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Relatório
Escola Secundária D.
João II
SETÚBAL
AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
Área Territorial de Inspeção
do Sul
2016 2017
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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1 – INTRODUÇÃO
A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação
pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a
avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos
jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de
avaliação em junho de 2011.
A então Inspeção-Geral da Educação foi
incumbida de dar continuidade ao programa de
avaliação externa das escolas, na sequência da
proposta de modelo para um novo ciclo de
avaliação externa, apresentada pelo Grupo de
Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de
março). Assim, apoiando-se no modelo construído
e na experimentação realizada em doze escolas e
agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da
Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver
esta atividade consignada como sua competência
no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de
janeiro.
O presente relatório expressa os resultados da
avaliação externa da Escola Secundária D. João
II – Setúbal, realizada pela equipa de avaliação,
na sequência da visita efetuada entre 9 e 11 de
janeiro de 2017. As conclusões decorrem da
análise dos documentos fundamentais da Escola,
em especial da sua autoavaliação, dos
indicadores de sucesso académico dos alunos, das
respostas aos questionários de satisfação da
comunidade e da realização de entrevistas.
Espera-se que o processo de avaliação externa
fomente e consolide a autoavaliação e resulte
numa oportunidade de melhoria para a Escola,
constituindo este documento um instrumento de
reflexão e de debate. De facto, ao identificar
pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório
oferece elementos para a construção ou o
aperfeiçoamento de planos de ação para a
melhoria e de desenvolvimento de cada escola,
em articulação com a administração educativa e
com a comunidade em que se insere.
A equipa regista a atitude de empenhamento e
de mobilização da Escola, bem como a
colaboração demonstrada pelas pessoas com
quem interagiu na preparação e no decurso da
avaliação.
ESCALA DE AVALIAÇÃO
Níveis de classificação dos três domínios
EXCELENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria
das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos
respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam
na totalidade dos campos em análise, em resultado de
práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e
eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em
campos relevantes.
MUITO BOM – A ação da escola tem produzido um impacto
consistente e acima dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fortes predominam na
totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais generalizadas e eficazes.
BOM – A ação da escola tem produzido um impacto em linha
com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e
dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes
nos campos em análise, em resultado de práticas
organizacionais eficazes.
SUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens
e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos
escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco
consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas
da escola.
INSUFICIENTE – A ação da escola tem produzido um impacto
muito aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos
pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A
escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa.
O relatório da Escola apresentado no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas 2016-2017 está disponível na página da IGEC.
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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2 – CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA
A Escola Secundária D. João II situa-se na freguesia de S. Sebastião, na zona oriental da cidade de
Setúbal, e encontra-se em funcionamento desde fevereiro de 1983, tendo sido alvo de obras de
requalificação, em 2012, no âmbito do Programa de Modernização do Parque Escolar E.P.E. A sua oferta
educativa abrange o 3.º ciclo do ensino básico e o ensino secundário. Foi avaliada em novembro de 2010,
aquando do primeiro ciclo de avaliação externa das escolas.
No presente ano letivo, a população escolar totaliza 1418 alunos e formandos, assim distribuídos: 676 no
3.º ciclo do ensino básico (26 turmas); 42 nos cursos de educação e formação (duas turmas); 700 no
ensino secundário – 603 nos cursos científico-humanísticos (23 turmas) e 97 em cursos profissionais
(Técnico de Análise Laboratorial – duas turmas e Técnico de Multimédia/Técnico de Vendas – duas
turmas).
Do total dos alunos, 6,2% são oriundos de outros países, destacando-se Brasil, Angola e Cabo Verde. No
âmbito da ação social escolar, 71% não beneficiam de auxílios económicos. Relativamente às tecnologias
de informação e comunicação, 92% dos alunos do ensino básico e 89% do ensino secundário, possuem
computador em casa com ligação à internet.
No que diz respeito às habilitações académicas dos pais e das mães dos alunos, 22% no ensino básico e
28% no ensino secundário possuem este nível de ensino, enquanto em ambos os ciclos de estudos apenas
9% têm formação superior. Exercem atividades profissionais de nível superior e intermédio 23,7% dos
pais dos alunos do ensino básico e 17,3% dos do ensino secundário.
Desempenham funções na Escola 129 docentes, sendo que 87% pertencem ao quadro e 72% lecionam há
20 ou mais anos, e 37 trabalhadores não docentes (25 assistentes operacionais e um encarregado
operacional; nove assistentes técnicos e um chefe de serviços de administração escolar e uma psicóloga),
dos quais 51% têm 10 ou mais anos de serviço.
De acordo com os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência,
relativos ao ano letivo de 2014-2015, a Escola, quando comparada com as outras escolas públicas,
apresenta valores das variáveis de contexto bastante desfavoráveis, embora não seja das mais
desfavorecidas. Neste âmbito, salientam-se a idade média dos alunos do 9.º ano de escolaridade, a média
do número de alunos por turma e a percentagem de docentes do quadro.
3 – AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO
Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e
tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação
formula as seguintes apreciações:
3.1 – RESULTADOS
RESULTADOS ACADÉMICOS
Os resultados académicos são sistematicamente analisados pelas equipas de avaliação interna e do
Projeto de Desenvolvimento de Escola, em sede de conselho pedagógico, das diferentes estruturas de
coordenação educativa e supervisão pedagógica e de conselho geral, sendo partilhados e divulgados a
toda a comunidade educativa através, entre outros, da publicação de A Escola em Núm3ros e Boletim de
Notícias da Escola. Este trabalho assenta, igualmente, numa comparação dos resultados com os que os
mesmos alunos obtiveram nos anos anteriores (análise coortal), a nível interno e externo, e mostra uma
tendência de melhoria e de aproximação entre ambos.
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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Tomando em conta os modelos para comparação estatística dos resultados académicos em escolas de
contexto análogo, e considerando os anos letivos de 2012-2013, 2013-2014 e 2014-2015, constata-se que
as taxas de conclusão no 9.º ano de escolaridade, em 2012-2013 e 2014-2015, estão aquém dos valores
esperados e, acima destes, em 2013-2014. Relativamente ao 12.º ano, os valores observados encontram-
se igualmente aquém dos esperados em 2013-2014 e 2014-2015 e, em linha, no ano letivo de 2012-2013.
Nas provas de avaliação externa de 9.º ano, na disciplina de português, os desempenhos dos alunos, em
todos os anos, ficam acima dos valores esperados, o que demonstra uma consistência no trabalho que
tem sido desenvolvido. Contrariamente, em matemática, os valores encontram-se sempre aquém dos
valores esperados. Nos exames nacionais de 12.º ano, verifica-se uma oscilação dos desempenhos dos
alunos em português – acima (2013), aquém (2014) e em linha (2015), enquanto nas disciplinas de
matemática e de história se encontram sempre aquém dos valores esperados.
Em síntese, verifica-se que, na globalidade, os resultados encontram-se, genericamente, aquém dos
valores esperados. Embora a Escola apresente variáveis de contexto desfavoráveis, estes resultados
indiciam a necessidade de melhorar e aprofundar a reflexão sobre os fatores do insucesso,
designadamente aqueles que se relacionam com a diferenciação pedagógica, que conduzam à melhoria
das aprendizagens e a uma evolução sustentada dos desempenhos dos alunos.
Nos cursos profissionais que funcionaram apenas num ciclo de formação constata-se que as taxas de
conclusão se situam entre os 57,1% (Técnico de Apoio à Infância) e os 100% (Técnico de Fotografia),
ambos no ciclo 2010-2011 a 2012-2013, sendo que o curso de Técnico de Segurança e Salvamento em
Meio Aquático teve uma taxa de 61,1% (ciclo 2013-2014 a 2015-2016). Relativamente aos cursos que
decorreram em dois ciclos de formação, as taxas médias de conclusão oscilaram entre 70,7% (Técnico de
Análise Laboratorial) e 87,1% (Técnico de Turismo), cifrando-se em 82,6% no curso de Técnico de
Multimédia. Não tendo a Escola dados da empregabilidade dos alunos de todos os cursos é de destacar
uma taxa de 100% no curso de Técnico Segurança e Salvamento em Meio Aquático. Apenas no curso de
Técnico de Análise Laboratorial se regista a opção de prosseguimento de estudos para 36,4% dos
formandos que o concluíram em 2015. Face a este conjunto de dados será necessário concretizar uma
reflexão mais aprofundada sobre o trabalho que tem vindo a ser realizado nesta oferta formativa, de
forma a alcançar e melhorar o sucesso.
Os cursos de educação e formação, terminados em 2013 e 2014, apresentam, respetivamente, um
sucesso de 80,9% e 77,3%.
O abandono escolar, no triénio de 2012-2013 a 2014-2015, regista uma melhoria com valores médios,
neste último ano letivo, de 1,6% e 0,8% nos ensinos básico e secundário, respetivamente. As taxas
médias de não conclusão que se registam, em igual período, nos cursos de educação e formação (20,9%) e
nos cursos profissionais (20,7%) estão relacionadas com o facto de os alunos atingirem o limite de idade
estabelecido no regime da escolaridade obrigatória, antes de concluído o ciclo de formação.
RESULTADOS SOCIAIS
A Escola fomenta e dinamiza ações e iniciativas promotoras da cidadania ativa, do espírito solidário e do
desenvolvimento de competências que concorrem para a formação pessoal, cultural e social dos seus
alunos. Estes participam no conselho geral, no conselho pedagógico, nas reuniões dos delegados com o
diretor e com os diretores de turma e são envolvidos no processo de autoavaliação, onde têm
oportunidade de expressar os seus interesses, opiniões e propostas, por exemplo, sobre o planeamento
das visitas de estudo. Também as atividades desenvolvidas pela associação de estudantes apesar de
serem, essencialmente, de caráter recreativo e desportivo, mobilizam os jovens no âmbito das dinâmicas
escolares. Neste sentido, através de uma auscultação sistemática, a Escola tem vindo a valorizar os
contributos dos alunos e incentivado a sua pró-atividade, pelo que se considera superado o ponto fraco
referido, neste âmbito, na avaliação externa anterior.
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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A indisciplina, assumida no projeto educativo de 2013-2017, como uma das prioridades para o triénio,
tem centrado a atenção da comunidade. A Escola, a par de uma monitorização sistemática das
participações de ocorrência e das medidas disciplinares corretivas e sancionatórias aplicadas, que
acontecem particularmente no ensino básico, tem diversificado as estratégias preventivas tendentes a
minimizar este fenómeno, potenciando uma atuação célere e concertada.
A criação, há alguns anos, do Gabinete de Intervenção Disciplinar, para os casos considerados mais
graves de indisciplina e, mais recentemente, do Gabinete de Orientação Disciplinar, com a aposta num
trabalho que favorece o desenvolvimento das competências pessoais e sociais, o contacto estreito com os
pais e encarregados de educação, bem como o encaminhamento das situações mais problemáticas para
outras estruturas de apoio, designadamente o serviço de psicologia e orientação, a Comissão de Proteção
de Crianças e Jovens de Setúbal (CPCJ) e a rede social local, têm contribuído significativamente para
um ambiente educativo tranquilo, vivenciado nos diversos espaços da Escola, propiciador das
aprendizagens e de confiança mútua entre todos os elementos da comunidade escolar.
Na difusão e desenvolvimento dos seus valores – respeito, responsabilidade e confiança, a Escola aderiu
ao projeto Comenius Positive Behavior Support, pelo que tem envolvido alunos, assíduos mas que
apresentam comportamentos desadequados e desinteresse pela escola, na realização de várias
atividades (produção e afixação de cartazes e roll-ups no espaço escolar, entre outros) que, de forma
significativa, tem contribuído para a diminuição da indisciplina.
Na mesma linha, o trabalho desenvolvido com a Associação EPIS – Empresários pela Inclusão Social
tem possibilitado um acompanhamento aos alunos do ensino básico, com trabalho específico em termos
das suas competências cognitivas e comportamentais.
A dinamização de uma pluralidade de projetos (Robótica, Filmo-Grafias), de atividades como sejam a
Feira Tecnológica E-TECH, a realização de conferências, workshops e concursos na área das tecnologias
de informação, comunicação e eletrónica, bem como a comemoração do Dia Paralímpico na Escola, no
âmbito de Setúbal Capital Europeia do Desporto, contribuem para o enriquecimento do currículo e
impulsionam a melhoria dos desempenhos dos alunos.
De referir, a relevância do Programa de Educação para a Saúde que, através de um leque abrangente de
atividades, assume uma reconhecida importância, nomeadamente na prevenção de comportamentos de
risco e na divulgação de hábitos e de estilos de vida saudáveis, que contemplam temáticas como
educação sexual, consumo de substâncias aditivas, alimentação e competências parentais na família.
Além de programas de âmbito nacional, como por exemplo o Parlamento dos Jovens e o Desporto
Escolar com o envolvimento muito significativo dos alunos nas diferentes modalidades,
corresponsabilizando-os na organização de eventos desportivos, também é proporcionado a alunos do
ensino secundário vivenciarem experiências de aprendizagem em 23 escolas de 11 países que integram o
projeto European School Network (micro-Erasmus).
A dimensão solidária é promovida de forma consistente, com o envolvimento de um número considerável
de alunos em vários projetos no âmbito do empreendedorismo social, nomeadamente inseridos no
Programa Geração Mais – Empresa, Braço Direito e Economia Financeira, da Junior Achievment
Portugal; Apps for Good – do Comité para a Democratização da Informática (CDI-Portugal). De
sublinhar também, a este propósito, a participação em voluntariado internacional (S. Tomé e Príncipe) e
a recolha de bens para famílias carenciadas.
Embora a Escola receba, informalmente, retorno sobre os sucessos académicos e profissionais dos alunos
que, após terminarem o 12.º ano de escolaridade, integram o ensino superior ou ingressam no mercado
de trabalho, designadamente com a visita de antigos alunos e a sua participação em algumas
atividades, ainda não estabeleceu procedimentos estruturados que lhe permitam conhecer o impacto da
sua ação. Assim, a implementação de um mecanismo formal e sistematizado que, sustentado em
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indicadores, possibilite conhecer com rigor o impacto das aprendizagens realizadas pelos seus alunos e
da orientação vocacional prestada, é uma área a investir.
RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE
A comunidade educativa, auscultada através dos questionários de satisfação aplicados no âmbito do
presente processo de avaliação externa, aprecia de forma muito positiva o serviço educativo prestado
pela Escola.
Os pais e encarregados de educação revelam uma opinião bastante satisfatória em todos os itens, não
manifestando desagrado significativo relativamente a nenhum aspeto. Valorizam, sobretudo, o
conhecimento das regras de funcionamento, o incentivo dado aos filhos no sentido de trabalharem para
ter bons resultados, a forma como são tratados e o facto de lhes ser fornecida informação suficiente
sobre as atividades e as aprendizagens realizadas.
Os trabalhadores não docentes, que também apresentam uma opinião globalmente muito favorável,
elogiam, sobretudo, a exigência do ensino e o bom apetrechamento e funcionamento da biblioteca
escolar. Os docentes, por sua vez, destacam positivamente a abertura da Escola ao exterior, a
disponibilidade da direção, a exigência do ensino, o conforto das salas de aula, e o gosto que têm por
trabalhar nesta organização.
Os maiores níveis de concordância dos alunos são registados nos itens “Conheço as regras de
comportamento da escola”, “Conheço os critérios de avaliação”, “Estou satisfeito com os espaços
desportivos e de recreio” e “Tenho vários amigos na escola”. A avaliação menos positiva recai na
utilização do computador na sala de aula e no almoço que é servido na Escola.
Os desempenhos e as ações louváveis dos alunos são reconhecidos através de prémios de mérito, que
abrangem os dois níveis de ensino. Na cerimónia do Dia do Diploma e de entrega dos Quadros de Mérito
Académico e Desportivo, assumida como momento de gratificação do [seu] esforço, professores e famílias,
são entregues prémios monetários aos três melhores de cada ano de escolaridade e medalhas aos
primeiros cinco. Todos os que integram o Quadro de Mérito Académico recebem um diploma. Nos
espaços escolares é dado destaque aos alunos distinguidos, através da afixação da sua identificação. De
referir, que o número dos do ensino básico que integram este quadro tem registado sucessivos
progressos nos últimos anos.
Os trabalhos realizados pelos alunos nas diversas vertentes da aprendizagem são sistematicamente
divulgados através dos meios de comunicação (blogues, página da Escola na internet, Boletim de
Notícias da Escola, entre outros) e expostos no espaço escolar e em locais da cidade (ex.: galerias de arte
da cidade).
Assumindo o lema A minha Escola é um Museu, são desenvolvidas diversas atividades de promoção das
artes, tais como exposições de pintura e de outras obras, a presença de pintores e sessões de cinema com
a utilização dos espaços escolares.
A visibilidade e o reconhecimento, internos e externos, do trabalho realizado em contexto escolar são
também potenciados pela participação em diversos projetos e iniciativas locais, nacionais e
internacionais que contribuem para o desenvolvimento sociocultural da comunidade e da sociedade
local, que constituem elementos marcantes da cultura da Escola, de que é exemplificativo a integração
na rede de escolas European School Network.
Ainda neste âmbito, reconhece-se o protagonismo dos alunos dos cursos profissionais, pelo bom
acolhimento que é feito pelas empresas da região e na dinamização de iniciativas relacionadas com as
áreas da multimédia, com forte projeção no exterior.
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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A crescente procura da Escola por parte de alunos social, económica e culturalmente desfavorecidos e/ou
com necessidades educativas especiais, bem como o significativo contributo monetário, cedido
voluntariamente por algumas empresas e instituições da região e de um grupo de ex-alunos, para a
atribuição dos prémios de mérito, são reveladores do reconhecimento da Escola, assumidamente
inclusiva, por parte da comunidade.
Em síntese, a ação da Escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das
aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de
aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas. Tais
fundamentos justificam a atribuição da classificação de SUFICIENTE no domínio Resultados.
3.2 – PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO
PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO
O planeamento da ação educativa, expresso no plano anual de atividades e nas planificações, é
realizado, essencialmente, em sede de grupo de recrutamento, assente nas orientações emanadas das
estruturas de coordenação departamental. Registe-se pela positiva o trabalho colaborativo que é
desenvolvido nestas estruturas, que incide, principalmente, na conceção e partilha de materiais
didáticos, na aferição de procedimentos relativos à avaliação das aprendizagens e na análise dos
resultados.
O plano anual de atividades assume-se como um referencial de divulgação das dinâmicas desenvolvidas
no meio escolar de e para a comunidade educativa. Em consonância com o projeto educativo, enumera
um conjunto diversificado de iniciativas no sentido de viabilizar a articulação de saberes das diversas
disciplinas e a contextualização dos currículos.
Os planos de turma, obedecendo a uma matriz comum, sistematizam informação sobre o percurso
escolar dos alunos, suportada na avaliação diagnóstica, com consequências na definição de estratégias
globais para a uniformização de critérios de atuação dos professores perante situações comportamentais
e, nos casos especiais, de acompanhamento dos que têm dificuldades de aprendizagem. Estes
documentos evidenciam alguma articulação curricular, em particular nas visitas de estudo e nos
projetos dinamizados com a turma, ainda que este aspeto possa ser aprofundado, no sentido de
potenciar abordagens mais integradas e globais dos conteúdos programáticos.
A contextualização do currículo e a sua abertura ao meio são notoriamente potenciadas, concretizando-
se através do desenvolvimento de propostas do plano anual de atividades e de iniciativas realizadas em
colaboração com entidades parceiras, com destaque para as exposições de trabalhos dos alunos em
galerias de arte da cidade, a Festa da Ilustração, o Festival de Música de Setúbal e a publicação de
livros (ex: Quando Troia era do Povo; Tento na Língua – Viagens d’Oriente e d’Ocidente).
A análise do percurso escolar dos alunos na transição entre ciclos está condicionada pelo facto de os que
iniciam o 3.º ciclo e, uma parte muito significativa, dos que ingressam no ensino secundário serem
provenientes de outras escolas, pelo que têm sido desenvolvidos mecanismos, ainda sem a eficácia
desejada, com as suas escolas de origem para conhecer os respetivos percursos, no sentido de os apoiar
tanto na melhoria das aprendizagens, como nas escolhas formativas, determinantes do sucesso escolar.
A coerência entre o que se ensina e o que se avalia é acautelada pela operacionalização dos critérios de
avaliação gerais e específicos, divulgados aos alunos e encarregados de educação, e através da utilização
das matrizes dos testes. As diferentes modalidades de avaliação são valorizadas pelos docentes, sendo
que a avaliação formativa, como instrumento de regulação das aprendizagens, ainda não assume um
caráter sistemático e generalizado.
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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Os processos de articulação e sequencialidade, consolidados pelo trabalho colaborativo, revelam, ainda,
margem para melhoria. Afigura-se, assim, pertinente sistematizar, com intencionalidade, estratégias de
gestão articulada do currículo inter e intraciclos, impulsionando a consistência das aprendizagens pela
diversificação e diferenciação pedagógica, a rentabilização de saberes comuns/afins às diferentes
disciplinas, e uma aposta forte na avaliação formativa. Neste sentido, considera-se que o ponto fraco
assinalado, neste âmbito, no anterior relatório de avaliação externa ainda não foi totalmente superado.
PRÁTICAS DE ENSINO
A diversidade da oferta formativa, com cursos no ensino secundário orientados para o prosseguimento
de estudos e para o desenvolvimento de competências pessoais e profissionais, e cursos de educação e
formação no ensino básico, evidencia a intencionalidade da Escola de melhor responder aos interesses
dos alunos e das suas famílias, possibilitando uma formação e escolarização ajustadas aos seus
percursos escolares e prevenindo o abandono precoce.
No desenvolvimento do currículo há algumas evidências de atividades ajustadas às características das
turmas, bem como da adequação do ensino às capacidades e aos ritmos de aprendizagem dos alunos,
através da concretização de algumas práticas de diferenciação pedagógica, embora não generalizadas.
São propostas e aplicadas medidas de promoção do sucesso, designadamente aulas de apoio, Tutoria,
salas de estudo e preparação para as provas finais e exames nacionais.
Estas medidas não são, no entanto, as bastantes, uma vez que importa dar primazia às práticas
pedagógicas em sala de aula, tanto no ensino básico como no secundário, através de um melhor
aproveitamento das tecnologias educativas e da utilização de estratégias de ensino diversificadas, (por
exemplo, aprendizagem cooperativa e metodologias ativas), de forma a promover uma maior autonomia
dos alunos, não só para os que apresentam dificuldades de aprendizagem, como para os que revelam
bons desempenhos, com reflexos em mais e melhor qualidade do sucesso.
As respostas aos alunos com necessidades educativas especiais evidenciam um trabalho articulado de
uma equipa multidisciplinar – professores de educação especial, docentes, diretores de turma e
psicóloga – na definição de estratégias de apoio, acompanhamento e execução dos programas educativos
individuais e dos planos individuais de transição, e têm garantido uma forte política de inclusão e de
transição para a vida pós-escolar. Todavia, as taxas de sucesso, no ano letivo anterior, demonstram uma
maior eficácia do trabalho desenvolvido no ensino secundário (95%) do que no ensino básico (73%).
É notório o empenho da Escola em motivar e valorizar o trabalho realizado por todos os alunos, através
do recurso a um conjunto abrangente e diversificado de iniciativas, como a participação em clubes
específicos de diferentes áreas temáticas (ex.: o Clube de Robótica); a adesão a projetos e concursos
nacionais e locais (ex.: projeto EMA – Estimulo à Melhoria das Aprendizagens e concurso Junior
Challenge do Instituto Politécnico de Setúbal); a dinamização do Desporto Escolar, com reflexos no nível
competitivo alcançado por alguns atletas e na motivação dos alunos para a adesão às modalidades; a
exposição dos seus trabalhos em diversos espaços escolares e na cidade; e a realização de palestras
motivacionais com personalidades do mundo empresarial e desportivo (ex.: responsável de uma empresa
internacional; um atleta invisual e a assessora militar da Presidência da República).
A dimensão artística adquire grande visibilidade, mormente através da oferta do curso de Artes Visuais
do ensino secundário e do curso profissional de Técnico de Multimédia. O produto das atividades
desenvolvidas traduz-se na execução de trabalhos para algumas entidades (ex.: construção de logotipos
e filmes), bem como na concretização de exposições, que ocorrem nos espaços escolares (ex.: A minha
Escola é um Museu) ou em equipamentos culturais da comunidade envolvente.
A realização de atividades laboratoriais e experimentais na área das ciências encontra-se generalizada,
sendo uma prática consolidada, nos ensinos básico e secundário. Também a mostra de experiências
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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integrada nas atividades Dias das Ciências e Há Ciência entre Nós, abertas à comunidade escolar e
tendo como protagonistas os alunos, revelam-se como iniciativas que, no seu conjunto, promovem a sua
motivação e a valorização da literacia científica.
O uso das tecnologias de informação e comunicação, como ferramentas potenciadoras de práticas ativas
de abordagem dos conteúdos programáticos, centra-se especialmente no uso de computadores, projetores
multimédia e da plataforma Moodle, não deixando, no entanto, de ser uma área a potenciar.
A biblioteca escolar é valorizada e utilizada enquanto espaço interativo de aprendizagem, contribuindo
para o desenvolvimento das várias literacias, e de articulação de competências no âmbito da língua
portuguesa com as outras áreas/disciplinas do currículo. São disso exemplo a organização de exposições
temáticas, encontros com escritores e a participação em projetos e concursos nacionais.
O serviço de psicologia e orientação programa e desenvolve um conjunto diversificado de atividades,
assegurando, de forma articulada com docentes e famílias, os apoios psicológico e psicopedagógico e a
orientação escolar e vocacional dos alunos. Interage com vários parceiros da comunidade educativa e
com as instituições que atuam na prevenção do abandono escolar e de outras problemáticas (ex.:
Agrupamento de Centros de Saúde da Arrábida e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de
Setúbal).
O acompanhamento e a supervisão da prática letiva em sala de aula não configuram uma estratégia
adotada no sentido da autorregulação, do desenvolvimento profissional e da inovação de práticas
pedagógicas. A monitorização da prática letiva ocorre nos momentos de trabalho colaborativo dos
docentes (ex.: planificação, elaboração de materiais pedagógicos e instrumentos de avaliação e análise
dos resultados escolares), nos departamentos curriculares, nos grupos de recrutamento e nos conselhos
de turma. Esta é, por conseguinte, uma área a aprofundar.
MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS
As diferentes modalidades de avaliação têm sido utilizadas, fruto de uma periodicidade e sistematização
do trabalho colaborativo entre docentes, constatando-se a elaboração conjunta de materiais e
instrumentos, como matrizes e testes comuns, em alguns anos de escolaridade e disciplinas, concorrendo
para a aferição dos instrumentos e das práticas avaliativas.
A avaliação diagnóstica é uma prática regular em todos os níveis de ensino. Já a avaliação formativa,
em articulação com as outras modalidades, alicerçada na utilização de instrumentos diversificados, na
aplicação dos respetivos critérios, no trabalho didático e na regulação do processo de ensino e de
aprendizagem, carece de maior implementação e de consolidação, de modo a que se traduza na alteração
de práticas intencionalmente planeadas, na diversificação e diferenciação pedagógica potenciadoras de
mais e melhores aprendizagens.
O desenvolvimento do currículo é monitorizado em sede dos departamentos curriculares, grupos de
recrutamento e conselhos de turma, através da análise do cumprimento das planificações, tendo por
referência as orientações curriculares, os programas e as metas curriculares. O mesmo acontece com as
atividades planeadas e a implementação de algumas estratégias promotoras de sucesso, embora
careçam de maior contextualização e explicitação na análise da sua eficácia nos resultados académicos.
As medidas de promoção do sucesso escolar para os alunos com dificuldades de aprendizagem que têm
sido implementadas através da mobilização de recursos, nomeadamente para os apoios educativos, sala
de estudo e preparação de exames, são monitorizadas pela equipa de avaliação interna e pelos
responsáveis das referidas medidas, cujas taxas médias apresentam, no último triénio, valores de
sucesso entre 60,7% e 72,2%. Embora o seu impacto nos resultados ainda não seja o desejado, e
desejável, uma vez que uma das principais causas de insucesso apontada está associada a baixas taxas
de frequência das referidas medidas, é de realçar o trabalho desenvolvido na Tutoria, dado que
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contribuiu para um assinalável sucesso dos alunos, passando de 40,9% para 76,9%. Neste sentido,
considera-se superado o ponto fraco identificado na última avaliação externa, relativo à inexistência de
mecanismos de monitorização e de avaliação da eficácia das medidas implementadas.
Por outro lado, a atuação concertada e proativa dos serviços técnico-pedagógicos (Tutoria, gabinetes de
Intervenção Disciplinar e de Orientação Disciplinar e o serviço de psicologia e orientação, por exemplo)
com os docentes e diretores de turma, em articulação com as famílias, e com a Comissão de Proteção de
Crianças e Jovens de Setúbal, têm produzido um impacto bastante positivo, uma vez que o abandono
escolar tem decrescido consideravelmente e é, presentemente, residual. Neste sentido, merece ser
destacada a realização do I Encontro Distrital Absentismo e Abandono Escolar, promovido pela referida
Comissão e pela Associação EPIS.
Em conclusão, e tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, a Escola apresenta uma
maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes, o
que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo.
3.3 – LIDERANÇA E GESTÃO
LIDERANÇA
O conselho geral, a direção e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica partilham
e aprofundam os princípios orientadores e estruturantes da atividade da Escola, consubstanciados num
projeto educativo que revela clareza e pertinência nos objetivos, nas metas e nas estratégias.
Alinhado com a visão estratégica do diretor, o conselho geral assume um papel bastante ativo e
empenhado na análise e discussão de diversos assuntos, em particular no acompanhamento dos
trabalhos das equipas de avaliação interna e do Projeto de Desenvolvimento de Escola e da avaliação do
projeto educativo, através da sinalização de situações-problemas e da formulação de sugestões de ação
para os diversos órgãos e estruturas. Assim, constata-se que foi plenamente ultrapassado o ponto fraco
referido no relatório da anterior avaliação externa relativo ao papel limitado do conselho geral.
As lideranças de topo e intermédias conhecem bem o contexto escolar, são reconhecidas e mobilizam-se
de forma articulada e subsidiária no cumprimento da missão da Escola, para a qual são promovidas
várias ações de melhoria.
O diretor envolve os atores na tomada de decisões, privilegia a delegação de competências e a partilha
de responsabilidades e promove continuamente a afirmação de uma Escola moderna, de qualidade, de
referência e voltada para o exterior, em torno dos valores fundadores do projeto educativo –
responsabilidade, confiança e respeito. É assinalável o seu empenho, extensivo aos demais atores, na
utilização criteriosa e na manutenção da qualidade dos espaços e dos equipamentos, motivo de orgulho
da comunidade escolar e fator de atração de alunos. Chama a si a gestão dos conflitos, resolvendo-os
com sucesso.
A ação da equipa do diretor, muito dinâmica e coesa, aliada ao trabalho motivado e empenhado de
professores e alunos, tem resultado na promoção de diversas iniciativas, inovadoras e mobilizadoras da
comunidade educativa e da sociedade local, que contribuem, igualmente, para projetar a imagem da
Escola, interna e externamente, e para o enriquecimento dos processos educativos dos alunos. A sua
eficácia é avaliada internamente, expressa na opinião dos atores escolares e de individualidades locais e
na crescente procura que tem tido por parte de alunos de outros estabelecimentos de ensino. Por outro
lado, incentiva e apoia os estudantes a manterem ativa a sua associação, que encontra acolhimento para
as propostas que apresenta.
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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A Escola mantém uma relação de proximidade e cooperação mútua com estabelecimentos escolares, a
câmara municipal e outras instituições públicas e privadas, concretizada em atividades com bastante
impacto na cidade e no concelho de Setúbal.
O incentivo à participação dos pais e encarregados de educação na vida escolar advém de várias
iniciativas, como sejam a participação em eventos, exposições, colóquios e conferências, na abertura do
ano letivo e na cerimónia do Dia do Diploma e de entrega dos prémios dos Quadros de Mérito Académico
e Desportivo e dos contactos efetuados pelos diretores de turma quer a nível pessoal, telefónico ou
através do correio eletrónico. Desta forma, são desenvolvidas várias estratégias para envolver e tornar a
participação dos pais e encarregados de educação mais efetiva, pelo que o ponto fraco referido na
anterior avaliação externa foi superado.
GESTÃO
A gestão de recursos humanos tem em conta o conhecimento que o diretor e a sua equipa têm das
competências profissionais e pessoais de docentes e não docentes, numa intenção clara de melhoria da
ação educativa. Tem enfoque no bem-estar da comunidade educativa e assenta nas sugestões das
lideranças intermédias e dos responsáveis pelos trabalhadores não docentes. Os novos elementos são
bem acolhidos, sentem-se apoiados, acompanhados e envolvidos em práticas colaborativas no
desempenho das suas funções.
A constituição das turmas, a elaboração dos horários e a distribuição do serviço docente têm como
prioridades a continuidade das equipas pedagógicas e dos cargos de diretor de turma e de curso ao longo
do ciclo de estudos, de modo a permitir e dar sequência, por um lado, ao trabalho colaborativo e, por
outro, facilitar a integração dos alunos e a ligação com as famílias. Já no que se refere aos trabalhadores
não docentes, os critérios recaem no seu perfil, atendendo às suas competências e adequação às tarefas
a desempenhar, sendo garantida a pluralidade de funções.
A gestão dos espaços, equipamentos e materiais obedece a uma lógica racional, equitativa e ajustada aos
alunos. Os vários espaços interiores e exteriores encontram-se limpos e preservados, sendo dada
especial atenção a situações que necessitam de pequenas reparações, com intervenções imediatas. A
grande abertura e o bom relacionamento com a comunidade permitem a frequente utilização das
instalações escolares para a organização de eventos, exposições, colóquios e conferências, bem como para
promover a atividade física e desportiva de todos os alunos e a sua participação em várias modalidades
no quadro competitivo do Desporto Escolar.
O plano de formação assenta na análise das necessidades de desenvolvimento profissional dos
trabalhadores, nomeadamente nas áreas da docência, da prática pedagógica e didática, e das tecnologias
de informação e comunicação, em articulação com o Centro de Formação de Professores Ordem de
Santiago e com uma empresa de software administrativo, sobre as quais foram auscultados, no intuito
de possibilitar a melhoria da qualidade do ensino em articulação com os objetivos da Escola. Merece
ainda destaque a promoção de formação interna dinamizada pela psicóloga, pela professora do ensino
especial e pelo representante do Ministério da Educação na Comissão de Proteção de Crianças e Jovens
de Setúbal, dirigida a assistentes operacionais, no domínio do relacionamento com os alunos e da sua
observação comportamental.
Os circuitos e os dispositivos de comunicação e informação interna e externa indicam ser eficazes, sendo
de sublinhar a utilização crescente do correio eletrónico e da plataforma Moodle por alunos e docentes e
a página da Escola na internet, no acesso e consulta de informação disponibilizada a toda a comunidade
educativa, nomeadamente dos documentos estruturantes, do Boletim de Notícias da Escola e da Escola
em Núm3ros.
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA
Na sequência da avaliação externa realizada em 2010, a Escola tem vindo a melhorar, de forma
continuada e sustentada, as práticas de autoavaliação.
A equipa responsável pelo Projeto de Desenvolvimento de Escola, documento inspirador da construção do
projeto educativo 2013-2017, constituída pelos coordenadores de departamento curricular, tem a seu
cargo o acompanhamento e a avaliação intermédia e final do referido documento, contando com a
mobilização dos professores e das estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica.
Articula a sua ação em reuniões semanais, na monitorização e avaliação do referido projeto com a
equipa de avaliação interna, composta por quatro docentes, que está encarregue da recolha, tratamento
e análise de informação, procurando contribuir para a credibilidade do desempenho da Escola e a
valorização do papel dos vários membros da comunidade educativa.
O trabalho desenvolvido por estas duas equipas articulado com o Projeto de Desenvolvimento de Escola é
monitorizado, divulgado e partilhado de forma regular e contínua, o que permite cimentar uma
autorregulação sistemática e potenciar uma evolução sustentada.
Organizado em torno de um modelo próprio e mediante a utilização de instrumentos de recolha e de
tratamento de dados diversos (pautas e questionários, entre outros), mas coerentes e complementares, o
trabalho realizado pelas equipas tem orientado a definição de estratégias de ação de melhoria das
práticas profissionais e da prestação do serviço educativo considerando as reais necessidades da Escola.
Numa primeira fase foram identificados os fatores que mais contribuem para o sucesso académico
interno e externo – realização dos trabalhos de casa, a atualização do caderno diário, os alunos serem
portadores dos materiais e recursos necessários ao desenvolvimento das atividades em sala de aula e o
comportamento. Posteriormente, decorrente do processo de autoavaliação, foram adotadas medidas
tendentes à resolução desses problemas pela atuação concertada das várias valências dos serviços
técnicos-pedagógicos, nomeadamente na oferta complementar da disciplina filosofia para crianças e
jovens, na criação do projeto Tutoria e do Gabinete de Orientação Disciplinar, bem como na elaboração
do plano de ação estratégica para a matemática.
A informação relativa aos resultados académicos e a outros aspetos significativos da autoavaliação é
objeto de divulgação à comunidade escolar e à sociedade local através de diferentes meios, tais como
reuniões entre os vários atores escolares, a fim de os divulgarem e analisarem, e publicações como A
Escola em Núm3ros, a Newsletter D. João II e o Boletim de Notícias da Escola. Tais ações contribuem
para uma cultura de autoavaliação crescentemente partilhada pela comunidade educativa. Assim,
constata-se que foi ultrapassado o ponto fraco assinalado no relatório da anterior avaliação externa
relativo à ausência de uma cultura de autoavaliação potenciadora do conhecimento e da evolução
sustentada da organização.
Em suma, tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, a Escola apresenta uma
maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais
fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Liderança e Gestão.
4 – PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA
A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola:
Ação concertada das várias estruturas na dinamização de diversas iniciativas que têm
contribuído de forma significativa para a formação integral dos alunos, com reflexos na
diminuição de situações de indisciplina, e para um ambiente educativo potenciador das
aprendizagens;
Escola Secundária D. João II – SETÚBAL
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Valorização das potencialidades dos alunos através da promoção e adesão a variadas atividades
e projetos locais, regionais, nacionais e internacionais, tendo em conta os interesses da
comunidade, bem como o desenvolvimento das várias literacias que se repercutem
positivamente no reconhecimento da ação educativa da Escola;
Consolidação na realização de atividades práticas, nomeadamente laboratoriais e
experimentais, na área das ciências, que promovem a motivação dos alunos e a valorização da
literacia científica;
Atuação concertada e proativa dos serviços técnico-pedagógicos e da rede de parcerias, com
impacto bastante positivo na qualidade do serviço educativo prestado;
Exercício, pelo diretor, de uma liderança de grande abertura, que reúne consensos, delega
competências, corresponsabiliza, promove e projeta a identidade da Escola, e que tem
contribuído para um ambiente educativo pautado pelo respeito, cordialidade e diversidade,
valores reconhecidos pela comunidade;
Coerência entre a autoavaliação e o Plano de Desenvolvimento de Escola pelas ações
concretizadas, que, cimentada numa cultura de autorregulação, potencia o progresso
sustentado da organização escolar.
A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços
para a melhoria são as seguintes:
Reforço das práticas de diferenciação pedagógica em sala de aula, nos ensinos básico e
secundário, com a utilização de estratégias diversificadas, de modo a promover o sucesso dos
alunos;
Implementação de procedimentos de observação da prática letiva, enquanto estratégia
potenciadora do trabalho colaborativo, de inovação de práticas pedagógicas e do
desenvolvimento profissional docente, com partilha de experiências e reflexão sobre a ação, com
impacto na melhoria da prestação do serviço educativo;
Valorização da avaliação formativa em articulação com as outras modalidades, alicerçada no
trabalho didático e no uso de instrumentos variados, que se traduza na alteração de práticas
intencionalmente planeadas, bem como na e para a regulação do processo de ensino e de
aprendizagem.
05-05-2017
A Equipa de Avaliação Externa: José Saragoça, Lurdes Navarro e Paulo Cruz
Concordo.
À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar da Área
Territorial de Inspeção do Sul
Maria Filomena Aldeias
2017-06-26
Homologo.
O Inspetor-Geral da Educação e Ciência
Por delegação de competências do Senhor Ministro da Educação
nos termos do Despacho n.º 5477/2016, publicado no D.R. n.º 79,
Série II, de 22 de abril de 2016