas produtivas sustentáveis contribuem com o aumento da produção e venda de produtos florestais, principalmente dos não-madeireiros (non-timber forest products NTFP), conquistando novos mercados. A responsabilização e multas por infrações de leis ambientais, o treinamento e equipamento de brigadas locais para o combate as queimadas, ambas ações do eixo temático de monitoramento ambiental são consideradas relevantes para a redução do desmatamento. Entre as ações de governança e gestão executiva (conforme PPCDQ/MT, ações estratégicas conforme PPCD/AC), foi escolhida como prioritária a produção e divulgação de conhecimento sobre os recursos e processos florestais, pro contribuírem para a qualificação dos atores envolvidos e dos processos produtivos e da sustentabilidade do desenvolvimento dos estados implementadores. Na seguinte tabela 8 estão selecionadas ações do plano do Estado de Mato Grosso, consideradas prioritárias, por sua relevância para a redução do desmatamento. A segunda coluna (à direita) mostra os respectivos indicadores dos seus impactos diretos (no nível de utilização). O impacto desejado de redução do desmatamento é considerado como indireto, em relação com as ações selecionadas, já que depende de um conjunto complexo de outros fatores fora de consideração. Tabela 8: Síntese da priorização de ações e indicadores Ação prioritária Indicador de impacto direto Propriedades cadastradas no CAR eixo fundiário

Proporção de áreas regularizadas

Fácil acesso a créditos sustentáveis do fomento produtivo

Proporção de produtos sustentáveis comercializados

Investimentos em infra-estrutura das cadeias produtivas sustentáveis Aumento de produção e venda de NTFP conquistando novos mercados Responsabilização e multas por infrações Rigor na responsabilização Treinamento e equipamento de brigadas locais de combate as queimadas

Redução de incêndios, curto tempo de resposta

Produção de conhecimento Publicações locais

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(a) Eixo temático Regularização Fundiária Um princípio importante dos planos é a integração das ações e a criação de efeitos de sinergia. A implementação de instrumentos e políticas publicas da gestão territorial e fundiária, como do ZSEE (MT), ZEE (AC) e do CAR contribui com a implementação, de APL integrando os potenciais do território com os potenciais econômicos. A sugestão de priorizar os PA diferenciados, visa a combinação da regularização fundiária com as praticas produtivas sustentáveis. A implementação e qualificação de UC contribui com a redução da taxa do desmatamento e a implementação e qualificação de TI contribui com a redução de conflitos. Sugere-se como indicador mais qualificado a área em ha de UC com plano de gestão implementado (em vez de monitorar apenas as áreas de UC). (b) Eixo temático Monitoramento Os indicadores propostos para o monitoramento no Estado de Mato Grosso, como a proporção do desmatamento em áreas do CAR / áreas fora do CAR, a proporção de áreas com desmatamento ilegal dentro de AP / fora de AP, a quantidade de queimadas ou focos de calor em áreas do CAR e LAU / fora destas áreas, são mais precisos em termos de quantificação do desmatamento, comparados com os indicadores aplicados no monitoramento no Estado do Acre, por exemplo, implementação do ZEE, área de UC/TI (SEANP) e área de PA diferenciados. (c) Gestão e governança Os cinco estados da Amazônia brasileira, participantes do projeto “Indicar Estados” tem como objetivo comum a redução do desmatamento da floresta. Entanto, as suas situações atuais são diferentes, tanto em relação com as suas características fisiográficas, como a historia da ocupação do seu território, a dinâmica e o avanço do desmatamento e as prioridades políticas para o seu desenvolvimento. Este relatório esta focado na experiência da implementação e monitoramento das ações do PPCD do Estado do Acre, com aproximadamente 164.200 km2 superfície e 730000 habitantes. Acre e o menor estado que, com 13 % (18.000 km2) área desmatada, mais conseguiu preservar. Ate a década dos anos 70, a ocupação do Acre estava diretamente ligada ao uso da floresta. O cenário começou a mudar com a imigração principalmente do sul do Brasil seguindo uma visão de desenvolvimento da agropecuária com significativo aumento na destruição da floresta. A distância geográfica dos centros políticos e econômicos parece ter freado por um lado um desenvolvimento de infra-estrutura, mas também o avanço da depredação (contribuído com a tomada de decisões i). Desde o final da década 90 ate hoje, o Estado do Acre tem realizado esforços para um desenvolvimento mais sustentável, permitindo reduzir o desmatamento sem prejudicar o desenvolvimento humano. A partir de 2005 o resultado em redução das taxas anuais tem sido significativo. Após esta redução significativa, a taxa experimenta nos últimos anos um leve aumento. E importante continuar monitorando com atenção e analisar as possíveis causas. E importante também interpretar e comunicar dados e informação com seriedade para evitar polemica que não tem utilidade na solução.

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4.2. Recomendações para implementação e monitoramento de ações Para a eficiente implementação e monitoramento das ações dos planos é fundamental definir formalmente (decreto) uma equipe de monitoramento composta de representantes responsáveis dos órgãos envolvidos e uma coordenação geral da equipe por parte do órgão mais envolvido. Para facilitar o monitoramento sugere-se revisar a identificação das ações e metas com números. Em relação com as métricas do eixo temático “Ordenamento e Regularização Fundiária”, seria útil também numero e tamanho de áreas (propriedades) de CAR, LAU, PA. As métricas do eixo “Monitoramento e Controle” deveriam utilizar também o numero e tamanho de áreas de UC e o valor em R$ das multas como indicadores. Recomenda-se qualificar e georreferenciar os indicadores, por exemplo, os indicadores de vetores através da pergunta: Como e onde esta sendo desenvolvida a atividade pecuária (com referencia as zonas de uso do território conforme o ZEE do Estado do Acre)? O processo de atualização dos PPCD deveria ser aproveitado para a revisão da viabilidade das ações e metas (por exemplo no Acre, 22 OTL, 300 PDC, 35 PGTI foram reconhecidos com metas não realistas; da mesma maneira não parece ser realista a quantidade prevista de produção de mudas, plantio de arvores, industrias, ações de responsabilidade dividida na coordenação entre SEDENS e SEAPROF). Os conceitos de unidades de gestão territorial como UGAI, CAP e COP estão em revisão no Acre. O estado recomenda priorizar primeiro a implementação dos projetos em andamento antes de criar novos (por exemplo, criação de novas UC, de competência da SEMA). A gestão de UC (Planos de Manejo) deveria estar relacionada com eixo fundiário. A SEMA do Acre pretende simplificar o programa de certificação da propriedade. Seria interessante avaliar a adoção do conceito territorial de bacias hidrográficas na gestão do território (a PGE apóia criação dos conselhos de bacias). No contexto de fomento a produção sustentável recomenda-se divulgar o programa de ABC nos estados para maior participação. A ação de implementação de manejo florestal MF deveria ser parte do eixo temático “Cadeias Produtivas Sustentáveis”. Em relação com monitoramento, recomenda-se unir todas as ações desta área e também, avaliar a possibilidade de monitoramento em escala de maior detalhe, por exemplo nos PA (participação comunitária, coordenação com INCRA ?). O controle social (funcionamento de comitês e conselhos) deveria estar inserido no monitoramento. O sucesso das políticas publicas esta estreitamente ligado a criação de sinergias entre as ações, superando eventuais barreiras burocráticas ou setoriais 4.3. Riscos para a redução do desmatamento Na avaliação da implementação das ações de prevenção e controle do desmatamento, com objetivo de uma significativa, consistente e duradoura redução, foram identificados alguns fatores de risco que se encontram fora do alcance da governança.

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As modificações da legislação relacionadas com estas ações, como por exemplo, do Código Florestal, contribuem com um clima de incerteza jurídica e ocasionalmente com uma percepção de impunidade, que pode levar a impactos negativos para a redução do desmatamento. A crescente dependência do desenvolvimento econômico local dos mercados globalizados das commodities contribui com uma crescente vulnerabilidade do processo de consolidação da vocação das comunidades locais e transformação dos territórios em função das grandes forcas econômicas do momento.

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Anexos (reservados) (a) Cronograma de execução da 2ª fase do PPCD/AC A seguir e apresentada a proposta de um cronograma (de caráter tentativo devido ao prazo da definição orçamentária das atividades). Uma vez definido o planejamento financeiro, serão informadas eventuais alterações das datas da proposta. Análise situacional da implementação do PPCD até 2012, recomendações, indicadores: consultoria GIZ (Pavel) Análise da dinâmica do desmatamento (causas e vetores) e sua interface com as políticas de governo e vetores econômicos e fundiários, com foco nas áreas críticas: até dezembro de 2013 Oficina de monitoramento do desempenho do PPCD por regional: maio de 2013 a fevereiro de 2014 Revisar e adequar a metodologia de monitoramento do PPCD: dezembro de 2013 Desenvolvimento de um Sistema de Monitoramento do PPCD/AC – MMA/GIZ (Revisar, adequar e modernizar o sistema de monitoramento existente??): assessoria técnica para o desenvolvimento do Sistema de monitoramento do impacto do PPCD: fevereiro de 2014. Planos Municipais de Prevenção e controle do desmatamento e queimadas nos municípios: outubro de 2013 Integrar as informações geradas pelo INCRA – Assentamentos verdes – fevereiro de 2014 Fazer o lançamento do Sistema de monitoramento do PPCD municipal: março de 2014 Consolidação do documento final: junho de 2014 Trâmites legais (Governança estabelecida no PPCD): junho de 2014 Publicação do PPCD/AC fase II – julho de 2014

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Tabela : Cronograma de atividades para atingir a fase 2 do PPCD/AC

Data Atividade Ano 2014

Julho Publicação do PPCD/AC fase 2

Junho Consolidação do PPCD/AC

Maio

Abril Março Lançamento dos

planos municipais Fevereiro

Modernizacao do monitoramento

Janeiro Integração do INCRA

Ano 2013

Dezembro Adequação da metodologia

Analise da dinâmica do desmatamento

Novembro

Oficinas de monitoramento

Outubro

Planos municipais

Setembro Agosto Julho Junho Maio Abril Reunião MMA Março

Ajustes do relatório Fevereiro

Janeiro Ano 2012

Dezembro Consultoria para revisão do PPCD/AC

Novembro Outubro

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(b) Experiência e perspectiva do Estado do Acre Avaliação de PPCD/AC/SEMA e PPCDAm/MMA Redução da taxa do desmatamento se deve a melhoria e refinamento das ações de comando e controle e criação de novas UC em áreas ameaçadas e áreas criticas. A diminuição do tamanho dos polígonos desmatados se deve a o efeito de “saturação” dos grandes proprietários e ao aumento da necessidade terra para produção tradicional dos pequenos proprietários e/ou posseiros. Surge um questionamento sobre a eventual conjuntura da redução do desmatamento e as suas razões, em vista que não haja havido nenhuma mudança significativa do modelo econômico (com base na sustentabilidade ...). Fica prioritário promover a transição para um modelo de desenvolvimento mais sustentável que assegure a durabilidade da redução do desmatamento. Integracao entre acoes dos eixos 1 fundiario, 2 monitoramento e 3 produtivo. Lei 12187 de 2009 PNMC define a meta de 80 % redução do desmatamento com referencia a 1996-2005 ate 2020. Elaboração do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento do Acre A elaboração do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento do Acre – PPCD/AC resulta de parceria firmada entre o Governo do Estado do Acre e o Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente (MMA/SECEX/DPCD). Essa parceria se formaliza no âmbito de um Protocolo de Intenções pactuado com o objetivo de eliminar o desmatamento ilegal e reduzir as emissões de CO2 e GEEs; envolver o Estado do Acre em mecanismos de cooperação internacional da ONU sobre mudanças climáticas e conservação da biodiversidade; aumentar da competitividade de produtos sustentáveis do setor agropecuário e florestal estadual em mercados nacionais e internacionais; gerar emprego e renda e fortalecer a equidade social, associados à conservação das florestas e à melhor utilização de áreas já desmatadas, entre outros. Vinculado ao Projeto PNUD BRA 08/003 – Planos Estaduais de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Brasileira e Cadastramento Ambiental Rural Municipal, o processo de elaboração do PPCD/AC esteve sob responsabilidade da Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA, e contou com o apoio das demais instituições governamentais estaduais envolvidas com a consolidação do desenvolvimento sustentável no Estado do Acre, do IBAMA, INCRA, EMBRAPA, UFAC, INPE, bem como das Secretarias Municipais de Meio Ambiente, do Setor Privado e da Sociedade Civil. A participação de representantes do Setor Privado e Sociedade Civil, bem como de servidores/técnicos das instituições de governo municipal e estadual se deu por meio da realização de Oficinas de Consulta Pública nas 05 regionais de desenvolvimento do Estado do Acre, quais sejam: Juruá (na cidade de Cruzeiro do Sul), Alto Acre (Brasiléia), Baixo Acre (Rio Branco), Purus (Sena Madureira) e Tarauacá-Envira (Tarauacá).

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Uma proposta preliminar do PPCD/AC, estruturada com base no Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado do Acre (Fase II), na Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal e nos demais projetos estratégicos da área de desenvolvimento sustentável do Governo do Acre, foi discutida quanto a seus objetivos, diretrizes, contextualização, conteúdo programático e arranjo de governança previsto para sua implementação e acompanhamento. Além de contribuir para o nivelamento dos atores acerca da complexidade relativa às relações de causa-efeito associadas aos desmatamentos/ degradação florestal e às estratégias concebidas pela equipe do governo para sua prevenção e controle, as oficinas possibilitaram troca de experiências e discussão do tema sob diferentes pontos de vista, colaborando para o aperfeiçoamento do PPCD/AC, de seu arranjo de Governança e, principalmente, dos entendimentos acerca da necessidade de implementação de um conjunto de políticas visando o desenvolvimento sustável com preservação dos ativos ambientais florestais. O PPCD/AC foi então formalmente submetido à apreciação dos 3 Conselhos Deliberativos do Estado do Acre: Conselho Estadual de Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia – CEMACT, Conselho Florestal Estadual – CFE e Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Florestal Sustentável – CDRFS, sendo, posteriormente, aprovado por seus conselheiros em reunião extraordinária conjunta realizada em Rio Branco, em julho de 2009. A partir das considerações, sugestões e propostas apresentadas à Versão Preliminar do PPCD/AC durante as Oficinas de Consulta Pública e pelos conselheiros no âmbito dos 3 Conselhos Deliberativos é apresentado, nessa oportunidade, o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento do Estado do Acre – PPCD/AC, em sua primeira versão, ano de 2009. Planejamento Orçamentário do PPCD/AC 2010 2010 2020 2 monitoramento e controle 15.992.000,00 30.000.000,00 1 Ordenamento fundiário 33.277.700,00 220.000.000,00 3 Cadeias produtivas 268.323.853,33 492.500.000,00 214.000.000,00 33.000.000,00 Ações Estruturantes 59.160.453,75 15.000.000,00 8.600.000,00 Total 374.754.007,08 1.013.100.000,00

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(c) Sobre INCRA, Superintendência numero 14 de Rio Branco, Estado do Acre Organização Diretorias, divisões; Divisão de Ordenamento Fundiário; Divisão de Geoprocessamento; Outras; Sistema de cadastramento dos assentamentos no Acre: Em total 115 assentamentos no Acre (estado de avanço: 99 protocolados, 70 georreferenciados, 8 certificados); Seqüência do processo de consolidação dos assentamentos: Implementação de ramais, ATER, luz, demarcação, saneamento, titulação; Relação com outras políticas publicas: Programa Nacional “Terra Legal” (a respeito de imóveis, titularidade da posse); CAR (contempla licenciamento ambiental pelo IMAC, incluindo como requisito o expediente de IPHAN, para emissão de titulo por cartório); PRONATEC coordenado pelo IFAC (ifac.edu.br); Tipos de assentamentos: Diferenciados (PAE, PAF, PDS, respeitando RL 80 %) / não diferenciados (PA, PAR, PAD, conforme reformulação do “Código Florestal” RL 50 %); Analise de perfil de entrada, avaliação após 1 ano; Fatores de sucesso: Divulgar as boas praticas (para um desenvolvimento econômico diversificado e organizado, com inclusão social e de baixo impacto ambiental, valorizar o programa “Empreendedor Social” do INCRA ); Promover o retorno das/dos jovens após educação / estudo na cidade para facilitar mudanças de uso da terra; Adequar as políticas de subsídios (públicas e privadas, programas de apoio, créditos, focar no fortalecimento da competitividade); Intensificar a coordenação das instituições publicas na execução das políticas; Principais desafios: Informação importante é pouco divulgada; Baixa adesão aos programas (exemplo ”Centros de Educação”); Muita burocracia no acesso a créditos; INCRA deveria fazer uma re definição institucional (a reforma agrária precisa de uma reforma).