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RELATÓRIO DE MODERAÇÃO Debate: Proliferação de Cianobactérias na Bacia do Rio Doce / Oficina: Escolas Sustentáveis ENCONTRO DE INTEGRAÇÃO DOS COMITES DA BACIA DO DOCE I Encontro Anual de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e Pré-Encontro de Educação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Doce 29 a 31 de outubro de 2012 2012 Responsável Técnico: Ricardo Burg Mlynarz Subsídios de Relatoria: Fábio Monteiro e George Wady 01/11/2012

Relatório pré encontro de educação ambiental

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Page 1: Relatório pré encontro de educação ambiental

RELATÓRIO DE MODERAÇÃO Debate: Proliferação de Cianobactérias na Bacia do Rio Doce / Oficina: Escolas Sustentáveis

ENCONTRO DE INTEGRAÇÃO DOS COMITES DA BACIA DO DOCE I Encontro Anual de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e

Pré-Encontro de Educação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Doce

29 a 31 de outubro de 2012

2012

Responsável Técnico: Ricardo Burg Mlynarz Subsídios de Relatoria: Fábio Monteiro e George Wady

01/11/2012

Page 2: Relatório pré encontro de educação ambiental

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ENCONTRO DE INTEGRAÇÃO DOS COMITES DA BACIA DO RIO DOCE

I Encontro Anual de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e

Pré-Encontro de Educação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Doce

Sumário

Apresentação do Relatório...............................................................................02

Solenidade e Palestra de abertura...................................................................03

Debate: Proliferação de Cianobactérias na Bacia do Rio Doce....................04

Oficina: Escolas Sustentáveis.........................................................................22

Considerações finais do relatório....................................................................28

Page 3: Relatório pré encontro de educação ambiental

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ENCONTRO DE INTEGRAÇÃO DOS COMITES DA BACIA DO RIO DOCE

I Encontro Anual de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Doce e

Pré-Encontro de Educação Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Doce

Apresentação do Relatório

Moderador: Ricardo Burg Mlynarz

Data: 29 a 31 de outubro de 2012.

Local: Universidade Vale do Rio Doce (UNIVALE) - Governador Valadares - MG

OBJETIVO expresso pela organização

Mostrar o “rosto do Doce”; a identidade a partir dos afluentes; desafios e

conquistas dos CBHs; tendências atuais na área de Recursos Hídricos,

experiências de outras bacias; debates; integração na bacia no aspecto da

gestão; Comitê de Integração; desafio da integração; integração de fato e não

apenas de regimento; gestão participativa; integração não é competição;

trabalhar a comunicação para a integração (estratégias); não confundir

integração com centralização.

Objetivo do Relatório

Apresentar uma sistematização das apresentações e dos debates relacionados

a dois momentos do Encontro: 1) o Debate sobre a proliferação de

Cianobactérias na Bacia do Rio Doce, ocorrido durante todo o dia 30 de outubro,

terça-feira, e 2) a Oficina “Escolas Sustentáveis” ocorrida durante a manhã do

dia 31 de outubro de 2012, quarta-feira.

Para a composição deste relatório foram utilizadas, principalmente, informações

dos slides e das falas do encontro degravadas e anotadas pelos relatores. As

sínteses produzidas são de inteira responsabilidade do autor do relatório,

excetuando de responsabilidade os palestrantes representados.

Page 4: Relatório pré encontro de educação ambiental

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Solenidade e Palestra de Abertura1 (29/10, segunda-feira, 19hs)

Solenidade de Abertura

A mesa de abertura foi composta pelos seguintes representantes:

• Prefeita Elisa Costa (presidente do CBH Doce);

• Prefeito Leoonardo Deptulski (vice-presidente do CBH Doce);

• Carlos Augusto Brasileiro de Alencar (diretor geral da IBIO AGB-Doce);

• Isaura Pereira da Paixão (presidente do CBH-Manhuaçu, representando

os seis comitês mineiros que integrama Bacia do Rio Doce)

• Josiane Viola Coelho (presidente do CBH Guandu, representando os três

comitês capixabas que integram a Bacia do Rio Doce).

• Franklin De Paula Junior (representante da Secretaria de Recursos

Hídricos e Ambiente Urbano, do Ministério do Meio Ambiente);

• Leonardo Castro Maia (coordenador regional das Promotorias de Justiça

do Meio Ambiente da Bacia do Rio Doce)

• Mário Dantas (presidente do Fórum Nacional de Comitês de Bacias

Hidrográficas);

• Nelson Freitas (Gerente de Recursos Hídricos da Agência Nacional de

Águas – ANA);

• Ana Luiza Dolabella (diretora de educação e extensão ambiental, da

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável);

• Robson Monteiro dos Santos (diretor de recursos hídricos do Instituto

Estadual de Meio Ambiente).

• Alice Lorentz (coordenadora adjunta do Fórum Mineiro de Comitês)

• Joema Gonçalves (secretária-executiva do CBH Doce)

1 Esse momento do encontro não teve facilitação e, portanto, serão dadas informações básicas sobre as

falas da mesa de abertura e apresentação.

Page 5: Relatório pré encontro de educação ambiental

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Palestra de Abertura: ‘O PACTO DAS ÁGUAS NA BACIA DO RIO DOCE’.

Palestrante: Nelson Neto de Freitas

O palestrante enfocou o histórico e os desafios para a gestão de águas da Bacia

do Rio Doce. O relatório de Mauro Soares apresenta alguns apontamentos

desta palestra.

Debate: Proliferação de Cianobactérias na Bacia do Rio Doce (30/10)

Apresentações e debates ocorridos durante a manhã e tarde.

Palestrantes: Francisco Romeiro (ANA), Fernando Antônio Jardim (COPASA),

Bárbara Fernanda de Melo Jardim (CEMIG) e como debatedor o Dr. Leonardo

Castro Maia (coordenador regional das Promotorias de Justiça do Meio

Ambiente da Bacia do Rio Doce), apresentados por ordem de exposição.

Apresentação ANA

Análise das proliferações de cianobactérias na bacia do rio Doce,

Francisco Romeiro. [email protected] | (+55) (61) 2109 –5139.

Principais conteúdos apresentados pelo analista Francisco Romero sobre a

proliferação de cianobactérias na Bacia do Rio Doce.

- A participação da Agência Nacional de Águas (ANA) na análise e

enfrentamento desta problemática (da proliferação de cianobactérias) se deu a

partir dos Laudos do SAAE / Gov. Valadares em novembro de 2011, e da

demanda do CBH-Doce, em fevereiro de 2012.

- A participação da ANA neste processo é respaldada pela Lei nº 9.984 de 2000,

Art. 4º, inciso XI de “promover a elaboração de estudos para subsidiar a

aplicação de recursos financeiros da União em obras e serviços de

Page 6: Relatório pré encontro de educação ambiental

regularização de cursos de

consonância com o estabelecido nos planos de recursos hídricos”.

- Sendo o rio Doce um rio de domínio da União foi formado um grupo de

trabalho para realizar análises de dados de monitoramento disponíveis n

principal objetivo da apresentação

- As Cianobactérias são:

• Organismos microscópicos

• Naturalmente encontrados nos ambientes aquáticos;

• Autótrofos fotossintetizantes produzem c

Figura 1 e 2: Romeiro, Francisco, slide

- Algumas espécies podem produzir as substâncias

Metilsorboneol que contém c

não removidos nos tratamentos convencionais da água

- O problema ocorre quando são produzidas as

Saxitoxina, Cilindrospermopsina, Anatoxina

tratamentos convencionais de água e

e dermatotóxicos.

- As Florações de cianobactérias

quando o ambiente reúne condições como:

regularização de cursos de água (...) e de controle da poluição hídrica, em

consonância com o estabelecido nos planos de recursos hídricos”.

Doce um rio de domínio da União foi formado um grupo de

trabalho para realizar análises de dados de monitoramento disponíveis n

principal objetivo da apresentação.

Organismos microscópicos

Naturalmente encontrados nos ambientes aquáticos;

Autótrofos fotossintetizantes produzem clorofila (cor esverdeada)

: Romeiro, Francisco, slide de apresentação.

Algumas espécies podem produzir as substâncias Geosmina

que contém cheiro de “mofo” e “terra molhada”, não tóxicos

não removidos nos tratamentos convencionais da água.

O problema ocorre quando são produzidas as “Cianotoxinas”

Saxitoxina, Cilindrospermopsina, Anatoxina) que não são removidos nos

tratamentos convencionais de água e geram efeitos neurotóxicos, hepatotóxicos

Florações de cianobactérias são intensas proliferações

quando o ambiente reúne condições como: baixas turbulências, com a

5

água (...) e de controle da poluição hídrica, em

consonância com o estabelecido nos planos de recursos hídricos”.

Doce um rio de domínio da União foi formado um grupo de

trabalho para realizar análises de dados de monitoramento disponíveis na bacia,

lorofila (cor esverdeada)

Geosmina e 2 –

heiro de “mofo” e “terra molhada”, não tóxicos e

” (Microcistina,

não são removidos nos

feitos neurotóxicos, hepatotóxicos

proliferações que ocorrem

, com a formação

Page 7: Relatório pré encontro de educação ambiental

de remansos, altas temperaturas

luminosidade, baixa turbidez

de nutrientes (nitrogênio e fósforo) na água.

- Como efeito, pode-se observar a m

bioacumulação na água. Por isso há

presença de cianotoxinas na água

há sérios riscos para a dessedentação de animais e à balneabilidade

- O principais fator que leva à produção de cianobactérias

nutrientes nos corpos hídricos

– Chuvas, enxurradas

Figura 3: Romeiro, Francisco, slide de apresentação

A condição geográfica e ambiental apresentada na figura 3

região, dadas as áreas

produtivas não sustentáveis

– fonte localizada

ltas temperaturas, pH levemente alcalino (7

aixa turbidez e, principalmente, quando há alta disponibilidade

nutrientes (nitrogênio e fósforo) na água.

se observar a mortalidade de espécies da fauna aquática e

na água. Por isso há restrições ao uso quando ocorre a

presença de cianotoxinas na água. Restrições de abastecimento urba

riscos para a dessedentação de animais e à balneabilidade

que leva à produção de cianobactérias

nutrientes nos corpos hídricos. Foram apontados dois caminhos de aporte

nxurradas, lixiviação, erosão

Romeiro, Francisco, slide de apresentação do Encontro.

geográfica e ambiental apresentada na figura 3 é muito

as áreas desmatadas, a falta de mata ciliar e atividades

produtivas não sustentáveis que favorecem a erosão e a lixiviação

localizada (ponto/região determinada) ou fonte difusa

6

pH levemente alcalino (7 – 9), intensa

isponibilidade

da fauna aquática e

restrições ao uso quando ocorre a

de abastecimento urbano e onde

riscos para a dessedentação de animais e à balneabilidade.

é o aporte de

Foram apontados dois caminhos de aporte:

do Encontro.

muito comum na

falta de mata ciliar e atividades

que favorecem a erosão e a lixiviação.

a) ou fonte difusa

Page 8: Relatório pré encontro de educação ambiental

Fuguras 4,5 e 6: Romero, Francisco, slide de apresentação do Encontro. Como exemplo de fonte difusa temos a atividade agropecuária acima apontada.

- Para desenvolver a análise de dados foram levantadas informações de

monitoramento de cianobactérias dos seguintes órgãos

realizam monitoramento na bacia:

• IGAM – 15 pontos (2008

• SAAE – 02 pontos (2008

• COPASA – 04 pontos (2005

• CESAN – 15 pontos (2011

- Levantamento dos períodos críticos para florações:

• As sub-bacias no E

• Outros trechos do rio Doce

- O monitoramento, da forma como é feita

os processos se iniciam, a

identificação de fatores que desencade

tomada de medidas específicas e direcionadas para o controle das

cianobactérias.

Fuguras 4,5 e 6: Romero, Francisco, slide de apresentação do Encontro.

Como exemplo de fonte difusa temos a atividade agropecuária acima apontada.

Para desenvolver a análise de dados foram levantadas informações de

monitoramento de cianobactérias dos seguintes órgãos que atualmente

realizam monitoramento na bacia:

15 pontos (2008-11: trimestral)

02 pontos (2008-11: mensal)

4 pontos (2005-11: mensal)

15 pontos (2011-12: mensal)

eríodos críticos para florações:

bacias no Espírito Santo: todo o ano;

rechos do rio Doce, de julho a novembro.

da forma como é feita, não permite a identificação

os processos se iniciam, a determinação da duração das florações

identificação de fatores que desencadeiam as florações e, conseqüentemente,

tomada de medidas específicas e direcionadas para o controle das

7

Fuguras 4,5 e 6: Romero, Francisco, slide de apresentação do Encontro.

Como exemplo de fonte difusa temos a atividade agropecuária acima apontada.

Para desenvolver a análise de dados foram levantadas informações de

que atualmente

a identificação de onde

determinação da duração das florações, a

e, conseqüentemente, a

tomada de medidas específicas e direcionadas para o controle das

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- No que tange o monitoramento nas ETAs, de acordo com a portaria MS nº

2.914/2011, Art. 13: Compete ao responsável pelo sistema ou solução

alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo humano (...)

VIII - comunicar aos órgãos ambientais, aos gestores de recursos hídricos e ao

órgão de saúde pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios

qualquer alteração da qualidade da água no ponto de captação que comprometa

a tratabilidade da água para consumo humano;

- Para os eventos de floração é necessário

a) Preparar as ETAs:

• Tratamento específico para a remoção de cianotoxinas;

• Buscar captações alternativas;

• Adequar os pontos de captação (mudança no ponto de adução, barreira

física, etc);

b) Campanhas de conscientização da população, informando

• O que são as cianobactérias

• Riscos a saúde

• Evitar atividades náuticas/recreativas

• Riscos às criações

• Informativos atualizados da qualidade da água durante os eventos de

floração

c) Criação de Central de Informações

d) Estruturação de programa de monitoramento

• Definição dos objetivos, metas, fases, avaliações, articulações, análises,

produções bibliográficas etc.

• Desenho da rede de monitoramento

• Seleção dos parâmetros analisados

Page 10: Relatório pré encontro de educação ambiental

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• Definição das periodicidades das análises

• Adoção de padronização de procedimentos e métodos

• Monitoramento em tempo real

• Padronização de procedimentos de coleta e análise

Apresentação COPASA

FLORAÇÕES DE ALGAS E CIANOBACTÉRIAS NA ÁGUA DO RIO DOCE,

Fernando Antônio Jardim. [email protected]

Informações gerais sobre o Rio Doce

- Com extensão de 853 Km, a Bacia do Rio Doce ocupa 83.400 Km2 e 86% do

Estado de Minas Gerais. Sua população é de 3,2 milhões de habitantes

localizados em 228 municípios. Deste valor, 202 municípios localizam-se em

Minas Gerais.

- A nascente do Rio Doce localiza-se na Serra da Mantiqueira, em Ressaquinha

e compõe o Rio Piranga, Alto Rio Doce e Rio do Carmo. O mapa abaixo

representa a dimensão geográfica do Curso de Água da Bacia Hidrográfica do

Rio Doce.

Page 11: Relatório pré encontro de educação ambiental

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Figura 7: Fernando Jardim, slide de apresentação do Encontro.

- Os Componentes principais nas florações são: planktonnet.awi.de e

westerndiatoms.colorado.edu.

- Para o monitoramento da proliferação de Cianobactérias no Rio Doce,

apresenta-se abaixo levantamento dos pontos de responsabilidade da COPASA,

sendo a linha em vermelho representando a situação crítica conforme Portaria

Ministério da Saúde nº 2.914/2011.

Page 12: Relatório pré encontro de educação ambiental

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Fonte: Fernando Jardim – COPASA (slides de apresentação Encontro) - Como conclusões parciais sobre a problemática que se estabeleceu, cabe

apresentar:

• Há uma existência de fontes difusas de nutrientes que desembocam no

leito do rio, durante toda a sua extensão, sendo difícil e necessário

mapear as fontes principais;

• Existe uma carência geral de estudos relativos às florações de

cianobactérias

• Existe uma carência de estudos relativos às caracterizações das fontes

de contribuição para a geração das florações ao longo do rio;

• Existe uma carência de melhor organização entre as instituições e atores

envolvidos com a problemática.

Vale ressaltar que informações adicionais sobre a apresentação encontram-se

nos slides de apresentação de Fernando Jardim.

1

10

100

1000

10000

100000

1000000

15/2/12 15/3/12 15/4/12 15/5/12 15/6/12 15/7/12 15/8/12 15/9/12 15/10/12

Pedra Corrida Alpercata Tumiritinga

Resplendor Itueta Portaria 2914

Log

cels

/mL

Page 13: Relatório pré encontro de educação ambiental

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Apresentação CEMIG

Resultados do Monitoramento Limnológico dos Reservatórios da Cemig,

Bacia do Rio Doce em Minas Gerais. Bárbara Fernanda de Melo Jardim.

[email protected]. Tel: (31) 3506-7579.

- A analista Bárbara Jardim apresentou uma análise da CEMIG sobre a

proliferação de cianobactérias nos reservatórios da CEMIG na Bacia do Doce.

Dentre os principais conteúdos apresentados pela técnica, cabe destacar:

Para análise do problema da floração, são considerados dois fatores:

• fator espacial, que inclui localização geográfica dos usos impactantes

(áreas agrícolas, indústrias e centros urbanos);

• fator sazonal que informa variações de pluviosidade e vazão (pH,

turbidez, ST e SST).

- Quando ocorre um enriquecimento por nutrientes nestes ambientes,

principalmente nitrogênio e fósforo, ocorre eutrofização. A eutrofização pode

resultar no aumento de dominância de cianobactérias no ambiente.

- A distribuição e proliferação das cianobactérias são comumente influenciadas

por diversos fatores: concentração de nutrientes, relação N/P; intensidade de

luz, temperatura, turbidez, concentração de OD, pH, herbivoria e estabilidade da

coluna d`água.

- As cianobactérias não são responsáveis pela deterioração da qualidade da

água, e sim um indicador da degradação do corpo hídrico.

- O monitoramento dos rios e reservatórios, como instrumento de gestão dos

recursos hídricos é o suporte para a tomada de decisões, de forma a permitir o

uso múltiplo dos recursos hídricos.

Page 14: Relatório pré encontro de educação ambiental

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- A Cemig monitora as cianobactérias rotineiramente em seus reservatórios

(monitoramento Limnológico) com o objetivo de controlar possíveis danos

ocasionados pela floração desses organismos no meio ambiente.

- Conama 357 – Estabelece limites aceitáveis, classificando o corpo hídrico de

acordo com seu uso:

• Classe 1 – 20.000 cel/mL ou 2 mm3/L:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado;

c) à recreação de contato primário,

• Classe 2 – 50.000 cel/mL ou 5 mm3/L:

a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional;

c) à recreação de contato primário,

• Classe 3 – 50.000 cel/ml, ou 5mm3/L (dessedentação de animais)

ou 100.000 cel/mL ou 10 mm3/L:

a) ao abastecimento para consumo humano, apos tratamento convencional ou

avançado;

d) a recreação de contato secundário;

• Classe 4:

a) a navegação; e

b) a harmonia paisagística.

- Foi diagnosticado que alterações na qualidade da água do rio Piracicaba estão

relacionadas, principalmente, com o lançamento de esgoto sanitário, com a

prática de atividades minerarias, o assoreamento, a poluição difusa, o

desmatamento e a silvicultura.

- Segundo os dados publicados pelo IGAM as alterações na qualidade da água

no rio Santo Antônio estão relacionadas principalmente com fontes de poluição

Page 15: Relatório pré encontro de educação ambiental

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difusas, lançamento de esgotos, assoreamento, silvicultura e o desenvolvimento

desordenado das atividades agropecuárias.

- Vinculado a esta problemática, são projetos e pesquisas da CEMIG:

• GT343 – Controle do mexilhão dourado: bioengenharia e novos

materiais para aplicação em ecossistemas e usinas hidrelétricas –

CETEC – Antônio Valadão.

• GT346 - Desenvolvimento de novas metodologias para avaliação da

distribuição espaço-temporal de Cianobactérias e cianotoxinas e seus

efeitos deletérios em peixes e população humana no reservatório de

Volta Grande - UFMG - Alessandra Giani.

• GT402 – Aplicação de métodos quimiométricos multivariados no

gerenciamento de bacias hidrográficas – UFMG – Mônica Leão.

• GT485 - Projeto de pesquisa e controle da qualidade das águas do

programa de revitalização do Rio São Francisco – Hidroex – Magda

Greco.

• GT486 - Projeto de pesquisa e controle da qualidade das águas do

programa de revitalização do Rio Grande – Hidroex – Paulo

Corgosinho.

Colocações do Debatedor

Dr. Leonardo Castro Maia, coordenador regional das Promotorias de Justiça

do Meio Ambiente da Bacia do Rio Doce.

- A primeira impressão que tive, especialmente a partir da primeira

apresentação, foi que em razão do monitoramento atual não há como se

identificar causas específicas para o problema da floração. Mas pude perceber

Page 16: Relatório pré encontro de educação ambiental

15

que a medida que passamos do alto Rio Doce pra médio e baixo Rio Doce, os

episódios críticos vão ficando mais intensos. Tive uma impressão de que isso

poderia, de certa forma, confirmar a concorrência da causa ‘esgoto não tratado’

pro problema. No alto Rio Doce nós temos menos fontes contribuindo pro

esgoto. Eu queria ouvir dos expositores se isso procede: se, de fato, na medida

em que o rio vai avançando, o problema do esgoto contribui com o agravamento

da questão.

- Outra pergunta associada à primeira, é: se a floração em pontos situados no

médio, por exemplo, podem concorrer ou contribuir para o agravamento de

florações que estão acontecendo em outros pontos mais adiante. Por exemplo,

no baixo Rio Doce? Se isso contribuiria para um cenário de agravamento dos

eventos críticos a medida que a gente vai avançando no curso do rio?

Comentários - Francisco Romero

- Volto a destacar a forma como estamos monitorando ou coletando os dados:

os pontos em vermelho (pontos críticos do gráfico de sua apresentação) são de

coleta mensal. Tem um ponto do IGAM aqui em Governador Valadares que é de

coleta trimestral e ele é amarelo (categoria anterior à crítica). A dúvida que eu

levanto é o seguinte: aqueles pontos amarelos que também são trimestrais, será

que não seriam vermelhos se fossem coleta mensal? A gente fica com essa

tentação de arriscar, mas sem a comprovação de ter uma amostragem mensal

eu não posso fazer essa afirmativa. O único ponto que apareceu lá do IGAM, se

não me engano foi Conselheiro Pena, que é um ponto que foi feito

trimestralmente, que apareceu vermelho. Pela leitura do IGAM a cada três

meses, ele seria o único ponto vermelho. Governador Valadares não seria. Eu

destaco novamente a importância da determinação mensal. A associação com o

Page 17: Relatório pré encontro de educação ambiental

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esgoto, com o esgoto bruto, invariavelmente é um causador de incremento de

proliferação. Isso é fato, isso é notório. Agora, cabe a gente entender o porque

desses eventos terem surgido nesses últimos anos, o que houve diferente na

bacia.

Comentários – Fernando Jardim

- Eu gostaria de complementar lembrando um pouco o nosso encontro do ano

passado, onde o colega levantou uma questão interessante sobre a geologia do

terreno. No alto Rio Doce a geologia é completamente diferente da geologia do

médio e do baixo Rio Doce. Ou seja, as terras do médio Rio Doce são mais

férteis, tem maior concentração de fósforo, fosfato. Por outro lado, o próprio

declive do rio. Ele nasce, tem um declive e entra numa planície. Logo que ele

entra na planície no médio Rio Doce já cria condições propícias pra que ocorram

as florações, condições hidrogeológicas.

Em relação à segunda questão, há uma diferença muito grande entre as

cianobactérias das diferentes regiões, até em termos de gêneros

predominantes. Há diferenças de gêneros que predominam no Rio Doce, aqui

em Minas, e gêneros de cianobactérias que predominam na bacia do Rio Jucu,

no Espírito Santo, por exemplo.

Rodadas de perguntas e debate

Debatedor - Dr. Leonardo Castro Maia

- Pelo que eu percebi, aí eu queria ouvir também dos expositores, a questão do

solo. Nesse ponto do solo, do uso de fertilizantes, do solo sendo carreado pro

leito do rio, me parece que a importância das matas ciliares seria enorme,

fundamental, não é?

Page 18: Relatório pré encontro de educação ambiental

17

- Uma última pergunta, antes de passar para a plenária: quais seriam as

medidas, de forma sucinta, o que é necessário pra que a gente possa instalar

um monitoramento adequado? Quem ou quais são as pessoas interessadas que

responderiam por essas medidas?

- Já estamos diante do problema, mas a maior parte das pessoas com quem

converso questiona: E agora? O que fazer diante do problema? Quais são as

medidas? Conhecido o problema, precisamos saber agora como lidar com ele.

Então, resumidamente, gostaria de ouvir dos expositores se poderiam enumerar

algumas medidas factíveis e, se possível, indicando o responsável.

Comentários

Francisco (ANA)

- Eu vejo ações a curto, médio e longo prazo.

- A curtíssimo prazo é a preparação das ETAs para esses eventos, tem que

estar preparado para acontecer. Não adianta esperar, rezar, torcer pra que não

aconteça.

- Curto prazo, conscientização da população para o que é isso. A situação que

eles enfrentam. As medidas que eles podem tomar para enfrentar esse tipo de

coisa. Eu devo comprar água mineral então? Tenho que fazer um estoque?

Posso tomar banho na água? Se estiver sentindo cheiro na água, falo com

quem? Esse tipo de consciência que tem que ser despertado na população a

curto prazo. Eu vejo também a curto prazo a adequação do monitoramento das

ETA's, das companhias de saneamento, à portaria 2914. Elas tem que obedecer

aos planos de monitoramento estabelecidos e elas tem que comunicar com

agilidade aos órgãos de competência. A central de informação é uma sugestão

de curto prazo. Pra quem ligar se sentir um cheiro ruim? Quem vai ser a central

que vai fazer isso na bacia, não no município. A gente está pensando aqui em

Page 19: Relatório pré encontro de educação ambiental

18

nível de bacia. Então eu acho muito interessante pra se pensar nessa central.

Essas atitudes são tomadas em nível municipal. Secretaria de Saúde dos

municípios, Secretaria Estadual eventualmente, companhia de saneamento.

- Eu vejo também, como medida muito importante, sentarmos numa mesa pra

debater as técnicas adequadas de se tratar numa bacia com problemas.

Pensarmos em um workshop, uma oficina, alguma coisa que a gente possa

sentar e debater técnicas. Eu já vi falando que o carvão ativado não estava

funcionando em algumas situações. Então, o que a gente pode fazer de prático

e qual é o custo disso? Nesse aspecto a ANA também pode contribuir.

- Em médio prazo vejo um monitoramento próprio pra cianobactérias, com a

participação da ANA. Claro, a ANA age em articulação, os órgãos que são

capazes de fazer monitoramento são parceiros essenciais. A ANA não pode, por

lei, colocar um ponto de monitoramento e pagar pra uma pessoa ir lá pegar os

dados. Mas podemos fazer uma parceria com o IGAM, CPRM, por exemplo,

para que façam o monitoramento e a ANA faz o mecanismo de contrapartida.

Os atores que estão na bacia são importantes nesta medida.

- Em longo prazo eu vejo que a gente tem que caminhar com a recuperação da

bacia.

Bárbara (CEMIG)

- Em 2007, eu tive a oportunidade de estudar um pouco sobre o evento de

cianobactérias que aconteceu no Rio das Velhas. Sentimos muita necessidade

do envolvimento da comunidade. Faltaram investimentos em educação

ambiental pra alertar a população sobre os usos da água no período que estão

ocorrendo esses eventos. Víamos a água toda verde e muitos pescadores

consumindo aquele peixe. O peixe tem bioacumulação, a toxina pode ficar na

carne do peixe. Váimos também muitas crianças brincando dentro da água. Eu

Page 20: Relatório pré encontro de educação ambiental

19

acho que o investimento em educação ambiental também é muito importante

nesse sentido.

- E em relação ao monitoramento, as dificuldades que temos na Cemig é porque

são feitos por contratos. Então, as vezes temos um Gap de defasagem no

monitoramento por problemas burocráticos mesmo. Quando sai a licitação ainda

tem um prazo para as empresas serem contratadas. Precisamos investir muito

nisso pra não ter uma defasagem muito grande de dados.

Fernando (COPASA)

- Quando a gente trata de uma questão ambiental, eu sempre cito o professor

Samuel Murgel Branco (já falecido). Ele editou um livro que chama de

'Hidrobiologia aplicada a engenharia sanitária'. No primeiro capítulo desse livro

ele diz que os problemas com algas ou cianobactérias custam a acontecer.

Geralmente de 10 em 10 anos que temos um episódio de catástrofe, por

exemplo. Como ocorreu no Rio das Velhas, em 2007, aqui no Rio Doce em

2007 também. E como ocorreu no ano passado aqui no Rio Doce e esse ano.

Só que agora os problemas com cianobactérias, com algas, estão ficando mais

comuns, estão acontecendo com mais frequência. E o professor Samuel Branco

fala que o segredo de tudo isso é monitorar a qualidade da água. Eu tenho que

monitorar mesmo, tenho que gastar dinheiro com monitoramento. Porque só

com isso eu consigo saber o que tem na água. Só pra vocês terem uma ideia

quando aconteceu em Caruaru, aquelas mortes de 75 a quase 80 pacientes

renais crônicos numa clínica de hemodiálise. Isso foi em 1996. No Brasil não

existia nenhum laboratório de nenhuma companhia de saneamento e nenhuma

universidade brasileira que fizesse as análises de cianotoxinas. Em 1996. Então,

as pessoas estavam morrendo porque era quase que injetadas toxinas nas

veias delas durante a hemodiálise e ninguém sabia porque elas estavam

Page 21: Relatório pré encontro de educação ambiental

20

morrendo. É um problema recente, sério, mas que temos que monitorar. De

outra forma não vamos saber o que tem na água. Então, respondendo a

primeira questão: é o monitoramento. E esse monitoramento deve obedecer a

2914, no caso das concessionárias, para quem vai pegar água, tratar e distribuir

pra população. Mas a gente pode ir além: o que fizemos no caso da Copasa, a

portaria fala mensalmente, mas nós mudamos pra semanalmente. Investimos

um maior tempo nisso: mais pessoal, equipamentos etc exatamente para cercar

o problema. O monitoramento é fundamental, sem ele não tenho como

conversar com os técnicos. Se a empresa, a concessionária não faz o

monitoramento, não tem como conversar, não existem dados pra apresentar.

Não sabemos o que aconteceu há cinco, dez, nem há 20 anos atrás.

Houve um momento de debate com o plenário que poderá ser agregado a

partir de informações da degravação.

Encaminhamentos da Plenária

- Reunir as instituições para levantar as causas do problema. Responsável:

Secretaria Executiva do CBH Doce.

- Coordenar a elaboração de um manifesto a toda a sociedade da bacia do Doce

informando e explicando as questões técnicas relacionadas as cianobactérias

produzidas pela bacia e um processo de desenvolvimento de comunicação

social ao tema em questão. Responsável: Colegiado de Secretários Municipais

(COSEMS).

- Criar um grupo de trabalho que desenvolva um programa de monitoramento da

cianobactéria, bem como aponte suas causas e consequências e cuja primeira

Page 22: Relatório pré encontro de educação ambiental

21

ação seja padronizar os processos e dados sobre a bacia. Responsável:

Secretaria Executiva do CBH Doce.

- O grupo de trabalho poderá, a partir de debates com os comitês e municípios,

definir formas de mitigar, em curto prazo, os impactos do problema.

- Convidar para o grupo de trabalho: a Defesa Civil Estadual e Nacional, a ANA,

o Ministério Publico Estadual e Federal, a COPASA, a Universidade Federal de

Viçosa, a Universidade Federal e Minas Gerais e a CESAN para compor o grupo

que será coordenado pela Câmara Técnica CTGC do CBH Doce.

- Associado ao programa de monitoramento, desenvolver o programa de

comunicação social e educação ambiental;

- A Câmara Técnica de Capacitação e Informação (CTCI) do CBH Doce ficará

responsável por desenvolver programa de comunicação social e educação

ambiental de forma articulada com o Grupo de Trabalho formado.

- Elaborar, no âmbito do programa de comunicação social e educação

ambiental, ações e medidas que orientem e auxiliem os municípios na

implementação da lei 11.445 (lei Federal de saneamento básico).

Page 23: Relatório pré encontro de educação ambiental

22

DIA 31/08 – MANHÃ (8H30 ÀS 12H30)

Oficina

Diálogos para Escolas Sustentáveis e IV Conferência Infanto-Juvenil pelo

Meio Ambiente. Coordenador: Ricardo Burg Mlynarz, colaborador do

Ministério da Educação. [email protected].

Objetivo: colocar os participantes da Oficina em contato com a proposta de

Escolas Sustentáveis e da IV Conferência Nacional Infanto-Juvenil pelo Meio

Ambiente que vem sendo desenvolvida pelo Ministério da Educação visando

influenciar sua vinculação com estas políticas públicas.

Desenvolvimento da atividade

- A Oficina foi iniciada com a solicitação do facilitador para que todos fechassem

os olhos e se imaginassem em uma escola sustentável. A partir de um momento

inicial de imaginação, o facilitador foi fazendo pergunta aos participantes: O que

você está vendo? Como as pessoas se relacionam? Como é o espaço físico?

Como é a alimentação na escola? entre outras questões.

Page 24: Relatório pré encontro de educação ambiental

23

- Após este primeiro momento, foi aberta a oportunidade para que os

participantes expusessem suas visualizações e dialogassem sobre elas.

- Eu imagino uma escola sustentável... Foram diversas contribuições relevantes

para pensarmos escola sustentável que poderão ser descritas após a

degravação desta parte da Oficina.

- A seguir o coordenador da Oficina apresentou Slides que tratam do conteúdo

das Escolas Sustentáveis e da IV Conferência Nacional Infanto Juvenil pelo

Meio Ambiente (IV CNIJMA).

Ressaltamos alguns itens principais sobre as Escolas Sustentáveis.

- O Ministério da Educação aponta a escola sustentável como uma escola que

mantém uma relação equilibrada com o meio ambiente e compensa seus

impactos com o desenvolvimento de tecnologias apropriadas, de modo a

garantir qualidade de vida para as presentes e futuras gerações. Esses espaços

têm a intencionalidade de educar pelo exemplo e irradiar sua influência para as

comunidades nas quais se situam, sendo que a transição para a

sustentabilidade nas escolas é promovida a partir de três dimensões: espaço

físico, gestão e currículo.

- Em relação à gestão, a estratégia principal é a formação da Comissão de Meio

Ambiente e Qualidade de Vida na escola, a COM-VIDA. A formação de COM-

VIDA é um passo fundamental da para compor uma Escola Sustentável. A

Comissão forma-se como um colegiado protagonizado por estudantes e

composto por professores, pedagogos, serventes, entre outros profissionais da

escola, por pais e integrantes da comunidade, que assumem a tarefa de debater

e buscar respostas para os problemas e para as potencialidades

socioambientais da escola e de seu entorno. Os assuntos são discutidos de

Page 25: Relatório pré encontro de educação ambiental

24

maneira que possam desencadear ações organizadas pela comunidade escolar

no território onde se localizam.

- A formação da Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida da escola

deve buscar integrar a diversidade de atores da comunidade escolar. A gestão

na escola sustentável deve ser pautada pelo diálogo e pela democracia para

construir mecanismos eficientes de tomada de decisão. Seu ponto fundamental

é estabelecer uma prática coletiva que alimenta uma cultura de gestão

participativa, de comunidade, para tratar das mudanças no interior e no entorno

da escola. Sabemos que uma cultura de gestão participativa se constrói com

tempo.

- O currículo, orientado por um Projeto Político Pedagógico, deve valorizar a

diversidade de saberes e estabelecer conexões entre a sala de aula,

normalmente pautada pelos saberes científicos, e o cotidiano das comunidades

com seus saberes populares e tradicionais. Essas conexões devem estar

voltadas para a construção de uma cidadania socioambiental que se

responsabiliza e se engaja na construção da sustentabilidade no país e no

planeta.

- Já o espaço físico está em constante transformação: constrói e recebe

significados simultaneamente. Nesse contexto, o espaço físico é planejado para

possibilitar melhores condições de aprendizagem e convívio social, integrando-

se com a paisagem natural e com o patrimônio cultural, incorporando

tecnologias e materiais adaptados às características de cada região e de cada

bioma. O espaço físico deve ter acessibilidade facilitada e buscar reduzir ao

mínimo seus impactos ambientais.

- Dar significado ao espaço e, especialmente, aos espaços coletivos, públicos, é

tarefa essencial da escola sustentável. O processo de significação e

Page 26: Relatório pré encontro de educação ambiental

transformação do espaço se vincula ao próprio amadurecimento da sociedade

sobre o que é público, sobre sustentabilidade e sobre como constituir escolas

sustentáveis.

Desta forma apresentamos a escola como “incubadora” de mu

realidade social, articulando:

Figura 8 - Dimensões para o processo de Escola Sustentável

- A articulação ou a interação dinâmica destas três dimensões é uma tarefa

permanente da escola sustentável. Por exemplo, caso a escola faça uma

modificação no currículo, essa mudança deve influir ou ser discutida na gestão

participativa e possibilitar intervenções e mudanças no espaço físico. Seja por

qual dimensão – gestão, espaço físico e currículo

para uma escola sustentável, ela

para as outras duas dimensões. Elas devem, portanto, ser trabalhadas e

planejadas em conjunto, em cadeia, para que possam constituir um processo

coerente.

transformação do espaço se vincula ao próprio amadurecimento da sociedade

sobre o que é público, sobre sustentabilidade e sobre como constituir escolas

Desta forma apresentamos a escola como “incubadora” de mu

realidade social, articulando:

Dimensões para o processo de Escola Sustentável

A articulação ou a interação dinâmica destas três dimensões é uma tarefa

permanente da escola sustentável. Por exemplo, caso a escola faça uma

ção no currículo, essa mudança deve influir ou ser discutida na gestão

participativa e possibilitar intervenções e mudanças no espaço físico. Seja por

gestão, espaço físico e currículo – começarmos a mudança

para uma escola sustentável, elas devem acarretar consequentes mudanças

para as outras duas dimensões. Elas devem, portanto, ser trabalhadas e

planejadas em conjunto, em cadeia, para que possam constituir um processo

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transformação do espaço se vincula ao próprio amadurecimento da sociedade

sobre o que é público, sobre sustentabilidade e sobre como constituir escolas

Desta forma apresentamos a escola como “incubadora” de mudanças na

Dimensões para o processo de Escola Sustentável

A articulação ou a interação dinâmica destas três dimensões é uma tarefa

permanente da escola sustentável. Por exemplo, caso a escola faça uma

ção no currículo, essa mudança deve influir ou ser discutida na gestão

participativa e possibilitar intervenções e mudanças no espaço físico. Seja por

começarmos a mudança

s devem acarretar consequentes mudanças

para as outras duas dimensões. Elas devem, portanto, ser trabalhadas e

planejadas em conjunto, em cadeia, para que possam constituir um processo

Page 27: Relatório pré encontro de educação ambiental

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- Neste nosso desafio, o processo é tão importante quanto os resultados visíveis

e mensuráveis e deve ser constantemente qualificado. A percepção de processo

é essencial, pois uma escola sustentável não se constitui da noite para o dia

nem é feita somente com algumas ações. O entendimento e a prática de

sustentabilidade estão em estudo-construção-mudança nas sociedades, e,

portanto, não há um modelo pronto. A própria concepção de sociedades

sustentáveis assenta-se no reconhecimento da diversidade cultural, que pode

aportar diferentes caminhos para a sustentabilidade. Dessa forma, cada região,

cada grupo encontrará seus modelos e seus jeitos de fazer. Compreender e

acolher, portanto, a cultura local, com toda a sua diversidade, é um dos

elementos necessários para definir a identidade da escola sustentável.

- Espera-se construir uma rede de trocas de experiências que possibilitem o

enriquecimento recíproco das escolas engajadas em desenvolver-se como uma

escola sustentável. Esta perspectiva nos abre a possibilidade de

compreendermos com mais profundidade os múltiplos territórios que envolvem o

Brasil. A escola sustentável não é somente uma proposta preventiva para

mitigarmos ou evitarmos futuros problemas das regiões, do planeta. Mas é

também um caminho de construção de sociabilidades solidárias, de relações

criativas e afetivas com o meio ambiente, com a natureza de que somos parte.

Escola sustentável é um caminho com horizonte indefinido, mas instigante, pois

é fruto de um processo coletivo e participativo. É também um caminho que

provoca e convida a um senso de abundância, de alegria, da construção de

novas realidades.

- Estamos no início de um processo. Pretendemos convidar as inúmeras

experiências existentes e que forem desencadeadas, surgindo em todo o Brasil,

Page 28: Relatório pré encontro de educação ambiental

27

para adensar este entendimento e este fazer escola sustentável, nos dando

novas e criativas compreensões, possibilidades e resultados.

Figura 10 – Esquema das dimensões para se construir uma Escola Sustentável

Page 29: Relatório pré encontro de educação ambiental

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Considerações finais da Consultoria

Na apresentação da ANA, sobre a campanha de informação e comunicação

social assim como nos processo de comunicação e educação ambiental, é

necessário refletir-se com bastante ênfase nos motivos, mesmo que indiretos,

que proporcionam a proliferação das Cianobactérias. Motivos estes vinculados a

questões diretas, como esgoto sem tratamento despejado no rio, assoreamento,

erosão etc; mas também vinculados a questões de culturais, de modelo de

desenvolvimento e de gestão pública, tais como, descumprimento do código

florestal, desvalorização da biodiversidade, modelos produtivos insustentáveis,

pensamento de curto prazo, exploração indevida de recursos naturais,

desmobilização social, falta de fiscalização pública entre tantos outros

problemas sociais e econômicos alinhados com os ambientais ecológicos.

No debate sobre Escolas Sustentáveis foi solicitado por alguns participantes que

seja feita uma formação ou uma oficina para gestores, diretores e professores

escolares da Bacia do Rio Doce. A consultoria sugere que seja encaminhada

uma solicitação formal ao Ministério da Educação para viabilizar esta Oficina.

Page 30: Relatório pré encontro de educação ambiental

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Figura 11: foto aérea próxima a Governador Valadares (Franklin de Paula Jr.)

• Observar o assoreamento e a falta de mata ciliar do rio.

Page 31: Relatório pré encontro de educação ambiental

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Figura 12: foto aérea próxima a Governador Valadares (Franklin de Paula Jr.)

Figura 13: foto aérea próxima a Governador Valadares (Franklin de Paula Jr.)

Observar o processo de desertificação da região.