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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO | Sara Pinto 2013/2014
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO 3
2. SÍNTESE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 3
2.1. ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA GERAL 4
2.2. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA 5
2.3. ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 6
2.4. ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL 6
2.5. ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR 7
2.6. ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA 8
3. REFLEXÃO CRÍTICA 8
ANEXOS
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO | Sara Pinto 2013/2014
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1. INTRODUÇÃO
No âmbito da estrutura curricular e plano de estudos do sexto ano do Mestrado Integrado em
Medicina (M.I.M.) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, é-nos
pedida a elaboração do presente relatório que pretende descrever sucintamente as atividades
realizadas ao longo do ano, com especial ênfase à unidade curricular Estágio.
Sendo este um ano profissionalizante, os estágios têm como principal objetivo permitir a
integração completa dos futuros médicos numa equipa, com consequente responsabilização e
aquisição de autonomia nos diferentes atos clínicos. Ao longo do ano foram desenvolvidas uma
série de atividades distribuídas por diferentes especialidades médicas, com maior destaque para
Medicina Interna e Cirurgia Geral, que decorreram ao longo de dois meses cada uma. Para além
destas, integrou também um mês de Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Geral e
Familiar e Pediatria. O presente relatório visa sumarizar essas mesmas atividades, bem como
enfatizar determinados aspetos mais marcantes ao longo do ano. Neste sentido, após a
Introdução, será apresentada a rotina que vivenciei em cada estágio clínico – Síntese das
atividades desenvolvidas - , que incluirá a enumeração dos objetivos pessoais gerais propostos
para o ano profissionalizante e, posteriormente, a descrição dos estágios parcelares. Segue o
relatório com uma Reflexão Crítica, que consistirá numa análise retrospetiva das atividades
descritas e respetivos objetivos. Em Anexos, termino com uma breve descrição das atividades
realizadas no estágio Preparação para a Prática Clínica e Opcional e uma breve referência à
realização de um estágio promovido pela ECCO na Polónia; um estágio clínico de Cirurgia
Pediátrica; integração na equipa organizadora do iMed 5.0 e atividades extra-curriculares
realizadas ao longo do curso.
2. SÍNTESE DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Ao longo deste ano tentei cumprir alguns objetivos transversais a todas as especialidades: treino
de competências práticas e aprofundamento de conhecimentos teóricos para uma melhor
abordagem ao doente; integração de conceitos, conhecimentos e competências no quotidiano
médico; aquisição de progressiva autonomia e responsabilidade; consciencialização das
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exigências reais e das limitações enfrentadas por um médico; melhoria e exploração da relação
entre o médico e os doentes, o médico e a família e entre o médico e outros profissionais de
saúde.
2.1 ESTÁGIO PARCELAR DE CIRURGIA GERAL
O estágio parcelar de Cirurgia Geral decorreu no Hospital de Vila Franca de Xira (HVFX),
tutorado pelo Dr. Luís Ramos e sua equipa (Dr. Francisco Rodrigues, Dr. Hugo Queimado e Dr.
Miguel Morgado), entre 16 de Setembro e 8 de Novembro de 2013.
Ao longo das oito semanas, tive oportunidade de acompanhar a equipa nas suas diferentes
atividades, nomeadamente na enfermaria, no serviço de urgência, na consulta externa e no bloco
operatório. Particularmente nos dois primeiros, pude participar ativamente no quotidiano médico,
com o seguimento dos doentes na enfermaria desde o momento do internamento até à data da
alta clínica, com acompanhamento da evolução natural das suas patologias e discussão diária de
cada doente, bem como lidar com diversas situações burocráticas. Além disso, pude amadurecer
a relação entre o médico, o doente e os familiares através da interação diária com estes e treino
da divulgação de informação médica de forma ponderada. Acresce ainda a relação estabelecida
com a equipa de enfermagem, que me permitiu a realização e assistência a inúmeros
procedimentos técnicos no âmbito desta área. A nível do serviço de urgência e bloco operatório,
o estágio permitiu a aquisição de competências técnicas através da observação e participação
ativa em cirurgias; treino da desinfeção pré-cirúrgica e de suturas; preparação da mesa cirúrgica;
conhecimento dos materiais indispensáveis à realização de determinados atos médicos; etc..
O estágio de Cirurgia no HVFX, integrou ainda uma semana de Urologia, com atividades no bloco
operatório e consulta externa e observação de procedimentos e discussão de patologias; e uma
semana de Ortopedia, onde me foi dada a possibilidade de participar em vários procedimentos,
quer cirurgias de maior envergadura quer pequena cirurgia. O estágio contemplou também um
conjunto de sessões teórico-práticas, com variados temas práticos recorrentes no dia-a-dia
médico.
Termino fazendo referência à participação no Mini-congresso de Cirurgia que ocorreu no Hospital
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Beatriz Ângelo, no qual eu e os meus colegas apresentamos um caso clínico intitulado “Entre a
espada e a parede: um guia para sobreviver a duas peritonites fecais”.
2.2 ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA INTERNA
O estágio parcelar de Medicina Interna decorreu no Hospital de Egas Moniz, tutorado pelo Dr.
Manuel Nisa Pinheiro, entre os dias 11 de Novembro de 2013 e 17 de Janeiro de 2014.
Estes dois meses permitiram a passagem pela enfermaria, consulta externa, serviço de urgência
e urgência interna, com grande destaque para a primeira. Ao longo do estágio consegui
acompanhar o ritmo e o quotidiano do serviço, integrando conhecimentos teóricos na prática
clínica, conciliando o que já tinha sido aprendido ao longo do curso com a realidade de um
doente. Assim, destaco a minha participação e discussão em toda a marcha diagnóstica, desde a
chegada do doente com os respetivos sinais e sintomas, a primeira abordagem através do exame
objetivo, diagnóstico diferencial e posterior pedido de exames complementares até atingir o
diagnóstico final, com posterior instituição da terapêutica mais adequada. Diariamente
acompanhei sempre um ou dois doentes, discuti o seu plano de ação, elaborei várias notas de
entrada e notas de alta e contactei com diferentes serviços e especialidades. Acresce ainda os
procedimentos técnicos realizados, dos quais destaco a colocação de um catéter venoso central.
Para além dos conhecimentos teóricos, pude lidar com inúmeros casos de internamentos sem
patologia orgânica, tentado solucionar situações burocráticas e sociais. No serviço de urgência
pude observar várias patologias, de diferentes graus de gravidade, e suas manifestações. Por
último, a urgência interna foi uma oportunidade de vivenciar uma área desconhecida até ao sexto
ano. Aqui acompanhei o Dr. Nisa Pinheiro na sua consultadoria aos diferentes pisos e primeira
abordagem aos doentes recém transferidos do serviço de urgência.
Por último, assisti às aulas teóricas incluídas na disciplina e, no âmbito da rotina diária da
enfermaria, assisti a várias sessões clínicas, apresentações de artigos científicos em forma de
Journal Club e discussão de casos clínicos a nível hospitalar. No final do estágio, o meu grupo
apresentou um tema muito desvalorizado pelos médicos mas de extrema relevância para o
doente e para a evolução natural das suas patologias: “Úlceras de pressão”.
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2.3 ESTÁGIO PARCELAR DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Este estágio parcelar decorreu no HVFX, tutorado pela Dra. Paula Ambrósio (Ginecologia) e pela
Dra. Raquel Robalo (Obstetrícia), entre os dias 27 de Janeiro e 21 de Fevereiro de 2014.
As duas primeiras semanas do estágio foram passadas a acompanhar o quotidiano da Dra. Paula
Ambrósio. No bloco tive oportunidade de observar e participar em várias cirurgias ginecológicas e
uroginecológicas, acompanhando nos dias seguintes essas mesmas mulheres na enfermaria. A
consulta externa abrangeu várias áreas, desde ginecologia, patologia do colo, uroginecologia e
oncologia ginecológica. Na sua maioria, realizei a observação ginecológica, observei a realização
de colpocitologias e discuti cada caso com a tutora.
Nas últimas duas semanas acompanhei a Dra. Raquel Robalo na enfermaria através do
seguimento de puérperas e grávidas de alto risco. Na consulta externa de obstetrícia pude
acompanhar a gravidez em diferentes trimestres, de alto e de baixo risco.
Ao longo de todo o estágio elaborei notas de alta; assisti a exames compementares de
diagnóstico (ecografia ginecológica supra-púbica e endocavitária; ecografia obstétrica;
histeroscopia) e, entre outras coisas, realizei uma histeroscopia com o auxílio da Dra. Raquel
Robalo. Além destas, frequentei semanalmente o serviço de urgência onde observei partos
eutócicos e participei em partos distócicos (cesariana). Além disso, observei variadas patologias
agudas, obstétricas e ginecológicas; observei e realizei vários exames ginecológicos quer em
mulheres grávidas quer em mulheres não grávidas; observei a instituição da terapêutica e/ou
seguimento mais apropriados para cada caso.
O estágio terminou com a apresentação de um trabalho intitulado “Hemorragia pós-menopausa”.
2.4 ESTÁGIO PARCELAR DE SAÚDE MENTAL
O estágio de Saúde Mental contemplou duas semanas de Psiquiatria de adultos (Dra. Dóris Reis)
e duas semanas de Psiquiatria de Cianças e Adolescentes (Dra. Graciete Carvalho), no
Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (CHLO),
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serviço de consulta comunitária de Cascais, entre os dias 24 de Fevereiro e 21 de Março de
2014.
O início desta disciplina prendeu-se com uma componente teórico-prática sob a forma de
seminários, lecionados pelo regente Prof. Doutor Miguel Xavier, abordando situações clínicas
frequentes no contexto da especialidade. De seguida, as primeiras semanas do estágio
basearam-se no acompanhamento clínico de doentes em ambulatório, com observação e
realização de algumas entrevistas clínicas, quer na consulta comunitária de Cascais quer no
serviço de urgência. Neste última, tive ainda a oportunidade de ver várias internamentos
compulsivos e descompensações de patologia psiquiátrica. No que diz respeito à
Pedopsiquiatria, pude acompanhar a Dra. Graciete Carvalho nas consultas e nas múltiplas
reuniões multidisciplinares, quer com outros médicos quer com assistentes sociais, psicólogas
escolares e professores, e frequentei ainda o serviço de urgência, no qual se destacou a tentativa
de suicídio em adolescentes.
No final, juntamente com uma colega, apresentamos um seminário com o tema “Reflexos da
parentalidade disfuncional”.
2.5 ESTÁGIO PARCELAR DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR
O estágio parcelar de Medicina Geral e Familiar teve lugar na UCSP de Mértola, tutorado pela
Dra. Maria Luísa Sousa Santos, nas semanas entre 24 de Março e 24 de Abril de 2014.
Ao longo destas semanas vivi o quotidiano de uma instituição de cuidados de saúde primários.
Assisti e realizei diariamente consultas de patologia aguda; de saúde infantil; de saúde de
adultos; de planeamento familiar; de saúde materna e de patologia específica (diabetes mellitus e
hipertensão arterial). Além das atividades na UCSP pude acompanhar a equipa de enfermagem
no seu exercício profissional no domicílio; acompanhar outro médico na realização de juntas
médicas e atos de saúde pública, nomeadamente na fiscalização de eventos. Esta UC permitiu
um contacto direto e cruel com a realidade do interior do país, em termos de desertificação e
envelhecimento acentuado. Permitiu ainda a observação da qualidade de vida e respetivo
contexto socioeconómicos da maioria das pessoas do concelho.
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O estágio terminou com a discussão do Diário do Exercício Orientado.
2.6 ESTÁGIO PARCELAR DE PEDIATRIA
O estágio de Pediatria decorreu no Hospital de Dona Estefânia, no serviço de adolescentes,
tutorado pela Dra. Leonor Sassetti, entre os dias 28 de Abril e 23 de Maio de 2014.
Temporalmente, este estágio dividiu-se sobretudo entre a enfermaria e a consulta externa,
ambos de adolescentes. Na primeira acompanhei o quotidiano do serviço, que se iniciava com a
reunião diária e continuava com o seguimento dos adolescentes no serviço, no qual me era
atribuído um ou dois doentes por dia. Já na consulta externa, tive a oportunidade de observar as
consultas conduzidas pela Dra. Leonor Sassetti, estudando as técnicas de abordagens para com
os adolescentes e seus familiares, bem como os procedimentos adequados para as suas
patologias. Estas semanas foram complementadas com a frequência semanal no serviço de
urgência e consequente aprendizagem das mais variadas patologias infanto-juvenis e marcha
diagnóstica da patologia aguda destas idades. Acrescento ainda os procedimentos técnicos que
observei, nomedamente punções lombares. O estágio ficou ainda mais enriquecido com a
deslocação ao IPO de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E., na qual pude acompanhar a Dra. Ana
Teixeira no seu quotidiano na Oncologia Pediátrica, quer na enfermaria quer na consulta externa.
Além destes componentes, tive oportunidade de assitir a várias sessões formativas e realizar
uma formação de “Reanimação cardiorrespiratória na criança”. O estágio terminou com a
apresentação do tema “Já não tenho o período há dois anos!”.
3. REFLEXÃO CRÍTICA
Analisando retrospetivamente o último ano do M.I.M. e em particular a unidade curricular Estágio,
concluo que este foi imprescindível à minha formação pois permitiu que eu, enquanto futura
médica, olhasse para o doente como um todo em detrimento das suas patologias individuais.
Além disso, este ano curricular também permitiu o meu crescimento a nível pessoal.
Ao longo do meu percurso notei uma evolução, principalmente na confiança, sistematização da
abordagem ao doente, na integração dos conhecimentos teóricos e na sua aplicação prática.
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Sendo este um ano com caráter profissionalizante, o principal objetivo era a aquisição de
autonomia e responsabilidade progressivas, que preparassem o estudante de medicina para o
seu futuro próximo como médico. Neste sentido, penso que cumpri plenamente este objetivo,
principalmente nas especialidades de Cirurgia Geral, Medicina Interna e Ginecologia/Obstetrícia.
Estes foram, sem dúvida, os estágios com maior destaque em termos de realização pessoal, de
responsabilização, de autonomia e de objetivos cumpridos. Ao longo de todo o ano letivo tentei
manter sempre uma atitude de dedicação, exigência, rigor e motivação no trabalho que me foi
solicitado enquanto aluna, de modo a poder cumprir a maioria dos objetivos a que me propus. No
final, penso que cumpri a grande maioria em todas as áreas.
A exploração da relação médico-doente e a vivência de todas as áreas de uma especialidade
corresponderam a alguns dos meus objetivos primordiais para o presente ano letivo. A relação
médico-doente ocupa um lugar de destaque na maioria das especialidades, em particular em
MGF, fazendo parte quer da marcha diagnóstica, quer da própria terapêutica. Contudo, na minha
opinião, devido ao desgaste profissional dos médicos a empatia necessária para o
estabelecimento de uma boa relação com os utentes fica muitas vezes aquém, sobressaindo a
falta de paciência e, por consequência, manifesta-se alguma dificuldade em olhar para o doente
como uma valência socioeconómica, psicológica e física. Da perspetiva dos alunos, pode existir
um aparente desinteresse em mostrar todas as valências da disciplina. Ao longo do sexto ano
estes aspetos foram mais notados na disciplina de Medicina Geral e Familiar, sendo esta a área
na qual eu não fui capaz de dar resposta à totalidade dos meus objetivos. Por outro lado, devido
à minha inexperiência, não fui capaz ainda de perceber esse desgaste e falta de empatia, pelo
que a minha falta de motivação para a realização do estágio de MGF culminou no incumprimento
de alguns dos meus objetivos.
Uma das minhas maiores limitações prendeu-se com as lacunas nos conhecimentos teóricos e
na integração de diferentes conceitos e áreas num só doente. Isto atrasou o meu raciocínio e
dificultou algumas vezes a minha atuação, intervenção e discussão dos doentes. Neste sentido,
tentei sempre compensar essas lacunas, sedimentando conhecimentos teóricos e tentando
integrá-los progressivamente nas diferente situações.
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Ao longo de todo o ano foi impressionante o número absurdo de doentes que permanece
internado no hospital por questões sociais. Ao lidar com estas situações percebi a dificuldade que
muitas famílias sentem em cuidar dos seus entes queridos e o desgaste que isso acarreta, com
consequente abandono no meio hospitalar. Daqui realço a importância do aumento da rede de
cuidados continuados e cuidados paliativos, por forma a dar resposta aos muitos doentes
internados sem necessidade de cuidados agudos a curto prazo mas com exigências em termos
de cuidados a médio e a longo prazo. Neste seguimento, apesar do sucesso da maioria dos
casos clínicos, foi inevitável o confronto com situações de deterioração clínica e com a morte.
Este era outro dos meus receios, uma vez vez que ao longo do percurso académico não há uma
evidente preparação para lidar com situações terminais, principalmente em termos de gestão
emocional, familiar e divulgação de más notícias. Neste contexto, percebi a necessidade do
médico ser coerente e firme com cada caso. Ao respeitar sempre o limite do ser humano e da
própria doença, poderá tomar a decisão sobre o término da instituição terapêutica e aceitar o fim
da vida.
Além dos aspetos emocionais, ao longo do sexto ano foi muito importante o contacto com os
diferentes sistemas informáticos, os quais iremos ter que dominar num fututro próximo.
Não poderia terminar este relatório sem fazer referência em particular à avaliação de Cirurgia
Geral. Na minha opinião, esta foi injusta, incoerente e regida por critérios mal esclarecidos, não
tendo havido disponibilidade do regente para esclarecimento dos mesmos. Independentemente
da nota final, os alunos do HVFX sentiram que os critérios usados para a avaliação não foram
aplicados de forma imparcial para todos, acabando os alunos do HVFX por serem prejudicados
nas suas apresentações e classificações finais.
Termino este percurso académico ciente do papel indispensável que uma boa equipa médica e
de enfermagem e um bom ambiente no serviço têm quer para a formação, quer para a atividade
profissional. Considero que a humildade para reconhecer as nossas limitações e a necessidade
de pedir auxílio são traços indispensaveis a qualquer clinico. Aliado a isto, o gosto pela profissão,
a vontade e curiosidade de querer aprender sempre mais e a manutenção de um caráter de
exigência e de constante crescimento, são aspetos que tentarei sempre manter.
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Anexos
Anexo I: Unidade Curricular Preparação para a Prática Clínica: Integração de conhecimentos
Anexo II: Undade Curricular Opcional: Oncologia Médica, IPO Lisboa Francisco Gentil, E.P.E.
Anexo III: Outros estágios relevantes para o percurso académico
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ANEXO I: PREPARAÇÃO PARA A PRÁTICA CLÍNICA
Ao longo do primeiro semestre do 6º ano, foi lecionada a disciplina de Preparação para a Prática
Clínica (PPC). Esta consistiu num conjunto de aulas teóricas, às quais era atribuído um tema com
base num sinal característico e frequente na medicina. As aulas eram assim lecionadas por
professores de diferentes especialidades, fazendo-se uma discussão dinâmica sobre o sinal em
questão. Os alunos tinham um papel ativo durante as aulas, fazendo inferências sobre o
diagnóstico diferencial, sobre os meios complementares de diagnóstico adequados e sobre o
tratamento para cada patologia subjacente.
Esta disciplina permitiu uma visão mais abrangente da medicina pois integrou conhecimentos de
várias áreas. Através destas aulas aprendemos a melhorar o nosso raciocínio clínico e a
prioritorizar os sinais, os exames a pedir e as intervenções médicas em cada caso.
O facto de ter sido realizada em simultâneo com a Cirurgia Geral e a Medicina Interna possibilitou
a aplicação quase simultânea nestes dois estágios das competências adquiridas nas aulas
teóricas de PPC.
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ANEXO II: OPCIONAL – ONCOLOGIA MÉDICA
O ano letivo terminou com a realização de um estágio opcional de duas semanas, que no meu
caso foram vividas na Oncologia Médica do IPO de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E.. A escolha
deste estágio prendeu-se com o pouco contacto com a especialidade em anos anteriores e com o
interesse pessoal nesta área. Além disso, as implicações que o fim de vida possui e a exigência
emocional e psicológica que a área exige quer a profissionais de saúde quer a doentes e
familiares, são assuntos fascinantes e intrigantes, pouco abordados no curso.
Ao longo das duas semanas tive oportunidade de acompanhar os médicos do serviço de
Oncologia Médica na enfermaria, consulta externa, reuniões multidiscplinares e serviço de
atendimento médico permanente (SAMP). Na enfermaria pude seguir alguns doentes, lidar com
situações burocráticas, interagir com doentes terminais, observar a relação entre médico-doente
e conviver com toda a equipa de enfermagem. Na consulta destaco a relação com os doentes e o
contacto com os familiares e a importância que essa relação tem para estes; observei a partilha
do sucesso ou insucesso dos tratamentos imposto; a necessidade de modificar a estratégia
terapêutica e as questões emocionais implicadas. No SAMP observei situações agudas, algumas
diretamente ligadas à patologia oncológica, como neutropénia febril, recidiva do tumor, efeitos
secundários da quimioterapia, trombocitose grave com hemoptises, entre outras. Para além
destas vi ainda situações mais banais mas que pelos antecedentes de carcinoma exigem uma
vigilância e preocupação diferente por parte dos clinicos, tais como dor localizada
incaracterística, sintomas gripais, alterações gastrointestinais incaracterísticas.
Em suma, este estágio acabou por se tornar muito produtivo, variado e útil. Através dele pude
conhecer a fundo a especialidade, observar o tipo de interação e exigências inerentes a estes
doentes em fim de vida.
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ANEXO III: OUTROS ESTÁGIOS
Para além de todo o percurso académico diretamente ligado à faculdade, consegui conciliar
outras actividades que considero terem sido indispensáveis ao meu crescimento pessoal e
profissional. Todas elas acabaram por de alguma forma ser determinantes no meu percurso.
ESTÁGIO CLÍNICO DE CIRURGIA PEDIÁTRICA
Entre 29 de Agosto e 09 de Setembro de 2011 realizei um estágio clínico no serviço de Cirurgia
Pediátrica do Hospital de São João, no Porto. Este estágio permitiu o contacto com uma
especialidade de interesse, numa área com a qual não tive contacto ao longo do curso. Para
além disso, o facto de ter sido realizada noutra cidade permitiu que eu conhecesse o
funcionamento de outros hospitais fora da área de Lisboa.
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ESTÁGIO CLÍNICO DE ONCOLOGIA MÉDICA – ECCO
Entre os dias 27 de Agosto e 7 de Setembro de 2012, tive o privilégio de ser selecionada para o
“Elective course in oncology for medical students”, organizado pela ECCO (European CanCer
Organisation). Este curso teve lugar na University of Medical Sciences in Poznan, Polónia. Ao
longo destas duas semanas, assisti a sessões plenárias, apresentação de casos clínicos, visita a
diferentes departamentos de oncologia e, por fim, exigiu a elaboração de um projeto em grupo
apresentado no final do curso. O tema selecionado para a minha apresentação final foi intitulado
“ Targeted therapies in renal cell carcinoma”.
Para além de todos os temas apresentados nas sessões e da possibilidade de visitar os
hospitais, este estágio teve a vantagem de ser realizado noutro país, permitindo o contacto com
diferentes culturas, pessoas, realidades, entre outras coisas. A possibilidade de conhecer outro
país e pessoas de outros países da Europa, aliada à possibilidade de realizar um estágio numa
área de interesse e organizado de forma muito diversificada, culminaram na realização de um
excelente e completo estágio.
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PARTICIPAÇÃO NO IMED 5.0
No presente ano letivo, participei na organização da quinta edição do congresso iMed, realizado
na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, de 11 a 13 de Outubro de 2013.
O congresso destina-se aos alunos de todos os cursos relacionados com saúde e outras ciências
da vida e contempla conferências e workshops que visam dar a conhecer e incentivar a vertente
inovadora da Medicina, nomeadamente em relação à área da investigação. Permite, ainda, um
espaço dedicado à competição, com intuito de estimular os alunos a desenvolver o raciocínio
clínico e o espírito competitivo, crítico e criativo.
A minha função como colaboradora prendeu-se com o auxílio prestado na organização do evento
ao longo dos três dias.
Considero que o aluno de Medicina deve, durante o curso, procurar experiências que invoquem
responsabilidade, organização e trabalho em equipa, para além daquelas vivenciadas nas
unidades curriculares.
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ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
Na minha opinião, não nos devemos dedicar exclusivamente a uma só área. Como o objetivo de
preencher algum tempo livre, de adquirir outras competências e principalmente de contribuir para
o bem estar de outros, realizei e realizo algumas atividades de voluntariado. A partir do segundo
ano do curso mantive o voluntariado na ACREDITAR do Porto, realizando atividades com
crianças internadas na Oncologia Pediátrica do IPO do Porto Francisco Gentil, E.P.E.. A par
deste voluntariado, fiz parte da Associação Coração Amarelo, sendo esta uma instituição que dá
apoio domiciliário a pessoas de terceira idade. Durante o quarto e quinto anos, ajudei duas
senhoras no seu quotidiano e fiz-lhes companhia durante cerca de 5 a 10 horas semanalmente.
Além destes, ao longo do segundo ano da faculdade realizei também voluntariado na LAU do
Hospital dos Capuchos, com o objetivo de melhor compreender as necessidades dos doentes
internados e as suas queixas em relação aos profissionais de saúde. Com isto pretendia ficar
alerta para possíveis erros cometidos diariamente pelos profissionas de saúde de modo a poder
identificá-los e evitá-los no futuro.
A 14 de Maio de 2013 realizei a atividade “Apoio aos sem abrigo na área metropolitana de
Lisboa”. Ao longo da noite, juntei-me a uma equipa da Comunidade Vida e Paz e distribuímos
bem alimentares e de vestuário a pessoas sem-abrigo.
Termino fazendo referência ao verão de 2013, no qual ingressei num Campo de Férias como
monitora de primeiros socorros durante dois meses.