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O Estado do Orçamento Injeção de Capital Nota Nº1 Injeção de Capital 1 (Capital Injections) A injeção de capital do Estado em entidades Públicas, sobretudo empresas públicas e setor bancário, tem assumido uma maior relevância nacional e europeia e uma persistência no contexto de pós crise económica. Verifica-se que quanto maior o banco ou maior a empresa pública, maior será a injeção de capital. Os erros de supervisão e de controlo das contas, cometidos em prosperidade, pagam-se na pós-crise económica, quando entidades subcapitalizadas ou permissivamente mal geridas, acabam por capitular no cenário de maior escassez de recursos financeiros. Nos últimos 4 anos, não incluindo ainda 2016, foi despendido, aproximadamente, 20.200 milhões de euros, idêntico ao valor da receita fiscal obtida com o IRS e IRC num ano. Com a recente de injeção de capital na Caixa Geral de Depósitos, SA em 3.900 milhões de euros, o ano 2017 continua a ser mais ano, de voragem fiscal das entidades do Estado. Enquadramento Técnico Definição: A injeção de capital no contexto das Administrações Públicas, caracteriza-se essencialmente pelo pagamento de montantes elevados a sociedades públicas numa base irregular 2 , ou seja, por uma necessidade momentânea de capitalizar ou recapitalizar uma determinada sociedade beneficiária, estando à sua disposição numa perspetiva de longo prazo. Materializa-se pela aquisição de ações, concessão de empréstimos ou a subscrição de obrigações emitidas por uma empresa e de outro tipo de apoios como assunção, cancelamento ou reescalonamento de dívidas (Sarmento, 2016). Este documento refere- se a injeções de capital realizada em dinheiro, excluindo assim, as injeções de capital efetuada em espécie 3 . Nesta nota é analisado o registo e potenciais impactos nos resultados e nos indicadores económico-financeiros, desta operação em três óticas: Contabilidade empresarial (patrimonial e caixa); Contabilidade pública; Contabilidade nacional. Posteriormente é analisada a relevância das injeções de capital no contexto europeu e no contexto nacional. 1 Atualizado a 20 de março de 2017. 2 §20.198 - Regulamento (UE) N. o 549/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de maio de 2013 relativo ao sistema europeu de contas nacionais e regionais na União Europeia; §A3.47 - Government Finance Statistics Manual 2014 – International Monetary Fund. 3 Em espécie, ou seja, transferência de ativos do estado para uma empresa, em geral não tem impacto no défice.

Nota Nº1 Injeção de Capital - O Estado do Orçamento · 2018. 4. 18. · O Estado do Orçamento Injeção de Capital Quadro 2.2 – Demonstrações financeiras simplificadas para

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

Nota Nº1

Injeção de Capital1

(Capital Injections)

A injeção de capital do Estado em entidades Públicas, sobretudo empresas públicas e

setor bancário, tem assumido uma maior relevância nacional e europeia e uma

persistência no contexto de pós crise económica. Verifica-se que quanto maior o banco

ou maior a empresa pública, maior será a injeção de capital. Os erros de supervisão e de

controlo das contas, cometidos em prosperidade, pagam-se na pós-crise económica,

quando entidades subcapitalizadas ou permissivamente mal geridas, acabam por

capitular no cenário de maior escassez de recursos financeiros. Nos últimos 4 anos, não

incluindo ainda 2016, foi despendido, aproximadamente, 20.200 milhões de euros,

idêntico ao valor da receita fiscal obtida com o IRS e IRC num ano. Com a recente de

injeção de capital na Caixa Geral de Depósitos, SA em 3.900 milhões de euros, o ano

2017 continua a ser mais ano, de voragem fiscal das entidades do Estado.

Enquadramento Técnico

Definição: A injeção de capital no contexto das Administrações Públicas, caracteriza-se

essencialmente pelo pagamento de montantes elevados a sociedades públicas numa

base irregular2, ou seja, por uma necessidade momentânea de capitalizar ou

recapitalizar uma determinada sociedade beneficiária, estando à sua disposição numa

perspetiva de longo prazo.

Materializa-se pela aquisição de ações, concessão de empréstimos ou a subscrição de

obrigações emitidas por uma empresa e de outro tipo de apoios como assunção,

cancelamento ou reescalonamento de dívidas (Sarmento, 2016). Este documento refere-

se a injeções de capital realizada em dinheiro, excluindo assim, as injeções de capital

efetuada em espécie3.

Nesta nota é analisado o registo e potenciais impactos nos resultados e nos indicadores

económico-financeiros, desta operação em três óticas:

• Contabilidade empresarial (patrimonial e caixa);

• Contabilidade pública;

• Contabilidade nacional.

Posteriormente é analisada a relevância das injeções de capital no contexto europeu e

no contexto nacional.

1 Atualizado a 20 de março de 2017. 2 §20.198 - Regulamento (UE) N. o 549/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de maio de 2013 relativo ao sistema europeu de contas nacionais e regionais na União Europeia; §A3.47 - Government Finance Statistics Manual 2014 – International Monetary Fund. 3 Em espécie, ou seja, transferência de ativos do estado para uma empresa, em geral não tem impacto no défice.

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CONTABILIDADE EMPRESARIAL

O registo em contabilidade empresarial, sempre que aplicável, como é o caso das

entidades do Setor Empresarial do Estado, é também cada vez mais relevante em

termos de conceitos e normas com a entrada do SNC – AP4.

Esta operação traduz-se no aumento do saldo credor da conta do Capital (#51), sendo

também atualizados os saldos das seguintes contas:

Quadro 1 – Registo Contabilístico da Operação

Fonte: OTOC

Para o registo na demonstração patrimonial, o balanço e nas duas demonstrações de

desempenho, a demonstração de resultados e a demonstração de fluxos de caixa,

assume-se que todas as operações são realizadas dentro do mesmo ano. Assim sendo,

há portanto as seguintes alterações:

Quadro 2.1 – Demonstrações financeiras simplificadas para esta operação - Balanço

Nota: Adaptado da Portaria nº220/2015 de 24 julho

4 Sistema de Normalização Contabilístico das Administrações Públicas - Decreto-Lei nº 192/2015, de 11 de setembro

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Quadro 2.2 – Demonstrações financeiras simplificadas para esta operação –

Demonstração de Fluxos de Caixa

Nota: Adaptado da Portaria nº220/2015 de 24 julho

A Demonstração de Resultados não sofre qualquer alteração, por este motivo,

não é aqui apresentada.

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Em termos de análise económica – financeira, os indicadores atualizados em

operações no Capital são os seguintes:

Quadro 3 – Indicadores Económico – Financeira para a Injeção de Capital

Nota: Adaptado das How to Notes – Fundo monetário internacional

Para obter uma análise completa e critica sobre a situação financeira de uma

entidade quanto à sua estrutura de capitais, liquidez, rendibilidade, atividade e

risco, à que proceder ao cálculo e correta interpretação dos indicadores

económicos e financeiros.

Na análise dos resultados deve-se ter em conta a comparabilidade com outras

entidades do sector (nacionais e internacionais, caso seja aplicável), a sua

evolução ao longo do tempo. Contudo, é de salientar que a análise dos

indicadores apenas é mais um elemento que ajuda a dar indícios sobre o

desempenho, pois, não considera fatores qualitativos, é necessário recorrer a

fontes de informação complementar, excluir efeitos de sazonalidade, da

conjuntura económica, da inflação, de critérios de amortizações e de

valorimetria, da alteração da política contabilística e da qualidade da

informação.

Na estrutura do capital, há teorias que indicam a existência de uma estrutura

ótima (capital próprio vs capital alheio) que permite minimizar o custo de

capital, maximizando o valor da empresa. Estas teorias assumem hipóteses que

muitas vezes não se verificam na realidade sobretudo no contexto de Portugal.

No caso de empresas públicas, tal como as empresas privadas, verificam-se

constrangimento na gestão quando o endividamento se torna excessivo.

Variação

ESTRUTURA FINANCEIRA E ENDIVIDAMENTO

Autonomia Financeira (%) ↑ Aumenta

Solvabilidade Geral (%) ↑ Aumenta

Cobertura dos Ativos Não Correntes (%) ↑ Aumenta

INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO

Custo dos Financiamentos Obtidos (%) = Sem alteração

Efeito dos Juros Suportados (%) = Sem alteração

INDICADORES DE LIQUIDEZ

Liquidez Geral (%) ↑ Aumenta

Liquidez Reduzida (%) ↑ Aumenta

INDICADORES DE RENDIBILIDADE

Rendibilidade das Vendas (%) = Sem alteração

EBITDA em Percentagem do Volume de Negócios (%) = Sem alteração

Rendibilidade do Ativo (%) ↓ Diminui

Rendibilidade dos Capitais Próprios (%) ↓ Diminui

INDICADORES DE ATIVIDADE

Prazo Médio de Recebimento (nº dias) = Sem alteração

Prazo Médio de Pagamento (nº dias) ↓ Diminui

Prazo Médio de Rotação dos Inventários (nº dias) = Sem alteração

ANÁLISE DE RISCO

Ponto Crítico = Sem alteração

Margem de Segurança = Sem alteração

Grau de Alavancagem da Atividade de Exploração = Sem alteração

Grau de Alavancagem da Atividade de Financiamento = Sem alteração

Grau de Alavancagem das Restantes Atividades Financeiras = Sem alteração

Grau de Alavancagem Combinada = Sem alteração

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

Com a Injeção de Capital, os indicadores atualizados relacionados com a

estrutura financeira indicam o aumento da solvabilidade geral, há assim uma

maior possibilidade do capital próprio garantir a liquidação do passivo. O rácio

da cobertura dos ativos não correntes também aumenta de valor, na prática

este rácio deve ter um valor superior a um, aponta para uma melhoria da

possibilidade dos investimentos terem um maior financiamento de capitas

estáveis, dado que, relaciona o capital próprio com ativo e passivo não corrente.

Quanto à autonomia financeira, que exprime a solidez financeira e capacidade

de honrar compromissos financeiros não correntes, também se verifica um

aumento do rácio.

Os indicadores de liquidez, facilmente influenciados pela sazonalidade e pelos

prazos médios de recebimento e de pagamento, também melhoram com a

injeção de capital, o que significa que a entidade tem maiores possibilidades de

cumprir as responsabilidades exigíveis no curto prazo, ou seja, contribui para o

equilíbrio financeiro.

Por fim, os indicadores que ainda sofrem alterações, uma evolução decrescente,

são a rendibilidade do ativo e do capital próprio, tratando-se este resultado de

um efeito imediato, sendo efetivamente mais proveitoso verificar a sua

evolução após a injeção de capital.

CONTABLIDADE PÚBLICA

O impacto na execução orçamental em contabilidade pública podem ocorrer

em duas situações distintas, a entidade beneficiária pode integrar ou não o

universo das Administrações Públicas. Dependendo desta situação, será

diferente o registo e implicações para o equilíbrio das contas públicas.

O registo

A injeção de capital é efetuada pela Direção Geral do Tesouro e Finanças (DGTF),

sendo para este serviço, uma despesa com ativos financeiros. A informação é

publicada mensalmente pela DGO, na Síntese de Execução Orçamental (no

documento em PDF e nos anexos estatísticos em Excel).

Para a DGTF, trata-se então uma despesa registada no classificador económico

correspondente ao #09 da despesa, agrupamento dos ativos financeiros,

tratando-se de uma operação extraorçamental e deste modo não afeta a

despesa efetiva (sem impacto no saldo global).

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Conforme identificado no quadro do registo, a classificação para a injeção de

capital em empresas públicas não pertencentes às AP é 090702 – Ativo

financeiro – Acções e outras participações – Sociedades e quase sociedades não

financeiras – Públicas. Enquanto para entidades pertencentes às AP é mais

frequente a classificação da operação em 090706 - Ativo financeiro – Ações e

outras participações - Administração pública - Administração central - Serviços e

fundos Autónomos. No caso de uma injeção numa instituição de crédito esse

valor seria registado na 090703 - Sociedades financeiras - Bancos e outras

instituições financeiras.

Quadro 4 – Registo da despesa em ativos financeiros para a entidade dadora (DGTF)

com e as rubricas mais frequentes na injeção de capital

Fonte: Decreto-Lei nº 26/2002 de 14 de Fevereiro

Para a entidade recetora apenas é registado em contabilidade pública se

pertencente ao universo das entidades incluídas no Orçamento do Estado5 e

pertencentes aos Serviços e Fundos Autónomos – Entidade Pública

Reclassificada, o registo é efetuado nas receitas de passivos financeiros.

5 Este universo tem por base a informação do Universo das Administrações Públicas publicado pelo INE em março de cada ano (nº 4 do 2ª artigo da Lei de Enquadramento Orçamental)

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Conforme indicado no quadro seguinte, a classificação económica é 120703 que

corresponde ao capítulo passivos financeiros – outros passivos financeiros -

Administração Pública - Administração central – Estado. Trata-se portanto de um

passivo de um SFA para com o Estado.

Quadro 4 – Registo da receita em passivos financeiros para a entidade beneficiária

com os artigos mais frequentes na injeção de capital

Fonte: Decreto-Lei n. 26/2002 de 14 de Fevereiro

Diagrama 1 - Registo e movimento financeiro em contabilidade pública

Direção Geral do Tesouro

e Finanças

(Estado, Subsector

S13111)

Despesa 090703/06 –

Ativo Financeiro

Entidade Pública Reclassificada e outros Serviços

e Fundos Autónomos (Subsector S13112)

Receita 120703 - Passivo Financeiro

Entidade fora do perímetro das Administrações

Públicas

Sem registo, nesta ótica.

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

Impacto nos resultados e nos indicadores

Esta operação não tem qualquer efeito no resultado em contabilidade pública,

por não concorrer para obtenção do saldo global. Por este motivo e por ser uma

operação habitualmente com valores muito altos, consta no quadro próprio da

informação divulgada mensalmente pela Direção-Geral do Orçamento e no

Procedimento Défices Excessivos – INE.

Quanto aos indicadores é de esperar uma diminuição da independência

financeira pelo aumento da receita em passivos financeiros e uma melhoria,

pelo menos no curto prazo, do prazo médio de pagamentos.

CONTABILIDADE NACIONAL

Ao contrário do que sucede em contabilidade pública, o registo destas

operações afeta o resultado do saldo das contas nacionais, tratando-se

efetivamente de um ajustamento sobre o saldo em contabilidade pública, pois é

a partir deste saldo que se obtém o défice na conta nacional.

O registo

Na ótica das contas nacionais, o registo depende da classificação como operação

financeira (alterando apenas a dívida) ou como uma transferência de capital na

qual, o impacto no défice, depende se a entidade beneficiária está dentro ou

fora do perímetro das Administrações Públicas. A classificação depende da

interpretação, dada pela autoridade estatística nacional (INE) e da confirmação

por parte do Eurostat.

Em geral, se um serviço do Estado (fora do perímetro das AP) atua como uma

entidade privada, tratar-se-á de uma operação financeira. Caso, se trate de uma

injeção efetuado no âmbito de uma reestruturação, de modo a tornar o serviço

viável, será classificada também como operação financeira. É o caso da Caixa

Geral de Depósitos, se o plano estratégico 2020, apresentado a 13 de março, for

credível para as autoridades estatísticas, a injeção de capital afetará a dívida

pública e não o défice de 2017. Outro contributo para esta classificação se

materializar é que a injeção de capital está a ser efetuada em conjunto com

privados, o que ajudará na interpretação de que o Estado está a atuar como um

investidor privado, estando a proceder a uma mera aquisição de participações.

Caso contrário terá impacto na dívida e no défice, sendo tratado como uma

transferência de capital.

No caso de uma entidade com capital próprio negativo, quando não existe a

perspetiva de uma renumeração adequada6 do capital investido, através de

dividendos ou de ganhos de detenção, tratar-se-á de uma transferência de

capital com impacto no défice pois, na realidade, não corresponde a um

aumento de ativos, Jesus MAJ (2008).

6 Refere-se à taxa de rentabilidade dos privados, para investimentos com o mesmo perfil de risco ou a taxa de juro das Obrigações do Tesouro a longo prazo (5/10 anos), Sarmento (2016).

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Uma terceira situação é o caso das entidades dentro do perímetro, as entidades

públicas reclassificadas (EPR), na qual está inserida, por exemplo, as

Infraestruturas de Portugal, SA, esta operação é tratada como uma transferência

de capital, que não afeta o défice, tendo apenas consequências na dívida. Esta

situação resulta do efeito da consolidação, pois trata-se de capital que sai de um

serviço da Administração Pública (Direção-Geral do Tesouro e Finanças) para

outro serviço, também da Administração Pública. No total da Administração

Pública esta operação anula-se, não afetando o défice.

E a quarta cenário, uma empresa pública, sem acionistas privados que recebe

capital num valor superior às perdas acumuladas. Se o Governo demonstrar que

o capital em excesso vai ter uma rentabilidade razoável, então será uma

transferência de capital até ao valor das perdas e o excesso (valor capital acima

da perda) é uma operação financeira.

Na situação de aumento de capital no contexto de uma privatização que ocorra

dentro de um ano (após o aumento de capital). Estava nesta situação o Novo

Banco, SA. No valor da receita da privatização igual ao do aumento de capital é

uma operação não financeira, no excesso, é sujeito ao teste da injeção de

capital7, Sarmento (2016).

Quadro 5 – Registo das Injeções de capital em contas nacionais – casos simples

Fonte: Adaptado do Manual do Défice e da Dívida das Administrações Públicas, ed.2016, página 162 - Eurostat

7 Para mais informação consultar o Manual do Défice e da Dívida das Administrações Públicas, ed.2016, página 158 - Eurostat

Ajudas ao Investimento:

- Transferência para financiar totalidade ou parte dos custos de aquisição de ativos fixos

Perdas acumuladas

- Uma injecção de capital efectuada para suprimir perdas acumuladas, podendo ser efetuada sob a forma de

empréstimo por parte do Estado.

Aquisição de acções cotadas

- Aquisição por parte do Governo de acções cotadas de igual valor

Empréstimos

- Provisão de fundos na forma de empréstimo (especificando a data de resgate do principal e juros a serem

pagos)

Obrigações

- Aquisição de obrigações por parte do governo emitidas pela entidade

Cancelamento / Assunção da dívida

- A assunção da dívida por parte do Estado dá origem a uma transferência de capital

Privatização

Realizada no âmbito de um processo de privatização, tendo o Governo a perspetiva de receber o dinheiro de

volta, dentro de um ano.

Outras transferências de capital

(D.99)

Ações e outras participações (F.5)

Empréstimos (F.4)

Outras transferências de capital

(D.99)

Ações e outras participações (F.5)

Títulos de dívida (F.3)

Situação Operação SEC2010

Ajudas ao investimento (D.92)

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Impacto nos resultados e nos indicadores

O impacto depende da decisão de ser considerada ou não uma operação

financeira, conforme é explicado na árvore de decisão:

Fonte: Manual do Défice e da Dívida das Administrações Públicas, ed.2016, página 135 - Eurostat

Quadro 6 – Impacto na conta não financeira da classificação da injeção de capital como

transferência de capital

Fonte: Adaptado do Destaque das Contas Nacionais Trimestrais - INE

Receita total ↑Receita corrente

Receita fiscal

Impostos s/ produção e importação

Impostos correntes s/ rendimento, património

Contribuições sociais

Vendas

Outra receita corrente

Receita de capital ↑Despesa total

Despesa corrente

Consumo intermédio

Despesas com pessoal

Prestações sociais

Subsídios

Juros

Outra despesa corrente

Despesa de capital

Investimento

Outra despesa de capital

Saldo global (não financeiro) ↑

Contabilidade Nacional

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

LIGAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE EMPRESARIAL, PÚBLICA E NACIONAL

Conforme foi detalhado anteriormente, todas as três óticas registam a

informação da injeção de capital, podendo no entanto, manter-se inalterado o

saldo final.

Com a entrada do SNC-AP e com a informação financeira da maioria das

Entidades Públicas Reclassificadas em SNC (assim como em contabilidade

pública), torna-se pertinente a análise da ligação entre as diferentes óticas.

Quadro 6 – Resumo do registo das Injeções de Capital nos três sistemas contabilísticos

(*) - Podem em circunstâncias excecionais ser considerada a #261 - Acionistas C/ Subscrição.

Patrimonial:

Balanço Capital próprio Capital subscrito

Demonstração de

Resultados n.a.

Balancete Analítico Conta 51 Capital (*)

Caixa: Recebimentos provenientes de:

Demonstração de

Fluxos de Caixa

Realizações de capital e de outros

instrumentos de capital próprio

Conta não financeira

D.92 Ajudas ao investimento

D.99 Outras transferências de capital

Caixa:

Receita de Passivo Financeiro (perspetiva

do beneficiário)

Outros passivos financeiros:

Adm. Públicas - Adm. central - EstadoDespesa em ativo financeiro (perspetiva do

Estado)

Acções e outras participações:

09.07.03Sociedades financeiras - Bancos e outras

instituições financeiras

09.07.06 Administração pública - Administração

central - Serviços e fundos autónomos

Ótica Identificação Descrição

Co

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Exec

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Nac

ion

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Sistema Contabilístico

Fluxos de caixa das

atividades de

financiamento

das Administrações

Públicas

12.07.03

Mapa da execução

orçamental e do relatório

do Orçamento do Estado

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

CONTEXTO EUROPEU

Ao nível Europeu as injeções de capital continuam a ter grande visibilidade

mediática, indicando que apesar do fim da crise económica, é ainda um assunto

que interessa ao cidadão, tal são os elevados valores. As reestruturações,

sobretudo devido aos elevados prejuízos acumulados, têm sido o motivo para as

intervenções financeiras por parte dos Governos nacionais.

Um destes exemplos, é a recente aprovação por parte da Comissão Europeia do

plano de reestruturação do grupo francês AREVA (relacionado com a energia

nuclear) com uma intervenção no capital de 4,5 biliões de euros, concluindo que

iria permitir à empresa tornar-se viável e não distorce a concorrência.

Segundo a Comissão Europeia, as empresas em dificuldades podem receber

ajuda do Estado, desde que a empresa participe no esforço financeiro do

processo de reestruturação, apresentado num plano realista que permita atingir

a viabilidade a longo prazo, já que, a injeção de capital só poderá ocorrer uma

vez num período de 10 anos.

Em termos de identificação das injeções de capital, na EU, é apresentada a

informação estatística relacionada com a EU19 (os 19 países da zona euro).

Gráfico 1 - Zona Euro

(D.9) Transferências de capital pagas (milhões de euros, lado esquerdo)

PIB pm (taxa de crescimento, lado direto do gráfico)

Fonte: Banco Central Europeu, Eurostat.

Tal como sucede em toda a economia, quando se verifica uma crise económica,

muitas empresas públicas e privadas, são submetidas a uma enorme pressão

financeira, após a qual sucedem, encerramentos, fusões, reestruturações e

elevadas injeções de capital. No gráfico, verifica-se que após a crise financeira de

2008, sucederam as maiores transferências de capital, em 2010 a Alemanha,

Irlanda, França e Itália tiveram os maiores valores absolutos de transferências de

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

capital, totalizando (estes quatro países) 142.170 milhões de euros, de um total

da Zona Euro 176.806M€.

Quadro 7 – Peso das transferências de capital sob despesa total superior à média da

zona euro (2,8% média de 2008 a 2015)

Fonte: Eurostat

PORTUGAL

As injeções de capital têm contribuído para os elevados défice em contabilidade

nacional (défices superiores a 3%) com o setor bancário a ser um dos principais

beneficiados e deste modo contribuindo para a manutenção de Portugal no

Procedimento Défices Excessivos (PDE).

Recentemente a operação de maior montante, grandemente publicitada nos

meios de comunicação social, tem sido a intervenção na Caixa Geral de

Depósitos,SA (CGD), com a um valor de 3.900 milhões de euros. Acerca da CGD a

Comissão Europeia emitiu o parecer, no qual refere, que a operação está em

concordância com as regras europeias, nomeadamente a apresentação de um

pano de reestruturação que permitira a CGD tornar-se lucrativa a longo prazo,

desempenhando assim o Estado o papel idêntico a um investir privado na

reestruturação de uma empresa. O caso da CGD difere do Novo Banco, em

termos de impacto no défice, conforme foi referido anteriormente no registo

em contas nacionais. Essencialmente na CGD depende da credibilidade do plano

de restruturação e no Novo Banco dependia da vendo no curto prazo (menos de

um ano após a intervenção). Deste modo, o Eurostat deverá confirmar que esta

injeção de capital não afetará o défice.

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Alemanha 3,6 3,1 5,3 2,9 2,9

Áustria 4,1 2,8 4,7

Bélgica 3,5 4,3 3,5 3,2

Chipre 2,9 3,1 2,9 5,9 20,8 4,6

Eslováquia 3,9

Eslovénia 3,1 18,9 4,6

Espanha 2,9 9,2

Estónia 3,0

Finlândia

França

Grécia 3,0 3,2 8,0 19,8 9,4

Irlanda 4,0 7,7 34,0 10,3 4,7

Itália 2,9 3,4 3,7

Letónia 5,3

Lituânia 10,5 3,6 4,0

Luxemburgo 2,9 3,2 3,1

Malta 2,8 3,0 3,5

Países Baixos

Portugal 3,6 8,0 3,9

Bulgária 9,3

Croácia 6,0 6,2

Dinamarca 3,1

Hungria 3,0 2,9 5,9 3,4 3,2 3,7 4,9

Polónia

Reino Unido 6,0 3,8 3,1

República Checa 3,7 3,3 3,3 6,7 3,3

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

Gráfico 2 – Portugal

(D.9) Transferências de capital pagas (milhões de euros, lado esquerdo)

PIB pm (taxa de crescimento, lado direto do gráfico)

Fonte: Banco Central Europeu, INE.

No gráfico destacam-se os anos 2014 e 2015 pelo elevado valor das

transferências, devido essencialmente ao Novo Banco, SA em 2014 e Banif, SA

em 2015. Também pela observação do gráfico (e do gráfico na seção do

contexto europeu), constata-se que o aumento nas transferências de capital são

uma consequência da recessão económica. Neste sentido, deve-se em tempos

de prosperidade acentuar o controlo das contas das entidades públicas,

favorecer a capitalização através de recursos próprios, reduzir a expansão à

custa de endividamento e deste modo robustecendo as entidades públicas,

preparando-as para que a época da crise não sejam mais um (grande) encargo

para o Estado.

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

Referências:

Caiado, A. P, Silveira O. Fernandes, M.J, (2007). “Contabilidade Pública” -

apresentação na Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas.

Correia, S. (2014). “O desempenho económico-financeiro da minha empresa?”.

Boletim Economia e Empresas, n.ºs 5, 6, 7, 8 e 9.

Eurostat (2013). “Clarification of the criteria to be taken into account for the

recording of government capital injections into banks - Decision of Eurostat on

government deficit and debt”.

Eurostat (2016). “Manual on Government Deficit and Debt: Implementation of

ESA10”.

European Commission (2017). “State aid: Commission approves restructuring

plan of French Areva group”.

European Commission (2017). “State aid: Commission finds Portuguese

recapitalisation of Caixa Geral de Depósitos involves no new aid”.

FMI (2016). “How to improve the financial oversight of public corporation”.

Gonçalves,M., Correia C., Marques, M.C.C. (2011). “Contabilidade pública

autárquica em Portugal e a informação divulgada em regime de caixa e de

competência: o caso de um município do distrito de Coimbra”. Revista Universo

Contábil, ISSN 1809-3337 Blumenau, v. 7, n. 4, p. 156-178.

Jesus, Maria Antónia Jorge de (2008). “A contabilidade pública e a contabilidade

nacional: principais divergências e implicações no défice público em Portugal”.

ISCTE, Tese de doutoramento

INE (2016). Diversos “Destaques” sobre as Contas Nacionais, em www.ine.pt

Sarmento, J.M. (2016). “Manual de Finanças Públicas e de Contas Nacionais no

Setor das Administrações Públicas: o processo Europeu e o cálculo do défice e da

dívida pública”. Fundação Económicas, Almedina.

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

ANEXO

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

Quadro 1 – Detalhe das contas nacionais da transferência de capital e relevância das

subcontas para o valor final das Administrações Públicas

Operação Sistema Europeu de contas

Descrição Relevância após Consolidação

PAY_TRD9 Transferências de capital

PAY_TRD9_SES1311 Transferências de capital pagas ao S1311

PAY_TRD9_SES1313 Transferências de capital pagas ao S1313

PAY_TRD9_SES1314 Transferências de capital pagas ao S1314

PAY_TRD92 Ajudas ao investimento

PAY_TRD92_S13111 Ajudas ao investimento pagas ao S13111

Pelo Estado ser um subsetor das Administrações Públicas (S.13) a transferência de capital entre subsetores é anulada (o que os têm como recebimento é o que outro têm como pagamento). Estas contas são relevantes para os resultados dos subsetores e controlar os recebimentos e pagamentos entre subsetores com objetivo da consolidação.

PAY_TRD92_S13112_3 Ajudas ao investimento pagas ao S13112_3

PAY_TRD92_S13131A Ajudas ao investimento pagas ao S13131 - R. A. Açores

PAY_TRD92_S13131M Ajudas ao investimento pagas ao S13131 - R. A. Madeira

PAY_TRD92_S13132 Outras transferências de capital pagas ao S13132

PAY_TRD92_S1314 Outras transferências de capital pagas ao S1314

PAY_TRD92_S2 Ajudas ao investimento pagas ao S2

S2 é a identificação SEC para o setor Resto do Mundo (inclui instituições europeias), o valor desta conta vai a transferências de capital.

PAY_TRD92_NOT_S13_S2 Ajudas ao investimento pagas a outros sectores da Economia

Outros setores da economia exceto S13 e S2, são os setores S1 setor privado, Só o valor desta conta vai a transferências de capital.

PAY_TRD99 Outras transferências de capital

PAY_TRD99_S13111 Outras transferências de capital pagas ao S13111

PAY_TRD99_S13112_3 Outras transferências de capital pagas ao S13112_3 (excluindo)

PAY_TRD99_S13131A Outras transferências de capital pagas ao S13131 - R. A. Açores

PAY_TRD99_S13131M Outras transferências de capital pagas ao S13131 - R. A. Madeira

PAY_TRD99_S13132 Outras transferências de capital pagas ao S13132

PAY_TRD99_S1314 Outras transferências de capital pagas ao S1314

PAY_TRD99_NOT_S13 Outras transferências de capital pagas a outros sectores

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O Estado do Orçamento Injeção de Capital

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