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REPÚBLICA DE CABO VERDE MINISTÉRIO DAS INFRA-ESTRUTURAS E ECONOMIA MARÍTIMA Instituto de Estradas (IE) Projecto para a Reforma do Sector dos Transportes _______ DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL (CGES) Elaboração: Arlinda R. D. L. Neves -Especialista Sócio-Ambiental- Janeiro 2013 Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized Public Disclosure Authorized

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REPÚBLICA DE CABO VERDE

MINISTÉRIO DAS INFRA-ESTRUTURAS E ECONOMIA

MARÍTIMA

Instituto de Estradas (IE)

Projecto para a Reforma do Sector dos Transportes

_______

DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E

SOCIAL (CGES)

Elaboração:

Arlinda R. D. L. Neves

-Especialista Sócio-Ambiental-

Janeiro 2013

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

2

ÍNDICE

SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................ 5

SUMMARY ......................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

EXECUTIVE SUMMARY ............................................................................. 6

RESUMO EXECUTIVO ............................................................................. 10

1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 14

1.1. Enquadramento ................................................................................. 14

1.2. Objectivos do projecto .................................................................. 15

1.3. Objectivos do quadro de gestão ambiental e social .... 16

1.4. Abordagem metodológica ........................................................... 17

2. O PROJECTO ..................................................................................... 18

2.1. Arranjo institucional para a implementação do

projecto ........................................................................................................... 21

3. QUADRO BIOFÍSICO E SÓCIO-ECONÓMICO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PROJECTO .................................................................. 24

3.1. Caracterização biofísica geral ................................................... 24

3.1.1. Flora ....................................................................................................... 27

3.1.2. Fauna ..................................................................................................... 28

3.1.3. Rede de áreas protegidas ............................................................... 29

3.2. Contexto sócio-económico ......................................................... 31

3.3. Risco de catástrofe e vulnerabilidade .................................. 34

4. ENQUADRAMENTO LEGAL DA GESTÃO AMBIENTAL ................................ 36

4.1. Políticas de gestão ambiental e social ................................. 36

4.1.1. Plano de Acção Nacional para o Ambiente (PANA II) .......... 36

4.1.2. Documento Estratégico de Crescimento e Redução da Pobreza (DECRP) ............................................................................................ 36

4.1.3. Programa de Acção Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas ........................................................................................................... 37

4.1.4. Plano Nacional de Contingência para Redução de Desastres Naturais ............................................................................................................... 38

4.1.5. Plano Estratégico Nacional de Água e Saneamento ............. 39

4.1.6. Directiva Nacional do Ordenamento do Território (DNOT) 39

4.2. Quadro legislativo de gestão ambiental e social ........... 40

4.2.1. Legislação nacional ambiental e social ...................................... 40

4.2.2. Legislação aplicável a outros domínios ..................................... 42

4.2.3. Legislação internacional ambiental e social ............................. 45

4.2.4. Procedimentos nacionais de avaliação ambiental ................. 46

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3

4.3. Quadro institucional de gestão ambiental e social do

Projecto ........................................................................................................... 47

4.3.1. Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território ............................................................................................................. 48

4.3.2. Instituto de Estradas ........................................................................ 49

4.3.3. Os Municípios e Comunidades locais .......................................... 49

4.3.4. Parceiros institucionais .................................................................... 50

4.3.5. As ONGs e associações comunitárias ......................................... 51

4.4. Conclusões ........................................................................................... 51

5. POLÍTICAS DE SALVAGUARDA AMBIENTAL E SOCIAL DO BANCO

MUNDIAL .............................................................................................. 52

5.1. Análise das políticas de salvaguarda .................................. 52

5.2. Conclusões ........................................................................................... 57

6. IMPACTES AMBIENTAIS E SOCIAIS NEGATIVOS DO PROJECTO ............... 58

6.1. Impactes negativos globais comuns a todos os

projectos ......................................................................................................... 58

6.2. Impactes negativos cumulativos das actividades do projecto ........................................................................................................... 60

6.3. Síntese da análise dos impactes negativos do

projecto "preservação do património rodoviário” ................ 61

6.4. Descrição dos principais impactes ambientais e

sociais positivos do projecto .............................................................. 64

7. MEDIDAS DE ATENUAÇÃO DOS IMPACTES NEGATIVOS .......................... 65

7.1. Projecto de preservação do património rodoviário .... 65

7.2. Procedimentos de gestão dos impactes cumulativos

das actividades do projecto ................................................................ 68

8 - METODOLOGIA DE PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO DAS ACTIVIDADES DO PROJECTO ............................................................................................ 71

8.1. O processo de selecção ambiental e social...................... 71

8.2. Etapas de selecção ambiental e social ............................... 72

8.3. Diagrama de fluxo das actividades do projecto ........... 78

8.4. Responsabilidades na implementação do processo de

selecção ........................................................................................................... 79

9. REFORÇO DA GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL DO PROJECTO ................... 80

9.1. Medidas de reforço institucional ............................................ 80

9.2. Medidas de reforço técnico ....................................................... 81

9.3. Medidas de formação dos membros da plataforma nacional ........................................................................................................... 81

9.4. Medidas de sensibilização das populações ...................... 84

9.5. Medidas de salvaguarda ambiental e social .................... 84

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4

9.5.1. Medidas de conformidade com a PO 4.01 "Avaliação Ambiental" .......................................................................................................... 84

9.5.2. Medidas de conformidade com a PO 4.11 ................................ 85

9.5.3. Medidas de conformidade com a PO 4.12 "Reinstalação involuntária das populações" ...................................................................... 85

9.6. Programa de seguimento ambiental e social ................. 85

9.6.1. Seguimento e avaliação .................................................................. 85

9.6.2. Indicadores de seguimento ............................................................ 85

9.6.3. Instituições responsáveis pelo seguimento da aplicação das medidas de atenuação .......................................................................... 87

9.7. Arranjos institucionais e funções, ambiental e social .............................................................................................................................. 87

9.7.1. Coordenação, preparação e supervisão .................................... 88

9.7.2. Implementação e seguimento "interno" de proximidade ... 89

9.7.3. Seguimento ambiental e social "externo" ................................ 89

9.8. Procedimentos de consulta para a implementação do

projecto ........................................................................................................... 90

9.8.1. Contexto e objectivo do plano de consulta .............................. 90

9.8.2. Mecanismos e procedimentos de consulta ............................... 91

9.8.3. Estratégia .............................................................................................. 91

9.8.4. Etapas de consulta ............................................................................ 92

9.8.5. Procedimentos de consulta ............................................................ 92

9.9. Calendário de implementação das medidas .................... 92

9.10. Estimativa de custos das medidas ambientais e sociais .............................................................................................................. 93

ANEXOS ............................................................................................... 95

ANEXO 1 - FORMULÁRIO DE SELECÇÃO AMBIENTAL E SOCIAL DOS PROJECTOS .......................................................................................... 95

ANEXO 2 - CLÁUSULAS AMBIENTAIS E SOCIAIS A INSERIR NOS DOSSIERS D'APPEL D'OFFRE ................................................................... 98

ANEXO 3 – FOTOS ............................................................................... 124

ANEXO 4 – PESSOAS CONTACTADAS ..................................................... 128

ANEXO 5 – BIBLIOGRAFIA .................................................................... 130

ANEXO 6 - MEMORANDO DO ENCONTRO DE VALIDAÇÃO .......................... 133

ANEXO 7 – LISTA DE PRESENÇA DO ENCONTRO DE VALIDAÇÃO ............... 138

ANEXO 8 – ENCONTRO DE VALIDAÇÃO: FOTOS ...................................... 139

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5

SIGLAS E ABREVIATURAS

AA : Avaliação Ambiental

AIA : Avaliação de Impacte Ambiental AT : Assistência Técnica

BM : Banco Mundial

EIA : Estudo de Impacte Ambiental IE : Instituto de Estradas

IFC : Cooperação Financeira Internacional DAO : Documents D'Appel d'Offres

DECRP : Documento Estratégico do Crescimento e Redução da Pobreza

DGA : Direcção Geral do Ambiente DGTR : Direcção Geral dos Transportes Rodoviários

DGOT : Direcção Geral do Ordenamento do Território DNOT : Directiva Nacional do Ordenamento do

Território IGOPP : Inspecção Geral das Obras Públicas de

Privadas IST : Infecções Sexualmente Transmissíveis

EIAS : Estudo de Impacte Ambiental e Social

GEMANS : Gestão e Manutenção de Estradas por Níveis IDH : Indíce do Desenvolvimento Humano

ODM : Objectivos do Desenvolvimento do Milénio OP : Norma Operacional do Banco Mundial

LEC : Laboratório da Engenharia Civil MAHOT : Ministério do Ambiente Habitação e

Ordenamento do Território ONG : Organizações Não Governamentais

OSC : Organizações da Sociedade Civil PANA II : II Plano de Acção Nacional para o Ambiente

PENAS : Plano Estratégico Nacional de Água e Saneamento

PF : Ponto Focal PFAS : Ponto Focal Ambiental e Social

PGA : Planos de Gestão Ambiental

PGAS : Plano de Gestão Ambiental e Social PSR : Planos Sucintos de Reassentamento QGAS : Quadro de Gestão Ambiental e Social

RSSP : Projecto de Apoio ao Sector Rodoviário

TACV : Transportes Aéreos de Cabo Verde TDR : Termos de Referência

UCP : Unidade de Coordenação do Projecto ZEE : Zona Económica Exclusiva

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

6

EXECUTIVE SUMMARY

The Framework for Environmental and Social Management (QGAS)

is conceived as a mechanism for identifying environmental and

social impacts of the project and serves as a guide for the

preparation of the Environmental Management and Social Plans.

Environmental safeguard policies covered by the project are based

on the World Bank guidelines, namely OP 4.01 (Environmental

Assessment), OP 4.12 (Involuntary Resettlement) and OP 4.11

"physical and cultural resources."

The Component 1 of the project RSSP - Preservation of Assets

Road - includes four specific programs of roads rehabilitation and

maintenance, in four islands of Cape Verde, totaling about 509 km

length.

The Report of the QGAS integrates a general characterization of

intervention areas in terms of flora and fauna, and describes the

socio-economic development, disaster risk and vulnerability.

The QGAS presents the general framework and institutional

environmental management, based in the legislation in force, as

well as plans and programs for implementation of national

environmental policy.

It comprises a generic analysis of environmental and social impacts

of the project "Preservation of Assets Road" and enumerates the

corresponding mitigation measures.

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7

The report of QGAS also describes the actions to strengthen

environmental and social management of the project through

various measures to strengthen the institutional, technical, training

and public awareness, and presents the program of environmental

monitoring, consultation procedures, the schedule of actions and

the estimated budget of the project implementation.

Finally, the report presents a summary of positive and negative

impacts, and defines institutional responsibilities of the QGAS

document.

The main environmental and social impacts identified, relate mainly

to the rehabilitation projects as indicated below:

Frustrations derived created employment perspectives of

local people;

Impacts on vegetation: the recurrence to extraction areas for

construction materials for infrastructures could lead to the

cutting of trees;

Deforestation and reduction of vegetation cover, due to

possible recurrence to quarries and extraction areas;

Environmental pollution by waste derived from construction

works;

Noise pollution due to the movement of trucks and

escavation equipment;

Air pollution, soil, surface water, and groundwater pollution;

Social conflicts derived from public or private land

occupation;

Risk of damage on built heritage (networks infrastructures:

water, energy, sanitation, telecommunications);

Risk of accidents during the construction period;

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8

Interference with traffic.

The main positive environmental and social impacts associated with

the implementation of the rehabilitation works of roads in Cape

Verde are:

Improvement of accessibility to communities;

Facility for movement of persons and goods;

Increased access to education, health and employment;

Increase in economic activity;

Creation of jobs and access to employment;

Promoting the development of communities;

Reorganization of plots mainly the most vulnerable;

Access to basic social services.

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9

INSTITUTIONAL RESPONSIBILITIES

Stages

Responsabilities

Step 1: Projects Preparation

IE/Contractors

Step 2: Environmental and social selecttion and

classification DGA/IE

Step 3: Validation of the project environmental and

social classification

DGA

Step 4: Implementation of the environmental and

social work

DGA/IE/Contractors

4.1. Selection of simple mitigation measures to

implement

IE/Consultants/DGA

4.2. Contract consultants / Preparation of EIA IE/UCP

Step 5: Evaluation / approval DGA

Step 6: Public consultation and publication DGA/IE/CM/MDR

Step 7: Integration of environmental and social

measures in the dossiers d'appel d'offre

IE/UCP

Step 8: Projects implementation IE/Contractors

Step 9: Follow up environmental and social

Control:

Environmental and Social

Focal Point - IE

Follow up of Internal Control

Follow up external: DGA

Evaluation: Consultants

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10

RESUMO EXECUTIVO

O Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS) é concebido como

um mecanismo de identificação dos impactes ambientais e sociais

do projecto e serve de guia para a elaboração dos Planos de

Gestão Ambiental e Social (PGAS).

As políticas de salvaguarda ambiental contempladas pelo projecto

baseiam-se nas orientações do Banco Mundial, designadamente a

PO 4.01 (avaliação ambiental), a PO 4.12 (Reassentamento

Involuntário) e a PO 4.11 “Recursos físicos e culturais”.

A Componente 1 do projecto RSSP - Preservação do Património

Rodoviário - integra quatro programas específicas de reabilitação e

manutenção de estradas em 4 ilhas do arquipélago de Cabo Verde,

totalizando cerca de 509 km de estradas.

O Relatório do QGAS integra a caracterização geral das zonas de

intervenção em matéria de flora e fauna e descreve o contexto

sócio-económico, risco de catástrofes e vulnerabilidade das

populações.

Apresenta o enquadramento geral e institucional da gestão

ambiental, baseada na legislação em vigor, bem como os planos e

programas de implementação da política ambiental nacional.

O QGAS contempla uma análise genérica dos impactes ambientais

e sociais negativos do projecto "Preservação do Património

Rodoviário" e enumera as correspondentes medidas de atenuação.

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11

Descreve a metodologia utilizada na execução do projecto,

integrando diferentes etapas e responsabilidades de

implementação.

O Relatório do PGAS descreve ainda as acções de reforço da gestão

ambiental e social do projecto através de diferentes medidas de

reforço institucional, técnico, de formação e de sensibilização das

populações e apresenta o programa de seguimento ambiental, os

procedimentos de consulta, a calendarização das acções bem como

o orçamento estimativo de implementação do projecto.

Por fim, o relatório apresenta o resumo dos impactes negativos e

positivos e define as responsabilidades institucionais do Documento

Quadro de Gestão Ambiental e Social.

Os principais impactes ambientais e sociais negativos identificados

relacionam-se sobretudo com os projectos de reabilitação conforme

se indica a seguir:

Frustrações derivadas de perspectivas criadas de emprego

das populações locais;

Impactes sobre a vegetação: a recorrência a zonas de

empréstimo para a extracção de materiais para a construção

poderá ocasionar o abate de árvores.

Desmatamento e redução da cobertura vegetal devido a

eventual recorrência a pedreiras e manchas de empréstimo;

Poluição do meio ambiente por resíduos da obra;

Poluição sonora devido a operações de camiões e máquinas;

Poluição atmosférica, solos e águas superficiais ou

subterrâneas;

Conflitos sociais derivados de ocupação de terrenos públicos

ou privados;

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12

Risco de danos sobre o património construído (redes de infra-

estruturas: água, energia, saneamento, telecomunicações);

Risco de acidente durante a construção;

Interferências com a circulação rodoviária.

Os impactes ambientais e sociais positivos associados à execução

das obras de reabilitação de estradas em Cabo Verde prendem-se,

fundamentalmente com:

Melhoria das condições de acessibilidade das comunidades;

Facilidade de circulação de pessoas e bens;

Maior acesso à educação, à saúde e ao emprego;

Incremento das actividades económicas;

Criação de postos de trabalho e acesso ao emprego;

Promoção do desenvolvimento das comunidades

contempladas com as estradas;

Reordenamento das parcelas principalmente das mais

vulneráveis;

Acesso aos serviços sociais básicos.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

13

RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS

Etapas

Responsabilidades

Etapa 1 : Preparação dos projectos

IE/Empreiteiros

Etapa 2: Selecção e classificação ambiental e social do

projecto DGA/IE

Etapa 3: Validação da classificação ambiental e social do

projecto

DGA

Etapa 4: Execução do trabalho ambiental e social

DGA/IE/ Empreiteiros

4.1. Escolha de simples medidas de atenuação à aplicar IE/Consultores/DGA

4.2. Recrutamento de consultores/ Elaboração do EIA IE/UCP

Etapa 5 : Avaliação/aprovação DGA

Etapa 6: Consulta pública e difusão DGA/IE/CM/MDR

Etapa 7 : Integração de medidas ambientais e sociais

nos dossiers d’appel d’offre

IE/UCP

Etapa 8 : Implementação dos projectos IE/ Empreiteiros

Etapa 9: Seguimento ambiental e social

Supervisão:

Ponto Focal Ambiental e

Social - IE

Seguimento interno:

Gabinetes de Controlo

Seguimento externo:DGA

Avaliação: Consultores

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14

1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento

O Ministério das Infraestruturas e Economia Marítima, em

representação do Governo de Cabo Verde, com o apoio do Banco

Mundial, assume a preparação de um projecto para a Reforma do

Sector dos Transportes visando melhorar a rede de estradas e o

seu sistema de manutenção bem como a definição e

implementação de reformas para os sub-sectores dos transportes

aéreos e marítimos.

O projecto de um montante global de 31 milhões de US Dollars

comporta quatro componentes: (i) Preservação do património

rodoviário incluindo contratos de manutenção das redes de

estradas seleccionadas nas ilhas de intervenção do projecto; (ii)

Reforço do quadro institucional e gestão de projectos para o sector

rodoviário; (iii) Segurança rodoviária; e (iv) Assistência técnica

(AT) ao Programa de Reformas do Governo no sector dos

transportes aéreos e marítimos.

Somente a componente 1 integra a execução de trabalhos físicos,

as outras três componentes visam a assistência técnica e gestão do

projecto.

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15

1.2. Objectivos do projecto

O Governo de Cabo Verde beneficiou de um apoio financeiro do

Banco Mundial para a reforma do sector dos transportes. As

actividades que serão financiadas no quadro deste fundo

inscrevem-se directamente na linha das estratégias

governamentais de redução da pobreza, protecção do ambiente,

protecção civil e boa governação, como indicados nos instrumentos

de política de redução da pobreza (DECRP).

Com o projecto o Governo, com o apoio do Banco Mundial,

pretende aumentar a mobilidade das pessoas nas áreas de

intervenção e melhorar a planificação e o financiamento do sector

rodoviário em Cabo Verde. O que deve passar em larga escala

pelas infra-estruturas e consequentemente pela sua boa gestão e

manutenção pois insuficiências nesta área podem provocar danos e

grandes perdas económicas.

Os trabalhos de reabilitação bem como as intervenções de urgência

a serem realizados eventualmente no quadro do contrato de

manutenção da componente (1) envolvem três políticas

operacionais do Banco Mundial nomeadamente OP 4.01 (Avaliação

ambiental) a OP 4.11 (Recursos culturais) e a OP 4.12

(Reinstalação da população).

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16

1.3. Objectivos do quadro de gestão ambiental e social

A elaboração do Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS)

permite orientar as actividades do projecto, de forma que as

questões ambientais e sociais sejam consideradas e geridas em

todas as actividades implementadas. Para tal, é necessária a

identificação dos riscos associados à execução do projecto e a

definição dos procedimentos e das medidas de atenuação e de

gestão que deverão ser implementadas.

O quadro de gestão ambiental e social (QGAS) é concebido

igualmente como um mecanismo de avaliação para os impactes

ambientais e sociais dos investimentos e actividades do projecto.

Nesta base, serve de guia para à elaboração de Estudos de

Impactes Ambientais e Sociais (EIAS) específicos dos sub-projectos

cujo número, os sitios e as características ambientais e sociais não

são ainda conhecidos.

Por outro lado, o QGAS define o quadro de seguimento e controlo,

bem como as disposições institucionais a seguir durante a

implementação do programa e a realização das actividades

requeridas para atenuar os impactes ambientais e sociais

desfavoráveis, suprimi-los ou reduzi-los a níveis aceitáveis.

Conforme referido o Quadro de Gestão Ambiental e Social (QGAS)

é concebido igualmente como um mecanismo de avaliação para os

impactes ambientais e sociais dos investimentos e actividades do

projecto.

O Projecto é essencialmente um programa de reforço das

capacidades institucionais. Todavia, certas actividades da

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

17

componente 1 poderão ocasionar impactes negativos sobre o

ambiente e o meio sócio-económico.

1.4. Abordagem metodológica

Com a elaboração do documento Quadro de Gestão Ambiental e

Social (QGAS) de Cabo Verde, pretende-se um documento técnico

de carácter interdisciplinar que incorporado nos Dossiers de

Concurso e contratos, está destinado a prever, identificar, avaliar e

propor medidas de correcção e ou mitigadoras das consequências

ou efeitos ambientais e sociais que determinadas acções realizadas

no âmbito do projecto, podem causar sobre a qualidade de vida do

Homem e do Ambiente.

A metodologia adoptada baseou-se no conceito de uma abordagem

sistémica, em concertação com a maioria dos actores e

parceiros implicados, nomeadamente a análise dos documentos do

projecto e de outros documentos estratégicos e de planificação ao

nível nacional ou local e encontros com os actores institucionais e

sócio-profissionais principalmente os envolvidos no projecto.

As informações recolhidas serviram de base para a redacção do

QGAS.

A elaboração do QGAS baseou-se igualmente na recolha de

informação bibliográfica, na análise da legislação relacionada e em

vigor no País e directivas do Banco Mundial, bem como na recolha

de informação junto de organismos oficiais e em encontros com

representantes das comunidades locais.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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2. O PROJECTO

Conforme referido, o projecto apresenta as seguintes componentes

ou eixos de intervenção: (I) Preservação do património rodoviário

incluindo contratos de manutenção da rede de estradas escolhidas

nas ilhas de intervenção do projecto; (II) Reforço do quadro

institucional e gestão de projectos para o sector rodoviário; (III)

Segurança rodoviária; (IV) Assistência Técnica (AT) ao Programa

de Reformas do Governo no sector dos transportes aéreos e

marítimos.

Componente 1 : Preservação do património rodoviário incluindo

contratos de manutenção da rede de estradas identificadas nas

ilhas de intervenção do projecto.

Estes contratos cobrem cerca de 40 por cento da rede nacional, e

mais da metade das estradas localizadas em áreas montanhosas e

incluirá obras de emergência, reabilitação e manutenção corrente,

incluindo as seguintes acções:

Acção 1.1 - Reabilitação e manutenção de 149,23 km de estradas

na ilha de Santo Antão;

Acção 1.2 - Reabilitação e manutenção de 73,75 km da ilha de São

Nicolau;

Acção 1.3 - Reabilitação de 51,2 km na ilha do Maio;

Acção 1.4 - Reabilitação e manutenção de 49,42 km na ilha do

Fogo.

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Componente 2 : Reforço do quadro institucional e gestão de

projectos para o sector rodoviário.

Acção 2.1 - Estabelecimento de um sistema de gestão das vias

rodoviárias incluindo obras de arte (pontes, passagens hidráulicas)

visando a recolha de dados anuais relativos ao estado de

conservação de modo a destacar as vulnerabilidades e reorientar

os esforços de manutenção.

Acção 2.2 - Reforço institucional do IE e do FAMR e contribuição

para os custos de funcionamento da Unidade de Coordenação do

Projeto (UCP).

Acção 2.3 - definição e estabelecimento de mecanismos

complementares de financiamento de reforço dos recursos do

FAMR. Esta componente também inclui a aquisição de

equipamentos de ensaio de solicitações sobre pavimentos

rodoviários (carga de eixo), incluindo a aquisição de equipamentos

móveis, visando apoiar no cumprimento da legislação em vigor.

Componente 3 : Segurança rodoviária

Acção 3.1 - (a) a revisão de NRSP, incluindo o estabelecimento de

um plano de acção de segurança rodoviária;

Acção 3.2 - (b) a implementação de uma base de dados de

acidentes rodoviários e sistema de avaliação e monitorização (M &

E);

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Acção 3.3 - (c) um estudo para a criação de um Observatório

Nacional de Segurança Rodoviária; (d) a revisão e actualização do

código da estrada;

Acção 3.4 - a compra de radares para controlo de limite de

velocidade, bafómetros; e

Acção 3.5 - capacitação institucional da DGTR e do IE no sector da

segurança rodoviária, incluindo normalização técnica de engenharia

rodoviária para melhoria da segurança rodoviária.

Componente 4: Assistência Técnica (AT) ao Programa de

Reformas do Governo no sector dos transportes aéreos e

marítimos.

Acção 4.1 - o reforço e a apropriação da SOE e das funções de

supervisão, incluindo a capacitação visando a unidade SOE no seio

do Ministério das Finanças (MF); e

Acção 4.2 - estudos estratégicos e actividades de assistência

técnica de apoio as EPEs: TACV, ASA, ENAPOR e IMP.

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2.1. Arranjo institucional para a implementação do projecto

Enquadramento institucional e unidade de execução

A Unidade de Coordenação do Projecto (UCP) é a agência de

execução do projecto. Nesta base é necessário que uma equipa

mista de apoio técnico e fiduciário (consultores e funcionários

públicos) seja instalada no seio da UCP para coordenar e facilitar as

operações do projecto. A equipa será constituída por:

Um Coordenador Nacional do Projecto responsável das

operações, encarregado da coordenação técnica e da gestão

financeira e aquisições públicas.

Um Program Officer Financeiro

Um assistente administrativo e de logística, funcionário do

Estado.

A equipa acima mencionada encarregar-se-á da implementação dos

aspectos fiduciários e, de apoiar a coordenação/facilitação das

operações do projecto. As unidades técnicas do IE serão

encarregadas da implementação das actividades conforme a

organização/coordenação estabelecida pelo manual de

procedimentos. Este princípio de execução directa pelos

beneficiários é altamente sustentado pelo Banco Mundial que

pretende estendê-lo a todos os projectos de desenvolvimento com

vista à pomoção da sustentabilidade através do reforço das

capacidades e do savoir-faire.

O Coordenador Nacional do Projecto, enquanto responsável da

estrutura beneficiária, assegurará a coordenação e a supervisão

administrativa do projecto, zelando para a boa execução das

actividades ao nível interno pelo conjunto dos participantes. Um

manual de procedimentos validado conjuntamente pela Unidade de

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Coordenação do Projecto e pelo Banco Mundial determinará os

aspectos prácticos do funcionamento deste dispositivo.

Comité de Seguimento

O Comité de Seguimento terá a seguinte constituição:

- O Coordenador Nacional do Projecto;

- O Presidente do Instituto de Estradas;

- Um Administrador(a) do Instituto de Estradas;

- Um Representante da Direcção Geral do Ambiente (DGA);

O Presidente do Comité de Seguimento será o Coordenador

Nacional do Projecto.

Execução técnica das actividades do projecto

A execução técnica das actividades do projecto será confiada,

segundo os eixos de intervenção, às estruturas seguintes:

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Quadro 1 – Eixos de intervenção do projecto

Eixos de intervenção Actores

Preservação do património rodoviário incluindo contratos de

manutenção da rede de estradas identificadas nas ilhas de

intervenção do projecto.

Instituto de Estradas (IE)

Reforço do quadro institucional e

gestão de projectos para o

sector rodoviário.

Instituto de Estradas (IE)

Segurança rodoviária

Direcção Geral dos Transportes

Rodoviários

Assistência Técnica (AT) ao

Programa de Reformas do

Governo no sector dos

transportes aéreos e marítimos.

TACV, AAC, IMP

Seguimento dos trabalhos

O seguimento da execução do projecto nas diferentes ilhas será

assegurado pelo IE e pelos membros do Comité de Seguimento. A

Direcção Geral do Ambiente (DGA) valida os eventuais estudos

ambientais e sociais a serem realizados e assegura o seguimento

externo da implementação dos planos de gestão ambiental e social

decorrentes da implementação dos projectos.

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3. QUADRO BIOFÍSICO E SÓCIO-ECONÓMICO DA ÁREA DE

INTERVENÇÃO DO PROJECTO

3.1. Caracterização biofísica geral

O arquipélago de Cabo Verde é constituído por dez ilhas e nove ilhéus, e

está localizado entre as latitudes 14º28’N e 17º12’N e as longitudes

22º40’W e 25º22’W, a uma distância de aproximadamente 500 Km da

Costa Ocidental da África, ao largo do Senegal (Figura 1).

De acordo com as suas posições em relação aos ventos dominantes do

N.E., encontram-se divididas em dois grupos: Barlavento e Sotavento. O

grupo de Barlavento é constituído pelas ilhas de Santo Antão, Boavista,

São Nicolau, São Vicente, Sal e Santa Luzia; e o grupo de Sotavento

pelas ilhas de Santiago, do Fogo, Maio e Brava. As ilhas são de origem

vulcânica, dispersas, de tamanho relativamente reduzido e estão

inseridas na franja saheliana caracterizada por uma elevada aridez. No

seu conjunto, o arquipélago compreende uma superfície total emersa de

4.033 Km2 e uma zona económica exclusiva (ZEE) que se estende por

cerca de 734.000 Km2. A linha de costa é relativamente grande, com

cerca de 1.020 Km, preenchida de praias de areia branca e negra que se

alternam com escarpas.

O clima é do tipo subtropical seco, atingindo humidades abaixo dos 10%,

caracterizado por uma curta estação das chuvas de Julho a Outubro,

muitas vezes com chuvas torrenciais. A precipitação média anual, de

225mm, tende a baixar desde a década de sessenta do século passado,

com reflexos negativos nas condições de exploração agrícola e no

abastecimento de água. Cerca de 20% da água de precipitação perde-se

através de escoamento superficial, 13% infiltra-se, recarregando os

aquíferos, e 67% evapora-se.

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O valor médio anual da temperatura é da ordem dos 25oC para as zonas

costeiras atingindo 19oC em zonas com altitudes de 1.000 m. Os valores

mínimos, entre 20 e 21o C correspondem aos meses de Janeiro a Abril, e

os valores máximos, de 26º a 28o C, em Agosto-Setembro.

A temperatura mínima absoluta mensal mais baixa é registada,

normalmente, nos meses de Dezembro a Fevereiro e varia de ilha para

ilha.

Figura 1 – Variação da temperatura média anual

Fonte: INMG

Pode constatar-se pelo gráfico que, em Cabo Verde, a temperatura tende

a aumentar. Segundo as previsões, existe uma tendência para um

aumento ainda mais acentuado nos próximos anos, o que terá reflexos

em outros parâmetros climáticos derivados, como a evapotranspiração,

agravando ainda mais a aridez atmosférica.

O relevo é geralmente acidentado principalmente nas ilhas mais jovens,

nomeadamente nas ilhas do Fogo, Santiago, Santo Antão e S. Nicolau, e

relativamente plano nas ilhas mais antigas, como o Sal, Boavista e Maio.

As altitudes mais elevadas situam-se nas ilhas do Fogo (Pico:2.829m),

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Santo Antão (Topo de Coroa:1.979m), Santiago (Pico de

Antónia:1.395m) e São Nicolau (Monte Gordo:1.340m).

O balanço hidrológico (INGRH, 1997) revela que os recursos hídricos

subterrâneos estão estimados em 124 milhões de m3/ano. Deste total, a

quantidade tecnicamente explorável é estimada em 65 milhões m3/ano,

num ano de pluviometria regular e em 44 milhões de m3/ano, nos

períodos de seca. Os recursos em águas superficiais estão estimados, em

média, em 181 milhões m3/ano.

Os solos são de forma geral, de origem vulcânica, com muitos declives,

pouco profundos, nus, derivados de rochas vulcânicas ou eruptivas, sobre

formações basálticas impermeáveis favorecendo o escoamento superficial

nos períodos chuvosos, o que dificulta o tráfego nas estradas.

Os solos são formados sob substratos de basalto, fonólitos, lapilili e de

tufos vulcânicos, a excepção das ilhas orientais, que são de origem

calcária. Apresentam uma certa tendência para alcalinidade e uma fraca

concentração em matéria orgânica. Por outro lado, os solos de Cabo

Verde são ricos em elementos minerais, que são tocados frequentemente

pela erosão.

Dos cerca de 403.000 hectares que formam o território nacional, cerca de

219.000 hectares (54%) são terrenos marginais ou incultos.

De uma análise dos indicadores estudados, a ocupação do solo em Cabo

Verde pode ser caracterizado da seguinte forma:

11%, destinado à agricultura;

5%, ocupado para fins turísticos;

21%, coberto por florestas;

15%, declarada como área protegida.

A actividade que exerce maior pressão sobre o solo e os outros

componentes ambientais, continua a ser, em determinadas regiões do

país, a prática do pastoreio livre, o sobrepastoreio e a extracção de

inertes para a construção civil, nomeadamente, para dar resposta aos

diversos empreendimentos turísticos.

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A construção expontânea e clandestina, aliada ao facto de não existirem

instrumentos adequados de gestão territorial, aumentam a pressão sobre

os solos promovendo até condições deficitárias na saúde pública, devido

ao facto destas construções não possuírem condições mínimas de

salubridade.

3.1.1. Flora

A diversidade biológica cabo-verdiana é constituída por diversos tipos de

organismos vivos, nomeadamente algas, plantas, animais, líquenes e

fungos.

Dependendo do clima e do tipo de vegetação são identificadas as

seguintes zonas bio-climáticas: (i) Zona árida (ZAE I) - estende-se do

litoral a 200 m altitude, a vegetação é, geralmente, do tipo estepe

herbáceo; (2) Zona semi-árida (ZAE II) - situada entre 200 e 400 m de

altitude, é uma zona marginal para a agricultura (subsistência nos anos

de boa pluviometria). A vegetação natural é diferente e mais diversificada

do que a da zona árida; (3) Zona sub-húmida (ZAE III) - localizada entre

400-600m de altitude, com vocação agrícola, compreende espécies

arbóreas e arbustivas variadas; (4) Zona húmida de altitude (ZAE IV):

situada acima dos 700 m de altitude é a área mais produtiva em termos

de agricultura e produção de forragens. Tal área é considerada como

sendo de importância vital para a infiltração das águas pluviais e a

recarga dos aquíferos.

As plantas identificadas classificam-se em Angiospérmicas,

Gimnospérmicas (apenas espécies introduzidas), Pteridófitas e Briófitas.

A flora vascular de Cabo Verde está representada por 755 taxa

expontânea (Duarte, 1998).

Como reflexo da situação geográfica do arquipélago, a flora engloba na

sua composição elementos de floras de diversas regiões, sendo as mais

representadas a região florística Macaronésica (Canárias, Madeira e

Açores) e os países africanos (Senegal, Gâmbia, Mauritânia e Marrocos).

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3.1.2. Fauna

A fauna indígena de Cabo Verde engloba espécies de recifes de corais,

moluscos (bivalves, gastrópodes e cefalópodes), artrópodes (insectos,

crustáceos e aracnídeos), peixes (grandes pelágicos, pequenos pelágicos

e demersais), répteis e aves e, provavelmente, algumas espécies de

mamíferos marinhos.

A avifauna indígena está representada por 36 taxa (formas) que se

reproduzem nas ilhas, estando subdivididos em seis espécies e 16

subespécies endémicas totalizando 22 endemismos, ou seja, 58% do

total da avifauna do território nacional. A fauna marinha possui um

número muito reduzido de formas indígenas, sendo as esponjas, com 257

espécies e os corais, os animais marinhos com o maior número de

representantes endémicos 13. Os animais mais conhecidos representam

as classes de vertebrados, sendo mais representativas as classes de

peixes, aves e répteis.

Em Cabo Verde existem cinco espécies de tartaruga, cerca de cento e

cinco espécies de aves terrestres e marinhas, das quais cerca de

quarenta e duas reproduzem localmente, sendo que, vinte e quatro

espécies e variedades são endémicas. Os mamíferos e os anfíbios

selvagens estão representados, no meio marinho pelas baleias e pelos

golfinhos e, no meio terrestre, respectivamente por uma espécie de

macaco-verde (Cercopithecus aethiops), cinco espécies de morcego e

uma espécie de sapo (Bufo regularis), todas introduzidas.

Entre os invertebrados, merecem particular destaque os recifes coralinos,

os moluscos (gastrópodes, lamelibrânquios e cefalópodes), os crustáceos

(camarões, caranguejos, percebes e lagostas), os artrópodes,

representados pelos insectos, aracnídeos e crustáceos de água doce

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(todos extintos) e os moluscos extramarinhos de água doce e das zonas

mais húmidas. Existem quatro espécies de Lagosta: Scyllarides latus,

Panulirus echinatus, Panulirus regius e Palinurus Charlestoni (espécie

endémica de Cabo Verde, vulgarmente conhecida por lagosta rosa).

A percepção do estado de degradação dos recursos biológicos está

reflectida na Lei de Bases da Política do Ambiente que contempla a

"preservação da fauna e flora de Cabo Verde" e pela publicação de alguns

Decretos Regulamentares.

O estado actual da diversidade biológica encontra-se descrito na Primeira

Lista Vermelha de Cabo Verde (1996), cujas estatísticas apresentadas

por Gomes et al. (1998) são consideradas alarmantes. Estão ameaçadas

de extinção mais de 65% das Pteridófitas, mais de 40% das Briófitas,

26% das angiospérmicas, mais de 29% dos Líquenes, mais de 47% das

Aves, e 25% dos Répteis terrestres, 64% dos Coleópteros, mais de 57%

dos Aracnídeos e mais de 59% dos Moluscos terrestres.

3.1.3. Rede de áreas protegidas

Considera-se como área protegida um espaço geográfico claramente

definido, reconhecido, utilizado e gerido por meios legais ou outros meios

eficazes, para alcançar a conservação da natureza a longo prazo

juntamente com os serviços e valores culturais associados ao

ecossistema. (UICN, 2008).

A criação da Rede Nacional de Áreas Protegidas, em 2003, e a elaboração

de instrumentos de gestão nalgumas áreas para sua viabilização, foram

medidas de política estratégicas que tiveram como objectivos:

salvaguardar a biodiversidade única de Cabo Verde; e envolver as

comunidades locais na gestão e uso sustentável dos recursos naturais.

O Decreto-Lei nº 3/2003 define o Regime Jurídico dos Espaços Naturais.

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Este regime cria a tipologia de áreas protegidas, dando-lhes conteúdo

jurídico; configura uma Rede Nacional da Áreas Protegidas como um

sistema aberto onde as áreas declaradas se vão integrando; articula a

participação pública garantida na Lei de Bases da Politica do Ambiente

entre outras matérias relacionadas·

A par da legislação, foram criadas 47 áreas protegidas em todo o país,

entre parques naturais, reservas naturais e integrais, monumentos

naturais e paisagens protegidas. A criação de áreas protegidas aumenta

as exigências para a intervenção humana nestas áreas, de forma a

garantir a sua protecção ou exploração sustentável, ao mesmo tempo

que podem constituir em si produtos turísticos passíveis de serem

promovidos.

Quadro 2 – Áreas protegidas de Cabo Verde

Áreas Protegidas de Cabo Verde Quantidade

Parques Naturais 10

Reservas Naturais 19

Reservas Integrais 02

Monumentos Naturais 06

Paisagens Protegidas 10

Os principais objectivos na gestão das áreas protegidas de Cabo Verde

são a investigação científica, protecção de zonas florestais, preservação

das espécies e da diversidade genética, manutenção do equilíbrio

ecológico das regiões onde as AP estão inseridas, turismo e recreação,

promoção da educação ambiental, utilização sustentável dos recursos

derivados de ecossistemas naturais, manutenção dos valores culturais e

estéticos e satisfação das necessidades básicas do Homem cabo-

verdiano.

A política «PO 4.4 Habitats naturais» não foi incluida no projecto, tendo

em linha de conta que os investimentos previstos contemplam trabalhos

de reabilitação e de manutenção de estradas existentes e esses trabalhos

não incluem a exploração de pedreiras. Com efeito, os trabalhos

considerados não terão impactes sobre as áreas protegidas e nem irão

degradar os ecossistemas naturais.

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3.2. Contexto sócio-económico

Dados do Censo 2010, apontam para uma população residente de

491.575 habitantes, sendo 49,5% indivíduos de sexo masculino e 50,5%

feminino, estando cerca de 62% a viver no meio urbano. Entre 2000 e

2010, a população passou de 434.625 habitantes para 491.575

habitantes, correspondendo a um ritmo de crescimento médio anual de

1,23%.

A pobreza em Cabo Verde é um fenómeno estrutural que está

estreitamente ligado à debilidade da base produtiva, bem como às

características da economia. O desenvolvimento do país continua a

apresentar fragilidades persistentes, destacando-se por um lado, um

nível elevado de pobreza associado a uma elevada taxa de desemprego

e, por outro, a uma elevada dependência do exterior, patente na baixa

taxa de cobertura das importações pelas exportações, no défice elevado

da conta corrente e no peso elevado dos financiamentos externos

concessionais.

A pobreza está intimamente ligada ao acesso aos recursos, ao emprego,

ao sexo, e ao nível de alfabetização dos chefes de família, dos quais 38%

são mulheres. A redução da pobreza, a melhoria das condições de

existência da população e a protecção ambiental estão no centro do

processo de desenvolvimento de Cabo Verde.

A recente revisão sobre o progresso rumo aos Objectivos do

Desenvolvimento do Milénio (ODM) indica que Cabo Verde reduziu a

percentagem de pessoas vivendo em pobreza extrema de 32 % em 1990

para 21 % em 2002 e espera-se reduzir para cerca de 16 % em 2014.

Um grande desafio, porém, é a concentração da pobreza nas áreas

rurais. A redução da pobreza tem sido mais profunda nas áreas urbanas

onde se reduziu quase para metade entre 2000/2001 e 2007, de 25 %

para 13,2 %. A diminuição da pobreza no mesmo período nas áreas

rurais foi de 51,1% para 44,3 %. A pobreza continua a ser um fenómeno

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essencialmente rural. As mulheres chefes de família são as mais

afectadas pelas condições de pobreza, especialmente nas zonas rurais.

Nessas zonas, onde se concentram os pobres, as oportunidades de

emprego formal são menores, persistindo uma maior dependência da

agricultura e da pesca artesanal. A persistência da pobreza entre as

mulheres é, em parte, devido à falta de oportunidades de emprego.

Outro traço marcante desta trajectória prende-se com o papel crescente

do sector privado e dos mecanismos de mercado na dinâmica de

desenvolvimento, com destaque para o turismo e o investimento directo

estrangeiro.

No domínio económico, Cabo Verde tem conseguido resultados notáveis.

O crescimento económico nos últimos anos foi superior a 7% ano, acima

do de outros países da sub-região e dos países subsaharianos. A adopção

de políticas adequadas e a boa governação permitiram que a ajuda da

comunidade internacional, conjugada com o investimento privado externo

e nacional, fosse gerida de forma transparente e direccionada para os

alicerces do desenvolvimento.

A economia cabo-verdiana é grandemente condicionada pela exiguidade

dos recursos naturais, razão da sua dependência da ajuda internacional

(sob forma de donativos e concessões) e das transferências monetárias

efectuadas pelos emigrantes cabo-verdianos.

Devido às condições de vulnerabilidade do País e às muito difíceis

condições económicas, aliadas aos estrangulamentos do tecido

económico, a pobreza penaliza ainda a população, a maior parte da qual

vive nas zonas rurais.

Devido à sua pequena dimensão e à insularidade, o país está mais

exposto do que muitas outras economias, aos choques externos, quer

sejam de ordem económica quer de ordem natural. Estes factores

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constituem características estruturais que limitam as possibilidades de

desenvolvimento da economia cabo-verdiana.

Cabo Verde faz parte dos países do rendimento médio mas o arquipélago

apresenta importantes vulnerabilidades como a baixa capacidade

produtiva interna e uma economia fortemente dependente de factores

externos. A dependência de Cabo Verde é particularmente elevada no

que diz respeitos a bens estratégicos tais como produtos alimentares e

energéticos. Mesmo assim a economia cabo-verdiana tem vindo a

registar grandes avanços, devido principalmente ao apoio das

cooperações bilaterais e multilaterais e a uma política transparente do

uso destas mesmas ajudas.

A percentagem dos sectores das pescas, floresta, pecuária e agricultura

no PIB é extremamente baixo, mas tem um valor importante na luta

contra a pobreza e segurança alimentar do País. Muitas famílias cabo-

verdianas dependem da pesca, agricultura, floresta e pecuária para

sobreviverem principalmente as famílias rurais. Esses sectores também

contribuem para o emprego das populações. A pesca também contribui

para criação de riqueza através das exportações.

No que concerne ao PIB per capita, Cabo Verde encontra-se no 121.º

lugar no ranking das Nações Unidas relativo ao Indice de

Desenvolvimento Humano (IDH), com 0,708 pontos, a meio da tabela

dos países de desenvolvimento médio.

O sector das pescas, pecuária, agricultura e floresta é muito importante

para o desenvolvimento do país. A percentagem dos sectores das pescas,

floresta, pecuária e agricultura no PIB é extremamente baixo, mas tem

um valor social importante na criação de emprego, luta contra a pobreza

e segurança alimentar do país, uma vez que muitas famílias cabo-

verdianas dependem da pesca e agricultura.

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3.3. Risco de catástrofe e vulnerabilidade

A condição arquipelágica, a orografia, a existência de algumas

actividades económicas localizadas em zonas vulneráveis, a concentração

demográfica em certos pontos do território, são factores que aliados às

características climatéricas de Cabo Verde, sem deixar de mencionar os

comportamentos e atitudes inconsequentes de pessoas que potenciam

situações permanentes de perigo.

Estas situações anómalas que na linguagem de protecção civil tomam o

nome de acidentes graves, catástrofes ou calamidades, conforme a sua

extensão, impacto e duração, têm sempre consequências nefastas para

as populações, podendo provocar perda de vidas humanas, danos no

ambiente, no tecido socio-económico e no património construído.

A avaliação dos riscos essenciais (graves consequências para as pessoas,

o ambiente, as infra-estruturas, as actividades económicas e os

equipamentos sociais) é necessária no processo de planificação das

actividades de reabilitação e manutenção das vias rodoviárias. No mesmo

contexto, a definição e a implementação das medidas preventivas bem

como a cartografia dos riscos são instrumentos importantes na

elaboração dos planos à escala urbana, municipal ou nacional.

O maior risco potencial em Cabo Verde é o risco vulcânico/sísmico, o

qual, na base de dados científicos conhecidos, em caso de ocorrência,

teria consequências devastadoras no plano humano e material,

fragilizando uma grande parte das aquisições ligadas ao desenvolvimento

e afectando, de maneira dramática, o tecido social.

Um outro risco potencial relacionado com a seca diz respeito à

proliferação de incêndios florestais durante os últimos anos,

principalmente na ilha de Santo Antão (perímetro florestal do planalto).

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Outros factores de preocupação estão ligados as cheias e inundações que

provocam deslizamentos/desabamentos de terra e queda de pedras nas

estradas.

Os principais factores responsáveis pela degradação das vias rodoviárias

em Cabo Verde são os seguintes:

Regime de chuvas torrenciais

Zonas de encostas

Troços de estradas em zonas de ribeira

Elevada percentagem de estradas com pavimento em terra batida

Deficiências de construção de estradas

Deficiente manutenção

Os principais riscos inerentes as chuvas intensas são os desabamentos de

terras, queda de pedras, perda de infra-estruturas, perda de solo arável

colocando em risco a vida das pessoas e dos seus bens essenciais.

Os principais impactos das chuvas intensas sobre as vias rodoviárias são

os seguintes:

Cortes ou interrupção da circulação

Isolamento de povoações

Queda de pedras (enchuradas)

Acréscimo de custos de reparação e de manutenção

Erosão dos solos

Aumento do risco de acidentes

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

36

4. ENQUADRAMENTO LEGAL DA GESTÃO AMBIENTAL

4.1. Políticas de gestão ambiental e social

4.1.1. Plano de Acção Nacional para o Ambiente (PANA II)

A política ambiental cabo-verdiana tem como linha orientadora a

sustentabilidade do desenvolvimento económico e social,

compatível com uma gestão/exploração ecologicamente racional

dos recursos ambientais. O objetivo final consiste na integração da

componente ambiental em todas as actividades geradoras de bens

e serviços.

A política ambiental nacional é implementada através dos seguintes

planos e programas: O Plano de Acção Nacional para o Ambiente -

PANA II, o Plano de Acção Nacional de Adaptação as Mudanças

Climáticas, o Programa Nacional de Luta Contra a Desertificação, a

Estratégia e o Plano de Acção para a Conservação da

Biodiversidade, o Plano Nacional do Saneamento, entre outros.

4.1.2. Documento Estratégico de Crescimento e Redução da Pobreza (DECRP)

O sector das infra-estruturas é uma componente importante do

documento estratégico de redução da pobreza (DECRP II),

nomeadamente no Pilar IV – Infra-estruturação económica do país:

(Portos, aeroportos, estradas, energia, saneamento). É um dos

suporte imprescindíveis ao desenvolvimento do PILAR III

(Competitividade) pois, é determinante (i) para a unificação do

mercado interno – objectivo que o país persegue há 30 anos, (ii)

na inclusão sócio-económica de amplos sectores da sociedade civil

e endogenizar os efeitos multiplicadores do crescimento

económico, (iii) para a participação activa do privado nacional

(PME) nos benefícios potenciados pelos sectores com dinâmicas

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endógenas de crescimento, (iv) para a alocação mais eficiente dos

recursos humanos e financeiros, (v) para a construção de Cabo

Verde como um Centro Internacional de Prestação de Serviços.

Neste pilar deve dar-se especial destaque à infra-estruturação

electrónica do país.

A manutenção das estradas contribuirá de certa forma para a

melhoria e a promoção do acesso e da qualidade dos serviços

educativos e do bem-estar das comunidades.

4.1.3. Programa de Acção Nacional de Adaptação às Mudanças

Climáticas

O Programa de Acção Nacional de Adaptação às Mudanças

Climáticas foi elaborado em Dezembro de 2007 pelo Ministério do

Ambiente e Agricultura, através da análise dos diferentes sectores

vulneráveis às mudanças climáticas, utilizando a abordagem

participativa.

De acordo com estudos elaborados no âmbito dos projectos

Mudanças Climáticas, Conservação da Biodiversidade, Luta Contra

a Desertificação e PANA II, todas as ilhas de Cabo Verde são

vulneráveis às mudanças climáticas.

O Programa de Acção Nacional de Adaptação às Mudanças

Climáticas identificou três sectores vulneráveis às mudanças

climáticas (Recursos Hídricos, Agro-silvopastoril e Zonas Costeiras

e Turismo) e consequentemente cinco programas (i) Mobilização e

Gestão Integrada dos Recursos Hídricos, (ii) Modernização e

diversificação da produção agrícola para a melhoria da segurança

alimentar (iii) Protecção e gestão integrada das Zonas Costeiras

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(iv) Reforço da pesca artesanal (v) Criação de actividades

geradoras de rendimentos para as populações vulneráveis.

4.1.4. Plano Nacional de Contingência para Redução de Desastres

Naturais

Em 2009, Cabo Verde através do Serviço Nacional de Protecção

Civil elaborou o Plano Nacional de Contingência para a redução de

desastres naturais.

A Legislação que estabeleceu o quadro jurídico fundamental em

matéria de protecção civil (Lei n.º 100/ V/99, de 19 de Agosto –

Lei de Bases de Protecção Civil) estabelece que os planos de

emergência de âmbito nacional são aprovados pelo Conselho de

Ministros.

A Lei n.º 100/V/99, de 19 de Abril, Lei de Bases de Protecção Civil,

veio dar expressão prática, na vertente especial da protecção civil,

a princípios consagrados na Constituição da República, concernente

às atribuições indeclináveis do Estado para assegurar a garantia

dos direitos à vida, integridade física, segurança, ao bem-estar e

saúde dos cidadãos, à defesa do património cultural, da natureza e

do ambiente, e à preservação, em geral, dos bens da comunidade

e dos indivíduos, mesmo nas circunstâncias mais adversas como

são as que acompanham e se seguem à ocorrência de acidentes

graves, catástrofes e calamidades de origem natural ou provocada

pela acção do homem.

O plano de contingência é um processo preventivo que assegura a

direcção e a coordenação das operações de protecção civil e

medidas excepcionais de emergência com o fim de minimizar as

perdas em vidas humanas, de bens e de agressão ao ambiente

bem como o restabelecimento de condições mínimas de uma vida

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

39

normal, logo que possível, no caso de eminência ou de acidente

grave, de catástrofe ou de calamidade.

O Centro Nacional de Operações de Emergência de Protecção Civil

(CNOEPC), constituído na sequência da publicação do Decreto

Regulamentar n.º 5/99, de 21 de Junho, permite ao Governo

assegurar a direcção das operações de protecção civil, a

coordenação dos meios a empenhar e a adopção de medidas de

carácter excepcional na iminência ou na ocorrência de acidente

grave ou de catástrofe.

4.1.5. Plano Estratégico Nacional de Água e Saneamento

A elaboração de um Plano Estratégico Nacional de Água e

Saneamento para o horizonte de 2030, está actualmente em curso

pelo Governo de Cabo Verde e o MCA. O PENAS conta com o

financiamento americano através do II Compact do MCA. Durante a

implementação do PENAS estão previstas medidas de protecção

contra inundações e enchurradas principalmente na época das

chuvas.

4.1.6. Directiva Nacional do Ordenamento do Território (DNOT)

A Directiva Nacional do Ordenamento do Território propõe um

cenário de ordenamento e de desenvolvimento durável e

harmonioso. Tendo em conta o crescimento demográfico, a

estratégia adoptada é a médio e longo termo a exploração

sustentável dos recursos e potencialidades e a procura de um

maior equilíbrio regional.

Os instrumentos da política nacional do ordenamento do território

atingem os diferentes níveis : (i) a Directiva Nacional do

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Ordenamento do Território; (ii) o Plano Nacional do Ordenamento

do Território; (iii) os Esquemas Regionais do Ordenamento do

Território ; e (iv) os diferentes POTs, PDUs e PDs ao nível

descentralizado.

4.2. Quadro legislativo de gestão ambiental e social

4.2.1. Legislação nacional ambiental e social

A Constituição da República (NA, 1992) consagra o direito a todo o

cidadão a um ambiente sã, ecologicamente equilibrado e o dever

de o defender e preservar. A Lei das Bases da Política do Ambiente

(Lei nº 86 /IV/93) define os princípios, as orientações e as directivas a

serem seguidas para a protecção e gestão sustentável do ambiente ao

nível nacional.

O projecto em questão tem por base princípios, orientações e directivas

constantes da legislação cabo-verdiana em vigor, como sejam a Lei das

Bases da Política do Ambiente (Lei nº 86 /IV/93), o Decreto Legislativo

n.º 14/97, de 01 de Julho e o Decreto-Lei n.º 29/2006, de 6 de Março.

Os artigos 30.º, 31.º e 32.º da Lei das Bases da Política do Ambiente

estabelecem os objectivos e o conteúdo dos estudos de impacte

ambiental, tendo como objectivo manter o equilíbrio entre os diversos

componentes ambientais e abarcam:

Análise do estudo do ambiente local;

Estudo das modificações provocadas pela execução do Plano;

Inventariação das medidas previstas para suprimir, reduzir e

compensar os eventuais impactes sobre o ambiente.

Nos termos do art. 2.º do mesmo diploma, o “Estudo de Impacte

Ambiental” ou “EIA” consiste num documento técnico formal, elaborado

numa determinada fase do processo de avaliação de impacte ambiental

(AIA), que contém uma descrição sumária do projecto, a informação

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

41

relativa aos estudos de base e à situação de referência, bem como a

identificação, avaliação e discussão dos impactes prováveis, positivos e

negativos considerados relevantes e as medidas de gestão ambiental

destinados a prevenir, minimizar ou compensar os impactes negativos

esperado.

Por seu turno o Decreto Legislativo n.º 14/97 estabelece o regime de

avaliação e o estudo de impacte ambiental. Contempla da mesma forma,

a tramitação processual bem como um conjunto de especificações

visando a autorização ou o licenciamento do projecto. Tal legislação

estabelece ainda que o processo deve ser remetido ao departamento do

Governo responsável pela área ambiental. De acordo com a presente

orgânica do governo o processo deve ser remetido à Direcção Geral do

Ambiente do Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do

Território que é a entidade competente para a tomada de decisão nesta

matéria.

O Decreto-Lei n.º 29/2006, de 6 de Março estabelece o regime jurídico

da Avaliação de Impacte Ambiental dos projectos públicos ou privados

susceptíveis de produzir efeitos no Ambiente.

Em referência ao quadro legislativo da gestão da rede de estradas e

segurança rodoviária há que considerar:

O Decreto-Regulamentar nº 2/2003 de 2 de Junho, que cria o Instituo de

Estradas;

O Decreto-lei nº 26/2006 de 6 de Março de 2006, actualiza a

classificação administrativa e a gestão rodoviária em Cabo Verde,

assim como a definição dos seus níveis de serviço.

As vias de comunicação públicas rodoviárias são identificadas e

caracterizadas distinguindo-se duas principais categorias de

estradas: Estradas Nacionais (1a, 2a e 3a classe) e Estradas

Municipais.

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O Decreto-Lei n.º 22/2008, de 30 de Junho que aprova o estatuto

das estradas nacionais;

Pela Resolução Nº. 33/2005 foi criada o Fundo Autónomo de Manutenção

Rodoviário, o qual tem por objecto financiar as obras e trabalhos de

conservação e reparação de estradas. O Ministro das Infra-estruturas e

da Economia Marítima dirige superiormente o Fundo Autónomo de

Manutenção Rodoviário.

A nova Orgânica do MIEM, na subsecção II, artº. 18 contempla a criação

da Direcção Geral da Mobilidade e dos Transportes, (DGMT), que é o

serviço central responsável pela execução da política e estratégia de

transportes do país, visando a satisfação das necessidades de mobilidade

de pessoas e bens, com promoção da segurança, da qualidade e dos

direitos dos utilizadores dos referidos transportes.

4.2.2. Legislação aplicável a outros domínios

Para além dos diplomas legais anteriormente referidos em matéria de AIA

há a considerar a seguinte legislação em vigor em Cabo Verde,

identificada como relevante para enquadrar vários dos temas abordados

no projecto:

Ambiente e Paisagem Natural

Decreto-Lei n.º 22/98, de 25 de Maio que aprova as normas

mínimas relativas à elaboração e aprovação de projectos de

construção, à insonorizarão e às condições de segurança dos

estabelecimentos de funcionamento nocturno de diversão;

Decreto-Lei n.º 2/2002, de 21 de Janeiro que Proíbe a extracção e

exploração de areias nas dunas, nas praias e nas águas interiores,

na faixa costeira e no mar territorial;

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43

Decreto-Lei n.º 3/2003, de 24 de Fevereiro que estabelece o

regime jurídico das Áreas Protegidas;

Decreto-Lei n.º 5/2003, de 31 de Março que define o Sistema

Nacional de Protecção do Ar;

Decreto n.º 31/2003 de 1 de Setembro que estabelece os

requisitos essenciais a considerar na eliminação de resíduos sólidos

urbanos, industriais e outros e respectiva fiscalização, tendo em

vista a protecção do meio ambiente e a saúde humana;

Resolução n.º 14/2005 de 25 de Abril que aprova o Segundo Plano

de Acção para o Ambiente, PANA II, no horizonte 2004-2014,

como instrumento de implementação da política nacional no

domínio do Ambiente;

Decreto-Lei n.º 44/2006, de 28 de Agosto, introduz algumas

alterações ao Decreto-Lei n.º 3/2003, de 24 de Fevereiro,

mediante rectificação da alínea c) do artigo 13.º, alteração do n.º

5 do artigo 10.º e aditamento do n.º 2 ao artigo 12º.

Ordenamento do Território e Planeamento Urbanístico

Decreto-lei nº 1/2006 de 13 de Fevereiro que aprova as Bases do

Ordenamento do Território e do Planeamento Urbanístico;

Decreto-Legislativo nº 2/2007, de 19 de Junho que define os

princípios e normas de utilização de solos, tanto pelas entidades

públicas como pelas entidades privadas;

Decreto-Legislativo nº 3/2007, de 19 de Junho que Regula a

Expropriação de Imóveis e de Direitos a este relativos pela

extinção da titularidade do expropriado e concomitante

transferência desta para o Estado, autarquias locais ou quaisquer

outras entidades públicas ou privadas, por causa de utilidade

pública mediante justa indemnização;

Decreto-Lei nº 43/2010 de 27 de Setembro que aprova o

Regulamento Nacional do Ordenamento o Território e Planeamento

Urbanístico (RNOTPU).

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Equipamentos e Infra-estruturas

Decreto-Lei n.º 75/79 define o regime jurídico das licenças e

concessão de utilização dos recursos hídricos;

Decreto-Lei n.º 7/2004, de 23 de Fevereiro estabelece as normas

de descargas das águas residuais.

Decreto-lei nº 26/2006 de 6 de Março actualiza a classificação

administrativa e gestão das vias rodoviárias de Cabo Verde, bem

como a definição dos níveis de serviço das mesmas;

Decreto-Lei n.º 22/2008, de 30 de Junho que aprova o estatuto

das estradas nacionais;

Decreto-Lei n.º 18/2011, de 28 de Fevereiro que estabelece o

regime jurídico da edificação;

Florestas

Lei n.º 48/98, de 6 de Abril de 1998 que regula a actividade

florestal

Património

Lei n.º 102/III/90, de 29 de Dezembro que estabelece as bases do

património cultural e natural.

Segurança, higiene e saúde no trabalho

Decreto-Lei n.º 64/2010, de 27 de Dezembro, que estabelece as

regras gerais de planeamento, organização e coordenação para

promover a segurança, higiene e saúde no trabalho em estaleiros

de construção.

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Utilização dos solos e expropriações de imóveis

Decreto-Legislativo n.º 2/2007, de 19 de Julho, estabelece os

princípios e normas de utilização dos solos, tanto pelas entidades

públicas como pelas entidades privadas.

Decreto-Legislativo n.º 3/2007, de 19 de Julho, que regula a

expropriação de imóveis por causa de utilidade pública.

Segurança de instalações eléctricas

Na ausência de regulamentação nacional, em Cabo Verde são

normalmente observadas as disposições constantes de regulamentos

portugueses, nomeadamente:

Regulamento de Segurança de Redes de Distribuição de Energia

Eléctrica em Baixa Tensão (aprovado pelo Decreto-Regulamentar

n.º 90/84, de 26 de Dezembro).

Regulamento de Segurança de Linhas Eléctricas de Alta Tensão

(aprovado pelo Decreto-Regulamentar 1/92, de 18 de Fevereiro).

Regulamento de Segurança de Subestações e Postos de

Transformação e de Seccionamento (com as actualizações

aprovadas pelo Decreto-Regulamentar n.º 56/85, de 6 de

Setembro).

4.2.3. Legislação internacional ambiental e social

Os enagajamentos internacionais subscritos por Cabo Verde que

directamente interessam ao Instituto de Estradas são os seguintes:

a. Convenção da Luta Contra a Desertificação e os Efeitos da Seca;

b. Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas;

c. Convenção das Nações Unidas sobre a Biodiversidade;

d. Protocolo de Montreal

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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e. Convenção sobre as zonas húmidas de importância internacional;

f. Convenção de Bonn, entre outros.

4.2.4. Procedimentos nacionais de avaliação ambiental

Segundo a Lei de Bases da Política do Ambiente (Lei n.º 86/IV/93) os

planos, projectos, trabalhos e acções que possam afectar o ambiente, o

território e a qualidade de vida dos cidadãos, quer sejam da

responsabilidade e iniciativa de um organismo da administração central,

regional ou local, quer de instituições públicas ou privadas, devem ser

acompanhados de um “Estudo de Impacte Ambiental”.

Na decorrência surgiu o Decreto-Legislativo n.º 14/97, de 1 de Julho, que

estabelece o regime de avaliação e estudo de impacto ambiental,

nomeadamente a obrigatoriedade dos donos da obra apresentarem no

início do processo conducente à autorização ou licenciamento do

projecto, um Estudo de Impacto Ambiental, as suas especificações, a

instrução dos processos relativos à AIA, sua forma e conteúdo, bem

como as formas de intervenção do membro do Governo responsável pela

área do ambiente, na decisão final de AIA.

O Decreto-Lei n.º 29/2006, de 6 de Março estabelece o regime jurídico

da avaliação do impacto ambiental dos projectos públicos ou privados

susceptíveis de produzirem efeitos no ambiente.

Estão sujeitos a avaliação do impacte ambiental:

a) Os projectos relativos às actividades constantes do anexo I de que

fazem parte integrante;

b) Os projectos localizados em áreas sensíveis.

O Decreto-Lei n.º 29/2006, de 6 de Março é um instrumento de

implementação da lei. O Decreto fixa as obrigações das autoridades e dos

promotores de projectos e programas. Impõe ainda a avaliação dos

impactes ambientais antes do início do projecto, determinando os

procedimentos a serem seguidos e o conteúdo que deve comportar o

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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estudo ou a avaliação. Conforme o impacto potencial, a natureza, a

amplitude, a localização, os tipos de projectos são classificados numa ou

outra categoria das acima mencionadas.

As diferentes etapas dos procedimentos de AIA em Cabo Verde são as

seguintes:

Elaboração e classificação do projecto;

Proposta de TDR para a elaboração do EIA e contratatção do

Consultor;

Elaboração do Estudo de Impacte Ambiental acompanhado do

resumo Não Técnico;

Apresentação do EIA à Direcção Geral do Ambiente;

Exame do EIA e sua avaliação técnica e ambiental por uma equipa

pluridisciplinar constituída para o efeito;

Deslocação ao sítio para observação in loco;

Conformidade;

Consulta pública nacional e local e através da comunicação social;

Apresentação de um relatório sobre o EIA ao Ministro encarregue

do ambiente.

Homologação do Ministro do Ambiente.

Um processo normal de avaliação de impactes ambientais corre os seus

trâmites num periodo de mais ou menos setenta dias.

4.3. Quadro institucional de gestão ambiental e social do Projecto

A gestão ambiental e social vai interpelar várias categorias de

actores nomeadamente, o Ministério do Ambiente, Habitação e

Ordenamento do Território (Direcção Geral do Ambiente) para além

de outros como o Ministério do Desenvolvimento Rural, o Instituto

Nacional de Meteorologia e Geofísica, Direcção Geral dos

Transportes Terrestres, o Instituto de Estradas, os Municípios, as

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Câmaras Municipais e as comunidades locais das zonas de

intervenção, as ONG e as associações.

4.3.1. Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território

O Ministério do Ambiente Habitação e Ordenamento do Território

(MAHOT) compreende duas direcções importantes para a

implementação da política ambiental em Cabo Verde: a Direcção

Geral do Ambiente (DGA) e a Direcção Geral do Ordenamento do

Território (DGOT).

Em Cabo Verde é da competência do Ministério do Ambiente

Habitação e Ordenamento do Território definir e executar a política

do governo no domínio do ambiente e da protecção da natureza.

Neste domínio ele é directamente responsável da luta contra a

poluição, luta contra a desertificação, da protecção e regeneração

de solos, defesa dos animais e vegetais (Biodiversidade) e é ainda

autoridade máxima para a gestão dos parques naturais e áreas

protegidas.

Para o seguimento dos procedimentos da avaliação de impactes

ambientais o MAHOT apoia-se na Direcção Geral do Ambiente e nos

diferentes comités técnicos.

A DGA é o orgão de implementação directa da política ambiental e

no domínio da Avaliação de Impactes Ambientais (AIA) a DGA,

através da Direcção de Avaliação de Impactes Ambientais tem por

missão zelar pela aplicação dos dispositivos relativos a AIA. A

Direcção prepara ao Ministro da tutela, as validações e decisões

relativas a AIA. A DGA dispõe ainda de representações

desconcentradas para assegurar o seguimento de proximidade das

questões ambientais. Os procedimentos da AIA atribuem uma

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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importância maior à consulta pública como meio de audiência

pública e validação popular dos estudos de impacte ambiental.

A nível nacional, a DGA possui competências humanas necessárias

no domínio da AIA. Entretanto a sua capacidade material e

financeira é relativamente reduzida para a permitir assegurar

correctamente o seguimento da execução dos EIA dos projectos.

No plano regulamentar, o decreto regulamentar apesar de

constituir um avanço significativo apresenta limitações em termos

processuais de classificação dos projectos.

4.3.2. Instituto de Estradas

O Instituto de Estradas (IE) assegura a coordenação e a gestão do

projecto. Os aspectos técnicos serão assegurados por estruturas

especializadas.

O IE dispõe de expertise em matéria de seguimento e avaliação de

obras nas estradas. Porém, não dispõe na sua estrutura de uma

função ambiental e social, apesar de participar regularmente dos

comités técnicos de validação dos EIA conjuntamente com a DGA e

outros parceiros.

4.3.3. Os Municípios e Comunidades locais

Aos municípios e comunidades locais é reservado o papel

primordial de informação sobre as actividades do projecto e

sensibilização para a uma efectiva participação nas acções de

implementação do Projecto. Compete-lhes ainda o papel relevante

de seguimento de proximidade e comparticipação na avaliação de

todas as etapas do projecto.

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Os municípios dispõem na sua estrutura de pelouros e direcções de

serviço com funções ambiental e social, e participam regularmente

dos comités técnicos de validação dos EIA conjuntamente com a

DGA e outros parceiros.

Às comunidades locais, como principais utilizadores dos recursos, é

reservado o papel de informadores e de multiplicadores das

informações concernentes à boa utilização das vias. Às mesmas

comunidades é igualmente reservado o papel de agentes de

seguimento e avaliação das intervenções, tanto físicas, como de

mitigação dos impactes ambientais e sociais negativos.

4.3.4. Parceiros institucionais

A gestão ambiental e social do projecto envolve outras categorias

de actores, nomeadamente: a Direcção Geral do Ambiente, a

Direcção Geral dos Transportes Terrestres, o Instituto Nacional da

Metereologia e Geofísica, os Serviços Nacionais da Protecção Civil,

a Direcção Geral do Ordenamento do Território, a Direcção Geral

da Descentralização, as Universidades, os Bombeiros, as Câmaras

Municipais, as ONG das zonas do projecto.

A análise institucional permitirá a identificação de certas estruturas

já existentes nos locais de actuação e a avaliação das suas

capacidades em termos de gerir de forma adequada os aspectos

ambientais e sociais e na medida das necessidades identificar as

necessidades de reforço das capacidades para a uma boa execução

do projecto.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

51

4.3.5. As ONGs e associações comunitárias

A implementação de programas de acção elaborados com o

envolvimento das comunidades e da sociedade civil permite a

mobilização e envolvimento da sociedade civil, entre os quais

distinguem-se os indivíduos ou pessoas singulares,

associações/grupos, OSC e ONG. A Plataforma das ONG de Cabo

Verde poderá jogar um importante papel nos programas de

mobilização do projecto, na sensibilização e informação das

comunidades bem como na sua formação em termos de utilização

sustentável das vias bem como a sua protecção ambiental. As

associações comunitárias podem jogar um papel importante na

informação e sensibilização das populações e na manutenção das

vias.

4.4. Conclusões

A inclusão da dimensão ambiental e social no âmbito das

actividades do projecto constitui uma preocupação maior dos

actores envolvidos no projecto.

Notou-se que certos actores do projecto nomeadamente a DGA,

possuem competências em gestão ambiental. Entretanto esses

esforços devem ser reforçados a nível de outros actores em termos

de formação, de sensibilização, de capacitação, de gestão e boas

práticas ambientais e sociais, para que a protecção ambiental e

social seja realmente uma realidade ao nível de todos os actores do

projecto.

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5. POLÍTICAS DE SALVAGUARDA AMBIENTAL E SOCIAL DO BANCO

MUNDIAL

5.1. Análise das políticas de salvaguarda

As políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial

compreendem as Políticas Operacionais (OP) e os Procedimentos do

Banco (PB). As políticas de salvaguarda são concebidas para proteger o

ambiente e a sociedade contra os potenciais efeitos negativos dos

projectos, planos, programas e políticas. As políticas de salvaguarda

ambiental e sociais mais correntes são: OP 4.01 Avaliação Ambiental

englobando a participação pública; OP 4.04 Habitats naturais; OP 4.09

Luta contra parasitas; OP 4.11 Recursos culturais e físicos; OP 4.12

Reinstalação involuntária de populações; OP 4.10 Populações autótones;

OP 4.36 Florestas; OP 4.37 Segurança das Barragens; OP 7.50 Projectos

relativos aos cursos de água internacionais; OP 7.60 Projectos nas zonas

em litígio.

As políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial que

podem ser aplicadas às actividades do Projecto são: a OP 4.01 “Avaliação

Ambiental”, a OP 4.11 “Recursos culturais físicos” e a OP 4.12

“Reinstalação involuntária de populações”. As directivas gerais do Banco

Mundial sobre o Ambiente, a Saúde e a Segurança, de Abril de 2007, são

também aplicáveis. As actividades que resultem (desencadearem) das

políticas acima indicadas devem ser consideradas pelo Projecto. As

restantes políticas operacionais não são desencadedas pelo Projecto.

PO 4.01 Avaliação Ambiental (AA)

O objectivo da PO 4.01 é de assegurar que os Projectos financiados

pelo Banco Mundial sejam viáveis e factíveis no plano ambiental e

social, e as tomadas de decisão sejam melhoradas através de uma

análise apropriada das acções e de seus prováveis impactes

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

53

ambientais (PO 4.01, para 1). Esta política é desencadeada quando

um projecto comporta prováveis riscos e potenciais impactes

ambientais (negativos) nas suas zonas de influência. A PO 4.01

abrange os impactes sobre o ambiente físico (ar, água, solo e

terra); o quadro de vida, a saúde e a segurança das populações; os

recursos culturais físicos; e as preocupações ambientais ao nível

transfronteiriço e mundial. O Projecto é interpelado por esta

política caso certas acções a apoiar e a realizar sejam objecto de

um PGAS.

A OP 4.01 descreve ainda as exigências de consulta e de difusão.

Para os projectos de categoria B o empreiteiro deve consultar os

grupos afectados pelo projecto e as Organizações não

Governamentais (ONG) a propósito dos aspectos ambientais do

projecto e deve ter em conta os seus pontos de vista. O

empreiteiro deve iniciar esta consulta o mais cedo possível.

Para os projectos de categoria B, caso do projecto em análise, o

empreiteiro deve consultar os grupos pelo menos duas vezes: (a)

pouco antes da selecção ambiental e no fim da redacção dos

termos de referência para o a elaboração do PGAS; e (b) sempre

que é preparado um projecto de relatório do PGAS. Ademais, o

empreiteiro deve concertar com esses grupos ao longo da

implementação do projecto sempre que necessário para abordar as

questões relativas ao PGAS que lhes afecta. Antes das consultas, o

empreiteiro deve fornecer todas as informações pertinentes aos

grupos a consultar o mais rapidamente possível e numa linguagem

acessível.

O empreiteiro disponibiliza o PGA ou todos os relatórios AIA

separados (para os projectos de categoria B) no país e na língua

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

54

local num sítio público acessível aos grupos afectados pelo projecto

e as ONG locais antes da avaliação. Sob a autorização do

empreiteiro, o Banco Mundial difundirá os relatórios apropriados no

Infoshop. O referido projecto está classificado na categoria B.

Política de Salvaguarda de 4.04, Habitats Naturais

A política de salvaguarda do Banco Mundial PO 4.04 “Habitats

naturais” não autoriza financiamentos de projectos que degradam

os habitats críticos.

O Banco Mundial só apoia projectos que afectam habitats não

críticos quando não existem outras alternativas e se medidas

aceitáveis de atenuação dos impactes são implementadas. O

projecto em questão não prevê intervenções em habitats naturais.

Política de Salvaguarda 4.10 Populações autótones

As populações autóctones, no sentido do Banco Mundial, não

existem em Cabo Verde. Por consequência o Projecto não

desencadeia esta Política de Salvaguarda.

Política de Salvaguarda 4.11. Recursos Culturais Físicos

PO 4.11, Património cultural procede a um inquérito sobre os

recursos culturais potencialmente afectados e seu inventário. Ela

integra medidas de atenuação quando existam impactes negativos

sobre os recursos culturais materiais. Em caso de descoberta de

vestígios culturais e arqueológicos durante os trabalhos serão

implementados procedimentos respeitantes a sua salvaguarda. A

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

55

aplicação deste procedimento permite ao projecto estar em perfeita

conformidade com as exigências desta Política de Salvaguarda.

Política de Salvaguarda 4.12. Deslocação e reinstalação

involuntária

O objectivo da PO 4.12 é evitar ou minimizar a reinstalação

involuntária lá onde esta é factível, explorando todas as outras vias

alternativas de projectos viáveis. Ademais, a PO 4.12 tem como

intenção facultar a assistência às pessoas deslocadas pela melhoria

das suas antigas normas de vida, a capacidade de gerar

rendimentos, os níveis de produção, ou ao menos restaurá-las.

Certas actividades de reabilitação do projecto podem ocasionar a

aquisição de terras, deslocação de pessoas ou a perda de activos

sócio-económicos. O Projecto vai também desencadear esta Política

de Salvaguarda pelo que foi elaborado um Quadro de Política de

Reinstalação em documento separado para permitir estar em

conformidade com esta política.

Política de Salvaguarda 4.36, Florestação

PO 4.36, a florestação comporta o apoio à silvicultura durável e

orientada para a conservação da floresta. Ela não apoia a

exploração comercial nas florestas tropicais húmidas primárias. O

seu objetivo global visa reduzir a desarborização, reforçar a

contribuição das zonas arborizadas para o ambiente e promover a

arborização. O Banco Mundial não financia as explorações

comerciais ou a compra de equipamentos destinados à exploração

de florestas tropicais primárias húmidas. O Projecto não despoleta

esta política porque não estão previstas actividades de florestação

nem de intervenção nas florestas.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

56

Política de Salvaguarda 4.37, Segurança de Barragens

Para as grandes barragens, a PO/PB 4.37, Segurança de Barragens

recomenda a realização periódica de um estudo técnico de

inspecção de segurança por peritos independentes especializados

em segurança de barragens. O Projecto GRC não comporta a

construção ou gestão de barragens, pelo que não despoleta esta

política.

Política de Salvaguarda 7.50, Projecto relativo aos cursos de água

internacionais

PO/PB 7.50, Projectos que afectam as águas internacionais -

verifica se existem acordos ribeirinhos e garante que os Estados

ribeirinhos estão informados e não se opõem às intervenções do

projecto. Isto diz respeito a todos os projectos de investimento.

Não existe consulta pública, mas é requerida a notificação dos

ribeirinhos. O Projecto em questão não compreende actividades

ligadas aos cursos de água internacionais. Assim, o Projecto não

despoleta esta política.

Política de Salvaguarda 7.60 - Projectos em zonas contestadas

O OP/BP 7.60, Projectos em zonas contestadas pretende a garantia

de que as pessoas que reivindicam os seus direitos às zonas

contestadas não apresentam objecções quanto ao projecto

proposto. Nas zonas de intervenção não existem zonas em litígio

no país, pelo que o projecto não despoleta esta política.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

57

Políticas de acesso à informação do Banco Mundial

O Banco Mundial está consciente de que a transparência e a

responsabilidade são essenciais para o processo de

desenvolvimento e para a realização da sua missão de redução da

pobreza. O Banco reconheceu sempre que uma política de

informação marcada pelo acesso real e livre é fundamental para

completar as múltiplas tarefas que assume. A política de acesso à

informação do Banco Mundial assenta sobre cinco princípios :

suportar ao máximo o acesso à informação ; formular uma lista

clara de excepções ; preservar o processo de deliberação ; definir

os procedimentos de forma clara para a publicação de

informações ; reconhecer o direito dos queixosos à um processo de

apelação.

5.2. Conclusões

As políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial

que podem aplicar-se às infraestruturas que serão realizadas no

quadro do Projecto GRC são : a PO 4.01 «Avaliação ambienta» e a

PO 4.11 «recursos Culturais Físicos», e a PO 4.12 «Reinstalação

Involuntária de Populações».

O presente Quadro de Gestão Ambiental e Social permite, ainda,

estar em conformidade com a PO 4.01 e a PO 4.11. Tratando-se da

PO 4.12, um Quadro de Política de Reinstalação foi elaborado em

documento separado para permitir estar em conformidade com

esta política.

As actividades que despoletam as políticas acima indicadas devem

ser consideradas pelo programa.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

58

6. IMPACTES AMBIENTAIS E SOCIAIS NEGATIVOS DO PROJECTO

O Projecto para a Reforma do Sector dos Transportes é

essencialmente um programa de reforço de capacidades.

Consequentemente os eixos II, III e IV de intervenção não

produzem impactes negativos no ambiente bio-físico e sócio-

económico.

Entretanto algumas actividades do eixo de intervenção I poderão

ocasionar efeitos negativos sobre o ambiente.

A presente análise focalisará essencialmente sobre a componente I

do projecto «Preservação do património rodoviário incluindo

contratos de manutenção da rede de estradas seleccionadas nas

ilhas de intervenção do projecto».

6.1. Impactes negativos globais comuns a todos os projectos

De acordo com os Termos de Referência (TDR), as intervenções

previstas no âmbito do Projeto de Reforma do Sector dos

Transporte em Cabo Verde, pela sua natureza, não terão impactos

ambientais e sociais significativos. Trata-se de um projecto

classificado com a Categoria B ao qual se associa um conjunto de

normas operacionais do Banco Mundial referentes à avaliação

ambiental, aos recursos culturais e à reinstalação de populações.

Para todos os projectos de preservação do património rodoviário

incluindo a manutenção da rede de estradas nas ilhas de

intervenção do projecto, os impactes esperados são inerentes a

deslocação involuntária das populações e bens situados nas

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

59

parcelas agrícolas, o abate de árvores, a geração de resíduos, a

abertura de valas alternativas, o ruído, a poluição ambiental, a

segurança dos trabalhadores, das populações e dos seus bens

entre outros.

Os impactes negativos comuns a todos os projectos nas diferentes

ilhas são:

Frustrações derivadas de perspectivas criadas de emprego

das populações locais;

Impactes sobre a vegetação : a liberalização das zonas de

empréstimo para as infra-estruturas poderá ocasionar o

abate de árvores.

Desmatamento e redução da cobertura vegetal devido a

eventual recorrência a pedreiras e manchas de empréstimo;

Poluição do meio ambiente por resíduos da obra;

Poluição sonora devido a operações de camiões e máquinas;

Poluição atmosférica, solos e águas superficiais ou

subterrâneas;

Conflitos sociais derivados de ocupação de terrenos públicos

ou privados;

Risco de danos sobre o património construído (redes de infra-

estruturas: água, energia, saneamento, telecomunicações);

Risco de acidente durante a construção;

Interferências com a circulação rodoviária.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

60

6.2. Impactes negativos cumulativos das actividades do projecto

Entende-se por efeitos cumulativos, as mudanças observadas no

ambiente, devido a uma acção combinada com outras acções

antrópicas passadas, presentes e futuras.

Para além dos impactes ambientais e sociais negativos das

actividades do projecto nas ilhas seleccionadas, o QGAS deve ter

em conta os impactes cumulativos. Se a maior parte das

actividades a serem implementadas no âmbito do projecto em

termos individuais têm efeitos negativos pouco significativos, a

soma de vários efeitos negativos tanto no sistema biofísico como

sócio-económico, poderá a longo prazo ter consequências nefastas

devido a sua acumulação.

Poderão ser observados dois casos:

1. A multiplicação de projectos similares, realizados ao

mesmo tempo ou sucessivamente tendo os mesmos efeitos

menores ou moderados ou moderados sobre uma zona

específica, mas cuja acumulação poderá ser nefasto para o

meio;

2. A realização de projectos diferentes, gerando impactes

individuais negativos menores ou moderados, mas cujo efeito

cumulativo poderá ser negativo para o meio.

A gestão dos impactes cumulativos acima mencionados deve ser

exigida nos TDR dos PGAS a serem posteriormente realizados.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

61

6.3. Síntese da análise dos impactes negativos do projecto

"preservação do património rodoviário”

Quadro 3 - Síntese de impactes na fase de preparação do terreno e manutenção

Fase

Impactes negativos

Impactes ambientais

negativos

Impactos sociais negativos

Preparação

do terreno,

e

manutenção

Corte de

árvores/preparação de

sítios

Risco de poluição ligada a

deposição de resíduos

Risco de poluição ligado a

escape de gases dos

equipamentos

Risco de acidentes

Degradação ambiental ;

Riscos para a saúde

pública devido ao

levantamento de poeiras e

gases ;

Má utilização dos canais de

drenagem e a sua

transformação em lixões

na ausência de canais de

sensibilização das

comunidades ;

Riscos de inundação em

caso de mau

dimensionamento das

vias ;

Mau funcionamento das

obras devido a um defeito

de execução dos trabalhos.

Não utilização da mão-de-

obra local

Risco de perda de culturas

Conflitos sociais derivados

de ocupação de terrenos

públicos ou privados

Perdas de terras ou

actividades económicas

Riscos de acidentes

durante a construção

Riscos de conflitos sociais

com as comunidades

Enquanto que o quadro 3. (respectivamente 4/5) apresenta os

impactes ambientais e sociais negativos na fase de preparação do

terreno (respectivamente de rehabilitação e manutenção/utilização

das estradas), o quadro 7 (respectivamente 8/9) faz uma síntese

das medidas de mitigação para minimizar a situação.

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Quadro 4 - Síntese de impactes na fase de reabilitação/manutenção de estradas

ACÇÃO GERADORA

DO IMPACTE CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTE

DESCRITORES AFECTADOS

IDENTIFICAÇÃO POTENCIAL IMPORTANCIA MAGNITUDE SIGNIFICANCIA OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Reflexão da energia solar nas superfícies intervencionadas

Clima Aumento moderado da temperatura do ar na zona de intervenção

Indeterminado Pouco importante Reduzida Pouco significativo Âmbito local, certo, permanente

Presença da via rodoviária

Geomorfologia Artificialização das formas devido a movimento de terras e instalações de apoio

Negativo Importante Elevada Significativo Permanente, irreversível,

Geologia, solos, recursos hídricos subterrâneos

Derramamentos acidentais nas zonas de construção

Negativo Pouco importantes a importantes

Moderada a elevada

Pouco significativos a significativos

Âmbito local, improváveis

Derramamentos acidentais no exterior das zonas de intervenção durante o transporte dos resíduos industriais perigosos

Negativo Importantes Reduzida Pouco significativos Âmbito local, improváveis

Ocupação do solo Ocupação do solo pela via rodoviária

Negativo Importante Elevada

Significativo Âmbito local, certo, imediato, permanente, irreversível

Recursos hídricos subterrâneos

Impermeabilização do terreno

Negativo Pouco importante Reduzida Pouco significativo Certo, permanente

Paisagem e sócio-economia

Degradação da qualidade visual da paisagem

Negativo Importante Elevada Significativo Âmbito local, certo, permanente, irreversível, imediato, directo

Intrusão visual causada pela presença das zonas intervencionadas

Negativo Importante Elevada Significativo Certo, permanente, irreversível, imediato, directo, e minimizável

Deficiências no acondicionamento dos resíduos industriais

Recursos hídricos subterrâneos

Contaminação das águas subterrâneas

Negativo Importante Elevada Significativo Médio prazo, improvável

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

63

Quadro 5 - Síntese de impactes na fase de utilização das vias rodoviária

ACÇÃO GERADORA

DO IMPACTE CARACTERIZAÇÃO DO IMPACTE

DESCRITORES AFECTADOS

IDENTIFICAÇÃO POTENCIAL IMPORTANCIA MAGNITUDE SIGNIFICANCIA OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Reflexão da energia solar nas superfícies intervencionadas

Clima Aumento moderado da temperatura do ar junto da zona de implementação

Indeterminado Pouco importante Reduzida Pouco significativo Âmbito local, certo permanente

Presença da via rodoviária

Geologia Geomorfologia

Alteração física dos solos Artificialização das formas

Negativo Importante Elevada Significativo Âmbito local, permanente, irreversível

Ocupação do solo Impossibilidade de reposição da ocupação inicial

Negativo Importante Elevada Significativo Âmbito local, permanente, imediato, directo e parcialmente reversível

Ambiente sonoro Aumento dos níveis de ruído

Negativo Importante Reduzida Significativo Âmbito local, permanente, directo e reversível

Escorrência acidental de resíduos

Recursos hídricos Degradação da qualidade física e química da água

Negativo Sem importância a pouco importante

Reduzida Significativo Âmbito local, certo, temporário, reversível e minimizável

Emissão de GES Qualidade do ar Libertação de odores desagradáveis

Negativo Sem importância a pouco importante

Reduzida Insignificante Minimizável

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6.4. Descrição dos principais impactes ambientais e sociais

positivos do projecto

Os impactes ambientais e sociais positivos associados à execução

das obras de reabilitação de estradas em Cabo Verde prendem-se,

fundamentalmente com:

Desencravamento das comunidades;

Facilidade de circulação de pessoas e bens;

Maior acesso à educação, à saúde e ao emprego;

Incremento das actividades económicas;

Criação de postos de trabalho e acesso ao emprego;

Promoção do desenvolvimento das comunidades

contempladas com as estradas;

Reordenamento das parcelas principalmente das mais

vulneráveis;

Acesso aos serviços sociais básicos.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

65

7. MEDIDAS DE ATENUAÇÃO DOS IMPACTES NEGATIVOS

Seguidamente é apresentado uma elencagem de medidas de

atenuação dos impactes anteriormente identificados. As directrizes

e cláusulas a serem inseridas nos dossiers d’appel d’offres e dos

trabalhos são apresentadas em anexo.

7.1. Projecto de preservação do património rodoviário

Medidas globais de atenuação para todos as actividades do

projecto

Quadro 6 – Medidas e Acções propostas

Medidas

Acções propostas

Medidas gerais de

execução

Informar as pessoas afectadas e as comunidades sobre o projecto e os seus objectivos, antes do seu início;

Negociar com os donos dos terrenos, antes do início das obras; Assumir empregar a mão-de-obra local, principalmente mulheres

chefes de família; Fazer campanhas de informação e de sensibilização antes dos

trabalhos;

Segurança dos trabalhadores, pessoas e bens; Assegurar a recolha e o acondicionamento dos resíduos;

Envolver as autoridades locais no processo; Indemnizar as pessoas afectadas

Quadro 7 – Actividades específicas e medidas

Actividades específicas Medidas

Fase de preparação/execução Gestão ecológica dos trabalhos nas diferentes

parcelas Informação/Sensibilização das populações

Protecção dos ecossistemas (solos, linhas de água)

Indemnização emcaso de deslocação das

populações ou de perdas de actividades

económicas Reparação dos terrenos danificados

Fase de exploração Seguimento das medidas de protecção ambiental Sensibilização para a manutenção dos trabalhos

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

66

efectuados

Sensibilização das populações para uma boa utilização das estradas ribeirinhas

Sinalização dos sítios de risco

Quadro 8 - Síntese das medidas de mitigação dos impactes durante a

fase de reabilitação/manutenção da via rodoviária

Componentes Ambientais

Actividades impactantes

Impactes Medidas preventivas

e/ou correctivas

Lit

o-S

iste

ma

Morfologia

Decapação e limpeza.

Preparação de terrenos para a construção da via rodoviária

Modificações na estrutura do solo

Análise cuidadosa da zona

de intervenção de forma a garantir a correcta

implantação. Revestimento progressivo de crateras.

Interacção

entre camadas

Desmonte aterros e

depósito de materiais sobrantes

Alterações dos

fluxos após o término dos trabalhos

Impermeabilização de

plataformas de estaleiros para reduzir possível infiltração de poluentes;

Conceber sistemas de drenagem de águas pluviais e de lavagens

Hid

ro

-Sis

tem

a

Ecossistema Depósitos ou abandono

de materiais e equipamentos para construção.

- Efeitos barreira

e risco de inundações; - Mudanças nos fluxos de cargas hidráulicas

Vedação de áreas de

intervenção com painéis apropriados; Identificação

de vias de acesso provisório e acondicionamento de trânsito;

Depósito de materiais e colocação dos equipamentos de laboração em locais apropriados e previamente destinados para o efeito.

Qualidade

da água

Presença de restos de combustíveis e

lubrificantes nos estaleiros resultantes de manutenção de viaturas e equipamentos.

Contaminação/

poluição

Os estaleiros e oficinas devem ser afastados das

linhas de água. Conceber sistemas de decantação de águas pluviais para evitar eventuais contaminações ou poluição de águas.

Bio

ssis

tem

a

Cobertura Vegetal

Escavação e aterro

durante a fase e

implantação dos

estaleiros durante a fase de construção

Poeiras em suspensão

-Modificação da cobertura vegetal

-Destruição de espécies vegetais.

-Implantação de estaleiros

nos locais com menor

vegetação possível e evitar

a produção de partículas sólidas em suspensão

-Implementar medidas de recuperação paisagística; plantação de espécies arbustivas e arbóreas para garantir a protecção solo antes da época das chuvas.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

67

Fauna

Escavação e aterro durante a fase

construção de infra-estruturas

Arrebentamentos com utilização de explosivos;

Alteração dos habitats e/ou

destruição de espécies

Perturbação (ruído e luz)

Limitar a destruição de habitats ao mínimo possível;

Manter as possibilidades de

retorno para espécies migratórias; evitar intercepção dos corredores ecológicos; manter as condições propícias para a circulação da fauna,

possibilitando o fluxo genético entre as espécies. Controle de ruído e vibrações

Sis

tem

a A

tmo

sfé

ric

o

Ruído Funcionamento de máquinas pesadas e

equipamentos de perfuração e transformação de inertes

Aumento dos níveis sonoros;

contínuos e pontuais

Uso de protectores auriculares; insonorização

de instalações de apoio; utilização de técnicas e equipamentos modernos. Adequada manutenção.

Emissão

GEEs

Funcionamento de

máquinas e equipamentos.

Poluição atmosférica.

(poeiras, fuligem, CO2, NOx SO2, COVs e HC’s,etc.)

Humidificar os espaços de

circulação interna e vias de circulação de viaturas para reduzir a emissão de

partículas sólidas; eliminar os resíduos sólidos em locais apropriados; manutenção adequada de equipamentos e viaturas.

Pais

ag

em

Recreação

Efeitos locais

Alterações geomorfológicas.

Degrad. da qualid. meio ambiente

Degrad. visual e desorg .espacial

Alteração significativa paisagem.

Efectuar uma adequada adaptação topográfica.

Adequada organização de obras e estaeiros

Sis

tem

a E

co

mic

o

Sócio Economia

Construção de infra-estruturas e edificações

Criação de novos postos de

trabalho. Dinamização do tecido empresarial.

Protecção e segurança dos trabalhadores;

cumprimento escrupuloso de normas de segurança e higiene no trabalho.

Sistemas operacionais

Construção de infra-

estruturas e edificações

Aumento eficácia/eficiência

Criação de

vantagens competitivas as (agentes

económicos) Aumento oferta de serviços

Promover o recurso a

operadores nacionais e locais; promover a

produção nacional e local;

promover a formação do pessoal

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68

Activid.

económ.

paralelas

Actividades do sector da construção civil.

Atractividade.

Fixação activid. económicas

Efeito multiplicador

Viabiliz. serviços de apoio

Dinamiz. sector constr. civil

Promover o recurso a

operadores nacionais e locais; promover a produção nacional e local.

Promover a competitividade das empresas do sector.

Sis

tem

a

Cu

ltu

ral

População Local

Actividades do sector da construção civil.

Aceitação das obras.

Sensibilização. Engajamento da população local. Placas informativas.

População

Flutuante

Actividades do sector

da construção civil. Novas oportunidades

Promover e apoiar acções de sensibilização ambiental

Quadro 9- Síntese das medidas de mitigação dos impactes durante a fase

de exploração da via rodoviária

7.2. Procedimentos de gestão dos impactes cumulativos das

actividades do projecto

Entende-se por efeitos cumulativos, as mudanças observadas no

ambiente, devido a uma acção combinada com outras acções

antrópicas passadas, presentes e futuras.

Os princípios que regem a avaliação dos efeitos cumulativos

(apesar de não existirem nalgumas ilhas) são os seguintes:

Os efeitos cumulativos representam o efeito global, incluindo os

efeitos directos e indirectos, sobre um recurso, um ecossistema,

ou uma dada comunidade humana;

Fase Medidas de atenuação

Explo

ração

Sensibilizar a população local para uma boa utilização das obras;

Assegurar a manutenção das obras; Assegurar a monitorização ambiental das obras;

Assegurar os trabalhos de CSA a montante para evitar a erosão e as enchurradas.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

69

Os efeitos cumulativos devem ser analisados considerando os

recursos, o ecossistema e/ou a comunidade humana

especificamente afectada ;

Não é factível avaliar os efeitos cumulativos de uma dada acção

sobre o universo inteiro; a lista dos efeitos ambientais deve ser

restricta aos efeitos verdadeiramente significativos;

Os efeitos cumulativos sobre um recurso, um ecossistema ou

uma dada comunidade humana, são raramente delimitados por

uma fronteira administrativa ou política;

Os efeitos cumulativos podem resultar de efeitos similares ou de

interacçãoes sinérgicas de diferentes efeitos;

Os efeitos cumulativos podem durar vários anos para além da

vida da acção originária dos efeitos;

Cada recurso, ecossistema ou comunidade humana afectada

deve ser analisado em função da sua capacidade de absorção

dos efeitos adicionais, conforme os seus parâmetros temporais e

geográficos específicos.

A identificação das incidências ambientais cumulativas de uma

dada acção requer uma análise das relações causa-efeito ligando

vários recursos, ecosistemas ou comunidades humanas. Ela exige

que uma atenção particular seja dada a capacidade de carga do

ecossistema e a capacidade de renovação dos recursos, num dado

horizonte geográfico e temporal estabelecido.

Os critérios para a avaliação da importância dos efeitos

cumulativos não se diferenciam dos utilizados para a avaliação da

importância dos impactes; em contrapartida os efeitos em linha e

as mudanças irreversíveis na utilização dos recursos asseveram de

considerações chaves para a avaliação dos efeitos cumulativos.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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Etapas da abordagem para a avaliação dos efeitos cumulativos

Quadro 10 – Avaliação dos efeitos cumulativos

Fase

Etapa de avaliação dos efeitos cumulativos

Identificação das perdas significativas em termos

de efeitos cumulativos

Identificação das perdas significativas em termos de efeitos cumulativos associados as

acções propostas e definição dos objectivos a seguir para a sua avaliação;

Definição do quadro geográfico da

avaliação; Definição do horizonte temporal para a

avaliação. Identificação de outras actividades que

poderão afectar os recursos, ecossistemas

e/ou comunidades humanas afectadas.

Descrição das condições

actuais em virtude de cada perda significativa

Caracterização dos recursos, ecossistemas

e/ou comunidades humanas identificadas em função da sua capacidade de adaptação as mudanças e da sua capacidade de

resistir a pressões. Definição de um estado de referência para

os recursos, ecossistemas e/ou comunidades humanas identificadas.

Avaliação das

consequências ambientais para cada perda

significativa

Avaliação da importância e do significado

dos efeitos cumulativos previstos. Modificação das acções propostas,

identificação de alternativas, redução ou atenuação dos efeitos cumulativos previstos.

Seguimento dos efeitos cumulativos das acções retidas e gestão adaptada desses

efeitos.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

71

8 - METODOLOGIA DE PREPARAÇÃO E EXECUÇÃO DAS

ACTIVIDADES DO PROJECTO

8.1. O processo de selecção ambiental e social

O processo de selecção ambiental e social reforça os procedimentos

nacionais em matéria de avaliação ambiental, nomeadamente no

que concerne à avaliação e classificação dos projectos. O QGAS é

chamado a colmatar esta divergência com a regulamentação

nacional. A determinação das categorias ambientais e sociais das

actividades será determinada pelo resultado do levantamento

ambiental e social. A revisão e aprovação das actividades serão

conduzidas por pessoal qualificado ao nível regional e local. O

processo da selecção visa:

Determinar as actividades do Projecto para a Reforma do

Sector dos Transportes susceptíveis de gerar impactes

negativos ao nível ambiental e social:

Determinar as medidas de atenuação apropriadas para as

actividades com impactes prejudiciais;

Identificar as actividades que demandam PGAS separados;

Descrever responsabilidades institucionais para a análise e

aprovação dos resultados da selecção, a implementação de

medidas de atenuação propostas e a preparação de relatórios

separados do PGAS;

Assegurar o seguimento e a gestão ambiental e social

durante a execução das actividades.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

72

8.2. Etapas de selecção ambiental e social

Etapa 1 : Preparação dos projectos (dossiers técnicos de

execução ao nível de cada ilha)

A Unidade de Coordenação Nacional do Projecto coordena a

preparação dos dossiers técnicos de execução dos projectos por

ilha (identificação, procedimentos para o recrutamento dos

gabinetes de estudo, etc.).

Etapa 2: Selecção e classificação ambiental e social dos

projectos

A primeira etapa do processo de selecção concerne a identificação

e classificação da actividade a realizar no âmbito do projecto, para

poder apreciar os seus efeitos sobre o ambiente. Para tal deve-se

utilizar o formulário inicial de selecção que figura no anexo I deste

relatório. O preenchimento do formulário inicial de selecção será

efectuado por um agente do Instituto das Estradas que será

designado como Ponto Focal Ambiental e Social (PFAS).

Para estar em conformidade com as exigências do Banco Mundial

(nomeadamente o OP 4.01), sugere-se que os projectos

susceptíveis de ter impactes significativos directos ou indirectos

sobre o ambiente sejam classificados em três categorias:

Categoria A : Projecto com risco ambiental e social maior;

Categoria B : Projecto com risco ambiental e social

moderado;

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

73

Categoria C : Projecto sem impactes significativos sobre o

ambiente.

Deve-se sublinhar que o projecto « Preservação do património

rodoviário, incluindo os contratos de manutenção da rede

rodoviária escolhida nas ilhas de intervenção» foi classificada na

categoria B. Neste relatório os resultados da selecção deverão

incidir sobre as categorias B ou C.

Etapa 3: Validação da classificação ambiental do projecto

A validação da classificação deve ser efectuada pela Direcção Geral

do Ambiente (DGA).

Etapa 4: Execução dos trabalhos ambiental e social do

projecto

Após a análise das informações dos resultados da selecção e após

ter determinado a boa categoria ambiental do projecto, e

consequentemente a amplitude do trabalho ambiental requerido, a

DGA, em colaboração com o IE, fará uma recomendação para dizer

se: (a) o trabalho ambiental não será necessário; (b) a aplicação

de medidas simples de atenuação será suficiente; ou (c) deve ser

elaborado um Plano de Gestão Ambiental e Social (PGAS).

Caso se optar pela opção (c) deve ser elaborado um Plano de

Gestão Ambiental e Social onde se faz um levantamento dos

impactes ambientais e sociais do projecto, define-se as medidas de

mitigação dos impactes, as responsabilidades institucionais bem

como o quadro de seguimento dessas medidas.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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Etapa 5: Exame e aprovação dos relatórios de PGAS

Os eventuais relatórios de Planos de Gestão Ambiental e Social

(PGAS) são examinados e validados ao nível do MAHOT (DGA) que

assegura que para cada projecto todos os impactes ambientais e

sociais serão definidos e que medidas efectivas de mitigação sejam

propostos no quadro da execução do projecto.

Etapa 6: Consulta pública

A legislação nacional em matéria de EIA prevê que a participação

pública deve ser assegurada durante o processo da AIA, o mesmo

poderá ser utilizado nos PGAS.

1. Declarada a conformidade do PGAS, o mesmo é enviado à

autoridade de AIA que promove a participação do público

interessado por um período de quinze dias úteis;

2. São titulares do direito de participação no procedimento de

AIA, qualquer cidadão, as associações representativas, a

autarquia cuja área de competência possa ser afectada pelo

projecto e ainda outras entidades públicas ou privadas cujas

competências ou estatutos o justifiquem;

3. São sempre ouvidas a autarquia e as entidades públicas a

que se refere o número anterior, devendo as mesmas

pronunciar-se no prazo de dez dias úteis;

4. O estabelecido no número anterior não prejudica a faculdade

de tais entidades participarem no procedimento de AIA

através dos mecanismos colocados à disposição do público;

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

75

5. A autoridade de AIA pode ainda admitir a participação por

outras formas se a natureza, o âmbito ou a complexidade do

projecto o justificarem;

6. Devidamente identificados, os titulares do direito de

participação podem, no prazo previsto, intervir através de

pareceres escritos, sugestões ou pedidos de esclarecimento,

sobre o projecto;

7. Os pareceres podem ser enviados por via postal, por fax, por

via electrónica, ou entregues pessoalmente, na sede da

autoridade de AIA;

8. Não são considerados os pareceres anónimos,

insuficientemente identificados ou com identificação falsa ou

ilegível;

9. A participação pública decorre por um período de vinte dias

úteis, a contar do fim do prazo de publicitação referido

anteriormente;

10. Quem, devidamente identificado, tiver participado por

escrito, através de pareceres ou pedidos de esclarecimento, tem

direito a receber uma resposta escrita, desde que,

expressamente o solicite;

11. Compete a autoridade de AIA responder aos pareceres

escritos e aos pedidos de esclarecimento.

Os resultados das consultas devem ser incorporados no relatório da

AIA e disponibilizados ao público.

Para satisfazer as exigênciaqs de consulta e difusão do Banco

Mundial, o Ministério das Infra-estruturas produzirá uma carta de

difusão na qual informará ao Banco Mundial da aprovação do

Quadro de Gestão Ambiental e Social e a difusão efectiva do

conjunto dos relatórios produzidos (CGES, CPR) a todos os

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

76

parceiros envolvidos no processo e eventualmente às pessoas

susceptíveis de serem afectadas.

Os PGAS devem ser também aprovados pelo Banco Mundial e

publicados no Infoshop do Banco Mundial em Washington e nos

média ao nível nacional.

Etapa 7 : Integração das medidas ambientais e sociais nos

dossiers de execução

Em caso de trabalho ambiental, o Instituto de Estradas zelará para

integrar as recomendações e outras medidas de gestão ambiental e

social nos dossiers d’appel d’offre e de execução dos projectos.

Etapa 8 : Implementação de medidas ambientais e sociais

Para cada projecto, as empresas contratadas serão encarregues da

implementação das medidas ambientais e sociais. De todas as

formas, inicialmente elas devem implementar um PGES tendo em

conta entre outras as cláusulas ambientais e sociais descritas em

anexo.

Etapa 9: Seguimento ambiental e social

A supervisão das actividades será assegurada pelo Ponto Focal

Ambiental e Social do Instituto de Estradas;

O seguimento «interno de proximidade» de execução das

medidas ambientais será assegurada pelos gabinetes de

controlo que serão recrutados para o efeito;

O seguimento « externo » será efectuado pela Direcção Geral do

Ambiente, nas ilhas de implementação do projecto;

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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A avaliação será efectuada por Consultores, a meio percurso e

no final do projecto «Préservation du patrimoine routier

incluant des contrats de maintenance du réseau routier

ciblé dans les îles d’intervention du projet».

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8.3. Diagrama de fluxo das actividades do projecto

Etapa 2 :

Selecção e classificação

ambiental e social do

projecto

Etapa 3 :

Validação da

classificação ambiental

do projecto

Etapa 4.1 :

Escolha de simples medidas de

atenuação à aplicar

Etapa 4.2 :

Recrutamento de

consultores em caso de

elaboração de PGAS

Etapa 6 : Consulta

pública e difusão Etapa 8 : Implementação dos

projectos

Etapa 5 :

Avaliação/aprovação

Etapa 9 : Seguimento- avaliação

Etapa 4 :

Execução do trabalho ambiental e social

IE/DGA IE/DGA

IE/Consultores DGA

DGA

IE/CM/MDR

Empresas

IE

Comité de Seguimento

Municípios/Câmaras Municipais

Gabinetes de Controlo

DGA...

Consultants

IE/UCP

Etapa 1 : Preparação

dos projectos

IE

Etapa 7 : Integração de medidas

ambientais e sociais nos dossiers

d’appel d’offre

IE/UCP

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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8.4. Responsabilidades na implementação do processo de selecção

As etapas e responsabilidades institucionais para a selecção e a

preparação da avaliação da aprovação e da execução das actividades do projecto são apresentadas a seguir:

Quadro 11 – Responsabilidades institucionais

Etapas

Responsabilidades

Etapa 1 : Preparação dos projectos

IE/Empreiteiros

Etapa 2: Selecção e classificação ambiental e social do

projecto DGA/IE

Etapa 3: Validação da classificação ambiental e social do

projecto

DGA

Etapa 4: Execução do trabalho ambiental e social

DGA/IE/ Empreiteiros

4.1. Escolha de simples medidas de atenuação à aplicar IE/Consultores/DGA

4.2. Recrutamento de consultores/ Elaboração do EIA IE/UCP

Etapa 5 : Avaliação/aprovação DGA

Etapa 6: Consulta pública e difusão DGA

IE/CM/MDR

Etapa 7 : Integração de medidas ambientais e sociais nos

dossiers d’appel d’offre

IE/UCP

Etapa8 : Implementação dos projectos IE/ Empreiteiros

Etapa 9: Seguimento ambiental e social

Supervisão:

Ponto Focal Ambiental e Social - IE

Seguimento interno: Gabinetes de

Controlo

Seguimento externo:DGA

Avaliação: Consultores

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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9. REFORÇO DA GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL DO PROJECTO

Para estar em conformidade com as exigências do Banco Mundial,

a gestão do projecto deverá ser reforçada, como se segue:

9.1. Medidas de reforço institucional

Reforço da expertise ambiental e social do IE:

O Instituto de Estradas não dispõe de uma «função ambiental e

social» na sua orgânica e estrutura. Entretanto, o IE dispõe de

uma Equipa Técnica que participa regularmente nas sessões do

Comité Técnico de Validação dos EIA com a DGA.

Essa Equipa Técnica poderá ser designada como Ponto Focal

Ambiental e Social. A designação do Ponto Focal tem como

objectivos dotar a Instituição de mecanismos mais eficazes de

coordenação das actividades com vista a (i) garantir a

introdução efectiva dos aspectos ambientais e sociais nos

projectos; (ii) assegurar a coordenação do seguimento dos

indicadores de performance ambientais e sociais.

A missão do Ponto Focal deverá articular a volta dos seguintes

eixos:

o Zelar pela aplicação dos procedimentos ambientais e

sociais nos projectos nas diferentes ilhas;

o Sensibilizar os decisores e os responsáveis de programas

sobre a necessidade de se ter em conta as questões

ambientais e sociais nos projectos;

o Efectuar a supervisão periódica da execução do QGAS do

projecto.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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9.2. Medidas de reforço técnico

As medidas de reforço técnico incluem (i) a provisão para a

realização e a implementação de eventuais planos de gestão

ambiental e social ; (ii) o seguimento e a avaliação das actividades

do projecto.

Provisão para a realização e a implementação de

eventuais PGAS: eventuais planos de gestão ambiental e

social poderão ser requeridos para as actividades do projecto

classificados nas categorias « B » e « C », para assegurar que

são duráveis em termos ambientais e sociais. Se a classificação

ambiental das actividades indicar que é necessário elaborar

planos de gestão ambiental e social , o projecto deverá prever

uma provisão que servirá para pagar os consultores para a

elaboração desses planos e também para a sua implementação.

Seguimento e Avaliação das actividades do projecto : O

programa de seguimento basear-se-á num seguimento

permanente, supervisão, avaliação a meio percurso e avaliação

anual. O seguimento de proximidade é confiado aos gabinetes

de controlo. O seguimento nacional será efectuado pela DGA. A

supervisão será assegurada pelo IE/UCP.

9.3. Medidas de formação dos membros da plataforma nacional

Reforço das capacidades para a gestão ambiental e social

O reforço das capacidades em gestão ambiental e social

abrangirá os Técnicos do IE, os membros Comité de

Seguimento, as Cãmaras Municipais, as Associações

Comunitárias e ONG e incidirá sobre os ganhos ambientais e

sociais ligados a implementação e exploração dos projectos.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

82

Esses actores têm a responsabilidade de assegurar a integração

da dimensão ambiental e social nos projectos nas ilhas e

assegurar no que concerne a estudos, seguimento e controlo

ambiental dos projectos.

Consistirá na organização de ateliers nacionais de formação que

permitirá a todos os actores implicados no projecto de reforçar

as suas capacidades em termos de disposições do QGAS,

procedimentos de selecção ambiental e social e das

responsabilidades de execução dos projectos, centrados a volta

de: (i) ganhos ambientais e sociais dos trabalhos de

manutenção das infra-estruturas e equipamentos e os

procedimentos de avaliação ambiental; (ii) higiene e segurança

nos trabalhos e (iii) regulamentações ambientais e sociais

apropriadas. A formação visa ainda reforçar a sua competência

em matéria de avaliação ambiental, controlo ambiental dos

trabalhos e de seguimento ambiental para que possam jogar o

seu papel de forma mais eficaz na implementação dos projectos.

As referidas formações serão ministradas por Formadores

qualificados que serão recrutados pelo projecto que deverá recorrer

ao apoio do Consultor nacional em avaliação ambiental e social e

abarcará os seguintes participantes: IE, IGOPP, DGI, DGA, MDR,

Cãmaras Municipais, ONG e Associações Comunitárias.

.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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Módulos de formação

Planos de Gestão Ambiental e Social

Bom conhecimento dos procedimentos da organização e

condução dos PGAS;

Apreciação da metodologia de elaboração do PGAS;

Apreciação dos objectivos e conteúdos dos relatórios dos

PGAS;

Conhecimentos dos procedimentos ambientais e sociais do

Banco Mundial;

Utilização dos relatórios de PGAS na apreciação da situação

de referência, dos resultados e dos impactes das actividades

do projecto;

Conhecimentos do processo de seguimento da

implementação dos PGAS;

Integração do género nas actividades do projecto.

Formação sobre o seguimento ambiental

Como verificar a introdução nos contratos das empresas

encarregues dos trabalhos das cláusulas ambientais e verificar

a conformidade das ditas cláusulas;

Como fazer respeitar e aplicar as leis e os regulamentos

ambientais;

Como recomendar medidas apropridas com vista a

minimização dos impactes;

Como fazer o seguimento geral das recomendações emitidas

no PGAS;

Como assegurar a efectividade da implementação das acções

de sensibilização das populações sobre a protecção e gestão

do ambiente;

Como assegurar a efectividade da integração do género.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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9.4. Medidas de sensibilização das populações

Acções de sensibilização das populações e de mobilização social

serão necessárias nos sítios onde serão implementados os

projectos. Para tal o IE deverá contar com o apoio dos gabinetes

especializados na mobilização ambiental e social.

Neste processo devem ser envolvidas as Câmaras Municipais, as

associações e ONG.

9.5. Medidas de salvaguarda ambiental e social

As políticas de salvaguarda ambiental e social do Banco Mundial

que se aplicam aos sub-projectos que serão executados no âmbito

do Projecto são:

PO 4.01 «Avaliação Ambiental»;

PO 4.11 «Recursos culturais e físicos»; e

PO 4.12 «Reinstalação Involuntária das populações».

As Directivas Gerais do Banco Mundial sobre o Ambiente, a Saúde e

a Segurança de abril 2007 são também aplicáveis.

9.5.1. Medidas de conformidade com a PO 4.01 "Avaliação

Ambiental"

A realização do presente QGAS permite estar em conformidade

com a política do Banco Mundial. O QGAS situa os danos

ambientais e sociais do projecto, identifica os principais problemas,

analisa as causas e propõe eixos de intervenção.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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9.5.2. Medidas de conformidade com a PO 4.11

A inserção da cláusula « Chance Find » no contrato das empresas

permitirá ao QGAS de estar em conformidade com a política.

9.5.3. Medidas de conformidade com a PO 4.12 "Reinstalação

involuntária das populações"

Para estar em conformidade com esta política, um Quadro de

Política de Reinstalação das Populações será elaborado em

documento separado.

9.6. Programa de seguimento ambiental e social

9.6.1. Seguimento e avaliação

Com o seguimento pretende-se corrigir, em tempo real, através de

uma vigilância contínua, os métodos de execução das intervenções

e de exploração das infra-estruturas. Quanto a avaliação, ela visa

verificar se os objectivos foram respeitados e tirar os ensinamentos

da exploração para modificar as estratégias futuras de intervenção.

9.6.2. Indicadores de seguimento

Os indicadores são parametros cuja utilização fornece informações

quantitativas ou qualitativas sobre os impactes ambientais e sociais

negativos e positivos do projecto.

Indicadores estratégicos a seguir pelo Comité de Pilotagem

do projecto

Os indicadores estratégicos a serem seguidos pelo Comité de

Pilotagem do projecto são:

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Efectividade da selecção ambiental (Screening) das

actividades do Projecto;

Efectividade do seguimento ambiental e do reporting ;

Implementação dos programas de formação/sensibilização

sobre o Quadro de Gestão Ambiental e Social.

Indicadores a serem utilizados pela DGA/IE

Número de projectos objecto de uma selecção ambiental e

social

Número de projectos objecto de um EIA com PGAS

implementado

Número de especialistas recrutados para assegurar o

seguimento dos trabalhos

Número de dossiers com cláusulas ambientais

Número de estaleiros com sistemas de eliminação de

resíduos

% de empresas que respeitam as disposições ambientais nas

obras

Número de empregos criados localmente

Número de associações locais e ONG implicados na execução

e no seguimento das obras

Número e natureza dos conflitos sociais ligados aos trabalhos

Número de acidentes causados pelos trabalhos

Número de missões de seguimento de proximidade realizadas

de forma regular e efectiva

Nº de mulheres implicados nos trabalhos e no seguimento

Número de casos de discriminação

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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9.6.3. Instituições responsáveis pelo seguimento da aplicação das

medidas de atenuação

O seguimento será efectuado internamente pelos gabinetes de

controlo (seguimento de proximidade).

O seguimento externo será realizado pela DGA e pelo Instituto de

Estradas.

As avaliações a meio percurso e final serão realizadas por

consultores independentes.

Ao nível nacional a supervisão será assegurada pela Unidade de

Coordenação do Projecto e pelo Instituto de Estradas.

9.7. Arranjos institucionais e funções, ambiental e social

No âmbito do Projecto, a função ambiental e social será assegurada

a tres níveis:

Pelo Comité de Seguimento para uma coordenação de ordem

estratégica, assegurando o envolviemnto de todos os

actores. O Comité agrupará todas as instituições implicadas

no seguimento. Essas instituições efectuarão missões de

supervisão.

Pela DGA que é a instituição nacional encarregue da

coordenação e seguimento dos EIA e consequentemente dos

PGAS ; a DGA efectuará o seguimento externo de

proximidade da implementação do QGAS ;

Pelo IE e os Experts ambientais e sociais dos gabinetes de

estudo e de Controlo dos trabalhos que o IE/RSSP vai

recrutar e que irão assegurar o seguimento interno de

proximidade nas fase de preparação (estudos) e execução

dos trabalhos ao nível local (nos sítios dos projectos nas

diferentes ilhas).

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O IE e os Experts ambientais e sociais dos gabinetes de estudo e

de controlo dos trabalhos não dispoem de uma autonomia no plano

ambiental e social. Devem trabalhar em estreita colaboração com a

DGA e sob a sua supervisão. Nesse contexto a coordenação do

projecto deve estabelecer um protocolo de acordo para que a DGA,

os Experts ambientais e sociais dos gabinetes de estudo e de

Controlo dos trabalhos tenham um mandato mais formal no

seguimento ambiental de proximidade. No protoclo serão definidos

as exigências em matéria de seguimento, os domínios

fundamentais do seguimento e a sua periodicidade, bem como o

sistema de apresentação de relatórios.

Os arranjos institucionais abaixo apresentados são propostos para

o projecto no que concerne aos papéis e responsabilidades de

implementação e de seguimento. Esses arranjos foram discutidos

com os principais actores a serem envolvidos na implementação e

seguimento do projecto.

9.7.1. Coordenação, preparação e supervisão

Comité de Seguimento do Projecto : O Comité zelará pela

implementação de uma função ambiental e social no seio do IE

para gerir esses aspectos no quadro do projecto e a sinergia entre

os outros programas do Projecto.

Instituto de Estradas: O Instituto de Estradas irá designar entre

os seus técnicos um Ponto Focal Ambiental e Social que assegurará

a coordenação do seguimento local dos aspectos ambientais e

sociais dos trabalhos do projecto.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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Ponto Focal Ambiental e Social do IE : validará as fichas de

selecção ambiental e social e determinará em concertação com a

DGA e o IE as categorias ambientais apropriadas.

O Ponto Focal irá ainda participar na elaboração de eventuais PGAS

e no programa de formação/sensibilização. Efectuará igualmente a

escolha das medidas de atenuação apropriadas caso não for

necessário a elaboração de CGES para os projectos nas ilhas.

O ponto Focal assegurará a coordenação do seguimento dos

aspectos ambientais em parceria com os outros actores.

9.7.2. Implementação e seguimento "interno" de proximidade

Empresas : Devem executar as medidas ambientais e sociais e

respeitar as directivas e outras prescrições ambientais contidas nos

cadernos de encargos dos projectos locais. As empresas devem

preparar e implementar seus próprios PGAS.

Gabinetes de estudo e de controlo : Devem assegurar o

controlo da efectividade e eficiência da execução das medidas

ambientais e sociais e o respeito das directivas e outras prescrições

ambientais nos cadernos de encargos dos projectos locais.

Colectividades Locais: Devem participar no seguimento de

proximidade da execução das recomendações do PGAS, sobretudo

na informação e sensibilização das comunidades.

9.7.3. Seguimento ambiental e social "externo"

DGA e IE : Procederão conjuntamente ao exame da classificação

ambiental dos projectos bem como a aprovação dos PGAS e

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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assegurarão o seguimento externo ao nível regional e local, da

implementação das medidas ambientais do projecto.

Esse seguimento deverá ser uma verificação contraditória baseada

nos relatórios de seguimento interno das empresas e dos gabinetes

de estudo e de controlo e implicar os membros do comité, as

comunidades locais, as ONG e organizações da sociedade civil

local.

Para a realização desse seguimento o Projecto apoiará

financeiramente os parceiros (IE, DGA, ONG, ...).

9.8. Procedimentos de consulta para a implementação do projecto

9.8.1. Contexto e objectivo do plano de consulta

O Plano de consulta pública ambiciona assegurar a apropriação do

projecto ao nível comunitário, fazendo todos os actores participar

de uma rede de partilha de informações sobre o ambiente e sobre

o projecto.

O plano ambiciona ainda fazer com que todos os actores tenham

uma visão comum e objectivos partilhados das acções do projecto

nas diferentes fases :

a. Antes do projecto (Fase de identificação e de preparação);

b. No decurso do projecto (Fase de execução);

c. Após o projecto (Fase de gestão, exploração e de avaliação

retrospectiva).

Tudo isso com o objectivo de associar as populações na

identificação das necessidades, no seguimento das actividades e

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

91

sua avaliação numa perspectiva de controlo do cidadão, partilha do

saber e dos conhecimentos, participação e eficácia social.

9.8.2. Mecanismos e procedimentos de consulta

Os mecanismos e procedimentos de informação, a concertação e a

negociação a fazer devem basear-se nos conhecimentos sobre o

ambiente das zonas de intervenção do projecto e na aceitação

social do projecto. Os instrumentos e técnicas de consulta devem

conformar-se à uma lógica de comunicação educativa e de

comunicação social.

9.8.3. Estratégia

O início da planificação estratégica e a disponibilidade da

informação ambiental do projecto deverá ser marcada quer por

jornadas de lançamento, quer por uma série de anúncios públicos.

Pretende-se atingir os seguintes objectivos : lançamento de uma

rede dos diferentes actores em relação a um conjunto de

conhecimentos simultâneos sobre o ambiente e a ilha e sobre o

projecto ; criação de grupos intersectoriais referentes aos

diferentes componentes do projecto.

No domínio da consulta ambiental, será necessário criar, ao nível

de cada comunidade local, um comité cujo papel será : apoiar a

instituição local no funcionamento local e na apropriação social do

projecto ; mobilizar os parceiros nacionais e locais para as

actividades do projecto ; servir de mediador de conflitos. Uma

ONG, um Consultor especializado em avaliação ambiental e social

poderão ajudar a facilitar a criação e a operacionalização desses

grupos sectoriais ou socio-profissionais, mas sobretudo zelar pela

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

92

qualidade e equidade na representação (grupos marginalizados,

género, etc.).

9.8.4. Etapas de consulta

O plano de consulta pode desenrrolar-se por três vias: (i) a

consulta local ou a organização de jornadas públicas ; (ii) a

organização de foruns comunitários ; (iii) a realização de encontros

sectoriais de grupos sociais e/ou de interesses.

9.8.5. Procedimentos de consulta

O processo de consulta pública deve ser estruturado à volta dos

seguintes eixos: (i) preparação de dossiers de consulta pública

compreendendo os relatórios de estudo (relatórios de avaliação

ambiental e social), descrição das actividades já identificadas

(localização, características, etc) e fichas de inquérito; (ii) missões

preparatórias aos sítios do projecto e de consulta; (iii) anúncios

públicos; (iv) inquéritos públicos, recolha de dados sobre os sítios

de projecto e validação dos resultados.

9.9. Calendário de implementação das medidas

Seguidamente apresenta-se o cronograma indicativo da execução do Projecto.

Quadro 12 – Cronograma indicativo de execução

Medidas Acções propostas Prazo de Execução

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5

Medidas de

atenuação

Ver lista de medidas de

atenuação por projecto

Medidas

institucionais

Recrutamento dos

gabinetes de estudo e de

controlo

Medidas

técnicas

Realização dos PGAS

para certas actividades

do projecto

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

93

Formação Formação dos membros

do Comité

Informação e

Sensibilização

Sensibilização e

mobilização dos actores e

das populações locais

Medidas de

seguimento e

de avaliaçãon

Avaliação preliminar

antes do seguimento, no

calendário de execução.

Seguiment

o e controlo

do projecto

Seguiment

o de

proximidad

e

Supervisão

Avaliação final

9.10. Estimativa de custos das medidas ambientais e sociais

Os custos estimativos das medidas de mitigação ambiental e social,

num montante global de 32.600.000$00 (trinta e dois milhões e

seiscentos mil escudos cabo-verdianos) compreendem

essencialmente:

- A provisão para a realização de eventuais EIA/PGAS;

- A formação e a sensibilização;

- A coordenação, o seguimento e supervisão do QGAS.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

94

Quadro 13 - Custos estimativos das medidas de mitigação

ambiental e social

Actividades Quantidade Custo

unitário

(ECV )

Custo total

( ECV)

1. Estimativa dos custos das medidas

institucionais, técnicas de

seguimento

Elaboração e implementação de

EIA/PGAS (caso necessário)

12 400 000 4 800 000

Seguimento permanente da

implementação do QGAS

- - 24 000 000

Avaliações (à meio-percurso e final) da

implementação do QGAS

2 600 000 1 200 000

2. Custo das acções de formação

Formação dos membros do comité e do

IE

1 atelier 600 000 600 000

3 Custo das acções de sensibilização

Campanhas de informação e de

sensibilização sobre a natureza do

projecto, as perdas ambientais e sociais,

a segurança dos trabalhadores e

utilizadores.

10 200 000 2 000 000

TOTAL 32 600 000

Estimativa dos custos totais das medidas ambientais e sociais : 32 600 000 ECV

NOTA : Todos esses custos deverão ser incluidos nos custos do projecto

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

95

ANEXOS

ANEXO 1 - FORMULÁRIO DE SELECÇÃO AMBIENTAL E

SOCIAL DOS PROJECTOS

O presente formulário de selecção foi concebido para ajudar na

selecção inicial de projectos que devem ser executados no terreno.

Formulário de selecção ambiental e social

1 Nome da localidade onde o projecto será realizado

2 Nome da pessoa a contactar

3 Nome da autoridade que aprova o projecto

4 Nome, função e informações sobre a

pessoa encarregada de completar o presente formulário

Data: Assinatura:

Parte A : Breve descrição do projecto proposto

Fornecer as informações sobre (i) o projecto proposto

(superfície, terreno necessário, tamanho aproximado da superfície total a ocupar) ; (ii) as acções necessárias

durante as fases de implementação e de exploração do

projecto.

Parte B : Breve descrição da situação ambiental e identificação dos impactes ambientais e sociais

1. O ambiente natural

a) Descrever a formação do solo, a topografia, a vegetação do ambiente adjacente à zona de execução do

projecto.

b) Fazer uma estimativa e indicar a vegetação que

poderia ser resgatada

c) Existem zonas sensíveis do ponto de vista ambiental ou

de espécies em vias de extinção?

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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2. Ecologia das bacias hidrográficas

Existe alguma possibilidade da ecologia das ribeiras vir a ser

afectada negativamente ? Sim_____________ Não _____________

3. Áreas protegidas

A zona à volta do sítio do projecto encontra-se no interior ou adjacente à quaisquer áreas protegida delineada pelo governo

(parque natural, reserva nacional, sítio de património mundial, etc.) ? Sim ___________ Não ___________

Se a execução se efectua fora de uma área protegida (ou à sua

volta), são susceptíveis de afectar negativamente a ecologia da área protegida (exemplo : interferência nas rotas de migração de

mamíferose, aves) ? Sim___ Não__ 4. Geologia dos solos

Existem zonas de possível instabilidade geológica ou do solo

(predisposição à erosão, ou deslizamento de terras)? Sim ______ Não______

5. Paisagem estética

Existe a possibilidade dos trabalhos afectarem negativamente o aspecto estético da paisagem local ? Sim ______

Não______

6. Sítio histórico, arqueológico ou de herança cultural

Tendo em conta os recursos disponíveis, as consultas às autoridades locais, o conhecimento e/ou observações locais, o

projecto poderia alterar os sítios históricos, arqueológicos ou de herança cultural? Sim ____ Não____

7. Compensação e/ou aquisição de terras

A aquisição de terras ou a perda, a recusa ou a restrição do acesso aos terrenos ou a outros recursos económicos fazem parte do

projecto ? Sim ______ Não______

8. Perda de colheitas, árvores de fruto e infra-estruturas domésticas

O projecto concernente provocará a perda permanente ou

temporária de colheitas, árvores de fruto, ou infra-estruturas domésticas ? Sim ______ Não______

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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9. Poluição por barulho durante a execução do projecto

O nível de ruido durante a execução do projecto ultrapassará os limites de poluição sonora aceitáveis ? Sim ______ Não______

10. Resíduos sólidos ou líquidos

A actividade vai gerar resíduos sólidos ou líquidos ? Sim ______ Não______.

Se respondeu « Sim», o projecto dispõe dum plano para os recolher e evacuar ?

Sim ___ Não____

11. Consulta pública

Aquando da preparação e da execução do projecto, a consulta e a

participação do público foram investigados ? Sim ______ Não______. Se « Sim», descreve de forma breve as medidas que

foram tomadas para o efeito.

Parte C : Medidas atenuantes

Para todas as respostas « Sim», o Ponto Focal Ambiental e Social/Consultor, na consulta às estruturas técnicas locais, em

particular as que estão encarregadas do ambiente, deverá descrever de forma breve as medidas tomadas nesse âmbito.

Parte D : Classificação do projecto e trabalho ambiental

Projecto do tipo : A B C

Trabalho ambiental necesário :

Sem trabalho ambiental

Simples medidas de mitigação

Plano de Gestão Ambiental e Social

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

98

ANEXO 2 - CLÁUSULAS AMBIENTAIS E SOCIAIS A INSERIR

NOS DOSSIERS D'APPEL D'OFFRE

Estas cláusulas destinam-se a ajudar os técnicos encarregados da

elaboração dos dossiers de concurso (DAO) e dos cadernos de

encargos (cadernos de prescrições técnicas) e dos contratos, para

que possam integrar nesses documentos prescrições de

optimização da protecção ambiental e sócio-económicas. Estas

Cláusulas dizem respeito a todas as atividades da obra constituindo

potenciais fontes de poluição ambiental e social. Deverão constituir

parte integrante dos dossiers de concurso (DAO) e dos cadernos de

encargos ou de contratos de obras.

Parâmetros ambientais e sociais a considerar no contrato

das obras de infra-estrutura

Certificar-se do plantio de novas árvores no fim dos trabalhos em

caso de eliminação de vegetação para compensar eventuais

abates;

Evitar, ao máximo possível, a destruição de habitats de animais;

Utilizar o aterro oficial autorizado pelas autoridades locais;

Não obstruir as passagens de moradores;

Assegurar o respeito pelas medidas de higiene e segurança de

instalações de estaleiro;

Proteger propriedades vizinhas do local dos trabalhos;

Evitar a danificação da vegetação existente;

Evitar a compactação do solo nas imediações e sua

impermeabilização;

Evitar prejudicar a população local, utilizando materiais que fazem

muito ruido;

Não queimar lixos no local da obra;

Assegurar a recolha e eliminação de resíduos gerados pela obra;

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

99

Informar e integrar tanto quanto possível as pessoas da

comunidade para evitar conflitos entre os trabalhadores e a

população local.

Evitar a libertação de odores provenientes de reparação de fossas

sépticas;

Proceder à gestão de pedreiras de forma racional e de acordo com

os regulamentos em vigor;

Sensibilizar os trabalhadores para o risco das IST/VIH/SIDA;

Respeitar os locais culturais;

Levar em consideração as perturbações (ruído, poeira) e a

segurança das populações organizando a obra;

Evitar a descarga de esgoto nas valas de fundação e em pedreiras,

fontes de contaminação potencial das águas subterrâneas e de

desenvolvimento de insetos vectores de doença;

Afastar o máximo possível os centros de armazenamento de casas,

escolas, centros comunitários, igrejas, etc.;

Envidar esforços para reduzir a propagação de poeiras;

Evitar descargas de águas residuais, derrames acidentais ou não de

óleos usados e descarga de poluentes no solo, em águas

superficiais ou subterrâneas, esgotos, valas, etc.;

Instalar estruturas para evitar a obstrução de redes de esgotos de

modo a evitar a exposição dos edifícios a inundações;

Cobrir os resíduos com um cobertor no transporte para aterro

sanitário;

Assegurar a implementação de medidas de segurança dos

trabalhadores;

Fornecer água potável aos trabalhadores da obra.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

100

a) Disposições preliminares

Respeito das leis e regulamentos nacionais:

O empreiteiro e os subempreiteiros devem conhecer, respeitar e

fazer cumprir as leis e regulamentos em vigor no país e sobre o

meio ambiente, eliminação de resíduos sólidos e líquidos, normas

de emissão e ruído, horário de trabalho, etc.; adoptar todas as

medidas necessárias para minimizar os danos ao meio ambiente;

assumir a responsabilidade por quaisquer reclamações relacionadas

com a não-conformidade do ambiente.

Autorizações e aprovações antes de iniciar os trabalhos

Qualquer intervenção a realizar deve ser objecto de procedimentos

de informação prévia e autorizações administrativas. Antes de

iniciar o trabalho, o empreiteiro deve obter todas as licenças

necessárias para a sua realização no âmbito do contracto do

projecto de reabilitação ou manutenção da estrada: autorizações

emitidas pelas autoridades locais, serviços florestais (no caso do

desmatamento, poda, etc.), DGA (pedreiras, áreas de

empréstimo), serviços hidráulicos (em caso de uso de água da rede

pública), a inspecção do trabalho, gestores redes de infra-

estruturas etc. Antes do início dos trabalhos, o empreiteiro deve

consultar os proprietários e os moradores das localidades com os

quais poderá estabelecer eventuais acordos visando facilitar o

andamento dos trabalhos.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

101

Reunião inicial

Antes de iniciar os trabalhos, o empreiteiro e a fiscalização, sob a

supervisão do dono da obra devem organizar encontros com os

representantes do poder local, serviços desconcentrados do Estado,

bem como representantes das populações na área do projecto e

serviços técnicos relevantes para a prestação de informações sobre

a obra a realizar designadamente a duração, as vias e os locais que

podem ser afectados. Este encontro permitirá também ao dono da

obra o registo das observações e as preocupações levantadas pelas

populações. Servirá igualmente para a sensibilização para as

questões ambientais e sociais e para as relações com os

trabalhadores.

Preparação e disponibilização dos terrenos

O empreiteiro deverá informar as populações envolvidas antes de

qualquer intervenção ou destruição de áreas agrícolas, ou zonas de

pastoreio. Antes de instalar e iniciar o trabalho, o empreiteiro deve

assegurar que as compensações pelas deslocações são

efectivamente pagas ao reclamante pelo cliente.

Procedimentos de reparação de danos sobre redes de infra-

estruturas

Antes da consignação e início dos trabalhos, o empreiteiro deve

preparar os procedimentos de reparação de danos sobre as redes

de infra-estrutura (água, electricidade, telefone, esgoto, etc.) que

devem ser formalizados através de memorandos assinados por

todos os intervenientes (empreiteiro, fiscalização, empresas de

prestação de serviços).

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

102

Utilizações dominiais público e privado

O empreiteiro deve estar consciente de que os trabalhos devem ser

executados dentro da área de domínio público. As intervenções em

terrenos privados só poderão acontecer após a conclusão dos

procedimentos de aquisição e disponibilização.

Programa de gestão ambiental e social

O empreiteiro deverá preparar e submeter à aprovação da

fiscalização um programa detalhado de gestão ambiental e social

do projecto incluindo: (I) um plano de ocupação indicando a

localização da zona principal e diferentes zonas de intervenção de

acordo com as componentes do projecto, as implantações previstas

e uma descrição dos trabalhos de limpeza, (II) um plano de gestão

de resíduos, indicando os tipos de resíduos, o tipo de recolha

prevista e o local de armazenagem, método e o local de depósito, e

(III) o programa de informação e de sensibilização especificando

metas, temas e modo de consulta seleccionado (IV) um plano de

gestão de acidentes e de prevenção da saúde especificando os

principais riscos de acidentes maiores que possam pôr em perigo a

segurança ou a saúde dos trabalhadores e/ou do público e as

medidas de segurança pública e/ou de prevenção da saúde a

aplicar no quadro de um plano de emergência.

O empreiteiro deverá igualmente elaborar e apresentar, para

aprovação da fiscalização, um plano de protecção do meio

ambiente, que inclua todas as medidas de protecção da obra:

protecção de depósitos de armazenamento de combustível,

lubrificantes e betumes para reparações; separadores de

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

103

hidrocarbonetos das redes de drenagem associados às instalações

de lavagem, manutenção e abastecimento de veículos e máquinas

e de instalações de evacuação de esgoto; descrição de métodos de

prevenção e redução da poluição, incêndios, acidentes da estrada;

infra-estruturas de saúde e acesso às populações em situações de

emergência; regulamentos de trabalho relativos à protecção e

segurança do ambiente; plano de limpeza e arranjos no final dos

trabalhos.

O programa de gestão ambiental e social incluirá igualmente: a

organização da equipa afecta à gestão ambiental com a indicação

do funcionário encarregado de saúde/segurança/meio ambiente do

projecto; descrição dos métodos de redução dos impactes

negativos e o plano de gestão e reabilitação de empréstimos de

zonas de empréstimo e pedreiras; o plano de armazenamento e

gestão de água e saneamento; a lista de acordos estabelecidos

com os proprietários e utilizadores actuais de áreas privadas.

b) Instalação de estaleiro

Normas de localização

A instalação de estaleiros temporários deve ser feita

preferencialmente em áreas já desmatadas ou intervencionadas,

sempre que existam, ou em zonas que serão reutilizadas

posteriormente para outros fins. O empreiteiro deve evitar a

instalação de estaleiros nas zonas protegidas.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

104

Afixação de regulamentos internos e de sensibilização dos

trabalhadores

O empreiteiro deve afixar o regulamento interno de modo visível

nas instalações de estaleiro prescrevendo especificamente: respeito

dos usos e costumes locais; protecção contra IST/VIH/SIDA; as

normas de higiene e medidas de segurança. O empreiteiro deve

sensibilizar o seu pessoal para o respeito pelos usos, costumes e

tradições das populações da região de execução dos trabalhos e

sobre os riscos e formas de prevenção das IST (VIH/SIDA).

Emprego de mão-de-obra local

O empreiteiro deve engajar-se (excepto pessoal técnico) no

recrutamento do número máximo de trabalhadores locais. Não

conseguindo encontrar pessoal qualificado no local, é permitido a

contratação de pessoal fora da área de trabalho.

Respeito do horário de trabalho

O empreiteiro deve assegurar que os horários de trabalho estejam

em conformidade com as leis e regulamentos nacionais em vigor.

Qualquer alteração está sujeita à aprovação da fiscalização.

Sempre que possível (excepto em casos excepcionais e em

concertação com a fiscalização), o empreiteiro deve evitar a

realização de trabalhos durante as horas de descanso, domingos e

feriados.

Protecção dos trabalhadores

O empreiteiro deve disponibilizar para o pessoal do local de

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

105

trabalho equipamento de trabalho regulamentar e em bom estado

de conservação e todos os acessórios de segurança e protecção

apropriados para a actividade (capacetes, botas, cintos, máscaras,

luvas, óculos de protecção, etc.). O empreiteiro deve assegurar o

uso adequado do equipamento de protecção. Um controlo

permanente deverá ser realizado para o efeito e, no caso de

violação, chamadas de atenção aviso e até mesmo dispensa

deverão ser aplicadas aos infractores.

Responsável pela Saúde, Segurança e Meio Ambiente

O empreiteiro deve nomear um responsável pela

Saúde/Segurança/Ambiente que irá garantir que as regras de

higiene, segurança e protecção ambiental são seguidas com rigor

por todos e a todos os níveis de desempenho, tanto para os

trabalhadores como para a população e outros em contacto com o

sítio. É preciso estabelecer uma emergência médica e da vida

actualizada e adaptada ao tamanho da equipa. O empreiteiro deve

proibir o acesso ao local pelo público, protegê-lo com etiquetas e

sinalização, indicar acesso alternativo e tomar todas as medidas de

ordem e de segurança para evitar acidentes.

Guarda do local de trabalho

O empreiteiro deve assegurar a guarda, supervisão e manutenção

da segurança da obra mesmo nos períodos de trabalho. Durante

todo o período de construção, o empreiteiro deve ter pessoal de

plantão fora do horário de trabalho, todos os dias, sem excepção

(sábado, domingo e feriados), dia e noite, para resolver qualquer

incidente e/ou acidente que possa ocorrer relacionado com a obra.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

106

Medidas barreiras contra tráfego

O empreiteiro deverá evitar o bloqueio de acessos públicos. Deverá

efectuar a manutenção contínua dos acessos de moradores durante

a construção. O empreiteiro deverá assegurar que nenhuma

escavação ou trincheira é deixada aberta durante a noite sem

sinalização adequada aprovada pela fiscalização. O empreiteiro

deve assegurar-se de que os desvios temporários permitem a

circulação em segurança. Deverá instalar sinalização para saídas de

camiões do local de trabalho.

c. Desmobilização e limpeza

Normas gerais

Para qualquer situação de desmobilização, o empreiteiro deixará as

instalações em condições de utilização imediata. A libertação dos

terrenos de instalações não deve ser efectuada sem a assumpção

de responsabilidades e obrigações relacionadas com a sua

utilização e sem ter sido formalmente constatado o bom estado dos

mesmos. O empreiteiro deverá realizar todas as intervenções

necessárias para a reabilitação do local. É obrigado a retirar todos

os seus equipamentos e materiais e não os pode abandonar no

local ou nas imediações.

Assim que os trabalhos forem concluídos, o empreiteiro deverá: (I)

remover instalações temporárias, equipamentos, resíduos sólidos e

líquidos, materiais excedentes, vedações etc., (II) corrigir falhas na

drenagem e tratamento de todas as áreas escavadas, (III)

reflorestar as áreas inicialmente desmatadas com espécies

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

107

adequadas em articulação com os serviços florestais locais, (IV)

proteger as obras que permanecem perigosos (poços, valas

abertas, encostas etc.), (V) deixar de forma funcional os

pavimentos, calçadas, rampas e outras obras,(VI) descontaminar

solos contaminados (as partes contaminadas devem ser retiradas e

preenchidas com areia) e (VII) limpar e destruir fossas de

drenagem.

Se for do interesse da fiscalização ou das autoridades locais a

recuperação de instalações fixas para uso futuro, o empreiteiro

deve cedê-las gratuitamente. Instalações permanentes que foram

danificadas devem ser reparadas pelo empreiteiro e recuperado o

estado equivalente ao estado inicial antes do início dos trabalhos.

As vias de acesso serão entregues em estado equivalente ao

estado inicial. Nos sítios sujeitos a compactação dos solos (áreas

de trabalho, estradas, etc.), o empreiteiro deverá escarificar o solo

pelo menos 15 cm de profundidade para facilitar a regeneração da

vegetação. Pavimentos em betão, calçadas e lajes devem ser

removidos e os materiais enviados para depósito autorizado. O

local deverá ser recoberto com materiais locais.

Em caso de falha do empreiteiro na execução dos trabalhos de

restauração, estes serão executados por uma empresa contratada

pela Fiscalização sendo os encargos da responsabilidade do

empreiteiro.

Após a retirada de todos os equipamentos, um relatório indicando a

reabilitação do local deve ser preparado e anexado à acta da

recepção da obra. A não reposição do estado inicial constitui

motivo de recusa da recepção dos trabalhos. Neste caso, a

percentagem da quantidade de trabalho ainda não realizado

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108

"instalações de estaleiro" será retida como garantia para assegurar

a execução dos trabalhos.

Protecção de áreas instáveis

Durante a desmontagem de obras em ambientes instáveis, o

Empreiteiro deve tomar as seguintes precauções para não acentuar

a instabilidade do solo: (i) evitar o tráfego pesado e qualquer

sobrecarga na zona de instabilidade, (ii) manter tanto quanto

possível o coberto vegetal ou restaurá-lo com espécies nativas

apropriadas em caso de risco de erosão.

Tratamento de pedreiras e de manchas de empréstimo

temporárias

O Empreiteiro deverá efectuar o tratamento de pedreiras e

manchas de empréstimo de acordo com as opções definidas em

concertação com a Fiscalização e as populações locais: (i) o

nivelamento do terreno e restauração do coberto vegetal (árvores,

arbustos, grama ou culturas agrícolas) (ii) preenchimento (terra ou

pedras) e restauração do coberto vegetal (iii) área de lazer,

ecoturismo, entre outros.

Gestão de produtos de petróleo e outros contaminantes

O Empreiteiro deverá limpar a área de trabalho ou de

armazenamento, onde tenha havido manipulação e/ou a utilização

de produtos de petróleo e de outros contaminantes.

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109

Controle do cumprimento das cláusulas ambientais e sociais

O controlo do cumprimento e eficácia da implementação das

cláusulas sociais e ambientais por parte do Empreiteiro deve ser

feito pela Fiscalização cuja equipa deve incluir um especialista

ambiental.

Notificação

A Fiscalização deverá notificar o Empreiteiro por escrito, sobre

qualquer caso de incumprimento de medidas ambientais e sociais.

O Empreiteiro deve avisar ao IE/UCP por escrito sobre qualquer

violação dos regulamentos verificados pela Fiscalização. Os

trabalhos adicionais de reconstrução ou reparação decorrentes do

não cumprimento de cláusulas ambientais serão custeados pelo

Empreiteiro.

Sanções

De acordo com as disposições contratuais, o incumprimento das

cláusulas ambientais e sociais, devidamente assinaladas pela

Fiscalização, pode constituir motivo para a rescisão do contrato. O

Empreiteiro sujeito a rescisão de contrato devido ao incumprimento

de cláusulas ambientais e sociais fica sujeito a sanções até mesmo

a suspensão do direito de participar em concursos por um período

determinado pela Fiscalização, com a retenção da garantia

bancária.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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Recepção da obra

O não cumprimento das presentes cláusulas expõe o Empreiteiro à

recusa da recepção provisória ou definitiva da obra, pela Comissão

de Recepção. A implementação de cada medida ambiental e social

pode ser objecto de uma recepção parcial envolvendo os

departamentos relevantes em causa.

Obrigações cobertas pela garantia bancária

As obrigações do empreiteiro decorrem até à recepção definitiva da

obra que será recebida apenas após a execução completa dos

trabalhos de melhoria ambiental nos termos do contrato.

d. Cláusulas ambientais e sociais específicas

Sinalização da Obra

O Empreiteiro deve colocar antes da abertura dos locais de

trabalho e sempre que necessário, pré-sinalização e sinalização dos

locais de trabalho de longa distância (saídas de pedreiras, carreiras

ou saída de instalações de estaleiro, o circuito utilizado por

máquinas, etc.) que dizem respeito às leis e regulamentos em

vigor.

Medidas para obras de terraplanagem

O Empreiteiro deverá reduzir ao mínimo a escavação, decapagem,

aterro e nivelamento de áreas de trabalho para atender à

topografia natural e evitar a erosão. Após a remoção da camada

superficial do solo, o Empreiteiro deve depositar os solos removidos

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

111

e utilizá-los para a requalificação de taludes e outras áreas

afectadas. O Empreiteiro deve depositar as terras não reutilizadas

em áreas de armazenamento se se destinarem a posterior

utilização, caso contrário, devem ser transportados para áreas de

aterro previamente autorizadas.

Medidas do transporte e armazenamento de materiais

Durante a execução dos trabalhos, o Empreiteiro deverá: (i) limitar

a velocidade dos veículos no local, instalando painéis de sinalização

e suportes de bandeira; (ii) regar regularmente as vias de

circulação em áreas residenciais (se for estrada de terra batida);

(iii) prever desvios através de pistas e trilhos existentes sempre

que possível.

Em áreas residenciais, o empreiteiro deverá estabelecer o horário e

rotas de veículos pesados que devem circular fora das zonas de

intervenção de modo a minimizar perturbações (ruído, poeira e

congestionamento de tráfego) e submete-lo à aprovação da

Fiscalização.

A fim de garantir a ordem do tráfego e a segurança da estrada, a

areia, o cimento e outros materiais finos devem ser contido

hermeticamente fechados durante o transporte para evitar a

difusão e deposição de poeiras. Os materiais contendo partículas

finas devem ser cobertos com uma lona devidamente prendida. O

empreiteiro deve tomar medidas especiais de protecção (redes,

lonas) contra o risco de projecções, fumaça e queda de objectos.

O empreiteiro pode preparar zonas secundárias para o

estacionamento de veículos que não estão autorizados a estacionar

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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na rua fora do horário de trabalho e locais de controlo. Estas áreas

podem incluir também um espaço para a soldadura, montagem,

pequenas reparações e manutenção de pequenos equipamentos.

Nessas zonas não poderá haver armazenagem de hidrocarbonetos.

O armazenamento de qualquer tipo de hidrocarboneto é

estritamente proibido no ambiente circundante, no exterior dos

locais de intervenção e em áreas prédefinidas.

Medidas para a circulação de viaturas e máquinas no

estaleiro

Apenas os materiais estritamente necessários são admitidos na

obra. Fora dos acessos autorizados e locais de passagem e áreas

de trabalho, é proibido a circulação de viaturas e máquinas.

O Empreiteiro deve assegurar a limitação de velocidade de

circulação para todos os veículos circulando na via pública, com um

máximo de 60 km/h em estradas rurais e 40 km/h em zonas

urbanas e na travessia de aldeias. Os condutores que

ultrapassarem estes limites serão sujeitos a medidas disciplinares

indo até à apreensão da licença de condução.

Recomenda-se a instalação de quebra-molas á entrada dos

aglomerados populacionais.

Os veículos da empresa deverão em todas as circunstâncias

cumprir os requisitos do Código da Estrada em vigor,

particularmente no que diz respeito ao peso dos veículos

carregados a velocidade e condições de funcionamento.

O Empreiteiro deverá, durante a estação seca, regar as vias

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

113

utilizadas pelos seus equipamentos de transporte para evitar a

poeira, especialmente em áreas habitadas.

Medidas de transporte e armazenamento de produtos

petrolíferos e contaminantes

O Empreiteiro deverá proceder ao transporte de produtos

petrolíferos, lubrificantes e outros materiais perigosos de forma

segura, em recipientes hermeticamente fechados com indicação

clara do produto transportado. A entrega deve ser feita por

camiões-cisterna em conformidade com a lei e os regulamentos em

vigor. Os condutores devem estar sensibilizados sobre os danos em

caso de acidente.

Operações de transfega para depósitos de armazenamento devem

ser realizadas por uma equipa qualificada e experiente. As

cisternas de armazenamento devem ser fechadas e colocadas em

superfícies protegidas com um sistema de protecção contra

derramamento acidental de produto.

O Empreiteiro deverá instalar o armazenamento de combustíveis,

lubrificantes e produtos petrolíferos a uma distância de pelo menos

200 metros de cursos de água. As áreas de armazenamento devem

ser localizadas fora de qualquer zona inundável e de zonas

habitacionais. As áreas de armazenamento devem ser claramente

identificadas para evitar colisões dos veículos da obra com os

depósitos de produtos petrolíferos.

O Empreiteiro deverá proteger os depósitos de produtos

petrolíferos e equipamentos de enchimento com uma cuba para a

retenção de conteúdo em caso de um vazamento. Todos os

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

114

tanques devem ser fechados quando não estiverem a ser

utilizados.

O Empreiteiro deve informar e sensibilizar o seu pessoal (i)

relativamente às instruções específicas a serem seguidas para

evitar derramamento durante o manuseio e utilização de produtos

petrolíferos e (ii) sobre as medidas de intervenção a implementar

em caso de acidente, para evitar qualquer derrame acidental.

Medidas em caso de derrame acidental de produtos

petrolíferos

O Empreiteiro deve preparar um plano de emergência em caso de

derrame acidental de contaminantes e apresenta-lo à Fiscalização

antes do início dos trabalhos. Medidas de controle contra

vazamentos de contaminantes na obra e nos estaleiros devem ser

claramente identificadas e facultadas aos trabalhadores para que

estes possam ser capazes de as implementar em caso de acidente.

O Empreiteiro deverá implementar no estaleiro: (i) equipamentos

de controlo contra derrames (como absorventes de turfa, pás,

bombas, máquinas, contentores, luvas, isolamento, etc.); (ii)

equipamentos de comunicação (rádio transmissor, telefone, etc.)

(iii) equipamentos de segurança (sinalização, etc.).

Protecção de áreas e obras agrícolas

O horário de trabalho deve ser estabelecido de modo a minimizar

perturbações sobre as actividades agrícolas. Os principais períodos

de actividade (sementeira, colheita, ...) devem ser particularmente

conhecidos, para que a programação dos trabalhos possa ser

adaptada. O Empreiteiro deve identificar vias ou travessias para

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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animais e pessoas. Mais uma vez, o envolvimento da população é

fundamental.

Protecção das zonas húmidas, fauna e flora

É proibido ao Empreiteiro executar instalações temporárias (áreas

de armazenamento e estacionamento, caminhos de contorno ou de

trabalho, etc.) em zonas húmidas. No caso de plantações, o

Empreiteiro tem de adoptar à vegetação local e ter cuidado para

não introduzir novas espécies sem consultar os serviços florestais.

Em todas as áreas desmatadas o solo extraído deve ser colocado

em zona de reserva.

Protecção de zonas arqueológicas e património

O Empreiteiro deverá adoptar todas as medidas necessárias para

respeitar o património cultural (cemitérios, locais sagrados, etc.) e

zonas arqueológicas nos locais da obra e nas proximidades. Para

isso, deve-se assegurar da sua natureza e localização antes do

início dos trabalhos.

Se forem descobertos vestígios de interesse histórico ou

arqueológico durante a construção, o Empreiteiro deve adoptar o

seguinte procedimento: (i) interromper os trabalhos na zona

identificada, (ii) notificar imediatamente a Fiscalização que deve

tomar as medidas que se impuserem para proteger o local e evitar

qualquer tipo de destruição; deverá ser identificada e delimitada

um perímetro de protecção, e (iii) evitar a remoção ou

deslocalização dos objectos e vestígios encontrados. Os trabalhos

devem ser suspensos na área identificada até que o órgão nacional

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

116

responsável por sítios históricos e arqueológicos conceda

autorização para continuar.

Medidas de exploração de madeira e desmatamento

No caso do desmatamento, as árvores abatidas devem ser cortadas

e armazenadas em locais aprovados pela Fiscalização. As

populações locais devem estar informadas da possibilidade de

poderem dispor da madeira para diversos usos. As árvores

abatidas não devem ser abandonadas no local, nem queimadas,

nem introduzidas sob os materiais de aterro.

Prevenção de incêndios florestais

O Empreiteiro é responsável pela prevenção de incêndios florestais

nas zonas de intervenção, incluindo zonas de empréstimo e de

acesso. Deve respeitar com rigor as instruções, leis e regulamentos

emitidos pelas autoridades competentes.

Abastecimento de água

A pesquisa e exploração de pontos de água devem ser suportadas

pelo Empreiteiro. O Empreiteiro deve assegurar que o consumo de

água para e na obra, não afecta as fontes de água utilizadas pelas

comunidades locais. Recomenda-se o recurso aos serviços de

abastecimento público, tanto quanto possível, se disponíveis. No

caso do abastecimento a partir de águas subterrâneas ou

superficiais, o Empreiteiro deve apresentar um pedido de

autorização aos serviços hidráulicos e respeitar os regulamentos

locais.

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Águas superficiais destinadas ao consumo humano (trabalhadores

da obra) devem ser desinfectadas por cloração ou outro método

aprovado pelos serviços ambientais e de saúde. Se a água não

cumprir integralmente os critérios de qualidade da água potável, o

Empreiteiro deve tomar medidas alternativas, como o fornecimento

de água engarrafada ou a instalação de depósitos de água em

quantidade suficiente e qualidade adequada. Esta água deve

satisfazer os parâmetros regulamentares de água potável. É

admissível a utilização de água não potável para banheiros,

chuveiros e sanitas. Nesses casos, o Empreiteiro deverá avisar os

trabalhadores e colocar sinalização bem legível com as palavras "

ÁGUA NÃO POTÁVEL."

Gestão de Resíduos Líquidos

Os escritórios e instalações devem ser equipados com um número

suficiente de instalações sanitárias (latrinas, fossas sépticas,

sanitas e chuveiros). O empreiteiro deverá respeitar os

regulamentos sanitários em vigor. As instalações sanitárias são

definidas em concertação com a fiscalização. Não é permitida ao

empreiteiro descarregar efluentes líquidos que podem causar

estagnação e incômodo para a vizinhança, ou poluição das águas

superficiais ou subterrâneas. O empreiteiro deve instalar um

sistema de saneamento adequado e autónomo (fossa séptica ou

estanque, etc.). O empreiteiro deverá evitar quaisquer derrames

ou descargas de águas residuais, águas de drenagem de poços,

lamas, óleos e quaisquer tipos de poluentes nas águas superficiais

ou subterrâneas, esgotos, valas de drenagem ou ao mar. Os

pontos de rejeição ou de drenagem serão fornecidos ao Empreiteiro

pela Fiscalização.

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Gestão de resíduos sólidos

O empreiteiro deverá depositar o lixo em contentores fechados de

modo a serem esvaziados periodicamente. No caso de evacuação

através de camiões da obra, os contentores devem ser fechados de

modo a evitar a fuga de resíduos. Por razões de higiene e para não

atrair vectores de doenças, uma coleta diária é recomendada,

especialmente durante os períodos de calor. O empreiteiro deverá

eliminar ou reciclar os resíduos de forma a proteger o ambiente. O

empreiteiro deverá encaminhar os resíduos, se possível, para locais

de deposição existentes.

Proteção contra a poluição sonora

O empreiteiro deverá limitar ruídos de construção susceptíveis de

provocar perturbações graves aos moradores, seja devido a uma

duração exageradamente longa, ou por sua extensão fora do

horário normal de trabalho. Os limiares não devem exceder os 55-

60 decibéis durante o dia e 40 decibéis durante a noite.

Prevenção contra IST/VIH/SIDA e doenças profissionais

O Empreiteiro deverá informar e sensibilizar os trabalhadores sobre

os riscos de IST/HIV/SIDA. Deve disponibilizar preservativos aos

trabalhadores para se protegerem contra as IST(HIV/SIDA).

O Empreiteiro deverá informar e sensibilizar os trabalhadores sobre

a segurança e higiene no trabalho. Deverá promover a preservação

da saúde dos trabalhadores e das populações locais, tomando

medidas adequadas contra doenças relacionadas com o trabalho e

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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o ambiente em que eles ocorrem: doenças respiratórias

designadamente devido a grandes quantidades de poeiras e gases

durante a execução dos trabalhos; malária, gastro-enterite e

outras doenças diarreicas devido à proliferação de mosquitos,

alterações climáticas e a qualidade dos alimentos e da água

consumida; e doenças endémicas das zonas.

O Empreiteiro deverá prever as seguintes medidas preventivas

contra o risco de doenças: (i) impor o uso de máscaras, capacetes,

luvas, uniformes e calçados adequados; (ii) instalar enfermarias

permanentes e fornecer gratuitamente aos trabalhadores os

medicamentos básicos necessários para atendimento de urgência.

Desvios e vias de acesso temporário

A utilização de vias locais deve ser objecto de acordo prévio com as

autoridades locais. Para evitar a degradação precoce, o Empreiteiro

deve manter as vias locais em boas condições durante a construção

e entregá-las em estado igual ao inicial, no final dos trabalhos.

Passarelas de peões e acesso a propriedades

O empreiteiro deve assegurar de forma permanente o acesso às

propriedades adjacentes e assegurar as entradas de garagens,

acesso a vitrinas de exposição, através de passarelas temporárias

equipadas com grades de protecção, colocados acima das

trincheiras e outros obstáculos devidos à execução dos trabalhos.

Primeiros socorros

O empreiteiro tem que manter os serviços de primeiros socorros

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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essenciais em todos os sítios de intervenção. Em caso de bloqueio

de uma rua à circulação, o Empreiteiro deverá analisar com a

Fiscalização as disposições necessárias para o acesso aos camiões

da protecção civil e ambulâncias.

Jornal informativo da obra

O Empreiteiro deverá manter um jornal de informação, aonde

serão afixadas as denúncias, os incidentes com impacto

significativo sobre o meio ambiente ou incidente com a população.

O jornal de obra é exclusivo para a obra e as anotações devem ser

escritas a tinta. O Empreiteiro deverá informar o público em geral e

a população em particular, da existência deste jornal, com

indicação do local onde pode ser consultado.

Manutenção de veículos e equipamentos da obra

O Empreiteiro deverá respeitar as normas de manutenção de

veículos e equipamentos de construção e realizar o

reabastecimento de combustíveis e lubrificantes em local designado

para o efeito. No local dos trabalhos devem estar disponíveis, o

fornecimento de materiais absorventes e isoladores (folhas, tubos e

turfa fibra, etc,.), bem como contentores fechados, bem

identificados, destinados a depósito de resíduos de óleos usados e

lixo. A Contratada deverá executar, sob vigilância permanente, o

manuseamento de óleo combustível ou outros contaminantes,

incluindo a transfega para evitar derrame. O Empreiteiro deverá

recolher, processar e enviar para reciclagem todos os óleos usados

e resíduos de operações e de manutenção ou reparação de

máquinas. É proibida a descarga no meio ambiente ou no local da

construção.

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O Empreiteiro deverá efectuar a drenagem em bidões fechados e

conservar os óleos usados para remissão ao fornecedor

(reciclagem) ou populações locais para outras utilizações. Peças de

substituição utilizadas devem ser enviadas para aterro sanitário.

As áreas de lavagem e de manutenção do equipamento devem ser

pavimentadas com betão e equipadas com colectores de óleos e

gorduras, com inclinação orientada para impedir o fluxo de

poluentes para os solos não revestidos. Betoneiras e aparelhos

para o transporte e colocação do betão devem ser lavados nos

locais previstos para esse fim.

Pedreiras e manchas de empréstimo

O Empreiteiro deverá dispor das licenças de exploração de

pedreiras e manchas de empréstimo (temporárias e permanente)

de acordo com a legislação nacional nessa matéria. O Empreiteiro

deve, preferencialmente recorrer a explorações já existentes.

Todas as zonas de exploração devem ser aprovadas pela

Fiscalização e cumprir as normas ambientais em vigor.

Utilização de uma pedreira e/ou mancha de empréstimo

permanente

No final da exploração de uma pedreira ou mancha de empréstimo

permanente, o Empreiteiro deverá (i) restaurar os escoamentos

naturais anteriores através de nivelamento com os materiais não

utilizados, (ii) eliminar as feridas na paisagem, distribuindo e

dissimulando os grandes pedregulhos. No final da exploração, um

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registo do estado dos locais deverá ser enviado à Fiscalização e aos

serviços competentes.

Utilização de uma pedreira ou mancha de empréstimo

temporário

Antes do início da exploração, o Empreiteiro deve estar ciente de

que a pedreira ou a mancha de empréstimo será entregue no

final dos trabalhos. Para esse efeito, deverá realizar um estudo de

impacto ambiental das áreas a explorar e apresentar um plano de

recuperação à Fiscalização e às instituições nacionais responsáveis

pelo meio ambiente. Durante a exploração o Empreiteiro deverá:

(i) depositar em stock os terrenos vegetais para serem utilizados

para a reabilitação da área e preservar as plantações de

delimitação da pedreira ou mancha de empréstimo (ii) regularizar

os materiais retirados e as terras vegetais para facilitar a

percolação de água (iii) restaurar os fluxos naturais iniciais (iv)

corrigir as feridas na paisagem, dividindo e dissimulando os

pedregulhos e outros materiais (v) proceder à limpeza de valas a

fim de impedir a erosão das terras regularizadas (vi) proceder à

limpeza de valas de recuperação de águas de escoamento.

O Empreiteiro deve tomar todas as medidas necessárias para o

desenvolvimento de uma nova vegetação, após o término da

exploração de pedreiras ou manchas de empréstimo temporários.

Para este efeito, o Empreiteiro deve: (i) preparar os terrenos, (ii)

colmatar a escavação e recobri-la com terras vegetais, (iii)

reflorestar ou lançar sementes nas áreas, (iv) preparar uma rampa

de acesso se a pedreira é reconhecida como utilizável para o gado

ou pelas populações residentes, ou se a pedreira pode servir como

protecção contra a erosão (v) reabilitar o ambiente circundante

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incluindo o plantio. Após a reabilitação, deverá ser elaborado um

relatório em articulação com a Fiscalização.

Se a população local expressar o desejo de manter a cratera para

utilização como ponto de água, o Empreiteiro pode, de acordo com

as autoridades competentes, proceder à preparação das áreas

exploradas de acordo com as necessidades.

Luta contra a poluição do ar

O Empreiteiro deve seleccionar o local de britadeiras e

equipamentos similares em função do ruído e da poeira que

produzem. A utilização de óculos de protecção e máscaras de

poeira é obrigatória.

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ANEXO 3 – FOTOS

Fogo

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São Nicolau

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Maio

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Santo Antão

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ANEXO 4 – PESSOAS CONTACTADAS

N° Nome Função/instituição Contacto

1 Lúcio Spencer Coordenador Nacional do

Projecto

2614820

2 Leontina Ribeiro Administradora Instituto de

Estradas

3 Moisés Borges Director Geral do Ambiente 2618984

4 Manuel Jesus Jorge Ribeiro Presidente da Câmara

Municipal do Maio

2551395

5 Manuel Mendonça Saúde Pública 2551401

6 Carlos Dias Delegado do Ambiente e

Agricultura

2551348

7 Marcelino Fortes Habitante da zona de

intervenção

2551755

8 Paulo Semedo Habitante da zona de

intervenção

2551072

9 Jailson Andrade Habitante da zona de

intervenção

2551919

10 José Silva Habitante da zona de

intervenção

2551346

11 José Maria Fortes Habitante da zona de

intervenção

9992139

12 Venceslau Rodrigues Habitante da zona de

intervenção

9983525

13 Daniel Condutor Figueira -

14

Adjuto Ramos

Câmara Municipal – Rª

Brava

9931233

15 Francisco Duarte ONG 9949050

16 Invandir Duarte Câmara Municipal do

Tarrafal

9577985

17 Arcilia Jardim Habitante dos locais

afectados

9976914

18 Sandro do Rosário Habitante dos locais

afectados

9700726

19 Carlos Centeio Barbosa Habitante dos locais

afectados

9931442

20 Arcado Ganeto Habitante dos locais

afectados

9944073

21 Nineu Santos Habitante dos locais

afectados

9911596

22 Iamilson Silva Habitante dos locais

afectados

9830994

23 Arnaldo Ramos Habitante dos locais

afectados

9972668

24 Aqueleu Barbosa

Presidente da Câmara

Municipal Santa Catarina

25 Luis Pires Presidente da Câmara

Municipal São Felipe

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26 Emilio Alves

27 Arlindo Proprietário camião

28 Joaquim M. Habitante da zona de

intervenção

29 Manuel Fonseca Habitante da zona de

intervenção

30 Amilcar Brandão Câmara Municipal São Felipe

31 João Domingos Câmara Municipal Mosteiros

32 Filipe Alves Habitante da zona de

intervenção

33 Jaime Monteiro Habitante da zona de

intervenção

34 Orlando Delgado Presidente da Câmara Municipal da

R.ª Grande

9915305

35 Rosa Rocha Presidente da Câmara Municipal do Porto Novo

9915305

36 António A. Martins Presidente da Câmara Municipal do Paúl

9926653

37 Osvaldo Maurício Delegado do MDR Santo Antão 9924725

38 Daniel Xavier Delegado do Ambiente do Porto Novo

9976299

39 Emanuel Spencer Empresa Spencer Construções 9912412

40 João Ferreira Representante do Ministério das Infraestruturas

9915953

41 Manuel Ramos Habitante local afectado 9917830

42 Ilídio Alexandre Engenheiro Civil/empresário construção civil

9927798

43 Arlindo Rosário Médico 9922640

44 Euclides Monteiro Delegado do INERF (Topógrafo) 9957335

45 José Branco Engenheiro Civil 9941632

46 António Delgado Topógrafo 9923314

47 Liana Delgado Técnica do Ambiente (Paúl) 9964659

48 Roberto Monteiro Habitante dos locais afectados 2212323

49 Antão Lopes Habitante dos locais afectados 9965510

50 Celso Martins Habitante dos locais afectados 9182385

51 Pedro Fortes Pires Habitante dos locais afectados 9708208

52 Joaquim Monteiro Habitante dos locais afectados 9925878

53 António Lima Habitante dos locais afectados 9966725

54 António Jorge M. Monteiro Habitante dos locais afectados 9922569

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ANEXO 5 – BIBLIOGRAFIA Segundo Plano de Acção Nacional para o Ambiente – PANA II. Cabo

Verde 2004.

Documento de Estratégia de Crescimento e Redução da Pobreza,

MFAP, 2008.

Plano de Acção Gestão Integrada dos Recursos Hídricos (PAGIRH),

INGRH, 2009.

Directiva Nacional de Ordenamento do Território, MAHOT, 2011

Plano Nacional do Saneamento, Centro de Políticas Estratégicas, 2010.

Estado do Ordenamento do Território, MAHOT, 2010.

Plano Nacional de Contingência para Redução de Desastres Naturais,

SNPC, 2010.

Segunda Comunicação Nacional sobre Mudanças Climáticas, INMG,

2010.

Estratégia e Plano de Acção Nacional para o Desenvolvimento das

Capacidades na Gestão Ambiental Global em Cabo Verde, Yvon Rocha

e Arlinda Neves, 2007.

Política Nacional de Saúde, MS, 2007.

Plano Estratégico da Agricultura (PEDA), MAAP, 2004.

Programa Nacional de Investimento Agrícola, MADRRM, 2009.

Segundo Inventário Nacional da Emissão de Gases com Efeito de

Estufa, INMG, 2010.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

131

Terceiro Relatório sobre o Estado da Biodiversidade, DGA, 2009

Relatório do Estado da Qualidade do Ambiente, DGA, 2009.

ICIEG. Plano Nacional para a Igualdade e Equidade de Género. Praia,

2010.

Banco Mundial - OP 4.01 - Avaliação Ambiental.

Banco Mundial - OP 4.12 - Reassentamento involuntário das

populações.

DINIZ, A. C. & MATOS, G. C. (1999) - Carta de Zonagem Agro-

ecológica e da Vegetação de Cabo Verde - Ilha de Santo Antão.

GOVERNO. Decreto-lei nº 26/2006 de 6 de Março de 2006 -

Classificação administrativa e a gestão rodoviária em Cabo Verde.

GOVERNO. Decreto-Lei nº 29/2006 de 6 de Março – Avaliação de

Impactes Ambientais.

GOVERNO. Lei nº 86 /IV/93 de 26 de Junho – Lei das Bases do

Ambiente.

GOVERNO. Decreto-Legislativo nº 14/97, de 1 de Junho –

Regulamentação da Lei das Bases da Política do Ambiente.

GOVERNO. Resolução n.º 57/2010, de 19 de Outubro, que publica o

Esquema Regional de Ordenamento do Território (EROT) da Ilha de

Santo Antão.

Projecto de Reforma do Sector de Transporte em Cabo Verde. Termos

de Referência (TDR).

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

132

Projecto de Reforma do Sector de Transporte em Cabo Verde.

Contratos GEMANS: Gestão e Manutenção de Estradas por Níveis de

Serviço.

ANMCV (2001). Plano Ambiental Municipal, Município da Ribeira

Grande.

ANMCV (2001). Plano Ambiental Municipal, Município do Paúl.

ANMCV (2001). Plano Ambiental Municipal, Município do Porto Novo.

ANMCV (2001). Plano Ambiental Municipal, Município da Rª Brava.

ANMCV (2001). Plano Ambiental Municipal, Município do Tarrafal.

ANMCV (2001). Plano Ambiental Municipal, Município do Maio.

ANMCV (2001). Plano Ambiental Municipal, Município de S. Filipe.

ANMCV (2001). Plano Ambiental Municipal, Município dos Mosteiros.

ANMCV (2004). Plano Ambiental Municipal, Município de Santa

Catarina do Fogo.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

133

ANEXO 6 - MEMORANDO DO ENCONTRO DE VALIDAÇÃO

MINISTÉRIO DAS INFRAESTRUTURAS

E ECONOMIA MARÍTIMA

Praia, 08 de Março de 2013

…………………….

Instituto de Estradas

MEMORANDO DA REUNIÃO DOS PARCEIROS PARA A VALIDAÇÃO

DO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL, DA POLÍTICA DE

REINSTALAÇÃO INVOLUNTÁRIA DAS POPULAÇÕES E DOS PLANOS

DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL DO PROJECTO DE REFORMA DO

SECTOR DOS TRANSPORTES NAS ILHAS DE SANTO ANTÃO, SÃO

NICOLAU, FOGO E MAIO

Introdução

Aos oito dias do mês de Março de 2013, pelas 9H30 da manhã, teve lugar no

Instituto de Estradas (IE) - Cidade da Praia, uma reunião dos parceiros, para

apresentação e validação dos seguintes instrumentos de gestão do Projecto de

Reforma do Sector dos Transportes em Cabo Verde: a) Documento Quadro de

Gestão Ambientale Social (CGES); b) Quadro de Políticas de Reinstalação das

Populações (QPRP); e c) Planos de Gestão Ambiental e Social (PGAS) das Ilhas de

Santo Antão, S. Nicolau, Fogo e Maio.

A referida reunião foi presidida pela Administradora do Instituto de Estradas,

Engenheira Leontina Ribeiro, coadjuvada pelo Coordenador Nacional do Projecto,

Arquitecto Lúcio Spencer dos Santos.

O promotor da reunião foi o Instituto de Estradas (IE), do Ministério das Infra-

estruturas e Economia Marítima (MIEM).

Tanto o QGAS como o QPRP e os PGAS foram elaborados pela Engenheira Arlinda

Ramos Duarte Lopes Neves, Consultora do Ministério das Infra-estruturas e

Economia Marítima.

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

134

A lista das instituições que se fizeram representar na reunião acima referida é

apresentada, em anexo ao presente relatório (cf. lista de presenças).

Desenvolvimento:

No início do encontro, após a apresentação dos participantes, a Administradora do

IE, Engª Leontina Ribeiro, falou dos objectivos do encontro, das exigências do

Banco Mundial como potencial financiador e dos procedimentos nacionais existentes

tanto para a Avaliação de Impactes Ambientais como para a Avaliação socio-

económica e Indemnizações, bem como do papel que é reservado a cada parceiro no

processo de preparação e implementação do Projecto da Reforma do Sector dos

transportes.

De seguida passou a palavra à Engenheira Arlinda Neves, que fez a apresentação dos

seis relatórios acima referenciados.

Na referida apresentação foram tratados os seguintes pontos principais:

Enquadramento;

Descrição do Projecto e as suas componentes;

Quadro bio-físico e socio-económico das zonas do Projecto da Reforma

do Sector dos Transportes em Cabo Verde;

Organização institucional para a implementação do Projecto;

Quadro político e jurídico da gestão ambiental e social;

Políticas ambientais e sociais do Banco Mundial;

Impactes ambientais e sociais do Projecto;

Listagem de medidas de mitigação dos impactes negativos identificados;

Metodologia para a execução das actividades do Projecto;

Medidas de Salvaguarda Ambiental;

Reforço das capacidades de gestão ambiental e social do Projecto;

Seguimento e avaliação ambiental e social;

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

135

Síntese da consulta dos actores;

Apresentação dos quatro Planos de Gestão Ambiental e Social.

Após a apresentação feita pela consultora, e no seguimento de breves considerações

efectuadas pela Administradora do IE, foi aberto um período destinado às

intervenções dos participantes para recolha de observações, questionamentos,

contribuições e recomendações. Foram tratados os seguintes pontos:

1. Observações:

A versão definitiva dos documentos deve ser enviada aos presentes;

2. Questões:

QGAS:

Por que razão não seguimos somente o processo de AIA existente

em Cabo Verde?

Qual será a duração efectiva do Projecto?

Por que razão não foi contemplado o aparecimento de novos

empreendimentos turísticos, como um impacto positivo do

projecto?

Por que motivo apenas foram contempladas as estradas nacionais?

QPRP:

Será que em caso de compensação em forma de disponibilização

de terrenos, o Estado possuirá a devida capacidade de resposta ou

atendimento, tendo em conta a questão fundiária existente?

Por que razão o QPRP não apresenta o nº de pessoas a serem

afectadas?

3. Respostas

A consultora começou por agradecer a contribuição de todos e disse ter absorvido

todas as observações e recomendações apresentadas as quais iriam ser integradas no

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

136

documento final. Entretanto iria de seguida trazer algumas respostas às questões

apresentadas nomeadamente as seguintes:

A elaboração dos documentos é uma exigência do Banco Mundial mas

vem suprir algumas lacunas existentes ao nível nacional, relacionadas

com a gestão ambiental e social dos projectos, bem como do

reassentamento e compensações;

O projecto terá uma duração de 3 a 5 anos e apoiará a evolução da

legislação nacional, tendo como principal objectivo servir as populações;

O projecto levará em consideração o surgimento de novos

empreendimentos turísticos como um impacto positivo do projecto;

As atribuições no que tange a manutenção e rehabilitação de estradas são

do IE. Entretanto relativamente as estradas municipais que são

atribuições dos municípios vai haver um trabalho concertado entre o

Governo e os Municípios para tentar mitigar a situação;

A questão fundiária é algo que está em negociação. Lá onde se mostrar

necessária a reinstalação e compensações em forma de disponibilização

de terrenos, o Estado irá promover o diálogo e a negociação com os

afectados e com o Município no sentido de resolver as questões de forma

sustentável;

No que concerne ao QPRP, o estudo sócio-económico irá determinar o

número exacto de pessoas afectadas.

Recomendações:

QPRP:

O seguimento externo feito pela Direcção Geral do Ambiente (DGA)

deverá envolver o Laboratório de Engenharia Civil;

Adicionar o surgimento de novos empreendimentos turísticos como um

impacto positivo do projecto;

Promover a utilização de materiais e mão-de-obra locais;

Criar um Fundo para emergências;

Criação de um Núcleo das Comunidades para a manutenção das estradas;

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

137

CGES:

Adicionar o surgimento de novos empreendimentos turísticos como um

impacto positivo do projecto;

A DGA deve ser envolvida no início do processo de selecção ambiental

dos projectos;

Deverá se exigido um plano de gestão dos resíduos produzidos na obra;

Respeitar as zonas de servidão rodoviária;

Conclusões:

Os documentos apresentados irão promover a sintonia entre as diferentes instituições

por forma a remediar os males e combater os erros em benefício das próprias

comunidades que por um lado, serão afectadas e, por outro, serão os beneficiários do

projecto, o qual irá facilitar o acesso às mesmas comunidades e criar melhores

condições de vida.

Os documentos apresentados serão fundamentais para o país na medida em que irão

complementar os instrumentos elaborados em matéria de políticas do

desenvolvimento do território.

Como resultado das apresentações efectuadas e das intervenções havidas, os

participantes na reunião solicitaram a integração das respectivas contribuições na

versão final dos documentos e validaram os mesmos.

Os relatórios finais integrando as contribuições apresentadas serão enviados ao

Instituto de Estradas (IE), até ao dia 12 de Março.

Após a validação dos documentos apresentados, a Administradora do Instituto de

Estradas agradeceu os presentes e deu por encerrada a reunião, tendo-se redigido o

presente relatório.

A relatora:

Arlinda Neves

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DOCUMENTO QUADRO DE GESTÃO AMBIENTAL E SOCIAL

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ANEXO 7 – LISTA DE PRESENÇA DO ENCONTRO DE VALIDAÇÃO

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ANEXO 8 – ENCONTRO DE VALIDAÇÃO: FOTOS