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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS COMPORTAMENTO MECNICO DOS MATERIAIS
RELATRIO DE LABORATRIO DE ENSAIOS MECNICOS: TRAO, COMPRESSO, FLEXO E IMPACTO.
Data da realizao do experimento: 21/10/2013 Data da entrega: 20/11/2013 Discente: Thatiana Cristina P. de Macedo Matrcula: 2013010447 Docente: Wanderson Santana,
Natal, 2013
2
Sumrio
RESUMO ................................................................................................................................... 3
1 Introduo ................................................................................................................................ 3
2 Reviso Bibliogrfica .............................................................................................................. 4
2.1 Ensaio de trao ................................................................................................................... 4
2.2 Ensaio de Flexo .................................................................................................................. 6
2.3 Ensaio de Compresso ......................................................................................................... 7
2.4 Ensaio de Impacto ................................................................................................................ 8
3 Materiais e Mtodos .............................................................................................................. 10
4 Resultados e Discusso ......................................................................................................... 12
4.1 Ensaio de trao ................................................................................................................. 12
4.2 Ensaio de Flexo ................................................................................................................ 16
4.4 Ensaio de Impacto .............................................................................................................. 17
5 Concluses ............................................................................................................................ 18
6 Referncias ............................................................................................................................ 19
3
RESUMO Os ensaios mecnicos so fundamentais para anlise das propriedades dos materiais. Por meio delas, possvel prever se um certo material capaz de suportar os esforos em uma dada aplicao. Dessa forma, para anlise dos diferentes tipos de esforos, existem diversos ensaios, como trao, compresso, flexo, e impacto, por exemplo. Diante do exposto, o presente laboratrio teve por objetivos a realizao de ensaio de trao com diversos materiais; ensaio de compresso com material cermico; ensaio de flexo em trs pontos, em um concreto; alm de ensaios de impacto a diferentes temperaturas para ao e lato. Dessa forma, foi possvel avaliar o comportamento e a fratura das vrias classes dos materiais quando submetidos a diferentes ensaios mecnicos. Palavras-Chave: Ensaios Mecnicos; Metais; Polmeros; Cermicas.
1 Introduo
Na engenharia de materiais, para a determinao de algumas propriedades
so utilizados diversos ensaios, na tentativa de classifica-los conforme suas
propriedades mecnicas, por exemplo. por meio deles que se verifica se os
materiais apresentam as propriedades que os tornaro adequados ao seu uso.
Alguns dos ensaios mecnicos so: dureza, resistncia a trao, tenso,
cisalhamento, entre outros (Centro Paula Souza, 2000).
Segundo Callister (2000), as propriedades mecnicas podem ser necessrias
para o projeto de estruturas/componentes que utilizem materiais predeterminados, a
fim de que no ocorram nveis inaceitveis de deformao e/ou falhas. Ou seja, esse
tipo de ensaio imprescindvel para uma deciso correta sobre qual o melhor
material para uma devida aplicao.
Portanto, considerando que a maior parte dos materiais so dispostos a
aplicaes em que sofrero esforos, o uso de ensaios mecnicos fundamental
para que se possa avaliar a durabilidade e fazer o controle de qualidade dos
produtos. Dessa forma, o presente laboratrio teve por objetivos a realizao de
ensaio de trao com diversos materiais; ensaio de compresso com material
cermico; ensaio de flexo em trs pontos, em um concreto; alm de ensaios de
impacto a diferentes temperaturas para ao e lato. Dessa forma, foi possvel avaliar
o comportamento e a fratura das vrias classes dos materiais quando submetidos a
diferentes ensaios mecnicos.
4
2 Reviso Bibliogrfica
2.1 Ensaio de trao
Os ensaios mecnicos apresentam importncia no s na engenharia dos
materiais, mas nos outros setores nos quais materiais com propriedades mecnicas
diferentes podem ser aplicados, visto que a presena de falhas ou a escolha de um
material indevido, pode trazer problemas extremamente significativos.
Diante disso, necessrio destacar alguns conceitos fundamentais sobre
informaes que podem ser obtidas em ensaios mecnicos, como tenso,
deformao, mdulo de elasticidade, limite de escoamento, limite de resistncia a
trao, entre outros.
Inicialmente, sero destacados o conceitos relativos ao ensaio de trao.
Entretanto, antes de iniciar o esclarecimento desses conceitos, vale ressaltar o
procedimento geral utilizado num ensaio de trao, onde um corpo de prova
submetido a esforo, devido a aplicao de uma carga, o que apresentar como
efeito no material, a tendncia de along-lo ou estic-lo, at que venha a se romper.
Esse ensaio costuma ser realizado em corpos de prova com dimenses
padronizadas, facilitando possveis comparaes com padres. Esse corpo de prova
disposto na mquina que, por meio de garras (uma fixa e outra mvel), aplica
esforos na direo uniaxial, at que haja o rompimento de alguma regio do
material, sendo, dessa forma, um ensaio destrutivo. Essa a forma geral na qual
realizado o ensaio de trao.
Conceituando trao, ela fisicamente descrita como a aplicao de uma
fora que tende a alongar um corpo no sentido oposto ao sistema de foras
aplicadas. Ela responsvel pela tendncia do alongamento de um corpo de prova
de determinado material. Esse tipo de fora base para a existncia da deformao
dos materiais, que ocorre quando h a alterao da forma de um corpo devido a
aplicao de uma tenso, por exemplo.
De forma geral, a deformao associada a fora de tenso classificada
como deformao elstica e deformao plstica. A plstica se caracteriza pela
possibilidade do corpo retornar ao seu estado original quando cessado o efeito da
tenso, ou seja, a fora atuante no foi superior a tenso de elasticidade, a ser
descrita a seguir; j na deformao plstica ocorre uma deformao permanente,
5
sendo o corpo submetido a altas tenses. Essas regies especficas costumam
apresentar uma regio caracterstica nos grficos de tenso deformao, como pode
ser observado na Figura 1:
Figura 1: Grfico Tenso x Deformao com regio elstica e plstica. Fonte: Centro Paula Souza, 2000.
Pelo grfico possvel inferir que a parte que apresenta linearidade
representa a deformao elstica dos materiais, enquanto a regio curvada se
deporta a deformao plstica do mesmo.
O valor da tenso de engenharia () obtido pela expresso =F/A0, onde F
a fora em cada ponto e A0 a rea inicial da seo transversal do corpo de prova
(Padilha, 1997). A denominao tenso de engenharia utilizada quando no se
leva em conta a reduo da seo reta do corpo de prova durante o ensaio,
havendo, dessa forma, a existncia da tenso real (r) que obtida por meio da
equao r =F/A (A - rea da seo reta do corpo de prova em cada instante)
(Padilha, 1997).
De forma geral, a deformao ou elongao definida como a alterao de
tamanho por unidade de comprimento, sendo a deformao de engenharia obtida
por meio da expresso =l/l0=l-l0/l0 (l0 o comprimento inicial do corpo de prova e l
o comprimento do corpo de prova durante o ensaio) (Padilha, 1997). De forma
anloga ao da tenso, a deformao real (r) tambm obtida por uma equao
diferente da deformao de engenharia, ou seja, para calcular essa deformao,
utiliza-se: r=ln (l/lo).
Alm disso, por um grfico de tenso deformao podem ser obtidos os
valores da tenso de escoamento (limite de escoamento), que corresponde a tenso
mxima que um material costuma suportar, entre a deformao elstica e plstica; a
6
tenso de ruptura, que a tenso no momento da fratura; e a tenso mxima que
a mxima tenso suportada, geralmente disposta na regio de deformao plstica.
O Mdulo de elasticidade corresponde a rigidez do material. Ele obtido por
meio da diviso da tenso pela deformao em um ponto da regio linear do grfico,
correspondente a deformao elstica. De forma geral, quanto maior o mdulo de
elasticidade, menor a deformao elstica do material e mais rgido o mesmo.
2.2 Ensaio de Flexo
O ensaio de flexo, especificamente, corresponde ao uso de uma barra
padronizada na qual aplicada uma carga num corpo de prova sustentado em dois
pontos. Conforme o tipo de ensaio, a aplicao da carga pode, ainda, ser realizada
em dois pontos da amostra, diferenciando, assim, o ensaio de flexo de trs pontos
e o de quatro pontos. A Figura 3 a seguir, expe esquematicamente esses dois tipos
de ensaio de flexo:
Figura 3: Ensaio de flexo em trs pontos e em quatro pontos Fonte: Garcia et al, 2008.
Considerando cada uma dessas configuraes, pode-se afirmar que o de trs
pontos assim denominado, pois apresenta trs pontos de aplicao da carga;
enquanto no ensaio de quatro pontos, existem quatro pontos de carga. Para o
presente experimento, foi realizado um ensaio em trs pontos, como ser exposto
nas prximas sesses.
Do ensaio de flexo so obtidos grficos de Tenso x Deflexo, com uma
curva caracterstica que pode ser observada na Figura 4:
7
Figura 4: Curva caracterstica de ensaios de flexo Fonte: Garcia et al, 2008.
Pelo grfico, possvel obter informao da tenso no momento da fratura,
que corresponde a resistncia a flexo, sendo esse um importante parmetro para
caracterizao de materiais. Geralmente o ensaio de flexo empregado a materiais
frgeis, como as cermicas. Dessa forma, so obtidas informaes sobre a tenso
de flexo, o mdulo de ruptura da flexo, mdulo de elasticidade, mdulo de
resilincia e mdulo de tenacidade.
2.3 Ensaio de Compresso
No que diz respeito ao ensaio de compresso, ele corresponde a aplicao de
uma carga uniaxial em um determinado corpo de prova, com resultados
semelhantes os do ensaio de trao (Garcia et al, 2008).
A Figura 5 expe a diferena da curva caracterstica para os ensaios de
trao e flexo, onde possvel observar que, diferentemente do que ocorre no
ensaio de trao, no de compresso h diminuio do comprimento do corpo de
prova, devido as foras compressivas.
8
Figura 5: Curvas caractersticas dos ensaios de trao e compresso. Fonte: Garcia et al, 2008.
Esse tipo de ensaio bastante utilizado com materiais cermicos e,
especificamente, na indstria da construo civil para o controle de qualidade dos
produtos. Em contra partida, ele no costuma ser realizado com metais. Com o
ensaio de compresso so caracterizadas as variadas magnitudes de compresso
das cermicas.
No que diz respeito aos corpos de prova, eles devem ser nivelados nos dois
lados que entraro em contato com o sistema de aplicao de carga, visto que a
diferena de nvel pode acarretar em erros, devido a aplicao maior de um lado que
do outro. Alm disso, no se deve fazer uso de corpos de prova finos e compridos.
2.4 Ensaio de Impacto
O ensaio de impacto utilizado para determinao do comportamento dctil-
frgil dos materiais, que utiliza a queda de um pndulo para obter o impacto desse
sobre um corpo de prova. Conforme Garcia et al. (2008),
o resultado do ensaio representado por uma medida da energia absorvida pelo corpo de prova, no fornecendo indicaes seguras sobre o comportamento de toda uma estrutura em condies de servio. Entretanto, permite a observao de diferenas de comportamento entre materiais, as quais no so observadas em um ensaio de trao.
Em relao a realizao do ensaio de impacto, ele pode ser do tipo Charpy ou
Izod (mtodos mais utilizados comumente). Para os dois ensaios, o corpo de prova
utilizado segue o mesmo padro, sendo geralmente entalhado em V no centro dele,
embora sejam dispostos no equipamento de forma diferente. No primeiro, o corpo de
prova disposto na horizontal, enquanto no Izod, o mesmo colocado no
9
equipamento na horizontal. Para o presente estudo, ser dado nfase ao ensaio
Charpy.
Esquematicamente, o ensaio de impacto Charpy feito utilizando
equipamentos equivalentes ao demonstrado na figura 6:
Figura 6: a) Esquema do equipamento b) Configurao do equipamento utilizado em ensaios de impacto
Fonte: Dalcin, 2007; Garcia et al., 2008
No que diz respeito as configuraes do equipamento para realizao dos
clculos, no ensaio Charpy necessrio a identificao de algumas variveis que
podem ser observadas na figura 6b. Seguindo as variveis expostas nesse
esquema, possvel a determinao da Energia de Impacto (um tipo de energia
potencial), dada pela frmula (Garcia et al., 2008):
Para encontrar o Hq e o hr, necessrio identificar, por meio do ensaio, o
ngulo de queda () e o ngulo de rebote (), alm da altura do pndulo (S) que
corresponde a media do centro do peso a extremidade do pndulo. Com todos
esses dados, o Hq e hr so obtidos por meio das equaes (Garcia et al., 2008):
Calculada a Energia, possvel obter o valor do impacto propriamente dito,
dado pela frmula:
.
Alm disso, ressalta-se que no ensaio de impacto so obtidas curvas de
energia de impacto (J) versus temperatura (C), por meio das quais consegue-se
verificar se o material apresenta ou no transio dctil/frgil. Na figura 7 est
10
disposta uma curva caracterstica dos ensaios de impacto para materiais com
transio dctil frgil.
Figura 7: Curva resposta do ensaios de impacto Fonte: Garcia et al., 2008
Com essas informaes possvel entender o procedimento experimental e
os resultados dispostos nas sesses que seguem.
3 Materiais e Mtodos
Para a realizao dos experimentos de trao, compresso e flexo, fez-se
uso de uma mquina de ensaios da marca Shimadzu AG-X 300kN, acoplada a um
computador que apresenta o programa Trapezium X, responsvel pela anlise dos
dados e gerao dos grficos. A configurao e acessrios utilizados para
realizao dos trs experimentos pode ser visualizada na figura 8
Figura 8: Equipamento utilizado e configurado para os ensaios de trao, flexo e
compresso.
Para esses ensaios, foram utilizados corpos de prova de diferentes materiais
e a diferentes condies, como pode ser observado na tabela 1:
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Tabela 1: Corpos de prova e condies dos ensaios de trao, flexo e compresso.
Trao
Polmero Frgil Temperatura Ambiente sob taxa de
carregamento de 5,0 mm/min Polmero Dctil
Blenda Polimrica
Ao Carbono Recozido Temperatura Ambiente sob taxa de
carregamento de 10,0 mm/min Alumnio Comercial Puro
Lato 70/30
Flexo Concreto Temperatura Ambiente sob taxa de
carregamento de 1,0 mm/min Compresso Argamassa e Concreto
O procedimento teve incio com a medio do dimetro e rea til das
amostras, com uso do paqumetro, cujos valores mdios podem ser observados a
seguir:
Tabela 2: Dimenses das amostras utilizadas nos ensaios
Ensaio Amostra Dimetro
Inicial (mm)
Largura
(mm)
Espessura
(mm)
Comprimento
(mm)
rea Inicial
(m2)
Trao
Polmero Frgil - 13,03 3,3 115,00 0,0000429
Polmero Dctil - 12,9 3,1 115,00 0,0000399
Blenda Polimrica - 13,02 3,15 115,00 0,00004101
Ao Carbono
Recozido
9,05 - - 60,00 0,000064326
Alumnio
Comercial Puro
9,23 - - 60,00 0,00006662
Lato 70/30 9,16 - - 60,00 0,000065899
Flexo Concreto - 40,0 40,0 150,2 0,0016
Compresso Argamassa - 50,18 50,0 50,0 0,002509
Concreto - 40,0 40,0 81,8 0,0016
necessrio destacar que para o ensaio de trao, a distncia entre as
garras estipulado foi de 60mm; para o ensaio de flexo, o espaamento entre apoios
foi de 100mm, com carga inicial de 18,6N; e para o ensaio de compresso, o corpo
de prova de concreto foi o mesmo do ensaio de flexo, sendo necessrio o uso de
base 40x40 para tornar a superfcie plana e aplicar a fora de forma uniforme.
Por fim, para realizao do experimento de impacto, foi feito uso de um
equipamento para teste de impacto Charpy com engate duplo. Alm disso, foram
utilizadas 8 amostras, sendo 4 de ao carbono recozido e 4 de lato 70/30, com
entalhe, em diferentes temperaturas, como pode ser observado na tabela 3:
12
Tabela 3: Amostras e condies para ensaio de impacto Charpy,
Impacto Charpy
Ao Carbono
Recozido 4
01 Corpo de prova nas
temperaturas de ensaio: 100C,
Temperatura Ambiente, 0C, e -
196 C Lato 70-30 4
Ressalta-se que as amostras apresentavam entalhe e as medidas feitas
precedendo o incio do procedimento propriamente dito esto dispostas na tabela 4:
Tabela 4: rea de cada corpo de prova utilizado no ensaio (mdia dos valores).
Amostra Comprimento
(mm)
Largura
(mm)
Espessura no
entalhe (mm)
rea (m2)
Ao Carbono
Recozido
55,3 10,1 8,5 0,39
Lato 70/30 55,3 10,1 8,5 0,381
Ultrapassada essa etapa, deu-se incio ao ensaio, colocando-se cada corpo
de prova no local pr-determinado e subindo o martelo at a posio de incio.
Quando estava tudo conforme necessrio, o martelo foi solto e observado o ngulo
at o qual o brao do martelo seguia, aps quebrar o corpo de prova. Esse
procedimento foi repetido para todas as amostras, sendo obtidos os valores e
resultados dispostos na prxima sesso.
4 Resultados e Discusso
4.1 Ensaio de trao
Com a realizao do experimento de trao, foram obtidos os valores da fora
e do deslocamento (Figura 10 a)) para as amostras de lato, ao recozido e
alumnio, que, por meio da frmula Tenso=fora/rea, pode ser gerado o grfico
referente a tenso deformao de cada um dos materiais utilizados (Figura 10 b)).
13
Figura 10: Resultados do ensaio de trao a) fora deslocamento b) tenso deformao para
os materiais metlicos.
Considerando que o mesmo experimento foi realizado com os polmeros
frgil, dctil e blenda polimrica, os grficos da Figura 11 expem os resultados
obtidos para os referidos materiais.
Figura 11: Resultados do ensaio de trao a) fora deslocamento b) tenso deformao para
os materiais polimricos.
Pela anlise dos grficos, possvel se obter alguns valores, como a fora
mxima, tenso de escoamento, deformao mxima, alm das medies dos
corpos de prova realizados aps a ruptura dos mesmos. Esses valores esto
dispostos na tabela 5.
Tabela 5: Resultados obtidos aps os ensaios e pela anlise dos grficos.
Corpos de
Prova
Compriment
o no instante
da fratura
(mm)
Dimetro/
Espessura
Final (mm)
rea final
da seo
transversal
(m2)
Deformao
Plstica
Final (m/m)
Carga
Mxima
(N)
Carga no instante
de ruptura (N)
Tenso
Mxima
(MPa)
Tenso de
Ruptura
(MPa)
Polmero
frgil 117,8 3,3 4,29x10
-5 2,54 2.603,19 2.603,19 60,68 60,68
Polmero
Dctil 122,6 3,1 4,03x10
-5 1,47 1.317,93 1.317,93 33,03 33,03
a) b)
a) b)
14
Blenda
Polimrica 330,0 1,7 1,61x10
-5 2,99 2.359,91 1.183,31 57,54 21,72
Ao
Carbono
Recozido
116,2 5,55 2,37x10-5
0,20 29.028,61 19.551,09 451,27 309,51
Alumnio
Comercial
Puro
108,3 6,4 3,21x10-5
0,14 18.842,00 12.106,51 282,82 193,37
Lato
70/30 112,4 6,35 3,16x10
-5 0,22 25.840,00 21.442,70 392,11 336,84
necessrio destacar que o comprimento inicial utilizado para os materiais
polimricos foi de 115 mm e para os metlicos de 60 mm. Dessa forma, houve uma
variao de 2,8 mm para o polmero frgil; 7,6 mm para o polmero dctil; 215,0 mm
para a blenda polimrica; 56,2 mm para o ao recozido; 48,3 mm para o alumnio; e
52,4 mm para o lato.
Pela tabela, possvel perceber a diferena em relao a resistncia
mecnica de materiais polimricos quando comparados com os metais, observando-
se que os materiais metlicos analisados chegaram a suportar no mnimo cerca de
300 MPa; enquanto a maior tenso observada para os materiais polimricos foi de
cerca de 60 MPa. Essa diferena pode ser associada ao tipo de ligao qumica
diferente e a variao de cristalinidade desses dois materiais,
Comparando especificamente os materiais metlicos, foi possvel observar
que o ao e o lato suportaram maiores tenses e sofreram maiores deformaes
que o alumnio
Outro parmetro a ser observado nas curvas tenso x deformao o mdulo
de elasticidade que obtido pelo quociente da tenso convencional pela deformao
convencional na regio linear do grfico, Entretanto, por problemas operacionais
durante o ensaio, a regio elstica da curva para o ao carbono no foi registrada e,
dessa forma, a estimativa para esse material no pode ser feita (conforme literatura,
esse tipo de ao apresenta Mdulo de elasticidade de cerca de 200 GPa).
Analisando o mdulo de elasticidade do alumnio e do lato, foram obtidos os
valores: 15,74 GPa; e 18,8 GPa, respectivamente. Conforme a literatura, esses
materiais costumam apresentar valores de mdulo de elasticidade de
aproximadamente 70 GPa e 105 GPa. A diferena entre os valores encontrados e os
tericos podem ser associados a erros experimentais, escorregamentos nas garras
15
(confirmados ao observar o comportamento das curvas) e, at mesmo, a variao do
mdulo de elasticidade em funo da mquina, Dessa forma, tendo em vista os
dados obtidos e utilizado a frmula: 1/Eamostra=1/Emquina+1/Ematerial, foi
possvel estimar o valor do mdulo de elasticidade da mquina, cujos resultados
esto dispostos a seguir:
Tabela 6: Mdulo de elasticidade do material, amostra e da mquina, sendo o ltimo calculado.
Material E material E amosta E mquina
Alumnio 70 GPa 15,74 GPa 20,40
Lato 70/30 105 GPa 18,8 GPa 22,90
Alm dos resultados da curva convencional, foram feitos ajustes por meio das
equaes: r =F/A (A - rea da seo reta do corpo de prova em cada instante) r=ln
(l/lo), para obteno da curva real dos ensaios de trao, que podem ser observadas
conforme figura 12:
Figura 12: Curvas reais dos ensaios para a) metais b) polmeros.
Para obteno do ponto de mximo para as curvas reais dos materiais
metlicos, foi dividida a fora mxima pela rea no instante da ruptura, sendo obtida
a tenso real mxima; e traada uma linha paralela a regio linear da curva (regio
elstica) e determinados os pontos de mxima deformao. No caso dos materiais
polimricos, as curvas s demonstram a tenso real x deformao real at o ponto
de mxima tenso, com os valores ajustados conforme equaes descritas
anteriormente.
a) b)
16
4.2 Ensaio de Flexo
Como descrito anteriormente, o ensaio de flexo em trs pontos foi feito com
concreto, utilizando-se espaamento entre apoios de 100mm e taxa de 1 mm/min.
Os resultados obtidos nesse ensaio esto dispostos nos grficos a seguir:
Figura 14: Resultados do ensaio de flexo a) fora deslocamento b) tenso deformao.
Pelos grficos possvel perceber que a mxima tenso suportada pelo
concreto foi de 1,4 MPa, e a deformao foi de cerca de 0,003, sem a presena de
caractersticas de deformao plstica nesse tipo de material. Isso se d pela alta
fora de ligao entre os tomos nos materiais cermicos, que proporciona um
comportamento frgil para esse tipo de material.
Pela observao durante o experimento, foi possvel perceber que o material
se apresentava extremamente seco e, por isso, provavelmente apresentou menor
resistncia mecnica que o observado costumeiramente.
O ensaio de compresso foi feito com parte do corpo de prova do ensaio de flexo
(concreto), utilizando-se base 40x40 mm, para tornar a aplicao da forma
homognea; e um corpo de prova de argamassa nas dimenses 50x50 mm. Os
resultados obtidos esto dispostos na figura 16:
17
Figura 16: Resultados do ensaio de compresso a) fora deslocamento b) tenso deformao.
Pela figura possvel perceber que a argamassa apresenta maior resistncia
a compresso que o concreto, resistindo a tenses de cerca e 14 MPa, enquanto o
ltimo apresentou mxima tenso correspondente a 11 MPa. Alm disso, os dois
materiais apresentam pequena deformao, sem presena de zona plstica no
grfico obtido.
4.4 Ensaio de Impacto
Os ensaios de impacto foram realizados para dois materiais em 4 diferentes
condies de temperatura: ambiente, 0C (obtida por banho em gua e gelo); 100C
(obtida utilizando gua fervente); e -196 C (obtido por banho dos corpos de prova
em nitrognio lquido). Alm disso, considerando-se a rea aparente inicial igual a
8,5 x 10-5 m2, foram obtidos os resultados do ensaio de impacto sintetizados
conforme tabela 7, abaixo.
Tabela 7: Resultados do ensaio de impacto.
Material Temperatura (C) ngulo Final Energia
Absorvida (J)
Energia Especfica
Absorvida (J/m2)
Ao Carbono
Recozido
100 88 147,09 1,73x106
25 89 144,16 1,69x106
0 93 135,32 1,58x106
-196 158 1,96 0,023x106
Lato 70/30
100 149 12,7 0,149x106
25 148 12,7 0,149x106
0 148 13,7 0,161x106
-196 140 13,7 0,161x106
a) b)
18
A partir da tabela, considerando os dados de energia para cada temperatura,
para os dois materiais em anlise, foi possvel obter a curva exposta na figura 18.
Figura 18: Resultados do ensaio de impacto.
Pela figura, percebe-se que o lato no apresenta transio dctil frgil bem
definida, corroborando com o descrito pela literatura: as ligas de alumnio e de cobre
(lato uma liga de cobre e zinco), permanecem frgeis mesmo com a variao de
temperatura. Por outro lado, o ao baixo carbono com estrutura cbica de corpo
centrado apresenta transio dctil frgil bem definida, ou seja, so dcteis a
elevadas temperaturas e frgeis a baixas temperaturas.
5 Concluses
O ensaios mecnicos so de extrema importncia na engenharia de materiais
e nos outros campos de aplicao devido a necessidade de se testar qual o
comportamento de um material quando disposto a aplicao de foras, podendo-se
prever se o mesmo indicado para determinado uso.
Pelos experimentos foi possvel perceber que os materiais metlicos
apresentam maior resistncia, ou seja, conseguem suportar maiores cargas antes
de romper, comportamento diferente dos materiais polimricos.
No que diz respeito ao ensaio de impacto, foi possvel perceber que a
temperatura influencia diretamente no tipo de fratura do material e que nem todos os
materiais apresentam transio dctil frgil bem definida, como foi observado para o
lato.
Os materiais cermicos costumam ser submetidos a ensaios como de
compresso e flexo, pois nos ensaios de trao, elas no costumam demonstrar
19
regio significativa de deformao plstica, apresentando fratura frgil caracterstica.
Alm disso, os resultados dos ensaios de trao e compresso para esses materiais
apresentam diferenas significativas, visto que as cermicas so relativamente
fracas sob tenso, mas relativamente fortes sob compresso. Isso est associado ao
modelo de trincas de Griffith, que considera que, em qualquer material real, haveria
diversas trincas elpticas na superfcie e/ou interior e, na trao, as falhas de Griffith
so inevitveis; enquanto na compresso a carga tende a fechar as falhas de
Griffith.
Por meio desses experimentos, foi possvel perceber que as diferentes
classes dos materiais apresentam comportamentos distintos e, com base nesses
comportamentos, a escolha do melhor ensaio para obteno de suas propriedades
mecnicas acaba sendo diferenciado.
Portanto, a escolha da tcnica deve levar em considerao qual o material
est sendo analisado e, saber quais as informaes podem ser obtidas por meio dos
resultados de um ensaio de trao e compresso so essenciais para um bom
profissional da rea de engenharia de materiais.
Dessa forma, pode-se concluir que o tipo de ligao presente em cada classe
de material est diretamente relacionada ao comportamento do mesmo quando
exposto aos ensaios mecnicos, refletido de forma significativa nas propriedades
mecnicas dos mesmos.
6 Referncias ASKELAND, Donald R; PHUL, Pradeep Prabhakar. Cincia e Engenharia dos Materiais. So Paulo. Cengage. 2008. CALLISTER JR, W. D. Cincia e engenharia de materiais: uma introduo. Quinta Edio. LTC, 2000. CENTRO PAULA SOUZA. Ensaios tecnolgicos. 2000. Disponvel em: http://www.etepiracicaba.org.br/cursos/apostilas/mecanica/3_ciclo/ensaios_tecnologicos.pdf.Acesso em: 31 abr. 12. GARCIA, A.; SPIM, J. A.; SANTOS, C. A. Ensaios dos materiais. Rio de Janeiro: LTC, 2000. DALCIN, Gabrieli Bortoli. Ensaios dos materiais. 2007. Disponvel em: http://www.urisan.tche.br/~lemm/arquivos/ensaios_mecanicos.pdf. Acesso em: 17 mai. 2012. PADILHA, Angelo Fernando. Materiais de Engenharia: microestrutura e propriedades. So Paulo. Hemus, 1997.