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Relatório
Agrupamento de Escolas
de Massamá
SINTRA
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Sul
2016 2017
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
CONSTITUIÇÃO DO AGRUPAMENTO
Jardins de Infância e Escolas EPE 1.º CEB 2.º CEB 3.º CEB SEC
Escola Secundária Stuart Carvalhais, Massamá,
Sintra • •
Escola Básica Professor Egas Moniz, Massamá, Sintra • •
Escola Básica de Xutaria, Belas, Sintra • •
Escola Básica do Casal da Barôta, Belas, Sintra • •
Escola Básica n.º 2 de Massamá, Sintra • •
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa do Agrupamento de Escolas de
Massamá – Sintra, realizada pela equipa de
avaliação, na sequência da visita efetuada entre
21 e 24 de novembro de 2016. As conclusões
decorrem da análise dos documentos
fundamentais do Agrupamento, em especial da
sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso
académico dos alunos, das respostas aos
questionários de satisfação da comunidade e da
realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para o
Agrupamento, constituindo este documento um
instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao
identificar pontos fortes e áreas de melhoria,
este relatório oferece elementos para a
construção ou o aperfeiçoamento de planos de
ação para a melhoria e de desenvolvimento de
cada escola, em articulação com a administração
educativa e com a comunidade em que se insere.
A equipa de avaliação externa visitou a escola-
-sede do Agrupamento e os restantes estabelecimentos de educação e ensino que o constituem.
A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização do Agrupamento, bem como a colaboração
demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório do Agrupamento e o contraditório apresentados no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 estão disponíveis na página da IGEC.
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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2 – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO
Localizado no concelho de Sintra, o Agrupamento de Escolas de Massamá integra cinco
estabelecimentos de educação e ensino que se situam na União de Freguesias de Massamá e Monte
Abraão e na de Queluz e Belas. Teve origem em 2012-2013, em resultado da agregação da Escola
Secundária Stuart Carvalhais, escola-sede, com o anterior Agrupamento de Escolas Professor Egas
Moniz e com as escolas básicas do Casal da Barôta e de Xutaria. Estas últimas integravam, à época, o
Agrupamento de Escolas D. Pedro IV, após terem constituído, durante seis anos, o Agrupamento de
Escolas do Casal da Barôta, o qual foi avaliado em novembro de 2009, no âmbito do primeiro ciclo de
avaliação externa das escolas. As duas primeiras unidades orgânicas foram também avaliadas,
respetivamente em fevereiro de 2008, e em janeiro de 2011.
No presente ano letivo, a população escolar totaliza 2969 crianças e alunos: 125 na educação pré-escolar
(cinco grupos); 764 no 1.º ciclo do ensino básico (32 turmas); 429 no 2.º ciclo (16 turmas), 822 no 3.º ciclo
(30 turmas) e 829 nos cursos científico-humanísticos do ensino secundário (30 turmas).
Apenas 5% dos alunos são oriundos de outros países, maioritariamente de expressão portuguesa (Guiné-
Bissau, Brasil, Angola e Cabo Verde). No que concerne à ação social escolar, 82% não beneficiam de
auxílios económicos. Quanto às tecnologias de informação e comunicação, a grande maioria possui
computador e ligação à internet (94% dos alunos do ensino básico e 97% dos do ensino secundário).
Os dados respeitantes às habilitações académicas dos pais e das mães dos alunos que frequentam o
ensino básico revelam que 27% têm formação superior e 34% de nível secundário, valores que sobem
para 32% e 37%, respetivamente, quando se trata do ensino secundário. Quanto à sua ocupação
profissional, exercem atividades de nível superior e intermédio 35% dos encarregados de educação no
básico e 45% no secundário.
Dos 214 docentes que desempenham funções no Agrupamento, apenas 8% são contratados, o que revela
uma estabilidade profissional significativa. Quanto ao pessoal não docente, é constituído por 70
assistentes operacionais, 12 assistentes técnicos e duas psicólogas, uma a tempo inteiro e outra a tempo
parcial.
De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,
relativos ao ano letivo de 2014-2015, o Agrupamento, quando comparado com as outras escolas públicas,
apresenta valores das variáveis de contexto que o colocam entre os mais favorecidos, com destaque para
a percentagem de alunos que não beneficiam de auxílios económicos no âmbito da ação social escolar, a
média do número de anos da habilitação dos pais e das mães e a percentagem de docentes do quadro.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
Na educação pré-escolar, a reflexão em torno dos progressos das crianças tem contribuído para
fundamentar as decisões sobre as práticas e para reorientar a ação educativa, por forma a dar resposta
às necessidades de cada uma e do grupo.
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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Os resultados dos alunos são analisados ao nível dos diferentes órgãos e estruturas de coordenação
educativa e supervisão pedagógica, procedendo-se à comparação com as médias nacionais e com as
metas definidas no projeto educativo. São identificadas as disciplinas em que os alunos revelam maiores
dificuldades e são promovidas medidas com vista à sua melhoria, algumas de natureza organizativa,
como acontece com as recentes alterações aos horários, no 1.º ciclo e na escola-sede, cujos impactos
importa monitorizar e avaliar.
Todavia, as oscilações evidenciadas na análise realizada com base nos modelos para comparação
estatística dos resultados académicos em escolas de contexto análogo, relativos ao triénio 2012-2013 a
2014-2015, justificam uma reflexão mais centrada nas causas do (in)sucesso inerentes aos processos de
ensino e de aprendizagem, de modo a permitir a implementação de ações mais consequentes e eficazes
na melhoria e/ou consolidação dos mesmos.
Com efeito, os dados contextualizados revelam que, no que diz respeito ao 4.º ano de escolaridade,
embora as taxas de conclusão se tenham mantido acima dos valores esperados, os resultados das provas
de avaliação externa de português e de matemática estiveram ora em linha ora aquém do esperado e,
apesar da melhoria registada no último ano letivo em análise, chegaram a ficar significativamente
aquém do esperado em 2013-2014, em ambas as disciplinas.
Nos 6.º e 9.º anos, nas provas de português, os resultados evidenciam também inconstância, ficando
aquém dos valores esperados em 2014-2015, depois de terem estado em linha e, mesmo, acima. Não
obstante, sublinha-se a consistência dos mesmos em matemática, respetivamente em linha e acima do
esperado, no período considerado. Igualmente positiva é a evolução das taxas de conclusão que, tendo-se
posicionado em linha com os valores esperados nos dois primeiros anos do triénio, se situaram acima em
2014-2015, denotando uma tendência de melhoria que importa consolidar.
No 12.º ano, os desempenhos dos alunos foram também marcados por oscilações, no que respeita às
taxas de conclusão e ao exame de matemática, registando valores aquém e em linha com o esperado.
Merecem especial atenção os resultados de português, aquém dos valores de referência durante todo o
triénio. Distinguem-se, no entanto, os da disciplina de história, que se posicionaram sempre acima.
Em síntese, embora os resultados académicos se situem, globalmente, em linha com os valores
esperados, as oscilações e a inconsistência de alguns deles evidenciam a necessidade do Agrupamento
recentrar a sua ação no aperfeiçoamento dos processos de ensino e de aprendizagem, por forma a
promover uma melhoria sustentada dos mesmos.
O aprofundamento da sua análise, retomando o estudo longitudinal dos resultados e alargando-a aos
indicadores de qualidade do sucesso, poderá constituir um relevante contributo para a reflexão em torno
dos fatores que os influenciam, permitindo avaliar o impacto da ação educativa ao longo do percurso dos
alunos no Agrupamento.
No que concerne ao abandono escolar, há registo de apenas três situações, nos últimos três anos letivos.
RESULTADOS SOCIAIS
Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, evidenciam-se dinâmicas de corresponsabilização de crianças e
alunos, que integram rotinas diárias, designadamente a marcação de presenças ou a distribuição e
recolha de materiais. As estratégias de entreajuda fomentadas entre os alunos com currículo específico
individual e os seus pares, na qualidade de monitores na biblioteca da Escola Básica Professor Egas
Moniz, são pertinentes e um bom exemplo dessas práticas.
A presença de um representante dos alunos no conselho geral está assegurada, embora não seja
reconhecida por estes como um procedimento sistematizado, implementado em anos anteriores. As
assembleias de turma e ou de delegados constituem momentos promotores da corresponsabilização dos
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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estudantes nos assuntos que lhes dizem respeito, mas que importa intensificar e alargar a todos os
níveis de ensino, concretizando, de modo efetivo e regular, a respetiva auscultação sobre questões do seu
interesse. Nesse sentido, a valorização do papel do delegado enquanto representante da turma,
reforçando as suas competências organizativas e de liderança junto dos colegas, apresenta-se como um
aspeto merecedor de alguma reflexão. Na escola-sede, não se evidencia que a associação de estudantes
seja considerada uma oportunidade para mobilizar os jovens no âmbito das dinâmicas escolares, para
além das atividades que aquela se propõe realizar, afigurando-se pertinente ponderar sobre a potencial
mais-valia que os elementos que a integram poderão assumir junto dos seus pares.
A concessão de um maior protagonismo aos alunos, mobilizando-os em processos de decisão e em
iniciativas organizativas dos contextos educativos em que se inserem, bem como em ações de melhoria a
encetar, designadamente nos domínios da autoavaliação e do ensino e da aprendizagem, é, pois, um
desafio que se coloca em ordem a dar resposta à visão expressa no projeto educativo, de reconhecimento
do Agrupamento pelos valores da cidadania democrática.
Apesar de se ter observado um clima de tranquilidade nos espaços escolares e os alunos conhecerem, na
generalidade, as regras e os seus direitos e deveres, na escola-sede, verificam-se algumas situações de
indisciplina nas salas de aula, aspeto já identificado como ponto fraco numa das anteriores avaliações
externas. Os estudantes entrevistados são críticos quanto à harmonização das formas de atuação por
parte de cada conselho de turma, já que percecionam diferenças notórias na assertividade e na firmeza
com que essas medidas são aplicadas por alguns docentes. Esta é, pois, uma vertente merecedora de
uma análise mais aprofundada.
O Gabinete de Apoio ao Aluno foi criado na escola-sede como resposta aos comportamentos desajustados,
estando afetos ao mesmo docentes que asseguram, praticamente em pleno, o seu horário de
funcionamento. Os dados relativos à monitorização da indisciplina denotam, no último triénio, uma
tendência para a diminuição das ocorrências, com a aplicação de menos medidas disciplinares
sancionatórias e corretivas. É reconhecida uma melhoria ao nível do cumprimento das regras, explicada
pela decisão de alocar os anos de escolaridade a um turno fixo. Nesse sentido, a relevância do referido
gabinete, quase a tempo inteiro, é merecedora de uma reflexão aprofundada, em prol da otimização
daqueles recursos.
Ainda assim, atendendo a que os comportamentos perturbadores são identificados como um problema
que continua a prejudicar os processos de ensino e de aprendizagem e não sendo claro que a medida de
ordem de saída dos alunos da sala de aula resulte de uma estratégia concertada entre os docentes,
afigura-se crucial equacionar as causas da indisciplina, especialmente as que se relacionam com os
modos de ensinar e fazer aprender. A delineação de uma estratégia global, partilhada e consistente, de
forma a prevenir as ocorrências, permanece relevante, à semelhança do que acontecia aquando de uma
das anteriores avaliações externas.
A solidariedade integra-se no conjunto de valores que o Agrupamento enfatiza, sendo fomentadas
iniciativas como a recolha de brinquedos ou de bens alimentares e a adesão a campanhas específicas
promotoras da consciência ambiental. Na escola-sede, o projeto Loja Solidária é o mais representativo,
pese embora careça de maior divulgação junto da comunidade escolar, de modo a potenciar a
concretização dos objetivos que lhe estão subjacentes. A dimensão solidária poderá, ainda assim, ser
incrementada com ações de voluntariado que fomentem a intensificação das relações entre os alunos de
diferentes ciclos e anos de escolaridade, com o apadrinhamento dos mais novos pelos mais velhos, ideia
perfilhada pelos alunos entrevistados, ou concretizando, de modo efetivo, as tutorias entre pares.
No âmbito da vertente ambiental, ancorada no projeto Planeta Terra, desenvolvem-se várias iniciativas
(recolha de tampinhas, concurso Eco Escovinha). O Programa de Apoio à Promoção e Educação para a
Saúde tem sido implementado em articulação com o centro de saúde que também impulsiona o projeto
Adolescer. Releva-se como muito positivo o espaço que estas iniciativas, em particular, têm conquistado
nas dinâmicas escolares e o seu impacto na formação integral das crianças e dos jovens. O Desporto
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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Escolar congrega os alunos em torno dos êxitos individuais e coletivos, concorrendo para a valorização
do trabalho em equipa, a aquisição de regras de convivência e o desenvolvimento de competências
sociais.
São promovidas atividades que contam com a participação de ex-alunos que partilham o seu historial de
vida académica. Porém, esse conhecimento reveste, em regra, um cariz informal sem que esteja
suportado num mecanismo que permita, com rigor, saber e refletir sobre o impacto efetivo das opções
pedagógicas feitas pelos responsáveis e sobre a orientação vocacional prestada. Ao complementar os
dados relativos ao número de alunos que ingressam no ensino superior (66%, em 2015-2016), esta é,
pois, uma potencial área de trabalho.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
No que concerne ao nível de satisfação da comunidade educativa auscultada sobre o serviço prestado
pelo Agrupamento, através dos questionários aplicados no âmbito do presente processo de avaliação
externa, sublinha-se o agrado, no global, dos alunos do 1.º ciclo em relação à escola e dos pais e
encarregados de educação relativamente à ação desenvolvida na educação pré-escolar, à qualidade do
ensino, ao incentivo para a obtenção de bons resultados e à disponibilidade dos diretores de turma.
Nos 2.º e 3.º ciclos e ensino secundário, a utilização do computador nas salas de aula, o conforto destas e
a participação em clubes e projetos da escola, são os aspetos que reúnem apreciações menos favoráveis
por parte dos alunos. Os mais positivos surgem em relação ao conhecimento das regras de
comportamento e dos critérios de avaliação.
O apetrechamento e funcionamento da biblioteca, a exigência do ensino e a abertura da escola ao
exterior são os itens em que os trabalhadores, quer docentes quer não docentes, revelam maior
concordância. Os menores índices de satisfação prendem-se com a circulação da informação e a
valorização dos respetivos contributos para o funcionamento da escola.
O estímulo à participação em concursos que incentivam a melhoria de desempenhos, como sejam
Pangea, Canguru Matemático Sem Fronteiras e as diferentes olimpíadas (Matemática, Biologia Sénior,
Geologia, Química Júnior, Física B e Química+), revela a importância conferida às potencialidades dos
jovens. A divulgação e a exposição de trabalhos das crianças e dos alunos contribuem também para
enaltecer os seus saberes e aumentar as suas expetativas face à escola.
É dada importância à valorização do sucesso escolar e o mesmo é reconhecido através da integração dos
alunos no quadro de mérito académico. Iniciativas ou ações de relevância social, bem como trabalhos
académicos de excelência, ou atividades curriculares ou de complemento curricular com pertinência são
distinguidas através dos prémios de mérito cívico. Anualmente, realiza-se, em cerimónia pública, a
entrega dos diplomas e dos prémios de mérito, estes aos alunos que tenham concluído o ciclo ou nível de
ensino com os melhores resultados escolares. Porém, um maior investimento organizativo por parte dos
responsáveis, conferindo uma marca identitária a essas dinâmicas de reconhecimento dos bons
desempenhos dos estudantes nos diferentes níveis, configura uma oportunidade para fomentar a sua
identificação com a escola e o sentido de pertença ao Agrupamento, concorrendo, igualmente, para
reforçar a imagem que este projeta na comunidade.
O clima de interação com os representantes do poder local é positivo, bem como as sinergias
desenvolvidas em torno de iniciativas variadas. Releva-se a relação de reciprocidade estabelecida com a
Câmara Municipal de Sintra e o Centro de Saúde de Massamá. A proximidade com a comunidade
envolvente é reforçada, essencialmente, através da partilha de recursos, designadamente de
equipamentos desportivos e de técnicos especializados.
Em síntese, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes.
Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
O planeamento das atividades letivas é concretizado em departamento curricular, na educação pré-
escolar e, de forma conjunta, pelos docentes que lecionam o mesmo ano de escolaridade e disciplina, nos
restantes níveis de ensino. É também em sede daquelas estruturas que se procede à monitorização do
cumprimento das planificações, à definição das iniciativas a incluir no plano anual de atividades e à
análise dos resultados escolares. Quanto ao trabalho colaborativo, embora já relativamente fortalecido
no 1.º ciclo e nalguns grupos de recrutamento, ainda apresenta margem de progresso no sentido de
cimentar uma cultura de colaboração e de colegialidade com impacto nas conceções e nas práticas dos
professores.
Na educação pré-escolar e no 1.º ciclo, o entendimento de articulação surge confinado, de forma
preponderante, à calendarização de algumas atividades conjuntas e à transmissão de informação sobre
as aprendizagens das crianças e o percurso escolar dos alunos, contribuindo esta última para a formação
das turmas do 5.º ano de escolaridade.
Considerando a relativa proximidade entre os estabelecimentos do Agrupamento, e numa lógica de
integração futura, faz sentido um maior investimento nos processos de transição dos alunos,
nomeadamente do 1.º para o 2.º ciclo, propiciando-lhes, antecipadamente, o contacto com contextos de
aprendizagem diversos e o conhecimento dos espaços e das suas especificidades. Na transição do 9.º ano
para o ensino secundário, esse trabalho encontra-se mais sistematizado por via do serviço de psicologia
e orientação que assume, a esse nível, um papel importante.
Encontram-se algumas evidências de uma abordagem coerente de temáticas e de estratégias a
desenvolver entre os docentes titulares de grupo e de turma e os dinamizadores das atividades de
animação e apoio à família, bem como das de enriquecimento curricular, mas com enfoque, sobretudo,
nas ações comemorativas.
Nos 2.º e 3.º ciclos e no ensino secundário registam-se, pontualmente, exemplos válidos de articulação
em conteúdos afins entre algumas disciplinas, decorrentes, na generalidade, de interações informais
entre docentes que lecionam a mesma turma, sendo, a esse nível, ainda expressiva a dependência do
empenho e da iniciativa individuais. Não obstante algum trabalho nesse sentido, em ordem a aumentar
a eficácia da ação educativa, é no plano da informalidade que se inscreve, em regra, a gestão integrada
dos saberes das várias áreas disciplinares.
A articulação vertical das orientações curriculares/currículo, de forma intencional e estratégica,
encontra-se por concretizar, não obstante o trabalho já conseguido por parte dos professores que
lecionam a disciplina de inglês. Entre o 1.º e o 2.º ciclo, a sua inexistência na vertente das expressões e
da educação física é inequivocamente reconhecida pelos docentes. Afigura-se pertinente um
investimento que perspetive uma gestão intra e interdisciplinar mais crítica e exigente, em ordem a que
cada etapa de aprendizagem complete, aprofunde e alargue a anterior, garantindo a sequencialidade e a
unidade global da educação e do ensino. A sua concretização, generalizada e com sistematicidade,
configura, igualmente, uma oportunidade para potenciar as sinergias entre os diferentes grupos de
recrutamento e departamentos curriculares e os diversos estabelecimentos escolares.
Importa, por conseguinte, nos conselhos de docentes e de turma, intensificar a interdisciplinaridade e a
harmonização de estratégias favorecedoras do desenvolvimento transversal de competências dando-lhe
visibilidade nos planos de atividades de turma. Também a explicitação das estratégias de diferenciação
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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pedagógica, das modalidades e dos instrumentos de avaliação privilegiados pelo docente titular ou pelo
conselho de turma, carece de melhoria naqueles instrumentos de planeamento, com o propósito de
tornar mais eficazes as decisões tomadas em sede das referidas estruturas educativas e monitorizar o
seu impacto nos desempenhos dos alunos.
A partilha de materiais pedagógico-didáticos, prática agilizada pelo recurso às tecnologias de
informação e comunicação, tem vindo a conquistar terreno. Não se revestindo como um denominador
comum a todos os grupos de recrutamento e a todos os docentes, o reforço do trabalho em rede, a
divulgação de experiências positivas e a apresentação de propostas de ação estabelecem-se, pois, como
vertentes a incrementar.
No que concerne ao plano anual de atividades, este configura-se como um instrumento agregador de um
leque diversificado de iniciativas dinamizadas pela generalidade das estruturas, algumas das quais
comuns aos diversos estabelecimentos escolares. Adequam-se, genericamente, às especificidades do
contexto, enriquecendo as experiências de aprendizagem e a formação pessoal e social de crianças e de
alunos.
PRÁTICAS DE ENSINO
O Agrupamento fornece uma resposta adequada ao nível das necessidades educativas especiais que
resulta da estreita articulação entre os docentes titulares de grupo/turma e da educação especial, as
psicólogas e os técnicos do Centro de Recursos para a Inclusão. A participação destes alunos em diversos
projetos e a particular atenção conferida àqueles que desenvolvem um currículo específico individual
resultam numa ação promotora da respetiva inclusão.
Salientam-se o recente apetrechamento de duas salas destinadas ao desenvolvimento da ação educativa
no âmbito dos currículos específicos e a elaboração de materiais de trabalho por parte do departamento
de educação especial, bem como o apoio prestado aos restantes docentes no acompanhamento dos
progressos destas crianças e alunos. Propicia-se, deste modo, uma intervenção adequada às
especificidades de cada um e que se consubstancia em taxas de sucesso quase pleno. Não obstante,
merecem reflexão os resultados menos favoráveis no 10.º ano de escolaridade. Na transição entre
estabelecimentos e no sentido de agilizar a passagem da informação relativa a estes alunos, poderão ser
equacionadas algumas medidas de carácter organizacional de modo a facilitar o planeamento por parte
das equipas pedagógicas que os acompanharão.
Encontram-se instituídas algumas medidas de promoção do sucesso escolar, complementares do
trabalho desenvolvido em sala de aula, dirigidas aos alunos que manifestam dificuldades. Não se
evidenciam, porém, nos planos de atividades das turmas, os modos como os professores planeiam
assegurar aprendizagens efetivas por parte dos restantes alunos. Por outro lado, ainda que se registe a
promoção de momentos de aprendizagem cooperativa que estimulam a interação entre as crianças e
entre os alunos, bem como a realização autónoma de tarefas que facilitam um acompanhamento mais
adequado por parte dos docentes às diferentes capacidades e ritmos de aprendizagem, estas também
não são estratégias de aplicação frequente e alargada.
Assim, configura uma área de investimento a generalização das práticas de diferenciação pedagógica em
sala de atividades/aula, com o objetivo de proporcionar aprendizagens ajustadas às especificidades de
cada criança e aluno e passíveis de ter um impacto positivo na melhoria contínua e consistente dos
resultados académicos. Estes beneficiarão também da mobilização dos recursos para um leque mais
vasto e diverso de medidas complementares ao trabalho em sala de aula, direcionadas quer aos alunos
que denotam dificuldades de aprendizagem quer aos que revelam maiores capacidades.
As atividades de pesquisa e de resolução de problemas, por vezes, de modo cooperativo, são alguns
exemplos de dinâmicas suscetíveis de proporcionar processos estimulantes de aprender e com impactos
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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favoráveis nos desempenhos das crianças e dos alunos, mas que não são, contudo, aplicadas pela
globalidade dos docentes. Por outro lado, ainda que a componente laboratorial seja regular no âmbito
das disciplinas específicas do ensino secundário, nos três ciclos do ensino básico, assim como na
educação pré-escolar, as atividades de base experimental carecem de algum incremento. O
desenvolvimento de metodologias de ensino ativas em sala de atividades/aula e do ensino experimental
das ciências mantém-se uma área a merecer atenção, tal como havia sido identificado num dos
anteriores relatórios de avaliação externa.
A antologia Pedaços de Noz é um projeto emblemático da escola-sede que, dando visibilidade a uma
seleção de textos e imagens produzidos pelos alunos, revela enfoque na dimensão artística. Esta
expressa-se ainda pela produção e exposição de trabalhos realizados pelas crianças e pelos alunos.
Embora se destaquem os daqueles que frequentam o curso de Artes Visuais, o facto de a mostra de
trabalhos ser, em regra, limitada ao espaço da sala de aula afigura-se redutor da respetiva valorização.
A promoção da leitura e da escrita criativa constitui um campo de investimento significativo,
transversal a todos os níveis de educação e ensino. As bibliotecas escolares exercem uma função
relevante, complementar às práticas letivas, promovendo uma diversidade de atividades e concursos
que estimulam o desenvolvimento de competências nesta área. São de relevar as dinâmicas
potenciadoras da interação com as famílias nas bibliotecas do 1.º ciclo (Começar a ler juntos, Chá com
Livros, Contos de Natal à lareira da BE), tal como as que fomentam a ligação entre os diversos grupos e
turmas (Livro Branco). Para além de projetos e de exposições articulando as diferentes disciplinas,
relevam-se, também, as ações para o desenvolvimento de competências de pesquisa e do trabalho
autónomo.
Não obstante um número significativo de salas de aula, em particular, no 1.º ciclo, estar apetrechado
com projetores multimédia e quadros interativos que têm permitido estratégias de ensino e de
aprendizagem mais apelativas, a escassez de equipamentos tecnológicos persiste na escola-sede,
limitando a sua utilização como recursos educativos e penalizando os alunos deste estabelecimento.
Os coordenadores de departamento curricular acompanham o cumprimento do currículo e, nalguns
casos, os processos de planificação e de elaboração dos instrumentos de avaliação. Contudo, não existe
um efetivo conhecimento das práticas letivas e a consequente ponderação sobre a sua eficácia. O
investimento na observação do trabalho em sala de atividades/aula, numa linha de estratégia formativa,
em que a reflexão partilhada sobre a mesma seja orientada para a rendibilização dos saberes
profissionais e para a qualidade das aprendizagens, constitui, por isso, uma área de aperfeiçoamento.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
O Agrupamento diversifica os instrumentos e recorre a diferentes modalidades avaliativas, promovendo
a coerência entre ensino e avaliação, ajustando, nalguns casos, os processos aos diferentes contextos
curriculares. A avaliação diagnóstica e a autoavaliação dos alunos são valorizadas de modo transversal.
Na educação pré-escolar, relevam-se os momentos de reflexão realizados com as crianças e que integram
as rotinas inerentes às atividades educativas.
A divulgação dos critérios de avaliação, nas diferentes disciplinas e anos de escolaridade, é assegurada,
junto dos alunos e dos pais e encarregados de educação, na garantia do princípio da transparência. Não
obstante o empenho registado no sentido da sua uniformização, alguns incidem mais nas ponderações
de classificação, do que no que se espera dos alunos em termos das suas aprendizagens. Há, assim,
margem para progressos na definição dos perfis de desempenho correspondentes aos níveis de
classificação que constituem um referencial claro do processo avaliativo, de modo a que os estudantes
possam assumir um papel ativo na regulação das suas aprendizagens.
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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No que concerne à avaliação formativa, esta foi assumida pelos docentes, como modalidade, regular, de
prestação de informação de retorno aos alunos sobre o caminho que têm de percorrer na melhoria dos
seus desempenhos. Embora se tenham registado alguns exemplos válidos, não ficou, porém, evidente a
consistência dos mesmos, pelo que este se apresenta como um campo a merecer generalização,
importando, também, que a vertente formativa sirva para potenciar a reflexão dos docentes sobre as
metodologias utilizadas e o seu reajuste, sempre que necessário.
Os procedimentos avaliativos alicerçam-se, em regra, no trabalho dos professores que lecionam a mesma
disciplina ou ano de escolaridade. Neste sentido, embora se registem progressos ao nível da elaboração,
em comum, de matrizes e de critérios de correção, persistem focos de trabalho individualista, tal como já
tinha revelado uma das anteriores avaliações externas. A correção partilhada evidencia-se em casos
pontuais, podendo ser mais explorada. A generalização da aferição dos instrumentos avaliativos que
concorre para a uniformização do grau de exigência em cada área curricular e para o aumento da
confiança na avaliação interna é uma área a reforçar, de modo a garantir o rigor e a equidade, bem como
a validade e a fiabilidade desse processo. No 1.º ciclo, é habitual a aplicação de fichas de avaliação
trimestrais comuns por ano de escolaridade, o que se releva.
A monitorização das medidas de promoção do sucesso escolar revela uma melhoria da sua eficácia, no 1.º
ciclo. No entanto, nos 2.º e 3.º ciclos, indicia a necessidade de repensar a forma como as mesmas são
implementadas e como se articulam com o trabalho em sala de aula, pelo que não se encontra superado
o ponto fraco identificado num dos anteriores relatórios de avaliação externa.
Através das tutorias é propiciado o acompanhamento dos alunos que apresentam dificuldades de
integração que afetam o seu desempenho. No que diz respeito ao abandono e desistência escolares, o
trabalho realizado pelo serviço de psicologia e orientação, em articulação com os alunos, as famílias, os
docentes e instituições da comunidade, tem-se revelado muito profícuo na prevenção dos mesmos.
Em suma, a ação do Agrupamento tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Apresenta
uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes,
o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
A insatisfação e a instabilidade originadas pela agregação em 2012-2013 levaram a que a aproximação
entre as diversas unidades do Agrupamento se tenha vindo a concretizar lentamente pelo que, quatro
anos volvidos, a sua construção e consolidação, expressa na visão inscrita no projeto educativo, não foi
conseguida, situação que se repercutiu no próprio conselho geral, em termos de dinâmicas e de clima de
trabalho. O caminho, entretanto, por este trilhado, permitiu uma sintonia gradual com os restantes
órgãos e estruturas, numa lógica de indução de melhoria organizacional.
O diretor, que revela espírito de desafio face aos constrangimentos, ainda que empenhado na
concretização dos objetivos a que se propôs na sua carta de missão e apoiado por uma equipa
conhecedora das diferentes dimensões organizacionais e educativas, tem tido dificuldade em conciliar e
congregar as diferentes perspetivas, em boa medida decorrente de uma estratégia pouco eficaz de
comunicação relativamente às razões subjacentes a esta ou aquela decisão tomada. Pese embora
valorize as lideranças intermédias, conferindo-lhes, na generalidade, margem de intervenção nas
respetivas áreas de coordenação, afigura-se pertinente que invista numa liderança de proximidade,
consubstanciada num clima aberto e dialogante, e potencie processos de decisão mais participados,
legitimando os diferentes contributos, numa relação de confiança entre todos.
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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O projeto educativo, vigente no horizonte temporal de 2014-2016, configura um instrumento norteador
da ação que define os objetivos a alcançar, embora não calendarize as metas que se propõe atingir.
Também não estabelece prioridades, nem formas de operacionalização explícitas, assentes em
indicadores de eficiência organizacional, claros e fiáveis, o que pode dificultar que seja feita com
propriedade a regulação sistemática do trabalho desenvolvido e a subsequente avaliação do mesmo.
A motivação e a mobilização dos trabalhadores, sobretudo dos docentes, no sentido de uma visão
unificadora e de uma estratégia de intervenção que permita a criação gradual de uma identidade
comum, apresentam-se como um campo menos conseguido, designadamente na escola-sede. Importa,
por isso, que o esforço para desenvolver sinergias em prol de um bom ambiente de interação humana e
profissional não se restrinja aos diferentes patamares de liderança, antes constitua um desafio abraçado
pela comunidade escolar, em todos os setores do Agrupamento.
O desenvolvimento de iniciativas e de projetos transversais favorecedores do sentido de pertença e da
construção de uma identidade e de uma cultura próprias é, indubitavelmente, uma área de
investimento, em ordem a criar coesão e um clima organizacional de maior colaboração e participação.
Desse modo, o não restringir dinâmicas e comemorações ao Dia do Patrono de cada estabelecimento,
promovendo também o Dia do Agrupamento, poderá configurar um bom ponto de partida para o
desiderato Queremos construir e consolidar um Agrupamento [...], que consubstancia a visão perfilhada
pelos responsáveis.
O estabelecimento de uma rede ativa de parcerias, algumas das quais em áreas estratégicas de
intervenção, tem contribuído para a diversificação de oportunidades educativas, evidenciando abertura
à comunidade. É, igualmente, prosseguida uma política de articulação, positiva, com os representantes
do poder local. As iniciativas e os protocolos de colaboração que contribuem para o reforço da qualidade
da ação educativa são, em regra, bem acolhidos pelo diretor, o que se releva.
O diálogo com as famílias denota um trabalho em progresso, transversal aos vários níveis de educação e
de ensino. Constata-se, em geral, um forte envolvimento das associações de pais e encarregados de
educação nas dinâmicas escolares, nomeadamente ao nível da requalificação de alguns espaços. A
imagem de uma direção pouco flexível que perpassa prende-se, em regra, com questões ao nível da
comunicação e na falta de explicitação de algumas das decisões tomadas. Este é, sem dúvida, um campo
merecedor de reflexão, porquanto a maior valorização do papel daquelas associações e da sua pró-
atividade, e até a sua corresponsabilização nas ações a delinear, podem constituir uma oportunidade
para a melhoria do ambiente escolar e para o progresso do Agrupamento.
GESTÃO
A gestão dos equipamentos e dos recursos evidencia um empenho na manutenção das instalações, quase
todas bem cuidadas e equipadas e proporcionando boas condições de ensino e de aprendizagem. Não
obstante a melhoria de alguns espaços e a pintura de salas, esta com a colaboração da associação de pais
e encarregados de educação, sobressai a desigualdade nas condições de ensino e de aprendizagem da
escola-sede, em virtude dos problemas ao nível das instalações e da escassez de equipamentos cruciais
para as dinâmicas em sala de aula. Com efeito, as opções de gestão dos recursos financeiros têm dado,
em regra, primazia ao apetrechamento do bloco principal. Embora válidas, no que respeita,
designadamente aos serviços administrativos, afigura-se pertinente não descurar as prioridades de
âmbito pedagógico.
A distribuição de serviço, no que se refere ao pessoal não docente, decorre da auscultação das
coordenadoras técnica e operacional e dos responsáveis dos diversos estabelecimentos escolares e as
tarefas atribuídas refletem, em geral, a rentabilização das competências pessoais e a formação
específica de cada um. No que concerne aos serviços administrativos, salienta-se a sua organização por
gestão de processos, o que possibilita um atendimento personalizado e um conhecimento mais alargado
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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das diversas áreas por parte dos trabalhadores. Refira-se ainda que a Escola Básica Professor Egas
Moniz mantém presente uma assistente técnica, facilitando um atendimento mais célere aos respetivos
utentes.
Quanto ao serviço docente, foram explicitados critérios que privilegiam o consenso entre os professores,
em cada grupo de recrutamento e departamento curricular, tendo em conta as preferências individuais,
a continuidade pedagógica e a adequação do perfil pessoal e profissional ao grupo/turma e ao ano de
escolaridade. Aplicando-se, na generalidade, à afetação dos anos e turmas, não são, porém,
transparentes aqueles que fundamentam a distribuição das restantes tarefas, por exemplo, no que
respeita à atribuição de funções no âmbito da componente não letiva dos docentes, com as quais,
nalguns casos, os próprios não se identificam, comprometendo o respetivo envolvimento nas diversas
ações. A criação de tempos comuns nos respetivos horários, em todos os grupos de recrutamento, é
também uma área a merecer investimento para impulsionar o trabalho colaborativo.
Os critérios de constituição de turmas e de elaboração dos horários dos alunos não são divulgados à
comunidade educativa. A este nível, apresenta-se também como um desafio a divulgação dos
pressupostos que estiveram subjacentes a algumas das opções que dizem respeito à organização dos
tempos escolares, como é o caso da alteração do horário de entrada dos alunos do 1.º ciclo e da
distribuição dos diferentes anos de escolaridade nos dois turnos, na escola-sede.
O Agrupamento dispõe de um plano de formação para 2015-2019, organizado com base na auscultação
dos profissionais e nas opções estratégicas do projeto educativo. Em articulação com o centro de
formação local, um número considerável de docentes tem beneficiado de um conjunto de ações, algumas
das quais em áreas de correspondência com aquele plano. No caso do pessoal não docente, apesar de
escassa e envolvendo um número restrito de elementos, a formação incidiu em áreas adequadas às suas
funções. A disseminação dos conhecimentos adquiridos na formação contínua, através de ações entre
pares, à semelhança das dinâmicas que têm vindo a ser desenvolvidas no Departamento Curricular de
Português, é um aspeto a incrementar, numa linha de rendibilização do potencial humano existente.
A comunicação interna foi identificada como um ponto fraco no diagnóstico de autoavaliação. Com
efeito, não são evidentes mecanismos eficazes para a comunicação entre os diversos órgãos, nem de
divulgação de informação necessária ao funcionamento das estruturas e dos serviços. Neste âmbito
importará também apresentar os fundamentos de algumas decisões que afetam a comunidade
educativa, concorrendo para a coesão organizacional e para a motivação e mobilização dos diversos
elementos para as ações a desenvolver.
O correio eletrónico institucional, apesar de já criado para os docentes, ainda não funciona como uma
efetiva ferramenta para a circulação da informação junto de todos os profissionais, o que gera
fragilidades no conhecimento e na apropriação da mesma. Quanto à página web, apesar de
disponibilizar informação útil, não se encontra atualizada. Carece ainda de uma intervenção mais
integrada, que contribua para a criação e consolidação de uma identidade comum.
Deste modo, o desenvolvimento de uma estratégia de comunicação, interna e externa, pautada por
princípios de celeridade e de transparência, que assegure a divulgação eficaz da informação relevante
junto de toda a comunidade educativa e concorra para a coesão organizacional e para a criação do
espírito de Agrupamento, é uma área a merecer intervenção prioritária.
AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
A autoavaliação foi assinalada como um ponto fraco na anterior avaliação externa de cada uma das três
unidades orgânicas que deram origem ao atual Agrupamento. Nesse sentido, o projeto educativo prevê o
estabelecimento de um sistema de autoavaliação coerente, sistemático e participado que possibilite a
melhoria contínua. Todavia, findo o período de vigência daquele documento estruturante, encontra-se
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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apenas concluída a fase de diagnóstico sem que se evidenciem ainda impactos do mesmo na
concretização de planos de ação de melhoria.
O facto de a equipa de autoavaliação não ser representativa, uma vez que é composta exclusivamente
por docentes da escola-sede, limita a apropriação do processo por parte da comunidade educativa e o
incremento da confiança no mesmo. A sobreposição de funções do respetivo coordenador, que é também
presidente do conselho geral, não favorece o necessário distanciamento.
Com efeito, constata-se uma dificuldade de mobilização dos diferentes atores que tem contribuído para
prolongar a implementação do projeto de autoavaliação, caracterizado por sucessivas mudanças e
reajustamentos. Tendo presente esse desafio, e como forma de motivação, a equipa construiu e aplicou
um modelo de diagnóstico que, partindo do referencial da avaliação externa das escolas da Inspeção-
Geral da Educação e Ciência, teve início com a identificação das perceções dos docentes de cada
estabelecimento, através da utilização do modelo Perfil de Autoavaliação da Escola, a que se seguiram a
aplicação de questionários e a realização de entrevistas, alargadas a representantes da comunidade
educativa.
Apesar de um processo moroso, foi possível identificar pontos fortes e áreas de melhoria em cada uma
das fases do diagnóstico, mas são escassos os exemplos em que os mesmos foram tidos em conta como
suporte do planeamento ou da tomada de decisões relativas às diversas vertentes da organização. De
notar que a própria análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats – Forças,
Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) que consta do projeto educativo resulta de um levantamento de
pontos fortes e fracos feito pela direção. Por outro lado, ainda que a reflexão sobre os resultados
académicos tenha repercussões na implementação de medidas de promoção do sucesso, também não
foram considerados os aspetos estratégicos identificados nos anteriores relatórios de avaliação externa,
os quais poderiam ter contribuído para o desenvolvimento de ações de aperfeiçoamento com impacto
positivo na melhoria das aprendizagens, em particular as respeitantes à prestação do serviço educativo.
São realizados relatórios de execução de atividades por parte das diferentes estruturas de coordenação
educativa e supervisão pedagógica. No entanto, na sua grande maioria, orientam-se essencialmente
para a análise do grau de cumprimento das iniciativas desenvolvidas no âmbito do plano anual de
atividades e a generalidade (exceção feita ao Gabinete de Apoio ao Aluno) não evidencia uma reflexão
sobre o trabalho concretizado. A delineação concertada de estratégias de aperfeiçoamento, por parte de
cada estrutura, nos domínios reconhecidos como prioritários no próximo plano de melhoria, afigura-se
muito pertinente. Este trabalho concorrerá também para uma maior mobilização em torno do processo e
para o estabelecimento de uma cultura de autoavaliação fundamental para o progresso sustentado do
Agrupamento.
Não obstante a articulação do plano anual de atividades com o projeto educativo, não foram concebidos
mecanismos para a monitorização regular deste, tal como não está ainda prevista a forma como irá ser
avaliado, findo que se encontra o seu período de vigência. A este nível, a explicitação e sistematização do
contributo das diversas iniciativas do referido plano para a consecução de cada um dos objetivos do
projeto educativo é um trabalho a desenvolver.
O aprofundamento e a consolidação do processo de autoavaliação, entendido como um instrumento
crucial à tomada de decisões estratégicas, com efeitos na conceção de planos de melhoria e no
incremento de uma cultura de autorregulação, configuram, pois, uma área de investimento.
Em resumo, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, as ações de aperfeiçoamento
são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas do Agrupamento. Tais
fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Liderança e
Gestão.
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho do Agrupamento:
O dinamismo nas vertentes desportiva e da educação para a saúde, concorrendo para o
desenvolvimento de competências com impacto na formação integral das crianças e dos jovens;
A ação concretizada no âmbito da educação especial, favorecedora de dinâmicas de inclusão dos
alunos com necessidades educativas especiais, em particular os que desenvolvem um currículo
específico individual;
As bibliotecas escolares enquanto espaços privilegiados para iniciativas em articulação com as
diversas disciplinas e em interação com as famílias, potenciadoras do desenvolvimento de
competências nos domínios da leitura e da escrita criativa, da pesquisa e do trabalho autónomo;
O estabelecimento de uma rede ativa de parcerias em áreas estratégicas de intervenção,
contribuindo para a diversificação de oportunidades educativas.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde o Agrupamento deve incidir prioritariamente os seus
esforços para a melhoria são as seguintes:
A identificação dos fatores explicativos do (in)sucesso e dos comportamentos perturbadores em
sala de aula, inerentes aos processos de ensino e de aprendizagem, de modo a permitir a
implementação de ações mais consequentes e eficazes na melhoria dos resultados;
A promoção, intencional e estratégica, da gestão vertical e horizontal do currículo em ordem a
garantir a sequencialidade e a unidade global das aprendizagens;
A generalização das práticas de diferenciação pedagógica em sala de aula, com o objetivo de
proporcionar aprendizagens ajustadas às especificidades de cada criança e aluno, passíveis de
ter um impacto positivo na melhoria contínua e consistente dos resultados académicos;
O investimento numa liderança de proximidade, consubstanciada num clima aberto e
dialogante, potenciador da motivação e da mobilização da comunidade escolar, em prol da
construção de uma identidade comum;
O desenvolvimento de uma estratégia de comunicação, interna e externa, que assegure a
divulgação eficaz da informação relevante junto de toda a comunidade educativa e concorra
para a coesão organizacional e para a motivação e mobilização dos diversos elementos para as
ações a desenvolver;
O aprofundamento e consolidação do processo de autoavaliação, entendido como um
instrumento para a tomada de decisões estratégicas, com efeitos na conceção de planos de
melhoria e no incremento de uma cultura de autorregulação.
Agrupamento de Escolas de Massamá – SINTRA
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14-07-2017
A Equipa de Avaliação Externa: Hélder Martins, Isabel Barata e Maria João Pereira
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial de Inspeção do Sul
Maria Filomena Aldeias
2017-08-17
Homologo.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação
nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,
Série II, de 22 de abril de 2016