15
1 A INICIAÇÃO À TRADUÇÃO NA GRADUAÇÃO E NA EXTENSÃO NO CURSO DE PORTUGUÊS- FRANCÊS DA UERJ 1 Renato VENANCIO HENRIQUES DE SOUSA 2 Resumo Nosso argo tem como objevo apresentar um breve panorama sobre o ensino e a práca da tradução no curso de Português-Francês da Universidade do Estado do Rio de Janeiro tanto no âmbito da graduação quanto no da extensão. No primeiro caso, a tradução é ensinada como disciplina eleva com o nome de Introdução aos estudos de tradução I – Língua francesa e Introdução aos estudos de tradução II – Língua francesa. No contexto da extensão, a avidade tradutória se exerce no Escritório modelo de tradução Ana Crisna César , criado em 1999, com o objevo de trabalhar na formação de futuros tradutores bem como de responder à demanda por traduções por parte da comunidade interna e externa à universidade. Com base em nossa experiência na supervisão de bolsistas de língua francesa desde 2009, vamos pontuar alguns aspectos deste trabalho, que busca fazer uma ponte entre a teoria e a práca tradutória. Veremos ainda como o crescente interesse dos alunos pela teoria e a práca tradutória se refleu, em nosso percurso acadêmico, numa busca por formação e qualificação na tentava de responder a essas novas demandas. Palavras-chave Tradução, ensino, formação. LA INICIACIÓN DE LA TRADUCCIÓN EN LA GRADUACIÓN Y EN LA EXTENSIÓN DE LA CARRERA DE PORTUGUÉS-FRANCÉS DE LA UNIVERSIDAD DEL ESTADO DE RÍO DE JANEIRO Renato VENANCIO HENRIQUES DE SOUSA Resumen Nuestro trabajo ene como objevo presentar un breve panorama de la enseñanza y prácca de la traducción en la carrera de Portugués-Francés de la Universidad del Estado de Río de Janeiro, tanto en el ámbito de la graduación como en el de la extensión. En el primer caso, la traducción se enseña como una asignatura optava denominada Introducción a los estudios de traducción I – Lengua francesa e Introducción a los estudios de traducción II – Lengua francesa. En el contexto de la extensión, la acvidad de traducción se realiza en el Oficina modelo de traducción Ana Crisna César, creado en 1999, con el objevo de trabajar en la formación de los futuros traductores, así como responder a la demanda de traducciones internas y externas de la comunidad universitaria. Basándonos en nuestra experiencia en la supervisión de becarios de lengua francesa desde 2009, vamos a destacar algunos aspectos de este trabajo, que busca reducir la brecha entre la teoría y la prácca de la traducción. Veremos como el creciente interés de los estudiantes en la teoría y prácca de la traducción se refleja en nuestra jornada académica, la búsqueda de la formación y cualificación en el intento de responder a estas nuevas demandas. Palabras clave Traducción, Enseñanza, Formación. recepção: 20/01/2014 aprovação: 15/03/2014 recepção: 20/01/2014 aprovação: 15/03/2014

Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

1

A INICIAÇÃO À TRADUÇÃO NA GRADUAÇÃO E NA EXTENSÃO NO CURSO DE PORTUGUÊS-

FRANCÊS DA UERJ1

Renato Venancio HenRiques de sousa2

Resumo

Nosso artigo tem como objetivo apresentar um breve panorama sobre o ensino e a prática da tradução no curso de Português-Francês da Universidade do Estado do Rio de Janeiro tanto no âmbito da graduação quanto no da extensão. No primeiro caso, a tradução é ensinada como disciplina eletiva com o nome de Introdução aos estudos de tradução I – Língua francesa e Introdução aos estudos de tradução II – Língua francesa. No contexto da extensão, a atividade tradutória se exerce no Escritório modelo de tradução Ana Cristina César, criado em 1999, com o objetivo de trabalhar na formação de futuros tradutores bem como de responder à demanda por traduções por parte da comunidade interna e externa à universidade. Com base em nossa experiência na supervisão de bolsistas de língua francesa desde 2009, vamos pontuar alguns aspectos deste trabalho, que busca fazer uma ponte entre a teoria e a prática tradutória. Veremos ainda como o crescente interesse dos alunos pela teoria e a prática tradutória se refletiu, em nosso percurso acadêmico, numa busca por formação e qualificação na tentativa de responder a essas novas demandas.

Palavras-chave

Tradução, ensino, formação.

LA INICIACIÓN DE LA TRADUCCIÓN EN LA GRADUACIÓN Y EN LA EXTENSIÓN DE LA CARRERA DE PORTUGUÉS-FRANCÉS DE LA UNIVERSIDAD DEL

ESTADO DE RÍO DE JANEIRO

Renato Venancio HenRiques de sousa

Resumen

Nuestro trabajo tiene como objetivo presentar un breve panorama de la enseñanza y práctica de la traducción en la carrera de Portugués-Francés de la Universidad del Estado de Río de Janeiro, tanto en el ámbito de la graduación como en el de la extensión. En el primer caso, la traducción se enseña como una asignatura optativa denominada Introducción a los estudios de traducción I – Lengua francesa e Introducción a los estudios de traducción II – Lengua francesa. En el contexto de la extensión, la actividad de traducción se realiza en el Oficina modelo de traducción Ana Cristina César, creado en 1999, con el objetivo de trabajar en la formación de los futuros traductores, así como responder a la demanda de traducciones internas y externas de la comunidad universitaria. Basándonos en nuestra experiencia en la supervisión de becarios de lengua francesa desde 2009, vamos a destacar algunos aspectos de este trabajo, que busca reducir la brecha entre la teoría y la práctica de la traducción. Veremos como el creciente interés de los estudiantes en la teoría y práctica de la traducción se refleja en nuestra jornada académica, la búsqueda de la formación y cualificación en el intento de responder a estas nuevas demandas.

Palabras clave

Traducción, Enseñanza, Formación.

recepção: 20/01/2014aprovação: 15/03/2014

recepção: 20/01/2014aprovação: 15/03/2014

Page 2: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

2

Meu primeiro contato com a tradução no Instituto de Letras da UERJ, onde trabalho desde 1998, foi relativamente traumático. Como havia uma Especialização em Tradução que era oferecida há vários anos, fui “convidado” a assumir turmas sem ter sido preparado para isso. Como acontece com frequência, fui “jogado às feras” e tive que aprender “sur le tas”, isto é, com a prática. Felizmente, apesar das teorias envolvendo o processo tradutório, a tradução é essencialmente uma atividade prática uma técnica, que se aprende e que se pode ensinar.

Até então, minha única experiência como tradutor se resumia à tradução de resumos de dissertações de mestrado, que fazia a convite de colegas de trabalho ou para amigos. E confesso que, ao longo do tempo, fui adquirindo certa tarimba na versão, pois na verdade, trata-se de versão, desse tipo de texto. No curso de Especialização da UERJ, assumi basicamente, disciplinas práticas, de tradução e versão, e me pus a traduzir e verter tudo o que me caía nas mãos. Aos poucos, percebi que tinha sensibilidade para esta atividade. Além disso, assumi a coordenação do Curso de Tradução em Língua Francesa em dois períodos: de 1º de março de 2001 a 28 de fevereiro de 2002, e de 8 de maio de 2003 a 07 de maio de 2004.

Para a maioria das pessoas a tradução seria um talento inato de qualquer profissional que lida com línguas estrangeiras. Costumo usar uma imagem com meus alunos para representar essa pretensa facilidade que o indivíduo que domina uma ou mais línguas estrangeiras teria adquirido (por osmose?). Segundo essa imagem, o texto a ser vertido passaria, automaticamente, como uma folha que desliza pelo fax (lembram-se?), através da cabeça do tradutor saindo do outro lado com o produto final em poucos segundos. E é assim que muitos pensam, já que nos pedem para verter para ontem o que pode levar semanas de trabalho...

Esse contato com a atividade tradutória acabou dando uma direção inusitada à minha pesquisa de doutorado. Eu que sou, em princípio, “literário”, já que meus estudos de Pós-graduação se concentraram na pesquisa em literatura do Canadá de expressão francesa, acabei utilizando um “desvio”, que me foi permitido pelo

Mi primer contacto con la traducción en el Instituto de Letras de la UERJ, donde trabajo desde 1998, fue relativamente traumático. Como había una Especialización en Traducción que era ofrecida hacía varios años, fui “invitado” a asumir clases sin haber sido preparado para ello. Como sucede con frecuencia, fui “mandado al matadero” y tuve que aprender “sur le tas”, esto es, con la práctica. Felizmente, a pesar de las teorías que involucran el proceso de traducción, la misma es esencialmente una actividad práctica, una técnica que se aprende y se puede enseñar.

En aquella época, mi única experiencia como traductor se resumía a la traducción de resúmenes de disertaciones de maestría, que hacía por invitación de compañeros de trabajo o para amigos. Y confieso que, a lo largo del tiempo, fui adquiriendo una cierta maña en la versión, pues en realidad, se trata de versión de ese tipo de texto. En el curso de Especialización de la UERJ, asumí básicamente, asignaturas prácticas, de traducción y versión, y me puse a traducir y verter todo lo que me caía en las manos. De a poco, percibí que tenía sensibilidad para esta actividad. Además de eso, asumí la coordinación del Curso de Traducción en Lengua Francesa en dos períodos: del 1º de marzo de 2001 hasta el 28 de febrero de 2002, y del 8 de mayo de 2003 hasta el 7 de mayo de 2004.

Para la mayoría de las personas la traducción sería un talento innato de cualquier profesional que lidia con lenguas extranjeras. Tengo la costumbre de usar una imagen con mis alumnos para representar esa supuesta facilidad que el individuo que domina una o más lenguas extranjeras habría adquirido (¿por ósmosis?). Según esa imagen, el texto a ser vertido pasaría, automáticamente, como una hoja que se desliza por el fax (¿se acuerdan?), a través de la cabeza del traductor saliendo del otro lado con el producto final en pocos segundos. Y es así que muchos piensan, ya que nos piden que vertamos instantáneamente lo que puede llevar semanas de trabajo…

Ese contacto con la actividad de traducción le dio una dirección inusitada a mi investigación de doctorado. Yo que soy, a principio, “literario”, ya que mis estudios de posgrado se concentraron en la investigación en literatura de Canadá

Page 3: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

3

autor com o qual decidi trabalhar. Trata-se do carioca Sérgio Kokis3, que nos anos setenta emigrou para o Canadá, mais precisamente para a província de Quebec, onde se tornou conhecido como o brasileiro da “escrita migrante”. A publicação de seu primeiro romance, Le pavillon des miroirs (KOKIS: 1994), em 1994, irá projetá-lo no cenário literário do Quebec. A consagração do público e da crítica materializa-se em quatro prêmios: Grand Prix du livre de la ville de Montréal 1994, Prix de l’Académie des lettres du Québec 1994, Prix Québec-Paris 1995 e Prix Desjardins du roman du Salon du livre de Québec 1995.

Em minha pesquisa, estudei seus três primeiros romances, Le pavillon des miroirs (1994), Negão et Doralice (1995) e Errances (1996), que têm o Brasil, parcial ou totalmente, como cenário. O que me atraiu neste trabalho foi o fato de a escrita em língua estrangeira levantar uma série de questões que dizem respeito à criação literária em geral. Uma vez que ele retrata, em diversos momentos, a realidade de seu país de origem, ainda que através de convenções e “traduções” em sentido amplo, tornavam-se evidente para mim as vantagens de se trabalhar com um autor pertencente ao mesmo universo linguístico e cultural. Para a redação do último capítulo da tese, o mais teórico, tive que me debruçar sobre diversos autores ligados direta ou indiretamente aos estudos de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida e Lawrence Venutti, entre outros.

Na esteira da criação do Escritório modelo de tradução Ana Cristina César, em 1999, por iniciativa da professora e colega Maria Aparecida de Andrade Salgueiro, duas novas disciplinas de caráter eletivo foram introduzidas na grade do curso de Português-Francês: Introdução aos estudos de tradução I – Língua francesa e Introdução aos estudos de tradução II – Língua francesa.4 o mesmo se deu com os cursos cujas línguas fazem parte do referido Escritório: inglês, espanhol, italiano e alemão. Primeiramente ministradas por colegas que atuaram no Escritrad, essas disciplinas me formam confiadas depois que se constatou meu real interesse na atividade tradutória, o que se refletiu na apresentação

de expresión francesa, acabé utilizando un “desvío”, que me fue permitido por el autor con quien decidí trabajar. Se trata del carioca Sérgio Kobis, que en los años setenta emigró a Canadá, más precisamente a la provincia de Quebec, donde se hizo conocido como el brasileño de la “escritura migrante”. La publicación de su primera novela, Le pavillon des miroirs (KOKIS: 1994), en 1994, lo proyectaría al escenario literario de Quebec. La consagración del público y de la crítica se materializa en cuatro premios: Grand Prix du livre de la ville de Montréal 1994, Prix de l’Académie des lettres du Québec 1994, Prix Québec-Paris 1995 y Prix Desjardins du roman du Salon du livre de Québec 1995.

En mi investigación, estudié sus tres primeras novelas, Le pavillon des miroirs (1994), Negão et Doralice (1995) y Errances (1996), que tienen Brasil, parcial o totalmente, como escenario. Lo que me atrajo en ese trabajo fue el hecho de que la escritura en lengua extranjera levanta una serie de cuestiones relativas a la creación literaria en general, una vez que retrata, en diversos momentos, la realidad de su país de origen, aunque a través de convenciones y “traducciones” en sentido amplio, se hacían evidentes para mí las ventajas de trabajar con un autor perteneciente al mismo universo lingüístico y cultural. Para la redacción del último capítulo de la tesis, el más teórico, tuve que recurrir a diversos autores relacionados directa o indirectamente a los estudios de traducción, que van desde Walter Benjamin hasta Henri Meschonnic y Paul Ricoeur, pasando por Antoine Berman, Jacques Derrida y Lawrence Venutti, entre otros.

En la estela de la creación de la Oficina modelo de traducción Ana Cristina César, en 1999, por iniciativa de la profesora y colega Maria Aparecida de Andrade Salgueiro, dos nuevas asignaturas de carácter optativo fueron introducidas en el plan de estudios de la carrera de Portugués-Francés: Introducción a los estudios de traducción I – Lengua francesa e Introducción a los estudios de traducción II – Lengua francesa. Lo mismo ocurrió con las carreras cuyas lenguas forman parte de la mencionada Oficina: inglés, español, italiano y alemán. Primeramente impartidas por colegas que actuaron en el Escritrad, esas asignaturas me fueron

Page 4: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

4

de trabalhos em eventos acadêmicos, assim como na publicação de artigos em anais e periódicos.

Como se trata de disciplinas eletivas, a periodicidade com que são oferecidas está sujeita a fatores como disponibilidade de professores e espaço na grade de disciplinas do semestre. No setor de francês, são poucos os colegas que se dispõem a assumir essas disciplinas. Para que se justifique sua inclusão na grade, é necessário que haja material humano e uma demanda concreta por parte dos alunos que se interessam em dar os primeiros passos neste universo. Já há algum tempo, o setor faz uma lista de disciplinas eletivas que podem ser oferecidas e pede para os alunos assinarem segundo seu interesse. Desde 2008, a tradução se faz presente e atrai um número crescente de alunos.

De modo geral, conseguimos oferecer Introdução aos estudos de tradução I a cada quatro ou cinco anos, o que me parece insuficiente. Ademais, embora haja dois níveis, nunca conseguimos ministrar Introdução aos estudos de tradução II em parte por falta de interesse manifesto dos alunos, mas também de professor disponível e de espaço na grade. No primeiro semestre deste ano, tive a oportunidade de ministrar essa disciplina para um grupo de dezoito alunos bastante motivados, que manifestaram claramente o interesse em cursar o segundo nível, o que não se concretizará pelas razões alegadas acima.

Reproduzimos a seguir os objetivos e a ementa de Introdução aos estudos de tradução I cujo pré-requisito é Língua francesa IV:

13) OBJETIVOSEstimular a formação de professores para as áreas de tradução e de versão.

Oferecer ao aluno a oportunidade de iniciar-se em estudos teóricos da tradução e da versão bem como à prática tradutória.

confiadas después de que se constató mi real interés en la actividad de traducción, lo que se reflejó en la presentación de trabajos en eventos académicos, bien como en la publicación de artículos en anales y periódicos.

Por tratarse de asignaturas optativas, la periodicidad con la que son ofrecidas está sujeta a factores como la disponibilidad de profesores y el espacio en el plan de estudios de asignaturas del semestre. En el sector de francés, son pocos los colegas que se disponen a asumir esas asignaturas. Para que se justifique su inclusión en el plan de estudios, es necesario que haya material humano y una demanda concreta por parte de los alumnos que se interesan en dar los primeros pasos en ese universo. Hace algún tiempo, el sector hace una lista de asignaturas optativas que pueden ser ofrecidas y les pide a los alumnos que la firmen según su interés. Desde 2008 la traducción se hace presente y atrae un número creciente de alumnos.

De manera general, conseguimos ofrecer Introducción a los estudios de traducción I cada cuatro o cinco años, lo que me parece insuficiente. Además, aunque hay dos niveles, nunca conseguimos dar Introducción a los estudios de traducción II, en parte por la falta de interés que manifiestan los alumnos, pero también por la falta de profesor disponible y de espacio en el plan de estudios. En el primer semestre de este año, tuve la oportunidad de ministrar esa asignatura para un grupo de dieciocho alumnos bastante motivados, que manifestaron claramente interés en cursar el segundo nivel, lo que no se concretará por las razones anteriormente alegadas.

Reproducimos a seguir los objetivos y el programa de Introducción a los estudios de traducción I cuyo prerrequisito es Lengua francesa IV:

13) OBJETIVOSEstimular la formación de profesores para las áreas de traducción y de

versión. Ofrecerle al alumno la oportunidad de iniciarse en estudios teóricos de traducción y de versión, así como de su práctica.

Page 5: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

5

14) EMENTATópicos gerais e grandes debates dentro da Teoria da Tradução. Objetividade

e subjetividade. Tradução literal e livre. O caso da “traduzibilidade”. Principais técnicas de tradução. A tradução centrada no autor e centrada no leitor. A Linguística e o tradutor.

Passo agora ao relato de experiência do curso que ofereci no primeiro semestre de 2013, que teve uma particularidade em relação ao oferecido em 2008-2009 (por causa da greve, o semestre ficou a cavaleiro entre esses dois anos), uma vez que à época havia uma preocupação com uma abordagem teórica da tradução que tomava boa parte do tempo de aula, deixando pouco espaço para o trabalho prático. Curiosamente, depois de minha experiência no curso de Especialização, marcada pela ausência quase absoluta de teoria, nos primeiros anos em que ali atuei, meu trabalho com a eletiva tendeu a dar mais importância às questões teóricas envolvendo a tradução, o que acontecia em paralelo com minhas pesquisas de doutorado a que me referi anteriormente. O que era natural, já que com o tempo, me sentia muito mais confortável e confiante para discutir assuntos teóricos no âmbito da disciplina na graduação.

Porém, em 2013, decidi mudar meu enfoque, disposto a equilibrar os aspectos teóricos e práticos, entre outras escolhas que tornaram a disciplina, a meu ver, muito mais atraente e eficaz. Esta eletiva de nível 1 tem como objetivo iniciar os alunos na tradução de textos pragmáticos tirados da imprensa de língua francesa. Num segundo momento, achei que seria importante que eles fizessem versões de textos de resumos de artigos acadêmicos. Minha proposta de trabalhar com versões desse tipo de texto se baseou em experiência própria como relatei no início deste trabalho, mas também pelo fato de que muitos alunos dos cursos de línguas estrangeiras são, com relativa frequência, instados a verter resumos de dissertações e teses de doutorado, a pedido de alunos de outros cursos, principalmente nas três

14) RESUMENTópicos generales y grandes debates dentro de la Teoría de la Traducción.

Objetividad y subjetividad. Traducción literal y libre. El caso de la “traducibilidad”. Principales técnicas de traducción. La traducción centrada en el autor y centrada en el lector. La Lingüística y el traductor.

Paso ahora al relato de experiencia del curso que ofrecí el primer semestre de 2013, que tuvo una particularidad con relación al ofrecido en 2008-2009 (debido a la huelga, el semestre quedó comprimido entre esos dos años), una vez que en la época había una preocupación con un abordaje teórico de la traducción que ocupaba gran parte del tiempo en clase, dejando poco espacio para el trabajo práctico. Curiosamente, después de mi experiencia en el curso de Especialización, marcada por la ausencia casi absoluta de la teoría, en los primeros años en que allí actué, mi trabajo con la optativa tendió a dar más importancia a las cuestiones teóricas involucrando traducción, lo que sucedía en paralelo con mis investigaciones de doctorado a las que me he referido anteriormente. Lo que era natural, ya que con el tiempo me sentía mucho más confortable y confiado para discutir asuntos teóricos en el ámbito de la asignatura en la graduación.

Pero, en 2013, decidí cambiar mi enfoque, dispuesto a equilibrar los aspectos teóricos y prácticos, entre otras elecciones, que tornaron la asignatura, desde mi punto de vista, mucho más atractiva y eficaz. Esta optativa de nivel I tiene por objetivo iniciar a los alumnos en la traducción de textos pragmáticos retirados de la prensa de lengua francesa. En un segundo momento, creí que sería importante que hicieran versiones de textos de resúmenes de artículos académicos. Mi propuesta de trabajar con versiones de ese tipo de texto se basó en experiencia propia como relaté al principio de este trabajo, pero también por el hecho de que muchos alumnos de las carreras de lenguas extranjeras son, con relativa frecuencia, instados a verter resúmenes de disertaciones y tesis de doctorado,

Page 6: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

6

línguas na quais esses textos são vertidos: inglês, francês e espanhol. Portanto, considerei que existe uma demanda real por esse tipo de trabalho para o qual a maioria dos estudantes dos cursos de Letras não tem nenhum preparo.

De modo que o curso se dividiu em dois momentos no que diz respeito aos exercícios práticos de tradução: tradução e versão, sendo que a tradução ocupou um tempo muito maior das horas de aula. As leituras teóricas estariam a serviço da prática tradutória, como detalho a seguir.

Propus, em primeiro lugar, a leitura dos dois capítulos iniciais de A tradução vivida, de Paulo Rónai (2012), que considero uma figura fundamental para os estudos de tradução no Brasil e longe de ser “datado”. Na verdade, acho necessário “resgatar” para as novas gerações o trabalho extraordinário deste tradutor e homem de letras. Não é à toa que seus textos estão sendo relançados: A tradução vivida e Escola de tradutores foram publicados pela José Olympio Editora, em 2012, enquanto que Como aprendi o português, e outras aventuras saiu este ano num coedição da Casa da Palavra e da Biblioteca Nacional.5

Em seguida, lemos e discutimos o terceiro capítulo da primeira parte de livro L’analyse du discours comme méthode de traduction: Introduction à la traduction française de textes pragmatiques anglais, de Jean Delisle (1984), no qual o professor canadense fala sobre os “Quatro patamares do manejo da linguagem”, destacando de maneira clara e didática as competências necessárias para a formação de bons tradutores de textos pragmáticos.

Passamos então aos exercícios de tradução a partir de textos curtos: pequenos artigos, resenhas de livros, entrevistas, além de um capítulo de um livro sobre ecologia. Não por acaso, a maioria dos textos propostos estavam ligados à cultura canadense, uma vez que transito com certa facilidade por este universo.

As produções dos alunos eram então discutidas em sala, enquanto as traduções feitas por mim eram projetadas numa tela pelo Datashow podendo ser comparadas com as versões individuais. Na ocasião, era interessante notar como a tradução gerava um debate saudável sobre aspectos ligados à correção,

a pedido de alumnos de otras carreras, principalmente en las tres lenguas en las cuales esos textos son vertidos: inglés, francés y español. Por lo tanto, consideré que existe una demanda real por ese tipo de trabajo para el cual la mayoría de los estudiantes de las carreras de Letras no tiene ninguna preparación.

De manera que el curso se dividió en dos momentos en lo que respeta a los ejercicios prácticos de traducción: traducción y versión, siendo que la traducción ocupó un tiempo mucho mayor de las horas de clase. Las lecturas teóricas estarían a servicio de su práctica, como detallo en seguida.

Propuse, en primer lugar, la lectura de los dos capítulos iniciales de La traducción vivida, de Paulo Rónai (2012), que considero una figura fundamental para los estudios de traducción en Brasil y lejos de ser “fechado”. En realidad, creo que sea necesario “rescatar” para las nuevas generaciones el trabajo extraordinario de ese traductor y hombre de letras. No es por acaso que sus textos están siendo reeditados: La traducción vivida y Escuela de traductores fueron publicados por la Editora José Olimpo, en 2012, mientras Cómo aprendí el portugués, y otras aventuras salió este año en una coedición de la Casa de la Palabra y de la Biblioteca Nacional.

Luego, leemos y discutimos el tercer capítulo de la primera parte del libro L’analyse du discours comme méthode de traduction : Introduction à la traduction française de textes pragmatiques anglais, de Jean Delisle (1984), en el cual el profesor canadiense habla sobre los “Cuatro niveles del manejo del lenguaje”, destacando de manera clara y didáctica las competencias necesarias para la formación de buenos traductores de textos pragmáticos.

Pasamos entonces a los ejercicios de traducción a partir de textos cortos: pequeños artículos, reseñas de libros, entrevistas, además de un capítulo de un libro sobre ecología. No por casualidad, la mayoría de los textos propuestos estaban relacionados a la cultura canadiense, una vez que transito con cierta facilidad por ese universo.

Las producciones de los alumnos eran entonces discutidas en clase, mientras las traducciones hechas por mí eran proyectadas en una pantalla por el Datashow

Page 7: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

7

à norma culta da língua, aos usos familiares, às expressões idiomáticas, às gírias, enfim, a tudo o que diz respeito à linguagem, à cultura, e à diferenças que permeiam as sociedades através de seus códigos.

Uma vez terminada essa parte prática, voltamos à teoria com a leitura do terceiro capítulo de Procedimentos técnicos de tradução: uma nova proposta, de Heloísa Barbosa (2004). Neste capítulo, a autora apresenta sua “Proposta de caracterização dos Procedimentos técnicos de tradução”, inspirada em grande parte no conhecido ensaio Stylistique comparée du français et de l’anglais, dos canadenses Jean-Paul Vinay et Jean Darbelnet. Propus que os alunos voltassem a suas produções com um olhar mais crítico, informado pelos treze procedimentos elencados por Barbosa, esperando demonstrar que, se a tradução é antes de tudo uma atividade prática, ela ganha muito quando articulada à reflexão teórica. Mais uma vez, pude notar como os alunos tinham uma forma menos ingênua de perceber a prática tradutória, que não tem nada de impressionista, quando confrontada com o instrumental teórico que revela os complexos mecanismos por trás de procedimentos tais como a modulação, a compensação, a transposição, entre outros.

A última parte do curso foi dedicada aos exercícios de versão de resumos de artigos de periódicos acadêmicos. É interessante acrescentar que, depois de uma pesquisa no site da Rede SciElo (Scientific Electronic Library Online) para encontrar resumos de periódicos vertidos para o francês, notei que a maioria dos artigos se concentravam na área de Ciências sociais, com destaque para a Revista Brasileira de Ciências Sociais (publicada pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais) e a Revista de Sociologia e Política (publicada pelo Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná).

A avaliação consistiu na tradução de dois textos pragmáticos e na versão de dois resumos de artigos.

o Escritório modelo de tradução Ana Cristina César tem como objetivo trabalhar na formação de futuros tradutores bem como de responder à demanda por traduções por parte da comunidade interna e externa à universidade. Em

pudiendo ser comparadas con las versiones individuales. En aquel momento, era interesante percibir como la traducción generaba un debate saludable sobre aspectos relacionados a la corrección, a la norma culta de la lengua, a los usos familiares, a las expresiones idiomáticas, a las jergas, en definitiva, a todo lo relativo al lenguaje, a la cultura, y a las diferencias que permean las sociedades a través de sus códigos.

Una vez terminada esa parte práctica, volvimos a la teoría con la lectura del tercer capítulo de Procedimientos técnicos de traducción: una nueva propuesta, de Heloísa Barbosa (2004). En ese capítulo, la autora presenta su “Propuesta de caracterización de los procedimientos técnicos de traducción”, inspirada en gran parte por el conocido ensayo Stylistique comparée du français et de l’anglais, de los canadienses Jean-Paul Vinay et Jean Darbelnet. Propuse que los alumnos volvieran a sus producciones con una mirada más crítica, informado por los trece procedimientos enumerados por Barbosa, esperando demostrar que, si la traducción es antes todo una actividad práctica, gana mucho cuando articulada a la reflexión teórica. Una vez más, pude percibir como los alumnos tenían una manera menos ingenua de percibir la práctica de la traducción, que no tiene nada de impresionista, cuando confrontada con el instrumental teórico que revela los complejos mecanismos tras procedimientos tales como la modulación, la compensación, la transposición, entre otros.

La última parte del curso fue dedicada a los ejercicios de versión de resúmenes de artículos de periódicos académicos. Es interesante añadir que, después de una investigación en el sitio de la Red SciElo (Scientific Electronic Library Online) para encontrar resúmenes de periódicos vertidos al francés, percibí que la mayoría de los artículos se concentraban en el área de las Ciencias sociales, con enfoque para la Revista Brasileña de Ciencias Sociales (publicada por la Asociación Nacional de Posgrado e Investigación en Ciencias Sociales) y la Revista de Sociología y Política (publicada por el Departamento de Ciencias Sociales de la Universidad Federal de Paraná).

La evaluación consistió en la traducción de dos textos pragmáticos y en la versión de dos resúmenes de artículos.

Page 8: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

8

janeiro de 2009, aí iniciei minhas atividades selecionando e supervisionando o trabalho dos bolsistas de língua francesa. Desde então, venho acompanhando o desempenho de alunos cada vez mais interessados e qualificados para o exercício da atividade tradutória. Os candidatos deveriam, idealmente, ter cursado a eletiva Introdução aos Estudos de tradução 1 (portanto, deveriam estar inscritos, pelo menos, em Língua francesa V), mas isso nem sempre acontece. Il nous faut faire feu de tout bois et nous débrouiller avec les moyens du bord...

Como não se trata de uma firma privada que precisa manter-se com base na prestação de serviços à clientela, o escritório modelo nem sempre atende a determinadas demandas que vão muito além de seus objetivos. Considerando que contamos com um (a) bolsista que dedica 20 horas semanais ao Escritrad, somos, às vezes, obrigados a recusar certos projetos. Cito, como exemplo, um pedido para se verter para o português uma tese de doutorado da área de Direito Internacional, defendida na Sorbonne, contendo em torno de 600 páginas... Outra questão delicada são os prazos de muitas demandas que não correspondem à realidade e aos objetivos do escritório modelo.

A atuação do supervisor não se limita a dar suporte ao bolsista quando determinado projeto de tradução se apresenta. É preciso prever atividades para os “tempos mortos”. Portanto, indico aos estagiários a leitura de textos de teoria da tradução, seguidos de exercícios de tradução, que são depois debatidos em encontros periódicos.

De maneira geral, proponho a leitura e a discussão dos seguintes textos:1. O terceiro capítulo da primeira parte de livro L’analyse du discours

comme méthode de traduction : Introduction à la traduction française de textes pragmatiques anglais, de Jean Delisle (1984), no qual o professor canadense fala sobre os “Quatro patamares do manejo da linguagem”, destacando de maneira clara e didática as competências necessárias para a formação de bons tradutores de textos pragmáticos;

2. O terceiro capítulo de Procedimentos técnicos de tradução: uma nova

La Oficina modelo de traducción Ana Cristina César tiene por objetivo trabajar en la formación de futuros traductores bien como de responder a la demanda por traducciones por parte de la comunidad interna y externa a la universidad. En enero de 2009, he iniciado mis actividades allí seleccionando y supervisando el trabajo de los becarios de lengua francesa. Desde entonces, vengo acompañando el desempeño de alumnos cada vez más interesados y calificados para el ejercicio de la actividad de traducción. Los candidatos deberían, idealmente, haber cursado la optativa Introducción a los estudios de traducción I (por lo tanto, deberían estar inscriptos, por lo menos, en Lengua francesa V), pero eso no siempre sucede. Il nous faut faire feu de tout bois et nous débrouiller avec les moyens du bord...

Como no se trata de una empresa privada que necesita mantenerse con base en la prestación de servicios a la clientela, la oficina modelo no siempre atiende a determinadas demandas que van más allá de sus objetivos. Considerando que contamos con un(a) becario que dedica 20 horas semanales al Escritrad, somos, a veces, obligados a recusar ciertos proyectos. Cito, como ejemplo, un pedido para verter al portugués una tesis de doctorado del área de Derecho Internacional, defendida en la Sorbonne, conteniendo alrededor de 600 páginas... Otra cuestión delicada son los plazos de muchas demandas que no corresponden a la realidad y a los objetivos de la oficina modelo.

La actuación del supervisor no se limita a dar suporte al becario cuando determinado proyecto de traducción se presenta. Es necesario prever actividades para los “tiempos de ocio”. Por lo tanto, indico a los pasantes la lectura de textos de teoría de la traducción, seguidos de ejercicios de traducción, que después son debatidos en encuentros periódicos.

De manera general, propongo la lectura y la discusión de los siguientes textos:1. El tercer capítulo de la primera parte del libro L’analyse du discours

comme méthode de traduction : Introduction à la traduction française de textes pragmatiques anglais, de Jean Delisle (1984), en el cual el profesor canadiense habla sobre los “Cuatro niveles del manejo del lenguaje”, destacando de manera clara y didáctica las competencias necesarias a

Page 9: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

9

proposta, de Heloísa Barbosa (2004). Neste capítulo, a autora apresenta sua “Proposta de caracterização dos Procedimentos técnicos de tradução”, inspirada em grande parte no conhecido ensaio Stylistique comparée du français et de l’anglais, dos canadenses Jean-Paul Vinay et Jean Darbelnet;

3. Sempre que posso sugiro a leitura dos livros A tradução vivida e Escola de tradutores, de Paulo Rónai (2012), autor ao qual já me referi quando tratei da eletiva de tradução na graduação do curso de Letras da UERJ.

Passo agora ao relato de experiências de orientação e revisão do trabalho de três bolsistas. Em primeiro lugar, temos a tradução do artigo de Marc André Bernier, professor da Université du Québec à Trois-Rivières intitulado “Entre souci de soi et société des coeurs: plaisir et discours de la morale au siècle des Lumirères” [Entre o cuidado de si e a fusão dos corações: prazer e discurso sobre a moral no século das Luzes] e publicado em 2012 na Revista Matraga, da Pós-Graduação em Letras da UERJ (v. 18, n. 29, jul./dez. de 2011), organizada por Ana Lucia de Souza Henriques e Carlinda Fragale Pate Nuñes. A tradução, de autoria de Francisco Daniel Luna, que atuou durante o ano de 2011, apresentava dificuldades que foram contornadas de maneira brilhante pelo bolsista, aluno excepcional, diga-se de passagem.

Meu trabalho nem sempre se limitou à revisão, já que, em alguns momentos, dada a dificuldade encontrada pelo bolsista em verter trechos de obras da literatura francesa do século XVIII citadas por Bernier, tive que reescrever ou retraduzir passagens particularmente difíceis para o aprendiz de tradutor. Foi necessário ainda introduzir algumas “Notas do Tradutor” para esclarecer referências a autores e obras literária da época.

Em segundo lugar, destaco a participação de Ágatha Moinhos Vianna, cuja atividade no Escritrad vai de março de 2012 a abril de 2013. Ressalto que a solicitação, que partiu de uma professora do Instituto de Psicologia da UERJ me pareceu desafiadora. Tratava-se da tradução de uma entrevista gravada originalmente em vídeo para o programa da televisão francesa Apostrophes de

la formación de buenos traductores de textos pragmáticos;2. El tercer capítulo de Procedimientos técnicos de traducción: una nueva

propuesta, de Heloísa Barbosa (2004). En ese capítulo, la autora presenta su “Propuesta de caracterización de los Procedimientos técnicos de traducción”, inspirada en gran parte en el conocido ensayo Stylistique comparée du français et de l’anglais, de los canadienses Jean-Paul Vinay et Jean Darbelnet;

3. Siempre que puedo sugiero la lectura de los libros La traducción vivida y Escuela de traductores, de Paulo Rónai (2012), autor que ya he mencionado cuando he tratado de la optativa de traducción en la graduación de la carrera de Letras de la UERJ.

Paso ahora al relato de experiencias de orientación y revisión del trabajo de tres becarios. En primer lugar, tenemos la traducción del artículo de Marc André Bernier, profesor de la Université du Québec à Trois-Rivières titulado « Entre souci de soi et société des coeurs: plaisir et discours de la morale au siècle des Lumirères » [Entre el cuidado de sí y la fusión de los corazones: placer y discurso sobre la moral en el siglo de las Luces] y publicado en 2012 en la revista Matraga, del Posgrado en Letras de la UERJ (v. 18, n. 29, jul./dic. de 2011), organizada por Ana Lucia de Souza Henriques y Carlinda Fragale Pate Nuñes. La traducción, de autoría de Francisco Daniel Luna, que actuó durante el año de 2011, presentaba dificultades que fueron superadas de manera brillante por el becario, alumno excepcional, dicho sea de paso.

Mi trabajo no siempre se limitó a la revisión, ya que, en algunos momentos, dada la dificultad encontrada por el becario en verter fragmentos de obras de la literatura francesa del siglo XVIII citadas por Bernier, tuve que reescribir o retraducir pasajes particularmente difíciles para el aprendiz de traductor. Fue necesario aun introducir algunas “Notas del Traductor” para aclarar referencias a autores y obras literarias de la época.

En segundo lugar, destaco la participación de Agatha Moinhos Vianna, cuya actividad en el Escritrad va desde marzo de 2012 hasta abril de 2013. Resalto que la solicitación, que partió de una profesora del Instituto de Psicología de la UERJ

Page 10: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

10

22 de outubro de 1973, por ocasião do lançamento do livro Moi, Pierre Rivière, ayant égorgé ma mère, ma soeur et mon frère. Un cas de parricide au XIXe siècle présenté par Michel Foucault (1973). Trata-se de um ensaio muito conhecido e traduzido em português. A referida entrevista faz parte do DVD do filme inspirado no texto do jovem assassino, dirigido por René Allio e lançado em 1976. No vídeo, Gilles Lapouge e Benard Pivot recebem o historiador Jean-Pierre Peter, que fez parte da equipe coordenada por Foucault.

Neste caso, o trabalho teria que ser feito em duas etapas. Num primeiro momento, era necessário transcrever a entrevista para, num segundo momento, traduzi-la. Ora, o trabalho de transcrição está longe de ser fácil, haja vista uma série de questões envolvendo a qualidade da reprodução do som, a prosódia dos locutores, a rapidez e fluidez do discurso falado, entre outros escolhos. A estagiária, aluna exemplar que tinha se destacado com monitora de língua francesa no ano anterior, se desincumbiu de maneira competente de sua tarefa, deixando ao revisor o cuidado de resolver as lacunas e obstáculos que se apresentaram durante a transcrição. Foram necessárias inúmeras escutas para dirimir todas as dúvidas.

Relato um exemplo em que a internet me ajudou a encontrar a solução para um problema. Num dado momento, o entrevistado refere-se à “região ao sul de Caën, de [?]”, onde vivia Pierre Rivière. Com base no que “achei que tinha ouvido”, fiz uma pesquisa no “Google Mapas” tentando descobrir que localidade nas proximidades da cidade de Caën, situada na Normandia, se aproximava daqueles sons que percebia com dificuldade. Finalmente, cheguei a Aunay-sur-Odon. Naturalmente que bastaria a consulta do texto traduzido em português ou de sites sobre a obra para solucionar esta dúvida, mas confesso que o suporte oral condicionou minha démarche, isto é, meu esforço na busca de compreensão, que acabou se mostrando produtivo.

A revisão teve, portanto, igualmente dois momentos, já que se tratava de revisar a transcrição da entrevista em francês para, posteriormente à sua tradução,

me pareció desafiadora. Se trataba de la traducción de una entrevista grabada originalmente en vídeo para el programa de la televisión francesa Apostrophes de 22 de octubre de 1973, por ocasión del lanzamiento del libro Moi, Pierre Rivière, ayant égorgé ma mère, ma soeur et mon frère. Un cas de parricide au XIXe siècle présenté par Michel Foucault (1973). Se trata de un ensayo muy conocido y traducido en portugués. La mencionada entrevista integra el DVD de la película inspirada en el texto del joven asesino, dirigida por René Allio y lanzada en 1976. En el vídeo, Gilles Lapouge y Benard Pivot reciben al historiador Jean-Pierre Peter, que formó parte del equipo coordinado por Foucault.

En ese caso, el trabajo tendría que ser hecho en dos etapas. En un primer momento, era necesario transcribir la entrevista para, en un segundo momento, traducirla. Pues bien, el trabajo de transcripción está lejos de ser fácil, teniendo en cuenta una serie de cuestiones que involucran la calidad de la reproducción del sonido, la prosodia de los locutores, la rapidez y fluidez del discurso hablado, entre otros escollos. La pasante, alumna ejemplar que se había destacado en la monitoría de lengua francesa el año anterior, se incumbió de manera competente de su tarea, dejando al revisor el cuidado de solucionar las lagunas y obstáculos que se presentaron durante la transcripción. Fueron necesarias innumerables escuchas para dirimir todas las dudas.

Relato un ejemplo en que la internet me ayudó a encontrar la solución para un problema. En un cierto momento, el entrevistado se refirió a la “región al sur de Caën, de [¿?]”, donde vivía Pierre Rivière. Basado en lo que “creí que había escuchado”, hice una investigación en el “Google Mapas” intentando descubrir qué localidad en las cercanías de la ciudad de Caën, ubicada en Normandía, se aproximaba a aquellos sonidos que percibía con dificultad. Finalmente, llegué a Aunay-sur-Odon. Naturalmente que bastaría con consultar el texto traducido en portugués o sitios sobre la obra para solucionar esta duda, pero confieso que el soporte oral condicionó mi démarche, esto es, mi esfuerzo en la búsqueda de comprensión, que resultó por mostrarse productivo.

La revisión tuvo, por lo tanto, igualmente dos momentos, ya que se trataba de revisar la transcripción de la entrevista en francés para, posteriormente a su

Page 11: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

11

repetir o processo com o texto vertido para o português. Um exemplo em que o trabalho de revisão exigiu competências menos

evidentes foi a reescrita da tradução da estrofe de uma complainte (que pode ser traduzida por traduzida por “nênia” ou lamento), isto é, uma canção da época, que fazia referência a esses crimes terríveis, citada por Gilles Lapouge. Trata-se de uma estrofe de 8 versos com rimas alternadas ABAB, CDCD. Como Ágatha tinha vertido os versos sem se preocupar em reproduzir as rimas, fiquei tentado a retraduzi-los, chegando ao resultado abaixo:

À peine à sa vingtième année,De sa mère, il trancha les jours.Et, de sa soeur infortunée, de la vie, arrêta le cours. Sa pauvre mère était enceinte, quand il commit l’assassinat.En entendant cette complainte,Chacun d’entre vous frémira.

Aos vinte anos, o algozDa mãe, a vida ceifou.E a irmã, ó crime atroz,a sangue frio matou.Da pobre mãe, grávida, então,O fruto se extinguirá.Ao escutar esta canção,Cada um de vocês tremerá.

Em terceiro lugar, passo ao relato de uma supervisão que se caracteriza pela novidade de ter uma aluna que, além de excepcional, possui um interesse marcado pela tradução literária. Gabriela Expedita Amaral Ribeiro, que também esteve sob minha orientação como monitora de língua francesa em 2012, começou seu estágio no primeiro semestre de 2013, concomitantemente ao curso da disciplina eletiva Introdução aos Estudos de Tradução I. Ora, como não fazia sentido propor à estagiária as leituras e atividades que sugiro aos alunos iniciantes, uma vez que faziam parte do programa da referida disciplina, decidimos orientar nosso trabalho para textos que tratam da tradução literária. Num segundo momento, a prática tradutória seria contemplada.

traducción, repetir el proceso con el texto vertido para el portugués.Un ejemplo en el que el trabajo de revisión exigió competencias menos

evidentes fue la reescritura de la traducción de la estrofa de una complainte (que puede ser traducida como lamento), esto es, una canción de la época, que se refería a esos crímenes terribles, citados por Gilles Lapouge. Se trata de una estrofa de 8 versos con rimas alternadas ABAB, CDCD. Como Ágatha había vertido los versos sin preocuparse en reproducir las rimas, tuve la tentación de retraducirlos, llegando al resultado abajo:

À peine à sa vingtième année,De sa mère, il trancha les jours.Et, de sa soeur infortunée, de la vie, arrêta le cours. Sa pauvre mère était enceinte, quand il commit l’assassinat.En entendant cette complainte,Chacun d’entre vous frémira.

1Aos vinte anos, o algozDa mãe, a vida ceifou.E a irmã, ó crime atroz,a sangue frio matou.Da pobre mãe, grávida, então,O fruto se extinguirá.Ao escutar esta canção,Cada um de vocês tremerá.

En tercer lugar, paso al relato de una supervisión que se caracteriza por la novedad de tener una alumna que, además de excepcional, posee un interés marcado por la traducción literaria. Gabriela Expedita Amaral Ribeiro, que también estuvo bajo mi orientación como monitora de lengua francesa en 2012, empezó su pasantía en el primer semestre de 2013, concomitantemente al curso de la asignatura optativa Introducción a los Estudios de Traducción I. Pues bien, como no tenía sentido proponerle a la pasante las lecturas y actividades que les sugiero a los alumnos principiantes, una vez que formaban parte del programa de la mencionada asignatura, decidimos orientar nuestro trabajo hacia textos que tratan de la traducción literaria. En un segundo momento, la práctica de la traducción sería contemplada.

Page 12: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

12

Propus a Gabriela a leitura e o fichamento dos seguintes textos:1. “A tarefa do tradutor”, o conhecidíssimo ensaio de Walter Benjamin;2. La traduction aujourd’hui, de Marianne Lederer com sua teoria interpretativa

da tradução ;3. De Walter Benjamin à nos jours... (Essais de traductologie), da brasileira

radicada na França Inês Oseki-Dépré, que faz um apanhado das principais teorias que se inscrevem na linhagem benjaminiana que privilegia a literalidade.

Em dois encontros, discutimos os textos lidos, tentando refletir sobre as diferentes propostas na abordagem teórica e prática da tradução literária. Na verdade, com Gabriela as discussões não precisam ter hora marcada, uma vez que, em outros momentos, acabamos conversando informalmente sobre tradução e a perspicácia com que ela manifesta seus pontos de vista, além de seus conhecimentos e sua cultura, só fazem aumentar minha admiração por ela. Sugeri também a leitura mais aprofundada de textos de autores citados no estudo de Oseki-Dépré, como Henri Meschonnic, mas ainda não tivemos tempo para discutir a respeito.

Chegada a hora de passar da teoria à prática, propus a leitura de dois livros de contos da escritora e roteirista canadense Monique Proulx: Sans coeur et sans reproche (2002) e Les aurores montréales (2005) para que a estagiária escolhesse um conto a ser traduzido. A escolha recaiu sobre “Oui or No”, publicado no segundo livro, que trata de um triângulo amoroso formado por um casal de jornalistas franco-canadenses e por um amante sedutor originário de Toronto, tendo como pano de fundo o plebiscito de 1995 visando à independência da Província de Quebec. A tradução deste conto mostrou-se um desafio, já que traz referências à história e à cultura do Quebec e do Canadá, além de apresentar um traço recorrente da literatura canadense de língua francesa: trata-se da presença constante de diálogos e trechos em língua inglesa, o que remete, respectivamente, às reflexões de autores como Sherry Simon sobre a “poética da tradução” e Jacques Derrida sobre o “double bind”, ou a tradução recíproca.

Recentemente, apresentei sugestões e correções depois da leitura desta

Le propuse a Gabriela la lectura y el resumen de los siguientes textos:1. “La tarea del traductor”, el conocido ensayo de Walter Benjamin;2. La traduction aujourd’hui, de Marianne Lederer con su teoría interpretativa

de la traducción ;3. De Walter Benjamin à nos jours... (Essais de traductologie), de la brasileña

arraigada en Francia Inês Oseki-Dépré, que hace un resumen de las principales teorías que se inscriben en el linaje benjaminiano que privilegia la literalidad.

En dos encuentros, discutimos los textos leídos, intentando reflexionar sobre las distintas propuestas en el abordaje teórico y práctico de la traducción literaria. En realidad, con Gabriela las discusiones no necesitan de una hora preestablecida, una vez que, en otros momentos, terminamos platicando informalmente sobre traducción y la perspicacia con que ella manifiesta sus puntos de vista, además de sus conocimientos y su cultura, solo hacen que aumente mi admiración por ella. Sugerí también la lectura más profundizada de textos de autores mencionados en el estudio de Oseki-Dépré, como Henri Meschonnic, pero todavía no tuvimos tiempo para discutir a respecto.

Legado el momento de pasar de la teoría a la práctica, propuse la lectura de dos libros de cuentos de la escritora y guionista canadiense Monique Proulx: Sans coeur et sans reproche (2002) y Les aurores montréales (2005) para que la pasante escogiera un cuento a ser traducido. La elección recayó sobre “Oui or No”, publicado en el segundo libro, que trata de un triángulo amoroso compuesto por una pareja de periodistas franco-canadienses y por un amante seductor originario de Toronto, teniendo como telón de fondo el plebiscito de 1995 visando a la independencia de la Provincia de Quebec. La traducción de este cuento terminó por ser un desafío, ya que trae referencias a la historia y a la cultura de Quebec y de Canadá, además de presentar un rasgo recurrente de la literatura canadiense de lengua francesa: se trata de la presencia constante de diálogos y trozos en lengua inglesa, lo que remite, respectivamente, a las reflexiones de autores como Sherry Simon sobre la “poética de la traducción” y Jacques Derrida sobre el “double mind”, o la traducción recíproca.

Page 13: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

13

primeira versão da tradução. Falta discutir, num próximo encontro, as dificuldades encontradas e suas possíveis soluções, para mais adiante pensarmos numa interface com a leitura dos textos teóricos propostos. Aproveito para dizer que Gabriela vai, inclusive, apresentar, neste I Encontro de Tradução de Espanhol do Rio de Janeiro, uma comunicação sobre essa experiência às 15h com o título “Isto é uma tradução, isto não é uma tradução: transparência versus estranhamento”.

Gostaria de dizer, à guisa de conclusão, que o crescente interesse dos alunos pela teoria e a prática tradutória tem se refletido numa busca por orientação e formação à qual alguns professores de língua estrangeira tentam responder, reorientando suas pesquisas em função dessas novas demandas. Cabe a nós, professores de línguas estrangeiras e pesquisadores em tradução, repensarmos o papel dos Cursos de Letras diante dessa demanda por cursos de tradução e criarmos as condições necessárias para que seu ensino seja cada vez mais difundido e incentivado.

Além disso, o trabalho de supervisão de língua francesa no Escritório Modelo de Tradução Ana Cristina César tem me proporcionado uma troca constante e enriquecedora com os alunos que buscam uma formação em tradução. Como salientado anteriormente, observa-se, nos últimos tempos, uma demanda crescente por parte do alunado, haja vista o aumento da procura pela oferta do curso de Introdução ao Estudos de Tradução I, que ministrei no primeiro semestre, a partir de uma solicitação dos próprios alunos da graduação.

Espero, com minha pequena contribuição, poder suscitar vocações, além de responder a uma demanda que se faz cada dia mais presente na universidade, como reflexo das mudanças da sociedade brasileira, cuja inserção num mundo altamente globalizado exige que se formem profissionais capazes de interagir em várias línguas estrangeiras.

Recientemente, presenté sugerencias y correcciones después de la lectura de esa primera versión de la traducción. Hace falta discutir, en un próximo encuentro, las dificultades encontradas y sus posibles soluciones, para que más adelante pensemos en una interfaz con la lectura de los textos teóricos propuestos. Aprovecho para decir que Gabriela va, incluso, a presentar, en este I Encuentro de Traducción de Español de Río de Janeiro, una comunicación sobre esa experiencia a las 15h con el título “Esto es una traducción, esto no es una traducción: transparencia versus extrañamiento”.

Me gustaría decir, a modo de conclusión, que el creciente interés de los alumnos por la teoría y la práctica de traducción se ha reflejado en una búsqueda por orientación y formación a la cuál algunos profesores de lengua extranjera intentan responder, reorientando sus investigaciones en función de esas nuevas demandas. Compite a nosotros, profesores de lenguas extranjeras e investigadores en traducción, que repensemos el papel de las Carreras de Letras ante esa demanda por cursos de traducción y que criemos las condiciones necesarias para que su enseñanza sea cada vez más difundida e incentivada.

Además de eso, el trabajo de supervisión de lengua francesa en la Oficina Modelo de Traducción Ana Cristina César me ha proporcionado un intercambio constante y enriquecedor con los alumnos que buscan una formación en traducción. Como expresado anteriormente, se observa, en los últimos tiempos, una demanda creciente por parte de los alumnos, visto el aumento de búsqueda por la oferta de la disciplina Introducción a los Estudios de Traducción I, que di en el primer semestre, a partir de una solicitación de los propios alumnos de graduación.

Espero, con mi pequeña contribución, poder suscitar vocaciones, además de responder a una demanda que se hace cada día más presente en la universidad, como reflejo de los cambios de la sociedad brasileña, cuya inserción en un mundo altamente globalizado exige que se formen profesionales capaces de interactuar en varias lenguas extranjeras.

Page 14: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

14

Referencias (Referências)

BARBOSA, Heloísa Gonçalves. “Proposta de caracterização dos procedimentos técnicos de tradução”, in: Procedimentos técnicos de tradução: uma nova proposta. Campinas, SP: Pontes, 2004, p. 63-77.

BENJAMIN, Walter. “A tarefa do tradutor”, in: Escritos sobre mito e linguagem (1915-1921), tradução de Suzana Kampff Lages. São Paulo: Duas cidades: Editora 34, 2011, p. 101-119. (Coleção Espírito Crítico)

DESLILE, Jean. “Les quatre paliers du langage”, in: ______. L’analyse du discours comme méthode de traduction: Introduction à la traduction française de textes pragmatiques anglais. Ottawa: Presses de l’Université d’Ottawa, 1984, p. 98-125.

FOUCAULT, Michel (dir.). Moi, Pierre Rivière, ayant égorgé ma mère, ma soeur et mon frère : Un cas de parricide au XIXe siècle présenté par Michel Foucault. Paris: Gallimard-Julliard, 1973. (Collection Archives)

LEDERER, Marianne. La traduction aujourd’hui: le modèle interprétatif. Paris: Hachette, 1984.

MATRAGA. Revista da Pós-Graduação stricto sensu em Letras da UERJ, v. 18, n. 29, jul./dez. 2011, p. 138-151.

OSÉQUI-DÉPRÉ, Inês. De Walter Benjamin à nos jours... (Essais de traductologie). Paris: Honoré Champion Éditeur, 2007.

PROULX, Monique. Sans coeur et sans reproche. Montréal: Éditions Québec Amérique, 2002.

______. “Oui or No”, in: Les aurores montréales. Montréal: Boréal, 2005, p. 169-179.

RÓNAI, Paulo. Como aprendi o português, e outras aventuras. Rio de Janeiro:

Artenova, 1975.

______. Escola de tradutores. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

______ . A tradução vivida. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 2012.

Notas1 Versão em língua espanhola por Ana Carolina Vidal.2 Professor Adjunto de Língua e Literatura Francesa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Doutor em Literatura Comparada (2007) e Mestre em Letras (1997) pela Universidade Federal Fluminense. Traduziu diversos artigos sobre a cultura e a sociedade franco-canadense.

3 Nascido no Rio de Janeiro, em 1944, o escritor exerceu diversas atividades, que vão do jornalismo à política, passando pelo magistério, pelo comércio e pela aviação internacional. Formado em Filosofia pela Faculdade Nacional de Filosofia, em 1966, Kokis participou ativamente das lutas estudantis que sacudiam a universidade brasileira, vindo a sofrer perseguições policiais durante a Revolução de 1964. Em 1967, publica um ensaio intitulado Franz Kafka e a expressão da realidade (KOKIS: 1967). Com uma bolsa de estudos do governo francês, ele vai para a Universidade de Estrasburgo, onde aprofunda seus estudos em Psicologia e Metodologia Fenomenológica, de 1967 a 1968. Em 1969, transfere-se para o Canadá, após obter um posto no hospital psiquiátrico de Gaspé. Doutor em Psicologia pela Université de Montréal, ele trabalha como professor inicialmente na Université du Québec à Montréal, depois na Université de Montréal. Em 1975, passa a trabalhar como psicólogo no hospital Sainte-Justine. Neste mesmo ano, adquire a cidadania canadense. Desde esta época, estuda desenho na School of Art and Design do Museu de Belas-Artes de Montreal e no centro Saidye Bronfman de Montreal. Depois de atuar como psicólogo clínico de 1969 a 1996, Kokis passa a se dedicar exclusivamente à literatura e às artes plásticas.

4 O pré-requisito exigido para as disciplinas são Língua francesa IV para a eletiva I e Língua francesa V para a eletiva II.

5 V. os artigos de Maurício Meireles “Uma aventura pela língua portuguesa”, publicado n’O Globo de 4/7/2013, Segundo Caderno, p. 2, e de Caetano Veloso “Rónai”, publicado n’O Globo de 18/8/2013, Segundo Caderno, p. 2, sobre o relançamento de Como aprendi o português, e outras aventuras

Page 15: Renato Venancio HenRiques de sousa - dialogarts.uerj.br · de tradução, que vão de Walter Benjamin a Henri Meschonnic e Paul Ricoeur, passando por Antoine Berman, Jacques Derrida

15

THE INITIATION OF TRANSLATION AT UNDERGRADUATE COURSE AND EXTENSION COURSE IN THE COURSE OF PORTUGUESE-FRENCH IN THE RIO DE JANEIRO STATE UNIVERSITY

Abstract:Our paper aims to present a brief overview of the teaching and practice of translation

in the course of Portuguese-French in the Rio de Janeiro State University (known as UERJ) both at undergraduate course and extension course. In the first case, the translation is taught as an elective course named Introduction to translation studies I – French language and Introduction to translation studies II – French Language. In the context of the extension course, the translational activity is exercised in the Ana Cristina César Translation Office, created in 1999, with the goal of working in the training of future translators as well as responding to demand for translations by the internal and external to the university community. Based on our experience in the supervision of scholarship holders of the French language since 2009, we will point out some aspects of this work, which seeks to bridge the gap between theory and translation practice. We shall see as the growing student interest in theory and translation practice was reflected in our academic journey, a quest for training and qualification in an attempt to respond to these new demands.

Key words: Translation, Teaching, Training.