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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Gerência de Ensino Curso Superior de Engenharia de Produção. RODRIGO BEDENDO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO MEDIANEIRA 2012

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Gerência de Ensino

Curso Superior de Engenharia de Produção.

RODRIGO BEDENDO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

MEDIANEIRA 2012

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Gerência de Ensino

Curso Superior de Engenharia de Produção.

RODRIGO BEDENDO

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório de estágio curricular supervisionado,

apresentado como requisito parcial, do Curso

de Engenharia de Produção da Universidade

Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus

Medianeira.

MEDIANEIRA 2012

Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Gerência de Ensino

Curso Superior de Engenharia de Produção.

TERMO DE ENTREGA

Relatório de estágio curricular supervisionado realizado na DALL Ilumini, no período de 10

de janeiro a 08 de julho de 2012, perfazendo aproximadamente 535 horas.

___________________________________

Helder Guedes Supervisor do Estágio – DALL Ilumini

_____________________________

Prof. Odair Camargo, Dr. Orientador do Estágio

___________________________________

Rodrigo Bedendo Estagiário

____________________________________

Prof. André Luis da Silva, Dr. Responsável pela Atividade de Estágio do Curso

MEDIANEIRA 2012

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Dall’Oglio Madeiras – Beneficiamento de madeira. .................................... 7

Figura 2 – Dall Móveis em sua estrutura atual ............................................................ 8

Figura 3 – Ficha de anotação .................................................................................... 12

Figura 4 – Planilha de acompanhamento de dados. ................................................. 13

Figura 5 – Compilação de dados para geração de gráficos indicadores. .................. 14

Figura 6 – Gráfico indicador de produção. ................................................................ 14

Figura 7 – Planta Baixa ............................................................................................. 16

Figura 8 – Leiaute proposto como ferramenta de melhoria. ...................................... 18

Figura 9 – Modelo de desenho técnico dos móveis. ................................................. 19

Figura 10 – Modelo de produto pronto. ..................................................................... 20

Figura 11 – Forma de visualização dos pedidos em abertos para controle dos

processos. ................................................................................................................. 22

Figura 12 - Tabela de acompanhamento de produção. ............................................. 23

Figura 13 - Tabela para controle de estoques de tecidos. ........................................ 24

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6

1.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 6

1.3 A EMPRESA ...................................................................................................... 7

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 9

2.1 ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO ............................................................ 9

2.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES ........................................................................ 11

3.1 ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO .......................................................... 12

3.2 MUDANÇA DE LEIAUTE .................................................................................. 15

3.3 DESENHO TÉCNICO DOS PRODUTOS ......................................................... 19

3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES ........................................................................ 21

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 26

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28

6

1. INTRODUÇÃO

Processos industriais são considerados os elementos chave em uma

empresa, sendo eles responsáveis pela transformação de matéria prima em bens

que, devido a transformação, tiveram valor agregado e passaram a ser de interesse

de um público alvo. Neste cenário, o bom desenvolvimento dos processos de

transformação de matéria prima em produto são determinantes na viabilidade

econômica, meio pelo qual deve-se buscar parâmetros ótimos em padrão de

qualidade e redução dos custos.

Para que um processo possa ser aprimorado em sistema produtivo, é

necessário um estudo mais aprofundado com coleta de dados que possam gerar

indicadores capazes de identificar pontos de melhoria, sendo que as medidas

tomadas podem conter aspectos físicos e/ou gerenciais.

Sistemas de informações gerenciais são ferramentas que de forma indireta

podem proporcionar melhoria nos processos, por meio da organização de dados,

fazendo com estes transformem-se em informações e facilitem a visualização e o

combate eficaz nos elos fracos presentes no processo produtivo.

O presente trabalho foi estruturado de forma a apresentar a empresa em

que as atividades de estágio foram desenvolvidas, em o embasamento e a

fundamentação teórica e na etapa seguinte que a descrição das atividades

desenvolvidas e respectivas ligações com o curso, finalizando com a apresentação

dos resultados seguida das considerações finais.

1.1 OBJETIVO GERAL

Este trabalho teve como objetivo geral acompanhar os processos de

produção e contribuir com o conjunto fabril sugerindo melhorias no âmbito produtivo

global.

7

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) acompanhar processos produtivos;

b) elaborar desenhos técnicos

c) analisar indicadores de desempenho;

d)sugerir e implementar melhorias.

1.3 A EMPRESA

Localizada no município de Medianeira, Estado do Paraná, a Dall Móveis

Indústria de Móveis deu início as suas atividades no ano de 1966 atuando no

beneficiamento de madeira. A empresa atuava então no mercado com a razão social

Dall Oglio Madeiras, destacando-se no cenário internacional com importação e

exportação de madeira.

Figura 1 – Dall’Oglio Madeiras – Beneficiamento de madeira. Fonte: Dall Móveis

8

Na década de 1990, seguindo tendência de mercado, a Dall Oglio Madeiras

adentrou no mercado de móveis com o nome fantasia Dall Móveis, trazendo

sofisticação e modernidade em salas de jantar, com qualidade que atendia tanto o

mercado interno quanto o internacional, chegando ao patamar de maior exportadora

de móveis do país. Além da Dall Móveis, a empresa trabalha com o nome fantasia

Dall Ilumini, que fabrica móveis para a empresa Woodland Móveis Corporativos e

Estok Comércio e Representações conhecida como Tok&Stok. Todos os produtos

que levam o nome das três primeiras marcas e aproximadamente cinco modelos

Tok&Stok são fabricados na mesma unidade de produção.

Dando segmento ao trabalho com móveis de alta qualidade a Dall Móveis

chega em 2012 aos seus 46 anos de trabalho atendendo o mercado nacional e

alguns países da América Latina, EUA, Porto Rico e África do Sul. Com diferentes

linhas de móveis (170 produtos) que variam entre salas de jantar, poltronas,

banquetas, mesas laterais e de centro. Os produtos são ofertados com até três

diferentes dimensões e doze (12) opções de cores.

Atualmente a Dall Móveis conta com aproximadamente 100 colaboradores e

produção média de 3.800 peças/mês. A empresa trabalha na busca contínua por

inovação e design para manter-se competitiva, sempre atingindo o alto grau de

qualidade que este mercado espera. Possibilitando assim sua inserção no nicho de

mercado em que os produtos atingem alto valor de comercialização. A Figura 2

apresenta uma vista aérea atual da empresa.

Figura 2 – Dall Móveis em sua estrutura atual Fonte: Dall Móveis, 2012.

9

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO

Para Shingo (2008) a produção pode ser considerada como a rede de

processos e operações, na qual cada processo é concretizado a partir de

determinada série de operações; caracterizando-se pelo fluxo de material durante

determinado período de tempo que tem como resultado produtos semiacabados

destinados a gerar produtos acabados.

É muito importante para as empresas, o monitoramento destes processos de

forma a gerar informações que auxiliem no diagnóstico de problemas, melhorem o

entendimento dos processos, realizanado controle e planejamento de forma mais

adequada e auxiliando a tomada de decisão em pontos estratégicos da produção.

Este monitoramento deve ser realizado com a coleta de dados no acompanhamento

da produção de forma que estes possam ser transformados em informações

possibilitando a tomadas de decisão.

Segundo Tubino (2000), um sistema produtivo com metas e estratégias

definidas, só conquista êxito em atingi-las administrando a ação dos recursos

humanos sobre os recursos físicos, realizando o acompanhamento destas

atividades, e agindo de forma corretiva sobre os prováveis desvios de acordo com os

planos elaborados.

Tubino (2000) ainda afirma que o acompanhamento e controle da produção

baseados na coleta de dados, são capazes de garantir níveis de execução

desejáveis segundo o programa de produção emitido. Garantindo que o quanto mais

rápido houver a identificação dos problemas, mais efetivas serão as medidas

corretivas.

10

2.2 ARRANJO FÍSICO

De acordo com Trein (2001) através da implantação do arranjo físico (leiaute)

é que máquinas, equipamentos, processos e mão de obra podem ser distribuídos

adequadamente no espaço da indústria, definindo-se como serão os fluxos da

produção, materiais e informações. O desenvolvimento e implantação de arranjo

físico adequado são responsáveis pela obtenção de linha produtiva enxuta, que

busca minimizar os processos de movimentação, reduzir o congestionamento de

materiais e pessoas, aumentando a eficiência das máquinas e da mão-de-obra.

Aguiar et. at. (2007) enaltecem a necessidade de altos investimentos para a

implantação de leiaute quando a produção se encontra em andamento, também é

imprescindível a disponibilidade de horários para concretizar as alterações no

arranjo físico.

Indústrias moveleiras de modo geral possuem o arranjo físico baseado em

leiaute por processo ou funcional, em que a produção tem seus equipamentos

agrupados por setores subdividindo as atividades por funções.

2.3 DESENHO ASSISTIDO POR COMPUTADOR

Computer Aided Desing (CAD) significa desenho assistido por computador.

São sistemas computacionais para desenvolvimento de projetos e desenhos

técnicos. A partir deste princípio cada área específica possui um sistema CAD com

biblioteca desenvolvida para melhor atender as necessidades de quem utiliza este

tipo de ferramenta (PAIVA, 2010).

Todo processo de criação tem diretamente sua imagem associada ao

processo de desenvolvimento e criação gráfica, principalmente nas atuações da

engenharia. O desenvolvimento de desenhos técnicos utilizando linguagem gráfica

permite que ideias concebidas por indivíduos possam ser executadas por terceiros

com conhecimento pertinente. Além disso, o desenho técnico propicia o

11

desenvolvimento do raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e

de organização. Assim, qualquer que seja a atividade da engenharia é cabível o

emprego do desenho técnico (SOUZA, 2008).

2.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES

A utilização da Tecnologia de Informação (TI) está sujeita a um conjunto de

condições, isto é, os componentes organizacionais e suas interações determinarão a

capacidade de utilização e adequação da TI disponíveis para o sucesso empresarial.

Neste contexto é essencial o bom relacionamento e o profundo conhecimento na

manutenção dos dados por parte de seus operadores. É necessário pensar na TI

como parte de um sistema maior, o que remete ao conceito de sistemas. Caso a

entrada de dados no sistema esteja em desconformidade com a realidade todas as

informações geradas podem apresentar algumas incompatibilidades com a real

situação e comprometer as informações.

De forma geral “sistema é um conjunto de partes interagentes e

interdependentes que, conjuntamente, formam base sólida de dados, com objetivo

principal de gerar informações e efetuam determinada função, na maioria das vezes

de controle” (OLIVEIRA, 2005).

Laudon e Laudon (2004) define sistema de informação como conjunto de

componentes interrelacionados que pela coleta, recuperação, processamento e

armazenagem de dados, gera informações com a finalidade de facilitar a

coordenação, planejamento e controle de processos decisórios nas empresas.

A transformação dos dados em informações faz dos sistemas de informação

ferramentas de auxilio extremamente eficazes nas funções gerenciais, auxiliando na

tomada de decisões.

12

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

3.1 ACOMPANHAMENTO DA PRODUÇÃO

Inicialmente buscou-se conhecer todos os processos e etapas fabris,

efetuando acompanhamento diário de cada máquina, cada processo utilizado na

produção de diferentes peças, assimilando informações dos procedimentos

envolvidos.

Posteriormente foram coletados dados no setor de acabamento que antecede

a pintura, para realizar o acompanhamento da produção e analisar o rendimento

juntamente com a identificação das peças produzidas. A coleta de dados é realizada

diariamente pelos colaboradores do setor da lixa, atividade que dá o acabamento

deixando a peça pronta para ser pintada. A cada peça lixada anota-se o modelo em

ficha específica (Figura 3), fornecida no início do dia. Anteriormente os dados não

eram controlados e analisados.

Este setor foi escolhido para estudo, pois, segundo informações empíricas

dos próprios colaboradores, é o processo que mais demanda tempo,

consequentemente determina o ritmo da produção.

Figura 3 – Ficha de anotação Fonte: Autor, 2012.

13

A análise foi acompanhada com o desenvolvimento de planilha que

possibilitou as seguintes informações: produção por colaborador, produção diária e

peças produzidas por modelo, como mostra a Figura 4.

Como cada colaborador possui uma ficha, quando todos os dados do dia

anterior foram repassados, os dados eram compilados em nova planilha (Figura 5)

que possibilita a visualização gráfica da produção diária e por colaborador (Figura 6).

Neste caso em especial, houve a apresentação de dados de um segundo turno de

trabalho, exclusivamente neste setor, a elevação sazonal de pedidos que ocorre no

mês de fevereiro, - grande feira de móveis, a ABIMAD, sediada na cidade de São

Paulo. A Dall Móveis lançou algumas linhas novas, que elevaram ainda mais a

demanda.

A contratação de colaboradores para segundo turno no setor da lixa só foi

possível por existir estoque de segurança (peças) entre o setor de usinagem e

montagem. Como a usinagem trabalha com lotes de produção, ela consegue repor

em ritmo normal e a demanda cai nos meses seguintes, o setor pode trabalhar com

níveis de estoques mais baixos.

Figura 4 – Planilha de acompanhamento de dados. Fonte: Autor, 2012.

14

Figura 5 – Compilação de dados para geração de gráficos indicadores. Fonte: Autor, 2012.

Figura 6 – Gráfico indicador de produção. Fonte: Autor 2012.

Se necessário, essas planilhas permitem o levantamento dos tipos e modelos

produzidos, que também pode ser obtido junto ao banco de dados do sistema em

operação na empresa.

Relacionada com as áreas de planejamento e controle da produção da grade

disciplinar, onde o levantamento de dados comparativo é de extrema importância

para análise de efeito das ações tomadas na melhoria dos processos. O setor de lixa

15

é essencial para controle da produção visando o atendimento da demanda, pois

sendo o processo seguinte à montagem, possibilita controlar se os produtos dos

pedidos, que se encontram em aberto, estão sendo produzidos.

3.2 MUDANÇA DE LEIAUTE

A empresa passou por diversas mudanças gerenciais, sendo que algumas

refletiram no setor produtivo, principalmente na questão do leiaute. A proposta da

direção atual foi de buscar melhor arranjo físico sem grandes alterações na

localização das máquinas maiores, centro de usinagem e seccionadora, por

exemplo. Outra razão é de que mudanças drásticas acarretariam custos elevados e

alterações nos cabeamentos elétrico, tubulações de ar comprimido e de exaustão,

além de que teriam de ser realizadas sem que a produção fosse interrompida.

A proposta elaborada para novo leiaute não foi estendida aos setores de

pintura, estofaria e expedição. Restringindo-se aos setores de usinagem,

supermercado, montagem, lixa e espaço, utilizado, para o estoque de chapas.

O primeiro passo foi levantar as dimensões das áreas a serem estudadas.

Antes deste trabalho não se tem conhecimento de registros, de planta baixa ou

desenho do leiaute de produção. Após a coleta das dimensões, com o auxílio do

CAD foi realizada a projeção destas dimensões, cujo resultado pode ser visto na

Figura 7. As cotas não estão presentes na planta baixa, devido a dificuldade de

visualização das mesmas.

16

Figura 7 – Planta Baixa Fonte: Autor, 2012.

17

A seguir foi realizado o levantamento da localização atual das máquinas e

equipamentos e as respectivas dimensões. Ao término, foi realizada a análise dos

processos envolvidos e as necessidades de movimentação dentro da produção. A

análise contou com o auxílio dos responsáveis por setor da produção, o do PCP e a

direção da empresa, pois para que ocorra efetivamente a mudança de leiaute é

imprescindível o profundo conhecimento dos processos envolvidos e a visualização

das consequências que as mudanças acarretarão.

Na indústria de móveis, o arranjo físico normalmente é funcional ou por

processo. Este requer a utilização de ferramentas computacionais avançadas,

propiciando inúmeras combinações na ordem dos processos, elevando a

complexidade em se determinar um arranjo ótimo. A possibilidade de pré-

visualização das mudanças do processo de forma comparativa é de extrema

importância, pois qualquer que seja a realizada, demanda recursos e podem não

trazer resultado algum ou até mesmo acarretar retrocesso no sistema produtivo.

No caso do leiaute proposto não foi empregado qualquer destas ferramentas,

pois a empresa não possui base de dados com tempos de processo e setups, dados

estes fundamentais para utilização dos mesmos. A solicitação de apresentação de

nova proposta, em prazo de trinta dias, não possibilitou tempo hábil para coleta

científica e fidedigna de dados e fez com que as análises ficassem restritas à

experiência dos colaboradores e em atender as necessidades impostas pela direção

da empresa(Figura 8).

A mudança do leiaute visando melhor disposição das máquinas e agilizar o

fluxo do processo está intimamente ligada com a disciplina de projeto de fábrica e

arranjo físico, otimizando assim a utilização dos espaços disponíveis para a

produção, empregando adequadamente os recursos disponíveis.

18

Figura 8 – Leiaute proposto como ferramenta de melhoria. Fonte: Autor, 2012.

19

3.3 DESENHO TÉCNICO DOS PRODUTOS

Como citado anteriormente, a produção fornece para quatro marcas

diferentes. No caso da Woodland Móveis Corporativos a produção de móveis é

terceirizada junto a Dall Móveis, também responsável pelo desenvolvimento e

projetos dos produtos fornecidos. Por questões legais a empresa necessita que os

projetos técnicos dos móveis estejam acessíveis. Com o AutoCAD foi realizado o

desenvolvimento de projetos dos produtos fornecidos.

Os móveis comercializados pela empresa Woodland possuíam as mesmas

características e dimensões que os fabricados para a Dall Móveis, assim os projetos

foram desenvolvidos a partir da medição dos móveis que já são produzidos no fluxo

normal de produção.

Para constar no registro era realizada a medição por peça como mostrado na

Figura 9, como exemplo.

Figura 9 – Modelo de desenho técnico dos móveis. Fonte: Autor, 2012.

20

Na folha da peça desenhada constam as informações necessárias para a

fabricação e identificação dos componentes que geram um produto. Esse modelo de

projeto técnico foi derivado dos recebidos de designers para o desenvolvimento de

novos produtos.

Todas as peças, de cada produto, são desenhadas com respectivas

dimensões, as informações adicionais e arquivadas. Consta também do banco de

dados o desenho digital de conjunto do produto final(Figura 10), que pode

visualizada, analisada e girada em diversos ângulos.

Figura 10 – Modelo de produto pronto. Fonte: Autor, 2012.

Este procedimento foi utilizado para os móveis que são produzidos com a

marca Woodland, que além de atender as questões legais, facilitam a padronização

nos processos de produção e montagem.

21

O desenvolvimento de desenho técnico não está diretamente ligado apenas

com a disciplina de Desenho Técnico, mas também com Engenharia da Qualidade,

ao propiciar o desenvolvimento de produtos padronizados com a qualidade

assegurada por reduzir falhas e auxiliar a elaboração de instruções de trabalho,

contribuindo para diminuir a variabilidade dos produtos finais.

3.4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES

Durante o período de estágio, a empresa estava readequando-se e

substituindo o sistema de informações (SI) utilizado no gerenciamento interno de

informações. Alguns desencontros de informações, gerados por esta transição,

acarretava percalços que podem ter comprometido a produção.

A dificuldade no acompanhamento de algumas informações, pelo setor do

PCP, refletiu em atrasos no carregamento e geração de estoque de produtos

acabados na expedição. Estes dois problemas, geraram dificuldades maiores, pois a

empresa trabalha com o sistema de produção puxada, em que um produto só recebe

a ordem para ser montado caso já esteja com solicitação de pedido aberta. Desta

forma os móveis que estão parados na expedição são produtos já vendidos e não

entregues ao cliente. Este fato ocorre pela dificuldade de acompanhamento dos

pedidos abertos, pois o pedido normalmente contém mais de um tipo de produto, e

na maioria das vezes ele só é liberado quando todos os produtos estiverem no setor

de expedição.

O problema também é reflexo da dificuldade no controle da matéria-prima,

que ao invés de utilizar o SI, pelo setor de compras, acaba sendo controlada

visualmente com auxílio dos colaboradores, resultando dificuldades frequentes,

fazendo com que produtos fiquem parados, gerando estoques intermediários e

mantendo pedidos abertos no setor de expedição.

Os produtos, na expedição, aguardando o fechamento do pedido, já

demandaram matéria-prima, insumos e mão de obra, da mesma forma que os

22

estoques intermediários, que acabam ficando parados, pois não podem ser

expedidos, ou seja, capital parado acaba gerando prejuízo para a empresa.

Buscando facilitar a visualização dos dados, foi desenvolvida uma planilha

que facilitasse a exposição das informações necessárias no controle da produção,

de forma linear, diferenciando-se da forma com que o sistema atual exibe as

informações (Figura 11) que gera tendência a dificultar a visualização e

consequentemente ao erro.

Figura 11 – Forma de visualização dos pedidos em abertos para controle dos processos. Fonte: Autor, 2012.

É notável que o sistema gera todas as informações necessárias para o

acompanhamento da produção, algumas poderiam ser removidas para "clarear" e

deixar as informações mais bem organizadas facilitando a visualização (mais limpa).

Percebendo estes fatos como demanda para facilitar e melhorar o controle, foi

iniciado o desenvolvimento de nova planilha que atendesse as necessidades sem

que houvesse perda de informações importantes.

A planilha elaborada busca gerar visualização mais limpa das informações e

disponibilizar área para anotações e controle de como a peça se encontra no

processo. As informações fornecidas (Figura 12) são: o número do pedido, em que

lote está programado, o cliente, o produto, a(s) cor(es), a data de emissão do

23

pedido, quando ele deve ser entregue e de acordo com a inserção de dados a

situação em que o pedido se encontra.

Figura 12 - Tabela de acompanhamento de produção. Fonte: Autor, 2012.

As entradas de dados segundo a cor, fazem variar o prazo de entrega,

algumas cores possuem prazo de entrega de trinta dias e outras elevam a quarenta

e cinco dias. As entradas das colunas “ESTOF.”, “PRODUÇÃO” e “ENTREGUE”,

representam como o pedido se encontra no decorrer do processo, sendo que

“ESTOF.” diz respeito a estofaria, “PRODUÇÃO” a estrutura do produto e

“ENTREGUE” quando o pedido já saiu da fábrica.

Caso nenhuma atualização seja feita, a tabela retornará uma das três

possíveis informações, sendo elas: “ATRASADO” quando o pedido já se encontra

atrasado quanto ao prazo de entrega estabelecido, “SEMANA DE

CARREGAMENTO” quando o prazo está em com sete dias ou menos ou “DENTRO

DO PRAZO” quando o prazo do pedido ainda está maior que sete dias.

Atualizações em qualquer uma das três colunas retornará outra nova podendo

ser “ESTOF./PEN. PRODUÇÃO” quando o processo de estofaria já se encontra

concluído e está aguardando a estrutura sair do processo, “FALTA ESTOFAR”

quando a estrutura já concluiu seu processo e aguarda estofaria e “EXPEDIÇÃO”

quando o produto encontra-se completamente pronto e disponível para embarque.

A planilha retornará diferentes informações à medida que é inserido “OK” na

coluna que sofre atualização, qualquer outro tipo de alteração serve apenas para

24

informação, mantendo as informações de prazo de entrega. Desta forma a variação

visual proporcionada pela planilha facilita o controle dos pedidos na linha de

produção.

Durante a utilização desta planilha surgiu a demanda de mais informação,

para auxiliar o setor de compras em relação a aquisição de tecidos, como existem

muitos modelos em linha, o controle torna-se de difícil visualização.

Para tal necessidade foi feito o levantamento da demanda de tecido por peça

a ser estofada, que conciliado com coluna oculta na tabela apresentada

anteriormente, gera a demanda de tecido para todos os pedidos abertos (Figura 13).

Figura 13 - Tabela para controle de estoques de tecidos. Fonte: Autor, 2012.

A estrutura da tabela traz a demanda de tecido dos pedidos abertos nas duas

colunas à esquerda. A informação é automaticamente repassada para a linha 2 do

controle de estoque, na parte inferior está demonstrado o estoque atual dos tecidos

no almoxarifado. A variação de cores na tabela resulta da comparação da demanda,

estoque e tempo para entrega do tecido pelo fornecedor, sendo que: cor verde, o

estoque encontra-se acima da demanda; cor laranja encontra-se dentro do estoque

25

de segurança; e, cor vermelho quando o estoque não consegue mais atender a

demanda, liberando o setor de compras a emitir ordem de compra.

O controle do almoxarifado é realizado pelas células que estão sem

preenchimento, nelas o colaborador insere o dia, o lote em caso de envio de tecido

para a produção, se o tecido está entrando ou saindo do estoque, o modelo e a

quantidade. O controle da demanda é realizado automaticamente quando a planilha

é atualizada na coluna “ESTOF”, na aba dos pedidos abertos com a informação

“OK”. Com esta entrada, a tabela entende que o processo de estofaria estando

concluído não existindo mais a demanda de tecido. Para facilitar a visualização geral

do estoque de tecidos, o setor de compras deve levar a tabela de variação de

estoques para a última linha, pois a linha de demanda encontra-se travada e junto

com a variação das cores o controle visual acaba sendo facilitado.

De acordo com o sistema existente, o cadastro dos pedidos deve ser feito

semanalmente, sempre no começo da semana, para não gerar atraso nas

informações. Ao lançar as informações dos pedidos na tabela é fundamental a

padronização dos dados inseridos no campo “produto”, para que a planilha possa

reconhecê-los e atualizar as informações com veracidade. Visando minimizar erros

de digitação, os campos de cor, tecido e posição da produção só podem ser

atualizados com a validação de dados, o que dificulta a entrada errônea de

informações.

Sistemas de Informação podem ser tão fundamentais para as empresas

quanto áreas de planejamento e controle da produção e qualidade. A informação é o

produto mais importante que circula desde as estações de trabalho até o nível

hierárquico mais alto. Sua deficiência atinge o andamento do processo e a

efetividade do mesmo, podendo afetar a qualidade e a programação da produção,

causando efeitos negativos como estoques intermediários, falta de padronização,

atrasos e defeitos de fabricação.

O desenvolvimento das planilhas de controle identifica-se com a disciplina

optativa de Sistemas de Informação Gerencial, embora ainda propicie controles

básicos, as planilhas facilitaram a visualização para acompanhamento do PCP e

controle de estoque de tecido, estas duas funções ainda encontram-se deficientes e

imprecisas na utilização do sistema na empresa.

26

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atividade de coleta de dados no acompanhamento da produção é de

suma importância para possibilitar, com o passar do tempo, comparações da

produtividade e verificar o real impacto das ações de melhoria tomadas nos

processos.

O desenvolvimento de novo arranjo físico da produção pode apresentar

grandes impactos ao se definir as áreas de movimentação, estoque intermediário,

entre outros, além de contribuir significativamente para o conhecimento mais

aprofundado do processo. Para poder realocar equipamento é imprescindível a

coleta de informações sobre quais processos o mesmo atua e de que forma. Pelo

fato de não ter sido possível empregar sistemas computacionais de simulação, só

será possível verificar os impactos das alterações do leiaute na produção quando já

estiver implantado.

As atividades de projeto técnico de móveis se mostraram importante para o

desenvolvimento da prática de desenho em duas e três dimensões, ampliar o

conhecimento das ferramentas de softwares de desenho, neste caso utilizado o

AutoCAD 2011 e dos produtos da empresa, detalhando dimensões e matéria prima

empregada no processo. Os desenhos podem ser arquivados digitalmente e/ou em

papel para auxiliarem na elaboração de instruções de trabalho e como ferramenta de

melhoria no processo.

As planilhas desenvolvidas para auxiliar a troca e visualização de

informações ressaltam a importância do bom funcionamento e do impacto positivo

que o sistema de informação causa em uma empresa. Também possibilitou

constatar a importância da inserção adequada dos dados para que informações,

qualquer que sejam, possam ser confiáveis e acessíveis a todos que necessitam

visualizá-las. Também foi possível verificar a necessidade de dinamismo nas

informações processadas pelo sistema, pois as informações passadas pelas

planilhas são as mesmas usadas pelo sistema, só que de forma que facilita a

visualização e o acompanhamento, sendo que a planilha contém entrada de dados

27

que demonstram o posicionamento do pedido na produção e alteração do

posicionamento individual de cada peça.

O controle de tecidos proporcionado pela tabela 13 mostra precisão apenas

na quantidade, pois se levada em consideração a lógica de um MRP, a planilha

utilizada não possibilita o acompanhamento dos estoques de acordo com os dias e a

demanda de cada tecido, mas consegue manter níveis mínimos de estoques

levando em consideração apenas pedidos abertos.

Visualizar e participar efetivamente das atividades, das quais se conhecia

apenas teoricamente é de extrema importância para formação profissional e pessoal,

a vivencia com o ambiente de trabalho demonstra também a necessidade de se

buscar cada vez mais conhecimentos para aplicá-los da melhor forma possível,

possibilitando crescimento pessoal enquanto desenvolve atividades que estarão

marcadas em seu crescimento profissional.

28

REFERÊNCIAS

LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. (2004) - Sistemas de Informação com Internet. 4ª Edição, São Paulo, Editora JC.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Sistemas de informação gerenciais: estratégias, táticas, operacionais. Atlas, 2005.

PAIVA, Washington. CAD – Desenho Assistido por Computador. Aprenda CAD. 13 jul 2010. Acesso em: 27 jun. 2012. Disponível em: <http://www.aprendacad.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=53:cad-desenho-assistido-por-computador&catid=28:cad-2d&Itemid=44>.

SHINGO, Shigeo. O Sistema Toyota de Produção – Do Ponto de Vista da Engenharia de Produção. Bookman, 1996, Reimpressão 2008. Porto Alegres – RS.

SOUZA, Wendley. Desenho Tecnico para Engenharia. Sobral. Dez. 2008.

TREIN, F. A. Análise e Melhoria de Layout de Processo na Indústria de Beneficiamento de Couro. Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Porto Alegre, 2001. Acesso em 09 de junho de 2012. Disponível em: < http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/1790/000308359.pdf?sequence=1>.

TUBINO, D. F. (2000) - Manual de Planejamento e Controle da Produção. 2ª Edição, São Paulo, Editora Saraiva.