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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-UFBAFACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DO MEDICAMENTODISCIPLINA FARMÁCIA HOSPITALAR- FAR 119
RELATÓRIO DO INVENTÁRIO
Amanda Cunha
Ana Luiza Fernandes
André São Pedro
Angel Puelles
Aurora Navas
Camila Souza
Carla Santos
Carlos Henrique Lisboa
Elismara Santos
Erika Dantas
Gláucia Noblat
Isabel Dielle Pio
Islânia Brandão
Jeciane Franco
Loane Marques
Manuel Florence
Márcio Reis
Marla Rocha
Priscila Azevedo
Severiano Reis
Thaiara Oliveira
Vinicius Barros
SALVADOR2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-UFBAFACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DO MEDICAMENTODISCIPLINA FARMÁCIA HOSPITALAR- FAR 119
RELATÓRIO DO INVENTÁRIO
1
Relatório apresentado como requisito de avaliação parcial da disciplina Farmácia Hospitalar (FAR 119), do curso de Farmácia da UFBA, realizada na Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES).
SALVADOR2009
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Objetivos
3. Planejamento
4. Execução do Inventário
5. Análise dos Resultados
5.1 Curva ABC
6. Considerações Finais
Anexo A
Anexo B
Anexo C
Anexo D
Referências
2
1. Introdução
A administração de materiais tem-se destacado como um ponto crítico, entre
outros, na gestão das unidades de saúde. O setor público, particularmente, vem se
preocupando de forma crescente com a questão da eficiência, resultando em uma
ampla discussão da necessidade de profissionalização das ações das atividades. Na
aquisição de medicamentos, é desejável que estes tenham, antes de tudo, qualidade
(LUIZA; CASTRO; NUNES, 1999).
Os estoques da farmácia hospitalar são caracterizados por ciclos de
demandas e ressuprimentos com flutuações significativas e altos graus de incerteza,
fatores críticos diante da necessidade de manter medicamentos em disponibilidade
na mesma proporção da sua utilização. Estoques significam custos e
medicamentos/materiais são itens que chegam a representar, financeiramente, até
75% do que se consome em um hospital geral (CAVALLINI; BISSON, 2002).
Os estoques de medicamentos das farmácias hospitalares representam
custos significativos e sua gestão tem um papel estratégico, uma vez que os
recursos destinados às organizações de saúde, a nível público ou privado, estão
cada vez mais escassos. Nesse cenário, a administração dos estoques objetivando
a redução dos seus custos adquire importância social permitindo que o capital neles
imobilizado possa ser empregado em outros setores das organizações de saúde.
A elevação de gastos no setor saúde, particularmente, na área da assistência
farmacêutica vem sendo alvo de discussão nos últimos anos e é de se esperar que
medidas administrativas, entre outras, devam ser adotadas para minimizar essa
problemática. A utilização de ferramentas adequadas de gerenciamento de
medicamentos possibilita uma maior eficiência econômica do capital aplicado,
podendo ser uma alternativa na redução de custos em etapas que compõem o ciclo
da assistência farmacêutica. Vale salientar que os medicamentos, de modo geral,
não podem ser adquiridos prontamente, necessitando a formação de estoques nas
unidades de saúde. Desta forma, necessita-se que sejam gerenciados
adequadamente visando contribuir para a melhoria do acesso da população a
3
medicamentos eficazes, seguros e de qualidade (FREITAS; VENÂNCIO; LORA,
2006).
O aparecimento de ferramentas de gestão e sua aplicação na área de
gerenciamento de medicamentos, a exemplo das análises ABC e VEN, tem, por
exemplo, reduzido a necessidade de espaços para estocagem de produtos, evitado
furtos e perda por expiração de validade do fármaco, o desabastecimento, bem
como auxiliado na priorização de medicamentos durante seu processo de aquisição
(FREITAS; VENÂNCIO; LORA, 2006).
Na Central de Abastecimento Farmacêutico do Hospital Universitário
Professor Edgard Santos (HUPES) ocorre regularmente o controle de estoque, o
qual é uma ferramenta útil para obter informações confiáveis sobre o estoque de
medicamentos, para planejar as quantidades que deverão ser compradas e verificar
a segurança do serviço de controle informatizado do estoque. É necessário um bom
conhecimento da movimentação de cada item, bem como a análise destes para que
seja possível fazer um bom planejamento administrativo dos mesmos. Após o
inventário, é traçada uma curva ABC. Esta curva visa a separar os produtos em
grupos com características semelhantes, em função de seus valores e consumos, a
fim de proceder um processo de gestão apropriado a cada grupo (DIAS, 1993).
A curva ABC é um importante instrumento para se examinar estoques,
permitindo a identificação daqueles itens que justificam atenção e tratamento
adequados quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo
espaço de tempo (normalmente seis meses ou um ano), do consumo em valor
monetário, ou quantidade dos itens de estoque, para que eles possam ser
classificados em ordem decrescente de importância (SEBRAE, 2009).
Os itens A da curva correspondem aos de baixo consumo que alcançam até
70-80% dos recursos financeiros; os itens B correspondem aos itens de consumo
intermediário que comprometam 10-30% dos recursos financeiros; e os Itens C
correspondem aos itens de alto consumo que comprometam 3-10% dos recursos
financeiros.
A classificação do consumo em alto, baixo ou intermediário foi obtida ao
organizar os itens em ordem decrescente de modo dependente do
comprometimento financeiro.
2. Objetivo
4
Descrever e avaliar criticamente a realização do inventário parcial dos
medicamentos contidos na Central de Abastecimento Farmacêutico do Complexo
Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos, realizado no dia 15 de Outubro de
2009, realizando uma análise crítica dos resultados.
3. Planejamento do Inventário
O inventário seria realizado pelos alunos da disciplina de Farmácia Hospitalar
(código: FAR-119), constituinte da grade curricular do Curso de Farmácia da
Universidade Federal da Bahia. O procedimento seria executado no dia 15 de
outubro de 2009, na Central de Abastecimento Farmacêutico do Hospital
Universitário Professor Edgard Santos, das 08:00 às 18:00 horas.
Os materiais requisitados para realização de tal atividade são caneta, lápis,
folhas de ofício, grampeador. Os lanches devem ser devidamente alocados para
facilitar e agilizar os intervalos. O planejamento seria repassado com toda a equipe e
durante o processo, caso alguém apresentasse alguma dúvida, esta deve ser
retirada apenas com o mesário para que conversas paralelas sejam evitadas.
Os itens a serem inventariados seriam medicamentos contidos nas estantes
deslizantes dispostos em ordem alfabética (de A a Z), bem como aqueles
pertencentes à sessão de reserva. Seriam excluídos os medicamentos controlados,
os termolábeis, as soluções de grande volume e os inflamáveis. Todas as entradas e
saídas de medicamentos deveriam ser observadas e registradas no relatório final.
Os medicamentos seriam inventariados por unidades de comprimidos,
cápsulas ou ampolas. Cada item seria contado, a priori, duas vezes. Ao final da
primeira contagem o fiscal deveria ser chamado para que pudesse lacrar o primeiro
dado de contagem para a posterior realização da segunda contagem. Ao final desta,
o fiscal deveria verificar se houve concordância e, em caso positivo, entregaria o
papel de contagem ao mesário para que pudessem ser feitas as anotações
necessárias. Caso o mesário identificasse rasuras, erros de descrição e/ou
apresentação seria solicitada a correção. Em caso de divergência entre as
contagens, o mesário informaria aos fiscais para que, assim, eles pudessem
coordenar uma terceira contagem com um contador diferente dos dois primeiros.
Mediante sorteio, os alunos foram subdivididos em três grupos: mesários,
fiscais e a equipe de contagem. O estudante, Vinicius Barros seria o mesário
durante todo o período de execução do inventário, sendo substituído por Marla
Rocha quando houvesse necessidade. Os fiscais seriam os estudantes: Gláucia
5
Noblat, Marla Rocha e André São Pedro. O restante dos estudantes iria compor a
equipe de contagem.
Durante o inventário iam ocorrer dois intervalos: o lanche matutino que seria
dividido em 2 horários, 10:00 e 11:00 horas; e o lanche vespertino que teria 3
horários: 15:00, 15:30 e 16:00 horas. Devido ao fato de alguns executores do
inventário estarem matriculados em outras disciplinas no horário matutino, eles iriam
iniciar a atividade em horário diferenciado. Dessa maneira, eles não participariam do
primeiro intervalo. Foi indicado que os integrantes do inventário trouxessem o lanche
pronto para consumo, de preferência, na copa do Serviço de Farmácia do hospital.
No intervalo matutino, no primeiro horário, sairiam 1 fiscal, o mesário e
metade dos contadores presentes, enquanto que no segundo horário, sairiam 2
fiscais e a segunda metade dos contadores. No intervalo vespertino, em cada
horário sairia 1 fiscal e cerca de um terço dos contadores presentes. O mesário iria
sair no primeiro horário do intervalo vespertino. Essa escala foi programada para
que as contagens não fossem interrompidas. A saída dos alunos para essas pausas
só seria permitida mediante a comunicação ao mesário, a fim de se manter o
controle e o bom desempenho da atividade. A necessidade de ir ao banheiro, sede
ou cansaço deveria ser comunicada da mesma maneira.
Não seriam permitidas conversas paralelas nem uso de aparelho celular, para
não interferir na condução das contagens, bem como das atividades regulares da
CAF. Também seria proibido o consumo de alimentos ou bebidas no setor.
Os materiais necessários para realização do inventário são:
- 03 pranchetas;
- canetas (no mínimo 01 para cada integrante do inventário);
- folhas de ofício ou bloco de anotações;
- 03 grampeadores;
- 01 tesoura;
- calculadoras
- mapa de medicamentos;
- etiquetas com descrição do medicamento;
- mapa de movimentação de entrada e saída de pessoas.
Após a finalização do inventário, seria elaborado um relatório constando
todos os resultados bem como a análise crítica dos mesmos.
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4. Execução do Inventário
Às 07:30 do dia 15 de outubro de 2009, parte da turma já estava presente no
Serviço de Farmácia do HUPES, incluindo os 3 fiscais, o mesário e alguns
contadores. Esse grupo então se reuniu para a revisão das instruções contidas no
planejamento do inventário, sendo conferidos os materiais trazidos, reiterados os
cargos de cada um, os horários de lanche e as recomendações acerca da
manutenção do silêncio durante o inventário e da proibição de consumo de
alimentos e bebidas dentro do setor.
Às 07:54 o Dr. Leonardo Kister forneceu uma lista dos medicamentos que
haviam sido retirados da CAF para a execução do fracionamento e rotulagem (lista
presente no Anexo A) e recomendou a transcrição das contagens dos
medicamentos da sessão de reserva da CAF. Essas quantidades devem ser
somadas à contagem obtida desses medicamentos para não haver registro indevido
de divergências. Dr. Leonardo também nos orientou na confecção de adesivos
contendo um “X” que deveriam ser postos na caixa, ou saco do medicamento que já
houvesse sido contado, conferido pelos fiscais e computado pelo mesário. O “X”
deveria estar posicionado de forma que fosse facilmente identificado. A função de
pôr essa identificação ficou a cargo dos fiscais.
Um pouco antes do início do inventário, a estudante Gláucia Noblat visitou
todos os setores do Serviço de Farmácia e informou sobre a atividade, sua duração
estimada, quem estava coordenando e quem estava participando. As fichas de
contagem foram distribuídas entre as prateleiras de medicamentos e as listas da
reserva transcritas (ver anexo B) pela estudante Ana Luiza Fernandes. Também foi
orientado aos contadores que preenchessem as fichas de contagem com letra de
forma, legível, com o nome do princípio ativo e que a apresentação do medicamento
fosse descrita de acordo com o padrão do hospital, como: comp, (comprimidos),
drag. (drágeas), cap. (cápsulas), bisnaga, FA (frasco-ampola), amp. (ampola), entre
outras.
O inventário se iniciou às 08:10. O mesário, Vinicius Barros, se dirigiu a um
dos computadores da CAF para fazer o lançamento das contagens em uma planilha
do software Microsoft Excel® contendo a lista dos medicamentos a serem
inventariados, concedida pelo Farmacêutico Leonardo Kister. Os contadores foram
distribuídos em duplas como descrito na figura 1.
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Esse esquema de contagem organizava o espaço, já reduzido, evitava a
desordem dos contadores e reduzia as conversas paralelas, tornando o ambiente
mais propício para as contagens. Além disso, essa organização permitia um
recrutamento ágil do terceiro contador que então deveria ser o componente de outra
dupla. As primeiras duplas organizadas foram: Angel Puelles e Aurora Navas; Ana
Luiza Fernandes e Márcio Reis; Thaiara Oliveira e Erika Dantas; Priscila Florêncio e
Elismara Santos. Carla Santos permaneceu sem dupla a princípio.
Os fiscais – Gláucia, Marla e André - eram requisitados para grampear as
fichas de contagem que já continham a 1ª contagem, impedindo que o 2º contador
visualizasse a contagem anterior. Tendo sido a 2ª contagem realizada, a ficha era
transferida pelo fiscal para o mesário que conferia se havia conformidade ou
divergência. Se conformidade, o mesário lançava o dado na planilha e o fiscal
colocava um adesivo “X” na embalagem do medicamento. Se divergência, o mesário
requisitava ao fiscal uma 3ª contagem que elegia um terceiro contador para realizar
a tarefa. O mesário requisitava contagens adicionais até que a conformidade fosse
obtida.
A lista dos medicamentos enviados para fracionamento e a transcrição da
lista dos medicamentos da reserva foram utilizadas pelo mesário no lançamento
cuidadoso das contagens efetuadas no inventário, evitando-se erros no fornecimento
de dados para as tabelas do inventário.
8
Figura 1. Esquema de distribuição das duplas de contagem. Cada dupla ficou responsável por duas colunas de prateleiras, uma coluna de cada estante. Quando um terminava a primeira contagem de todos os medicamentos de sua coluna, iniciava a segunda contagem do companheiro da dupla. Por exemplo, quando o contador realizasse a 1ª contagem das prateleiras 1A a 1D ele iniciava a 2ª contagem de sua dupla, ou seja, das prateleiras 2E a 2H e vice-versa.
Com a chegada do segundo grupo de pessoas às 10:00, novas duplas de
contagem foram formadas: Manuel Florence e Isabel Dielle Pio; Carlos Henrique
Lisboa e Camila Souza; Jeciane Franco e Amanda Cunha; Severiano Filho e Islânia
Brandão. Loane Marques fez dupla com Carla Santos.
Às 10:30 saíram para o lanche uma fiscal – Marla – e quatro contadores –
Angel, Ana Luiza, Thaiara e Priscila. Às 11:00, com o retorno do primeiro grupo,
saíram para lanchar 2 fiscais – André e Gláucia e mais quatro contadores – Aurora,
Erika, Elismara e Carla. Após 30 minutos todos retornaram. O mesário saiu 13:30,
sendo substituído por Marla, retornando às 14:00.
Às 15:00 saíram para lanchar uma fiscal – Marla – e quatro contadores –
Angel, Aurora, Márcio e Erika. Às 15:30, com o retorno do grupo anterior, saíram um
fiscal – André – e seis contadores – Priscila, Elismara, Carla, Manuel, Camila e
Carlos Henrique. Seguindo a ordem de intervalos a cada 30 min., às 16:00, mais um
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fiscal saiu – Gláucia – com outros seis contadores – Isabel, Severiano, Amanda,
Jeciane, Islânia e Loane.
Apenas saídas de medicamentos foram realizadas durante o inventário (lista
desses medicamentos presente anexo C). Nenhuma entrada foi realizada.
Observando a demanda de solução de alguns problemas que surgiram
durante o inventário, algumas alternativas foram criadas:
Como os fiscais muitas vezes encontravam dificuldade de localizar os
medicamentos nas estantes para colocar o adesivo “X”, foi requisitado aos
contadores que registrassem o número da prateleira ao qual o medicamento
pertence em sua respectiva ficha de contagem, facilitando o trabalho.
Algumas vezes algum erro na localização de medicamentos era identificado,
então uma recontagem era necessária. Dessa maneira a ficha de contagem
tinha que ser resgatada. Para facilitar o processo, duas pessoas foram
designadas para separar as fichas de pesagem por ordem alfabética. Essa
função era exercida em ritmo de rodízio entre os contadores.
5. Análise dos resultados
Foram inventariados 325 medicamentos como mostra a tabela 1 pelos
estudantes da disciplina de Farmácia Hospitalar.
Tabela 1. Total de itens inventariados
MEDICAMENTO1 ACETAZOLAMIDA 250 MG2 ACICLOVIR 200 MG3 ACICLOVIR 250 MG4 ACICLOVIR 5% P/P POMADA OFTALMICA 5 ACICLOVIR 50MG/G 10MG CREME6 ACIDO ACETIL SALICILICO 100 MG7 ACIDO ACETIL SALICILICO 500 MG8 ACIDO EPSILON-AMINOCAPROICO FA 4G 20 ML9 ACIDO FOLICO 5 MG
10 ACIDO FOLINICO 15 MG11 ACIDO FOLINICO 50 MG12 ACIDO NALIDIXICO 5%(R) 60 ML13 ACIDO TRANEXAMICO 250MG14 ACIDO TRANEXAMICO IV 5ML15 ACIDO URSODESOXICOLICO 150 MG16 ADENOSINA 3MG/ML 2ML17 AGUA DESTILADA 20ML18 AGUA DESTILADA ESTERIL 10ML19 ALBENDAZOL 10 ML(400 MG)
10
20 ALBENDAZOL 400 MG21 ALBUMINA HUMANA 20% 50 ML(200MG/ML)22 ALOPURINOL 300MG23 AMICACINA,SULFATO (R) 2 ML(250 MG/ML)24 AMICACINA,SULFATO (R) 2 ML(50 MG/ML)25 AMINOFILINA 10ML(24MG/ML)26 AMIODARONA 200 MG27 AMIODARONA 3 ML(50 MG/ML)28 AMOXICILINA 500 MG29 AMOXICILINA 60 ML(250 MG/5 ML)30 AMOXICILINA+AC.CLAVULINICO 500 MG31 AMOXICILINA+AC.CLAVULONICO IV 1 G32 AMOXICILINA+CLAV 75ML (250 MG/5 ML)33 AMPICILINA SODICA 1 G+DIL.34 ANAGRELIDA 0,5MG35 ANLODIPINO 5MG36 ATENOLOL 25 MG37 ATENOLOL 50 MG38 ATORVASTATINA 20 MG (R)39 ATROPINA 1 ML(0,25MG/ML)40 ATROPINA,SULFATO 1% 3 ML41 AZATIOPRINA 50MG42 AZITROMICINA 500MG43 BACLOFENO 10 MG44 BAMIFILINA 300MG45 BEZAFIBRATO RETARD 400 MG46 BICARBONATO DE SODIO 8,4% 10ML47 BISACODIL 5 MG48 BROMOPRIDA 10MG49 BUPIVACAINA 0,5% C/VC 20 ML (1:200.000)50 BUPIVACAINA 0,5% S/VC 20 ML(5MG/ML)51 BUPIVACAINA HIP.0,5% PESADA 4 ML 5 MG/ML52 BUPIVACAINA ISOBARICA 0,5% 4 ML(5MG/ML)53 CALCITRIOL 0,25 MCG54 CAPTOPRIL 12,5 MG55 CAPTOPRIL 25 MG56 CARBACOL 0,01% 2ML57 CARBONATO DE CALCIO 500MG58 CARVEDILOL 6,25MG59 CEFALEXINA 500 MG60 CEFALEXINA 60 ML(250 MG/5 ML)61 CEFALOTINA SODICA NEUTRA 1 G62 CEFAZOLINA SODICA NEUTRA 1 G63 CEFEPIME IV (R) 1 G64 CEFOTAXIMA SODICA 500 MG65 CEFOXITINA 1G66 CEFTAZIDIMA PENTAHIDRATA 1 G67 CEFTRIAXONA SODICA IV (R) 1G68 CEFTRIAXONA SODICA IV 500 MG (R)69 CETOCONAZOL 200 MG70 CETOCONAZOL CRM 30G71 CETOCONAZOL SHAMPOO72 CICLOFOSFAMIDA 1 G73 CICLOFOSFAMIDA 200 MG
11
74 CICLOFOSFAMIDA 50 MG75 CICLOSPORINA (R) 100MG76 CICLOSPORINA (R) 25MG77 CICLOSPORINA(R) 50 ML(100 MG/ML)78 CIPROFLOXACINA (R) 100 ML(200 MG)79 CIPROFLOXACINA (R) 200 ML (400 MG)80 CIPROFLOXACINA 500 MG81 CIPROFLOXACINA, CLORIDRATO 3,5G82 CISPLATINO 50 MG83 CITARABINA 100 MG84 CITARABINA(R) 500 MG85 CLARITROMICINA 500 MG (IV)86 CLARITROMICINA 500MG (VO)87 CLINDAMICINA (R) 600 MG88 CLONIDINA 0,100 MG89 CLONIDINA 0,200 MG90 CLONIDINA 150MCG/ML -1ML91 CLOPIDOGREL 75MG92 CLORANFENICOL+COLAGENASE POM-30G93 CLORETO DE POTASSIO (SOLUCAO 10%) 10ML94 CLORETO DE SODIO (SOLUCAO 0,9%) 10 ML95 CLORETO DE SODIO + BENZALCONIO 30ML96 CLORETO DE SODIO 20 % 10ML (3,42MEQ/ML)97 COLAGENASE 0,6UI/G 30G98 COLCHICINA 0,5 MG99 COLESTIRAMINA 4 G
100 COMPLEXO B (SIMPLES) DRAGEA101 COMPLEXO B 1 ML102 COMPLEXO B 20 ML103 CROMOGLICATO SÓDICO 2% 5ML104 DACARBAZINA 100MG105 DANAZOL 200MG106 DAUNORRUBICINA,CLORIDRATO 20 MG107 DELTAMETRINA 2MG/ML 100ML108 DESMOPRESSINA 2,5 ML(0,1G/ML)109 DEXAMETASONA 4 MG110 DEXAMETASONA 0,1% CRM-10G111 DEXAMETASONA 10 MG (4 MG/ML)112 DEXAMETASONA ELIXIR - 120 ML(0,5MG/5ML)113 DEXAMETASONA; CLORANFENICOL 0,5MG+5MG/G114 DEXAMETASONA+NEOMICINA+POLIMIXINA B 3,5G115 DEXAMETASONA+NEOMICINA+POLIMIXINA B 5ML116 DEXAMETASONA0,1%+TOBRAMICINA0,3% COLIRIO117 DEXCLORFENIRAMINA,MALEATO 100ML(2MG/5ML)118 DEXCLORFENIRAMINA,MALEATO 2 MG119 DICLOFENACO DE SODIO 5ML COLIRIO120 DICLOFENACO DE SODIO POM 3,5G OFTALMICA121 DICLOFENACO SODICO 50 MG122 DICLOFENACO SODICO 75 MG 3ML123 DIFENIDRAMINA CLORIDRATO 50 MG/ML, 1 ML124 DIGOXINA 0,25 MG125 DIGOXINA ELIXIR 60 ML(0,05MG/ML)126 DIMENIDRINATO + VIT.B6 10ML (IV)127 DIMENIDRINATO 50MG + VIT.B6 10MG
12
128 DIMETICONA 10 ML(75MG/ML)129 DIMETICONA 40 MG130 DIPIRONA 10 ML(500 MG/ML)131 DIPIRONA 2 ML(500 MG/ML)132 DIPIRONA 500 MG133 DOBUTAMINA 20 ML(12,5 MG/ML)134 DOMPERIDONA 100ML SOL.ORAL135 DOPAMINA 50 MG136 DOXORRUBICINA,CLORIDRATO 10 MG137 DOXORRUBICINA,CLORIDRATO 50MG138 EFEDRINA, SULFATO 50 MG139 ENALAPRIL 10 MG140 ENOXAPARINA (R) SC 60 MG141 ENOXAPARINA(R) SC 20 MG142 ENOXAPARINA(R) SC 40 MG143 EPINEFRINA 1 ML(1:1000)144 ERITROMICINA 250MG/5ML 60 ML145 ESPIRONOLACTONA 25 MG146 ESPIRONOLACTONA 100 MG147 ETILEFRINA 1 ML(10 MG/ML)148 ETOPOSIDO(R) 100 MG149 ETORICOXIB 90MG150 FEDRILATO FRASCO 10 ML151 FENOTEROL,BROMETO 20ML(5 MG/ML)152 FERRO III POLIMALTOSADO ASSOCIADO 153 FLUCONAZOL 100 MG154 FLUCONAZOL 150MG155 FLUDARABINA, FOSFATO 50MG156 FLUORESCEINA SODICA 1% 3 ML SOL. OFTAL.157 FOSFATO DE SODIO MONO E DIBASICO 130ML158 FUROSEMIDA 2 ML(10 MG/ML)159 FUROSEMIDA 40 MG160 GANCICLOVIR 500 MG161 GENTAMICINA,SULFATO 2 ML(40 MG/ML)162 GLIBENCLAMIDA 5 MG163 GLICOSE 25% 10ML164 GLICOSE 50% 10ML165 GLUCONATO DE CALCIO (SOLUCAO 10%) 10 ML166 HEPARINA SODICA (IV) 5 ML(5.000UI/ML)167 HIALURONIDASE 2000 UTR+DIL.168 HIDRALAZINA 20MG/ML 1ML169 HIDRALAZINA 25 MG170 HIDRALAZINA 50 MG171 HIDROCLOROTIAZIDA 25MG172 HIDROCORTISONA 100 MG173 HIDROCORTISONA 500 MG174 HIDROCORTISONA, 1% 30G (10MG/G) CREME175 HIDROXIUREIA 500 MG176 HIOSCINA 1 ML(20MG/ML)177 HIOSCINA 10 MG178 HIOSCINA 10MG COMPOSTA179 HIOSCINA 20 ML(10MG/ML)180 HIOSCINA COMPOSTA 5ML181 HIOSCINA COMPOSTA GOTAS
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182 HIPROMELOSE 0,5% 10ML(5MG/ML)183 HIPROMELOSE 2% 10 ML184 IBUPROFENO 50MG/ML 15ML GOTAS185 IFOSFAMIDA 1G186 IMIPENEM+CILASTATINA (500MG+500MG)187 IPRATROPIO,BROMETO 20ML(0,25MG/ML)188 ISOSSORBIDA , MONONITRATO 1 ML(10 MG/ML)189 ISOSSORBIDA,DINITRATO 10 MG190 ISOSSORBIDA,DINITRATO SL 5 MG191 ITRACONAZOL 100 MG192 IVERMECTINA 6MG193 LACTULOSE 120 ML(667MG/ML)194 LIDOCAINA 2% C/VC 20 ML(1:200.000)195 LIDOCAINA 2% ISOBÁRICA 5ML196 LIDOCAINA 2% S/VC 20 ML(10 MG/ML)197 LIDOCAINA 2% S/VC 5 ML(20 MG/ML)198 LIDOCAINA GELEIA 2% 30 G199 LIDOCAINA,CLORID 10% S/VC SPRAY 50 ML200 LOMUSTINA 40MG201 LOPERAMIDA 2 MG202 LORATADINA 10MG203 LORATADINA 1MG/ML 100ML 204 LOSARTAN(R) 50 MG205 MEBENDAZOL 100 MG206 MEBENDAZOL 30 ML(20 MG/ML)207 MEDROXIPROGESTERONA 50MG/ML 1ML208 MEGLUMINA, ANTIMONIATO 5ML (300MG/ML)209 MERCAPTOPURINA 50 MG210 MESALAZINA 400 MG211 MESNA 400 MG212 METFORMINA 850MG213 METIL CELULOSE 2%(PM) 10 ML214 METILDOPA 250 MG215 METILPREDNISOLONA 125 MG216 METILPREDNISOLONA 500 MG217 METOCLOPRAMIDA 10 MG218 METOCLOPRAMIDA 10 ML(4MG/ML)219 METOCLOPRAMIDA 2 ML(5MG/ML)220 METOPROLOL 5 ML(1 MG/ML)221 METOTREXATO 2,5 MG222 METOTREXATO 50 MG223 METOTREXATO 500 MG224 METRONIDAZOL 250 MG225 METRONIDAZOL 5% 100 ML SOL. INJETAVEL226 METRONIDAZOL GEL/VG-50G227 METRONIDAZOL SUSP. ORAL 200MG/5ML228 MICOFENOLATO, MOFETIL 500MG229 MINOXIDIL 10 MG230 MITOMICINA 5 MG231 MITOXANTRONA,CLORIDRATO 20 MG232 MONOETANOLAMINA,OLEATO 2 ML(100 MG/ML)233 MUPIROCINA 2% CREME 15G234 N-ACETILCISTEINA 600 MG235 NAFAZOLINA SOLUÇÃO NASAL
14
236 NEOSTIGMINA 1 ML(0,5 MG)237 NISTATINA 100.000UI/ML 50ML SOLUÇÃO ORAL238 NISTATINA 60 G(100.000UI/4 G)239 NITROFURANTOINA, 5MG/ML240 NITROGLICERINA 5MG/ML - 10 ML241 NITROPRUSSIATO DE SODIO 2 ML(25G/ML)242 NOREPINEFRINA(R) 4 ML(1 MG/ML)243 NORFLOXACINA 400 MG244 OFLOXACINO 400MG245 OLEO MINERAL PURO246 OMEPRAZOL 20MG247 OMEPRAZOL(R) 40MG248 ONDANSETRON 4MG/2ML249 ONDASETRONA 8MG/4ML250 OXACILINA 500 MG+DIL.251 PAMIDRONATO DISSODICO 60 MG252 PAMIDRONATO DISSODICO 90 MG253 PARACETAMOL 15 ML(200 MG/ML)254 PARACETAMOL 750 MG255 PENICILINA BENZATINA 1.200.000 UI256 PENICILINA BENZATINA 600.000 UI257 PENICILINA G POTASSICA 1.000.000UI258 PENICILINA G POTASSICA 5.000.000U259 PENICILINA PROC+ POTASICA 300+100UI.260 PENTOXIFILINA 20MG/ML 5ML IV261 PENTOXIFILINA 400MG262 PERFLUOROCTANO263 PILOCARPINA,CLORIDRATO 2% 10ML264 PILOCARPINA,CLORIDRATO 4% 10ML265 PIPERACILINA+ TAZOBACTAM 4,5 G266 PIRIMETAMINA 25 MG267 POLICRESULENO + CINCHOCAINA 3G268 POLICRESULENO 12ML GOTAS 269 POLICRESULENO 18MG/G CRMVG270 POLIESTIRENOSULFONATO DE CALCIO 30 G271 POLIVITAMINAS GOTAS272 POLIVITAMINICO+POLIMINERAL DE A A ZINCO`273 PREDNISOLONA 3MG/ML 100ML SOL. ORAL274 PREDNISOLONA, ACETATO 1% FR / CGT 5ML275 PREDNISONA 5 MG276 PREDNISONA 20 MG277 PROMETAZINA,CLORIDRATO 2 ML(25MG/ML)278 PROMETAZINA,CLORIDRATO 25 MG279 PROPAFENONA 3,5MG/ML 20ML280 PROPRANOLOL 10 MG281 PROPRANOLOL 40 MG282 PROTAMINA 5 ML283 RANITIDINA (15MG/ML) 120ML284 RANITIDINA 150 MG285 RANITIDINA 2 ML(25MG/ML)286 RE-HIDRATANTE ORAL287 ROPIVACAÍNA 7,5MG/ML 20ML288 SACCHAROMYCES BOULARDI - 17 200MG289 SALBUTAMOL,SULFATO 1 ML(0,5MG)
15
290 SALBUTAMOL,SULFATO 120 ML(2MG/5ML)291 SALBUTAMOL,SULFATO SPRAY 100MCG/DOSE292 SECNIDAZOL 1G293 SINVASTATINA 20MG294 SINVASTATINA 40MG295 SULFADIAZINA 500 MG296 SULFADIAZINA DE PRATA 1% 50G297 SULFAMETOXAZOL+TRIMET (400 MG+80 MG)298 SULFAMETOXAZOL+TRIMET 5 ML 400 MG+80 MG299 SULFAMETOXAZOL+TRIMET 50 ML 200 MG+40 MG300 SULFASSALAZINA 500 MG301 SULFATO DE MAGNESIO(SOLUCAO 50%) 10ML302 SULFATO FERROSO 40MG FERRO ELEMENTAR303 SULFATO FERROSO SOLUCAO ORAL304 TACROLIMUS 5MG305 TIABENDAZOL 5% 60 ML306 TIAMINA 300 MG307 TIMOLOL,MALEATO 0,5% 5 ML308 TIOGUANINA 40 MG309 TIROXINA(L-TIROXINA-T4) 100 MCG310 TIROXINA(L-TIROXINA-T4) 25 MCG311 TOBRAMICINA 3,5G312 TOBRAMICINA SOL.OFTALMICA 0,3%313 TRIANCINOLONA 20MG/ML 5ML314 TROPICAMIDA 1% 5 ML315 VANCOMICINA(R) 500 MG316 VARFARINA SODICA 5MG317 VASELINA ESTERIL POM 30G318 VERAPAMIL 2 ML(2,5 MG/ML)319 VITAMINA A 300.000 UI320 VITAMINA A+D SOL ORAL 15ML321 VITAMINA B12 5000UI ASSOCIADA COM322 VITAMINA B6 300MG323 VITAMINA C 5 ML(500 MG)324 VITAMINA K MISCELAS MISTAS 10 MG325 VITAMINA K1(FITOMENADIONA) 1 ML(10MG)
Foram realizadas, no mínimo, duas contagens de cada medicamento, sendo
que para 82 medicamentos foi realizada mais de duas contagens, correspondendo a
25% do total (ver figura 2). Os medicamentos que mais demandaram recontagem
eram aqueles que possuíam grande número de caixas. O fato de caixas abertas
estarem misturadas com as fechadas gerou grande confusão entre os contadores.
Dois exemplos desse ocorrido foram as pomadas de colagenase 0,6UI/g e da
associação colagenase + cloranfenicol, que exigiram até sete contagens.
16
Figura 2. Frequência de contagem dos medicamentos inventariados (valor absoluto: porcentagem)
As possíveis causas das divergências entre a primeira e a segunda contagem
traçadas pela equipe foram:
Caixas aparentemente fechadas, levando os contadores a inferirem que as
mesmas estavam completas. Em muitos casos, as caixas abertas que
deveriam estar à frente, estavam ao fundo da prateleira juntamente com as
caixas lacradas.
Localização do mesmo medicamento em prateleiras diferentes, que pode ser
conseqüência da organização dos próprios funcionários, bem como da
desorganização do inventário realizado anteriormente ao nosso. Em alguns
casos cartelas de comprimidos eram encontrados em outros boxes de
medicamentos;
Equipe de contagem relativamente grande (22 pessoas), tornando o ambiente
mais apertado, contribuindo para aumentar o calor e possibilitando a
ocorrência de conversas paralelas;
Presença de outros profissionais na CAF, realizando suas atividades
corriqueiras levando, algumas vezes, à interrupção das contagens para
abertura das estantes deslizantes;
A própria estrutura da CAF, que possui espaço apertado e com pouca
iluminação;
O cansaço dos contadores, talvez por conta da falta de adequação do tempo
e intervalos para lanches;
17
Conformidades e Divergências
149; 46%
176; 54%
Conformidade
Divergências
Ausência de familiaridade com o setor e inexperiência na atividade de boa
parte da turma.
Além disso, ocorreu por duas vezes falta de energia elétrica, o que veio a
atrapalhar ainda mais as atividades de contagem, principalmente as do mesário, que
dependia da mesma para registrar no computador os medicamentos que haviam
sido contados.
Comparando o resultado da contagem do estoque física com o virtual
(sistema Smart), observou-se que dentre os 325 itens inventariados, a maioria, 176,
apresentou divergências, como mostra a figura 3.
Figura 3. Gráfico de conformidades e divergências do estoque físico com o virtual (valor absoluto; porcentagem).
Dentre as divergências, 114 foram positivas (quantidade física maior
comparada ao sistema), equivalendo a 65% e, 62 foram negativas (quantidade
física menor comparada ao sistema), equivalendo a 35% (figura 4). Nesse universo,
os itens com divergências mais expressivas foram o cloreto de potássio (solução a
10%) e o metoprolol (ampola de 1mg/mL) com divergências positivas de 100 e 99
unidades respectivamente.
Figura 4. Gráfico de divergências encontradas no inventário (valor absoluto; porcentagem).
18
As divergências representam um importante obstáculo no controle efetivo do
estoque de qualquer material, constituindo a causa de gastos desnecessários, ou
seja, gerando prejuízo financeiro à instituição. Contudo, em se tratando do controle
de estoque de medicamentos em hospitais, o prejuízo não é apenas financeiro, pois
essas divergências podem ser um dos componentes que contribuem para o não
fornecimento de medicamentos aos pacientes, gerando possíveis agravos. Em se
tratando de um hospital público, esse fator tem uma representação crítica ainda
maior, devido ao fato dos meios ordinários de aquisição de medicamentos serem
morosos e burocráticos e da verba disponível ser limitada. Os meios extraordinários
se configuram em opções em casos de urgência, mas dependendo da situação, não
são rápidos o suficiente.
Infelizmente, foram fornecidos os valores unitários de apenas 270
medicamentos dos 325 inventariados (anexo D). Dessa forma a análise financeira
das divergências foi realizada com os dados dos medicamentos cujo valor unitário
foi informado (tabela 2).
Tabela 2. Avaliação financeira das divergências constatadas no inventário
Quantidade de
medicamentos cujo valor
unitário foi fornecido
Valor total das
divergências
Porcentagem do valor total dos 270*
medicamentos inventariados (R$
1.522.162,23)
Divergência positiva 94 R$ 7.583,66 0,50%
Divergência negativa 48 R$ 4.213,69 0,28%
*Quantidade de medicamentos cujo valor unitário foi fornecido pelo setor.
Ao analisar o valor monetário das divergências, observa-se que a avaliação
por porcentagem do valor total gasto com medicamentos não oferece uma dimensão
tão concreta da perda financeira com as divergências. Os dados da tabela 2
demonstram que cerca de R$ 7.000,00 podem ser gastos desnecessariamente pelo
fato de julgar que há menos medicamento no estoque físico do que a realidade. Uma
quantia de cerca de R$ 4.000,00 poderia não ser devidamente investida por haver o
desconhecimento de que alguns medicamentos apresentam menor quantidade do
que aquela indicada. Essas perdas não podem passar despercebidas, pois os
maiores prejudicados são os pacientes, revelando assim, o quão essencial é o
serviço de controle de estoque de medicamentos em um hospital.
19
Para as divergências encontradas entre a contagem física e o sistema,
podem-se sugerir as seguintes causas:
Erros de movimentos, como liberação de medicamentos para outras
unidades, sem as baixas devidas no sistema (SMART).
Extravios, perdas por vencimento do prazo de validade ou desvio de
qualidade que não foram retirados do estoque virtual;
Entrada de medicamentos sem ter efetuado baixa das notas fiscais.
Erros de lançamento, como troca dos nomes dos medicamentos no momento
do lançamento.
Analisando a distribuição dos medicamentos inventariados de acordo com a
forma farmacêutica, mostrada na figura 5, tem-se que comprimidos, ampolas e
frascos são as que mais estão presentes no CAF do Complexo HUPES, com
respectivamente 27%, 21% e 20% do total de medicamentos. As formas
farmacêuticas de menor freqüência são os envelopes e seringas.
27%
21%
20%
6%5% 2% 1% 1%
17%
Comprimido
Ampola
F ras co
F ras co-Ampola
B is naga
C áps ula
Drágea
E nvelope
S eringa
Formas Farmacêuticas Inventariadas
Figura 5. Gráfico das formas farmacêuticas dos medicamentos inventariados
5.1. Curva ABC
20
A análise ABC (ou curva 80-20) é uma ferramenta de gestão que permite
identificar quais os itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à
sua importância relativa.
A aplicação da análise ABC aos medicamentos possibilita, mais facilmente, a
observação de fármacos responsáveis pelos maiores custos para o sistema de
saúde. Isto pode ser útil para o desencadeamento de medidas de gerenciamento
mais adequadas objetivando a otimização dos recursos. No processo de seleção de
medicamentos uma revisão dos produtos da classe A pode evidenciar itens de
grande consumo de recursos financeiros. A análise pode permitir, caso existam, a
substituição por alternativas mais baratas no mercado sem, no entanto, deixar de se
considerar a qualidade dos medicamentos a serem adquiridos.
Em relação à aquisição, a análise ABC pode ser útil nas seguintes atividades: a)
determinação da freqüência de aquisição; b) procura por fontes mais baratas para
itens A; c) monitoramento das aquisições considerando as prioridades do sistema de
saúde. A análise ABC pode afetar a distribuição e o inventário nos seguintes
aspectos: i) monitoramento do tempo de armazenamento e validade; ii)
programação de entregas; e iii) contagem de estoque.
A análise ABC pode ser aplicada ao consumo anual dos produtos ou ao
consumo durante um determinado período de tempo, entretanto a metodologia
básica é a mesma.
Passo 1 – Listar todos os itens consumidos e entrar com seus custos
unitários. Neste ponto, o método de se estabelecer o valor unitário deve ser o
custo médio ponderado, que foi determinado para ser usado pelos órgãos
públicos pela lei 4.320/69 em seu artigo 106.
Passo 2 – Entrar com as quantidades consumidas. Para que se possa ter um
valor de consumo o mais próximo do real deve-se levar em consideração os
períodos de desabastecimento, ajustando os valores de consumo como se
não houvessem ocorrido faltas.
Passo 3 – Calcular os valores de consumo multiplicando-se os custos
unitários pelos valores de consumo do período estabelecido.
Passo 4 – Calcular o percentual representativo de cada item em relação ao
valor total de todos os itens.
Passo 5 – Rearranjo da lista em ordem decrescente de valores.
Passo 6 – Calcular o percentual acumulado do valor total de cada item.
21
C UR VA AB C
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 50 100 150 200 250
Qua ntida de de Medic a mentos
% V
alo
r A
cum
ula
do C
B
A
Passo 7 – Estabelecer os pontos de separação dos itens A, B e C.
Passo 8 – Apresentação gráfica dos resultados. (FREITAS; VENÂNCIO;
LORA, 2006).
A curva ABC foi construída do inventário da CAF do HUPES baseada nos
valores unitários e nas quantidades dos medicamentos inventariados (ver anexo 04).
A curva representada na figura 6 indica que 26 itens estão na classificação A, 44
itens na classificação B e 254 itens na classificação C.
Figura 6. Curva ABC
Tabela 3. Análise da Curva ABCClassificação % Valor Total de Estoque
(Valor Acumulado)% Itens
A 79,67865094 8 (aproximadamente)B 15,44498578 14 (aproximadamente)C 4,87636328 78 (aproximadamente)
A partir da análise do quadro acima, verifica-se que os medicamentos
contidos no grupo A correspondem a aproximadamente 8% dos itens do estoque,
com um gasto correspondente em torno de 79%. Já o grupo B contempla 14% dos
medicamentos do estoque e tem um gasto em torno de 15%. O grupo C apresentou
22
a maioria dos medicamentos, totalizando 78%, com um equivalente de gastos de
quase 5%.
Com base nesses dados, verifica-se que os medicamentos do grupo A
agregam um grande valor de consumo, assim, é necessário extremo cuidado na
utilização desses medicamentos, pois a mínima perda pode ter um grande impacto
financeiro. O grupo C por outro lado contempla um grande número de medicamentos
com baixo valor agregado. Embora esse valor agregado seja menor, não significa
que esses medicamentos sejam menos importantes. Eles são tão importantes
quanto os demais, mas a conduta na sua utilização não precisa ser necessariamente
tão rígida quanto a do grupo A. O grupo B situa-se em uma faixa intermediária de
valor agregado entre os grupos A e C, apresentando necessidade de conduta no seu
uso que contemple aspectos do grupo A mas também aspectos do grupo B.
6. Considerações Finais
Os objetivos de uma CAF estão representados nos seguintes itens: ter o
material certo, na quantidade certa, na hora certa, no lugar certo, na especificação
certa e ao custo e preço econômicos.
As rotinas internas serão desenvolvidas de forma participativa com toda a
equipe de colaboradores da CAF visando o envolvimento de todos e assim o
compromisso de cumpri-las já que foram propostas geradas por eles próprios.
A construção destas ferramentas contribuirá para o gerenciamento da CAF e
de maneira a envolver todos seus colaboradores fazendo com que todos sejam
parte integrante das soluções e não conjunto de pessoas individualistas que nunca
querem edificar a qualidade e eficiência de um serviço.
Estas rotinas serão avaliadas e modificadas conforme a necessidade do
serviço. Assim, dessa forma, essas rotinas têm o objetivo de otimizar os custos,
diminuir os prejuízos e manter o estoque numa faixa mínima de flutuação, para que
dessa forma não ocorram danos ao tratamento dos pacientes.
Outra importante função do inventário realizado de maneira eficaz é identificar
as possíveis causas das divergências. Sabendo-se que tal atividade, realizada na
CAF no HUPES obteve uma proporção desses desvios de 54,15%, percebe-se a
importância de se promover a melhoria do serviço e conseqüentemente evitar gastos
23
desnecessários. Esses gastos, estimados em R$ 11.000 (entre divergências
positivas e negativas), vem alertar o quanto isso pode vir a interferir no
funcionamento da CAF.
Nesse cenário, a administração dos estoques objetivando a redução dos seus
custos, adquire importância tanto no âmbito financeiro, de gestão e na promoção de
saúde dos pacientes.
A atividade do inventário, embora cansativa, é de grande importância para os
alunos. Ela fornece um grande aprendizado, pois põe em prática os conhecimentos
vistos em sala de aula. Ao realizar o inventário, os alunos se deparam com uma
série de problemas vividos rotineiramente pelo setor de farmácia e não com a
situação “ideal” exposta nos livros. Contar os medicamentos é trabalhoso, mas é
fundamental para conferir se os dados informatizados são fidedignos ao estoque
real. A noção da dimensão física do estoque é fundamental para o planejamento da
aquisição de medicamentos. Quando o inventário de medicamentos não é realizado
adequadamente, é possível a ocorrência de falta ou excesso desnecessário de
medicamentos no setor, bem como perdas decorrentes do vencimento dos
medicamentos estocados.
A execução do inventário foi positiva. Os alunos se organizaram e mostraram-
se prestativos. A participação e a colaboração de todos contribuíram para o
desenvolvimento da atividade em tempo hábil e para a construção desse relatório
que é o produto final do empenho da turma.
24
ANEXO A
Lista dos medicamentos retirados da CAF para fracionamento
25
ANEXO B
Transcrição da lista com contagem dos medicamentos da seção da reserva
Medicamento Apresentação QuantidadePiper+Tazob 4g - 150Dopamina AMP 350Lactolose FR 160Fosfato de sódio FR 60Clindamicina 600mg AMP 1450Amox + Ác. Clavula FA 150Metoclopramida AMP 70Claritromicina FA 300Dipirona 500mg COM 9500Suxametônio FA 150Cefazolina FA 600Norepinefrina AMP 1280Cetoconazol CRM BIS 200Proctyl ® BIS 710Albendazol susp. FR 600Furosemida AMP 6000Dexclorfleniramina FR 50Albendazol susp. FR 350Ac. Trenexâmico AMP 990Dopamina AMP 200Metoclopramida AMP 6200Cefalexina FR 100Nitroprussiato FA 88Metilprednisolona 500mg FA 300Enoxaparina 20mg SER 1600Enoxaparina 60mg SER 540Bupivacaína 0,5 S/V FR 20mL 378Fosfoenema 120mL FR 24Bicarbonato 8,4% FR 150Enoxaparina 40mg SER 2150Enoxaparina 20mg SER 1350Dimeticona GTS FR 1600Salbutamol XRP FR 60Hioscina comp. AMP 400Óleo Mineral FR 250Oxacilina FA 5850Amoxacilina FR 250Etilefrina AMP 600Gelatina fluida FR 350Ceftriaxona FA 1200Omeprazol 40mg FA 2850Metronidazol susp FR 400Dipirona 500mg AMP 13882Manitol FR 355Lidocaína 2% S/VC 20 FA 1380Gelafundim FR 240Imipenem BOL 190Lidocaína 2% S/VC 20 FA 1000
26
Re-hidratante ENV 1500Cefalotina 1g FR 500Benzilpenicilina 1000 - 500Bupivacaína 0,5 S/V FR 1404Ciproflox 200 FR 74Ciproflox 400 BOL 837Imipenem BOL 420Nistatina pom BIS 400Glicina 3000mL BOL 47Fluconazol GV BOL 900Imipenem BOL 190Metronidazol FR 546
ANEXO C
27
Controle de saídas de medicamentos durante o inventário
Medicamento Quantidade Horário
Domperidona susp. 100mL FR 1 08:13Cefazolina 1g AMP 50 08:34Ondansentrona 2mg/mL AMP 50 08:38Neostigmina 0,5mg/Ml AMP 50 08:38Lidocaína 2% 5mL AMP 20 09:58Fluconazol 150mg COM 30 13:40Lidocaína 2% 5mL AMP 20 -Heparina sódica 5mL FR 10 -Lidocaína geléia 3 15:05Lidocaína spray 1 15:05Heparina sódica 5mL FR 50 -Glicose 50% 10mL 50 -Lidocaína gel 3 -
ANEXO D
28
Dados da Curva ABC
A PARTIR DESSA PÁGINA COLOCA A TABELA COM OS DADOS DA CURVA ABC, QUE É O ANEXO 04. NÃO COLOQUEI AQUI PORQUE ESSA TABELA TEM QUE SER IMPRESSA
SEPARADA, POIS TEM QUE FICAR EM TAMANHO PAISAGEM E ENTÃO É ANEXADA AQUI! A TABELA ENCONTRA-SE NO E-MAIL
NO FORMATO EXCEL JÁ QUE NO WORD NÃO DEU, PORTANTO, DEVERÁ SER IMPRESSA
PELO EXCEL MESMO COMO PAISAGEM.
REFERÊNCIAS
29
CAVALLINI, M. E.; BISSON, M. P. Farmácia hospitalar: um enfoque em sistemas de saúde. Barueri: Manole, 2002.
DIAS, M. A. P. Administração de materiais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
FREITAS, S. R. de; VENÂNCIO, R. S. F.; LORA, R. S. Gestão de medicamentos na secretaria de estado de saúde do Distrito Federal por meio das análises ABC e VEN: um projeto de Intervenção. Universidade de Brasília: Brasília, 2006.
LUIZA, V. L.; OSORIO-DE-CASTRO, C. G. S.; NUNES, J. M. Aquisição de medicamentos no setor público: o binômio qualidade – custo. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 15, n. 4, p.769-776, 1999.
SEBRAE. O que é curva ABC? 2009. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br /faq/marketing/planejamento_orcamentario_controles/curva_abc>. Acesso em: 19 out. 2009.
30