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Relatório de grupo – 2º semestre/2018 Turma: 1º ano Professora: Mariana Valois Professora auxiliar: Mariana Guimarães Coordenadora: Lucy Ramos

Relatório de grupo 2º semestre/2018 Turma: 1º ano ... · casa dois saquinhos de chá e um folheto de letras para serem recortadas e brincarem em família de há com Letras , aproveitando

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Relatório de grupo – 2º semestre/2018

Turma: 1º ano Professora: Mariana Valois Professora auxiliar: Mariana Guimarães Coordenadora: Lucy Ramos

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Aqui está a turma do 1º ano de 2018, cantando, extravasando alegrias, colocando pra fora seus sentimentos em uma apresentação que está sendo preparada com muito carinho por todos nós para finalizarmos mais uma etapa.

As escolhas das músicas, junto com o professor Saulo foi feita coletivamente e mais para o final do semestre decidimos acrescentar a música “Aquarela”, pois achamos que a letra descreve muito o percurso que esta faixa etária percorre de uma forma tão natural, colorida e criativa.

Aos que chegaram mais quietinhos e tiveram a oportunidade de se

soltarem um pouquinho mais, aos que vieram transbordando energia e aprenderam a contê-la para utilizarem no momento adequado. Aos que chegaram curiosos e até receosos com esse novo desafio, aos que quiseram tanto conversar durante as rodas e explicações (ah, quantas e quantas conversas...), aos que compreenderam o tempo das atividades dentro da rotina e o uso mais sistematizado de alguns materiais como estojo, caderno, mas também puderam continuar se pendurando sobre os brinquedos do parque, subindo no pé das árvores, dando um jeitinho de “escapar” da sala quando sentiam-se entendiados, mas também acalentados pelos abraços e olhares cuidadosos das Maris, de vez em quando com os olhos mais arregalados diante de uma chamada de atenção necessária, que nos acompanharam, junto dos pais e da coordenação da escola durante este ano.

Vencemos uma etapa, mas estamos só no começo dela...

“O novo virá pra rearmonizar (...) e nada como um dia após o outro” trecho da música “Um dia após o Outro” – Tiago Iorc

As férias de julho se passaram e a volta às aula chegou...

Dentro de um minhocário havíamos deixado um dos MINHOCUÇUS sobreviventes que até o final de junho estava vivo. As crianças quiseram revê-lo e para a surpresa do grupo o minhocuçu havia sumido! O mistério surgiu: O que aconteceu com o minhocuçu? De cuidadores de minhocas, entendedores sobre a compostagem, craques no processo da cadeia alimentar, transformaram-se em detetives/investigadores e foram em busca das pistas que poderiam ter sido deixadas ao longo das férias para tentar desvendar onde é que estava esse minhocuçu sumido.

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“A infância tem uma característica muito forte que é marcada pelo brincar. E é pelo brincar, especialmente pelo jogo simbólico, que a criança pode reviver situações cotidianas. Isto possibilita a compreensão e a reorganização das suas estruturas mentais. Assim, o jogo simbólico é a representação corporal do imaginário. Apesar de predominar a fantasia, a

atividade psicomotora exercida acaba por prender a criança à realidade. Na sua imaginação pode modificar a sua vontade usando o “ faz de conta”.

Mas quando expressa corporalmente as atividades, precisa respeitar a realidade concreta e as relações com o mundo.

Pelo jogo simbólico a criança exercita não só a sua capacidade de pensar (representar simbolicamente as suas ações), mas também as suas habilidades motoras já que ao brincar,

salta, corre, ou manipula objetos. Concluindo, é através do jogo simbólico que a criança cria um mundo imaginário onde

representa as suas preocupações e os sentimentos que a incomodam na sua vida real. Dessa forma, a criança consegue exprimir através de brincadeiras algo que não conseguiria exprimir

por palavras. As brincadeiras de faz-de-conta exercem a função de máxima importância no que diz respeito à

educação infantil. Permitem promover à criança um momento único de desenvolvimento, no qual ela exercita a

sua imaginação, a capacidade de planear e de fantasiar situações lúdicas”. (trecho de um artigo escrito pela Profa Susana Cardoso)

Criamos um caderno de investigações, mas observamos que o fato de experienciar concretamente sobre o tema se tornava mais interessante que os próprios registros e respeitamos esse espaço de experiências e brincadeiras.

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Numa manhã bem fria resolvemos nos aconchegar em cobertinhas e mantas trazidas de casa para uma atividade especial: o “Chá-Charada com letras”. Todos puderam escolher um sabor de chá para acompanhar a atividade esquentando os corpinhos e um a um foram sorteando charadas que ao desvendá-las sozinhos ou com a ajuda dos amigos sorteava uma letra na outra caixinha e a letra que saísse era preciso falar o nome de uma palavra que começasse com ela, assim, receberia o prêmio, duas bolachas para acompanhar o chá. Depois das charadas desvendadas e dos desafios cumpridos todos puderam desfrutar do restante das bolachas trazidas para este momento e para tornar mais significativa a atividade mandamos para casa dois saquinhos de chá e um folheto de letras para serem recortadas e brincarem em família de “Chá com Letras”, aproveitando também para registrarem as palavras que fossem ditas.

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Eis que, propositalmente, para dar sequência aos conteúdos a serem abordados para a turma resurge o minhocuçu. Que junto com a ideia da aluna Maria Eduarda que iniciou a música e a parceria do professor de música da Escola do Sítio, Saulo Rivera, trouxeram o minhocuçu para a sala de aula outra vez, mas de uma forma mais imaginária e as professoras foram construindo através desse “faz de conta” uma proposta para revivermos o conto da viagem ao “Planeta Alfabeto”que foi feita no 1º semestre e trazer as letras uma a uma para serem estudadas.

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“Lá vem o minhocuçu, vem trazendo o alfabeto A, E, I, O, U , pra você ficar esperto(...)”

(refrão da música “Lá vem o Minhocuçu” - Saulo Rivera)

Iniciamos com a ideia de que o minhocuçu (que sumiu do minhocário nas férias) chegou ao “Planeta Alfabeto” e achou que aquele espaço estava uma grande bagunça. Resolveu eleger-se presidente do Planeta e ganhou por unanimidade. Ele era o chefe agora, mandava e criava leis. A primeira lei criada por ele foi organizar as letras através da ordem alfabética e colocou algumas condições, dentro de seu comprido corpo de minhoca repleto de anéis, cada letra ocuparia uma das “casinhas” e em cada casinha só poderiam entrar palavras que começassem com aquela letra. Fomos nos aprofundando na questão da importância de utilizar a organização das palavras através da ordem alfabética, falamos sobre os livros da biblioteca, da lista de chamada, do dicionário e também da farmácia. A turma gostou da ideia da farmácia e criamos assim uma farmacinha com caixas de remédios vazios. Brincamos de tentar comprar as medicações. Com a caixa da farmácia desorganizada, percebemos que a Professora Mari Guimarães quase morreu, porque precisava da medicação e ninguém a encontrava por conta da bagunça. Seguimos então construindo uma estante na parede com fita crepe e dividindo-a com as letras do alfabeto e colocamos as caixinhas cada uma em seu lugar. Desta forma ficaria mais fácil atender os clientes na farmácia, pois era só procurar pela primeira letra do nome do remédio. Logo depois o minhocuçu passou pela nossa sala de aula e nos convidou para fazer parte das “casinhas” dele e cada um foi ocupando o seu lugar. A Cora e o Carlos entraram na mesma casinha, assim como a Helena ficou sozinha, mas sorte que encontrou um hambúrguer bem gostoso lá dentro pra comer. O Bernardo e a Bianca dividiram a “casinha”. A “casinha

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da letra “L” ficou bem apertadinha, dentro dela tinham a Lisa, a Liz, a Luiza, as Lívias, a Laura, a laranja, o limão, o leão e até o lobo mau! Chefe como era, o minhocuçu lançou logo uma nova ordem... Quem estivesse dentro das casinhas tinha que ocupar um espaço. No mundo do “faz de conta” tudo pode acontecer, então era assim, cada palavra que ali entrava uma “cadeirinha” aparecia. Surgiu um novo questionamento: Quem senta aonde? Tem a cadeira número 1, número 2 e a número 3. Temos o Enrico, o Erik e o Eduardo. Onde cada um vai se sentar? “Eu acho que o Erik senta na número 1 porque o nome dele tem menos letras que o dos outros” “Eu colocaria o Eduardo primeiro, porque ele é mais meu amigo” “Eu acho que tem que ser de quem é mais novo pra quem é mais velho” “Eu acho que a gente pode medir a altura deles e quem for mais alto senta na número 1 e quem for mais baixo senta na número 3” Essas entre outras muitas hipóteses foram surgindo até que algumas crianças já sabiam como se fazia o “desempate” e explicaram ao grupo com o reforço das professoras. E assim fomos propondo várias atividades em que tivessem que alinhar as palavras através da ordem alfabética.

Descobrimos também que quando houve a explosão lá no “Planeta Alfabeto”, quando as linhas retas e curvas ainda não haviam se misturado, 6 partículas de “astatino” (Elemento radioativo, de símbolo At, número atômico 85 e

massa atômica 211, que é um dos halogêneos descobertos no bombardeio de bismuto com

núcleos de hélio, sendo também formado pela desintegração radioativa; eca-iodo.) – invenção da professora Mari Guimarães - se diluíram pelo espaço e caíram bem no momento da formação das letras A, E, I, O, U e Y e fizeram com que

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elas ganhassem um poder especial, tornaram-se assim letras “poderosas”, “corajosas”, que são classificadas como vogais. Muitos questionamentos vieram em relação a letra Y ser considerada uma vogal, já que o som dela não é o mesmo que o nome como as demais, porém pela nova base ortográfica ela é considerada sim uma vogal.

“Conforme o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, as letras K, W e Y foram incluídas no alfabeto e obedecem às regras gerais que caracterizam consoantes e vogais. Do ponto de vista fonético-

fonológico, consoante é um fonema pronunciado com a interrupção do ar feita por dentes, língua ou lábios. Já a vogal é um fonema pronunciado com a passagem livre do ar pela boca. Outra distinção entre

um grupo e outro de letras recai sobre a pronúncia: a consoante precisa de uma vogal para formar sílabas e ser pronunciada, e a vogal, não. Ela se basta.

Seguindo essas regras, o Y é uma vogal, já que foi traduzido do alfabeto grego como I e mantém esse som nas palavras em que é usado, como em ioga. Quando aportuguesada, a palavra originalmente

grafada com Y passa a ser grafada com I - como em iene, moeda japonesa. O K corresponde, em português, ao som do C ou QU - como vemos em Kuait -, sendo considerado consoante. Já o W deve ser

empregado de acordo com sua pronúncia na língua original, isto é, ora com som de V, quando proveniente do alemão (como Wagner), ora com som de U, quando de origem inglesa (caso de web).

Com isso, a letra W é considerada consoante ou vogal, conforme o uso”. (Informação retirada do site: novaescola.org.br)

As demais letras são consideradas consoantes e por sua vez atribuímos o apelido de “não corajosas”, “medrosas” , que precisam da ajuda das letras “poderosas”para darem um som aos pedaços das palavras, que são as sílabas. Iniciamos então o estudo mais sistematizado de todas as letras do alfabeto.

A prática do letramento vem à medida que a prática social é inserida, ou seja, acontece um manejo da língua em seu contexto social. O nosso interesse não é pular etapas. Alfabetizar letrando nada tem a ver com sobrecarga de estímulos, até porque uma criança pode ser letrada antes mesmo de ser alfabetizada. É o caso de crianças que ouvem histórias antes de dormir todos os dias, que aprendem vocabulário novo dentro de um contexto que faz sentido para ela e por aí vai. A partir dali, ela já consegue distinguir estruturas linguísticas aleatórias sabendo que estão ouvindo um poema ou um conto de fadas, por exemplo. Conseguem prever o que vem depois e explicar o que aconteceu antes. Ou seja, crianças letradas efetivamente entendem como a língua funciona e por isso são capazes de utilizá-la com mais propriedade e eficiência.

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O estudo das letras só nos traz mais para próximo de salientar aquilo

que a criança já carrega dentro de si, pois desde o início do ano trabalhamos com as escritas espontâneas e acreditamos que no momento em que a criança se sente segura e autônoma nesta escrita (e por isso a insistência no início do ano em trabalhar tão cuidadosamente diante deste processo), proporciona que haja saltos significativos nas fases a partir de mais conceitos e estímulos que começam a ser somados na rotina escolar da criança diante ao processo de alfabetização.

Pesquisas mostraram que as crianças tinham ideias sobre a escrita muito antes de serem “autorizadas” pela escola a aprender. E que no lugar de acumular informações oferecidas pela escola, as crianças pareciam “inventar” formas surpreendentes de escrever. É o que vivemos com a maioria dos nossos alunos em sala de aula.

O processo de alfabetização é longo, difícil e trabalhoso, porém encantador. Cabe a escola e aos professores garantirem um ambiente alfabetizador, como também ajudar os alunos a descobrirem o prazer da leitura e de realizarem conexões com a fala e a escrita que está sempre presente na escola, na casa e no mundo que vivem.

“O aprendizado da escrita requer tempo, paciência e maturidade”

Emília Ferreiro

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A passagem da criança de um nível de conceitualização a outro está diretamente relacionada a um conhecimento anterior. O tempo que ela permanece num mesmo nível é muito variável, por outro lado, essa evolução é linear, pois a criança passa por avanços e recuos durante todo o

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seu processo de construção da escrita, ainda que seu desenvolvimento esteja diretamente relacionado com seu nível inicial de conceitualização. E é nesta passagem que a intervenção do professor pode ser observada.

A intervenção da escola neste processo permeia simultaneamente a teoria e a prática, e esse é o grande desafio do professor, isto é, entender como deve ser a sua atuação junto ao processo de cada criança, tendo um embasamento teórico por trás. A principal tarefa do professor é aprender a observar, ver e entender a evolução da criança, para que possa sempre trabalhar a partir do nível de contextualização da mesma.

Estudamos as letras, seus formatos, nomes e sons. Registramos de diferentes formas e brincamos muito de buscar palavras que continham as letras estudadas, utilizamos o final do caderno de linhas para ser nosso “Planeta Alfabeto”.

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Um dia trouxemos para as crianças o livro criado pela turma do 1º

ano de 2015, alunos que hoje fazem parte do 4º ano da Escola do Sítio, intitulado como “Planeta Alfabeto e a Exploração da Turma do Esqueleto” (Mariana Valois Muffato). Queríamos mostrar neste momento que cada turma que passa pelo primeiro ano na Escola do Sítio visita o “Planeta Alfabeto” e em cada turma acontece uma coisa, e nesta criamos um livro.

Convidamos a turma do 4º ano para se apresentarem ao nosso grupo e contarem o que lembravam da visita feita ao “Planeta Alfabeto”- Foi um momento indescritível, ao menos a mim, professora das duas turmas, no qual os co-escritores do livro puderam recordar e recontar, reouvir e relembrar muitos dos momentos vividos naquele ano e para os alunos da turma atual foi um momento de escutar uma nova história e imaginar como tudo aquilo aconteceu.

Decidimos adotar um livro de leitura monitorada “Diário de uma

Minhoca” (Doreen Cronin – da Cia das Letrinhas).

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Passamos a conversar sobre diários, livros secretos, cadernos de

recordações, álbuns de fotos, memórias e assim desvendamos o diário da minhoca. A fala da professora Mariana Valois trouxe bastante interesse ao grupo quando contava sobre os diários que tinha, os símbolos que usava para representar as letras do alfabeto para que ninguém pudesse ler os seus registros e as “artes” que aprontava na adolescência. É incrível como as crianças se interessam pela vida da gente, parece que naquele momento a professora vira gente de verdade e deixa de ser só professora. Quiseram saber sobre o nascimento dos meus filhos, meu primeiro namorado, enquanto isso começamos a também instigá-los a pensarem em si... Quem são, como eram, o que gostam, o que não gostam, o que fazem, o que pensam, o que consideram preciso e importante em suas vidas. Aproveitamos o livrinho confeccionado para ser o caderno de investigações que pouco rendeu em registros para iniciar um “Diário”para cada um. Aos poucos começaram aparecer outros diários que vinham de casa, alguns fechados com cadeados, outros abertos, mas só para as professoras lerem, outros para serem compartilhados com a turma toda.

A construção da identidade se dá por meio das interações da criança com o seu meio social, o qual acontece em primeiro momento no seio familiar e logo depois, a escola. A inserção da criança no espaço escolar se faz um universo social diferente do da família, favorecendo novas interações e ampliando, desta maneira, seus conhecimentos a respeito de si e dos outros. De acordo com o Referencial Curricular Nacional, a identidade tem a função de distinguir, marcar as diferenças, sejam elas, físicas, emocionais e comportamentais, dos indivíduos. Ou seja, sua autoimagem também é construída a partir das relações estabelecidas nos grupos em que a criança convive. Um ambiente farto em interações, que acolha as particularidades de cada indivíduo, promova o reconhecimento das diversidades, aceitando-as e respeitando-as, ao mesmo tempo em que contribui para a construção da unidade coletiva, favorece a estruturação da identidade, bem como de sua autoimagem.

Este processo envolveu o contato direto com a leitura, as percepções das individualidades tanto da minhoca, personagem do livro, quanto das

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crianças, proporcionou que conseguíssemos trabalhar com a escrita de textos reformatar registros mais sistematizados, como por exemplo, colar coisas que são significativas sem ter a necessidade de adequá-las a uma narrativa mais complexa.

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É um trabalho que teve início na escola e cabe a cada uma das

crianças querer ou não dar continuidade a este processo. O diário vai para casa e outras histórias poderão ser contadas, como também as descritas até aqui serem revisitadas afim de explorar esse processo do ir e vir que contempla a nossa vida até depois de adultos.

Jean Piaget considera quatro períodos no processo evolutivo da

espécie humana que são caracterizados "por aquilo que o indivíduo consegue fazer melhor" no decorrer das diversas faixas etárias ao longo do seu processo de desenvolvimento.

Cada uma dessas fases é caracterizada por formas diferentes de organização mental que possibilitam as diferentes maneiras do indivíduo relacionar-se com a realidade que o rodeia. De uma forma geral, todos os indivíduos vivenciam essas quatro fases na mesma sequência, porém o início e o término de cada uma delas pode sofrer variações em função das características da estrutura biológica de cada indivíduo e da riqueza (ou não) dos estímulos proporcionados pelo meio ambiente em que ele estiver inserido. Por isso mesmo é que a “divisão” nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida

As crianças do 1º ano encontram-se no período pré-operatório, que é marcada pelo aparecimento da função simbólica ou semiótica, ou seja, é a emergência da linguagem. Nessa concepção, a inteligência é anterior à emergência da linguagem e por isso mesmo "não se pode atribuir à linguagem a origem da lógica, que constitui o núcleo do pensamento racional”. Na linha piagetiana, desse modo, a linguagem é considerada como uma condição necessária mas não suficiente ao desenvolvimento,

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pois existe um trabalho de reorganização da ação cognitiva que não é dado pela linguagem. Em uma palavra, isso implica entender que o desenvolvimento da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência.

Todavia, conforme demonstram as pesquisas psicogenéticas, a emergência da linguagem acarreta modificações importantes em aspectos cognitivos, afetivos e sociais da criança, uma vez que ela possibilita as interações interindividuais e fornece, principalmente, a capacidade de trabalhar com representações para atribuir significados à realidade. Tanto é assim, que a aceleração do alcance do pensamento neste estágio do desenvolvimento, é atribuída, em grande parte, às possibilidades de contatos interindividuais fornecidos pela linguagem.

Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Assim, neste estágio, embora a criança apresente a capacidade de atuar de forma lógica e coerente (em função da aquisição de esquemas sensoriais-motores na fase anterior) ela apresentará, paradoxalmente, um entendimento da realidade desequilibrado (em função da ausência de esquemas conceituais).

Iniciamos no começo do ano o trabalho com o material “Cuisenaire”,

que é constituído por uma série de barras de madeiras coloridas, sem

divisão em unidades e com tamanhos variando de uma até dez unidades.

Cada tamanho corresponde a uma cor específica. O material foi oferecido

aos alunos para que pudessem experienciá-lo, construíram formas em

diferentes dimensões, contaram, classificaram por cores, tamanhos,

agruparam, brincaram dos jogos “Nunca 3”e “Nunca 5”, que favoreceu no

entendimento diante das trocas e integração de unidades numéricas.

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Até chegarmos no conceito de agrupar e decompor os numerais,

compreendendo a função das unidades dentro de uma dezena e as

possibilidades da formação de quantidades a partir de diferentes estruturas

numéricas. Iniciamos concretamente e por vezes abstratamente as noções

de soma e subtração e observamos que este caminho escolhido foi de

grande valia e trouxe bastante significado aos alunos na compreensão

desses conceitos matemáticos. Trabalhamos também com as “famílias

numéricas”, tendo como objetivo que as crianças entendessem que a

posição que o numeral está interfere no número que ela forma no caso de

números de dois ou mais algarismos. Continuamos trabalhando com a

sequência numérica através de jogos, brincadeiras e o uso diário do

calendário coletivo da classe.

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Neste semestre contamos também com três eventos especiais na escola:

1- Semana Cultural

Tendo como viés o tema do ano: “Esfera: dos limites à expansão

“O que ela via não era uma garça na beira do rio,

Era um rio na beira de uma garça.

Chegou a ir ao oculista .

Ela queria despraticar as normas .

Achei certo!

(Manuel de Barros)

Juntos, alunos e professores do ciclo I (1º, 2º e 3º anos) trabalharam com

criação de personagens em diferentes perspectivas com o objetivo de

expandir as possibilidades de olhar a partir do trabalho em grupo. A semana

contou com experiências de criações individuais a partir de determinados

comandos oferecidos pelas professoras; em duplas criando personagens

hibridos a partir de histórias da Mitologia Grega , Pã, Quimeras, Górgons e

Sereias; em trios criando um único personagem com atribuições de

características físicas e emocionais e depois em um último momento em

que cada trio se juntava a mais dois trios e criavam uma história a partir dos

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3 personagens já criados, num grupo de mais ou menos 9 pessoas.

Encerramos a semana com a mostra, a qual os trabalhos estavam expostos

e sugerimos aos visitantes que sensivelmente percebessem o quanto os

diferentes olhares expandem a mesma proposta de construção.

2- Semana das Crianças

Como de costume, na semana do dia das crianças a Escola do Sítio

prepara uma programação especial. Este ano, apesar de termos que adiar

o dia mais esperado por todos, que é o dia dos “brinquedões”com água por

conta do mal tempo, foi uma semana de muitas brincadeiras e diversão

para as crianças.

Tivemos o dia de brincadeiras de exploradores da natureza com as cabanas,

dia de cabeleireiro, trocamos o dia dos brinquedões por faz de conta e

fantasias, cineminha e depois quando o tempo melhorou tivemos o dia dos

“brinquedões”.

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3- Acantonamento

Para os alunos do 1º ano esta foi a primeira experiência das crianças passarem a noite e dormirem na escola com as professoras. Tivemos como norteador o tema: “Adivinhe se for Capaz...” e com o auxílio de toda equipe que se apropriaram de personagens como investigadores, detetives, ladrões entre outros e a coordenação do evento muito bem elaboarada por Cida (diretora pedagógica) e Lucy (coordenadora pedagógica) fomos submetidos a agrupamentos em equipes, elaboração de gritos de guerra, desfile de pijamas, baladinha, filme na madrugada e muitas brincadeiras em formato de gincana para descobrirmos o que o Mrs. Blawn havia levado embora da escola e depois encontrarmos este objeto. Este ano até nós professoras fomos surpreendidas com os mistérios e surpresas. Foi realmente muito legal!

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No momento em que acabou, no dia seguinte, às onze horas da

manhã, apesar de muito cansadas, as crianças demonstraram-se entristecidas, mas a boa notícia é que pra quem continuar estudando na Escola do Sítio o acantonamento acontece até o 5º ano, então no ano que vem tem mais, turminha!

O tempo passa e a próxima etapa já está batendo a nossa porta. Toc-toc... Alguém ouviu?

Acho que é o segundo ano vindo buscar essa turma que vai deixar saudades!

Terminamos este relato acreditando que muitos aprendizados e bons momentos vêm pela frente. Deixaremos como lembrança uma camiseta

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personalizada pela turma para que quem sabe faça parte do “Diário do coração” que cada um carrega dentro de si.

Agradecemos a colaboração e a confiança de cada família em nosso trabalho.

Agradecemos as crianças por nos proporcionarem esse ano com tantas conquistas e reflexões.

Desejamos a todos ótimas férias e um feliz final de ano!

Abraços e beijos gigantes das Maris do 1º ano

Mariana Valois e Mariana Guimarães

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Pra terminar aqui... Uma foto de um momento muito especial para nós da turma do 1º ano!