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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL Versão Simplificada DO ESTADO DE 2011 MAPUTO, DEZEMBRO 2013

RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

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Page 1: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO

RELATÓRIO E PARECER

SOBRE A CONTA GERAL

Versão Simplificada

DO ESTADO DE 2011

MAPUTO, DEZEMBRO 2013

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CIDADANIA E TRANSPARÊNCIA

O cidadão, quando vota, escolhe aqueles que vão governar e fazer as leis, para o

desenvolvimento do País e melhoria das condições de vida das pessoas em sua

representação. Ele quer, por isso, saber como é que o Governo usa os recursos que obtém

através da cobrança de impostos, bem como de outras fontes de receitas. Para acompanhar

as decisões e realizações das instituições do Estado e sobre elas opinar, o cidadão tem que

ser informado.

Assim, o sector público deve fornecer informações sobre os planos e actividades que realiza

e os seus resultados, em linguagem compreensível para todos.

Anualmente, o Tribunal Administrativo, como órgão de fiscalização das despesas públicas,

analisa a Conta Geral do Estado e sobre ela emite um relatório que envia à Assembleia da

Republica. Este documento, pela natureza das matérias que trata (contabilidade, direito,

finanças públicas, etc) é escrito numa linguagem técnica que pode, por vezes, torná-lo de

entendimento não fácil.

No esforço de fazer chegar aos que, sem serem especialistas nas áreas do conhecimento

acima referidas, se interessam pelas informações contidas no relatório sobre a Conta Geral

do Estado, o Tribunal Administrativo apresenta a versão simplificada do relatório atinente

ao exercício económico de 2011.

É pretensão do Tribunal Administrativo contribuir para a transparência na gestão da coisa

pública e participação dos cidadãos no dia-a-dia da sua comunidade e na construção da

democracia, no nosso solo pátrio.

Machatine Paulo Marrengane Munguambe

Presidente do Tribunal Administrativo

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APRESENTAÇÃO

Todos os anos, o Governo prevê, para o ano seguinte, os impostos e taxas que vai cobrar e

as despesas que irá realizar, em documento que é a proposta de Orçamento do Estado que

este submete à Assembleia da República (AR), para aprovação.

Assim, o Orçamento do Estado é formado pelas receitas e despesas referentes a um

determinado ano.

O Governo, quando cobra os impostos e taxas às pessoas e empresas e paga as despesas,

por exemplo, de construção de estradas e pontes, escolas, hospitais, etc. os salários dos

professores, enfermeiros, polícias e outros funcionários, a energia, água, combustível, etc.,

para o funcionamento dos seus serviços, contabiliza esses recebimentos e pagamentos.

Depois, compila todos esses registos e organiza em forma de um documento chamado

Conta Geral do Estado (CGE), que remete à AR e ao Tribunal Administrativo (TA). O

Tribunal analisa esta Conta e emite o Relatório e Parecer, para a AR.

O Relatório e Parecer do TA sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade,

economia, finanças, direito, etc. Para tornar acessíveis às pessoas que não são especialistas

naquelas matérias, os aspectos principais do Relatório, o TA preparou a presente versão

simplificada daquele documento.

Para mais detalhes e aprofundamento dos assuntos apresentados, o caro leitor poderá

consultar a versão completa do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral da Geral (RPCGE)

de 2011, disponível na página do TA, na Internet, no endereço www.ta.gov.mz, no Boletim

da República (Suplemento número 38, primeira série, de 13 de Maio 2013) ou, ainda, na

sede do TA, em Maputo.

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ESTRUTURA DO DOCUMENTO

O documento encontra-se estruturado da seguinte forma:

No Capítulo I - Introdução são apresentadas as instituições que estão legalmente obrigadas a

prestar contas e os órgãos supremos que fiscalizam as receitas e despesas do Estado, que são a

Assembleia da República (AR) e o Tribunal Administrativo (TA).

Quanto ao Capítulo II – Processo Orçamental, faz-se a análise dos valores do Orçamento de

2011, aprovados pela Assembleia da República, os instrumentos de planificação do Governo e os

mecanismos de alterações das dotações orçamentais dos órgãos e instituições do Estado.

No que tange ao Capítulo III – Receita, este trata da comparação entre a receita prevista e a

efectivamente realizada no exercício e a análise da sua evolução histórica, de 2007 a 2011.

É analisada, no Capítulo IV – Despesa, a execução das despesas de funcionamento e de

investimento, nos limites estabelecidos na Lei Orçamental.

Capítulo V - Operações Financeiras e o Financiamento do Défice Orçamental, são

analisadas as operações financeiras e o financiamento do défice orçamental.

No Capítulo VI – Património do Estado – é feita a apreciação do património do Estado com

base nos dados contidos no Anexo 7 da Conta Geral do Estado (CGE) e nas informações adi-

cionais recolhidas por este Tribunal, na Direcção Nacional do Património do Estado e outras

entidades. É, também, analisado o processo de inventariação, avaliação e amortização dos bens

do Estado.

3

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PORQUÊ SE DEVE PRESTAR CONTAS?

Todo o funcionário ou dirigente que tem à sua responsabilidade a guarda ou administração de

dinheiros ou bens públicos, tem a obrigação de prestar contas pela utilização daqueles recursos.

O mesmo acontece com o Governo, pois este usa meios adquiridos através da cobrança de

impostos e taxas aos cidadãos e empresas tendo, por isso, a obrigação de prestar contas,

mostrando à sociedade, como, onde, quando e quanto dinheiro cobrou e gastou.

Segundo a lei, têm a obrigação de prestar contas as seguintes instituições:

QUEM FISCALIZA AS CONTAS DO ESTADO

A fiscalização das contas do Estado é feita pelo cidadão, através dos seus representantes na AR e

pelo TA, como órgão supremo de controlo da legalidade e eficiência das receitas e despesas

públicas.

O Governo submete a Conta do ano anterior à AR e ao TA, até ao dia 31 de Maio.

A fiscalização feita por estes órgãos tem em vista apurar se:

O Orçamento do Estado foi executado dentro do prazo previsto, seguindo as normas -

Regularidade financeira;

O Governo agiu de acordo com a lei – Legalidade;

O Governo gastou o menos possível para atingir cada objectivo – Economicidade;

Executou da melhor forma – Eficiência;

Atingiu o objectivo – Eficácia.

O QUE É O TRIBUNAL ADMINISTRATIVO?

O Tribunal Administrativo (TA) é o órgão superior da hierarquia dos tribunais administrativos,

fiscais e aduaneiros. O controlo da legalidade dos actos administrativos e a aplicação das normas

regulamentares emitidas pela Administração Pública, bem como a fiscalização da legalidade das

despesas públicas e a respectiva efectivação da responsabilidade por infracção financeira cabem

ao TA.

Quem presta contas ao TA?

Oes Quem fiscaliza as contas do Estado?

Todas as instituições do Estado

Entidades que receberem fundos do Estado

Empresas do Estado

Conselhos administrativos ou comissões administrativas

Exactores, tesoureiros, recebedores Serviços e

organismos autónomos

Sociedades de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos

Autarquiaslocais

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ESTRUTURA DO TA

Em relação à fiscalização das receitas e despesas

públicas, o TA desempenha, de entre outras, as seguintes

tarefas:

Fiscalização prévia (visto) dos actos e contratos;

Auditorias a todas entidades públicas;

Emissão do Relatório e Parecer sobre a Conta

Geral Estado;

Julgamento das contas de entidades públicas;

Responsabilização financeira dos gestores.

Controlo externo é aquele que é

realizado por um órgão externo,

independente da entidade

fiscalizada.

Administração Pública é o

conjunto de órgãos e serviços do

Estado.

Fiscalização Prévia é a

verificação da legalidade e

existência da dotação orçamental

de uma despesa, antes da sua

realização.

Julgamento de contas é a

apreciação e decisão sobre a

legalidade e regularidade das

contas prestadas pelos

responsáveis dos serviços e órgão

do Estado.

Responsabilização financeira é a

obrigação em que pode incorrer

aquele que, em virtude do seu

cargo (detenção ou manejo de

dinheiros públicos), violar, por

acção ou omissão, normas

disciplinadoras da actividade

financeira pública.

Auditorias são uma forma

especial de controlo que consiste

no exame das operações e

actividades de uma entidade com

vista a verificar se são executadas

ou funcionam em conformidade

com os objectivos, orçamentos,

regras e normas.

HORA DE APRENDER

Julgar as acções que tenham por objecto problemas

emergentes das relações jurídicas administrativas ou seja

entre o Estado e o particular;

Julgar os recursos contenciosos interpostos das

decisões dos órgãos do Estado, dos respectivos

titulares e agentes;

Conhecer os recursos interpostos e as decisões proferidas

pelos tribunais administrativos, fiscais e aduaneiros;

Emitir o Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do

Estado;

Fiscalizar, previamente, a legalidade e a cobertura

orçamental dos actos e contratos sujeitos à sua jurisdição;

Fiscalizar a aplicação dos dinheiros obtidos no

estrangeiro, através de empréstimos, subsídios, avales e

donativos.

COMPETÊNCIAS DO TA

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Para a emissão do Relatório e Parecer sobre a Conta, o TA faz o acompanhamento da execução

orçamental, realiza auditorias e analisa a Conta.

QUEM APROVA AS CONTAS DO ESTADO?

Compete à AR apreciar e aprovar a CGE, tendo como base a legislação sobre a matéria aplicável

e apoiando-se no Relatório e Parecer sobre aquela, emitido pelo TA.

A AR aprecia e aprova a CGE na sessão seguinte à entrega deste pelo TA.

O QUE É A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA?

A AR é o mais alto órgão legislativo do nosso país. Determina as normas que regem o

funcionamento do Estado e a vida económica e social através das leis. Ela é constituída,

actualmente, por duzentos e cinquenta deputados.

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COMPETÊNCIAS DA AR

A AR tem, de entre várias atribuições, as seguintes:

Aprovar as leis constitucionais

Aprovar a delimitação das fronteiras do nosso país;

Deliberar sobre a divisão territorial;

Aprovar a legislação eleitoral e o regime do referendo;

Deliberar sobre o programa do Governo;

Aprovar o Orçamento do Estado;

Definir as bases da política de impostos e o sistema fiscal;

Deliberar sobre as bases gerais da organização e funcionamento da Administração

Pública.

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Capítulo II: PROCESSO ORÇAMENTAL

Para o caro leitor entender melhor como decorre o processo orçamental poderá consultar a

versão simplificada do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado de 2009 disponível

no site do TA (www.ta.gov.mz).

O Presidente República eleito formou o Governo que elaborou o programa de governação

para o período de cinco (5) anos, Programa Quinquenal do Governo (2010 a 2014).

No dia 13 de Abril de 2010, o povo, através dos deputados, aceitou o Programa do Governo

Para a sua implementação e controlo, o Programa

Quinquenal do Governo, é dividido por anos. Para cada um,

há um Plano Económico e Social (PES) em que são

estabelecidos objectivos, no campo da Saúde, Educação,

Agricultura, Obras Públicas, etc.

Uma vez aprovado o PES, o Governo submete à AR, até ao

dia 30 de Setembro de cada ano, a proposta do Orçamento

do Estado (OE), na qual consta a informação sobre as

previsões das receitas, os limites das despesas e o

financiamento do défice.

Este documento, uma vez aprovado pela AR, constitui o OE

do ano. A lei que aprova o Orçamento é a Lei Orçamental.

A AR fez uma previsão de cobrança de receitas no valor de

73.274,807 milhões de Meticais e fixou em 132.403,142

milhões de Meticais as despesas a realizar.

Posteriormente, alterou aqueles montantes para 79.158,000

milhões de Meticais, de receitas a cobrar, e 141.757,226 milhões de Meticais de despesas a

executar.

Os valores iniciais e finais do Orçamento são apresentados no quadro que se segue.

Quadro n.º 1 – Orçamento do Estado Em milhões de Meticais

Orçamento Inicial Orçamento Rectificativo

Receitas do Estado 73.274,807 79.158,000

Despesas do Estado 132.403,142 141.757,226

Défice 59.128,335 62.599,226

As receitas efectivas previstas (79.158,000 milhões de Meticais) cobrem apenas 55,8% das

despesas orçamentadas (141.757,226 milhões de Meticais), sendo o défice orçamental

(62.559,226 mil Meticais) assegurado através de donativos e recurso ao crédito interno e

externo.

HORA DE APRENDER

Plano Económico e Social

é um documento elaborado

pelo Governo em que

constam os objectivos e

prioridades centrais para

um determinado ano.

A Lei do Orçamento do

Estado autoriza o Governo

a cobrar receitas e utilizá-

las nos programas.

Se num determinado ano, o

valor das despesas for

maior que o das receita,

diz-se que se está perante

um Défice Orçamental

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DESPESAS DE FUNCIONAMENTO E DE INVESTIMENTO PREVISTAS NO OE DE

2011

As despesas de funcionamento foram fixadas em

77.005,523 milhões de Meticais, (73.290,415

milhões de Meticais respeitam a Despesas

Correntes e 3.715,108 milhões de Meticais, a

Despesas de Capital). O limite das despesas de

investimentos foi fixado em 64.751,702 milhões

de Meticais, sendo 20.581,718 milhões de

Meticais, de financiamento interno e 44.169,984

milhões de Meticais, de financiamento externo,

como se pode verificar no quadro a seguir.

Quadro n.º 2 – Despesas de Funcionamento e

de Investimento Previstas no OE 2011 Em milhões de Meticais

Despesas de Funcionamento

Despesas Correntes Despesas de Capital

73.290,415 3.715,108

77.005,523

Despesas de Investimento

Financiamento

Interno

Financiamento

Externo

20.581,718 44.169,984

64.751,702

EVOLUÇÃO DAS ESTIMATIVAS ORÇAMENTAIS DA RECEITA NO

QUINQUÉNIO

No Gráfico abaixo é apresentada a evolução da receita prevista, relativamente ao quinquénio 2007/2011

Gráfico nº 1 – Evolução da Previsão da Receita no Quinquénio

0

10,000

20,000

30,000

40,000

50,000

60,000

70,000

80,000

20072008

20092010

2011

33

,26

1

38

,81

6

46

,21

7

57

,43

2

77

,64

9

Mil

hõe

s d

e M

eti

cais

Previsão

Créditos Internos – Empréstimos que o

Estado contrai dentro do País.

Créditos Externos – Empréstimos que o

Estado contrai fora do País

Donativos – Ofertas que o Estado

recebe de organizações ou países.

Despesas de Funcionamento –

conjunto de gastos que o Estado realiza

para executar as suas actividades.

Despesas de Investimentos – gastos

feitos pelo Estado que aumentam o seu

património.

Despesas Correntes – as que o Estado

faz em bens consumíveis ou que se vão

traduzir em bens consumíveis, tais

como, vencimentos dos funcionários,

subsídios, electricidade, água, etc.

Despesas de Capital – as que o Estado

efectua em bens duradouros (escolas,

pontes, hospitais, etc.)

Financiamento interno – quando os

recursos são internos.

Financiamento externo – quando os

recursos são externos.

HORA DE APRENDER

8

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Como se pode ver, as previsões orçamentais têm vindo sistemática e sustentadamente a

aumentar em todos os anos do quinquénio.

ANÁLISE SECTORIAL DA DOTAÇÃO DA DESPESA

No Orçamento do Estado para 2011, a dotação para os

sectores que integram o PARP foi de 69.824 milhões de

Meticais, o que corresponde a 47,2% da dotação total das

despesas (148.088 milhões de Meticais), cabendo aos

restantes sectores, 68.068 milhões de Meticais (46%).

Conforme se mostra no gráfico a seguir, as maiores dotações

da despesa couberam aos sectores de Infra-estruturas,

Educação, Boa Governação e Saúde, com 23.110, 18.243,

10.697 e 9.909 milhões de Meticais, respectivamente,

correspondentes aos pesos de 15,6%, 12,3%, 7,2% e 6,7%,

na mesma ordem. Dentro destes 4 sectores, destacam-se as

Estradas, Ensino Geral, Sistema de Saúde, Águas, Ensino

Superior e Segurança/Ordem Pública.

Gráfico n.º2 – Repartição Percentual da Dotação da Despesa por Sectores

Educação,

18,243 Saúde, 9,909

Infraestruturas,

23,110

Programa Contas

Desafios do

Milénio, 332

Agricultura e

Desenvolvimento

Rural, 5,615 Boa

Governação

, 10,697 Acção Social, 1,588

Trabalho e

Emprego, 332

Restantes Sectores,

68,068

Encargos da Dívida,

3,501

Operações

Financeiras, 6,694

HORA DE APRENDER

O Plano de Acção para

Redução da Pobreza

(PARP) 2011 – 2014 é a

estratégia de médio prazo

do Governo de Moçambique

que operacionaliza o

Programa Quinquenal do

Governo (2010-2014),

focado no objectivo de

combate à pobreza. Este

plano tem como meta

principal reduzir o índice de

incidência da pobreza.

9

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Quadro n.º 3 – Dotação da Despesa dos Sectores Prioritários do PARP

Em milhões de Meticais

Sectores /Instituições prioritários

Integrantes do PARP OE de 2010 OE de 2011

Valor Valor

Educação 22,177 18,243

Saúde 9,894 9,910

Infra-estruturas 18,026 23,110

Programa Contas Desafios do Milénio 348 332

Agricultura e Desenvolvimento Rural 4,662 5,615

Boa Governação 9,310 10,697

Outros Sectores Prioritários 1,415 1,920

Total Sectores Prioritários 65,832 69,824

Restantes Sectores 49,642 68,068

Despesa Total (s/Encargos, O. Financ .e Combust.) 115,474 137,892

Encargos da Dívida 2,673 3,501

Operações Financeiras 4,646 6,694

Total da Despesa 122,793 148,088

Para além dos sectores atrás referidos, couberam aos da Agricultura e Desenvolvimento Rural

e ao “Programa Contas Desafios do Milénio” as dotações de 5.615 e 332 milhões de Meticais,

correspondentes a 3,8% e 0,2%, respectivamente, da dotação total do Orçamento do Estado.

Aos Outros Sectores Prioritários, de que fazem parte a Acção Social e Trabalho e Emprego,

foram destinados 1.920 milhões de Meticais (1,3%).

Em termos de variação, relativamente ao ano transacto, registou-se um crescimento de 6,1%

das dotações dos sectores prioritários.

Aos 4 sectores prioritários integrantes do PARP (Infra-estruturas, Educação, Boa Governação

e Saúde) foram destinados recursos financeiros que totalizam 61.960 milhões de Meticais,

representando 41,8% do total das despesas do Orçamento.

Os órgãos e instituições de Âmbito Central absorveram 102.313 milhões de Meticais, o

equivalente a 69,1% do valor total orçamentado (148.088 milhões de Meticais), cabendo ao

Âmbito Provincial 26.427 milhões de Meticais (17,8%). As dotações dos Âmbitos Distrital e

Autárquico foram de 17.751 milhões de Meticais e 1.598 milhões de Meticais,

correspondentes a 12% e 1,1%, respectivamente, do total orçamentado, como se observa no

gráfico abaixo.

Gráfico n.º 3 - Distribuição das Dotações por Âmbito Territorial

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

Central Provincial Distrital Autárquico

102.313

26.427

17.751

1.598

Milh

ões

de M

etic

ais

10

Page 14: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

F

11

0

100,000

200,000

300,000

2007 2008 2009 2010 2011

32,461 38,816 46,216 57,432 79,158

70,897 89,003

98,142 117,977 141,757

38,436 50,187

51,926 60,545

62,599

Défice Orçamental Despesas do Estado Receitas do Estado

RECEITAS, DESPESAS E DÉFICE ORÇAMENTAL

PREVISTOS NO QUINQUÉNIO

De acordo com o gráfico a seguir, de 2007 a 2011, houve sempre aumento, tanto das receitas e

despesas orçamentadas, como da previsão do défice orçamental.

O défice orçamental cresceu, no período que vai de 2007 a 2011, como se vê no gráfico a seguir.

Gráfico n.º4 - Receitas, Despesas e Défice Orçamental Previstos no Quinquénio

Em milhões de Meticais

11

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Novembro de 2012

1

Capítulo III: RECEITA

As receitas chegam aos cofres do Estado obedecendo aos quatro (4) passos seguintes:

RECURSOS DO ORÇAMENTO DO ESTADO

O total das receitas mobilizadas no Orçamento do Estado, em

2011, foi de 125.932,027 milhões de Meticais, dos quais

81.058,466 milhões de Meticais (64,4%) correspondem à

Receita Interna, 2.618,617 milhões de Meticais (2,1% ) a Créditos

Internos, 42.254,944 milhões de Meticais (33,5%) a Créditos Externos

repartidos em 14.875,249 milhões de Meticais de Empréstimos

Externos e 27.379,695 milhões de Meticais, de Donativos), conforme

detalha a tabela que se segue.

Quadro n.º 1 - Recursos do Orçamento do Estado

Categorias Valor Peso (%)

Receitas Internas 81.058,466 64,4

Créditos Internos 2.618,617 2.1

Créditos Externos 42.254,944 33.5

Total 125.932,027 100

Em milhões de Meticais

Seguidamente apresenta-se, no Gráfico n.º 1, a seguir a

estrutura dos meios financeiros obtidos pelo Estado, de

harmonia com a sua natureza ou fonte.

Indicação de

quanto foi

previsto na LOE

para a receita

Reconhecimento

do direito de o

Estado receber a

receita

Recebimento de

Impostos, taxas e

créditos devidos

ao Estado

Depósito do

dinheiro nos

cofres do Estado

COFRES

DO

ESTADO

1 º.PASSO

2.º PASSO

3.º PASSO

4.º PASSO

HORA D APRENDER

Receitas Internas - Impostos e

taxas cobrados aos cidadãos e

empresas dentro do País.

Creditos Internos - Empréstimos

que o Estado contrai dentro do

País.

Creditos Externos - Empréstimos

que o Estado contrai fora do País.

Donativos - Ofertas que o Estado

recebe de organizações ou países.

12

5.º PASSO

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Novembro de 2012

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Gráfico nº 1 - . Receitas do Estado

Recursos 2011Receita Interna 64.4%

Créditos Internos 2.1%

Recursos Externos 33.5%

64.4%

2.1%

33.5%

Estrutura dos Recursos

Receita Interna Créditos Internos Recursos Externos

ANÁLISE DA RECEITA DO ESTADO

A Receita do Estado foi de 81.058.466 milhões de Meticais.

Do total da Receita do Estado colectada em 2011, 81.058,466 milhões de Meticais (98,7%),

80.082,500 milhões de Meticais provém da Administração Central e 975,966 milhões de

Meticais (1,2%), da Administração Provincial, sendo que esta última inclui as receitas da

Administração Distrital.

Em termos globais, a maior parte das receitas proveio das

Receitas Fiscais arrecadadas pela Administração Central,

representando 84,2% do volume global da receita.

COBRANÇA DO IVA NO QUINQUÉNIO

A cobrança do IVA apresentou, ao longo do quinquénio

2007-2011, em termos nominais, uma tendência de

contínuo crescimento, sendo que, em 2011, o montante

arrecadado representa um incremento de 22,2%, face ao

ano de 2010.

REEMBOLSOS DO IVA

O Governo recebeu 815 pedidos de reembolsos de IVA no

montante de 5.773,1 milhões de Meticais, o que equivale a

19,6% do valor arrecadado neste imposto, dos quais foram

pagos 546, correspondentes a 813,8 milhões de Meticais.

No quadro seguinte, é apresentado o resumo dos pedidos de

reembolso e restituições do IVA de 2011, por contribuintes dos

regimes normal e diplomatas, fornecendo-se o detalhe dos

diversos estágios do seu tratamento, designadamente, a

quantidade e o valor dos processos: i) recebidos, ii) tratados, iii)

em análise, iv) autorizados, por pagar e v) em despacho.

HORA DE APRENDER

Receitas Fiscais - aquelas que

provêm de impostos como o

IVA, o IRPC, o IRPS, etc.

IVA é o Imposto sobre o Valor

Acrescentado. Este é pago

sempre que compramos ou

importamos alguns produtos.

HORA DE APRENDER

Reembolsos do IVA - Na

importação de alguns

produtos, o Estado cobra

o IVA, porém, no âmbito

dos benefícios fiscais, este

deve devolver aos

importadores o valor

correspondente a este

imposto

13

Page 18: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Novembro de 2012

3

Quadro n.º2 - Tramitação de Reembolsos de IVA, em 2011

(1) (2) (3) (5)=(3)/(1)*365

Regime normal 440 278 162

Diplomatas 375 356 19

Total 815 634 181

Regime normal 5.693,841 1.238,433 4.455,408

Diplomatas 79,232 77,466 1,767

Total 5.773,074 1.315,899 4.457,175*Tratados = Indeferidos, suspensos,anulados e pagos.

*Transitados = Em análise técnica e em despacho a vários níveis.

Pedidos de Reembolsos

Processos Peso

(%) Dias

22.8

77.8 81

Tratados*

Valor

Em milhões de Meticais

Transitados

para 2012* Solicitados

(4)=(2)/(1)*100

Como se pode ver no quadro, foram tratados 77,8% do número de pedidos de reembolso

apresentados, em 2011, envolvendo montantes equivalentes a 22,8% do total de reembolsos

solicitados no ano.

O tempo médio de tratamento dos processos foi de 81 dias, contra os 30 previstos na lei.

No quadro seguinte, apresentam-se os reembolsos do IVA feitos em 2011, de pedidos de anos

anteriores, por sectores de actividade.

Quadro n.º3 - Reembolsos do IVA por Sectores de Actividade

Valor Peso (%)

Moagens 112,066 2,8

Estradas e Pontes 816 20,4

Açucareiras 34,826 0,9

Investidores 1.285,408 32,1

Isenção Completa* 55,021 1,4

Exportadores 651,807 16,3

Outros 42,144 1,1

Sub-Total 2.182,086 54,4

DesignaçãoReembolsos de anos anteriores

pagos em 2011

Em milhões de Meticais

ARRECADAÇÃO DOS IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO NO QUINQUÉNIO

Nas receitas fiscais, temos os impostos sobre o rendimento a seguir ao IVA, em termos de

grandeza. O quadro seguinte mostra os níveis de cobrança de Impostos sobre o Rendimento no

período em consideração.

Assim como sucedeu na CGE anterior, os Investidores constituem o

grupo que, em termos absolutos, absorveu a maior parte dos

reembolsos (1.285,408 milhões de Meticais, representando 58,8% do

total). Seguem-se-lhes os Exportadores (651,807 milhões de Meticais,

o equivalente a 29,8%).

NOTA

14

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Novembro de 2012

4

Quadro n.º4 - Evolução do IRPC e IRPS

Imposto 2007 2008 2009 2010 2011

IRPC 4.364,915 5.721,516 7.337,905 9.794,734 14.237,782IRPS 4.859,063 5.957,211 6.341,546 8629236 10.583,962Total 9.223,978 11.678,727 13.679,451 18.423,970 24.821,744

Peso do IRPC 47,7 53,6

Em milhões de Meticais

49,0 53,2 57,4

No Quadro acima, verifica-se que a cobrança dos Impostos sobre o Rendimento (IRPC e IRPS)

cresceu, de 2007 a 2011, com aumentos de 26,6%, em 2008, de 17,1%, em 2009, mantendo a

taxa de 34,7%, nos dois últimos anos.

A colecta do IRPC, no ano em apreço, teve uma taxa de crescimento de 45,4%, a maior dos 5

anos em apreço. Quanto ao IRPS, depois de, em 2010, ter registado crescimento de 36,1%, em

2011 não ultrapassou a taxa de 22,7%. O IRPC tem vindo a aumentar a sua comparticipação

relativamente ao IRPS, representando, em 2011, 57,4% do montante arrecadado nestes dois

impostos, quando esta relação era de 47,3 %, em 2007.

RECEITA COBRADA AOS MEGA-PROJECTOS

Os mega-projectos contribuíram, no global, com o valor de 2.764 milhões de Meticais.

Quadro n.º5 - Receita Cobrada por Mega - Projecto

Mozal 0 164 0 279 0 0 443

Areias Pesadas de Moma

(Kenmare) 12 92 37 0 428 0 569

HCB 51 151 0 0 0 109 311

Sasol Petroleum Temane 51 25 113 0 0 0 189

Sasol Petroleum Moçambique 47 0 0 0 0 0 47

Vale Moçambique 74 407 3 0 0 0 484

Riversdale Moçambique 15 106 0 0 0 0 121

Anadarko Moçambique 563 37 0 0 0 0 600

Em milhões de Meticais

IRPC IRPSImposto/

Produção

Taxa de

Concessão

Total

Geral

Mega - Projecto

Natureza do Imposto

Taxa

LiberatóriaDividendos

Relativamente ao peso da contribuição dos Mega-Projectos no

total da receita gerada com tais projectos, na Receita do Estado,

em 2011, destacam-se as empresas Anadarko Moçambique,

Areias Pesadas de Moma (Kenmare), Vale Moçambique e

Mozal, com 21,7%, 20,6%, 17,6% e 16%, respectivamente.

RECEITAS PRÓPRIAS DE ORGANISMOS E

INSTITUIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL

As Receitas Próprias cobradas por organismos e instituições do

Estado, resultantes da sua actividade específica, da

administração e alienação do seu património ou de quaisquer

outras que, por lei ou contrato, lhes devam pertencer,

ascenderam a 2.549,013 milhões de Meticais, valor equivalente

a 99% da respectiva meta previsional.

HORA DE APRENDER

Receitas Próprias – são

aquelas que provêm dos

serviços ou unidades

orgânicas do Estado,

resultantes da sua

actividade específica, da

administração e alienação

do seu património ou de

quaisquer outras que, por

lei ou contrato lhes devem

pertencer.

15

HORA DE APRENDER

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Novembro de 2012

5

Ressalta, do quadro abaixo, que os Ministérios do Interior, da Educação e Cultura, da Saúde e da

Energia foram as que mais cobraram, com os pesos de 28,1%, 20%,13,1% e 11,5%,

respectivamente.

Os Ministérios da Juventude e Desportos, da Saúde, dos Negócios Estrangeiros e Cooperação,

das Obras Públicas e Habitação, da Educação e Cultura e do Trabalho, superaram as metas

previsionais.

O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental é o único que não arrecadou receitas

próprias, apesar de estarem previstas no Orçamento.

Qu adro n.º 6. – Receitas Próprias de Âmbito Central

Designação Previsão

Cobrança

Valor Realização

(%) (1) (2) (3)=(2)/(1)

Ministério da Defesa Nacional 12,000 9,720 81,0

Ministério do Interior 13.66,938 715,040 52,3

Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação 79,257 217,296 274,2

Ministério da Função Pública 6,154 7,362 119,6

Ministério da Planificação e Desenvolvimento 12,740 1,752 13,8

Ministério das Finanças 12,3206 70,668 573,6

Ministério do Trabalho 883 1,412 0,2

Ministério para Coordenação da Acção Ambiental 4,500 0 0

Ministério da Agricultura 26,401 26,657 101,0

Ministério das Pescas 8,025 8,367 104,3

Ministério dos Recursos Minerais 4,646 126 2.712,0

Ministério da Energia 208,124 293,161 140,9

Ministério do Turismo 110,600 40,974 37,0

Ministério dos Transportes e Comunicações 120,241 53,092 44,2

Ministério das Obras Públicas e Habitação 73,117 156,396 213,9

Ministério da Educação e Cultura 306,499 510,325 166,5

Ministério da Juventude e Desportos 20,200 10,3057 51,0

Ministério da Saúde 90,038 33,3607 37,1

Total 88,3 127 14,4

RECEITAS PRÓPRIAS DE ORGANISMOS E INSTITUIÇÕES DE ÂMBITO

PROVINCIAL

Relativamente à arrecadação destas receitas, das 11 Províncias do País, 3 (Zambézia, Sofala e

Cidade de Maputo) apresentaram níveis de cobrança manifestamente superiores às respectivas

estimativas.

Assim como aconteceu na CGE 2010, a de 2011 não contém

toda a informação sobre as previsões de cobrança e/ou sobre

os valores arrecadados, no tocante às rubricas de Receitas

Próprias e/ou Consignadas, relativamente à algumas

entidades.

NOTA

16

Page 21: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Novembro de 2012

6

NOTA

RECEITAS PRÓPRIAS DE ORGANISMOS E INSTITUIÇÕES DE ÂMBITO

DISTRITAL

Conforme se depreende do quadro seguinte,

apenas os organismos e instituições dos

distritos pertencentes à Província de Gaza

registaram cobranças superiores às

respectivas previsões, tendo os distritos

das restantes províncias arrecadado valores

manifestamente aquém dos previstos.

RECEITAS DE CAPITAL

A realização das Receitas de Capital da Administração

Central foi de 90%. No que concerne à Administração

Provincial, foram cobrados 16,027 milhões de Meticais, sem

previsão.

Contrariando o histórico de declínio na arrecadação deste

tipo de receitas do Estado, o ano de 2011 registou, pela

primeira vez, um crescimento, relativamente ao ano anterior,

com uma variação de 28%.

RECEITA COBRADA ATRAVÉS DAS EXECUÇÕES

FISCAIS

Como se pode ver no quadro seguinte, o saldo final das

dívidas ao Estado, dos documentos debitados aos

Recebedores das áreas fiscais e, posteriormente, enviados à

cobrança coerciva, ascendia, em 31/12/2011, a 1.721,666

milhões de Meticais, mais 257,410 milhões de Meticais do que no ano anterior.

Quadro n.º 7 – Movimento dos Conhecimentos de Cobrança do Orçamento Central

Designação 2007 2008 2009 2010 2011

Saldo Anterior1.314,421 1.268,242 1.395,197 1.377,206 1.464,255

Débitos 51,446 40,1851 225,362 225,362 739,561

Sub-Total 1.365,867 1.670,093 1.602,568 1.602,568 2.203,816

Cobrados 20,485 16,049 58,888 18,570 129,927

Anulados 77,140 25,8847 65,347 119,742 352,223

Saldo Final 1.268,242 1.395,197 1.377,206 1.464,256 1.721,666Fonte: Mapa I-6 da CGE (2007-2011)

Em milhões de Meticais

Os conhecimentos de cobrança debitados, no exercício, aumentaram de 225,362 milhões de

Meticais, em 2010, para 739,561 milhões de Meticais, em 2011, por influência, em grande

medida, do facto de as DAF´s, no ano em análise, estarem a cumprir as directrizes da Circular n.º

12/GAB-DGI/2010, de 28 de Dezembro, que orienta todas as unidades fiscais a emitir os

conhecimentos de cobrança.

A cobrança passou de 18,570 milhões de Meticais, em 2010, para 129,927 milhões de Meticais,

em 2011.

Refira-se que, no global, a

arrecadação não alcançou,

sequer, a metade da previsão

estabelecida nesta rubrica.

Receitas de Capital –

provenientes de operações de

crédito, alienações de bens,

amortizações de empréstimos

concedidos Execuções

Fiscais – Quando os

contribuintes não pagam

voluntariamente impostos, o

Estado é obrigado a cobrar

coercivamente.

Conhecimento de Cobraça – é um certificado de dívida

que é emitido pela Direcção

da Área Fiscal

HORA DE APRENDER

NOTA

Apesar de as áreas fiscais terem passado a emitir conhecimentos de

cobrança, o nível de arrecadação de receitas através de procedimentos

coercivos continua baixo, tendo correspondido, neste ano, a apenas

5,9% da dívida.

17

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Novembro de 2012

7

BENEFÍCIOS FISCAIS

Os benefícios fiscais concedidos foram de 7.213 milhões de

Meticais, contra 4.666 milhões de Meticais atribuídos no ano

de 2010, conforme se ilustra no quadro abaixo.

Quadro n.º8 - Benefícios Fiscais Concedidos

Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas 2,723 2,886

Imposto Sobre o Rendimento de Pessoas Singulares 3 5

Direitos Aduaneiros 993 1,208

Imposto Consumos Específicos - Produtos Importados 240 90

Imposto Sobre Valor Acrescentado (na Importação) 706 3,025

TOTAL 4,666 7,213

2011Imposto

Em milhões de Meticais

2010

Verifica-se que os benefícios fiscais que incidiram sobre o

IVA, IRPC e Direitos Aduaneiros, constituem 98,6% do total

dos benefícios concedidos no ano.

Benefícios Fiscais –

medidas que implicam a

isenção ou redução do

montante a pagar dos

impostos em vigor, com o

fim de favorecer as

actividades de reconhecido

interesse público. São elas:

as deduções à matéria

colectável, deduções à

colecta, amortizações e

reintegrações aceleradas,

crédito fiscal por

investimento, isenção e

redução da taxa de

impostos e diferimento do

pagamento destes.

HORA DE APRENDER

CONSTATAÇÕES

18

À semelhança dos anos

anteriores, o Governo

continua sem observar o

prazo do reembolso do

IVA;

As receitas provenientes da alienação de imóveis do

Estado são depositadas numa conta bancária da

Direcção Nacional do Património do Estado (DNPE),

sem especificação da natureza de cada movimento, o

que dificulta a identificação dos depositantes, bem

como os processos de alienação a que respeitam;

Persiste a não canalização

das Receitas Próprias e

Consignadas às Direcções de

Áreas Fiscais, por algumas

instituições do Estado.

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Setembro 2013

1

Capítulo IV: DESPESA

Os passos para a realização das despesas são os seguintes:

As regras atinentes à execução do

Orçamento do Estado de 2011 estão

estabelecidas, dentre outros dispositivos na

Lei n.º 1/2011, de 5 de Janeiro, que aprova o

Orçamento do Estado daquele ano, bem como na Lei n.º 9/2011, de 13 de

Junho, que altera os limites orçamentais da Lei n.º 1/2011, de 5 de Janeiro e

na Lei do Sistafe, Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro.

EXECUÇÃO GLOBAL DO ORÇAMENTO SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO

FUNCIONAL

No quadro abaixo, mostra-se a Despesa por funções, com destaque para as consideradas

prioritárias, no âmbito do PARP.

Quadro n.º 1 – Execução do Orçamento da Despesa, Segundo a Classificação Funcional

Despesa Pública – o

dispêndio, pelo Estado, de

recursos monetários ou

em espécie, seja qual for

a sua proveniência ou

natureza, com ressalva

daquelas em que o

beneficiário se encontra

obrigado à reposição dos

mesmos.

HORA DE APRENDER

Autorização através

da lei para o Estado

gastar (a chamada

dotação orçamental)

FIXAÇÃO

É a reserva da

dotação orçamental

necessária para a

realização de uma

despesa.

CABIMENTAÇÃO

Verificar se o serviço

foi feito ou se o bem

adquirido está em

boas condições se

estiver

bem feita, diz-se que

a

despesa foi liquidada

LIQUIDAÇÃO

Pagamento da

despesa liquidada

PAGAMENTO

Valor % Peso

%

Educação 18,243 14,739 80.8 12.9

Saúde 9,910 8,248 83.2 7.2

Infra-estruturas 23,110 20,592 89.1 18.1

Millennium Challenge Account 332 332 100.0 0.3

Agricultura e Desenvolvimento

Rural 5,615 3,980 70.9 3.5

Boa Governação 10,696 9,874 92.3 8.7

Outros Sectores Prioritários 1,920 1,709 89.0 1.5

Total Sectores Prioritários 69,826 59,474 85.2 52.2

Restantes Sectores 61,736 54,475 88.2 47.8

Encargos da Dívida 3,501 3,501 100.0

Operações Financeiras 6,694 5,935 88.7

Subsídios _ 4,550 _

Despesa Total 141,758 127,935 90.2

Em milhões de Meticais

Sectores Prioritários Dotação

Execução

19

20

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Setembro 2013

2

Observa-se que a execução das despesas dos sectores prioritários do PARP, em termos

globais, foi de 85,2% e a dos restantes sectores, de 88,2%. A execução da despesa total

fixou-se em 90,2%, com as Operações Financeiras a registarem 88,7% e os Encargos da

Dívida, 100%.

Quanto ao peso, no total da despesa sem Encargos da Dívida, verifica-se, ainda, no mesmo

quadro, que o sector das Infra-estruturas é o que apresenta a maior expressão, com 18,1%,

seguido dos da Educação, da Boa Governação e da Saúde, com 12,9%, 8,7% e 7,2%,

respectivamente.

EXECUÇÃO GLOBAL DA COMPONENTE FUNCIONAMENTO DO

ORÇAMENTO

Nas despesas de funcionamento, foram gastos 70.989,157 milhões de Meticais, dos quais,

38.265,007 milhões de Meticais (53,9%) correspondem às despesas de Âmbito Central,

18.217,313 milhões de Meticais (25,7%), do Provincial, 13.505,213 milhões de Meticais

(19%), do Distrital e 1.001.625 milhões de Meticais (1,4%), do Autárquico.

Do total executado nesta componente, 99,7% foi em Despesas Correntes e 0,3%, nas de

Capital.

FUNDO DE COMPENSAÇÃO

AUTÁRQUICA

A dotação orçamental do Fundo de Compensação

Autárquica, na Componente Funcionamento,

fixada pela Lei n.º 9/2011, de 13 de Junho, foi de

1.001,625 milhões de Meticais, executados na

totalidade.

EXECUÇÃO GLOBAL DA COMPONENTE INVESTIMENTO DO ORÇAMENTO

POR ÂMBITO E TIPO DE FINANCIAMENTO

Em 2011, na Componente Investimento foram gastos 51.011,504 milhões de Meticais. Deste

valor, 42.304,499 milhões de Meticais (82,9%) correspondem às despesas de Âmbito

Central, 5.752,316 milhões de Meticais (11,3%), de Provincial, 2.358,715 milhões de

Meticais (4,6%), de Distrital e 595,974 milhões de Meticais (1,2%), de Autárquico. Quanto à

execução das despesas por tipo de Financiamento, 30.600.482 mil Meticais (60%)

correspondem ao financiamento externo, dos quais 26.896.472 mil Meticais foram gastos no

Âmbito Central e o remanescente no Provincial e Distrital.

O Fundo de Compensação

Autárquica é destinado a

complementar os recursos

orçamentais das autarquias. É

constituído por 1,5% das receitas

fiscais previstas no respectivo ano

económico.

HORA DE APRENDER

20

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Setembro 2013

3

CONSTATAÇÕES

21

Na celebração dos contratos de pessoal,

fornecimento de bens, prestação de serviços,

empreitada, consultoria e arrendamento, nem

sempre se obedeceu às normas e procedimentos

legalmente instituídos sobre esta matéria.

Nas secretarias distritais auditadas, não

existe um adequado acompanhamento e

monitoria dos projectos financiados

pelo FDD.

Algumas instituições

auditadas não

preenchem os Livros

Obrigatórios.

Os salários e remunerações, de

parte dos funcionários de

algumas instituições auditadas,

continuam a ser pagos fora da

folha electrónica de salários.

Verificou-se, igualmente, a falta de

relatórios de actividades

desenvolvidas e guias de marcha nos

processos de pagamento de ajudas

de custo

Houve registo, em algumas entidades

auditadas, de pagamentos de despesas de

anos anteriores (2009 e 2010)

Assistiu-se, ainda, ao desembolso

tardio dos financiamentos externos

com o consequente impacto na

baixa execução.

Continuam a ser executados

projectos sem inscrição no

OE

Foram executadas despesas em verbas

inapropriadas, nuns casos e não elegíveis nos

projectos em que foram contabilizados.

Os arquivos dos processos de despesa

continuam sem estar devidamente

organizados, o que dificulta a disponibilização

de justificativos das transacções

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Página1 |

1

Capítulo V: OPERAÇÕES FINANCEIRAS E O

FINANCIAMENTO DO DÉFICE

ORÇAMENTAL

No presente capítulo, são avaliadas as Operações Financeiras,

que compreendem os empréstimos contraídos, os créditos

concedidos, as respectivas amortizações, assim como as

participações do Estado no capital social de empresas e o

saneamento financeiro de unidades económicas do Estado.

OPERAÇÕES FINANCEIRAS ACTIVAS

A Dotação actualizada das Operações Activas, foi de

4.455,843 milhões de Meticais. Deste montante foram gastos

4.371,074 milhões de Meticais correspondentes a uma

realização de 98,1%.Do total gasto, 4.261,423 milhões de

Meticais (97,5%) foram desembolsados a favor de entidades

públicas a título de Empréstimos com Acordos de

Retrocessão e os remanescentes 109,651 milhões de Meticais,

em outras operações activas.

SOCIEDADES POR QUOTAS

Em 2011, a participação do Estado em sociedades registou, em

termos nominais, um decréscimo de 1,2%, comparativamente

ao exercício de 2010, tendo passado de 52,088 milhões de

Meticais, para 51,459 milhões de Meticais. Este cenário é

consequência da retirada, da carteira do Estado em algumas

sociedades.

SOCIEDADES ANÓNIMAS

No ano de 2011, o Estado participava no capital social de 102

sociedades, sendo que em 15 sociedade era representado pelo

Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), e nas

restantes 87 sociedades, através de outras entidades do Estado.

A participação do Estado nas referidas empresas, em 2011, era de 36.441,077 milhões de

Meticais, o que significou uma redução de 28,760 milhões de Meticais, comparativamente ao

ano de 2010, em que a mesma situou-se em 36.469,837 milhões de Meticais. À semelhança do

que sucedeu-se nas sociedades por quotas, nestas, verificou-se uma redução de sociedades com

Operações Financeiras

Activas – compreendem a

concessão de empréstimos e

adiantamentos, aquisição de

títulos de crédito, incluindo

obrigações, acções, quotas e

outras formas de

participação do Estado

Sociedades por Quotas

são aquelas em que o capital

está dividido em parcelas e

os sócios são solidariamente

responsáveis pela realização

do capital social

Sociedades Anónimas (SA)

são aquelas em que o capital

é dividido em acções e cada

sócio limita a sua

responsabilidade ao valor

das acções que detém.

Acordos de Retrocessão –

empréstimos concedidos

pelos diferentes parceiros,

para os quais o Estado é co-

garante da sua devolução.

HORA DE APRENDER

22

Page 29: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Página2 |

2

participação do Estado tendo passado de 106 sociedades, em

2010, para 102, em 2011, sendo que das sociedades alienadas,

duas sob gestão do IGEPE e as restantes duas de outras

entidades do Estado.

SANEAMENTO FINANCEIRO ATRAVÉS DO IGEPE

Em 2011, foram gastos, através do IGEPE, 148,653 milhões de

Meticais, no saneamento financeiro de 6 empresas. Do montante

gasto, 82,810 milhões de Meticais provêm do Orçamento do

Estado (OE) e 65,843 milhões de Meticais do IGEPE (Receitas

Próprias).

O montante total disponibilizado através do OE foi de 87,395

milhões de Meticais, havendo um saldo não utilizado de 4,585

milhões de Meticais nas contas bancárias deste instituto.

RECEITAS DE ALIENAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO ESTADO EM EMPRESAS

ATRAVÉS DO IGEPE

A alienação das participações do Estado nas empresas é realizada através de duas vias: i) para o

público, em geral e ii) para os Gestores, Técnicos e Trabalhadores (GTT’s) da empresa.

O comportamento destas receitas é apresentado no gráfico que se segue.

Gráfico n.º1 – Evolução das receitas de alienação

Em 2011, as receitas atingiram 58,477 milhões Meticais. Deste montante, 6,191 milhões de

Meticais (10,6%), foram pela venda das participações ao público e 52,286 milhões Meticais

(89,4%), pela alienação aos GTT’s.

77,229

44,056

64,922

29,519

58,477

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

70.000

80.000

90.000

2007 2008 2009 2010 2011

Em m

ilhõ

es

de

Me

tica

is

Venda de Participações

Alienação aos GTT's

Receita de Alienação

Saneamento Financeiro –

é o processo que visa

ajustar a situação

financeira de uma

empresa para evitar o seu

colapso, permitindo um

funcionamento normal da

mesma. É a

implementação de um

conjunto de medidas com

o objectivo de melhorar o

seu desempenho.

HORA DE APRENDER

23

Page 30: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Página3 |

3

SANEAMENTO FINANCEIRO ATRAVÉS DA DNPE

Em 2011, o Governo gastou, através da Direcção Nacional do

Património do Estado (DNPE), 1,620 milhões de Meticais no

saneamento financeiro de entidades. Neste processo, foram

despendidos 0,883 milhões de Meticais coma a Unidade Técnica

de Reestruturação Empresarial (UTRE) e 0,256 milhões de

Meticais com a ROMOS.

RECEITAS DE ALIENAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO

ESTADO EM EMPRESAS ATRAVÉS DA DNPE

No que se refere ao cumprimento dos contratos de alienação por

parte dos adjudicatários, de 102,020 milhões de Meticais de

alienação das empresas, a DNPE recebeu 33.132 mil Meticais, o

que corresponde a 32,5% da dívida, sendo que de um conjunto de

12 adjudicatários, 2 pagaram todas as suas dívidas.

EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS COM FUNDOS DO

TESOURO

Relativamente a estes empréstimos, o Governo está a realizar

diversas acções com vista à recuperação dos valores em dívida e,

de forma complementar, contratou uma empresa, em 2011, com o

mesmo propósito. Assim, o Tribunal Administrativo, no

exercício das suas competências, está a acompanhar o processo e,

nos próximos relatórios, irá reportar os resultados desse

acompanhamento.

EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS ATRAVÉS DE

ACORDOS DE RETROCESSÃO

No final de 2011, a dívida de 11 instituições beneficiárias dos empréstimos em referência era de

20,720 milhões de Meticais. Neste ano, foram concedidos empréstimos à Electricidade de

Moçambique (EDM), Aeroportos de Moçambique (ADM), Fundo de Investimento do

Património de Abastecimento de Água (FIPAG), Fundo de Apoio à Reabilitação Económica

(FARE) e Administração Nacional de Estradas (ANE), 4.261,423 milhões de Meticais, tendo, no

mesmo período, sido amortizada, no mesmo período a dívida no valor de 461,697 milhões de

Meticais. Resulta, assim a dívida de 24.520,180 milhões de Meticais no final de 2011.

A DNPE é a entidade que

procede ao saneamento

das empresas detidas pelo

Estado, com dificuldades

financeiras. As saídas de

fundos respeitam, de

entre outras, ao

pagamento de salários em

atraso, indemnizações

aos trabalhadores e

outras despesas

administrativas. As

entradas de fundos

provêm dos pagamentos

efectuados pelos

adjudicatários das

empresas privatizadas,

sendo, na sua maioria,

realizados em prestações

Adjudicatário – pessoa

escolhida após concurso

por ter apresentado a

proposta mais favorável

para adquirir uma

empresa ou bem do

Estado.

HORA DE APRENDER

24

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Página4 |

4

OPERAÇÕES FINANCEIRAS PASSIVAS

Em 2011, foram orçados 2.238,488 milhões de Meticais,

para reembolso de Empréstimos Externos e Internos,

tendo sido gastos, efectivamente, 1.563,508 milhões de

Meticais, que representam um nível global de execução

de 69,8%.

DÍVIDA PÚBLICA

A Dívida Pública, em 2011, foi de 149.907,066 milhões

de Meticais, conforme se apresenta no gráfico seguinte.

Gráfica n.º 2 – Evolução da dívida pública

Em milhões de Meticais

78.777,76092.733,045

115.231,916122.753,956 127.576,861

8.041,818 7.446,434 11.914,18818.747,366 22.330,205

86.819,578

100.179,479

127.146,104

141.501,322149.907,066

0

20.000.000

40.000.000

60.000.000

80.000.000

100.000.000

120.000.000

140.000.000

160.000.000

2007 2008 2009 2010 2011

Em m

ilh

õe

s d

e M

eti

cais Dívida Externa

Dívida Interna

DívidaPública

Contribuiu para este cenário o crescimento registado na dívida interna de 177,7% e 61,9% na

dívida externa.

PAGAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA

Em 2012, os pagamentos de amortizações da dívida atingiram 26.486,474 milhões de Meticais,

dos quais 24.370,600 milhões de Meticais (92%) respeitam à Dívida Interna e 2.115,874 milhões

de Meticais (8%) a Dívida Externa. Os juros totalizaram 3.449,273 milhões de Meticais, dos

quais 2.459.135 mil Meticais da Dívida Interna e os restantes 990.138 mil Meticais da Dívida

Externa.

Operações Financeiras Passivas

– Respeitam ao pagamento de

empréstimos contraídos pelo

Estado, devolução de

adiantamentos recebidos entre

outras operações da mesma

natureza.

Dívida Pública – São as

obrigações financeiras

assumidas pelo Estado,

respeitantes à mobilização de

fundos externos e internos para

cobrir o défice do orçamento.

.

HORA APRENDER

25

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Página5 |

5

DÍVIDA EXTERNA

No exercício de 2011, a Dívida Multilateral atingiu

2.679,8 milhões de Dólares, o que representa um

aumento de 10%, em relação ao exercício anterior, em

que a dívida foi de 2.436,5 milhões de Dólares. Este

crescimento foi influenciado, em grande medida, pelo

incremento da dívida com o Fundo Monetário

Internacional (FMI), que passou de 9,7 milhões de

Dólares em 2010, para 174,4 milhões de Dólares, em

2011.

Por seu turno, a Dívida Bilateral situou-se em 1.709,5

milhões de Dólares, correspondente a um aumento de

30,8%, em comparação com o exercício de 2010, em que

foi de 1.307 milhões de Dólares. O gráfico que se segue

mostra o peso que assume, na Dívida Pública Externa,

cada um dos grupos de créditos atrás referidos.

Gráfico n.º 3 –Peso da Dívida Pública

Dívida Multilateral61,1%

Dívida Bilateral38,9%

PARCEIROSBADEABEIBIDFADFIDAIDANDFOPECFMI

PARCEIROSALEMANHA DINAMARCA

BRASIL HUNGRIAESPANHA ÍNDIAFRANÇA IRAQUE

JAPÃO EX-JUGOSLÁVIAPORTUGAL KUWAIT

RÚSSIA LÍBIAANGOLA POLÓNIABULGÁRIA ROMÉNIA

CHINA COREIA DO SUL

REPÚBLICA CHECA

DÍVIDA PÚBLICA EXTERNA

Em termos de peso no valor global da Dívida Multilateral, as dívidas com o FMI, IDA e FAD,

no seu conjunto, têm um peso de 82,2%, enquanto na Dívida Bilateral, o destaque vai para

Portugal, com um peso de 19,5%, seguido da China, Iraque e Líbia com 13,6%, 13,5% e 13%,

respectivamente.

26

Dívida Externa – é aquela que é

contraída pelo Estado junto de

outros Estados, organismos

internacionais, ou outras entidades

de direito público ou privado, com

residência ou domicílio fora do

País, e cujo pagamento é exigível

fora do território nacional.

Dívida Multilateral – É aquela

constituída com organismos

internacionais ou outras entidades

de direito público ou privado;

Dívida Bilateral – Créditos obtidos

junto dos Estados.

HORA DE APRENDER

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Página6 |

6

DÍVIDA INTERNA

A Dívida Interna contraída com o Banco Central e

outras instituições financeiras e resultante da emissão

de Obrigações de Tesouro e outros créditos totalizou

25.981,387 milhões de Meticais.

SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA

A iniciativa HIPC (Programa de Alívio à Pobreza dos

Países Altamente Endividados) estabeleceu os seguintes

limites:

A Dívida em relação ao PIB não deve

ultrapassar 200%;

As receitas correntes devem corresponder a 17%

ou 18% do BIP;

O Serviço da Dívida relativamente às Receitas

Correntes não deve exceder 25%.

Quadro n.º 1 – Indicadores de Sustentabilidade da

Dívida

Descrição 2011 (%) Limite (%)

Dívida/PIB 40,3 200

Receitas Correntes/PIB 16,7 17% /18%

Serviço da Dívida/Receita Corrente 14,5 25%

Dívida Interna é a que é

contraída pelo Estado junto de

entidades de direito público ou

privado, com residência ou

domiciliadas no País e cujo

pagamento é exigível dentro do

território nacional.

Sustentabilidade da Dívida é a

capacidade de um país honrar

com as suas responsabilidades

relativas ao serviço da dívida,

sem prejuízo dos seus objectivos

de desenvolvimento económico e

social.

Produto Interno Bruto é a soma,

em valores monetários, de todos

os bens e serviços finais

produzidos numa determinada

região, durante um certo período,

sendo um dos indicadores mais

utilizados para mensurar a

actividade económica de uma

região.

HORA DE APRENDER

Do quadro, nota-se que os indicadores situaram-se dentro dos parâmetros

estabelecidos, demonstrando o crescimento da capacidade da economia

para fazer face ao Serviço da Dívida, nomeadamente, através de uma

crescente arrecadação de receitas correntes e de um crescimento

económico sustentável do Produto Interno Bruto.

NOTA

27

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Página7 |

7

FINANCIAMENTO DO DÉFICE

ORÇAMENTAL

O financiamento do Défice Orçamental, em

Moçambique, é feito com recurso a Donativos e

Empréstimos Internos e Externos. Em 2011, o

Governo recorreu a empréstimos no mercado interno

de capitais, através de Obrigações do Tesouro e

contraiu empréstimos externos.

Défice Orçamental é a diferença

entre as receitas e despesas de

um dado período de tempo,

originando a necessidade de

financiamento. Para cobrir o

défice, o Governo contraiu

empréstimos internos através da

emissão de Obrigações e Bilhetes

do Tesouro e empréstimos

externos e recebeu donativos

Obrigação – é um título de

crédito que confere ao seu titular

o direito de receber

periodicamente juros, e numa

determinada data, o reembolso

do capital mutuado. Tem como

elemento principal a taxa de juro,

o valor nominal, o preço de

emissão, o valor do reembolso e

o método de amortização.

HORA DE APRENDER

CONSTATAÇÕES

28

Nas Operações Activas, há uma

diferença de 3.337,544 milhões de

Meticais, entre o valor de

1.118,299 milhões de Meticais da

dotação apresentada na Lei n.º

9/2011, de 13 de Junho, Lei

Rectificativa do Orçamento do

Estado, e o do Mapa V da CGE de

2011, de 4.455,843 milhões de

Meticais

De uma amostra de 12

adjudicatários, da auditoria

realizada à DNPE, sobre o

exercício económico de 2011,

apenas 2 pagaram, integralmente,

o valor da alienação.

Page 35: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

kl

Page 36: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Setembro 2013

___________________________________________________________________________________________________

1

Capítulo VI: PATRIMÓNIO DO ESTADO

DINHEIRO DESPENDIDOS NA AQUISIÇÃO

DE BENS PATRIMONIAIS AO LONGO DO

QUINQUÉNIO (2007-2011)

Os organismos do Estado têm investido na aquisição

de bens patrimoniais, com vista a obter ganhos de

eficiência no desempenho das suas actividades.

No exercício económico de 2011, o investimento

realizado foi de 31.671,925 milhões de Meticais.

EVOLUÇÃO DO PATRIMÓNIO LÍQUIDO DO

ESTADO

De acordo com o Anexo Informativo 7.3, o valor

líquido do Património do Estado, inventariado a 31

de Dezembro de 2011, é de 95.893,858 milhões de

Meticais.

O gráfico abaixo ilustra a evolução do peso de cada

um dos tipos de bens do Património Líquido do

Estado, de 2008 a 2011.

Gráfico n.º1 - Evolução do Peso do Património Líquido do Estado

Fonte: Anexo Informativo 7 da CGE (2008 - 2011).

33,4%27,1%

23,1%

5,6%7,1% 7,9% 8,5% 8,6%

59,5%65,0%

68,5%

85,7%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011

Móveis

Veículos

Imóveis

Quanto à participação no total líquido, os imóveis evidenciam-se ao longo do período de 2008

a 2011. Os veículos, apesar da sua baixa participação, registaram ligeiros aumentos.

Contrariamente aos veículos, os bens móveis decresceram.

Património do Estado é o

“conjunto de bens de domínio

público e privado, e dos direitos e

obrigações de que o Estado é

titular, independentemente da sua

forma de aquisição”. o inventário

do Património do Estado abrange

todos os bens de uso especial ou

indisponível, do domínio privado

do Estado, do domínio público e

património cultural, de utilização

permanente, com vida útil superior

a um ano, cujo valor de aquisição

seja igual ou superior a 350

Meticais, e que não se destinem à

venda, nomeadamente, móveis,

animais, veículos e imóveis.

HORA DE APRENDER

29

Page 37: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Setembro 2013

___________________________________________________________________________________________________

2

ANÁLISE DO PROCESSO DE INVENTARIAÇÃO

Como anteriormente se afirmou, o valor total líquido do Património do Estado inventariado

foi de 95.893,858 milhões de Meticais.

Em relação a 2011, o crescimento do Património Final Bruto foi de 60.330,150 milhões de

Meticais (50,7%). As amortizações reduziram 8,3% (7.551,922 milhões de Meticais) e,

consequentemente, determinaram uma variação positiva do Património Líquido, de

67.882,072 milhões de Meticais, como se observa no Quadro n.º 1.

Quadro n.º1 – Património do Estado Inventariado até 31/12/2011

No quadro acima, observa-se que os valores totais do Património Bruto e do Património

Líquido cresceram, de 2010 a 2011, ao contrário dos das Amortizações Acumuladas que, no

mesmo período, decresceram.

Em 2011, as aquisições representam 26,3%, no Património Inicial Bruto e 20,8%, no Final

Bruto, o que demonstra um incremento de 18,9 pontos percentuais do total de acréscimos.

2010 2011

(1) (2) (3)=(2-1) %

Bruto 42.514,729 10.298,270 -32.216,459 -75,8

Amort. Acumuladas 36.050,173 4.880,806 -31.169,367 -86,5

Líquido 6.464,557 5.417,464 -1.047,092 -16,2

Bruto 18.359,384 20.884,598 2.525,215 13,8

Amort. Acumuladas 159.91,935 12.604,125 -3.387,810 -21,2

Líquido 2.367,449 8.280,473 5.913,024 249,8

Bruto 58.093,062 148.114,456 90.021,394 155,0

Amort. Acumuladas 38.913,282 65.918,536 27.005,254 69,4

Líquido 19.179,781 82.195,920 63.016,140 328,6

Bruto 118.967,175 179.297,325 60.330,150 50,7

Amort. Acumuladas 90.955,389 83.403,467 -7.551,922 -8,3

Líquido 28.011,786 95.893,858 67.882,072 242,3

Em milhões de Meticais

Bens

TO TAL

Móveis

Veículos

Imóveis

Variação

CONSTATAÇÕES

No Anexo 7.3, da CGE de 2011, é indicado, apenas, o valor do

património dos organismos e instituições do Estado

(Património Orgânico), não se reflectindo, nele, os bens das

Empresas Públicas e das Autarquias, como estipula a lei.

O valor do património

líquido, mencionado no

Relatório Analítico sobre o

Inventário Consolidado do

Património do Estado, é de

71.376,7 milhões de

Meticais, quando o

mesmo, incluindo o das

Empresas Públicas e das

Autarquias, seria de

95.893,6 milhões de

Meticais.

Há um preenchimento incorrecto das Fichas de Inventário e

classificação inapropriada de bens, assim como a falta de

etiquetas nos bens, contratos de seguro e de regularização dos

títulos de propriedade dos imóveis e veículos.

No Mapa Consolidado do Inventário do Património do

Estado, não foram incorporados os dados dos “abates”,

“reavaliações ou outras alterações” e “obras ou reparações”.

Existem divergências entre os dados respeitantes ao inventário das entidades auditadas e os

constantes do Mapa Consolidado do Património do Estado; Há divergências entre os

valores das aquisições registados nos mapas do inventário e os das despesas efectivamente

realizadas pelos sectores, na compra de bens inventariáveis.

30

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PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2011

I. ENQUADRAMENTO LEGAL

Competência e Prazos

Nos termos do plasmado na alínea a) do n.º 2 do artigo 230 da Constituição da República,

compete ao Tribunal Administrativo emitir o Relatório e o Parecer sobre a Conta Geral do

Estado. O presente Parecer é relativo à Conta Geral do Estado do exercício económico de

2011.

Em conformidade com o preceituado no n.º 1 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, a Conta deve ser

apresentada pelo Governo à Assembleia da República e ao Tribunal Administrativo, até 31

de Maio do ano seguinte àquele a que a mesma respeite. O Relatório e o Parecer do

Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Estado devem ser enviados à Assembleia

da República até ao dia 30 de Novembro do ano seguinte àquele a que a Conta Geral do

Estado seja concernente, de acordo com o número 2 do mesmo artigo.

É na observância dos comandos normativos acima citados e do disposto no n.º 3 do artigo

50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que o Tribunal Administrativo, reunido em

Plenário, emite o presente Parecer sobre a Conta Geral do Estado relativa ao exercício

económico de 2011.

Âmbito do Parecer

De acordo com o estabelecido no n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro,

atinente à organização, funcionamento e processo da Secção de Fiscalização das Receitas e

Despesas Públicas e do Visto do Tribunal Administrativo, este órgão, em sede do Parecer,

aprecia, designadamente:

a) A actividade financeira do Estado, no ano a que a Conta se reporta, nos domínios

patrimonial e das receitas e despesas;

b) O cumprimento da Lei do Orçamento e legislação complementar;

c) O inventário do património do Estado;

31

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d) As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio

concedidos, directa ou indirectamente.

No Parecer, o Tribunal pronuncia-se relativamente ao cumprimento dos princípios e das

regras específicas da elaboração da Conta Geral do Estado, estatuídos no artigo 46 da Lei

do SISTAFE, à conformação do seu conteúdo e estrutura ao prescrito nos artigos 47 e 48

da mesma lei e à observância das normas e procedimentos concernentes à execução do

Orçamento do Estado e registo das suas operações.

As regras relativas à execução do Orçamento do Estado de 2011 estão fixadas na Lei n.º

1/2011, de 5 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado daquele ano, bem como na Lei

n.º 9/2011, de 13 de Junho, que altera os limites orçamentais da Lei n.º 1/2011, de 5 de

Janeiro.

A Circular n.º 01/GAB-MF/2011, de 5 de Janeiro, do Ministro das Finanças, define os

procedimentos a serem observados na administração e execução do Orçamento do Estado

para o exercício de 2011, e as Circulares n.º 01/GAB-VMF/2010, de 27 de Setembro, e a

n.º 01/GAB-VMF/2011, de 28 de Outubro, ambas do Vice-Ministro das Finanças,

estabelecem as regras e procedimentos a observar no encerramento dos exercícios de 2010

e 2011, respectivamente, de harmonia com o artigo 28 da lei que cria o SISTAFE.

Por sua vez, o Decreto n.º 4/2011, de 1 de Abril, atribui aos órgãos e instituições do Estado

competências para procederem a alterações (transferências e redistribuições) de dotações

orçamentais em cada nível, no uso das competências que lhes são conferidas pelos artigos

6 e 7 da Lei n.º 1/2011, de 5 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado para o ano de

2011, e pelo artigo 28 e n.ºs 2 e 3 do artigo 34, ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro.

São tidos em conta, ainda, na execução da Despesa, os seguintes diplomas: o Regulamento

do SISTAFE, aprovado pelo Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto, e o da Contratação de

Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado,

aprovado pelo Decreto n.º 15/2010, de 24 de Maio, o Manual de Administração Financeira

e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007,

de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças, as Instruções sobre a Execução do

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Page 41: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Orçamento do Estado, aprovadas pela Direcção Nacional da Contabilidade Pública

(DNCP), em 31 de Outubro de 2000, publicadas no BR n.º 17, II Série, de 25 de Abril de

2001, e, finalmente, as Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo,

publicadas no BR n.º 52, I Série, de 30 de Dezembro de 1999, e as Instruções de Execução

Obrigatória do Tribunal Administrativo, publicadas no BR n.º 39, I Série, de 29 de

Setembro de 2008.

II. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Tendo em vista a emissão do Relatório e do Parecer a que se refere a alínea a) do n.º 2 do

artigo 230 da Constituição da República, o Tribunal Administrativo analisou a Conta Geral

do Estado referente ao exercício económico de 2011 e realizou auditorias a diversos órgãos

e instituições, aos níveis central, provincial, distrital e autárquico, para certificar os dados

nela contidos.

Não obstante os progressos registados e como foi apurado nas auditorias efectuadas,

persiste a não canalização, às Direcções de Áreas Fiscais (DAF´s), das Receitas Próprias e

Consignadas, por algumas instituições e organismos do Estado que as arrecadam. Por esta

razão, nem todas as receitas destas duas rubricas ingressaram na Conta Única do Tesouro

(CUT) e algumas delas nem sequer constam da CGE. De acordo com o princípio de

Universalidade, consagrado na alínea c) do n.º 1 do artigo 13 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado, todas as receitas e

todas as despesas que determinem alterações ao património do Estado devem nele ser

obrigatoriamente inscritas.

O sistema de arquivo, nas entidades, ainda é deficiente, situação que dificulta a

localização, com eficiência, simplicidade e rapidez, dos documentos atinentes aos seus

orçamentos e à execução das suas actividade e constitui uma violação do disposto no n.º 1

do artigo 90 das Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração Pública,

aprovadas pelo Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro, conjugado com a alínea d) do n.º

7.1 das Instruções Sobre a Execução do Orçamento do Estado, da Direcção Nacional da

Contabilidade Pública, de 31 de Outubro de 2000 (BR n.º 17, II Série, de 25 Abril de

2011).

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Page 42: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Foram executadas despesas em verbas inapropriadas, nuns casos, e não elegíveis nos

projectos em que foram contabilizados, noutros, o que constitui desvio de aplicação, nos

termos do estipulado no n.º 1 do artigo 78 do Capítulo VIII, Título I, do Manual de

Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma

Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças, e inobservância

do Classificador Económico da Despesa, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 103/2001,

de 20 de Junho, do Ministro das Finanças.

Há registo de execução de projectos sem inscrição no Orçamento do Estado, o que

contraria o princípio de Universalidade preconizado na alínea c) do n.º 1 do artigo 13 da

Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo a qual “Todas as receitas e todas as despesas

que determinem alterações ao património do Estado, devem nele ser obrigatoriamente

inscritas”, e o estatuído no n.º 2 do artigo 15 da mesma lei, que preceitua que a despesa,

para ser assumida, ordenada ou realizada deverá estar devidamente inscrita no Orçamento

do Estado.

Foram pagas, por operações de tesouraria, despesas que, pela sua natureza, deveriam estar

inscritas no Orçamento e realizadas por conta deste, caso fossem cumpridos,

rigorosamente, os princípios, normas e regras de elaboração e execução do Orçamento do

Estado, preconizados na Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE e no

Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos.

No Anexo do Património do Estado da CGE 2011 não estão reflectidos os bens das

Empresas Públicas e das Autarquias.

Parte significativa dos organismos e instituições do Estado ainda não foi abrangida pela

aplicação informática e-Património, integrada no ambiente e-SISTAFE.

Algumas vezes, não foram cumpridas as normas e procedimentos legais, na celebração de

contratos de pessoal, de fornecimento de bens, de prestação de serviços, de empreitada de

obras públicas e de arrendamento.

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Page 43: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

III. CONSTATAÇÕES E RECOMENDAÇÕES

RECEITA

Recomendações

Na sequência das constatações acima referidas, recomenda-se que:

a) As receitas a arrecadar sejam estimadas tendo em conta os dados estatísticos

disponíveis, de modo a serem mais ajustadas à realidade de cada instituição;

b) Sejam envidados esforços para o cumprimento do prazo do reembolso do IVA

fixado no n.º 8 do artigo 21 do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado,

aprovado pela Lei n.º 32/2007, de 31 de Dezembro;

c) Nos pagamentos relativos à alienação dos imóveis do Estado, sejam adoptados

procedimentos que obriguem à comunicação imediata, pelos adjudicatários, das

transferências e depósitos por si efectuados, nas contas da Direcção Nacional do

Património do Estado, com a indicação dos respectivos processos de alienação;

d) Sejam criados mecanismos que permitam o cumprimento do prazo do reembolso do

IVA estipulado nas alíneas f), g) e h) do artigo 9 e no n.º 1 do artigo 12 da Circular

n.º 01/GAB-MF/2010 e demais legislação pertinente;

e) Sejam adoptados mecanismos que obriguem os sujeitos passivos, com direito a

benefícios fiscais, a prestar as informações referidas no n.º 3 do artigo 2 do Código

dos Benefícios Fiscais, aprovado pela Lei n.º 4/2009, de 12 de Fevereiro, e a

cumprir o previsto no artigo 13 do Decreto n.º 19/2005, de 22 de Junho, que aprova

o Regulamento do Procedimento de Fiscalização Tributária.

DESPESA

Recomendações

Dadas as constatações acima indicadas, o Tribunal Administrativo recomenda:

a) O cumprimento rigoroso do instituído no n.º 1 do artigo 4 da Lei n.º 26/2009, de 29

de Setembro, atinente ao regime relativo à organização, funcionamento e processo

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Page 44: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

da 3.ª Secção do Tribunal Administrativo, assim como do previsto no n.º 3 do

artigo 62, relativo à Prestação de Contas das UGE´s, do Título III do Manual de

Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma

Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças, os quais

estipulam que os comprovativos de despesa devem estar à disposição da inspecção

dos órgãos competentes;

b) A observância do estatuído na alínea d) do n.º 7.1 das Instruções Sobre a Execução

do Orçamento do Estado, da Direcção Nacional da Contabilidade Pública, de 31 de

Outubro de 2000, (BR n.º 17, II Série, de 25 de Abril de 2001), segundo a qual

nenhum registo poderá ser efectuado sem a existência de documentos

comprovativos, que deverão ser arquivados por verbas e anos, de forma a ser

possível a sua identificação;

c) Que seja observado, na classificação e registo das despesas, o Classificador

Económico da Despesa, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 103/2001, de 20 de

Junho, do Ministro das Finanças, e no caso dos projectos, sejam pagas apenas as

despesas neles elegíveis;

d) A inscrição, no Orçamento do Estado, dos projectos de investimento a implementar

em cada ano, de modo a cumprir-se o princípio de Universalidade consagrado na

alínea c) do n.º 1 do artigo 13 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que estatui que

“Todas as receitas e todas as despesas que determinem alterações ao património do

Estado, devem nele ser obrigatoriamente inscritas”, assim como no n.º 2 do artigo

15 da mesma lei, que estabelece que a despesa, para ser assumida, ordenada ou

realizada, deve estar inscrita no Orçamento do Estado;

e) A melhoria do mecanismo de planificação, execução e registo das despesas, pelas

entidades públicas;

f) Que as despesas sejam registadas como execução do orçamento, no ano a que

respeitam, em estrita obediência ao previsto no n.º 3 do artigo 15 da Lei n.º 9/2002,

de 12 de Fevereiro, que preconiza que as despesas só podem ser assumidas durante

o ano económico para que tiverem sido orçamentadas. As referentes a anos

anteriores devem ser contabilizadas em rubrica específica no Orçamento do Estado,

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Page 45: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

conforme dispõe o n.º 1 do artigo 83 do Manual de Administração Financeira e

Procedimentos Contabilísticos (MAF);

g) A execução orçamental e financeira seja apresentada com exactidão, por forma a

permitir que os dados obtidos nas entidades auditadas sejam consentâneos com os

dos mapas Demonstrativos Consolidados por UGB do e-SISTAFE, cumprindo-se,

assim, o determinado no artigo 45 e no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12

de Fevereiro;

h) Que seja cumprido, rigorosamente, o fixado na circular relativa à Administração e

Execução do Orçamento do Estado que é aprovada em cada ano pelo Ministro das

Finanças, que prevê a obrigatoriedade do pagamento de despesas pela via directa;

i) Sejam escriturados os Livros Obrigatórios, em obediência do preceituado no n.º 2

da Circular n.º 02/GM-MF/2011, de 4 de Abril, do Ministro das Finanças, relativa

aos Livros Obrigatórios de escrituração da despesa, de acordo com o qual, no caso

da via indirecta, como todas as despesas são realizadas por intermédio de um

gestor, com os recursos recebidos por AFU´s ou de fundo de maneio, sem

contabilização detalhada no Módulo de Execução Orçamental (MEX), há

necessidade de escrituração dos Livros Obrigatórios;

j) A observância das normas sobre a elaboração e execução dos orçamentos, previstas

na Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, e seu Regulamento,

aprovado pelo Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto, no Manual de Administração

Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma

Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças;

k) Sejam melhorados os mecanismos de monitoria da implementação dos projectos

financiados pelo Fundo de Desenvolvimento Distrital;

l) Na contratação de pessoal, fornecimento de bens, prestação de serviços e de

empreitada de obras públicas, sejam observadas as regras e procedimentos fixados

na Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, no Estatuto Geral dos Funcionários e

Agentes do Estado, aprovado pela Lei n.º 14/2009, de 17 de Março, no

Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de

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Page 46: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º 15/2010, de 24

de Maio, e demais legislação concernente.

OPERAÇÕES RELACIONADAS COM O PATRIMÓNIO FINANCEIRO DO

ESTADO E O FINANCIAMENTO DO DÉFICE ORÇAMENTAL

Recomendações

Face às constatações retro enunciadas, o Tribunal Administrativo recomenda:

a) Que se cumpra, integralmente, o preceituado no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º

9/2002, de 12 de Fevereiro, que dispõe que a CGE deve ser elaborada com clareza,

exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a sua análise económica e

financeira;

b) Que a DNPE accione mecanismos legais para que os adjudicatários das empresas

alienadas pelo Estado cumpram, rigorosamente, as cláusulas contratuais e as

respectivas tabelas de amortização.

PATRIMÓNIO DO ESTADO

Recomendações

Face às constatações atrás mencionadas, recomenda-se:

a) No registo da informação dos bens patrimoniais na CGE seja observado o estatuído

no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de

Administração Financeira do Estado, de acordo com o qual a Conta Geral do

Estado deve ser elaborada com clareza, exactidão e simplicidade, de modo a

possibilitar a sua análise económica e financeira;

b) A aplicação informática e-Património, integrada no ambiente e-SISTAFE, seja

implantada em todos os organismos do Estado, de modo a possibilitar o registo

imediato dos bens e sejam eliminados os problemas até agora registados no seu

funcionamento;

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Page 47: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

c) Seja observado, na íntegra, o previsto no n.º 3 do artigo 40 do Regulamento do

Património do Estado, que preconiza que do inventário consolidado deve constar a

informação relativa às variações patrimoniais, tais como património inicial bruto e

líquido, aquisições, actualizações, reavaliações ou outras alterações, obras ou

reparações, acréscimos e diminuições, amortizações do exercício e acumuladas,

abates, património final bruto e líquido e variação bruta e líquida;

d) Que se envidem esforços para a implementação do módulo do Património, de modo

a ser possível o registo dos bens no momento da sua aquisição e a incorporação dos

que pertencem ao domínio público;

e) Que seja exercido maior controlo e rigor no preenchimento das Fichas de

Inventário, no sentido de melhorar o cumprimento dos procedimentos plasmados

no Diploma Ministerial n.º 78/2008, de 4 de Setembro, do Ministro das Finanças,

que aprova os Suportes Documentais (Classificador Geral de Bens Patrimoniais e

as Fichas de Inventário) e Regulamento do Património do Estado, aprovado pelo

Decreto n.º 23/2007, de 9 de Agosto;

f) As entidades devem velar pelos seus bens, em cumprimento do fixado na alínea a)

do número 2 do artigo 13 do Titulo I do Manual de Administração Financeira e

Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma n.º 169/2007, de 31 de

Dezembro, do Ministro das Finanças, segundo o qual compete às Unidades

Gestoras Beneficiárias do Subsistema do Património do Estado (UGB´s do SPE)

guardar e manter o património do Estado sob sua responsabilidade.

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Page 48: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

Lista de Abreviaturas

ADM – Aeroportos de Moçambique

ANE – Administração Nacional de Estrada

AR – Assembleia da República

CFM – Empresa Caminhos de Ferro de Moçambique

CGE – Conta Geral do Estado

CIEDIMA – Central Impressora e Editora do Maputo

DAF – Direcção de Área Fiscal

DCT – Direcção do Contencioso Tributário

DNPE – Direcção Nacional do Património do Estado

DNT – Direcção Nacional do Tesouro

EDM – Electricidade de Moçambique

FAD – Fundo Africano de Desenvolvimento

FARE –Fundo de Apoio a Reabilitação Económica

FDD – Fundo de Desenvolvimento Distrital

FIPAG – Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água

FMI – Fundo Monetário Internacional

GTT`s – Gestores Técnicos e Trabalhadores

HCB – Hidroeléctrica de Cahora Bassa

HIPIC – Programa de Alívio à Pobreza dos Países Altamente Endividados

IDA – Agência Internacional de Desenvolvimento

IRPC – Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas

IRPS - Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

LAM – Linhas Aereas de Moçambique

MIREM – Ministério dos Recursos Minerais

OE – Orçamento do Estado

OFA`s – Operações Financeiras Activas

PARPA – Plano de Acção para Redução da Pobreza Absoluta

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Page 49: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

PIB – Produto Interno Bruto

PRES – Programa de Reabilitação Económica e Social

RPCGE – Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado

SISTAFE – Sistema de Administração Financeira do Estado

TA – Tribunal Administrativo

TDM – Telecomunicações de Moçambique

TPM – Transportes Públicos de Maputo

UTRE – Unidade Técnica de Reestruturação das Empresas

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Page 50: RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO … Simplificadas/2011.pdfESTRUTURA DO DOCUMENTO O documento encontra-se estruturado da seguinte forma: No Capítulo I - Introdução

FICHA TÉCNICA

Propriedade e Edição

Tribunal Administrativo

Coordenação Editorial

Direcção de Sistemas de Informação e Comunicação

Elzira Tundumula

Contadoria da Conta Geral do Estado

Moisés Amaral

Equipa Técnica

Nalagi Faquir-Bay

Domingos Miambo

Miguel Chamba

Arranjo Gráfico

Nalagi Faquir-Bay

Periodicidade

Anual

Financiamento

Alemanha (GIZ e KFW)

Finlândia

Holanda

Suécia

Distribuição

Gratuíta

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