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Relatório & Contas 2010

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Relatório & Contas

2010

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 4

1.1. MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO .................................................. 4 1.2. PRINCIPAIS INDICADORES OPERACIONAIS E ECONÓMICO-FINANCEIROS ...................... 7

2. CONTEXTO MACROECONÓMICO ............................................................ 11

2.1. INTERNACIONAL ..................................................................................... 11 2.2. NACIONAL ............................................................................................ 13 2.3. PREVISÕES DE EVOLUÇÃO .......................................................................... 14

3. A APL .................................................................................................... 16

3.1. ESTRATÉGIA .......................................................................................... 16 3.2. DESEMPENHO ECONÓMICO-FINANCEIRO DA APL NO CONTEXTO PORTUÁRIO NACIONAL .... 20 3.3. ENVOLVENTE EXTERNA .............................................................................. 24 3.4. PRINCIPAIS PROJETOS CONCLUÍDOS E/OU EM CURSO EM 2010 ............................... 25

4. CONTRATO DE GESTÃO ......................................................................... 28

5. ÁREAS DE NEGÓCIO .............................................................................. 29

5.1. EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE PORTUÁRIA ............................................................ 29 5.2. MOVIMENTO DE NAVIOS NO PORTO DE LISBOA .................................................. 37 5.3. CARGA MOVIMENTADA NO PORTO DE LISBOA .................................................... 38 5.4. CRUZEIROS ........................................................................................... 51 5.5. NÁUTICA DE RECREIO ............................................................................... 57 5.6. MARÍTIMO-TURÍSTICA .............................................................................. 59 5.7. DOMINIAL ............................................................................................ 60

6. ÁREAS CORPORATIVAS ......................................................................... 65

6.1. PLANEAMENTO ESTRATÉGICO E CONTROLO DE GESTÃO ........................................ 65 6.2. GABINETE DE COMUNICAÇÃO E MARKETING ..................................................... 68 6.3. AUDITORIA INTERNA ................................................................................ 70 6.4. ESTUDOS, PROJETOS E PLANEAMENTO ........................................................... 71 6.5. CONSTRUÇÃO E CONSERVAÇÃO .................................................................... 75 6.6. SEGURANÇA E OPERAÇÃO PORTUÁRIA ............................................................ 79 6.7. ECONOMIA E FINANÇAS ............................................................................. 81 6.8. GABINETE JURÍDICO ................................................................................ 84 6.9. INFORMÁTICA E COMUNICAÇÕES .................................................................. 85 6.10. SECRETARIA GERAL ............................................................................... 86

7. RECURSOS HUMANOS ........................................................................... 87

7.1. EMPREGO E MOBILIDADE DE PESSOAL ............................................................. 87 7.2. PRESTAÇÃO DE TRABALHO .......................................................................... 88 7.3. FORMAÇÃO ........................................................................................... 89 7.4. ESTÁGIOS PROFISSIONAIS ......................................................................... 90 7.5. AÇÃO SOCIAL ........................................................................................ 90 7.6. SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO .............................................................. 92 7.7. CUMPRIMENTO DE REGULAMENTAÇÃO ............................................................ 93

8. ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA ..................................................... 94

8.1. DEVERES ESPECIAIS DE INFORMAÇÃO ........................................................... 102

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9. PERSPETIVAS FUTURAS ...................................................................... 103

10. GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO ....................................................... 105

11. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS ..................................... 110

12. GOVERNO DA SOCIEDADE ................................................................. 111

12.1. MISSÃO, OBJETIVOS E POLÍTICAS DA EMPRESA .............................................. 111 12.2.ENQUADRAMENTO ORGANIZACIONAL ........................................................... 117 12.3. REGULAMENTAÇÃO INTERNA E EXTERNA ...................................................... 119 12.4. TRANSAÇÕES RELEVANTES COM ENTIDADES RELACIONADAS ............................... 128 12.5. OUTRAS TRANSAÇÕES ........................................................................... 128 12.6. MODELO DE GOVERNO .......................................................................... 129 12.7. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS ..................................... 134 12.8. ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DA EMPRESA NOS DOMÍNIOS ECONÓMICO, SOCIAL E AMBIENTAL ................................................................................................ 138 12.9. CUMPRIMENTO DOS PRINCÍPIOS DE BOM GOVERNO ........................................ 149 12.10. INFORMAÇÃO ADICIONAL ...................................................................... 153 12.11. BIOGRAFIAS DOS MEMBROS DOS CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO E FISCAL ......... 158 12.12. DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO RELEVANTE.................................................. 164

13. ANEXOS ............................................................................................ 165

13.1. CONTAS E NOTAS EXPLICATIVAS ............................................................... 165 13.2. RELATÓRIOS E PARECERES ...................................................................... 213 13.3. GLOSSÁRIO E ABREVIATURAS .................................................................. 222

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1. INTRODUÇÃO

1.1. Mensagem do Conselho de Administração

Depois da forte crise económica que afetou as economias mundiais, principalmente as mais avançadas, no ano de 2009, da qual resultaram, naturalmente, consequências bastante negativas para o comércio internacional e, consequentemente, para o tráfego marítimo, o ano de 2010 trouxe a recuperação da atividade económica a nível mundial. A retoma económica a que se assistiu no ano passado foi particularmente forte nas economias emergentes, mas que, de uma forma mais moderada, também atingiu todas as economias mundiais. Portugal não foi exceção e, apesar do clima adverso, viu a sua economia crescer em 2010, fruto do forte aumento das suas exportações.

A atividade da APL e do Porto de Lisboa está naturalmente ligada ao comportamento do comércio internacional, e o seu desempenho durante o ano de 2010, à semelhança dos principais portos mundiais, ilustra bem o cenário de recuperação económica a que se assistiu. Assim, no passado ano, o porto registou um crescimento da sua atividade, tanto ao nível da movimentação de mercadorias como da receção de navios de cruzeiro.

No que diz respeito ao segmento da carga, verificou-se um aumento no total de mercadorias movimentadas em relação a 2009 (+2,7%), aumento esse que teve como principais causas o crescimento verificado na movimentação de granéis sólidos (+6,2%) e de carga contentorizada (+3,4%), os dois tipos de carga definidos como estratégicos para o Porto de Lisboa. Já no que concerne ao segmento dos cruzeiros, outra área de negócio considerada relevante para o perfil estratégico do porto, assistiu-se, igualmente, ao crescimento da sua atividade tanto a nível do número de escalas de navios de cruzeiro (+2%) como do número de passageiros que visitaram o porto (+8%), sendo que, no passado ano, o Porto de Lisboa alcançou um novo máximo no que diz respeito ao número de visitantes.

Observando-se estes dois comportamentos dos segmentos estratégicos para Lisboa, não podemos deixar de considerar que este porto continua a crescer, continua a reforçar a sua importância no contexto internacional, demonstrando assim que é possível evoluir mesmo em cenários desfavoráveis, desde que se aposte em estratégias inovadoras, focadas e integradas. Criando valor para si, o Porto de Lisboa cria valor também para a comunidade, originando algo que para a APL é muito importante e que é o “valor partilhado”, beneficiando a cidade, a região e o País.

Ainda no âmbito do desempenho das diversas atividades de negócio da APL, importa referir que em 2010, na vertente da gestão dominial, concretizou-se a transferência efetiva de doze parcelas, anteriormente afetas à APL, para o domínio da gestão da Câmara Municipal de Lisboa, situação que condiciona a rentabilidade da empresa e que não pode, nem deve, ser ignorada. A solidez e sustentabilidade da APL dependem do seu modelo de negócio, o qual, sendo alterado, deverá justificar uma reflexão sobre o modelo se pretende para a empresa. Apesar disso, salienta-se que a transferência de áreas ribeirinhas sem interesse portuário para a gestão das autarquias pertencentes à área de jurisdição do porto reveste-se da maior importância, uma vez que, não só permite à APL focalizar-se naquela que é a sua função central – a atividade portuária –, como também permite estabelecer uma relação de maior proximidade com os municípios ribeirinhos e,

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consequentemente, com as suas populações, uma política que a APL tem defendido nos últimos anos e pela qual tem procurado pautar a sua atuação, reforçando-se assim a ligação entre a sociedade e o seu porto bem como a garantia de espaços que possam constituir uma reserva estratégica para o crescimento do mesmo. Trata-se assim de um triângulo operacional (proveitos – transferência de áreas – reservas estratégicas) em cuja gestão e equilíbrio a APL se tem empenhado pois dele depende o futuro do porto.

Apesar do clima de incerteza económico que caracterizou o ano de 2010, a APL não deixou, nem poderá deixar, de prosseguir o seu principal objetivo que é o de promover a afirmação internacional do Porto de Lisboa e, consequentemente, da região de Lisboa e Vale do Tejo e do País, através quer da manutenção quer da criação de condições operacionais do porto, de modo a garantir a capacidade competitiva do mesmo no mercado internacional bem como o seu papel cada vez mais relevante nas cadeias logísticas ibéricas e atlânticas. Assim, durante o ano de 2010, a APL levou a cabo alguns projetos já assumidos pela organização e iniciou o desenvolvimento de novos projetos estruturantes, sendo de destacar, pelo seu maior peso em termos de investimentos para a empresa no passado ano e nos próximos, a continuação dos trabalhos para a construção do novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, obra essencial para melhorar a oferta neste segmento de grande importância para a notoriedade internacional da Cidade e da Região, estando em curso a obra de reabilitação e reforço do cais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco. Importa também referir o projeto de reabilitação da Doca de Pedrouços para acolhimento da Volvo Ocean Race, prestigiada regata mundial que passará por Lisboa em 2012 e que contribuirá, igualmente, para o aumento da notoriedade internacional da cidade de Lisboa.

Importa, ainda referir, o projeto de reorganização interna que a APL iniciou em 2010, projeto esse que procura responder a várias necessidades da empresa, como sejam, a de aumentar a eficiência dos seus serviços e introduzir uma maior racionalidade nos processos internos. Para além disso, serve ainda outro propósito importante, uma vez que a concentração de serviços em algumas das áreas hoje ocupadas irá permitir a libertação de outras, que poderão assim ser alienadas de forma a poderem cofinanciar os investimentos previstos.

A nível interno, destaca-se, no ano transato, a entrada em vigor do novo Regulamento das Obras Sociais e Culturais da APL, que, de uma forma muito geral, veio proporcionar uma maior igualdade entre todos os colaboradores da empresa, sendo de destacar a redefinição da vertente de apoio na saúde, através da transição dos beneficiários do sistema de saúde da APL para o regime da ADSE, passando o apoio prestado pela empresa para uma lógica de complementaridade, e para a atribuição de um seguro de saúde aos trabalhadores abrangidos pelo contrato individual de trabalho.

Foi portanto este o contexto em que a APL desenvolveu a sua atividade durante o ano de 2010, o que se refletiu no seu desempenho económico-financeiro. Em termos muito sucintos, salientam-se alguns aspetos, nomeadamente, o Resultado Líquido positivo, a redução dos custos com Fornecimentos e Serviços Externos e dos custos com Pessoal, bem como o ligeiro aumento do endividamento remunerado, isto apesar do investimento efetuado.

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Apesar das dificuldades com que a APL se deparou, podemos concluir que 2010 foi um ano globalmente positivo, muito por força do empenho e dedicação de todos os seus colaboradores, a quem deixamos uma palavra de apreço e de reconhecimento.

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1.2. Principais indicadores operacionais e económico-financeiros

2009 2010 Variação

Indicadores Operacionais

Carga total (1.000 ton)3 12.060 12.499 3,6%

Carga via marítima (1.000 ton)4 11.969 12.267 2,5%

Carga via fluvial (1.000 ton) 92 232 153,4%

Contentores (TEU) 500.769 512.789 2,4%

Granéis sólidos (1.000 ton) 4.410 4.685 6,2%

Granéis líquidos (1.000 ton) 1.924 1.838 -4,5%

Carga geral (1.000 ton) 5.378 5.504 2,4%

Navios total (1.000 GT) 41.499 42.950 3,5%

Passageiros de cruzeiros (n.º) 415.758 448.497 7,9%

Escalas de navios de cruzeiros (n.º) 294 299 1,7%

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

milhares

toneladas

2007 2008 2009 2010

Evolução da Movimentação de Carga

Carga total Carga via marítima Granéis sólidos

Granéis líquidos Carga geral

3 Inclui a carga marítima total (carga manifestada e gastos de bordo) e a carga fluvial;

4 Inclui a carga marítima total e os gastos de bordo.

8

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

2007 2008 2009 2010

Evolução da Movimentação de TEU

Evolução das Escalas e Passageiros de Navios de Cruzeiro

0

50

100

150

200

250

300

350

2007 2008 2009 2010

Nº Escalas

0

50 000

100 000

150 000

200 000

250 000

300 000

350 000

400 000

450 000

500 000

Nº Passageiros

Escalas Passageiros

UNIDADE: MILHARES € 2009 2010 Variação

Indicadores

Económicos

Volume de negócios 49.727 46.630 -6,2%

Volume de negócios per capita 145 137,6 -5,1%

EBITDA 23.157 18.812 -18,8%

EBIT 9.824 4.725 -51,9%

EBIT per capita 28,6 13,9 -51,4%

Resultado líquido 6.444 741 -88,5%

9

-4.000.000

-2.000.000

0

2.000.000

4.000.000

6.000.000

8.000.000

10.000.000

12.000.000

Eu

ros

Carga NáuticaRecreio

MarítimoTurística

Cruzeiros Aut.Portuária

ÁreaJurisdição

APL

U.E. RelaçãoComunidade

Outros ResultadoLíquido

Resultados Segmentos APL - 2010 Visão ABC (Contabilidade Analítica)

Com Proveitos Dominiais Sem Proveitos Dominiais

Da análise do gráfico anterior, é possível observar, para a composição dos Resultados Líquidos da APL em 2010, os contributos dos vários segmentos de negócio da empresa.

Assim, verifica-se que o segmento Carga é estratégico para a APL em termos de rendibilidade, permitindo fazer face aos custos suportados com outras funções que, pela sua natureza, a APL tem de desempenhar, como as de Autoridade Portuária, a gestão da sua Área de Jurisdição ou a Relação com a Comunidade.

Por outro lado, realça-se a relevância dos Proveitos Dominiais como complemento dos excedentes gerados pelo segmento Carga que, em conjunto, permitem cobrir a exploração deficitária dos demais negócios e ainda libertar fundos para fazer face a parte dos investimentos.

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2009 2010 Variação

Indicadores

Financeiros

Ativo total (€ Milhares) 392.021 392.646 0,2%

Capitais próprios (€ Milhares) 186.887 187.198 0,2%

Passivo total (€ Milhares) 205.134 205.448 0,2%

Rentabilidade do ativo (%) 1,6 0,2 -1,4 p.p.

Rentabilidade dos capitais próprios (%) 3,4 0,4 -3,0 p.p.

Autonomia financeira (%) 47,7 47,7 0,0 p.p.

Indicadores de pessoal

2009 2010 Variação

Efetivos (n.º) (a 31 de dezembro)

339 340 0,3%

Custos com pessoal (€) (Com impacto da utilização das provisões para Assist. Médica e Medicamentosa)

6.196 - -

Efetivo médio 343 339 -1,2%

Custos com pessoal (€) (Sem impacto da utilização das provisões para Assist. Médica e Medicamentosa)

19.010 17.556 -7,6%

Custos com pessoal per capita (€) 55,4 51,8 -6,5%

2009 2010 Variação

Outros

indicadores

Margem operacional antes de amortizações e provisões (%)

46,6 40,3 -6,3 p.p.

Margem operacional (%) 19,8 10,1 -9,7 p.p.

VAB (€ Milhares) 30.043 32.248 7,3%

VAB/n.º médio de colaboradores (€ Milhares) 88 95 8%

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2. CONTEXTO MACROECONÓMICO

2.1. Internacional

Os dados económicos disponíveis confirmam o dinamismo da atividade económica da Zona Euro em 2010, apesar da elevada incerteza ainda instalada. Os planos de estabilidade financeira, a consolidação das finanças públicas e a publicação dos testes de stress ao sistema bancário provaram ser fundamentais para a estabilidade dos mercados financeiros.

Após a forte recessão registada em 2009, que atingiu particularmente as economias mais avançadas, assistiu-se, em 2010, a uma recuperação da atividade económica, nomeadamente nos países emergentes, como a China (+10,3%), Índia (+9,7%) e Brasil (+7,5%), segundo o Fundo Monetário Internacional. Na União Europeia, o crescimento económico foi mais moderado, devido à implementação de políticas orçamentais mais restritivas, de forma a corrigir os elevados défices públicos registados em 2009.

Assim, o crescimento económico na União Europeia em 2010, que de acordo com dados do FMI, foi de 1,8%, tal como o da Zona Euro, para além de se ter baseado na nova dinâmica do comércio mundial, beneficiou do crescimento registado na Alemanha (+3,6%), tendo sido também impulsionado pelos consumos, privado e público, e pelas exportações, que foram o principal motor do desenvolvimento económico em 2010, fruto da recuperação da economia a nível mundial (+5%).

Determinada pela nova dinâmica nas trocas comerciais, a inflação na Zona Euro registou um aumento em relação ao ano transato (+1,5%), segundo dados da Comissão Europeia, via GPEARI – Ministério das Finanças e da Administração Pública, impulsionada pela evolução desfavorável do preço do petróleo e dos bens alimentares. Acrescenta-se ainda o esforço efetuado para a consolidação das finanças públicas, nomeadamente com a subida de impostos, como fator crítico para a subida da generalidade dos preços.

Para se alcançar a estabilidade financeira na Zona Euro, é agora necessário que os diversos governos executem os respetivos planos de consolidação orçamental em 2011, implementando as medidas necessárias para atingir os seus objetivos, assegurando assim a progressiva consolidação das suas contas públicas, nomeadamente a nível do défice e da dívida pública.

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PIB (Taxa de crescimento real, em %, em 2010)

Economia Mundial 5,0%

Economias avançadas

EUA 2,8%

Área Euro 1,8%

Alemanha 3,6%

França 1,6%

Itália 1,0%

Espanha -0,2%

Reino Unido 1,7%

Japão 4,3%

Outras Economias

China 10,3%

Índia 9,7%

Rússia 3,7%

Brasil 7,5%

UE-27 1,8%

Fonte: FMI – World Economic Outlook Update (January 2011)

ENQUADRAMENTO INTERNACIONAL

Notas: (a) Euribor a 3 meses; (b) OT a 10 anos Fonte: Boletim Económico – primavera 2011; Banco de Portugal

Unidades 2010

Procura externa relevante para Portugal Taxa de variação, % 9,3%

Preço do Petróleo (Brent) USD/Barril 79,6 Taxa de câmbio efetiva nominal para Portugal Taxa de variação, % -6,3% Taxa de câmbio 1 euro = USD Média anual 1,33

Taxa de juro de curto prazo (a) Média anual, % 0,8%

Taxa de juro de longo prazo (b) Média anual, % 5,4%

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2.2. Nacional

Depois da desaceleração da economia em 2009, e da necessidade de ajustar os desequilíbrios macroeconómicos, o ano de 2010 ficou marcado pelas diversas decisões governamentais, justificadas por alterações nas condições de financiamento da economia portuguesa e motivadas pelo nível crescente de dívida pública portuguesa e pela consequente necessidade de consolidação orçamental, que instalaram um ambiente de incerteza sobre a capacidade financeira do Estado Português.

Assim, tornou-se um imperativo a adoção de medidas de consolidação das finanças públicas, traduzidas na aplicação dos Planos de Estabilidade e Crescimento que visavam, por um lado, o aumento das receitas, nomeadamente por via dos impostos e, por outro lado, a diminuição da despesa, nomeadamente através de cortes nas transferências sociais e nos salários da Administração Pública.

Não obstante o clima económico adverso, o ano de 2010 foi um ano de recuperação para a economia portuguesa, que registou um crescimento de 1,4%, segundo os dados publicados no último Boletim Económico do Banco de Portugal (março de 2011), impulsionado, em grande parte, pelo bom comportamento do sector exportador que contribuiu com quase 9% para esse crescimento, de acordo com a mesma fonte, animado por uma conjuntura internacional positiva e por ganhos de competitividade nacional.

No que se refere ao consumo privado, este cresceu 2,0% face a 2009, apesar da maior restrição de acesso ao crédito por parte das famílias, motivado, em grande parte, pelo aumento na compra de automóveis ligeiros de passageiros (consequência do fim dos incentivos ao abate e do aumento do IVA, primeiro em julho, sendo mais tarde anunciado um novo aumento para janeiro de 2011). Contudo, devido ao aumento da taxa de desemprego, que atingiu 10,8% em 2010, e às medidas de consolidação orçamental aplicadas ao longo do ano pelo Governo Português, esta rubrica registou sinais de abrandamento no segundo semestre de 2010.

Relativamente ao investimento em Portugal (FBCF), este manteve a tendência decrescente iniciada em 2008, voltando a registar uma contração (-4,8%), num contexto de dificuldade de acesso ao crédito (que derivou das dificuldades sentidas pela Banca no acesso ao mercado internacional da dívida, colmatadas pelo recurso ao Banco Central Europeu) e de baixos níveis de confiança no ambiente económico.

Em relação à evolução da taxa de inflação, o ano de 2010 caracterizou-se por uma variação positiva de 1,4%, largamente influenciada pelo aumento da tributação indireta, mas também pelo aumento de preços das matérias-primas (petróleo e bens ligados à alimentação humana e animal), que contribuiu para o aumento dos preços no consumidor.

De seguida, apresenta-se um quadro com os principais indicadores que caracterizaram a economia portuguesa em 2010:

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INDICADORES ECONÓMICOS EM PORTUGAL – 2010

PIB – (taxa de variação, %) 1,4%

Consumo Privado 2,0%

Consumo Público 3,2%

Investimentos (FBCF) -4,8%

Exportações 8,7%

Importações 5,3%

Taxa de Desemprego (b) (%) 10,8%

Taxa de Inflação(a) (taxa de variação, %) 1,4%

(a)Taxa de inflação medida pela variação média anual do Índice de Preços no Consumidor Fontes – Boletim Económico – primavera 2011; Banco de Portugal (b) - Atualização do Programa de Estabilidade e Crescimento; março 2011

2.3. Previsões de evolução

Para os próximos anos, 2011 e 2012, é expectável que a economia mundial mantenha a tendência de crescimento, acima da taxa média registada entre 2000 e 2008 (+4%). De acordo com as previsões do FMI, a economia global deverá crescer 4,2% e 4,6%, em 2011 e 2012, respetivamente. Perspetiva-se que a maioria das economias avançadas cresça a um ritmo mais moderado, consequência do reequilíbrio das contas públicas, da retração do consumo privado e do elevado nível de desemprego.

Segundo as previsões mais recentes da Comissão Europeia (final de fevereiro de 2011), a economia europeia e da zona euro deverão registar, em 2011, um crescimento de 1,8% e 1,6%, respetivamente, motivado pelas boas perspetivas da economia mundial, que funcionarão como um impulso às exportações europeias, pela melhoria das condições de acesso ao crédito e pela situação dos mercados financeiros.

Relativamente à economia portuguesa, as previsões para os próximos anos indicam que será difícil evitar que o país entre em recessão, apesar dos esforços do governo para que tal não aconteça, devido à necessidade de consolidação orçamental, à forte contração da procura interna e às restrições das condições de financiamento. Para 2011, e segundo os dados publicados no último Boletim Económico do Banco de Portugal, as projeções apontam para uma contração da atividade económica em 2011 (-1,4%), seguida de uma ligeira recuperação em 2012 (0,3%).

As exportações portuguesas, inserindo-se no clima de recuperação económica mundial, têm uma previsão de crescimento de 6,0% para 2011 e 6,5% para 2012. Estas assumem-se como a componente de maior estímulo no produto nacional, sendo o motor de desenvolvimento da economia, num contexto interno difícil marcado pela necessidade de contenção da despesa pública e por uma procura interna em declínio – resultado de uma maior carga fiscal, do menor acesso ao crédito e de uma taxa desemprego que mantém tendência negativa.

Assim, as previsões apontam para uma redução do consumo privado em 2011 (-1,9%) e para um abrandamento desta contração em 2012 (-1,0%), explicada pela redução dos salários no sector público e um novo aumento da tributação direta, com a consequente deterioração do rendimento disponível. Quanto ao consumo

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público, deverá contrair em 2011 e 2012 (-6,6% e -1,0%, respetivamente), reflexo da redução das despesas em bens e serviços por parte do Estado.

Relativamente à inflação, esta deverá apresentar um crescimento de 3,6% e 2,0% em 2011 e 2012, respetivamente. A projeção para 2011 reflete o aumento dos impostos indiretos, nomeadamente, o aumento da taxa do IVA de 21% para 23%, em janeiro de 2011.

Quanto ao investimento (FBCF), é expectável que sofra uma contração em 2011 (-5,6%), atenuando-se a mesma em 2012 (-1,3%), com ambas as componentes, privada e pública, a contribuírem para esta situação.

Como apontamento final, o sector portuário, nomeadamente o Porto de Lisboa, indiscutivelmente ligado ao comércio internacional, deverá manter uma atividade dinâmica e próspera enquadrada num ambiente de crescentes trocas comerciais internacionais e uma aposta forte da economia portuguesa nas exportações, assumidas como vetor estratégico fundamental para atenuar as necessidades de financiamento do país e solução para estímulo de uma economia caracterizada por uma procura interna debilitada.

INDICADORES ECONÓMICOS EM PORTUGAL (previsões)

2011 2012 PIB – (taxa de variação, %) -1,4% 0,3%

Consumo Privado -1,9% -1,0%

Consumo Público -6,6% -1,0%

Investimentos (FBCF) -5,6% -1,3%

Exportações 6,0% 6,5%

Importações -1,6% -2,0%

Taxa de Desemprego (b) (%) 11,2% 10,8%

Taxa de Inflação (a) (taxa de variação, %) 3,6% 2,0%

(a) - Taxa de inflação medida pela variação média anual do Índice de Preços no Consumidor Fontes: Boletim Económico – primavera 2011; Banco de Portugal (b) - Atualização do Programa de Estabilidade e Crescimento; março 2011

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3. A APL

3.1. Estratégia

A atividade desenvolvida pela APL, no ano de 2010, continuou a ter como principal elemento orientador a visão estabelecida no seu plano estratégico, com enfoque, durante o ano, no reforço da componente logística do Porto de Lisboa, na melhoria da comunicação e interação com a comunidade de agentes representantes da atividade do porto, na melhoria dos níveis de eficiência interna e do desenvolvimento sustentável, quer em termos da sua integração urbana, quer no desempenho ambiental do porto.

Nos termos dessa visão, a APL procurou consolidar-se enquanto player ibérico e atlântico das principais cadeias logísticas, procurando uma evolução equilibrada entre a sua vertente portuária e a sua relação com as áreas urbanas em que se insere, suportada por uma estrutura orgânica mais eficiente, centrada no cumprimento dos objetivos definidos pelo seu acionista.

Neste âmbito, a APL procurou orientar a sua atividade e o seu compromisso com a sociedade de modo a assegurar-se que o Porto de Lisboa:

• aprofunde a sua vocação de porto funcionalmente diversificado mas baseado em 3 áreas de atividades nucleares – carga contentorizada, granéis agroalimentares e turismo e lazer;

• seja um porto integrado e em convivência com os espaços e com a vida urbana que o envolvem;

• faça parte de um estuário que se pretende como um espaço de excelência ambiental, paisagística e cultural;

• contribua, pelo seu posicionamento geográfico, pela qualidade e eficiência do seu serviço e pela sua capacidade competitiva para a afirmação da região de Lisboa e Vale do Tejo como metrópole marítima bem como para o reforço da atratividade do sistema portuário nacional.

A concretização da estratégia da APL assentou em 5 pilares, os quais derivam do seu posicionamento nos vários mercados em que se insere e que estão, em permanência, a ser comparados com as melhores práticas do sector bem como são sujeitos aos reajustes inerentes à evolução da atividade, garantindo uma plena adequação da organização às necessidades dos stakeholders.

Um primeiro pilar centra-se precisamente no envolvimento com os stakeholders, garantindo uma focalização no crescimento sustentável do negócio através de estratégias de cariz comercial, de sistemas de informação e de infraestruturas operacionais que criem efetivo valor e que atuem enquanto facilitadores e indutores da atividade, em resultado de efetivas parcerias com os diferentes agentes envolvidos nos segmentos em que a APL desenvolve a sua atividade.

Um segundo pilar prioritário deriva da aposta numa efetiva e profícua relação porto-cidade, que permita harmonizar a normal atividade portuária e a necessidade de esta evoluir hoje e no futuro, gerando os meios financeiros que sustentem (hoje e no futuro) as atividades com impacto social mas sem rentabilidade, com a integração do porto na cidade, através da adoção de políticas de gestão territorial, traduzidas em acordos de gestão partilhada e de libertação de áreas sem usos portuários.

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Um terceiro pilar que assenta na navegação segura e não poluente, reduzindo potenciais impactes sociais e ambientais inerentes à atividade portuária, apostando nas mais avançadas tecnologias e processos de assistência à navegação, nomeadamente em termos de segurança do tráfego marítimo e em sistemas de safety e security.

Um quarto pilar que deriva do facto do contexto físico em que se insere o Porto de Lisboa e que visa promover a valorização do Estuário do Tejo, o maior plano marítimo-fluvial da Europa, que constitui um património cuja valorização, em todas as suas vertentes, é fundamental assegurar, pretendendo-se, para o efeito, ter um conhecimento cada vez mais aprofundado do equilíbrio dinâmico deste sistema e adotar práticas de gestão que promovam a sua preservação e qualificação.

Finalmente, um quinto pilar que se centra em princípios de sustentabilidade dos quais resulta um compromisso com uma sociedade mais desenvolvida e solidária e com uma organização mais eficiente, mais racional no uso dos seus recursos. Este pilar pode dividir-se em:

• Responsabilidade Social, consubstanciada por iniciativas destinadas a manter uma relação profícua e evolutiva, nos seus múltiplos parâmetros, com os colaboradores, clientes, fornecedores e comunidades locais;

• Responsabilidade Ambiental, que visa uma cada vez melhor integração do porto nas envolventes urbana e natural, permitindo o desenvolvimento da atividade e a conciliação de interesses, num contexto de crescente exigência;

• Sustentabilidade Económica, sendo responsabilidade da APL promover a competitividade do porto e a sua orientação para o cliente e para os resultados, privilegiando a criação de valor e a gestão criteriosa dos recursos, a rentabilidade dos capitais próprios e a manutenção da capacidade para investir na modernização operacional e logística do Porto de Lisboa, não esquecendo a criação de uma cultura empresarial mais orientada para o desempenho, para a produtividade e para a responsabilidade;

• Transparência, que é um princípio intrínseco à forma de ser da empresa e que tem reflexo não só na nossa abertura para divulgar toda a informação relevante sobre a empresa bem como na contínua disponibilidade para colocar à discussão da comunidade os projetos, as ideias e os objetivos da APL.

Inserido no processo de planeamento estratégico e sua implementação, a APL tem promovido o alinhamento da organização, quer dos órgãos de gestão, quer do seu middle management, em torno de um conjunto de medidas estruturantes e transversais, tendo como base os seguintes princípios:

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Em termos concretos, as principais medidas implementadas foram as seguintes:

• redefinição da área de jurisdição, em articulação com os municípios, permitindo a libertação de áreas sem vocação portuária e a focalização da atuação da APL na sua atividade primária (mercadorias e turística), motivando a adequação da estrutura da organização à progressiva centralização da atividade da empresa em algumas áreas funcionais muito específicas;

• estabelecimento de um quadro de diálogo institucional com os diversos municípios na envolvente do porto, o qual tem permitido um reforço da cooperação e a resolução de diversas situações de divergência;

• integração dos planos de desenvolvimento portuários nos instrumentos de ordenamento social e territorial (PROT, PDM municipais, POET e PNMP), assegurando assim a complementaridade de vontades e a partilha de perspetivas futuras, necessárias a uma relação harmoniosa e profícua entre o porto e a malha urbana em que se insere;

• lançamento de novos processos concursais no segmento da Carga, como é o caso do Terminal Multipurpose de Lisboa, processo que se desenvolve num contexto de parceria com diversas instituições, nomeadamente a DGTF, e integrado numa perspetiva de reforço da oferta portuária no segmento da carga contentorizada;

• modernização das acessibilidades do porto que agilizem os processos logísticos, nomeadamente em termos rodoferroviários e fluviais, que contribuam para uma maior integração do porto com as futuras plataformas logísticas que estão a ser instaladas na região;

• criação de condições que permitam o desenvolvimento de áreas de negócio ligadas às atividades turísticas, como sejam:

� a construção de um novo terminal de Cruzeiros em St.ª. Apolónia, obra que irá permitir uma substancial melhoria da oferta num segmento com elevado potencial de crescimento, a racionalização de meios internos através da concentração da atividade de cruzeiros num único local bem como promover uma maior rentabilidade desta atividade através da futura concessão da gestão deste terminal;

� a aposta na internacionalização da atividade da náutica de recreio, através de parcerias com entidades privadas que dinamizem a futura “Marina do Tejo” (Pedrouços) e que a orientem para um mercado global, bem como a melhoria da qualidade do serviço prestado nas restantes

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docas do porto e que permitam aumentar o nível de fidelização e de satisfação da comunidade regional. Para além disso, a APL tem promovido o desenvolvimento de núcleos e o reforço das infraestruturas de apoio locais que incentivem a prática da náutica de recreio a nível municipal, divulgando e angariando novos utilizadores para esta atividade.

• reforço do envolvimento da comunidade portuária e logística no planeamento e divulgação do porto e na prossecução de políticas comerciais e institucionais que permitam o crescimento dos vários segmentos de negócio. Prosseguindo uma política de articulação com os vários agentes envolvidos na atividade portuária, a APL preconiza uma política de gestão participada e participativa, como é disso exemplo o desenvolvimento do Estudo de Impacte Socioeconómico do Porto de Lisboa, o qual está a ser coordenado pela comunidade portuária;

• realização de ações de promoção do porto, em mercados-alvo definidos em função das áreas estratégicas da atividade portuária, em colaboração com a comunidade portuária, logística e empresarial, posicionando-se a APL como um agente indutor e facilitador da procura de novos clientes, de novos negócios;

• aprofundamento do papel da APL enquanto Landlord Port, quer na sua relação com os concessionários, nomeadamente através do reforço dos meios de supervisão e de acompanhamento da sua atividade, quer a nível interno por via da melhoria da qualidade do serviço prestado diretamente pela empresa, em aspetos como sejam a gestão da rede de águas, a implementação de indicadores de atividade e a instalação de um novo modelo de planeamento automatizado de ocupação dos cais;

• aumento dos níveis de eficiência e sustentabilidade organizacional, concretizado através de múltiplas ações de adaptação orgânica, nomeadamente reforçando os instrumentos de controlo interno e de monitorização da evolução da atividade, da aposta em novos processos sustentados por um crescente recurso a sistemas de informação bem como por via da racionalização de custos, aumento da eficiência das cobranças e num equilíbrio racional entre investimentos e as respetivas fontes de financiamento;

• implementação das medidas definidas pela Tutela sectorial e pelo acionista que, condicionando a nossa política de custos e investimentos, exigem uma progressiva focalização no core business, concentrando aí os recursos gerados pela atividade operacional.

20

3.2. Desempenho económico-financeiro da APL no contexto portuário nacional

No atual contexto de crise socioeconómica, com particular incidência no sector público, é fulcral a realização de análises específicas que permitam a todos os stakeholders envolvidos fazer uma avaliação do desempenho económico-financeiro das empresas, numa base uniforme.

Analisar a performance económico-financeira de uma empresa apenas através dos seus Resultados Líquidos é claramente insuficiente, pois não são tomados em consideração determinados efeitos que os influenciam muito para além da mera atividade operacional.

Como tal, decidiu a APL, pela primeira vez, apresentar no seu Relatório & Contas, alguns indicadores que permitirão ao acionista, e a todos os restantes stakeholders, uma análise devidamente enquadrada do desempenho económico-financeiro da empresa do último triénio. Com este trabalho pretende-se criar uma plataforma harmonizada que viabilize uma efetiva comparabilidade e identificação objetiva das condicionantes impostas ao desenvolvimento da atividade da APL.

Para tal, torna-se relevante relembrar as características sociogeográficas únicas da APL no panorama portuário nacional, para além de ser o porto da capital de Portugal, tem uma integração territorial que se estende ao longo de 11 Municípios, pelas duas margens do Tejo, servindo uma área metropolitana onde reside cerca de 20% da população nacional. Assim, é natural que a APL seja a Administração Portuária com maior nível de investimento realizado, como é possível constatar no gráfico I.

Gráfico I - Investimentos

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

2007 2008 2009

milhares €

APDL APA APL APSS APS

Fonte: R&C das respetivas Autoridades Portuárias

No entanto, por estar inserido na Região de Lisboa e Vale do Tejo (RLVT), a APL não tem podido aceder a subsídios dos Fundos Comunitários, nem os subsídios via PIDDAC têm sido compatíveis com o volume de investimentos realizados.

No gráfico II é possível verificar a evolução dos subsídios recebidos.

21

Gráfico II - Subsídios

0

5.000

10.000

15.000

20.000

2007 2008 2009

milhares €

APDL APA APL APSS APS

Fonte: R&C das respetivas Autoridades Portuárias

Relacionando os investimentos realizados com os subsídios obtidos, podemos verificar que, ao longo dos últimos três anos, o rácio de cobertura dos investimentos com subsídios para a APL foi inferior a 5%, enquanto a média do rácio de cobertura dos investimentos com subsídios para as outras Administrações Portuárias rondou os 46%. Este desequilíbrio tem ainda maior relevância quando o investimento médio realizado pela APL representou mais de 78% do investimento realizado por todas as outras Administrações Portuárias.

Gráfico III - % de investimentos subsidiados

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

2007 2008 2009

APDL APA APL APSS APS

Fonte: R&C das respetivas Autoridades Portuárias

Desta forma, a APL tem vindo a recorrer ao financiamento bancário para fazer face aos seus investimentos. De facto, se aos investimentos realizados forem retirados os subsídios recebidos (investimento líquido) é possível estabelecer uma relação quase direta com o aumento do endividamento bancário da APL, tal como é demonstrado no gráfico IV.

22

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

35.000

milhares €

2008 2009

Gráfico IV - Variação do endividamento bancário vs investimento líquido da APL

Investimento líquido Endividamento bancário

Fonte: R&C das respetivas Autoridades Portuárias

O recurso a empréstimos bancários é assim justificado pela necessidade de cobertura dos investimentos, dada a ausência de outras fontes de financiamento, contribuindo esta situação para que a APL apresente um maior endividamento relativamente às outras Administrações Portuárias do Continente, o que afeta os seus resultados líquidos por força dos crescentes juros suportados com o serviço de dívida.

Gráfico V - Juros suportados

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

2007 2008 2009

milhares €

APDL APA APL APSS APS

Fonte: R&C das respetivas Autoridades Portuárias

Conclui-se que, o elevado montante de investimentos, em conjunto com os quase inexistentes subsídios, fazem com que a APL tenha que recorrer a financiamentos

23

bancários, aumentando assim, o seu nível de endividamento e, consequentemente, os juros, o que coloca uma pressão adicional nos resultados, única no sector portuário, penalizando desta forma o desempenho económico-financeiro da empresa.

24

3.3. Envolvente externa

Para além dos condicionamentos naturais que advêm da situação económica nacional e internacional, o ano de 2010 revelou algumas situações mais concretas que condicionaram a atividade do Porto de Lisboa e a tomada de decisões da APL, nomeadamente:

• construção da 3ª Travessia do Tejo (TTT) – na sequência da decisão governamental de suspender o processo, a APL aguarda desenvolvimentos em relação a este projeto, para melhor poder avaliar e mitigar eventuais impactes negativos na sua atividade;

• adiamento do projeto da REFER relativo à Linha de Cascais, decisão essa que afetou os planos de ligação ferroviária à zona portuária, em Alcântara;

• revogação, por parte da Assembleia da República, do Decreto-Lei que autorizava a prorrogação do prazo da concessão do Terminal de Contentores de Alcântara.

Para além destas situações, importa também referir outros acontecimentos que enquadraram a atividade da APL durante o ano, salientando-se os seguintes:

• transferência de áreas sem uso portuário para a Câmara Municipal de Lisboa (CML), de acordo com o que ficou estipulado na RCM 87/2009, de 18 de setembro. Em 2010, a APL e a CML assinaram vários Autos de Transferência Dominial de Áreas sem Interesse Portuário, que se traduziram na transferência efetiva de um total de doze parcelas anteriormente afetas à APL para o domínio da gestão da Câmara Municipal de Lisboa;

• transferência de áreas sem uso portuário para as restantes autarquias da área de jurisdição da APL. Em 2010, foram remetidas as minutas de protocolo de entendimento de mutação dominial para estes municípios, destacando-se a assinatura do Protocolo de Transferência de Áreas Ribeirinhas sem utilização portuária, com o município de Vila Franca de Xira;

• Volvo Ocean Race – através da RCM n.º 68/2010, de 31 de agosto, foi declarado o interesse público nacional da realização da Regata Volvo Ocean Race, na zona de Pedrouços, tendo a APL e a CML ficado responsáveis pela reconversão e requalificação urbanística daquela zona.

25

3.4. Principais projetos concluídos e/ou em curso em 2010

Em 2010, assistiu-se ao desenvolvimento e/ou conclusão dos seguintes projetos e obras:

TERMINAL DE CRUZEIROS DE LISBOA • Estudos, Projetos e EIA;

• Obra;

� Gare Marítima;

� Arranjos exteriores;

� Parque de estacionamento.

Projeto em desenvolvimento com acompanhamento da APL e Câmara Municipal de Lisboa.

REABILITAÇÃO E REFORÇO DOS CAIS ENTRE STA. APOLÓNIA E JARDIM DO TABACO

• Estudos e Projetos;

• Obra e fiscalização;

• Monitorização do ruído;

• Acompanhamento arqueológico;

• Fiscalização ambiental;

• Caracterização de sedimentos;

• Monitorização da Qualidade da Água (Dragagem).

Em 2010, foram concluídos os estudos e projetos, a caracterização de sedimentos e o acompanhamento arqueológico.

Estão em desenvolvimento, a obra e sua fiscalização, a fiscalização ambiental, a monitorização do ruído e a monitorização da qualidade da água.

EXPANSÃO DO TERMINAL DE CONTENTORES DE ALCÂNTARA

ESTUDOS AMBIENTAIS

• Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da Bacia de Manobra;

• Estudo de Impacte Ambiental do Canal da Barra(a) e modelação matemática;

• Caracterização da macrofauna bentónica do Canal da Barra;

• Nova caracterização de sedimentos na Bacia de Manobra;

• Caracterização da macrofauna bentónica da Bacia de Manobra;

• Caracterização de sedimentos no Canal da Barra.

OBRAS

• Adaptação do Edifício Diogo Cão para o IPTM;

• Adaptação do Edifício Armazém 113 para Sindicatos do Mar;

• Vedação.

(a) – Apesar de aqui estar incluído no projeto do TCA, o EIA relativo ao Canal da Barra não está ligado exclusivamente ao TCA, mas sim à atividade portuária global, envolvendo todos os outros terminais de carga e de cruzeiros

Foram concluídos em 2010, o EIA da Bacia de Manobra, as respetivas caracterizações de sedimentos e da macrofauna bentónica.

Foi, também, concluída a caracterização de sedimentos no Canal da Barra

Encontram-se em desenvolvimento, o EIA do Canal da Barra e modelação matemática e a respetiva caracterização da macrofauna bentónica.

A adaptação do edifício Diogo Cão encontra-se em desenvolvimento. Os trabalhos de adaptação do edifício armazém 113 e da vedação encontram-se concluídos.

PROJECTO SITUAÇÃO

26

ACÇÕES NO ÂMBITO DO PLANO ESTRATÉGICO DO PORTO DE LISBOA

• Estudo para a calibração e previsão da agitação marítima nas barras;

• Estudo de Viabilidade Técnica e Ambiental da recuperação do cais da Siderurgia;

• PIRANET.

Em 2010, foram concluídos o estudo de calibração e previsão da agitação marítima e o PIRANET.

Está em desenvolvimento, o estudo de viabilidade técnica e ambiental da recuperação do cais da Siderurgia

PROGRAMA DE MONITORIZAÇÃO DE ÁGUA E SEDIMENTOS

Em desenvolvimento na componente de monitorização das dragagens.

DRAGAGEM DA CALA DAS BARCAS

• Levantamentos hidrográficos.

Em desenvolvimento.

NOVA CARACTERIZAÇÃO DE SEDIMENTOS NO ESTUÁRIO DO TEJO

Em desenvolvimento.

REORDENAMENTO VIÁRIO E NOVAS PORTARIAS

POÇO DO BISPO – LISBOA

• Execução da portaria geral oriental do Porto de Lisboa – Edificado;

• Execução da portaria geral oriental do Porto de Lisboa – Envolvente.

Em fase de lançamento de concurso.

RELOCALIZAÇÃO DE ACTIVIDADES LIGADAS À PESCA

ABRIGO PARA EMBARCAÇÕES DE PESCA EM SANTOS

• Estudos e projetos;

• Obra.

REORDENAMENTO DO NÚCLEO DE PESCA DA TRAFARIA E PRAIA ADJACENTE

• Estudos e projetos;

• Obra.

ABRIGO PARA EMBARCAÇÕES DE PESCA NA COVA DO VAPOR

• Estudos e projetos;

• Obra.

Estudos e projetos concluídos.

Obra em fase de concurso

Estudos e projetos em desenvolvimento.

Estudos e projetos em desenvolvimento.

REABILITAÇÃO DA DOCA DE PEDROUÇOS

• Estudos e projetos;

• Obra;

• Demolições dos edifícios Docapesca;

• Acompanhamento ambiental;

• Dragagens.

Estudos e projetos concluídos. Obra em fase de concurso.

Demolições dos edifícios e trabalhos de dragagens em desenvolvimento.

REABILITAÇÃO E REFORÇO DO MOLHE MONTANTE DA DOCA DA MARINHA

Estudos e projetos concluídos.

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PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO AMBIENTAL SUSTENTÁVEL DA APL– CISA

• Auditoria ambiental aos Edifícios da APL;

• Programa de Redução de GEE.

Foi concluído o Programa de Redução de GEE.

PÓLO MULTIUSOS DE SANTOS Preparação de lançamento de concurso de ideias para projeto, em conjunto com a CML.

PÓLO DE NÁUTICA DE ALGÉS

• Vedações e arranjos exteriores.

Em fase de análise de propostas.

VIA INTERNA DE ACESSO AO VTS Em fase de conclusão.

REABILITAÇÃO DOS MOLHES DE PROTECÇÃO DA RIBEIRA DO JAMOR

Em fase de preparação de concurso de obra.

PLANOS E ACÇÕES NO ÂMBITO DE ACORDOS COM ENTIDADES

• REPARA – Regeneração Programada da Área Ribeirinha de Alburrica – Barreiro;

• Dragagem da Caldeira – Moita;

• Requalificação Cais dos Vapores e regeneração do espaço público adjacente – Montijo;

• Requalificação da muralha da Av. D. Manuel I – Alcochete;

• Requalificação da frente ribeirinha zona sul – V. F. Xira;

• Levantamentos hidrográficos diversos – protocolo IH/APL.

Programa REPARA em fase de conceção.

Dragagem da caldeira da Moita em desenvolvimento.

Requalificação da muralha da Av. D. Manuel I em desenvolvimento.

Levantamentos hidrográficos no âmbito do protocolo IH/APL em curso.

28

4. CONTRATO DE GESTÃO Para o ano de 2010 foram traçados os seguintes objetivos de gestão:

Indicadores Objetivo Real Variação

Real/

Objetivo

Taxa de ponderação

(1)

Taxa de atingimento do objetivo

(2)

(1) + (2)

Volume de Negócios (1) (m€) 48.424 46.630 -3,7% 10,0% 96,3% 9,63%

Margem EBITDA (2) (%) 24,5% 40,3% 64,5% 18,7% 164,5% 30,8%

Resultados Líquidos (m€) -375 741 297,6% 21,3% 397,6% 84,7%

ROACE (3) (%) -1,0% 1,69% 277,8% 10,0% 377,8% 37,8% Movimento de Mercadorias (mT)

11.481 12.499 8,9% 25,0% 108,9% 27,2%

PMP (4) (dias) 61 44 27,9% 8,0% 127,9% 10,2%

Grau de Cumprimento do Plano de Investimentos (5) (%)

90,0% 47,0% -47,8% 2,0% 52,2% 1.0%

Eficiência (6) (%) 4,27% 2,69% 36,9% 5,0% 136,9% 6,8%

Nível Médio de consecução dos objetivos: 208%

Notas: (1) Volume de negócios – soma dos valores registados nas contas proveitos 71-Vendas, 72-Prestação de Serviços, 73-Proveitos Suplementares e 76-Outros Proveitos e Ganhos Operacionais; (2) Margem do EBITDA – EBITDA/Volume de negócios, sendo o EBITDA = Resultados Operacionais + Amortizações + Provisões (+ ajustamentos caso haja); (3) ROACE – EBIT/Capital empregue médio. Para o Capital empregue serão considerados os valores médios para a Situação Líquida e Passivo Remunerado. Os subsídios ao investimento, na conta de acréscimos e diferimentos, quer sejam provenientes da União Europeia ou do Governo Português ou outra entidade, não serão considerados para efeito de capital empregue; (4) PMP calculado de acordo com a RCM nº 34/2008; (5) Valor do investimento realizado/valor do investimento orçamentado; (6) Custos operacionais/EBITDA.

29

5. ÁREAS DE NEGÓCIO

5.1. Evolução da atividade portuária

Evolução do Sector em 2010

Relativamente à situação nacional5, a evolução registada em 2010, e no triénio antecedente, foi a seguinte:

Contentores (TEU)

0200.000400.000600.000800.000

1.000.0001.200.0001.400.0001.600.000

2007 2008 2009 2010

TEU

APDL APL APS APSS Total

Granéis sólidos

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

2007 2008 2009 2010

Toneladas

APDL APL APS APSS APA Total

5 Fonte: sites das respetivas Administrações Portuárias

30

Granéis líquidos

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

30.000.000

35.000.000

2007 2008 2009 2010

Toneladas

APDL APL APS APSS APA Total

Carga geral

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

2007 2008 2009 2010

Toneladas

APDL APL APS APSS APA Total

Total nacional

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

50.000.000

60.000.000

70.000.000

2007 2008 2009 2010

Toneladas

APDL APL APS APSS APA Total

31

Como é possível constatar através da leitura dos quadros anteriores, os principais portos nacionais registaram uma subida da sua atividade tendo Lisboa acompanhado essa tendência (+2,7% face a 2009), situação para a qual contribuíram os acréscimos na movimentação de granéis sólidos (+6,2%), de carga geral (+2,4%) e de contentores (+2,4%, em termos de TEU).

No entanto, e apesar do crescimento registado ter sido inferior ao dos outros portos nacionais, o Porto de Lisboa continuou a registar a maior quota de mercado nos segmentos de carga contentorizada (cerca de 36%), o que revela a importância que Lisboa assume nas principais cadeias logísticas nacionais e ibéricas, e de granéis sólidos (cerca de 31%).

As principais rotas marítimas, apesar da crise que afetou o sector desde 2008, não sofreram alterações, como comprova o mapa seguinte.

PRINCIPAIS ROTAS MARÍTIMAS E DENSIDADE DE TRÁFEGO

Fonte: www.people.hofstra.edu/geotrans/index.html

Da observação do mapa facilmente se conclui que a maior concentração de tráfego marítimo regista-se nas rotas transatlânticas e nas rotas transpacíficas. Destaca-se também o tráfego oriundo do Extremo Oriente com destino à Europa, através da passagem pelo Canal do Suez.

É expectável, no entanto, que esta realidade possa vir a ser afetada por alguns desenvolvimentos, que terão influência no posicionamento da Europa, e consequentemente do Porto de Lisboa, no que se refere às principais rotas de comércio mundial. Assim:

• com o aquecimento global, as previsões apontam para que, em 2020, venha a existir uma nova passagem através do Ártico;

• a expansão do Canal do Panamá (com conclusão prevista para 2014) permitirá a passagem de navios até 12.500 TEU e/ou 120.000 DWT, aproximando assim a China da Europa;

32

• a expansão do Canal do Suez (com conclusão prevista em 2012) permitirá o trânsito de navios porta-contentores de maior capacidade, em face da dragagem para profundidades maiores.

Certamente que o Porto de Lisboa, pelo seu posicionamento geográfico, não deixará de aproveitar estas oportunidades que irão alterar a configuração mundial do tráfego marítimo.

Perspetivas de evolução

Segmento da carga contentorizada

A recessão sentida em 2008-2009, que veio alterar as normais relações estabelecidas no segmento da carga contentorizada e, a incerteza, ainda instalada, no que se refere à evolução do ambiente económico global, tornam difícil fazer projeções relativamente ao regresso a um equilíbrio entre a procura e a oferta neste segmento.

De acordo com a Drewry Shipping Consultants6, o tráfego mundial de contentores terá registado um crescimento de 10,8% em 2010 (para 2011, as previsões da mesma fonte apontam para um crescimento do tráfego mundial de contentores de 8%), o que representa uma surpreendente recuperação relativamente a 2009, ano em que se assistiu, pela primeira vez, a uma quebra no número de contentores movimentados (-9,4%).

Esta recuperação resultou, em grande parte, do ressurgimento das exportações chinesas, com o consequente aumento na movimentação de contentores nos principais portos daquele país, os quais terão registado crescimentos acima dos 20%. Segundo o Fundo Monetário Internacional, a economia chinesa terá crescido 10,5% em 2010, ultrapassando o Japão e tornando-se a 2ª economia a nível mundial, atrás do E.U.A.. No quadro seguinte é possível verificar a evolução da movimentação de contentores por região, desde 2008 até ao final do 1º semestre de 2010.

6 “Annual Container Market Review and Forecast – 2010/2011”

33

Fonte: “Annual Container Market Review and Forecast – 2010/2011”; Drewry Shipping Consultants

Depois das quebras abruptas registadas em finais de 2008, e a manutenção dos crescimentos negativos no 1º semestre do ano de 2009, os tráfegos da grande maioria das regiões começaram a revelar uma tendência de regresso ao crescimento positivo, registando-se, em alguns casos, recuperações surpreendentes, nomeadamente na Europa Oriental, que depois da forte quebra registada em 2009 (-36,2%), terá visto a movimentação de contentores nos seus portos crescer acima dos 20% em 2010.7

O desenvolvimento deste segmento de mercado está fortemente condicionado pelo nível de expansão económica em cada uma das regiões, sendo o crescimento económico, e a consequente geração de tráfego, a base mais racional para qualquer apontamento em relação às perspetivas futuras.

Dependendo do comportamento da economia mundial, as previsões8 apontam para que a movimentação de contentores atinja os 708 – 788 milhões de TEU em 2015, mantendo-se o crescimento até 2020, altura em que atingirá os 932 – 1.147 milhões TEU/ano. O gráfico seguinte permite uma visualização da evolução previsível da movimentação de contentores até 2020, considerando três cenários distintos para a evolução da economia.

7 “Annual Container Market Review and Forecast – 2010/2011”; Drewry Shipping Consultants

8 “Container Terminal Management – a post-crisis perspective”; Ocean Shipping Consultants; 2010

34

Fonte: “Container Terminal Management – a post-crisis perspective”; Ocean Shipping Consultants; 2010

Em termos de perspetivas para as diferentes regiões já mencionadas, a tabela seguinte apresenta as projeções para a evolução da atividade deste segmento até 2015 (variação no manuseamento de contentores nos respetivos portos)9.

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

América do Norte -13,3% 9,1% 5,6% 4,9% 4,3% 4,1% 4,1%

Europa Ocidental -13,6% 7,0% 4,9% 4,6% 4,5% 4,2% 3,3%

Europa do Norte -16,1% 7,6% 5,1% 5,0% 4,8% 4,4% 3,5%

Europa do Sul -9,6% 6,2% 4,5% 4,0% 4,0% 3,8% 3,0%

Extremo Oriente -8,3% 12,7% 10,0% 9,1% 9,0% 8,9% 9,5%

Sudeste Asiático -7,9% 11,2% 8,5% 7,2% 7,1% 6,7% 7,0%

Médio Oriente -1,9% 10,6% 7,3% 6,8% 6,5% 6,5% 7,2%

América Latina -10,9% 10,5% 6,0% 5,4% 5,0% 6,2% 9,7%

Caraíbas/América Central -9,3% 9,8% 5,1% 4,8% 3,1% 3,5% 10,7%

América do Sul -12,6% 11,4% 7,1% 6,0% 7,0% 9,0% 8,7%

Oceânia -4,9% 7,8% 6,1% 4,3% 4,1% 4,2% 4,1%

Sul da Ásia -4,9% 13,4% 11,1% 8,9% 8,8% 8,7% 8,4%

África -0,4% 8,1% 7,4% 6,0% 4,9% 4,7% 6,3%

Europa Oriental -36,2% 20,1% 11,5% 8,8% 9,0% 7,7% 7,8%

Mundo -9,4% 10,8% 8,0% 7,2% 7,0% 6,9% 7,5%

9“Annual Container Market Review and Forecast – 2010/2011”; Drewry Shipping Consultants

35

Da análise do quadro, destaca-se o crescimento registado nos portos do Extremo Oriente, sudeste asiático, Médio Oriente e sul da Ásia, todos acima dos 10%, em 2010. Pode também constatar-se que as perspetivas de crescimento da Europa do Sul são inferiores às da Europa do Norte (devido à forte concentração da capacidade produtiva europeia e, consequentemente, um maior dinamismo comercial da Europa do Norte).

Segmento dos granéis sólidos

Depois de anos de forte crescimento nos portos europeus (entre 2000 e 2007, cerca de 40%, ascendendo a 5,34 biliões de tons), os anos de 2008 e 2009 revelaram-se desfavoráveis para o segmento dos granéis sólidos.

Aproveitando o facto dos fretes terem atingido níveis muito baixos, a China deu início a um ciclo de compras de matérias-primas, contribuindo, assim, para que o segmento voltasse a registar variações positivas. Também a procura por parte das economias avançadas voltou a mostrar algum dinamismo. Assim, o mercado cresceu 9% em 2010, sendo expectável que cresça cerca de 7% em 201110, esperando-se que, no longo prazo, a Índia e a China, a par com os países desenvolvidos, sejam os principais impulsionadores do transporte de granéis sólidos.

O gráfico seguinte é representativo da evolução dos fretes, desde 2009 até 2012 (previsões), de acordo com o Baltic Dry Índex (BDI), o principal benchmark dos fretes marítimos deste segmento de mercado.

Fonte: Deloitte – Shipping Report; 2010

10

BIMCO – Baltic and International Maritime Council

36

Depois de abordar a evolução a nível internacional dos segmentos considerados estratégicos para o Porto de Lisboa, importa agora referir as previsões para o mesmo. Assim, e apesar das perspetivas favoráveis de crescimento na movimentação de carga a nível mundial, as mesmas apresentam-se mais moderadas para o porto da capital sendo expectável que, em 2011 e 2012, o crescimento global ronde 1%, com variações igualmente pouco significativas no caso da carga contentorizada, facto esse motivado pelo esperado fraco desempenho das importações portuguesas (decréscimo de 1,9% em 2011 seguido de um ligeiro crescimento de 2,4% em 2012). De salientar que, de resto, o Porto de Lisboa deverá acompanhar as previsões existentes relativas aos portos do Sul da Europa, a qual é apontada como aquela em que os índices de crescimento, neste caso da carga contentorizada, serão mais moderados, projetando-se aumentos anuais de cerca de 4% até 2013 e uma desaceleração dos mesmos para 2014 e 2015 (3,8% e 3%, respetivamente).

37

5.2. Movimento de navios no Porto de Lisboa

No ano de 2010, o número de navios que escalaram o Porto de Lisboa ascendeu a 3.097 unidades, menos 122 que no ano anterior (-3,8%).

Tal facto ficou a dever-se ao decréscimo verificado no segmento da carga geral, com menos 138 navios entrados relativamente a 2009 (-6,5%), explicado pela diminuição do número de escalas dos navios mistos de carga geral/contentores, carga geral fracionada e Ro-Ro.

No que se refere à tonelagem bruta dos navios (GT), a mesma totalizou cerca de 42,9 milhões de toneladas, mais 1,5 milhões que o verificado em 2009 (+3,5%). Como já referido, houve uma redução no número de navios que escalaram o Porto de Lisboa em 2010, pelo que este aumento na tonelagem bruta confirma a tendência para a crescente utilização de navios de maior dimensão.

Nas tabelas seguintes é possível observar a informação relativa ao número de navios entrados no Porto de Lisboa, em 2009 e 2010, bem como a respetiva tonelagem bruta.

NAVIOS ENTRADOS NO PORTO DE LISBOA

Tipo de navios Número Variação 2009-2010

2009 2010 Absoluta %

Passageiros* 296 302 6 2,0%

Carga geral 2115 1977 -138 -6,5%

Granéis sólidos 147 151 4 2,7%

Granéis líquidos 469 455 -14 -3,0%

Pesca 7 5 -2 -28,6%

Outros 185 207 22 11,9%

TOTAL 3.219 3.097 -122 -3,8%

* Inclui alguns navios de passageiros que não são de cruzeiro

TONELAGEM BRUTA DOS NAVIOS ENTRADOS

Tipo de navios Tonelagem Bruta (ton) Variação 2009-2010

2009 2010 Absoluta %

Passageiros 15.456.331 16.890.613 1.434.282 9,3%

Carga geral 19.575.419 19.540.825 -34.594 -0,2%

Granéis sólidos 2.706.516 2.948.302 241.786 8,9%

Granéis líquidos 3.089.700 3.055.814 -33.886 -1,1%

Pesca 11.717 11.392 -325 -2,8%

Outros 659.716 502.969 -156.747 -23,8%

TOTAL 41.499.399 42.949.915 1.450.516 3,5%

38

5.3. Carga movimentada no Porto de Lisboa

O tráfego de carga no Porto de Lisboa apresentou um aumento de 2,7% no total das mercadorias, ou seja, cerca de mais 315 mil toneladas em relação a 2009. Este acréscimo teve como principais causas o comportamento mais favorável ao nível do segmento dos granéis sólidos, com mais 274 mil toneladas (+6,2%), e do segmento da carga geral, com mais 127 mil toneladas (+2,4%).

6.094.886

5.327.779

1.557.523

5.377.851

4.410.141

1.924.070

5.504.357

4.684.556

1.837.819

0

3.000.000

6.000.000

9.000.000

12.000.000

15.000.000

2008 2009 2010

Evolução da movimentação de carga 2008-2010

Carga Geral Granéis Sólidos Granéis Líquidos

Fazendo uma breve análise para cada um dos segmentos, verificou-se que:

• na carga geral, os aumentos registaram-se na carga contentorizada, enquanto a movimentação de carga ro-ro e de carga geral fracionada apresentou quebras relativamente a 2009;

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

6.000.000

Toneladas

Carga Geral(Total)

Fracionada Contentorizada Ro-Ro

Evolução da Movimentação de Carga Geral 2009-2010

+2,4%

-3,6%

+3,4%

-45,5%

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

6.000.000

Toneladas

Carga Geral(Total)

Fracionada Contentorizada Ro-Ro

Evolução da Movimentação de Carga Geral 2009-2010

+2,4%

-3,6%

+3,4%

-45,5%

• no grupo dos granéis sólidos, registou-se um significativo aumento, resultante do acréscimo no tráfego de produtos agroalimentares desembarcados, essencialmente cereais e oleaginosas e de minérios (pirites de ferro ustuladas) carregados;

39

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000Toneladas

GranéisSólidos(Total)

Produtosagro-

alimentares

Minérios Carvão Outros

Evolução da Movimentação de Granéis Sólidos 2009-2010

+6,2%

+6,4%

+780,1% -19,3%

+2,9%

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000Toneladas

GranéisSólidos(Total)

Produtosagro-

alimentares

Minérios Carvão Outros

Evolução da Movimentação de Granéis Sólidos 2009-2010

+6,2%

+6,4%

+780,1% -19,3%

+2,9%

• o grupo dos granéis líquidos teve uma diminuição em relação a 2009, devido essencialmente ao decréscimo do tráfego dos produtos refinados do petróleo e biodiesel.

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

Toneladas

GranéisLíquidos(Total)

Produtosrefinados

Gasesliquefeitos

Biodiesel Outros

Evolução da Movimentação de Granéis Líquidos 2009-2010-4,5%

-2,5%

-13,6% -53,8%

1,7%

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

Toneladas

GranéisLíquidos(Total)

Produtosrefinados

Gasesliquefeitos

Biodiesel Outros

Evolução da Movimentação de Granéis Líquidos 2009-2010-4,5%

-2,5%

-13,6% -53,8%

1,7%

40

MOVIMENTO DE MERCADORIAS SEGUNDO O SEGMENTO (TONELADAS)

MERCADORIAS 2009 2010 Variação 2009-2010

Carga Descarga Total Carga Descarga Total Absoluta %

Carga Geral 3.371.643 2.006.208 5.377.851 3.457.897 2.046.460 5.504.357 126.506 2,4%

Fracionada 113.304 184.120 297.424 85.800 200.884 286.684 -10.740 -3,6%

Contentorizada* 3.195.959 1.810.669 5.006.628 3.337.933 1.839.537 5.177.470 170.842 3,4%

Ro-Ro 62.380 11.419 73.799 34.164 6.039 40.203 -33.596 -45,5%

Granéis Sólidos 459.250 3.950.891 4.410.141 599.988 4.084.568 4.684.556 274.415 6,2%

Cereais, forragens e sementes oleaginosas 81.958 3.123.962 3.205.920 98.470 3.312.418 3.410.888 204.968 6,4%

Minérios 3.350 1.498 4.848 41.910 757 42.667 37.819 780,1%

Carvão 0 13.298 13.298 10.731 0 10.731 -2.567 -19,3%

Outros 373.942 812.133 1.186.075 448.877 771.393 1.220.270 34.195 2,9%

Granéis Líquidos 168.938 1.755.132 1.924.070 115.966 1.721.853 1.837.819 -86.251 -4,5%

Produtos refinados 52.599 1.250.917 1.303.516 70.989 1.199.590 1.270.579 -32.937 -2,5%

Gases liquefeitos 0 64.865 64.865 0 56.031 56.031 -8.834 -13,6%

Outros 116.339 439.350 555.689 44.977 466.232 511.209 -44.480 -8,0%

TOTAL GERAL 3.999.831 7.712.231 11.712.062 4.173.851 7.852.881 12.026.732 314.670 2,7%

*Inclui as taras dos contentores

41

No que diz respeito à movimentação de granéis líquidos no Porto de Lisboa, da análise do quadro anterior, constata-se que, em 2010, houve um decréscimo de cerca de 86 mil toneladas (-4,5%) no total de granéis líquidos movimentados. Esta evolução ficou a dever-se a um decréscimo na importação de combustíveis em quase todos os terminais dedicados a este tipo de tráfego, ainda que os Terminais de Líquidos do Barreiro – Tanquipor e do Porto de Buchos – ESSO apresentem um aumento significativo da sua atividade.

Esta variação negativa verificou-se tanto nas mercadorias desembarcadas, menos 33 mil toneladas que em 2009 (-1,9%), tendo-se registado significativas diminuições na descarga de óleo de palma e fuelóleo, como nas mercadorias embarcadas, menos 53 mil toneladas (-31,4%), para a qual contribuiu uma forte quebra no embarque de biodiesel.

Nos seguintes gráficos podem observar-se que as principais mercadorias movimentadas no segmento dos granéis líquidos no passado ano foram o gasóleo e o fuelóleo:

Granéis Líquidos - Descarga2010

Amoníaco9.0% Fuelóleo

25.4%

Gasolina8.8%

Outros14.6%

Óleo de soja6.7%

Gasóleo35.5%

Granéis Líquidos - Carga2010

Biodiesel38.8%

Fuelóleo38.1%

Gasóleo23.2%

Relativamente aos granéis sólidos, o ano de 2010 ficou marcado por uma subida de mais de 274 mil toneladas (+6,2%), no total da carga movimentada, comparativamente a 2009., aumento este que se verificou tanto ao nível das

42

mercadorias embarcadas (30,6%) como das desembarcadas (3,4%). Esta situação ficou a dever-se, essencialmente, a um aumento do consumo.

De todos os terminais dedicados a este tipo de mercadoria destaca-se o aumento significativo no Terminal de Granéis da Trafaria – Silopor, no Terminal Multiusos Poço do Bispo – ETE e na Ponte Cais Cimpor, como se pode verificar no gráfico seguinte:

0

400.000

800.000

1.200.000

1.600.000

Toneladas

TGT TGB TGP TMBar TMPB TMB Cimpor Outros

Evolução da Movimentação de Granéis Sólidos por Terminal

2009-2010

2009 2010

Nota: TGT – Terminal de Granéis da Trafaria (Silopor); TGB – Terminal de Granéis do Beato (Silopor); TGP – Terminal de Granéis de Palença/Sovena; TMBar – Terminal Multiusos do Barreiro (Atlanport); TMPB – Terminal Multiusos de Poço do Bispo (ETE); TMB – Terminal Multiusos do Beato (TMB); Cimpor – Ponte Cais Cimpor

Realçam-se os aumentos nas importações de sementes e frutos oleaginosos, milho e açúcar de cana. As importações de trigo sofreram uma quebra, tal como as forragens e a sucata e desperdícios de ferro. Nos granéis sólidos embarcados, houve um aumento nos tráfegos de cimento, de areias e minérios (pirites de ferro).

Apresentam-se, de seguida, as principais mercadorias movimentadas no segmento dos granéis sólidos em 2010:

Granéis Sólidos - descarga2010

Soja21.7%

Trigo18.5%

Milho19.9%

Sucata e deperdícios ferro

11.3%

Outros7.3%Cevada

6.5%Açúcar de cana

6.7%

Semetes de colza8.0%

43

Granéis Sólidos - carga2010

Forragens7.7%

Areias naturais18.1%

Pirites de ferro7.0%

Outros11.8%Soja

4.0%Adubos4.7%

Cimento46.7%

Quanto à carga geral fracionada, tráfego pouco expressivo no Porto de Lisboa e, como seria de esperar, tendo em conta a conjuntura económica, registou, em 2010, uma diminuição de cerca de 11 mil toneladas (-3,6%), comparativamente com as quantidades movimentadas em 2009. Para esta diminuição contribuiu a quebra no tráfego das mercadorias carregadas (-24,3%) porquanto as mercadorias descarregadas cresceram (+9,1%).

Nos seguintes gráficos podem observar-se que as principais mercadorias movimentadas no segmento da carga geral fracionada no passado ano foram o alumínio e as bananas (descarga) e os produtos químicos e o cimento (carga):

Carga Geral Fracionada - Descarga2010

Alumínio57,4%

Outros10,7%Açúcar

4,5%

Bananas15,3%

Papel e cartão não trabalhado

12,2%

44

Carga Geral Fracionada - Carga2010

Veículos automóveis

13,8%

Cimento16,7%Máquinas,

aparelhos e suas partes11,3%

Outros15,7%

Papel e cartão não trabalhado

6,4%

Açúcar10,2%

Produtos químicos25,9%

45

MOVIMENTAÇÃO POR TERMINAL EM 2010 (TONELADAS)

CAIS/TERMINAIS 2009 2010

Variação 2009-2010

Carga Descarga Trânsito Total Carga Descarga Trânsito Total Absoluta %

Cais Livres 207 26.706 927 27840 81 28.228 1.549 29.858 2018 7,2%

Cais Alcântara Avançado 207 26.706 927 27.840 81 28.228 1.549 29.858 2.018 7,2% Terminais Concessionados e

Licenciados 3.807.339 7.259.544 156.742 11.223.361 3.970.474 7.628.340 108.157 11.706.971 483.610 4,3%

MARGEM NORTE 3.514.286 3.170.939 156.742 6.841.703 3.652.004 3.184.967 101.286 6.938.257 96.554 1,4%

Terminal Multiusos Poço do Bispo 364.707 270.396 4 635.107 380.093 251.626 44 631.763 -3.344 -0,5%

Terminal Multiusos do Beato 13.604 378.900 2.115 394.620 12.217 406.440 0 418.657 24.037 6,1%

Terminal Granéis Beato – Silopor 0 785.235 785.235 0 728.996 0 728.996 -56.239 -7,2%

TCSA – Sotagus 1.496.993 731.876 54.072 2.282.941 1.449.963 694.929 58.990 2.203.882 -79.059 -3,5%

TML – Operlis 397.881 177.568 8.109 583.558 363.303 184.985 25 548.313 -35.245 -6,0%

TCA – Liscont 1.240.837 826.964 92.442 2.160.243 1.445.509 917.991 42.227 2.405.727 245.484 11,4%

Outros 0 0 0 0 919 0 0 919 - -

MARGEM SUL 293.053 4.088.604 0 4.381.657 318.470 4.443.373 6.871 4.768.714 387.057 8,8%

Terminal Granéis Trafaria – Silopor 18.723 1.107.511 0 1.126.234 33.862 1.515.493 6.871 1.556.226 429.992 38,2% Terminal Líquidos Porto dos Buchos – ESSO

4.465 27.772 0 32.237 0 37.578 0 37.578 5.341 16,6%

Terminal Marítimo Porto Brandão – ETC

33.819 329.150 0 362.969 46.154 345.139 0 391.293 28.324 7,8%

Terminal Líquidos Porto Brandão – Petrogal 95.152 19.433 0 114.585 33.987 10.955 0 44.942 -69.643 -60,8%

Terminal Líquidos Banática – Repsol 0 272.395 0 272.395 0 258.804 0 258.804 -13.591 -5,0%

Terminal Granéis Palença – Tagol 79.045 902.305 0 981.350 101.859 983.234 0 1.085.093 103.743 10,6%

Terminal do Barreiro – Atlanport 61.848 654.031 0 715.879 102.608 536.785 0 639.393 -76.486 -10,7% Terminal Líquidos Barreiro – LBC Tanquipor

0 649.421 0 649.421 0 755.385 0 755.385 105.964 16,3%

Cais da NATO – Portinho da Costa 0 126.586 0 126.586 0 0 0 0 - -

AO LARGO 120.636 340.225 0 460.861 158.527 131.376 0 289.903 -170.958 -37,1%

TOTAL 3.928.182 7.626.475 157.669 11.712.062 4.129.082 7.787.944 109.706 12.026.732 314.670 2,7%

46

No que se refere à carga contentorizada, segmento estratégico para o Porto de Lisboa, verificou-se um acréscimo de quase 171 mil toneladas, correspondentes a mais 12 mil TEU (+2,4%), em relação à movimentação de 2009. O abrandamento económico mundial, a contração da economia espanhola (com influência direta na economia portuguesa) e a suspensão temporária de linhas diretas para os EUA e Extremo Oriente são as principais causas para a recuperação lenta da movimentação da carga contentorizada em 2010.

Contudo, o Porto de Lisboa recuperou algumas das linhas desativadas e também captou algumas linhas de navegação que beneficiaram da capacidade oferecida.

Conforme se pode verificar nos gráfico e quadro seguintes, para este aumentou foi decisivo a subida do número de TEU no terminal da Liscont com mais 28 mil TEU (+13,8%).

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

TEU

TCSA TCA TML Outros Cais

Evolução da Movimentação de Contentores por Terminal 2009-2010

2009 2010

-6%+13,8%

-4,7%

-0,2%

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

TEU

TCSA TCA TML Outros Cais

Evolução da Movimentação de Contentores por Terminal 2009-2010

2009 2010

-6%+13,8%

-4,7%

-0,2%

47

MOVIMENTO DE CONTENTORES POR TERMINAL

2009 2010 Variação 2009-2010

Terminal de Contentores de Santa Apolónia – Sotagus (TCSA) Carga Descarga Total Carga Descarga Total Absoluta %

Nº 71.289 73.076 144.365 69.835 65.794 135.629 -8.736 -6,1%

TEU 104.592 110.029 214.621 102.896 98.782 201.678 -12.943 -6,0%

Toneladas* 1.216.985 522.580 1.739.565 1.207.727 519.090 1.726.817 -12.748 -0,7%

Terminal de Contentores de Alcântara – Liscont (TCA) Carga Descarga Total Carga Descarga Total Absoluta %

Nº 65.963 62.321 128.284 75.251 73.533 148.784 20.500 16,0%

TEU 104.221 99.451 203.672 117.463 114.301 231.764 28.092 13,8%

Toneladas* 1.062.660 639.936 1.702.596 1.215.192 662.108 1.877.300 174.704 10,3%

Terminal Multipurpose de Lisboa – Operlis (TML) Carga Descarga Total Carga Descarga Total Absoluta %

Nº 22.589 23.047 45.636 21.529 21.482 43.011 -2.625 -5,8%

TEU 32.627 33.108 65.735 31.443 31.197 62.640 -3.095 -4,7%

Toneladas* 319.514 106.141 425.655 286.718 114.698 401.416 -24.239 -5,7%

Outros cais Carga Descarga Total Carga Descarga Total Absoluta %

Nº 4.905 5.024 9.929 4.995 4.859 9.854 -75 -0,8%

TEU 8.350 8.391 16.741 8.426 8.281 16.707 -34 -0,2%

Toneladas* 69.823 14.071 83.894 80.382 8.588 88.970 5.076 6,1%

TOTAL GERAL Carga Descarga Total Carga Descarga Total Absoluta %

Nº 164.746 163.468 328.214 171.610 165.668 337.278 9.064 2,8%

TEU 249.790 250.979 500.769 260.228 252.561 512.789 12.020 2,4%

Toneladas* 2.668.982 1.282.728 3.951.710 2.790.019 1.304.484 4.094.503 142.793 3,6%

*Não inclui as taras dos contentores

48

Distribuição por Terminal 2010 (contentores)

TCSA39%

TCA46%

Outros Cais3%TML

12%

Apresentam-se, de seguida, as principais mercadorias movimentadas no segmento da carga contentorizada em 2010:

Carga Geral Contentorizada - Descarga2010

Fruta fresca ou seca12.3%

Bebidas alcoólicas1.8%

Outros51.8%

Papel, cartão não trabalhado

4.2%

Matérias plásticas4.1%

Máquinas4.0%

Leites e natas frescas3.7%

Produtos lácteos3.0%

Peixes, crustáceos e moluscos4.4%

Produtos químicos5.3%

Madeira serrada5.3%

Carga Geral Contentorizada - Carga2010

Tomates preparados ou conservados

9.7%

Fruta fresca ou seca2.6%

Outros49.5%

Preparados alimentares

4.7%

Vinhos comuns4.4%

Cerveja4.1%

Preparados e conservas de

fruta2.8%

Adubos2.7%

Mármore em bruto5.1%

Papel, cartão não trabalhado

8.6%

Material de construção

5.8%

49

O tráfego fluvial de mercadorias foi uma exceção, no contexto geral do Porto de Lisboa. No ano de 2010 movimentaram-se cerca de 232 mil toneladas de mercadoria por via fluvial, mais 140 mil toneladas (+153,4%) que no ano anterior. Este grande acréscimo prende-se, essencialmente, com a maior movimentação de soja, colza e milho.

Quanto à origem e destino das mercadorias, os principais mercados do Porto de Lisboa, com o respetivo peso no comércio externo são, na importação, o Brasil (14,1%), a Espanha (12,6%) e a França (10,7%) e, na exportação, Angola (19,9%), Holanda (11,8%) e Espanha (10,7%).

Principais Mercados de Importação2010 Brasil

14.1%

França10.7%

Espanha12.6%

Reino Unido10.6%

Argentina2.2% EUA

3.6%

Canadá3.9%

Ucrânia5.0% Holanda

9.8%

Outros25.4%

Roménia2.1%

Principais Mercados de Exportação2010

Angola19.9%

Espanha10.7%

China2.4%

Outros25.2%

Marrocos5.0%

Brasil4.7%

Bélgica4.1%

Itália3.3%

Malta2.5%

Reino Unido10.5%

Holanda11.8%

O tráfego Comunitário foi o que mais se ressentiu com a atual crise económica internacional, com uma quebra de -2,0%, relativamente a 2009. O tráfego no Continente e Regiões Autónomas sofreu também uma descida de 1,3%. Por último, o tráfego Extracomunitário teve um desempenho favorável com uma variação positiva de 5,9%.

50

Movimento de mercadorias segundo origem/destino2010

União Europeia45%

Extra U.E.39%

Continente e Regiões

Autónomas16%

51

5.4. Cruzeiros

Em 2010 a indústria dos cruzeiros no Porto de Lisboa registou um crescimento de 2% ao nível das escalas, contabilizando um total de 299, contra as 294 ocorridas em 2009, recuperando, assim, a tendência de crescimento verificada nos anos anteriores.

Este crescimento foi determinado, exclusivamente, pelo segmento trânsito que teve uma variação positiva de 13%, resultantes do aumento do número de operações de alguns operadores, nomeadamente, a Aida Cruises, a MSC Cruises e a P&O Cruises.

Em contrapartida, as operações de turnaround registaram um decréscimo de 21%, o que ficou a dever-se, principalmente, à redução do número de operações da Pullmantur Cruises em 34% e da Classic International Cruises em 22%.

De referir que o operador Pullmantur Cruises cancelou 10 operações de turnaround devido a fatores externos ao Porto de Lisboa, nomeadamente, a avarias técnicas dos navios Pacific Dream e Atlantic Star e ao reposicionamento antecipado do navio Empress no mercado brasileiro.

A Classic International Cruises, como forma de diversificar a sua oferta, optou por oferecer alguns cruzeiros a partir de Leixões e de Portimão.

0

50

100

150

200

250

300

350

Número de

Escalas

Escalas (Total) Trânsito Turnaround

Evolução das Escalas de Navios de Passageiros2009-2010

+2%

+13%

-21%

0

50

100

150

200

250

300

350

Número de

Escalas

Escalas (Total) Trânsito Turnaround

Evolução das Escalas de Navios de Passageiros2009-2010

+2%

+13%

-21%

No que diz respeito ao número de passageiros de cruzeiro, com 448.497 o Porto de Lisboa registou um novo recorde transpondo, assim, os 415.758 turistas contabilizados em 2009, o que traduz um crescimento de 8%.

Este crescimento foi exclusivamente determinado pelo aumento do número de passageiros em trânsito, tendo-se registado o número mais elevado de sempre, justificado pela ocorrência de mais 25 escalas em trânsito, como já foi referido, e pela maior afluência ao Porto de Lisboa de navios de cruzeiro com maior capacidade.

O segmento de turnaround registou um decréscimo de 37% em relação a 2009, ano recorde nos embarques e desembarques.

52

A ocorrência de menos 20 escalas em turnaround justifica por si só este decréscimo, determinado, quer pela redução dos passageiros embarcados, quer pela diminuição ocorrida nos passageiros desembarcados. De referir que o operador Pullmantur Cruises diminuiu em 27 mil os passageiros embarcados/desembarcados e a Classic International Cruises em 3 mil.

0

100000

200000

300000

400000

Número de

Passageiros

Passageiros(Total)

Trânsito Turnaroundembarque

Turnarounddesembarque

Evolução do Número de Passageiros de Cruzeiro2009-2010+8%

+19%

-39% -35%

0

100000

200000

300000

400000

Número de

Passageiros

Passageiros(Total)

Trânsito Turnaroundembarque

Turnarounddesembarque

Evolução do Número de Passageiros de Cruzeiro2009-2010+8%

+19%

-39% -35%

INDICADORES DA ACTIVIDADE DE CRUZEIROS

2009 2010

Variação 2009-2010

Absoluta %

Escalas

Trânsito 200 225 25 13%

Turnaround 94 74 -20 -21%

TOTAL 294 299 4 2%

Passageiros

Trânsito 331.885 395.884 63.999 19%

Turnaround

Embarcados 43.097 26.248 -16.849 -39%

Desembarcados 40.776 26.365 -14.411 -35%

TOTAL 415.758 448.497 32.739 8%

No que diz respeito à ocupação dos terminais de cruzeiro, as 299 escalas realizadas no Porto de Lisboa foram distribuídas, pelos diferentes terminais, da seguinte forma:

53

Ocupação dos Terminais de Cruzeiro 2010

57%

9%

34%

Terminal de Cruzeiros de AlcântaraTerminal de Cruzeiros da Rocha Conde d'ÓbidosTerminal de Cruzeiros de Stª. Apolónia

Os terminais de cruzeiro de Alcântara e de Santa Apolónia assistiram a um aumento do número de escalas em trânsito e em turnaround enquanto o Terminal da Rocha Conde de Óbidos registou uma redução nos dois segmentos, o que se justifica pelo facto de ter deixado de operar em 31 de maio de 2010. O Terminal de Santa Apolónia foi o que registou o maior número de escalas em termos de total e de turnaround, e o Terminal de Alcântara o maior número de operações em trânsito.

Relativamente à distribuição de passageiros por terminal, o de Alcântara, onde atracaram os navios de maior dimensão, contabilizou o maior número de turistas, registando um crescimento de 23%. No Terminal de Santa Apolónia, onde se realizou a maioria das operações de turnaround do operador Pullmantur Cruises, e o consequente maior número de passageiros embarcados e desembarcados, ocorreu uma variação positiva de 389,5%.

Apenas o Terminal da Rocha Conde de Óbidos assistiu a uma quebra no número de passageiros (-77,2%), consequência da sua desativação.

INDICADORES DE ACTIVIDADE POR TERMINAL

2009 2010 Alcântara Rocha Stª Apolónia Alcântara Rocha Stª Apolónia

Escalas

Trânsito 85 94 21 107 28 90

Turnaround 11 77 6 18 20 36

TOTAL 96 171 27 125 48 126

Passageiros

Trânsito 198.358 106.020 27.507 237.397 29.309 129.178

Turnaround 8.016 71.886 3.971 16.486 11.223 24.904

TOTAL 206.374 177.906 31.478 253.883 40.532 154.082

54

VARIAÇÃO POR TERMINAL

Variação Absoluta 2009-2010 Variação % 2009-2010

Alcântara Rocha Stª Apolónia Alcântara Rocha Stª Apolónia

Escalas

Trânsito 22 -66 69 25,9% -70,2% 328,6%

Turnaround 7 -57 30 63,6% -74,0% 500,0%

TOTAL 29 -123 99 30,2% -71,9% 366,7%

Passageiros

Trânsito 39.039 -76.711 101.671 19,7% -72,4% 369,6%

Turnaround 8.470 -60.663 20.933 105,7% -84,4% 527,1%

TOTAL 47.509 -137.374 122.604 23% -77,2% 389,5%

Quanto à sazonalidade deste segmento e, à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, os meses que apresentaram os maiores fluxos de navios de cruzeiro foram abril, maio, setembro e outubro com 37, 46, 57 e 43 escalas, respetivamente.

Continuou a verificar-se, de forma ainda mais acentuada, a tendência para o prolongamento da época ao longo do último trimestre (73 escalas em 2009 vs. 84 escalas em 2010).

O número de passageiros, à semelhança do movimento mensal das escalas, atingiu o seu pico nos meses de abril, maio, setembro e outubro com 39.559, 59.506, 85.017 e 68.133 passageiros, respetivamente.

De referir que o mês de setembro atingiu valores, em termos de escalas e de passageiros, nunca antes alcançados em apenas um mês.

Sazonalidade de escalas e passageiros 2010

0

10

20

30

40

50

60

Jan Fev M ar Abr M aio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Nº Escalas

0

20000

40000

60000

80000

100000

Nº Passageiros

escalas passageiros

No que diz respeito à proveniência dos passageiros, a Europa continuou a ser o principal mercado emissor dos passageiros que visitaram Lisboa em 2010. Nos gráficos seguintes apresenta-se informação relativa à origem dos passageiros para os dois segmentos, trânsito e turnaround.

55

Nacionalidade dos passageiros em trânsito

48%

16%

12%

8%

5%11%

Inglesa Alemã Americana Italiana Espanhola Outros

Os ingleses continuam a ser os turistas predominantes neste mercado. O mercado alemão, que em 2009 ocupava a 4ª posição, passou a ocupar a 2ª posição, lugar ocupado em 2009 pelos turistas americanos, que descem, em 2010, ao 3º lugar do pódio, seguidos dos italianos e espanhóis.

Nacionalidade dos passageiros em turnaround

52%

22%

5%4%

4%

13%

Portuguesa Americana Inglesa Espanhola Brasileira Outras

No que diz respeito ao segmento de turnaround, a liderança continua a pertencer ao mercado português, o que se explica pelo facto de o operador Pullmantur Cruises ter realizado desde julho a novembro cruzeiros com início e fim em Lisboa, proporcionando ao mercado português o aumento da oferta do turismo de cruzeiros a partir de Portugal.

Importa referir que, durante o ano de 2010, se realizaram diversos eventos promocionais na área de negócio dos Cruzeiros, com vista ao reforço da notoriedade da atividade, destacando-se os seguintes:

• participação na 26ª edição da Seatrade Cruise Shipping Convention, em Miami;

• participação na Seatrade Med Cruise Convention, em Cannes;

• participação nas Assembleias-Gerais das Associações Cruise Europe e MedCruise, sendo de destacar a participação na 36ª Assembleia-Geral da

56

MedCruise, em Constanza, onde o Porto de Lisboa se tornou membro individual, depois de 10 anos como membro coletivo;

• participação na conferência promovida pelo European Cruise Council, em Bruxelas;

• celebração de um protocolo de cooperação entre o Porto de Lisboa, a Companhia Docas do Rio de Janeiro e a Pier Mauá S/A, Estação Marítima de Passageiros do Porto do Rio de Janeiro, com vista a desenvolver parcerias para o crescimento mútuo da atividade de cruzeiros e para o aumento do tráfego com início e fim em Lisboa, tendo em consideração o caráter estratégico que o mercado Brasileiro assume neste segmento para o Porto de Lisboa;

• organização de uma reunião do projeto internacional “Atlantic Alliance”, de que o Porto de Lisboa é membro fundador em conjunto com outros 14 Portos atlânticos, e que tem como principal objetivo promover o Atlântico enquanto destino de cruzeiros pela excelência das suas cidades, respetiva riqueza histórica e diversidade cultural e gastronómica, que oferecem a oportunidade para desfrutar de experiências únicas e diversificadas numa só viagem;

• organização de ações de receção aos 19 navios que escalaram Lisboa pela primeira vez;

• organização, em conjunto com o Turismo de Portugal e a Associação de Turismo de Lisboa, de uma ação de receção ao navio Asuka II que escalou Lisboa numa viagem de volta ao mundo, e que transportava a bordo influentes empresários da sociedade japonesa;

• organização, em colaboração com a Associação de Turismo de Lisboa, de uma ação de receção aos passageiros de cruzeiro que chegaram a Lisboa no dia 27 de setembro, como forma de assinalar o Dia Mundial do Turismo;

• organização de ações de receção aos 3 navios que escalaram Lisboa no dia 24 de dezembro, como forma de presentear os passageiros na época natalícia.

Importa, ainda, sublinhar a relevância do projeto em curso relativamente à construção do novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, o qual se enquadra na estratégia de modernização das infraestruturas ligadas à atividade de cruzeiros em Lisboa, projeto este que está a envolver diversas entidades, tais como a Câmara Municipal de Lisboa. Este envolvimento traduz o compromisso destas entidades na melhoria da oferta portuária aos visitantes, dinamizando uma atividade de especial importância para a economia da região e para o aumento da notoriedade de Lisboa a nível internacional.

57

5.5. Náutica de Recreio

A atividade da Náutica de Recreio do Porto de Lisboa registou, em 2010, uma redução (-3,3%) em relação aos valores verificados em 2009. Esta situação ficou a dever-se quer à diminuição do número de embarcações de bandeira nacional (-3,2%), quer à diminuição do número de embarcações de bandeira estrangeira (-3,6%).

Das quatro docas de recreio existentes no Porto de Lisboa, apenas a Doca do Bom Sucesso apresentou aumento no número de embarcações aí estacionadas (+2,9%) face a 2009, contrariando o que se verificou nas restantes docas – Alcântara, Belém e Santo Amaro – que apresentaram uma diminuição no número de embarcações face ao ano anterior, respetivamente -3,9%, -5,6% e -1,9%.

Esta quebra no total das embarcações resultou, por um lado, da crise económica que afetou profundamente este sector a nível mundial e, por outro lado, à saída de alguns clientes da doca de Alcântara para a Marina do Parque das Nações, justificada pela incerteza do futuro daquela doca.

De referir, ainda, que o aumento da oferta na região de Lisboa, nomeadamente com a abertura da Marina do Parque das Nações em 2009, colocou novos desafios às docas de recreio, na medida em que veio oferecer aos clientes mais alternativas na escolha das infraestruturas afetas à náutica de recreio.

NÚMERO DE EMBARCAÇÕES POR DOCA

2009 2010

Variação 2009-2010

Absoluta %

Doca de Alcântara 889 854 -35 -3,9%

Bandeira Portuguesa 412 395 -17 -4,1%

Bandeira Estrangeira 477 459 -18 -3,8%

Doca de Belém 413 390 -23 -5,6%

Bandeira Portuguesa 373 357 -16 -4,3%

Bandeira Estrangeira 40 33 -7 -17,5%

Doca do Bom Sucesso 174 179 5 2,9%

Bandeira Portuguesa 155 156 1 0,7%

Bandeira Estrangeira 19 23 4 21,1%

Doca de Santo Amaro 307 301 -6 -1,9%

Bandeira Portuguesa 290 283 -7 -2,4%

Bandeira Estrangeira 17 18 1 5,9%

TOTAL 1.783 1.724 -59 -3,3%

Bandeira Portuguesa 1.230 1191 -39 -3,2%

Bandeira Estrangeira 553 533 -20 -3,6%

Este abrandamento registado no número de embarcações refletiu-se na Taxa Média de Ocupação Anual, que passou de 80%, em 2009, para 76% em 2010. A taxa de ocupação mais elevada registou-se na do Bom Sucesso (88%), impulsionada pelo facto de ter recebido, temporariamente, algumas das embarcações retiradas da doca de Belém devido aos trabalhos de manutenção das estacas metálicas de fixação dos pontões.

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TAXA MÉDIA DE OCUPAÇÃO ANUAL POR DOCA

2009 2010 Variação % 2009-2010

Doca de Alcântara 82% 80% -2,4%

Doca de Belém 89% 82% -7,9%

Doca do Bom Sucesso 89% 88% -1,1%

Doca de Santo Amaro 60% 54% -10,0%

TOTAL 80% 76% -5,0%

Os principais eventos realizados em 2010, ao nível da Náutica de Recreio, e que contaram com a participação da APL, foram:

• Regata do Dia do Porto de Lisboa;

• III Seminário Internacional de Náutica de Recreio e Desenvolvimento Local.

Como estratégia para a Náutica de Recreio no estuário do Tejo, é de referir ainda a conclusão da elaboração do PIRANET – “Plano Integrado da Rede de Infraestruturas de Apoio à Náutica de Recreio no Estuário do Tejo” bem como o início do processo de preparação do concurso para a concessão da “Marina do Tejo”, envolvendo a Doca de Pedrouços e a Doca do Bom Sucesso, numa perspetiva de reabilitação portuária e urbana bem como promovendo a gestão mais racional e otimizada destas infraestruturas.

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5.6. Marítimo-Turística

No que diz respeito à atividade Marítimo-Turística encontravam-se licenciados, em 2010, 17 operadores (mais 4 do que em 2009) que desenvolveram a sua atividade com 24 embarcações (mais 4 que no ano anterior).

As modalidades existentes na vertente Marítimo-Turística são:

• A – Aluguer de motas de água e pequenas embarcações dispensadas de registo;

• B – Serviços efetuados por táxis, aluguer de embarcações com ou sem tripulação, pesca turística, passeios;

• C – Restauração nos acostados;

• D – Passeios e restauração durante os passeios;

• E – Passeios e restauração nos passeios e acostados.

Na tabela seguinte apresentam-se as modalidades a que cada um dos operadores se dedica e o número de embarcações afetas por atividade.

MARÍTIMO-TURÍSTICA 2010

Doca de Alcântara

Doca de Stº Amaro

Doca de Belém

Praia de Stº Amaro

Marina de Cascais

Cais da Mundet – Seixal

Total

Operadores 11 1 2 1 1 1 17

Embarcações 17 1 2 2 1 1 24

A 2 2

B 13 1 2 1 17

C 1 1

D 2 2

E 2 2

• Nota 1 – Um dos operadores utiliza, também, o Cais da Princesa para embarque e desembarque de passageiros;

• Nota 2 – A referência à Marina de Cascais deve-se ao facto de uma embarcação estar lá estacionada, estando autorizada pela APL a desenvolver a sua atividade, utilizando a doca de Alcântara para embarque/desembarque pontual de passageiros.

A APL desenvolveu, durante o ano de 2010, estudos no sentido de alargar a oferta de cais para este tipo de operadores, com relevo para os relativos às embarcações tradicionais, atividade particularmente relevante em algumas regiões e apoiado pelas autarquias. Para além disso, foi visível o aumento do interesse neste tipo de atividades, existindo manifestações de intenção para o lançamento de novas atividades neste segmento.

60

5.7. Dominial

Gestão de Espaços

Tendo em conta que, à data de entrada em vigor do Decreto-Lei nº 226-A/2007, de 31 de maio, muitos particulares utilizavam os recursos hídricos sem dispor do necessário título, foi estabelecido um regime transitório, para que, voluntariamente, os utilizadores pudessem regularizar a sua situação junto das entidades competentes para o efeito.

Com o objetivo de possibilitar que o maior número de utilizadores pudessem obter o respetivo título, o prazo estipulado no art.º 89º, do Decreto-Lei acima referido, foi alargado até 31 de maio de 2010, pelo Decreto-Lei nº137/2009, de 08 de junho, e posteriormente, para 15 de dezembro de 2010, com o Decreto-Lei nº 82/2010, de 2 de julho.

O alargamento do prazo permitiu à APL legalizar, bem como conformar àquele novo regime de utilização de recursos hídricos, mais situações.

Em algumas situações, por força do decurso do prazo dos títulos, desencadearam-se os respetivos procedimentos concursais, ressalvando-se nestes casos, os processos referentes aos clubes/associações desportivas, pelo seu carácter social e cultural.

Outras situações foram regularizadas por via da conversão do título, no caso das licenças, que de acordo com a legislação em vigor, deviam as utilizações ser reguladas segundo o regime da concessão, atendendo à natureza do uso ou por implicarem investimentos avultados.

Na maioria dos casos, a regularização dos títulos incidiu principalmente sobre a atividade de restauração.

Estimava-se que, no ano de 2010, se concretizassem seis novas atribuições, porém apenas se realizaram duas:

• uma, por iniciativa de particular, com vista à atribuição de dois compartimentos no “Armazém A”, no Cais do Sodré, destinados ao desenvolvimento da atividade de bar/cafetaria;

• a outra, relativa a uma parcela integrada no “Armazém I”, sita em Santos, que se traduziu num concurso entre interessados, com o objetivo de instalar um atelier para o desenvolvimento de atividades artísticas e divulgação cultural de exposições.

Relativamente às restantes, apesar de terem sido lançados os concursos, através da afixação dos editais, e inclusive comparecido interessados, os processos não tiveram seguimento por razões diversas, nomeadamente, desistência por parte dos candidatos que invocaram a atual conjuntura económica do país para não investirem, necessidades de realojamento e redefinição dos usos.

No âmbito do disposto nos Decretos-Lei 100/2008, de 16 de junho, e 75/2009, de 31 de março, bem como na Resolução de Conselho de Ministros 87/2009, de 18 de setembro, que determinava a transferência de algumas áreas sem utilização portuária para o domínio e gestão da Câmara Municipal de Lisboa (CML), não se chegou a regularizar as ocupações compreendidas nas zonas em causa.

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Com o Auto de Transferência Dominial das Áreas sem Interesse Portuário em Lisboa, assinado em 14 de junho de 2010, entre a APL e a CML, concretizou-se a transferência das parcelas a partir de 31 de agosto de 2010.

Na sequência do Despacho nº 189/P/2009, de 07 de novembro, da Câmara Municipal de Lisboa, publicado no Boletim nº 826, de 17 de dezembro de 2009, foi assinado o Auto de Transferência Dominial entre a APL e a CML e transferidas as parcelas situadas no Campo das Cebolas e no Poço do Bispo, com efeitos a 30 de junho de 2010.

Por força dos Autos de Transferência acima referidos foram transferidas no total doze parcelas anteriormente afetas à APL para o domínio da gestão da Câmara Municipal de Lisboa.

Em 2010, a APL tomou posse de nove parcelas do domínio público, sendo que algumas foram entregues por iniciativa dos titulares, e outras de forma coerciva, designadamente, por razões de incumprimento das obrigações contratuais por parte dos titulares e na sequência de processos de insolvência.

Através da Resolução de Conselhos de Ministros n.º 68/2010, de 31 de agosto, foi declarado o interesse público nacional da realização da regata Volvo Ocean Race, na zona de Pedrouços, em Lisboa.

Em conjunto, a APL e a CML ficaram responsáveis de acordo com os respetivos objetos sociais e atribuições, pela desocupação, reconversão e requalificação urbanística da zona de intervenção.

Ainda em 2010, a APL iniciou o processo de desocupação das parcelas dominais, notificando todos os ocupantes instalados na zona de Pedrouços para procederem a desocupação e entrega dos espaços libertos de pessoas e bens móveis, com vista a iniciarem-se as obras de demolição e reconversão da zona.

Com a transferência das áreas dominiais para a Câmara Municipal de Lisboa, a juntar à difícil conjuntura económica do país – que não permitiu prosseguir com a atribuição dos novos títulos de utilização como se tinha perspetivado para 2010, motivando o encerramento de alguns estabelecimentos por dificuldades financeiras dos concessionários, e justificando a não atualização das taxas de utilização – os proveitos provenientes da gestão dos usos dominiais sofreram um decréscimo comparativamente com o apurado no ano transato.

Em 2009, os proveitos tinham ascendido a €12.670.786, enquanto que em 2010 contabilizaram cerca de €9.950.272, em resultado das razões atrás referidas.

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Distribuição de Proveitos por Tipo de Uso4.85%

32.16%

33.71%

21.56%

7.72%

Actividades Recreativas Comércio e ServiçosRestauração Sector Primário e IndústriaOutros

Embora os proveitos referentes à “Atividade de Restauração” tenham descido comparativamente com o ano anterior, passaram de 40% para 33,7%, ainda assim, continua a ser o sector preponderante, logo seguido pelo sector do “Comércio e Serviços”. Tal facto deve-se às taxas praticadas para o sector, pois continuam a ser mais elevadas que para qualquer outro tipo de utilização.

Já no ano passado se realçou o crescimento dos proveitos resultantes do sector das “Atividades Recreativas, Culturais e Desportivas”. Em 2010, o sector manteve a mesma tendência, aliás em resultado da revisão dos títulos, que passou, por entre outras condições, pelo aumento das taxas.

No que respeita à distribuição dos proveitos por concelhos, Lisboa continua a ter um peso considerável relativamente aos outros dez municípios, tendo contudo sido registada uma diminuição de cerca de 13% – de 88%, em 2009, para aproximadamente 75%, em 2010 – devido em grande parte à transferência das parcelas para o município de Lisboa.

Distribuição de Proveitos por Concelho

74.52%

21.11%

0.20%4.17%

Lisboa Oeiras Almada Outros

Depois do concelho de Lisboa, Oeiras é o segundo maior concelho e representa cerca de 21% dos proveitos provenientes dos usos dominais.

A preconizar-se a transferência de parcelas do domínio público marítimo afetas à APL para o município de Oeiras, aliás conforme já aconteceu com Lisboa, tal facto irá trazer igualmente decréscimo dos proveitos originários desses usos.

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Em 2010, foram ainda remetidas as minutas de protocolo de entendimento de mutação dominial para os restantes municípios, que confinam com a área de jurisdição da APL, sendo de destacar a assinatura, em 21 de julho de 2010, do Protocolo de transferência de áreas ribeirinhas sem utilização portuária, entre o município de Vila Franca de Xira e a Administração do Porto de Lisboa.

Gestão de Clientes

A Gestão de Clientes é uma área à qual a APL tem vindo a dedicar crescente importância, de forma a responder cada vez mais eficientemente às reclamações colocadas. A APL foi, aliás, alvo de auditoria, em 2010, por parte da Inspeção-Geral das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (Proc. N.º 735/10-AT) sobre o sistema de tratamento de reclamações, tendo este organismo concluído que é cumprido o disposto no Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 371/2007, de 6 de novembro, tendo-se mesmo respondido diretamente ao reclamante (o que não é legalmente exigido), revelando “… uma adequada atitude de respeito para com os utentes (…) tanto na forma, como no conteúdo, como na maior parte das situações, no que respeita aos prazos”.

Em 2010, o tempo médio de resposta foi de 23 dias, uma redução de 28% face a 2009, ano em que o tempo médio de resposta era de 32 dias. De referir que uma redução maior no tempo médio de resposta está fortemente condicionada, uma vez que algumas reclamações apresentadas implicam a realização de obras, para as quais se torna necessário lançar consultas a entidades externas, por força da legislação em vigor, nomeadamente o Código da Contratação Pública.

No ano transato registaram-se 74 novas reclamações, um aumento de 8,8% relativamente ao ano de 2009, em que se registaram 68 novas reclamações, sendo de realçar que, apenas 18 corresponderam a contactos de pessoas que frequentam a zona ribeirinha, revelando, assim, uma redução no contacto por parte dos transeuntes com a APL, mas um acréscimo do número de contactos por parte dos clientes. Este facto poderá estar ligado ao grande impacto que a obra de construção do intercetor do Cais do Sodré-Alcântara II, levada a efeito pela Simtejo, teve junto de muitos clientes da APL.

Promoção Dominial

Com a transferência das parcelas sem utilização portuária do domínio público marítimo afetas à APL para o município de Lisboa, a faturação relativa às tarifas de eventos e publicidade registou uma quebra acentuada.

Porém, e em comparação com o ano de 2009, os proveitos relativos as áreas que continuaram a ser geridas pela APL, registaram um acréscimo decorrente da atividade de Promoção Dominial, como se exemplifica no gráfico seguinte, com exceção do espaço na Praça das Docas, pelo facto de o mesmo ter sido cedido gratuitamente durante o ano de 2010 para dinamizar a zona da Doca de Stº. Amaro.

Em 2010, foi faturado em Publicidade cerca de €192.786 bem como renovado o contrato publicitário com a JC Decaux na zona ribeirinha por mais 5 anos. Em eventos faturou-se o montante de €316.210.

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0

50.000

100.000

150.000

200.000Euros

A B C D E F G H I J K

Espaços

Faturação 2009 vs Faturação 2010

2009 2010

Legenda: A – Espaços cobertos; B – Terrapleno de Algés; C – Terrapleno de Santos; D – Passeio Ribeirinho 1 (Algés a Belém); E – Passeio Ribeirinho 2 (Belém a Santos); F – Passeio Ribeirinho 3 (Santos a Matinha); G – Alcochete/Seixal; H – Praia da Torre/Stº Amaro; I – Praça das Docas; J – Doca de Stº Amaro; K – Parque das Missas

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6. ÁREAS CORPORATIVAS

6.1. Planeamento Estratégico e Controlo de Gestão

Para a Direção de Planeamento Estratégico e Controlo de Gestão, o ano de 2010 foi, fundamentalmente, um ano de continuação de projetos iniciados em anos anteriores, projetos esses que têm como objetivo principal aumentar a competitividade do Porto de Lisboa no contexto nacional e ibérico. Assim, no ano transato, o Planeamento Estratégico e Controlo de Gestão continuou a acompanhar o desenvolvimento dos seguintes projetos:

Projeto Tráfego Fluvial

A revitalização do tráfego fluvial é uma das grandes apostas da APL, pelo que em 2010, prosseguiram-se os contactos com diversas entidades, no sentido de promover a simplificação dos aspetos jurídico-administrativos e a resolução de questões relativas aos registos de embarcações, autorizações de navegação e trabalho portuário.

Ainda no âmbito do desenvolvimento do tráfego fluvial, a APL tem vindo a dinamizar e a dar apoio institucional ao arranque deste tipo de tráfego para a Plataforma Logística Lisboa Norte, em Castanheira do Ribatejo. Após terem sido efetuados estudos relativos aos aspetos jurídicos, condições de navegabilidade, definição do modelo de gestão e análise ambiental, encontram-se criadas as condições necessárias para o início da atividade de transporte de mercadorias em contentores por barcaças a partir dos terminais do Porto de Lisboa.

Entretanto um operador de tráfego fluvial já manifestou interesse junto da APL, da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e da Plataforma Logística de Lisboa Norte estando o mesmo a elaborar os projetos para serem apresentados à ARH.

Fórum para a Simplificação de Procedimentos no Porto de Lisboa

Em 2010, o “Fórum para a Simplificação de Procedimentos no Porto de Lisboa”, criado em 2007 e que conta com a participação de todas as autoridades com intervenção na área portuária de Lisboa e representantes das principais associações empresariais representativas dos vários sectores que intervêm no Porto, prosseguiu o essencial da missão e objetivos para que foi criado, em particular no que respeita aos objetivos principais de identificar questões específicas relacionadas com determinados procedimentos seguidos no Porto de Lisboa, sua análise e discussão, tendo em vista a obtenção de soluções procedimentais simplificadas e automatizadas com recurso a tecnologias de informação disponíveis ou em desenvolvimento e de preparar propostas de novos procedimentos a adotar e de eventuais iniciativas legislativas a aprovar.

Em termos práticos, a atuação do Fórum passou pela realização de várias reuniões ao longo do ano, onde foram desenvolvidos e acompanhados vários temas e projetos, destacando-se os seguintes:

• celebração de um acordo sobre procedimentos de “Adesão das Autoridades Oficiais ao despacho eletrónico na Janela Única Portuária (JUP)/PCom”, acompanhado pelo estabelecimento de níveis de serviço para a intervenção das diferentes autoridades;

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• informação regular sobre perspetivas de intervenções e obras a realizar na área do Porto de Lisboa e que poderão condicionar os acessos ao Porto e seus terminais, ou limitar a própria atividade portuária, tendo em vista avaliar soluções minimizadoras e consensuais sobre os impactos previsíveis;

• perspetivas de alargamento dos processos de simplificação no Porto de Lisboa aos agentes económicos que com ele se relacionam na cadeia logística integrada de apoio às atividades portuárias.

Desenvolvimento Comercial

No que se refere a ações de desenvolvimento e promoção comercial do Porto de Lisboa, merece destaque a participação, pelo terceiro ano consecutivo, na Feira Intermodal de São Paulo (de 6 a 8 de abril), considerada a mais importante feira da América Latina, que reúne os protagonistas mundiais dos sectores da logística, comércio externo e transporte. A APL participou nesta feira em conjunto com a Liscont, Sotagus, Silopor e Iberol, empresas que operam no Porto de Lisboa.

Com mais esta presença pretendeu-se contribuir para a afirmação do Porto de Lisboa nas principais rotas marítimas do Atlântico e para o aumento da sua notoriedade junto do mercado da América do Sul.

Ainda neste âmbito, é de destacar, igualmente, a ação de promoção do Porto de Lisboa no Rio de Janeiro realizada em novembro do ano transato. Esta ação, que contou com a colaboração ativa da Transitex, teve como objetivo fazer do Porto de Lisboa referência nas ligações entre o Brasil e a Península Ibérica e revelou-se de uma enorme importância pelos contactos estabelecidos, não só a nível institucional, mas também com empresários ligados à exportação e importação, para além de altos dirigentes do sector marítimo-portuário.

Os contactos estabelecidos foram reforçados com a realização de várias reuniões de trabalho efetuadas posteriormente com a Associação Brasileira dos Terminais Portuários e com a Companhia das Docas do Rio de Janeiro e espera-se que venham a ser ainda mais reforçados com a realização de uma missão de empresários brasileiros da região ao Porto de Lisboa, durante o ano de 2011.

A APL participou também no 6º Congresso Nacional da CEPE (Coordenadora de Polígonos Empresariais) que teve lugar nos dias 29 e 30 de Abril, em Mérida. Para além de ter tido um espaço no hall do congresso para contatos bilaterais, houve a oportunidade de fazer uma apresentação subordinada ao tema: “O Porto de Lisboa e o seu posicionamento estratégico face aos tráfegos do Atlântico”.

Finalmente, e no que diz respeito a ações de cooperação internacional, no decorrer da Cimeira Luso-Tunisina, realizada em Tunes, foi celebrado um Protocolo de Cooperação entre a APL e o Porto de La Goulette-Radés e o Office de la Marine Marchande et dês Ports (OMMP) da Tunísia. Na sequência da celebração do referido Protocolo, reuniu-se em Lisboa, em Outubro de 2010, a Comissão Permanente de Acompanhamento nele prevista, no decurso da qual foram identificadas as perspetivas comerciais entre os dois portos e identificadas as várias áreas de cooperação técnica e de formação.

Estudo de Impacte Socioeconómico do Porto de Lisboa

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Merece, igualmente, destaque o arranque da elaboração do Estudo de Impacte Socioeconómico do Porto de Lisboa, estudo esse que está a ser elaborado pelo Instituto Superior Técnico, em colaboração com a Universidade Nova, em conjunto com a APL e a Comunidade Portuária de Lisboa, e cujos objetivos são, não só revelar a importância do papel do Porto de Lisboa no desenvolvimento económico regional e nacional, mas também avaliar a sua importância para as cadeias logísticas nacionais e ibéricas em que está integrado e analisar qual o impacte socioeconómico regional e nacional que poderia resultar da desativação da atividade de movimentação de carga na cidade de Lisboa.

Com este estudo será atualizado o trabalho realizado pelo Prof. Jorge Gaspar e apresentado em 2001.

Estudo de Definição de Indicadores de Gestão Operacionais

Esta Direção acompanhou, também, a elaboração do estudo de Definição de Indicadores de Gestão Operacionais para cada uma das áreas de negócio do Porto de Lisboa e para a área de segurança e operação portuária. As conclusões deste estudo, realizado pelo especialista internacional com profundos conhecimentos da atividade portuária, Sr. José Luís Estrada, foram apresentadas em novembro passado numa reunião onde estiveram presentes representantes da Comunidade Portuária de Lisboa, de empresas que operam no Porto e de associações ligadas às várias áreas de negócio do Porto de Lisboa.

A elaboração destes indicadores tem como objetivo monitorizar o desempenho do porto, nas suas várias componentes, quer aquelas que são exploradas diretamente pela autoridade portuária quer as que são operadas por privados, e deste modo poder ter referenciais que permitam medir a qualidade da sua prestação e estabelecer com rigor metas para a sua melhoria.

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6.2. Gabinete de Comunicação e Marketing

No ano de 2010 foi reorganizada a área funcional do Marketing, criando-se o Gabinete de Comunicação e Marketing. Com esta nova unidade orgânica pretendeu-se consolidar a procura de uma filosofia de gestão orientada para o cliente e o reforço da reputação da empresa junto dos seus stakeholders.

Ao longo do ano o Gabinete de Comunicação e Marketing colaborou em ações de promoção do negócio portuário, dinamizando a participação em eventos nacionais e internacionais de carácter comercial e institucional, como feiras, conferências e workshops. A nível internacional destacamos a presença do Porto de Lisboa na Feira Intermodal de S. Paulo e no Congreso Nacional de Areas Empresariales de Mérida, eventos que representaram excelentes oportunidades de ampliação de mercados, assim como veículos indispensáveis para o incremento das relações comerciais.

A nível nacional é de referir a participação na 3ª Mostra Empresarial do Barreiro e no certame Portugal Tecnológico.

Há ainda a referir o expressivo destaque que foi dado pela sociedade civil ao tema “Cluster do Mar” e das suas potencialidades económicas, tendo sido 2010 um ano em que um significativo número de seminários, conferências e workshops se realizaram tendo como pano de fundo esta temática. A APL aderiu de forma marcante a este movimento tendo patrocinado e estado presente nos seguintes eventos:

• Conferência “Portugal e o Mar – a nossa aposta no século XXI”, do Semanário Expresso;

• Congresso “Os Portos e o Transporte Marítimo” do Fórum Empresarial da Economia do Mar;

• XII Congresso Mundial de Transportes;

• Seminário de Transporte Marítimo da revista Transportes & Negócios;

• Seminário Anual do Conselho Português de Carregadores;

• 4º Seminário de Náutica de Recreio do Seixal (apoio a nível de merchandising);

• 11º Congresso de Logística da APLOG;

• Conference on Coastal Conservation do ICCM.

No âmbito da afirmação da nova identidade corporativa concretizou-se o projeto de sinalética interior na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, cooperando numa intervenção mais alargada que passou a integrar de forma concertada o Centro de Formação do Porto de Lisboa no restante edifício.

Os custos associados às ações acima referidas podem verificar-se no quadro-resumo seguinte:

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Ação Entidade Beneficiária Custos Diretos Conferência “Portugal e o Mar – a nossa aposta no século XXI”

Semanário Expresso 15.000 €

“Os Portos e o Transporte Marítimo” FEEM 5.000 €

XII Congresso Mundial de Transportes IST 5.000 €

Seminário de Transporte Marítimo Transportes & Negócios 1.260 € Seminário Anual do Conselho Português de Carregadores CPC 1.000 €

11º Congresso de Logística APLOG 3.000 €

Conference on Coastal Conservation ICCM 2.500 €

Portugal Tecnológico MOPTC 21.136 €

Congreso Nacional de Areas Empresariales CEPE 1.508 €

3ª Mostra Empresarial do Barreiro C. M. Barreiro 2.052 €

Importa, por último, destacar que um dos grandes objetivos em que o Gabinete de Marketing e Comunicação se vem empenhando é o de dar a conhecer a importância sócio económica do Porto de Lisboa junto da comunidade em geral e, particularmente junto dos alunos dos estabelecimentos de ensino. Assim, e neste âmbito, iniciou o desenvolvimento do projeto “Visita Virtual ao Porto de Lisboa” que está a ser produzido em parceria com a empresa 3D Cities.

Este projeto interativo tem como objetivo conceber uma plataforma digital sustentada com aplicações em 3D e interativas que irão permitir, de forma virtual, mostrar a atividade de um porto, no que diz respeito à operação portuária da carga, dos cruzeiros e do turismo náutico, dando a conhecer, de forma apelativa e lúdica, mas responsável e eficaz, os múltiplos aspetos que envolvem as atividades que se desenvolvem no Porto de Lisboa.

O projeto abordará também de forma pedagógica o papel fundamental que um porto tem para o dia-a-dia dos cidadãos e, consequentemente, para o desenvolvimento da economia do país. Este é um projeto a integrar no portal do Porto de Lisboa e em outros suportes para utilização pública que pela sua versatilidade permite a atualização e integração de novos conteúdos, sempre que tal se achar pertinente.

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6.3. Auditoria Interna

Em março de 2010, inserido no contexto dos Princípios de Bom Governo do Sector Público, foi criado o Serviço de Auditoria Interna, para, de forma independente, identificar oportunidades de melhoria que visem a excelência, ao nível dos procedimentos, processos e mecanismos de controlo interno.

De acordo com as competências conferidas a esta unidade orgânica, enquanto entidade responsável pela gestão do Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas da APL, S.A. e atendendo aos ajustamentos realizados na estrutura orgânica da empresa em março de 2010, deu-se início ao processo de atualização do mesmo.

No âmbito da auditoria técnica de avaliação do sistema de tratamento de reclamações da APL, promovida pela IGOPTC, foi elaborado o contraditório ao projeto de relatório.

De forma a apoiar o exercício de Auditoria Interna, nas suas diversas áreas de atuação e nas metodologias de trabalho foi criado o Manual de Auditoria Interna. Neste estão incluídos os princípios que devem pautar as atividades e os atos praticados pelo auditor interno, de modo a obter evidências que lhe permitam fundamentar as suas conclusões e atingir os objetivos de auditoria.

O propósito do Manual de Auditoria Interna é disponibilizar aos auditores e à organização um guia sobre:

• os princípios de Auditoria Interna;

• o seu posicionamento no seio da organização;

• a gestão das ações de Auditoria Interna.

Este Manual inclui o PAA – Plano Anual de Auditoria e os Dossiers Permanente e Corrente, documentos específicos de auditoria.

Na sequência da preparação do Dossier Permanente e considerando que a APL se rege por uma panóplia de regulamentação interna e externa dispersa, promoveu-se a compilação desta dando origem ao BI – Bilhete de Identidade da APL. A Identidade Corporativa, Identidade Empresarial ou o Bilhete de Identidade da Empresa, são expressões que aliam um conjunto de predicados qualitativos e circunstanciais que definem a empresa, que a torna especial e efetivamente diferente e única.

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6.4. Estudos, Projetos e Planeamento

Ao longo do ano de 2010, a Direção de Estudos, Projetos e Planeamento (EP), desenvolveu fundamentalmente atividades relacionadas com o acompanhamento de estudos e projetos, elaboração de processos para o lançamento de concursos, tanto para a adjudicação de novos projetos como de empreitadas, acompanhamento de obras de recuperação de reabilitação de estruturas e edificado.

Deste modo, e no âmbito do desenvolvimento e acompanhamento de projetos e obras desta Direção, salientam-se os seguintes:

Projeto de relocalização do Terminal da LBC Tanquipor

Procedeu-se ao acompanhamento, à revisão e à conclusão dos Estudos Prévios de Análise de Risco e de Impacte Ambiental do projeto de relocalização do terminal da LBC Tanquipor no Barreiro;

Terminal de Contentores de Alcântara

No âmbito do processo relativo a este terminal, foi efetuado o acompanhamento e a conclusão do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) bem como a obtenção da respetiva Declaração (DIA) do projeto de dragagem para o estabelecimento da bacia de acesso e manobra do Terminal de Contentores de Alcântara. Ainda neste âmbito, procedeu-se também ao acompanhamento da Avaliação do Impacte Ambiental (AIA) do projeto da Liscont e da AIA da dragagem de aprofundamento do Canal da Barra.

Acessibilidades terrestres na zona de Alcântara

No âmbito do acordo com a Câmara Municipal de Lisboa, para o reordenamento das acessibilidades terrestres à zona de Alcântara foi acompanhado o desenvolvimento do Projeto de Reordenamento da zona entre Alcântara (frente à Gare Marítima) e Santo Amaro, tendo sido adjudicado ao Arq.º Falcão de Campos, o Projeto dos Espaços de Restauração – Relocalização, zona poente da Doca de Santo Amaro. Em 2010, foi terminada a fase de Estudo Prévio, prevendo-se que a conclusão do Projeto de Execução ocorra em 2011.

Reordenamento de Santa Apolónia

Durante o ano de 2010, esta Direção deu continuidade ao acompanhamento do Estudo do LNEC para o reordenamento de St.ª Apolónia (2ªFase, de acordo com as orientações do Plano elaborado pela APL em 1994), avaliando também o eventual impacto das obras da Ponte (TTT).

Estudo do Parque de Espera da Trafaria

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Com o objetivo de encontrar uma solução para reduzir o impacto dos camiões que estacionam na vila da Trafaria, aguardando acesso ao terminal, a EP solicitou à firma VTM a elaboração de um estudo de tráfego na área em causa. O referido estudo serviu de base para a realização de uma consulta para a elaboração do Projeto para Requalificação e Arborização do Parque de Espera de Pesados da Trafaria, da qual resultou como adjudicatário a empresa PROFICO – Projetos, Fiscalização e Consultoria. Este projeto ficará concluído em 2011.

Projeto de Ordenamento e Aterro parcial da Doca do Poço do Bispo

Em 2010, foi acompanhado o estudo, adjudicado à empresa WW - Consultores de Hidráulica e Obras Marítimas, SA, para a constituição de novas zonas de espera de camiões e para o ordenamento da zona montante para estacionamento de batelões e embarcações de serviço, e, no espaço mais restrito, mais a montante, para estacionamento das embarcações de pesca e recreio que de forma desordenada se encostam na doca.

Ainda no âmbito do ordenamento, com o objetivo de dotar a zona da portaria oriental de uma frente arborizada de proteção e de melhoramento visual e de enquadramento do porto na cidade, a EP realizou em 2010 o Estudo de Requalificação da zona entre Santa Apolónia e Doca de Poço do Bispo.

Área de serviço da zona portuária de Stª Apolónia – Portaria Geral

Em 2010, foi elaborado um estudo preliminar prevendo a revitalização do edifício existente na zona portuária de Santa Apolónia, possibilitando a sua ocupação por parte dos serviços de operação portuária de controlo das movimentações de cargas. Este estudo deu origem a uma consulta para a elaboração do projeto de execução, que ficará concluído durante 2011.

Novo Terminal de Passageiros de Lisboa

Acompanhamento e lançamento do concurso de ideias para o Terminal de Passageiros de Lisboa, em consonância com a Câmara Municipal de Lisboa e com a colaboração da Ordem dos Arquitetos.

Reabilitação da Doca de Pedrouços

No âmbito da organização do evento Volvo Ocean Race, que irá ter lugar em 2012, esta Direção acompanhou o desenvolvimento do projeto de execução da Reabilitação da Doca de Pedrouços, adjudicado à empresa Consulmar, e preparou os elementos para lançamento do concurso para a realização da empreitada de demolição dos edifícios da Doca Pesca.

Centro Náutico de Algés

No âmbito do concurso para a concessão do Centro Náutico de Algés, a EP elaborou o Estudo Prévio para o Edifício de Apoio ao Centro Náutico de Algés, prestou apoio

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na elaboração das peças do concurso e, finalmente realizou o lançamento e acompanhamento do concurso público, cuja adjudicação irá ocorrer em 2011.

Reabilitação dos molhes da Ribeira do Jamor

Durante o ano de 2010, verificou-se que o muro correspondente ao molhe nascente apresentava graves danos estruturais. Assim, a EP solicitou à empresa Proman a revisão e reformulação do projeto de execução anteriormente apresentado, contemplando numa primeira fase a reparação e reforço estrutural do molhe referido. Este projeto foi acompanhado até à fase de lançamento do concurso para realização da empreitada. Prevê-se que as obras fiquem concluídas em 2011.

Centro de Documentação Digital

Tendo como principal objetivo o arquivo, a promoção e a divulgação de informação relacionada com a atividade marítimo-portuária, a APL pretende criar um Centro de Documentação e Informação Digital. Nesse sentido, a EP realizou uma consulta para a elaboração do projeto de arquitetura do referido centro de documentação, da qual resultou como adjudicatário o Atelier Rua. Este projeto deverá ficar concluído em 2011.

Para além das atividades anteriormente referidas, a Direção de Estudos, Projetos e Planeamento, em estreita colaboração com os concessionários, atribuiu licenciamentos de construção diversos para a recuperação de estruturas e edificado de concessionários de carga e dominiais, com vista à integração urbanística e melhoramentos na sua atividade, um upgrading das condições de funcionamento e reabilitação urbana.

Em 2010 ficaram também concluídos os trabalhos de definição das áreas sem utilização portuária reconhecida, nos termos do DL nº 100/2008, de 16 de Junho, tendo sido elaboradas as respetivas plantas.

No que concerne às dragagens, no ano transato foi elaborado, e submetido à Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Tejo, o Plano de Dragagens da APL para 2010-2015, o qual foi aprovado pela referida entidade. Foram, também, realizadas três campanhas de dragagem de manutenção dos cais e bacias de manobra e acessos entre Algés e o Poço do Bispo, bem como diversos estudos de caracterização de sedimentos e comunidades biológicas, nomeadamente no Canal da Barra sul, nas praias da Costa da Caparica e em Alcântara, entre outros. No âmbito do planeamento da atracação de navios e fiscalização de dragagens, efetuaram-se cerca de 160 levantamentos hidrográficos e 50 projetos de DTM.

Ainda no decorrer de 2010, foram preparados e disponibilizados dados de maré, de hidrografia e de ondulação para o DUKC, continuando disponíveis, em tempo real, no portal da APL, os dados da boia ondógrafo.

Finalmente, foram efetuados cerca de 80 levantamentos topográficos para atualização de cadastro e medição de áreas para atribuição de várias licenças e

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para apoio a diversos projetos, bem como deu-se continuidade ao carregamento do SIG com diversa informação geográfica.

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6.5. Construção e Conservação

A Direção de Construção e Conservação prosseguiu, em 2010, o seu principal objetivo que é o de assegurar a execução de obras de construção e/ou remodelação das instalações e infraestruturas terrestres e marítimas da APL.

Assim, e para além dos projetos já referidos no ponto 3.4. deste documento, destacam-se a empreitada de execução do pilar na Doca do Bom Sucesso (empreitada no valor total de €82.350) e a empreitada de adaptação do edifício Diogo Cão para instalação do IPTM, obra ainda em desenvolvimento e que engloba vários tipos de trabalhos, nomeadamente, demolição de paredes, remoção de pavimento e de estruturas metálicas e execução de gabinetes com divisórias. Ainda no âmbito desta empreitada, esta Direção ficou também responsável pela elaboração de alguns projetos e respetivos trabalhos, como sejam, os relativos à rede de eletricidade, águas e esgotos, infraestruturas de informática e extinção de incêndio, no valor total de €3.327.183.

De seguida descrevem-se com maior detalhe as várias ações desenvolvidas e acompanhadas por esta Direção:

Empreitada de reabilitação e reforço dos Cais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco – 2ª fase

Consiste em melhorar as condições de estabilidade do cais antigo, criar melhores fundos, e efetuar o aterro da doca do Terreiro do Trigo, até Fevereiro de 2011 (custo estimado: €37.386.000).

Fiscalização e coordenação de saúde da empreitada de reabilitação e reforço dos Cais entre Santa Apolónia e o Jardim do Tabaco – 2ª fase

Garantir a adequada fiscalização da empreitada até à conclusão da mesma e respetivo fecho de contas até Maio de 2011 (custo estimado: €238.000).

Acompanhamento da elaboração do Processo de Concurso para a Empreitada de reabilitação e reforço do molhe Montante da Doca da Marinha

Consiste em reparar o molhe e prolongar em 140 m o novo cais de cruzeiros até 2012, para vir a ser utilizado pelos Cruzeiros (custo estimado: €12.000.000).

Acompanhamento da elaboração do Projeto da Terminal de Cruzeiros de Lisboa

Tem por objetivo finalizar o projeto de execução até ao final de 2011, de forma a ser lançado o concurso público para a empreitada de construção (custo: €1.250.000).

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Acompanhamento da elaboração do estudo para a reabilitação do atual Terminal de Cruzeiros de Santa Apolónia

Tendo em vista a reparação do cais do atual Terminal de Cruzeiros de Lisboa, que se encontra muito degradado, até ao final de 2013 (custo estimado: €2.000.000).

Acompanhamento da beneficiação do caminho de rolamento do Terminal de Contentores de Santa Apolónia

Tem como objetivo melhorar as condições de exploração do Terminal, a concluir até ao final de 2011 (custo estimado: €1.000.000).

Acompanhamento da empreitada de impermeabilização das gares marítimas de Alcântara e da Rocha

A finalidade é garantir a impermeabilização destes edifícios, e a preservação das pinturas de Almada Negreiros, a concluir em Setembro de 2010 (custo estimado: €200.000).

Acompanhamento da Empreitada de Adaptação do edifício Diogo Cão para o IPTM (para libertação de áreas necessárias para a Concessão do Terminal de Contentores de Alcântara)

Consiste na preparação deste edifício para a instalação dos vários serviços do IPTM (custo estimado: €3.500.000).

Acompanhamento da preparação do processo de concurso para a Empreitada de Reabilitação e Adaptação da Doca de Pedrouços

Tem por objetivo criar condições para a operacionalidade da doca, até ao final de 2012 (custo estimado: €4.000.000).

Acompanhamento do processo de concurso da Empreitada de “Reabilitação dos molhes de proteção da ribeira do Jamor”

O objetivo é o de garantir as condições de escoamento da Ribeira, até ao final de 2012 (custo estimado: €11.300.000).

Acompanhamento da preparação do processo de concurso da Empreitada de “Construção da via interna de acesso ao VTS”

Visa melhorar as condições de acesso ao VTS (custo estimado: €223.000).

Acompanhamento da Empreitada de “Reabilitação do EIDH em Alcântara”

Tem como finalidade a melhoria das condições e a preparação do edifício para instalar os serviços que se encontram atualmente no Palácio da Junqueira (custo: €800.000).

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Acompanhamento do processo de concurso para a Execução da Empreitada de “Adaptação do Edifício Gonçalves Zarco, em Alcântara”

Tem como fim a preparação do edifício para receber a o Conselho de Administração da APL (custo estimado: €300.000).

Desenvolvimento dos processos de consulta e acompanhamento das várias empreitadas efetuadas na Trafaria e Cova do Vapor

Consiste na melhoria das condições de abrigo proporcionadas às habitações pelas proteções marginais e na criação de melhores condições para os pescadores (custo: €870.000).

Outras ações desenvolvidas

Para além disso, e das ações regulares que esta Direção promove, realiza e acompanha, como sejam a assistência técnica de equipamentos, as reparações necessárias à conservação dos edifícios, infraestruturas e equipamentos, a prestação de serviços diversos (manutenção de espaços verdes e desinfestação), a prestação de serviços relativos à limpeza, higiene e conforto e o fornecimento de água e eletricidade, importa ainda destacar, em 2010, o início da elaboração do processo para o lançamento de um concurso público para a concessão e manutenção das redes privativas da APL de águas e esgotos.

Também são atribuições desta Direção assegurar a manutenção e reparação de equipamentos, instalações e infraestruturas terrestres e a limpeza urbana e desinfestação. De modo a garantir a resolução urgente de avarias sobretudo ao nível de infraestruturas das redes elétricas e águas e no âmbito de assistência a eventos, a Oficina desta Direção dispõe de uma equipa de prevenção, com disponibilidade para intervir de necessário fora do horário normal de trabalho, de modo a garantir a assistência das 0 às 24 horas, todos os dias incluindo sábados, domingos e feriados.

Em relação às infraestruturas, é feita a exploração e manutenção das redes privativas da APL de distribuição de água e de energia elétrica e da rede de esgotos.

No respeita à água, a APL é responsável pelo abastecimento a cerca de 280 clientes, entre Algés e Matinha, dos quais 80 estão localizados na Urbanização da Matinha, já fora da área portuária. Em relação à energia elétrica, a APL é responsável pelo fornecimento da mesma a aproximadamente 51 clientes. Também compete a esta Direção a leitura mensal dos contadores e a introdução dos dados na aplicação informática que faz o processamento da faturação.

No âmbito das instalações elétricas, outra das tarefas importantes é garantir a manutenção da iluminação pública da zona sob jurisdição da APL, entre Algés e a Matinha.

A fim de garantir a fiabilidade e adequadas condições de funcionamento alguns equipamentos e instalações beneficiam de uma manutenção preventiva nomeadamente sistemas de ar condicionado, elevadores, ponte móvel, grupos de

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emergência, guindastes elétricos de via, no Cais da Rocha e no Cais Avançado de Alcântara, recorrendo-se para o efeito à contratação de serviços de firmas especializadas.

Esta Direção assegura, ainda, através da subcontratação da prestação de serviços, a limpeza de edifícios e instalações, a limpeza urbana e gestão de resíduos sólidos, a manutenção e limpeza de espaços verdes e a desinfestação em edifícios, instalações portuária e via pública. No âmbito da limpeza urbana, também é responsável pelo funcionamento da Estação de Transferência de Resíduos Sólidos, na Doca do Poço do Bispo. Esta instalação tem como objetivo transferir para viaturas camarárias os resíduos recolhidos pelas viaturas ao serviço da APL, a fim de serem encaminhados para a Valorsul, o que possibilita uma redução de custos.

Na área de sistemas de climatização, importa destacar a elaboração de projetos para instalação de sistema AVAC no edifício do TPSA e nos dois edifícios pré-fabricados para apoio às atividades de cruzeiros.

Também foram elaborados projetos para instalação de sistemas AVAC para o edifício 113, na Rocha, para as novas instalações da APL no Edifício Gonçalves Zarco e nas novas instalações da Formação na E. M. da Rocha assim como, a remodelação do sistema AVAC na E. M. de Alcântara.

Na área da Certificação Energética de Edifícios, importa salientar os processos que foram desencadeados relativamente ao EIDH, Edifício VTS e edifícios das Agências Europeias no Cais do Sodré.

No âmbito das instalações elétricas, foram elaborados os projetos de remodelação do EIDH, remodelação da rede de distribuição na Doca do Bom Sucesso e o projeto para instalação de rede elétrica no novo Cais de St.ª Apolónia/Jardim do Tabaco.

Em 2010, iniciou-se o processo com vista ao lançamento de um concurso público para a concessão da exploração e gestão das redes de água e de esgotos.

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6.6. Segurança e Operação Portuária

No decorrer do ano de 2010, a Direção de Segurança e Operação Portuária (SO), para além das suas atividades correntes, desenvolveu diversos projetos, sendo de destacar os seguintes:

Diagnósticos aos terminais portuários

Foram realizados diagnósticos de ambiente, qualidade, segurança portuária e segurança e saúde a algumas das instalações portuárias existentes, nomeadamente, Sotagus, Sovena e Silopor-Beato tendo-se verificado e analisado as vertentes de cais e operação; cumprimento do Regulamento (CE) nº 725/2004; circulação e sinalização; manutenção de estruturas; rede de combate a incêndios; equipamento de proteção individual; gestão de resíduos; gestão de redes de águas residuais; ruído; emissões gasosas e solos.

De uma maneira geral os terminais auditados revelaram um razoável desempenho ao nível da segurança da operação portuária e do ponto de vista ambiental, tendo-se concluído que existem, ainda, algumas oportunidades de melhoria na respetiva gestão destas matérias.

Gestão de zonas de areal e implementação do Sistema de Vigilância e Segurança das zonas de Areal de Paço de Arcos e Santo Amaro

A APL tem zonas de areal na sua área de jurisdição nos concelhos de Oeiras, Alcochete, Almada, Barreiro, Moita e Seixal, no entanto apenas a Praia da Torre, no concelho de Oeiras, reúne todos os requisitos para a classificação oficial de Praia, nos termos do Decreto-Lei nº 135/2009, de 3 de junho, e Portaria n.º 267/2010, de 15 de março.

Em 2010, a SO elaborou e implementou o “Sistema de Vigilância e Segurança das zonas de Areal de Paço de Arcos e Santo Amaro de Oeiras” no sentido de dotar estas zonas de vigilância mínima, por serem locais com grande afluência de banhistas, em particular jovens e crianças, zonas essas que não são classificadas como praias ao abrigo da legislação em vigor, não têm por isso obrigatoriedade de assistência a banhista com recurso a nadador salvador.

O Sistema de Vigilância e Segurança contemplou a colocação nos areais de Paço de Arcos e Santo Amaro de Oeiras de material e equipamentos diversos homologados pelo Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) e, de acordo com o Decreto Regulamentar nº 16/2008, destinados à vigilância, informação e prestação de socorro e salvamento, nomeadamente torre tipo I, postos de praia, rádios walkie-talkie e binóculos. O sistema contemplou ainda, em meios humanos, os nadadores-salvadores e um plano integrado de comunicações com os procedimentos estabelecidos entre os mesmos e as autoridades marítima e portuária, bombeiros e Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Reforço das ações de fiscalização em algumas zonas

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O desenvolvimento de alguns projetos e a ocorrência de algumas situações críticas determinaram o reforço significativo da ação de fiscalização. Refere-se como exemplos a intervenção na Doca de Pedrouços, pela sua complexidade e envolvência com muitos ocupantes na área, e a zona da Cova do Vapor, devido às situações de temporal durante o Inverno.

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6.7. Economia e Finanças

Da atividade desenvolvida no âmbito da Direção de Economia e Finanças durante o ano 2010, é de relevar o seguinte:

Serviço de Contabilidade e Faturação

• a consolidação/implementação do novo Sistema de Normalização Contabilística (SNC), o que significou uma mudança radical da filosofia existente até aqui, implicando alterações relevantes ao nível de procedimentos contabilísticos e com reflexos na composição do ativo da APL. Neste âmbito, procedeu-se à adaptação dos módulos SAP R3 relativos à contabilidade (FI – Financial Accounting) e à gestão de ativos (AM – Assets Management) ao novo normativo, com a necessária validação de todos os movimentos de reclassificação contabilística e ajustamentos requeridos pelas novas normas;

• conforme determinado pela Portaria n.º 363/2010, de 23 de junho (em vigor a partir de 01/01/2011), foram desenvolvidos internamente os procedimentos necessários à certificação do software de faturação pela DGCI, de modo a garantir a inviolabilidade da informação registada.

Serviço de Reporting Analítico e Gestão Orçamental

• a implementação do SNC exigiu, por parte da função reporting, uma readaptação da estrutura da informação prestada às diversas entidades, com especial referência para o SIRIEF - Sistema de Recolha de Informação Económica e Financeira (da DGTF) e SOR - Sistema de Reporte de Informação do Sector Empresarial do Estado (do MOPTC), bem como ao nível da análise financeira e da elaboração das principais peças contabilísticas;

• no que respeita à Contabilidade Analítica, foi concluída a implementação da visão ABC – Activity Based Costing, iniciada em Outubro de 2009, tendo sido complementarmente desenvolvida a visão Orgânica.

Na primeira vertente, procura-se obter uma análise da informação económico-financeira numa perspetiva de distribuição de resultados geográfica (concelhos/plataformas), por áreas de negócio (Carga, Cruzeiros, Náutica de Recreio e Marítimo-Turística) e por tarifas. Nesta ótica, os resultados são avaliados em função do respetivo beneficiário.

Quanto à segunda vertente, centra-se numa análise ao nível do responsável orgânico pela gestão dos custos, constituindo uma abordagem funcional.

Em ambas as visões, e de acordo com as suas especificidades, é efetuado o controlo da execução orçamental, com o intuito de verificar o cumprimento dos objetivos estabelecidos.

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Serviço de Tesouraria

• alguns dos procedimentos e funcionalidades implementados no âmbito da atividade de tesouraria centraram-se na ligação a entidades bancárias e nos recebimentos/pagamentos. Nas metas definidas nos contratos de gestão, conseguiu-se uma redução do prazo médio de pagamentos, pelo que foi determinante a simplificação e diversificação das formas de pagamento.

Foi alargada a ligação online a todas as instituições bancárias relacionadas com a APL no sentido de agilizar as atividades correntes neste âmbito e efetuar as reconciliações bancárias por meio de extrato digital.

Promoveu-se a adaptação do SAP R3 no âmbito dos recebimentos de modo a permitir o SDD – Sistemas de Débitos Diretos aos clientes das áreas de negócio Náutica de Recreio e Usos Dominiais.

• No final de 2010 iniciou-se a passagem de toda a movimentação bancária para o IGCP, I.P. – Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, na sequência da publicação da Lei do Orçamento de Estado (art.º77.º Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro).

Serviço de Compras, Gestão de Materiais

• no âmbito dos processos de contratação, e no seguimento de diretivas tutelares vertidas em Decretos-Lei, deu-se início ao processo de adesão ao Sistema Nacional de Compras Públicas, culminando na celebração de contrato com a ANCP já no início de 2011.

Serviço de Contas Correntes de Clientes

• com a concretização dos ajustamentos realizados na estrutura orgânica da APL, autonomizou-se o serviço de Contas Correntes de Clientes, procurando tornar mais eficaz o respetivo acompanhamento e permitindo definir mecanismos de atuação que agilizassem os diversos procedimentos de cobrança.

Em 17 de maio de 2010 constituiu-se o Conselho de Clientes, uma estrutura de abordagem conjunta de situações de clientes, formalizada pelo Conselho de Administração em agosto do mesmo ano, reunindo quinzenalmente, com agenda prévia de temas e elaboração de atas com as conclusões das reuniões, coordenada por, pelo menos, um membro do Conselho de Administração.

Deste modo, e sem interrupções, passaram a analisar-se, propor-se, equacionar-se e preparar-se soluções que, ou seguirão sob a forma de proposta (o Conselho de Clientes é meramente consultivo) para o patamar superior de decisão – CA, ou descerão para reestudo, com novas orientações.

Surgiram assim planos de pagamento compatíveis com as capacidades financeiras dos clientes, mas salvaguardando a APL através da obrigatoriedade da elaboração e apresentação de declaração de reconhecimento de dívidas.

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Do esforço conjunto do Conselho de Clientes resultaram, em termos práticos e em números redondos, na recuperação de €640.000, correspondendo a 30 entidades devedoras.

Paralelamente o serviço de Contas Correntes de Clientes, Gabinete Jurídico e Áreas de Negócio estão em conjunto a efetuar o apuramento hierarquizado, em volume e prazo, do saldo de clientes para que a APL possa dispor de um indicador preciso sobre o nível de créditos sobre clientes e aumentar as suas ações de recuperação de dívidas.

No Negócio Carga, prepararam-se, na ótica do utilizador, as contas correntes, por forma a poderem ser eletronicamente visualizadas, em tempo real, por agentes de navegação, concessionários e portadores de licenças de uso privativo, universo com necessidades sistemáticas de consulta aos registos da APL, para assim ratificarem e atualizarem os seus próprios registos e, deste modo, procederem a pagamentos atempados. No universo global mais de dois terços já dispõem da faculdade da referida consulta.

Ao mesmo tempo procedeu-se, em conjunto com o Serviço de Tesouraria e as Áreas NC/Gestão Dominial e NC/Docas de Recreio, ao desenvolvimento de outros meios de cobrança, por forma a reduzir o risco associado junto dos clientes destes segmentos:

� disponibilizaram-se cinco TPA – Terminais de Pagamento Automático – com o sistema de cartão de crédito Visa, no serviço de tesouraria e nos quatros postos de atendimento das docas de recreio, com agrado geral dos clientes deste segmento de faturação. O total anual de recebimentos que envolveram a utilização de cartão VISA e cartão de débito no âmbito das cobranças na área de náutica de recreio ascendeu a €697.575;

� desenvolveram-se os procedimentos necessários para permitir a liquidação das faturas emitidas pela APL através do SDD – Sistema de Débitos Diretos aos clientes da NC/Gestão Dominial e NC/Docas de Recreio. Este Sistema entrou em produção no início de 2011.

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6.8. Gabinete Jurídico

O Gabinete Jurídico é responsável por gerir todos os processos de contencioso da APL e por assegurar a prestação de todo o apoio jurídico, nomeadamente, através da emissão de informações ou pareceres sobre matérias de natureza jurídica, a pedido do Conselho de Administração ou dos seus membros, reportando diretamente ao Conselho de Administração.

Em 2010, o Gabinete Jurídico assegurou o patrocínio judiciário das ações em que a APL foi parte ou interessada ou, quando este foi assegurado por advogados externos à APL, colaborou com os mesmos, bem como instruiu diversos processos de contraordenação e de danos.

Para além das tarefas supramencionadas, o Gabinete Jurídico, elaborou contratos, e respetivo expediente, conduziu todos os processos de cobrança coerciva de dívidas à APL, colaborou nas comissões de revisão do Regulamento do Exercício da Atividade Marítimo-Turística e do Regulamento da Náutica de Recreio e participou na elaboração de protocolos, nomeadamente com os municípios e relativamente à mutação dominial.

No que concerne aos concursos públicos, o Gabinete Jurídico esteve envolvido nos concursos de empreitadas e prestações de serviços promovidos pela APL, nas consultas realizadas no âmbito do Regulamento Interno para Aquisições de Bens e Serviços, em alguns casos como presidente, e em diversos concursos para atribuição de usos privativos.

Finalmente, através dos seus elementos, acompanhou a quase totalidade das ações tendentes à receção e desocupação coerciva das parcelas do Domínio Público Hídrico.

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6.9. Informática e Comunicações

Na sequência dos ajustamentos efetuados na estrutura orgânica da APL em 2010, a Direção de Informática e Comunicações (IC) passou a ter a responsabilidade sob todos os aspetos relacionados com as comunicações de voz. Assim, em 2010, esta Direção conduziu o processo do novo contrato para a prestação de serviço telefónico móvel, que proporcionará uma redução de 15% no encargo anual com este tipo de comunicações, e reduzirá ainda a fatura das comunicações fixas.

Para além disso, a IC renovou o sistema de backup de dados, que é agora mais robusto, eficaz e eficiente, e instalou uma plataforma de virtualização de servidores, o que proporcionou uma redução no número de servidores físicos de 10:1 e a consequente redução do consumo de energia do Data Center, para além de tornar mais fácil e flexível a gestão e manutenção do parque de servidores e de conduzir a uma diminuição dos encargos de manutenção. Ainda em 2010, foi efetuada a instalação de uma infraestrutura de comunicações sem fios (WI-FI) e procedeu-se à aquisição de uma ferramenta de BI (Business Inteligence).

Em relação ao projeto JUP (Janela Única Portuária), em 2010, a IC continuou os trabalhos para upgrade da JUP para a JUP//, tanto ao nível da plataforma hardware, como da adaptação e teste da aplicação às especificidades do negócio da APL, adaptou a JUP às novas mensagens do Safe Sea Net e participou na elaboração da candidatura nacional ao projeto MIELE, um projeto cujo desenvolvimento tem o apoio do Programa das RTE-T (Redes Transeuropeias de Transporte), no âmbito do Programa Plurianual 2007-2013 para as Autoestradas do Mar, e cujo objetivo a nível nacional é o de promover o desenvolvimento da JUL (Janela Única Logística), a integrar com a JUP (Janela Única Portuária) e com sistemas aplicacionais de outros atores da rede de serviços logísticos, nomeadamente, operadores logísticos, transitários, carregadores e operadores de transporte marítimo. Em colaboração com a Direção de Segurança e Operação Portuária, desenvolveu uma aplicação para “Planeamento de Acostagem de Navios” (DS – PLAN) integrada com a JUP e com o Google Maps, aplicação essa que é disponibilizada no portal da APL.

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6.10. Secretaria-Geral

A Secretaria-Geral presta apoio e assessoria ao Conselho de Administração, coordenando, ainda, a atividade relativa à difusão de documentação e informação na empresa. O Centro de Documentação e Informação (CDI), serviço da Secretaria-Geral, centraliza todo o tipo de publicações e documentos de conhecimento essencial para o desenvolvimento e atualização permanente dos colaboradores da APL, estando, ainda, disponível ao público em geral, podendo os interessados consultar o acervo bibliográfico e documentação.

Em 2010 os interessados dirigiram ao CDI 960 pedidos telefónicos, 105 pedidos presenciais, 1080 pedidos por correio eletrónico e 15 pedidos por carta, num total de 2160.

O CDI está a desenvolver um projeto de digitalização que visa preservar e dar visibilidade às suas coleções com maior valor informativo, designadamente para o conhecimento da história da empresa. Foi, assim, digitalizada a série de 112 livros de atas do Conselho de Administração desde 1907 e a coleção de 518 boletins informativos, incluindo os Relatórios e Contas desde 1928. Encontra-se em fase de restauro e digitalização a coleção de fotografias históricas do Porto de Lisboa, datando do início o século XX.

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7. RECURSOS HUMANOS

Na esfera sócio laboral as políticas prosseguidas em 2010 não se afastaram substancialmente das linhas de orientação que, de forma genérica, vêm balizando a área de Recursos Humanos, procurando-se antes dar sequência e consolidar algumas das medidas tidas por estruturantes já encetadas no ano anterior.

Em traços gerais, e tendo por referência os principais eixos de intervenção – gestão do efetivo, formação profissional e saúde e apoio social – pretendeu-se, em última análise, conciliar a melhoria da capacidade de resposta dos serviços, a valorização das pessoas e os benefícios concedidos com os incontornáveis objetivos de permanente racionalização de meios.

Destaque particular, em cada um daqueles domínios, para a circunstância de não ter havido lugar a qualquer atualização das tabelas de vencimentos, para a renovação das instalações e equipamentos disponibilizados para a formação profissional culminando em dezembro com a inauguração do Centro de Formação do Porto de Lisboa e para o início da vigência do novo regime de Obras Sociais e Culturais, agora com benefícios na área da saúde alargados à generalidade dos trabalhadores.

Nota ainda no plano organizativo para a concretização de algumas alterações na estrutura orgânica interna procedendo-se, entre outros ajustamentos departamentais, à transição para a Direção de Recursos Humanos do Sector de Serviços Gerais.

Vejamos, em todo o caso, de forma mais aprofundada e sob os diferentes ângulos

de análise, como evoluíram no último ano os principais indicadores sobre a

realidade social da empresa.

7.1. Emprego e mobilidade de pessoal

O número total de trabalhadores ao serviço da empresa manteve-se relativamente estabilizado ao longo de 2010, fixando-se no final do ano nos 340 elementos, o que traduz o aumento de uma unidade (+0,3%) face aos 339 existentes no período homólogo de 2009.

Assistiu-se, ainda assim, a alguma flutuação mensal do efetivo, sendo que o curto acréscimo em termos absolutos se deve, naturalmente, a um relativo equilíbrio entre os movimentos num e noutro sentido, registando-se um total de 7 saídas contra 8 entradas.

Com uma distribuição homogénea do turnover pelos vários meses do ano, o efetivo médio situou-se nos 339 trabalhadores, o que representa, neste caso, um decréscimo de 4 unidades (-1,2%) por comparação com os 343 correspondentes a 2009.

O quadro seguinte permite ilustrar de forma retrospetiva a evolução do total de trabalhadores e da sua composição nos últimos dois anos:

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TIPO DE VÍNCULO 2009 2010

Nº % Nº %

Quadro 323 95,3% 333 97,9%

Relação de Emprego Público 206 60,8% 204 60,0%

Contrato Individual de Trabalho 117 34,5% 129 37,9%

Além-Quadro 16 4,7% 7 2,1%

Mandatos 3 0,9% 3 0,9%

Comissão de Serviço 0 0,0% 0 0,0%

Requisição 3 0,9% 3 0,9%

Contrato a Termo Certo 10 2,9% 1 0,3%

TOTAL 339 100,0% 340 100,0%

Sem impacto no volume de emprego já existente, assinala-se a integração no quadro de pessoal da empresa de um conjunto de 14 trabalhadores, em qualquer dos casos, por via da conversão dos respetivos contratos a termo em vínculos por tempo indeterminado.

Por conseguinte, o número de elementos além quadro decresceu de forma significativa (dos 16 existentes em 2009 para somente 7 em 2010), passando a constituir apenas 2% do total de trabalhadores.

No que concerne ao pessoal com vínculo permanente, sendo ainda largamente preponderante a proporção de trabalhadores com uma relação de emprego público, alargou-se de novo o peso relativo dos abrangidos pelo regime do contrato individual de trabalho que representam já 37,9% do total do efetivo.

Reportando-nos, por último, à mobilidade interna, promoveram-se várias alterações da situação profissional comportando, designadamente, a concretização de 70 acessos ao patamar imediatamente superior da carreira (20% do efetivo), 24 transferências interdepartamentais e 5 processos de reconversão profissional.

7.2. Prestação de trabalho

INDICADORES 2009 2010

1. Potencial máximo de trabalho (horas) 574.768 570.040

2. Trabalho Extraordinário Horas Taxa

10.050 1,7%

9.370 1,6%

3. Absentismo Horas Taxa

32.129 5,6%

28.571 5,0%

Horas efetivamente trabalhadas (1+2-3) 552.689 550.839

A partir dos habituais parâmetros de análise sobre a prestação de trabalho e centrando-nos, sobretudo, na confrontação entre os valores apurados para 2009 e 2010, podem extrair-se, no essencial, as seguintes conclusões:

• ligeira variação anual do potencial máximo de trabalho que, correspondendo a -0,8% (-4.728 horas), repercute fundamentalmente, a diminuição do efetivo médio a que antes se fez referência;

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• menor volume de trabalho extraordinário traduzido numa redução de 6,8% (-680 horas), em linha com a evolução a que já se assistira em anos anteriores, confirmando-se, de resto, os esforços de maior contenção recentemente imprimidos;

Inversão da tendência crescente do absentismo, com o total de horas de ausência a regredir 11,1% (-3.558 horas) o que se deve ao considerável desagravamento das faltas por doença e por acidente de trabalho que só não teve maior expressão devido ao avolumar das faltas por motivos diversos.

7.3. Formação

Ao longo do ano houve lugar a um conjunto diversificado de ações de formação profissional, tendo por pano de fundo uma programação alinhada com as necessidades dos serviços anualmente aferidas e instrumentalmente ajustada às orientações estratégicas da empresa.

Incidindo em múltiplas áreas temáticas e repartida por várias modalidades formativas, promoveram-se em termos globais um total de 98 iniciativas, envolvendo 453 participantes e 6.507 horas de formação, conforme se retrata no seguinte quadro sinóptico:

Particular referência, como atrás se assinalou, para a inauguração do Centro de Formação do Porto de Lisboa na Estação Marítima da Rocha, criando-se mais e melhores condições para a aquisição de novas competências e desenvolvimento profissional dos trabalhadores.

A política de formação deverá assim privilegiar a organização das ações a nível interno centrando a sua atividade nestas mesmas instalações, com as naturais vantagens do ponto de vista da rentabilização de recursos, dos custos associados e do número de trabalhadores a envolver em cada processo.

O novo espaço propõe-se servir também a comunidade portuária, através de parcerias ou de protocolos de colaboração neste domínio, quer em matérias eminentemente sectoriais de interesse partilhado, quer em diferentes áreas do conhecimento de interesse igualmente comum.

Do mesmo modo, a cooperação com os Portos dos PALOP poderá ser reforçada por esta via, incorporando-se nos programas de acolhimento de quadros técnicos a participação nas ações formativas que em cada ocasião possam vir a decorrer.

A disponibilização de instalações e equipamentos que naturalmente se pretende rentabilizar, constitui sobretudo um importante esforço da empresa e uma aposta redobrada nas virtualidades da formação profissional, aspirando-se a que tal se possa revelar também como uma forma de afirmação da APL.

Formação Interna Externa Total

Nº Ações 15 83 98

Horas de Formação 3.151 3.356 6.507

Nº Participantes 240 213 453

Custos (€) 42.730 32.976 75.076

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7.4. Estágios profissionais

Em consonância com a política de abertura ao exterior há muito perfilhada, prosseguiu em 2010 o regular acolhimento de diferentes processos de estágio, de natureza curricular ou de índole profissionalizante, envolvendo finalistas ou licenciados e alunos do ensino técnico-profissional.

De acordo com as respetivas áreas de formação escolar e/ou académica, expectativas e projetos profissionais, os candidatos são funcionalmente integrados nos serviços que para o efeito manifestaram a necessária disponibilidade, tendo ocasião de participar em muitas das atividades desenvolvidas.

Nessa conformidade, decorreram durante o ano um total de 8 estágios, em resultado de propostas de diferentes estabelecimentos de ensino ou de candidaturas espontâneas, acolhendo-se alunos nas áreas da Engenharia Geográfica, Gestão de Sistemas de Informação e Gestão Portuária, bem como dos cursos de Técnico de Apoio à Gestão, Topógrafo Geómetra e Operador de Armazém.

Nota particular para a viabilização e desenvolvimento de um estágio curricular na SO/AO – Ambiente Portuário, por aluna do 3º ano do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Tecnologia de Tallinn, na Estónia.

7.5. Ação Social

Entre as alterações que pontuam o novo Regulamento das Obras Sociais e Culturais (OSC) aprovado com efeitos a 1 de janeiro de 2010, emerge, desde logo, a

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redefinição do apoio na saúde enquanto sistema complementar, o que determinou, de resto, a inscrição prévia no regime da ADSE dos anteriores beneficiários titulares (ativos e aposentados), bem como dos respetivos familiares.

Por outro lado, a reconfiguração efetuada e o correspondente quadro de responsabilidades, a par de razões de equidade interna, permitiram estender o apoio social e na saúde, a todos os trabalhadores, aos aposentados (ex-beneficiários das OSC) e respetivos familiares, bem como às viúvas e órfãos de beneficiários falecidos.

Com efeito, no quadro do atual Regulamento, são concedidos resumidamente os seguintes benefícios:

Na área da saúde,

• para os que detenham a qualidade de beneficiários da ADSE, uma comparticipação complementar no valor de 50%, com o limite da tabela fixada no referido regime, sobre os atos médicos prestados a ativos, aposentados e familiares;

• um seguro de saúde aos trabalhadores com contrato individual de trabalho (e comparticipação de 50% do valor do seguro para os filhos), bem como aos cônjuges e órfãos dos beneficiários falecidos, por impossibilidade de inscrição na ADSE.

Já no âmbito do apoio social, a APL manteve os subsídios previstos em anteriores Regulamentos, por contrapartida do pagamento de uma quota de 0,25% da remuneração ou pensão, isentando-se os beneficiários com pensões inferiores a €600.

Sem perder de vista as marcadas diferenças que na essência separam o sistema anterior e as novas modalidades de apoio, pode ainda assim ensaiar-se uma breve análise comparativa 2009/2010, o que conduz ao seguinte quadro:

2009 2010

Variação 09 – 10

Absoluta %

N.º inscritos no sistema de saúde e apoio social 1.700 2.408 708 41,7%

Encargos com o sistema (€) 2.600.547 834.037 -1.766.510 -67,9%

- Custos c/ assistência médica e medicamentos (€) 2.386.089 638.474 -1.747.615 -73,2%

- Encargos com apoio social (€) 214.458 195.563 -18.895 -8,8%

Proveitos (€) 665.156 78.042 -587.144 -88,3%

Encargos líquidos c/ saúde e apoio social (€) 1.935.391 755.995 -1.179.396 -60,9%

Encargo líquido por beneficiário (€) 1.015 314 -701 -69,1%

No que se refere ao número de abrangidos, o pronunciado aumento dos inscritos (708), é explicado pelo facto de se considerar, adicionalmente, os beneficiários que anteriormente haviam já transitado para o regime da ADSE, o pessoal técnico de pilotagem e seus familiares e ainda a generalidade dos trabalhadores e filhos com seguro de saúde.

Assim, em 31 de dezembro do último ano, as OSC contavam com um universo global de 2.408 inscritos conforme se tipifica:

92

• 2.064 enquadrados no regime complementar da ADSE (212 ativos com 192 familiares agregados e 1.270 aposentados a que acrescem 390 familiares);

• 321 abrangidos pelo seguro de saúde (125 trabalhadores a que se somam 62 filhos, 126 viúvas e 8 descendentes de trabalhadores, aposentados ou falecidos sem possibilidade de inscrição na ADSE);

• 23 beneficiários apenas para efeitos de apoio social (filhos de trabalhadores sem ADSE e que não optaram pela inclusão no referido seguro de saúde).

Relativamente aos montantes envolvidos deve notar-se respetivamente o seguinte:

• na área da saúde os encargos registaram um natural redimensionamento, em face do regime de comparticipação complementar da ADSE, com os custos respeitantes a assistência médica e medicamentosa a diminuírem 73,2%;

• na área do apoio social, ainda que o número de inscritos se tenha alargado, os encargos conheceram igualmente uma redução, neste caso, em cerca de 9%, para o que concorreu, sobretudo, o decréscimo dos subsídios para internamento em lar, também resultante da referida comparticipação em regime de complementaridade.

No tocante aos proveitos, a acentuada redução sofrida prende-se com duas ordens de razões:

• a circunstância da quotização das OSC, que em 2009 correspondia a 1,5% para a generalidade dos inscritos, ser agora apenas devida para os beneficiários do apoio social e no valor de 0,25%;

• por outro lado, e com menor expressão, o facto das sucessivas amortizações dos débitos na conta corrente terem sido predominantemente liquidados no decorrer de 2009.

Face à evolução dos encargos líquidos com saúde e apoio social, globalmente considerados, o encargo líquido por beneficiário reduziu-se de €1.015 para €314 (-69%).

Ainda no âmbito da política social da empresa foram celebrados diversos protocolos com entidades médicas, financeiras, desportivas e outras, com vista a que todos os trabalhadores pudessem obter melhores condições nos produtos e serviços oferecidos por aquelas.

7.6. Segurança e saúde no trabalho

No âmbito da Segurança e Saúde no Trabalho, foi dada continuidade à implementação das medidas de segurança legalmente previstas, com vista a garantir as melhores condições para o normal funcionamento da empresa.

Após o estudo realizado anteriormente, foi elaborado e implementado em 2010 o Regulamento dos Equipamentos de Proteção Individual.

Ainda no seguimento da política de segurança e saúde no trabalho, foram desenvolvidas as seguintes ações:

• realização regular de testes de alcoolemia;

93

• coordenação de segurança das empreitadas;

• elaboração de projetos de segurança de emergência;

• análise de Planos de Segurança e Saúde.

7.7. Cumprimento de Regulamentação

No que concerne ao cumprimento de orientações e regulamentação emitidas em 2010 relativamente a remunerações e prémios de gestão de colaboradores e órgãos de administração das empresas públicas, cumpre à APL informar o seguinte:

• nos termos do Ofício nº 1730, de 25 de fevereiro de 2010, da Direção Geral do Tesouro e Finanças, não houve, em 2010, atualização das tabelas de vencimentos dos colaboradores da empresa;

• nos termos do Despacho de 25 de março de 2010 do Ministro do Estado e das Finanças, não houve, em 2010, atribuição de prémios de gestão aos membros do órgão de administração da empresa;

• nos termos do artigo 12º da Lei nº 12-A/2010, de 30 de junho, a remuneração fixa mensal ilíquida dos membros do Conselho de Administração da empresa foi, em 2010, reduzida a título excecional em 5%, conforme se pode observar no quadro seguinte:

(Unid: €)

Comissão de Fixação de Remunerações da

APL, SA

Lei nº 12-A/2010, de 30 de junho (art.º 12º)

Comissão de Fixação de Remunerações da

APL, SA

Lei nº 12-A/2010, de 30 de junho (art.º 12º)

Comissão de Fixação de Remunerações da

APL, SA

Lei nº 12-A/2010, de 30 de junho (art.º 12º)

janeiro a maio 2010 (A)

Desde junho 2010 (B)

janeiro a maio 2010 (A)

Desde junho 2010 (B)

janeiro a maio 2010 (A)

Desde junho 2010 (B)

Vencimento 6.357,48 6.039,61 5.438,52 5.166,58 5.438,52 5.166,58

Engª Natércia Cabral (PCA) Dr. Luís Barroso (VCA) Dr.ª Andreia Ventura (VCA)

(B) – (A) = (C) -317,87 (B) – (A) = (C) -271,94 (B) – (A) = (C) -271,94

(C) / (A) -5,00% (C) / (A) -5,00% (C) / (A) -5,00%

94

8. ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA

Até 31 de dezembro de 2009, a APL elaborou as demonstrações financeiras de acordo com o POC – Plano Oficial de Contabilidade. A partir de 2010 a preparação das demonstrações financeiras é efetuada de acordo com o Sistema de Normalização Contabilística (SNC).

Assim, para efeitos de comparabilidade de valores, a informação relativa ao ano 2009 foi reexpressa de forma a estar de acordo com o SNC.

Situação Económica

A APL encerra o ano de 2010 com um resultado líquido de 741 milhares de euros, correspondendo a uma margem operacional de 10,1%.

A atividade operacional da empresa, durante o ano 2010, foi condicionada pela conjuntura económica desfavorável e pela crise internacional, que começou em 2009 e se agravou em 2010.

Rendimentos e Ganhos

Quanto à rubrica de vendas/serviços prestados, verificou-se um aumento nas tarifas de navio e carga (em consequência do incremento da carga movimentada e da arqueação bruta dos navios entrados no porto, conforme capítulo 5 deste Relatório) mas que não foi suficiente para cobrir as quebras registadas em outras atividades.

Unidade: €

2009 * 2010

Variação 09/10

Absoluta %

RENDIMENTOS E GANHOS 57.309.198 55.406.769 -1.902.429 -3,3

Vendas e Serviços Prestados 38.019.451 36.849.738 -1.169.713 -3,1%

Reversões 740.015 100.637 -639.378 -86,4%

Ganhos e Aumentos de Justo Valor 0 145.519 145.519 ---

Outros Rendimentos e Ganhos 18.397.742 18.035.475 -362.267 -2,0%

Juros e Rendimentos Similares Obtidos 151.990 275.400 123.410 81,2%

* Ano de 2009 reconvertido para SNC – Sistema de Normalização Contabilística

Volume de Negócios/Rédito

O volume de negócios em 2010 situou-se nos 46.630 milhares de euros, correspondendo a um decréscimo de 6% relativamente ao ano anterior. Esta variação é explicada, fundamentalmente, pela redução dos rendimentos provenientes de usos dominiais, com a passagem de diversas áreas para a Câmara Municipal de Lisboa (que, por si só, representou 62% do decréscimo global).

95

Gastos e Perdas

Em 2010, os gastos e perdas registaram um aumento de 7,7%:

Unidade: €

2009 * 2010

Variação 09/10

Absoluta %

GASTOS E PERDAS 50.829.138 54.733.294 3.904.156 7,7%

CMVMC 0 0 0 ---

FSE 15.162.899 14.562.408 -600.491 -4,0%

Gastos com pessoal 6.196.200 17.555.858 11.359.658 183,3%

Depreciações e amortizações 13.333.023 14.087.685 754.662 5,7%

Outros Gastos e Perdas 12.640.820 4.199.703 -8.441.117 -66,8%

Gastos e Perdas Financeiros 3.496.196 4.327.639 831.443 23,8%

* Ano de 2009 reconvertido para SNC – Sistema de Normalização Contabilística

0

10.000.000

20.000.000

30.000.000

40.000.000

50.000.000

60.000.000

2009 2010

Gastos e Perdas

Outros gastos e perdas

Depreciações eamortizações

Gastos c/ pessoal

FSE

CMVMC

Ano de 2009 reconvertido para SNC – Sistema de Normalização Contabilística

Fornecimentos e serviços externos

Tendo sofrido uma redução de €600.491 (-4%) de 2009 para 2010, o total de fornecimentos e serviços externos viu o respetivo peso alterado face ao nível do volume total de gastos e perdas de 29,8% para 26,6%.

96

Unidade: €

2009 * 2010

Variação 09/10

Absoluta %

FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS 15.162.899 14.562.408 -600.491 -4,0%

Trabalhos especializados 949.871 1.570.320 620.449 65,3%

Vigilância e segurança 1.373.619 1.343.272 -30.347 -2,2%

Dragagens 3.282.560 2.363.120 -919.440 -28,0%

Obras 1.105.084 665.937 -439.147 -39,7%

Assistência técnica 1.064.604 1.033.937 -30.667 -2,9%

Eletricidade 927.456 583.581 -343.875 -37,1%

Água 1.099.351 1.057.860 -41.491 -3,8%

Limpeza, higiene e conforto 2.076.497 2.460.119 383.622 18,5%

Outras 3.283.857 3.484.262 200.405 6,1%

* Ano de 2009 reconvertido para SNC – Sistema de Normalização Contabilística

Ano de 2009 reconvertido para SNC – Sistema de Normalização Contabilística

São de destacar como diminuições mais relevantes:

• dragagens – em 2010 não foi necessário efetuar tantos trabalhos de dragagens de manutenção como em 2009, tendo ainda sido considerado o custo plurienal da dragagem de estabelecimento do Canal de Acesso;

• obras – em 2010 promoveu-se uma maior racionalização das obras realizadas na área de jurisdição da APL. Para os custos de 2009 concorreram as obras de construção da ciclovia, comparticipadas pela APL;

97

• eletricidade – em 2010, transferiram-se os encargos com energia elétrica referentes aos edifícios das Agências Europeias, sitos no Cais do Sodré, para as entidades aí instaladas.

Verificando-se, em sentido inverso, aumentos nas seguintes áreas:

• trabalhos especializados – onde se destacam os estudos e avaliações de impacto ambiental relativos ao aprofundamento do Canal de Acesso e respetiva caracterização de sedimentos, o acompanhamento ambiental do projeto Quimiparque, a implementação do SNC, faturação e débitos diretos e ainda os serviços museológicos prestados pela Fundação Oriente;

• limpeza, higiene e conforto – desmantelamento do navio “Ponta Delgada” e de outras embarcações no Seixal em 2010.

Gastos com pessoal

Unidade: €

2009 * 2010

Variação 09/10

Absoluta %

GASTOS COM PESSOAL

Gastos antes de ajustamentos SNC 19.009.629 17.555.858 -1.453.771 -7,6%

- Reconfiguração do Plano Médico 11.233.542 --- --- ---

- Ajustamento SNC – Pensões 1.579.887 --- --- ---

Gastos com Pessoal c/ efeito das reversões e ajustamentos 6.196.200 17.555.858 11.359.658 183,3%

* Ano de 2009 reconvertido para SNC – Sistema de Normalização Contabilística

A redução de gastos com pessoal em 2010 assenta principalmente na reconfiguração do Regulamento das Obras Sociais e Culturais – Assistência Médica e Medicamentosa, com efeitos a partir de 01/01/2010.

No ano 2009 o impacto da reversão da provisão para Assistência Médica e Medicamentosa traduziu-se numa redução dos gastos com pessoal no montante total de €11.233.542. Com a adoção do SNC verificou-se um ajustamento dos gastos em €1.579.887, referente à anulação da amortização de desvios atuariais referentes a pensões (fundo do ex-INPP, pensões de sobrevivência, vitalícias e de sangue).

Depreciações e amortizações

O aumento registado nesta rubrica reflete a depreciação anual da 1.ª fase da Empreitada de Reabilitação e Reforço dos Cais entre St.ª Apolónia e Jardim do Tabaco, obra concluída em dezembro de 2009.

Outros Gastos e Perdas

98

Com evolução favorável de 2009 para 2010 (- 8.441.117 euros) assente de forma mais marcada nos seguintes fatores:

• outros gastos não especificados – em 2009 foi contabilizada a indemnização, por desocupação de instalações (Edifício Diogo Cão) e efetuada a reposição do edifício sito na Expo98 (instalações anteriormente ocupadas pela Agência Europeia de Segurança Marítima);

• abates – também em 2009 foram efetuados abates de edifícios demolidos na zona de Alcântara.

Gastos e perdas financeiros

O acréscimo de 23,8% em gastos e perdas financeiros reflete o aumento generalizado dos spreads bancários em 2010.

Resultados

O resultado líquido apresentado em 2009 foi de €489.326 no âmbito do POC – Plano Oficial de Contabilidade, com a reconversão para o SNC – Sistema de Normalização Contabilística o resultado líquido alcançou os €6.444.151.

Assim, detalhamos os ajustamentos verificados nos resultados do ano 2009 com a adoção dos critérios SNC:

• anulação de amortizações dos ativos intangíveis de anos anteriores – €229.390;

• desreconhecimento em resultados extraordinários - €887.193;

• desreconhecimento das depreciações dos ativos tangíveis a alienar - €350.540;

• desreconhecimento do custo das vendas - €223.769;

• desreconhecimento de uma provisão para perdas estimadas a incorrer (justo valor a 31/12/2008 do instrumento financeiro – derivado) – €2.724.046;

• anulação de amortizações de desvios atuariais – Pensões - €1.579.887;

• desreconhecimento de custos diferidos - €40.000.

Unidade: €

RESULTADOS 2009 (POC) 2009 (SNC) 2010 Variação 09/10

Absoluta %

EBITDA 23.193.115 23.157.290 18.813.398 -4.343.892 -19%

EBIT 5.797.855 9.824.267 4.725.713 -5.098.554 -51,9%

Resultado Líquido 489.326 6.444.151 741.385 -5.702.766 -88,5%

99

Resultados

0

5.000.000

10.000.000

15.000.000

20.000.000

25.000.000

2009 (POC) 2009 (SNC) 2010

EBITDA EBIT Resultado Líquido

Situação Financeira e Patrimonial

Balanço

Da comparação de balanços da APL reportados a 31/12/2010 e 31/12/2009 (reclassificado e ajustado em SNC) ressaltam as seguintes alterações na situação financeira e patrimonial da empresa:

Unidade: €

BALANÇO 2009 * 2010 Variação 09/10

Absoluta %

Ativo 392.021.117 392.645.945 624.828 0,16%

Ativo não corrente 360.430.227 364.653.370 4.223.143 1,16%

Ativo corrente 31.590.890 27.992.575 -3.598.315 -12,85%

Capital Próprio e Passivo 392.021.117 392.645.945 624.828 0,16%

Capital Próprio 186.887.185 187.198.390 311.205 0,17%

Passivo 205.133.932 205.447.555 313.623 0,15%

- Passivo não Corrente 145.984.516 139.382.380 -6.602.136 -4,74%

- Passivo Corrente 59.149.416 66.065.175 6.915.759 10,47%

* Ano de 2009 reconvertido para SNC – Sistema de Normalização Contabilística

O financiamento do ativo manteve a sua composição de 2009 para 2010, sendo 48% com recurso a capital próprio e 52% com recurso a capital alheio.

100

Investimentos

INVESTIMENTOS Valor (€)

CARGA

Remodelação do Edifício Diogo Cão 3.895.868

TTT – Terceira Travessia do Tejo

- Prospeção Geológica – Geotécnica e Estudos de Hidrodinâmica e Navegação 206.683

- Relocalização Terminal Líquidos da Tanquipor - Barreiro 477.543

- Aterro da Doca do Poço do Bispo 165.966

Diversos 70.402

CRUZEIROS

Reabilitação e Reforço do cais entre Stª Apolónia e o Jardim do Tabaco (1ª e 2ª fases) 15.375.610

Terminal de Cruzeiros de Lisboa 87.140

Diversos 18.126

AUTORIDADE PORTUÁRIA

Estudos e Projetos 459.227

Equipamento informático 255.475

Programas informáticos 663.367

Diversos 968.713

NÁUTICA DE RECREIO

Sistema de Controlo de Acessos (Docas e Estação Marítima da Rocha) 69.520

Diversos 28.829

REABILITAÇÃO DAS FRENTES RIBEIRINHAS

Requalificação da Muralha de Alcochete 59.047

Diversos 183.309

REORGANIZAÇÃO INTERNA 51.365

GESTÃO CORRENTE 28.237

TOTAL 23.064.426

Tal como já sucedera em 2009, o esforço de investimento desenvolvido pela empresa em 2010 foi basicamente orientado para as infraestruturas marítimas, edifícios e outras construções e ainda para o desenvolvimento de projetos na área dos sistemas e comunicações.

101

Passivo Remunerado

No final dos períodos de 2009 e de 2010 o passivo remunerado da empresa apresentava a seguinte estrutura:

Unidade: €

PASSIVO REMUNERADO 2009 * 2010 Variação 09/10

Absoluta %

Médio/Longo Prazo 101.024.105 97.003.045 -4.021.060 -4%

Curto Prazo 35.915.910 47.787.525 11.871.615 33,1%

Aplicação de Tesouraria 0 -6.000.000 -6.000.000 --

TOTAL 136.940.015 138.790.570 1.850.555 1,4%

* Ano de 2009 reconvertido para SNC – Sistema de Normalização Contabilística

Apesar dos investimentos realizados em 2010 (€23.064.426), o aumento do endividamento bancário ascendeu apenas 1,4%.

Essa variação decorre dos seguintes fatores:

• aumento da eficácia na cobrança de dívidas a clientes com destaque para o recebimento proveniente da Docapesca, Portos e Lotas, S.A., referentes a instalações ocupadas por essa entidade.

Quanto à eficácia nas cobranças, é de salientar que do esforço conjunto do Conselho de Clientes, implementado em maio de 2010, resultou, em termos práticos, a recuperação de cerca de €640.000 relativos a 30 entidades devedoras;

• recebimento do montante em dívida pela Câmara Municipal de Lisboa relativo às desafetações de áreas nas frentes ribeirinhas;

• receita ordinária decorrente da alienação do Bloco Administrativo do ex-CRCB;

• recuperação do IVA decorrente da empreitada de Reabilitação e Reforço do Cais entre Sta. Apolónia e o Jardim do Tabaco.

Não estando relevada nas contas da APL, é de referir ainda o impacto económico-financeiro, da compensação devida à mesma, pela Sociedade Parque Expo 98, S.A. pela desafetação dos terrenos inclusos na área de jurisdição da APL.

Com efeito, pelo Decreto-Lei nº 207/93, de 14 de junho, foram desafetados do domínio público os bens imóveis compreendidos na zona de intervenção da Expo 98, situados na área de jurisdição da Administração do Porto de Lisboa, bem como extintos os direitos de uso privativo constituídos sobre os mesmos.

Nos termos do artigo 4º do citado diploma, a sociedade Parque Expo 98, S.A. deve compensar a APL pelos prejuízos efetivos sofridos, atendendo, nomeadamente, ao valor das taxas dominiais e portuárias que vinham sendo cobradas e ponderando a duração prevista em tais usos.

102

O critério estabelecido pelo normativo em apreço apenas teve subjacente a previsão do decréscimo das receitas da APL, resultante da extinção dos usos privativos perspetivados à luz da precariedade contratual decorrente das licenças outorgadas ou do prazo dos contratos de concessão celebrados.

Não se tomaram em consideração, quer as áreas dominiais desafetadas, mas livres de ocupação titulada, quer a circunstância de o recurso a títulos precários de curta duração, em regra anualmente renováveis, constituir um procedimento corrente da APL.

No seguimento do disposto no artigo 4º do Decreto-Lei nº 207/93, de 14 de junho, e tendo em consideração o exposto no anterior parágrafo, a compensação a pagar pela Parque Expo 98, S.A. à APL, à data de 31 de dezembro de 2010, totalizava o montante de €14.421 milhares.

Apesar das diversas diligências perpetuadas pelos diferentes Conselhos de Administração junto das Tutelas, a APL nunca foi ressarcida pelo montante em dívida.

8.1. Deveres especiais de informação

No que diz respeito ao cumprimento dos deveres especiais de informação, nos termos do Despacho nº 14277/2008, de 23 de maio, a APL reporta à Direção Geral do Tesouro e Finanças (DGTF) e à Inspeção Geral de Finanças (IGF), os seus Planos de Atividades anuais e plurianuais, os seus Orçamentos anuais e plurianuais, onde se inclui uma estimativa das operações financeiras com o Estado e os seus Planos de Investimentos anuais e plurianuais bem como as respetivas fontes de financiamento.

Para além disso, a APL envia periodicamente informação relativa à execução orçamental da empresa para o SIRIEF (Sistema de Recolha de Informação Económica e Financeira) da DGTF, sendo que, em 2011, o Conselho de Administração passará a produzir e analisar relatórios mensais de acompanhamento de execução orçamental.

103

9. PERSPETIVAS FUTURAS

Ao longo da sua existência, a APL foi confrontada com contextos mais exigentes e com situações mais propícias à evolução normal da sua atividade, sendo as mesmas determinadas por condicionantes externas ou internas, e que exigiram, da parte da gestão e de todos os colaboradores, um esforço acrescido para que a organização ultrapassasse os recorrentes desafios e se adaptasse aos mercados em constante mutação.

Vivemos atualmente um momento de particular exigência, inserido num clima de elevada incerteza pois, para além das orientações de contenção de custos operacionais dadas pelo Acionista-Estado, existem importantes projetos de investimento em curso, como sejam o Novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa e a requalificação da Doca de Pedrouços para acolher a Volvo Ocean Race em 2012, particularmente desafiantes, não só pelos aspetos operacionais dos próprios mas também pela necessidade de maior critério na gestão equilibrada entre ativos e passivos. A APL tem também realizado esforços para a criação do pólo integrado de desenvolvimento da náutica de recreio em Algés, potenciando a criação de um “cluster” que atraia novos investimentos, e novas atividades, e que constitua uma tendência do reforço do papel de Lisboa a nível internacional. Este elevado volume de investimento a realizar reforça a necessidade de obter fontes de financiamento adicionais, nomeadamente com o recurso à alienação de ativos não estratégicos, por força da ausência de outras fontes de financiamento, como sejam os fundos comunitários.

Acresce ainda o esforço de manutenção, e reforço, da competitividade nos mercados nacional e internacional, particularmente nas cadeias logísticas Ibéricas e Atlânticas, apostando no desenvolvimento da atividade portuária com alguns incentivos aos tráfegos marítimos, nomeadamente através da manutenção das tarifas portuárias.

Tal como já foi referido no Capítulo 2 do presente Relatório, as principais projeções apontam para que, nos anos vindouros, o crescimento da economia portuguesa seja, em grande parte, sustentado pelo aumento das exportações, inserido num clima de recuperação económica mundial. Ora, tendo em conta que cerca de metade9 das mercadorias saídas do nosso país são transportadas por via marítima, perspetiva-se que o Porto de Lisboa venha a beneficiar do aumento das mesmas, contribuindo assim para o incremento da sua atividade portuária e para o desenvolvimento daquela que é a infraestrutura portuária que serve a região económica do país com maiores índices de riqueza e de desenvolvimento.

Para que o Porto de Lisboa possa continuar na prossecução dos seus objetivos, torna-se ainda necessário o desenvolvimento de determinadas medidas, de forma a racionalizar, articular e integrar a sua atividade e, consequentemente, aumentar a sua eficiência operacional e maximizar o valor criado e partilhado com os diversos stakeholders. Em resumo, destacam-se as seguintes medidas:

• a transferência de áreas da sua jurisdição para a esfera municipal, como sejam as zonas que não têm vocação portuária, passando as mesmas para a responsabilidade das respetivas Autarquias;

9 Segundo a publicação do INE “Estatísticas dos Transportes – 2009”, 50,2% (em termos de toneladas) das nossas exportações são realizadas por modo marítimo.

104

• consolidação da integração do Porto de Lisboa na malha urbana envolvente, através quer do estabelecimento de entendimentos com os municípios, quer pela concertação das orientações de desenvolvimento do porto com os principais instrumentos de planeamento e ordenamento territorial;

• o fortalecimento da Comunidade Portuária de Lisboa e a dinamização da atividade comercial e de divulgação do porto bem como o reforço do papel da APL enquanto Landlord Port;

• a preparação de toda a documentação, tendo em vista o lançamento do concurso público, a efetuar em 2011, relativo a uma nova concessão para o Terminal Multipurpose de Lisboa (TML);

• a melhorias das acessibilidades, otimizando-se assim a logística, ganhando-se mais-valias e competitividade económica;

• novas formas de exploração, nomeadamente, através da concessão da Doca do Bom Sucesso e da futura Marina de Pedrouços (“Marina do Tejo”) bem como do novo Terminal de Cruzeiros de Sta. Apolónia;

• o desenvolvimento de novas frentes de negócio, como seja a concessão de Centro Náutico de Algés.

O futuro do Porto de Lisboa está, no entanto, condicionado por diversos fatores, que poderão ser limitativos da sua atividade. Aguardam-se ainda desenvolvimentos no que concerne à Terceira Travessia do Tejo (TTT) que poderá motivar alguns constrangimentos, nomeadamente, ao nível da localização dos estaleiros de construção, que afetarão a operacionalidade de alguns terminais, e ao nível da deslocalização de outros depois de concluída a sua construção. Salienta-se no entanto o facto de, por estar prevista a componente ferroviária, a TTT poder vir a representar um contributo para a promoção da intermodalidade, através da ligação do Porto de Lisboa ao sistema logístico das plataformas a norte e a sul do Tejo, a qual será certamente alavancada pela concretização dos planos existentes quanto ao tráfego fluvial no estuário do Tejo.

De facto, a Plataforma Logística de Lisboa Norte, em Castanheira do Ribatejo, e a Plataforma Logística do Poceirão, projetos estruturantes do sistema logístico nacional, são cruciais como suporte ao Porto de Lisboa e à distribuição de mercadorias para todo o seu hinterland. Aliás, a Plataforma do Poceirão, cuja construção teve início em dezembro de 2010, poderá mesmo ser um pilar para o futuro do Porto de Lisboa, pois é na margem sul que se encontram as melhores condições de fundo e de navegabilidade e que está localizada uma reserva estratégica para a expansão portuária.

Assim, o Porto de Lisboa tem de ter a capacidade de, por um lado, cumprir com as orientações governamentais, prosseguindo uma estratégia de maior eficiência operacional bem como de maior equilíbrio económico-financeiro e de, por outro lado, manter a sua capacidade operacional refletindo muito bem nas ações a desenvolver e nos meios necessários para ultrapassar mais este desafio, procurando criar novas vantagens competitivas, e tirar partido das existentes, afirmando-se como um player ativo e de grande relevância no sector portuário nacional e internacional.

105

10. GESTÃO DO RISCO FINANCEIRO

Incerteza e volatilidade dos mercados financeiros

Os prémios de risco nos mercados em geral continuaram a aumentar significativamente. Nesse sentido, as condições atuais dos mercados financeiros poderão constringir o acesso ao capital necessário para suportar o crescimento, a implementação de novas estratégias e para gerar retornos financeiros futuros.

À semelhança da generalidade das empresas, e devido às necessidades de financiamento de grandes investimentos (alguns dos quais essenciais para a atividade corrente da empresa), a APL encontra-se exposta a riscos financeiros que decorrem fundamentalmente das variações das taxas de juro, riscos de crédito e de liquidez.

Gestão de Riscos Financeiros

Taxas de juro

Os riscos associados à taxa de juro prendem-se fundamentalmente com a carteira de dívida bancária contratada a taxa de juro variável, que representa 86% do montante total do financiamento bancário.

Em 21 de dezembro de 2007, no seguimento da política de reestruturação do Passivo Bancário de Curto Prazo para Médio/Longo Prazo, a APL contratou com uma Instituição Financeira um financiamento, no montante total de €21.500.000. Este financiamento será reembolsado em 20 prestações semestrais, com início no ano de 2010.

Em 23 de dezembro de 2008, a APL contratou um SWAP para cobertura do risco de taxa de juro deste financiamento. Em 31 de dezembro de 2009 foi constituída uma provisão no montante de €3.325.667, refletindo, assim, o Fair Value nas Demonstrações Financeiras. À data de 31 de dezembro de 2010, o Fair Value deste financiamento é de €3.180.148.

Crédito

No que respeita ao crédito, os potenciais riscos envolvem a possibilidade de incumprimento de obrigações contratuais por parte de clientes.

Neste âmbito, a APL tem procurado reforçar a gestão das contas correntes, procedendo a um acompanhamento mais próximo e personalizado das situações a regularizar no sentido de melhorar a eficácia nos recebimentos, reduzindo assim o respetivo prazo médio. Esta abordagem tem em conta as especificidades de cada segmento de atividade, e promove a articulação com os serviços responsáveis por cada uma das áreas de negócio e com o Gabinete Jurídico.

Nesse sentido, promoveu-se uma progressiva simplificação de procedimentos e definição conjunta de prioridades, tendo sido criado um Conselho de Clientes, que integra representantes de cada uma das áreas referidas, efetuando-se reuniões quinzenais com o Conselho de Administração. Para além disso, importa ainda referir o esforço desenvolvido pelo Conselho de Clientes, como já referido anteriormente, no sentido da recuperação de dívidas, tendo sido recuperados, no ano de 2010, cerca de €640.000.

106

Liquidez

O risco de liquidez não envolve a atividade corrente mas prende-se essencialmente com o financiamento dos investimentos, o qual poderá ser comprometido pelo eventual corte de linhas de crédito.

Face à instabilidade vivida nos mercados financeiros, a APL adotou uma política de gestão de risco de liquidez assente na contratação e manutenção de linhas de crédito, e facilidades de financiamento, com compromisso de tomada firme junto de Instituições Bancárias Nacionais e que permitem acesso imediato a fundos, conjugada com o objetivo de otimização da estrutura financeira da empresa, reestruturando dívida de curto prazo em médio/longo prazo.

Assim, o principal objetivo da gestão do risco financeiro é minimizar ou reduzir o risco a um nível aceitável. Esta gestão é centralizada pela Direção de Economia e Finanças de acordo com políticas definidas pelo Conselho de Administração. Esta Direção identifica, avalia e remete à aprovação do Conselho de Administração todas as operações a realizar. O Conselho de Administração define os parâmetros de cada operação e aprova os documentos formais descritivos dos objetivos das mesmas.

Com a publicação da Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, que aprovou o Orçamento de Estado para 2011, toda a movimentação de fundos dos serviços e fundos autónomos, incluindo aqueles cuja gestão financeira e patrimonial se rege pelo regime jurídico do Sector Empresarial do Estado, passou a ser efetuada por recurso aos serviços bancários disponibilizados pelo Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P. (IGCP, I. P).

No primeiro trimestre de 2011, a APL, S.A. iniciou os procedimentos de passagem de todas as operações bancárias (excluindo financiamentos) para aquela instituição.

Finalidades de Financiamento

Unid: milhares euros

Principais Finalidades de Financiamento

7 869

55 230

48 08526 473

Construção dos Edifíciospara instalação dasAgências Europeias

Reabilitação e reforço doCais St.ªApolónia/Jardim doTabaco (em curso)

Reestruturação doTrabalho Portuário(anterior empréstimosob a forma de Mútuo) -APAJP/94Outros investimentos

Estrutura de Financiamento Bancário

Unid: milhares euros

107

Empréstimos Bancários 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Médio/Longo Prazo

% do total

29.917

51,7%

22.912

40%

36.179

42,2%

46.935

40,2%

101.024

73,8%

97.003

69,9%

Curto Prazo

% do total

27.909

48,3%

34.346

60%

49.483

57,8%

69.799

59,8%

35.916

26,2%

41.788

30,1%

TOTAL 57.826 57.258 85.662 116.734 136.940 138.791

Taxa de evolução do financiamento bancário --- -0,98% 49,61% 36,27% 17,31% 1,35%

Com a reestruturação da dívida efetuada no final de 2009, a APL apresenta uma estrutura de financiamento maioritariamente de longo prazo e que se pode considerar adequada à cobertura dos seus ativos.

108

Encargos referentes ao financiamento bancário

2.025 2.341

3.291

4.937

3.781

4.125

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

milhares €

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Encargos Financeiros

O agravamento dos encargos financeiros ocorrido em 2010 resulta do agravamento das taxas de juro praticadas pelo mercado.

Encargo Médio do Financiamento Bancário

3.5%

4.1%

3.8%

4.2%

2.8%

3.0%

2005 2006 2007 2008 2009 2010

Contudo, o efeito do agravamento das taxas de juro foi mitigado em termos de encargo médio do financiamento bancário, devido à reestruturação da divida para médio longo prazo realizada no final de 2009.

109

Cumprimento do Despacho n.º 101/09-SETF, de 30-01

S N N.A.

Procedimentos adotados em matéria de avaliação de risco e

medidas de cobertura respetiva

Divers i ficação de ins trumentos de financiamento

X

A impos s ibi l idade da APL recorrer a outras fontes de

financiamento e a fa lta de l iquidez do mercado financei ro ao

longo de 2010, jus ti fi caram que a APL optas se pelos tradiciona is

ins trumentos de financiamento, is to é, uti l ização de

emprés timos bancários a curto e médio/longo prazo a taxa de

juro variável

Divers i ficação das modal idades de taxa de juro

dis ponívei s X

A APL contratou um swap que trans forma o financiamento

bancário de taxa variável para taxa fi xa

Divers i ficação de entidades credoras

X

Em função das neces s idades de financiamento, s ão efetuadas

cons ul tas ao mercado a divers as entidades bancárias .

Atua lmente a APL tem contratos com 6 ins ti tuições bancárias .

Contratação de instrumentos de ges tão de cobertura de

ri scos em função das condições de mercadoX

A APL contratou um swap que trans forma o financiamento

bancário de taxa variável para taxa fi xa

Adoção de politica ativa de reforço de capitais permanentes

Cons ol idação pas s ivo remunerado: transformação pass ivo

Curto em M/L prazo, em condições favoráveis X

A trans formação do pas s ivo CPrazo para M/L Prazo foi mais

marcante a parti r de 2009

Contratação da operação que minimiza o cus to financeiro

(all-in-cost ) da operação X Predominância do all-in-cost nos contratos celebrados .

Minimização da pres tação de garantias rea i s X Não são prestadas garantias rea is

Minimização de cláusulas res tri tivas (covenants ) X

Medidas prosseguidas com vista à otimização da estrutura

financeira da empresa

Adoção de pol íti ca que minimize afetação de capita is

a lheios à cobertura financei ra dos inves timentos X

Es forço continuado de financiamento com recurso a capi ta i s

próprios .

Opção pelos inves timentos com comprovada rendibi l idade

socia l /empresaria l , benefi ciam de FC e de CPX

Uti l i zação de auto financiamento e de receitas de

des inves timentoX

Uti l i zação de auto financiamento decorrente de recursos

l ibertos pela atividade corrente da empres a

Inclusão nos R&C

Descri ção da evolução taxa média anual de financiamento

nos úl timos 5 anos X Incluído no R&C - capítulo de ges tão do ris co

Juros s uportados anualmente com o pas s ivo remunerado

e outros encargos nos últimos 5 anosX Incluído no R&C - capítulo de ges tão do ris co

Anál is e de eficiência da pol ítica de financiamento e do

uso de ins trumentos de gestão de ris co financeiro X

Decorrente da predominância da uti l ização de taxa de juro

variável

Reflexão nas DF 2009 do efeito das variações do justo valor dos

contratos de swap em carteira X

Legenda:

FC - Fundos comunitários S - Sim

CP - Capital próprio N - Não

N.A. - Não Aplicável

Gestão de Risco Financeiro - Despacho n.º 101/09-SETF, de 30-01CUMPRIDO

Descrição

110

11. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS

No exercício de 2010 a APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A. obteve um Resultado Líquido positivo de €741.385,44.

O Conselho de Administração propõe à Assembleia-Geral que 10% desse valor, no montante de €74.138,54, seja transferido para a Reserva Legal e os restantes 90% (€667.246,9) sejam levados a Resultados Transitados dado o esforço de investimento já iniciado e superiormente autorizado, designadamente com a construção do Terminal de Cruzeiros de Lisboa e com o projeto de requalificação da zona de Pedrouços para acolhimento da Volvo Ocean Race. Neste âmbito, importa referir que, pelo facto de o Porto de Lisboa se inserir na RLVT, tal impede a APL de aceder a outras fontes de financiamento, como seria o caso dos apoios comunitários.

O Conselho de Administração

Natércia Marília Magalhães Rego Cabral

Presidente

Luís Carlos Antunes Barroso Andreia Daniela Pereira Fernandes Ventura de Brito Bogas

Vogal Vogal

Lisboa, Abril de 2011

111

12. GOVERNO DA SOCIEDADE

12.1. Missão, objetivos e políticas da empresa

Missão e visão

Nos termos legais, a APL, tem por objeto a administração do Porto de Lisboa, visando a sua exploração económica, conservação e desenvolvimento e abrangendo o exercício das competências e prerrogativas de autoridade portuária. Assim, e de acordo com os seus estatutos, assegurará o exercício das competências necessárias ao regular funcionamento do porto nos seus múltiplos aspetos de ordem económica, financeira e patrimonial, de gestão de efetivos e de exploração portuária e ainda as atividades que lhe sejam complementares, subsidiárias ou acessórias.

Identifica-se como Missão da Empresa: “A prestação de um serviço multifuncional de base portuária orientada para o Cliente – nossa base de sustentação – e segundo princípios de Racionalidade Operacional e Económico-Financeira, de Eficácia Social e Ambiental e de acordo com as melhores práticas de Segurança Marítima e Patrimonial”

E como Visão a de “Sermos os Herdeiros e a Referência do Porto de Lisboa como Porto Atlântico e os garantes da sua multifuncionalidade segundo os melhores padrões de qualidade e eficácia.”

Políticas da empresa

Em abril de 2008 foi publicada a Resolução de Conselho de Ministros (RCM) nº 70/2008 que aprovou um conjunto de orientações estratégicas dirigidas às empresas do Estado que passaram a enquadrar a atuação da APL relativamente a vários fatores, nomeadamente:

112

Desempenho económico-financeiro

Indicadores 2010 Unid. Orçamento Real Variação

Eficiência

Custos operacionais/EBITDA % 260,6% 269,5% 3,38%

Custos c/ Pessoal/EBITDA % 90,8% 93,3% 2,73%

Tx variação custos c/ Pessoal milhares € 18.221 17.556 -3,65%

Custos Aprovisionamento/EBITDA % 74% 77% 4,18%

Tx variação custos Aprovisionamento milhares € 14.903 14.562 -2,28%

Capacidade de endividamento Dívida/Capital Próprio % 42,3% 51,3% 21,25%

EBITDA/Juros Líquidos % 415,8% 435% 4,58%

PMP a fornecedores Fornecedores/Compras x 365 * Dias 61 44 -27,81%

Rentabilidade e crescimento EBITDA/Receitas % 42,6% 40,3% -5,29%

TX crescimento das Receitas milhares € 47.088 46.630 -0,97%

Remuneração do capital investido

Resultado Líquido/Capital investido % 0,29% 0,19% -33,83%

Grau do cumprimento dos investimentos

€ 49.134.158 23.064.426 -53,06%

* nos termos da RCM nº 34/2008, de 22 de fevereiro

Contratualização da prestação do serviço público O âmbito das competências da empresa e os termos em que exerce a sua atividade encontram-se definidos no Estatuto publicado em anexo ao Decreto-Lei n.º 336/98, de 3 de novembro.

As bases gerais dos contratos de concessão de serviço público de movimentação de cargas, foram aprovadas pelo D.L. nº 324/94, de 30 de dezembro, e aplicam-se a todos os contratos exceto ao do terminal de contentores de Alcântara (Liscont), o qual se rege pelas bases gerais aprovadas pelo D.L. nº 287/84, de 23 de agosto.

De referir ainda:

• o Decreto-Lei n.º 298/93, de 28 de agosto – Regime Jurídico da Operação Portuária;

• o Decreto-Lei n.º 273/2000, de 9 de novembro – Regulamento do Sistema Tarifário dos Portos Nacionais.

Qualidade do serviço

A APL segue o modelo Landlord Port, através de um processo de concessões e entrega a privados de muitas vertentes e áreas de atividade, passando a gerir a infraestrutura portuária e desempenhando funções de regulação continuando, no entanto, a ter a exploração direta dos Cruzeiros e da Náutica de Recreio. Em termos do segmento de negócio da carga, a APL faz o acompanhamento da evolução das concessões e, com recurso a consultores externos, desenvolveu, em 2010, uma bateria de indicadores de gestão operacionais, os quais foram apresentados publicamente à Comunidade Portuária de Lisboa e às empresas que operam no Porto, com vista à identificação de áreas que carecem de melhoria bem

113

como à adoção das políticas que se revelarem adequadas. Prevê-se que estes indicadores sejam implementados durante o ano de 2011.

Em relação aos Cruzeiros, para além, das ações promocionais já referidas, no ano de 2010, assistiu-se à escolha da proposta vencedora do Concurso Público Internacional de Conceção do Novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, seleção essa feita por um júri constituído por membros da APL, da Câmara Municipal de Lisboa, da Ordem dos Arquitetos e da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas. Espera-se que o Novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa seja mais um fator que contribuirá para melhorar ainda mais o prestígio de Lisboa e do seu porto enquanto destino de navios de cruzeiro. Prova do esforço realizado pela APL na melhoria do serviço prestado aos seus clientes deste segmento de negócio e do prestígio que o Porto de Lisboa já tem, é a nomeação, em 2010, aos World Travel Awards – World e Europe 2010, nas categorias de World’s Leading Cruise Port, World’s Leading Cruise Destination e Europe’s Leading Cruise Destination, pelo segundo ano consecutivo, e de Europe’s Leading Cruise Port primeira vez. Refira-se que, já em 2009, o Porto de Lisboa tinha vencido a categoria de Melhor Destino de Cruzeiros da Europa.

Quanto à melhoria dos serviços prestados na atividade da Náutica de Recreio, salienta-se o lançamento, em 2010, dos concursos para as concessões do “Centro Náutico de Algés” (início da concessão prevista para 2011) e da Marina de Pedrouços e da Doca de Recreio do Bom Sucesso (início da concessão prevista para 2012, após a realização da Volvo Ocean Race), os quais permitirão uma melhoria na qualidade e uma maior diversificação do tipo de embarcações que até agora usufruíam destes serviços em Lisboa.

No que se refere à Gestão Dominial, existe uma área específica para o tratamento de reclamações, mostrando o empenho da APL na qualidade dos serviços prestados. Os dados relativos à gestão das reclamações encontram-se no ponto 5.7. deste documento.

Gestão de recursos humanos e promoção da igualdade O sucesso da estratégia de negócio da APL depende das qualificações e dos esforços de todos os seus colaboradores. O êxito no futuro dependerá, em larga medida, da continuação da capacidade da empresa em atrair, motivar e organizar os seus colaboradores. Assim, nos dias de hoje, as políticas de recursos humanos orientadas para a valorização do indivíduo, para o aumento da motivação e para a promoção da igualdade são fundamentais para o sucesso de qualquer empresa.

Neste sentido, a APL elaborou e publicou o seu Código de Ética, onde a promoção da igualdade de tratamento e de oportunidades assume uma importância vital, comprometendo-se, a empresa, “a promover o respeito e a igualdade de tratamento para todos os seus colaboradores, sendo inadmissíveis quaisquer formas de discriminação individual, quer visem beneficiar ou prejudicar, nomeadamente em razão da idade, ascendência, origem étnica ou social, língua, território de origem, sexo, orientação sexual, situação familiar, religião, convicções políticas ou ideológicas, filiação sindical, instrução, situação económica, condição social, doença crónica ou deficiência física ou mental, sem prejuízo das medidas que visem salvaguardar direitos e interesses legítimos, designadamente devido a

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deficiência”. Mais especificamente, tanto a nível da admissão de novos funcionários como a nível salarial, a APL rege-se por práticas igualitárias e anti discriminatórias, não existindo diferenças salariais entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções. Para além disso, a APL integra, ainda, a Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres.

Ainda no âmbito da promoção da igualdade entre todos os seus colaboradores, ao nível do apoio social, em 2010, implementaram-se algumas medidas que contribuem para a equidade interna, com duplo destaque para a transição dos beneficiários do sistema de saúde da APL para o regime da ADSE, passando o apoio prestado pela empresa para uma lógica de complementaridade, e para a atribuição de um seguro de saúde aos trabalhadores abrangidos pelo contrato individual de trabalho.

Para além disso, a APL tem desenvolvido uma política de permanente motivação e envolvimento profissional de todos os colaboradores nos objetivos estratégicos da empresa, assente numa lógica do trabalho como meio de realização pessoal.

Nesta perspetiva, e porque a APL acredita também que uma maior conciliação entre a vida pessoal, familiar e profissional contribui para uma sociedade mais justa e equilibrada, pretende-se que o trabalho e a empresa assumam uma particular relevância no projeto de vida do trabalhador e no seu enquadramento familiar, pelo que o compromisso social assumido reflete essa preocupação e é, também ele, fator determinante do sucesso da empresa. A promoção da conciliação da vida familiar e profissional integra o objetivo estratégico de responsabilidade social da política de recursos humanos da APL estando em estudo a adoção de um conjunto de iniciativas sobre o assunto.

Ainda com o objetivo de criar mais motivação para os seus colaboradores, a APL aposta na valorização profissional, sendo a permanente melhoria dos níveis habilitacionais dos seus colaboradores um dos grandes pilares da gestão de recursos humanos da empresa (sendo prova disso a possibilidade que a APL deu aos seus colaboradores com níveis de escolaridade mais baixos de aderirem ao programa Novas Oportunidades), assim como na reconversão interna, privilegiando soluções internas na superação de eventuais insuficiências funcionais, enveredando preferencialmente por mecanismos de mobilidade entre departamentos, de enriquecimento de tarefas ou mesmo de reenquadramento profissional.

Inovação e sustentabilidade

A APL possui como referencial, para a sua atuação, o compromisso com a excelência e com a sustentabilidade das suas atividades, a nível social, ambiental e económico. Neste sentido, os principais vetores de atuação da política de sustentabilidade adotada pela empresa são: o envolvimento com os seus stakeholders; o desenvolvimento da relação porto-cidades; a garantia da navegação segura e não-poluente e a valorização do estuário do Tejo.

Suportados por estes vetores de atuação, e de forma a atingir o melhor nível de desenvolvimento sustentável possível, a APL rege-se também pelo seguinte conjunto de princípios: o princípio da responsabilidade social; o princípio da responsabilidade ambiental; o princípio da sustentabilidade económica e o princípio da transparência.

115

Para além disto, na sua atuação a APL procura e tem conseguido cumprir e implementar todas as ações estabelecidas na RCM n.º 49/2007, de 28 de março, designadamente os Princípios de Bom Governo dirigidos às empresas detidas pelo Estado constantes do ponto II do Anexo àquele diploma.

No ponto 12.8. deste documento encontra-se informação mais pormenorizada sobre a política de sustentabilidade da empresa e no ponto 12.9. sobre o cumprimento dos Princípios de Bom Governo.

Sistemas de informação e controlo de riscos

Em 2010, foi criado um gabinete de Auditoria Interna, situação à qual, em conjunto com a reformulação e implementação do modelo de Contabilidade Analítica e com a autonomização, dentro da Direção Financeira, do serviço de Contas Correntes de Clientes, procurará corresponder aos pontos identificados pela auditoria realizada pela Inspeção-geral de Finanças como formas de melhoria de controlo de riscos da organização.

Política de compras ecológicas

Bens e Serviços

Em 2008 foi aprovado internamente o Regulamento de Aquisição e Locação de Bens e de Serviços da APL, S.A., que define os procedimentos a adotar pelos serviços nesta matéria, determinando que os critérios de seleção e qualificação de fornecedores devam ser de carácter objetivo, devendo-se, em igualdade de circunstâncias, preferir entidades certificadas, designadamente em matéria ambiental e de qualidade.

Para esse efeito “(…) são prioritários os critérios de eficiência energética, redução de gases com efeito de estufa, prevenção da emissão de poluentes prioritários, prevenção da produção de resíduos, incorporação de materiais reciclados, minimização dos impactes diretos e indiretos na conservação da natureza e da biodiversidade, em especial no que se refere à aquisição dos seguintes produtos e serviços: transportes, energia, equipamentos de escritório, consumíveis de escritório, produtos de higiene e limpeza e prestações de serviço no âmbito da gestão e manutenção de equipamentos e de infraestruturas públicas.”

Concessão de espaços dominiais

Quanto aos procedimentos concursais relativos a atividades dominiais e destinados à atribuição de direito de utilização privativa de parcelas de Domínio Público, encontram-se regulamentados pelo Decreto-Lei n.º 226 A/2007, de 31 de maio (Regime de Utilização dos Recursos Hídricos). Para além da verificação do cumprimento das determinações legais, designadamente a prestação de caução para danos ambientais (quando aplicável), é efetuada verificação prévia de algumas condições de funcionamento, como é o caso da existência de câmaras de retenção de gorduras na atividade de restauração.

116

Para além disso, é de referir a recolha seletiva de resíduos a que a APL procede na sua área de jurisdição.

Empreitadas

A APL procede ao acompanhamento ambiental da execução das empreitadas, quer aquelas que são promovidas pela APL, quer aquelas que são promovidas por terceiros, procurando, enquanto entidade licenciadora, ter um papel fulcral na melhoria do nível dos projetos apresentados, em particular no que respeita à componente ambiental dos mesmos e, também, na introdução de boas práticas de gestão ambiental em obra, independentemente da dimensão da mesma.

No que respeita às empreitadas promovidas pela APL, são propostas na fase de planeamento / projeto, medidas que contribuam para a respetiva sustentabilidade ambiental, bem como, promovidos todos os trabalhos de monitorização e de minimização dos impactes no ambiente, durante a fase de conceção.

No âmbito da atividade de hidrografia são efetuadas caracterizações de sedimentos no Estuário do Tejo de modo a atualizar o conhecimento sobre a qualidade dos sedimentos nas zonas portuárias onde a APL promove dragagens de manutenção, com o vista à adequada gestão dos materiais dragados.

Encontram-se ainda previstas diversas ações no sentido de desenvolver e implementar uma estratégia de Desenvolvimento Sustentável na APL, quer pela introdução de medidas de eficiência ambiental nas instalações e na frota automóvel, quer pela melhoria da gestão ambiental em áreas operacionais, designadamente, nos estaleiros navais. Assim, foi levada a cabo uma auditoria ambiental, nas vertentes energética e hídrica, aos edifícios da Junqueira, Infante D. Henrique e Torre do VTS. Com base nos inventários dos consumos, foram identificadas as situações passíveis de correção e as ações necessárias à minimização dos consumos em excesso, bem como, identificadas as oportunidades de adoção de novas formas de gestão energética, designadamente, através da sua produção a partir de fontes renováveis.

A frota automóvel da APL, por exemplo, tem sido alvo de atualizações, que resultam numa substancial diminuição do número de viaturas: de 82 em 2007 para 51 no final de 2010 (-37,8%). Com efeito, a redução da frota automóvel permitiu obter uma forte quebra nas emissões de dióxido de carbono.

Ainda no âmbito da política de compras ecológicas, tendo por base uma perspetiva de projeto, é relevante a implementação de estruturas que permitam o aproveitamento dos recursos naturais do território, assim como a otimização do tratamento dos resíduos resultantes.

A APL tem vindo a incrementar iniciativas no sentido da implementação de uma nova adaptação do conceito de ecoponto com a integração de um depósito para recolha de resíduos derivados do uso das embarcações, mantendo um carácter flexível no que respeita a sua localização e facilidade de recolha; desenvolvimento de zonas de captação de energia solar passiva, através da integração de painéis na volumetria existente, assim como a criação de pólos compostos por estruturas com maior capacidade de absorção energética; otimização e reforço do tratamento de

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águas residuais, através de estações adequadas para a capacidade resolúvel em cada situação.

Todas as ações pretendidas em proposta têm por base uma investigação e projeção nas tecnologias atuais que apresentem uma eficácia patente, com vista ao desenvolvimento da sustentabilidade da empresa como existência urbana.

Desde 2007 que a APL vem publicando o seu Relatório e Contas, bem como o seu Relatório de Sustentabilidade, unicamente em formato digital. Desde há já algum tempo que o veículo de difusão predominante de peças escritas respeitantes a esta empresa tem vindo a ser feita no portal do Porto de Lisboa (www.portodelisboa.pt).

12.2.Enquadramento organizacional

Tutela sectorial

A tutela sectorial sobre a APL pertence ao Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, através da Secretaria de Estado dos Transportes, enquanto a tutela financeira é exercida pelo Ministério das Finanças e da Administração Pública, através da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças.

Jurisdição e património

A área de jurisdição do Porto de Lisboa, definida no Decreto-Lei 336/98 de 3 de novembro, abrange, na vertente terrestre, 11 concelhos: Oeiras, Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira, Benavente, Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Seixal e Almada. Na sua vertente flúvio-marítima abarca uma superfície de 32.500 ha, tendo como limites, a jusante, o alinhamento das Torres de São Julião e Bugio e a montante, a ponte Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira.

Pertencem ao domínio público do Estado afeto à APL, os terrenos, terraplenos e obras marítimas situados dentro da área de jurisdição da Administração do Porto de Lisboa, e ainda os bens afetos à atividade da pesca, serviços de primeira venda de pescado e atividades conexas. Consideram-se integrados na esfera patrimonial da APL, os bens imóveis adquiridos ou edificados pela Administração do Porto de Lisboa e, bem assim, aqueles que, por título bastante, tenham revertido a seu favor ou lhe tenham sido definitivamente cedidos, mesmo que identificados ou inscritos como domínio do Estado ou omissos quer na matriz quer nos registos prediais.

Em janeiro de 2008, foi celebrado um protocolo de intenções entre o Estado Português e a Câmara Municipal de Lisboa (CML), no qual se previa a possibilidade de mutação dominial subjetiva do Estado para o município de Lisboa de áreas sem utilização atual ou prevista de atividades portuárias, áreas essas que foram posteriormente identificadas pela APL. Na sequência desse protocolo, o Governo produziu e aprovou o DL 100/2008, de 16 de junho que visava a criação de condições legais para a alteração das bases de gestão das denominadas “áreas ribeirinhas sem utilização atual ou futura de atividades portuárias”.

Posteriormente, foi emitido um Despacho da Secretaria de Estado dos Transportes que aprovava as áreas identificadas no concelho de Lisboa, tendo o Governo aprovado o Decreto-Lei 75/2009, de 31 de março, que consagrou a pretendida transferência de um conjunto de parcelas situadas nas seguintes zonas: área

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envolvente da Torre de Belém, área entre o Hotel Altis e o Padrão dos Descobrimentos, terrapleno da Junqueira, Cais do Sodré, Ribeira das Naus e Matinha.

Em 2009 foi aprovada a Resolução do Conselho de Ministros nº 87/2009, de 18 de setembro, que determinou a transferência para a CML das seis parcelas da frente ribeirinha de Lisboa, identificadas no DL acima referido.

Na sequência do Despacho nº 189/P/2009, de 07 de novembro, da Câmara Municipal de Lisboa, publicado no Boletim nº 826, de 17 de dezembro de 2009, foi assinado o Auto de Transferência Dominial entre a APL e a CML e transferidas as parcelas situadas no Campo das Cebolas e no Poço do Bispo, com efeitos a 30 de junho de 2010.

Com o Auto de Transferência Dominial das Áreas sem Interesse Portuário em Lisboa, assinado em 14 de junho de 2010, entre a APL e a CML, concretizou-se a transferência das parcelas a partir de 31 de agosto de 2010.

Por força dos Autos de Transferência acima referidos foram transferidas no total doze parcelas anteriormente afetas à APL para o domínio da gestão da Câmara Municipal de Lisboa.

Em 2010, foram ainda remetidas as minutas de protocolo de entendimento de mutação dominial para os restantes municípios, que confinam com a área de jurisdição da APL, sendo de destacar a assinatura em 21 de julho de 2010 do Protocolo de Transferência de Áreas Ribeirinhas sem Utilização Portuária, entre o município de Vila Franca de Xira e a APL.

Capital social e aplicação de resultados

O capital social, integralmente subscrito e realizado, é de €60.000.000 e encontra-se dividido em 12.000.000 de ações, de valor nominal unitário de €5, e é detido exclusivamente pelo estado, através da Direção Geral do Tesouro e Finanças.

Nos termos dos estatutos, a aplicação dos resultados positivos de eventualmente apurados em cada exercício processa-se da seguinte forma:

• um mínimo de 10% para constituição ou integração da reserva legal, até atingir o montante legalmente exigido;

• outras aplicações impostas por lei;

• uma percentagem a distribuir pelos acionistas, a título de dividendo, a definir pela Assembleia-Geral, por maioria dos votos expressos;

• para outros fins que a Assembleia-Geral delibere de interesse para a sociedade.

Sempre que o volume dos resultados o justifique, a Assembleia-Geral poderá deliberar a atribuição aos trabalhadores e membros do Conselho de Administração, como participação nos lucros e mediante critérios por ela definidos, de uma percentagem desses resultados, de valor não superior a 10%.

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Enquadramento em matéria de pessoal

Na sequência da transformação da APL em Sociedade Anónima, em 1998, foi publicado um novo Estatuto de Pessoal das Administrações Portuárias (EPAP), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 421/99, de 21 de outubro, e regulamentado pela Portaria n.º 1098/99, de 21 de dezembro, com as alterações entretanto introduzidas, aplicável a todos os colaboradores, com exceção do pessoal técnico de pilotagem proveniente do ex-Instituto Nacional de Pilotagem dos Portos (INPP).

A entrada em vigor do aludido Estatuto origina duas grandes mudanças fundamentais:

• passam a coexistir na empresa dois regimes distintos:

� o pessoal que à data se encontrava ao serviço mantém a sua situação jurídico-profissional, designadamente quanto à natureza do vínculo e regime de aposentação (CGA);

� o pessoal a admitir a partir de então celebra com a APL um contrato de trabalho, sendo abrangido pelo regime geral da segurança social;

• passa a aplicar-se o disposto no Código do Trabalho e respetiva Regulamentação a tudo o que não se encontra regulado naquele Estatuto, com exceção de algumas matérias expressamente referidas no mesmo, em que os trabalhadores que transitaram das anteriores administrações portuárias ou do ex-INPP continuam a reger-se pelo regime dos funcionários e agentes da Administração Pública.

No caso particular do pessoal técnico de pilotagem, oriundo do ex-INPP, foi publicada a Portaria nº 633/99, de 11 de agosto, relativa ao desenvolvimento da respetiva carreira e a remunerações, determinando-se no seu preâmbulo, que é ainda aplicável com as necessárias adaptações o regime jurídico constante do DL nº361/78, de 27 de novembro.

12.3. Regulamentação interna e externa

Regulamentação externa

Dada a extensão das atribuições da APL, SA, e da sua área de jurisdição as normas que regem a sua atividade ou que têm interesse para a mesma são muito diversas.

Destacam-se as seguintes, algumas expressa ou tacitamente alteradas, à data de 30 de março de 2011:

• Normas institucionais e de gestão pública

a) Transforma o instituto público Administração do Porto de Lisboa na sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos com poderes de autoridade APL - Administração do Porto de Lisboa, SA, e aprova os seus estatutos - Decreto-Lei n.º 336/98, de 3 de novembro, (com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.º 334/2001, de 24 de dezembro e n.º46/2002, de 2 de março);

b) Regime jurídico do sector empresarial do Estado - Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro, com as alterações introduzidas pelo

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Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de agosto, que o republicou, e pelo art.º 28.º da Lei 64-A/2008, de 31 de dezembro;

c) Estatuto do Gestor Público - Decreto-Lei n.º 71/2007, alterado pelo art.º 36.º da Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro;

d) Orientações estratégicas do Estado destinadas ao sector empresarial do Estado - Resolução do Conselho de Ministros n.º 70/2008, de 22 de abril;

e) Orientações uniformes que fomentem o rigor e promovam a transparência da ação do Estado e dos titulares da gestão das sociedades anónimas de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos - Resolução do Conselho de Ministros n.º 121/2005, de 1 de agosto;

f) Contrapartidas retributivas dos membros dos órgãos de direção das empresas públicas - Resolução do Conselho de Ministros n.º 155/2005, de 6 de outubro;

g) Segurança social dos membros dos órgãos estatutários das pessoas coletivas - Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de setembro, alterado pela Decreto-Lei n.º 103/94, de 20 de abril, e pelo Decreto-Lei n.º 571/99, de 24 de dezembro;

h) Acompanhamento e controlo financeiro das empresas públicas - Despacho n.º 14277/2008, 2ª Série, de 23 de maio, do Ministro de Estado e das Finanças;

i) Regime jurídico de incompatibilidades e impedimentos dos titulares de cargos políticos e altos cargos públicos – Lei 64/93, de 26 de agosto, alterada pelo art.º 8.º da Lei n.º 39-B/94, de 27 de dezembro, Lei n.º 28/95, de 18 de agosto, Lei n.º 12/96, de 18 de abril, e Lei n.º 42/96, de 31 de agosto.

• Domínio Público do Estado afeto à APL, SA

a) Regime do património imobiliário público – Decreto-Lei n.º 280/2007, de 7 de agosto;

b) Lei da titularidade dos recursos hídricos - Lei 54/2005, de 15 de novembro, retificada pela Declaração de Retificação n.º 4/2006, de 16 de janeiro;

c) Desafetação do domínio público do Estado de bens imóveis sob jurisdição da APL na zona reservada à Expo 98 – Decreto-Lei 207/93, de 14 de junho;

d) Transferência para o município de Lisboa de terrenos no Campo das Cebolas e Poço do Bispo - Resolução do Conselho de Ministros n.º 93/2000, de 25 de julho;

e) Desafetação do domínio público do Estado dos antigos Armazéns Frigoríficos do Bacalhau, atual Edifício Pedro Álvares Cabral, em Alcântara – Portaria n.º 1318/2003, de 28 de novembro;

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f) Procedimentos relativos ao destino a dar às áreas compreendidas no domínio público hídrico do Estado em relação a usos com este compatíveis ou quando deixem de estar afetas exclusivamente ao interesse público do uso das águas bem como os procedimentos a que deve obedecer a reafectação do domínio público marítimo integrado em áreas sem utilização portuária reconhecida, e ainda as modalidades de usos compatíveis dos recursos hídricos que se encontrem compreendidos nas referidas áreas - Decreto-Lei nº 100/2008, de 16 de junho;

g) Desafetação do domínio público marítimo dos bens sem utilização portuária reconhecida na frente ribeirinha de Lisboa, bem como os procedimentos a adotar para as parcelas remanescentes e a sua integração no domínio público geral do Estado - Decreto-Lei n.º 75/2009, de 31 de março;

h) Transferência para o domínio público do município de Lisboa dos bens sem utilização portuária reconhecida na frente ribeirinha de Lisboa - Resolução do Conselho de Ministros n.º 87/2009, de 18 de setembro;

i) Procedimento de delimitação do domínio público hídrico - Decreto-Lei 353/2007, de 26 de outubro;

j) Lei da Água - Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, que transpôs para o ordenamento jurídico nacional a Diretiva nº 2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de outubro (Diretiva Quadro da Água), retificada pela Declaração de Retificação n.º 11-A/2006, de 23 de fevereiro, alterada pelo Decreto-Lei n.º 245/2009, de 22 de setembro;

k) Regime de utilização dos recursos hídricos - Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 245/2009, de 22 de setembro, Decreto-Lei n.º 137/2009, de 8 de agosto, Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de maio, Decreto-Lei n.º 93/2008, de 4 de junho (retificado pela Declaração de Retificação n.º 32/2008, de 11 de junho), Decreto-Lei n.º 391-A/2007, de 21 de dezembro e Decreto-lei n.º 82/2010, de 2 de julho;

l) Documentação para aplicação do regime de utilização dos recursos hídricos – Portaria n.º 1450/2007, de 12 de novembro;

m) Regime económico e financeiro dos recursos hídricos - Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de junho;

n) Uniformiza o tratamento jurídico do uso privativo de todos os bens do domínio público do Estado sob administração portuária - Decreto-Lei n.º 145/1980, de 22 de maio;

o) Limites de jurisdição da Administração-Geral do Porto de Lisboa - despacho de 29 de junho de 1946 do Ministro das Obras Públicas e Comunicações;

p) Praias e terrenos salgadiços no concelho do Seixal - Lei de 3 de julho de 1862.

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• Movimentação de cargas

a) Regime jurídico de operação portuária - Decreto-Lei n.º 298/93, de 28 de agosto, alterado pelo Decreto-Lei n.º 65/95, de 7 de abril, e pelo Decreto-Lei n.º 324/94, de 30 de dezembro;

b) Regulamento do Sistema Tarifário dos Portos do Continente - Decreto-Lei n.º 273/2000, de 9 de novembro, alterado pela Decreto-Lei n.º 92/2010, de 7 de dezembro;

c) Regime jurídico do trabalho portuário - Decreto-Lei n.º 280/93, de 13 de agosto, retificado pela Declaração de Retificação n.º 202/93, de 30 de outubro;

d) Regulamento de Exploração do Porto de Lisboa – Portaria n.º 206/91, de 13 de março, revogada nos termos do Decreto-Lei n.º 273/2000, de 9 de novembro, alterado pela Decreto-Lei n.º 92/2010, de 7 de dezembro,

e) Regime jurídico da atividade de agente de navegação - Decreto-Lei n.º 76/89, de 3 de março, alterado pelo art.º 25.º do Decreto-Lei n.º 148/91, de 12 de abril;

f) Reboque de navios e embarcações nos portos – Decreto-Lei n.º 75/2001, de 27 de fevereiro;

g) Proprietário do navio - Decreto-Lei n.º 202/98, de 10 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 64/2005, de 15 de março;

h) Regime jurídico do gestor de navios (“shipmanager”) - Decreto-Lei n.º 198/98, de 10 de julho;

i) Convenção Internacional para a Unificação de certas Regras em matéria de Conhecimentos, assinada em Bruxelas, em 25 de agosto de 1924 – Diário do Governo, 1ª Série, 2 de junho de 1932, e Decreto-Lei n.º 37748, de 1 de fevereiro de 1950.

• Segurança portuária e ambiental

a) Competência em matéria de segurança marítima e portuária das autoridades portuárias - Decreto-Lei n.º 46/2002, de 2 de março;

b) Sistema nacional de despacho de navios (atos e procedimentos aplicáveis ao acesso e saída de navios e embarcações de portos nacionais, estabelecendo, ainda, disposições sobre documentos e certificados de bordo) - Decreto-Lei n.º 370/2007, de 6 de novembro;

c) Sistema nacional de controlo de tráfego marítimo - Decreto-Lei nº 263/2009, de 28 de setembro (retificado pela Declaração de Retificação n.º 89/2009, de 25 de novembro);

d) Regulamento Geral do Serviço de Pilotagem - Decreto-Lei n.º 48/2002, de 2 de março;

e) Normas internacionais respeitantes à segurança de navegação, à prevenção de poluição e às condições de vida e do trabalho a bordo dos navios - Decreto-Lei n.º 284/2003, de 9 de novembro, que transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva n.º 2001/106/CE, do

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Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de dezembro, e a Diretiva n.º 2002/84/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 5 de novembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 58/2007, de 13 de março;

f) Sistema comunitário de acompanhamento e de informação do tráfego de navios - Decreto-Lei n.º 180/2004, de 27 de julho, que transpõe para a ordem jurídica nacional a Diretiva nº 2002/59/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 236/2004, de 18 de dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º 263/2009, de 28 de setembro (retificado pela Declaração de Retificação n.º 89/2009, de 25 de novembro);

g) Remoção de destroços de navios encalhados e afundados - Decreto-Lei n.º 64/2005, de 15 de março;

h) Cooperação entre entidades com competências no âmbito da segurança e proteção dos navios e das instalações portuárias e cumprimento do Código Internacional para a Proteção dos Navios e das Instalações Portuárias (Código ISPS) - Decreto-Lei n.º 226/2006, de 15 de novembro;

i) Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios (MARPOL 73/78) – Decreto do Governo n.º 25/87, de 10 de julho;

j) Regulamentação da Convenção MARPOL (competências) - Decreto-Lei n.º 192/98, de 10 de julho;

k) Regulamento Geral das Capitanias - Decreto-Lei n.º 265/72, de 31 de julho, substancialmente alterado;

l) Controlo da fronteira marítima – Decreto Regulamentar n.º 86/2007, de 12 de dezembro;

m) Sistema Nacional para a Busca e Salvamento Marítimo - Decreto-Lei n.º 15/94, de 22 de janeiro.

• Contraordenações

a) Regime das contraordenações portuárias - Decreto-Lei n.º 49/2002, de 2 de março;

b) Regime geral das contraordenações - Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 356/89, de 17 de outubro, Decreto-Lei n.º 244/95, de 14 de setembro, que o republica, alterado pela Lei n.º 109/2001, de 24 de dezembro;

c) Lei-quadro das contraordenações ambientais – Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto;

d) Regime das contraordenações nas áreas sob jurisdição da autoridade marítima nacional – Decreto-Lei n.º 45/2002, de 2 de março;

e) Regime das contraordenações no âmbito da poluição do meio marinho – Decreto-Lei n.º 235/2000, de 26 de setembro;

f) Regime processual das contraordenações laborais e de segurança social – Lei n.º 107/2009, de 14 de setembro;

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• Ordenamento e obras

a) Lei da titularidade dos recursos hídricos - Lei 54/2005, de 15 de novembro, retificada pela Declaração de Retificação n.º 4/2006, de 16 de janeiro;

b) Regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial – Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 53/2000, de 7 de abril, Decreto-Lei n.º 310/2003, de 10 de dezembro, Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, Lei n.º 56/2007, de 31 de agosto, Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19 de setembro, e Decreto-Lei n.º 46/2009, de 20 de fevereiro, que o republicou;

c) Reserva Ecológica Nacional - Decreto-Lei n.º 166/2008, de 22 de agosto, retificado pela Declaração de Retificação n.º 63-B/2008, de 21 de outubro;

d) Medidas de proteção da orla costeira – Lei n.º 49/2006, de 29 de agosto;

e) Regime jurídico da urbanização e da edificação - Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, alterado pela Lei n.º 13/2000, de 20 de julho, Lei n.º 30-A/2000, de 20 de dezembro, Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de junho, Lei n.º 15/2002, de 22 de fevereiro, Lei n.º 4-A/2003, de 19 de fevereiro; Decreto-Lei n.º 157/2006, de 8 de agosto, Lei n.º 60/2007, de 4 de setembro, Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, Decreto-Lei n.º 116/2008, de 4 de julho, e Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de março, que o republicou (alterado pela Lei 28/1010, de 2 de setembro);

f) Elaboração e subscrição de projetos, fiscalização de obra e direção de obra – Lei n.º 31/2009, de 3 de julho;

g) Resolução do Conselho de Ministros nº. 68/2010, de 31 de agosto, declara o interesse público nacional da realização da regata Volvo Ocean Race na zona de Pedrouços, em Lisboa.

• Náutica de recreio e marítimo-turística

a) Regulamento da Náutica de Recreio - Decreto-Lei n.º 124/2004, de 25 de maio;

b) Regulamento da Atividade Marítimo-Turística – Decreto-Lei n.º 21/2002, de 31 de janeiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 269/2003, de 28 de outubro, que o republicou, alterado pelo Decreto-Lei n.º 289/2007, de 17 de agosto, e Decreto-Lei n.º 108/2009, de 15 de maio;

c) Animação turística e operadores marítimo-turísticos - Decreto-Lei n.º 108/2009, de 15 de maio;

d) Código de Conduta das Empresas de Turismo da Natureza – Portaria n.º 651/2009, de 12 de junho;

• Recursos Humanos

a) Estatuto de Pessoal das Administrações Portuárias (EPAP) – Decreto-Lei n.º 421/99, de 21 de outubro;

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b) Bases de remuneração e sistema de carreiras profissionais dos trabalhadores das administrações portuárias - Portaria n.º 1098/99, de 21 de dezembro, alterada pela Portaria n.º 364/2000, de 23 de junho, Portaria n.º 345/2001, de 6 de abril, Portaria n.º 218/2002, de 12 de março, Portaria n.º 577/2003, de 16 de julho, Portaria n.º 1182/2004, de 14 de setembro, Portaria n.º 1146/2005, de 8 de novembro, e Portaria n.º 778/2006, de 9 de agosto.

c) Regime do pessoal técnico de pilotagem - Decreto-Lei n.º 361/78, de 27 de novembro;

d) Estatuto remuneratório do pessoal técnico de pilotagem - Portaria n.º 633/99, de 11 de agosto, alterada pela Portaria n.º 344/2001, de 6 de setembro, Portaria n.º 1186/2004, de 15 de setembro, Portaria n.º 1139/2005, de 7 de novembro, e Portaria n.º 779/2006, de 9 de agosto;

e) Código do Trabalho – Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro (Código do trabalho), retificado pela Declaração de Retificação n.º 21/2009, de 18 de março, e alterado pela Lei n.º 105/2009, de 14 de setembro;

f) Regulamenta e altera o Código do Trabalho – Lei n.º 105/2009, de 14 de setembro;

g) Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas – Lei n.º 59/2008, de 11 de setembro, alterada pela Lei n.º 3-B/2010, de 28 de abril;

h) Regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas – Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, alterada pela Lei nº 64-A/2008, de 31 de dezembro, Lei nº 3-B/2010, de 28 de abril, e Lei nº 55-A/2010, de 31 de dezembro;

i) Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores Que Exercem Funções Públicas – Lei n.º 58/2008, de 9 de setembro;

j) Regime jurídico dos acidentes em serviço e das doenças profissionais no âmbito da Administração Pública - Decreto-Lei n.º 503/99, de 20 de novembro;

k) Regulamenta o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais, incluindo a reabilitação e reintegração profissionais - Lei n.º 98/2009, de 4 de setembro;

• Outras

a) Lei de Proteção de Dados Pessoais - Lei 67/98, de 26 de outubro, retificada pela Declaração de Retificação 22/98, de 28 de novembro;

b) Código dos Contratos Públicos - Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, retificado pela Declaração de Retificação n.º 18-A/2008, de 28 de março, alterado pela Lei n.º 59/2008, de 11 de setembro, Decreto-Lei n.º 223/2009, de 11 de setembro, Decreto-Lei n.º 278/2009, de 2 de outubro, que o republicou, Lei 3/2010, de 27 de abril, e Decreto-Lei n.º 131/2010, de 14 de dezembro;

c) Limiares de aplicação no contexto dos processos de adjudicação de contratos - Regulamento (CE) n.º 1177/2009, da Comissão, de 30 de

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novembro de 2009, que altera a Diretiva n.º 2004/17/CE, Diretiva n.º 2004/18/CE e Diretiva n.º 2009/81/CE, todas do Parlamento Europeu e do Conselho;

d) Regras de funcionamento das plataformas eletrónicas utilizadas pelas entidades adjudicantes na fase de formação dos contratos públicos – Portaria n.º 701-G/2008, de 29 de julho;

e) Instruções para a elaboração de projetos de obras – Portaria n.º 701-H/2008, de 29 de julho.

Regulamentação interna

As normas internas que regem a sua atividade, aprovadas pelo Conselho de Administração da APL, podem ser de âmbito geral ou de âmbito interno, destinando-se estas últimas em especial aos seus trabalhadores.

• Regulamentação interna de âmbito geral

a) Estrutura orgânica da APL, SA - Ordem de Serviço n.º 7/2010, de 16 de março;

b) Regulamento da Autoridade Portuária de Lisboa - Ordem de Serviço n.º29/2007, de 31 de dezembro;

c) Regulamento de Resíduos Sólidos Urbanos aplicável na área sob jurisdição da APL, S.A. - Ordem de Serviço, n.º 44/2003, de 27 de novembro;

d) Regulamento de Gestão de Resíduos de Embarcações - Ordem de Serviço n.º 5/2008, de 1 de fevereiro;

e) Normas para o controlo da qualidade da água no âmbito da atividade de fornecimento de água a embarcações - Ordem de Serviço n.º 30/2004, de 22 de dezembro;

f) Regulamento de Tarifas da APL - Ordem de Serviço n.º 16/2010, de 26 de outubro;

g) Regulamento de Utilização Privativa de Recursos Hídricos do Domínio Público para o Exercício da Atividade Marítimo-Turística nas áreas afetas à jurisdição da APL - Ordem de Serviço n.º 4/2011, de 4 de fevereiro; Regulamento de Exploração e Utilização das Docas de Recreio – Ordem de Serviço n.º 8/1995, de 17 de janeiro;

h) Regulamento de Tarifas - Instalações para Embarcações de Recreio - Ordem de Serviço n.º 20/2010, de 17 de novembro;

i) Regulamento de Tarifas de Atividades Dominiais - Ordem de Serviço n.º 25/2010, de 24 de dezembro;

j) Regulamento de Tarifas de Eventos e Publicidade - Ordem de Serviço n.º 18/2010, de 9 de novembro;

k) Fornecimento de água a embarcações – Tarifas máximas - Ordem de Serviço n.º 10/2010, de 23 de abril;

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l) Taxas de fornecimento de água - Ordem de Serviço n.º 5/2010, de 24 de fevereiro;

m) Taxas de Fornecimento de Energia Elétrica - Ordem de Serviço n.º 1/2011, de 14 de janeiro;

n) Regulamento de Aquisição e Locação de Bens e Serviços - Ordem de Serviço n.º 36/2008, de 4 de dezembro;

o) Regulamento de Acesso e Preservação dos Documentos, Publicações e Bens Culturais da APL, S.A. - Ordem de Serviço n.º 15/2009, de 9 de julho;

p) Taxas a aplicar pelo fornecimento de impressos, fotocópias e documentos técnicos e administrativos - Ordem de Serviço n.º 1/2004, de 22 de janeiro.

• Regulamentação interna de âmbito interno

a) Regulamento das Obras Sociais e Culturais da APL, S.A. - Ordem de Serviço n.º 24/2010, de 23 de dezembro;

b) Regulamento de Estágio - Ordem de Serviço n.º 6/97, de 20 de janeiro;

c) Regulamento de Formação - Ordem de Serviço n.º 13/2010, de 19 de maio;

d) Regulamento de Avaliação do Desempenho - Ordem de Serviço n.º 51/2001, de 28 de dezembro;

e) Regulamento Interno de Prevenção e Controlo do Consumo de Bebidas Alcoólicas - Ordem de Serviço nº 26/2008, de 31 de julho, alterada pela Ordem de Serviço n.º 15/2010, de 22 de agosto;

f) Regulamento de Controlo de Consumo do Tabaco na APL, S.A.- Ordem de Serviço n.º 4/2009 de 22 de janeiro;

g) Regulamento de Uso dos Recursos Informáticos, Correio Eletrónico e Internet - Ordem de Serviço n.º 7/2008, de 18 de fevereiro;

h) Regulamento de Fardamento dos Funcionários da APL, S.A. - Ordem de Serviço n.º 16/2008, de 10 de abril;

i) Regulamento de Utilização dos Equipamentos de Proteção Individual - Ordem de Serviço n.º 9/2010, de 30 de março;

j) Regras de uso de telemóveis de serviço - afetação de telemóveis de serviço - Ordem de Serviço n.º 25/2008, de 31 de julho;

k) Regulamento de Afetação, Gestão e Utilização de Viaturas de Serviço da APL - Administração do Porto de Lisboa, S.A. – Ordem de Serviço n.º 16/2009, de 9 de julho;

l) Normas relativas a Ajudas de Custo e Despesas de Deslocação - Ordem de Serviço n.º 6/2010, de 11 de março, suspensa pela Ordem de Serviço n.º 3/2011, de 20 de janeiro;

m) Nomenclatura da marca da Administração do Porto de Lisboa – Ordem de serviço n.º 7/2009, de 19 de março.

128

Cabe ainda aqui referir, pela sua importância, apesar da sua diferente natureza, o “Manual de Gestão da Qualidade”, de 6 de janeiro de 2009, do Sistema de Gestão da Qualidade do Departamento de Pilotagem e VTS (certificação de acordo com a norma NP EN ISSO 9001:2008), o “Código de Ética” (Ordem de serviço n.º. 10/2008, de 3 de março), o “Guia do Colaborador”, de 9 de dezembro de 2009, o “Plano de Prevenção de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas da APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A.”, de 30 de dezembro de 2009, que estabelece “orientações sobre a prevenção de riscos de gestão, incluindo os de corrupção e infrações conexas, os critérios de risco, as funções e as responsabilidades na sua estrutura e organização interna, bem como as medidas de prevenção, controlo e monitorização do Plano”.

12.4. Transações relevantes com entidades relacionadas

De acordo com a NCRF 5 “Divulgações de Partes Relacionadas”, que deve ser aplicada ao “identificar relacionamentos e transações com partes relacionadas”, considera-se que uma parte está relacionada com uma entidade se, entre outras, “a parte for membro do pessoal chave da gestão da entidade ou da sua empresa-mãe”. Assim, vide remuneração relativa aos membros dos órgãos sociais (ponto 12.7).

12.5. Outras transações

Aquisição de bens e serviços

O Regulamento de Aquisição e Locação de Bens e Serviços da APL, S.A., aprovado em 2008, define procedimentos a adotar nesta matéria.

Conforme consta do referido regulamento, aos procedimentos relativos aos sectores especiais10 é aplicável o CCP – Código dos Contratos Públicos (DL n.º18/2008, de 29 de janeiro), ao abrigo do seu art.º 11.º, desde que o valor em causa seja igual ou superior a €412.000. Aos restantes processos de aquisição aplica-se o Regulamento, o qual define as situações em que haverá recurso a Consulta ou a Compra Direta.

Para além de procedimentos a adotar na aquisição/locação de bens e serviços, o regulamento consagra princípios básicos aplicáveis às transações efetuadas.

Nos termos do seu artigo 4.º:

“1. Os procedimentos pré-contratuais de aquisição ou locação de bens ou de serviços levados a efeito pela APL respeitarão sempre, entre outros, os princípios da transparência, da igualdade e da concorrência.

2. A APL assegura a descrição não discriminatória do objeto do contrato, a igualdade de acesso para os operadores económicos de todos os Estados-Membros da União Europeia e o reconhecimento mútuo dos seus diplomas,

10

Nos termos do CCP (art.º 9.º), consideram-se actividades no sector dos transportes (marítimos) as relativas à exploração de uma área geográfica,

com a finalidade de colocar à disposição dos transportadores marítimos ou fluviais quaisquer terminais de transporte, neste caso portos marítimos

ou interiores;

129

certificados e outros comprovativos de qualificações formais, prazos apropriados, abordagem transparente e objetiva e cumprimento das regras procedimentais aquando da decisão de adjudicação de contrato, bem como possibilidade de proteção judicial.”

Transações não ocorridas em condições de mercado

Não ocorreram transações fora das condições de mercado.

Fornecedores que representam mais de 5% dos FSE, com valor superior a 1 milhão de euros – Exercício de 2010

GRUPO 8 VIGILÂNCIA PREV ELECTRONICA – €1.591.148,33 DRAGAPOR-DRAGAGENS DE PORTUGAL SA – €2.363.119,60 EPAL-EMPRESA PORTUGUESA AGUAS LIVRE – €1.215.987,03 EGEO TECNOLOGIA E AMBIENTE SA - €1.148.330,82

12.6. Modelo de Governo

A APL tem como órgãos sociais a Assembleia-Geral, o Conselho de Administração, o Conselho Fiscal e o Revisor Oficial de Contas, com as competências fixadas na lei e nos Estatutos (Decreto-lei nº 336/98, de 3 de novembro, com as alterações introduzidas pelos Decretos-lei nºs 46/2002 de 2 de março e 334/2001, de 24 de dezembro e as alterações aprovadas em Assembleia-Geral de 12/05/2008).

Assembleia-Geral

Nos termos dos estatutos, e no que se refere à participação na Assembleia-Geral, está determinado o seguinte:

“ O Estado é representado (…) pela pessoa (…) designada em despacho conjunto do Ministro das Finanças e do ministro responsável pelo sector portuário. (…) Os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal deverão estar presentes nas reuniões da Assembleia-Geral e poderão participar nos trabalhos, devendo o revisor oficial de contas ou sociedade de revisores oficiais de contas que tenham examinado as contas estar presentes na Assembleia-Geral anual, mas não terão, nessa qualidade, direito a voto.”

Composição – Os representantes do Estado na Assembleia-Geral são os seguintes:

• Presidente da Mesa da Assembleia-Geral – Associação Industrial Portuguesa

• Secretária da Mesa da Assembleia-Geral – Teresa Isabel Carvalho Costa

Competências – “(…) A Assembleia-Geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a lei ou os presentes Estatutos lhe atribuam competência, (…) em especial(…):

a) Deliberar sobre o relatório de gestão e as contas do exercício, bem como sobre a proposta de aplicação de resultados e proceder à apreciação geral da administração e fiscalização da sociedade;

130

b) b) Aprovar os planos anuais e plurianuais de obras marítimas e terrestres e de equipamento dos Portos;

c) Aprovar o orçamento de exploração e de investimentos anual;

d) Eleger e destituir os membros da mesa da Assembleia-Geral, do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal, o revisor oficial de contas ou a sociedade de revisores oficiais de contas;

e) Deliberar sobre quaisquer alterações dos Estatutos e aumentos de capital;

f) Deliberar sobre as remunerações dos membros dos órgãos sociais, podendo, para o efeito, designar uma comissão de fixação de remunerações;

g) Autorizar a aquisição e alienação de imóveis e a realização de investimentos, quando o respetivo valor exceda o correspondente a 10% do capital social;

h) Deliberar sobre a emissão de obrigações ou outros títulos de dívida;

i) Deliberar sobre a emissão ou conversão de ações ou outros títulos em forma meramente escritural.”

Conselho de Administração

O Conselho de Administração é eleito para um mandato com a duração de três anos, com possibilidade de renovação.

Compete-lhe gerir os negócios sociais e praticar todos os atos e operações relativos ao objeto social que não caibam na competência atribuída a outros órgãos sociais.

Composição – um presidente e dois vogais, com responsabilidades nas diversas áreas de atuação, conforme se segue:

• Presidente – Natércia Marília Magalhães Rego Cabral

� Planeamento Estratégico e Controlo de Gestão (com a possibilidade de subdelegação do Controlo de Gestão no Vogal do Conselho de Administração Dr. Luís Barroso)

� Negócio Portuário Carga

� Estudos, Projetos e Planeamento

� Construção e Conservação

� Segurança e Operação Portuária

� Auditoria Interna

• Vogal – Luís Carlos Antunes Barroso

� Economia e Finanças

� Informática e Comunicações

� Recursos Humanos

• Vogal – Andreia Daniela Pereira Fernandes Ventura de Brito Bogas

� Gabinete Jurídico

� Negócio Portuário Cruzeiros e Náutica de Recreio

131

� Assessoria de Marketing e Comunicação

� Secretaria-Geral

Competências – “O conselho de administração gere os negócios sociais e pratica todos os atos e operações relativos ao objeto social que não caibam na competência atribuída a outros órgãos sociais, competindo-lhe:

a) Elaborar os planos anuais e plurianuais de obras marítimas e terrestres e do equipamento dos Portos a submeter à aprovação da Assembleia-Geral;

b) Construir, adquirir, conservar e fiscalizar as obras marítimas e terrestres, o equipamento flutuante e terrestre dos Portos, bem como conservar os fundos e seus acessos;

c) Elaborar os regulamentos necessários à exploração dos Portos;

d) Exercer ou autorizar e regulamentar as atividades portuárias, ou as atividades com estas diretamente relacionadas, respeitantes a movimento de navios e de mercadorias, a armazenagem e outras prestações de serviços, como fornecimento de água, energia elétrica, combustíveis e aluguer de equipamentos, e aplicar as sanções previstas na lei, sem prejuízo da competência conferida a outras entidades;

e) Elaborar o orçamento e suas alterações;

f) Elaborar e submeter à aprovação da Assembleia-Geral o relatório de gestão e as contas do exercício, bem como a proposta de aplicação de resultados;

g) Definir a estrutura e a organização geral da APL, S.A.;

h) Nomear e exonerar os responsáveis pelos serviços, bem como admitir, contratar e exonerar o pessoal necessário ao desempenho das tarefas a cargo da APL, S. A., e exercer sobre ele o respetivo poder disciplinar, nos termos legais e regulamentares aplicáveis;

i) Deliberar sobre a realização de empréstimos ou outras operações financeiras;

j) Autorizar a concessão de subsídios a organismos oficiais ou privados cujas atividades interessam direta ou indiretamente à ação da APL, S. A., bem como a obras de carácter social e cultural;

l) Deliberar sobre a criação de zonas francas ou de armazéns gerais francos na área do Porto de Lisboa e apresentar as respetivas propostas aos ministérios competentes;

m) Administrar o domínio público na sua área de jurisdição, atribuir licenças e concessões para a sua utilização e definir o interesse público do respetivo uso privativo para efeitos de concessão;

n) Atribuir a concessão da exploração de instalações portuárias, de serviços ou de atividades a ela ligadas, e bem assim de áreas destinadas a instalações industriais ou comerciais correlacionadas intimamente com aquelas atividades;

o) Solicitar aos utilizadores do Porto os elementos estatísticos, dados ou previsões referentes às atividades exercidas na área de jurisdição, cujo

132

conhecimento interessa para a avaliação ou determinação do movimento geral dos Portos ou para qualquer outro fim estatístico relacionado com a atividade da APL, S. A;

p) Garantir a segurança das instalações portuárias, promovendo a regulamentação necessária e utilizando os meios e dispositivos adequados;

q) Efetuar os seguros pessoais, patrimoniais ou outros que se mostrem necessários;

r) Adquirir e tomar ou dar de arrendamento imóveis, bem como alienar os que não se integrem no domínio público, situados dentro ou fora da zona de jurisdição, nos termos da legislação aplicável;

s) Cobrar e arrecadar as receitas provenientes da exploração do Porto e todas as outras que legalmente lhe pertençam e autorizar a restituição de verbas indevidamente cobradas;

t) Promover a expropriação por utilidade pública de imóveis e exercer servidões administrativas e portuárias;

u) Aprovar os regulamentos internos destinados à execução dos presentes Estatutos e necessários ao bom funcionamento dos serviços e velar pelo seu cumprimento;

v) Representar a sociedade em juízo e fora dele, ativa e passivamente, podendo desistir, transigir e confessar em quaisquer pleitos e, bem assim, celebrar convenções de arbitragem;

x) Constituir mandatários da sociedade com os poderes que julgue convenientes;

z) Estabelecer, quando necessário, acordos com outras entidades públicas legalmente competentes relativamente à gestão do domínio, constituição de usos e coordenação de atividades para fins de natureza não portuária;

aa) Exercer as demais competências que lhe sejam atribuídas por lei ou pela Assembleia-Geral.”

Reuniões do Conselho de Administração

O Conselho de Administração realizou, no ano de 2010, 34 sessões ordinárias e 9 sessões extraordinárias.

As decisões mais relevantes foram as seguintes (listadas por ordem cronológica):

• protocolo de colaboração na execução da "Empreitada de Construção do Intercetor Cais do Sodré-Alcântara II" (deliberação de 11/2/2010, ata de sessão ordinária n.º 6, ponto n.º 6);

• ajustamento da estrutura orgânica da APL, S.A. (deliberação de 4/3/2010, ata n.º 9, ponto n.º 42);

• outorga de auto de transferência dominial de áreas no Campo das Cebolas e no Poço do Bispo, Lisboa – (deliberação de 9/4/2010, ata de sessão ordinária n.º 13, ponto n.º 41);

133

• celebração de protocolo com a Marinha sobre a Doca da Marinha (deliberação de 22/4/2010, ata de sessão ordinária n.º 15, ponto n.º 24);

• outorga de auto de transferência de posse de seis áreas e de acordo de cooperação institucional com o Município de Lisboa (deliberação de 14/6/2010, ata de sessão extraordinária n.º 4, ponto único);

• aprovação do Relatório e Contas de 2009 e do Plano de Atividades para o período de 2010/2012 (deliberação de 3/8/2010, ata de sessão extraordinária n.º 7, ponto único);

• criação do Conselho de Clientes (deliberação de 11/8/2010, ata n.º 25, ponto n.º 18);

• envio de ofício à Liscont – Operadores de Contentores, S.A., na sequência da publicação da Lei 14/2010, de 23 de julho (deliberação de 11/8/2010, ata de sessão ordinária n.º 25, ponto n.º 47);

• aprovação do relatório final do Júri do Concurso Público de Conceção para a Elaboração do Projeto do Terminal de Cruzeiros de Lisboa (deliberação de 29/9/2010, ata de sessão extraordinária n.º 8, ponto único);

• atualização do Regulamento de Tarifas de Eventos e Publicidade (deliberação de 20/10/2010, ata de sessão ordinária n.º 31, ponto n.º 18);

• Regulamento de Tarifas da APL, S.A., de 2011 (deliberação de 20/10/2010, ata de sessão ordinária n.º 31, ponto n.º 20);

• Regulamento de Tarifas de Atividades Dominiais para vigorar durante o ano de 2011 (deliberação de 20/10/2010, ata de sessão ordinária n.º 31, ponto n.º 26);

• aprovação do Plano de Atividades para o período de 2011/2013 (deliberação de 26/11/2010, ata de sessão extraordinária n.º 9, ponto único);

• Regulamento de Tarifas de Atividades Dominiais (deliberação de 2/12/2010, ata de sessão ordinária n.º 33, ponto n.º 26);

• atualização de taxas para 2011 nas instalações portuárias (deliberação de 2/12/2010, ata de sessão ordinária n.º 33, ponto n.º 40).

Exercício de Poderes de Autoridade

No que respeita ao exercício de poderes de autoridade (informação sobre o efetivo exercício de poderes de autoridade, por parte de empresas que sejam titulares desse tipo de poderes, nos termos previstos no artigo 14º do regime do Sector Empresarial do Estado (Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro, na sua redação atual) - expropriação; utilização, proteção e gestão das infraestruturas afetas ao serviço público; licenciamento e concessão da ocupação ou do exercício de qualquer atividade nos terrenos, edificações e outras infraestruturas), em 2010, destacam-se os seguintes pontos:

• o levantamento de 10 autos de notícia (relativos a abastecimento, descarga de açúcar, obras e instalação de passadiço e pontão flutuante), tendo sido instaurados 11 processos de contraordenação, verificando-se a aplicação de sanção em 4 processos;

134

• a outorga de 9 licenças de utilização privativa do domínio público do Estado que lhe está afeto para administração e 6 contratos de concessão, não se tendo verificado a outorga de contratos de concessão de serviço público.

Órgãos de Fiscalização

Os Órgãos de Fiscalização, igualmente eleitos em Assembleia-Geral, são os seguintes:

• O Conselho Fiscal é composto por um presidente, dois vogais efetivos e um suplente, conforme se segue:

� Presidente – Camilo Lampo Martins de Oliveira (nomeado a 6 de julho de 2010 para completar o atual mandato, na sequência da renúncia ao cargo, apresentada em 2009, pelo anterior Presidente, José Luís Saldanha Sanches)

� Vogal – Amâncio José Meireles Leão Torres

� Vogal – Maria Luísa Silva Rilho

� Suplente – Carlos Lipari Garcia Pinto

• Sociedade de Revisores Oficiais de Contas

� PricewaterhouseCoopers & Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A., representada por Jorge Manuel Santos Costa ou José Manuel de Oliveira Vitorino e por José Manuel Henriques Bernardo como suplente.

Competências – “Além das atribuições constantes de lei compete, em especial, aos órgãos de fiscalização:

a) Assistir às reuniões do Conselho de Administração sempre que o entenda conveniente;

b) Emitir parecer sobre qualquer matéria que lhe seja apresentada pelo Conselho de Administração;

c) Emitir parecer sobre o orçamento, o balanço, o inventário e as contas anuais;

d) Colocar ao Conselho de Administração qualquer assunto que por ele deva ser ponderado.”

12.7. Remuneração dos Membros dos Órgãos Sociais

Estatuto Remuneratório Fixado

As remunerações dos órgãos sociais da APL, S.A. são fixadas por uma Comissão de Fixação de Remunerações, nos termos da nova redação da alínea f) do art.º 8.º dos Estatutos, decorrente da alteração deliberada pela Assembleia Geral de 12 de maio de 2008.

A partir de 24 de junho de 2009, as remunerações fixadas pela referida Comissão, por deliberação constante da Ata 1/2009 de 16 de setembro de 2009, são as seguintes:

Mesa da Assembleia Geral

135

Presidente: Senha de presença no valor de €672,94;

Secretário: Senha de presença no valor de €448,80.

Conselho de Administração

Presidente:

• Remuneração Fixa: remuneração mensal de €6.357,48, paga 14 vezes por ano;

• Remuneração Variável Anual: atribuição de componente variável anual da remuneração, que se fixa num máximo de 35% da respetiva componente fixa da remuneração, em função do cumprimento dos objetivos anuais definidos.

Vogais:

• Remuneração Fixa: remuneração mensal de €5.438,52, paga 14 vezes por ano;

• Remuneração Variável Anual: atribuição de componente variável anual da remuneração, que se fixa num máximo de 35% da respetiva componente fixa da remuneração, em função do cumprimento dos objetivos anuais definidos.

Os membros do Conselho de Administração beneficiam, ainda, das seguintes regalias ou benefícios remuneratórios:

• benefícios sociais de aplicação generalizada a todos os trabalhadores da Sociedade;

• automóvel: atribuição, para utilização pessoal, de uma viatura de serviço até ao limite de renda mensal de €1.000 para o Presidente e de €900 para os Vogais, incluindo-se neste limite as despesas com seguro automóvel e manutenção. O limite com encargos com combustível é fixado pelo Conselho de Administração, tendo em consideração as necessidades e a prática em vigor na Sociedade;

• telemóvel: utilização de telemóvel de serviço, cujo limite máximo deverá ser fixado pelo Conselho de Administração, tendo em consideração as necessidades e a prática em vigor na Sociedade.

A eventual utilização de cartão de crédito da Sociedade destina-se, exclusivamente, a fazer face a despesas documentadas inerentes ao exercício das respetivas funções ao serviço da Sociedade.

Nos termos da Lei n.º12-A/2010, de 30 de junho, a remuneração fixa mensal ilíquida dos gestores públicos foi reduzida a título excecional em 5 %, com efeitos a 1 de Junho de 2010.

Órgãos de Fiscalização

136

Na sequência da alteração dos estatutos da APL, S.A., deliberada pela Assembleia Geral de 12 de Maio de 2008 a fiscalização da sociedade deixou de ser exercida por um Fiscal Único, e passou a ser efetuada por duas entidades: um Conselho Fiscal e uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.

Conselho Fiscal

Presidente: Remuneração mensal ilíquida correspondente a 20% da remuneração mensal ilíquida atribuída ao Presidente Conselho de Administração, paga 14 vezes por ano.

Vogais efetivos: Remuneração mensal ilíquida correspondente a 15% da remuneração mensal ilíquida atribuída ao Presidente do Conselho de Administração, paga 14 vezes por ano.

Obs.: nos termos da Ata n.º 1/2009 da Comissão de Fixação de Remunerações, durante o período compreendido entre a data da eleição do Conselho Fiscal (12/05/2008) e 24 de junho de 2009, a base de incidência a considerar para cálculo das remunerações mensais ilíquidas será de €6.178,31.

Revisor Oficial de Contas

Nos termos da Ata supra referida, a prestação de serviços por parte do Revisor Oficial de Contas, bem como a respetiva formalização, correm os seus termos pelo Conselho de Administração, devendo os honorários ser fixados por este órgão social, tendo em conta os valores mínimos que resultarem da aplicação do regime legal dos ROC, bem como os preços praticados no mercado.

Para o exercício de 2010, o valor contratualizado para a revisão de contas do exercício em causa foi de €22.800, ao qual acrescem despesas de transporte, alojamento e quaisquer outras incorridas no exercício das referidas funções.

Remunerações e outras regalias (valores anuais)

Mesa da Assembleia Geral

A Assembleia Geral não reuniu em 2010.

137

Conselho de Administração

(Unid: euros)

Presidente Vogal (1) Vogal (2)

1. Remuneração

1.1. Remuneração base/Fixa 86 462 73 964 73 964

1.2. Redução decorrente da Lei 12-A (30/06/2010)

2 543 2 176 2 176

1.3. Remuneração base/Fixa efetiva (1.1. - 1.2.)

83 919 71 788 71 788

1.4. Senha de presença 0 0 0

1.5. Acumulação de funções de gestão 0 0 0

1.6. Remuneração variável 0 0 0

1.7. IHT (isenção de horário de trabalho) 0 0 0

2. Outras regalias e compensações

2.1. Gastos de utilização de telefones 204 796 931

2.2. Subsídio de Deslocação n.a. n.a. n.a.

2.3. Subsídio de Refeição 1 576 1 554 1 598

2.4. Outros

Despesas de estacionamento, táxis e portagens 548 266 698

Ajudas de custo 1 459 4 259 3 073

Cartão de crédito 1 522 1 009 193

3. Encargos com benefícios sociais

3.1. Regime convencionado 14 966 7 899 14 966

3.2. Seguros de Saúde 0 0 498 3.3. Seguros de vida 0 0 0 3.4. Outros 0 0 0

4. Parque Automóvel4.1. Marca BMW AUDI A4 BMW4.2. Modelo 3 Series E90 325d 4p A4 TDI V6 4p Mult. FPD 3 Series E91 320d Touring Aut4.3. Matrícula 65-GO-97 49-GQ-45 64-GN-534.4. Valor da viatura 4.5. N.º de prestações contratualizadas 36 36 36

4.6 Valor de renda da viatura de serviço 5 786 5 379 6 118

4.7 Ano de aquisição da viatura de serviço(início do contrato)

2 008 2 008 2 008

4.8. Valor do combustível gasto com a viatura de serviço

2 142 1 775 2 790

5. Informações Adicionais

5.1.Opção pelo vencimento de origem (s/n) Não Não Não

5.2. Regime Convencionado

5.2.1. Segurança Social (s/n) S N S5.2.2. Outro N N N

5.3. Exercício de Funções Remuneradas fora do grupo (s/n)

N N N

5.4. Outras -- -- --

OBS:

As viaturas utilizadas pelos membros do CA são as que estavam atribuídas ao Conselho anterior, adquiridas em regime de leasing operacional, mediante o

pagamento de uma renda mensal.

Não aplicável - vide nota

No que respeita às despesas indicadas nos pontos 2.1, 2.4. e 4.8, encontram-se definidos limites (mensais ou trimestrais), aferidos trimestralmente, dando lugar ao pagamento de eventuais excedentes pelos beneficiários. Os valores indicados são os efetivamente suportados pela empresa.

Os valores da renda referidos no ponto 4.6. correspondem ao montante total pago em 2010 e incluem também seguro, manutenção e impostos. Para o Vogal (2) não se incluiu o valor de 1321,35 euros de uma viatura de substituição extra contrato. O valor mensal das rendas sofreu alteração durante o ano em virtude das alterações relativas ao IUC.

138

Órgãos de Fiscalização

Conselho Fiscal

2010 (valores em €)

Presidente 8.721,22

Vogal (1) 34.482,15

Vogal (2) 34.482,15

Obs.: Os valores indicados incluem a regularização dos montantes devidos ao Presidente do CF desde 10 de Agosto de 2010 e aos Vogais desde 12 de Maio de 2008

Revisor Oficial de Contas

2010

Valores com IVA (em €) (a) 46.985,54

IVA não incluído (em €) (b) 22.800,00

(a) Os valores indicados referem-se ao montante faturado pelo prestador em cada exercício e incluem, para além dos honorários referentes à revisão legal de contas, os débitos adicionais decorrentes de despesas de transporte, alojamento e outras incorridas no exercício das funções, conforme previsto no contrato.

(b) Os valores contratualizados para a revisão de contas dos exercícios em causa, (cuja faturação/pagamento não ocorre integralmente no mesmo ano).

12.8. Análise da sustentabilidade da empresa nos domínios económico, social e ambiental

Política da Sustentabilidade – Estratégias adotadas e linhas de ação

A Política de Sustentabilidade da APL, definida aquando da publicação do seu primeiro Relatório de Sustentabilidade relativo ao ano de 2007, baseia-se nos princípios e indicadores da GRI, na sua versão 3.0, na carta para o desenvolvimento sustentável de cidades portuárias e na estratégia de sustentabilidade da empresa, assentando esta última em quatro vetores de atuação e linhas de ação, designadamente:

• Envolvimento com os stakeholders – através de comunicação bidirecional (informação, formação e participação ativa na vida da empresa) com colaboradores e parceiros, pois estes são fundamentais para o desenvolvimento do porto. Neste âmbito, têm vindo a desenvolver-se as seguintes linhas de ação:

� envolvimento com os colaboradores;

� envolvimento com a comunidade portuária;

� envolvimento com os clientes;

� envolvimento com os fornecedores;

� envolvimento com as universidades;

139

� envolvimento com a sociedade civil.

• Relação porto-cidades - promovendo-se a utilidade social do espaço sob jurisdição do Porto de Lisboa, de forma a atender as expectativas das populações e, tendo sempre em atenção as necessidades da atividade portuária, conciliando interesses, potenciando os aspetos que nos ligam e, ultrapassando aqueles que nos separam, através de um diálogo permanente e profícuo. Neste sentido, têm-se adotado como principais linhas de ação:

� relação com as autarquias e outros stakeholders;

� cultura e formação;

� náutica de recreio e atividade marítimo-turística;

� gestão das zonas de areal;

� gestão das águas de abastecimento;

� ruído e qualidade do ar;

� obras na área de jurisdição;

� recolha de resíduos urbanos.

• Navegação segura e não poluente - garantindo a qualidade e segurança do tráfego marítimo portuário, com a utilização de meios tecnológicos de vanguarda para o apoio à navegação e, uma cada vez mais eficaz e eficiente prestação de serviços, de modo a prevenir e minimizar os impactos do transporte marítimo no meio ambiente. Assim, têm vindo a desenvolver-se como linhas de ação:

� recolha e gestão dos resíduos produzidos pelos navios;

� fiscalização das águas de lastro;

� fiscalização dos estaleiros;

� inventariação dos gases produzidos pelos navios;

� fiscalização da movimentação de granéis sólidos.

• Valorização do estuário do Tejo – através de uma colaboração estreita com as restantes entidades ligadas ao rio Tejo, o maior plano marítimo-fluvial da Europa, estabelecendo compromissos assentes em preocupações ambientais e que, em simultâneo, valorizam as atividades turísticas, fator económico importante para as comunidades aqui instaladas. Para a prossecução desta estratégia, têm vindo a ser definidas as seguintes linhas de ação:

� combate à erosão estuarina;

� gestão de sedimentos dragados;

� conservação de biodiversidade no estuário do Tejo;

� redução das descargas de águas residuais;

� limpeza das linhas de água;

� monitorização da qualidade das águas superficiais;

� desmantelamento de embarcações abandonadas

140

� remediação do passivo ambiental das atividades industriais portuárias;

� acompanhamento arqueológico das empreitadas.

Navegação segura e não poluente

O transporte marítimo é a forma de transporte que apresenta os melhores desempenhos em termos de sustentabilidade ambiental e energética, assumindo os Portos uma importância estratégica no desenvolvimento de sistemas de transporte integrados e mais eficientes.

Estamos empenhados em garantir a qualidade e a segurança do tráfego marítimo portuário, pelo que nos posicionámos na vanguarda da utilização de meios tecnológicos de apoio à navegação. Pretendemos assegurar, de forma cada vez mais eficaz e eficiente, a prestação de serviços à navegação, de modo a prevenir e minimizar incidentes de poluição marinha, incrementar o controlo sobre as recolhas de resíduos de navios, as descargas de águas de lastro, a movimentação de mercadorias perigosas e as emissões gasosas de navios. Queremos simultaneamente modernizar e adequar a nossa capacidade de resposta a situações de emergência, enquadrada no Sistema Nacional de Proteção Civil.

Relação Porto-cidades

Tendo em conta a realidade geográfica do Porto de Lisboa, pretendemos integrar, de forma qualificada, as áreas portuárias e urbanas, tendo em atenção as necessidades da atividade portuária e as expectativas das populações. O estabelecimento de protocolos e de acordos de parceria com os municípios, consolida e exponencia os bons resultados que paulatinamente temos vindo a obter, sobretudo através da participação na elaboração dos diversos instrumentos de gestão territorial, por nós entendidos como fundamentais com vista à articulação de objetivos e propósitos.

Pretende-se promover a utilidade social do espaço sob jurisdição portuária, fortalecendo a identificação do cidadão com o Porto, com os seus desígnios, as suas aspirações e os seus objetivos de desenvolvimento futuros.

Envolvimento com os

stakeholders

Consideramos que os colaboradores e os parceiros são fundamentais para o desenvolvimento do Porto nas suas múltiplas vertentes. Por essa razão, investimos na comunicação bidirecional com colaboradores e parceiros, promovendo a sua informação, formação e participação ativa na vida da empresa.

Conscientes da relevância do desempenho e da atitude da comunidade portuária no desenvolvimento do negócio portuário, é nosso propósito definir estratégias que suportem o crescimento do negócio, incorporando os objetivos, anseios, apoios e propostas dos nossos parceiros.

141

A Política de Sustentabilidade da APL norteia-se pela convicção de que as gerações futuras têm o legítimo direito de poder usufruir de um Porto de nível europeu ou mundial, com um ambiente que lhes proporcione estabilidade e as melhores condições de vida e de emprego. A APL ambiciona, por isso, desenvolver um Porto de qualidade internacional, com impacto socioeconómico regional positivo, que possa representar um atrativo para a instalação de atividades diversas, suportado num bom ambiente de trabalho e em condições de operacionalidade sustentável.

Desenvolvimento Sustentável

De forma a atingir o melhor nível de desenvolvimento sustentável, a APL procura assegurar as melhores práticas de desempenho da atividade portuária, sempre em cumprimento com o seguinte conjunto de princípios, que são suportados pelos vetores de atuação já anteriormente mencionados

Valorização do Estuário do Tejo

Atentos às principais características biofísicas do Estuário do rio Tejo – o maior plano marítimo-fluvial da Europa e um dos de maior valor ecológico, constituindo um património cuja valorização, em todas as suas vertentes, é fundamental – pretendemos ter um conhecimento, cada vez mais aprofundado do equilíbrio dinâmico deste sistema e adotar práticas de gestão que promovam a sua preservação e qualificação. Merecem a nossa particular atenção as questões relacionadas com o equilíbrio hidrodinâmico das barras do Tejo e zonas costeiras adjacentes e o incremento da qualidade ambiental do estuário, em sentido lato.

Pretendemos, em estreita colaboração com as restantes entidades com responsabilidades no estuário, minimizar o passivo ambiental existente, estabelecer compromissos com base em estratégias de gestão com preocupações ambientais e potenciar o turismo.

142

Princípio da TRANSPARÊNCIA

É o modo natural e aberto como desenvolvemos as nossas atividades, como encaramos as nossas ambições e como comunicamos os resultados que vamos alcançando.

É também a forma como colocamos em discussão aberta as ideias e projetos de participação comum e ponderada, entre o Porto e as comunidades envolventes.

Princípio da Sustentabilidade ECONÓMICA

Visa garantir a autonomia orçamental, consagrada nos estatutos, e a capacidade da APL criar valor para as gerações atuais e futuras. Enquanto entidade administrante, a APL deve promover a competitividade do Porto e a sua crescente importância socioeconómica a nível ibérico, privilegiando a racionalização dos seus recursos, a rentabilidade dos capitais próprios e, naturalmente, a sua capacidade de investir na permanente modernização do Porto de Lisboa.

Princípio da Responsabilidade

AMBIENTAL

Visa uma cada vez melhor integração do Porto nas envolventes urbana e natural, permitindo o desenvolvimento da nossa atividade e a integração mútua de interesses, num contexto futuro sempre mais exigente.

O Porto de Lisboa integra-se no Estuário do Tejo, a maior zona húmida da Europa Ocidental, que apresenta importantes valores naturais, espécies e habitats a preservar. Este estuário congrega a maior área metropolitana do país, pelo que a APL adota uma atitude proactiva na defesa do ambiente estuarino.

Princípio da Responsabilidade

SOCIAL

Consubstancia-se em iniciativas destinadas a manter uma relação de bem-estar e partilha com os colaboradores, clientes, fornecedores e comunidades locais.

Os colaboradores são uma prioridade, reconhecemo-los como suporte e mais-valia que representam, tendo presente o permanente reconhecimento das variadas capacidades profissionais.

O Porto de Lisboa e o Estuário do Tejo são o traço comum que liga onze municípios. Continuaremos a enriquecer esta relação, constituindo um espaço aberto à comunidade e apoiando iniciativas nas áreas da educação, desporto, cultura e lazer.

Como responsáveis pela gestão do Porto, ambicionamos envolver os nossos clientes e fornecedores, encorajando-os a partilhar os nossos princípios.

Por isso, pretendemos mostrar de forma inequívoca e transparente como gerimos os compromissos assumidos, para formular objetivos claros e partilhados, que melhorem o desempenho integrado do Porto.

143

Os Relatórios de Sustentabilidade da APL, entretanto publicados, podem ser consultados no Portal da empresa através do seguinte endereço: http://www.Portodelisboa.pt/portal/page/portal/PORTAL_PORTO_LISBOA/AUTORIDADE_PORTUARIA/RELATORIOS_PUBLICACOES.

No que diz respeito a ações de cariz ambiental e valorização do estuário do Tejo, destacaram-se, em 2010:

• o desmantelamento de 10 embarcações de grande porte abandonadas e degradadas em leito de rio e margens ribeirinhas entre os estaleiros da VENAMAR, na Amora, e SULMAR (Talaminho), na baía do Seixal. Do desmantelamento resultaram cerca de 785 toneladas de sucata de ferro valorizável e 520 toneladas de resíduos não recicláveis descarregados na AMARSUL;

• o desmantelamento do navio “PONTA DELGADA” afundado na Doca do Poço do Bispo, que se encontrava, desde 1998, na Muralha Norte do Cais do Poço do Bispo, e que afundou parcialmente em junho de 2001. Após um longo processo jurídico-administrativo, a Capitania do Porto de Lisboa autorizou finalmente o seu desmantelamento em novembro de 2007. Dos trabalhos de remoção do “PONTA DELGADA” resultaram cerca de 420 toneladas de ferro reciclável.

• a colaboração na gestão da época balnear com as diferentes entidades com competência na matéria, nomeadamente Câmaras Municipais, Capitania do Porto de Lisboa, Administração da Região Hidrográfica do Tejo e concessionários. Assim, nas diferentes zonas de areal foi colocada sinalética com informação oficial da Administração Regional de Saúde, do Instituto de Socorros e do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território, no sentido de garantir aos utentes das praias e concessionários boas condições ambientais e de segurança;

• a indicação ao Instituto da Água (INAG) da mancha de empréstimo para a alimentação artificial das praias da Costa da Caparica;

• a realização de diversas caracterizações de sedimentos e de comunidades biológicas e monitorizações da qualidade da água no âmbito do acompanhamento ambiental de dragagens;

• o acompanhamento e monitorização ambientais da 2.ª fase da empreitada do Terreiro do Trigo;

• o lançamento da consulta para a execução da empreitada de “Intervenção na Caldeira da Moita – dragagens” no âmbito do projeto de “Consolidação da valorização integrada da zona ribeirinha – da Caldeira da Moita até à praia de Rosário”;

• a monitorização das praias de Alburrica e Mexilhoeiro no âmbito do projeto REPARA - Regeneração Programada da Área Ribeirinha de Alburrica, no Barreiro, com vista ao reforço do areal;

• representação nas comissões de acompanhamento e emissão de pareceres sobre os PDM’s de Lisboa, Oeiras, Montijo, Alcochete, Almada, Barreiro e POE Tejo, tendo sido também acompanhados e emitidos pareceres para o

144

POEM, o PNMP e o PROT-AML. Foi também feita a representação no Conselho Estratégico da RNET.

Responsabilidade Social

Consciente da sua responsabilidade social, a APL tem vindo a envolver-se em vários projetos e ações sociais mais ou menos à margem da sua atividade empresarial, nomeadamente através da doação de patrocínios, apoios e donativos.

Assim, pelo 3º ano consecutivo, a APL continuou a patrocinar o projeto “Vela sem Limites” o qual, em parceria com a Câmara Municipal de Cascais e a Cercica, visa proporcionar a deficientes motores e mentais a prática da vela adaptada. Este programa tem como objetivo iniciar um programa de alta competição que permita ter um representante nos Jogos Paralímpicos de 2012.

Para além disso, importa destacar outras ações reveladoras da assunção por parte da empresa da sua responsabilidade social:

• privilegiando as boas relações com as entidades sem fins lucrativos que promovem a prática dos desportos náuticos no Tejo, a Aporvela continua a ter a acostagem gratuita da caravela Vera Cruz e do bote Búzio na Doca de Alcântara;

• apoio ao Jardim Zoológico de Lisboa, continuando a apadrinhar o Leão-marinho Marduk custeando a sua subsistência;

• campanha de recolha de livros para Timor, tendo angariado 2 toneladas de livros, entre escolares, técnicos e literatura;

• apoio e participação na iniciativa “Limpar Portugal”, cujo objetivo principal, além da consciencialização ambiental, foi juntar o maior número de pessoas por concelho ou por zona geográfica para, de forma simbólica “Limpar Portugal”, tendo a APL apoiado esta iniciativa com a aquisição de utensílios de uso para a ação, assim como uma carrinha da APL para apoio e respetivo pessoal, este de modo voluntário.

Adicionalmente a estas informações, apresenta-se um quadro-resumo que mostra os custos associados às ações de cariz social anteriormente referidas:

Ação Entidade Beneficiária Custos Diretos (€) Vela Sem Limites Clube Naval de Cascais 15.000 Apadrinhamento de Marduck Jardim Zoológico de Lisboa 5.047 Limpar Portugal 700

Importa referir, igualmente, que o compromisso social da APL passa também por um maior envolvimento com as universidades, através do desenvolvimento de estágios profissionais a alunos finalistas ou licenciados de diversas áreas de formação. Este assunto encontra-se desenvolvido no ponto 7.4.

Ainda no que diz respeito à sustentabilidade económica, social e ambiental da APL, importa referir a cooperação internacional, nomeadamente com os PALOP e Timor-Leste, que assume, igualmente, uma extrema importância na relação da empresa

145

com a sociedade, sendo de destacar, em 2010, a participação no III Encontro da CPLP, que decorreu em Luanda, e no qual a APL apresentou uma intervenção subordinada ao tema “Segurança Portuária e o papel das Administrações Portuárias na prevenção de riscos ambientais”.

Relação com os stakeholders

No decorrer de 2010 a APL continuou a promover e a apoiar iniciativas fomentadoras de relações sustentáveis com os seus diversos stakeholders, através de ações de marketing relacional e institucional, das quais se passam a referir as mais significativas:

• patrocínio do projeto cultural e artístico “Contentores/P28”, que, ao longo de 10 meses, utilizou a Praça das Docas e os contentores como elemento expositivo iconográfico. Os valores implícitos no apoio da APL a este projeto foram de aproximadamente €170.000 em taxas não cobradas, uma vez que a cedência da Praça das Docas e do Armazém 17 por um período de 9 meses foi gratuita;

• apoio à Fundação Pampero, com a disponibilização de edifícios antigos para a prática de Arte Urbana;

• participação nas comemorações do 1º Centenário da República, com a cedência da Peça “Portugal a banhos” de Joana Vasconcelos, a qual integrou o cenário festivo destas comemorações no Terreiro do Paço;

• patrocínio da viagem de circum-navegação do navio Sagres, que levou a bordo, entre outros objetos, exemplares do Atlas do Visconde de Santarém que foram oferecidos a bibliotecas emblemáticas das cidades que escalou;

• acolhimento da sede da candidatura do Tejo a Património da Humanidade – Tagus Universalis, liderada pela Associação dos Amigos do Tejo, convertendo-se assim em parceira desta candidatura à UNESCO, e muito empenhada na prossecução da mesma;

• promoção de um passeio no rio Tejo a bordo da Caravela Vera Cruz, no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Mar, com crianças do ATL (IPSS) da Sociedade Promotora de Educação Popular sedeada em Alcântara. Desta instituição vieram 25 crianças do 2º e 3º anos do 1º ciclo, as quais tiveram oportunidade de efetuar um passeio onde, no decorrer do mesmo, fizeram parte de uma representação teatral onde foram vividos factos e vivências históricas da zona ribeirinha da cidade de Lisboa, do seu rio e do seu Porto. Ainda no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Mar, a APL proporcionou visitas guiadas à torre VTS, em Algés, a jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos de idade, oriundos da Escola Secundária Camilo Castelo Branco de Carnaxide, os quais embarcaram em lanchas da APL, vivendo uma experiência única no Tejo;

• colaboração na organização da Regata Troféu Porto de Lisboa, que teve, em 2010, um número recorde de participações de 87 embarcações;

• acolhimento na doca de Alcântara do navio Crioula, no qual foi realizada a festa de abertura do ano letivo da escola de circo do Chapitô;

146

• adesão à rede social Facebook com a página Porto de Lisboa – Ver para querer. Este espaço foi concebido para ser utilizado por todos e para todos, com o enfoque no lazer e onde tudo o que está a acontecer à beira-rio está lá referenciado. Conta atualmente com 1.610 fãs.

Como corolário do concurso para o Novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, a APL pautando-se pelo princípio da transparência, organizou uma exposição na Gare Marítima de Alcântara onde estiveram presentes os 36 trabalhos a concurso, e onde foi possível dar a conhecer ao público em geral esta marcante obra que irá ser construída no Porto de Lisboa. A exposição atingiu todos os objetivos propostos e, a prová-lo, estão algumas das mensagens deixadas pelos visitantes no livro de assinaturas:

• “Exposição muito bem montada num espaço maravilhoso. Parabéns.”;

• “Muito interessante e coerente a forma como a APL organizou a exposição e organizou a publicação em conjunto com a Caleidoscópio. Sem dúvida que o projeto vencedor vai ser uma mais valia para a cidade.”

Foi também com orgulho que a APL, em parceria com a editora Caleidoscópio lançou em livro as 36 propostas a concurso, nacionais e internacionais, que apresentaram soluções diversas e de grande valor arquitetónico para a conceção do novo terminal.

O quadro seguinte mostra os custos diretos suportados pela APL durante o ano de 2010 no âmbito das iniciativas acima referidas:

Ação Entidade Beneficiária Custos Diretos (€)

Patrocínio de viagem de circum-navegação Navio Sagres 10.000 Regata “Troféu Porto de Lisboa” 1.038 Exposição do Novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa

40.245

Edição do livro do Novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa

24.675

Ainda no que diz respeito às relações com a comunidade, o ano de 2010 caracterizou-se pela prossecução do programa “Porto de Lisboa aberto às escolas” junto das escolas dos 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e do secundário de todo o país. Este programa engloba a vertente curricular das disciplinas de Geografia, História e Português e ainda visitas comentadas aos painéis do pintor Almada Negreiros nas Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha, tendo estas duas tipologias de visita contado no ano transato com a participação de 1.062 visitantes, oriundos de escolas não só da região de Lisboa e Vale do Tejo, como também do Porto, Braga, Coimbra e Grândola.

As visitas técnicas de cariz portuário também continuaram a ter significativa procura, tendo presentes delegações oriundas de países de língua oficial portuguesa, como o Brasil e Angola. Foram ainda recebidas instituições académicas

147

como a Escola Náutica Infante Dom Henrique, Baden-wuerttemberg Cooperative State University, Lycée Agricole Prive de Poisy, BTS Commerce International – Maison d’Education de la Legion d’Honneur.

As visitas à Torre VTS em Algés, de âmbito operacional e de segurança registaram também uma procura assinalável com 351 visitantes, oriundos de Portos e empresas dos PALOP, como por exemplo do Porto de Luanda ou da Sonangol. Estas visitas atraíram ainda formandos de cursos com uma forte componente ambiental e ainda cursos ligados a instituições militares e de segurança.

Há ainda a assinalar o interesse crescente dos cidadãos pelo seu património, neste caso pelas Gares Marítimas, tendo no ano de 2010 sido realizadas diversas visitas de cidadãos, quer a título particular quer integrados em instituições como universidades sénior e associações culturais e recreativas.

É de referir que em 2010 foi estabelecida uma parceria com os serviços do Gabinete do Turismo da Câmara Municipal do Seixal que se traduziu na fusão do seu programa de passeios em embarcações típicas com as visitas comentadas aos painéis de Almada Negreiros e que teve adesão significativa da população da margem sul.

A APL regista assim em 2010 perto de 2.000 visitantes, o que demonstra o interesse crescente pela referência histórico-geográfica que o Porto só por si representa assim como também pela multiplicidade de atividades económicas que se desenvolvem no estuário do Tejo.

A prová-lo ficam mensagens de agradecimento de alguns visitantes, como por exemplo:

• José Manuel Carvalho que se referiu às visitas como “extremamente enriquecedoras em múltiplos aspetos, desde os painéis de Almada Negreiros até ao mundo dos contentores, passando pelas muitas histórias sobre o embarque e desembarque de tropas na altura da guerra colonial”;

• Licínia Irene Wrench, Docente do Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNL, que se dirigiu à APL expressando os seus agradecimentos “…pela visita guiada dirigida aos alunos da Cadeira de Introdução às Ciências do Património, na consideração da importância deste tipo de visitas para o conhecimento e divulgação do nosso património”;

• Professor Acúrcio Domingos da Escola Secundária Eça de Queirós, em Lisboa, que se refere à sua experiência como “…descoberta científica das inúmeras valências desta porta de entrada na nossa cidade que é o Porto de Lisboa, permitindo testemunhar uma insuperável generosidade de V/ Exas. nesta viagem, afinal dos melhores atributos para o fito pedagógico de qualquer deslocação”.

Destacamos ainda o arranque da iniciativa “O Porto de Lisboa vai às escolas”, que pretendendo dar a conhecer de forma mais dinâmica o conjunto de atividades profissionais desenvolvidas num porto multifuncional como o de Lisboa, deslocou à

148

Escola Secundária da Moita o responsável pelo Departamento de Pilotagem do Porto de Lisboa, o qual proferiu uma palestra onde expôs não só a sua vasta experiência pessoal, como deu a conhecer a missão dos Pilotos da Barra do Porto de Lisboa. A professora Carla Maricato, a docente que proporcionou a realização desta palestra, afirmou: “…tenho a agradecer desde já a solicitude do Sr. Comandante, o qual teve uma intervenção muitíssimo interessante com um discurso cativante. Com a partilha da sua experiência pessoal tivemos a oportunidade de conhecer mais pormenorizadamente a atividade profissional dos pilotos da barra, bem como, a área de intervenção da APL.”. O interesse demonstrado pela audiência que assistiu a esta palestra traduziu de forma evidente a curiosidade que estas matérias despertam, levando-nos a apostar na continuidade deste projeto, de fazer chegar aos alunos dos estabelecimentos de ensino das áreas ribeirinhas do Porto de Lisboa a importância e o papel desta estrutura portuária.

Outro aspeto importante da política de desenvolvimento sustentável que a APL defende é a valorização da relação porto-cidades. Assim, a empresa participa ativamente em associações internacionais que pretendem desenvolver a cooperação entre os portos e as cidades portuárias. Neste âmbito, é de salientar as ações desenvolvidas no âmbito da presidência da RETE – “Associação para a colaboração entre portos e cidades”, uma organização internacional que reúne portos e cidades portuárias da Europa meridional e que pretende valorizar e desenvolver a cooperação entre portos e cidades portuárias no campo da transformação das frentes urbano-portuárias e, em geral, da relação porto-cidades.

A eleição da APL para a presidência desta associação, cujo mandato terminou em outubro passado, espelha o reconhecimento, a nível internacional, do trabalho desenvolvido pela autoridade portuária de Lisboa na revitalização das frentes ribeirinhas e na qualificação de áreas portuárias operacionais com vista à sua melhor integração nos espaços urbanos envolventes.

Efetivamente, desde há vários anos, que a APL aposta na promoção da relação porto-cidades, de modo a promover a compatibilização das necessidades da atividade portuária com a crescente exigência da qualidade de vida das populações, através da valorização das relações com as autarquias que fazem parte da área de jurisdição do Porto de Lisboa e que se traduz, entre outros, no acompanhamento e contributo ativo para a elaboração de diversos planos (PDM’s, planos de pormenor e de urbanização), na assinatura de protocolos de gestão partilhada do território e do património em algumas áreas sob sua jurisdição e na assinatura de parcerias locais.

Neste âmbito importa referir os contactos já efetuados com vista à aplicação do DL nº 100/2008. Assim, para além da já referida transferência efetiva de doze parcelas de terreno sem interesse portuário no concelho de Lisboa para gestão da autarquia lisboeta, em 2010, prosseguiram as reuniões com os restantes municípios (com exceção da C. M. de Benavente), das quais resultou, para já, a assinatura de um protocolo com a C. M. de Vila Franca de Xira, definindo as áreas sem uso portuário suscetíveis de passarem para o domínio da respetiva autarquia. Em relação aos restantes municípios, a APL continua a aguardar a posição dos respetivos executivos camarários.

149

Por último, prova do esforço que a APL tem realizado, no sentido de cada vez mais promover a integração harmoniosa na sua envolvente, apostando no estreitamento das relações com os municípios da sua área de jurisdição e prestando um serviço às comunidades locais, importa referir a existência de sete Protocolos de Parceria Local (Moita, Alcochete, Barreiro, Lisboa, Vila Franca de Xira Seixal e Montijo) para a realização e desenvolvimento de ações que visam a melhoria a vários níveis da qualidade de vida das populações locais, sendo de destacar, em 2010, a remoção de 10 embarcações abandonadas na Baía do Seixal, a reabilitação da Av. D. Manuel I, em Alcochete (em desenvolvimento), as dragagens da caldeira da Moita (em desenvolvimento) e a recuperação das Caldeiras de Alburrica, no Barreiro (em desenvolvimento).

12.9. Cumprimento dos Princípios de Bom Governo

No que diz respeito ao cumprimento da RCM nº 49/2007, de 28 de março, mais concretamente ao ponto II do Anexo àquele diploma – “Princípios dirigidos às empresas detidas pelo Estado”, e tendo presente que as matérias aqui tratadas são alvo de análise desenvolvida neste documento, apenas se pretende acrescentar o seguinte:

Princípios do Bom Governo das Empresas do Sector Empresarial do Estado (RCM nº

49/2007, de 28 de março)

Aplicado Comentários / Documentos de suporte

S N NA

Cumprir a missão e os objetivos que lhes tenham sido determinados, de forma económica, financeira, social e ambientalmente eficiente.

Proceder à enunciação e divulgação da sua missão, dos seus objetivos e das suas políticas.

X

A empresa tem, desde sempre, procurado pautar a sua atuação pelas políticas comunitárias e nacionais estabelecidas para o sector dos transportes marítimos.

Com a definição de um conjunto de orientações estratégicas para o sector marítimo-portuário e a consequente elaboração de um Plano Estratégico do Porto de Lisboa, a APL passou a dispor de um documento sistematizado e adaptado à nossa realidade, com metas e prazos mais objetivos.

A missão e objetivos da APL encontram-se divulgados no site da empresa. Vide ponto 12.1. deste documento.

Elaborar Planos de Atividades e Orçamentos adequados aos recursos e fontes de financiamento disponíveis.

X

Anualmente são elaborados Planos de Atividades e Orçamentos e Planos de Investimentos, contendo a informação relevante no que respeita à atividade da empresa prevista. Todos estes documentos são elaborados através dos contributos dos vários departamentos da empresa.

O Plano de Atividades referente ao triénio 2011-2013 será proposto para aprovação na próxima Assembleia-Geral.

150

Princípios do Bom Governo das Empresas do Sector Empresarial do Estado (RCM nº

49/2007, de 28 de março)

Aplicado Comentários / Documentos de suporte

S N NA

Definir estratégias de sustentabilidade nos domínios económico, social e ambiental.

X

A partir de 2007, passou a ser elaborado o Relatório de Sustentabilidade, estando a empresa, de momento, a preparar os relatórios relativos a 2009 e 2010.

O Plano Estratégico do Porto de Lisboa inclui também ações neste domínio.

Ambos os documentos se encontram disponíveis no site da empresa.

Adotar planos de igualdade tendentes a alcançar igualdade de tratamento e de oportunidades entre sexos, eliminação de discriminações e promoção da conciliação da vida pessoal, familiar e profissional.

X

Embora não exista nenhum plano específico neste âmbito, o Código de Ética da APL consagra normas relativas à não descriminação e igualdade de oportunidades, bem como à promoção e valorização pessoal e profissional dos seus colaboradores, procurando criar condições para uma vida pessoal e profissional equilibrada.

A APL integra a Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres. A promoção da conciliação da vida familiar e profissional integra o objetivo estratégico de responsabilidade social da política de recursos humanos da APL, SA, estando em estudo a adoção de um conjunto de iniciativas sobre o assunto.

Vide ponto 12.10. sobre o Código de Ética, documento que se encontra disponível no site da empresa.

Informar, anualmente, a Tutela e o público em geral, do modo como foi prosseguida a missão da empresa, o grau de cumprimento dos objetivos, a forma de efetivação da política de responsabilidade social, de desenvolvimento sustentável e os termos em que foi assegurado o serviço público.

X

A informação é divulgada no Relatório e Contas, designadamente no ponto relativo ao Governo da Sociedade e no Relatório de Sustentabilidade.

Ambos os documentos estão disponíveis no site da empresa.

Estabelecer políticas de investigação, desenvolvimento, inovação e integração de novas tecnologias.

X

A APL procura aplicar as novas tecnologias nos diversos procedimentos levados a cabo na empresa, designadamente:

- Implementação da Janela Única Portuária (despacho eletrónico de mercadorias e navios);

- Sistemas e equipamentos relativos à Segurança da Navegação;

- Sistema de Gestão de Resíduos de Embarcações;

- Sistema de Gestão Documental.

Estabelecer medidas de valorização profissional dos trabalhadores da empresa.

X

São regularmente promovidas ações de formação internas e externas destinadas à valorização profissional dos trabalhadores.

Vide ponto 7.3. deste documento.

151

Princípios do Bom Governo das Empresas do Sector Empresarial do Estado (RCM nº

49/2007, de 28 de março)

Aplicado Comentários / Documentos de suporte

S N NA

Estabelecer e divulgar os procedimentos adotados em matéria de aquisição de bens e serviços.

X

Os procedimentos adotados em matéria de aquisição de bens e serviços encontram-se previstos em regulamento interno (Regulamento de Aquisição e Locação de Bens e Serviços – RAL) disponível no site da empresa, na página específica para divulgação dos procedimentos em curso.

Vide ponto 12.10. deste documento relativamente ao RAL.

Utilizar critérios de adjudicação orientados por princípios de economia, eficácia e eficiência que assegurem a igualdade de oportunidades entre os agentes económicos.

X

Vide art.ºs 4.º e 5.º do RAL.

Proceder à divulgação anual de todas as transações que não tenham decorrido em condições de mercado, assim como a lista de fornecedores que representem mais de 5% do total dos fornecimentos e serviços externos, se esta percentagem corresponder a mais de 1 milhão de euros.

X

Vide ponto 12.5. deste documento – Outras transações

Criar ou aderir a um Código de Ética.

X

O Código de Ética da APL foi publicado em 2008 e encontra-se disponível no site desta empresa, tendo sido divulgado internamente a todos os trabalhadores.

Vide ponto 12.10. deste documento relativamente ao Código de Ética.

Especializar a função de supervisão através da criação de comissões especializadas, entre as quais uma comissão de auditoria ou uma comissão para as matérias financeiras.

X

Proceder à elaboração anual de uma apreciação global do desempenho individual dos gestores executivos, bem como das estruturas e dos mecanismos de governo em vigor na empresa.

X

O Conselho Fiscal, eleito em 2008, com substituição do seu Presidente em 2010, emitiu, em 2011, a referida informação relativa a 2008 e 2009.

Realizar auditorias anuais às contas da empresa, por parte de entidades independentes. X

As contas da empresa são auditadas por uma empresa externa – a PriceWaterhouse&Coopers.

Criar e manter um sistema de controlo adequado à dimensão e complexidade da empresa.

X

Além da auditoria efetuada às contas da empresa, são elaborados indicadores e estatísticas mensais e trimestrais relativas às várias áreas de atividade da empresa.

Vide ponto 12.10. deste documento relativamente ao Sistema de Controlo.

152

Princípios do Bom Governo das Empresas do Sector Empresarial do Estado (RCM nº

49/2007, de 28 de março)

Aplicado Comentários / Documentos de suporte

S N NA

Existência de rotação e limitação dos mandatos dos membros dos órgãos de fiscalização.

X

Nos termos do Código das Sociedades Comerciais os estatutos da APL, SA, determinam que os órgãos de fiscalização (conselho fiscal e revisor oficial de contas (ROC)) são eleitos pela Assembleia-Geral para um mandato de três anos, não estando expressamente prevista a rotação e limitação dos mandatos, aplicando-se, contudo, o disposto no art.º 54.º n.º 2 do Decreto-Lei 487/99, de 16 de novembro, na redação resultante do Decreto-Lei n.º 224/2008, de 20 de novembro. Os atuais membros do Conselho Fiscal e ROC foram eleitos por deliberações anteriores à nova redação do referido diploma (de 12 de maio de 2008 e 31 de julho de 2008, respetivamente), na sequência de alteração aos estatutos.

Os órgãos de administração e de fiscalização devem ser ajustados à dimensão e à complexidade de cada empresa, e seu modelo de governo deve assegurar a efetiva segregação de funções de administração executiva e de fiscalização.

X

A composição e eleição dos Órgãos Sociais e modelo de governo constam dos Estatutos da empresa e são determinados pela Tutela e publicados em Decreto-Lei.

Vide ponto 12.6. deste documento – Modelo de Governo.

Proceder à divulgação pública das remunerações totais – fixas e variáveis – e demais benefícios e regalias auferidos por cada membro do órgão de administração e fiscalização.

X

A referida informação é divulgada, designadamente, no site do SEE e neste relatório, no ponto 12.7.

Os responsáveis da organização abstêm-se de intervir nas decisões que envolvam os seus próprios interesses, designadamente na aprovação de despesas por si realizadas.

No início de cada mandato, e sempre que se justificar, tais membros devem declarar ao órgão de administração e ao órgão de fiscalização, bem como à IGF, quaisquer participações patrimoniais importantes que detenham na empresa, bem como relações relevantes que mantenham com os seus fornecedores, clientes, instituições financeiras ou quaisquer outros parceiros de negócio, suscetíveis de gerar conflitos de interesse.

X

Vide ponto 12.10. deste relatório sobre a prevenção de conflitos de interesses.

Proceder à divulgação pública imediata de todas as informações que sejam conhecidas, passíveis de afetar relevantemente a situação económica, financeira ou patrimonial da empresa ou as condições de prestação de serviço público.

X

Esta informação é reportada anualmente no Relatório e Contas, nas notas constante do Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados e, para além disso, é divulgada às Tutelas sectorial e financeira sempre que tais situações ocorram.

Divulgar, em site próprio e no site da DGTF, a informação financeira histórica e atual da empresa, identidade e elementos curriculares dos membros dos órgãos sociais, obrigações de serviço público, modelo de financiamento e apoios financeiros recebidos do Estado nos últimos três exercícios.

X

Vide Relatório e Contas, no site da APL, e site do SEE da DGTF.

Nomear um Provedor do Cliente, de acesso livre e gratuito. X

153

Princípios do Bom Governo das Empresas do Sector Empresarial do Estado (RCM nº

49/2007, de 28 de março)

Aplicado Comentários / Documentos de suporte

S N NA

Incluir, nos relatórios de gestão, um ponto sobre o governo das sociedades que inclua: regulamentos internos e externos; transações relevantes; remunerações dos órgãos sociais; análise de sustentabilidade; análise sobre o grau de cumprimento dos princípios de bom governo.

X

Vide ponto 12 deste documento, bem como Relatórios & Contas publicados no site da empresa.

12.10. Informação adicional Código de Ética

Tendo em conta as suas atribuições, a identidade do seu acionista, a sua história centenária e a natureza da sua área de jurisdição, a APL assume especiais responsabilidades na prossecução do interesse público.

Segundo a Resolução do Conselho de Ministros nº 49/2007, de 28 de março, relativa às boas práticas de governo das empresas do sector empresarial do Estado, “cada empresa deve ter ou aderir a um código de ética que contemple exigentes comportamentos éticos e deontológicos, procedendo à sua divulgação por todos os seus colaboradores, clientes, fornecedores e pelo público em geral”.

O Código de Ética da APL foi publicado em 2008 e encontra-se disponível em http://www.Portodelisboa.pt/portal/page/portal/PORTAL_PORTO_LISBOA/AUTORIDADE_PORTUARIA/RELATORIOS_PUBLICACOES/Codigo_Etica.pdf. É aplicável a todos os colaboradores da empresa, bem como, com as necessárias adaptações, aos colaboradores externos, como mandatários, auditores e outras pessoas que lhes prestem serviço a título permanente ou ocasional.

Regulamento de Aquisição e Locação de Bens e Serviços

Foi aprovado em 2008 o Regulamento de Aquisição e Locação de Bens e Serviços da APL (RAL), que define procedimentos a adotar nesta matéria.

Conforme consta do referido regulamento, aos procedimentos relativos aos sectores especiais11 é aplicável o CCP – Código dos Contratos Públicos (DL n.º18/2008, de 29 de janeiro), ao abrigo do seu art.º 11.º, desde que o valor em causa seja igual ou superior a €412.000. Aos restantes processos de aquisição aplica-se o Regulamento, o qual define as situações em que haverá recurso a Consulta ou a Compra Direta.

Para além de procedimentos a adotar na aquisição/locação de bens e serviços, o regulamento consagra princípios básicos aplicáveis às transações efetuadas. Nos termos do seu artigo 4.º: 11

Nos termos do CCP (art.º 9.º), consideram-se atividades no sector dos transportes (marítimos) as relativas à exploração de uma área geográfica, com a finalidade de colocar à disposição dos transportadores marítimos ou fluviais quaisquer terminais de transporte, neste caso Portos marítimos ou interiores;

154

“1. Os procedimentos pré-contratuais de aquisição ou locação de bens ou de serviços levados a efeito pela APL respeitarão sempre, entre outros, os princípios da transparência, da igualdade e da concorrência.

2. A APL assegura a descrição não discriminatória do objeto do contrato, a igualdade de acesso para os operadores económicos de todos os Estados-Membros da União Europeia e o reconhecimento mútuo dos seus diplomas, certificados e outros comprovativos de qualificações formais, prazos apropriados, abordagem transparente e objetiva e cumprimento das regras procedimentais aquando da decisão de adjudicação de contrato, bem como possibilidade de proteção judicial.”

Normas de Contratação Pública

A APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A., é uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, com poderes de autoridade, nos termos do art.º 1.º do Decreto-Lei 336/98, de 3 de novembro (com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 334/2001, de 24 de dezembro e Decreto-Lei n.º 46/2002, de 2 de março), regendo-se, enquanto empresa pública do Sector Empresarial do Estado, pelo disposto neste diploma legal, pelo disposto no regime do Sector Empresarial do Estado previsto no Decreto-Lei n.º 558/99, de 17 de dezembro (com as alterações introduzidas pelos Decreto-Lei n.º 300/2007, de 23 de agosto e pela Lei n.º 64-A/2008, de 31 de dezembro), pelos seus estatutos, pelas normas aplicáveis às sociedades anónimas, pelas normas especiais cuja aplicação decorra do objeto da sociedade, incluindo normas de direito público quando atue no uso de poderes de autoridade, e pelo direito privado, encontrando-se sujeitas às regras de concorrência, nos termos do art.º 7.º e do art.º 8.º do Decreto-Lei n.º 558/99.

No que respeita aos procedimentos pré-contratuais da APL, SA, são de salientar os seguintes diplomas legais:

• Decreto-Lei n.º 298/93, de 28 de agosto (alterado pelo Decreto-Lei n.º 324/94, de 30 de dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º 65/95, de 7 de abril), que prevê que a adjudicação das concessões do serviço público de movimentação de cargas em áreas portuárias seja feita mediante concurso;

• Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, retificada pela Declaração de Retificação n.º 11-A/2006, de 23 de fevereiro, alterada pelo Decreto-Lei n.º 245/2009, de 22 de setembro, e completada pelo Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 245/2009, de 22 de setembro, Decreto-Lei n.º 137/2009, de 8 de agosto, Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de maio, Decreto-Lei n.º 93/2008, de 4 de junho (retificado pela Declaração de Retificação n.º 32/2008, de 11 de junho), Decreto-Lei n.º 391-A/2007, de 21 de dezembro e Decreto-lei n.º 82/2010, de 2 de julho), que preveem que a atribuição de contratos de concessão e de licenças de utilização de parcelas do domínio público, por prazos superiores a um ano, seja efetuada por procedimento concursal, designadamente concurso público;

• Código dos Contratos Públicos (Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, retificado pela Declaração de Retificação n.º 18-A/2008, de 28 de março, alterado pela Lei n.º 59/2008, de 11 de setembro, Decreto-Lei n.º

155

223/2009, de 11 de setembro, Decreto-Lei n.º 278/2009, de 2 de outubro, que o republicou, Lei 3/2010, de 27 de abril, e Decreto-Lei n.º 131/2010, de 14 de dezembro), que prevê que a APL, SA, é uma entidade adjudicante especial, por ter sido criada para satisfazer necessidades de interesse geral, com carácter comercial, no sector dos transportes (por colocar à disposição do transportadores marítimos e fluviais portos marítimos e interiores) sobre a qual o Estado exerce uma influência dominante (na medida em que tem a totalidade do seu capital social e dos direitos de voto e designa a totalidade dos titulares dos órgãos de administração e de fiscalização), nos termos do seu artigo 7.º n.º 1 al. a) e art.º 9.º n.º 1 al. b) subal. ii), e que, portanto, o regime de contratação previsto no Código dos Contratos Públicos é aplicável quando diga respeito a contratos que digam direta e principalmente respeito a uma ou várias das atividades exercidas pela APL no sector dos transportes e o objeto desses contratos abranja prestações típicas dos seguintes contratos (de acordo com os limiares fixados pelo Regulamento (CE) n.º 1177/2009, de 30 de novembro de 2009):

� Empreitadas de obras públicas cujo valor seja igual ou superior a €4.845.000;

� Concessão de obras públicas;

� Concessão de serviços públicos;

� Locação ou aquisição de bens móveis cujo valor seja igual ou superior a €387.000;

� Aquisição de serviços cujo valor seja igual ou superior a €387.000.

Não é assim aplicável, obrigatoriamente, o regime de contratação previsto no Código dos Contratos Públicos no caso de empreitadas de obras públicas, concessões de obras públicas, concessões de serviços públicos, locações ou aquisições de bens móveis ou aquisições de serviços não direta e principalmente relacionados com colocar à disposição dos transportadores marítimos e fluviais portos marítimos e interiores. Nem é sequer aplicável, obrigatoriamente, o regime de contratação previsto no Código dos Contratos Públicos no caso de empreitadas de obras públicas, locações ou aquisições de bens móveis ou aquisições de serviços direta e principalmente relacionados com colocar à disposição dos transportadores marítimos e fluviais portos marítimos e interiores, mas de valor inferior aos limiares indicados. As locações ou aquisições de bens móveis ou aquisições de serviços não abrangidos pelo regime de contratação previsto no Código dos Contratos Públicos são, contudo, submetidas ao regulamento interno “Regulamento de Aquisição e Locação de Bens e Serviços da APL, SA” (aprovado pela Ordem de Serviço n.º 36/2008, de 4 de dezembro).

Plano de Prevenção dos Riscos de Corrupção e Infrações Conexas da APL, S.A.

Conforme referido anteriormente, e atendendo aos ajustamentos realizados na estrutura orgânica em março de 2010, o Serviço de Auditoria Interna, no decorrer do ano transato, deu início ao processo de atualização do Plano de Prevenção dos Riscos de Corrupção e Infrações Conexas da APL, S.A.

156

Sistema de controlo

Ciente do papel fundamental que a gestão e controlo do risco têm, atualmente, para um desempenho eficaz e rentável da atividade da empresa, a APL definiu e adotou um conjunto de políticas e procedimentos, com vista a garantir um desempenho eficiente e rentável da sua atividade, a existência de informação financeira e de gestão completa, pertinente e fiável e o respeito pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis, e a mitigar os vários tipos de riscos a que a empresa se encontra exposta, resultantes da sua atividade:

• riscos estratégicos: as medidas previstas no âmbito do Plano de Atividades para o ano seguinte são, numa base não periódica, alvo de avaliação por parte das Direções de Serviço em conjunto com o Conselho de Administração;

• riscos ambientais: de forma a garantir uma navegação não poluente no estuário do Tejo, a APL estabeleceu um conjunto de linhas de ação, nomeadamente a recolha e gestão dos resíduos produzidos pelos navios (tendo por base de organização a Norma ISO 14001), a fiscalização e controlo das águas de lastro, a inventariação dos gases produzidos pelos navios, a fiscalização da movimentação dos granéis sólidos e a mitigação dos respetivos impactes, a fiscalização dos estaleiros e o controlo da qualidade da água de abastecimento aos navios. Para além disso, a APL promove ações de valorização do estuário do Tejo, através da limpeza das linhas de água, do combate à erosão estuarina e costeira, da gestão de sedimentos dragados, da remoção e desmantelamento de embarcações abandonadas, da conservação da biodiversidade no estuário do Tejo, da redução das descargas de águas, da monitorização da qualidade das águas superficiais, da remediação do passivo ambiental das atividades industriais portuárias e do acompanhamento arqueológico das empreitadas.

Adicionalmente, é ainda da responsabilidade da APL, na sua área de jurisdição, a gestão das zonas de areal e das águas de abastecimento para consumo humano, a monitorização do ruído e qualidade do ar, o acompanhamento ambiental de obras e a recolha de resíduos urbanos.

Ao mesmo tempo que contribui para a redução dos impactos ambientais indiretos associados à sua atividade, a APL pauta a sua atividade por critérios de eficiência ambiental, seguindo as boas práticas na gestão e consumo de energia e emissões associadas, consumo de recursos, produção e gestão de resíduos, bem como no consumo de água e produção de águas residuais associadas;

• riscos de segurança: o Porto de Lisboa dispõe de um conjunto de tecnologias e sistemas que garantem a navegação segura no estuário do Tejo, nomeadamente o mais completo sistema portuário de VTMS (Vessel Traffic Management System), assistência e pilotagem, cuja disponibilidade e operacionalidade é garantida 24 horas/dia (estes dois serviços estão certificados com sistema de gestão da qualidade ISO 9001), o inovador sistema de avaliação dinâmica do resguardo sob a quilha dos navios (DUKC - Dynamic Under Keel Clearance), os sistemas de assinalamento marítimo, o Plano de Emergência Interno, a certificação ISPS das instalações portuárias, o sistema de inspeção não intrusiva de contentores – Scanner RaioX, o

157

controlo das radiações ou substâncias nucleares – programa MEGAPORTS, o Plano de Proteção do Porto de Lisboa e o Regulamento da Autoridade Portuária de Lisboa, que define as condições ambientais, de segurança portuária e da navegação;

• riscos de negócio: aquando da elaboração do orçamento anual são identificadas previsões de tráfego dos vários concessionários que operam no porto, bem como da evolução de todos os segmentos de negócio da empresa, previsões essas que são monitorizadas e avaliadas periodicamente pelas próprias Direções de Serviço bem como pelo Conselho de Administração.

No âmbito dos projetos ligados a sistemas de informação, está a ser implementado um Plano de Gestão de Segurança da Informação e de Disaster Recovery.

Para além disso, foi criado um Conselho de Clientes, o qual periodicamente avalia o grau de cumprimento das obrigações para com a APL, desenvolvendo, quando necessário, as medidas adequadas à regularização do relacionamento entre as partes;

• riscos regulatórios: a APL encontra-se sujeita à regulação sectorial exercida pelo IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, bem como assegura o cumprimento das exigências normativas a que está obrigada por lei.

Para além destas medidas, o Conselho de Administração da APL criou, em 2010, o serviço de Auditoria Interna, cuja missão é a de auxiliar o CA, de uma forma independente e objetiva, na monitorização, através de uma avaliação sistemática e disciplinada, dos sistemas de controlo interno.

Relativamente à gestão de risco financeiro, este assunto é objeto de um capítulo autónomo do presente Relatório e Contas (capítulo 10).

Prevenção de conflitos de interesses

Os membros dos órgãos sociais da APL têm pleno conhecimento dos deveres de abstenção de participar na discussão e deliberação de determinados assuntos e respeitam as correspondentes normas no exercício das suas funções.

Para além disso, não existem participações patrimoniais daqueles na empresa, nem qualquer relação relevante com fornecedores, clientes, instituições financeiras ou quaisquer outros parceiros de negócio, suscetíveis de gerar conflitos de interesses. As declarações sobre a matéria foram enviadas ao Tribunal Constitucional.

158

12.11. Biografias dos Membros dos Conselhos de Administração e Fiscal

Biografia dos membros do Conselho de Administração

Natércia Marília Magalhães Rêgo Cabral

Data de nascimento: 12 de fevereiro de 1947

Habilitações Académicas:

• Licenciatura em Engenharia Civil (1970);

• Pós-graduação em Estudos Urbanos e Regionais (1978);

• Mestrado em Planeamento Regional e Urbano (1987);

• Especialização em Planeamento Regional e Urbano, Ordenamento e Gestão das Zonas Costeiras e em Planeamento e Gestão Portuária.

Atividade Profissional:

• Serviço de Portos, Caminhos-de-ferro e Transportes de Angola (1969-1976), na Direção de Estudos e Obras Portuárias;

• Fundo de Fomento de Habitação (1976-1977);

• Gabinete da Área de Sines (1977-1988), na Direção de Estudos e Obras Portuárias;

• Gabinete de Estudos e Planeamento da Administração do Território (1988), no Planeamento Costeiro;

• Direcção-Geral de Portos (1988-1993), como Diretora de Serviços de Estudos e Planeamento;

• Expo’ 98 (1993-1996), como Diretora de Projeto, onde foi responsável pelos estudos e projetos da Frente Ribeirinha;

• Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes, como Conselheira a partir de 5 de julho de 1994;

• APL – Administração do Porto de Lisboa, SA (1996-2002), como Presidente do Conselho de Administração;

• Conselho Superior de Obras Públicas e Transportes (2003-2007), como Presidente;

• Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (2007-2009), como Presidente do Conselho Diretivo;

• APL – Administração do Porto de Lisboa, SA, desde 24 de junho de 2009, como Presidente do Conselho de Administração.

Recebeu a Ordem do Mérito, Grande-Oficial, Chancelaria das ordens Honoríficas Portuguesas (17/01/2006), Medalha de Mérito Municipal, grau de Ouro, da Câmara Municipal de Oeiras (07/06/2002) e Louvor do Presidente do Gabinete da Área de Sines (1987).

Luís Carlos Antunes Barroso

159

Data de nascimento: 11 de maio de 1967

Habilitações Académicas:

• Licenciatura em Gestão (1992);

• Mestrado em Gestão, com a dissertação “Análise multicritério: uma aplicação à avaliação do risco de crédito bancário de médio-longo prazo a empresas” (1999).

Atividade Profissional:

• Universidade Lusíada (1992-2001), como assistente com regência, responsável pela Cadeira de Cálculo Financeiro desde 1995;

• Banco Nacional Ultramarino, S.A. (1992-2000), no Departamento Banca de Empresas (reestruturação de passivos de empresas, operações públicas de venda (EDP, Banco Português do Atlântico, Brisa, Cimpor, Sonaecom), avaliação económico financeira de empresas (TAP, GALP, COSEC), avaliação do potencial de negócio e elaboração de proposta ao Conselho de Administração para abertura de escritórios de representação do Banco na Índia (Panjim e Mumbai)) e no Gabinete de Planeamento e Orçamento (elaboração e acompanhamento do orçamento do Banco, participação da equipa de projeto com objetivo de implementar a Contabilidade Analítica no Banco);

• Caixa – Banco de Investimentos, S.A. (2000-2007), desde 2005 como Diretor Adjunto na Direção Corporate Finance Dívida (Coordenação e montagem de produtos financeiros estruturados – operação de titularização de dívidas fiscais do Estado, operação de titularização de créditos comerciais da CGD, leasing operacional do Metropolitano de Lisboa e do Metro do Porto, venda de carteiras de crédito mal parado, Criação do CREDIP) e desde 2001 como Subdiretor na Direção Serviços Financeiros e de Pequenas e Médias Empresas (PPPs (Fertagus, AENOR), reestruturação de passivos de empresas, assessoria na aquisição e venda de empresas).

• Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações, de 1 de março de 2007 a 24 de junho de 2009, como Adjunto da Secretária de Estado dos Transportes assessorando em todas as matérias económico-financeiras relacionadas com o Gabinete (empresas na área marítima-portuária, ferroviária, fluvial, rodoviária, institutos públicos, Orçamento de Estado, Fundos Comunitários, PPP);

• APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A., desde 24 de junho de 2009, como Vogal do Conselho de Administração.

Andreia Daniela Pereira Fernandes Ventura de Brito Bogas

Data de nascimento: 11 de outubro de 1975

Habilitações Académicas:

• Licenciatura em Direito;

• Pós-graduação em Ciências Jurídico-Administrativas;

• Pós-graduação em Direito do Arrendamento Urbano.

160

Atividade Profissional:

• Sociedade de Advogados Ferreira Pinto & Associados, R.L. (2000-2002), como advogada no Departamento de Direito Comercial e Societário (auditoria, operações societárias e apoio jurídico às empresas);

• Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça, como assessora jurídica da presidente do Conselho Diretivo (2001-2002) e como coordenadora do Gabinete de Administração Patrimonial (2002-2006);

• Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (2006-2007), como Adjunta da Secretária de Estado dos Transportes;

• Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos, I.P. (2007-2009), como Vogal do Conselho Diretivo;

• APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A., desde 24 de junho de 2009, como Vogal do Conselho de Administração.

São ainda de referir as seguintes atividades:

• Representante nacional (Suplente) do Conselho de Administração da Agência Europeia de Segurança Marítima, desde junho de 2007;

• Ponto Focal em representação do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações/Secretaria de Estado dos Transportes na Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar;

• Representante do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações/Secretaria de Estado dos Transportes/Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos na Organização Marítima Internacional, desde janeiro de 2007;

• Representante do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações/Secretaria de Estado dos Transportes/Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos nas reuniões de Administração Marítima na Comissão Europeia, desde janeiro de 2007.

Recebeu Louvor da Secretária de Estado dos Transportes (2007).

Biografia dos membros do Conselho Fiscal

Camilo Lampo Martins de Oliveira

Habilitações Académicas:

• Licenciado em Direito;

• MBA pela Universidade Cat. de Lovaina.

Atividade Profissional:

• Alf. Mil. Comando Chefe em Bissau, Guiné (1967-69);

• Assessor do Secretário de Estado da Indústria para as Relações Internacionais (1970-73);

• Vogal na Comissão Interministerial de Cooperação Económica Externa (1970-73);

161

• Delegado Permanente de Portugal ao Comité da Indústria da OCDE (1070-73);

• Diretor do Office Commercial du Portugal em Bruxelas (1973-82);

• Professor convidado da Universidade Cat. Lovaina (marketing internacional) (1973-82);

• Perito da CNUCED e PNUD para países da África francófona (1973-82);

• Portuguese Trade Comissioner nos EUA (1982-87);

• Presidente do ICEP (1986);

• Head of Delegation da Portuguese Trade Commission para a Ásia do Pacífico (1987-2001);

• Comissário Geral de Portugal para a Exposição Universal de Aichi (Japão) (2004-05).

É Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e Comendador das Ordens do

Mérito e de Leopoldo da Bélgica.

Amâncio José Meireles Leão Torres

Data de Nascimento: 28 de novembro de 1963

Habilitações Académicas

• PDG de 2005 do IESE, Universidade de Navarra;

• Licenciatura em Engenharia de Sistemas e Informática pela Universidade do Minho, 1998;

• Diversos Cursos especializados na área de Direção de Organizações, Gestão de Recursos Humanos e Gestão Estratégica.

Atividade Profissional:

• Colaborador da empresa COLEP, SA (1986-1995), tendo exercido funções como Técnico de Organização e Informática e como Diretor de Organização;

• Sócio fundador da empresa Agilus – Organização e Sistemas de Informação, Lda., tendo assumido funções de sócio-gerente (1995-1998);

• Sócio fundador da empresa Quality Way Ibérica – Consultores Associados, Lda., tendo assumido funções de sócio-gerente (1997-1998);

• Sócio fundador da empresa A2 – Sistemas de Informação e Gestão, Lda., tendo assumido funções de sócio-gerente (1997-1998);

• Sócio fundador da Sponsor Management Consulting Portugal e Managing Partner da empresa (1999-2006);

• Top Manager, do grupo Sponsor Management Consulting (2000-2006);

• Diretor-geral da Palladium Southmed Portugal e membro do International Management Team do Palladium Group, após integração da Sponsor Management Consulting no Palladium Group (2006-2008);

162

• Top Management Team, Região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) do PALLADIUM GROUP, Inc (desde 2009).

Outras Atividades

• Chefe de Gabinete do Secretário de Estado do Orçamento do XIII Governo Constitucional (1998-1999);

• Coordenador da Task Force Ano 2000 do Ministério das Finanças;

• Vogal do Conselho de Fiscalização do INGA – Instituto Nacional de Garantia Agrícola (1999-2001);

• Vogal do Conselho de Fiscalização da APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A. (desde 2008);

• Membro do Comité de Estratégia do Grupo CTT (desde 2008).

Maria Luísa da Silva Rilho

Data de Nascimento: 21 de maio de 1953

Habilitações Académicas:

• Licenciatura em Direito, pela Faculdade de Direito de Lisboa (1975).

Atividade Profissional:

• Docente do ensino secundário particular e cooperativo (1974-1977);

• Consultora Jurídica do Comissariado para os Desalojados (1977-1979);

• Coordenadora do Gabinete Jurídico e de Contencioso da Direção do Crédito CIFRE – Ministério das Finanças (1979-1985);

• Técnica Superior Principal da Direcção-Geral do Tesouro (DGT) afeta à área de Recuperação de Créditos (1985-1988);

• Chefe de Divisão da Dívida Interna Direta e Garantida (DGT) (1988-1991);

• Chefe de Divisão de Gestão de Pessoal (DGT), em acumulação de funções (1990-1991);

• Chefe de Divisão das Participações do Estado (DGT) (1991-2000);

• Assessora Principal da atual Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), afeta sucessivamente ao Núcleo de Bonificações e Incentivos, Gabinete de Prospetiva e Coordenação, Direção de Serviços de Gestão de Recursos e Direção de Serviços de Gestão Financeira e Orçamental (desde 2000).

Outros Cargos

• Representante Comum dos Participantes da 1ª e da 2ª Emissão de Títulos de Participação da RNIP, SA (1989-1995);

• Secretária da Mesa da Assembleia-Geral da PARTEST – Participações do Estado (SGPS), SA (1992-2000);

• Vogal do Conselho Fiscal da Lisnave -Estaleiros Navais, SA (1997-2004);

• Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Instituto Português de Oncologia de Coimbra, SA (2003-2005);

163

• Secretária da Mesa da Assembleia-Geral da PARPÚBLICA – Participações Públicas (SGPS), SA (desde 2000);

• Vogal do Conselho Fiscal da APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A. (desde 2008);

• Vogal da Comissão Diretiva do Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde (desde 2008).

164

12.12. Divulgação de informação relevante

No cumprimento dos Princípios de Bom Governo das Empresas do Sector Empresarial do Estado, foi assegurada a divulgação pública, no site do Sector Empresarial do Estado (SEE) bem como no site da própria APL de um conjunto de informação relevante da empresa, conforme tabela abaixo:

S N N.A.

Estatutos atualizados (PDF) x

Historial, Visão, Missão e Estratégia x

Ficha síntese da empresa x

Identificação da Empresa:Missão, objetivos, politicas, obrig. serv. público e modelo de financiamento x

Modelo Governo / Ident. Órgãos Sociais:Modelo de Governo (identificação dos órgãos sociais) x

Estatuto remuneratório fixado x

Remunerações auferidas e demais regalias x

Regulamentos e Transações:Regulamentos Internos e Externos x

Transações Relevantes c/ entidade(s) relacionada(s) x

Outras transações x

Análise de sustentabilidade Económica, Social e Ambiental x

Avaliação do cumprimento dos PBG x

Código de Ética x

Informação Financeira histórica e atual x

Esforço Financeiro do Estado x

S N N.A.

Existência de Site x

Historial, Visão, Missão e Estratégia x

Organigrama x

Órgãos Sociais e Modelo de Governo:Identifica dos órgãos sociais x

Identificação das áreas de responsabilidade do CA x

Identificação de comissões existentes na sociedade x

Identificar sistemas de controlo de riscos x encontra-se esta informação no R&C, documento disponibilizado online

Remuneração dos órgãos sociais x

Regulamentos Internos e Externos x

Transações fora das condições de mercado x encontra-se esta informação no R&C, documento disponibilizado online

Transações relevantes com entidades relacionadas x encontra-se esta informação no R&C, documento disponibilizado online

Análise de sustentabilidade Económica, Social e Ambiental x encontra-se esta informação no R&C, documento disponibilizado online

Código de Ética x

Relatório e Contas x

Provedor do cliente x

Legenda:

S - Sim

N - Não

N.A. - Não Aplicável

Informação a constar no Site do SEE

DivulgaçãoInformação a constar no Site da Empresa

Comentários

Comentários

Divulgação

165

13. ANEXOS

13.1. Contas e notas explicativas

BALANÇO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 (UNIDADE: EUROS)

Ativo CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Ativo não corrente Capital próprio

Ativos fixos tangíveis 4 293.872.299 288.885.739 Capital realizado 13 60.000.000 60.000.000

Propriedades de investimento 5 67.603.662 69.460.187 Reservas legais 1.785.101 1.736.169

Ativos intangíveis 6 2.172.497 2.084.301 Outras reservas 70.969.243 70.969.243

Outras Contas a receber 9 1.004.912 0 Outras variações no capital próprio 44.023.716 44.844.926

364.653.370 360.430.227 Resultados transitados 9.678.944 2.892.697

Ativo corrente 186.457.004 180.443.035

Inventários Resultado líquido do período 741.385 6.444.151 Clientes 7 10.034.104 9.186.324 Total do capital próprio 187.198.389 186.887.186

Estado e outros entes públicos 8 938.414 4.292.046 Passivo Outras contas a receber 9 3.012.434 2.717.598 Passivo não corrente

Diferimentos 10 440.079 373.613 Provisões 14 1.062.364 1.753.161

Ativos não correntes detidos para venda 11 5.804.261 14.392.460 Financiamentos obtidos 15 97.003.045 101.024.105

Caixa e depósitos bancários 12 7.763.283 628.849 Responsabilidades por benefícios pós-emprego 16 22.443.789 23.713.004

27.992.575 31.590.890 Passivos por impostos diferidos 17 15.693.034 16.168.579

Passivos financeiros detidos para negociação 20 3.180.148 3.325.667

139.382.380 145.984.516

Passivo corrente

Fornecedores 19 1.803.319 4.179.256

Adiantamentos de clientes 7 214.764 191.908

Estado e outros entes públicos 8 1.458.247 942.292

Financiamentos obtidos 15 47.787.525 35.915.910

Outras contas a pagar 18 10.967.386 14.378.137

Diferimentos 10 3.833.935 3.541.913

66.065.175 59.149.416

Total do passivo 205.447.555 205.133.932

Total do activo 392.645.945 392.021.117 Total do capital próprio e do passivo 392.645.945 392.021.117

BALANÇO Nota 2010 2009BALANÇO Nota 2010 2009

Diretora de Economia e Finanças Conselho de Administração

Ana Paula Rodrigues Natércia Cabral Luís Barroso Andreia Ventura

Presidente Vogal Vogal

166

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS (UNIDADE: EUROS)

Vendas e Serviços prestados 21 36.849.738 38.019.451

Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas

Fornecimentos e serviços externos 22 -14.562.408 -15.162.899

Gastos com o pessoal 23 -17.555.858 -6.196.200

Custos com pessoal -17.555.858 -19.009.629

Ajustamentos das Provisões (reconfiguração do regulamento do OSC-Plano Médico) - 12.813.429

Ajustamentos de inventários (perdas / reversões)

Imparidade de dívidas a receber (perdas / reversões) 24 -177.829 718.932

Provisões (aumentos / reduções) 278.465 21.083

Aumentos / reduções de justo valor 145.519

Outros rendimentos e ganhos 25 18.035.475 18.397.742

Outros gastos e perdas 26 -4.199.703 -12.640.820

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos 18.813.398 23.157.290

Gastos / reversões de depreciação e de amortização -14.087.685 -13.333.023Imparidade de ativos depreciáveis / amortizáveis (perdas / reversões)

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) 4.725.713 9.824.267

Juros e rendimentos similares obtidos 27 275.400 151.990

Juros e gastos similares suportados 28 -4.327.639 -3.496.196

Resultado antes de impostos 673.473 6.480.061

Imposto sobre o rendimento 29 67.912 -35.910

Resultado líquido do período 741.385 6.444.151

2010 2009NotaDESCRIÇÃO

Diretora de Economia e Finanças

Ana Paula Rodrigues

Conselho de Administração

Natércia Cabral Luís Barroso Andreia Ventura

167

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA (UNIDADE: EUROS)

DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

(NOTA 3)

Atividades operacionais

Recebimentos de clientes 47.094.574 50.885.505

Pagamentos a fornecedores -16.986.196 -15.786.763

Pagamentos ao pessoal -17.555.858 -19.009.629

Caixa gerada pelas operações 12.552.520 16.089.113

Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento

Outros recebimentos/pagamentos -3.342.675 -12.640.820

Fluxos de caixa das atividades operacionais (1) 9.209.845 3.448.293

Atividades de investimento

Pagamentos respeitantes a:

Ativos Fixos Tangíveis/ Intangíveis -26.100.824 -20.829.024

Recebimentos provenientes de:

Activos Fixos Tangíveis/ Intangíveis 5.350.917

CML (a) 14.000.000

Subsídios ao investimento 875.000 840.079

Juros e rendimentos similares 275.400 151.990

Incorporação de resultados

Fluxos de caixa das atividades de investimento (2) -5.599.507 -19.836.955

Fluxos de caixa das atividade de financiamento

Recebimentos provenientes de:

Financiamentos obtidos 13.570.088 24.950.340

Pagamentos respeitantes a:

Financiamentos obtidos -5.719.533 -4.744.533

Juros e gastos similares -4.326.459 -3.496.196

Dividendos a distribuir

Outras operações de financiamento

Fluxos de caixa das atividades de financiamento (3) 3.524.096 16.709.611

Variação de caixa e seus equivalentes (1) + (2) + (3) 7.134.433 320.949

Efeito das diferenças de câmbio

Caixa e seus equivalentes no início do período 628.849 307.900

Caixa e seus equivalentes no fim do período 7.763.282 628.849

Notas:(a) Desafetação de Áreas Ribeirinhas DL nº 100/2008 de junho e DL nº 75/2009 de 31 de março

2010 2009

168

DEMONSTRAÇÃO DAS ALTERAÇOES NO CAPITAL PRÓPRIO (UNIDADES: EUROS)

DOS PERÍODOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 E 2010

Saldo em 1 de janeiro de 2009 60.000.000 1.659.337 70.969.243 710.728 768.320 134.107.628

0

Alterações no período 0

Primeira adoção de novo referencial contabilistico 1.490.481 44.844.926 46.335.407

Aplicação do resultado líquido do exercício findo em 31 dezembro de 2008 76.832 691.488 -768.320 0

Outras alterações reconhecidas no capital próprio 0

Resultado líquido do exercício findo em 31 dezembro de 2009 6.444.151 6.444.151

Saldo em 31 de dezembro de 2009 60.000.000 1.736.169 70.969.243 2.892.697 44.844.926 6.444.151 186.887.186

0

Alterações no período 0

Ajustamentos por impostos diferidos -1.318.965 -1.318.965

Outras alterações reconhecidas no capital próprio 391.025 497.755 888.780

Diferença entre resultados POC e SNC 5.954.826

Aplicação do resultado líquido do exercício findo em 31 dezembro de 2009 48.933 440.393 -6.444.151 -5.954.826

Resultado líquido do exercício findo em 31 dezembro de 2010 741.385 741.385

Saldo em 31 de dezembro de 2010 60.000.000 1.785.101 70.969.243 9.678.941 44.023.716 741.385 187.198.386

Resultado líquido do período

Total do capital próprio

Resultados transitados

Outros variações no capital próprio

Capital realizado

Reserva legal

Outras reservas

169

NOTAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010

IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE E ENQUADRAMENTO

Denominação social: APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A.

Natureza jurídica: Sociedade Anónima de Capitais Exclusivamente Públicos

Sede: Rua da Junqueira, n.º 94 – 349-026 Lisboa

N.º pessoa coletiva: Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa – 1ª Secção – sob o número 501202021 (anterior matrícula n.º 7913/1998-11-26).

A APL – Administração do Porto de Lisboa, S.A. foi inicialmente constituída sob a forma de instituto público dotado de personalidade jurídica de direito público e de autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Pelo Decreto-Lei nº336/98, de 3 de Novembro, foi transformada em Sociedade Anónima de capitais exclusivamente públicos. A partir dessa data a APL passou a reger-se pelo referido diploma e pelos seus Estatutos e, em tudo o que neles não estiver previsto, pelas normas aplicáveis às sociedades anónimas e pelas normas especiais cuja aplicação decorra do objeto da Empresa.

A APL, S.A. sucedeu assim automática e globalmente à Administração do Porto de Lisboa, e continuou a personalidade jurídica desta, conservando a universalidade dos bens, direitos e obrigações integrantes da sua esfera jurídica no momento da transformação.

Mantiveram-se integrados no domínio público do Estado afeto à APL, S.A. os terrenos, terraplenos e molhes de proteção situados dentro da área de jurisdição da Administração do Porto de Lisboa ou com ela confinantes, delimitada pelos contornos e linhas definidos pelos pontos constantes da planta anexa ao referido diploma e ainda os bens afetos à atividade de pesca, serviços de primeira venda e atividades conexas.

Neste contexto, os bens de domínio público encontram-se afetos à atividade da Empresa, que os pode administrar livremente, nesse âmbito, mas não pode dispor dos mesmos no que diz respeito ao comércio jurídico privado.

Foram desafetados do domínio público do Estado, e integrados no património da APL, S.A., todos os equipamentos e edifícios, ainda que implantados sobre terrenos dominiais, afetos à Administração do Porto de Lisboa. A Empresa sucedeu ainda na titularidade de todos os bens, direitos e obrigações do Departamento de Pilotagem de Lisboa do Instituto Nacional de Pilotagem dos Portos (INPP). Passaram também a constituir património da APL, SA, os imóveis do INPP afetos ao Departamento de Pilotagem de Lisboa.

A Administração do Porto de Lisboa, S.A., assegura o exercício das competências necessárias ao regular funcionamento do porto de Lisboa nos seus múltiplos aspetos de ordem económica, financeira e patrimonial, de gestão de efetivos e de exploração portuária e ainda a atividades que lhe sejam complementares, subsidiárias ou acessórias.

Assim, são competências da Empresa:

a) a atribuição de usos privativos e definição de respetivo interesse público para efeitos de concessão, relativamente aos bens de domínio público que

170

lhe está afeto, bem como à prática de todos os atos respeitantes à execução modificação e extinção da licença ou concessão;

b) o licenciamento de atividades portuárias de exercício condicionado e concessão de serviços públicos portuários, podendo praticar todos os atos necessários à atribuição, execução, modificação e extinção da licença ou concessão, nos termos da legislação aplicável;

c) a expropriação por utilidade pública, ocupação de terrenos, implantação de traçados e exercício de servidões administrativas necessárias à expansão ou desenvolvimento portuários, no termos legais;

d) a fixação das taxas a cobrar pela utilização dos portos, dos serviços neles prestados e pela ocupação de espaços dominiais ou destinados a atividades comerciais ou industriais;

e) a proteção das suas instalações e do seu pessoal;

f) o uso público dos serviços inerentes à atividade portuária e sua fiscalização.

g) a assunção da responsabilidade em matéria de segurança marítima e portuária na sua área de jurisdição, definindo as condições de segurança de funcionamento do porto, em todas as suas vertentes, tendo em atenção a necessidade de garantir, de forma adequada, a sua exploração comercial.

Na sua área de jurisdição, só a APL, S.A., pode conceder licenças para execução de obras diretamente relacionadas com a sua atividade e cobrar taxas inerentes às mesmas.

As atribuições referentes à gestão da água na área de jurisdição da APL, S.A., incluindo a supervisão da sua qualidade, competem ao Instituto da Água e à respetiva Direção Regional do Ambiente.

A APL, S.A. terá de obter parecer prévio das entidades responsáveis pela proteção do ambiente, no que respeita a utilização de edifícios ou de instalações a licenciar, de que possa resultar poluição de qualquer natureza.

No âmbito das orientações da política comum de transportes e da política nacional para o sector marítimo-portuário, a Empresa tem vindo a alterar o modelo de gestão de autoridade portuária, através do acionamento dos processos de concessão ao sector privado das operações e infraestruturas portuárias, com o consequente afastamento da área operacional (cada vez mais "Landlord Port" e menos "Tool Port") e acentuando as funções de controlo e fiscalização e de Autoridade Portuária. Os prazos das concessões são de 15, 20 e 30 anos.

A Empresa foi inicialmente constituída com um capital social de €14.963.937, tendo subsequentemente sido aumentado para €60.000.000 (ver Nota 10). Este reforço foi determinado em função da estrutura dos capitais próprios, das responsabilidades e das reservas subjacentes ao valor de avaliação dos bens integrados nas contas aquando da sua constituição.

171

NOTA 1 – REFERENCIAL CONTABILÍSTICO DE PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As demonstrações financeiras do exercício de 2010 foram preparadas de acordo com o referencial contabilístico SNC – Sistema de Normalização Contabilística, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho.

As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com o estipulado na NCRF 1- Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Financeiras e são apresentadas em euros, dado que esta é a divisa utilizada no ambiente económico em que a empresa opera.

Com a transição de POC para SNC houve que proceder a ajustamentos e reclassificações, com o intuito de adaptar as contas de acordo com o novo referencial contabilístico.

As principais diferenças de políticas contabilísticas são as seguintes:

• o POC permitia a capitalização de algumas despesas que, de acordo com as NCRF, devem ser imediatamente reconhecidas como gastos do exercício. À data da transição as despesas desta natureza, líquidas de amortizações acumuladas, que não satisfaçam os critérios de reconhecimento da NCRF 6 – Ativos intangíveis, foram anulados por contrapartida de resultados transitados;

• foram efetuadas reclassificações de ativos fixos tangíveis para propriedades de investimento (novo conceito NCRF) e para ativos não correntes detidos para venda;

• reclassificações de ativos tangíveis para intangíveis ou de intangíveis para tangíveis, consoante o nível de identificabilidade dos itens em causa;

• os subsídios ao investimento que se encontravam registados como proveitos diferidos foram reclassificados para uma rubrica de capital próprio – “Outras Variações de Capital Próprio”;

• foram anuladas existências e custos diferidos que não cumprem o conceito de ativo definido na estrutura conceptual das NCRF;

• o SNC não contempla resultados extraordinários.

Os ajustamentos de transição, com efeitos a 1 de janeiro de 2009, foram efetuados de acordo com a NCRF 3 – Adoção pela primeira vez das normas contabilísticas e de relato financeiro e foram registados em resultados transitados, conforme estabelecido nessa norma.

Com a transição para o SNC, a empresa utilizou a isenção prevista na referida norma, tendo valorizado os bens do Ativo Fixo, Propriedades de Investimento e Ativos não Correntes Detidos para Venda de acordo com o valor contabilístico do POC nessa data.

Foi elaborado um balanço de abertura em 1 de janeiro de 2009 de forma que fosse possível apresentar, para efeitos comparativos, as demonstrações financeiras do ano de 2009 de acordo com as NCRF.

172

O quadro que se segue apresenta a reconciliação dos resultados e dos capitais próprios relativos ao ano 2009 de acordo com as NCRF.

Os ajustamentos e reclassificações reexpressos de acordo com o SNC no balanço e na demonstração de resultados do período findo a 31/12/2009 são os seguintes:

Quadro 1 – Reconciliação de Resultados e dos Capitais próprios (Unidade: €)

RESULTADOS DO ANO 2009 – POC 489.326

Anulação e amortizações dos ativos intangíveis de anos anteriores 229.390

Desreconhecimento em resultados extraordinários 867.116

Desreconhecimento das depreciações dos ativos tangíveis a alienar 382.735

Desreconhecimento dos custos das vendas 211.651

Desreconhecimento de uma provisão para perdas estimadas a incorrer 2.724.046

Anulação de amortizações de desvios atuariais – Pensões 1.579.887

Desreconhecimento dos custos diferidos -40.000

RESULTADOS DO ANO 2009 – SNC 6.444.151

CAPITAL PRÓPRIO EM 1 DE JANEIRO – POC 134.107.628

Desreconhecimento:

- Ativos intangíveis -996.280

- Ativos tangíveis -2.746.572

- Existências (inventários) -211.651

- Clientes e outros devedores -2.540.125

- Provisões -309.259

- Acréscimo de proveitos -339.292

- Custos diferidos

Reconhecimentos:

- Instrumentos financeiros derivados -2.724.046

Reclassificações:

- Subsídios ao investimento (líquidos do efeito fiscal) 63.409.150

CAPITAL PRÓPRIO EM 1 DE JANEIRO – SNC 187.649.553

173

CAPITAL PRÓPRIO EM 31 DE DEZEMBRO – POC 129.555.755

Desreconhecimento:

- Ativos intangíveis -17.857

- Ativos tangíveis -416.596

- Desreconhecimento das depreciações dos ativos tangíveis a alienar 382.735

- Existências (inventários) 49.333

- Acréscimo de proveitos -339.292

- Custos diferidos -33.333

Reconhecimentos:

- Instrumentos financeiros derivados

- Benefícios de empregados 12.861.513

- Passivos por impostos diferidos -16.168.579

Reclassificações:

- Subsídios ao investimento (líquidos do efeito fiscal) 61.013.505

CAPITAL PRÓPRIO EM 31 DE DEZEMBRO – SNC 186.887.184

174

Quadro 2 – Demonstração de Resultados (Unidade: €)

DESCRIÇÃO Nota 2009 POC

Ajustamentos Reclassificações 2009 SNC

Vendas e Serviços Prestados 38.019.451 38.019.451

CMVMC 1 -223.769 223.769

FSE 2 -14.981.281 -40.000 -141.618 -15.162.899

Gastos com Pessoal 3 -7.776.087 1.579.887 -6.196.200

Ajustamentos de inventários (perdas/reversões)

- Imparidade de dívidas a receber (perdas) 4 -943.654 -14.899 -958.553

- Imparidade de dívidas a receber (reversões) 1.677.485 1.677.485

Provisões (aumentos) 5 -3.447.651 2.724.046 -723.605

Provisões (reversões) 6 744.688 744.688

Proveitos Suplementares 7 12.857.815 -12.857.815

Outros proveitos e ganhos operacionais 8 8.240 18.389.503 18.397.743

Impostos 9 -2.233.780 2.233.780

Outros gastos e perdas operacionais 10 -4.154.958 -8.485.862 -12.640.820

Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos

18.801.811 4.487.702 -132.223 23.157.290

Gastos/reversões de depreciação e de amortização

11 -13.003.955 439.345 -768.413 -13.333.023

Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos)

5.797.856 4.927.047 -900.636 9.824.267

Rendimentos e ganhos extraordinários 12 5.405.740 -5.405.740 0

Gastos e perdas extraordinários 13 -7.151.592 1.027.779 6.123.813 0

Resultado operacional ajustado 4.052.004 5.954.826 -182.563 9.824.267

Rendimentos financeiros 14 1.022.626 -870.636 151.990

Gastos financeiros 15 -4.549.394 1.053.198 -3.496.196

Imposto sobre o rendimento -35.910 -35.910

Resultado Líquido do período 489.326 6.444.151

Notas aos ajustamentos e reclassificações da Demonstração de Resultados (Quadro2):

1. Desreconhecimento do custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas, dado que as existências não cumpriam os critérios de reconhecimento em SNC;

2. Desreconhecimento de custo diferido que não cumpre os critérios de reconhecimento em SNC;

Reclassificação de custos financeiros (POC) para FSE (SNC) dos Gastos com Serviços Bancários;

3. Anulação de amortização de desvios atuariais referentes a pensões, fundo de pensões do ex-INPP e pensões de sobrevivência, vitalícias e de sangue, por corresponderem a responsabilidades vencidas;

4. Reclassificação de Imparidade de dívidas a receber (perdas) (POC) provenientes de Gastos/Reversões de Depreciação e Amortização (SNC) – €14.899

5. Reconhecimento do justo valor do derivado à data da transição;

6. Reclassificação de redução de Proveitos e Ganhos extraordinários – Redução de provisões (POC) para Provisões – Reversões (SNC);

7. Reclassificação de Rendimentos Suplementares (POC) para Outros Rendimentos e Ganhos (SNC) – €12.857.815;

8. Reclassificação para Outros Rendimentos e Ganhos (SNC) proveniente de:

175

- Proveitos Suplementares (POC) - €12.857.815

- Rendimentos e Ganhos extraordinários (POC) - €4.661.052

- Rendimentos financeiros (POC) - €870.636

9. Reclassificação de Impostos (POC) para Outros Gastos e Perdas (SNC);

10. Reclassificação para Outros Gastos e Perdas Operacionais (SNC) proveniente de:

- Impostos (POC) – €2.233.780

- Gastos e Perdas Extraordinários (POC) – €6.123.813

- Gastos Financeiros (POC) – €911.580

- Reclassificação para Gastos/Reversões de Depreciação e Amortização (SNC) proveniente de Provisões (reversões) (POC) – €744.688;

- Reclassificação de Gastos/Reversões de Depreciação e Amortização (SNC) para Imparidade de dívidas a receber (perdas) (POC) – €14.899

11. Desreconhecimento das depreciações dos ativos tangíveis a alienar e registo em Capital Próprio – Resultados Transitados, transição para SNC;

Reclassificação de Gastos Financeiros para Gastos e Reversões de Depreciação e Amortização;

12. Reclassificação Proveitos e Ganhos Extraordinários (POC) para Outros Proveitos e Ganhos Operacionais (SNC);

13. Reclassificação de Custos e Perdas Extraordinários (POC) para Outros Gastos e Perdas Operacionais (SNC), desreconhecimento em Gastos e Perdas Extraordinárias e registo em Capital Próprio – Resultados Transitados, transição para SNC;

14. Reclassificação de Rendimentos financeiros (POC) para Outros Rendimentos e Ganhos (SNC)

15. Reclassificação de Gastos financeiros (POC) para Outros Gastos e Perdas (SNC)

176

Quadro 3 – Balanço a 31/12/2009 (Unidade: €)

BALANÇO Nota 2009 POC

Ajustamentos Reclassificações 2009 SNC

BALANÇO Nota 2009 POC

Ajustamentos Reclassificações 2009 SNC

ATIVO CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO

Imobilizações Incorpóreas Capital Próprio

Despesas de instalação 1 542.054 -542.054 0 Capital realizado 60.000.000 60.000.000

Programas informáticos 695.324 695.324 Reservas legais 1.736.169 1.736.169

Aquisições em curso 1.388.977 1.388.977 Outras reservas 70.969.243 70.969.243

2.626.355 2.084.301 Outras variações no capital próprio 12 44.844.926 44.844.926

Imobilizações Corpóreas Resultados transitados 13 -3.638.981 6.348.185 2.892.697

Terrenos e recursos naturais 2 4.640.236 -1.720.603 2.919.633 129.066.431 180.443.035

Edifícios e outras construções 3 280.603.172 -13.346.103 -11.795.486 255.461.583 Resultado Líquido do Período 489.326 0 0 6.444.151

Equipamento básico 6.098.827 6.098.827 Total do Capital Próprio 129.555.757 0 0 186.887.186

Equipamento de transporte 0

Ferramentas e utensílios 7.850 7.850 PASSIVO

Equipamento administrativo 1.034.903 1.034.903 Provisões

Outras imobilizações corpóreas 655.681 655.681 Responsabilidades Benef. Empregados 14 36.574.517 -12.861.513 23.713.004

Imobilizações em curso 4 23.123.858 -416.596 22.707.262 Outras provisões 15 5.078.828 -3.325.667 1.753.161

316.164.527 288.885.739 41.653.345 25.466.165

Investimentos Financeiros Dívidas a Terceiros – M/L Prazo

Investimentos em imóveis 5 51.550.286 -51.550.286 0 Empréstimos obtidos 101.024.105 101.024.105

51.550.286 0 Instrumentos financeiros derivados 16 3.325.667 3.325.667

Propriedades de Investimento 101.024.105 104.349.772

Investimentos em imóveis 6 69.460.187 69.460.187 Dívidas a terceiros – Curto prazo

69.460.187 Fornecedores, c/c 4.160.402 4.160.402

Existências Fornecedores, depósito caução 2.743 2.743

Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 49.333 -49.333 0 Fornecedores, fatura receção e conf. 16.111 16.111

49.333 0 Clientes, depósito caução 177.810 177.810

Dívidas de Terceiros – Curto Prazo Adiantamentos a clientes 14.098 14.098

Clientes, conta corrente 7.732.991 7.732.991 Empréstimos obtidos 35.915.910 35.915.910

Clientes, cheque sem provisão 25.451 25.451 Fornecedores de imobilizado c/c 6.002.798 6.002.798

Clientes, juros de mora 36.186 36.186 Estado e outros entes públicos 942.292 942.292

Clientes, cobrança duvidosa 1.391.696 1.391.696 Remunerações a pagar ao pessoal 0

Estado e outros entes públicos 4.292.046 4.292.046 Outros credores 17 4.957.156 3.418.181 8.375.337

Outros devedores 8 1.881.486 836.112 2.717.598 52.189.320 55.607.501

15.359.856 16.195.968 Acréscimos e Diferimentos

Depósitos Bancários e Caixa Acréscimos de custos 18 3.418.181 -3.418.181 0

Aplicações de tesouraria Proveitos diferidos 19 64.521.327 -60.979.413 0 3.541.914

Depósitos bancários 107.289 107.289 Passivo por impostos diferidos 20 16.168.579 16.168.579

Caixa 521.560 521.560 67.939.508 19.710.493

628.849 628.849 Total do Passivo 262.806.278 205.133.931

Acréscimos e Diferimentos

Acréscimo de proveitos 9 1.175.404 -339.292 -836.112 0

Custos diferidos 10 4.807.425 -40.000 -4.393.812 373.613

Ativos não correntes detidos para venda 11 14.392.460 14.392.460

Ativos por impostos diferidos

5.982.829 14.766.073

TOTAL DO ATIVO 392.362.035 -340.918 0 392.021.117 TOTAL CAPITAL PRÓPRIO+PASSIVO 392.362.035 -6.479.236 0 392.021.117

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Notas aos ajustamentos e reclassificações do Balanço (Quadro 3):

1. Desreconhecimento das Despesas de Instalação que não cumprem os critérios de reconhecimento em SNC;

2. Reclassificação de Terrenos e Recursos Naturais para Propriedades de Investimento;

3. Reclassificação de Edifícios e Outras Construções em:

- Propriedades de Investimento – €16.189.298 (valor líquido do imobilizado);

- Ativos não Correntes detidos para venda – €14.392.460;

Reclassificação de Custos Diferidos em Edifícios e Outras Construções – €4.393.812;

4. Desreconhecimento de Ativo Fixo Intangível – €416.596 - que não cumprem os critérios de reconhecimento em SNC.

5. Reclassificação de Investimentos Financeiros - Investimentos em Imóveis para Propriedades de Investimento

6. Reclassificação para Propriedades de Investimento proveniente de:

- Terrenos e Recursos Naturais – €1.720.603;

- Edifícios e Outras Construções - €16.189.298 (valor líquido do imobilizado);

- Investimentos Financeiros - Investimentos em Imóveis – €51.550.286.

7. Desreconhecimento de Existências – Matérias-primas, subsidiárias e de consumo que não cumprem os critérios de reconhecimento em SNC;

8. Reclassificação para Outros Devedores proveniente de Acréscimos de Proveitos.

9. Desreconhecimento de Acréscimo de Proveitos - €339.292 - que não cumprem os critérios de reconhecimento em SNC.

Reclassificação de Acréscimo de proveitos para Outros Devedores - €836.112;

10. Desreconhecimento de Custos diferidos que não cumprem os critérios de reconhecimento em SNC;

Reclassificação de Custos Diferidos para Edifícios e Outras Construções - €4.393.812;

11. Vide ponto 3

12. Reclassificação para Outras Variações no Capital Próprio dos subsídios aos investimento não reembolsáveis classificados em Proveitos Diferidos – €61.013.505;

Ajustamento em Outras Variações no Capital Próprio por conta de Passivo por Impostos Diferidos – €16.168.579;

13. Resultados Transitados - Desreconhecimentos conforme Quadro 1 e reclassificação conforme nota 1.

14. Desreconhecimento dos desvios atuariais diferidos fora do Balanço na data da transição, conforme isenção da NCRF 3 e reconhecimento subsequente dos desvios atuariais em Capital Próprio;

15. Reversão de outras Provisões e Reconhecimento de Instrumentos Financeiros Derivados;

16. Vide ponto 15;

17. Reclassificação Acréscimo de Custos para Outros Credores;

18. Vide ponto 17;

19. Desreconhecimento de Subsídio ao Investimento (Bem desafetado CML) – €34.092;

Ajustamento de Proveitos Diferidos para Outras Variações no Capital Próprio – €61.013.505

20. Reconhecimento de Passivo por Impostos Diferidos

178

NOTA 2 – PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

As demonstrações financeiras foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, a partir dos livros e registos contabilísticos da Empresa, mantidos de acordo com as NCRF em vigor à data da elaboração das referidas demonstrações.

As principais políticas contabilísticas utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes:

Ativos Fixos Tangíveis (Nota 4)

Os Ativos Fixos Tangíveis, integrados à data de constituição da Empresa (ver IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE E ENQUADRAMENTO) foram subsequentemente registados com base em avaliação patrimonial efetuada em 1999 por entidade independente. A avaliação abrangeu parte significativa dos bens integrados e reportou-se à data de 2 de dezembro de 1998, tendo sido utilizado o método do “Valor em Uso Continuado”.

Os bens adquiridos posteriormente à data de constituição da Empresa encontram-se registados ao custo de aquisição, o qual inclui o valor da fatura do fornecedor e respetivas despesas de compra, bem como quaisquer custos diretamente atribuíveis às atividades necessárias para colocar os ativos na localização e condições necessárias para operarem da forma pretendida e, quando aplicável, a estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção dos ativos e de restauração das respetivas instalações que a empresa espera incorrer. A metodologia adotada para cálculo foi o “custo considerado” à data de transição.

Os ativos tangíveis em curso representam os que se encontram em fase de construção, sendo a respetiva depreciação iniciada a partir do momento em que se encontram na condição de uso pretendida pela gestão.

As reparações que se estimam aumentar a vida útil dos bens que lhe estão subjacentes são registadas em ativos fixos tangíveis, sendo as restantes registadas como gastos do período em que são efetuadas.

O ganho ou perda resultante da alienação ou abate de um ativo fixo tangível é determinado pela diferença entre o montante recebido na transação e a quantia escriturada do ativo e é reconhecido como outros rendimentos e ganhos no período em que ocorre a alienação, quando seja apurada mais valia ou como gastos e perdas, quando seja apurada uma menos valia.

Depreciações

As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes a partir da data em que o bem se encontra em condição de uso. As taxas utilizadas são as estimadas para a vida útil económica dos bens, e que refletem o padrão de consumo dos benefícios económicos dos bens.

As principais taxas de depreciação utilizadas são as seguintes:

• Edifícios e outras construções (Infraestruturas Marítimas) … 2% e 1%

• Equipamento básico ……………………………………………………………… 10% e 5%

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• Equipamento de transporte …………………………………………………… 25% e 20%

As reparações que se estimam aumentar a vida útil dos bens que lhe estão subjacentes, são registadas em Ativos Fixos Tangíveis; as restantes são registadas como gastos do período em que são efetuadas.

A APL, S.A. não tem registado nas suas contas de Ativos Fixos Tangíveis os bens de domínio público por não constituírem bens controlados pela empresa.

Bens de Áreas Concessionadas

As alienações de Ativos Fixos Tangíveis - equipamento básico realizadas no ano de 2000 aos concessionários foram as seguintes:

Concessionário Valor (€)

Sotagus, S.A. 11.472.352 (s/IVA)

Terminal Multiusos do Beato (TMB) 1.047.476 (Isento de IVA)

ETE – Empresa de Tráfego de Estiva, S.A. 62.350 (Isento de IVA)

No que se refere às infraestruturas as mesmas se mantém incluídas no património da APL encontram-se relevadas nos Ativos Fixos Tangíveis.

Como contrapartida da cedência dessas infraestruturas, a APL recebe uma renda durante o período da concessão. Essas rendas encontram-se registadas na rubrica de Prestação de Serviços.

Propriedades de Investimento (Nota 5)

As propriedades de investimento compreendem bens detidos pela empresa pelos quais se obtêm rendimentos. As propriedades são reconhecidas inicialmente ao custo de aquisição, sendo mensuradas subsequentemente pelo modelo do custo. Os ativos incluídos nesta rúbrica estão mensurados ao “custo considerado”, apurado à data da transição.

O método de depreciação utilizado para as propriedades de investimento é o das quotas constantes, sendo a vida útil considerada de 50 anos.

Os rendimentos relacionados com propriedades de investimento em utilização são registados na rubrica Outros Rendimentos e Ganhos e reconhecidos no período a que se referem.

Ativos Fixos Intangíveis (Nota 6)

Os Ativos Fixos Intangíveis são constituídos essencialmente por programas de informática e encontram-se registados ao custo de aquisição.

Os ativos intangíveis em curso representam os que se encontram em fase de implementação, sendo a respetiva depreciação iniciada a partir do momento em que se encontram disponíveis para uso.

180

Contas a Receber de Clientes e Outras Contas a Receber (Notas 7 e 9)

As contas a receber de Clientes e Outros Devedores são registadas pelo seu valor nominal, deduzidas das respetivas perdas de imparidade. As perdas de imparidade correspondem à diferença entre a quantia registada e o seu valor recuperável, determinado com base numa avaliação económico-financeira. O valor da perda por imparidade é reconhecido na demonstração de resultados.

Ativos não correntes detidos para venda (Nota 11)

Os ativos são classificados desta forma quando a sua quantia escriturada for recuperada através da venda e não pelo seu uso continuado. Considera-se que esta condição apenas se verifica quando a venda é altamente provável e o ativo está disponível para venda imediata nas suas condições presentes. Essa venda deve estar concluída no prazo de um ano a contar da data da classificação do ativo não corrente como detido para venda.

Estes ativos encontram-se mensurados pelo valor contabilístico à data de transição.

Caixa e equivalentes a caixa (Nota 12)

Os montantes incluídos nesta rúbrica correspondem aos valores em caixa, depósitos a prazo e outras aplicações de tesouraria que possam ser mobilizáveis com risco insignificante de alteração de valor e um prazo inferior a 90 dias.

Provisões (Nota 14)

São reconhecidas provisões apenas quando a empresa tem obrigação presente (legal ou implícita) resultante de um acontecimento passado. É provável que para a liquidação dessa obrigação ocorra uma saída de recursos e o montante da obrigação possa ser razoavelmente estimado.

O montante reconhecido das provisões consiste no valor presente da melhor estimativa na data de relato dos recursos necessários para regularizar a obrigação.

As provisões são revistas na data do relato e ajustadas de modo a refletir a melhor estimativa a essa data.

A empresa possui provisões para Processos Judiciais em Curso destinadas a fazer face a encargos esperados decorrentes dos referidos processos.

A provisão constituída tem como base a informação prestada pelo Gabinete Jurídico e os pedidos de indemnização existentes, devidamente ponderados pelo expectável desfecho da decisão judicial.

Empréstimos Obtidos (Nota 15)

Os financiamentos obtidos são reconhecidos no passivo corrente (curto prazo) e não corrente (médio/longo prazo) pelo valor da obrigação, tendo por base o custo amortizado (método do juro efetivo).

181

Os juros decorrentes destes empréstimos são reconhecidos como juros e gastos similares na Demonstração de Resultados.

O empréstimo bancário de médio/longo prazo negociado com o banco BBVA inclui um contrato de opção sobre taxa de juro subjacente de forma a gerir o risco associado. Este instrumento financeiro encontra-se registado ao Justo Valor, sendo anualmente registados os ganhos/perdas apurados em resultados do período (ver nota 20).

Benefícios pós-emprego (Nota 16)

A Empresa adota como política contabilística para reconhecimento das responsabilidades acima referidas, o critério previsto na NCRF 28 – contabilização dos juros e dos serviços correntes em gastos do período e dos ganhos e perdas atuariais em capitais próprios.

Para a cobertura destas responsabilidades, as quais são avaliadas por estudos atuariais desenvolvidos anualmente por entidade independente, foram constituídas provisões, as quais se encontram registadas na rubrica de Benefícios Pós-Emprego – Pensões e Assistência médica e medicamentosa.

• Pensões

Nos termos do artigo nº 2 do Dec. Lei nº 336/98, de 3 de novembro, a APL ficou obrigada a contribuir, em conjunto com as outras Administrações Portuárias, para a manutenção do fundo de aposentações do ex-INPP - Instituto Nacional de Pilotagem dos Portos, criado pelo DL nº188/89, de 3 de Junho, relativamente aos aposentados que integravam o Departamento de Pilotagem do Porto de Lisboa. A Empresa possui ainda uma responsabilidade relacionada com o pagamento de pensões vitalícias de sobrevivência e de sangue a alguns aposentados, no âmbito do DL nº 42880 de 21 de março de 1960, DL nº 605/73 de 13 de novembro e DL nº 404/82 de 24 de setembro, respetivamente.

• Ação social (assistência médica-medicamentosa e assistência hospitalar)

A Empresa tem instituídos determinados benefícios de ação social pós-emprego para os colaboradores afetos à Caixa Geral de Aposentações e seus familiares.

No ano 2009 o Regulamento das Obras Sociais e Culturais sofreu uma alteração significativa com a integração na ADSE dos beneficiários (ativos, aposentados e outros titulares, admitidos até 1 de janeiro de 1998) que à data de 31 de dezembro de 2009 ainda se encontravam inscritos nas OSC.

A comparticipação da Empresa passou a corresponder a 50% do montante suportado pelo beneficiário relativamente às despesas médicas previamente comparticipadas pela ADSE, até ao limite fixado por esta entidade.

Instrumentos financeiros derivados (Nota 20)

Sempre que disponível, o justo valor dos derivados é estimado com base em cotações de mercado. Na ausência de preços de mercado, o justo valor dos derivados é estimado através do método de fluxos de caixa descontados, de acordo com pressupostos geralmente utilizados no mercado.

182

Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (trade date), pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados diretamente em resultados do período, exceto no que se refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado.

Rédito (Nota 21)

O rédito compreende o justo valor das prestações de serviços, bem como das taxas dominiais, cobradas aos utilizadores de espaços na área de jurisdição da APL.

Esses valores são registados líquidos de impostos e de eventuais descontos.

Impostos sobre o rendimento (Nota 29)

O Imposto sobre o Rendimento (IRC) é apurado tendo em consideração as disposições do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (CIRC). Para apuramento dos Ativos e Passivos por Impostos Diferidos, a Empresa adota o disposto na NCRF 25.

O imposto sobre o rendimento corresponde à soma dos impostos correntes com os impostos diferidos. Estes impostos são registados em resultados salvo quando se relacionam com itens registados diretamente no capital próprio.

O imposto corrente a pagar é baseado no lucro tributável do exercício, o qual difere do resultado contabilístico, uma vez que excluo diversos ganhos e perdas, apenas dedutíveis ou tributáveis noutros períodos.

Os impostos diferidos referem-se às diferenças temporárias entre os montantes dos ativos e passivos para efeitos de relato contabilístico e os respetivos montantes para efeitos de tributação.

São geralmente reconhecidos passivos por impostos diferidos para todas as diferenças temporárias tributáveis. São geralmente reconhecidos ativos por impostos diferidos para todas as diferenças temporárias dedutíveis. Porém, tal reconhecimento unicamente se verifica quando existem expectativas razoáveis de lucros fiscais futuros suficientes para utilizar esses ativos por impostos diferidos.

Os ativos e passivos por impostos diferidos são mensurados utilizando as taxas de tributação que se espera estarem em vigor à data da reversão das correspondentes diferenças temporárias, com base nas taxas de tributação que estejam formal ou substancialmente emitidas na data do relato.

Locações (Nota 31)

Os bens cuja utilização decorre do regime de aluguer de longa duração estão contabilizados pelo método da locação operacional, sendo as rendas pagas reconhecidas como gasto do período a que respeitam.

183

Subsídios do Governo (Nota 33)

Em conformidade com a NCRF 22, os subsídios recebidos a fundo perdido para o financiamento dos Ativos Fixos Tangíveis e Propriedades de Investimento, são contabilizados quando existe confirmação do valor a receber, sendo os mesmos registados em Capitais Próprios e posteriormente reconhecidos como rendimentos ao longo da vida útil estimada dos bens que lhes estão subjacentes, em consonância com as correspondentes amortizações (ver Nota 25).

Estes subsídios são apresentados líquidos do efeito fiscal, o qual é registado no Passivo – Subsídios por impostos diferidos.

Matérias Ambientais (Nota 34)

Por norma, os dispêndios de carácter ambiental são reconhecidos como gastos no período em que são incorridos salvo exceções, em que os estudos ambientais levados a cabo no âmbito de projetos de construção, caso em que são registados como ativos tangíveis em curso. Concluída a obra, e com o início da utilização, são transferidos para ativos tangíveis.

Especialização de exercícios

A Empresa regista os seus ganhos e perdas de acordo com o princípio da especialização dos períodos, pelo qual os ganhos e perdas são reconhecidos à medida que são gerados, independentemente do momento em que são recebidas ou liquidadas, sendo as diferenças registadas na rubrica de Diferimentos.

Principais estimativas e julgamentos apresentados

Durante o período findo em 31/12/2010 não ocorreram alterações de políticas contabilísticas ou estimativas relevantes relativamente às utilizadas na preparação e apresentação das demonstrações financeiras nem foram reconhecidos erros materiais relativos a períodos anteriores.

As estimativas e pressupostos subjacentes à preparação das Demonstrações Financeiras foram determinados com base no melhor conhecimento existente à data de aprovação das demonstrações financeiras dos eventos e transações em curso, assim como na experiência de eventos passados e/ou correntes. Contudo, poderão ocorrer situações em períodos subsequentes que, não sendo previsíveis à data de aprovação das demonstrações financeiras, não foram consideradas nessas estimativas. As alterações às estimativas que ocorram posteriormente à data das demonstrações financeiras serão corrigidas de forma prospetiva.

Os principais juízos de valor e estimativas utilizados na preparação das demonstrações financeiras foram os seguintes:

• Ativos fixos tangíveis/estimativas de vidas úteis

As depreciações são calculadas sobre o custo de aquisição/obra, sendo utilizado o método da linha reta a partir da data em que se encontra na condição do uso pretendido pela gestão.

184

As taxas utilizadas são as estimadas para a vida útil económica dos bens, as quais se enquadram nos limites previstos no Decreto Regulamentar n.º 25/2009, de 14 de setembro.

• Passivos por impostos diferidos

Os impostos diferidos são calculados com base nas diferenças temporárias e nos valores contabilísticos dos passivos e respetiva base de tributação. Para a determinação dos impostos diferidos é utilizada a taxa de imposto que se espera estar em vigor no período em que as diferenças temporais são revertidas.

• Benefícios pós-emprego (assistência médica e medicamentosa)

No ano de 2010 a empresa não procedeu à elaboração do estudo atuarial para a Assistência Médica e Medicamentosa, considerando-se um ano de transição, com a passagem do conjunto total de beneficiários (ativos, aposentados e outros titulares) para a ADSE, não havendo, portanto, um histórico consolidado referente a nova metodologia de comparticipação. A Empresa procedeu à utilização da provisão constituída, pelos custos incorridos no período.

• Provisões

São constituídas provisões sempre que:

� a empresa tenha uma obrigação presente resultante de acontecimentos passados;

� seja provável uma diminuição de recursos (estimada com fiabilidade) para liquidar a obrigação.

• Imparidade de ativos

O valor da perda por imparidade corresponde à totalidade do valor da dívida. O valor da perda por imparidade é reconhecido na demonstração de resultados.

185

NOTA 3 – FLUXOS DE CAIXA

Unidade: €

FLUXOS DE CAIXA 2009 2010

Atividades operacionais 3.448.293 9.209.845

Atividades de investimento -19.836.955 -5.599.507

Atividades de financiamento 16.709.611 3.524.096

Variação de caixa e seus equivalentes 320.949 7.134.433

Caixa e seus equivalentes

No início do período 307.900 628.849

- Caixa 107.604 107.289

- Depósitos à ordem 200.296 521.560

No fim do período 628.849 7.763.282

- Caixa 107.289 347.786

- Depósitos à ordem 521.560 1.415.496

- Aplicações de Tesouraria 0 6.000.000

a. Atividades operacionais

Nos fluxos de caixa das atividades operacionais incluem-se os recebimentos e pagamentos de toda a atividade operacional da empresa.

b. Atividades de investimento

Nos fluxos de caixa das atividades de investimento ocorridas no ano 2010 são de salientar:

� o recebimento no valor de €14.000.000 proveniente da CML – Câmara Municipal de Lisboa relativo às desafetações de áreas ribeirinhas conforme determinado no DL n.º 100/2008, de 16 de junho e do DL 75/2009, de 31 de março;

� o recebimento no valor de €1.687.500 referente a receita ordinária proveniente da alienação do edifício administrativo do Ex-CRCB;

� o recebimento de €3.663.417 referente ao reembolso de IVA incorrido e não deduzido relativo às obras do projeto de Reabilitação e Reforço dos Cais entre St.ª Apolónia e Jardim do Tabaco.

c. Atividades de financiamento

Os fluxos de caixa das atividades de financiamento refletem as necessidades de financiamento que a empresa teve para realização dos investimentos em curso, as amortizações de capital de financiamentos obtidos e os respetivos juros suportados.

186

NOTA 4 – ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS

Unidade: €

ATIVOS TANGÍVEIS Terrenos e recursos naturais

Edifícios e outras

construções

Equipamento básico

Equipamento de transporte

Equipamento administrativo

Outros ativos fixos tangíveis

Ativos fixos tangíveis em curso

Total

Saldo a 1 de janeiro 2009 (POC) 4.834.766 372.516.388 14.449.515 365.268 7.294.049 2.491.523 30.100.171 432.051.680

Ajustamentos de conversão

Saldo a 1 de janeiro 2009 4.834.766 372.516.388 14.449.515 365.268 7.294.049 2.491.523 30.100.171 432.051.680

Aquisições 830.583 5.529 177.196 21.111 18.134.323 19.168.742

Alienações -194.530 -315 -2.097 -42.886 -4.098 -3.938 -247.864

Transferências e Abates 13.284.769 1.451.055 -2.591.613 -13.281 -25.110.636 -12.979.706

Depreciações acumuladas -106.028.251 -9.805.175 -322.382 -3.840.632 -1.831.885 -121.828.325

VALOR LÍQUIDO A 31 DEZEMBRO 2009 4.640.236 280.603.174 6.098.827 0 1.034.902 663.531 23.123.858 316.164.528

Saldo a 1 de janeiro 2010 (Ajustamentos)

Aquisições 0 0 0

Alienações -14.392.460 -14.392.460

Transferências e Abates -1.720.603 -24.545.962 4.393.812 548.230 -21.324.524

Depreciações 8.356.664 8.356.664

VALOR LÍQUIDO A 1 JANEIRO 2010 2.919.633 250.021.416 6.098.827 0 1.034.902 5.057.343 23.672.088 288.804.209

Aquisições 551.396 30.873 314.331 22.572 18.178.843 19.098.014

Alienações -35.987 -66.604 -70.802 -173.392

Transferências e Abates -2.919.633 -3.205.691 105.243 -1.998 13.858 3.573.531 -2.434.690

Depreciações -8.304.280 -1.119.413 -265.565 -1.732.584 -11.421.842

VALOR LÍQUIDO A 31 DEZEMBRO 2010 0 239.062.842 5.115.530 -35.987 1.015.066 3.290.386 45.424.462 293.872.299

187

NOTA 5 – PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO

Unidade: €

VALOR LÍQUIDO A 1 DE JANEIRO DE 2009 0

Transferências e abates 80.965.631

Depreciações -11.505.444

VALOR LÍQUIDO A 31 DE DEZEMBRO DE 2009 69.460.187

Aquisições 235.364

Alienações 0

Transferências e abates -81.304

Depreciações -2.010.585

VALOR LÍQUIDO A 31 DE DEZEMBRO DE 2010 67.603.662

Encontram-se registados como Propriedades de Investimento:

a. o imóvel edifício “Vasco da Gama”, registado com base em avaliação patrimonial efetuada em 1999 por entidade independente, tendo sido utilizado o método do “Valor em Uso Continuado”;

b. edifícios e terreno situado junto à Av. Da Ribeira das Naus, no Cais do Sodré, ocupados pela Agência Europeia de Segurança Marítima (AESM) e pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (OEDT), tendo sido registados pelo valor de construção dos imóveis, acrescido do valor do respetivo mobiliário e equipamento audiovisual;

c. edifícios situados em Pedrouços, para utilização da Fundação Champalimaud, registados com base em avaliação patrimonial efetuada em 1999 por entidade independente, tendo sido utilizado o método do “Valor em Uso Continuado”;

d. todos os outros Edifícios situados na área de jurisdição do Porto de Lisboa, que à data do balanço não estão a ser utilizados na atividade da APL, encontrando-se arrendados ou para arrendamento num futuro próximo, registados com base em avaliação patrimonial efetuada em 1999 por entidade independente, tendo sido utilizado o método do “Valor em Uso Continuado”.

Unidade: €

PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO 2009 2010

Valor das rendas 12.513.610 11.685.928

Método de depreciação Quotas constantes

Vida útil 50 anos

Valor bruto 80.965.631 81.119.692

Depreciações acumuladas 11.505.444 13.516.029

Valor contabilístico 69.460.187 67.603.662

188

Apesar da empresa adotar como critério de registo o do valor contabilístico à data da transição, relativamente ao grupo de bens referidos na alínea d), foi elaborada com recurso a meios internos da APL, uma avaliação destinada a determinar o Valor Razoável de Mercado (valor estimado de transação do imóvel) em uso continuado de cada imóvel, baseada nos seguintes pressupostos:

• não foi considerado o valor do terreno;

• não são propriedades de investimento os imóveis cujo uso está afeto aos serviços da Administração Portuária ou a quaisquer outras entidades ou autoridades, de natureza pública ou privada, que prossigam fins relacionados com a atividade portuária nas suas diversas vertentes de carga, passageiros, náutica de recreio ou outras atividades de apoio;

• não são Propriedades de Investimento os imóveis cuja demolição ou eventual venda, se prevê venha a ocorrer no futuro próximo;

Não obstante constituírem propriedades de investimento, excluíram-se desta avaliação interna os imóveis situados na zona ribeirinha entre Santos e o Cais do Sodré, dado que os mesmos foram, com referência a agosto de 2010, objeto de uma avaliação realizada por uma entidade independente.

Na avaliação interna tomou-se por referência o rendimento efetivo dos imóveis, isto é, a taxa/renda em vigor para cada um, dado que, independentemente de quaisquer análises de mercado, sendo os contratos estabelecidos objeto de concurso ou consulta ao mercado, considera-se que o rendimento efetivo é ajustado ao seu valor de mercado.

Para além disso, no que se refere à taxa de rendimento optou-se por utilizar a taxa média definida pela entidade supra referida, isto é, 8%.

De referir ainda que, no caso de imóveis devolutos, se optou por uma taxa/renda potencial que, por comparação com outros imóveis com idênticas características, quer ao nível da localização, quer ao nível do tipo de utilização e estado de conservação, possam ser considerados similares quanto ao valor de mercado.

Valor das avaliações das Propriedades de Investimento (referidas na alínea d):

• Avaliação Interna de Propriedades de Investimento – €53.042.339

• Avaliação de Propriedades de Investimento da zona ribeirinha entre Santos e o Cais do Sodré realizada por entidade independente – €20.381.621

189

NOTA 6 – ATIVOS INTANGÍVEIS

À data de 31 de dezembro de 2010 os Ativos Intangíveis são constituídos por programas informáticos.

Unidade: €

Despesas de

instalação

Programas informáticos

Ativos fixos intangíveis em curso

Total

Saldo em 1 de janeiro 2009 (POC) 2.324.227 4.673.422 1.353.448 8.351.097

Ajustamentos de conversão -2.324.227 -2.324.227

Saldo em 1 de janeiro 2009 (Ajustado) 0 4.673.422 1.353.448 6.026.870

Aquisições 103.442 145.423 248.865

Alienações

Transferências e abates -373.698 -109.893 -483.591

Depreciações acumuladas -3.707.842 -3.707.842

VALOR LÍQUIDO A 31 DE DEZEMBRO 2009 0 695.324 1.388.978 2.084.302

Aquisições 217.592 4.766.370 4.983.961

Alienações

Transferências e abates 718.397 -4.987.241 -4.268.844

Depreciações -626.922 -626.922

VALOR LÍQUIDO A 31 DE DEZEMBRO 2010 0 1.004.391 1.168.106 2.172.498

NOTA 7 – CLIENTES

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica referente a clientes apresentava a seguinte composição:

Unidade: €

CLIENTES 2009 2010

Clientes c/c 7.732.991 8.956.204

Clientes c/ cheques s/ provisão 25.451 25.451

Clientes Cobrança duvidosa 16.481.665 16.327.204

Clientes c/ juro de mora 36.186 36.481

24.276.292 25.345.340

Perdas por imparidade (ver nota 24) -15.089.969 -15.311.236

TOTAL 9.186.324 10.034.104

190

NOTA 8 – ESTADO E OUTROS ENTES PÚBLICOS

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica referente a Estado e Outros Entes Públicos apresentava a seguinte composição:

Unidade: €

ESTADO E OUTROS ENTES PÚBLICOS 2009 2010

ATIVO CORRENTE 4.292.046 938.414

- Imposto sobre o rendimento 362.346 367.761

- IVA a recuperar 3.727.688 361.887

- IVA reembolsos pedidos 178.235 184.988

- Outras tributações 23.778 23.778

PASSIVO CORRENTE 942.292 1.458.247

- Imposto sobre o rendimento 458.907 319.440

- IVA a pagar 133.903 390.873

- Outras tributações 45.720 421.704

- Contribuições para a Seg. Soc. 115.189 139.232

- Contribuições para a CGA 188.572 186.999

NOTA 9 – OUTRAS CONTAS A RECEBER

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica referente a Outras Contas a Receber apresentava a seguinte composição:

Unidade: €

OUTRAS CONTAS A RECEBER 2009 2010

Devedores por acréscimos de rendimentos 836.112 832.872

Outros devedores 4.392.764 5.652.313

- Beneficiários do Plano de Assist. Médica e Medicamentosa 435.020 264.015

- Reestruturação do Trabalho Portuário 1.692.940 1.652.524

- Diversos 2.264.803 3.695.293

- Adiantamentos a fornecedores 0 40.481

Perdas por imparidades -2.511.278 -2.467.839

TOTAL 2.717.598 4.017.346

191

NOTA 10 – DIFERIMENTOS

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica referente a Diferimentos traduzia-se da seguinte forma:

Unidade: €

DIFERIMENTOS 2009 2010

ATIVO CORRENTE 373.613 440.079

- Gastos a reconhecer 373.613 440.079

PASSIVO CORRENTE 3.541.913 3.833.935

- Rendimentos a reconhecer* 3.541.913 3.833.935

*Correspondem a faturação diferida a reconhecer no ano de 2011

NOTA 11 – ATIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA

À data de 31/12/2010 os ativos classificados como detidos para venda pela empresa são os seguintes:

Unidade: €

Descrição Valor de aquisição

Depreciações acumuladas

Valor contabilístico

Bens desafetados e transferidos para a CML 20.905.582 6.513.122 14.392.460

Total a 31-12-2009 20.905.582 6.513.122 14.392.460

Palácio da Junqueira e terreno (Rua da Junqueira, 94) 3.260.299 445.277 2.815.021

Armazém K e terreno (Jardim do Tabaco) 206.502 --- 206.502

Prédio urbano em Cascais 649.000 110.546 538.454

Armazém 9A e terreno (Jardim do Tabaco) 2.863.100 618.817 2.244.283

Total a 31-12-2010 6.978.901 1.174.640 5.804.261

NOTA 12 – CAIXA E DEPÓSITOS BANCÁRIOS

Unidade: €

2009 2010

Numerário 521.560 347.786

Depósitos bancários imediatamente mobilizáveis 107.289 1.415.496

Aplicações de Tesouraria* 0 6.000.000

Total 628.849 7.763.282

* Depósito a prazo a 181 dias, com uma taxa de juro de 3,75%

192

NOTA 13 – CAPITAL PRÓPRIO E RESULTADOS TRANSITADOS

Unidade: €

ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO Capital realizado

Reserva legal Outras reservas

Resultados transitados

Outras variações no capital próprio (*)

Resultado líquido do período

Total do Capital Próprio

Saldo a 1 de janeiro de 2009 60.000.000 1.659.337 70.969.243 710.728 768.320 134.107.628

Alterações no período 0

1º adoção de novo referencial contabilístico 1.490.481 44.844.926 46.335.407

Aplicação do Resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2008

76.832 691.488 -768.320 0

Outras alterações reconhecidas no Capital Próprio

0

Resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2009

6.444.151 6.444.151

Saldo a 31 de dezembro de 2009 60.000.000 1.736.169 70.969.243 2.892.697 44.844.926 6.444.151 186.887.186

Alterações no período 0

Ajustamentos por impostos diferidos -1.318.965 -1.318.965

Outras alterações reconhecidas no Capital Próprio

391.025 497.755 888.780

Diferença entre resultados POC e SNC 5.954.826

Aplicação do Resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2009

48.933 440.393 -6.444.151 -5.954.826

Resultado líquido do exercício findo em 31 de dezembro de 2010

741.385 741.385

Saldo a 31 de dezembro de 2010 60.000.000 1.785.101 70.969.243 9.678.941 44.023.716 741.385 187.198.386

(*) Montante líquido de impostos

193

• Capital realizado

Conforme previsto no artigo 9º dos Estatutos anexos ao Decreto-Lei nº 336/98, de 3 de novembro (ver IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE E ENQUADRAMENTO), o capital social, integralmente subscrito e realizado, foi inicialmente fixado em €14.963.937.

Subsequentemente, o capital passou para €60.000.000, por incorporação de parte da reserva de avaliação, resultante da avaliação patrimonial efetuada em 1999, conforme Despacho nº 96/2001 da Inspeção-geral das Finanças.

O capital atual, totalmente subscrito e realizado, é constituído por 12.000.000 ações, com o valor nominal de €5 cada. As ações são nominativas e revestem a forma escritural. O valor do capital, detido exclusivamente pelo Estado Português - Direção Geral do Tesouro e Finanças, é de €60.000.000.

• Reserva Legal

De acordo com o artigo 17º dos Estatutos da Empresa, anualmente deverá ser transferido para Reserva Legal, no mínimo 10% do lucro do exercício até que seja atingido pelo menos 20% do capital.

A reserva legal não se encontra disponível para distribuição, apenas podendo ser utilizada para aumentar capital ou para compensar prejuízos.

• Outras Reservas

A rubrica Outras Reservas resulta da aplicação de várias reservas existentes, a maioria das quais em resultado da avaliação e integração na empresa de ativos fixos tangíveis na cobertura de prejuízos, esta aplicação foi efetuada no período de 2007. Foi também integrado em Outras Reservas o património artístico da APL, por contrapartida de Ativos Fixos Tangíveis.

• Resultados Transitados

Nesta rubrica procedeu-se ao registo da aplicação dos Resultados Líquidos de 2008 e 2009, refletindo ainda a primeira adoção do novo referencial contabilístico (SNC).

• Outras variações no Capital Próprio

Foram reconhecidos nesta rúbrica os Subsídios ao Investimento, sendo subsequentemente imputados numa base sistemática como rendimentos e ganhos do período durante as vidas úteis dos ativos com os quais se relacionam (débito em Outras variações de Capital Próprio e crédito em Outros Rendimentos e Ganhos).

No ano de 2010 foram registados €875.000 de subsídios recebidos e transferidos para outros rendimentos e ganhos (€2.669.510 – ver nota 25) referentes a parte do subsídio em consonância com a vida útil dos bens e respetiva amortização a que estão sujeitos.

194

• Resultado Líquido

Por proposta da Assembleia Geral realizada em 15 de fevereiro de 2011, a aplicação dos Resultados Líquidos de 2008 e de 2009 foi efetuada conforme se segue:

Unidade: €

2008 2009

Resultado Líquido 768.320 489.325

- Reservas Legais 10% 76.832 48.933

- Resultados Transitados 90% 691.488 440.393

NOTA 14 – PROVISÕES

Provisão para processos judiciais em curso:

• utilização pela anulação de juros de mora no valor de €264.219 referentes à provisão constituída para o processo judicial relativo à empreitada de obras públicas relativa ao “Aprofundamento do cais do Terminal de Contentores de Alcântara”, no seguimento do Acordo celebrado entre a APL, S.A. e o Agrupamento Complementar, constituído pelas empresas Teisomar – Obras marítimas, ACE, Sociedade de Construção Soares da Costa S.A. e Teixeira Duarte, Engenharia de Construção, S.A., devidamente homologado a 9 de abril de 2010 pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa – 6.ª Unidade Orgânica, 3.º Secção;

• utilização da provisão no montante de €148.113 pelo pagamento de indemnizações a ex-administradores que se efetivou em 2010;

• reforço da provisão no valor de €62.347 euros correspondente ao cálculo de juros de mora para o ano 2010 relacionados com os processos judiciais pendentes.

Dívida CCTPL – Anulação da provisão no valor de €340.811, após diferimento da reclamação interposta pela APL decorrente de um processo judicial no âmbito do processo de reestruturação do trabalho portuário (ano de 1993).

Unidade: €

PROVISÕES Saldo Inicial Aumento Redução Saldo Final

2009 2.494.644 315.038 -1.056.521 1.753.161

- Processos judiciais em curso 2.037.917 315.038 -1.056.521 1.296.434

- Dívida litigiosa CCTPL 456.727 456.727

2010 1.753.161 62.347 -753.144 1.062.365

- Processos judiciais em curso 1.296.434 62.347 -412.332 946.449

- Dívida litigiosa CCTPL 456.727 -340.811 115.916

195

NOTA 15 – FINANCIAMENTOS OBTIDOS

Os financiamentos obtidos apresentavam a seguinte composição a 31/12/2010:

Unidade: €

FINANCIAMENTOS DE INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO E OUTRAS ENTIDADES 2009 2010

� Curto prazo (até 1 ano) 35.915.910 47.787.525

Millenium BCP (Total – 25.000.000 utilização a 31/12/2010) 8.000.000 15.540.000

Sindicato BPI/Millenium BCP (ex. APP – Empréstimo sob a forma de mútuo) 1.210.526 1.210.526

BPI (Banco Português de Investimento) 9.000.000 9.000.000

BBVA (Banco Bilbao Viscaya e Argentaria) 2.150.000 2.150.000

Sindicato BES/CGD (Banco Espírito Santo/Caixa Geral de Depósitos) 975.000 1.300.000

Banco Santander Totta 14.536.689 15.000.000

Empréstimo Interno do Tesouro Público (DL nº 35716, de 24 de junho de 1946) 43.695 43.695

Banco Popular 0 3.000.000

BES (Banco Espírito Santo) 0 208.333

CGD (Caixa Geral de Depósitos) 0 334.970

� Médio/longo prazo (> 1 ano): 101.024.105 97.003.045

Sindicato BES/CGD (Banco Espírito Santo/Caixa Geral de Depósitos) 47.992.947 46.784.948

BBVA (Banco Bilbao Viscaya e Argentaria) 19.350.000 16.993.300

BES (Banco Espírito Santo) 25.000.000 24.791.667

Empréstimo Interno do Tesouro Público (DL nº 35716, de 24 de junho de 1946) 812.737 770.324

Sindicato BPI/Millenium BCP (ex. APP – Empréstimo sob a forma de mútuo) 7.868.421 6.657.895

CGD (Caixa Geral de Depósitos 0 1.004.912

NOTA 16 – BENEFÍCIOS PÓS-EMPREGO

A Empresa é responsável pela manutenção do fundo de aposentações do ex-INPP - Instituto Nacional de Pilotagem dos Portos, criado pelo DL nº 188/89, de 3 de junho, relativamente aos aposentados que integravam o departamento de pilotagem do Porto de Lisboa e possui ainda uma responsabilidade relacionada com o pagamento de pensões vitalícias de sobrevivência e de sangue a alguns aposentados no âmbito do DL nº 42880 de 21 de março de 1960, Dec. Lei nº 605/73 de 13 de novembro e DL nº 404/82 de 24 de setembro, respetivamente.

A Empresa solicita todos os anos a elaboração a uma entidade independente dos estudos atuariais relativos a Pensões (Fundo de Pensões ex-INPP, Pensões de Sobrevivência, Vitalícias e de Sangue).

196

Unidade: €

Fundo de Pensões ex-INPP, Pensões de Sobrevivência, Vitalícias e de Sangue

2009 2010

Saldo Inicial -14.022.537 -12.712.588

- Custo financeiro -728.372 -658.846

- (Ganhos) e perdas atuariais 501.952 267.405

- Pagamentos efetuados no exercício 1.536.369 1.384.749

Saldo Final -12.712.588 -11.719.280

Provisão em Balanço 12.712.588 11.719.280

Percentagem de cobertura da provisão 100% 100%

Pressupostos:

- Tábuas de mortalidade TV 88/90 TV 88/90

- Percentagem de casados 75,00% 75,00%

- Diferença de idade entre cônjuge 3 3

- Taxa de desconto 5,50% 4,20%

- Taxa de crescimento pensões 1,75% 1,00%

- Taxa de inflação 2,00% 2,00%

No ano de 2010 a empresa não procedeu à elaboração do estudo atuarial para a Assistência Médica e Medicamentosa, considerando-se um ano de transição, com a passagem do conjunto total de beneficiários (ativos, aposentados e outros titulares) para a ADSE, não havendo, portanto, um histórico consolidado referente a nova metodologia de comparticipação. A Empresa procedeu à utilização da provisão constituída, pelos custos incorridos no período.

2009 2010

Tábuas de Mortalidade TV 88/90

Tábuas de invalidez EVK 80

Taxa de desconto 5,50%

Taxa de inflação nos cuidados de saúde * 2,00%

* acrescida de 2% de acordo com a idade

Assistência Médica e Medicamentosa – Responsabilidade por serviços passados

2009 2010

Provisão em Balanço (pensionistas, ativos e outros) 11.000.416 11.000.416

Utilização da provisão 275.907

Provisões em Balanço (nota 18) 11.000.416 10.724.509

197

NOTA 17 – PASSIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS

Os passivos por impostos diferidos são registados no Capital Próprio.

Os movimentos ocorridos em 2009 e 2010 foram os seguintes:

Unidade: €

PASSIVOS POR IMPOSTOS DIFERIDOS 2009 2010

Saldo em 01/01/2009 0 --

- Reconhecimento 16.168.579 --

- Subsídios ao investimento 16.168.579 --

- Utilização 0 --

Saldo em 31/12/2009 16.168.579

- Reconhecimento --

- Utilização -- 475.545

- Subsídios ao investimento -- 475.545

Saldo em 31/12/2010 -- 15.693.034

NOTA 18 – OUTROS PASSIVOS

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica referente a Outras Contas a Pagar apresentava a seguinte composição:

Unidade: €

OUTROS PASSIVOS 2009 2010

Outras contas a pagar 14.378.137 10.967.386

Benefícios pós-emprego 23.713.004 22.443.789

- Pensões (Fundo de Pensões ex-INPP) 11.061.489 10.227.418

- Outras Pensões 1.651.099 1.491.862

- Assistência Médica e Medicamentosa 11.000.416 10.724.509

Impostos Diferidos 16.168.579 15.693.034

TOTAL 77.972.725 49.104.209

198

NOTA 19 – FORNECEDORES

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica referente a Fornecedores apresentava a seguinte composição:

Unidade: €

FORNECEDORES 2009 2010

Fornecedores c/c 4.160.402 1.781.529

Fornec. c/ faturas em rec. e conf. 16.111 19.047

Fornecedores c/ dep. caução 2.743 2.743

TOTAL 4.179.256 1.803.319

NOTA 20 – OUTROS PASSIVOS FINANCEIROS

Em 27/12/2007 a APL financiou-se junto de uma instituição bancária no montante de €21.500.000, com o objetivo de reestruturar o passivo financeiro de curto prazo

em médio e longo prazo. Este financiamento matura em 2019, sendo o reembolso efetuado através de 20 prestações semestrais. Durante os primeiros dois semestres, o financiamento venceu juros a uma taxa de 3,90%. Durante os restantes semestres, a taxa aplicável resulta da aplicação de uma fórmula que tem por base observações diárias da Euribor a 6 meses face a um intervalo pré-estabelecido, com um mínimo de 4,30% e um máximo de 6,7%. A instituição bancária tem, em qualquer uma das datas de pagamento de juro, a opção de modificar a taxa aplicável para Euribor 6 a meses mais um spread de 0,12%. A APL poderá solicitar o reembolso antecipado parcial ou total desta operação, sendo que, tal cancelamento originará o cálculo e pagamento do justo valor do financiamento com referência à data da cessação da operação.

A 31 de dezembro de 2010, o justo valor do derivado embutido no financiamento, ascende a €3.180.148 (2009: €3.325.667).

199

NOTA 21 – RÉDITO

Nos períodos de 2010 e de 2009 as rubricas de Vendas, Serviços Prestados e de Usos Dominais registados em outros rendimentos e ganhos apresentavam os seguintes valores:

Unidade: €

2009 2010

Vendas 4.303 0

Serviços prestados 38.015.148 36.849.738

- Regulamento de Tarifas 19.121.947 18.738.221

- Concessões 14.793.457 15.122.034

- Exploração da Náutica de Recreio 2.463.838 2.303.372

- Exploração da Atividade Marítimo-Turística 55.408 46.662

- Outras prestações de serviços 1.580.498 639.448

Outros Rendimentos e Ganhos 11.707.664 9.780.489

- Usos Dominiais 11.707.664 9.780.489

200

NOTA 22 – FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica de Fornecimentos e Serviços Externos é detalhada conforme se segue:

Unidade: €

FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS 2009 2010 Obs.

Subcontratos 264.200 167.917

Serviços especializados:

- Trabalhos especializados 949.871 1.570.320 (a)

- Publicidade e propaganda 470.521 518.253

- Vigilância e segurança 1.373.619 1.343.272

- Honorários 42.136 83.898

- Outras comissões 164.821 153.282

- Conservação e reparação 6.109.979 4.835.709 (b)

- Outros serviços especializados 141.618 106.811

Materiais 117.484 80.039

Energia e fluidos 2.212.098 1.865.566 (c)

Deslocações, estadas e transportes 216.751 241.136

Serviços diversos:

- Rendas e alugueres 352.569 380.700

- Comunicações 211.265 209.010

- Seguros 173.244 248.193

- Royalties 120.440 147.868

- Contencioso e notariado 11.463 3.146

- Despesas de representação 46.249 36.995

- Limpeza, higiene e conforto 2.076.497 2.460.119 (d)

- Outros serviços 108.075 110.173

TOTAL 15.162.899 14.562.408

Destacam-se como principais variações:

(a) -Trabalhos especializados – estudos e avaliações de impacto ambiental relativos às dragagens na bacia de manobra do terminal de contentores de Alcântara e respetiva caracterização de sedimentos, o acompanhamento ambiental do projeto Quimiparque, a implementação do SNC e da faturação e débitos diretos e ainda os serviços museológicos prestados pela Fundação Oriente;

(b) Conservação e reparação:

Dragagens – em 2009 foram efetuados mais trabalhos de dragagens de manutenção que em 2010;

201

Obras – em 2010 promoveu-se uma maior racionalização das obras realizadas na área de jurisdição da APL. Para os custos de 2009 concorreram as obras de construção da ciclovia, comparticipadas pela APL;

(c) Energia e Fluidos – em 2010 transferiram-se os encargos com energia elétrica referentes aos edifícios das Agências Europeias sitos no Cais do Sodré para as entidades aí instaladas;

(d) Limpeza, higiene e conforto – desmantelamento do navio “Ponta Delgada” e desmantelamento de embarcações no Seixal em 2010.

NOTA 23 – GASTOS COM PESSOAL

Nos períodos de 2010 e de 2009 os gastos com pessoal repartiram-se da seguinte forma:

Unidade: €

GASTOS COM PESSOAL 2009 2010

Remunerações dos órgãos sociais 284.879 278.124

Remunerações do pessoal 13.922.853 13.617.098

Benefícios pós-emprego 2.520.768 670.106

Encargos sobre remunerações 2.308.735 2.252.448

Seguros de acidente trabalho e doenças profissionais 90.423 93.297

Gastos de Ação Social 640.416 531.904

- Utilização da provisão Assistência Médica e Medicamentosa -13.781.772 0

Outros 209.898 112.882

TOTAL 6.196.200 17.555.859

O número médio de trabalhadores evoluiu de 343 em 2009 para 339 em 2010.

NOTA 24 – IMPARIDADES

Unidade: €

PERDAS POR IMPARIDADES ACUMULADAS 2009 2010

Clientes 15.089.969 15.311.236

Devedores diversos 1.587.726 1.544.288

OSC. – Plano de Assistência Médica e Medicamentosa 145.753 145.753

Oper. CCTPL 777.798 777.798

TOTAL 17.601.246 17.779.075

202

NOTA 25 – OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica referente a Outros Rendimentos e Ganhos apresentava os seguintes valores:

Unidade: €

OUTROS RENDIMENTOS E GANHOS 2009 2010

Rendimentos Suplementares 1.150.151 96.009

Descontos de Pronto Pagamento Obtidos 2.090 2.080

Recuperação de Dívidas a Receber --- 21

Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros 947.011 3.010.007

Outros 4.590.827 5.146.870

- Anulação de gastos de anos anteriores 162.880 138.519

- Rendimentos de anos anteriores 1.520.250 421.304

- Imputação de subsídios ao investimento 2.501.178 2.669.510

- Regularização de IVA 1.476 42.027

- Benefícios por penalizações contratuais 102.600 0

- Não especificados 302.444 1.875.509

TOTAL 6.690.078 8.254.986

Rendimentos Suplementares – Usos Dominiais (ver nota 21 – Rédito) 11.707.664 9.780.489

TOTAL 18.397.742 18.035.475

Os Outros ganhos não especificados, do exercício de 2010, incluem €1.687.500 de receita, decorrente da alienação do bloco administrativo do ex-CRCB, a qual foi consignada à APL para pagamento das despesas de investimento para a modernização do Terminal de Contentores de Alcântara e a inerente deslocalização do IPTM, IP.

203

NOTA 26 – OUTROS GASTOS E PERDAS

Nos períodos de 2010 e de 2009 a rubrica referente a Outros Gastos e Perdas apresentava os seguintes valores:

Unidade: €

OUTROS GASTOS E PERDAS 2009 2010

Impostos 2.233.780 984.907

Dívidas incobráveis 14.899 178.127

Gastos e perdas em investimentos não financeiros 3.354.927 187.476

Outros 7.037.213 2.849.193

- Anulação receitas anos anteriores 512.674 574.974

- Gastos de anos anteriores 1.243.213 450.238

- Donativos e quotizações 126.426 80.538

- Comparticipação APP – Associação de Portos de Portugal 53.856 48.667

- Comparticipação IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos 1.432.315 1.441.135

- Multas fiscais e não fiscais 2.433 7.067

- Outros 3.666.295 246.575

TOTAL 12.640.820 4.199.703

Nota: o montante de €3.666.295 referente a Outros Gastos e Perdas registado em 2009 refere-se, fundamentalmente, a indemnizações a pagar, €1.938.479 referente a indeminização por desocupação de instalações, edifício AR Telecom

NOTA 27 – JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES OBTIDOS

Unidade: €

2009 2010

Juros obtidos 151.989 275.400

NOTA 28 – JUROS E GASTOS SIMILARES

Os juros suportados por financiamentos são registados como gastos do período, apresentando em 2009 e 2010 os seguintes valores:

Unidade: €

2009 2010

Juros suportados 3.496.196 4.327.639

O custo financeiro registado no ano 2010, referente ao derivado embutido no financiamento do BBVA foi de €1.467.270.

204

NOTA 29 – IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO

O pagamento do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) é efetuado com base em declarações de autoliquidação, que ficam sujeitas a inspeção e eventual ajustamento pelas autoridades fiscais durante um período de quatro anos. Contudo, no caso de serem apresentados prejuízos fiscais, estas podem ser sujeitas a inspeção e eventual ajustamento pelas autoridades fiscais por um período de 10 anos. Os prejuízos fiscais de um determinado exercício podem ser deduzidos aos lucros fiscais nos 4 anos seguintes.

ANO Prejuízos Fiscais Lucro Tributável Ano limite para utilização

2005 480.339 2011

2006 --- ---

2007 947.394 2013

2008 4.583.134 2014

2009 7.615.889 2015

2010 775.769*

* Valor estimado

205

Reconciliação entre os resultados contabilístico e fiscal – 2010 (valor estimado) Unid.: € RESULTADO LÍQUIDO DO PERÍODO 741.385

Variações patrimoniais positivas não refletidas no RL do peiródo e quota-parte do subsídio respeitante a ativos fixos tangíveis não depreciáveis e ativo intangíveis com vida útil indefinida

230.350

Variações patrimoniais positivas 76.926

Variações patrimoniais negativas (regime transitório previsto no art.º 5º, n.os 1, 5 e 6 do DL 159/2009 de 13 de julho

-123.689

TOTAL 924.973

A ACRESCER

Correções relativas a períodos de tributação anteriores 450.238

Gastos de benefícios de cessação de emprego, benefícios de reforma e outros benefícios pós-emprego ou a longo prazo dos empregados

658.846

Gastos não documentados 1.161

Ajustamentos em inventários para além dos limites legais (art.º 28º) e perdas por imparidade em créditos não fiscalmente dedutíveis ou para além dos limites legais

221.267

Realizações de utilidade social não dedutíveis 152.042

IRC e outros impostos que, direta ou indiretamente, incidam sobre lucros 34.015

Encargos evidenciados em documentos emitidos por sujeitos passivos com NIF inexistente ou inválido ou por sujeitos passivos cessados oficiosamente

282

Multas, coimas, juros compensatórios e demais encargos pela prática de infrações 10.564

Indemnizações por eventos seguráveis 84.439

Encargos não devidamente documentados 410

Encargos com combustíveis 32

Diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias fiscais sem intenção de reinvestimentos

140.104

Donativos não previstos ou além dos limites legais 20.762

Outros 125.156

TOTAL 1.899.319

A DEDUZIR

Pagamento ou colocação à disposição dos beneficiários de benefícios de cessação de emprego, benefícios de reforma e outros benefícios pós-emprego ou a longo prazo dos empregados

1.660.656

Impostos diferidos 101.927

Mais-valias contabilísticas 140.421

Correções relativas a instrumentos financeiros derivados 145.519

Benefícios fiscais

TOTAL 2.048.523

LUCRO TRIBUTÁVEL 775.769

Foram utilizados prejuízos fiscais neste montante, pelo que o encargo do ano com imposto corrente corresponde apenas às tributações autónomas.

206

NOTA 30 – PARTES RELACIONADAS

As remunerações atribuídas aos membros dos órgãos sociais nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2009 e 2010 foram as seguintes:

Unidade: €

REMUNERAÇÕES DOS ÓRGÃOS SOCIAIS 2009 2010

Vencimento base 212.636 192.556

Subsídio de Férias 28.202 16.307

Subsídio de Natal 15.329 16.373

Ajudas de Custo 2.974 8.418

Despesas de Representação 19.967 0

Subsídio de Alimentação 4.682 4.728

Senhas de Presença Ass. Geral 1.090

Comissão de Fiscalização 0 39.741

TOTAL 284.879 278.124

De referir que para o ano 2009, concorrem os custos referentes aos pagamentos efetuados das senhas de presença em Assembleias – Gerais de realizada em 2008.

Os valores indicados para o Conselho Fiscal incluem a regularização dos montantes devidos ao Presidente desde 10 de agosto de 2010 e aos Vogais desde 12 de maio de 2008.

Para maior detalhe relativamente aos valores processados aos membros dos órgãos sociais, vide capítulo respeitante ao Governo da Sociedade.

NOTA 31 – LOCAÇÕES

Relativamente às 32 viaturas adquiridas pela APL em regime de leasing operacional, a situação relativa às rendas vincendas no final dos períodos de 2009 e de 2010 era a seguinte:

RENDAS VINCENDAS (IVA incl.) Unidade: €

Prazo de vencimento / Tipo viatura 2009 2010

Até 1 ano 7.071 0

Passageiros 7.071 0

1 Ano ou superior 315.939 147.910

Mercadorias 42.272 21.428

Passageiros 273.667 126.482

207

NOTA 32 – GARANTIAS

Garantias bancárias prestadas pela APL a terceiros:

• garantia bancária no valor de €500.000 (quinhentos mil euros) prestada a favor da Câmara Municipal de Lisboa, para garantir os trabalhos de escavação e contenção periférica no processo de empreitada de construção dos edifícios sede da AESM – Agência Europeia de Segurança Marítima e OEDT – Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência;

• garantias bancárias nos valores de €7.466,04 (sete mil, quatrocentos e sessenta e seis euros e quatro cêntimos) e €7.684,23 (sete mil, seiscentos e oitenta e quatro euros e vinte e três cêntimos) prestadas a favor do chefe dos serviços de finanças do 6.º bairro fiscal de Lisboa, nos termos do n.º 1 do art.º 199 do Código do Procedimento e do Processo Tributário;

• garantia bancária no valor de €3.663.416,74 (três milhões, seiscentos e sessenta e três mil, quatrocentos e dezasseis euros e setenta e quatro cêntimos) prestada a favor do IVA – Imposto Sobre o Valor Acrescentado (Decreto-Lei nº 394-B/84, de 26 de dezembro) e destina-se a caucionar o reembolso antecipado do Imposto previsto no nº.6 do mesmo Artigo, em conformidade com o Despacho Normativo nº 53/05, de 15 de dezembro;

• empréstimo da APP - reestruturação do sector portuário - a APL é solidariamente responsável, em conjunto com as restantes Administrações dos Portos, pela liquidação de um empréstimo contraído pela APP – Associação dos Portos de Portugal - junto de um sindicato bancário em julho de 2000, o qual se destinou a financiar o reembolso antecipado da totalidade do empréstimo obrigacionista APAJP/94.

A partilha da referida responsabilidade era determinada em função do peso relativo dos proveitos operacionais das entidades solidariamente envolvidas, sendo essa percentagem recalculada numa base anual.

Em janeiro de 2007, o empréstimo sob a forma de mútuo foi renegociado pelas Administrações Portuárias, contraindo, cada uma delas, um empréstimo individual com o sindicato de bancos constituído pelo Millennium BCP e pelo BPI. No caso da APL, o empréstimo totalizava o montante de €11.500.000 no final de 2007.

Em 31 de dezembro de 2010 o empréstimo sob a forma de mútuo ascendia a €6.657.895 (a médio/longo prazo) e €1.210.526 (a curto prazo).

A APL e as outras A.P.’s constituíram-se também como fiadoras solidárias das obrigações do empréstimo contraído para o mesmo efeito pelo IPTM – Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos.

O empréstimo individual da APL encontra-se registado na rubrica de Empréstimos - curto e médio/longo prazo (Nota 15), e os respetivos juros são registados na rubrica de Custos financeiros (Nota 31).

NOTA 33 – SUBSÍDIOS DO GOVERNO E APOIOS DO GOVERNO

A Empresa recebeu subsídios do governo – PIDDAC para financiamento do projeto de “Reabilitação e Reforço dos Cais entre St.ª Apolónia e Jardim do Tabaco”.

208

Unidade: €

Capít. 50.º do OE PIDDAC 2009 2010

Projeto de Reabilitação e Reforço dos Cais entre St.ª Apolónia e Jardim do Tabaco

840.079 875.000

Outras variações de Capital próprio

De referir que todos os subsídios do Governo, nomeadamente ao abrigo do Cap. 50.º do OE – PIDDAC e Fundos Comunitários a fundo perdido, se encontram registados na rúbrica Capital Próprio – Subsídios ao Investimento. (ver nota 2 – Subsídios do Governo).

No ano de 2010 foram registados €875.000 de subsídios recebidos e transferidos para outros rendimentos e ganhos (€2.669.510 – ver nota 25) referentes a parte do subsídio em consonância com a vida útil dos bens e respetiva amortização a que estão sujeitos.

209

NOTA 34 – MATÉRIAS AMBIENTAIS

Os dispêndios de carácter ambiental realizados no ano 2010 e registados como gastos de exploração bem como no ativo foram os seguintes:

Unidade: €

DISPÊNDIOS COM PROTEÇÃO AMBIENTAL 2009 2010

GASTOS DE EXPLORAÇÃO 1.932.442 2.721.523

Recolha de resíduos sólidos urbanos no Porto de Lisboa 516.413 536.815

Recolha de resíduos a embarcações 1.261.966 1.126.550

Manutenção de espaços verdes 106.060 69.198

Análises à qualidade da água para consumo humano 5.411 10.608

Desmantelamento de embarcações e remoção de escombros 571.900

Estudo de invasão de espécies bivalves 7.680 8.340

Efeito de estufa (Inventário e Plano de Redução) 24.413

Quantificação de emissões de gases com efeito de estufa 24.413

Estudos de Impacte Ambiental e Caracterização de Sedimentos 359.329

Certificação energética de edifícios 2.892

REORDENAMENTO NÚCLEO TRAFARIA/PRAIA ADJACENTE – WW CONSULT 2.250

Desinfestação e desratização 9.228

VALORES INTEGRADOS NO ATIVO 148.597 161.695

Colocação de Ilhas Ecológicas para separação de lixos nos edifícios da APL 15.141

Empreitada de Reabilitação e Reforço do Cais entre St.ª Apolónia/Jardim do Tabaco 36.200 38.400

- Monitorização do ruído 4.300 3.600

- Fiscalização Ambiental 31.900 34.800

Requalificação da zona de Pedrouços 76.145

- Estudo de Impacte Ambiental 18.432

- Caracterização de sedimentos 57.713

Relocalização Terminal Tanquipor 21.111 123.295

- Caracterização de sedimentos – Frente ribeirinha do Barreiro 13.554 107.895

- Caracterização comunidade de Macroinvertebrados Bentónicos 15.400

- Estudo de Impacte Ambiental da deslocalização do terminal 7.557

TOTAL 2.081.040 2.883.218

Em 31 de dezembro de 2010 não se encontra registado nas demonstrações financeiras qualquer passivo de carácter ambiental nem é divulgada qualquer contingência ambiental, por ser convicção da Empresa que não existem a essa data obrigações ou contingências provenientes de acontecimentos passados de que resultem encargos materialmente relevantes para a Empresa.

210

NOTA 35 – OUTRAS INFORMAÇÕES

• Contrato de concessão APL, S.A. / Liscont – Ações pendentes

A APL – Administração do Porto de Lisboa, SA, interpôs, na sua qualidade de concedente, uma ação contra a Liscont – Operadores de Contentores, S.A. - concessionária do Terminal de Contentores de Alcântara, no Tribunal Arbitral instalado junto do Centro de Arbitragem da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (Proc. N.º 224/2010/AHC/AVS), de acordo com o Contrato de Concessão, e na sequência da publicação da Lei n.º 14/2010, de 23 de julho, que revogou o Decreto-Lei n.º 188/2008, de 23 de setembro, encontrando-se o processo pendente. Tanto a APL como a Liscont foram objeto de ação administrativa comum sob a forma ordinária proposta pelo Ministério Público junto do Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, encontrando-se esta ação igualmente pendente.

• Reconhecimento, registo, mensuração e divulgação de bens adquiridos ou construídos por concessionários de serviço público e por concessionários de usos privativos de bens dominiais que revertam para a Administração Portuária no final dos respetivos contratos.

A IFRIC 12, norma interpretativa da forma como devem ser publicadas as disposições das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), publicada em 30/11/2006 e adotada pela Comunidade Europeia em 25/03/2009 vem dar orientações para determinados assuntos relacionados com o reconhecimento e a valorização dos contratos de concessão. É aplicável aos acordos de concessão de serviços pelo sector público ao privado se a entidade concedente exercer determinados controlos.

Os contratos de concessão geridos pelas Administrações Portuárias enquadram-se no âmbito da IFRIC 12, na medida em que na generalidade dos casos o concedente controla o interessa residual dos bens adquiridos ou construídos pelo concessionário, através da figura de reversão.

Assim, as Administrações Portuárias encontram-se numa situação única, uma vez que apesar de pertencerem ao sector público, preparam as suas demonstrações financeiras de acordo com as normas contabilísticas para o sector privado. Logo não se aplica a IFRIC 12, porque têm a figura de concedente e ao mesmo tempo ainda não existe uma norma para aplicação ao sector público.

Ainda assim, e sempre que se verifique controlo do interesse residual num bem adquirido ou construído por concessionário de serviço público, através de um inequívoco clausulado contratual de reversão, as Administrações Portuárias passam a considerar o seu reconhecimento.

Já no que diz respeito aos bens adquiridos ou constituídos por concessionário de uso privativo de bens dominiais, as Administrações Portuárias passam a considerar igualmente o seu reconhecimento, porém, tendo em consideração para além do clausulado contratual, a legislação em vigor, nomeadamente a “Lei da Água”, que estabelece a reversão gratuita dos bens para o Estado. No que respeita à APL, divulga-se somente informação relativa a concessões de Serviço Público.

211

Para que os bens possam ser registados existe a necessidade de os mensurar, com o objetivo de apurar o seu justo valor no final do contrato.

Para o efeito procedeu-se a um levantamento dos bens em causa, separados por infraestruturas e equipamentos, tendo-se concluído da elevada complexidade na estimativa de justos valores deste tipo de ativos.

Foram de particular preocupação a estimativa e a sua incorporação no cálculo do justo valor de variáveis como, a vida útil dos bens em função das horas de uso, a política de manutenção para os mesmos seguida pelos concessionários, a obsolescência tecnológica dos bens adquiridos ou construídos pelos concessionários, a incerteza das novas características das operações portuárias e o seu impacto ao nível dos bens utilizados, as alterações regulamentares ambientes, de segurança, de eficiência energética e outras que poderão exigir investimentos de modernização imprevisíveis, a taxa de atualização e a incerteza na continuidade do negócio após finalização da concessão, tudo isto num contexto de um prazo geralmente longo destas concessões. Para além disto, há que ter ainda em consideração que na maioria dos casos, os bens em questão não têm um mercado ativo. Acresce que o potencial valor do conjunto de bens deve ser revisto anualmente, à data de cada relato, sendo que se estima que o montante de tais avaliações periódicas seja de montante superior ao benefício que resultaria do registo ou da divulgação de informação que inclui a mensuração daí decorrente.

Face a tudo o que antecede e considerando a impossibilidade de uma mensuração fiável e isenta de custos, mas com o intuito de uma total transparência das contas, decidiram as Administrações Portuárias proceder à divulgação dos bens que ao abrigo de contratos de concessão, quer se serviço público, quer de uso privativo, revertam no final dos respetivos contratos. Para o efeito serão de seguida elencados, relativamente a cada concessão, os valores em termos totais de infraestruturas e equipamentos, tendo por base valores de aquisição dos bens e amortizações acumuladas a 31/12/2008 e 31/12/2009, disponibilizados pelos concessionários. De notar que alguns deles não disponibilizaram a tempo deste relatório a informação solicitada pela APL.

Atendendo à especificidade das concessões portuárias, importa ainda fazer referência à consulta em curso da APP – Associação dos Portos de Portugal, em representação das Administrações Portuárias, à Comissão de Normalização Contabilística com o propósito de ser analisado o tratamento contabilístico relativamente aos bens reversíveis no final das concessões, na ótica do concedente.

212

CONCESSÃO/CONCESSIONÁRIA Data Início

Prazo

Terminal Multiusos do Beato/TMB – Operações Portuárias, S.A.

04-12-2000 20 anos c/ eventuais 2 prorrogações 5 anos ou 1 prorrogação única de 10 anos

Terminal de Granéis Alimentares da Trafaria/Silopor – Empresa de Silos Portuários, S.A.

30-06-1995 30 anos

Terminal de granéis Alimentares do Beato - Empresa de Silos Portuários, S.A.

30-06-1995 30 anos

Atlanport – Sociedade de Exploração Portuária, S.A. 30-06-1995 30 anos

Terminal Multiusos do Poço do Bispo/ETE – Empresa de Tráfego e Estiva, S.A.

04-12-2000 20 anos c/ eventuais 2 prorrogações 5 anos ou 1 prorrogação única de 10 anos

SOTAGUS – Terminal de Contentores de Santa Apolónia, S.A.

01-03-2001 20 anos c/ eventuais 2 prorrogações 5 anos ou 1 prorrogação única de 10 anos

LISCONT – Operadores de Contentores, S.A. 05-05-1985 20 anos + 1 prorrogação 10 anos + 1 prorrogação 27 anos

Terminal de Granéis Líquidos do Barreiro/LBC Tanquipor, S.A.

30-06-1995 30 anos

Terminal do Seixal/Baía do Tejo, S.A.* 30-06-1995 30 anos

Terminal de Granéis Alimentares de Palença/Sovena Oilseeds Portugal, S.A. **

30-06-1995 30 anos

Terminal Multipurpose de Lisboa/Operlis – Gestão e Operação Portuária, S.A. **

30-06-1995 15 anos + 1 prorrogação de 30 meses + 2 eventuais prorrogações de 1 ano cada

Bens das concessões Valor aquisição (€)

Amortizações acumuladas 31.12.2008 (€)

Amortizações acumuladas

31.12.2009 (€) Infraestruturas 74.247.008 39.768.352 42.417.600

Equipamentos 66.499.239 59.626.584 60.348.591

213

13.2. Relatórios e pareceres

222

13.3. Glossário e abreviaturas

• EBIT – Resultado operacional

• EBITDA – Earnings before interests, taxes, depreciations and amortizations

• Rentabilidade do ativo – Resultado Líquido/Ativo

• Rentabilidade dos capitais próprios – Resultado líquido/Capitais Próprios

• Autonomia financeira – Capitais Próprios/Ativo Total

• Custos totais com pessoal, incluem benefícios pós-emprego

• VAB – Valor acrescentado bruto