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DOUGLAS FERNANDES ORIKASSA RENATA QUINTAS CAMARA PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO E TÉCNICA DE RELAXAMENTO MUSCULAR PARA RIGIDEZ DA DOENÇA DE PARKINSON Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia sob a orientação do Prof. M.Sc Paulo Jorge Haddad e orientação técnica da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni. LINS SP 2007

RELAXAMENTO MUSCULAR PARA RIGIDEZ DA DOENÇA DE …unisalesiano.edu.br/biblioteca/monografias/34808.pdf · um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular

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DOUGLAS FERNANDES ORIKASSA

RENATA QUINTAS CAMARA

PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO E TÉCNICA DE

RELAXAMENTO MUSCULAR PARA RIGIDEZ DA DOENÇA DE PARKINSON

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia sob a orientação do Prof. M.Sc Paulo Jorge Haddad e orientação técnica da Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni.

LINS SP

2007

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Orikassa, Douglas Fernandes; Camara, Renata Quintas Programa de exercícios de alongamento e técnica de

Relaxamento para rigidez muscular da doença de Parkinson: Centro de Reabilitação Física Dom Bosco/ Douglas Fernandes Orikassa; Renata Quintas Camara.

Lins, 2007. (081p)

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Fisioterapia, 2007

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Paulo Jorge Haddad

1. Doença de Parkinson. 2. Rigidez Muscular. 3. Alongamento Muscular. 4. Relaxamento Muscular. Título

CDU 615.8

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DOUGLAS FERNANDES ORIKASSA

RENATA QUINTAS CAMARA

PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO E TÉCNICA DE

RELAXAMENTO MUSCULAR PARA RIGIDEZ DA DOENÇA DE PARKINSON

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do título Fisioterapeuta.

Aprovada em __/__/__

Banca Examinadora: Prof. Ms. Orientador: Paulo Jorge Haddad Titulação: Fisioterapeuta, mestre em Saúde da Família Assinatura: _____________________________________

1º Prof.(a): ______________________________________________________ Titulação:______________________________________________________________________________________________________________________

Assinatura:______________________________________

2º Prof.(a):_______________________________________________________ Titulação:______________________________________________________________________________________________________________________

Assinatura:______________________________________

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DEDICATÓRIA Ao meu pai: Tadao

Agradeço e reconheço o esforço que o senhor fez para que eu pudesse conquistar esse objetivo. Quando eu me sentia desanimado para estudar, era em você que eu encontrava força. Tu és exemplo de Pai batalhador, que deixou seu país para dar uma oportunidade de estudo aos seus filhos. Se cheguei até aqui, foi graças ao seu suor. Sou eternamente grato, mesmo longe o senhor está sempre presente. Tenho orgulho de ter o senhor como Pai. TE AMO MUITO.

À minha mãe: Dona Zilda Dedico à você mãe, essa conquista que estou vivenciando. Obrigado pela educação, pelos puxões

de orelha quando mereci; a senhora me ensinou a ser honesto acima de tudo, sempre respeitando o meu espaço e o do próximo. TE AMO!!!

À minha maninha: Taciana Essa conquista também é sua maninha. Lembro o quanto você estudava durante as tardes

enquanto eu ficava dormindo. Hoje vejo que estudar não é tão difícil assim, basta acreditar, obrigado por acreditar no meu potencial, te admiro muito. TE AMO MUITO!!!

À minha namorada: Valquíria Com seu jeitinho meigo você entrou na minha vida. Essa é a minha primeira conquista e você faz

parte dela. Obrigado por me apoiar, me consolar, me incentivar a ir mais longe, obrigado por me fazer feliz. Amo muito tudo isso, que Deus ilumine sempre o nosso caminho. TE AMOOO.

À minha parceira de monografia: Rê Essa vitória é nossa Cabeção!!! Obrigado por me agüentar quando eu estava revoltado com a

vida, por ter paciência quando eu largava tudo pra jogar bola enquanto você corria atrás das coisas, mas graças a Deus chegamos no nosso objetivo, com muito suor e dedicação chegamos lá. Sucesso pra você. Te adoro muito!

Aos meus irmãos da República Biskateiros: Xicão, Negão, Pincelli e Xiqueixo: saibam que vocês são minha segunda família, foram dois

anos convivendo dia-a-dia , passando por alegrias, brigas e passando mal também, desejo sucesso para todos, e que possamos, em breve, bebemorar relembrando os tempos de Rep.

Ao time da fisioterapia: Markinhus, Indião, Petter, Pigmeu, Bozzo, Carlinhos, Diego, Japonês Louco e Léo: foram

muitos jogos, vitórias e derrotas, mas o importante era a união, o prazer de jogar e depois reunir-se para comentar sobre o jogo e sobre a vida. Desejo tudo de bom pra todos. Jamais desistam dos seus sonhos.

Aos meus amigos e amigas: A vocês que estão longe, Dodô, Lê, Capa, Rena, Deise, Gra, Gian, a todos os Bastardos que

sempre me apoiaram nos estudos, aos meus amigos Ken e Ryo que trabalharam comigo no Japão, aos amigos que estão no Brasil, Rafa, Érico, Tomati, Takeshi, Iltinho, André, Aki, Dié, galera do futebol, vocês fazem parte da minha história. Dedico à todos que foram meus amigos de verdade. Sucesso a todos.

Aos meus familiares: Obrigado a todos os meus tios e tias que me viram crescer e chegar até aqui. Dedico em especial

às minhas falecidas avós Dona Martinha e Dona Mitsu, que com certeza estão felizes e sempre me protegendo. A todos os meus primos, em especial Ceará, Carneirão, Pri, Mirella, que cresceram comigo, e a todos os meus primos que estão no Japão.

À minha amiga e segunda orientadora Alessandra: Você, literalmente, faz parte dessa monografia. Obrigado de coração por me ajudar, me apoiar na

monografia e também nos jogos, você merece só coisas boas, muito sucesso, te adoro muito!!

Aos amigos especiais: Jú Sonehara, Fer Barbeiro, Jú Loirinha, Profº Júnior, Profª Ana Cláudia, Andréa, Pe Valério,

Maluquinho, Tigrão, Aline, Dani, Nati, Dri, Brenda, Paty Sorriso, Carol Vene, Paty Catalano, Júlia, Thayna, Bel, Carlão, Letícia, Fer Calixto, Volmir. Sucesso a todos!!

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À minha mãe e ao meu papito: Fátima e Silvio A vocês que desde o inicio acreditaram em mim, e em todos os momentos estavam ao

meu lado. Mãe, mais uma etapa concluída, um sonho realizado, graças a você que deixou seus sonhos de lado para que o meu virasse realidade. É, papito, a ú ltima filha sua se formando, obrigada por tudo que fez por mim. Esta conquista é pra vocês!!!

Amo vocês mais que tudo. Beijos da filhinha Rê.

Aos meus irmãos, a minha sobrinha e a minha cunhadinha: Thiago, Roberta, Ana Laura e Dê É maninhos, a caçulinha aqui esta se formando, e tudo isso com ajuda de vocês, que

sempre me apoiaram, protegeram e deram forças para superar os obstáculos. Pequena, a Tita te ama muito, você é um anjinho que veio para alegrar as nossas vidas. Dê obrigada por cada palavra de incentivo, por todos os momentos que você esteve ao meu lado.... você já e da família!!! rs Obrigada de coração. E vamos que vamos.... beijos Rê.

À minha família: em especial a minha prima Fernanda Obrigada a todos que d ireta ou indiretamente me ajudaram a concluir este sonho. Fer

parece que foi ontem que ficamos conversando e eu toda indecisa no que iria fazer, e agora estou aqui, me formando e com a certeza que fiz a coisa certa. Obrigada por todos os conselhos, puxões de orelha, jamais vou esquecer o ano que moramos juntas... Beijos da prima que te adora d+ Rê.

Ao meu parcerinho: Japa Quem diria?!? Conseguimos amore!!! Formamos uma dupla e tanto heim... hehe. Quero

que saiba que te adoro muito, desde o início desses quatro anos, você sempre foi um verdadeiro irmão, que me ajudava, dava bronca, enfim sempre ao meu lado. Valeu de coração por tudo, te desejo muito sucesso, e este, tenho certeza que o papai do céu já deixou reservado para você. Beijos Rê.

À galera da sala: em especial: Xico Jonas, Lê, Suzi, Brê, Dri, Fer B. Agradeço de maneira especial a cada um de vocês que me apoiaram e me incentivaram

nesta fase de minha vida. É triste pensar que esta acabando, porém vocês podem ter certeza que este sentimento maravilhoso que sinto por vocês jamais vou esquecer. Muito sucesso e conte comigo sempre. Amo vocês Rê.

À galera do estágio: em especial a Jú, Paty e a Carol Galerinha, acabou!!! Nossa... não foi nada fácil heim?!? Porém, juntas conseguimos

alcançar mais esse objetivo de nossas vidas. Obrigada por tudo e que cada vez mais realizemos os nossos sonhos. Este ano vale ouro; muito sucesso. Beijos! Amo demais vocês Rê.

Às minhas amigonas: Sá, Tathi, Dani e Érica Amores... consegui!!! No início, vocês me viram toda anciosa, com medo, e muitas vezes

chorando hehe, agora eu estou aqui... me formando e pronta para continuar a lu ta e oh! Vocês continuam comigo heim... amo vocês e muito obrigada por tudo! Rê.

Aos meus supervisores: em especial a Ana Claudia Simplesmente não tenho palavras para agradecer todo carinho, ded icação e todos os

ensinamentos que me passaram. Obrigada e que Deus continue iluminando todos vocês. Sucesso e mais sucesso. Adoro vocês Rê.

Às minhas amigas da pensão: Jú, Mari e Fran Nossa!!! Nada deste mundo vai me fazer esquecer todas as risadas, palhaçadas, enfim, todos os momentos em que estivemos juntas! Obrigada por tudo. Amo muito vocês. Rê

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AGRADECIMENTOS

A Deus: Eu pedi Força... e Deus me deu dificuldades para me fazer forte. Eu pedi

Sabedoria... e Deus me deu problemas para resolver. Eu pedi Prosperidade... e Deus me deu cérebro e músculo para trabalhar. Eu pedi Coragem... e Deus me deu perigo para superar. Eu pedi Amor... e Deus me deu pessoas com problemas para ajudar. Eu pedi Favores... e Deus me deu oportunidades. Eu não recebi nada do que pedi... mas recebi tudo que precisava

Douglas e Renata

Ao nosso orientador: Paulo Agradecemos a Deus por ter colocado você em nosso caminho nesta fase tão

importante de nossas vidas. Você com seu jeito tranqüilo, carinhoso e acima de tudo, paciente a todas as nossas

aflições medos e angustias, nos ajudou e nos fez ver que obstáculos existem sim, mas necessitam ser ultrapassados sem medo, para que possamos alcançar os nossos objetivos.

Tivemos a prova de que a distancia não significa nada, pois você sempre esteve presente em nosso trabalho!!! Obrigado por tudo.

Douglas e Renata

À Jovira Obrigado de coração por toda atenção dedicada a nós. Que Deus continue te

protegendo, iluminando e dando força para continuar sendo essa pessoa maravilhosa. Obrigado!!!

Douglas e Renata

Aos mestres Enfim, este é o dia de dizer muito obrigado e partir. Nosso agradecimento aos

professores amigos, aos que foram somente professores. Nosso respeito, afeto e nosso sincero muito obrigado!!!

Douglas e Renata

Aos Pacientes Talvez nossa ajuda tenha sido pequena, mas ajudá-los representou para nos uma

magnífica lição de amor e fraternidade. Obrigado Douglas e Renata

Aos Funcionários Agradecemos de maneira especial a todos que aqui trabalham, pois nos mostraram que

viver nessa grande família e algo especial. Agradecemos aos funcionários da biblioteca, do xérox, da computação, enfim a todos que simplesmente com um sorriso nos incentivaram no nosso dia-a-dia. Obrigado.

Douglas e Renata

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RESUMO

A doença de Parkinson é uma doença crônica e progressiva do sistema nervoso, onde ocorre, a diminuição da dopamina devido à degeneração dos neurônios dopaminérgicos, levando assim a uma despigmentação da substância negra. Atinge ambos os sexos, porém com uma leve predominância ao sexo masculino. Sua etiologia é desconhecida. O diagnóstico é realizado através do exame físico, com possíveis presenças de quatro manifestações clínicas principais: rigidez muscular, tremor, bradicinesia e instabilidade postural; podendo surgir outros comprometimentos e complicações. A rigidez muscular é uma alteração no tônus muscular, analisada através do aumento da resistência à mobilização passiva, acarretando diminuição da amplitude de movimento, contraturas, deformidades posturais e ainda um maior gasto de energia, levando facilmente à fadiga. Os exercícios de alongamento propiciam uma melhora da circulação sanguínea, promove um relaxamento muscular liberando em parte a rigidez. A técnica de relaxamento muscular diminui a contração da musculatura, aliviando o espasmo muscular, através da técnica de deslizamento superficial. Para a presente pesquisa foi elaborado e aplicado um programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular afim de retardar o aparecimento e a progressão da rigidez muscular nos pacientes com Doença de Parkinson. Participaram pacientes entre 73 a 81 anos de idade de ambos os sexos, no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco, e nos respectivos domicílios, entre os meses de maio a setembro de 2007, conseguindo alcançar o objetivo proposto em retardar o aparecimento e a progressão da rigidez nesses pacientes, conquistando melhoras gradativas e propiciando assim uma melhora nas atividades de vida diárias.

Palavra-Chave: Doença de Parkinson. Rigidez Muscular. Alongamento Muscular. Relaxamento Muscular.

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ABSTRACT

The disease of Parkinson is a chronic and progressive isease of the nervous system, where it happens the decrease of the dopamine due to the degeration of the neurons dopeminergetics taking like this to a despigmentation of the black substance. It reaches both sexes, however with a light predominance in the masculine sex. Its etiology is ignored. The diagnosis is accomplished through the physical exam, with possible presences of four main clinical manifestations: muscular rigidity, tremor, bradcinesia and instability postural; could appear other compromising and complications. The muscular rigidity is an alteration in the muscular tonus, analyzed through the increase of the resistance to the passive mobilization, carting decrease of the movement width, contractures, deformities postures and still a larger expense of energy, taking the fatigue easily. The prolongation exercises propitiate an improvement of the sanguine circulation; it promotes a muscular relaxation liberating the rigidity partly. The technique of muscular relaxation reduces the contration of the musculature, alleviating the muscular spasm, through superficial sliing. For to present research it was elaborated and applied a program of prolongation exercises and technique of muscular relaxation in order to delay the emergence and the progression of the muscular rigidity in the patients with disease of Parkinson. They participated patient between 73 and 81 years of age of both sexes, in the Center of Reabilitation Physical Dom Bosco, and in the respective homes, among the months of May to September of 2007, getting to reach objective proposed in delaying the emergence and the progression of the rigidity in those patient ones, conquering improvements gradual and propitiating like this an it gets better in the daily life activities.

Word-keys: Disease of Parkinson Muscular rigidity. Muscular prolongation Muscular relaxation.

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LISTA DE FIGURAS

Figura1: Músculo Esquelético.....................................................................28

Figura 2: Alongamento de extensores de ombro.........................................34

Figura 3: Alongamento de adutores de ombro............................................34

Figura 4: Alongamento de abdutores de ombro..........................................35

Figura 5: Alongamento de rotadores externos do ombro............................35

Figura 6: Alongamento de rotadores internos do ombro.............................36

Figura 7: Alongamento de extensores de cotovelo......................................36

Figura 8: Alongamento de flexores de cotovelo...........................................37

Figura 9: Alongamento de extensores de punho.........................................37

Figura 10: Alongamento de flexores de punho..............................................38

Figura 11: Alongamento dos músculos posteriores da coxa.........................39

Figura 12: Alongamento de posteriores da coxa, principalmente glúteo

máximo..............................................................................................................39

Figura13: Alongamento de adutores de quadril............................................40

Figura 14: Alongamento de abdutores de quadril..........................................40

Figura 15: Alongamento de cadeia posterior.................................................41

LISTA DE SIGLAS

ADM: Amplitude de Movimento

AVD s: Atividades de Vida Diária

AVEi: Acidente Vascular Encefálico Isquêmico

DP: Doença de Parkinson

MMII: Membro Inferior

MMSS: Membro Superior

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................12

CAPÍTULO I DOENÇA DE PARKINSON

1 DEFINIÇÃO.............................................................................................14

1.1 Epidemiologia..........................................................................................14

1.2 Etiologia...................................................................................................15

1.3 Classificação...........................................................................................15

1.4 Fisiopatologia..........................................................................................16

1.5 Fases da doença.....................................................................................17

1.6 Manifestações clínicas............................................................................18

1.6.1 Rigidez muscular.....................................................................................18

1.6.2 Tremor.....................................................................................................19

1.6.3 Bradicinesia.............................................................................................19

1.6.4 Instabilidade postural..............................................................................20

1.7 Comprometimentos secundários e complicações...................................20

1.7.1 Fala.........................................................................................................20

1.7.2 Face........................................................................................................20

1.7.3 Sialorréia ................................................................................................21

1.7.4 Escrita.....................................................................................................21

1.7.5 Depressão...............................................................................................21

1.7.6 Fadiga.....................................................................................................21

1.7.7 Dores.......................................................................................................22

1.7.8 Alterações da marcha.............................................................................22

1.7.9 Disfunção respiratória.............................................................................23

1.7.10 Distúrbio do sono....................................................................................23

1.8 Diagnóstico..............................................................................................24

1.9 Tratamento..............................................................................................24

1.9.1 Tratamento farmacológico.......................................................................24

1.9.2 Tratamento cirúrgico...............................................................................25

1.9.3 Reabilitação.............................................................................................26

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CAPÍTULO II RIGIDEZ MUSCULAR

2 ANATOMIA MUSCULAR.......................................................................27

2.1 Fisiologia muscular..................................................................................27

2.2 Definição.................................................................................................29

2.3 Causas de rigidez....................................................................................29

2.4 Rigidez na doença de parkinson.............................................................29

2.5 Escala unificada......................................................................................31

CAPÍTULO III PROGRAMA DE ALONGAMENTO E RELAXAMENTO

MUSCULAR PARA RIGIDEZ DA DOENÇA DE PARKINSON

3 INTRODUÇÃO........................................................................................32

3.1 Definição de alongamento.......................................................................32

3.1.1 Características do alongamento..............................................................32

3.2 Alongamento de membro superior..........................................................33

3.2.1 Flexão de ombro.....................................................................................33

3.2.2 Abdução de ombro..................................................................................34

3.2.3 Adução de ombro....................................................................................34

3.2.4 Rotação interna de ombro.......................................................................35

3.2.5 Rotação externa de ombro......................................................................35

3.2.6 Flexão de cotovelo..................................................................................36

3.2.7 Extensão de cotovelo..............................................................................36

3.2.8 Flexão de punho......................................................................................37

3.2.9 Extensão de punho.................................................................................37

3.3 Alongamento de membro inferior............................................................38

3.3.1 Flexão de quadril com joelho estendido..................................................38

3.3.2 Flexão de quadril com joelho flexionado.................................................39

3.3.3 Abdução de quadril.................................................................................39

3.3.4 Adução de quadril...................................................................................40

3.4 Flexão de cadeia posterior......................................................................40

3.5 Relaxamento...........................................................................................41

3.5.1 Deslizamento superficial.........................................................................42

3.5.2 Características do relaxamento ..............................................................42

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CAPÍTULO IV - A PESQUISA

4 INTRODUÇÃO........................................................................................43

4.1 Métodos..................................................................................................43

4.2 Técnicas..................................................................................................43

4.3 Apresentação dos Resultados................................................................44

4.3.1 Paciente A...............................................................................................44

4.3.2 Paciente B...............................................................................................44

4.3.3 Paciente C...............................................................................................45

4.3.4 Paciente D...............................................................................................46

4.3.5 Paciente E...............................................................................................47

4.4 Depoimentos dos Profissionais...............................................................47

4.4.1 Fisioterapêutas........................................................................................47

4.4.2 Médico.....................................................................................................49

4.5 Depoimentos dos Pacientes...................................................................50

4.5.1 Paciente A...............................................................................................51

4.5.2 Paciente B...............................................................................................51

4.5.3 Paciente C...............................................................................................51

4.6 Depoimentos dos Cuidadores.................................................................52

4.6.1 Paciente D...............................................................................................52

4.6.2 Paciente E...............................................................................................53

4.7 Discussão................................................................................................53

4.8 Conclusão da Pesquisa..........................................................................55

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO......................................................................56

CONCLUSÃO....................................................................................................57

REFERÊNCIAS ................................................................................................58

APÊNDICES......................................................................................................61

GLOSSÁRIO ....................................................................................................80

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12

INTRODUÇÃO

A Doença de Parkinson (DP) é uma doença crônica e progressiva do

sistema nervoso que ocorre devido a degeneração dos neurônios

dopaminérgicos ocasionando a diminuição da dopamina. É caracterizada por

rigidez, bradicinesia, instabilidade postural e tremor.

A rigidez muscular é um dos principais sintomas que leva a

incapacidade do paciente em realizar suas Atividades de vida diárias (AVD s),

podendo ocorrer alterações osteo-musculares, acarretando em um gasto de

energia maior, levando facilmente à fadiga.

Através do alongamento muscular, consegue-se o aumento da

Amplitude de Movimento (ADM) e da mobilidade tecidual, proporcionando um

possível relaxamento muscular e uma melhora da circulação sanguínea. Com a

técnica de relaxamento aplicado, irá ocorrer a diminuição da rigidez muscular,

promovendo ao paciente sensações de alívio de possíveis dores musculares.

Este trabalho teve como objetivo, elaborar um programa de exercícios

de alongamento e técnica de relaxamento muscular, para propiciar o retardo do

aparecimento e da progressão da rigidez muscular.

A pesquisa se baseou no seguinte questionamento: um programa de

exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular contribuiria para

prevenção das possíveis complicações osteo-musculares provocada pela

rigidez da DP?

Em resposta a este problema, levantou-se a hipótese que fundamentou

o trabalho: através de um programa de exercícios de alongamento e técnica de

relaxamento muscular, o portador da DP terá maior qualidade de vida, pois

com uma rotina diária desse programa ocorrerá um retardo do aparecimento e

da progressão da rigidez muscular, prevenindo possíveis complicações osteo-

musculares favorecendo menor gasto de energia e uma atividade de vida diária

mais independente por mais tempo de vida.

Para comprovar a veracidade dessa hipótese, foi realizado um estudo de

caso que será detalhado no capítulo IV.

O trabalho apresenta a seguinte divisão:

Capítulo I Descrição da DP.

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13

Capítulo II

Descreve as características da rigidez muscular,

enfatizando a rigidez da DP.

Capítulo III

Descreve o programa de exercícios de alongamento e

técnica de relaxamento muscular para rigidez da DP.

Capítulo IV

Demonstração dos resultados obtidos após a

implementação do programa proposto.

A finalização do trabalho se dá com a proposta de intervenção e

conclusão.

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14

CAPÍTULO I

DOENÇA DE PARKINSON

1 DEFINIÇÃO

A Doença de Parkinson (DP), foi descrita por James Parkinson em 1817.

Inicialmente chamada de paralisia com tremor , é uma doença crônica e

progressiva do sistema nervoso, onde ocorre um distúrbio no gânglio da base,

resultando em alterações no tônus muscular, na postura e nos movimentos.

Tem como principais manifestações clínicas: a rigidez, tremor, bradicinesia e

instabilidade postural, podendo surgir comprometimentos secundários como:

fadiga, pobreza de movimentos, marcha festinada e outros que serão citados

ainda neste capítulo. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004)

1.1 Epidemiologia

Cerca de 80% dos casos de parkinsonismo é constituída por DP. O

início da doença ocorre em média aos 55 anos em ambos os sexos, ocorrendo

uma grande variação na faixa etária, dos 20 aos 80 anos. Quando o início

ocorre abaixo dos 20 anos é chamado de parkinsonismo juvenil, com uma

fisiopatologia diferente da DP normalmente hereditária ou decorrente da

doença de Huntington ou de Wilson. (ROWLAND, 1997).

Segundo O´Sullivan; Schimitz (2004), a patologia afeta ambos os sexos,

com maior predominância no sexo masculino e se torna cada vez mais comum

com o avanço da idade, tendo na maioria dos casos a idade entre 50 a 79

anos.

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15

A incidência aumenta com a idade avançada, e estima-se que um em

cada três adultos acima dos 85 anos, terá essa doença . (UMPHERD, 2004, p.

705)

1.2 Etiologia

Estudos têm confirmado que o histórico familiar da DPI está fortemente associado com doença, e sua freqüência crescente entre os parentescos de paciente do DPI pode dever-se a fatores genéticos ou ambientais. (DELISA, 2002, p.1092)

A DP afeta 78% dos pacientes, sendo a sua causa desconhecida. É

subdividida em dois grupos: em um grupo os pacientes que apresentam

distúrbios da marcha e instabilidade postural como sintomas predominantes e

no outro grupo, o tremor é a característica mais acentuada. (O´SULLIVAN;

SCHIMITZ, 2004)

Muitos pesquisadores concordam que a etiologia é uma interação da

exposição tóxica, da genética e da idade . (UMPHERD, 2004, p. 706)

Segundo Meneses; Teive (2003), existem duas hipóteses principais que

são: os fatores genéticos e os fatores tóxicos ambientais. A predisposição

genética, ocorre em cerca de 20% dos pacientes com DP que possuem um

parente de 1º grau portador da doença. Já os fatores tóxicos ambientais são

devido a exposição a produtos químicos, sendo assim de maior risco, os países

industrializados. O estudo desse fator se torna extremamente difícil, devido a

grande variedade de produtos químicos.

1.3 Classificação

As principais síndromes Parkinsonianas estão divididas em: Idiopática,

Sintomática e Parkinson-Plus:

a) Parkinsonismo Idiopático: a etiologia é desconhecida; esta é a DP

verdadeira, e mais comum em pessoas idosas.

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16

b) Parkinsonismo Sintomático:

- Parkinsonismo pós-infeccioso: segundo a teoria, é causado por uma

encefalite viral. No início do século XX, ocorreu uma grande epidemia

de gripe de encefalite letárgica e, após esse fato começou a surgir

vários sintomas de parkinsonismo. Daí se constatou que um vírus

estaria atacando o cérebro lentamente. Além dos sintomas da DP, o

paciente tinha mudança de comportamento e desvios oculares.

- Parkinsonismo tóxico: o sintoma deste tipo, aparece em pessoas

expostas a venenos industriais e produtos químicos. O risco maior se

dá com os mineradores que ficam em contato constante com o

manganês.

- Parkinsonismo farmacológico: altas doses de certas drogas, como

antidepressivos, podem causar sintomas de parkinsonismo. Porém,

não são permanentes e desaparecem após a interrupção do uso da

droga.

c) Síndrome Parkinson-Plus

- Degeneração cortical ganglionar basal: é uma condição que afeta

pequeno número de indivíduos, tendo início insidioso e tipicamente

unilateral, disseminando lentamente para ambos os lados do corpo.

Ocorre rigidez acentuada, marcha deficiente, perda sensorial cortical,

tremor a ação, e não apresenta melhora com medicamentos anti-

Parkinson.

1.4 Fisiopatologia

Os núcleos da base (NB) são uma coleção de massas nucleares de substância cinzenta interligadas, localizadas profundamente no cérebro. Considera-se atualmente que sejam compostos do caudado e do putamen (coletivamente denominados striatum) mais o globo pálido, núcleo subtalâmico e substância negra. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004, p.749)

Os núcleos da base são importantes na produção dos movimentos

voluntários e controle dos ajustes posturais, associados a esses movimentos.

As informações dentro dos núcleos da base são moduladas a partir do córtex

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cerebral, através de circuitos que são divididos em: via direta, facilitando o fluxo

de sinais do tálamo ativando alguns movimentos; e a via indireta que inibe o

fluxo de informações e suprime outros movimentos. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ,

2004)

Nos pacientes com DP, ocorre uma despigmentação da substância

negra devido a diminuição da dopamina, ocorrendo uma alteração nas vias

direta e indireta dos gânglios basais, levando a uma diminuição do estímulo

talâmico excitatório para o córtex, e a uma diminuição no limite inibidor; e

quando este atinge níveis muito baixos, ocorrem os sinais e sintomas da

patologia. (UMPHRED, 2004)

A maioria da dopamina do cérebro é contida na substância negra e no

corpo estriado, sendo esta, um neurotransmissor que transmite, através das

sinapses, impulso de um neurônio para outro. Na DP, há redução significativa

da concentração de dopamina na sinapse e isso vai resultar na degeneração

dos neurônios. (STOKES, 2000)

1.5 Fases da Doença

Com base na escala da classificação da Incapacidade de Hoehn e

Yarhr; a doença tem vários estágios, que podem ser subdivididos em:

a) Estágio I: o paciente quase não apresenta dependência, e se

apresentar é unilateral.

b) Estágio II: tem leve comprometimento bilateral e o equilíbrio

encontra-se normal.

c) Estágio III: já apresenta certa instabilidade em alguns movimentos,

como por exemplo, ao se levantar da cadeira; os reflexos de

endireitamento estão comprometidos. O paciente ainda é

independente porém, com certas limitações.

d) Estágio IV: os sintomas da patologia já estão gravemente presentes

e o paciente começa a necessitar de ajuda ou apoio para se levantar

e deambular.

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18

e) Estágio V: paciente não consegue mais deambular, mesmo com

apoio, ficando na cadeira de rodas ou no leito.

1.6 Manifestações Clínicas

Alguns sintomas iniciais são clássicos da DP, são eles: rigidez, tremor,

bradicinesia e instabilidade postural. No início, podem ser difíceis de serem

percebidos, pois podem ser confundidos com os sintomas do envelhecimento.

Esses sintomas, normalmente começam de um lado do corpo e a

evolução é variável, dependendo de paciente para paciente.

1.6.1 Rigidez Muscular

Segundo O´Sullivan; Schimitz (2004), a rigidez é uma resistência ao

movimento passivo que não depende da velocidade. Os pacientes

normalmente relatam peso/dureza na hora de realizar os movimentos. São

encontrados dois tipos de rigidez: a em roda denteada que é uma resistência

brusca ao movimento e a em cano de chumbo que é uma resistência

constante ao movimento passivo.

A rigidez é facilmente percebida pela diminuição do balanço passivo

das extremidades e pode ser notada tanto na musculatura axial quanto nos

membros. (PRADO; RAMOS; VALLE, 2005, p. 1077)

A rigidez aumenta com a tensão nervosa e em ambientes frios,

apresenta inicialmente nos músculos dos ombros e pescoço, e com o avançar

da doença nos músculos da face e nos membros superiores e inferiores.

A rigidez contribui significativamente na escassez de movimentos, sendo

esta assimétrica e unilateral. (STOKES, 2000)

Um aspecto importante da rigidez é que ela pode aumentar o gasto de energia. Isso aumentaria a percepção de esforço no movimento do

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paciente e poderia estar relacionado aos sentimentos de fadiga, principalmente após os exercícios. (UMPHRED,2004,p.707)

1.6.2 Tremor

É uma oscilação involuntária de uma parte do corpo com ritmo regular

de 4 a 7 pulsações por segundo. Está presente nos pacientes em repouso e,

desaparece ou diminui com os movimentos involuntários, e desaparece

totalmente no sono. (UMPHRED, 2004)

Nos estágios iniciais, normalmente é unilateral, leve e em curtos

períodos, enquanto que nos estágios avançados são graves podendo interferir

nas AVD s desses pacientes.

Segundo O´Sullivan; Schimitz (2004), este é o sintoma inicial em 50%

dos pacientes se manifesta com tremor de movimentos circulares do indicador

e polegar da mão. Esses tremores podem também ser percebidos nos pés,

mandíbulas, língua e lábios.

1.6.3 Bradicinesia

A bradicinesia se define como um distúrbio na relação amplitude-velocidade e indica que os movimentos, envolvendo grandes amplitudes, são realizados em velocidades anormalmente baixas. Assim o movimento passa a ser descontínuo, com vários movimentos segmentados e de pequenas amplitudes. (SANDE; ALMEIDA, 2003, p.48)

Esta é uma das principais características que diferencia o parkinsonismo

das outras síndromes. É caracterizada como sendo uma pobreza geral da

movimentação, com os pacientes apresentando grande dificuldade para iniciar

o movimento, levando assim à dependência em suas tarefas. (MENESES;

TEIVE, 2003)

A rigidez e a depressão influenciam neste sintoma, porém, não é a

causa deste sintoma. (UMPHRED, 2004)

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1.6.4 Instabilidade Postural

Segundo O´Sullivan; Schimitz (2004), a instabilidade postural se torna

cada vez mais grave com o avançar da doença. Existem vários fatores que

contribuem para esse agravante, tais como: rigidez, perda da ADM, fraqueza e

diminuição do torque muscular. Com todas essas mudanças, o paciente acaba

adotando um padrão anormal, com o corpo rígido, perdendo a capacidade de

recuperar o equilíbrio.

A postura se torna curvada e os pacientes apresentam dificuldade

crescente em manter a postura quando empurrado subitamente para frente

como para trás . (PERKIN, 1998, p.144)

1.7 Comprometimentos Secundários e Complicações

1.7.1 Fala

O paciente com DP apresenta uma redução no volume da voz, ritmo

descontrolado, dificuldade de iniciar a fala, e em casos mais avançados podem

falar suspirando ou nem falar. Com todas as dificuldades da fala, dificulta a

compreensão, o que faz com que esses pacientes se isolem cada vez mais.

As dificuldades da fala também são resultados da rigidez e

bradicinesia.

(O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2003, p.754)

1.7.2 Face

A expressão facial é descrita como face em máscara, com piscar

infrequente e falta de expressão. (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 1993, p.754)

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Segundo Sanvito (2005), os pacientes apresentam características que

propicia a máscara parkinsoniana, onde temos face inexpressiva, fixidez do

olhar e diminuição ou abolição da mímica.

1.7.3 Sialorréia

Nesses pacientes ocorre a diminuição dos reflexos de deglutição da

saliva, propiciando assim, maior acúmulo na cavidade oral, ocorrendo perda

excessiva de saliva pelo canto da boca.

1.7.4 Escrita

A caligrafia apresenta alteração progressiva, sendo no início próxima do

normal e tornando-se cada vez menor, trêmula e de difícil entendimento, até o

dia em que o paciente perde a capacidade de escrever.

1.7.5 Depressão

Este é um distúrbio neuropsiquiátrico mais comum da DP, onde os

pacientes perdem a iniciativa, tem baixa auto-estima, alto nível de ansiedade,

tristeza, irritabilidade e apresenta-se com maior freqüência no sexo feminino.

(MENESES; TEIVE, 2003)

Segundo Mantovani (2007), muitas vezes a depressão é um dos

primeiros sintomas da DP, tendo como causa distúrbios bioquímicos,

manifestando-se com apatia, tristeza, perda de iniciativa e falta de motivação.

1.7.6 Fadiga

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A fadiga é o sintoma mais comum nesses pacientes, sendo claramente

percebida com a progressão das atividades. No início, começa com vigor e vai

se tornando cada vez mais lento, diminuindo ainda mais com o estresse

mental. O tratamento com L-dopa causa uma melhora significativa no inicio,

mas com o passar do tempo, o paciente volta a relatar fadiga. (O´SULLIVAN;

SCHIMITZ, 2004).

1.7.7 Dores

Segundo Meneses; Teive (2003), os pacientes relatam dores intensas

musculares e articulares, podendo ser difusa ou localizada, sendo muito

acentuada quando a levodopa não está agindo. E, quando a medicação faz

efeito a dor começa a minimizar.

A dor é uma queixa freqüente e normalmente os pacientes procuram a

fisioterapia para tratar o ombro, cervicalgias e lombalgias e estas só melhoram

com o tratamento correto da DP. (DOWNIE, 1988)

O paciente pode relatar dores surdas em um dos ombros, sendo este

um sintoma inicial da doença. (ROWLAND, 1997).

Estes pacientes podem apresentar dores mal localizadas, sendo elas,

leves e semelhantes a sensação da cãibra. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004).

1.7.8 Alterações na Marcha

Estes pacientes acabam adotando quando em pé, uma postura em

flexão tornando-se rígidos; quando caminham, inclinam o tronco para frente

deixando os braços imóveis ao lado do corpo. Têm a marcha com passos

curtos, e quando encontram um obstáculo em sua frente, podem cessar

involuntariamente. A marcha característica dessa patologia é a festinação,

onde o paciente tem passos rápidos propiciando maiores riscos de tombos

quando não apoiados. (ROWLAND, 1997)

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Os pacientes apresentam a marcha em bloco, com pequenos passos e

sem os movimentos associados dos braços. Em fases mais avançadas, os

passos podem se tornar cada vez mais rápidos, propiciando quedas. Existem

dois fenômenos característicos da patologia: a marcha festinada e o

congelamento (freezing). A marcha festinada é caracterizada por um início de

marcha com passos curtos e rápidos, quase sem sair do lugar, posteriormente

aumentando a amplitude do passo; e o fenômeno do congelamento é devido a

grande dificuldade que o paciente tem para iniciar a marcha, como se os pés

estivessem colados no chão. (MENESES; TEIVE, 2003)

1.7.9 Disfunção Respiratória

Os distúrbios respiratórios podem ser explicados através das várias

alterações que ocorrem nesses indivíduos com DP, tais como: perda da

flexibilidade da musculatura respiratória, alterações posturais, envolvimento

das vias aéreas superiores e alteração na ativação e coordenação muscular. A

pneumonia aspirativa é um dos relatos mais freqüentes, sendo uma das

principais causas de morte na DP. Esses pacientes, normalmente, não

percebem os sintomas devido a vida sedentária, não tendo assim as

manifestações dessa disfunção. (GOULART et. al, 2003)

A complicação mais séria da DP é a broncopneumonia. A atividade diminuída em geral, junto a expansão reduzida do tórax, podem ser fatores contribuintes. A média de mortalidade é maior do que na população em geral, e a morte geralmente ocorre devido a pneumonia. (UMPHRED, 2004, p.709)

1.7.10 Distúrbio do Sono

As queixas mais freqüentes em relação ao sono dos pacientes com DP

são: dificuldade para iniciar o sono, sono interrompido, aumento da sonolência

diurna, entre outras. Segundo Meneses; Teive (2003), isso se deve a diversos

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fatores como: depressão, ansiedade, dor e também devido à medicação, pois o

mesmo relata ser mais comum problemas com sono em pacientes tratados do

que nos não tratados.

1.8 Diagnóstico

A DP, apesar do enorme desenvolvimento em pesquisas nos últimos

anos, ainda não possui um marcador biológico que possa ajudar no

diagnóstico, sendo o exame clínico do paciente essencial. Existem também os

exames de neuro-imagens que ajudam a descartar outras síndromes, tais

como: a tomografia computadorizada que apresenta tanto na DP como nas

síndromes Parkinson-Plus a atrofia generalizada do encéfalo, sendo que a

atrofia cortical e central é mais comum nos pacientes com DP. Já na

ressonância magnética, os achados estão relacionados a atrofia e aos

depósitos anormais de ferro no tecido cerebral, já que este método permite

visualizar a própria substância negra. (MENESES; TEIVE, 2003)

O diagnóstico é realizado através da história e do exame físico,

analisando todos os sintomas relatados pelo paciente, podendo ser feito com

dois dos quatro sinais cardeais presentes. Os testes de neuro imagens têm

como resultados normais. Um fator importante é excluir as síndromes

Parkinson-Plus, tendo esta, sinais extra piramidais, simétricos, bilaterais e não

respondem a L-dopa. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004).

Segundo Ferraz; Borges (2002), algumas peculiaridades podem ajudar

no diagnóstico da DP e excluindo assim as síndromes Parkinsonianas. Alguns

desses sintomas são: aumento da oleosidade da pele e do couro cabeludo,

depressão psíquica, a presença de reflexo glabelar inesgotável. Estes sinais

são encontrados frequentemente na D.P.

1.9 Tratamento

1.9.1 Tratamento Farmacológico

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Este tratamento pode ser dividido em duas fases: no início a fase

protetora, e a fase do tratamento sintomático no meio e no fim. No início,

costuma-se utilizar um inibidor da monamina oxidase-B (MAO-B), como por

exemplo, o NIAR. Este tratamento retarda o inicio do tratamento com L-dopa,

tornando mais lenta a progressão da doença, não tem muitos efeitos colaterais,

porém tem um alto custo. A reposição de dopamina nos pacientes com DP é

fundamental, pois esta, aumenta os níveis de dopamina nos núcleos da base e

tem que ser ingerida em altas doses, pois 99% é metabolizada antes de chegar

ao cérebro, podendo assim ter vários efeitos colaterais. Para auxiliar

normalmente é ingerida com carbiodopa; durante o início do tratamento o

paciente relata uma melhora significativa, mas a longo prazo resulta em uma

deteriorização da efetividade terapêutica geral da droga. Nesta fase pode

ocorrer períodos de off ou também flutuações no desempenho motor on-off

(ocorre em 50% dos pacientes com dois anos de medicação). Os pacientes em

casos avançados, com acentuado declínio da L-dopa, podem utilizar drogas

agonistas da dopamina, pois estas melhoram a função dos receptores da

dopamina tendo uma efetividade prolongada. (O´SULLIVAN; SCHIMITZ, 2004).

1.9.2 Tratamento Cirúrgico

Segundo Ferraz; Borges (2002), nos pacientes com graves

complicações motoras, que já foi realizado o tratamento medicamentoso sem

sucesso, existem técnicas cirúrgicas que vem sendo muito utilizadas. Entre

elas a talamotomia, que é mais utilizada em pacientes com insucesso no

tratamento medicamentoso, com grande presença de tremores unilaterais e

assimétricos; e a palidotomia, que é realizada em pacientes com complicadas

flutuações e discinesia. Nesses dois tipos de cirurgia, nota-se a melhora logo

após o procedimento e tem duração de dois anos. Há também, a estimulação

elétrica onde, através de uma cirurgia lesiva, é implantado um eletrodo nos

núcleos da base, com grande efetividade quando há presença de tremor na

mão dominante.

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1.9.3 Reabilitação

A reabilitação requer uma equipe (médicos, fisioterapêutas,

nutricionistas, psicólogos), trabalhando juntos, para propiciar uma melhora na

qualidade de vida destes pacientes. Onde a participação familiar é peça

fundamental para o alcance de bons resultados, tendo como objetivo, obter

uma vida dentro dos padrões da normalidade, buscando sempre a maior

independência em suas AVD s.

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CAPÍTULO II

RIGIDEZ MUSCULAR

2 ANATOMIA MUSCULAR

Existem três tipos de tecido muscular: o cardíaco, o liso e o esquelético.

Apenas o músculo esquelético é de essencial importância no sistema articular

ao se analisar o movimento humano.

As fibras musculares são agrupadas por uma rede de tecidos conjuntivo

e colagenoso de três níveis. O endomísio cerca as fibras musculares

individualmente; o perimísio une feixe de fibras formando fascículos e o

epimísio envolve totalmente o músculo. (ENOKA, 2000).

São encontrados dois tipos de elementos no músculo esquelético: o

tecido muscular que é contrátil e o tecido conjuntivo que não possui

contratilidade. (NORKIN; LEVANGIE, 2001).

O músculo é composto de milhares de fibras musculares, sendo cada

fibra uma célula única que é revestida por uma membrana celular denominada

sarcolema. As fibras estão agrupadas em conjunto, nomeadas de fascículos e

possui também, um citoplasma chamado de sarcoplasma. Esse é composto de

miofibrilas que possuem a função de contratilidade da fibra muscular. As

miofibrilas são compostas de finos filamentos chamados de miofilamentos e

estes são compostos pela proteína actina e pela proteína miosina. (NORKIN;

LEVANGIE, 2001)

Uma miofibrila é composta por aproximadamente1500 filamentos de

miosina e 3000 filamentos de actina responsáveis pela contração muscular.

(GUYTON; HALL, 2002)

2.1 Fisiologia Muscular

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Através de um nervo motor, há um potencial de ação conduzido em

direção às terminações nervosas das fibras musculares. Nessas terminações, o

nervo secreta acetilcolina, que por sua vez atua em áreas localizadas da

membrana da fibra muscular, abrindo os canais regulados pela acetilcolina.

Com a abertura desses canais, íons sódio começam a fluir para o interior da

membrana, desencadeando um potencial de ação na fibra muscular. Esse

potencial de ação percorre toda a membrana da fibra muscular, despolarizando

a membrana muscular, sendo que uma parte desse potencial se propaga para

o interior da fibra muscular, que por sua vez faz com que o retículo libere

grande quantidade de íons cálcio para dentro do retículo. O cálcio gera atração

entre os filamentos de actina e miosina, ocorrendo um deslizamento entre eles,

constituindo a contração muscular. Após a contração, os íons cálcio voltam

para o retículo sarcoplasmático através da bomba de cálcio, onde permanecerá

armazenado até um novo potencial de ação chegar. Isso se caracteriza o fim

da contração muscular. (GUYTON; HALL, 2002)

O mecanismo de contração necessita de energia para que esse

trabalho seja realizado. Esta energia é oriunda do ATP (adenosinatrifosfato)

que é a nossa moeda corrente fisiológica. (FERNANDES; et al, 2002 p. 31)

Fonte: GUYTON; HALL, 2002, p.64 Figura 1. Músculo Esquelético

Componentes da estrutura do músculo estriado esquelético:

Macroestruturas (grupo muscular, fascículo muscular e fibra muscular);

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microestruturas miofibrilas (complexo de filamentos de actina e miosina

formada pela banda H, disco Z, banda A e banda I).

2.2 Definição

A rigidez é uma alteração do tônus muscular, ocasionando um aumento

da resistência na mobilização passiva. A rigidez pode ser do tipo cano de

chumbo, em que a resistência é constante e sem alterações na amplitude de

movimento do membro, como também pode ser do tipo roda denteada, a qual à

medida que o membro é movido de forma passiva, a resistência não é

uniforme, ocorrendo períodos de relaxamento do músculo, justificando o nome

roda denteada. (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2004)

2.3 Causas de Rigidez

Lesões corticoespinhais podem levar a rigidez de decorticação, que se

caracteriza com a contração mantida do tronco e dos membros inferiores em

extensão, e com os membros superiores em flexão. A rigidez de descerebração

se caracteriza com a contração mantida do tronco e dos membros em uma

extensão completa. A decorticação indica lesão no trato corticoespinhal, no

nível do diencéfalo; já a descerebração acomete uma área do tronco

encefálico.

Lesões dos núcleos da base podem provocar rigidez que ao movimento

passivo provoca resistência, englobando músculos agonistas e antagonistas. A

rigidez observada na Doença de Parkinson provém de lesões do sistema

dopaminérgico nigroestrial dos gânglios basais.

2.4 Rigidez na Doença de Parkinson

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30

Segundo Meneses; Teive (2003), a fisiopatologia da rigidez ainda não é

conhecida, tendo algumas hipóteses ainda em estudo. Uma das principais

hipóteses é devido a hiporeatividade do núcleo gigantocelular, causado por

uma disfunção do núcleo pendúculo-pontino, que provoca assim uma disfunção

nos interneurônios da medula espinhal, levando ao aparecimento da rigidez

muscular.

A rigidez dos parkinsonianos é classificada em: plástica ou cérea, sendo

diferente das que ocorre devido às lesões do sistema piramidal que é

classificada como hipertonia elástica. A rigidez parkinsoniana acomete o

segmento afetando toda a musculatura, podendo ser do hemicorpo ou ambos

os lados. (MENESES; TEIVE, 2003)

Na DP, os reflexos de estiramento estão normais, mas os reflexos de

latência longa estão aumentados. A rigidez se manifesta independente do

movimento, amplitude ou da velocidade do movimento. Se manifesta de forma

desigual, afetando primeiramente músculos proximais (músculos dos ombros e

pescoço), e na sua progressão, acomete músculos da face e dos membros

superiores e inferiores,. Essa rigidez pode acometer primeiro qualquer

hemicorpo, progredindo até acometer todo o corpo, e surge nos estados mais

avançados, mas ao se manifestar uma vez passa a ser constante.

Com a progressão da doença, a rigidez se agrava, diminuindo a função

dos pacientes de se moverem com certa facilidade. A perda do balanço dos

membros superiores durante a marcha e a dificuldade dos pacientes realizarem

suas atividades de vida diária, está intimamente relacionada com o aumento da

rigidez do tronco. O estado emocional dos pacientes tem grande influência no

aumento da rigidez presente, podendo levar a uma diminuição da amplitude de

movimento e outras complicações como contraturas, deformidades posturais e

provoca um aumento considerável no gastos de energia em repouso e nos

níveis de fadiga.

O tratamento farmacológico da DP é feito por algumas drogas, mas

apenas a levodopa, que tem a função de substituir a dopamina, tem a

capacidade de demostrar melhora na rigidez e na hipocinesia em 80% dos

casos, sendo que cerca de 20% dos pacientes têm sua função motora quase

restaurada ao normal, tudo isso no começo do tratamento. Com o passar do

tempo os efeitos diminuem gradualmente. (RANG; DALE; RITTER, 2001)

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31

2.5 Escala Unificada

Para avaliar rigidez muscular tem-se a Escala Estimativa Unificada para

Parkinsonismo versão 3.0 fevereiro de 1987, onde é realizada a movimentação

passiva das principais articulações com o paciente sentado e relaxado, e o

sinal da roda dentada é ignorado (O´SULLIVAN; SCHMITZ, 2004)

A escala gradua a rigidez da seguinte maneira:

0 = Ausente

1 = Leve ou detectável apenas quando ativada por movimentos

contralaterais ou outros movimentos.

2 = Leve a moderada

3 = Acentuada, porém se obtém facilmente a amplitude de movimento

completa.

4 = Grave, amplitude de movimento alcançada com dificuldade.

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CAPÍTULO III

PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DE ALONGAMENTO E TÉCNICA DE

RELAXAMENTO MUSCULAR PARA A RIGIDEZ DA DOENÇA DE

PARKINSON

3 INTRODUÇÃO

Este programa de exercícios de alongamento e técnica de relaxamento

muscular foi elaborado devido a importância de se poder retardar o

aparecimento, amenizar e tentar desacelerar a progressão da rigidez muscular

dos pacientes com DP, por ser um dos sintomas da doença com risco de

ocasionar perda da função motora, comprometendo assim, suas

independências nas AVD s, como também no sistema pulmonar, interferindo

em todo o processo respiratório.

3.1 Definição de Alongamento

Alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles e subseqüentes melhora a ADM por meio de alongamento (aumento do comprimento) de estruturas que tiveram encurtamento adaptativo e tornaram-se hipomóveis com o tempo. (KISNER, 2005, p.172)

Os exercícios de alongamento propiciam vários benefícios, como:

aumenta o relaxamento muscular e melhora a circulação sanguínea; libera a

rigidez e possibilita melhorar a simetria muscular; evita ou elimina problemas

posturais que alteram o centro de gravidade. (ACHOUR JUNIOR, 2002).

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33

3.1.1 Características do Alongamento

Para esse programa foi utilizado alongamentos manuais passivos do tipo

estático, que segundo o Kisner (2005), refere-se ao método no qual os tecidos

moles são alongados além da resistência do tecido, sendo mantidos por um

período de tempo, através de uma força de alongamento.

O alongamento manual costuma empregar um alongamento suave e

controlado, no final da amplitude, aplicado de modo estático e progressivo, é

mantido por 30 a 60 segundos. (KISNER, 2005, p.187)

Foi empregado uma velocidade de alongamento lenta, a fim de

assegurar o relaxamento muscular, mantido num período de 30 segundos, com

sessões de freqüência de 2 a 3 vezes por semana, com duração de 40

minutos, sendo reservado para exercícios de alongamento, em média, de 15

minutos.

3.2 Alongamento de membro superior

Estes foram realizados com o paciente em decúbito dorsal.

3.2.1 Flexão de Ombro

Os músculos responsáveis por este movimento são: peitoral maior,

bíceps braquial, coracobraquial e deltóide.

Realiza-se com uma mão estabilizando a escápula e a outra distal ao

úmero. Faz-se a flexão completa de ombro (dentro do limite do paciente), para

alongar os extensores do mesmo.

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34

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 2. Alongamento de extensores de ombro

3.2.2 Abdução de Ombro

O supra-espinhal e o deltóide que responsáveis por este movimento.

Realiza-se com o cotovelo do paciente em 90º, e o terapeuta com uma

mão segura a parte distal do úmero e a outra estabiliza a borda axilar da

escápula, movendo-se assim até atingir a abdução completa, alongando

adutores do ombro.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 3. Alongamento de adutores do ombro

3.2.3 Adução do Ombro

Os músculos que realizam este movimento são: peitoral maior, redondo

maior, latíssimo de dorso e coracobraquial.

Realiza-se o alongamento com o ombro fletido em 90º e extensão de

cotovelo, faz-se a adução com o terapeuta estabilizando o ombro e com a outra

mão na extremidade distal do úmero, alongando assim os abdutores do ombro.

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35

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 4. Alongamento de abdutores de ombro

3.2.4 Rotação Interna do Ombro

Os principais músculos que realizam este movimento são: deltóide,

redondo maior e sub-escapular.

Inicia com abdução do ombro (45 a 90º), e com o cotovelo a 90º. Com

uma mão o terapeuta segura no antebraço do paciente e com a outra estabiliza

o cotovelo. Realiza a rotação interna para alongar rotadores externos do

ombro.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 5. Alongamento de rotadores externos de ombro

3.2.5 Rotação Externa do Ombro

Os músculos que realizam este movimento são: deltóide, redondo menor

e infra-espinhal.

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36

Realiza-se a abdução do ombro (45 a 90º), com o cúbito a 90º. O

terapeuta segura na parte média do antebraço e com a outra mão apóia no

ombro (o próprio divã estabiliza a escápula), rodando externamente o

antebraço alongará completamente os rotadores internos.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 6. Alongamento de rotadores internos do ombro

3.2.6 Flexão de Cotovelo

Os músculos responsáveis por este movimento são: bíceps braquial,

braquiorradial, braquial e pronador redondo.

O terapeuta segura com uma mão próxima ao punho e com a outra

estabiliza o úmero. Realiza a flexão do cotovelo ocorrendo assim o

alongamento dos extensores do cotovelo.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 7. Alongamento de extensores de cotovelo

3.2.7 Extensão do Cotovelo

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37

O tríceps braquial e o ancôneo são os principais músculos que realizam

este movimento.

O terapeuta segura o antebraço distalmente e estabiliza com a outra

mão a face anterior do úmero, realizando a extensão do cotovelo para alongar

os flexores do cotovelo.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 8. Alongamento de flexores de cotovelo

3.2.8 Flexão do Punho

Os músculos principais que realizam este movimento são: palmar longo,

flexor radial do carpo e flexor ulnar do carpo.

Com o antebraço do paciente em pronação, cotovelo em extensão, o

terapeuta estabiliza o antebraço e segura na face dorsal da mão do paciente,

realizando a flexão do punho e assim alonga extensores do punho e dos

dedos.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 9. Alongamento de extensores de punho

3.2.9 Extensão do Punho

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38

Os principais músculos que realizam este movimento são dois: o

extensor radial longo do carpo e o extensor ulnar do carpo.

Paciente com o braço em pronação; terapeuta segura na face palmar da

mão do paciente e com a outra mão estabiliza o antebraço. Realiza a extensão

do punho e alongam-se assim os flexores de punho e dos dedos.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 10. Alongamento de flexores de punho

3.3 Alongamento de membro inferior

Foram realizados com o paciente em decúbito dorsal.

3.3.1 Flexão de Quadril com Joelho estendido

Os principais músculos que realizam este movimento são: reto femoral,

psoas maior, psoas menor, ilíaco e sartório.

O paciente com o joelho estendido, apóia a perna no antebraço ou no

ombro do terapeuta que com a outra mão estabiliza o membro oposto na face

anterior da coxa. Realiza a flexão de quadril, pois assim estará alongando

todos os músculos posteriores da coxa.

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39

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 11. Alongamento dos músculos posteriores da coxa

3.3.2 Flexão de Quadril com o Joelho flexionado

Os principais músculos que fazem este movimento são: reto femoral,

psoas maior, psoas menor, ilíaco e sartório.

Realiza-se com o paciente com joelho e quadril fletidos; terapeuta move

o joelho do paciente em flexão completa para alongar principalmente glúteo

máximo.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 12. Alongamento de posteriores da coxa principalmente glúteo máximo

3.3.3 Abdução de Quadril

Os principais músculos que realizam este movimento são: glúteo

máximo, glúteo médio, glúteo mínimo e tensor da fáscia lata.

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40

Terapeuta com uma das mãos apóia na perna, mantendo o joelho em

extensão, com a outra, estabiliza o membro oposto; realizando a abdução do

quadril, alongando assim todos os adutores do quadril.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 13. Alongamento de adutores de quadril.

3.3.4 Adução do Quadril

Os músculos principais que realizam este movimento são: adutor longo,

adutor curto, adutor magno, pectíneo e grácil.

Paciente com o joelho em flexão, e com o pé apoiado na face lateral do

joelho oposto; terapeuta estabiliza a pelve do membro alongado e com a outra

mão realiza a adução do quadril, alongando assim todos os abdutores do

quadril.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 14. Alongamento de abdutores de quadril

3.4 Flexão de Cadeia Posterior

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Os músculos principais que realizam este movimento são:

esternocleidomastoide, escaleno anterior, reto anterior da cabeça, longo da

cabeça, longo do pescoço, reto do abdome, obliquo externo do abdome,

obliquo interno do abdome. Os músculos a serem alongados são: iliocostal do

lombo parte lombar e torácica, espinal do tórax, iliocostal do pescoço,

semiespinal do pescoço e da cabeça, espinal do pescoço e longuíssimo da

cabeça.

Paciente sentado, com os membros inferiores estendidos e com o

pescoço flexionado. O terapeuta realiza uma força empurrando à parte

posterior da caixa torácica em direção aos membros inferiores, fazendo com

que o paciente tente alcançar os pés com as mãos.

Fonte: elaborada pelos autores, 2007 Figura 15. Alongamento de cadeia posterior

3.5 Definição de Relaxamento

Segundo Contursi; Carvalho; Lacerda (1990), o relaxamento pode ser

definido como o ato de buscar o equilíbrio orgânico, que através de técnicas,

proporcionam ao individuo um estado de tranqüilidade e a diminuição da

contratura muscular.

O relaxamento pode ser geral e local. O geral refere-se ao estado de

todo o corpo, já o local, a parte específica do corpo. (DOMENICO; WOOD,

1998).

Existem vários métodos e técnicas de relaxamento. Neste programa,

utilizamos a técnica de deslizamento superficial.

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3.5.1 Deslizamento Superficial

Este é realizado com toda superfície palmar de uma ou ambas as mãos.

O alisamento superficial é lento e suave, mas suficientemente firme para que o paciente tome consciência da passagem da mão durante todo o movimento. Quando administrado desta forma, o alisamento é extremamente relaxante. (DOMENICO; WOOD, 1998, p.34)

O uso dessa técnica propicia ao paciente obter um relaxamento geral ou

local e um alívio do espasmo muscular, causando assim um alívio indireto da

dor.

3.5.2 Características do Relaxamento

Esta técnica foi realizada nos membros superiores e inferiores, tórax e

cervical.

Nos membros superiores iniciou-se com leve tracionamento dos dedos,

movimentos de abertura da mão de medial para lateral, mobilização de

metacarpos, massagens com movimentos circulares na palma da mão,

deslizamento superficial na direção punho-cotovelo, cotovelo-ombro e membro

inteiro, no tórax, realizou-se deslizamento sobre peitoral maior e intercostais,

na cervical, realizou-se na região do trapézio no sentido ombro-occipital e, nos

membros inferiores foi realizado deslizamento superficial na direção tornozelo-

joelho, joelho-quadril e membro inteiro.

O programa, inicio-se com exercícios de alongamento para preparar a

musculatura, e logo após, as técnicas de relaxamento que tiveram duração, em

média de 25 minutos, com freqüência de duas a três sessões por semana.

Em todos esses procedimentos foi utilizado óleo lubrificante para facilitar

os movimentos das mãos sobre os tecidos do corpo.

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CAPÍTULO IV

PESQUISA

4 INTRODUÇÃO

Para demonstrar que através de exercícios de alongamento e técnica de

relaxamento muscular ocorre a diminuição da rigidez muscular no paciente com

DP, foi realizado uma pesquisa de campo no Centro de Reabilitação Física

Dom Bosco, no setor de ortopedia, situado na rua 9 de julho, 1010, centro,

Lins-SP; e nos domicílios dos respectivos pacientes, no período de maio a

setembro de 2007.

4.1 Métodos

Estudo de caso:

Foi analisada a influência dos exercícios de alongamento e técnica de

relaxamento muscular no tratamento da rigidez muscular da DP. Onde

participaram do programa cinco pacientes, sendo todos com DP, de ambos os

sexos, com idade entre 73 e 81 anos.

4.2 Técnicas

a) Roteiro de Estudo de Estudo de Caso (APÊNDICE A)

b) Ficha de avaliação (APÊNDICE B)

c) Ficha de Avaliação de Satisfação do Tratamento (APÊNDICE C)

d) Roteiro de Entrevista para Fisioterapêutas (APÊNDICE D)

e) Roteiro de Entrevista para Médico (APÊNDICE E)

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f) Roteiro de Entrevista para Pacientes (APÊNDICE F)

g) Roteiro de Entrevista para Cuidador (APÊNDICE G)

h) Termo de Consentimento Livre e Informado (APÊNDICE H)

4.3 Apresentação dos Resultados

4.3.1 Paciente A

Paciente do sexo masculino, 75 anos de idade, aposentado. Realizou a

avaliação no dia 07/05/07. Relata que os sintomas da DP iniciou a dois anos,

quando começou a sentir dificuldades nos movimentos. Logo o médico

diagnosticou a doença e iniciou o tratamento medicamentoso. Paciente

apresenta-se em cadeira de rodas, pois fraturou o fêmur esquerdo a cinco

meses e o direito a oito meses. Relata grande dificuldade em levantar-se e em

sua residência deambula com andador, mas apresenta muito cansaço e dor.

Os movimentos de amplitude são realizados, porém lentamente. As trocas

posturais de lateral para sentado e de sentado para de pé, o paciente necessita

de ajuda. Apresenta leve rigidez nos membros superiores (MMSS) e moderada

nos membros inferiores (MMII). O mesmo iniciou as sessões no dia 08/05/07 e

encerrou no dia 28/06/07, realizando no total de 15 sessões. Na ficha de

avaliação diária, a sensação da rigidez na primeira sessão estava acentuada e

no término, ausente. Este apresentou algumas oscilações da sensação devido

ao estado emocional. Na sessão de número seis, relatou que após a sessão

sentia como se não tivesse mais a DP, na oitava, relatou melhora na hora de

fazer exercícios e mais facilidade na hora de respirar; paciente já na penúltima

sessão apresenta-se bem confiante, feliz e leve . Com base na escala de

avaliação da rigidez, no inicio teve grau 2 e no final 1.

4.3.2 Paciente B

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Paciente do sexo masculino, 73 anos de idade, aposentado. Realizou a

avaliação no dia 07/05/07. Relata ter iniciado com leves sintomas da DP há

onze anos quando perdeu o filho, mas que somente se agravou há três anos.

Faz tratamento medicamentoso, inclusive para a depressão, pois esta é bem

acentuada. Realiza todas as suas AVD s sem dificuldade, relatando apenas

muito incômodo e cansaço. Realiza as trocas posturais e os movimentos de

amplitude com normalidade, apresenta leve rigidez nos MMII e MMSS, tendo

apenas no punho direito uma rigidez moderada. Iniciou as sessões no dia

08/05/07 e encerrou no dia 28/06/07, realizando no total de vinte sessões. O

paciente apresentou melhora significativa e gradativa, tendo na primeira sessão

a sensação acentuada da rigidez e já na última, leve. Teve dias em que o

paciente apresentou leve aumento da sensação da rigidez devido ao frio ou por

estresse; com oito sessões o paciente já relatou melhora nas suas AVD s,

conseguindo realizar as tarefas mais facilmente. Na escala, o paciente

apresentou no inicio grau 2 e no final grau 1.

4.3.3 Paciente C

Paciente do sexo masculino, 76 anos de idade. Iniciou a avaliação no

dia 10/05/07. Relata que começou a sentir dificuldades nas suas AVD s apenas

com o membro superior esquerdo, mas procurou o médico e o mesmo relatou

que não era nenhuma patologia. Há quatro anos, os sintomas se agravaram e

outro especialista diagnosticou a doença. Faz tratamento medicamentoso para

a DP, diabétes e HAS. O lado esquerdo é mais acometido, apresentando

contraturas na mão e no pé. Tem dificuldade na deambulação e para se

equilibrar-se. Os movimentos de amplitude são levemente comprometidos e

realiza sozinho as trocas posturais, porém com certa dificuldade. A rigidez é

levemente do lado direito, porém no lado esquerdo, principalmente na

articulação do punho e tornozelo é acentuada. Iniciou as sessões no dia

14/05/07 e encerrou no dia 02/08/07, realizando no total de 18 sessões. Nas

duas primeiras sessões já relatou melhora, porém teve que ser interrompido,

pois ficou internado no hospital de Bauru, devido a uma reação alérgica de

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antibióticos, pois estava com erisipela. Quando retornou, apresentou grande

sensação de rigidez e relatou realizar os movimentos com grande dificuldade.

Ficou 2 sessões apenas realizando alongamento muscular, pois estava

proibido o uso de lubrificantes. Seguidamente, realizou relaxamento muscular

apresentando melhora gradativa e já na sessão de número 8 relata grande

leveza, realizando os movimentos mais facilmente. Na escala de avaliação no

início do tratamento apresentava grau 2 e no final 1.

4.3.4 Paciente D

Paciente do sexo masculino, 75 anos de idade, aposentado. Segundo

relato da esposa, a DP foi diagnosticada em Maio deste ano. Antes disso,

apenas tratava a doença de Alzheimer, há cerca de um ano sua esposa relata

que os medicamentos que lhe eram ministrados para doença de Alzheimer,

fizeram com que os sintomas da DP ficassem mais evidentes, comprometendo

de forma rápida a integridade física do paciente, fazendo com que ele

necessitasse de auxilio para todas as suas AVD s. Depois de diagnosticada a

DP, começou a ser ministrado o medicamento correto. Paciente confuso mas

colaborativo, necessitando de auxílio para todas as suas AVD s; apresenta

sialorréia, os joelhos permanecem sempre em semi-flexão, e apresenta marcha

festinada. Foram realizados 12 sessões em um período de seis semanas,

sendo que a primeira sessão foi realizada no dia 23/07/07, onde o paciente

relatou melhora na rigidez das mãos. No dia seguinte, antes mesmo de iniciar a

sessão, sua esposa relatou que suas pernas se flexionaram menos durante a

noite. Na sessão do dia 30/07/07, suas articulações estavam muitos rígidas,

talvez devido às baixas temperaturas durante o dia e à noite. Durante o

tratamento, o paciente relatou melhora na mobilidade em todas as sessões,

tendo dias em que ao se deitar para dormir seus joelhos ficaram menos fletidos

durante a noite (segundo o relato de sua esposa). As articulações dos

membros superiores, principalmente das mãos, sempre ganharam maior

mobilidade e leveza aos movimentos. A marcha do paciente também teve uma

melhora significativa, segundo a médica. Dessa maneira, em um âmbito geral,

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47

o paciente teve uma diminuição da rigidez após as sessões, levando a uma

maior mobilidade no seu dia a dia. Na escala de avaliação no início do

tratamento, apresentava grau 3 e no final 2.

4.3.5 Paciente E

Paciente do sexo feminino, 81 anos de idade. Segundo o relato de sua

filha, é portadora da DP a qual foi diagnosticada em fevereiro deste mesmo

ano. Faz uso de medicação, o que está acarretando algumas alterações

físicas. Paciente sofreu um Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEi) há

um ano, acometendo o hemi-corpo esquerdo. Encontra-se acamada,

necessitando de auxílio para suas AVD s. Pouco confusa nas suas respostas,

queixa-se de dor ao ser manipulada nos membros inferiores e, no membro

superior direito, apresenta úlcera de decúbito na região lombo sacra e na face

lateral do pé esquerdo, utiliza órtese na mão direita. Foram realizadas dez

sessões em um período de seis semanas; a primeira sessão foi realizada no

dia 24/07/07, onde a paciente relatou melhora significativa na rigidez das mãos.

As outras sessões transcorreram bem, mas sempre com a paciente muito

confusa. A paciente sempre estava colaborativa, sua cuidadora e sua filha

relataram melhora na mobilidade e na algia quando mobilizada. Durante este

período, a paciente conseguiu até se alimentar sozinha, devido a considerável

melhora da rigidez, possibilitando maior mobilidade. Na escala de avaliação no

início do tratamento apresentava grau 3 e no final 1.

4.4 Depoimento dos Profissionais

4.4.1 Fisioterapêutas

Foram entrevistados 14 fisioterapeutas, de ambos os sexos, diferentes

níveis de experiência e de áreas de atuação, no qual constatamos os seguintes

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dados: 85,7% dos entrevistados relataram que abdica da prática de

alongamentos e técnicas de relaxamento muscular para tratar a DP, sendo que

14,3% realizam cinesioterapia (mobilização passiva, exercícios ativos e ativos

assistidos).

Questionando os entrevistados se utilizavam alguma técnica para

retardar a progressão da rigidez muscular, foi constatado que 85,7% dos

entrevistados utilizam a mobilização passiva e os alongamentos para

retardarem a mesma. Outras técnicas, como acupuntura e liberação miofacial,

são aplicadas por uma minoria e, outros profissionais afirmam que é impossível

retardar a progressão da rigidez muscular na DP. Indagados como os

profissionais mensuram a rigidez muscular, apenas 42,8% utilizam a

mobilização passiva; o restante utiliza a limitação da ADM ou não sabem como

mensurar.

Sobre as técnicas de relaxamento utilizadas no tratamento da rigidez

muscular, 64,2% dos entrevistados utilizam facilitação neuro-muscular

proprioceptiva, massoterapia ou hidroterapia, os restantes não utilizam

nenhuma técnica de relaxamento no seu tratamento. A freqüência de

tratamento citada por 92,8% dos entrevistados, foi a de três vezes por semana,

os outros entrevistados acham que o paciente deve ser atendido diariamente.

Os exercícios realizados por 71,4% dos entrevistados são: alongamentos,

exercícios ativos, exercícios para treino de equilíbrio, coordenação motora e

exercícios respiratórios, os restantes dos entrevistados preferem primeiro

localizar em que fase da doença o paciente se encontra. Questionados em qual

sintoma da doença enfatizam, 50% dos entrevistados colocaram a rigidez

muscular em primeiro lugar, já os demais relatam enfatizar outros sintomas

como alterações posturais, na marcha e na fraqueza muscular. Questionados

sobre a importância de um programa de exercícios de alongamento e técnica

de relaxamento para tratar a rigidez muscular da DP, 85,7% dos entrevistados

acreditam na importância do programa, os demais profissionais não utilizam as

duas técnicas associadas.

Todos os profissionais relataram que as orientações aos familiares são

de fundamental importância, mas dependendo da cognição do paciente deve

ser orientado. Quando questionados em qual região do corpo o entrevistado

enfatiza o tratamento, 42,2% disseram que priorizam membros inferiores e

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tronco, devido ao sistema respiratório; já 53,8% relatam abordar todo o corpo,

de uma forma global. 50% dos entrevistados relatam que um dos principais

objetivos visados é a diminuição da rigidez muscular, os demais entrevistados

citaram outros objetivos como: melhorar o equilíbrio, coordenação, marcha e

evitar deformidades.

Quando questionados sobre o conhecimento de outros recursos

(protocolo) de exercícios de alongamento e relaxamento muscular para a DP,

78,5% dos entrevistados relatam desconhecer, já 21,5% dizem conhecer,

porém não descreveram o autor do protocolo utilizado. Ao serem questionados

sobre o conhecimento de outros profissionais fisioterapêutas que utilizam

exercícios de alongamento e relaxamento muscular com o objetivo de evitar a

evolução da rigidez muscular e até mesmo o aparecimento precoce da mesma,

50% dos entrevistados afirmaram desconhecer. Já o restante, relatam

conhecer profissionais que utilizam este recurso, mas não especificaram a

origem do mesmo.

4.4.2 Médico

Medico, sexo masculino, 52 anos de idade, 25 anos de formado,

especialista em neurologia

Eis o depoimento:

Trato clinicamente a rigidez muscular com os seguintes

medicamentos: Triexifenidil, Biperideno, Selegelina, L-

Deprenil, Levodopa, Bromocriatina, Pramipexol e

Pergolida. A rigidez muscular pode trazer incapacidades

aos portadores da DP, pois ela causa lentidão e dificulta

os movimentos: e, um detalhe é que não faço

mensuração do grau de rigidez muscular. Quanto ao

tempo em que a rigidez começa dar os primeiros sinais,

posso dizer que, em geral, ocorre após três anos do

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50

diagnóstico inicial, sendo esse período muito variável. É

possível retardar o aparecimento e a progressão da

rigidez muscular da DP, estimulando atividades físicas

variadas, sendo que a rigidez muscular ocorre devido ao

aumento da atividade dos neurônios tipo alfa e diminuição

da atividade dos neurônios motores tipo gama. Acho de

extrema importante um programa de exercícios de

alongamento e técnica de relaxamento muscular para a

rigidez da DP. Para esse fim, solicito os serviços da

Fisioterapia para retardar o aparecimento e a progressão

da rigidez muscular da DP. Como procedimento cirúrgico,

tenho conhecimento da existência das três técnicas mais

usadas, que são: Palidectomia (lesão de vias do globo

pálido), Campotomia (lesão da alça lenticular) e a

Talamotomia (lesão do núcleo ventrolateral do tálamo).

Acredito que o programa de exercícios de alongamento e

técnica de relaxamento muscular nos pacientes com DP,

tão logo for diagnosticado, retarda o aparecimento e a

progressão da rigidez muscular, promovendo melhor

qualidade de vida, por mais tempo, pois a tendência é

equilibrar a atividade dos neurônios motores tipo alfa e

beta. Acredito também, que o mesmo programa funcione

para retardar a progressão da rigidez muscular da DP. E

em uma fase mais adiantada da doença, também acredito

que é provável que este programa retarde a progressão

da mesma. (MÉDICO)

4.5 Depoimento dos Pacientes

4.5.1 Paciente A

Eis o depoimento:

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51

A rigidez me proporciona muitas limitações,

principalmente no andar e para realizar os movimentos

com as mãos. No período da manhã é mais acentuada e

piora com o clima frio. Ao realizar o movimento de

levantar-me da cama, percebo que é mais evidente e

alivia com os exercícios. Causa uma sensação de mal

estar e dor, principalmente nos membros, que vai

melhorando com o passar das horas. Em uma escala de 0

a 10, sendo 0 a rigidez ausente e 10 o grau máximo da

mesma, me classifico em 7. Acredito que exercícios de

alongamento e técnicas de relaxamento melhora a rigidez,

pois quando realizei, senti um alívio muito grande e nunca

tinha realizado exercícios específicos para rigidez.

(PACIENTE A)

4.5.2 Paciente B

Eis o depoimento:

As minhas AVD s são todas limitadas pela rigidez, e esta

é pior no período da tarde e com o clima quente. Ao me

levantar, deitar e vestir, percebo a rigidez mais evidente,

dificultando ainda mais e, alivia quando realizo exercícios.

A rigidez me proporciona uma sensação desagradável,

porém não me causa dor. Classifico-me no nível 6 em

uma escala de 0 a 10, sendo 0 rigidez ausente e 10 o

grau máximo. Acredito em exercícios de alongamento e

técnicas de relaxamento para o alivio/melhora da rigidez,

pois experimentei todos esses benefícios, sentindo-me

leve com as sessões. Foi uma experiência nova, pois

jamais tinha realizado. (PACIENTE B)

4.5.3 Paciente C

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52

Eis o depoimento:

A rigidez limita minhas AVD s, sendo que todos os

movimentos que realizo são afetados, pois me encontro

bastante limitado pela mesma. No período da manha é

mais acentuado, melhorando no período da tarde e

agravando no período da noite. Sinto uma melhora

quando realizo exercícios, apesar da sensação de

insegurança muito grande, porém não me causa dor. A

minha sensação de rigidez varia muito, mas me

encaixaria no nível 5 em uma escala de 0 a 10, sendo 0 a

rigidez ausente e 10 o grau máximo. Acredito que

exercícios de alongamento e técnica de relaxamento

melhora a rigidez, devido o alívio que proporciona.

PACIENTE C)

4.6 Depoimento dos Cuidadores

4.6.1 Cuidador do paciente D

Sexo feminino, aposentada, com o 1º grau completo.

Eis o depoimento:

A rigidez se acentua em determinados horários,

principalmente durante a noite, agravando quando o

paciente tenta estender os membros inferiores. É

totalmente dependente nas suas AVD s, obrigando-me a

passar vinte quatro horas por dia ao seu lado. A rigidez o

incapacita ao se alimentar e ao vestir-se porém, necessita

de ajuda completa para realizar a sua higiene pessoal.

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53

Acredito que exercícios de alongamento e técnica de

relaxamento muscular melhore a rigidez, pois a mesma

tem um papel primordial no comprometimento da saúde

física do paciente. (CUIDADOR - PACIENTE D)

4.6.2 Cuidador do paciente E

Sexo feminino, 48 anos de idade, terapêuta ocupacional.

Eis o depoimento:

A rigidez se acentua pela manhã e se agrava com

qualquer movimento que a paciente realiza, devido a

seqüela do AVEi. A paciente é totalmente dependente nas

suas AVD s, recebendo meus cuidados cerca de 18 horas

por dia. Acredito que a rigidez muscular a incapacita

muito, sendo que todas as atividades estão

comprometidas .Percebo que ela se cansa com qualquer

atividade que envolva esforço físico. Acredito que

exercícios de alongamentos e técnica de relaxamento

podem melhorar a rigidez e até retardar sua progressão e,

que o comprometimento da saúde física tem total relação

com a rigidez muscular. (CUIDADOR PACIENTE E)

4.7 Discussão

Meneses;Teive (2003), relata que a DP foi descrita por James Parkinson

no ano de 1817 aos seus 62 anos de idade, e foi caracterizada por movimentos

tremulantes, diminuição da força muscular, tendência a inclinar o tronco para

frente e alterações da marcha (festinação).

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54

Já Umphred (2004), relata que a DP foi descrita pela primeira vez por

Parkinson em 1807, caracterizando-se por rigidez, bradicinesia, expressões

como máscaras, anormalidades na postura e tremor quando em repouso..

O`Sullivan; Schmitz (2004), afirmam que a rigidez está presente ao

movimento passivo e não depende da velocidade do movimento, ocorrendo em

qualquer tarefa do dia-a-dia.

Isso foi constatado em nossa pesquisa, pois a maioria dos pacientes

apresentam rigidez durante todo o dia.

Umphred (2004), descreve que a rigidez não é um dos sintomas iniciais,

mas que quando aparece, acomete bilateralmente o paciente, predispondo a

alterações posturais. Conforme ocorrem as deformidades posturais, a rigidez

se torna mais evidente nos músculos do tronco e na musculatura proximal. Nos

estágios tardios da doença, sem uma preocupação terapêutica para a

mobilidade do paciente, ele estará evoluindo para a dependência total,

apresentando uma contratura em flexão de tronco fixa, não importando a

posição que o mesmo adote.

Para Meneses; Teive (2003), os exercícios mais indicados para

combater a rigidez, são os que visam a manutenção e o aumento da amplitude

de movimento. Esses exercícios não farão os sintomas da rigidez

desaparecerem, mas podem retardar a progressão já que ajudam a manter o

trofismo e a força, prevenindo contraturas.

Devido a essas afirmações, nossa pesquisa teve o intuito de demonstrar

que, independente do estágio da doença, é necessário que exista uma

intervenção preventiva para que a rigidez apareça tardiamente, e quando

aparecer, fazer com que o paciente tenha um intervalo grande de mobilidade

mantendo sua amplitude de movimento. Nos pacientes já acometidos, fazer

com que os efeitos deletérios da rigidez sejam diminuídos através de exercícios

de alongamentos e técnica de relaxamento muscular.

De acordo com Altherman (2007), os músculos dos pacientes com DP

estão rígidos, e a fisioterapia tenta manter a flexibilidade dos músculos através

de exercícios de alongamento, contribuindo para que o paciente tenha ações

mais rápidas, facilitando a readaptação motora que foi comprometida devido a

lentidão dos movimentos.

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55

Afirmam O`Sullivan; Schmitz (2004), que pacientes com DP apresentam

problemas pulmonares funcionais, sendo que 28% dos pacientes são

acometidos devido a diminuição na expansibilidade torácica como

conseqüência da rigidez dos músculos do tronco, levando a uma disfunção

restritiva do pulmão.

Para Meneses; Teive (2003), a rigidez dos músculos abdominais e a

falta de mobilidade do tronco, levam a uma diminuição da expansão torácica e

da capacidade vital, sendo que a maioria dos óbitos ocorrem devido a

pneumonias.

Já para Umphred (2004), a broncopneumonia é a complicação mais

séria da DP, ocorrendo devido a diminuição da expansão do tórax. A morte do

paciente acontece em conseqüência de pneumonia.

Um estudo realizado por Goulart; et al (2003), mostra que pacientes com

DP obtiveram um volume corrente e um fluxo inspiratório menores, uma

freqüência respiratória maior e uma ventilação minuto menor, ao serem

comparados com idosos assintomáticos, demonstrando alterações em

diferentes componentes do padrão respiratório.

Relevando as afirmações dos autores e o estudo citado, manter a

mobilidade da caixa torácica é de fundamental importância para que o paciente

tenha uma maior sobrevida, já que muitos portadores da DP vão a óbito devido

a problemas respiratórios. Nosso estudo, também tem como objetivo manter

uma maior mobilidade da caixa torácica através de relaxamento dos músculos

do tronco que realizam sua movimentação, não importando em qual estágio

está a doença, a técnica pode ser aplicada.

4.8 Conclusão da Pesquisa

De acordo com a pesquisa realizada foi possível verificar que exercícios

de alongamento e técnica de relaxamento muscular retardam o aparecimento e

a progressão da rigidez muscular nos pacientes com DP, que apresentam

melhora gradativa e significativa proporcionando maior facilidade em suas

atividades de vida diária.

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56

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

O trabalho realizado, teve como objetivo demonstrar que através de

exercícios de alongamento e técnica de relaxamento muscular, é possível

retardar o aparecimento e a progressão da rigidez muscular da DP.

Este programa proporciona um benefício ao paciente com DP, não

importando a fase da rigidez em que ele se encontra, porém seria importante

que este programa fosse aplicado logo de imediato no início da doença, tão

logo diagnosticada, com a certeza de resultados mais significativos.

Propõe a aplicação deste programa não somente para tratar a rigidez

muscular da DP, mas também em outras patologias, que a rigidez muscular

esteja presente, como na Doença de Alzheimer, entre outras. Pode ser

aplicado em qualquer faixa etária e gênero.

É proposto que seja realizado um estudo com maior número de

pacientes, tendo um grupo controle, com o intuito de demonstrar os benefícios

do programa.

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57

CONCLUSÃO

A presente pesquisa relata que os pacientes com DP desencadeiam

diversas manifestações e comprometimentos devido as alterações

fisiopatológicas que ocorre. A rigidez muscular é uma das principais

manifestações, podendo causar contraturas, limitações das amplitudes de

movimentos, fadiga muscular, limitando ainda mais os pacientes em suas

AVD´s.

O trabalho propõe a aplicação de um programa com exercícios de

alongamento e técnica de relaxamento muscular para ajudar no retardo do

aparecimento e na diminuição da progressão da rigidez muscular.

Este programa evidencia a importância do enfoque do tratamento

fisioterapêutico na rigidez muscular dos pacientes com DP.

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58

REFERÊNCIAS

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DELISA, J.A. Tratado de Medicina de Reabilitação: Princípios e prática. 3.ed.,v.2. Barueri: Manole,2002.

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FERNANDES, A.; et al. Cinesiologia do Alongamento. 2.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2002.

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GOULART, F.; et al. Padrão respiratório em pacientes portadores da Doença de Parkinson e em idosos assintomáticos. Acta Fisiatra. v.10, n.2, p. 61-66, ago/out, 2003.

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KISNER, C.; COLBY, L.A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnica. 4.ed. Barueri: Manole, 2005.

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ROWLAND, L.P. Merrit: Tratado de Neurologia. 9.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.

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SANVITO, W.L. Propedêutica Neurológica Básica. 5.ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

STOKES, M. Cash: Neurologia para Fisioterapeutas. Tradução: Terezinha Oppido. São Paulo: Premier, 2000.

TEXEIRA, S. A. Stedman Dicionário Médico. 23.ed. v.1. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1979.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO

1 INTRODUÇÃO

Cinco pacientes de ambos os sexos, com DP, serão avaliados e

submetidos a tratamento com exercícios de alongamento e técnica de

relaxamento para a melhora da rigidez muscular.

2 RELATO DO TRABALHO REALIZADO REFERENTE AO ASSUNTO

ESTUDADO

a) Métodos empregados: exercícios de alongamento e técnica de

relaxamento.

b) Depoimentos dos profissionais (médicos e fisioterapêutas), pacientes

e cuidadores.

3 DISCUSSÃO

Confronto entre teoria e a pratica utilizada no presente estudo.

4 PARECER FINAL SOBRE O CASO E SUGESTÕES SOBRE A

MANUTENÇÃO OU MODIFICAÇÕES DE PROCEDIMENTOS.

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APÊNDICE B

FICHA DE AVALIAÇÃO

I- DADOS PESSOAIS

Nome:__________________________________________________________

Idade:_______________Profissão:___________________________________

Diagnóstico:_____________________________________________________

Data da avaliação __/__/__

II- ANAMNESE

História Pregressa:________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

História da Moléstia Atual:__________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

III- TÔNUS

(1) normal (2) flutuante (3) hipotonia (4) rigidez (5) espasticidade (6) misto

Hemicorpo Direito:

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Ombro: ___ Cúbito: ___ Punho:___

Quadril:___ Joelho:___ Tornozelo:___

Hemicorpo Esquerdo:

Ombro: ___ Cúbito: ___ Punho:___

Quadril:___ Joelho:___ Tornozelo:___

IV- ADM

Ombro: Quadril:

Cúbito: Joelho:

Punho: Tornozelo:

V- Trocas Posturais:

De dorsal para lateral:______________________________________________

De lateral para sentado:____________________________________________

De sentado para em pé:____________________________________________

De um lado para o outro:___________________________________________

VI- Grau de incapacidade:

( ) leve ( ) moderado ( ) grave ( ) ausente

VII- Rigidez

( 0 ) Ausente ( 1 ) Leve ( 2 ) Moderada ( 3 ) Acentuada ( 4 ) Grave

Hemicorpo Direito:

Ombro: ___ Cúbito: ___ Punho:___

Quadril:___ Joelho:___ Tornozelo:___

Hemicorpo Esquerdo:

Ombro: ___ Cúbito: ___ Punho:___

Quadril:___ Joelho:___ Tornozelo:___

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65

APÊNDICE C

FICHA DE AVALIÇÃO DE SATISFAÇÃO DO TRATAMENTO

DATA:__/__/2007

Paciente: __________________________________________________

ANTES DO INICIO DA SESSÃO

Sensação da rigidez:

( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3

Observações:____________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

APÓS O TERMINO DA SESSÃO

Sensação da rigidez:

( ) 0 ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3

Observações:____________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

Legenda:

(0) - ausente

(1) - leve

(2) - moderada

(3) acentuada

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APÊNDICE D

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA FISIOTERAPÊUTAS

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Gênero: ................................................................................................................ ..

Idade: ................................................................................................................... ..

Profissão: ............................................................................................................. ..

Escolaridade: ....................................................................................................... ..

Cidade:................................................................................................................. ..

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Como você trata a rigidez muscular na DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Você utiliza alguma técnica para retardar a progressão da rigidez

muscular no paciente com DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Como você mensura a rigidez muscular do paciente com DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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4. Você utiliza alguma técnica de relaxamento para o tratamento da

rigidez muscular na DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Qual a freqüência do tratamento fisioterapêutico de um paciente

com DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. Qual o tipo de exercício que você programa para o paciente com

DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. Em qual sintoma você dá mais ênfase no seu tratamento em um

paciente com DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Você acredita ser importante um programa de exercícios de

alongamento e técnica de relaxamento para tratar a rigidez da DP? Porque?

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9. Em sua opinião existem orientações para se dar para o paciente

com DP para minimizar os sintomas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

10. No seu tratamento para a DP em qual parte do corpo você da

mais ênfase?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

11. Quais os objetivos do tratamento fisioterapêutico em um paciente

com DP, independente da fase que ele se encontra?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

12. Existe algum protocolo de exercícios de alongamento e

relaxamento muscular para ser aplicado nos pacientes com DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

13. Você conhece algum fisioterapeuta que utiliza exercícios de

alongamento e relaxamento muscular para evitar a evolução de rigidez

muscular e o aparecimento precoce dela, nos pacientes com DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE E

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA MÉDICO

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Gênero: ................................................................................................................ ..

Idade: ................................................................................................................... ..

Profissão: ............................................................................................................. ..

Escolaridade: ....................................................................................................... ..

Cidade:................................................................................................................. ..

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Como você trata clinicamente a rigidez muscular da DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. A rigidez muscular pode trazer incapacidades aos pacientes com

DP? Porque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Como você mensura o grau de rigidez muscular do paciente com

DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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4. Quando ocorre o aparecimento da rigidez muscular da DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. É possível retardar o aparecimento e a progressão da rigidez

muscular da DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. Qual a causa da rigidez muscular da DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. Você acredita ser importante aplicar um programa de exercícios

de alongamento e técnica de relaxamento muscular para a rigidez muscular da

DP?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Você solicita os serviços de Fisioterapia para retardar o

aparecimento e a progressão da rigidez da DP?

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9. Existe algum procedimento cirúrgico para a rigidez muscular do

paciente com DP ?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

10. Você acredita que ao aplicar o programa de exercícios de

alongamento e técnica de relaxamento muscular nos pacientes com DP tão

logo for diagnosticado, retardaria o aparecimento e a progressão da rigidez

muscular, promovendo maior qualidade de vida por mais tempo? Porque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

11. Você acredita que o mesmo programa citado na pergunta anterior,

funcionaria para retardar a progressão da rigidez muscular dos pacientes com

DP em uma fase mais adiantada da doença? Porque?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE F

ROTEITO DE ENTREVISTA PARA O PACIENTE

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Gênero: ................................................................................................................ ..

Idade: ................................................................................................................... ..

Profissão: ............................................................................................................. ..

Escolaridade: ....................................................................................................... ..

Cidade:................................................................................................................. ..

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Quais as principais limitações que a rigidez causa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Existe horários em que você percebe mais acentuada a rigidez?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. A rigidez é mais evidente em que tipo de movimento?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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4. Existe algum procedimento/técnica que você sente alívio da

rigidez?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

5. Como você descreveria a sensação que a rigidez te proporciona?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

6. Você faz uso de algum medicamento para alívio dos sintomas?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

7. A rigidez além de causar limitações dos movimentos, provoca

dor?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. Em uma escala de 0 a 10 sendo 0 nenhuma rigidez e 10 o

máximo de rigidez, em qual você se encaixaria?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

9. Você acredita que com exercícios de alongamento e técnica de

relaxamento poderá melhorar a rigidez?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

10. Você já realizou tratamento específico para rigidez muscular?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE G

ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O CUIDADOR

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Gênero: ................................................................................................................ ..

Idade: ................................................................................................................... ..

Profissão: ............................................................................................................. ..

Escolaridade: ....................................................................................................... ..

Cidade:................................................................................................................. ..

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1. Existem horários que você percebe a acentuação da rigidez?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2. Em quais movimentos você percebe que a rigidez se agrava?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3. Qual grau de independência do paciente?

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4. Quantas horas por dia você passa ao lado do paciente?

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5. Você acha que a rigidez muscular incapacita muito o paciente?

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6. Em quais tarefas você percebe que a rigidez muscular interfere de

maneira marcante nas AVD s do paciente?

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7. Em quais tarefas o paciente precisa mais de você?

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8. Em quais atividades você percebe que o paciente se cansa

rapidamente?

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9. Você acredita que um programa de exercícios de alongamento e

técnica de relaxamento pode melhorar a rigidez do paciente, de forma direta,

no dia-a-dia?

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10. Em sua opinião, o comprometimento da saúde física do paciente tem

a ver com a rigidez muscular?

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APÊNDICE H

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PARTICIPAÇÃO EM

ESTUDO CLÍNICO

Tendo sido satisfatoriamente informado sobre o trabalho de pesquisa

intitulado: Programa de Alongamento e Relaxamento Muscular para

Melhora da Rigidez da Doença de Parkinson, realizado sob a

responsabilidade de Douglas Fernandes Orikassa e Renata Quintas Camara,

eu...........................................................................................................................

.............................., portador do documento de identificação

............................................., concordo em participar do mesmo. Fui

esclarecido que deverei responder a questionamentos relacionados à minha

saúde física e que serei submetido (a) ao tratamento proposto. Estou ciente de

que Douglas Fernandes Orikassa e Renata Quintas Camara, estarão

disponíveis para responderem a quaisquer perguntas, e de que posso retirar

este meu consentimento a qualquer tempo, sem prejuízo de cuidados médicos.

Caso não me sinta atendido, poderei entrar em contato com o orientador do

trabalho de monografia. Tenho conhecimento dos procedimentos para coleta

de dados e que estes, serão posteriormente divulgados. Por estar de acordo

assino o presente termo.

Lins, ....... de ..................................de 200......

........................................................................

Assinatura

Pesquisadores:

Douglas Orikassa Fernandes

Tel: (14) 81122927 e-mail: [email protected]

Renata Quintas Camara

Tel: (18) 81326414 e-mail: [email protected]

Orientador:

Paulo Jorge Hadad

Fone: (17) 32261781 e-mail: [email protected]

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GLOSSÁRIO

BRADICINESIA: movimentos lentos ou retardados, como em transtornos do sistema extrapiramidal e na esquizofrenia de tipo catatônico. (OSOL, 1982, p. 161)

DECORTICAÇÃO: Ato de decoticar- especificamente, retirar parte ou totalidade do córtex cerebral. (OSOL, 1982, p. 294)

DESCELEBRAÇÃO: supressão do celebro em experiências fisiológicas. (OSOL, 1982, p. 294)

DISCINESIA: Toda perturbação dos movimentos ou da motilidade de um órgão, seja qual for a causa: incoordenação , espasmo, paresia, etc. (MANUILA, L.; MANUILA, A.; NICOULIN, M.; 1997, p. 226)

DOENÇA DE ALZHEIMER: Forma de degeneração cerebral que se manifesta por uma deterioração progressiva das faculdades mentais, com distúrbio da memória, desorientação e confusão. (MANUILA, L.; MANUILA, A.; NICOULIN, M.; 1997, p. 41)

DOPAMINA: um intermediário no metabolismo da tiroxina e o precursor da noradrenalina e adrenalina. Está presente no sistema nervoso central e está localizado nos gânglios da base, sugerindo que a dopamina pode ter outras funções diferentes de um precursor da noradrenalina. (STEDMAN, 1979, p. 409)

FESTINAÇÃO: aumento ou aceleração involuntária da marcha, observada em certas enfermidades neurológicas como o parkinsonismo, em uma tentativa para compensar o deslocamento do centro de gravidade. (OSOL, 1982, p. 434)

FREEZING: congelamento, aumento da rigidez ou endurecimento mediante a exposição ao frio. (STEDMAN, 1979, p. 542)

L- DOPA: usada para o tratamento da doença de Parkinson. (STEDMAN, 1979, p. 409)

PALIDOTOMIA: destruição cirúrgica do globus pallidus no tratamento de doença do movimento, como o parkinsonismo. (OSOL, 1982, p. 772)

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RIGIDEZ EM RODA DENTEADA: rigidez ou contrações rítmicas observadas após a distensão passiva dos músculos no parkinsonismo, em outros processos extrapiramidais, quando o músculo é distendido passivamente, ele se relaxa e enrijesse intermitentemente, resultando em um movimento espasmódico. (OSOL, 1982, p. 924)

SIALORRÉIA: salivação. (OSOL, 1982, p. 953)

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