2
Escola Secundária Manuel Cargaleiro _________________________________________ Relatório de Filosofia 1 ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL CARGALEIRO Filosofia Nome: Andreia Carina dos Santos Nunes Ano: 10º Turma: B N.º 7 A palavra Filosofia resulta da junção de duas outras palavras, nomeadamente, Philia que quer dizer amor e desejo, e da palavra Sophia que significa saber. Podemos, deste modo, concluir que Filosofia é o desejo do saber, mas para que exista desejo e querer é necessário não ter alguma coisa, neste caso é necessário não ter o saber. «Filósofo é aquele que tem os olhos abertos para buscar o saber ao contrário dos sábios que já o têm e, como tal, estão “pesados” e “dormem”.» Esta frase sugere que um filósofo (philosophos) é diferente de um sábio (sophos), isto, porque um sábio tem o saber e um filósofo não, logo um filósofo é alguém que não tem saber, visto não ser sábio, mas como é alguém sem saber, deseja esse mesmo saber. As questões são: Os filósofos sabem ou não sabem? E nós, sabemos ou não sabemos? Tendo estes dois pontos como referência, sendo ambos extremos, podemos afirmar que os filósofos não estão nem no saber, pois não são sábios, nem estão no não saber, pois sabem que não sabem, logo, à partida, sabem alguma coisa. Nós também estamos entre o saber e o não saber, pois também nós sabemos que não sabemos determinadas coisas, como por exemplo se Deus existe. Então, qual é a diferença entre nós e os filósofos? Enquanto que os filósofos sabem que se encontram entre o saber e o não saber, nós julgamos estar no saber, ou seja, nós julgamo-nos sábios, isto denomina-se senso comum. Traduzindo isto por outras palavras, nós julgamos saber o que não se sabe, embora, teoricamente, nós saibamos que não sabemos na realidade consideramos que sabemos, pois vivemos o nosso dia-a-dia como se tudo soubéssemos. As coisas que nós consideramos importantes dizemos que as sabemos, independentemente de isso ser verdade ou não, enquanto que as coisas menos importantes para nós, reconhecemos que não as sabemos. Existem várias

Relatório - O que é a filosofia

  • Upload
    carlos

  • View
    2.377

  • Download
    2

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Relatório - O que é a filosofia

Escola Secundária Manuel Cargaleiro _________________________________________ Relatório de Filosofia 1

EESSCCOOLLAA SSEECCUUNNDDÁÁRRIIAA MMAANNUUEELL CCAARRGGAALLEEIIRROO

FFiilloossooffiiaa

NNoommee:: Andreia Carina dos Santos Nunes AAnnoo:: 10º TTuurrmmaa:: B NN..º 7

A palavra Filosofia resulta da junção de duas outras palavras,

nomeadamente, Philia que quer dizer amor e desejo, e da palavra Sophia que

significa saber. Podemos, deste modo, concluir que Filosofia é o desejo do saber, mas

para que exista desejo e querer é necessário não ter alguma coisa, neste caso é

necessário não ter o saber.

«Filósofo é aquele que tem os olhos abertos para buscar o saber ao

contrário dos sábios que já o têm e, como tal, estão “pesados” e

“dormem”.»

Esta frase sugere que um filósofo (philosophos) é diferente de um sábio

(sophos), isto, porque um sábio tem o saber e um filósofo não, logo um filósofo é

alguém que não tem saber, visto não ser sábio, mas como é alguém sem saber, deseja

esse mesmo saber. As questões são: Os filósofos sabem ou não sabem? E nós, sabemos

ou não sabemos? Tendo estes dois pontos como referência, sendo ambos extremos,

podemos afirmar que os filósofos não estão nem no saber, pois não são sábios, nem

estão no não saber, pois sabem que não sabem, logo, à partida, sabem alguma coisa.

Nós também estamos entre o saber e o não saber, pois também nós sabemos que não

sabemos determinadas coisas, como por exemplo se Deus existe. Então, qual é a

diferença entre nós e os filósofos? Enquanto que os filósofos sabem que se encontram

entre o saber e o não saber, nós julgamos estar no saber, ou seja, nós julgamo-nos

sábios, isto denomina-se senso comum. Traduzindo isto por outras palavras, nós

julgamos saber o que não se sabe, embora, teoricamente, nós saibamos que não

sabemos na realidade consideramos que sabemos, pois vivemos o nosso dia-a-dia

como se tudo soubéssemos. As coisas que nós consideramos importantes dizemos que

as sabemos, independentemente de isso ser verdade ou não, enquanto que as coisas

menos importantes para nós, reconhecemos que não as sabemos. Existem várias

Page 2: Relatório - O que é a filosofia

Escola Secundária Manuel Cargaleiro _________________________________________ Relatório de Filosofia 2

situações que permitem ilustrar que julgamos saber o que não se sabe, como por

exemplo:

Nós quando vamos a andar descontraidamente na rua, nós julgamos saber

que nada de anormal existe debaixo da estrada/passeio, quando na realidade

não temos qualquer prova de que isso seja verdade, podem existir minas ou

artefactos históricos, só que nós tomamos por normal que nada disso lá esteja.

À semelhança do primeiro exemplo, nós quando olhamos para uma pessoa

tomamos como certo que essa pessoa tem o coração no lado esquerdo,

quando na verdade não o sabemos, essa pessoa pode muito bem ter o

coração no lado direito.

Nós julgamos saber que vamos morrer daqui a umas décadas, quando na

realidade não sabemos se vamos morrer daqui a umas décadas ou nos

próximos segundos. Isto deve-se ao facto de nós não vivermos a nossa

mortalidade como tal, vivemo-la um pouco como imortalidade, pois, na

teoria, sabemos que vamos morrer, mas pensamos sempre que será o mais

tarde possível, mas não sabemos, não temos nenhuma certeza disso, nem

sequer nos preocupamos em pensar nisso.

Cheguei à conclusão que nós humanos normais pensamos saber quando na

realidade não sabemos, pois se nós vivêssemos como julgamos viver, viveríamos

preocupados com tudo, logo a vantagem de julgarmos saber é poder viver sem

preocupações.