9
1 ELABORADORES Renato Nishida Biólogo e Assessor Técnico PRODEMAC. 1º Ten. Mainar V. Mourão Filho - Assessor Técnico PRODEMAC. COORDENAÇÃO PRODEMAC Dr. Marcelo Moreira dos Santos Promotor de Justiça RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL Relatório Técnico sobre a avaliação de um possível dano ambiental ocorrido em Área de Proteção Ambiental (APP) no Município de Laranjal do Jari AP PA 073/2012. RELATÓRIO Nº Nº FOLHAS DATA DE EMISSÃO EMITIDO POR MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO MEIO AMBIENTE CONFLITOS AGRÁRIOS HABITAÇÃO E URBANISMO

RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

  • Upload
    hakhanh

  • View
    228

  • Download
    3

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

1

ELABORADORES Renato Nishida – Biólogo e Assessor Técnico PRODEMAC. 1º Ten. Mainar V. Mourão Filho - Assessor Técnico PRODEMAC.

COORDENAÇÃO PRODEMAC Dr. Marcelo Moreira dos Santos – Promotor de Justiça

RELATÓRIO TÉCNICO

AMBIENTAL Relatório Técnico sobre a avaliação de um possível dano ambiental ocorrido em Área de Proteção Ambiental (APP) – no Município de Laranjal do Jari – AP – PA 073/2012.

RELATÓRIO Nº

Nº FOLHAS

DATA DE EMISSÃO

EMITIDO POR

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO AMAPÁ PROMOTORIA DE JUSTIÇA DO MEIO AMBIENTE

CONFLITOS AGRÁRIOS HABITAÇÃO E URBANISMO

Page 2: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

2

RESUMO Este Relatório Técnico apresenta o trabalho desenvolvido para análise de risco dentro do escopo do Procedimento Administrativo nº 073-297/2011 – PJLJ que trata de denúncia de construção irregular em área de proteção permanente e cujas avaliações geológicas e geotécnicas para este loteamento urbano precário denominado Loteamento Sarney, localizado entre as ruas Azaléia e Açucena no Município de Laranjal do Jari, se encontram descritas no mapa abaixo. DESCRIÇÃO Atendendo as informações contidas no Ofício nº 721/2012 – GAB/2ª PJLJ - Ministério Público do Estado do Amapá, de 10/12/2012; solicitando informações acerca da Área de Preservação Permanente – APP no loteamento Sarney no município de Laranjal do Jari; a Assessoria Técnica desta – PRODEMAC, foi designada para realizar vistoria técnica no local mencionado, com intuito de elaborar Relatório Técnico Ambiental com cunho informativo para subsidiar autos de Ação Penal Pública, sobre um possível dano ao meio ambiente ocasionado por atividade potencialmente lesiva ao meio ambiente - Construção de moradias e aterro de nascente d’água, em área considerada urbana – Loteamento Sarney, propriedade do município de Laranjal do Jari - AP. Segundo analise situacional do procedimento administrativo que culminará em Ação Judicial, que versa sobre construção irregular de moradias em Área de Proteção ambiental e aterro do Igarapé formado junto a nascente (olho d’água) sem as devidas licenças. Estas alterações estariam ocasionando o interrompimento o curso natural do igarapé, além de não permitir a escoação das águas pluviais, o que insere uma conduta lesiva a atividade e poluição do leito do igarapé. Este Relatório Técnico tem por objetivo elaborar algumas considerações, que visam dar uma abordagem mais detalhada da atual situação do local mencionado e que podem ser complementadas ou incluídas nas autuações e relatórios dos entes municipais e estaduais, que incentivaram a denúncia e a possível instauração da Ação Penal Pública, e de forma que possam instruir a Exma. Promotora de Justiça - Dra. Klisiomar Lopes Dias - Promotoria de Justiça de Laranjal do Jari, no caso. APRESENTAÇÃO

O presente Relatório Técnico foi pensado e elaborado pela Assessoria Técnica que dá apoio à Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Conflitos Agrários, Habitação e Urbanismo no Amapá – PRODEMAC, com o objetivo de subsidiar a Ação Penal Pública com base em diligências realizadas no local – Loteamento Sarney – entre as ruas Açucena, Azaléia e Violeta, sobre “Atividade Potencialmente Poluidora e Lesiva ao Meio Ambiente”, em nascente de água e assoreamento de canal do igarapé que se forma as margens do loteamento; numa perspectiva de atuação engajada deste Ministério Público Estadual.

Analisando os documentos que estão apensados a PA nº 073/2011 e 297/2011 - PJLJ, observamos que atendendo denúncia de atividades lesivas ao meio ambiente no local, equipes de fiscalização do ente municipal foram designadas ao local e elaboraram auto de infração ambiental (nº 0014/10 - A e auto de constatação de nº 0001/10) o que culminou na elaboração de um Termo de Compromisso nº 001/2011 - SEMMATUR. Segundo estas ações, um conjunto de violações da legislação ambiental (municipal/estadual/federal) foi encontrado em diversas áreas, a começar pela área que compreende a nascente, e as margens do loteamento, que segundo dados estatísticos se encontram em área de proteção permanente.

FUNDAMENTO “Todos têm direito ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. (Art. 225, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988).

Page 3: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

3

ANALISE SITUACIONAL A Assessoria Técnica da PRODEMAC deslocou-se até local da denúncia para apurar e constatar a

veracidade das informações. Recebemos a informação que no momento a área designada para o loteamento pertence ao município e esta em fase cadastral das famílias por parte da Secretaria de Obras do Município, que tão logo conclua esta fase, estará disponibilizando estes lotes a famílias cadastradas em projeto sociais.

No local constatamos que o problema ora decorrido da construção de moradias no entorno de nascente d’água fora dos limites estabelecidos por lei, segue ao longo do canal que forma um pequeno igarapé, findando em uma barragem artificial construída pelos moradores onde a água represada em um ponto determinado forma um tanque, onde foi possível detectar alguns peixes de pequeno porte entre outros animais. Percebemos que em alguns pontos deste canal por conta das construções irregulares o canal está ficando assoreado e com grandes chances de desaparecer definitivamente.

Através de GPS aferimos e definimos alguns pontos de localização desde a área de impacto (Nascente) até os limites da BR 156 – entrada da cidade, o que está descrito logo abaixo. Posteriormente, solicitamos e identificamos junto a Secretaria de Obras do Município a Planta Geral do loteamento Sarney com suas delimitações. Esta atividade constitui a delimitação da área atingida e análise de risco, com base na Legislação da Municipal 237, Art. 5º - III, e Lei Federal 4771, Art. 4º § 2º que trata sobre as irregularidades no local e levando também em conta os limites da ocupação urbana atual. Estes limites foram lançados nas fotografias que acompanham o relatório e o levantamento dos pontos obtidos através do GPS lançados em imagem de satélite.

Esta atividade objetivou identificar a tipologia dos processos geodinâmicos passíveis de ocorrer na área de estudo e capazes de causar acidentes não somente ambientais, mas também as moradias do entorno, conforme denúncia à página 02 da FAI nº 237/2011 – PJLJ. A identificação destes processos foi realizada principalmente por meio de pesquisa de acidentes de instabilização da área em questão, por conta dos olhos d’água que comumente aparecem ao entorno da nascente. Segundo ainda uma analise mais detalhada e estudos fornecidos pelo Núcleo de Hidrometeorologia e Energias Renováveis – NHMET do IEPA (vide imagem 01 do mapa), esta é uma área passível de inundações por estar localizadas na parte mais baixa do Município e que detém um maior índice de pluviometria da região, ou seja, região propensa a alagamentos, como pudemos constatar também em vários pontos (ver imagens fotográficas) e depoimentos que colhemos ao longo de nossa inspeção.

Nossa preocupação neste momento com o local, apesar de ser área de proteção permanente, como constante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, é com os moradores e suas famílias. Como área passiva de alagamentos devidos as chuvas, estes poderão ser surpreendidos com águas “batendo a sua porta”.

Há neste momento apesar da ilegalidade do fato dos moradores invadirem estas áreas e construírem ilegalmente suas moradias, temos que chamar a atenção do poder público para a situação que assola a região. Muitas moradias clandestinas sem anuência da administração pública construída em áreas protegidas. São problemas sociais que dependem de uma ação conjunta tanto da prefeitura de Laranjal do Jari com uma ação do Ministério Público Estadual para resolver a questão.

Ainda analisando os documentos apensados ao procedimento, verificamos a elaboração por parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, de um Termo de Compromisso pag. 13 do referido procedimento 073/2011, firmado com uma das pessoas envolvidas no caso e que faz a denúncia.

Page 4: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

4

Laranjal do Jari mostra o resultado da inexistência de uma política pública municipal voltada para essa

questão. Entendemos que não se trata de um fato isolado, e que a responsabilidade civil neste caso cabe à municipalidade, mesmo que o departamento de fiscalização da área tenha feito neste período o levantamento e registro dos licenciamentos. Cabe ainda ao poder público municipal coibir atos ilegais na região e interferência antrópica.

A grande questão a enfrentar é sem dúvida, onde a relação assimétrica entre a apropriação dos bens naturais de forma lucrativa mascarada por uma realidade de pobreza que muitas vezes grandes oportunistas não conseguem olhar por omissão ou por questões que julgam sem importância.

Assim, considerando a necessidade de enfrentamento da questão é que esquematizamos o presente Relatório Técnico Ambiental, no sentido de orientar e estimular o Exma. Promotora de Justiça do Município de Laranjal do Jari a prosseguir com a Ação Judicial contra a municipalidade por se tratar de atividade lesiva ao meio ambiente, poluição, degradação e afetação ao meio ambiente pelas atitudes criminosas, e por neste momento não deter de projetos sociais que contemplem estas famílias que moram ilegalmente nesta área, e que permita com a apresentação do projeto definitivo e ações do plano de arborização e tratamento da nascente.

Desta forma, procuramos reunir no presente relatório algumas informações relevantes com relação ao

fato, tanto em anexos documentais como em imagens do local. Algumas citações da Legislação Federal, Estadual e Municipal, além de Resoluções do CONAMA que possam auxiliar os Promotores de Justiça na atuação protetiva, fiscalizadora e corretivas do Ministério Público, pautada no artigo 129 da Constituição Federal de 1988.

A análise situacional atual da área em questão nos permite informar que todas as irregularidades ora apresentadas pelos relatórios e Autos de Autuação e fiscalização dos entes municipais e que citamos acima, foram constatadas e as irregularidades na construção das moradias ainda são presentes em outras áreas de grande impacto e precisam ser apuradas com mais rigor que o caso merece.

Consolidando os fatos apresentados e procurando informações junto aos órgãos ambientais de fiscalização e de licenciamento nos acreditamos que o local deixará de apresentar estas irregularidades. Entendemos que a área em questão, se trata de propriedade municipal nos limites de uma APP, que se destruída pode interferir negativamente no meio ambiente local, e que qualquer atividade potencialmente poluidora poderá trazer impactos importantes nesta área. Logo abaixo a área afetada seguindo o canal do igarapé, já as margens da BR, presenciamos a presença da exploração extrativista de minério Classe II

Podemos aqui relatar que o Município através deste acordo com o morador abriu precedentes para que outros também inflijam às leis vigentes do Município e que novos problemas possam aparecer. Em tese você pode resolver um problema como o apresentado, mas na prática como pedir reintegração de posse sobre terras invadidas com anuência do poder público.

A área ocupada é propriedade do Município conforme registro de imóveis no cartório de Laranjal do Jari, registro ao livro nº 02, matrícula 001, folhas 001/001 – V° datado de 08/04/1994.

Temos como referência que o morador infrator tenta a ocupação da área em questão há alguns anos, sempre sem sucesso em suas reinvidicações.

Page 5: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

5

(Seixeiras licenciadas pelo IMAP) que no entorno do manancial. Estes estão localizados na área direto do impacto a nascente.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS O Ofício nº 721/2012 –2ª PJLJ – MPEA de 10/12/2012 encaminhado a PRODEMAC/MP solicitando

apoio técnico para subsidiar Ação Penal Pública, trata de denúncia acerca de “Possível Dano Ambiental” ocorrido no Município de Laranjal do Jari, na área compreendida como Loteamento Sarney; onde a atual situação do local demonstra as condições reais do local. E que as moradias ali construídas em área considerada de preservação ambiental segundo informações apuradas junto a Secretaria Municipal de Obras, são irregulares e precisam ser solucionadas. Estas construções estão trazendo graves problemas ao ambiente aquático local, na formação do igarapé. A denúncia apurada versa sobre o Município não permitir a construção de moradia nesta área. Elaboramos um relatório fotográfico com imagens atuais do local – Loteamento Sarney – para dar uma dimensão e temporariedade dos fatos. RESULTADOS Os resultados pela vistoria e analise da área, indica que há um conjunto de responsabilidades para cada órgão envolvido:

1. Responsabilidade civil do órgão municipal licenciador/fiscalizador, que deveriam apresentar uma solução técnica e alternativa para o problema apresentado;

2. Como o Município detém responsabilidade sobre a área como fiel proprietário, não foi capaz de intervir nas construções, sendo permissivo em determinado momento abrindo precedentes para autorizar construção e edificação na área em questão. O Município negligência atendimento aos moradores do entorno desta APP, apegando no fato de que estes são infratores e não podem ser beneficiados em programas sociais. Devemos então considerar que estes moradores somente infligem Leis vigentes porque não terem apoio dos entes públicos. E muitos nem mesmo são alertados sobre o que implica realizarem atividades potencialmente poluidoras em APP’s; muito menos os instruindo sobre como desenvolver atividades legais dentro de programas e projetos sociais. Além disto, não há parâmetros precisos para que se possa chegar a um consenso sobre a denúncia, pois, trata-se de um problema isolado em uma área considerada de APP.

3. O Município apresentou um projeto de loteamento da área através de sua Secretaria de Obras, mas não reconhece os problemas sociais que isto implica como pedir reintegração de posse, deslocamento de famílias que já estão ocupando o local, além de não permitir novas aglomerações no local.

4. Diante das discussões sobre o loteamento – Sarney - nos deparamos com vários entes municipais que têm um modo de pensar e que tramitam junto as secretarias. Podemos ainda relatar que os impactos ambientais das obras de moradias realizadas nesta área de entorno da nascente e do curso natural do leito do igarapé (barragem), ferem criminalmente Leis vigentes ambientais como: Lei 9.985/00 SNUC.

Art. 28. São proibidas, nas unidades de conservação, área de proteção, quaisquer alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos. Art. 36. § 3º Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo.

RECOMENDAÇÕES

Os planejamentos que o município apresentar sobre esta questão, tem que serem muito bem elaborados e qualquer projeto social tem que ser revisto. O ecossistema é um contexto geral, onde ocorre a adaptação

Page 6: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

6

humana, em que os fatores físicos e biológicos (perspectiva ecológica), além, das relações socioculturais que existem entre diferentes atores sociais, o Estado e/ou diferentes populações/sociedades, são tomados como fatores de pressão no processo de adaptação para realização do trabalho de urbanização. Diante dos fatos apresentados, das observações feitas no local e tendo em vista os resultados obtidos com a análise das áreas afetadas recomendamos:

1. Que a Promotoria de Laranjal do Jari reitere novamente pedido de reunião com o Procurador Jurídico do Município e entes municipais para resolver o impasse sobre a área afetada – Loteamento Sarney.

2. A Promotoria de Justiça de Laranjal do Jari, através de sua promotora, a dar prosseguimento a Ação Pública e se necessário for, instaurar inquérito civil para apurar responsabilidades, para que se possam ter subsídios para uma possível instauração de Portaria e possível elaboração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

3. Com relação à área afetada, sugerimos que a Promotoria de Justiça de Laranjal do Jari solicite as Secretarias Meio Ambiente/Obras, documentos referentes ao Loteamento para que se tenha com exatidão a faixa de domínio desta área e da área limite, para que seja elaborado um plano de controle sobre a área afetada, revendo a Planta baixa de implantação.

4. Sugerimos que o órgão fiscalizador que detém autonomia sobre a área secundária (entorno da BR 156) sob-responsabilidade do ente estadual, neste caso verificar se IMAP liberou licenças para extração de mineral classe II por seixeiras, e que reveja a importância da área e realize um estudo de viabilidade técnica para diagnóstico do impacto ambiental, por atividade potencialmente poluidora (Exploração de mineral).

5. Diante das atividades irregulares constatadas anteriormente nos relatórios de fiscalização dos órgãos municipais, existe um processo tramitando na prefeitura e que manifesto, implicará em ações judiciais cabíveis. Neste caso, solicitar documentação comprobatória junto ao ente municipal com estas informações.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE O parcelamento do solo tem sido o tema mais requisitado pelos membros do Ministério Público, atualmente, em consultas formuladas ao Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente, tendo em vista a notória expansão urbana dos municípios e os conflitos jurídicos e ambientais que lhes são correlatos. Com o advento da lei 10.257/01, oficialmente denominadas Estatuto da Cidade, a disciplina do parcelamento do solo passa a compor o rol de instrumentos que devem ser utilizados para atender aos seus fins, principalmente no art. 2º que versa sobre a política urbana e seus objetivos. Diante do exposto, submetemos o presente Relatório a Vossa Excelência, respaldados na lei 6.766/79 e lei 10.257/01 que versa sobre os problemas decorrentes de parcelamento de solo para área urbana, e área verde. Sugerimos a senhora promotora que solicite ao município ou a quem de direito, o registro oficial legal em cartório da área definida para o loteamento em questão, com todas as regularizações e definições de áreas institucionais e áreas verdes através de projeto básico aprovado, apresentando inclusive a Gleba e a divisão dos lotes. Consideramos que a situação retratada estaria em discordância com as diretrizes das leis vigentes do município e do estado, e que a prática acima descrita atinge concomitantemente direitos difusos da população, afetos às atribuições institucionais desta Promotoria de Justiça.

Macapá/AP, 07 de fevereiro de 2013. ______________________________________ _ _______________________________________________ Renato Nishida – Mat. 20462 1º Ten. Mainar V. Mourão Filho – Mat. 40202 Biólogo e Assessor Técnico PRODEMAC Assessor Técnico PRODEMAC

Page 7: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

7

ANEXO FOTOGRÁFICO

Figura 01: Visão do leito do Igarapé em processo de assoreamento, proveniente do olho d’água.

Figura 03: Local da BR 156 por onde passa a água proveniente do olho d’água.

Figura 02: Visão da casa da reclamante, a qual faz fundos para o ponto de afloramento do olho d’água.

Figura 04: Ressaca às margens da BR 156, receptora da água proveniente do olho d’água.

Page 8: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

8

PLANTA GERAL DO LOTEAMENTO SARNEY NO MUNICÍPIO DE LARANJAL DO JARÍ

Fonte: Secretaria Municipal de Obras e

Infraestrutura de Laranjal do Jarí

Arte: Renato Nishida - PRODEMAC

CANAL IGARAPÉ

PONTO DE

ASSOREAMENTO

Page 9: RELATÓRIO TÉCNICO AMBIENTAL - mpap.mp.br rio... · PDF fileconstante no Procedimento Administrativo nº 73/2011 e Laudo de Vistoria da SEMMATUR pag. 76, ... Relatório Técnico

9

LOCALIZAÇÃO DO LOTEAMENTO (Imagens Satélite)

Obs.: Distância do ponto 01 para o ponto 02 é de aproximadamente 287 metros.

PONTO 01 – 00°49’23,25”S 52°30’21.29”O

PONTO 02 – 00°49’30,67”S 52°30’15.63”O

Percurso realizado

pela água

Ponto de afloramento do

olho d’água na Av. Violeta

com a Rua Azaléia

BR 156 Ponto 01 Ponto

02