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QUARTA-FEIRA, 21 DE FEVEREIRO DE 199O' República Federativa do Brasil DO CONGRESSO NACIONAL SEÇÃO I CAPITAL FEDERAL ',.i J DIÁRIO ANO XLV-N 9 3 CÂMARA DOS DEPUTADOS SUMÁRIO 1- ATADA 3" SESSÃO DA 4' SES- SÃO LEGISLATIVA DA 48' LEGISLA- TURA, EM 20 DE FEVEREIRO DE 1990 I- Abertura da Sessão n- Leitura e assinatura da ata da ses- são anterior m- Leitura do Expediente Ofícios (págs. 237 a 238) N9 091190 - Do Senhor Luiz Roberto Ponte, Ministro-Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, comunican- do que o Presidente da República se au- sentará do País nos dias 28-2 e 11-3-90. N9 06/90 - Do SenhorDeputado Vival- ,do Barbosa, Líder do PDT, comunicando que o Deputado Márcio Braga, passou a integrar o Partido. SfN 9 - Do Senhor Deputado Márcio Braga, comunicando seu desligamento do PMDB e seu ingresso no PDT. N. 005/90 - Da Senhora Deputada Beth Azize, comunicando sua filiação ao PDT, REQUERIMENTO (Pág.238) Do Senhor Deputado Carlos Benevi- des, solicitando prorrogação de licença para tratamento de saúde. COMUNICAÇÕES (Págs. 238 a 239) Do Senhor Deputado Antero de Bar- ros, comunicando seu desligamento do PMDB. Do Senhor Deputado Plínio Martins, .comunicaIl,do seu do PMDB e sua filiação ao PSLlB: '. Do Senhor Deputado Ruy Nedel, co- municando seu desligamento do PMDB e sua filiação ao PSDB. TELEGRAMA (Pág.239) Do Senhor Deputado Osmir Lima, co- municando que reassumirá o mandato de Deputado'Federal. PROJETOS A IMPRIMIR (Págs. 239 a 249) Projeto de Lei n' 2.711-A, de 1989 (Do Sr. Floriceno Paixão) - Dispõe sobre acumulação de cargos na forma do artigo 37, inciso XVI, da Constituição; tendo parecer, da Comissão de Constituição e Justiça e Redação, 'pela inconstituciona- lidade. Projeto de Lei n" 2.922-A, de 1989 (Do Sr. Paulo Zarzur) - Estabelece princí- pios para punição da violação dos direitos e deveres individuais e coletivos; tendo parecer, da Comissão de Constituição e' Justiça e Redação, pela constitucionali- dade, juridicidade, técnica legislativa e, no mérito, pela aprovação. Projeto de Lei n" 3.094-A, de 1989 (Do Sr. Renato Johnsson) - Autoriza, nos casos que especifica, a concessão de in- centivos 'fiscais à capitalização de empre- 'sas, à abertura de capital ou sua elevação e outras providências; tendo parecer, da Comissão de Constituição e JustiÇá e Redação, pela inconstitucionalidade. Projeto de Lei n" 3. 110-B, de 1989 (Do Poder Executivo) - Mensagem n' 360/89 - Díllpõe sobre as condições para a proje- ção, proteção e recuperação da saúde"a organização e o funcionamento dos servi- ços correspondentes e dá outras providên-' cifiS. Parecer da lLomissão de Constituição e Justiça e Redação, pela constituciona- lidade e técnica legislativa, com emendas e voto em separado do Sr. Gastone Righi. Projeto de Lei n' 3.128/89 - Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pela constitucionaliOade .e téc- nica legislativa; Projeto de Lei n" 3.424/89, anexada ao PL n' 3.128/89. Projeto de Lei '2.358/89 - Parecei: da' Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pela constitucionalidade, dicidatle e técnica legislativa. Projeto de Lt1i n 9 2.878/89, anexado ao PL n 9 2.358/89. Projeto de Lei n 9 3.100/89 - Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e Redação, pela 'constitucionalidade, juri- dicidade e técnica legislativa, com voto em separado do Sr. Gastone Righi. Emendas apresentadas à Comissão, nu- meradas de 001 a 404. Índice de autores de emendas ao Proje- to de Lei n' 3.110/89 e projetos anexos. Análise das emendas acolhidas apre- sentadas aos Projetos de Lei n" 3.100/89 e 3.1.10/89. das emendas acolhidas parcial- mente. Análise das emendas rejeitadas.

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QUARTA-FEIRA, 21 DE FEVEREIRO DE 199O'

República Federativa do Brasil

DO CONGRESSO NACIONALSEÇÃO I

CAPITAL FEDERAL',.i J

DIÁRIOANO XLV-N9 3

CÂMARA DOS DEPUTADOSSUMÁRIO

1- ATADA 3" SESSÃO DA 4' SES­SÃO LEGISLATIVA DA 48' LEGISLA­TURA, EM 20 DE FEVEREIRO DE 1990

I - Abertura da Sessãon - Leitura e assinatura da ata da ses­

são anteriorm - Leitura do Expediente

Ofícios(págs. 237 a 238)

N9 091190 - Do Senhor Luiz RobertoPonte, Ministro-Chefe do Gabinete Civilda Presidência da República, comunican­do que o Presidente da República se au­sentará do País nos dias 28-2 e 11-3-90.

N9 06/90 - Do Senhor Deputado Vival­,do Barbosa, Líder do PDT, comunicandoque o Deputado Márcio Braga, passoua integrar o Partido.

SfN9 - Do Senhor Deputado MárcioBraga, comunicando seu desligamento doPMDB e seu ingresso no PDT.

N. 005/90 - Da Senhora DeputadaBeth Azize, comunicando sua filiação aoPDT,

REQUERIMENTO(Pág.238)

Do Senhor Deputado Carlos Benevi­des, solicitando prorrogação de licençapara tratamento de saúde.

COMUNICAÇÕES(Págs. 238 a 239)

Do Senhor Deputado Antero de Bar­ros, comunicando seu desligamento doPMDB.

Do Senhor Deputado Plínio Martins,.comunicaIl,do seu de~ligamentodo PMDBe sua filiação ao PSLlB: '.

Do Senhor Deputado Ruy Nedel, co­municando seu desligamento do PMDBe sua filiação ao PSDB.

TELEGRAMA(Pág.239)

Do Senhor Deputado Osmir Lima, co­municando que reassumirá o mandato deDeputado'Federal.

PROJETOS A IMPRIMIR(Págs. 239 a 249)

Projeto de Lei n' 2.711-A, de 1989 (DoSr. Floriceno Paixão) - Dispõe sobreacumulação de cargos na forma do artigo37, inciso XVI, da Constituição; tendoparecer, da Comissão de Constituição eJustiça e Redação, 'pela inconstituciona­lidade.

Projeto de Lei n" 2.922-A, de 1989 (DoSr. Paulo Zarzur) - Estabelece princí­pios para punição da violação dos direitose deveres individuais e coletivos; tendoparecer, da Comissão de Constituição e'Justiça e Redação, pela constitucionali­dade, juridicidade, técnica legislativa e,no mérito, pela aprovação.

Projeto de Lei n" 3.094-A, de 1989 (DoSr. Renato Johnsson) - Autoriza, noscasos que especifica, a concessão de in­centivos 'fiscais à capitalização de empre­

'sas, à abertura de capital ou sua elevaçãoe dá outras providências; tendo parecer,da Comissão de Constituição e JustiÇá eRedação, pela inconstitucionalidade.

Projeto de Lei n" 3.110-B, de 1989 (DoPoder Executivo) - Mensagem n' 360/89

- Díllpõe sobre as condições para a proje­ção, proteção e recuperação da saúde"aorganização e o funcionamento dos servi­ços correspondentes e dá outras providên-'cifiS.

Parecer da lLomissão de Constituiçãoe Justiça e Redação, pela constituciona­lidade e técnica legislativa, com emendase voto em separado do Sr. Gastone Righi.

Projeto de Lei n' 3.128/89 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça eRedação, pela constitucionaliOade .e téc­nica legislativa;

Projeto de Lei n" 3.424/89, anexada aoPL n' 3.128/89.

Projeto de Lei n· '2.358/89 - Parecei:da' Comissão de Constituição e Justiça eRedação, pela constitucionalidade, juÍi~dicidatle e técnica legislativa.

Projeto de Lt1i n92.878/89, anexado aoPL n9 2.358/89.

Projeto de Lei n9 3.100/89 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça eRedação, pela 'constitucionalidade, juri­dicidade e técnica legislativa, com votoem separado do Sr. Gastone Righi.

Emendas apresentadas à Comissão, nu­meradas de 001 a 404.

Índice de autores de emendas ao Proje­to de Lei n' 3.110/89 e projetos anexos.

Análise das emendas acolhidas apre­sentadas aos Projetos de Lei n" 3.100/89e 3.1.10/89.Análi~ das emendas acolhidas parcial­

mente.

Análise das emendas rejeitadas.

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234 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro dé 1990

Leia·se:Projeto de Lei n? 3.654, de 1989 (Do

Poder Executivo) - Mensagem n: 522/89.

DIRCE TUTU QUADROS - Perma­nência da oradora nos quadros do PSDB.·Artigo "A Crise Médico-Hospitalar", doProf. Paulo Prata, publicado no jornal ODiário. (Pág. 254)

OCTÁVIO ELísIO - Delonga naapreciação, pelo Congresso Nacional, doPlano 'de Benefícios e Custeio da Previ­dência Social. (Pág: 256)

VALMIR CAMPELO - Protesto con­tra decisão do Ministério da Fazenda so­bre modificação do prazo de reajuste dasprestações da casa própria. (Pág. 256)

VIRGÍLIO GUIMARÃES - Crise dosistema ferroviário brasileiro. (Pág.256)

PAULO MARQUES - Estado caó­tico da malha rodoviária brasileira.

(Pá& 257)SÓLON BORGES DOS REIS - Crise

do magistério paulista. (Pág. 257)

OSVALDO SOBRINHO - Assassi­nato, no Município de Matupá, Estadode Mato Grosso, do Vereador Ugo FidélisDornini. (Pág. 257)

LEOMAR QUINTANILHA - Con­veniência de recuperação da BR-153, Be­lém-Brasília, especialmente no trecho Po­rangatu-Gurupi, Estado do Tocantins.

(Pág.257)JOSÉ MENDONÇA DE MORAIS ­

Pedido de inserção, nos Anais da Câmarados Deputados, de pronunciamento desua autoria em defesa do rio São Fran­cisco. . (Pág. 257)

GERALDO ALCKMIN FILHO ­Apoio da Confederação Brasileira dosAposentados e Pensionistas ao Projeto deLei n' 2.570, que estabelece o Plano deBenefícios e Custeio da Previdência So­Cial. (Pág. 258)

FRANCISCO KÜSTER - Repúdio àviolência policial praticada contra traba­lhadores do setor de mineração na regiãosul do Estado de Santa Catarina. Apro­vação do novo estatuto dos servidores pú­blicos. (Pág. 258)

ARNALDO FARIA DE SÁ - Regis­tro de ofícios da Confederação Brasileirados Aposentados e Pensionistas expres­sando felicitações a Câmara dos Depu­tados pelo trabalho .realizado em prol daclasse. (Pág. 258)

JOSÉ GUEDES - Anúncio'de apre­sentação de projeto de lei de sua autoriasobre fiscalização das atividades de inteli­gência, informação e segurança.

(Pág.258)STÉLIO DIAS - Imagem do Presi­

dente José Sarney perante a História.(Pág.259)

LUIZ LEAL - Indicação de DomWaldemar Chaves de Araúj" para aDio·

(Pág.254)SALATIEL CARVALHO":'" Crise.

energética na Região Nordeste.(Pág.254)

IV - Pequeno Expediente.._- .~ ._----

ADYLSON MOTTA - Falecimento,no Rio Grande do Sul, dos ex-Deputados·Estaduais Roberto Cardona e Júlio Bru­nelli. . (Pág .;250)

NILSON GIBSON - Necessidade devalorização e fortalecimento do Departa­mento Nacional de Obras Contra as Se­cas. (Pág. 250)

OSVALDO BENDER - Comerciali-zação da soja no País. (Pág.250)

IVO VANDERLINDE - Retorno doorador às funções parlamentares na Câ­mara dos Deputados. Importância da ur­gente apreciação da Lei Agrícola pejoCongresso Nacional. (Pág. 251)

--jos~ COSTA (Retirado pelo oradorpara revisão) - Impraticabilidade daadoção da lei delegada pelo Poder Execu­tivo. Critérios para a privatização de em­presas estatais no futuro Governo.

. (Pág._251~

PAULO RAMOS - Atuação dos ór­gãos da segurança pública no Estado do·Rio de Janeiro. (Pág.251)

ARNALDO MARTINS - Atraso nopagamento aos servidores do Estado deRondônia. Restabelecimento do voto emtrânsito no próximo pleito eleitoral.

(Pág.251)

BENEDITA DA SILVA - Avaliaçãosobre as eleições presidenciais de 1989.Fiscalização, pelo Partido dos Trabalha­dores, dos atos do Governo Collor.

. (Pág.252)

IBERÊ FERREIRA - Realização emBrasília, Distrito Federal, do I Fórum deTurismo. (Pág. 253)

SÉRGIO SPADA - Necessidade dereconhecimento pelo Governo brasileiro,do Escritório da Organização pára a Li­bertação da Palestina sediado em Brasília.Apelo à mesa e às Lideranças da Casano sentido da urgente apreciação da Me­dida Provisória n' 130, sobre distribuiçãode "royalties." (Pá~ 253)

PRESIDENTE - Acolhimento pelaMesa, do apelo do Sr. Deputado Sérgio

Spada. (Pág. 254)ADROALDO STRECK - Necroló­

gio do ex-Deputado Estadual Júlio Bru­nelli, Estado do Rio Grande do Sul. Inde­finição da política econômica a ser ado­tada pelo Governo Collor.

PROJETO APRESENTADO

(Pág.249)Projeto de Resolução n'2"f8, de f990

(Da Mesa) - Transforma cargos vagosde Técnico Legislativo Adjunto em cargosde Taquígrafo Legislativo Adjunto paraprovimento mediante concurso público.

ERRATA(Págs. 249 a 250)

Republica-se em virtude da anexaçãodo Projeto de Lei n' 4.432, de 1989.

Projeto de Lei n' 1.091,' de 1988 (DoSr. José Genoíno) -Dispõe sobre aemis­são de programas de televisão destinadoà divulgação dos trabalhos dos Três Pode­res da República Federativa do Brasil.

Republica-se por ter saído com incorre­ções no DCN de 26-9-89, página 10293,3' coluna.

Na ementa, onde se lê:Projeto deTei n' 3.651, de i989 (Do

Poder Executivo) 7"Mensagem n' 522/89.

Parecer e Substitutivo do Relator naComissão de Saúde, Previdência e Assis­tência Social.

Destaques apresentados na Comissãode Saúde, Previdência e Assistência So­cial, de n,5 001 a 094, ao PL n' 3.110/89.

Emendas de Plenário ao SubsÚtutivoao PL 3.110/89, apresentadas na Comis­são de Saúde, Previdência e AssistênciaSocial, com índice de autores.

Segundo Substitutivo do RelatorParecer às emendas ao Substitutivo.Relatório complementar do Deputado

Geraldo Alckmin Filho.Parecer da Comissão de Saúde, Previ­

dência e Assistência Social.Substitutivo adotado pela Comissão de

Saúde, Previdência e Assistência Social.. -P~õjeto de Lei n' 3.212-A, de 1989 (DoSr. José Carlos Grecco) - Dispõe sobreo não-pagamento, pelo assalariado, doImposto de Renda, nas condições que es­pecifica, e determina outras providências;tendo parecer, da Comissão de Consti­tuição e Justiça e Redação, pela inconsti­tucionalidade.

Projeto de Lei n' 3.495-A, de 1989 (DoSr. Neuto do Conto) - Dispõe sobre orepasse de recursos do BNDES para oBadesc no Município de Cunha Porá, Es­tado de Santa Catarina, e dá outras provi­dências; tendo parecer, da Comissão deConstituição e Justiça e Redação, pela in­constitucionalidade.

Projeto de 'Lei n' 5.567-A, de 1985 (DoSenado Federal) - Dispõe sobre a expe­dição de certidões para a defesa de direi­tos e esclarecimentos de situações; tendoparecer, da Comissão de Constituição eJustiça e Redação, pela constitucionali­dade, juridicidade, técnica legislativa e,no mérito, pela aprovação, com emenda

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 235

cese dI,: Te6filo Otoni, Estado de MinasGerais. (Pág. 259)

FURTADO LEITE - Ocorrência desaques, por flagelados, em dep6sito~ dealimentos em Municípios do Ceará. Exo­do rural no Estado. (Pág.259)

GONZAGA PATRIOTA - Artigo"Dez nomes que merecem destaque em1989", publicado pelo Jornal de Arcover­de, Estado de Pernambuco. (Pág. 260)

COSTA FERREIRA - Aplauso:; à re­divisão administrativa do Maranhão pelaConstituinte Estadual. (Pág. 261)

MOISÉS AVELINO - Críticas à Ad­ministração Siqueira Campos, Estado doTocantins. . (Pág.261)

FRANCISCO AMARAL - Necroló­gio do Sr. Cid Guimarães Leme,' ex-Dele­gado Regional de Polícia em Campinas,Estado de São Paulo. (Pá~ ~62t

VICTOR FACCIONI - Importânciade união nacional para enfrentamento dacrise pelo pr6ximo governo. (Pág. 262)

UBIRATAN AGUIAR - Conveniên­cia da implantação, pelo Poder Público,da infra-estrutura necessária ao desenvol­vimento dos Municípios de Maranguape,Palmácia, Pacoti, Guaramiranga, Mulun­gu, Aratuba e Capistrano, no Estado doCeará. (Pág. 262)

ASSIS CANUTO - Solidariedade àsvítimas das enchentes em Ji-Paraná, Esta­dp de Rondônia. (Pág. 263)

RENATO JOHNSSON - Importân­cia da conclusão do Módulo Industrial doXisto, em São Mateus do Sul, Estado doParaná. (Pág. 263)

RITA CAMATA - Problemática dosistema de ensino no Brasil. (Pág. 263)

MAURO MIRANDA - Reflexões so­bre o processo de transformações pÜ'rquepassa o mundo e seus efeitos no Brasil. .-. ' (Pág. 26,4)

JOSÉ VIANA - Efeitos das enchentesno Município de Ji-Paraná, Estado de.Rondônia. (Pág. 264)

.MAURÍLIO FERREIRA LIMA. '­Posição do futuro Ministro do Trabalhoe Previdência Social, Antônio RogérioMagri, em relação ao Plano de Benefíciose Custeio da Previdência Social.

(Pág.264)ISMAEL WANDERLEY - Expecta­

tivas em torno do novo Governo a insta­lar-se em 15 de março. (Pág. 265)

ANTONIO SALIM CURIATI :...- Crí­ticas ao sistema de saúde no Brasil. .

(Pág.266)PAULO PAIM - Apreciação, pelo

Congresso Nacional, do Plano de Bene­fícios e Custeio da PrevidênCia Social.

(Pág.268)

HÉLIO ROSAS - Realização, emSantos, da XI Convenção dos Contabi­listas do Estado de São Paulo.

(Pág.269)

NELTON FRIEDRICH-Descaso doPoder Público em relação aos aposf,nta­dos e pensionistas. Apelo da Confedera­ção Brasileira de Aposentados e Pensio­nistas - COBAP, aos integrantes doCongresso Nacional, com vistas ao aten­diemento de suas reivindicações.

(Pág.269)

V - Grande Expediente

MANOEL CASTRO - Combate à in­flação, à corrupção e à miséria: objetivosfundamentais do Governo Fernando Co­llor. (Pág. 269)

MICHEL TEMER - Urgente necessi­dade de aprovação, pelo Congresso Na­cional, de lei complementar fixadora donúmero de deputados por Estado e peloDistrito Federal. Propriedade da aplica­ção, pelo novo Governo, de leis delega-das. (Pág.272)

BETH AZIZE (Pela Ordem) - Desig­nação da oradora, pela Comissão Execu- .tiva Nacional do PDT, para a presidênciada comissão incumbida da reorganizaçãodo partido no Estado do Amazonas.

(Í'ág·.273)

IVO VANDERLINDE - Apressa­mento, pela Casa, da votação de projetode lei assegurador de benefícios constitu­cionais a aposentados e pensionistas. Ex­periência do orador à frente da Secretariade Agricultura do Estado de Santa Cata­rina. Urgente apreciação, pelo SenadoFederal, do projeto da Lei Agrícola.Atual situação da agricultura brasileira.

(Pág.274)

VI - Comunicações de Lideranças

(Págs. 275 a 280)

ANTÔNIO BRITTO - Conveniênciade empenho das lideranças partidárias daCasa para urgente aprovação do Planode Benefícios e Custeio da PrevidênciaSocial. Compatibilização, no tocante li. se­guridade social, das novas despesas pro­postas com as fontes de receitas existen­tes. Sensibilidade das autoridades paracom as reivindicações sociais dos traba­lhadores e aposentados.

ARNALDO FARIA DE SÁ - Neces-.sidade de urgente aprovação, pelo Con­gresso Nacional, do Plano de Benefíciose Custeio da Previdência Social.

SÓLON BORGES DOS REIS ­Cumprimento do art. 60 das DisposiçõesConstitucionais Transitórias, preconiza­dor da eliminação do analfabetismo e dauniversalização do ensino fundamental.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Convocação dos deputados a plenário,tendo em vista a realização de votaçãonominal.

JESUS TAJRA (Pela ordem) - :Ra­zões justificadoras da ausênCia do Depu­tado Mussa Demes da presente sessãe-.

OSVALDO SOBRINHe> - Assassi­nato do Vereador Victor Hugo Fidélis,em Matupá, Estado do Mato Grosso.

LYSÂNEAS MACIEL - Importânciada libertação do líder sul-africano NelsonMandela para a redenção e consagraçãodo princípio universal de igualdade de to­dos perante a lei e perante Deus.

ELIAS MURAD - Artigo "Os sinosdobram por nós", de autoria do orador,publicado no jornal Estado de Minas.

ANTÔNIO CARLOS MENDESTHAME - Conveniência da manuten­ção da atual política salarial pelo futuroGoverno.

ADEMIR ANDRADE - Reconheci­mento público, pelo Governador HélioGueiros, do Estado do Pará, da veraci­dade das denúncias de violênCias prati­cadas em Itaituba e região do Baixo Ama-zonas. .

AUGUSTO CARVALHO - Anúncioda apresentação de projeto de lei discipli­nador do processo de alienação de imó­veis funcionais existentes no Distrito Fe­deral. .

EDIVALDO HOLANDA - Conve­niência da manutenção, pelo futuro go­verno, do programa de distribuição de lei­te a crianças carentes.

ALYSSON PAULINELLI - Efetivaintegração Comunidade-Legislativo naelaboração da lei orgânica municipal deLavras, Estado de Minas Gerais.

VII - Ordem do Dia

(Págs. 281 a 286)

APRESENTAÇÃO DE PROPOSI­ÇÕES - FLORICENO PAIXÃO,ELIAS MURAD, SÓLON BORGESDOS REIS, NELSON SEIXAS, NIL­SON GIBSON, GILSON MACHADO,JOSÉ GUEDES, GEOVANI BORGES,GONZAGA PATRIOTA, ANTÔNIOCARLOS MENDES TRAME, UBIRA­TAN SPINELLI, GERALDO ALCK­MIN FILHO, JOÂO CUNHA, FRAN­CISCO AMARAL, DASO COIMBRA,FÁBIO FELDMANN, RENATO VIA­NA, GERSON MARCONDES,EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS, JE­SUS TAJRA, CUNHA BUENO, AU­GUSTO CARVALHO, ANTÔNIO SA-

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.236 Quarta-feira 21 'DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

SUPLEMENTO

VIII - Comunicações ParIamentare~(pág.286)

(Pág.286)

2- ATOS DA MESA

(Não houve oradores).IX - Encerramento

(pág.289)Aposentadorias: Âlvaro Cortá'i:io; Acrf­

sio Francisco dos Santos; Auzir Luiz deSouza; Delma Ferreira Araújo; JoãoFrancisco de Oliveira; Ophelia DrumondAndrade Müller.

-Exoneração: AuZÍr Luiz de Souza.Nomeação sem efeito: Iara Soares dos

Santos.3 - MESA (Relação dos membros)

4 - LÍDERES E VICE-LÍDERES (Re­lação dos membros)

5 - COMISSÕES 'TÉCNICAS (Rela­ção dos membros)

para exploração de canais de rádio e tele­visão.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Suspensão da votação das matérias cons­tantes da Ordem do Dia até decisão daCCJR sobre consulta da Mesa a respeitoda matéria. Anúncio da convocação desessão extraordinária para o dia 21, às10 horas.

.MALULY NETO (Pela ordem) - Su­perposição do horário da sessão da Casae de reunião da bancada do PFL, já con­vocada.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Resposta ao Deputado Maluly Neto.

ELIEL RODRIGUES (Pela ordem)­Descumprimento do inciso XIV do art.73 do Regimento Interno, proibitivo douso de fumo no plenário da Casa.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Resposta ao Deputado Eliel Rodrigues.

Instituto de Previdencia dos Congres­sistas - IPC.

Relatório, em 8-6-89; Quadros de­monstrativos; Anexo citado no relatório;Documentos citados no relatório; Legis­lação a respeito das debêntures; Balan­cetes e pareceres: de janeiro a agosto de1989; Ata da 2' Reunião Extraordinária,em 4-5-89; Ata da continuação da 2' Reu­nião Extraordinária, em 10-5-89; Ata da2' Reunião Extraordinária permanente,em 11-5;89; Ata da 2' 'Reunião Extraor­dinária e permanente, em 17-5-89; Atada reunião extraordinária, permanente,em 18-5-89; Ata da 3' Reunião Extraor­dinária, em 31-5-89: Ata da 4' ReuniãoExtraordinária, em 19 de 6-89; Ata da 5'Reunião Extraordinária, em 8-6-89; Atada 8' Reunião Ordinária, em 29-11-89;Resoluções n" 14 a 25 de 1989, serão pu­blicado em suplemento a este Diário.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Resposta ao Deputado Virgildásio de Se­nna.

NELSON JOBIM (Pela ordem) ­Apoio à solução alvitrada pela Mesa paraencaminhamento da matéria. com de­sobstrução da pauta da Ordem do Dia.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Convocação dos Deputados a plenário.

Votação de requerimento para a retira­da, da Ordem do Dia, dos projetos relati­vos à outorga ou renovação de concessãopara exploração de canais de rádio e tele­visão, com a apreciação. pelo Plenário,apenas das proposições rejeitadas, no ca­so de apresentação de requerÍi~ento assi­nado por 50 Deputac:!.os. _

FERNANDO SANTANA (Pela or­dem) - Pedido de esclarecimento sobrefuturo processo de decisão de matériasassemelhadas.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Resposta ao Deputado Fernando Santa­na.

NELSON JOBIM (Pela ordem) - Es­clarecimento sobre abrangência do reque­rimento apresentado pelo Deputado Vir­gildásio de Senna, ora em votação.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Agradecimento ao Deputado Nelson Jo­bim pelo esclarecimento prestado.

EGIDIO FERREIRA LIMA (Pela or­dem) - Natureza da proposição apresen­tada pelo Deputado Virgildásio de Senna.Possibilidade de decisão da matéria, pelaMesa, com fundamento na argumentaçãoexpendida pelo Deputado Nelson Jobim.

JOSÉ LINS (Pela ordem) - Conve­niência de o requerimento em votação serapreciado preferentemente pela CCJR.

NELSON JOBIM (Pela ordem) ­Existência de amparo regimental, no inci­so II do art. 24 do Regimento Interno,para a decisão da Mesa com referênciaà proposição apresentada pelo DeputadoVirgildásio de Senna.

STÉLIO DIAS (Pela ordem) - Apoioà prévia apreciação do requerimento doDeputado Virgildásio de Senna pelaCçJR.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Resposta ao Deputado Stélio Dias.

JOSÉ COSTA (Pela ordem)- Obriga­toriedade da apreciação. pelo CongressoNacional, das matérias relativas a teleco­municações e radiodifusão. Apoio à pré­via apreciação do requerimento do Depu­t.ado Virgildásio de Senna pela CCJR.

LYSÂNEAS MACIEL (Pela ordem)- Cumprimento. pela Casa, da normaconstitucional relativa à obrigatoriedadede realização de votação nominal nos ca­sos de outorga ou renovação de concessão

NELSON JOBIM (Pela ordem) - Es­clarecimento sobre enfrentamento daquestão pelo futuro Regimento Comumdo Congresso Nacional, em fase de elabo­ração.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Obrigatoriedade de submissão, pela Me­sa, ao Plenário das proposições a respeitodas matérias votadas pelas Comissões'Técnicas da Casa.

JOSÉ LINS (Pela ordem) - Possibi­lidade de retirada da matéria da Ordemdo Dia, até expedição, pela CCJR, deparecer disciplinador do assunto.

- VIRGILDÁSIO DE SENNA (Pela or­dem) - Inconveniência da procrastina­ção, pela Câmara dos Deputados, da vo­tação da matéria. Reiteração de sugestãopara exame pelo Plenário apenas das pro­posições rejeitadas, se requeridas por 50DeputadQs.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­Resposta ao Deputado Virgildásio de Se­nna.

JOSÉ LINS (Pela ordem) - Espíritodo quorum constitucional exigido para aapreciação da matéria em votaçãQ... .

LIN CURIATI, PAULO RAMOS,WALDECK ORNELAS, TADEUFRANÇA, VIVALDO BARBOSA.

PRESIDENTE (Inocêncio Oliveifa) ­Comunicado sobre antecipação da datadestinada à inscrição de oradores para oGrande Expediente do mês de Março.

Convocação, pelo Presidente do Celll­gresso Nacional, de sessão para hoje, às18h30 mino

Votação e aprovação de requerimentopara a prestação, pela Casa, em prorro­gação de sessão, de homenagem à RedeGlobo de Televisão pelo transcurso doseu 25° aniversário de fundação.

Votação e aprovação de requerimentopara a realização de sessão destinada àprestação de homenagem ao atleta ArthurCoimbra, o Zico..

Votação e aprovação'c;le requerimentopara a realização de ses~ão destinada àprestação de homenagem à memória deLindolfo Collor, ao ensejo do transcursodo centenário do seu nascimento.

Votação, em discussão única, do Proje­to de Decreto Legislativo n° 117, de 1989.

Esclarecimento sobre processo de vota­. ção.

VIRGILDÁSIO DE SENNA (Pela or­dem) - Conveniência do exame, peloPlenário, apenas das proposições reieita­das e requeridas por pelo menos 50 Depu- .tados, com decisão terminativa, nós.piQ:jetos semelhantes ao ora em votação'; pelá"Comissão de mérito. ..' .

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 237

Ata da 31;1 Sessão, em 20 de fevereiro de 1990Presidência dos Srs.: Paes de Andrade, Presidente;' Inocêncio Oliveira, Primeiro Vice-Presidente;

Edme Tavares, Segundo Secretário; C~'los Cotta, Terceiro Secretário,

Arnalqo Faria de Sá, Suplente de Secretário.

ÀS 13H30MIN COMPARECEM OS SE­NHORES:

Paes de AndradeInocêncio OliveiraEdme TavaresCarlos CottaRuberval PilottoFloriceno PaixãoArnllldo Faria de Sá

Acre

Alércio Dias - PFL; Francisco Diógenes- PDS; João Maia - PMDB.

Amazonas

Beth Azize.

Rondônia

Amaido Martins - PSDB; Assis Canuto- PL; José Viana - PMDB.

Pará

Gabriel Guerreiro - PSDB; Gerson Peres- PDS; Jorge Arbage - PDS; Mário Mar­tins - PMDB; Paulo Roberto - PL.

Tocantins

Eduardo Siqueira Campos - PDC; MoisésAvelino - PMDB.

Maranhão

Costa Ferreira - PFL; Enoc Vieira ­PFL; Eurico Ribeiro - PRN; Wagner Lago-PMDB.

Piauí

Jesualdo Cavalcanti - PFL; Paes Landim-PFL.

Ceará

Furtado Leite - PFL; José Lins - PFL;Lúcio Alcântara - PDT; Mauro Sampaio- PMDB; Moema São Thiago - PSDB;Moysés Pimentel - PDT.

Rio Grande do Norte

Iberê Ferreira - PFL; Marcos Formiga-PL.

Paraíba

Edivaldo Motta - PMDB; João Agripino-PMDB.

Pernambuco

Egídio Ferreira Lima - PSDB; Fernando,Bezerra Coelho - PMDB; Gonzaga Patriota

-PDT; José Jorge - PFL; Maurílio FerreiraLima - PMDB; Nilson Gibson ~ PMDB.

Alagoas

José Costa - PSDB.

Sergipe

Acival Gomes - PSDB; João MachadoRollemberg - PFL.

J3ahia

Ângelo Magalhães - PFL; Benito Gama- PFL; Fernando Santana - PCB; Fran­cisco Benjamim - PFL; Haroldo Lima ­PC do B; João Alves - PFL; Leur Lomanto- PFL; Luiz Eduardo - PFL; Milton Bar­bosa - PFL; Raul Ferraz - PMDB.

Espírito Santo

Nyder Barbosa - PMDB; Pedro Ceolin- PFL; Rita Camata - PMDB; Stélio Dias-PFL.

Rio de Janeiro

Adolfo Oliveira -. PL; Daso C;oimbra ­PRN.

Minas Gerais

Christóvam Chiaradia - PFL; HumbertoSouto - PFL; José Mendonça de Morais ­PMDB; Luiz Leal- PMDB; Octávio Elísio- PSDB; Raimundo Rezende - PMDB;Rosa Prata - PMDB; Sérgio Werneck ­PL.

São Paulo

Aristides Cunha - PSC; Arnaldo Fariade Sá-PRN; Dirce Tutu Quadros- PSDB;Luiz Eduardo Greenhalgh - PT; Nelson Sei­xas - PDT; Roberto Rollemberg - PMDB.

Goiás

Délio Braz - PMDB; Maguito Vilela ­PMDB.

Distrito Federal

Augusto Carvalho - PCB; Francisco Car­neiro - PMDB; Geraldo Campos - PSDB;Jofran Frejat- PFL; Maria de Lourdes Aba­dia - PSDB: Valmir Campelo - PTB.

Mato Grosso

Jonas Pinheiro - PFL.

Mato Grosso do Sul

José Elias - PTB; Rosário Congro Neto-PMDB.

Paraná

Alceni Guerra - PFL; Basilio Villani ­PRN; Dionísio Dal Prá - PFL; EuclidesScalco - PSDB; Renato Bernardi - PMDB;Santinho Furtado - PMDB; Sérgio Spada-PMDB.

Santa Catarina

Antônio Carlos Konder Reis - PDS;Francisco Küster - PSDB; Ivo Vanderlinde- PMDB; Ruberval Pilotto - PDS; VictorFontana - PFL.

Rio Grande do Sul,Adylson Motta - PDS; Antonio Britto ­

PMDB; Floriceno Paixão - PDT; HermesZaneti - PSDB; Ivo Lech - PMDB; Osval­do Bender - PDS; Telmo Kirst 'T PDS.

Amapá

Geovani Borges - PRN.

1- ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares) ­A lista de presença registra o comparecimen-

'to de 103 Senhores Deputados. .Está aberta a sessão.Sob a proteção de Deus, e em nome ~P

Povo Brasileiro. iniciamos nossos trabalhos.O Senhor Secretário procederá à leitura'

da ata da sessão anterior. •

11 - LEITURA DA ATA

O SR. RUY NEDEL, servindo como 2' Se­cretário. procede à leitura da ata da sessãoantecedente. a qual é. sem observações,aprovada.

O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares)"­Passa-se à leitura do expediente.

O SR. NILSON GIBSON, servindo como1" Secretário, procede à leitura do seguinte

IH - EXPEDIENTEOFíCIOS

De Sua Ex' o Sr. Luiz Roberto Ponte, Minis.tro·Chefe do Gabinete Civil da Presidênciada República, nos seguintes termos:Aviso n" 091-SAP.A Sua Excelência o SenhorDeputado Luiz HenriqueDD. Primeiro Secretário da Câmara dos De­putadosBrasília-DF.

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238 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

Na oportunidade, reitero a Vossa Exce­lência manifestações 'de elevada estima e dis­tinto apreço: - DeplJItado Plínio Martins.

De acordo, Deputado Euclides Scalco, Lí·der do PSDB.

Certo de sua atenção, agradeço atenciosa­mente. - Deputado Ailllí:Gm de Barros.

Cuiabá, I" de Janeiro de 1990

Senhor Presidente:Comunico a Vossa Excelência que me des­

liguei do Partido do lvlovimento DemocráticoBrasileiro" :""'pfvíbR, em virtude de minhafiliação no Partido da Social Democracia Bra­sileira - P5DB.

Exmo Sr.Presidente da Câmara dos DeputadosDeputado Paes de AndradeNesta

Prezado Deputado,Venho por meio desta Comunicar que no

último dia l' de janeiro encaminhei ao Presi­dente do Diretório Regional do PMDB emMato Grosso, meu pedido de desfiliação par­tidária, conforme cópia anexa. Por esta ra­zão, gostaria também de solicitar-lhe provi­dências para a concretizaçii.o do meu desliga­mento da Bancada do PMDB na Câmara Fe- .dera!.

Do Si'. DeiM.!í:M](J) t'lnlllio Martins, nos se·guintes teri1íU!S:

Brasília. 15 de fevereiro de 1990"A Sua Excelência .Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos Deput'ldosBrasília-DF.

Brasília, 15 de fevereiro de 1990

Do Si:. Dej[l1lJlÍlMJjo Alílliell'@ de Barros, nos se·guintes termos:

Senhor PresidenteO Deputado abaixo assinado, na forma do

Regimento Interno, '!e~"re9':l~e.r_a_ V:ossaExcelência que lhe seja concedida prorroga­ção de licença para tratamento de saude queestá gozando, por mais trinta (30) dias, con­forme atestado médico anexo.

Nestes termos P. deferimento - DeputadoCarlos Benevides.

Brasília, 20 de fevereiro de 1990

REQUERIMENTOS

Do Sr. Deputado Carlos Benevides, nos se·g~intes termos:

Exm· SI.Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos Deputados

Senhor Presidente,No momento em que cumprimento cordial­

mente Vossa Excelência, tenho o prazer decomunicar-lhe que desliguei-me, no últimodia 14 do corrente mês, do Partido do Movi­mento Democrático Brasileiro:PMDB e fi­liei-me ao Partido Democrático Trabalhista­PDT.

Sem m'ais para o momento, despeço-meenviando-lhe expressões de estima e elevadaconsideração.

Atenciosamente, - Márcio Braga, Depu-tado Federal. Ao Exm· SI.

Presidente do Diretório RegionalDa Sr' Deputada "Beth Azize, nos seguintes PMDB _ Mato Grosso

termos: Senador Márcio LacerdaBrasília, 19 de fevereiro de 1990 Prezado Presidente,

Ofício GDBA n" 005/90 Venho por meio desta solicitar-lhe a minha"Senhor Deputado: desfiliação partidária do Partido do Movi-

mento Democrático Brasileiro. No aguardoComunico a V. Ex' minha filiação ao Parti-do Democrático Trabalhista _ PDT _ ocor- de que V. Ex' tomará todas as medidas legais

para a concretização deste ato.rida em 22 de janeiro de 1990, conforme Ata Atenciosamente. _ Ali1Iíerll de Barros, De-da Comissão Executiva Nacional do PDT,

- putado Federal.que me designou para presidir a ComissãoDiretora do Partido, no Estado do Amazo­nas.

Peço a V. Ex' se digne mandar anotar apresente comunicação em todos os órgãosdesta Casa, onde o registro de filiação parti­dária dos deputados se fizer necessário.

Na oportunidade renovo a V. Ex' meusprotestos de admiração eapreço. - Beth Azi.,ze, Deputada Federal.

Do Sr. Deputado Márcio Braga, nos seguin·tes termos:

Do Sr. Deputado Vivaldo Barbosa, Líderdo PDT, nos segv.intes termos:Ofí.c.;io n" 66/89

Brasília, 20 de fevereiro de 1990

A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosNesta

Senhor Presidente,Tenho a honra de comunicar a Vossa Exce­

lência que o Senhor Deputado Márcio Bragapassou a integrar a Bancada do Partido De­mocrático Trabalhista - PDT, nesta Casa.

Na oportunidade, renovo a Vossa Exce­lência protestos de consideração e apreço.- Deputado Vivaldo Barbosa, Líder doPDT.

Brasilia, 15 de fevereiro de 1990"A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradePresidente da Câmara dos Deputados

Excelentíssimos Senhores Membros da Câ­mara dos Deputados:

Tenho a honra de dirigir-me a Vossas Exce­lências para informá-los de que me ausentareido País nos dias 28 de fevereiro e 1" de marçode 1990, para participar em Montevidéu, dassolenidades de posse do Doutor Luiz AlbertoLacaIle Rerrera no Cargo de Presidente daRepública do Uruguai. No dia'l1 de março,novamente, afastar-me-ei do País para parti­cipar, em Valparaiso, das solenidades de pos­se do Doutor Patricia Aylwin Azócar no car­go de Presidente da República do Chile, re­tornando no mesmo dia.

Como bem pndem avaliar Vossas Excelên­cias, a densidade do relacio'namento do Brasilcom o Uruguai, especialmente neste momen­to em que ~ esfor90 d~ i~t~gr!1~ão elevouas relações bl1aterals a mvels meditas, ;e~la­

ma a presença do Presidente da Repubhcado Brasil nesse importante momento de tran­sição da vida política do nosso vizinho cispla­tino. Terei a oportunidade, no dia 28 de feve­reiro, de despedir-me do Presidente JulioMaria Sanguinetti, que muito trabalhou paraque as relações entre nossos dois países alcan­çassem os elevados patamares de hoje.

De igual forma, o simbolismo d~ que. sereveste a transição do poder no Chl1e e~lge

que o Brasil se faça presente, em V~lparalso,

na IJes~oade s~l,l_!llai~~Ito man_datano. v.0s-.'sas Excelências certamente terao clara a Im­portância do processo de reden:ocratizaçã~do Chile, que reintegrará esse paiS, de louv,;,-­vel tradição cívica, ao convício com as dem~l~democracias latino-americanas e que abnraperspectivas de riquíssimo potencial no planobilateral.

Ademais, nas duas ocasiões, congregar-se­ão em Montevidéu e Valparaiso diversas dasmais expressivas lideranças do mundo, o queme apresentará a oportunidade de debate:fcom meus homólogos vários temas da atuah­dade mundial.

Brasília 16 de fevereiro de 1990. - JoséSarney.

MENSAGEM N' 085

Em 16 de fevereiro de 1990

Excelentíssimo Senhor Primeiro Secretá­rio:

Tenho a honra de encaminhar a essa Secre­taria a Mensagem na qual o ExcelentíssimoSenhor Presidente da República comunicaque se ausentará do País nos dias .28 de ~eve­reiro corrente, com retorno no dia segumte,e 11 de março de 1990, regressando nessemesmo dia.

Aproveito a oportunidade para renov~r aVossa Excelência protestos de elevada estimae consideraçáo. - Luiz Roberto Ponte, Mi­nistro-Chefe do Gabinete Civil.

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 239

NI Henrique MartinsflLIActO --7-;--;---:--:-:--~-~--------------I

MÃE Adelaidé Bé!lrbosa I~artins

E;:a] .PL! NIO 8ARr:oSA MAR TI N;'" c'''''',,,,,,,,,,,3r YI~--' lGnA [\.fITDm f-~"\J;;ICI?IO [ ES1A!lO Ir-:-22s:.CAD 1L 3 l!-.J I Bla I~o GRANDE . L-:. .. _..--- .-- Gr.· [l(l liMO ;IJ--'==='=::-iiIAi:ilVJVpiti."jj,Wo·i"õoF"·"===== [- ... ~ Ir STADO CIY,l~

§ DD67063419- I Campo Grande . LCJlsado --'-,~r~

s :';2~ =f2 co:E E3oi: ~ ~ I'ROflSSÁO, =:J I . RESlcttlCIAo. ~ t-5 Advogado ~~Ô Inacio Gomfs, 143:Jardim I~ o.; ::c '7' L..QJ.~a-l.!Jll)JLS).ia.nde~ ~ ~ ~dti)/-.; Z(~lUR:;Z;Z~H ""'g_,"'-_-J~ >: mI ,l.õÜIi/,OORO~A~/-=-=-=-

~ ~,~.:::J:.=-..._..[...====jji.iiDõAA:i:I'tiiISiê.:iI:Õ'~P'PAÃFRiTiTI~OOÕ===:::;~ ~ •iJ:. ;~~. 1.010 •. ," ~ I[ 17. 0;:I;;;5C. "O PARIID':.. I

I.-- ~ [ ~ VIS10 • JUIZ ElEITOlWo • • I

OEcuao 0Uf UTOl/ Df: ACOIlDO COM o I'II~I;IA t ESTATUTO 00 rMTIOO

1'7/ 02 t 90,o." . WIHAl1.mA DO Et!lTOR I..

Do Sr. Deputado Ruy Nedel, nos seguintestermos:

Brasília, 16 de fevereiro de 1990Sr. Presidente:

Comunico a Vossa Excelência que me des­liquei do Partido do Movimento DemocráticoBrasileiro - PMDB , em virtude de minhafiliação no Partido da Social Democracia Bra­sileira - PSDB. Na oportunidade, reitero'a Vossa Excelência manifestações de elevada

,estima e distinto apreço. - Deputado RuyNedel.

De acordo, DeputadõEuclides Scalco, Li·der do PSDB:

A Sua Excelência o SenhorDeputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosBrasília - DF

TELEGRAMADo Sr. Deputado Osmir Lima, nos seguinte

termos:Exm·Sr.Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos DeputadosBrasília - DF

Senhor Presidente:Comunico vossencia que dia 15-2·90, esta­

rei reassumindo minhas funções nessa CasaLegislativa.

Retransmitindo, digo, res retransmitido apedido do Dep. Osmir Lima - Osmir Lima,Dep. Federal Est. do Acre.

PROJETO DE LEIN' 2.711-A, de 1989

(Do Sr. FIoriceno Paixão)Dispõe sobre a acumulação de cargos

na forma do artigo' 37, inciso XVI, <la

Constituição; tendo parecer, da Comis­são de Gonstituição e Justiça e Redação,pela inconstitucionalidade.

(Projeto de Lei N' 2.711, de 1989, aque se refere o parecer).

O Congresso,Nacional decrilta:Art. l' Passa a vigorar com a seguinte

redação o item II do parágrafo único, do art.188,' da Lei n' 1.711,de 28 de outubro de1952 (Estatuto dos Funcinário Públicos Civisda União):

"Art. 188. . .Parágrafo único ..

······ii'~·d~d~i~~~~g~~d~·~~gi~t·é;i;~~de um destes com outro técnico ou cientí·fico, contanto que em qualquer dos casoshaja compatibilidade de horários."

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Fevereiro de 1990240 Quarta-fêira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I).-:.._-----------Afez. B'sta leI entra em-vigor na data

de sua publicação.Art. 3. Revogam-se as disposições em

contrário. .

Justificação

Entre as conquistas da Constituição de1988 se insere o disposto no art. 37, itemXVI, que não mais exige para acumulaçãode cargo de professor com outro técnico oucientífico a correlação de matérias e tão-so­mente a compatibilidade de horários.

É que todos sabem a carência de técnicose cientistas que o País enfrenta, razão pelaqual é de reconhecido interesse público a abo­lição daquela exigência.

Em face de tal situação impõem-se compa­tibilizar a norma sobre acumulação constantedo Estatuto dos Funcionários Públicos Civisda União, como o faz o presente projeto.

Sala das Sessões, . - DeputadoFloriceno Paixão.

LEGISLAÇÃO CITADA, 1NEXADAPELA COORDENAÇAO DASCOMISSÓES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

1988

..........................................................

TÍTULO IIIDa organização do Estado

CAPITULO VIIDa administração pÓblica

SEÇÃO IDisposições gerais

Art.. 37. A administração pública direta,indireta ou fundacional, de qualquer dos po­deres da União, dos estados, do Distrito Fe­deral e dos municípios obedecerá aos princí­pios de legalidade, impessoalidade, morali­dade, publicidade. e, também, ao seguinte:

XVI - é vedada a acumulação remunera­da de cargos piíblicos, exceto quando houvercompatibilidade de horários:

a) a de dois cargos de professor;. b) a de um cargo de professor com outrotécnico ou científico;

c) a de dois cargos privativos de médico;

LEIN·1.711,DE 28 DE OUTrnRO DE 1952

Dispõe sobre o Estatuto dos Funcio­nários Públicos Civis da União.

TÍTULO IVDo regime disciplinar

CAPÍTULO IDa acumulação

~rt. 188. É vedada a acumulação dequaisquer cargos.

Parágrafo único. Será permitida a acu­mulação:

I - de cargo de magistério, secundário ousuperior com o de juiz;

II - de dois cargos de magistério ou deum destes com outro técnico ou cintífico con­tanto que em qualquer dos casos haja corre­lação de matérias e compatibilidade de ho­rário.

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E

. REDACÃO

I - Relatório

Propõe o nobre Deputado Floriceno Pai­XllO, através do projeto de lei sob exame,a alteração do art. 188 do Estatuto dos Fun­cionários Públicos Çivis da União (Lei n·1.711, de 28 de outubro de 1952), suprimin­do-se a exigência de correlação de matériasem caso de acumulação de dois cargos demagistério ou de um destes com outro técnicoou científico.

A medida tem por objetivo a compatibi­lização da, lei ordinária com o art. 37; XVI,da Constituição em vigor.

- 11 - Voto do Relator

A competência deste órgão para opinar so­bre a propositura restringe-se a seus aspectosjurídico-processuais. .

Embora estejam asseguradas a competên­cia da União para legislar sobre o assuntoe a do Congresso para apteciá-lo, a iniciativaparlamentar está vedada por força do art.61, § 1., lI, c, da Constituição de 1988, aseguir:

São de iniciativa privativa do Presidenteda República as leis que disponham sobre:

"c) Servidores públicos da União e Territó­rios, seu regime jurídico, provimento de car­gos, estabilidade e aposentadoria de civis, re­forma e transferência de militares para a ina­tividade." (Grifamos.)

Conseqüentemente, votamos pela incons­titucionalidade do Projeto de Lei n. 2.7p,de 1989.

Sala da Comissão, 13 de outubro de 1989.- Deputado Eduardo Siqueira Campos.

m- Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça ede Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje, opinou unanimemente pelainconstitucionalidade do Projeto de Lei n·2.711/89, nos termos do parecer do relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputa­dos: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, Carlos Vi­nagre, Hélio Manhães, José Dutra, HarlanGadelha, Leopoldo Souza, Mendes Ribeiro,Michel Temer, Nilson Gibsoq, Osvaldo Ma·cedo, Plínio Martins, Renato Vianna, Rosá­rio Congro Neto, Sérgio Spada, TheodoroMendes, Tito Costa, Aloysio Chaves, dioná­sio Hage, Eliézer Moreira, Francisco Benja­mim, Messias G6is, Ney Lopes, Oscar Cor­rêa, Horário Ferraz, Jorge Hage, Juarez Mar-

ques Batista, Sigmaringa Seixas, Gerson Pe­res, Ibrahim Abi-Ackel, Doutel de Andrade,Sílvio Abreu, Benedicto Monteiro, RobertoTorres, José Genoíno, José Maria Eymael,Marcos Formiga, Aldo Arantes, RobertoFreire, Afrísio Vieira Lima, Aluízio Campos,Jesus Tajra, Alcides Lima, Adylson Motta,Gonzaga Patriota e Rodrigues Palma.

Sala da Comissão, 29 de novembro de1989. - Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado Eduardo Siqueira Campos, Re­lator.

PROJETO DE LEIN. 2.922-A, DE 1989

(Do Sr. Paulo Zarzur)

Estabelece princípios para punição daviolação dos direitos e deveres individuaise coletivos; tendo parecer, da Comissãode Constituição e Justiça e Redação, pelaconstitucionalidade, juridicidade, técni- .ca legislativa e, ,!O mérito, pela aprova·ção.

(Projeto de Lei n· 2.922, de 1989, aque se refere o parecer.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1. As violações aos direitos indivi­

duais e coletivos serão punidas pela formaprevista na lc:;i penal obedecidos os seguintesprincípios:

I - a pena será aumentada de um terçose a violação for diretamente cometida porautoridade pública 01.l com sua conivência;

II - será considerado conivente e punidocom um terço da pena cominada à infraçãoaquele que, tendo conhecimentos veementese comprováveis do fato criminoso e da suaautoria, deixar de comunicá-lo à autoridadecompetente;

III - nos crimes de que trata este artigoo autor responderá por danos materiais oumorais, conforme a extensão dos prejuízosocorridos'.

Art. 2' Excetuados os membros das res­pectivas éomunidades, a entrada ou perma­nência nos templos, escolas e sindicatos s6se fará com o consentimento de seus dirigen­tes, titulares ou representantes, salvo em casode flagrante delito, ou para prestar socorroou durante o dia por determinação judicial.

Parágrafo único. A violação do dispostoneste artigo sujeitará o infrator à pena pre­vista para a violação do domicílio - art. 150do C6digo Penal - aumentada de um terço,sem prejuízo do disposto nos §§ 1° e 2· domesmo dispositivo.

Art. 3· Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 4° Revogam-se as disposições emcontrário.

Justificação

A nova Constituição trouxe no art. 5., em77 incisos, o elenco dos direitos 'individuaise coletivos. Tais incisos deverão ser regula­mentados através de leis que incorporaçãoos princípios enunciados na Lei Maior.

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Fevereiro de 1990. - - -. DIÁRIO DO CONGR~SSO~AÇI9NAL(Seção I) Quarta-feira '21 241

Ocorre que c:jepois de 20 anos de regimede exceção, configurados na ditadura militara sociedade anseia por leis inovadoras quegarantam efetivamente a aplicação práticados dispositivos constitucionais,

Por este motivo parece-nos oportuno edi­tar diretrizes que deverão ser incorporadasna lei penal superveniente,

Sala das Sessões, de de 1989,- Deputado Pa!lloZarz.':Ir.

LEGISLAÇÃO CITADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMISSÕES PERMANENTES

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.. FEDERÃ:nVA DO BRAsIL -

1988

TÍTULO IIDos Direitos e

Garantias Fundamentais

CAPÍTULO IDos Direitos e DeveresIndividuais e Coletivos

Art. 5· Todos são iguais perante a lei,sem distinção de qualquer natureza, garantin­do-se aos brasileiros e aos estrangeiros resi­dentes no País a inviolabilidade do direitoâ vida, à liberdade, à igualdade, à segurançae à propriedade, nos termos seguintes:

I - homens e mulJ:leres são iguais em direi­tos e obrigações, nos termos desta Consti­tuição;

II - ninguém será obrigado a fazer ou dei­xar de fazer alguma coisa senão em virtudede lei;

III - ninguém será submetido a torturanem a tratamento desumano ou degradante;

IV - é livre a manifestação do pensamen­to, sendo vedado o anonimato;

V - é assegurado o direito de resposta,proporcional ao agravo, além da indenizaçãopor dano material, moral ou à imagem;

VI - é inviolável a liberdade de consciên­cia e de crença, sendo assegurado o livre exer­cício dos cultos religiosos e garantida, na for­ma da lei, a proteção aos locais de culto ea suas liturgias;

VII - é assegurada, nos termos da lei, aprestação de assistêDcia religiosa nas entida­des civis e militares de internação coletiva;

VIII - ninguém será privado de direitospor motivo dé crença religiosa ou de convic­ção filosófica ou política, salvo, se'as invocarpara eximir-se de obrigação legal' a todos im­posta e recusar-se a cumprir prestação alter­nativa, fixada em lei;

IX - é livre a expressão da atividade inte­lectual, artística, científica e de comunicação,independentemente de censura ou licença;

X - são invioláveis a intimidade, a vidaprivada, a honra e. a imagem das pessoas,assegurado o direito a indenização pelo danomaterial ou moral decorrente de sua-violação;

XI - a casa e asilo inviolável do indivíduo,ninguém nela podendo penetrar sem consen­timento do morador, salvo em caso de fla-

grante delito ou desastre, ou para prestar so­corro, ou, durante o dia, por determinàçãojudicial;'

XII - é inviolável o sigilo da correspon­dência e das comunicações telegráficas, dedados e das comunicações telefônicas, salvo,no último caso, por ordem judicial, nas hipó­teses e na forma que a lei estabelecer parafins de investigação criminal ou instrução pro­cessual penal;

XIII - é livre o exercício de qualquer tra­balho, ofício ou profissão, atendidas as quali­ficações profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à in­formação e resguardado o sigilo da fonte,quando necessário ao exercício profissional;

XV - é livre a locomoção no território na­cional em tempo de paz, podendo qualquerpessoa, nos termos da lei, nele entrar, perma­necer ou dele sair com seus bens;

XVI -todos podem reunir-se pacifica­mente, sem armas, em locais abertos ao pú­blico, inqependentemente de autorização,desde que não frustrem outra reunião ante­'riormente convocada para o mesmo local,sendo apenas exigido prévio aviso à autori­dade competente;

XVII- é plena a liberdade de associaçãopara fins lícitos, vedada a de caráter para­militar;

XVIII - a criação de associações e, na for­ma da lei, a de cooperativas independem deautorização sendo vedada a interferência es­tatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser com­pulsoriamente dissolvidas ou ter suas ativi­dades suspensas por decisão judicial, exigin­do-se, no primeiro caso, o trânsito em jul­gado;

XX - ninguém poderá ser compelido a as­sociar-se ou a permanecer associado;

XXI - as entidades associativas, quandoexpressamente autorizad'as, têm legitimidadepara representar seus filiados judicial ou ex­trajudicialmente;

XXII -é garantido o direito de proprie­dade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua fun­ção social;

XXIV - a lei estabelecerá o procedimentopara desapropriação por necessidade ou utili­dade. pública, ou por interesse social, me­diante justa e prévia indenização em dinhei­ro, ressalvados os casos previstos nesta Cons­tituição;

XXV - no caso de iminente perigo públi­co a autoridade competente poderá usar depropriedade particular, assegurada ao pro­prietário indenização ulterior se houver da­no;

XXVI - a pequena propriedade rural, as­sim definida em lei, desde que trabalhadapela família, não será objeto de penhora parapagamento de débitos decorrentes de sua ati­vidade produtiva, dispondo a lei: sobre osmeios de financiar o seu desenvolvimento;

·XXVII - aos autores pertence o direitoexclusivo de utilização, publicação ou repro­dução de suas obras, transmissível aos herdei­,ros pelo tempo que a lei fixar;

xXVIII - são assegurados, nos termos dalei:

a) a proteção às participações individuaisem obras coletivas e à reprodução da imageme voz humanas, inclusive nas atividades des­portivas;

b) o direito de fiscalização do aproveita­mento econômico das obras que criarem oude que participarem aos criadores, aos intér­pretes e às respectivas representações sindi­cais e associativas;

XXIX - a lei assegurará aos autores deinventos industriais privilégio temporário pa­ra sua utilização bem como proteção às cria­ções industriais, à propriedade das marcas,aos nomes de empresas e a outros signos dis­tintivos, tendo em vista o interesse social eo desenvolvimento tecnológico e econômicodo País;

XXX - é garantido o direito de herança;XXXI- a sucessão de bens de estrangei­

ros situados no País será regulada pela leibrasileira em benefício do cônjuge ou dosfilhos brasileiros, sempre que não lhes seja'mais favorável a.lei pessoal do de cujus;

XXXII - o Estado promoverá, na formada lei, a defesa do consumidor;

XXXIII - todos têm direito a receber dosórgãos públicos informações de seu interesseparticular, ou de interesse coletivo ou geral,que serão prestadas no prazo da lei, sob penade responsabilidade, ressalvadas aquelas cujosigilo seja imprescindível à segurança da so-

. ciedade e do Estado;

XXXIV - são a todos assegurados, inde­pendentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públi­cos em defesa de direitos ou contra ilegali­dade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartiçõespúblicas, para defesa de direitos e esclareci­mento de situações de interesse pessoal;

XXXV - a lei não excluirá da apreciaçãodo Poder Judiciário lesão ou ameaça a di­reito;

XXXVI - a lei não prejudicará o direitoadquirido, o ato jurídico perfeito e a coisajulgada;

XXXVII- não haverá juízo ou tribunalde exceção;

XXXVIII - é reconhecida a instituição dojúri, com a organização que lhe der a lei,assegurados:

a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos

crimes dolosos contra a vida;XXXIX - não há crime sem lei anterior

que o defina, nem pena sem prévia comina­ção legal;

XL - a lei penal não retroagirá, salvo parabeneficiar o réu;

XLI - a lei punirá qualquer discriminação. atentatória dos direitos e liberdades funda­mentais;

XLII- a prática do racismo constitui cri­me inafiançável e imprescritível, sujeito à pe­na de reclusão, nos termos da lei;

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242 Quarta-feira 21 .DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

XLIII - a lei considerará crimes inafian­çáveis e insuscetíveis de graça ou anistia aprática da tortura, o tráfico ilícito de entorpe­centes e drogas afins, o terrorismo e os defini­dos como crimes hediondos, por eles respon­dendo os mandantes, os executores e os que,podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV - constitui crime inafiançável e im­prescritível a ação de grupos armados, civisou militares, contra a ordem constitucional~ oÉstado democrático;

XLV - nenhuma pená passará da pessoado condenado, podedendo a obrigação de re­parar o dano e a decretação do perdimentode bens ser, nos termos da lei, estendidasao sucessores e contra eles executadas, atéo limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI - a lei regulará a individualidade dapena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou distinção da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;XLVII - não haverá penas:a) de morte, salvo em caso de guerra de-

clarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de caráter perpétuo;c) de tr2balhos forçados;d) de banimento;e) cruéis;XLVIII - a !,~na será cumprida em esta­

belecimentos distintos, de acordo com a natu­reza do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX - é assegurado aos preços o respei-to à integridade física e moral;

L - às presidiárias serão asseguradas con­dições para que possam permanecer com seusfilhos durante o período de amamentação;

LI - nephum brasileiro será extraditado,salvo o naturalizado, em caso de crime co­mum, praticado antes da naturalização, oude comprovado envolvimento em tráfico ilíci­to de entorpecentes e drogas afins, na formada lei;

LII - não será concedida extradição de es­trangeiro por crime político ou .de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sen­tenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privada da liberdadeou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigigantes, em processo judicialou administrativo, e aos acusados em geralsão assegurados o contraditório e ampla defe­sa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, asprovas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpadoaté o trânsito em julgado de sentença penalcondenatória;

LVIII - o civilmente identificado não serásubmetido a identificação criminal, salvo nashipóteses previstas em lei;

LIX - será admitida ação privada nos cri­mes de ação pública, se esta não for intentadano prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publici­dade dos atos processuais quando a defesada intimidade ou o interesse social o exigi­

. rem;

LXI - ninguém será preso, senão em fla­grante delito ou por ordem escrita e funda­mentada de autoridade judiciária competen­te, salvo nos casos de transgressão militarou crime propriamente militar, definidos emlei;

LXII- a prisão de qualquer pessoa e olocal onde se encontre serão comunicadosimediatamente ao juiz competente e à famíliado preso ou à pessoa por ele indicado;

LXIll- o preso será informado de seusdireitos, entre os quais o de permanecer caIa­do, sendo-lhe assegurada a assistêrncia da fa­mília e de advogado;

LXIV - O preso tem direito à identifica~

ção dos responsáveis por sua prisão ou porseu intrerrogatório políciaI.

LXV - a prisão ilegal será imediatamenterelaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ounela mantido, quando a lei admitir a liber­dade provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dúvi­da, salvo a do responsável pelo inadimple­mento voluntário e inescusável de obrigaçãoalimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas corpussempre que alguém sofrer ou se achar amea­çado de sofrer violência ou coação em sualiberdade de locomoção, por ilegalidade ouabuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandato de segu­rança para proteger direito líquido e certo,não amparando por habeas corpus ou habeasdata, quando o responsável pela ilegalidadeou abuso de poder for autorizadade públicaou agente de pessoa jurídica no exeercíciode atribuições do Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivopode ser impetrado por:

a) partido político com representação noCongresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classeou associação de classe ou associação legal­mente constituída e em funcionamento há pe­lo menos um ano, em defesa dos interlimitedo valor do patrimônio transferido;

LXXI- conceder-se-á mandato de injun­ção sempre que a falta de norma regulamen­tadora torne inviável o exercício dos direitose liberdades constitucionais e' das prerroga­tivas inerentes à nacionalidades; à soberaniae à cidadania;

LXXII - conceder-se-á habeas data;a) para assegurara conhecimento de infor­

mações relativas à pessoa do' impetrante,constantes de registros ou bancos de dadosde entidades governamentais ou de caráterpúblico;

b) para a retificação de dados, quando nãose prefira fazê-lo por processo sigiloso, judi­c!al ou administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parteTegrti­ma para propor ação popular que vise anularato lesivo ao patrimônio público ou de enti­dade de que o Estado participe, à moralidadeadministrativa, ao Illeio ambiente e ao patri­mônio histórico e cultural, ficando o autor,s~I~~ compravada má-fé, isento de custas ju­dICIaiS e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência ju­rídica integral e gratuita aos que comprova­rem insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condena­do por erro judiciário, assim como o que ficarpreso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconheci-damente pobres, na forma da lei:

a) o registro civil de nascimento;b) a certidão do óbito;LXXVII - são gratuítas as ações de ha·

beas corpus e habeas data, e, na forma dalei, os atos necessários ao exercício dacida­dania.

§ 1. As normas definidoras dos direitose garantias fundamentais têm aplicação ime­diata.

§ 29 Os direitos e garantias expressosnesta Constituição não excluem outros decor­rentes do regime e dos princípios por ela ado­tados, ou dos tratados internacionais em quea República Federativa do Brasil seja parte.

..........................................................CÓDIGO PENAL

DECRETO-LEI N" 2.848

DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I

Dos Crimes contra a Péssoa

CAPÍTULO VI

Dos Crimes contra a

Liberdade Individual

SEÇÃO 11

Dos Crimes Contra a

Inviolabilidade do Domicílio

Violação do Domicílio

Art. 150. Entrar ou permanecer, clan­destina ou astuciosamente, ou contra a von­tade expressa ou tácita de quem de direito,em casa alheia ou em suas dependências:

Pena-detenção, de um a três meses, oumulta, de seiscentos cruzeiros e quatro milcruzeiros.

§ 19 Se o crime é cometido durante a noi­te, ou em lugar ermo, ou com o empregode violência ou de arma, ou por duas ou maispessoas:

Pena - detenção, de seis meses a doisanos, além da pena correspondente à vio­lência.

§ 29 Aumenta-se a pena de um terço, seo fato é cometido por funcionário público,fora dos casos legais, ou com inobservânciadas formalidades estabelecidas em lei. oucom abuso do poder.

§ 39 Não constitui crime a entrada oupermanênia em casa alheia ou em suas depe'"n­dências:

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 243

I - durante o dia, com observância dasformalidades legais, para efetuar prisâo ououtra diligência;

II - a qualquer hora do dia ou da noite,quando algum crime está sendo ali praticadoou na iminência de o ser.

§ 4" A expressâo "casa" compreende:I - qualquer compartimento habitado;li - aposento ocupado de habitação cole­

tiva;III - compartimento não aberto ao públi­

co, onde alguém exerce profissão ou ativi­dade.

§ 5' Não se compreendem na expressão"casa".

I - hospedaria, estalagem ou qualquer ou­tra habitação coletiva, enquanto aberta, salvoa restrição do n" li, do parágrafo anterior;

1I- taverna, casa de jogo e outras do mes­mo gênero.

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO, JUSTIÇA E

REDAÇÃOI - Relatório

Pretende o nobre parlamentar DeputadoPaulo Zarzur estabelecer formas de agrava­mento de penas cominadas por infrações aosdireitos individuais e coletivos constitucio­nais. Enfoca principalmente o agravamentode penas em caso de o crime ser praticadopor autoridade pública ou com sua conivên­cia; prevê, ainda, infringência penal em casode entrada ou permanência de pessoas emtemplos, escolas e sindicatos, sem permissãodo titular, caso em que a pena aplicada seráa de invasão de domicílio aumentada de umterço. Pune, ainda, a pessoa que, conhecendoa prática de crime, deixa de comunicá-lo àautoridade.

Nos termos de expressa disposição regi­mental, compete a este órgão apreciar os as­pectos de constitucionalidade, juridicidade,técnica legislativa e mérito da proposta.

A proposta é constitucional, tendo por fun­damentos os artigos 22, inciso I, e 61 da vigen­te Constituição. Não ofende, além do mais,princípios gerais de direito, estando de acor­do com as boas normas de técnica legisltiva.

A proposta é salutar e oportuna no sentidode que traz salvaguarda à sociedade, presen­temente vítima freqüente de crimes e abusosde toda a espécie.

11 - Voto do Relator

Em face do exposto votamos pela constitu­cionalidade, juridicidade e boa técnica legis­lativa do Projeto de Lei n" 2.922, de 1989,e, no mérito, por sua aprovçaão.

Sala da Comissão, 13 de outubro de 1989.- Deputado Eduardo Siqueira Campos, Re­lator.

111 - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça ede Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje, opinou unanimemente pela

constitucionalidade, juridicidade, técnica le­gislativa e, no mérito, pela aprovação do Pro­jeto de Lei n' 2.922/89, nos termos do parecerdo relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputa­dos: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, Carlos Vi­nagre, Harlan Gadelha, Hélio Manhães, JoséDutra, Leopoldo Souza, Mendes Ribeiro,Michel Temer, Aloysio Chaves, Dionísio Ha­ge, Eliézar Moreira, Francisco Benjamim,Horácio Ferraz, Jorge Hage, Gerson Peres,Doutel de Andrade, Benedicto Monteiro, Jo­sé Genoíno, José Maria Eymael, Marcos For­miga, Aldo Arantes, Roberto Freire, NilsonGibson, Osvaldo Macedo, Plínio Martins,Renato Vianna, Rosário Congro Neto, Sér­gio Spada, Theodoro Mendes, Tito Costa,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa, Jua­rez Marques Batista, Sigmaringa Seixas,Ibrahim Abi-Ackel, Sílvio Abreu, RobertoTorres, Afrísio Vieira Lima, Aluízio Cam­pos, Alcides Lima, Adylson Motta, JesusTajra, Rodrigues Palma e Gonzaga Patriota.

Sala da Comissão, 29 de novembro de1989. - Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado Eduardo Siqueira Campos, Re­lator.

PROJETO DE LEIN° 3.094-A, de 1989

(Do Sr. Renato Johnsson)

Autoriza, nos casos que especifica, aconcessão de incentivos fISCais à capitali­zação de empresas, à abertura de capitalou sua elevação e dá outras providências;tendo parecer, da Comissão de Consti­tuição e Justiça e Redação, pela inconsti­tucionalidade.

(Projeto de Lei n' 3.094, de 1989, aque se refere o parecer.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1° As pessoas jurídicas que se com­

prometam a promover a expansão de suasatividades mediante projeto de reorganiza­ção de saneamento financeiro e de moderni­zação, através de fusão, decisão, de incorpo­ração, de consórcio, de abertura de capitalou de sua elevação, poderão reavaliar os bensintegrantes do ativo imobilizado necessáriosa sua atividade, acima dos limites de correçãomonetária até o valor de mercado, cujo valor(mais valia) não se sujeitará ao recolhimentodo imposto sobre a renda.

Parágrafo único. Os bens imóveis e asparticipações societárias, exceto as decorren­tes de incentivos fiscais, não necessárias àsatividades específicas das empresas, existen­tes na data de encerramento do balanço doexercício imediatamente anterior ao da publi­cação desta lei, também poderão ser objetodo incentivo a que se refere este artigo, de­vendo o resultado apurado, na alienação, seraplicado, à medida da sua realização, na subs­crição Qe aumento de capital.

Art. 2' As pessoas físicas, para fins deaumento de capital, em pessoas jurídicasabrangidas pelos incentivos fiscais desta lei,poderão integralizar a subscrição de quotas

de capital ou ações com bens necessários aatividade específica da empresa com seus va­lores avaliados até o preço de mercado, oucom o produto da venda de imóveis, móveise participações societárias, ficando dispen­sados do recolhimento do imposto sobre arenda sobre a diferença entre o valor infor­mado em sua declaração de bens ou da c@m­pra e o valor da integralização.

Art. 3' As pessoas jurídicas interessadasna obtenção dos incentivos previstos nestalei, providenciarão a elaboração de projetodo qual farão parte o laudo de avaliação dosbens, elaborados nos termos do art. 8" daLei n' . 6.404, de 15 de dezembro de 1976;a justificativa informando dos objetivos queenquadrem em condição prevista ao art. I",bem como do prazo da sua imple·mentação.

Parágrafo único. Uma via do projeto deve­rá ser protocolada no órgão da Secretaria daReceita Federal do domicílio da pessoa jurí­dica interessada, a qual terá o prazo de 90(noventa) dias para sua aprovação, conside­rando-se aprovado o pedido ao final desteprazo, se não houver pronunciamento do ór­gão fazendário.

Art. 4' O acréscimo do valor resultanteda reavaliação será utilizado, obrigatoria­mente, para aumento de capital dentro de180 (cento e oitenta) dias após o protocolodo projeto, vedada a compensação de pre­juízos.

§ 1" O aumento de capital de que trataeste artigo não sofrerá tributação na pessoajurídica beneficiária e a isenção se estenderáaos seus acionistas ou quotistas, pessoas físi­cas ou jurídicas.

§ 2' A redução de capital, ou a extinçãoda pessoa jurídica nos 5 anos subseqüentes,sujeitará a pessoa jurídica, beneficiária doincentivo, a recolher o imposto de renda so­bre a parcela incorporada ao capital social,proporcionalmente à redução.

§ 3' Se no prazo previsto no parágrafoanterior houver alienação, de parte dos só­cios, das ações ou quotas de capital recebidascom isenção da pessoa jurídica beneficiáriado incentivo, o produto da venda será inteira­mente tributado devendo o imposto ser pagono mês subseqüente ao da alienação, no casode pessoas físicas, e incluído no resultado doexercício no caso de pessoas jurídicas tribu­tadas com base no lucro real. Nestes casostambém a pessoa jurídica beneficiária do in­centivo deverá oferecer à tributação parcelaproporcional, conforme previsto no § 2' desteartigo, das ações ou quotas alienadas.

§ 4' Os valores previstos nos parágrafosanteriores,'para efeito de tributação, serãocorrigidos monetariamente nos termos da le­gislação vigente.

Art. 5' A reavaliação procedida será in­corporada ao custo dos bens reavaliados, pa­ra todos os efeitos tributários, inclusive parafins de depreciação, amortização de exaustãoe para fins de determinação do custo na baixaou alienação dos mesmos.

Parágrafo único. O Secretário da ReceitaFederal baixará os atos necessários normati-

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244 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

zando o registro contábil da reavaliação eos controles da depreciação, amortização ouexaustão.

Art. 6" Eventuais prejuízos ocorridos naalienação ou baixa de bens reavaliados, naforma desta lei, antes do final do prazo de.vida útil estimado no laudo previsto no art.3· desta lei, deverão ser adicionados ao lucroreal tributável, exce·to nos casos comprova­dos de baixa por obsolescência, hipótese emque o bem baixado será substituído por umde tecnologia mais avançada.

Parágrafo único. Os prejuízos a que serefere este artigo estão limitados a parcelaque ultrapasse o valor original corrigido mo­netariamente nos termos da legislação vigen­te.

Art. 7' O não cumprimento dos objeti­vos propostos no projeto, previsto no caputdo art. 3", implicará perda automática dosbenefícios e na obrigação de recolher o im­posto sobre a renda suspenso, com juros ecorreção monetária.

Art. 8' O valor resultante da reavalia­ção, na forma prevista nesta lei, não impor­tará em modificações no valor em moeda es­trangeira registrado pelo Banco Central doBrasil, como investimento ou reinvestimentode pessoas residentes ou domiciliadas no ex­terior.

Art. 9' O regime especial tratado nestalei terá vigência até 31 de dezembro de 1996,podendo o mesmo s~r prorrogado.

Art. 10. Esta lei entrará em vigor na datade sua publicação.

Justificação

1. Esgotado o ciclo de substituição de im­portações, que marcou por longo a economiabrasileira, o País passou a enfrentar um novodesafio, que se consubstanciou numa novaetapa de desenvolvimento, baseada na am­pliação do mercado interno e na rápida ex­pansão das exportações. Esse novo ciclo en­contra-se em fase crítica, diante do montantequase impagável da dívida pública interna eexterna, da inflação e da redução do cresci­mento econômico como resultância das medi­das implementadas para conter a intlação eo déficit público.

2. Bancos oficiais, que tinham no contex­to da política governamental um relevantepapel indutor do desenvolvimento econômi­co, passaram a restringir os fin,anciamentosàs empresas privadas, diante das dificuldadesconjunturais. Todavia, em que pese à criseeconômica e social por que passamos e a des­peito dos problemas e das incertezas dos tem­pos em que vivemos, é enOfjne a potencia­lidade do desenvolvimento brasileiro, sobre­tudo incentivando-se os empreendimentosprivados.

3. O futuro do Brasil encontra-se na in­dustrialização, no aproveitamento dos seusrecursos naturais e na sua integração como resto do mundo. Para tanto, existem setorescom grande potencial de expansão de suasatividades, absorvendo e vendendo tecnolo­gia, produzindo para exportar, mas precisan­do modernizar-se, para o que necessitam de

grande aporte de capital ou de incentivos fis­cais que favoreçam a reaplicação de recursosnormalmente absorvidos pelo imposto de­renda. mesmo quando se trata da reavaliaçãodo ativo.

4. Acresce ressaltar que a década de oi­tenta se caracterizou por um profundo pro­cesso de estagnação econômica. combinadocom elevadas taxas inflacionárias, que alte­ram significativamente o valor relativo dosativos reais dos agentes econômicos.

5. Inobstante o mecanismo da correçãomonetária, o ajuste de valor desses ativosnão acompanhou a sua evolução vis à vis onível de preços de mercado, nem tampoucoa extinta OTN (usualmente o paràmetro paraatualização monetária) manteve paridadecom o dólar, moeda forte e padrão de refe­rência no mercado internacional.

6. O sistema de incentivos estaria repre­sentado pela suspensão do recolhimento doimposto sobre a renda da pessóa física e jurí­dica, incidente sobre o acréscimo do valorde reavaliação dos bens integrantes do ativopermanente, desde que necessárias ao desen­volvimento de suas atividades específicas. Oacréscimo de valor derivado da reavaliaçãoseria obrigatoriamente utilizado para aumen­to de capital, vedada a compensação de pre­juízos porquanto frustraria o objetivo básicodo incentivo.

7. Não se trata de sistema singular e iné­dito, eis que já praticado na década de setenta(Decreto-Lei n" 1.346174).

8. O incentivo abrangeria as empr·~sas

que se dispusessem a abrir seu capital ou ele­vá-lo, utilizando a captação de recursos, nosaneamento, expansão ou modernização desua atividade.

LEGlSLAÇÃO ClTADA, ANEXADAPELA COORDENAÇÃO DASCOMlSSÓES PERMANENTES

Sociedades Anônimas (Por Ações)

LEI N" 6.404,DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976

Dispõe sobre as sociedades por açfies.

CAPÍTULO IICapital Social

..........................................................

SEÇÃO IIFormação, Dinheiros e Bens

Art. 8" A avaliação dos bens será feitapor 3 (três) peritos ou por empresa especia­lizada, nomeados em assembléia geral dossubscritores, convocada pela imprensa e pre­sidida por um dos fundadores, instalando-seem primeira convocação com a presença desubscritores que representem metade, pelomenos, do. capital social, e em seguinda con­vocação com qualquer número.

DECRETO-LEI N" 1.346,DE 25 DE SETEMBRO DE 1974

Altera o sistema de estímulos às fusõese incorporações de empresas e dá outrasprovidências.

O Presidente da República, usando da atri­buição que lhe confere o artigo 55, item lI,da Constituição, decreta:

Art. I" As pessoas jurídicas, para fins defusão, incorporação ou outras formas de com­binação ou associação de empresas, conside­radas de interesse para a economia nacional,poderão reavaliar os bens integrantes do ati­vo imobilizado acima dos limites de correçãomonetária, até o valor de mercado, indepen­dentemente do recolhidomento do Impostode Renda incidente sobre o acréscimo dl~ va­lor, decorrente da reavaliação, observado oque estabelece este decreto-lei.

Parágrafo único. Para os fins deste arti­go, consideram-se de interesse para a econo­mia nacional os projetos de fusão, incorpo­ração ou associação de empresas, cujos obje­tivos se enquadrem, isolada ou cumulativa­mente, nas diretrizes a serem estabeleeidasem decreto por proposta da Comissão de Fu­são e Incorporação de Empresas - COFIE.

Art. 2" A suspensão de recolhimento doImposto de Renda a que se refere o art. 1<'deste decreto-lei será convertida em isenção,uma vez cumpridos os objetivos econômico­financeiros constantes no projeto aprovadopelo Ministro da Fazenda, no prazo de 3(três) anos, a contar da data de sua a.pro­vação.

§ I" A critério da Comissão de Fusão eIncorporação de Empresas - COFIE, de quetrata o artigo 3" deste decreto-lei, poderá serprorrogado o prazo acima, sendo que a faltade pronuciamento desta Comissão, decorri­dos 60 (sessenta) dias após o referido prazo,implicará recolhimento automático do cum­primento dos objetivos propostos no projeto.

§ 2"· Para os efeitos dos benefícios fiscaisprevistos neste decreto-lei, somente será per­mitida uma única reavaliação do ativo imobi­lizado, sem embargo de ficar facultado à mes­ma pessoa jurídica participar de mais de umaoperação a que se refere o artigo 1q destedecreto-lei.

Art. 3" Fica mantida, junto ao Ministérioda Fazenda. a Comissão de Fusão e Incorpo­ração de Empresas ~ COFIE, com a D.nali­dade de apreciar os projetos que visem osbenefícios previstos neste decreto-lei, subme­tendo-os, mediante parecer, à aprovação doMinistro da Fazenda.

§ 1" Compete à COFIE, além das atri­buições que lhe forem cometidas por ato doMinistro da Fazenda, declarar os novos valo­res do ativo imobilizado para os efeitos dosbenefícios fiscais de que trata este decreto-lei.

§ 2" A COFIE estabelecerá sistema decontrole e acompanhamento com a finalidadede verificar a adequada utilização dos bene­fícios fiscais concedidos e a obtenção dos re­sultados previstos no projeto aprovado, fi­cando os beneficiários obrigados a prestar a

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 245

esta Comissão os esclarecimentos que se fize­rem necessários a essa finalidade.

§ Y A Comissão a que se refere este arti­go poderá contratar órgão técnico especia­lizado para que se pronuncie sobre a rl:ava­liação de que trata o artigo 1" deste decre­to-lei.

Art. 4" A COFIE será composta de 5(cinco) membros:

a) Secretário-Geral do Ministério da Fazen­da, na qualidade de Presidente;

b) um representante da Secretaria de Plane­jamento da Presidência da República;

c) um representante do Ministério da In­dústria e do Comércio:

d) um representante da Secretaria da Re­ceita Federal do Ministério da Fazenda:

e) um representante do Banco Central doBrasil.

Parágrafo único. A Secretaria-Geral doMinistério da Fazenda. através dos sel'-S ór­gãos, promoverá os serviços necessários aopleno desempenho das atividades da COFIE.

Art. 5" O não-cumprimento dos objeti­vos propostos no projeto aprovado implicaráobrigação de recolher o Imposto de Rendasuspenso, com juros e correção mone:ária.dentro do prazo de 30 (trinta) dias a partirda sua constatação.

Parágrado único. Os objetivos do projetopoderão sofrer alterações, a pedido das em­presas interessadas, desde que aprovadas pe­la COFIE e ratificadas pelo Ministro da Fa­zenda.

Art. 6" O acréscimo de valor resultanteda reavaliação efetuada na forma do é.rtigol' será utilizado, obrigatoriamente, para 'au­mento de capital. dentro de 180 (cento e oi­tenta) dias da data da aprovação pelo Minis­tro da Fazenda.

§ I' O não-cumprimento do dispostoneste artigo acarretará a perda automáticados benefícios previstos neste decreto-lei.

§ 2' O aumento de capital de que trataeste artigo não sofrerá tributação do Impostode Renda.

§ 3" A isenção estabelecida no parágrafoanterior se estende aos sócios, acionistas outitular, beneficiários, pessoas fisícas ou jurídi­cas, podendo estas realizar aumento de capi­tal nas mesmas condições, mediante a incor­poração dos valores distribuídos.

§ 4" A redução do capital ou a extinçãoda pessoa jurídica, nos 5 (cinco) anos subse­qüentes, importará em submeter à tributaçãonas pessoas jurídicas a parcela incorporada.como lucro operacional e distribuído ficandoos sócios, acionistas ou titular sujeitos ao Im­posto de Renda na declaração de rendImen­tos, ou na fonte, no ano em que ocolTer aextinção ou redução.

§ 5' No caso de alienação das ações ouquotas de capital recebidas com isenção naforma do § 3' deste artigo. antes do prazoprevisto no parágrafo anterior, o valor dareceita auferida pelas pessoas jurídicas naoperação será integralmente incluído 110 lu­cro tributável para fins de imposto de r,~nda.

§ 6' O prazo a que se refere o Cllputdeste artigo poderá ser prorrogado, pelo Mi-

nistro da Fazenda. em atendimento fi conve­niência da política econàmico-financeira doPaís.

Art. 7' Eventuais prejuízos ocorridos naalienação ou baixa dos bens reavaliados naforma do artigo 1" não serão dedutíveis dolucro tributável, podendo as empresas com­pensá-los com o resultado das correções mo­netárias compulsórias posteriores.

§ l' Os prejuízos a quese refere este arti­go estão limitados à parcela que ultrapasseo valor original, corrigido monetariamentenos termos da legislação vigente.

§ 2' Para efeitos fiscais. as cotas anuaisde depreciação e amortização poderão sercalculadas com base nos valores contabiliza­dos depois da reavaliação de que trata estedecreto. corrigidos monetariamente nos ter­mos da legislação em vigor. e o montanteacumulado dos encargos não podefão exce­der o v.alor reavaliado aprovado pela COFIE.

§ 3' O disposto neste artigo não se Ilplicaà cota de exaustão de recurso~ minerais aque se refere o Decreto-Lei n" 1.096, de 23de março de 1970.

Art. 8" O valor resultante da reavalia­ção. na forma prevista no artigo I' deste de­creto-lei, não importará modificações no va­Iar em moeda estrangeira registrado peloBanco Central do Brasil. como investimentoou reinvestimento de pessoas residentes oudomiciliadas no exterior.

Art. 9' O Banco Central do Brasil serápreviamente ouvido sempre que, das opera­ções previstas nestes decreto-lei, participeminstituições financeiras e sociedades de capi­tal aberto, fato que tornará obrigatória a pu­blicação em jornais de grande circulação,. dostermos em que se efetuará a operação.

Art. 10. A COFIE e as instituiçóes fi­n.anceiras oficiais deverão articular-se quan­do o benefício fiscal de que trata o presentedecreto-lei for pleiteado por empresa quepretenda obter financiamento para investi-

. mentos com operações de fusão, incorpora­ção ou associação de interesses.

Art. 11. As fusões e incorporaçõt:s dassociedades seguradoras continuam regidaspelo Decreto-Lei n' L 115. de 24 de julhode 1970, aplicando-se. no que couber. :lS dis­poisções deste decreto-lei.

Art. 12. As disposições deste decreto-leinão se aplicam às empresas concessionáriasde serviços públicos.

Art. 13. O regime especial tratado nestedecreto-lei terá vigência até 31 de dezembrode 1979.

Art. 14. Fica assegurada a aplicação dalegislação anterior aos processos de reava­liação ainda não apreciados pela Comissãode Fusão e Incorporação de Empresas.

Parágrafo único. A pedido da pessoa ju­rídica interessada. poder-se-á aplicar as dis­posições deste decreto-lei aos referidos pro­cessos.

Art. 15. O Ministro da Fazenda baixaráos atos necessários à execução das normasconstantes neste decreto-lei.

Art. 16. Este decreto-lei entrará em vi­gor na data da sua publicação, revogadas asdisposições em contrário.

BrasI1ia, 25 de setembro de 1974; 153' daIndependência e 86' da República. -- ER­NESTO GEISEL - Mário Henrique Simon­sen - Severo Fagundes Gomes - João Paulodos Reis Velloso.

DECRETO-LEI N° 1.347,DE 25 DE SETEMBRO DE 1974

Cancela penalidades e dá outras provi­dências.

O Presidente da República. usando dasatribuições que lhe confere o item 11 do art.55 da Constituição, decreta:

Art. 1" Ficam canceladas as penalidadese juros de mora decorrentes de processos fis­cais relativos à falta de pagamento do impostosobre Produtos Industrializados devido nassaídas dos respectivos estabelecimemos in­dustriais ou equiparados, no período de 1970até a data da publicação deste decreto-lei,qualquer que seja a fase de cobrança, de pro­dutos da chamada "cerâmica vermelha', aque se referem as posições 69.04.00.00,69.05.00.00 e 69.06.00.00 da Tabela anexaao Decreto n" 73.340, de 19 de dez'~mbro

de 1973.Parágrafo único. Não se apuram as dispo­

sições deste artigo aos casos de não-rl:colhi­mento do imposto lançado e cobrado do ad­quirente.

Art. 2' Não serão exigidos multas l~ jurosmoratórios relativos aos débitos fiscaj.s con­fessados espontaneamente, até sessenta diasda publicação deste decreto-lei, quanto aosprodutos de que trata o artigo 1"

Art. 3' Os débitos a que se referem ocaput do artigo l' e o artigo 2' deste decre­to-lei poderão ser pagos mediante prestaçõesmensais. iguais e sucessivas, sem outrosacréscimos além da correção monetária naforma dos incisos I, II e III e § 1" e 3' doartigo 11 do Decreto-Lei n' 352, de 17 dejunho de 1968.

Art. 4' Este Decreto-lei entrará em vigorda data de sua publicação, revogadas as dis­posições em contrário.

Brasília, 25 de setembro de 1974; 153' daIndependência e 66' da República. -- ER­NESTO GEISEL - Mário Henrique Simon­seno

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E

REDAÇÃOI - Relatório

O nobre Deputado Renato Johnsson apre­senta Projeto de Lei concedendo benefíciosfiscais fi capitalização de empresas medianteisenção de imposto de renda.

A propositura foi encaminhada à Comissãono dia 2 de agosto de 1989, e a mim distri­bu~da em 13 de agosto de 1989.

E o relatório.

11 - Voto do Relator

Compete a esta comissão, nos termos do§ 4' do art. 28 do Regimento Interno, opinar

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246 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIO~AL (Seção I) Fevereiro de 1990

sobre o aspecto constitucional, legal, jurídicoe de técnica legislativa das matérias cue lhesão distribuídas.

O Projeto de Lei n" 3.094, de 1999, emque pese a sua relevância, que, tenho certeza,vem ao encontro dos justos anseios de grandeparcela do empresariado brasileiro, não su­planta o primeiro óbice que lhe é imposto:o da constitucionalidade. .

A alínea b, do inciso fI do § 1" do art.61 da Constituição Federal de 1988, dispõeque compete privativamente ao Pre!;identeda República a iniciativa das leis que ?ersemsobre matéria tributária, verbis:

"Art. 61. A iniciativa das leis com­plementares e ordinárias cabe a qualquermembro ou comissão da Câmara cios De­putados, do Senado Federal ou do Con­gresso Nacional, ao Presidente da Repú­blica. ao Supremo Tribunal Federal, aosTribunais Superiores, ao Procuador­Geral da República e aos cidadãos, naforma e nos casos previstos nesta Consti­tuição.

§ 1'·' São de iniciativa privativa doPresidente da República as leis que:1- .fI - disponham sobre:a) ..

b) organização administrativa e judi­ciária. matéria tributária e orçamentária,serviços públicos e pessoal da adminis­tração dos Territórios;"

Isto posto. é inconstitucional o Projeto deLei n" 3.094, de 1989. pelo que opino porsua rejeição.

Sala das Sessões. 12 de setembro de 1989.- Deputado Adylson Motta.

IH - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça ede Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje. opinou unanimemente pelainconstitucionalidade do Projeto de Lei n"3.094/89, nos termos do parecer do relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputa­dos: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, BernardoCabral, Carlos Vinagre, Harlan Gadelha,Hélio Manhães, José Dutra, Leopoldo Sou­za, Michel Temer, Aloysio Chaves, CostaFerreira, Eliézer Moreira, Evaldo Gonçal­ves. Francisco Benjamim, Horácio Ferraz,Jorge Hage, Gerson Peres, Benedicto Mon­teiro, José Genoíno, José Maria Eymael.Marcos Formiga. Aldo Arantes, Nilson Gib­son, Plínio Martins. Renato Vianna, RosárioCongro Neto, Theodoro Mendes, Tito Costa,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa,Paes Landim. Juarez Marques Batista, Sig­maringa Seixas, Roberto Torres. Jovani Ma­sini, Alcides Lima, Jesualdo Cavalcanti,Adylson Motta, Jorge Arbage, Lélio Souza,Ubiratan Aguiar e Rodrigues Palma.

Sala da Comissão, 6 de dezembro de 1989.- Deputado Nelson Jobim, Presidente ­Deputado Adylson Motta, Relator.

PROJETO DE LEIN' 3.110-8, DE 1989

(Do Poder Executivo)

MENSAGEM n' 360f89

Dispõe sobre as condições para a proje­ção, proteção e recuperação da saúde,a organi~ação e o funcionamento !los ser­viços correspondentes e dá outras provi­dências.

- Parecer da Comissão de Constituião eJustiça e Redação, pela constitucionalida etécnica legislativa, com emendas e voto emseparado do Sr. Gastone Righi.

- Projeto de Lei n" 3.128/89 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça e Re­dação, pela constitucionalidade e técnica le­gislativa.

- Projeto de Lei n" 3.424189. anexado aoPL 3.128/89.

- Projeto de Lei n" 2.358/89 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça e Re­dação. pela constitucionalidade: juridicidadee técnica legislativa.

- Projeto de Lei n" 2.878/89, anexado aoPL 2.358/89.

- Projeto de Lei n" 3.100189 - Parecerda Comissão de Constituição e Justiça e Re­dação, pela constitucionalidade, juridicidadee técnica legislativa, com voto em separadodo Sr. Gastone Righi.

- Emendas apresentadas à Comis·;ão, nu­meradas de 001 a 404.

- Índice de autores de emendas ao Projetode Lei n" 3.110/89 e projetos anexos.

- Análise das emendas acolhidas "presen­tadas aos Projetos de Lei n'" 3.110/89 e3.100f89. .

Análise das emendas acolhidas parcial­mente.

Análise das emendas rejeitadas.- Parecer e Substitutivo do Relator na Co­

missão de Saúde, Previdência e As~istência

Social.- Destaques apresentados na Comissão

de Saúde, Previdência e Assistência Social.de n'" 001 a 094, ao PL n' 3. 11Of89.

- Emendas de Plenário ao Substitutivo aoPL 3.110f89, apresentadas na Comissão deSaúde. Previdência e Assistência Social. comíndice de autores.

- Segundo Substitutivo do Relatc·r.- Parecer às emendas ao Substitutivo.- Relatório complementar do D·eputado

Geraldo Alckmin Filho.- Parecer da Comissão de Saúde, Previ­

dência e Assistência Social.-Suôstitutivo adotado pela Comissão de

Saúde. Previdência e Assistência Social.

Será publicado em Suplemento a esse Di:írio.

PROJETO DE LEIN' 3.2I2-A, DE 1989

(Do Sr. José Carlos Grecco)

Dispõe sobre o não-pagamento, peloassalariado, do Imposto de Renda, nascondições que especifica, e determina ou­tras providências; tendo parecer, da Co-

missão de Constituição e Justiça e Reda­ção, pela inconstitucionalidade.

(Projeto de Lei n" 3.212, de 1989. aque se refere o parecer.)

O Congresso Nacional decreta:Art. 1',' É proibido fazer incidir imposto

sobre a renda na remuneração de assa lariadosque percebem mensalmente até o equivalentea vinte vezes o valor de um salário mínimo.

Art. 2" Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 3',' Revogam-se as disposil;ões emcontrário.

Justificação

Salário não pode ser confundido <'om ren­da. em cuja conceituação se acha implícitaa noção de rendimento obtido em função deresultados decorrentes de aplicação no mer­cado de capitais.

Não se pode ignorar que o salário se distin­gue da renda pelo fato de ser uma contra­prestação de serviços.

Aliás, não é de hoje que .os tributaristasindicam como fator para aumento d'JS níveisde arrecadação de receita tributária E. cobran­ça de impostos sonegados, por meio de maioração fiscalizadora e de atitudes que envolvamprovidências de natureza judicial. a qual, seefetivamente realizada, não torna imprescin­dível que os governantes, para auml~ntar re­cursos públicos. tenham de onerar tributaria­mente salários, que, por razões óbvias, nãopodem ser objeto de sonegação.

Sala das Sessões, - Deputado Jm:é CarlosGrecco.

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E

REDAÇÃO

I - Relatório

O nobre Deputado José Carlos Greccoapresenta projeto de lei proibindo a incidên­cia do imposto sobre a renda na remuneraçãode assalariados que percebam mell!;almenteaté o equivalente a vinte vezes o valor deum salário mínimo.

Na justificativa, o autor declara que salárionão pode ser confundido com renda.

É o relatório.

II - Voto do Relator

Em que pese a relevância da matéria e dobenefício que esta institui, que vem ao encon­tro dosanseios de expressiva parcela da socie­dade brasileira. esta não suplanta o primeiroóbice que lhe é imposto: o da constitucio­nalidade.

A alínea b, do inciso lI. do § 1'. do art.61, da Constituição Federal de 1998, disci­plina claramente a competência privativa doPresidente da República em editar normaslegais que versem sobre matéria tributária.

É. portanto, inconstitucional a propositurae, nesse sentido, inclusive, este Colegiadovem se pronunciando por reiteradas vezes,razão por que opino pela rejeição do Projetode Lei n" 3.212, de 1989.

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 247

Sala das Sessões, 31 de outubro de 1989.- Deputado Adylson Motta, PDS -- RS.

In - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça eRedação, em reunião ordinária plenária rea­lizada hoje, opinou unanimemente pela in­constitucionalidade do Projeto de Lei n"3.212/89, nos termos do parecer do relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputa­dos: Nelson Jobim, Presidente, Joiio Natal,Vice-Presidente, Arnaldo Moraes, BernardoCabral, Carlos Vinagre, Harlan Gadelha,Hélio Manhães, José Dutra, Leopoldo Sou­za, Michel Temer, Aloysio Chaves, CostaFerreira, Eliézer Moreira, Evaldo Gonçal­ves,' Francisco Benjamim, Horácio Ferraz,Jorge Hage, Gerson Peres, BenediGto Mon­teiro, José Genoíno, José Maria Eymael,Marcos Formiga, Aldo Arantes, Nilson Gib­son, Plínio Martins, Renato Vianna, RosárioCongro Neto, Theodoro Mendes, Tito Costa,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa,Paes Landim, Juarez Marques Batista, Sig­maringa Seixas, Roberto Torres, Jovani Ma­sini, Alcides Lima, Jesualdo Cavalcanti,Adylson Motta, Jorge Arbage, Lélio Souza,Ubiratan Aguiar e Rodrigues Palma.

Sala da Comissão, 6 de dezémbro de 1989.- Deputado Nelson Jobim, Presidente ­Deputado Adylson Motta, Relator.

PROJETO DE LEIN' 3.495·A, DE 1989

(Do Sr. Neuto de Conto)

Dispõe sobre o repasse de recursos doBNDES para o Badesc no Município deCunha Porã, Estado de Santa Catarina,e dá outras providências; tendo parecer,da Comissão de Constituição e Justiçae Redação, pela inconstitucionalidade.

(Projeto de Lei n" 3.495, de 1989, aque se refere o parecer).

O Congresso Nacional decreta:Art. 1" O BNDES (Banco Nacional de

Desenvolvimento Econômico e Social), re­passará ao Badesc (Banco de Desenvolvi­mento do Estado de Santa Catarina), o cor­respondente a 500.000 BTN (Quinhentos milBônus do Tesouro Nacional), equivalente aNCz$ 1.042.100,00 (um milhão, quarenta edois mil e cem cruzados novos).

Art. 2" O valor de que trata o artigo ante­rior destina-se à operação de financiamentoa ser concedido para a Acaresc (Associaçãode Crédito e Assistência Rural de Santa Cata­rina), e aplicação no Município de CunhaPorã-SC.

Art. 3' O empréstimo será feito para pa­gamento em até 60 (sessenta) meses acrescidode até 15 (quinze) meses de carência.

Art. 4' Os recursos destinam-se à aqui­sição de equipamentos e máquinas tais como:retroescavadeira, trator agrícola e distribui­dor de esterco líquido e eventual construçãode biodigestor, os quais constituir-se-ão nagarantia bancária mediante alienação fidu­ciária.

Art. 5" A operação financeira será con­tratada para pagamento sem juros, sem cor­reção ou .!tualização monetária, e com taxaúnica de administração, de 1% (hum por cen­to), por cada mês de prazo e o total do em­préstimo dividido em parcelas mensais, iguaise sucessivas.

Art. 6" A Acaresc (Associação de Cré­dito e Assistência Rural de Santa Catarina),o Poder Público Municipal e o sistema coope­rativista, através da Organização das Coope­rativas Brasileiras - OCB, ensejatão esfor­ços objetivando viabilizar empreendimentodestinado à distribuição e comercialização deesterco animal no Município de Cunha Po­rã-SC.

Art. 7' Atividades desenvolvidas em de­corrência da presente lei, conjugarão esfor­ços com o Projeto de Recuperação, Conser­vação e Manejo de Recursos Naturais e Mi­crobacias Hidrográficas do Governó do Esta­do de Santa Catarina.

Art. 8" Revogam-se as disposições emcontrário.

Art. 9' Esta lei entrará em vigor na datade sua publicação.

Justificação

Santa Catarina possui destacada posiçãono cenário nacional, eis que tendo 1,13% doTerritório Nacional, 3% da população brasi­leira, é o 5' produtor nacional de alimentose está entre os maiores contribuintes da recei­ta tributária da União.

A indústria de transformação, decorrenteda produção de grãos, notadamente milhoe soja, aliada a uma altamente tecnificadaindústria de produtos alimentícios, Golocanum elevado plano as empresas catarinensesdo ramo.

A avicultura e a suinocultura são expoentesneste aspecto.

Ora, ao mesmo tempo em que a industria­'Iização propicia acentuado avanço econômi­co, a atividade base, criação de animais desti­nados à industrialização, origina um volumemaciço de dejetos animais.

Ademais, estudos desenvolvidos por ór­gãos técnicos e científicos, comprovam queo esterco animal, especialmente o de suínos,é de 100 (cem) vezes mais poluentes do queo humano, equivalendo assim, os dejetos suí­nos da região oeste catariÍtense à populaçãoda Holanda.

Esta realidade leva a uma situação graveque é a contaminação das bacias hidrográ­ficas. Em razão disto, o Governo de SantaCatarina desenvolve o Projeto de Recupe­ração, Conservação e Manejo de RecursosNaturais e Microbacias Hidrográficas.

Este aspecto negativo, contudo, é ampla­mente suplantado pela elevada importânciado esterco animal como adubo orgânico, eisque órgãos técnicos e de pesquisa comprovamum aumento de até 150% na produção frutí­fera, e, de 60% na de soja, milho e feijão,entre outras.

I A utilização do equipamento a ser adqui­rido com os recursos do presente projeto delei ensejará:

1 - eliminação dos gastos com adubo quí­mico e conseqüente diminuição da importa­ção de adubo;

2 - eliminação da contaminação fecal emelhoria das condições sanitárias da popu­lação;

3 - melhoria das condições ecológicas eambientais;

4 - aumento da produção nacional e dopróprio PIB i

5 - crescimento da produtividade agríco­la;

6 - aumento da receita líquida do produ­tor rural e conseqüente melhora das condi­ções econômicas deste;

7 - fixação do homem ao solo;8 - crescimento da economia agrícola e in­

dustrial;9 - maior oferta de alimentos no mercado

interno e conseqüente barateamento do pre­ço;

10 - aumento da receita cambial com oaumento das exportações;

H-crescimento da receita tributária doMunicípio, do Estado e da União.

O Estado possui mais de 220.000 proprie­dades rurais, que estão assim distribuídas:76.000 têm menos de 10 ha;60.000 têm entre 10 e 20 ha;60.000 têm entre 20 e 50 hai14.000 têm entre 50 e 100 ha;10.000 têm entre 100 e 1.000 ha;

600 têm entre 1.000 e 10.900 ha, ~ somente10 possuem mais de 10.000 hecrlares.Os proprietários catarinenses são forma­

dos, em sua maioria, por pequenos donosde terra, necessitando um crescimento agrí­cola verticalizado.

A aquisição da maquinaria proposta napresente lei, além de constituir-se num em­preendimento que assegurará o retorno aoscofres públicos dos recursos ali aplicados, pe­lo crescimento da receita tributária, ensejaráo aumento vertical da atividade, propiciandoganhos adicionais, além de assegurar a conti­nuidade do processo agrícola da terra catari­nense.

Sala das Sessões, 24 de agosto de 1989.- Neuto de Conto.

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E

REDAÇÃO

I e 11 - Relatório eYoto do Relator

Este projeto dispõe que o BNDES repas­sará ao Banco de Desenvolvimento de SantaCatarina o correspondente a 500.000 BTNpara a operação de financiamento a ser con­cedido para a Associação de Crédito e Assis­tência Rural de Santa Catarina - Acaresce aplicação no Município de Cunha Porão

O empréstimo será feito para pagamentoem até 60 meses acrescido de até 15 mesesde carência, sem Iuros, correção ou atuali-

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248 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

lação monetária, com taxa única de adminis­tração de 1% para cada mês de prazo.

As cláusulas são privilegiadíssimas e encer­ra favoritismo inaceitável. O empréstimo fei­to pelo BNDE há de observar as normas ge­rais da entidade sob pena de levar-se o Bancoà falência. O princípio da igualdade de todosperante a lei encontra-se violado.

Pelo exposto, voto pela inconstitucionali­dade deste Projeto de Lei n" 3.495/89.

Sala da Comissão, 17 de outubro deW89. - Deputado Jorge Arbage, Relator.

lU - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiçae de Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje, opinou unanimemente pelainconstitucionalidade do Projeto de Lei n"3.495/89, nos termos do parecer do relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputa­dos: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, Carlos Vi­nagre, Harlan Gadelha, Hélio Manhães, JoséDutra, Leopoldo Souza, Mendes Ribeiro,Michel Temer, Aloysio Chaves, Dionísio Ha­ge, Eliézer Moreira, Francisco Benjamim,Horácio Ferraz, Jorge Hage, Gerson Peres,Doutel de Andrade, Benedicto Monteiro, Jo­sé Genoíno, José Maria Eymael, Marcos For~miga, Aldo Arantes, Roberto Freire, NilsonGibson, Osvaldo Macedo, Plínio Martins,Renato Vianna, Rosário Congro Neto, Sér­gio Spada, Theodoro Mendes, Tito Costa,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa, Jua­rez Marques Batista, Sigmaringa Seixas,Ibrahim Abi-Ackel, Sílvio Abreu. RobertoTorres, Afrísio Vieira Lima, Aluízio Cam­pos, Alcides Lima, Jorge Arbage, .Tesus Taj­ra, Rodrigues Palma e Gonzaga Patriota.

Sala da Comissão, 29 de novembro de1989. - Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado Jorge Arbage, Relator.

PROJETO DE LEIN' 5.567-A, de 1985

(Do Senado Federal)

Dispõe sobre a expedição de certidõespara a defesa de direitos e esclarecimen­tos de situações; tendo parecer, da Co­missão de Constituição e Justiça e Reda­ção, pela constitucionalidade, juridicida­de, técnica legislativa e, no mérito, pelaaprovação, com emenda.

(Projeto de lei n' 5.567, de 1985, aque se refere o parecer).

O Congresso Nacional decreta:Art. I" As certidões para a defesa de di­

reitos e esclarecimentos de situações, reque­ridas aos órgãos da administração centrali­zada ou autárquica, às empresas públicas, àssociedades de economia mista e às fundaçõesoficiais da União, dos Estados e Municípios,deverão ser expedidas no prazo improrrogá­vel de 30 (trinta) dias, contado do registrodo pedido no órgão expedidor.

Art. 2' Nos requerimentos que objeti­vem a obtenção das certidões a que. se refereesta lei, deverão os interessados fazer constar

esclarecimentos relativos aos fins e razões dopedido.

Art. 3' Esgotado o prazo a que se refereo art. 1', a negativa ou retardamento de expe­dição da certidão importa em crime de res­ponsabilidade para a autoridade ou servidor.

Art. 4" Esta Lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 5' Revogam-se as disposições emcontrário.

Senado Federal, 20 de maio de 1985. ­José Fragelli, Presidente.

LEGISLAÇÃO CITADA

CONSTITUIÇÃO REPÚBLICAFEDERATIVA DO BRASIL

CAPiTULO IVDos Direitos e Garantias Individuais

Art. 153. A Constituição assegura aosbrasileiros e aos estrangeiros residentes noPaís a inviolabilidade dos direitos concernen­tes à vida, à liberdade, à segurança e à pro­priedade, nos termos seguinte:

li'3'5:' ..~\"i~i' ~;~~~~;~~á ~ ~~p~'cii~ã~' d~.~~.~-tidões requeridas às repartições administra­tivas, para defesa de direitos e esclarecimen­tos de situações...........................................................

SINOPSE

PROJETO DE LEI DO SENADON" 7, DE 1983

Redação do vencido, para Q 2" turnodo Projeto de Lei do Senado n' 7, de 1983.

Apresentado pelo senhor Senador MoacyrDuarte.

Lido no expediente da Sessão ele 8-3-83,e publicado no DCN (Seção lI) de 9-3-83.

Distribuição à Comissão de Constituiçãoe Justiça.

Em 12-5-83, é lido o Parecer n" 383/83,da Comissão de Constituição e Justiça, rela­tado pelo Senhor Pedro Simon, pela constitu­cionalidade e juridicidade do projeto, coma Emenda n" 1-CCJ. Aguardando inclusãoem Ordem do Dia.

Em 16-4-85, é incluído em Ordem do Dia.Aprovado em l' turno, com emenda, apósusar da palavra na sua discussão o Sr. MoacyrDuarte.

Em 18-4-85, é aprovado parecer do relator,oferecendo a redação do vencido, para o 2"turno. Lido o Parecer n" 45/85, da Comissãode Redação. Aguardando inclusão em Or­dem do Dia.

Em 9-5-85, é incluído em Ordem do Dia.Aprovado em 29 turno. À Câmara dos Depu­tados com o Ofício SM-n" 190. de 20-5-85.

RESOLUÇÃO N" 6,DE 4 DE ABRIL DE 1989

De~rmina o arquivamento das propo­sições que menciona.

A Câmara dos Deputados resolve:

Art. I" Das proposições que se encon­travam em tramitação no dia 4 de outubrode 1988, ficam arquivadas as seguintes, te­nham ou não parecer:

a) as de iniciativa de deputados ou de co­missão permanente; e

b) as que, iniciadas na forma da alínea a,foram emendadas no Senado Federal.

Parágrafo único. Não estão sujeitCfs aoarquivamento os projetos que, embora na si­tuação prevista no caput deste artigo, sofre­ram anexação de outros apresentados a partirde 5 de outubro de 1988.

Art. 29 Fica facultado ao autor, no prazode 30 (trinta) dias da promulgação desta reso­lução,.requerer o desarquivamento das pro­posições referidas no art. I", caso em quese fará nova distribuição, mantendo-se, po­rém o número original e sua procedência paratodos os efeitos regimentais.

Art. 3" As proposições da iniciativa deoutros poderes ou do Senado Federal, quese encontravam em tramitação no dia 4 deoutubro de 1988, serão remetidas à Mesa paraefeito de redistribuição, considerando-se nãoescritos os pareceres emitidos até aquela da­ta.

Art. 4' Esta Resolução entra em vigorna data de sua publicação.

Art. 5" Revogam-se as disposições emcontrário.

Câmara dos Deputados, 4 de abril de 1989.- Deputado Paes de Andrade, Presidenteda Câmara dos Deputados.

PARECER DA COMISSÃO DECONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E

REDAÇÃO

I - Relatório

Através do projeto de lei sub examine,oriundo do Senado Federal, pretende-sere­guiar em lei a sistemática de expedição decertidões para a defesa de direitos e esclareci­mentos de situações, requeridas aos órgãosda administração centralizada ou autárquica,às empresas públicas, às sociedades de econo­mia mista e às fundações oficiais da União,dos Estados e Municípios.

O projeto estipula o prazo de trinta dias,contados do registr()' da solicitação no órgãoexpedidor, como termo máximo para o aten­dimento dos pedidos. A desobediência impli­ca em crime de responsabilidade para a auto­ridade ou servidor, sujeito passivo da obrigação.

Nos requerimentos, deverão os in.teressa­dos. fazer esclarecimentos relativos aos finse razões do pedido. .

É o relatório.

II - Voto do Relator

Sob o aspecto da constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa (§ 4" do art. 28do Regimento Interno), nada temos a obje­tar, eis que o projeto obedece à norma legiti­madora da iniciativa parlamentar (art. 61 daLei Maior), estando seu conteúdo excluídodas proibições consubstanciadas no § 19 domesmo artigo.

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 249

A competência é da União para legislar,através do Congresso Nacional, por meio delei ordinária (art. 48). Não há, outrossim,ofensa a texto expresso da Constituição Fe­deral.

No que pertine ao mérito, entendemos quea matéria deva merecer a aprovação destaCasa. Efetivamente, existe desnecessária eefetiva burocratização nos pedidos de certi­dão, cujo direito encontra-se assegurado pelaConstituição, na alínea b do inciso XXXIVdo art. 5", independentemente do pa!~amento

de taxas. É imperioso que se fixe um razoávelprazo, improrrogável, para a expedição des­sas certidões, sob pena de ficar vazio, semconteúdo e sem efeito prático, a citada normaconstitucional.

Fazemos, no entanto, uma ressalva ao pro­jeto: entendemos que o prazo de trinta dias,tal como previsto no art. I", é demasiado lon­go para os fins colimados. Em muitos órgãospúblicos federais vigora, há dezenas de anos,o prazo de oito dias. A Lei Orgânica dosMunicípios do Estado de São Paulo situa esseprazo em quinze dias. Uma vez que todo osistema de informações, quer administrativascomo tributárias, encontra-se, na União e nosEstados, fulcrado em serviços de processa­mento eletrônico de dados, nada justifica umprazo maior do que quinze dias para o forne­cimento de certidões.

Diante do acima exposto, nosso voto é pelaconstitucionalidade, juridicidade, boa técni­ca legislativa e, no mérito, pela aprovaçãodo Projeto de Lei n" 5.567, de 1985, nos ter­mos da emenda modificativa em anexo.

É o parecer, sub censura. .Sala da Comissão, 24 de agosto de 1989.

- Deputado José Maria Eymael, Relator.

EMENDA SUBSTITUTIVA(Ao Projeto de Lei n" 5.567, de 1985)

Substitua-se, no art. I" do projeto, a ex­pressão "30 (trinta) dias" por "15 (quinze)dias".

Sala da Comissão, 24 de agosto de 1989.- Deputado José Maria Eymael, Relator.

111 - Parecer da Comissão

A Comissão de Constituição e Justiça ede Redação, em reunião ordinária plenáriarealizada hoje, opinou unanimemente pelaconstitucionalidade, juridicidade, técnica le­gislativa e, no mérito, pela aprovação, comemenda, do Projeto de Lei n" 5.567/85, nostermos do parecer do relator.

Estiveram presentes os Senhores Deputa­dos: Nelson Jobim, Presidente; João Natal,Vice-Presidente; Arnaldo Moraes, Carlos Vi­nagre, Harlan Gadelha, Hélio Manhães, JoséDutra, Leopoldo Souza, Mendes Ribeiro,Aloysio Chaves, Costa Ferreira, Eliézer Mo­reira, Francisco Benjamim, Horácio Ferraz,Jorge Hage, Gerson Peres, Doutel de Andra­de, Benedicto Monteiro, Gastone Righi, JoséGenoíno, Marcos Formiga, Nilson Gibson,Osvaldo Macedo, Plínio Martins, RenatoVianna, Rosário Congro Neto, Sérgio Spada,Messias Góis, Ney Lopes, Oscar Corrêa, Jua­rez Marques Batista, Sigmaringa Seixas,

Ibrahim Abi-Ackel, Roberto Torres, AfrísioVieira Lima, Antônio Mariz. Alcides Lima,Adylson Motta, Gonzaga Patriota, EduardoBonfim, Lélio Souza, Wagner Lago, JesusTiljra e José Maria Eymael.

Sala da Comissão, 22 de novembro de1989. - Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado José Maria Eymael, Relator.

EMENDA ADOTADA PELACOMISSÃO

Substitua-se no art. I" do projeto a expres­são "30 (trinta) dias" por "15 (quinze)dias".

Sala da Comissão, 22 de novembro de1989. -Deputado Nelson Jobim, Presidente- Deputado José Maria Eymael, Relator.

PROJETO DE RESOLUÇÃON' 218, DE 1990

(Da Mesa)

Transforma cargos vagos de TécnicoLegislativo Adjunto em cargos de Taquí­grafo Legislativo Adjunto para provi­mento mediante concurso público.

A Câmara dos Deputados resolve:Art. I' Ficam transformados, a partir da

data da vigência da Resolução n" 36, de 1983,20 (vinte) cargos vagos, de Técnico Legis­lativo Adjunto em cargos de Taquígrafo Le­gislativo Adjunto para provimento medianteconcurso público.

Art. 2' Em conseqüência do disposto noartigo anterior, fica alterada a lotação numé­rica das classes das categorias funcionais atin­gidas.

Art. 3" Esta Resolução entra em vigorna data de sua publicação.

Art. 4" Revogam-se as disposições emcontrário.

Justificação

O objetivo do' presente projeto de resolu­ção é possibilitar o recrutamento de recursoshumarlos}écnicos, através de concurso públi­co, possioilitando ao Departamento de Ta­quigrafia, Revisão e Redação prestar a devi­da assistência aos trabalhos das ComissõesTécnicas, napróxima sessão legislativa.

Câmara dos Deputados, em 21 de fevereirode 1990. - Deputado Paes de Andrade, Pre­sidente - Deputado Luiz Henrique, I" Secre­tário, Relator.

Parecer da Mesa

A Mesa, na re~nião de hoje, presentes osSenhores Deputados: Paes de Andrade, Pre­sidente; Inocêncio Oliveira, I" Vice-Presi­dente, Wilson Campos, 2" Vice-Presidente,Luiz Henrique, l' Secretário (relator); EdmeTavares, 2' Secretário, Carlos Cotta, 3" Secre­tário e Ruberval pilotto, 4' Secretário, apro­vou o parecer favorável do relator ao Projetode Resolução que "transforma cargos vagosde Técnico Legislativo.Adjunto em cargosde Taquígrafo Legislatwo Adjunto para pro­vimento mediante conc,-\rso público".

Sala das Reuniões, 21 de fevereiro de 1990.-:- Deputado Paes de Andrade, Presidi:nte.

Erráta

República-se em virtude da anexação doProjeto de Lei n' 4.432, de 1989.

PROJETO DE LEIN' 1.091, DE 1988

(Do Sr. José Genoíno)

Dispõe sobre a emissão de programade televisão destinado à divulgação dostrabalhos dos três Poderes da RepúblicaFederativa do Brasil.

(Às Comissões de Constituição e Justi­ça, de Comunicação e Informática e àMesa.)

O Congresso Nacional decreta:Art. l' As emissoras de televisão cederão

diariamente, entre dezenove e vinte e duashoras. um horário de seis minutos distribuí­dos igualmente entre os Poderes Executivo,Legislativo e Judiciário, para apresentaçãode programainformativo dos seus trabalhos.

§ 1" O horário diário de televisão seráutilizado de segunda a sexta, facultado aosPoderes a cessão de tempo, quando se tratarde matéria de relevante interesse público,que exija uma participação mais direta deum ou de outro Poder.

§ 2' Caberá às Mesas da Câmara ,e doSenado decidir como serão gerados e p!odu­zidos os programas estabelecidos neste arti­go, como referência ao tempo utilizado peloPoder Legislativo, à chefia do Gabinete Civilem se tratando do Poder Executivo e à .Presi­dência do Supremo Tribunal Federal os rela­tivos ao Poder Judiciário.

§ 3' As entidades discriminadas no pará­grafo anterior poderão requisitar, .separadaou conjuntamente, das concessionárias de rá­dio e televisão, horário de no máximo sessen­ta minutos para a divulgação de fato relevantede interesse do Poder ou Poderes que repre­sentam.

Art. 2' Desde que haja prévia e expressaconcordância entre os três Poderes. em cadaparte do horário poderá ser adotado critériode distribuição diferente do definido no art.l' desta lei, permitindo-se, inclusive, a acu­mulação de tempo.

Art. 3' Esta lei entra em vigor na datade sua publicação e revogalP-se as disposiçõesem contrário.

Justificação

Este projeto de lei tem por objetivo contri­buir para a democratização dos meios de co­municação em nosso País, estendeNdo à tele­visão o espaço político existente hoje nasemissoras de rádio e permitindo aos ci~adãos

° acompanhamento dos trabalhos dos Pode­res da República. A inovação proposta, comrelação ao rádio, é a contemplação do PoderJudiciário.

Trata-se de uma adequação desse impor­tante e massivo veículo de comunicação socialà moderna sociedade que a nova Constituiçãovisa a construir. .

Neste sentido, o projeto em questão se re­veste da mais alta significação política, sem

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250 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

discriminar ou privilegiar qualquer dos Pode­res, contribuindo para uma efetiva partici­pação popular. Portanto, acreditamos na sen­sibilidade de nossos parlamentares na suaacolhida.

Sala das Sessões, 19 de outubro de 1988.- José Genoíno, Vice-Líder do PT - Ro­berto Freire, Líder do PCB.

PROJETO DE LEIN' 4.432, DE 1989

(Do Sr. José Tavares)

Cria o Programa Diário do CongressoNacional para divulgação dos trabalhosdo Poder Legislativo na televisão e deter­mina outras providências.

(Apense-se ao Projeto de Lei n' 1.091,de 1988.).

O Congresso Nacional decreta:Art. l' É criado o Programa Diário do

Congresso Nacional televisionado para divul­gação dos trabalhos do Poder Legislativo.

Art. 2' As emissoras de televisão reser­varão, gratuitamente, de segunda a sexta-fei­ra, entre dezenove e vinte horas, dez minutospara a trasmissão dos programas de divulga­ção dos trabalhos legislativos, em cadeia na­cional.

Parágrafo único. A programação, bemcomo sua geração e produção, ficarão ir cargoe sob a responsabilidade das Mesas da Câma­ra dos Deputados edo Senado Federal.

Art. 3' Resolução do Congresso Nacio­nal disporá sobre a execução desta lei.

Art. 4' Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 5' Revogam-se as disposições emcontrário.

Justificação

Os estudiosos sustentam que a força e oprestígio do Poder Legislativo variam na me­dida em que são divulgados os seus trabalhos.De nossa parte, acreditamos que essa divul­gação há de ser sempre útil e oportuna.

Nas sociedades modernas, a comunicaçãodas atividades dos Poderes Legislativo, Exe­cutivo e Judiciário constitui direito de cida­dão e um dever do Estado. Ela estabeleceuma ponte de aproximação entre dirigentese dirigidos e, assim, retira os governados daangústia provocada pela desinformação.

O projeto propõe a criação de um horáriode segunda a sexta-feira, de dez minutos, pa­ora divulgação dos fatos mais importantes rela­cionados com as nossas atividades, à seme­lhança do que se fez durante a Constituinte,com grande proveito para a Nação.

Os nossos meios de comunicação prestamrelevantes serviços ao Legislativo brasileiro,mas existem muitos assuntos que não são con­venientemente focalizados nem pela mídiaeletrônica nem pela mídia impressa. Na ver­dade, são do interesse de segmentos especia­lizados ou não da comunidade e-estão relacio­nados com a parte mais produtiva do Con­gresso Nacional.

Acrescente-se que, no momento e por faltade informação, o Congresso tem sido alvo'de críticas injustas, que o apontam como res­ponsável por tudo quanto de negativo ocorreno País.

Sala das Sessões, 6 de dezembro de 1989.- Deputado José Tavares.

Errata

Republica-se por ter saído com incorreçõesno DCN de 26-9-89, página 10293, 3' coluna.

Na ementa, onde se lê:

PROJETO DE LEIN' 3.651, DE 1989

(Do Poder Executivo)

MENSAGEM N' 522/89

Leia-se: -PROJETO DE LEIN' 3.654, DE 1989

(Do Poder Executivo)

MENSAGEM N' 522/89

O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares) ­Finda a leitura do expediente, passa-se ao

IV - PEQUENO EXPEDIENTETem a palavra o Sr. Adylson Motta.

O SR. ADYLSON MOTTA (PDS - RS)- SI. Presidente, desejo registrar nos Anaisda Casa dois fatos que consternaram não sóa classe política, como a socidade em geral,no Rio Grande do Sul. Refiro-me ao faleci­mento de duas figuras ilustes de meu partido,o PDS; os ex-Deputados Roberto Cardonae Júlio Brunelli.

Roberto Cardona, falecido em janeiro últi­mo, foi Prefeito do Município de Monte­negro, Deputado Estadual por duas legisla­turas, Líder das bancadas da Arena e do PDS;Líder do Governo do Estado na AssembléiaLegislativa e figura de grande destaque nomovimento que culminou com a implantaçãodo terceiro pólo petroquímico do Rio Grandedo Sul.

Júlio Brunelli, falecido ontem, era políticode gande experiência pela militância desdea ditadura Vargas, à qual se opôs. Filiadoà UDN, depois à Arena e ao PDS, foi Depu­tado Estadual por cinco legislaturas, três dasquais como titular. Líder do setor ruralista,destacou-se nas lutas na área de produçãoleiteira. Foi membro da Comissão Executivado PDS; Presidente de cooperativa de produ­ção de leite, fundador e titular da CORLAC,Companhia Rio-Grandense de Laticínios.

Creio fazer este registro de pesar em nomede todos os Deputados gaúchos, independen­temente de partido, porque no Rio Grandedo Sul, ao lado dos acirrados debates políti·cos, sempre houve um consensual respeitopelos homens de bem.

o SR. NILSON GmSON (PMDB - PE.Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presi­dente, Srs. Deputados, temos acompanhadocom o maior interesse a luta dos dedicadose competentes servidores do Departamento

Nacional de Obras Contra as Secas ­DNOCS, no sentido da valorização e fortale-·cimento daquele órgão.

Todos aqueles que já tiveram oportunida­de de conhecer um pouco da realidade nor­destina sabem da imensa importância do tra­balho desenvolvido pelo DNOCS desde a suacriação, perenizando rios, fazendo açuda..gem, irrigação, perfurando poços, atuandoem situações de emergência, enfim, partici­pando diuturnamente das lidas do povo sofri-do e perseverante do Nordeste. -

Não podemos, portanto, nos conformarcom o descaso com que o Governo Federalvem tratando esse órgão, negando-lhe recur·sos, aviltando os salários de seus servidorese impossibilitando o prosseguimento de obrasessenciais para a região.

Há muito se sabe que o problema da secano Nordeste tem solução técnica disponívelno Brasil, O que falta é a determinação eo compromisso políticos para levar a caboum projeto amplo e integrado, com recursosgarantidos e com seriedade na sua execução.

O povo nordestino, especialmente aquelesque habitam as regiões mais áridas e hostis,tem direito a éondições mínimas de trabalhoe sobrevivência, para que possa contribuircom a geração de riquezas, não se tornandoa região celeiro de miseráveis, como hojeocorre.

Queremos exportar alimentos e produtospara o rest,o do País, e não que sejam expulsosnossos conterrâneos de suas casas e terras,impelidos pela fome.

Para que isso ocorra, é necessário que seplaneje e trabalhe preventivamente, frustran­do a famigerada "indústria da seca", que abresuas portas apenas quando a calamidade jáse instalou.

Estamos convictos de que o DNOCS conti­nuará a prestar inestimáveis serviços para aconsecução desses objetivos, mas para tantoé necessário que o novo Governo cumpraas promessas feitas com relação ao Nordestee valorize a atuação desse e de outros órgãosde desenvolvimento regional fundamentaispara a região.

Finalmente, queremos asseverar, maisuma vez, nossa posição de firmes e inarre­dáveis participantes das lutas do povo nordes­tino, que contará sempre com nossa voz enosso total apoio.

o SR. OSVALDO BENDER (PDS - RS.Sem revisão do orador.) - SI. Presidente,Sr" e Srs. Deputados, no Rio Grande do Sulestá próxima a colheita de mais uma safrade soja - e não apenas no Rio Grande 40Sul, mas também no Paraná, em Santa Cata­rina e no Centro-Oeste do País, onde se plan­ta muito este cereal.

Constatei uma grande preocupação porparte dos produtores, que na safra passadativeram grande prejuízo, e dizem até que aderam praticamente de presente, pois o preçoera muito ruim, principalmente por causa dadefasagem do cruzado em relação ao dólar.

SI. Presidente, Srs. Deputados, desde en­tão essa situação não melhorou, pois a taxa

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 251

cambial para a exportação continua comgrande defasagem. Há dois anos, o produtorde soja conseguia, com a venda de mil sacasde soja, comprar um trator novo. Hoje, eleprecisa vender cinco mil sacas do produtopara poder comprar o mesmo trator. Há doisanos, com uma saca de soja ele compravaduas sacas e meia de adubo. A situação, hoje,é inversa: ele pJ;ecisa de duas sacas e meiade sC!ja para comprar. uma de adubo. Nãoé possível que mais uma VeZ o produtor rural- o de sOja, priJ:lcipalmente - seja o grandeprejudicado.

E preciso que as autoridades responsáveisolhem para esse setor e promovam uma alte­ração cambial. Não sei seo atual Governoainda fará iss~, mas quero, pelo menos, diri­gir apelo aos novos mandatários, que irãoassumir o governo em poucos dias, para quevenham ao encontro desse setor tão impor­tante; o da soja, e principalmente ao encontrodos produtores, que não podem vender o pro­duto a um preço aquém da realidade e quesequer paga os custos do plantio ou lhes dá.algum retorno para que tenham capital degiro" Nesse sentido, formulamos apelo às au­toridades para que promovam uma alteraçãocambial de, no mínimo, 30%.

Também não é admissível que entre o dólaroficial e o paralelo exista uma d.iferença acimade 100%. Nas vizinhas repúblicas do Paraguaie do Uruguai, o preço da soja é mais doque o dobro daquele praticado no Brasil, jus­tamente em virtude dessa taxa cambial, o quefavorece a exportação. Da forma como está,vai-se repetir o contrabando que ocorreu noano passado. Não é possível que o produtor,neste ano, mais uma vez venda sua soja porpreço irrisório, muito aquém daquilo de queele necessita.

O SR.' IVO VANDERLINDE (PMDB ­SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Sr,5 e Srs. Deputados, com muita ale­gria e honra retorno a esta Casa, após ficaronze meses dela afastado. Ocupei, durantenove meses e meio, o honroso cargo de Secre­tário de Agricultura do meu Estado. Foi umperíodo de experiência rica e gratificante, vi­vido intensamente, juntamente com os nos­sos agricultores e técnicos, durante o qualpude sentir mais de perto, no contato diretocom eles, as dificuldades e os desafios quecontinua enfrentando a nossa agricultura.

Volto a esta Casa retemperado, motivadopelo estímulo e apoio que recebi de nossosagricultores, mas também profundamentepreocupado, porque jamais o agricultor bra­sileiro enfrentou desafios tão grandes. Os ins­trumentos de apoio e estímulo à agriculturahá até bem pouco tempo existentes cessaram.O crédito rural é hoje quase que inexistente,não está presente para qualquer financiamen­to e é proibitivo para o custeio, diante doscustos financeiros cobrados. A própria polí­tica de preços mínimos, hoje atendendo deforma muito seletiva, não vem mais cumprin­do adequadamente o seu papel. O Governofederal, único comprador do trigo, não pagaao produtor no momento adequado, dificul­tando ainda mais sua atividade.

Portanto, é preciso discutir, nesta Casa,com muita profundidade, a questão da agri­cultura em nosso País. O agricultor brasileiroestá perdendo a capacidade de continuar pro­duzindo. Seu poder de troca cai assustadora­mente, avilta-se a cada dia que passa. Se,nos últimos vinte anos, o agricultor brasileiroperdeu dez vezes o poder de troca do queproduz pelo que precisa comprar, neste últi­mo ano - só num ano ---, perdeu mais de50%.

É necessário. então, que a Lei Agrícola,que já passou por esta Casa e hoje está noSenàdo Federal, seja aprovada com urgência,e seus mecanismos e instrumentos, colocadosem prática. É preciso também que o Governoque está prestes a assumir o comando do Paístenha uma posição muito clara em relaçãoà política agrícola. Vamos salvar a nossa agri­cultura. O País não pode'matar a sua galinhados ovos de ouro.

Sr. Presidente, este é o primeiro registroque faço após retomar, cOm muita alegria,muita satisfação, a esta Casa, onde durantesete anos. juntamente com outros colegas,empunhei e defendi a bandeira dos nossosagricultores e da nossa agricultura.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares) ­A Mesa aproveita a oportunidade para regis­trar o regozijo de V. Ex' pehretorno à Casa.

Este, que hoje está na Presidência, podetestemunhar sua competência, sua inteligên­cia, seu espírito público, sempre demonstra­dos nas Comissões do Trabalho e da Saúde,Previdência e Assistência Social, onde traba­lhamos juntos, bem como no plenário.

Portanto, é com grande satisfação que estaCasa recebe V. Ex" certa de que continuarácontando com sua valiosa contribuição.

DISCURSO DO SR. JOSÉ COSTAQUE, ENTREGUE À REVISÃO DOORADOR, SERÁ POSTERIORMEN­TE PUBLICADO.

O SR. PAULO RAMOS (PDT - RJ. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr,5e Srs. Deputados, diante de tantos aconteci­mentos gravíssimos verificados em nossoPaís, volto mais uma vez a esta tribuna paratratar de um assunto específico no Rio deJaneiro: a segurança pública.

No último final de semana, a estatísticapolicial registrou o aparecimento de setentacadáveres no Estado. Enquanto a populaçãovive na mais completa insegurança, enquantoas redes de hotéis e as empresas de turismoregistram queda acentuada no turismo do Riode Janeiro, o Governador do Estado faz cam­panha publicitária em que tenta impingir àpopulação a idéia de que o Governo tem assu­mido suas responsabilidades em relação à se­gurança pública.

Não sei a quem o Governador MoreiraFranco pretende enganar. Talvez. insen~ível

como é, entenda que uma .política vitoriosaconsiste em levar o pânico às comunidadescarentes, com operações policiais de grandevulto. Talvez entenda S. Ex' que o sucesso

da política de segurança pública seja a morte,em um ano, em ato de serviço ou em decor­rência do serviço, de aproximadamente cempoliciais militares. Talvez o Sr. Moreira Fran.co entenda que o sucesso da sua política desegurança pública seja colocar no desesperoos policiais militares, os bombeiros militarese os policiais civis, todos com vencimentosaviltados. Talvez entenda ainda o Sr. MoreiraFranco que, na sua boa política de segurançapública, os vencimentos dos profissionais dasegurança pública devam ser aviltados, comíndices nunca antes verificados. Talvez enten­da S. Ex' que segurança pública consiste emnão cumprir a Constituição, tanto a Federalcomo a Estadual. no concernente aos direitosque foram conquistados pelos profissionaisda segurança pública. Talvez entenda aindao Sr. Moreira Franco que boa política de se­gurança pública consiste em preservar na di­reção da Polícia Civil um homem' incompe­tente e arbitrário, como é o Dr. H~lioSabqia,que, além de não ter qualquer proposta paradar à Polícia Civil a sua verdadeira dimensão.ainda reprime os policiais civ:is que, ousamdenunciar e reivindicar melhores condiçõesde vida e de trabalho. Talvez entenda aindaque significa uma boa providência manter àfrente da Polícia Militar o Cel. Manuel Elísio,cidadão que, além de corrupto -;- e tO,do oRio de Janeiro sabe disso - é' incompetentee arbitrário, tem vinculações com o esqua­drão da morte na Baixada Fluminense, áreaonde a população vive em pânico. o~d~ oscadáveres são desovados.

Mas a população do Rio de Janeiro, junta­mente com os policiais da segurança pública,sabe que o Governo do Estado idealizou evem levando a cabo uma política repressiva,com o uso das corporações policiais comoverdadeiros esquadrões da morte, que levao luto também à família policial.

S. Ex' promove o confronto povo-polícia,reprime internamente os integrantes das cor­porações policiais, não aparelha a Polícianem o Corpo de Bombeiros. Por essas razões,venho à tribuna para concitar a Bancada doRio de Janeiro, os representantes do povocom assento no Congresso Nacional, a dara mais veemente manifestação de repúdio àpolítica de segurança públicil do Sr. MoreiraFranco. O povo do Rio de'Janeiro já deusua resposta - o Governador Moreira Fran­co é hoje rejeitado por ,quase 80% da popu­lação - mas é preciso que seus DeputadosFederais manifestem publicamente seu repú­dio ao descalabro em que se encontra a segu­rança pública no Estado, em homenagem nãosó à sua população, mas, acima de tudo, àmaioria esmagadora dos profissionais de s~­

gurança pública, que desejam ver sua institui­ção acreditada, porque também desejamprestar bons serviços à população.

O SR. ARNALDO MARTINS (PSDB ­RO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Sr" e Srs. Deputados. trago ao Plená­rio dois assuntos que, resumidamente:gosta­ria de deixar registrados nos Anais da Casa.

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252 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

o primeiro deles refere-se ao pagamentodos servidores do Estado de Rondônia. Coma criação do Estado, o Governo Federal fi­cou, como é do conhecimento dos Srs. Depu­tados, com a atribuição de pagar ao funciona­lismo estadual até 1991, e o vem fazendomensalmente. O dinheiro, de fato, chega aRondônia, mas, dado o valor da taxa do over·night, os servidores só vão recebê-lo cercade dez dias depois.

Estamos encaminhando à Mesa da Casatelex a mim enviado pelo Delegado da Dele­gacia de Administração do Ministério da Fa­zenda, no Estado do Acre, em que nos infor­ma dos repasses para o Governo do Estadode Rondônia, e podemos constatar os gran­des atrasos com que a Secretaria da Fazendaefetua esse pagamento.

O segundo assunto, Sr. Presidente, talvezesteja atormentando vários Deputados. Tra­ta-se de uma declaração do Presidente doTSE, o Ministro Francisco Rezek. Disse S.Ex' que estava desejoso de aperfeiçoar o sis­tema eleitoral brasileiro e que, já nas eleiçõesde 3 de outubro, serão admitidos votos emtrânsito, mas somente em Município perten­cente ao Estado em que o eleitor tenha oseu domicílio eleitoral.

Talvez o Ministro venha a argumentar que,nesta época inteiramente informatizada, comcomputadores e outros recursos, teremoscondições de detectar fraudes porventuraexistentes. Mas isso só poderá ocorrer depoisda apuração, quando será possível checar to­dos os eleitores do Estado. Com as distânciasentre os Municípios - cinco, dez quilômetros- é muito fácil fraudar uma eleição, poispode-se votar numa seção eleitoral de umMunicípio e seguir-se votando, descarada­mente, em diversos outros.

Portanto, Sr. Presidente, é necessário queas Lideranças desta Casa se unam para evitarque, após a elaboração de uma Constituiçãoque tenta aperfeiçoar o sistema eleitoral, umaatitude impensada de alguém que não tenhavivido, como todos nós vivemos, os proble­mas eleitorais, possa tornar o processo intei­ramente falho, como poderá acontecer se forpermitido o voto em trânsito no País.

TELEX A QUE SE REFERE OORADOR:

Sr. Deputado Federal Arnaldo MartinsCâmara dos Deputados - DFBrasília - DFTelex n9 1.558, de 8-2-90, informo V. Ex'valores, nOS ordens bancárias e datas repassesnumerários referentes desembolso com pes­soal Estado de Rondônia, no período de ju­lho/89 a janeiro/90 bipt julho/89 ob-846 valor-24.549.402,00 (vinte e quatro milhões, qui­nhentos e quarenta e nove mil, quatrocentose dois cruzados novos) data 31-7-89 ob 707(dif) valor-74.408,85 (setenta e quatro mil,quatrocentos e oito cruzados novos e oitentae cinco centavos) data 9-7-89 agosto/89ob-986 valor - 27.558.474,63 (vinte e setemilhões, quinhentos e cinqüenta e oito mil,quatrocentos e setenta e quatro cruzados no­vos e sessenta e três ceritavos) data 19-9-89,'

agostoJ89 (dif) ob-1003 valor - 2.490.960,37(dois milhões, quatrocentos e noventa mil,novecentos e sessenta cruzados novos e trintae sete centavos) data - 8-8-89 setcmbro/89ob-l045 valor - 37.015.898,00 (trinta e setemilhões, quinze mil, oitocentos e noventa eoito cruzados novos) data 29-9-89 outubro/89ob-1154 valor - 51.516.098,63 (cinqüenta eum milhões, quinhentos e dezesseis mil. no­venta e oito cruzados novos e sessenta e trêscentavos) data 31-10-89 ob-1168 (dif.) valot- 3.963.332,37 (três milhões, novecentos esessenta e três mil, trezentos e trinta e doiscruzados novos e trinta e sete centavos) data8-11-89 novembro/89 ob-1345 valor ­93.225.598,00 (noventa e três milhões, du­zentos e vinte e cinco mil, quinhentos e no­venta e oito cruzados novos) data 6-12-89 de­zembro/89 ob-1360 valor - 62.259.087,00(sessenta e doi\milhóes, duzentos e cinqüen­ta e nove mil, Oitenta e sete cruzados novos)data 11-12-89 ob-1362 (di f.) valor ­69.016.122,00 (sessenta e nove milhões, de­zesseis mil, cento e vinte e dois cruzados no­vos) data 11-12-89 ob-1416 (dif.) valor ­67.500.000,00 (sessenta e sete milhões e qui­nhentos mil cruzados novos) data 17-12-89dezembro/89 ob-14 valor - 231.856.484,00(duzentos e trinta e um milhões, oitocentose cinqüenta e seis mil, quatrocentos e oitentae quatro cruzados novos) data 4-1-90, janei­ro/90 ob-53 valor - 340.524.000,00 (trezen­tos e quarenta milhões, quinhentos e vintee quatro mil cruzados novos) data 2-2-90ob-68 (dif) valor - 96.458.366.00 (noventae seis milhões, quatrocentos e cinqüenta eoito mil, trezentos e sessenta e seis cruzadosnovos) data 2-2-90 ob-69 (restos a pagar) va­Iar - 96.114.629,59 (noventa e seis milhões,cento e quatorze mil, seiscentos e vinte e novecruzados novos e cinqüenta e nove centavos,data 2-2-90.Outrossim, informo que, até presente data,o cronograma para o exercício corrente aindanão foi elaborado pelo órgão central, em Bra­sília (Secretaria de Administração do Minis­tério da Fazenda).SDS Lauro Gedeão - Delegado da DAMF!AC.

A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ_Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi­dente, Sr" e Srs. Deputados, retorno às ativi­dades parlamentares após um ano de intensaluta, onde participei ativamente do momentohistórico mais importante para o Brasil nosúltimos tempos: as eleições presidenciais.

Apesar do candidato do PT e da FrenteBrasil Popular, Luiz Inácio Lula da Silva,não ter alcançado a vitória esperada, pode­mos afirmar, com convicção que muito con­tribuímos - e disso me orgulho - para mu­dar o quadro político do País, contribuiçãoesta que resultou no elevado nível da discus­são político-ideológica que se travou no cam­po eleitoral. Apesar do caráter despolitizadoda campanha adversária, o que de mais posi­tivo pôde ser extraído dessa experiência foio debate político que envolveu toda a socie­dade, que ganhou as ruas. Apenas a campa-

nha pelas eleições diretas em 84 foi capazde tamanha mobilização. E, para isso, voltoa repetir, muito contribuíram a militância eos simpatizantes da candidatura Lula, dandomais qualidade às discussões, elevando o ní­vel de consciência da população.

Particularmente, o Partido dos Trabalha­dores teve papel de destaque nesse enredo.A votação obtida por Lula (aproximadamen­te 38% dos votos, contra 42% obtido pelovencedor) consagrou definitivamente a traje­tória de nosso partido_ O PT se consolidoudefinitivamente como a maior força de oposi­ção hoje no País, credenciando o companhei­ro Lula como uma das maiores liderançaspolítica e popular. Devemos anotar tambémo saldo positivo destas eleições para a esquer­da brasileira e para os movimentos populares,que estiveram unidos através da Frante BrasilPopular e do Movimento Pró-Lula na disputareal pelo poder. Para o PT, neste ano emque completa seu lO' aniversário, coloca-seo desafio maior de ser o condutor do atualprocesso político, credenciado que está pelaconsagração das urnas, representando umaalternativa concreta, na oposição, ao projetodas elites brasileiras.

É, pois, com o sentimento de vitória quefaço a avaliação das eleições de 89, esperandoque, à luz dos nossos erros, possamos colhermelhores resultados em 90.

Sr. Presidente, ao tempo em que faço estasconsiderações, constato que o Congresso Na­cional retoma suas atividades num momentoparticularmente dramático da vida nacional.A ameaça de hiperintlação nunca esteve tãopresente. Os índices projetados para feve­reiro (entre 70 e 80%) indicam novo recordenacional. O agravamento do processo infla­cionário vai minando as possibilidades de semanter a situação econômica sob controle.O Governo Sarney, responsável pelos desti­nos da Nação, não pode continuar de braçoscruzados, nesta apatia que está afundandonossa economia. É sua obrigação usar todosos instrumentos disponíveis para impedir aelevação inflacionária até o último dia de seumandato.

É necessário um entendimento mínimo en­tre o atual Presidente e seu sucessor paraque seja evitado o colapso geral da economia.Mas o que observamos é exatamente o con­trário: o Governo Sarney, praticamente acé­falo, mergulhado na sua própria omissão,acena com pedidos de socorro ao futuro su­perpresidente - entre aspas - que, por suavez, se nega a qualquer colaboração, numgesto tão impatriótico quanto irresponsável.Neste caso, o futuro Presidente aparece comocúmplice do caos econômico do País, umavez que aposta na tese do "quanto pior, me­lhor", pois, assumindo um governo em crise,qualquer medida que apresente, que melhoreesta situação, o tornará o mais novo "salva­

.dor da pátria". Sua própria equipe acreditaque, quanto pior ~ crise no dia da posse,maior será a receptividade popular às medi­das (amargas, diga-se logo) que o Presidenteadotará.

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Sr. Presidente, na verdade o futuro gover­nante, ao invés de contribuir para acabar coma crise brasileira, tem contribuído para desor­ganizar ainda mais a vida nacional, jogandona incerteza a maioria do povo quanto aosdestinos da nossa economia. Seu discurso ca­racteriza-se pela mesma indefinição .políticaque foi sua marca registraua na campanhaeleitoral. Haja vista as entrevistas concedi­das, em que seus pronunciamentos estão re­cheados de chavões eleitoreiros, de evasivase jogos de palavras para confundir e ludibriara opinião pública. Um exemplo é o ataqueàs elites - entre aspas - brasileiras. Comopode um autêntico representante dessa elitecriticar seus próprios companheiros? Real­mente, tudo isso não passa de jogo de pala­vras, de críticás mornas dirigidas a quem, co­mo ele, até hoje só soube beneficiar-se dassucessivas crises por que passa o País. Tantoisto é verdade que ontem mesmo o futuroPresidente anunciou para compor seu Minis­tério - o Ministério da Infra-estrutura ­um homem ligado a estas mesmas elites, oempresário Ozires Silva. É a própria elite,tão falsamente combatida por Collor, no po­der. Os fatos e ações do futuro governo seencarregarão de comprovar nossas afirma­ções.

Sr. Presidente, durante a campanha eleito­ral Collor se comportou como um mágico,seduzindo sua platéia pela expectativa de, derepente, retirar da cartola um coelho. Nestafase pré-posse, continua a encarnar a figurado mágico, do ilusionista, que. trabalhandoem segredo (escondendo seus planos para ogoverno), estará pronto a resolver, após 15de março, todos os problemas nacionais, atémesmo com golpes de caratê, se' for neces­sário.

É notório que a aplicação do programa degoverno do Presidente eleito irá exigir novossacrifícios para a classe trabalhadora em ge­ral. Para contornar a impopularidade dessasmedidas torna-se necessário confundir a opi­nião pública através de falsas promessas, depropostas e idéias vagas, para criar a impres­são de que haverá mudanças, de que o povobrasileiro pode esperar com tranqüilidadequalquer coisa do governo, que ele tudo vairesolver. Manter esta expectativa e a espe­rança generalizada é o objetivo da equipe"collorida". O fundamental é alimentar a ex­pectativa do povo brasileiro para que, após15 de março, o mágico - entre aspas - Co­llor chegue com seus truques de salvação na­cional e resolva tudo, sem ter, é claro, desubmeter-se ao exame de opinião pública.

De nossa parte estamos dispostos ao enten­dimento desde que a adoção de medidas go­vernamentais beneficie de forma inequívocaos trabalhadores de modo geral. Mas é bomressaltar que não temos disposição para ado­tar a política do cheque em branco, tão emmoda nos partidos políticos que já se dispõeme apoiar incondicionalmente o futuro gover­no. Assumimos abertamente a oposição aoGoverno Collor por várias razões, que vãoda moral à ideologia. Nossa disposição está,isto sim, em fiscalizar suas ações e orll;anizar

a população contra as medidas impopularesque ele certamente adotará e que irão sacri­ficar mais uma vez a classe trabalhadora. Éesta a função de um partido político verdadei­ramente comprometido com as lutas popu­lares: compromisso com o povo e não comos poderosos.

Era o que tinha a dizer.

O SR. IBERÊ FERREIRA (PFL - RN.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente.aproveito esta oportunidade para registrarevento que está ocorrendo em Brasília, o qualconsidero da maior importância para a nossaeconomia. Trata-se do I Fórum de Turismo,promovido pelo Correio Braziliense e pelaAssociação Brasileira de Executivos de Mar­keting e Turismo - Abemtur. com o apoiodo Detur.

O objetivo deste Fórum, Sr. Presidente,é debater os problemas do setor e. ao final.elaborarem seus participantes um documentopara levarem ao novo presidente da Repú­blica os planos desse setor.

Fazemos este registro por considerarmoslouvável o gesto do Correio Braziliense e daAssociação Brasileira de Executivos de Mar­keting e Turismo que, em vez de aguardarempassivamente os planos do nosso Governo,se adiantam discutindo os seus projetos e le­vando sua contribuição ao futuro presidenteda República.

Sabemos, Sr. Presidente, que o turismo é,hoje, um dos maiores negócios. Segundo pes­quisa mundial, o turismo movimenta anual­mente, \lO mundo, soma superior a dois tri­lhões de dólares, o que faria dele, se se tra­tasse de um país. o quarto produto internodo mundo.

Sr. Presidente. fazemos também este regis­tro sobretudo porque o Brasil é um p~ís po­tencialmente rico e inexplorado no que dizrespeito ao turismo. Tenho certeza de quese for feito um bom trabalho nessa área. noNorte, Nordeste e em outras regiões, podere­mos, com o bom desempenho desse setor,melhorar nossas condições de vida e diminuira miséria que assola a nossa região.

O SR. SÉRGIO SPADA (PMDB - PRoPronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, em dezembro último,já estávamos em recesso parlamentar quandotranscorria o segundo aniversário do levanteárabe nos territórios ocupados por Israel des­de a Guerra dos Seis Dias, em 1967. A exem­plo do movimento de resistência dos france­ses à dominação nazista, a luta dos palestinostambém assume feições de guerrilha urbana,acossando permanentemente as forças inva­soras de Israel dotadas de poderoso e mo­derno equipamento bélico. Desse confrontodesigual tem resultado a imolação de precio­sas vidas, principalmente entre a juventudeárabe.

Mais conhecida por "intifada", a revoluçãolibertária da mocidade palestina tem repercu­tido entre os povos democráticos e amantesda paz de todo o mundo.

Com a reabertura dos trabalhos desta Ca­sa, encontro a oportunidade de manifestar

minha solidariedade à causa sustentada he­roicamente pelos palestinos no resgate de suamilenar pátria.

Além de produzir progressivos desgastesentre as tropas de ocupação, a "intifada" fezampliar os canais diplomáticos para o líderYasser Arafat junto às grandes potências,apesar do veto norte-americano à presençadeste na Assembléia Geral da ONU em NovaIorque. Hoje, o governo de Washington sen­te-se constrangido, perante o concerto. dasnações democráticas, em continuar apoiandoas ações belicistas de Israel.

Sou, Sr. Presidente e Srs. Deputados, dosque ainda acreditam ser possível a celebraçãode uma paz duradoura naqueles coni1agradosterritórios do Oriente Próximo, a partir doconvencimento das partes envolvidas quantoà inutilidade de uma guerra tão devastadoraprosseguir indefinidamente. Os dirigentes deIsrael, um estado criado sob o patrocínio daOrganização das Nações Unidas, em 1947,com o voto do Brasil através de decisiva atua­ção de Oswaldo Aranha, que precisam enten­der que a pátria restaurada pela ONU tinhapor precípuo fim reparar uma alegada injus­tiça sofrida ao longo dos tempos pelo povojudeu, mas nunca para estimular uma guerracom todas suas cruéis seqüelas. Estão aindabem vivas na lembra)1ça de todos as imagensestarrecedoras das chacinas perpetradas pe­las forças israelenses nas aldeias de Deir Yas­sim, Chatila e Sabra, vitimando velhos, mu­lheres e crianças.

O mundo civilizadô - e aqui desejo refe­rir-me aos países regidos pelo Estado de Di­reito - precisa envidar supremos esforçospara estabelecer o convívio harmônico entreos dois estados, o de Israel e o da Palestina,este último já reconhecido por mais de cemgovernos.

A Nação brasileira, tradicionalmente voca­cionada para as soluções pacíficas dos confli­tos entre países, irmana-se aos sentimentosvoltados para o restabelecimento da paz noOriente. Conosco vive uma densa e operosacomunidade árabe. arraigada aos nossos cos­tumes e destinos, também a sofrer pela flage­lação de seus irmãos na terra de seus ances­trais.

Faço apelo ao atual governo e também aoque a 15 de março próximo se instalará, paraque reconheçam o status de embaixada aoEscritório da OLP em Brasília e, ao mesmotempo, a legitimidade do novo Estado Pales­tino.

Outro assunto, Sr. Presidente: gostaria defazer um apelo à Mesa desta Casa e às lide­ranças partidárias de modo geral, para queapreciem o mais breve possível a Medida Pro­visória n° 130, baixada pelo presidente da Re­pública, no último dia 13. Tal medida visaa regulamentar a distribuição dos royalties,prevista na Lei n" 7.999, aprovada ainda nofinal do ano passado. Os municípios e estadosque têm assegurado o direito ao recebimentode royalties dependem apenas da aprovaçãodessa medida provisória, para que esse bene­fício chegue a eles.

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o SR. PRESIDENTE (Edme Tavares) ­A Mesa levará em consideração o pedido eo apelo de V. Ex' em defesa de matéria detamanha importância.

o SR. ADROALDO STRECK (PSDB ­RS) - Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,em primeiro lugar, gostaria de fazer um regis­tro, acompanhando meu nobre coestaduano,Deputado Adylson Motta, a propósito do fa­lecimento de um dos mais extraordinários ho­mens públicos do meu estado, o ex-DeputadoJúlio Brunelli. Embora nunca tenhamos esta­do juntos na política, sempre tive profundaadmiração pelos atos corretos que orientarama sua vida pública,

Por isso, registro desta tribuna o sentimen­to de pesar do povo do meu estado pela perdade um homem de tanta importância comofoi Júlio Brunelli.

Em segundo lugar, estamos vivendo ummomento que não compOlta análise profundasobre o Governo que começa a se instalar.Uma coisa é absolutamente certa: sem umados" de credibilidade, o futuro Governo nãoterá sucesso algum. Nesse sentido, entendoque algumas decisões do futuro Governo de­vam ser adotadas a partir de agora para queo mercado brasileiro possa tranqüilizar-se umpouco.

Dou-lhes exemplo do que ocorreu há trêsou quatro dias. No final da semana passada,a assessora econômica do 5r. Fernando Co­llor, Sr' Zélia Cardoso de Mello, declarou,no Rio de Janeiro, que tem dinheiro aplicadono over. Somente esse depoimento da Sr" Zé­lia Cardoso de Mello já foi suficiente parasegurar o dólar no câmbio negro, que, delá para cá, pouco subiu.

Seria importante para o País e para todosnós que o futuro Governo, a instalar-se apartir do dia 15 de março, começasse hojea traçar algumas linhas-mestras a respeito doque fará, dizendo, por exemplo, que unilate­ralmente acabar com a ciranda financeira doPaís, através de decreto ou de medida provi­sória, é absolutamente impossível. Está fal­tando esclarecimento da opinião pública bra­sileira sobre uma adequada pOlítica econô­mica para o País. Está faltando coragem paradizer que levamos anos e anos para chegar­mos às condições de dificuldades em que nosencontramos, e que, também, um outro tem­po levaremos até o momento de equalizarmosas finanças do País.

É preciso que todos tenhamos consciênciade que a melhoria do perfil da economia doPaís não vai acontecer por meio de medidasprovisóiias, ou de um ato unilateral do futuropresidente. Tudo é um processo que, dentrodo regime de mercado que o futuro Governoquer fortalecer, exige tempo. E isso não sefaz, como alguns estão pensando, do dia 15para o dia 16 de março.

Finalmente, 5r. Presidente, registro que,quanto mais o Governo que se vai instalardisser o que pretende fazer, tanto melhor pa­ra ele próprio. Isso fará com que o merçado,que já esteve muito nervoso, volte à tranqüi-

lidade e a acreditar em investimentos na ativi­dade produtiva.

O SR. SALATIEL CARVALHO (PFL­PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Sr'" e Srs. Deputados, voltamos à tri­buna para falar sobre tema exaustivamenteexplorado ao longo do ano que passou. Aoiniciarmos os trabalhos desta nova sessão le­gislativa, reprisamos o tema ligado à questãoenergética em nosso País, mais especifica­mente ao Nordeste brasileiro.

Queremos trazer ao conhecimento da Casae também da sociedade brasileira o encontroque tivemos com lideranças sindicais do setoreletricitário do Nordeste e com representan­tes dos sindicatos dos urbanitários, que con­gregam grande parte dos funcionários daCompanhia Hidrelétrica do São Francisco ­Chesf. No último qia 5, foi-nos apresentadoo quadro dramático por que passa essa com­panhia geradora de energia elétrica para oNordeste brasileiro.

Na verdade, Sr. Presidente. chamou-nosa atenção a situação de extrema gravidadeem que vive aquela companhia, outroraexemplo de estatal bem-sucedida, a qual dis­põe de um quadro técnico do mais alto nível,reconhecido não só no Brasil, mas no mundointeiro. As lideranças dos trabalhad6res daChesf expuseram um quadro dos mais alar­mantes: A empresa está não apenas com oseu futuro comprometido, mas inteiramentefalida. sem condições sequer de sobreviverno seu dia-a-dia, sem condições sequer derealizar o trabalho de manutenção que exigea operação de um sistema de transmissão deenergia elétrica, com linhas quilométricas,para levar energia aos grandes centros consu­midores daquela região. A situação da Chesf,colocada de forma clara e objetiva pelos seusempregados, revela também um quadro detotal inadimplência, ou seja, ela está sem con­dições de cumprir com suas obrigações depagar a folha dos seus funcionários. O movi­mento grevista decorreu do fato de os empre­gados estarem com () recebimento dos seusvencimentos atrasados e também aproveita­ram para denunciar que a empresa estavasem as mínimas condições de mahter o siste­ma.

Ora, Sr. Presidente, V. Ex" digno repre­sentante do Estado da Paraíba, um Estadoque também se insere na Região Nordeste,há de convir em que aqui, ao longo do anopassado, muitas e muitas vozes se levantaramem defesa de recursos para investimentos nosetor energético, apresentando razões sensa­tas, para que o Governo Federal se sensibi­lizasse com a situação. Há necessidade dedestinação de recursos para realização deobras no setor energético, especiàlmente naUsina Hidrelétrica de Xingó. Hoje, consta­tamos que a empresa responsável pela cons­trução de Xingó não tem condições sequerde arcar com a responsabilidade da folha depagamento dos seus servidores.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, queremosalertar os integrantes ·da bancada nordestina

para a situação de extrema gravidade quehoje se abate sobre o setor energético .doNordeste, especialmente o estado lamentávelem que se encontra a Companhia Hidroe­létrica do São Francisco. Chesf. Se a Chesfjá não tem, hoje, dinheiro sequer para cobrira sua folha de pagamento, imaginem paratocar as obras da mais alta importância, quedizem respeito a investimentos compulsórios.

O ~Tordeste já sofreu, no àno de 87, osrigores de um racionamento que nos deixoupesados prejuízos, penalizando ainda maisuma região que já sofre, histórica e tradicio­nalms:nte, a discriminação, pelo fato de sero Nordeste brasileiro. E não podemos de for­ma alguma, Sr. Presidente, admitir, como re­presentante do Estado de Pernambuco e doNordeste, que à região continue destinadofuturo sombrio, incerto, pela totâl falta deação e de providências para que sejam sana­dos os problemas do setor energético.

Queremos, aqui, reiterar o apelo feito pelabancada nordestina e dizer, ao finalizar nos­sas palavras, que voltaremos a esta tribunainumeras vezes para alertar as autoridadespolíticas da região, os nossos Governadores,o novo Governo que se está instalando, por­que hoje, Sr. Presidente, a iminência. do co­lapso energético já ê uma realidade vividapelo Nordeste brasileiro. De forma que esta­remos usando esta tribuna como trincheira,e não cessaremos de fazer isto enquanto nãovirmos viabilizados os recursos que possameliminar esta perspectiva por demais sombriaque hoje se abate sobre a região Nordestebrasileira.

A SRAo DEPUTADA DIRCE TUTU QUA­DROS (PSDB - SP. Sem revisão da oradora)- Exm' Sr. Presidente, Sr"' e Srs. Deputados,em primeiro lugai', quero lembrar a V. Ex'e aos nobres colegas que sou fundadora doPSDB e continuo filiada a este partido commuito prazer e honra. Quando me dirigia aoPlenário, vindo do meu gabinete, quatro pes­soas me perguntaram se havia deixado o par­tido. Gostada de fazê-lo: Pode ate ser queum dia faça isto. No entanto, neste momento,não há esta intenção. Tenhopelos riJ.;us com~panheiros de partidq o maior respeito, apesarde haver divergido deles alguma~ vezes, oque é uma prática democrática. Se alguémfez planos para a minha pessoa, irá decepcio­nar-se, porque os meus planos políticos façoeu mesma. Continuo "tucana", como semprefui.

Em segundo lugar, quero também dar co­mo lido um artigo do Prof. Paulo Prata, mé­dico humanitarista e benemérito, Presidentedo Conselho da Administração da FundaçãoPio XII de Barretos, no meu Estado, SãoPaulo. O Prof. Prata é responsável por umdos mais sérios e renomados hospitais decombate ao câncer, no interior de São Paulo.Trata-se de publicação de um Diádo, em suaedição de 15 de fevereiro, intitulado "A CriseMédico-Hospitalar", que realmente assola onOSI>O País. Neste artigo, descreve COm firme­za e objí;tividade vários ângulos do grave mo­mento vivido por este imprescindível sêtor.

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Em um governo marcado pela corrupção,responsável pelo derrame de milhões de dóla­res em fantasias como a Ferrovia Norte-Sul,pela detonação de escândalos nos mais varia­dos campos, pelo nepotismo e o favorecimen­to abusivo, foram poucos - se existem ­os hospitais construídos nos últimos 5 anos.As verbas destinadas à saúde foram decres­cendo, com o aumento da mortalidade infan­til e a redução no nível de vida do nossopovo. A saúde, no Brasil, infelizmente, estáabandonada. ,

Peço' a transcrição nos Anais da Câmarados Deputados do oportuno e con:wetenteartigo do Prof. Paulo Prata, fazendo votosde que sirva de alerta, de chamamento e deluz para o novo governo, a quem cabe a árduatarefa de prestigiar, ajudar e respeitar a saúdepública.

ARTIGO A QUE SE REFERE AORADORA:

A CRISE MÉDICO-HOSPITALAR

Ultimamente, avolumam-se, pela t~levisão

e imprensa, denúncias contra médicos e hos­pitais. O número é de tal ordem que impõemuma reflexão.

De modo geral podemos afirmar que exis­tem somente duas maneiras de assistênciamédica: ou a utilizada nos Estados' Unidosou a da Inglaterra e países ~ocialistas-comu­nistas. Em outras palavras ou livre iniciativaou estatal. Na década de 60, inúmeros médiocos, em todo País, tentaram implantar segu·ros-saúde procurando, na maioria, modelosinspirados no sistema americaRo.

ElaboraII1,Os e participamos de um dessesplanos, na qualidade de Diretor-Supêrinten­dente da Sociedade Médico-Cirúrgica Barre­tos'S/A. Determinou-se, nos estatutos da SA, que qualquer dúvida ética fosse obrigato­riamente encaminhada ao CREMESP.

Com o plano aprovado pelos acionistas,em Assembléia Geral Extraordinária, reali­'zada em 15 de abril de 1963, a Diretoria enca­minhou a Ata ao referido Conselho. Q CRE­MESP respondeu com o Parecer nO i50 ­13/63 aprovado na 237' sessão, realizada em5 de junho de 1963. Este parecer foi exaradopelo Prof. Jairo Ramos. Lamenta-se que ou­tros não tivessem a visão, o entendimento,enfim, a pré-cognição do ilustre Mestre quetanto dignificou a Medicina pauli,sta e rele­vantes serviços prestou à sua classe. Se istotivesse ocorrido, a implantação oficial do se­guro-saúde, antes da unificiação da Previdên­cia, teria alterado substancialmente a assis­tência médica no País.

Lançado em Barretos e região, o plano pro­vocou acesa polêmica que se desdobrou atéo CREMESP. O resultado é que, em outubrodo mesmo ano, o Hospital recebeu contrapa­recer, através do ofício PP-C 622/63, revo­gando o anterior.

Procuramos o Prof. José Frederico Mar­ques que em substancial análise contestou oCREMESP e da qual transcrevemos o seguin­te trecho;

"Atualmente, a Medicina não pode ficarpresa a métodos já superados, em face deexigências de ordem técnica e financeira que,quando atendidas, tornam o seu exercíciobem mais efiêiente e completo". Faz vá~as

citações e assinala: "Como se vê, o planoaprovado na Sociedade Médica de Barretosestá dentro do que exige a evolução da Medi­cina na era atual".

Baseado neste parecer, o Hospital propôsação declaratória contra a decisão do CRE­MESP. Em 10 de junho de 1966 obtinha deci­são favorável através de magistral sentençado Juiz da l' Vara da Fazenda Nacional, Dr.João Lenzi Fonseca: "Compreende-se'a ati­tude dos médicos integrantes do Conselhono discordar dos planos da autora: encarre­gados por lei de velar por todos os meiosa seu alcance para o perfeito desemp,enhoético da Medicina e pelo prestígio e bom con­ceito da profissão e dos que a exercem legal­mente (Lei n' 3.268, de 30 de setembro de1957, artigo 2') devem ser rigorosos no de­sempenho de sua missão. Por outro lado éforçoso reconhecer que o desenvolvimentoda Medicina, de um ritmo inaudito nos últi­mos anos, é capaz de causar certas perplexi­dades, no aplicado da Lei. Assim o Códigode Ética, do ano de 1953, foi elaborado quan­do seus autores tinham as vistas voltadas paraum panorama da atividade médica que come­çava a se ocultar na penumbra, provocadapor um novo mundo, que é ~a Medicina mo­derna. O custo de certos tratamentos, o equi­pamento necessário aos hospitais, tudo istocria problemas novos, não só de relação dosdoentes com os médicos, mas destes com asorganizações hospitalares". E, conclui ..."Em face do exposto, julgo procedente aação para declarar que os planos da autora,como vêm descritos no "Certificado Médi­co", de fls. 47, não infringem quaisquer re­gras do Código de Ética Médica, e para tornarsem efeito o parecer noticiado pelo ofício pp-.C 622/63, PC.150.13/63, de 16 de outubrode 1963, fotocopiado à fi. 15."

O Tribunal Federal de Recursos mantevea sentença, reconhecendo tratar-se de umaforma, embora rudimentar, de seguro-saúde.

No Governo Castello Branco temos os De­cretos-Leis n'S 66/66 e 73/66. É elogiável notarque, mesmo nUll).a época política e econômicatumultuada, o Governo Federal preocupou­se efetivamente com a Saúde. Em países de­senvolvidos, isto não surpreende; na França,por exemplo, alguns meses apó~ o armistício,saindo da tragédia da 11 Guerra, em l' deoutubro de 1945, o General de Gaulle, indoalém de providências g;rais, unificava os Ser­viços de Câncer do país para melhor atendi­mento à população.

No Brasil, em 1984, esboçou-se algo pare­cido com a criação do Sistema Internacionaldo Controle do Câncer (SICC). Em 1987,o Ministério da Saúde lança um "ProgramaNacional de Controle do Câncer", que nosinduziu a entregar, no Ministério, em 24 dejulho de. 1988, protocolado sob n' 25.000, umprocesso solicitando auxílio para construção

do novo Hospital. Foi sumariamente arqui­vado. Enquanto isto, o Câncer continua dizi­mando a população brasileira sendo, segundodados oficiais, a 3' causa de morte no Brasile 2' no Estado de São Paulo.

Portanto médico, juristas, juízes, Tribu­nais e o Governo Federal anteviram a necéssi­dade de proporcionar formas de captação derecursos, além do Estado. Na área médicadestacamos no Jornal da A.M.B. - órgãoOficial da Associação Médica Brasileira ­Ano VI - 31 de agosto de 1964 - número195 - Seminário Conclui: Seguro-Saúde éUrgente.

O fato é que o Governo Federal legalizouo seguro-saúde, mas simultaneamente uniuos Institutos da Previdência, fazendo com queo INPS assumisse toda a assistência médicado País. Este, no seu gigantismo, debate se,ainda hoje, com fatores inerentes à assi,stên­cia médica como a dificuldade de previsãofinanceira.

Chegamos (?!) à atual Constituição da qualconclui-se que: 1") a assistência médica é es­tendida a todos os brasileiros. 2') Prioridadepara ações preventivas. 3') Existência de re­cursos públicos para amalia e subvenção àsentidades filantrópicas com proibição do usodestes recursos para entidades de fins lucra­tivos.

É evidente que a rede de hospitais, conve­niados com o Inamps-Suds, necessita se pre­parar para esta universalização de assistência.Destaque-se que, na área privada, algumasmoléstias crônicas não são cobertas pelo se­guro-saúde, enquanto na estatal todas afec-ções terão que ser atendidas. '

Comprovou-se, no Hospital São Judas Ta­deu, que os pacientes de baixa renda, comcâncer, recusavam-se terminantemente a irpara a Capital, sede, na época, do único H?s­pital especializado. Por esta razão optamospela instituição da Fundação Pio XII, dedi-,cada ao combate ao câncer. É desde maiode 1968, por determinação do Inamps, o úni­co Hospital especializado desta região. En­contra-se outro em Jaú e os demais na Ca­pital.

Durante anos estudamos a planta de ljmnovo Hospital, agora próprio, da Fundaçao.Sua ação será desenvolvida em termos de pre­venção primária e equipado para prevençãosecundária. Ressalte-se que a prevenção émuito mais econômica para os cofres do Esta­do e muito mais eficiente do ponto de vistasocial, pela rápid,a recuperação dos pacientestratados com lesões iniciais.

Projeto pr9nto vem a questão. Como obterrec\lrsos? E quando se prova, lamenta­velmente, que no Brasil não existe dinheiroacessível aos Hospitais.

Os bancos particulares são objetivos: nossamercadoria é dinheiro, precisamos vendê,lacom lucro e não dispensamos garantias. R~s:tam os bancos oficiais, o Finsocial 00 BancoNacional de Desenvolvimento, a FundaçãoBanco do Brasil e o Fundo de Apoio ao De­senvolvimento So.cial da Caixa EconômiCaFederal.

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Os bancos oficiais gastam fortunas em pro­pagandas sem que se saiba bem para q\lê,e não fazem a mínima concessão aos Hospi­tais, filantrópicas ou não.

O Finsocial (Fundo de Investimento So­cial) foi instituído para assistência em alimep­tação, habitação popular, saúde, educaçãoe amparo ao pequeno agricultor. Pessoal­mente, fizemos consulta ao BNDES: a princí­pio para capital de giro e, posterioqnertte,para auxílio na construção. Nossos pedidosforam negados, inclusive no BADESP.

A Fundação Bando do Brasil solicitou opreenchimento de planilhas para atividadescompletamente diferentes das de fins hospita­lares dificultando o pedido, para, no fim, ne­gá-lo.

Com o sugestivo título de Fundo de Apoioao Desenvolvimento Social - FAS - gerTêlopela Caixa Econômica Federal com recursosde renda líquida das loterias, a ele recbrreua Fundação através do Processo FAS n9

6937.7/86. Apesar da arrecadação semanaldas loterias fomos informado pelo Ofício177/89-P que o FAS não dispõe de recursos!

A burocracia do FAS é suportável apenaspelos municípios e Estados. Tanto é que púnico Hospital no Estado de São Paulo, inI­ciado recentemente com recursos do FAS,é o Incor lI, cujo contrato foi assinado 'peloGoverno do Estado de São Paulo. Todas assolicitações do FAS na Caixa Econômica'Fe­deral visam à operação financeira sem nenhu­ma conotação social. Entretanto, Hospitaisque já utilizaram o FAS anos atrás o fizeramcom descontos na correção monetária.

Vários destes aspectos foram por nós de­nunciados pela imprensa e rádios da região.O resultado foi motivar a população atravésdos pecuaristas da cidade que assumiram einiciaram as obras do novo Hospital, sendoapoiados pon'odos os setores da iniciativaprivada. O esforço comunitário não exclui,entretanto, o am.mo Federal.

Esta união de iniciativa privada e Governotem sua expressão máxima naquele Hospita}que se destaca sobremaneira na Nação. Eum Hospital Universitário, mantido pelo ES­tado. Mas seu mecanismo financeiro é de en­tidade privada, exercido por uma Fundação.Esta última permite as providências especí­ficas da livre iniciativa na captação de recur­sos. Desta forma, da união de recursos esta­tais e livre iniciativa resultou o Hospital paraonde vai, na sua especialidade, toda classedirigente deste País. Se considerarmos nossaextensão territorial e a indisc1.!tível capaci­dade da maioria de seus médicos em todas

. as regiões do País, é suficiente o fornecimentode recursos financeiros para que os Hospitaisde cada cidade brasileira atinjam alto padrãoassistencial.

Nenhuma atividade humana suporta, semconseqüências danosas, excesso de demanda,além de sua capacidade operacional. Superlo­tação em Hospital significa aumento de mor­bidade e mortalidade. Sem recursos acessí­veis, o que a Constituinte propõe é uma trági­ca mistificação.

Fica, para a maioria dos Senhores Congres­sistas, uma certeza: Sua inércia não será inco­modada por platéias vaiando das galerias nemmultidões em passeatas com faixas e insultos.Os prejudicados não reclamarão jamais...

Paulo Prata - Doutor em Medicina pela Univer­sidade de São Paulo. - Presidente do Conselhode Administração da Fundação Pio XII - Barretos-SP."

O SR. OCTÁVIO ELÍSIO (PSDB-MG.)-Sr. Presidente, Sr'" e Srs. Deputados, estãohoje em Brasília três representantes da Asso­ciação de Aposentados e Pensionistas de Ou­ro Preto, Srs. Geraldo Coimbra, Moysés Pas­çhoal e Edson Tossaneto,que representamaqui cerca de oito mil pensionistas e aposen­tados conterrâneos daquela cidade mineira.E vieram aqui com dois objetivos. Preten­diam participar, como previsto, de um atopúblico para pressionar na votação, pelo Se­nado, os projetos de lei de benefícios e cus­teio da Previdência. Foram frustrados peloatraso da aprovação dos referidos projetospela Câmara. Além disso, foram incumbidos,pela assembléia que fizeram do dia 16 último,de trazer ao Ministério da Previdência e As­sistência Social algumas preocupações dospensionistas e aposentados de Ouro Preto,e que são, certamente, as dos aposentadose pensionistas de todo o Brasil. Em primeirolugar, a falta de informação e de condiçõesadequadas de atendimento para esclareci­mento dos segurados da Previdência, impe­dindo-os de saber o que está acontecendocom seu direito e quando poderão, efetiva­mente, gozar os direitos que conquistaramna Constituição de 1988. Especialmente emOuro Preto, estas dificuldades são grandes,conforme hoje ao Dr. Mário Alves de Melo,do Ministério da Previdência e AssistênciaSocial, pela falta de instalações para o INPS,não apenas para a informação e todo o traba­lho burocrático para atendimento dos apo­sentados e pensionistas, e agora, também,para o serviço médico. Além disso, tivemosa preocupação de levar ao Ministério da Pre­vidência aquilo que hoje angustia número,sig­nificativo dos aposentados, que conquista­ram, na Constituinte, o direito à atualizaçãodo seu benefício a partir de maio do ano pas­sado, sete meses após a Constituição. Paravários deles esta atualização não foi feita.Estamos empenhados em procurar resolvercaso a caso, na Superintendência de Belo Ho­rizonte.

Finalmente, gostaria de, neste momento,solicitar à Mesa da Câmara dos Deputadostodo o empenho no sentido de que, atravésda nomeação de relator, sejam rapidamenteexaminadas, na Comissão de Finanças, o Pia­no de Benefícios e Custeio da Previdência,para que sejam cumpridos os prazos constitu­cionais e desse modo os aposentados e pen­sionistas possam, o mais rápido possível, co­meçar a ter acesso a todos os benefícios queconquistaram durante a Constituinte.

Muito obrigado.

o SR. VALMIR CAMPELO (PTB - DF.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Sr'" e Srs. Deputados, todo ato que possavir em prejuízo do mutuário do Sistema Fi­nanceiro da Habitação deve ser vetado. Peloque entedemos, a decisão do Ministério daFazenda, juntamente com o Banco Central,de reduzir de sessenta para trinta dias apóso reajuste salarial o tempo para o reajustedas prestações da casa própria é altamentelesivo aos milhões de mutuários que confia­ram no Governo, acreditando na validade deum contrato assinado.

Estamos assistindo ao Governo mudar asregras do jogo em'pleno andamento, sempreem prejuízo do mutuário.

A decisão de só permitir que nem adquiriuimóvel até fevereiro de 86 possa quitar o imó­vel pagando 50% do saldo devedor é umainjustiça. Afinal de contas, quem comproudepois de 86 confiou no Plano Cruzado. Ofato é que logo a seguir veio o Plano Verão,que tirou todas as vantagens conquistadascom o Plano Cruzado. Portanto, quem con­fiou foi enganado.

Se o SFH quer corrigir distorções, devedar chance a todos, pois se, de um lado, oSFH foi prejudicado pelos contratos anterio­res a 86, os mutuários de após 86 foram preju­dicados pelos Planos Bresser e Verão. Se oGoverno quer justiça, deve proceder dandojustiça.

Não vamos aceitar esta imposição atravésde mais uma medida provisória, sem fazerum estudo fiel.

A alteração do prazo de reajuste do Planode Equivalência Salarial além de sufocar omutuário, pode causar inadimplência, poisquem assinou contrato com reajuste no prazdde 60 dias está preparado para isto. A inflaçãoou desvalorização da moeda não é culpa domutuário. Se o SFH assinou os contratos como prazo de 60 dias é porque, na épàca, achavaque o plano era bom para ele. Não vamosaceitar passivamente mais este ato de violên­cia contra o mutuário, priI}Cipalmente de umgoverno que não tem mais de 30 dias de man­dato.

O SR. VIRGíLIO GUIMARÃES (PT ­MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, muito se tem faladoneste País sobre a ineficiência das empresasestatais. É notório, por exemplo, que o siste­ma ferroviário tem passado por grave criseao longo dos últimos anos. O que precisaser esclarecido é o problema das estatais oudos governos que as têm golpeado. As empre­sas estatais são, acima de tudo, seus funcío­nários.

Recebi recentemente em meu gabinete arepresentação do Sindicato de Ferroviáriosde Juíz de Fora, que me trouxe dados estarre­cedores, mostrando o porquê da crise do sis­tema ferroviário brasileiro. O Governo JoséSarney desmembrou a Regional do Nordesteem três, não por razão administrativa ou téc­nica, mas para atender o apetite político dadistribuição de cargos. Diga-se de passagem

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Fevereiro de 1990 DIARIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 257

que uma dessas regionais se localiza em ·SãoLuiz do Maranhão. Transformou também emsuperintendência dois outros departamentos,acrescendo, portanto, de mais quatro novassuperintendências. Pretendeu, além disso',repassar para a superintendência de São Pau­lo 250 quilômetros de ferrovias, hoje vincu­ladas a Juíz de Fora, que já possui um centrode controle com todas as condições para geriresse meio de transporte, na bitola adequaGla,segundo parâmetros técnicos e com economiade recursos.

Por último, Sr. Presidente, trago dadosrealmente estarrecedores: a Rede Ferro'viá­

.rio Federal tem um contrato de transportecom a MBR - Empresa Mineradora multi­nacional, que cobra apenas 6,36 dólares portonelada transportada, quando apenas o cus­to operacional é de 7,37 dólares, sem consi­derar os custos indiretos, inclusive de depre-ciação. .

Assim, Sr. Presidente, deixo registradoque as estatais brasileiras, principalmente aRede Ferroviária Federal, estão sendo gol­peadas por esse desgoverno José Sarney. Po­rém várias dessas medidas serão revertidas,senão pela intenção de qualquer governo deproteger as estatais, como o Governo Collorde Mello, mas pela ação efetiva dos funcio­nários dessas empresas que têm defendidoo patrimônio público.

Muito obrigado.O SR. PAULO MARQUES (PFL - PE.

Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi­dente, Sr." e Srs. Deputados, cinco anos deabandono transformaram o .sistema rodoviá­rio federal num verdadeiro labirinto, em quea falta de segurança se alia ao descuido totalcom a pavimentação, desaparecidos os acos­tamentos, destruída a sinalização, represen­tando, ao mesmo tempo, enorme prejuízopara a frota circulante e paralelo encareci­mento para o transporte das mercadorias, cu­ja lentidão prejudica terrivelmente o abaste­cimento de mercadorias, tanto para os gran­des centros consumidores quanto para os nú­cleos interioranos e rurais, carentes de insu­mos indispensáveis.

Sucedem-se os desastres fatais tanto nasgrandes rodovias do Sul do País, entre PortoAlegre e São Paulo, quanto na PresidenteDutra, entre o Rio de Janeiro e a capitalpaulista, ou a Anhangüera, a Pedro I e aWashington Luiz, no eixo Minas-São Paulo,sem falar na espinha dorsal do leste, a Rio­Bahia, a mais antiga e eficiente ligação entreo Nordeste e o Sul do País.

O mal agora vem-se agravando pelo trans­porte de cargas tóxicas sem o necessário cui­dado e o desvio acondicionamento, sem quehaja fiscalização de velocidade nos trechosmais conservados, os caminhoneiros rodandoquatrocentas horas por mês, quando são obri­gados a rodar duzentos e vinte.

Sabe-se que a freqüência de desastres émaior à noite, sendo o melhor alvitre queno período noturno não se processe o escoa­mento de produtos tóxicos ou altamente po­luentes, como certos fertilizantes, o metanol,

.o ácido nítrico e tantos outros, porque é mui-

to mais fácil providenciar, durante o dia, odeslocamento dos veículos danificados das es­tradas.

Enquanto o pedágio some para outras des­tinações, tomem-se ao menos providênciaspreventivas, para evitar o morticínio nas es­tradas.

Esperamos que o Presidente Fernando Co­llor de Mello, que esteve, em campanha pre­sidencial, em vários trechos prejudicados darodovia federal e garantiu pessoalmente quedaria prioridade à recuperação da malha ro­doviária federal, cumpra sua palavra. A ma­lha rodoviária é hoje uma das causadoras degrandes prejuízos à economia brasileira, so­bretudo porque não há como utilizar qual­quer das rodovias no País.

Era o que tinha a dizer.O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB

- SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, S1'" e Srs. Deputados, quero insistircom o Governo de São Paulo para que resolvao quanto. antes· a situação do professoradopaulista, a fim de que se evite uma paralisaçãodo magistério naquele Estado, A paralisaçãué o último recurso, mas se o Governo conti­nuar não atendendo às reivindicações do:ooprofessores, a única maneira deles consegui­ram alguma coisa é parando suas atividades,como têm feito até agora: esta lição o profes­sor terá de aprender.

Sr. Presidente, insisto no tema porque asituação do professorado é de. extrema difi­culdade, e as negociações entre o Magistérioe o Governo do Estado devem ser aceleradas,no interesse público.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB ­MT. Sem revisão do orador.') ~ Sr. Presi­dente, Sr" e Srs. Deputados, comunico à Cã­mara dos Deputados crime dos mais cruéis,ocorrido no Município de Matupá, Estadode Mato Gr.()sso. O Vereador do PFL, UgoFidélis Domini, nosso amigo, homem debem, grande líder comunitário, que lutavanaquela região há muito tempo, foi assassi­nado ontem às 16h, quando pretendia ir àCâmara de Vereadores entrar com pedidode impeacbmllnt contra o Prefeito municipal.Toda a cidade está traumatizado porque, naverdade, o assunto é de repercussão em nívellocal e regional. Antes de o Vereador entrarcom o pedido de impeacbment, misteriosa­mente, na sua chácara, levou quatro tiros nopeito, vindo a falecer imediatamente.

Mato Grosso está consternado, a popula­ção de Matupá da mesma forma. Por issotrazemos esta denúncia à Nação. E já pedi­mos, inclusive, providências ao Sr. Gover­nador do Estado, à Secretaria de SegurançaPublica de Mato Grosso à Polícia Federale ao Ministro da Justiça. Queremos denun­ciar esse tipo de delito que hoje se cometeem Mato Grosso, principalmente por faltade segurança pública.

O SR. LEOMAR QUINTANILHA (PDC- TO. Pronuncia o seguinte discurso.) ­Sr. Presidente, Sr' e Srs. Deputados, a histó­ria grega conta a lenda de Erostrato, quepara conquistar fama destruiu, pelo fogo, o

templo de Diana, erigido na cidade de Éfeso,considerado uma das sete maravilhas do mun­do antigo.

Condenado à morte e proscrito o seu nomeque não seria pronunciado por nenhum cida­dão da velha Hélade, ninguém sabe, hoje,quem construiu aquela maravilha arquitetô­nica e ninguém esqueceu o nome de Eros­trato.

Esta saga nos veio à lembrança diante dasituação calamitosa em que se encontra a Be­lém-Brasília, a famosa BR-153 - construídapelo gênio de estadista de' Juscelino Kubits­chek, cujo nome perdurará na história - quevem sendo paulatinamente destruída pelosErostratos do último Governo, desviadas ver­bas menos urgentes e necessárias.

Notadamente no trecho Porangatu/Guru­pi, do quilômetro 740 ao 950, a pavimentaçãoasfáltica se apresenta num estado desolador,praticamente destruída pelo uso, pelas intem­péries, pela total e absoluta falta de cuidadose de recuperação.

Há enormes buracos, que além de estaremimpossibilitando o tráfego têm provocadoinúmeros acidentes, com enormes prejuízostambém para os Estados da região Norte doPaís e, de modo especial, para o Tocantins,que tem como principal via de acesso e deescoamento da sua produção aquela rodovia,indispensável para o intercâmbio com as de­mais regiões do País.

Fazemos veemente apelo ao Ministério dosTransportes, no sentido de providenciar a re­cuperação daquele trecho viário, de impor­tância econômica vital.

Era o que tínhamos a dizer, SI. Presidente,Sr" e Srs. Deputados.

O SR. JOSÉ MENDONÇA (PMDB ­MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, solicito a V. Ex' quedetermine seja transcrito nos Anais desta Ca­sa pronunciamento que fiz, referent~ a umseminário, realizado em Pompeu, Minas Ge­rais, no último dia 16, tratando da defesada bacia do Rio São Francisco e, principal­mente, da suas cabeceiras.

PRONUNCIAMENTO A QUE SEREFERE O ORADOR:

"Sr. Presidente e Srs. Deputados, paraconstar dos Anais desta Casa, comunico aV. Ex' e a tqda a Nação que no dia 16 destese realizou em Pompeu, Minas Gerais, umSeminário Regional de Defesa e Desenvol­vimento do São Francisco, dentro da campa­nha mineira, e, permita Deus, seja nacional,intitulada ."SOS São Francisco".

Com apoio da Prefeitura e Câmara Muni­cipal, Imprensa Oficial, Cooperativa Agro­pecuária de Pompéu, Agropel, Emater e Se­cretaria de Agricultura, Pecuária e Abaste­.cimento de Minas Gerais, o evento teve gran­de repercussão regional, com palestras sobreo meio ambiente e um plano ambiental parao Alto e Médio São Francisco, e ainda sobrea "Importância das Unidades de Conserva­ção para a Preservação dos Ecossistemas daBacia do São Francisco e "Desenvolvimento

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258 Quarta-feira 21 DIÁRIO. DQ C9NGR~S~ON,(\ÇIONAL (~eção I) Fevereiro de 1990

Auto-sustentável da Bacia do Rio São Fran­cisco".

Presidente lá esteve o Senador Ronan Titoe alguns Parlamentares estaduais, e este De­putado Federal que faz esta comunicação.

O ponto alto do encontro foi a discussãosobre a oportunidade e conveniência de secriar a "Fundação Rio São Francisco" e adiscussão do projeto.de estatutos para a Fun­dação.

Após calorosos debates, foi aprovada acriação da Fundação, visando a defesa e odesenvolvimento do Rio São Francisco, a co­meçar pelas nascentes e cabeceiras, que atéhoje só serviram para fornecer água para asregiões baixas do S. Chico e não recebemnenhum apoio governamental para proteçãoe desenvolvimento do Alto e do Médio SãoFrancisco. Todos os órgãos que existiram ouque existem relativos ao São Francisco, sócuidam, quando cuidam, do rio a partir dePirapora e jamais de suas cabeceiras, que es­tão sendo depredadas e começam a morrerde sede.

Esta campanha "SOS São Francisco", visaa proteger a cabeça, membros e tronco dovelho Chico, o Rio da Unidade Nacional,decantado por poetas e artistas, mas que estáprecisando mais de defensores do que de de­clamadores de suas estórias, lendas ou agru­ras.

Parabenizo os idealizadores desta campa­nha, já consagrada, "SOS São Francisco",cujo início se deu em Lagoa da Prata, em1989, na reunião da Associação do Alto eMédio S. Francisco, que congrega os Muni­cípios ribeirinhos até Morada Nova de Minas.Hipoteco meu trabalho e minha solidarieda­de aos promotores desta patriótica e benfa­zeja campanha: "SOS São Francisco."

José Mendonça de Morais."O SR. GERALDO TLCKMiN FILHO

(PSDB - SP. Sem revisão do orador.) ­Sr. Presidente, Srs. Deputados, mostra-senesta Casa o Presidente da ConfederaçãoBrasileira dos Aposentados e Pensionistas,Sr. Osvaldo Lourenço, acompanhado de re­presentantes de várias federações de aposen­tados e pensionistas dos mais variados Esta­dos do País.

As reivindicações dessas entidades, que re­presentam aproximadamente 13 milhões deaposentados e pensionistas, são no sentidode apoiar o Projeto de Lei na 2.570, que esta­belece o Plano de Benefícios e Custeio daPrevidência Social, já aprovado pela Comis­são de Saúde, Previdência e Assistência So­cial da Câmara dos Deputados. Esse projetodeverá ser analisado nos próximos dias pelaComissão de Finanças e, finalmente, pelo Se­nado Federal, para então ir à sanção do Presi­dente da República.

Queremos aqui transmitir o nosso integralapoio à Confederação Brasileira de Aposen­tados e Pensionistas e solicitar a esta Casaque, na medida do possível, com a maiorurgência, vote o Projeto de Lei na 2.570, fa­.lendo justiça a milhões de aposentados e pen­sionistas em todo o País.

Muito obrigado.

O SR. FRANCISCO KÜSTER (PSDB­SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, S!'" e Srs. Deputados, assomamos àtribuna nesta tarde para registrar nosso repú­dio à violência praticada contra os mineirosdo sul do meu Estado.

Estes, em um movimento paredista reivin­dicatório, foram vítimas da violência policial,oportunidade em que dois-deles foram balea­dos.

Enviamos telegrama o Governador do Es­tado, ao Secretário de Segurança Pública eao Comandante da Polícia Militar de SantaCatarina, exigindo resposta sobre se foi o Go­vernador, o Secretário de Segurança, ou oComandante da Polícia Militar quem auto­rizou a repressão policial. Caso a respostaseja positiva, informar quais os fundamentosque o levaram a tão odienta medida; caso­seja negativa, que explique quais' as provi­dências que estão sendo adotadas para puniros responsáveis pela violência policial contraos trabalhadores paralisados num movimentoreivindicatório.

Sr. Presidente, o segundo registro que façoé que gostaria de ver aprovado o mais rapida­mente possível o novo regime jurídico paraos servidores públicos, cujo estatuto já trami­ta nesta Casa. Há uma ânsia muito grandepor isso, uma vez que sabemos que 80% dosservidores públicos são regidos pela CLT,apenas 20% são estatutários e há opção peloregime estatutário. Portanto, urge que sejafacilitada a tramitação do novo estatuto dosservidores públicos. Com o objetivo de seraprovado o mais rapidamente possível o novoregime jurídico único para os servidores pú­blicos.

O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN- SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Sr" e Srs. Deputados, com satisfaçãon;cebemos cópia de ofício da ConfederaçãoBrasileira dos Aposentados e Pensionistas,órgão que representa 13 milhões de aposen­tados e que vem expressar a esta Casa e àComissão de Saúde e Segurídade Social felici­tações pelo trabalho realizado em favor dasofrida classe de aposentados e pensionistas,ao mesmo tempo em que dirige apelo à Co­missão para que continue a se empenhar jun­to aos membros do Congresso Nacional pelaaprovação final do Plano de benefícios, jáaprovado na Comissão de Saúde e Previdên­cia Social, por mim presidida, naquele mo­mento, com muita satisfação. Mesmo extra­pauta, incluímos o Plano de Benefícios paraque fosse aprovado ainda em 1989.

Quanto ao Plano de Custeio, cuja aprova­ção tambem está sendo pedida neste ofício,informo aos membros da COBAP que essePlano também já foi aprovado na última ses­são da Comissão de Saúde e Previdência So­cial, tendo sido Relator, naquela oportuni­dade, o Deputado Adhemar de Barros Filho,em substituição ao Deputado Antônio Britto,que estava acamado.

Há também um ofício ao Presidente doSenado, Senador Nelson Carneiro, no senti­do de que a tramitação seja abreviada naque­la Casa. Segundo o ofício, a aprovação da

entrega desses documentos ocorreu numa as­sembléia realizada no dia 28 de janeiro~ naBasílica de Nossa Senhora Aparecida, emApar~cida do Norte, onde também estáva­mos presentes.

Com muita satisfaçao e alegria registramosesses documentos da COBAP.

O SR. JOSÉ GUEDES (PSDB - Rü. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presiden­te, Sr" e Srs. Deputados, durante todo séculoXIX e até meados do XX, o poder de umanação estava em razão direta da sua indústria,particularmente da sua indústria pesada.Quem tinha o melhor aço não apenas con­quistava o mercado mundial, mas, sobretudo,fabricava os melhores canhões e as melhoresbelonaves. A Inglaterra Vitoriana é o melhorexemplo de tal fenômeno. Entretanto, o de­senvolvimento tecnol6gico das últimas déca­das modificou esta situação. Hoje em dia,não interessa às nações do assim chamadoPrimeiro Mundo manter certas indústrias pe­sadas altamente poluentes em seus territó­rios, de modo que elas, sem dificuldades, "ex­portam" para países pobres setores das'suaseconomias. Em nossa época, o poder de umasociedade concentra-se na sua capacidade degerar novas tecnologias e na manipulação deinformações. O conhecimento e a informaçãoé o binômio característico do mundo contem­porâneo desenvolvido, sobretudo a partir darevolução organizacional implicada pelo ad­vento do microcomputador, em 1977.

Evidentemente, novas tendências trazemnovos problemas. Se o conhecimento e a in­formação são condicionantes essenciais dopoder, numa sociedade democrática o con­trole deste último envolve o controle dos doisprimeiros. Não há democracia sem controledo poder pela sociedade. E não há tal contro­le, em especial, se os mecanismos de manipu­lação de informações forem imunes ante avontade do corpo social que os mantém, atra·vés dos impostos.

A questão que se coloca para qualquer so­ciedade democrática é uma conciliação difí·cil. De um lado, há o princípio te6rico dasujeição do poder ao corpo social. De outro,há o fato inegável de que certas informaçõescarecem de tratamento sigiloso. Um exemplogrotesto de violação de tal tese verificou-senos EE.UU., durante a Guerra da Secessão.Lá, os generais do Norte informavam-se so­bre a estratégia dos seus adversários do Sulsimplesmente lendo os jornais sulistas. Nãohavia, no sul, sigilo de guerra, de modo queos procedimentos bélicos eram debatidos pu­blicamente. O Sul foi derrotado!

Como conciliar controle democrático sobremecanismos de informação e, portanto, depoder, com o inevitável sigilo que deve cercarcertos conhecimentos? Como fazer isto nasociedade brasileira de hoje, recém-saída deuma longa experiência autoritária, onde osorgãos de inteligência, informação e segu­rança tiveram papel particularmente desta­cado?

Sr. Presidente, Sr" e Srs. Deputados, oprojeto de lei que ora solicitamos 'sej~ inse­rido no Diário ~o Congresso Nacional é uma.

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tentativa de resposta a estas difíceis indaga­ções, diante das quais o Congresso Nacionalnão pode permanecer indiferente.

DOCUMENTO A QUE SE REFEREO ORADOR:

PROJETO DE LEIN' DE 20-2-1990

Dispõe sobre fiscalização das ativida·des de Inteligência Informação e Segu.rança e dá outras providências.

O Congresso NacionaÍ decreta:Art. 1" Cabe ao Congresso Nacional fis­

calizar e controlar as atividades de Inteligên­cia, Informação e Segurança, exercidas peloPoder Executivo Federal.

§ l' O Poder Executivo Federal encami­nhará trimestralmente ao Congresso Nacio­nal, um relatório sobre as atividades a quese refere o caput.

§ 2' Caberá a uma Comissão Mista Per­manente composta por Senadores e Depu­tados Federais, examinar e emitir parecer so­bre os relatórios.

§ 3' A Comissão Mista Permanenteapreciará os relatórios em caráter sigiloso,e terá sua formação e atuação estabelecidasna forma regimental.

Art. 2° Participação das reuniões da Co­missão Mista Permanente:

I - Dois observadores indicados peloMinistério da Justiça e nomeados peloPresidente da República.

II - Dois observadores indicados pe­lo Supremo Tribunal Federal.

Art. 3" Esta lei entra em vigor na datade sua publicação.

Art. 4" Revogam-se as disposições emcontrário.

Justificação

A Existência de Organismos nacionais deInteligência, Informação e Segurança corres­ponde a uma necessidade reconhecida atémesmo pelos Estados que tem conhecido in­tensos aperfeiçoamento democráticos de suasinstituições.

Nota-se que a tendência dos Estados De­mocráticos Modernos, muito antes de abdicardaqueles recursos, consiste em procurar re­solver os eventuais ou presumíveis conflitosentre as razões do Estado e os Direitos dosCidadãos. Neste sentido o meio mais indi­cado baseia-se no controle do exercício daatividade de Inteligência, Informação e Segu­rança pelo Poder Legislativo. Aliás este con­ceito não foge ao que estabelece a nossaConstituição em seu art. 49, item X:

. "Art. 49, É da competência exclu­SIva do Congresso Nacional:...................................- -.: .

Item X - Fiscalizar e controlar, di­retamente, ou por qualquer de suas Ca­sas, os atos do Poder Executivo, incluí­dos os da administração indireta;"

Em virtude do exposto e acolhendo anteprojeto de lei de autoria do Ex-Sup\. Depu­tado Federal, Sr. Samuel Sales Saraiva, apre-

sentamos projeto de-lei que submete a fiscali­zação e controle do Congresso Nacional asatividades mencionadas. Entendemos que amedida é oportuna. no momento em que oPaís passa por uma renovação Político-Insti­tucional, buscando a consolidação dos princí­pios democráticos e que contribuirá significa­tivamente para maior integração e harmoniaentre os Poderes da República.

Sala das Sessões, - JoséGuedes, Deputado Federal."

O SR. STÉLIO DIAS (PFL - ES. Pronun­cia o seguinte discurso. Sr. Presidente e Srs.Deputados. deixando o Governo envolto nu­ma crise econômica das maiores, o PresidenteSarney quer marcar seu período de governocomo o da transição política, das conquistasdemocráticas. da viabilidade das instituições.Este é o caminho da História pelo qual oPresidente Sarney quer enveredar.

Quer ser esquecido pelos equívocos econô­micos, pelas travessuras administrativas e fi­xar-se perante o julgamento da História comoo estadista da transição democrática.

Julgá-lo agora é extremamente difícil e pe­noso. Analisá-lo, também, Julgar sua paciên­c.ia, sua tolerância virtudes que o próprio Pre­SIdente quer que se destaquem, não sei sevale a pena.

Mas o Presidente tem mais responsabili­dade perante a Nação nos trinta dias que res­tam do seu governo do que talvez nos cincodifíceis anos em que administrou este País.Isto, se ele quiser ser julgado como o estadistade transição democrática.

Os últimos trinta dias que restam do seugoverno devem ser administrados para nãose perder o esforço que fez para fixar a :.ma­gem de estadista que ele faz questão de terperante a História. Durante seu governo, nãose fez outra coisa senão denunciar o te',Tívelprocesso inflacionário que acometeu, em to­da sua fase de governo, a nação brasileira.Estes últimos dias poderão ser traumáticos.

A História não será generosa com o Presi­dente Sarney, se ele exarcebar nos 'últimosdias de seu governo os limites da virtude da!olerância que costuma dizer ser seu principalmstrumento de trabalho. E o pãnico não podeser tolerado.

O Presidente tem de administrar até seuúltimo momento, para que o novo governonão assuma com a nação em pânico. Ele sabe,como nós, que o processo hiperinflacionárionão levà só à desordem econômica: leva àdesordem social e corrói todo o processo psi­cosocial.

O próprio Presidente sabe do grau de difi­culdades, de insatisfações da sociedade brasi­leira neste exato momento. E ele. o Presi­dente Sarney, deve evitar que o dia 15 demarço seja uma data mágica. Cabe a ele facili­tar as medidas que tomará o próximo go­verno.

Tanto o governo que entra como o quesai têm um compromisso maior com a socie­dade brasileira.

O SR. LUIZ LEAL (PDMB - MG, Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presiden-

te, Srs. Deputados, a cidade de Teófilo Oto­ni, sede da Mitra Diocesana, viveu nos dias17 e 18 deste mês momentos gloriosos, coma posse de Dom Waldemar Chaves de Araújo-Bispo Diocesano. Nós, habitantes da cida­de, sentimo-nos incontidos de alegrias e espe­ranças fervorosas.

Trago, hoje, para os Anais desta Casa osdados biográficos de S. Ex' Revma.

Dom Waldemar Chaves de Araújo nasceuem Bom Despacho, Minas Gerais, em23-6-1934.

Oriundo de famI1ia humilde, fez o Semi·nário Menor em Dores do Indaiá e os Cursosde Filosofia e Teologia em Diamantina, ten­do sido ordenado sacerdote em 1962, em suacidade natal.

Em meados de 1966, quando já exerciasuas atividades na Diocesse de Luz, comoDiretor Espiritual do Seminário e Coorde­nador Pastoral, viajou para a Bélgica. ondecursou Liturgia Pastoral, Sociologia e Psico­logia na cidade de Bruges.

Voltando ao Brasil, assumiu novamenteatividades em Luz: como Cura da Catederal,Coordenador da Pastoral, Diretor da Facul­dade de Ciências Humanas de Luz. Diretordas Obras das Vocações Sacerdotais e Párocode Lagoa da Prata,

Em 1978 foi agraciado como o título deMonsenhor.

No dia 7 de dezembro de 1989 recebeua notícia da sua nomeação para Bispo, dei­xando então a Reitoria do Seminário e a dire­

, ção da Faculdade do Alto São Francisco, paraexercer sua atividade pastoral na Diocese deTeófilo Otoni.

A sua ordenação episcopal deu-se no dia3 de fevereiro de 1990, em Bom Despacho,Minas Gerais, tendo como presidente da ceri­mônia Dom Carlos Fumo, DD. NúncioApostólico.

O novo bispo aceita o chamado do Papae de Deus por obediência e não por mereci­mento. Sua vida sempre se pautou por nuncapedir nada, nunca exigir nada; apenas cum­prir obediência ao Evangelho. O lema queescolheu foi Aportet Oboedire Deo.

Queremos, pois, em nome de todo o povode nossa região, aplaudir o convívio com S.Ex'. Revma. na certeza de que seremos con­duzidos com firmeza e determinação para apalavra de Deus e para trilhar a fraterna ejusta convivência social.

O SR. FUJUADO LEITE (PFL - CE.Pronuncia o seguinte discurso.) - SI'. Presi­d.en.te, Sr'" .e.Srs. Deputados, a imprensa bra­SIleIra notICIOU lamentáveis acontecimentosenvolvendo a população faminta nordestinaem decorrência da falta de chuvas regulares:comentando invasões de flagelados em cida­des do interior cearense, em busca de alimen­tos, notícias estas que muito preocuparama classe política daquele Estado. Como repre­senta!1te ~o ~ea:á na Câmara dos Deputa­dos, JamaIS fIcana omisso diante de atitudestão desesperadoras.

No Cariri, uma das áreas mais férteis doNordeste, duas cidades foram invadidas por

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levas de flagelados famintos, à procura- dealimentos. Em Várzea Alegre. dezenas deagricultores saquearam e retiraram todos osalimentos que estavam estocados no Postode Saúde e na Cooperativa Agrícola. Em bre­jo Santo. o fato só não se repetiu porquea Prefeitura tratou de dar minguados alimen­tos para os pais desesperados.

Não consideramos que esses homens e mu­lheres sejam desordeiros. ou estejam afron­tando esse ou aquele Poder constituído.Acreditamos. sim. que sejam vítimas do des­governo, do descontrole econômico. da faltade preparo das autoridades que governamo nosso Estado, em particular, e o País comoum todo. A verdade é que o quadro econô­mico que vemos hoje não dá mais para su­portar.

O êxodo rural nunca foi tão intenso comoagora no interior do Ceará. Os jornais estam­pam, a todo momento, que os ônibus quesaem do Cariri, com destino a São Paulo eRondônia, estão sempre lotados. e que atéo final do mês não há vagas para aquelesque querem fugir da fome e da miséria abso­luta.

Na falta de perspectivas de dias melhores.saquear depósitos de alimentos tornou-se aúnica opção de nossos irmãos flagelados. Nãonos sentimos autorizados a condenar tais ati­tudes; ao cflfitrário. sentimo-nos na obriga­ção de apoiar, como forma de chamar a aten­ção das autoridades para o problema e, tam­bém. para não permitirmos que crianças eadultos continuem morrendo à mingua.

Sentados em gabinetes luxuosas. com ar­condicionado e todas as mordomias que amiséria do povo tem proporcionado, os atuaisgovernantes não conseguem mesmo imaginaro sofrimento dessa gente. Não podem imagi­nar o que é um filho pedir comida, dizer queestá faminto, e o pai nada poder fazer.

Ao invés de estarem sensíveis ao problema,as autoridades preferem mandar a polícia re­primir os saqueadores. Vejam só a que pontochegamos, Sr. Presidente, Sr" e Srs. Depu­tados!

Temos de acabar com este estado de coisa.Não adianta ficarmos falando bonito na tal"indústria da seca". pois no Nordeste nãoexite nada de "indústria da seca"; o que existemesmo é fome, é miséria. Milhares de crian­ças estão morrendo de desnutrição e vítimasde doenças que há muito deixaram de preocu­par as autoridades sanitárias, nos grandescentros urbanos.

Pois bem, Sr. Presidente. Valemo-nos des­ta oportunidade para registrar nos Anais daCasa nosso mais veemente repúdio pelo queestá ocorrendo com agricultores do interiordo Ceará. Queremos também, neste momen­to, prestar nossa solidariedade às famílias queestão sofrendo todo tipo de privação. semter a quem recorrer.

Era o que tínhamos a dizer. Sr. Presidente.

o SR. GONZAGA PATRIOTA (PDT ­PE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente. Sr" e SI' Deputados, o Jornalde Arcoverde, na sua última veiculação, teve

a feliz idéia de apontar, após pesquisa reali­zada na região, dez nomes que merecem des­taque em 1989.

Advogados, comerciantes. desportistas.empresários, executivos. políticos, repórte­res. secretários municipais, entre outros, quedemonstraram capacidade e desempenho nassuas atividades no decorrer do ano de 1989,foram considerados os destaques do ano pelosemanário Jornal de Arcoverde.

Desejo, nesta oportunidade. registar a mi­nha alegria e contentamento pela feliz idéiado jornalista Enaldo Cândido, diretor do jor­nal. ao tempo em que levo aos homenageadosmeus votos de congratulações e o desejo deque o êxito continue dando à "Capital doSertão" e a Pernambuco como um todo, oorgulho pelo dinamismo do seu povo.

Pediria permissão a V. Ex', Sr. Presidente,para relacionar os homenageados: João Be­larmino Filho. advogado e político, RobsonCristino Campos, comerciante; Clécio Paci­fer Duarte, desportista; Nerivaldo MarquesCavalcanti, empresário: Marlene CordeiroLuna, diretora do Departamento Estadual deEducação - Dere; Erivaldo Monteiro, polí­tico; Marcelo Lafayette, Prefeito da minhacidade natal, Sertânia; Paulo Viana. repórtere político; Ivaníldo Fernandes, Secretário daPrefeitura Municipal de Arcoverde. que fezuma administração ímpar. ao lado do PrefeitoJulião Julú Guerra. e Célia Cardoso, Verea­dora.

Requeiro a V. Ex' a transição nos Anaisdesta Casa Legislativa do curriculum de cadauma das pessoas homenageadas, constantedas páginas I, 3 do Jornal de Arcoverde.

Era este o registro que desejava fazer.

ARTIGO A QUE SE REFERE OORADOR:

DEZ NOMES QUE MERECEMDESTAQUE EM 1989

Jornal de Arcoverde31-12-89

Advogado

As arrancadas fulminantes do voluntariosocraque do Democrático foram uma marcaque permanece no homem que não teme obs­táculos. Seu empenho corajoso nos lancesmais ríspidos que se pvssa imaginar denota­vam a fibra de quem ainda se dedica porinteiro às causas que defende. Poucos imagi­nariam que aquele rapaz humilde viesse acolocar nb dedo o anel de doutor. Mas todostinham certeza de que, se colocasse, saberiahonrar a profissão. Formado, nunca sedu­ziu-se pelo tilintar de certas moedas. Por estemotivo não amealhou riquezas materiais. En­tretanto. construiu um patrimônio imenso dedecência, na conduta inatacável de quem nãomercadeja valores intocáveis. Pode ser queexistam (é"normal) outros profissionais maiscultos~u mais inteligentes do que ele, maishabilit~os ou mais bem sucedidos. Todavia,ninguém pode ser mais íntegro e honesto doque João Belarmino Filho.

Comerciante

Nesta categoria. não teria sentido que onosso juízo de valores, para investigar o volu­me dos negócios. o quantum dos faturamen­tos - tudo estaria resolvido..Preferimos con­siderar uma série de fatores diversos, na somaheterogênea de aspectos favoráveis e de5fa­voráveis. Não há porque destacar uma pessoaque mesmo à frente de um grande empreen­dimento, se enclausura e se distancia do pro­gresso. Avaliamos com extrema simpatiaquem projeta a sua empresa projetando Ar­coverde. É a publicidade bem dirigida emtodos os meios de comunicação; é o cuidadocom o visual das instalações; é o relaciona-_mento dinâmico e cordato com fornecedorese clientes. Aí estão pequenos detalhes, masde suma importância, para incluir jovens va­lores como Robson Cristino Campos na listados Destaques/89.

Desportista

Sendo a primeira vez que fazemos a escolhados Destaques do Ano. na categoria de des­portista estamos homenageando uma ativi­dade relevante. O desporto, de um modo ge­ral, contribui de maneira decisiva para a pro­jeção das comunidades onde é praticado como apoio do povo e das autoridades. No casoparticular do futebol tal projeção ganha con­tornos ainda mais definidos, por se tratar doesporte mais popular do país. Assim, na pri­meira edição dos Destaques é de toda justiçaressaltar o trabalho do Presidente da LigaDesportiva de Arcoverde, Clécio _PaciferDuarte. Conseguindo levar adiante um cam­peonato regional que congrega seis municí­pios, Clécio merece o respeito de todos pelaseriedade das suas atividades e pelo seu des­prendimento à frente da LDA. Na realidade,ele vem procurando manter um relativo nívelde prestígio para a entidade que dirige e parao futebol arcoverdense.

Empresário

Filho de tradicional familia pedrense, Neri­valdo Marques Cavalc1;lnti, tem estreitas liga­ções com Arcoverde. E um homem da regiãoque, enveredando pelo caminho dos negó­cios, em setores variados, vem consolidaf\doum lugar de destaque. Arrojado nos seus em­preendimentos, nunca se limita a horizontesacanhados. Muito pelo contrário. sempre in­troduz nas suas metas possibilidades viáveisde crescimento. Cogitado para disputar umacadeira na Assembléia Legislàtiva do Estado.se entrar na disputa certamente não será umconcorrente bisonho. tímido, vacilante, poiso normal é que mostre impetuosidade e garraem todas as suas iniciativas. Listá-lo comoo destaque do mundo empresarial do nossomunicípio, mesmo sabendo que ele está maisligado comercialmente a outras cidades, é umato de inequívoca justiça pelo reflexo do seutrabalho entre nós, com a pujança das suasempresas locais.

Executivo

Marlene Cordeiro Luna é titular de umcargo que exige qualificação acima do co-

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 261

mum. Pois sobre exigir conhecimentos pró­prios da área de educação, a gerência do DE­RE depende muito (para ser bem sucedida)do trato diplomático de inúmeras questões.Há o peso indisfarçável dos entrechoques po­líticos, que precisam ser administrados commuita prudência e "jogo de cintura". Do con­trário, vai surgindo contrariedades e reclama­ções em volume superior à média dos órgáossemelhantes, desaguando nos atritos insaná­veis, que comprometem irremediavelmentequalquer gestão. ExaminamOS o desempenhode inúmeras pessoas, por observação própriae através de terceiros. Numa análise de próse contras, tanto na iniciativa privada quantono serviço público, na complexidade de cadaatribuição, optamos finalmente por Marlene,frizando-se que o respeito à imprensa escritae falada teve o seu peso específico.

Político

Na política, o acontecimento de maior rele­vância em 1989 foi a eleição presidencial. Porisso mesmo, em torno da disputa pela Presi­dência da República é que teríamos o motivopreponderante da nossa aferição nesta esco­lha do político do ano. Embora a vitória deLula ou de Collor em Arcoverde não repre­sentasse condição sin qua non para definirum nome, a diferença em favor do candidatodo PRN foi elemento de ponderação. Donode um estilo bem característico de fazer polí­tica, pois não é de reticências e nem de circun­lóquios, Erivaldo Monteiro empenhou-se decorpo e alma em defesa da candidatura deFernando Collor de' Mello. Arregaçou asmangas desde o primeiro turno, ou antes,organizando as bases, definindo esquemas,formalizando apoios. Enfim, construindo osuporte indispensável para uma vitória cate­górica. Outros fraquejaram. Por tudo isso,Erivaldo foi sem dúvida o político do ano.

Prefeito

Entre as promessas das campanhas eleito­rais e a dura realidade do exercício do man­dato, que espantosa diferença. Procure-seaveriguar junto aos entusiasmados adeptosde inúmeros dos vitoriosos de 1988 quantosainda permanecem fiéis aos mesmos líderes,quantos ainda votariam nas mesmas figuras.O mais comum é uma enorme satisfação oumesmo um repúdio incontrolável. Devem so­brar por aí raras exceções. Uma delas é oPrefeito de Sertânia, Marcelo Gomes La­fayette, que recebe elogios até dos adversá­rios. Encontrou uma situação bem difícil, so­fre como os outros as restrições dum quadroeconômico caótico. O coeficiente do FPMdo seu município é baixo. Mesmo assim, avelha Alagoa de Baixo está sendo adminis­trada eficientemente por um jovem compe­netrado das suas responsabilidades, que agecom equihbrio e sensatez, vencendo as adver­sidades e sendo considerado o melhor pre­feito da região

Repórter

Homem de rádio e de jornal, Paulo Gon­çalves Viana é acima de tudo um grande re-

pórteI. Acompanhando de perto o dia-a-diada cidade, sabe onde encontrar a notícia. Sen­do necessário, descobre o erro e faz a denún­cia séria. Por isso, tem sido vítima de proces­sos judiciais e tentativas de humilhação quesó têm engradecido. Observando-se o traba­lho (?) de alguns dos nossos vereadores, ficapatente o equívoco, delegação popular dariaao bravo companheiro todas as condições deuma presença marcante na Casa James Pa­checo onde, infelizmente figuras opacas des­lustram os nosso foros de cidade politizada.Mas, embora com reduzido espaço de efetivaatuação', Paulinho vai em frente com deste­mor e com galhardia, na sua cruzada heróicade jovem valoroso. Sem dúvida, faz por ondemerecer o respeito dos homens de bem e aadmiração dos que acreditam na dignidadedas pessoas de caráter.

Secretário da PrefeituraPesquisamos um pouco mais para escolher

o melhor secretário da Prefeitura Municipalde Arcoverde. De um lado, por uma questãode respeito ao governo do qual temos diver­gido. Teríamos que fazer um trabalho se nãoincontestável, pelo menos tanto quanto possi­vel bem aceito. De outra parte, surgiram maisdois nomes de peso - Eivânia e I1k - obri­gando-nos a largar o campo das consultas.Na ampliação da pesquisa, pouco a poucoo "eleito" foi ganhando força, terminandopor superar as duas concorrentes por um nú­mero de "votos" significativos. Entre outrosfatores de importância, influiam na definiçãoa cortesia no relacionamento, a seriedade dotrabalho e a constância nas decisões - aspec­tos pessoais. Institucionalmente, o nível deconfiança que a Secretaria de Finanças dáao governo, pagando em dia seus compro­missos. Daí porque Ivanildo Fernandes daSilva foi o melhor secretário da PMA.

Vereador

Sem demérito para os demais integrantesda Casa James Pacheco, esta foi uma dasdefinições mais tranqüila da lista que organi­zamos. Tendo o cuidado de ouvir pessoasisentas, constatamos que Célia Cardoso este­ve perto de obter uma consagradora unanimi­dade, embora tenha conseguido um percen­tual elevadíssimo. Na verdade. esta bravamulher de Arcorverde vem se constituindonuma das mais gratas supresas do LegislativoMunicipal. .Assídua, participante, interessa­da. tem cumprido com a maior dignidade pos­sível e com o máximo de zelo a delegaçãoque lhe conferiu o eleitorado arcoverdense.Tendo em vista um desempenho assim tãoexpressivo, se mantiver o mesmo comporta­mento até o final do mandato terá uma reelei­ção tranqüila ou, quem sabe. poderá alçarvôos mais altos. Coragem, determinação etalento mío lhe faltam. Assim, deve crescerbastante nlo cenário político da Terra do Car­deal."

o SR. COSTA FERREIRA (PFL - MA.Pronuncia o seguinte discurso.) - SI. Presi­dente, Sr'" e Sr>' Deputados, a Constituinte

do Estado do Maranhão, em boa oportuni­dade, para melhor administrabilidade do Es­tado, criou vários novos municípios. Dentreos muitos, eu gostaria de destacar a transfor­mação do Povoado de Usina Joaquim Antô­nio, também conhecido como Central, emMunicípio desmembrado de Mirinzal.

Não tenho dúvidas de que a intenção dosConstituintes do meu Estado foi de impor­tância fundamental, tanto do ponto de vistaeconômico quanto administrativo. Isto por­que se aproveitará toda a matéria-prima domunicípio para transformá-Ia em produtos se­mi-acabados, propiciando ao Prefeito melhorabrangência na captação de recursos paraaplicar no desenvolvimento da camuna, comadequação às necessidades da população.através de obras de infra-estrutura e outrosbenefícios - escolas, estradas, saúde, etc.Tudo isso propiciará aos seus habitantes obem-estar que, somado aos fatores do traba­lho, certamente expandirá a agricultura, apecuária e outras atividades que contribuirãopara o crescimento da renda per capita dopovo para a eliminação da mortalidade infan­til, do analfabetismo, além de propiciar umadistribuição justa desta renda gerada no novomunicípio.

Por tudo isto, SI. Presidente, resta-me ex­primir aos Constituintes maranhenses osmeus mais elevados votos de louvor por tãogrande visão em benefício do desenvolvimen­to do nosso Estado e, em especial, dos nossosmunicípios, tanto dos tradicionais como dosnovos.

O SR. MOISÉS AVELINO (PMDB - TO.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr Presi­dente, Sr" e Srs. Deputados, a intervençãodo Governador do Estado do Tocantins nosMunicípios de Araguaína, Ananás, Almas,São Valério e outros de não menor impor­tância vem demonstrar, mais uma vez, a voca­ção ditatorial do Sr. Siqueira Campos, queconstruiu sua vida pública durante o regimemilitar, cortejando preferentemente os Mi­nistros do Exército e, eventualmente, os ge­nerais, brigadeiros e almirantes que monopo­lizavam o poder.

Dizem que o vício do cachimbo deixa aboca torta.

Embora nesta Casa, durante a Constituin­te, procurasse, como Deputado, travestir-sede liberal, escolhendo uma legenda de reco­nhecida tradição desde os idos de 1945, con­seguindo ludibriar o eleitorado tocantinensee alçando-se ao poder, inaugurou, desde Io­ga, uma organização sinecurista, convocando.a parentela e esquecendo-se de que fora, háalguns anos, um dos maiores críticos das oli­garquias municipais.

"Põe-lhe o poder na mão e conhecerás ovilão" - já diziam nossos ancestrais portu­gueses.

Assumindo o Governo, o Sr. SiqueiraCampos passou desde logo, a desprestigiaras Câmaras Municipais e a própria comuni­dade, sempre encontrando razões políticasinsustentáveis para suas decisões estapafúr­dias.

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262 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

o terror e a impunidade estão implanta­dos. em nosso Estado. pelo Governador. comatitudes arbitrárias. ameaças às lideranças eaos funcionários que não se inclinam ao relhodo seu mandonismo.

Num ato de desespero. que configura umaseqüência de arbitrariedades. compraz-se emexpedir medidas ditatoriais. em total desres­peito ao povo tocantinense. que confiou emsuas promessas e agora amarga a presençade uma administração nefasta e violenta.

Era o que tínhamos a dizer. Sr. Presidente.

O SR. FRANCISCO AMARAL (PMDB-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) Sr.Presidente. Sr'" e Srs. Deputados, a seguran­ça pública do meu Estado de São Paulo, aJustiça dos homens. a minha cidade de Cam­pinas. sofreram uma perda irreparável coma morte de Cid Guimarães Leme. Todavia,o Brasil, os homens justos. os funcionárioseficientes. estes não o perderam de todo, por­que vive em cada um o exemplo magnífico.dimimico, dado ao longo de toda a sua vidapor esse ser humano exemplar, por esse poli­ciai excelente.

Cid Guimarães Leme. que galgou, por mé­rito inquestionável. um a um, toqos os de­graus da carreira policial. quando DelegadoRegional de Campin~s contribuiu de formadecisiva para que a cidade, já com uma altís­sima taxa de crescimento demográfico em de­corrência de uma migração sem precedenteem sua história, pudesse Ir.ünter-se inscritaentre as cidades de melhor qualidade de vidado País.

Arauto do Direito, era servo da Lei, queexigia ver cumprida por todos.

Ser humano de sensibilidade aguçada. eraum defensor impetuoso e constante da ordemsocial.

À vasta cultura reunia um conhecimentoeclético que utilizava paJ'a proporcionar a efi­ciência que caracterizava sua vida profissio­nal e. ao mesmo tempo, para compreender,em toda a sua inteireza, as questões existen­ciais que marcam a vida dos homens.

Ao respeito à letra da lei reunia uma argutacompreensão de seu espírito. Homem deação. era um doutor em hermenêutica.

Sr. Presidente. Srs. Deputados. nós, ho­mens públicos. sabemos bem que. emboratodas as profissões sejam absolutamente res­peitáveis. algumas são de exercício mais difí­cil. Algumas são também mais vulneráveisàs críticas constantes até dos que se benefi­ciem de seu exercício. Entre estas creio estarincluída. com destaque. a do policial.

Sentinela da ordem pública. é também ob­jeto constante de observação da comunidadee. não raro. vítima de críticas improcedentesnascidas entre os que têm interesses contra­riados pela Justiça. Ainda assim. Cid Guima­rães Leme foi um homem que passou pelaminha Campinas e ao deixá-Ia definitivamen­te criou um vácuo. preenchido por enormee perene saudade.

Muito obrigado.

O SR. VICTOR FACCIONI (PDS - RS.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi-

dente. Sr'> e Srs. Deputados. a Bíblia nosensina que há tempo e hora para tudo Raralavrar a terra, tempo para semear. tempo pa­ra colher, tempo para chorar e tempo parasorrir, rezar...

O ensinamento bíblico se aplica tambémà política. O tempo e a hora do novo governoque se vai instalar em 15 de março são paramudanças fundamentais na vida política. eco­nômica e social do País, pois este foi o com­promisso do novo Presidente aclamado pelopovo nas urnas. Se esta é a vontade do povo,é também uma necessidade da Nação. Doseu êxito depende, pois, a própria sorte dopovo. da Nação. Espera-se, por isso mesmo.que haja apoio político suficiente para a con­cretização de tal desiderato. A falta de apoioe, pior, a oposição apenas pela contestaçãoeleitoral. dificultando a já difícil tarefa depromover as mudanças necessárias para re­por em dia a ordem econômica e social, confi­guram uma atitude contra os interesses dopróprio povo. da Nação que aspira às mudan­ças. condição de sobrevivência para a maioriado próprio povo.. Foi decepcionante, por isso mesmo. vera Executiva Nacional do PMDB. tendo à suafrente Ulysses Guimarães, um dos pais daNova República e de todo o descalabro deseus governos estaduais, estar a decidir con­tra o futuro Governo. antes até de o mesmose instalar. É de indignar. igualmente, a idaa Porto Alegre do Vice. Valdir Pires. paraconchavar com o Governador Pedro Simon.ambos ex-Ministros do Plano Cruzado e doGoverno Sarney. que deixa para o seu suces­sor a pior herança de dificuldade da históriada República. Não querem governar e nãoquerem deixar governar, pois são mestres noconchavo. Mas o conchavo. por si só, nãoleva a nada. ou leva. sim, à hiperinflação,ao desemprego. à recessão que já começou,à insatisfação dos triticultores gaúchos recla­mando o pagamento da safra, ou da políciacivil em greve contra os baixos salários queimpedem um serviço melhor na segurançapública. a que todos têm diretto. Leva à faltade casas para morar milhões de brasileiros.drama que a Nova República só fez agravar.Leva ao achatamento salarial, aos desestí­mulo da produção. aos descaso da saúde eda educação. ao deterioramento da infra-es­trutura material do País. como é o caso dadestruição gradativa e célere das rodovias,das telecomunicações. do setor energético,do saneamento básico e do meio ambiente.tudo piorando gravemente nos dias atuais,quanto à moral nacional que se esvai.

Seguramente. a decisão da Executiva Na­cional do PMDB só pode ter soado mal. comomau exemplo para a opinião pública. que es­pera a união de todos os homens públicos,sejam de que partido forem. para a soluçãodos mais graves problemas do País. Um co­mando partidário derrotado nas urnas deviarenunciar. ao inves da arrogâncià da contes­tação prévia ao Governo que se vai instalar.e dar lugar a outros que pudessem melhorcompreender a agir diante das responsabi­lidades do presente e do futuro do País.

Afinal. o êxito do próximo Governo, que. se instala na undécima hora. ou seja. em cima

de uma verdadeira hecatombe nas finançase na economia nacional. interessa a todos.mas parece que alguns se dão ao luxo detorcer, desde logo. pelo malogro, como setal não viesse a prejudicar toda a Nação. Eo pior disso tudo é que tal procedimento parteexatamente daqueles que mais se beneficia­ram das espertezas eleitoriais do Plano Cru­zado. e de cujo desdobramento estamos to­dos a pagar uma conta sem fim. a mesmaque o Sr. Fernando Collor vai ter de gerira partir de 15 de março.

A hora é de união e não de contestação,pois sem união mais difícil, ou impossível até,vai ficar a tarefa de reconstruir o Brasil.

Venho. pois. a esta tribuna, no início dasatividades legislativas do ano, para conclamartodos os homens e mulheres de boa vontadedeste Parlamento e de todo o Brasil para umaunião diante da gravidade da crise que a Na­ção está a viver e para um crédito de confian­ça no futuro Presidente Fernando Collor deMello. em consonância. inclusive, com o cré­dito de confiança, que o próprio povo lhe deu.no voto direto e secreto das urnas, que oconsagrou como condutor máximo dos desti­nos do nosso País.

UBIRATAN AGUIAR - (PMDB- CE.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi­dente. Sr" e Srs. Deputados. em recente visi­ta que fiz à Serra de Guaramiranga, no Ceará,ouvi o reclamo da população ali residentesobre a falta de assitência aos produtores daregião. Ressentem-se eles da falta de créditonos bancos oficiais que lhes permita desen­volver a cultura de hortaliças e frutas. Recla­mam da falta de estradas vicinais que ensejemo escoamento da produção. que em diversasocasiões se perde totalmente em face da im­possibilidade do seu transporte. A energiaelétrica. outro fator de desenvolvimento, équase inexistente na zona rural, inviabilizan­do os programas de irrigação e a conservaçãodos produtos. máxime quando ficam os mes­mos retidos por falta de meios para o seuescoamento.

A favorabilidade do clima e a beleza natu­ral da serra mostram com clareza que o turis­mo é o caminho natural para promover odesenvolvimento daquela vasta e rica exten­são do território cearense. Necessário se fazque o Poder Público monte a infra-estruturanecessária a fim de que os Municípios de Ma­ranguape. Palmácia. Pacoti, Guramiranga,Mulungu, Aratuba e Capistrano, mercê desuas potencialidades. possam vislumbrar umnovo momento para seus filhos.

Com o objetivo de despertar as autoridadesfederais para o atendimento destas reivindi­cações é que se encontram em Brasília o Pre­feito João Simplício do Nascimento e o Vice­Prefeito Franscisco Paulo Campos, do Muni­cípio de Palmácia, trazendo um série de pro­jetos que encaminharão para o necessárioexame e as providências dos diversos órgãosque integram a estrutura da administraçãofederal.

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Ao fazer este registro, formulo um apeloà Embratur, ao Ministério das Minas e Ener­gia, ao Ministério da Agricultura, enfim, atodos os órgãos ligados diretamente aos as­suntos aqui enfocados, no sentido de promo­verem, em conjunto com os Municípios acimamencionados, um Plano Integrado de Desen­volvimento do Maciço de Baturité.

Era o que tinha a dizer.

O SR. ASSIS CANUTO (PL - RO. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presiden­te, SI"" e Srs. Deputados, ocupo esta tribunapara dar conhecimento à Casa e à Nação dasdificuldades vividas pela população do Muni­cípio do Jiparaná, em Rondônia, impiedo­samente castigada pelas enchentes dos riosJi·Paraná e Urupá.

Milhares de moradores foram desalojadosde suas moradias, o comércio sofreu perdasirreparáveis e a situação transformou aquelepujante Municíipio numa comuna de desabri­gados e sofredores. Não fosse a ativa, prontae imediata ação da Prefeitura Municipal, dosclubes de serviço (Lions, Rotary, Maçonaria)e da Comissão Municipal de Defesa Civil,as coisas teriam sido bem piores!

O Prefeito Municipal, José de Abreu Bian­co, decretou estado de calamidade públicae encaminhou relatório minucioso aos gover­nos estadual e federal, solicitando apoio fi­nanceiro para reparar os prejuízos públicose auxiliar as pessoas atingidas a reiniciaremsuas atividades e continuarem a viver.

Mais uma vez, ficou registrada a solidarie­dade do povo de Ji-Paraná, que não mediuesforços e se colocou desde a primeira horadas dificuldades ao lado daqueles infortuna­dos atingidos pela maior enchente havida na­quela região.

Ao encerrar minhas palavras, quero apelaraos governos estadual e federal para que dis­pensem todo apoio possível à Prefeitura, afim de que possa minorar o sofrimento daque­la população.

Voltarei ao assunto!

O SR. RENATO JOHNSSON (PRN - PRoPronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, entre as contribuiçõesdo Paraná à matriz energética brasileira, umase reveste da maior importância e significaçãoeconômica para o próprio Estado: a explo­ração das reservas de xisto betuminoso pelaPetrobrás. As reservas provadas de xisto doBrasil são imensas, alcançando 1,8 bilhõesde barris de óleo: somente no Paraná, naregião de São Mateus do Sul, a reserva esti­mada é superior a 500 milhões de barris deóleo.

Nas atividades com xisto a Petrobrás jáaplicou quase 500 milhões de dólares e conse­guiu desenvolver uma tecnologia própria, devanguarda a nível mundial, encontrando-sehoje tecnicamente habilitada a dar aproveita­mento ao nosso xisto. Em São Mateus doSul construiu e opera com ótimos indices,desde 1972, uma planta semicomercial, a Usi­na Protótipo do Irati, à qual estão acopladastambém pequenas plantas de pesquisa.

No entanto, a verdadeira consolidação tec­nológica em escala comercial, que permitiráincorporar efetivamente às reservas energé­ticas do País o potencial di xisto, bem comoo ponto de equilíbrio econômico de todo oprojeto desenvolvido pela Petrobrás, somen­te serão alcançados com a conclusão de suaetapa mais avançada, o chamado Módulo In­dustrial de xisto.

Justamente esse Módulo Industrial, Sr.Presidente, está tendo sua construção parali­sada pela Petrobrás, em face das dificuldadesfinanceiras conjunturais vividas por aquelaEstatal.

Todos os indicadores econômicos e sociaisligados ao projeto, no entanto, nos fazemdiscordar radicalmente desta paralização, aoatingir a obra uma execução física já de 85%,e após serem aplicados nela 69 milhões dedólares, de um custo total de 104 milhões.Interrompê-Ia significa deixar de oferecer aoPaís uma produção de 4.000 barris/dia deóleo, 100 ton/dia GLP, no valor anual 47 mi­lhões de dólares, e igual economia de divisas,por se tratar de produtos todos ainda impor­tados.

Nosso entendimento da absoluta inconve­niência de paralisar esta obra - além do cus­to social da perda de mais de mil empregos- quando os recursos para completá-Ia equi­valem a menos de um ano do valor da suaprodução, foi plenamente compartilhado poresta Casa, que aprovou, ao tratarmos do Or­çamento das Estatais para 1990, emenda danossa autoria destinando-lhe recursos redis­tribuidos de outras obras da Petrobrás, novalor equivalente a 15 milhões de dólares.

Ressalte-se que para a conclusão das obrasdo Módulo Industrial de Xisto, são neces­sários 35 milhões de dólares. Destes 2,5 mi­lhões se referem a equipamentos usados demineração a serem transferidos da CSN e deItaipú e que podem ser pagos por encontrode contas; 2,5 milhões referem-se a capitalde giro, totalizando 5 milhões que não geramdesembolso. Outros 5 milhões de dólares re:ferem-se obras que podem ser executadasapós o início da produção, quando já estarãosendo gerados recursos pelo próprio Projetoe 10 milhões serão financiados pelos clientesregionais dos produtos a serem gerados. Comos 15 milhões alocados por decisão desta Ca­sa, temos completado o equacionamento fi­naceiro do Projeto. Resta, portanto, para suaefetiva conclusão, o ato de vontade, de de­cisão.

Ao enfatizar o acerto da decisão desta Ca­sa, desejamos demonstrar a extrema impor­tância de que se reveste o Projeto Xisto parao Estado do Paraná, especialmente para suaregião sul, a mais carente do Estado.

O Módulo Industrial de Xisto terá a carac­terística fundamental de operar como pólogerador de riquezas e fomentador de desen­volvimento, por suprir de insumos energé­ticos outras indústrias que já se instalam naregião. É o caso da Incepa - Indústria Cerâ­mica Paraná, uma das grandes fabricantesbrasileiras de produtos cerâmicos, que iniciou

a construção de uma primeira fábrica juntoao Módulo Indústrial do Xisto, com um inves­timento inicial de 70 milhões de dólares; amesma Incepa pretende ainda construir futu­ramente mais duas grandes fábricas no local,desde que possa contar com o gás combustívelde xisto como insumo,o que elevará seus in­vestimentos para o total de 190 milhões de,dólares. Apenas a sua primeira fábrica, jáem construção, gerará produtos no valor de96 milhões de dólares/ano, dos quais boa par­te se destina ao mercado externo, contribuin­do igualmente para o ingresso de divisas noPaís. O conjunto destes empreendimentosgerará progressivamente cerca de 4.000 em­pregos diretos.

Além das fábricas do ramo cerâmico, oBancode Desenvolvimento do Paraná - Ba­dep e a Secretaria da Ciência e Tecnologiado Estado têm em estudos outros projetossatélites dependentes da conclusão do Mó­dulo.

Assim, é todo desenvolvimento de umavasta área geográfica, composta por 12 muni­cípios e reunindo uma população de 500 milpessoas, que se encontra hoje na dependênciade pronta retomada e conclusão do MóduloIndustrial de Xisto pela Petrobrás. Em fun­ção disto, e das definições orçamentárias játomadas no Congresso Nacional, estou ofi­ciando ao Ministério das Minas e Energiapara solicitar a agilização de medidas paraliberação e aplicação dos recursos destinadosà conclusão desta obra, bem como a transfe­rência dos equipamentos de mineração daCSN e de Itaipu para Petrobrás.

A SRA. RITA CAMATA (PMDB - ES.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi·dente, SI' e Srs. Deputados, a inflaçãao ea degradação dos sistemas de Ensino impe­dem o desenvolvimento da sociedade brasi·leira. Temos de solucionar e resolver tais pro­ble~as com rapidez e competência.

E calamitosa a situação do ensino no brasil.No que co!1ceme ao Ensino de 1° e 2"Graus,o novo relatório da UNICEF divulga reali­dade assustadora: no quadro das 131 naçõesfiliadas à ONU, quanto à evasão escolar: Hai­ti, Iêmen, Chade, República Centro Africa­na, Banglasdesh e Birmânia.

O artigo 206, inciso I, da.Constituição dizcabe ao estado garantir a todos ·"igualdadede condições para o acesso e permanênciana Escola", a fim de que possam receber umaeducação que permita uma disputa justa eatuação responsável no mercado de trabalhoe o ingresso no 3° grau.

É sobejamente conhecido o resultado cala­mitoso do último vestibular. Os candidatosàs vagas existentes nas univeJ'Sidades federilise particulares apresentam niNei tão abaixoda média que somente 30% das vagas forampreenchidas. Isto em todo o Brasil.

É a degradação do ensino no Brasil. Omodelo se esgotou, o sistema faliu, principal­mente porque: - o sistema de serviços públi­cos se degradou como um todo; como desen­volvimento econômico, a profissão de' profes­sor perdeu o apelo social, os jóvens mais qua-

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lificados passaram a preferir outras ativida­des; - os salários dos professores foramprogressivamente aviltados, relegando a pro­fissão a níveis subalternos; - as escolas públi­cas não foram, como ainda não são, subme­tidas â concorrência; - os sàláriso dos profes­sores e de poessoal de administração inde­pendem da satisfação ou dos resultados dosalunos; - o controle da qualidade de ensinonas escolas publicas permanece praticamenteinexistente, quer pelo Poder Público, querpela comunidade. A sociedade passou a desa­creditar da Escola Pública.

Reclamada por toda a sociedade, faz-se ne­cessária, de fato, uma verdadeira revoluçãona educação, uma transformação que restru­ture de forma eficaz e moderna o ensino noBrasil. Torna-se urgente a elaboração e exe­cução de projetos na area da educação. Éessencial e vital que a educação seja repen­sada, a realidade atual transformada com ur­gência. Que não se equipem novas escolasineficientes.

Deve-se convocar professores, técnicos emeducação e políticos, para, num processo deintereducação com a sociedade, lutar em afim de que nosso ensino não seja o desastreque é e que alcance pelo menos os padrõesde eficência necessári0~ para a formação deprofissionais competentes e a devida prepa­ração para o ingresso no mercado de traba­lho.

a nosso ensino exige mudanças já, traba­lho imediato de todos nós para reformá-loem profundidade, quantitativa e qualitativa­mente.

Um dos grandes probelmas da adminisa­tração pública brasileira é a falta de continui­dade, tanto na elaboração quanto na execu­ção e manutenção de projetos. No caso doensino, que exige visão de longo prazo, essadescontinuidade é draconiana para a socie­dade. O Brasil não avançara em termos reais,se não olhar de frente para o problema daeducação. Quem está cuidando disso? Atéagora, ao que parece, só temos projetos aserem apreciados, idéias geniais... soluçõesdefinitivas... mas a prática, onde está?! Infe­lizmente, nosso ensino tem muita diretriz epouca base. É o que se deduz ante o caráterbacharelesco e pretensioso das leis. A educa­ção 'exige desburocratização, abordagempragmática e questões claríssimas - comoa necessidade de restaurar e generalizar oensino oficial de base. É urgente mudar essarealidade, fixar prazos e metas para que aeducação, o ensino no Brasil, cumpra seusfins. Não é justo que se multipliquem e seequipem centros escolares, em termos de re­cursos financeiros, técnicos e humanos, a per­durar tanta ineficiência.

A Constituição privilegia o Ensino Funda­mental. O artigo 60 das Disposições Constitu­cionais Transitórias não só aloca generososrecursos, como determina que o Poder Públi­co mobilize todos os setores organizados dasociedade, para, nos dez primeiros anos se­guintes â promulgação da Carta, universa­lizar o Ensino. Também o artigo 212 deter-

mina os recurso a serem gastos com a Edu­cação.

A Carta, repito, determina a universali­zação do ensino, destinando, para tal fim,recursos suficientes. A decisão política é im­prescindível para a implantação imediata dosdireitos assegurados; portanto, o que estamosesperando? Vamos à luta. Mudanças-já. Avoz das urnas, na recente eleição do novoPresidente da República, ainda ressoa dizen­do: "Queremos mudanças!" Temos o devefde interpretar o recado deixado nas urnas.

Como membro da Comissão de Educação,Cultura, Esporte e Turismo, sou testemunhado trabalho que estamos realizando, num es­forço muito grande, em reuniões, audiênciaspúblicas com todas a Entidades ligadas à edu­cação e também com membros da comuni­dade, sensíveis ao grave problema que esta­mos vivendo, para, juntos, encontrar a solu­ção que venha ao encontro dos anseios e ne­cessidades de todos, a fim de que o Brasilfigure entre os países em desenvolvimento,buscando o crescimento necessário para aca­bar com as discriminações e disparidades sé­rias, que penaliza o nosso povo.

o SR. MAURO MIRANDA (PMDB ­GO. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, quando esta Ca­sa retoma suas atividades num exercício quese pressupõe extremamente rico de perspec­tivas, vejo, com justificadas reservas, que issoocorre numa conjuntura econômica, políticae social complexa e grave que preocupa pro­fundamente todos os segmentos da sociedadebrasileira, esta mesma sociedade recém-saídade uma eleição que lhe proporcionou mo­mentos de vibração democrática e de con­tacto com a liberdade plena.

Mas na verdade, Sr. Presidente, é de sereconhecer que, se, de um lado, a sociedadee a Nação como um todo deram uma liçãode maturidade e grandeza política, 'igualan­do-se aos países mais politizados do mundo,de outro assistimos aos partidos e suas basessaírem das últimas eleições profundamenteabalados, desatualizados e envelhecidos, co­mo uma advertência a aconselhar uma revi­são total e absoluta de suas estruturas, umreequacionamento de seus programas, desuas propostas, enfim, de toda a sua filosofiaestrutural e programática.

Tudo, afinal, parece sugerir mudanças ime­diatas e profundas. É o começo de uma déca­da, a última do século XX, aquela que fech?o balanço de mais cem anos. O que se deveindagar agora é se estaríamos preparados pa­ra enfrentar os desafios dos próximos dezanos, quando teremos pela frente não apenasum governo de cinco anos, mas, sobretudo,uma nova visão do mundo, uma nova concep­ção política, social e econômica, por fim, umanova filosofia que deverá comandar as rela­ções entre todos os países do mundo.

Com efeito, não é que o Brasil precise sim­plesmente mudar; deve mudar, porque omundo todo está mudando. Certamente, oPaís não poderá desconhecer as transforma­ções quase inacreditáveis que vêm ocorrendo

no Leste Europeu, nem tampouco os seusdesdobramentos.

Embora tudo tenha começado na Polônia,passando pela Hungria, Tchecoslováquia,Romênia, movimentos esparsos na Iugoslá­via, nada mais representativo dessas mudan­ças do que a queda do Muro de Berlim, segui­da da possibilidade, já agora não muito remo­ta, de reunificação das duas Alemanhas.

Para culminar todo esse processo, o mun­do, feliz mas perplexo, toma conhecimentode mais uma abertura promovida pelo LíderMikhail Gorbachev, que, rompendo comuma estrutura arcaica de mais de setentaanos, "democratiza seu país", permitindo osurgimento de partidos de oposição e retiran­do assim o domínio do PC, que reinava desdea Revolução e que perde assim o monopóliodo poder na Rússia.

Como se vê, Sr. Presidente, esse movimen­to no Leste Europeu tem um sentido de revi­são de velhas ideologias e a busca por saídasmais compatíveis com os anseios e desejosdos povos. E o Brasil tem de extrair daquelasmudanças, que ultrapassam em seu signifi­cado os limites regionais, as lições mais ade­quadas e aplicáveis nos seus problemas inter­nos.

É um chamamento à reflexão e uma adver­tência no sentido de que as transformaçõesprofundas devem resultar sempre do amadu­recimento das idéias e nunca das decisõespassionais.

Era o que me cabia dizer.

O SR. JOSÉ VIANA (PMDB - RO. Pro­nuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidene,Sr" e Srs. Deputados, o desajustamento cli­mático mais uma vez está castigando algumasporções do território nacional: enquanto ointerior do Ceará sofre de desgastante e cruelestiagem, que atinge áreas produtivas do Es­tado, o Município rondoniense de Ji-Paranáencontra-se fustigado por intensas chuvas hámais de um mês.

Já foi declarado estado de calamidade pú­blica na área, em decreto do Prefeito Joséde Abreu Bianco, e as autoridade da aero­náutica sediadas em Manaus têm enviado Vl'­

Iiosíssima contribuição, sob a forma de heli­cópteros e pessoal especializado nesse tipode atendimento, podendo ser feita a remoçãode habitantes ilhados e a distribuição de gêne­ros alimentícios, medicamentos e agasalhosà população abrigada em locais ainda provi­sórios.

A enchente dos rios Machado e Urupá,bem como de inúmeros de seus igarapésafluentes, desmantelou a frágil estrutura ur­bana da cidade, fazendo sentir seus reflexos,também, sobre a área rural de Ji-Paraná.

E não são somente as lavouras que estãosendo destruídas: as estradas vicinais já foramcobertas, grande número de reses já morreudebaixo das águas, e o transbordamento defossas sépticas põe em risco a saúde da popu­lação atingida, que se encontra à mercê dotifo e das demais doenças que grassam emocasiões como esta.

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NÀCIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 265

Ademais, uma tragédia de grandes propor­ções, algo que poderá isolar grande parte doEstado, está na iminência de ocorrer: a pontesobre o rio Machado, que corta Ji-Paranáem duas metí'ldes, apresenta enormes racha­duras, podendo ruir a qualquer momento,impedindo o tráfego de veículos para os seisprincipais Municípios do Estado, inclusivePorto Velho.

Tal advertência não foi feita por leigos,mas, sim, por um engenheiro do Departa­mento Nacional de Estradas de Rodagem,o qual esteve, dia 17 último, vistoriando aobra, que apresenta um vão aproximado de260 metros, dos quais depende, com exclusi­vidade, a ligação com a região norte do Es­tado.

As equipes da Coordenadoria da DefesaCivil, é claro,' já estão desenvolvendo suasatividades de socorro e prestação de auxílioaos necessitados, inclusive em um eficientetrabalho de integração com a Força AéreaBrasileira; a Polícia Militar vem realizandocampanhas de arrecadação de doações na Ca­pital, obtendo agasalhos, medicamentos e ví­veres. Entretanto, dada a magnitude do pro­blema, é preciso que o Governo federal, atra­vés de seus órgãos competentes, passe a parti­cipar como maior empenho, inclusive coma elaboração urgente de um plano de trans­portes que represente alternativa na hipótesede ocorrer o desabamento da ponte sobreQ rio Machado.

Sem essa participação dos órgãos federais,será ainda maior o sofrimento da populaçãode Rondônia, será ainda maior o prejuízoacarretado pelo colapso dos transportes, se­rão ainda maiores as dificuldades a seremenfrentadas por um Estado já apenado porseguidas intempéries.

o SR. MAURÍLIO FERREIRA LIMA(PMDB - PE. Pronuncia o seguinte discur­so) - SI. Presidente, Sr" e Srs. Deputados,a aposentadoria é a forma brasileira do "In­ferno" de Dante. Quem se aposenta perdequalquer esperança de dignidade humana epassa a ocupar uma posição de subcidadania.Seus proventos são insiginificantes, seus di­reitos praticamente inexistem. O Plano deBenefícios eCusteio da Previdência Social,que garantiria as conquistas concedidas pelanova Constituição, corrigiria estas distorções,mas o futuro Ministro do Trabalho e da Previ­dência Social, Antônio Rogério Magri, jáprometeu que irá combatê-lo, alegando a fal­ta de meios financeiros para implementar esteprograma.

Antes mesmo de assumir. o futuro Ministroacabou com a perspectiva de uma vida dignapara os aposentados, sem atentar para ques­tões importantes, como o crescente custo devida e a especulação imobiliária, que sobea índices superiores aos da inflação.

Antônio Rogério Magri afirma que a recei­ta previdenciária não suportará a indexaçãopelo salário mínimo e também descarta aatualização dos cálculos dos que se aposen­

,taram após a promulgação da nova Consti­tuição, extremamente prejudicados pelos cri-

térios adotados então. Precisamos alertar ofuturo Ministro de que a Previdência Socialnão tem dinheiro porque a evasão fiscal ter­mina por erodir as receitas que lhe são de­vidas. .

Poucas prefeituras recolhem ao lAPAS ascontribuições descontadas nas folhas de paga­mentos de seus funcinários. O mesmo pode,ser dito de quase a totalidade das repartiçõespúblicas das esferas estadual e federal. Comose não bastasse, existe grande número de em­presários que agem da mesma forma, apro­priando-se indevidamente de recursos, o quetermina por onerar e inviabilizar a Previdên­cia Social.

Como bom lutador de judô, o Sr. AntônioRogério Magri deveria derrubar os que sone­gam os recursos que, por direito, pertencemà Previdência antes de penalizar os aposen­tados. Se ele decidir pela conivência com aapropriação indébita de recursos que são dostrabalhadores, ainda resta a alternativa demelhor administração do imenso patrimônioimobiliário em mãos da Previdência Social.Só depois de esgotados estes recursos o futuroMinistro da Previdência poderá falar de faltade meios financeiros para a implementaçãodo Plano de Benefícios e Custeio da Previ­dência Social. Até lá peço que não tirem asesperanças de milhões de aposentados quevivem com dificuldades e quase sem digni­dade.

O SR. ISMAEL WANDERLEY (PTR­RN. Pronuncia o seguinte discurso.) - SI.Presidente, Sr' e Sres. Deputados. O Brasilesperou muitos anos para viver sob a égidede uma Constituição democrática, e 29 anospara eleger um Presidente. Essa opção brasi­leira pela democracia, com liberdade políticae econômica, é uma conquista irreversível denossa gente. Apesar de tudo, o quadro socialnão é animador.

Nosso país atravessa, porém, uma etapadefinitiva de sua História: a passagem de umasociedade secularmente paternalista, em quetudo se esperava do governo, para uma quemadurece e descobre que poderá crescer des­de que esteja racionalmente organizada edesde que a força de seu trabalho seja valo­rizada.

Os anos 80 foram marcados pela estagna­ção da economia e pelo visível empobreci­mento do povo brasileiro. A isto soma-se umaenorme dívida social que afronta nossas cons­ciências.

O oportunismo, a corrupção, a impunidadee a falta de patriotismo de uma minoria privi­legiada conduziram o País a uma crise quevai além da financeira e da moral. Vivemosa crise da esperança. Nosso povo perdeu afé nos homens públicos é nas instituições.

O avolumamento de nossa dívida externa,a estagnação da economia, a desmedida ecovarde concentração de riquezes em contra­posição à absoluta miséria da grande maioriada nação brasileira levaram nossa gente a per­der muito de sua auto-estima, de sua crençano Brasil. Do brasileiro costuma-se dizer tra­tar-se de um povo pacífico e confiante. Masnão há como negar que essa sucessão de acon-

tecimentos envolvendo a malversação dos rê­cursos públicos produziu uma indignação si­lenciosa que talvez seja mais grave e preocu­pante do que manifestos de rua observadosem outras sociedades e, com menor intensi­dade, aqui dentro.

Cremos que para responder ao desafio deuma mudança precisamos dedicar todo o nos­so esforço e nossa atenção a esses problemasestruturalmente enraizados na sociedade bra­sileira. E esse caminho passa necessariamen­te pelo melhor aproveitamento e valorizaçãode nossos recurso humanos, pelo fortaleci­mento de nossa cultura através da educaçãobásica, da pesquisa, da especialização técni­ca. A valorização do trabalho precisará seralcançada e defendida, entendidos o trabalhoe o capital como os agentes do progresso eco­nômico e social, e encarado o homem comoo objeto final da atividade econômica.

Precisamos impedir que os próximos anossejam mais um tempo perdido para a econo­mia brasileira e que os sacrifícos a que estãosendo submetido nossos cidadãos se sejamem vão. Para tanto, temos o direito e, maisque tudo, o dever de cobrar as medidas deausteridades que se fazem necessárias paragarantir o equilíbrio e a respeitabilidade dasfinanças públicas.

E nenhum momento pode ser mais propí­cio do que este, quando se anuncia a sucessãopresidencial através de uma escolha legiti­mada pela decisão do povo. Apesar da enor­me crise que o País atravessa, não é este,de jeito algum, o mom~nto de esmorecer edesanimar. Vamos retomar essa bandeira nãoapenas com palavras, mas com ações concre­tas, apoiando aqueles que se mostram dispos­tos a combater as mazelas de nossa sociedade,ainda que isso implique em conseqüênciaspessoais. Busquemos a justiça para exigir apunição dos culpados e o ressarcimento aoErário público, saudando com entusiasmo ogoverno Collor de Mello e desejando-lhe decoração e espírito abertos, boa sorte.

Nós, povo e dirigentes, somos passageiros,mas a Pátria, esta permanente. Registrounosso jurista Rui Barbosa:

"Ela não é de ninguém, são todos ecada qual tem no seio dela o mesmo di­reito à idéia, à palavra, à associação, Apátria não é um sistema, nem um mono­pólio, nem uma forma de governo. Éo céú, o solo, o povo, a tradição, a cons­ciência, o lar, o berço dos filhos e o túmu­lo dos antepassados, a comunhão da lei,da língua e da liberdade... "

E é isso, meus amigos, que o Brasil quer.Esse Brasil de mais de 140 milhões de cida­dãos, lutando por dis melhjores, e que, porisso mesmo, em sua maioria escolheu entreos candidatos exatamente aquele que, porsua capacitação, postura, entusiasmo, juven­tude, coragem e experiência, se identificoucom a grande massa brasileira, mostrando-seaberto às novas exigências sociais, a todasas correntes, sem PFeconceitos.

A sucessão presidencial é o principal even­to a sinalizar as mudanças que por certo in-

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266 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

f1uenciarão os rumos de nosso desenvolvi­mento.

Caminhemos juntos para a reconstruçãoda paz social e o progresso humano da comu­nidade nacional.

Se esta união vingar, se esses novos ventospossíveis e tão ansiados soprarem e se mate­rializem no bem comum, o Brasil viverá então,sensacional experiência nesta que é últimadécada do século!

Era o que tinha a registrar.

o SR. ANTÔNIO SALIM CURIATI (PDS- SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, cumpre renovar,nesta tribuna, determinadas críticas, já bas­tante conhecidas, a respeito do sistema públi­co de saúde.

Constitui fato notório a precaridade doatendimento oferecido pelos hospitais do Paísà população, pesando sobre estes serviços aincompetência, a falta de gerenciamento efe­tivo, o descaso, a corrupção, o empreguismoetc. Todavia, como agravante deste quadro,vem-se acentuando a influência de distor­ções, evidentemente relacionadas ao SUDS(Sistema Unificado e Descentralizado deSaúde).

Hoje, hospitais, casas de saúde e santascasas vivem uma situação dramática em razãodo atraso e do não-recebimento dos paga­mentos devidos pelo SUDS, bem como peloInamps (Instituto Nacional de AssistênciaMédica da Previdência Social). Além das bai­xas quantias pagas pelos serviços prestados,uma grave celeuma tem sido gerada pelasinjustificáveis retenções de valores. Assimsendo, durante este ano muitas instituiçõesse desligaram desse sistema, provocandograndes prejuízos, afinal, para a saúde públi­ca, ou melhor, para a própria população.

Chamo, pois, a atenção das autoridadesgovernamentais para a extrema gravidade dasituação. Em suma, objetiva-se o atendimen­to urgente de legítimas reivindicações relati­vas ao estado de insuficiência em que hojese encontra a área de saúde no Brasil, afetan­do principalmente as populações carentes.

A rigor, existe um profundo contra-sensoentre a proposta de estatização do setor desaúde e a falta crônica de recursos para orespectivofinanci'fmento, a ponto de já seter tornado comum o descumprimento daspromessas do Presidente da República e doMinistro da Previdência Social junto à Fede­ração Nacional dos Estabelecimentos de Ser­viços de Saúde, à Fedetação Brasileira deHospitais e, principalmente, à sociedade.

Ao contrário, é preciso preservar o inte­resse público e zelar pela qualidade da assis­tência médica. Enfim, a saúde, como direitode todos e dever do Estado, constitui assuntoda máxima relevância e merece o aporte derecursos em volume plenamente satisfatório.Em-outras palavras, não se pode admitir queo Estado deixe de cumprir o papel prioritárioque lhe confere a Constituição, nela pr~ven­

do-se também a responsabilidade sobre o fi­nanciamento correspondente.

Ao reconhecer essa autêntica prioridadeda vida nacional e salvaguardá-Ia com as me­didas, critérios e princípios adequados, o le­gislador pretendeu, então, evitar o presentequadro, onde a saúde pública vive momentosdramáticos e aponta para a necessidade deprovidências imediatas contra o seu colapsodefinitivo.

No entanto, em que pese a eventual inob­servância daquele espírito consagrado npstermos da lei, apela-se já para um mínimode sensibilidade por parte do Governo emrelação aos sérios problemas enfrentados pe­lo setor de saúde.

Com efeito, as posições assumidas pelaunanimidade das entidades integrantes da re­de hospitalar evidenciam o elevado índice deinsatisfação no setor. As notícias amplamentedivulgadas pela imprensa em 1989, por suavez, trazem ao conhecimento público as me­didas exatas do progressivo agravamento dacrise atual no sistema de saúde.

A persistência de uma política de saúdeinstável e ineficiente permite a manutençãode atendimento de má qualidade, de filas deespera, da exploração do trabalho dos profis­sionais de saúde e de instituições incapazesde prestarem assistência médica, ou seja, semas condições técnicas mínimas exigidas nasinternações e cirurgias e que, afinal, servempara qualificar um hospital. ,

Contra esses ví<!ios e distorções defende-se,então, não só a participação efetiva do Estadono equacionamento da questão inerente ásaúde pública no Brasil, mas ainda o respeitoà atuação complementar da iniciativa privadano sistema de saúde. Tais considerações, urnavez materializadas na forma de convênios,devem ser, portanto, preservadas de atitudesou omissões perniciosas que estabelecem obs­táculos intransponíveis entre a teoria e a prá­tica. Porém, diante do risco iminente de fa­lência da rede hospitalar, as entidades do se­tor acabaram concluindo pela conveniênciado pedido de descredenciamento dos convê­nios celebrados com o Inamps e com o SUDS.

Para se avaliar a extensão do prejuízo cau­sado, basta citar que os hospitais privadosrespondem por 85% das internações e 65%do atendimento ambulatorial.

Logo, é possível perceber a urgência dese ajustar o sistema às reais necessidades domomento, com atenção para a correção defalhas existentes tanto de um lado como dooutro, certo que que, acima de tudo devefigurar Ointeresse público, a obrigação deo Estado prestar serviços de saúde a milhõesde brasileiros.

Esta situação'envolveu, numa acirrada tro­ca de acusações, prefeituras, governos esta­dual e federal e a rede privada de saúde.Em São Paulo, por exemplo, enquanto o Sin­dicato e a Associação dos Hospitais responsa­bilizavam o SUDS pela falência do sistemae ameçavam pedir o seu descredenciamento,o então Secretário da Saúde, Dr. José Aristo­demo Pinotti, reagiu com a possibilidade deintervenção nos hospitais que prestavam ser­viços essenciais. Ele negou a retenção de ver-

bas, denunciava o descontentamentb dos hos­pitais devido ao aumento da fiscalização. .

A isto acrecia o fato de estar ocorrendoenorme defasagem entre os custos e o valorpago, além de atrasos no pagamento atribuí­dos ao Ministério da Previdência SoCial. Este,por sua vez, sem acreditar no descredencia­menta coletivo, com muita dificuldade, con­firmava.os atrasos e a defasagem lIenuncia­dos.

No mínimo, é de estranhar que ~ão Paulo,apesar da condição de m,aior cont~'buinte daPrevidência e do SUDS, tem sido Unidadeda Federação que paga os seus hos ,itais coinmais atraso em todo o sistema nacional desaúde. Afinal, que razões especi4is justifi­cariam tais atrasos exatamente no Estado quedetém maior volume de recursos?

A rigor, a Seérêiaria oe Saúde se c:squivavade responder a esta pergunta, alegando, sim­plesmente, a necessidade de "glósa técnica".

Por seu turno, os hospitais se defendeme insistem no pedido de atualização dos valo­res pagos pelas internações dos segurados daPrevidência Social, afora o pagamento dosserviços prestados, sem atrasos ou retençõesabsurdas. Trata-se de exigências elementarespara o equilíbrio financeiro e a 'manutençãode qualquer empreendimento.

Inevitavelmente, a precaridade dos hospi­tais acaba refletindo-se sobre os atendimen­tos de .urgência, onde o tempo e a eficiênciasão essenCiais para salvar vidas. Sob a pressãodas circunstâncias atuais, uma lamentávelconstatação consiste na negativa da rede par­tiéular de saúde em realizar o atendimentode emergências, cujo retorno financeiro ­muito reduzido e incerto - evidentemente,não compensa os gastos efetuados.

Há, portanto, urna grave conf1itância comrespeito ao SUDS, verificada entre o seu ar­cabouço teó):ico e a realidade quotidiana darede hospitalar. Sem dúvida, as expectativascriadas pelo SUDS foram ,~rustradas muitorapidamente. A ilusão durou pouco. No anode sua implantação, em 1987, o Secr~tário

de Saúde José Aristodemo' Pinotti acenavacom promessas de piminuição do prazo depagamento dos hospitais conveniados, o queterminou não ocorrendo, pois os atrasos Con­tinuaram se repetindo. Os hospitais recebef1los pagamentos depois de 60 a 90 dias, comuma inflação, hoje, de mais de 60% ao mês.Mas, além dos recebiinentos com atraso, pa­gos sem qualquer correção, vários hospitaisainda sofriam retenções da ordem de 15 a30%, sob a alegação de existência de fraudes.No caso, mesmo sem provás, a SecretariaEstadual de Saúde persistia na prática de de­terminar retenções indevidas, apenando o sis­tema de saúde, sem, na verdade, determinara instauração de inquérito para apuração daspossíveis irregularidades, e punição dos res­ponsáveis. Tal omissão, na medida em queapenas se limitava a criar embaraços, ense­java também a indesejável hipóteseide coni­vência entr.e os sistemas e as fraudFs av€?n­tadas para efeito das retenções. Assim, oSUDS se apresenta, até o presente rnomento,

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 267

Edna Dantas

HOSPITAIS PEDEM 470% DE AUMENTOAOINAMPS

As negociações entre os empresários do­setor hospitalar e o governo começaram noano passado, quando os hospitais fecharamsuas portas durante três dias. Nesta reuniãode agora, que só deverá ter um desfecho hoje,os empresários não pretendem ameaçar comgreves. "As paralisaj<ões não deram resulta­dos", argumentou Alvaro Perin, vice-presi­dente da Confederação das Santas Casas deMisericórdia.

De acordo com Chafic Farhat, presidentedo Sindicato dos Hospitais do Estado de SãoPaulo, a maior parte dos 4,5 mil hospitaiscredenciados pelo Inamps correm o risco defechar suas portas por faltas de recuI:sos. Nohospital de sua propriedade, localizado emSorocaba, Farhat emitiu esse mês, aviso pré­vio a 50 funcionários. "Quero evitar a falên­cia, pois, este mês, só com a folha de paga­mento gastarei NCz$'334 mil, enquanto oInamps deve me pagar NCzs 272 mil", decla­rou.

De acordo com o presidente da Benefi­ciência Portuguesa, Paulo Roberto Pires, aala está desativada porque o hospital não re­cebe há dois meses pagamento dos serviçoshospitalares prestados a segurados da Previ­dência Social e por isso não tem condiçãode mantê-la em funcionamento.

Segundo Pires, a dívida da PrevidênciaPortuguesa é de NCz$ 3,5 milhões. O hospital

. terá de devolver à Prefeitura a verba desti­nada à manutenção da ala depois que a dívidada Previdência for quitada.

Pires informou que a Prefeitura se compro­meteu a reformar a ala (que necessita de pin­tura e reforma nos banheiros) e a construir

. uma UTI (Unidade de Terapia Internsiva)com capacidade para 12 leitos. O secretáriode Saúde de Santos, Davi Capistrano Filho,não foi localizado ontem à tarde para confir­mar as obras de reforma e a construção daUTI.

O diretor regional do Suds (Sistema Unifi­cado e Descentralizado de Saúde), Paulo Ri­cardo Assis, não tinha conhecimento do de­creto da prefeita até 15h3D de ontem e nãoquis comentá-lo.

O Estado de São Paulo, 17-01-90

Brasília - Representantes de confedera--- ções, federações, sindicatos a associações de

hospitais particulares contratados pela Previ­dência Social entregaram ontem ao secretá­rio-geral do ministério, Delile Guerra de Ma­cedo, uma pauta reivindicando reajuste de470,83% no valor das diárias de NCz$48,00para NCz$ 274,00, redução de 60 para '15dias no prazo de pagamento dos serviços pres­tados e a quitação da dívida do governo comos hospitais referentes a novembro e dezem­bro do ano passado - cerca de NCz$ 3 bi­lhões.

Esses foram, em suma, os fatos que, aolongo do ano de 1989, inflamaram a discussãoentre as autoridªdes governamentais e os es­tabelecimentos hospitalares, representadospor entidades como o SINDHOSP e aAHESP (Associação dos Hospitais de SãoPaulo). Lamentavelmente, nenhuma provi­dência concreta foi adotada até o presentemomento no sentido de dar solução aos pro­blemas ora enfrentados. Trata-se, sobretudo,de vencer, com a máxima urgência, a criseinstalada no sistema de saúde pública, ou se­ja, mais propriamente no mecanismo SUDSIINAMPS de assistência médico hospitalar,evitando-se a iminência de rompimento ma­ciço pretendido pelos hospitais e santas casas.

Diante do impasse, desejo apenas enca­recer ao nobre Presidente Fernando Collora necessidade premente de se reverter o qua­dro atual de miséria verificado nos setoresde saúde e de assistência social. Ao mesmotempo que preconizo a prioridade para a ga­rantia e normalização do atendimento públi­co, declaro-me solidário, em especial, aossegmentos mais necessitados da sociedade,porquanto seu padecimento atinge níveismais agudos sob as desastrosas e numerosasdistorções desse sistema de saúde. Certo tam- ­bém de que a competência do Governo serámedida pela capacidade demonstrada emcompreender e equacionar esta questão, rea­firmo, por fim, a expectativa em tomo demedidas responsáveis, prudentemente assu­midas com base na relevância pública indiscu­tível dos serviços relacionados à saúde e àseguridade social.

Estou anexando a este pronunciamentodois recortes de jornal que confirmam o teordeste ,discurso e a correspondência da Socie­dade Santamarense de Beneficência do Gua­rujá recebida por este Parlamentar, denun­ciando a precária situação econômica em quevive, ameaçada de encerrar suas atividadesno atendimento daquela comunidade.

DOCUMENTOS A QUE SE REFE­REO ORADOR:

"SANTOS ENTRA EM CALAMIDADEPÚBLICA POR FALTA DE VAGAS

EM SEUS HOSPITAIS

Folha de São Paulo, 17-01-90Da Sucursal de Santos

A prefeita de Santos, TeIma de Souza(PT), decretou ontem estado de calimidadepública na cidade. A prefeitura alegá a inexis­tência de vagas hospitares para internação.

O decreto assinado por'Telma de Souzatomou por base a morte de seis pacientesem estado de emergência nas últimas três se­manas. Os pacientes morreram no pronto so­corro central do município porque não haviavagas disponíveis nos hospitais da região.

O decreto permite à prefeita destinar umaverba extra-orçamentária de NCz$ 3 milhõesao hospital da Beneficiência Portuguesa, emSantos. O hospital vai usar o dinheiro paraa manutençâo de uma ala com 60 leitos, desti­nada a receber apenas pacientes em estadograve encaminhados pelo pronto-socor:o.

como uma idéia perfeita apenas no papel.Ao ser criado pelo Presidente José Sarneyem 20 de junho de 1987, colocava-se comoseu objetivo transferir o gerenciamento e aresponsabilidade da saúde para os estadose municípios, cabendo ao Inamps a elabo­ração da política global da área, com o repas­se de recursos às secretarias de saúde. e acelebração de convênios. De fato, a regiona­lização constitui um fator de extraordináriaimportância para o aperfeiçoamento do siste­ma, sobretudo na medida em que permiteo conhecimento das reais necessidades de ca­da local. No entanto, o que se observa naprática é bastante diferente do que foi ideali­zado inicialmente. O sistema funciona mal,as verbas são repassadas com excessiva lenti­dão aos hospitais e casas de saúde, os doentesencontram sérias dificuldades para serematendidos pelas instituições conveniadas pe­los SUDS.

Os acontecimentos que confirmam essequadro caótico de atendimento se multipli­cam a cada dia em todo o País. Na ZonaLeste, região mais carente de São Paulo, mui­tos dos hospitais contratados pelo SUDS es­tão deixando de cumprir os convênios porfalta de pagamento. O hospital e Materni­dade Santa Marcelina, por exemplo, mesmosendo o maior da região, atravessou o anoem estado próximo à falência, ~ob a perma­nente ameaça de redução drástica de seusserviços. Cumpre notar que moram na ZonaLeste cinco milhões de pessoas, enquanto ocorrespondente número de leitos hospitalaresnão chega a três mil.

Durante os dois últimos anos,' o atendi­mento de saúde- no Brasil caminhou na suaprecariedade habitual. Esperava-se uma am­pliação dos serviços médicos. Porém, apesardas garantias constitucionais respectivas, daalocação de recursos para o sistema e da ne­cessidade de municipalização, o SUDS en­frentou, nesse período, enormes problemaspara a sua efetivação. A falta de recursose o não-cumprimento de um cronograma fi­nanceiro conduziram vários Estados a situa­ções desesperadoras. Há carência de pessoal,de remédios e de equipamentos. Além dea verba de custeio ser recebida, comumente,com bastante atraso, os investimentos seacham inviabilizados. O número de postosde atendimento, salvo raras exceções, tam­bém é insuficiente.

Assim, a atuação do SUDS vem contri­buindo apenas para a falência definitiva dosistema público de saúde. Após o atraso norepasse de verbas da União para o Ministérioda Previdência, os hospitais conveniados sevêem submetidos ainda, como é São Paulo,às retenções arbitradas pela Secretaria deSaúde. Essa máquina gigantesca e emperradadetermina, portanto, com esses procedimen­tos reiterados, a crise do sistema hospitalar,que convive, inclusive, com greves freqüentese prolongadas de médicos e atendentes. Apropósito, cabe acentuar, mais uma vez, queo maior prejudicado dessa ordem de aconte­cimentos termina sendo sempre o usuário dosserviços.

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268 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

SOCIEDADE,SANTAMARENSE DE BE­NEFICÊNCL'\DO GUARUJÁ .

(}uarujá, 5 de janeiro de 1990

Exm" Sr,DL Antonio Salim CuriatiDO, Deputac\o FederalSão Paulo - SP,

Excelentíssimo Senhor Deputado,

Como já é cIo conhecimento de Vossa Ex­celência esta SociecIade beneficente mantémem funcionamento, em Guarujá; o HospitalSanto Amaro, que com seus400 leitos atendea população da cidade., Ressalte-se que o' atendimento realizado

pelo nosocômio é quase em sua totalidadea pacientes do InampsfSuds, uma vez queo percentual atual atinge 97%.

Face a essa dependência do referido órgãopúblico, ,a Sociedade vem lutando com inú­meras dificuldades para mántei o Hospitalem funcionamento, agravada .pelos marcan­tes atrasos ,verificados nos pagamentos, noexercício de 1989, aliados as greves do setorbancário·e da Dataprev.

Além disso, o Hospital que é consideradocomo Filantrópico pelo Conselho Nacionaldo Serviço Social-MEC desde 28 de abril de1975, s6 foi reconhecido comotal, pelo SudsfInamps, em 1-11-1989, ou seja 14 anos de­pois. Saliente-se que o enquadramento donosocômio na categoria de filantrópico só foipossível graças a intercessão do Excelentís­simo Senhor Secretário de Estado da Saúde,DL José Aristodemo Pinotti, por ocasião daassinatura do Termo de Adesão ao ConvênioSuds.

Diante do exposto o nosocômio foi alta­mente prejudicado durante longos anos umavez que era considerado pelo SudsfInamps,como Hospital contratado, o que lhe propor­cionava taxas de valor significativamente in­ferior na prestação de serviços.

Assim sendo, durante 1989, a SociedadeMantenedora do Hospital acabou por finan­ciar os serviços nosocomiais·, o que veio lheacarretar uma situação financeira insusten­tável.

Atualmente a receita do Hospital (97%oriunda do InampsfSuds é de cerca de NCz$3.000.000,00 (base dezembro 89) para fazerfrente a uma despesa de NCz$ 4.800.000,00.(Folha de pagamento, honorários médicos eencargos sociais: NCz$ 2.600.000,00, acres­cidos dos Fornecedores, no valor de NCz$1.200.000,00. )

Essa situação de insolvência é agravadaainda pela necessidade da urgente reposiçãode instrumental médico e equipamento mé­dico hospitalar já desgastados pelo uso contí­nuo de 27 anos ou ainda por terem se tornadoobsoletos.

Face a essa grave problemática, não nosresta que recorrer a Vossa Excelência, a fimde que. dentro das possibilidades interceda'junto aos Excelentíssimos Senhores Minis­tros da Previdência Social e da Fazenda paraque seja concedido um adiantamento ao Hos­pital Santo Amaro, no xalor de NCz$

3.000.000,00 por conta dos atendimentos apacientes internados.

Essa ajuda ao Hospital por conta doInampsfSuds, seria em caráter emergencial,pois já em janeiro corrente, a Sociedade nãodispõe de numerário para fazer frente aoscompromissos existentes.

A importância de NCz$ 3.000.000,00 pode­rá ser reembolsada pelo Hospital ao Inamps,através de dedução do faturamento mensal,em dez parcelas de igual valor, sem jurose correção monetária.

Na expectativa de podermos contar coma imprescindível ajuda de Vossa Excelênciapara que se possa dar continuidade a assis­tência médica-hospitalar em Guarujá, envia­mos com os nossos agradecimentos os melho­res sentimentos de elevada estima e apreço.

Atenciosas saudações. - Anna Juliana Ty·bor, Superintendente Geral.

O SR. PAULO PAIM (PT - RS. Pronun­cia o seguinte discurso.) - SL Presidente,Srs. Deputados, na Folha de S. Paulo do últi­mo domingo (18-2-90 - pág. A-6) é veicu­lada a notícia dê que o futuro Ministro do'Trabalho Antônio Rogério Magri irá "tentarbarrar a aprovação pelo Congresso Nacionaldo Plano de Benefícios da Previdência So­cial".

Demonstra o futuro Ministro com esta in­tenção o que ele mesmo já anunciara diasantes, qual seja o total desconhecimento doassunto Previdência Social. Com certeza, co­mo afirmava o futuro Ministro, ele não sabefazer uma sopa, mas está querendo ensoparos aposentados brasileiros, antes mesmo de

· assumir o Governo.O salário mínimo é o parâmetro para os

benefícios previdenciários (art. 201, § 5· daCF), bem como funciona como seu indexador(art. 58 e 59 do ADCT da CF) até a promul­gação do novo plano de benefícios. O planode benefícios aprovado pela Comissão deSaúde da Câmara não vincula os benefíciosao salário mínimo e, sim, ao IPC, sendo que,no aspecto da atualização dos benefícios, ain­da deve pronunciar-se a Comissão de Finan­ças, que certamente o ajustará, ainda commaior precisão, ao disposto no art. 201, §

, 2" da Constituição: "É assegurado o reajusta-· mento dos benefícios para preservar-lhes, emcaráter permanente, o valor real, conformecritérios definidos em lei".

Desta forma, são irresponsáveis as afirma-· ções de que o novo Plano provocará déficitao sistema, pelo contrário, com o novo plano

· de custeio, aumenta a base de arrecadação,pois a nova Constituição ampliou as contri-

. buições para a Previdência. O que são neces­sárias e urgentes são as medidas moraliza­doras do sistema de arrecadação, o combatea sonegação, a execução dos débitos previ­denciários, a centralização administrativa eo fim das anistias, que não tem outro obje­tivo, senão aquele de premiar os maus paga­dores.

Uma das maiores aberrações diz respeitoao recálculo de todas as aposentadorias con­cedidas desde 5 de outubro de 1988, que.segundo a matéria, implica a elevação dasapo~ntadorias e pensões.

Trata este recálculo nada mais do que darcumprimento a dispositivo constitucionalconsulstanciado no art. 201, § 3" - "todosos salários de contribuição considerados nocálculo de benefício serão corrigidos moneta­riamente." Este dispositivo é autoaplicável.Segundo estudo do Minsitério da Justiça ­"Leis a Elaborar", que trata das matériasque reclamam regulamentação, este dispo­sitivo é autoaplicável, já que não arroladoentre aqueles que dependem da norma ordi­nária para a sua plena eficácia. Pretender nãocumprir este dispositivo constitucional é, an­tes de tudo, incorrer em crime de responsa­bilidade e, em relação aos aposentados, bus­car um confronto de imprevisíveis conse­qüências sociais e políticas.

Os aposentados,- tenham certeza, não acei­tarão assumir, pela undêcima vez, os sacri­fícios que lhes querem impor. Estamos nestemês de fevereiro completando um ano e qua­tro meses de nova Constituição, e os aposen­tados continuam esperando pelos seus direi­tos. Os aposentados rurais permanecem so­brevivendo, sabe lá Deus, à custa de que sa­crifícios, na esperança de ver cumprida o dis­positivo que lhes garante um piso mínimocorrespondente ao valor do salário-mínimo.

Em relação ao 13" salário, novamente quero Governo Collor imitar o desastrado Go­verno Sarney, dizendo que 139 salário integralpara os aposentados é inviável. Inviável épretender não cumprir o que está consagradona Constituição.

É preciso considerar. que 83% dos bene­fícios previdenciários não ultrapassam o valorde um salário-mínimo, sendo que destes cercade 30% corresponde a aposentadorias rurais,com valor de 50% do salário-mínimo. Mesmoassim alega-se não haver recursos.

O novo Ministro deve mandar buscar nosarquivos do lAPAS a enorme lista de sonega­dores da Previdência, levantar a sua situaçãopatrimonial e tomar outras providências paradepois verificar o montante da despesa e so­bre ela posicionar. Neste sentido desafiamoso novo Ministro a iniciar a sua gestão comestas medidas, mandando notificar, através,do Diário Oficial, os 500 maiores devedoresda Previdência, dando prazo para o seu paga­mento, o que não ocorrendo importará naimediata execução dos débitos. Da mesmaforma dever-se-ia nomear comissão com re­presentantes dos trabalhadores e aposenta­dos para o levantamento detalhado da situa­ção patrimonial da Previdência

Independentemente da posição do futuroMinistro do Trabalho e Previdência Social,o Partido dos Trabalhadores não arredará péda sua posição de dar conseqüência aos prin­cípios estabelecidos na nova Constituição.Esta postura se respalda na medida em queo nosso comapanheiro o Deputado Luiz Iná­cio Lula da Silva apresentou um substitutivointegral ao Projeto do governo sobre o planode custeio e benefícios da Previdência, queteve aproveitamento de 90 no substitutivo dorelator, Deputado Floriceno Paixão.

A nível de Congresso desenc;'" 'aremos apartir de agora um amplo movim'-'lto obieti-

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·Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 269

vando a aprovação defln}tiva dos projetos re­lativos à Previdência Social. Mas, sempre quenecessário, recorreremos ao Judiciário contraas arbitrariedade do Poder Executivo que tei­ma em prejuducar impiedosamente. os apo­sentados. Agora mesmo está para ser julgadono STJ o Mandado de Segurança n" 197/89,que requer o pagamento das aposentadoriase pensões com base no salário-mínimo de ju­nho/89, ou seja, NCz$ 120,00, ao invés deNCz 81,40. neste processo tanto a Procurado­ria-Geral da República quanto o Ministro Re­lator José de Jesus se filiam à nossa tese econdenam a Previdência ao pagamento dadiferença.

Nesta perspectiva, estaremos atuando aquino Congresso Nacional, assumindo a nossatarefa de fazer uma oposição conseqüentecontra as intenções do novo Governo em pre­judicar os aposentados brasileiros.

O SR. HÉLIO ROSAS (PMDB -SP. Pro­nuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presiden­te, Sr'" e Srs. Deputados, os contabilistas doEstado de São Paulo, reunidos em sua XIConvenção, realizada em Santos, nos dias 19a 21 de outubro próximo passado, resolverampor unanimidade repudiar, veementemente,o Projeto de Lei n° 169 do Senado Federal,de autoria do Nobre Senador Fernando Hen­rique Cardoso.

Tal projeto, que institui a alíquota de 3%a título de Imposto Sobre Serviços, sobre asreceitas brutas percebidas profissionais libe­rais e pelas sociedades porventura constituí­das por esses profissionais, tendo sido apro­vado no Senado Federal, deverá agora serapreciado nesta Casa.

Em perfeita consonância com o sentimentodos contabilistas do Estado de São Paulo edo Brasil, bem como com todos os outrosprofissionais liberais, Sr. Presidente, quere­mos dar aqui nosso total apoio ao repúdiodaqueles profissionais, expressando na mo­ção que foi aprovada na referida Convenção,especialmente quanto ao inciso 11 do art. 1"do referido projeto, pois vem ferir não so­mente a tradição do Direito que, há quarentaanos anos, estabelece tal imposto em formade alíquota fixa por profissional autônomoou por sócio de sociedade constituída por pro­fissionais liberais, mas fere também a própriaConstituição, pois virá estabelecer uma bi-tri­butação, eis que a base de cálculo é a mesmaadotada para o imposto sobre a renda de taisprofissionais.

Na oportunidade, Sr" e Srs. Deputados,conclamo todos os Nobres Colegas desta Ca­sa para que nos acompanhem neste repúdio,como homenagem à grande e profícua classedos contabilistas e, por extensão, de todosos profissionais liberais, sem os quais a vidano Brasil seria ainda muito mais difícil.

Era o que tinha a dizer.

O SR. NELTON FRIEDRICH (PSDB ­PRo Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.Presidente, Srs. Deputados, o Brasil vem,historicamente, tratando muito mal seus.apo­sentados e pensionistas. Há enorme descasopara com milhões de cidadãos e cidadãs que

ajudaram a construir a vida nacional, exigin­do comunidades, promovendo riquezas cole­tivas, abrindo novas fronteiras e ofertandocotidianamente, durante três décadas, o me­lhor de suas energias na faina diária destePaís. Ao alcançarem os últimos momentosde suas vidas, quando deveriam ter a possibi­lidade de, com segurança, tranqüilidade eapoio familiar, social e governamental, vivercom dignidade e a atenção de todos, o contrá­rio ocorre. Aposentado, no Brasil, é sinôni­mo de incerteza, desatenção, desconsidera­ção e expectativas sobre expectativas. Por is­so é extremamente válida a ação que vemsendo desenvolvida pela Confederação Brasi­leira de Aposentados e Pensionistas, Cobap,que neste momento se encontra, através desua diretoria, em Brasília, para pressionaresta Casa de Leis e as autoridades a fim deque agilizem as normas legais e infraconstitu­

. cionais para, na prática consolidarem os direi-tos estabelecidos na Constituição.

Por ser oportuna, desejo registrar nosAnais da Câmara dos Deputados correspon­dência expedida pela Confederação Brasilei­ra de Aposentados e Pensionistas conclaman­do os Deputados para o pronto atendimentode suas demandas, tão justas e necessárias.

DOCUMENTO A QUE SE REFEREO ORADOR

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DEAPOSENTADOS E PENSIONISTAS

São Paulo, 19 de fevereiro de 1990AoExcelentíssimo SenhorDeputado Raimundo Bezerra

Excelentíssimo Senhor,A Confederação Brasileira de Aposenta­

dos e Pensionistas, órgão máximo de repre­sentatividade de 13 (treze) milhões de apo­sentados e pensionistas do Brasil, vem, a pre­sença de Vossa Excelência apresentar felici­tações pelo trabalho realizado em favor denossa sofrida classe à frente da comissão deSaúde e Seguridade Social.

Ao mesmo tempo, apelar para que VossaExcelência continue a empenhar seus esfor­ços junto aos membros do Congresso Nacio­nal, até a aprovação final do Plano de Benefí­cios, conforme o já aprovado pela comissãopresidida por V. Ex', bem como os meiosnecessários para a sua aplicação através daaprovação de um Plano de Custeio, que ga­ranta cobertura financeira, para que o refe­rido plano não sofra solução de continuidade.

Na certeza de continuar contando com aajuda de Vossa Excelência aproveitamos aoportunidade para reiterar nossos melhoresagradecimentos e votos d~ felicidade pessoale apresentar as melhores.

Cordiais Saudações. - Presidente da Co­missão Executiva - Oswaldo Lourenço, Leo·nhardt Lang, Presidente do Conselho Con­sultivo.

O SR. PRESIDENTE (Edme Tavares)­Passa-se ao

v- Grande Expediente

Tem a palavra o Sr. Manoel Castro.

O SR. MANOEL CASTRO (PFL -:' BA.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, quero, nesta oportu­nidade, tecer alguns comentários sobre osprincipais objetivos do Governo Collor deMello, entre os quais foram anunciados ocombate à inflação, à corrupção e à miséria.

Apesar de diplomado em ciências econô­micas, não pretendo me deter sobre a inflaçãonos seus aspectos substantivos, até mesmoporque hoje sou muito menos economista emuito mais informado sobre generalidades.Entretanto, ainda sei o suficiente para enten·der que a elevação dos preços é conseqüênciada inflação e não sua causa. O que provocaa inflação é a expansão de base monetáriaem relação à capacidade produtiva, e paracombatê-la o Governo terá de enfrentar essadura realidade.

Hoje o País assiste a uma romântica relaçãodo povo com o Presidente eleito, refletindouma positiva expectativa, seja por otimismoverdadeiro, seja porque o caos em que vive­mos todos obriga-nos a agarrar em qualquertábua de salvação.

Por dever de justiça, devo ressaltar queas afirmações do futuro Presidente sobre ocombate à inflação tem revelado uma posiçãode firmeza de intenções e de realismo quantoaos resultados esperados. Adicionalmente,percebe-se uma nítida mobilização de opiniãopública para uma postura de engajamentoa esses propósitos.

Entretanto, parece-me existir algo maispróximo a um clima de sedução ao invés deum processo mais deliberado de conscienti­zação das dificuldades reais que a sociedadebrasileira enfrentará para vencer a luta contraa inflação.

Limito-me a esse registro, que não fogeao lugar comum, e passo a tecer conside­rações sobre o outro grande inimigo dos bra­sileiros e brasileiras: a corrupção.

Quanto a este tema, busquei apoio de umamigo e expressivo intelectual brasileiro, oProf. Vicente Barreto, chefe do Setor de Di­reito de Fundação Casa de Rui Barbosa, queelaborou, a meu pedido, após diversos encon­tros e sessões de trabalhos, umas notas paraservirem de subsídios aos estudos sobre o as­sunto, e que pas.so a ler, incorporando-as aeste meu pronunciamento:

"A ÉTICA DEMOCRÁTICA

A restauração da moralidade públicatem sido bandeira comum de todos oscandidatos à Presidência da República.Alguns ameaçam com punições os culpa­dos de corrupções passadas; outros, maisdiscretos, afirmam ser o comportamentoético um dever de cada cidadão e, princi­palmente, de candidatos a cargos eleti­vos. O tema espalhou-se por toda a so­ciedade, servindo' para seminários dejornalistas, debátes entre profissionais e

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até assunto para economistas e tecno­cratas.

Essa aragem de moralização. que to­mou conta do País, não vem, entretanto,acompanhada de uma reflexão sobre oschamados "princípios éticos". Não bastaa punição de culpados ou "marajás"; oque mais importa é a definição clara,nítida e objetiva' do que se entende pormoralidade pública e o que isto tem aver com a democracia.

Durante o período autoritário as práti­cas a éticas, sob o manto protetor doAI-S, fizeram escola na administraçãogovernamental. Atos que provocavam aindignação pública. quando praticadospor indivíduos isoladamente, transfor­maram-se em procedimentos corriquei­ros no poder público. A deterioração damoralidade pública terminou por citarum sistema administrativo, que pressu­põe, para o seu funcionamento o com­portamento aético. A onda de revoltaque se espraiou pelo P~ís fez com queas elites políticas e governamentais ten­tassem estancá-Ia com processos. discur­sos e arremedos de providências puni­tivas.

Mesmo as medidas punitivas prome­tidas correm, no entanto, o risco de ficarna punição, caso se passe da palavra edo castigo à ação, ou melhor, à definiçãodo que se entende pormoralidade públi­ca num regime democrático. Neste as­sunto não existe clareza nas propostasmoralizadoras. Parece' que essas propos­tas foram lançadas mais como uma ho­menagem simbólica às virtudes moraisno exercício da coisa pública. Será possí­vel deixar a questão dos "princípios éti­cos" entregue às opções subjetivas decada governante? Mais uma vez não es­taremos fazendo uma barretada àquiloque na verdade não queremos respeitar?Ou deixar o comportamento público soba tutela do Código Penal e das comple­xidades do processo judicial, não será,também, lavar as mãos e dizer que cum­primos o nosso dever - caçando e pro­curando punir os culpados-, mas entre­gando a responsabilidade final à justiça?

O fato é que a questão da moralidadepública não pode mais ser tratada de for­ma discursiva. Existe uma ética demo­crática que se diferencia essencialmentedas costumeiras práticas políticas das eli­tes brasileiras. Essa ética está sendo in­tuitivamente afirmada pela população.que começa a rejeitar a tradição culturalbrasileira nesse assunto.

Herdamos do nosso passado colonialo culto de valores morais, que tradicio­nalmente nunca foram submetidos aocrivo de uma análise crítica. O brasileirosempre usou belas frases a respeito dosvalores éticos na administração pública.mas nunca os vivenciou na prática. Nosperíodos constitucionais de nossa Histó­ria cultivaram-se formalmente as virtu­

.des cívicas, que serviram como freio para

desmandos ãdministrativos; na Rep~bli­

ca Velha a austeridade do governantee do servidor público eram norma geralde comportamento. Mesmo então nãoexistiam definições precisas na ordem ju­rídica sobre os limites e responsabilida­des da ação pública dos nossos gover­nantes; tudo ficava mais ou menos a cri­tério dos valores pessoais.

DepJis dos anos de autoritarismo,mesmo esses limites caíram por terra.O exercício do poder passa a ser aéticoe as práticas qúe antes eram conside­radas vícios, tornam-se virtudes. Masexiste uma contradição intrínseca nessaconcepção de política como arte de ma­nipular pessoas, que eleva o comporta­mento aético ao nível de virtude cívica.Por essa razão o tema provoca tanta ce­leuma, que somente reaviva o debate ini­ciado há mais de 400 anos por Maquia­vel.

Enquanto os países europeus discu­tiam siStematicamente as idéias e valoresque fundamentam o Estado moderno,Portugal fechava-se à inteligência dessaquestão. A Ilustração portuguesa foi, as­sim. uma incorporação de alguns conhe­cimentos científicos sem que viessemacompanhados do debate sobre o papeldos valores morais e políticos na socie­dade. O Marquês de Pombal. o moder­nizador da cultura luso-brasileira no sé­culo XVIII, tinha o cuidado de impediro estudo da obra de Locke, por exemplo,em virtude precisamente da conotaçãoética de sua doutrina. Em Portugal. co­mo depois no Brasil. exercia-se o podersem se discutir a forma legítima de seuexercício.

Esse distanciamento da cultura brasi­leira da temática avançada por Maquia­vel e. desde então. estudada e debatidanos países democráticos. em universida­des. partidos políticos e imprensa, reti­rou a questão moral do nosso universointelectual e social, e tornou-a assuntoirreal, nefelibático, tratado exclusiva­mente em discursos. Foi preciso que. aausência de valores morais levasse o Paísao estado em que se encontra para quehouvesse um alarme diante de suas con­seqüências práticas.

Toda a discussão gira e,m torno do quese entende por política. E a política umaarte - e, portanto, sem compromissocom a ação e suas conseqüências - vol­tada somente para o fazer? Ou uma ativi­dade comprometida com o homem e.portanto. com os valores morais queorientam o agir?

Os chamados "princípios éticos" per­dem o sentido desde que se considerea política uma forma do fazer, pois oobjetivo do artista é a obra bem feita.A qualidade estética é a única justifi­cativa para a obra de arte. Desta forma.a política, considerada como arte. justifi­ca-se nela mesma; é o terreno da barga­nha pela barganha, do poder pelo poder.

A "boa" Política seria aquela que man­tém o poder. tendo como finalidade nelep.ermanecer a qualquer preço. Essa con­cepção da atividade política como de­monstra a situação brasileira é. na lin­guagem dos escolásticos, uma contradico

tio in terminis, pois termina perdendoo objeto de sua obra: o poder.

A Nação demonstra cansaço com essetipo de política. Depois dos anos de auto­ritarismo, a sociedade compreende quea atividade política destina-se a um fimque se encontra fora dela mesma. Nessesentido a política é uma atividade emi­nentemente ética, pois procura re:;llizarna História valores e ideiais que irão sematerializar no bem público. O sucessoda ação política não se encontra na tra­móia bem sucedida ou na destruição doopositor, mas na objetivação de valoresque se utilizam dos recursos do poderpara tornarem-se reais. Os "princípioséticos" constituem, assim. parte inte­grante e essencial da atividade governa­mental.

Os "princípios éticos" supõe a sua ex­plicitação para que possam constituirnormas disciplinadoras da ação dos go­vernantes. A natureza das normas fazcom que a sua validez não possa ficara critério de valores pessoais, que no re­gime democrático e pluralista não serãonecessariamente iguais. A moral públicaaparece como sendo o espaço comum,para além das crenças e valores moraisindividuais, que identifica a própria vo­cação moral da Nação. Esse aspecto so­cial dos valores morais é que tem sidoinsuficientemente elaborado por nossospensadores, com as conseqüências de­sastrosas que presenciamos na atualida­de.

Os escritores que trataram da questãona cultura brasileira - comO, por exem­plo, Matias Aires, Marquês de Maricá,Gonçalves Magalhães, Jackson de Fi­gueiredo,. Gustavo Corção, Nelson Ro­drigues - passam ao longo do social.Muitos deles, como Gonçalves Maga­lhães e Gustavo Corção, identificam amoral com a religação. Concentram-semais na consciência individual e, quandomuito, nas suas dificuldades em lidarcom a realidade social e política do País.

Fenômeno semelhante ocorre com im­portantes críticos e analistas da culturabrasileira como Tobias Barreto, OliveiraViana. Tristão de Athayde, GilbertoFreyre, Miguel Reale, Mário Vieira deMelo e Antonio Paim. Esses autores re­ferem-se à questão da moral social, masnão chegam a desenvolver uma justifi­cativa filosófica que englobe o comporta­mento ético desde as relações q'ue Fou­cauIt chamou de "microfísica do poder"até as relações institucionais.

O estabelecimento de limites moraisà atuação dos governantes responde àconstatação de que existe uma cbrrupçãointríseca do poder, que pode ser cómba-

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tida em diferentes níveis. No nível daordem jurídica, a lei é a forma concebidapara disciplinar o governante. O primei­ro "princípio ético" a ser obedecido con­siste, portanto, na fidelidafle à ordemlegal. A lei neste contexto deixa de serum edito estritamente positivo e passaa expressar vocações específicas da so­ciedade. Daí a necessária vinculação en­tre valores morais e representação polí­tica na sociedade democrática.

Não basta, porém, a Constituição eos códigos para garantir a moralidadepública. A crise moral mostra que a leipenal não é garantia suficiente. Ao ladoda lei encontram-se padrões de compor­tamento que não se resumem à obediên­cia pura e simples das normas penais;no entanto, a desobediência a esses prin­cípios morais acaba por levar o adminis­trador ao limiar do ilícito penal. Algu­mas práticas da administração públicabrasileira bordejam o crime, não o sendoexclusivamente porque o legislador nãoo previu no Código Penal.

Essas proibições são leis e, principal­mente, costumes com força de lei, quenascem da vocação moral da Nação. Es­ses "códigos" de conduta serão expres­sos em leis votadas pelos representantese, também, em "princípios éticos".

Encontramos nas democracias con­temporâneas essa crescente preocupa­ção em definir códigos de moralidadepública, frutos de uma vontade democrá­tica. Nos Estados Unidos, por exemplo,a lei terminou por proibir que'o Presi­dente da República recebesse presentesacima de cem dólares; na Inglaterra, oPrimeiro Ministro viaja pelo país de tremcomum, obedecendo a horários regula­res; na Suécia, o próprio chefe do gover­no dirige o seu automóvel; o Presidenteda Câmara dos Deputados nos EEUUfoi condenado por infringir normas docódigo de ética. Aquilo que nos parecede somenos importância nada mais é doque o reflexo de uma aguda consciênciamoral. Não se trata de grandiloquentesprojetos moralizantes, mas da busca ob­jetiva de valores morais, que reflitam aconsciência moral da nação, principal­mente nas pequenas ações. Trata-se daconstrução de uma ética democrática,onde se supera a dicotomia moral públi­ca e privada.

A ética democrática resolve essa con­tradição entre a moral pública e a moralprivada, elaborada pela consciência bur­guesa. A esfera pública, estudada porHabermas, ocupa na sociedade contem·porânea o espaço onde a pessoa exerceo seu potencial de liberação. A constru­ção da ordem democrática convoca to­dos os segmentos sociais e indivíduos,que não podem mais fechar-se no indivi­dualismo da concepção liberal clássica.,Essa despersonalização do indivíduo, ex­tensamente analisada pelo pensamentosociológico das décadas de 50 e 60, não

caminhou, como previsto, no sentido dasubjugação da pessoa humana pelo Esta­do. Estudiosos como Habermas e Ha­nnah Arendt mostram que o indivíduo,·na sociedade industrial, situa-se numcontexto social e cultural e, através desua ação pessoal, tende a integrar o pú­blico e o privado num todo único.

A necessária construção da ética de­mocrática inicia-se na família, e desdo­bra-se nas escolas, sindicatos, igrejas, as­sociações e no Estado. A crise da: morali­dade pública, no Brasil tem, portanto,~spectos mais complexos do que parece.E uma crise que não é de ruptura ­pois neste terreno não tivemos tradição,e sim ausência de tradição cultural -,mas de nascimento em circunstânciashistóricas particularmente, difíceis. Pornão considerar essas características é que,as propostas moralizantes mostram-se,ocas e vazias."

Sr. Presidente, considero importante aapresentação dessas ideías sobre a ética e amoralidade publicas, preocupado com a lutaque o Governo se compromete a empreen­der, em nome do povo brasileiro, para com­battlr a corrupção no País.

Finalmente, em relação ao enfrentamentodo terceiro inimigo identificado como priori­tário, que é a miséria, cumpre-me elogiar asinceridade do novo Presidente no reconhe­cimento da existência da miséria neste Paísde tantos contrastes, pois não se combate amiséria sem reconhecer a sua existência.

O grande desafio a ser vencido pele· Go­verno que assume no próximo dia 15-3-90,no que diz respeito às suas propostas no planoeconômico, é sem dúvida a eliminacão dapobreza absoluta em grande escala, o~ seja,a eliminação da miséria.

Ao longo da década de 80, os princípiosbásicos do liberalismo econômico - enten­didos enquanto:

a) mentalidade antipaternalista;b) valorização da autonomia e iniciativa

individual;c) e vigência das regras do jogo próprias

de uma economia competitiva de mercado,não conseguiram obter avanço e a ampla acei­tação que hoje se observa nos países maisdesenvolvidos, inclusive, mais recentemente,nos da'Europa Oriental. .

Por que esses princípios não são assimi­lados no Brasil?

Qual a causa da péquena influência dosprincípios liberais no pensamento nacional,instituições e vida prática?

Segundo o Prof. Eduardo Gianetti da Fon­seca, a questão da baixa assimilação do libe­ralismo no Brasil, como mentalidade e comonorma de ação e organização econômica, pa­rece envolver inúmeros fatores, dos quais eledestaca dois. O primeiro é de natureza histó­rica e cultural. O segundo é de caráter progra­mático e está diretamente vinculado à ques­tão da resposta liberal ao desafio do desenvol­vimento e da eliminação da pobreza absoluta.

Esse é ponto que tenho permanentementecobrado do meu partido,'o Partido da FrenteLiberal, uma atenção especial aos aspectosdo subdesenvolvimento.

O Prof. Gianetti da Fonseca, em seu livro"Liberalismo x Pobreza", aborda côm nitidezesse mesmo tipo de preocupação e afirmaigualmente:

"Mas o ponto que me parece relevantefrisar é que nenhuma dessas correntesneoliberais demonstra uma preocupaçãomais sistemática ou incisiva com respeitoaos problemas peculiares do subdesen­volvimento econômico.

Problemas que, como se sabe, foramjá largamente superados nas nações maisdesenvolvidas, mas, infelizmente, aindaafetam, de forma dramática, uma socie­dade como a brasileira - mortalidadeinfantil, menor abandonado, mão-de-o­bra infantil, analfabetismo, ignorância,desnutrição, crescimento populacional,baixa expectativa de vida ao nascer, in­competência tecnológica e privação ma­terial sob a qual transcorre a vida dedezenas de milhões de habitantes."

O referido autor segue em sua análise de­monstrando o que a doutrina liberal propõee como procedeu historicamente para enfren­tamento de tais situações, os resultados obti­dos.

Entretanto, o ponto central dos exemplosapresentados e dos comentários feitos é notarquanto se cjistanciam o universos de preocu­pações da política social neoliberal, de umlado, e a realidade brasileira, com suas carac­terísticas próprias e possibilidade de atuação,de outro.

O Brasil sequer logrou atingir o chamadowelfare state digno desse nome, apesar dese incluir entre as dez maiores economias domundo ocidental.

Para se ter uma idéia dessa distância, regis­tra-se que em 1980 os gastos do governo nor­te-americano com assistência social eram daordem de 3.900 dólares anuais per capita,enquanto que a renda per capita, no Brasil,era de apenas 2.050 dólares anuais, portantoa metade do que era gasto pelo governo nor­te-americano com seus cidadões apenas comassistência social.

A defasagem apontada explicaria também,pelo menos em parte, a absurda associaçãoque' ainda se faz com tanta freqüência, noBrasil, entre liberalismo econômico e laissez·faire, tão pura quanto ingênua, na qual adefesa dos "h.!Cfos do capitalista" é tudo oque conta e onde não há lugar par qualquerpreocupação genuína com o bem-estar natu­ral da maioria da população. É desalentadorobservar como a imagem.do liberal, no Bra­sil, tende ainda a se confundir com a preocu­paçao apenas consigo mesmo e com os seuspróprios interesses.

Mas o importante~ rec:Qnhect;r essas cir~

cunstâncias e principalmente entender quea miséria diz respeito a todos nós. Temosde enfrentá-la juntos, reunidos no mesmo

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propósito, - políticos, empresários, traba­lhadores, intelectuais, religiosos, estudantesetc.

Temos de vencer a miséria, e para tal épreciso acabar com a inflação e com a corrup­ção.

A nova Constituição brasileira define o Es­tado como servidor dos cidadãos e respon-'-'sável pela execução dos serviços que devema(ender aos direitos e interesses da sociedade,que são os direitos e interesses dos cidadãos:

Durante o discurso do Sr. Manoel Cas­tro, o Sr. Edme Tavares, Segundo-Se­cretário, deixa a cadeira da presidência,que é ocupada pelo Sr. Carlos Cotta, Ter­ceiro Secretário.

o SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) ­Concedo a palavra ao nobre Deputado Mi­chel Temer.

O SR. MICHEL TEMER (PMDB - SP.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Sr" e Srs. Deputados, quero tratar, nessestrinta minutos, de um tema da maior rele­vância que diz respeito à cidadania e, pordizer respeito à cidadania, toca também aquestão da representação popular; e, porqueinteressa também ao tema da representaçãopopular, diz respeito, como tentarei demons­trar, a uma omissão do Congresso Nacionalquanto à extinção de uma lei determinadapelo texto constitucional.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, sabem V.Ex's que a Constituição brasileira se abre comum conjunto de princípios fundamentais. En­tre eles, no art. 1', inciso lI, está precisamentea idéia de que a República Federativa doBrasil é um Estado democrático que se assen­ta, entre outros valores, na cidadania. E co­mo se revela a cidadania num Estado demo­crático? Revela-se mediante o fenômeno darepresentação popular. Em breves palavras,relembro a V. Ex" que ao longo da Histórianão foram poucos os movimentos popularespor uma adequada representação do povonos negócios de governo. O próprio funda­mento do Poder Legislativo está calcado naidéia de que os comuns, isto é, os cidadãos,os súditos, podem manifestar-se nos negóciosde governo.

Remontemos à velha Inglaterra, no anode 1215, quando vigorava o mais feroz abso­lutismo. A época, os nobre dirigiram-se aJoão-Sem-Terra e lhe disseram que a partirde então, se quisesse tributar ou exigir algode suas propriedades, antes os consultassepara que autorizassem a tributação. Foi esseo primeiro instante em que se vislumbroue se verificou o fenômeno da consulta a umaparcela do povo. Vários outros movimentosse sucederam - a Revolução Inglesa, a Re­volução Francesa e a Revolução Norte-A­mericana - e acabaram por tripartir o Poder,ou seja, por sacar aquele poder absoluto dasmãos do soberano e reparti-lo ao povo. Ea via encontrada para que o governo fossedo povo, uma demokratía, foi a represen­tação popular. O povo elege, escolhe repre·sentantes, e estes, reunidos numa Casa legis·lativa, determinam aos membros do Exeeu·

tivo e do Judiciário como proceder, conver·tendo a vontade, a aspiração, o sentimentopopular em lei.

A partir daí. Sr. Presidente, evoluiu a teseda representação popular para o entendimen·to de que quanto maior o número de repre­sentantes, mais efetiva e eficaz a represen­tação dos súditos. A idéia de um númeromaior de representantes, portanto, está liga­da àquela da representação mais efetiva dopovo. Pois muito bem. Ao longo do tempo,e por força das várias Constituições, este pre­ceito foi obedecido. Hoje. contudo, em vistade algumas disparidades regionais, que faza Constituição de 1988? Não fixa número to­tal de Deputados, mas prevê o máximo eo mínimo. E eleva o número máximo de Par'lamentares, exatamente para permitir que arepresentação seja um pouco mais efetiva emvários Estados da Federação Brasileira. Esta­belece 70 como número máximo e 8 comomínimo, embora determine, no art. 45, § I",a existência de uma lei complementar. Ora,o que fará esta lei complementar?

Digo isto, Sr. Presidente, porque tenho ou­vido com freqüência, nesta Casa, a afirmaçãode que esta lei só poderia ser editada no anoanterior às eleições. Como temos eleiçõesneste ano, esta lei, nesta sessão legislativa,não poderia ser editada. Volto a insistir: oque fará a lei complementar? Fixará, nos ter­mos do art. 45, § l°, o número total de Depu­tados e o número de Deputados por Estado ­e pelo Distrito Federal. Depois - e tomoa liberdade de ler - na seqüência, o § l'do art. 45 diz:

"O número total de Deputados, bemcomo a representação por Estado e peloDistrito Federal, será estabelecido porlei complementar. .. "

E a lei complementar é uma só, única epermanente, para vigorar para todo o sem­pre. Não se trata de editar uma lei comple­mentar a cada quatro anos. Seria um absurdo,e o absurdo é incompatível com qualquer in­terpretação jurídica. A lei complementar éuma só: fixa agora o número de Deputados.Prossegue o artigo:

" ... proporcionalmente à população,procedendo-se aos ajustes necessários,no ano anterior às eleições, para que ne­nhuma daquelas u~Iidades tenha menosde oito ou mais 'de setenta Deputados. "

A expressão "no ano anterior às eleições"está ligada ao problema dos ajustes perió­dicos, que não serão feitos por lei comple­mentar, porque derivam de um mero cálculomatemático. A lei complementar, ao fixar,num primeiro momento, o total de Deputa­dos, também fixará os critérios para que acada 4 anos, ou a cada eleição, se fixe umnúmero de Deputados de acordo com a varia­ção populacional de cada Estado. Esta é aregra estabelecida no art. 45, § I' Portanto,esta lei complementar há de ser editada aindanesta sessão legislativa. Como diz respeitoà cidadania, porque aumenta o número derepresentantes, tornando mais efetiva a re-

presentação popular, o Congresso não podedescurar-se desta missão.

Vc;:!ifico que há, digamos assim, a idéiad~ qü:e isto pode ficar para o futuro, paranao dIZer para as calendas. Por isso, impõe-seque os Líderes desta Casa e todos nós tome­mos o caminho que a Constituição nos reco­menda, ou seja, se há uma omissão do PoderLegislativo - uma omissão gravíssima, por­que diz respeito ao problema da cidadania- devemos bater às portas do Poder Judiciá­rio. Para fazer isto a Constituição criou ummecani.smo chamado mandado de injunção,~xatamente para suprir as omissões legisla­tivas, para que - e lamento dizer - o PoderJudiciário aponte ao Congresso a sua omissãoe recomende, com foro de determinação, aedição da lei complementar.

A SI"' Beth Azize - Concede-me V. Ex'um aparte?

O SR. MICHEL TEMER - Concedo oaparte a V. Ex'

O SI"' Beth Azize - Nobre Deputado Mi­chel Temer, ouço com atenção e preocupaçãoa exposição que V. Ex' faz a esta Casa. Gosta­ria de pedir permissão para fazer algumaspequenas observações, exatamente em tomodesta questão. Como estudiosa do Direitoque sou e tendo presidido como magistradaalguns pleitos eleitorais no meu Estado, lou­vo a sua iniciativa e a de alguns Parlamentaresda bancada de São Paulo, porque, como dissebem V. Ex', a Constituição proíbe que selegisle sobre matéria eleitoral em ano de elei­ção. Ocorre, nobre Deputado, que esta ques­tão da redistribuição das vagas na Câmarados Deputados entre os Estados da Federa­ção brasileira não é matéria de Direito Eleito­ral, é exatamente matéria de Direito de cida­dania. Entendo que a iniciativa de V. Ex'em recorrer ao Poder-Judiciário, através doM~ndado .de Injunção, é oportuna e apro­pnada, pOIS o Congresso Nacional já deveriater cuidado de algumas. questões de vital im­portância para a Nação brasileira. Esta Casarepresenta a cidadaQ,ia, representa a popula­ção, enquanto o Senado representa a Federa­ção brasileira. Por isso, estas questões preci­savam, de pronto, ser legisladas, para quenão fosse necessário recorrer ao Poder Judi­ciário para sinalizar a omissão do Poder Le­gislativo nesta matéria de vital importânciapara a Nação. Para exemplificar esta nlinhapreocupação, que é exatamente a preocupa­ção de V. Ex', cito o Estado do Amazonas,que represento. O IBGE até hoje não conse­guiu estabelecer a sua população exata. Pre­sume-se que tenha hoje um contingente po­pulacional de dois milhões e quatrocentas milpessoas. Pois bem, o Estado do Amazonas'tem representação igual à que terão o novoEstado de Roraima e o novo Estado do Ama­pá, cujas populações representam um terçoda população do meu Estado. É preciso dei­xar claro que ninguém está aqui querendoaumentar o número de Deputados nesta Ca­sa, o que se quer é fazer um redistribuiçãoentre os Estados, para que o princípio da

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representação da cidadania, estabelecido nanova Constituição, seja respeitado em totale absoluta sintonia com o espírito do legisla­dor, quando inseriu esta regra no novo TextoConstitucional. Ilustre Deputado, o Manda­do de Injunção vai acabar tranformando-seem regra geral, o comportamento que vaiditar o cidadão brasileiro e o Parlamentar,enquanto cidadão, para conseguir a garantiados direitos constitucionais, haja vista queno Rio Grande do Sul os trabalhadores ruraisestão entrando com um Mandado de Injun­ção contra o Congresso Nacional para fazervaler os seus direitos sociais, estabelecidosna Constituição. Essa é urna prática muitoruim, é urna exceção que se pode tornar urnaregra geral e levar o Congresso Nacional ao'descrédito da opinião pública. Por isso, é pre­ciso que esta Casa, imediatamente, se cons­cientize de que precisamos legislar regula­mentar os dispositivos Constitucionais a par­tir do direito de cidadania corno V. Ex' tãobem coloca nesta tarde.

O SR. MICHEL TEMER - Agradeço aV. Ex' o precioso aparte, que se sintetizanesta frase felicíssima: "O problema da re­presentação a ser fixada pela Lei Comple­mentar não diz respeito ao direito eleitoral,mas sim a um direito fundamental, que é odireito à cidadania".

Fixar o número de Deputados não está in­teressando basicamente a São Paulo. V. Ex'acabou de revelar um exemplo significativo.A Lei Complementar vai reequacionar o nú­mero de Deputados. Se tivermos de aumen­tar o número de Deputados, que assim seja.Volto ao princípio universal, segundo o qualquanto maior o número de representantes,tanto mais efetiva a representação.

SI. Presidente, esse a propósito, urge a im­petração do mandado de injunção. Acho quedeva até ser impetrado pelos vários partidospresentes nesta Casa.

Digo mais: há urna regra nas DisposiçõesTransitórias que assegura a idéia de que oaumento da representação nem é para o futu­ro, o reequacionamento dessa representaçãoé para já. O art. 4" do Ato das DisposiçõesConstitucionais Transitórias, parágrafo 2",diz o seguinte:

"É assegurada a irredutibilidade daatual representação dos Estados e doDistrito Federal na Câmara dos Depu­tados. "

Ora, por que, em Disposição Transitória,foi preciso dizer que se assegura a irreduti­bilidade da atual - ou seja, desta - repre­sentação na Câmara dos Deputados? Precisa­mente porque a lei complementar será edita­da agora, e o número de Parlamentares seráoutro a partir de agora. Esta é a regra daConstituição federal. Mas, se este não foro desejo da Casa - desejo que, a meu ver,juridicamente estará equivocado - que seedite desde logo lei complementar fixandoo número de Deputados. Os partidos têmlegítimo interesse nessa matéria porque, co­mo sabemos, agora, ao se inscreverem os can­didatos a Deputados Federais, o partido pode

indicar urna vez e meia o número de cadeiras.Então, supondo-se que um Estado tenha ses­senta representantes, corno é o caso de SãoPaulo, cada partido pode indicar noventacandidatos: mas, se tiver setenta, cada umpoderá indicar lOS.

Não há, portanto, outra solução, penso eu,diante -lamento dizer - da inércia do Con­gresso Nacional, porque projetos de lei há,e muitos, que já tramitam pela Comissão deConstituição e Justiça, mas que não foramtrazidos a este plenário. Razões que não que­ro discutir levaram a essa não-remessa ao Le­gislativo.

SI. Presidente, quero registrar, nesteGrande Expediente. que envidarei todos os·esforços para o ingresso deste mandado deinjunção, que deverá redimir esta falha doCongresso Nacional.

Quero, ainda, abordar outro ~osunto, Sr.Presidente, no qual, penso eu, há um equí­voco do Congresso Nacional. Verifico queo novo Presidente, num primeiro momento,talvez instado por nosso colega Bernardo Ca­bral, tem registrado a necessidade de utilizaras leis delegadas. Supõe-se que, ao pensarnas leis delegadas, estaria S. Ex' afastandoa hipótese da edição de medidas provisórias,mal que foi por mim combatido, durante ostrabalhos da Assembléia Nacional Consti­tuinte, sem qualquer sucesso e que se reveloufreqüentemente utilizado, durante a sessãolegislativa passada, com o plácito ou a concor­dância do Congresso Nacional, pois houvemais de cento e trinta medidas provisórias,ou seja, mais do que o núemro de leis quepudemos editar nesta Casa.

Ora, vem o novo Governo e diz que, aoinvés de editar medidas provisórias, quer uti­lizar-se das leis delegadas~ e ouço colegas nos­sos afirmarem ser impossível a delegação,pois isto significa abrir mão de suas prerro­gativas: No entanto, a lei delegada, que estáprevista no texto constitucional, é menos gra­ve para o Congresso Nacional do que a me­dida provisória, porque, nos termos da Cons­tituição, a delegação é solicitada pelo Presi­dente da República para legislar sobre assun­to determinado. O Congresso Nacional, porresolução, diz qual é o conteúdo dessa legisla­ção, quais são os termos do seu exercício,e ainda pode exigir que a lei, depois de redigi­da, seja submetida à sua apreciação, paraentão, sem emenda, aprovar ou rejeitar otexto.

E solarmente claro que a lei delegada éum instrumento - digamos assim - menosautoritário e, portanto, mais privilegiante doCongresso Nacional do que a medida provi­sória. Esta, sim, passa a vigorar de imediatoe vem tratando de todos os assuntos. A leidelegada, pelo contrário, sofre urna restriçãono que se refere a seu conteúdo material.

Torno a liberdade, Sr. Presidente, apenaspara ressaltar o equívoco daqueles que achamque não se pode utilizar a lei delegada, deler o art. 68 da Constituição, que diz, emseu § I":

"Não serão objeto de delegação osatos de competência exclusiva do Con-

gresso Nacional, os de competência pri­vativa da Câmara dos Deputados ou doSenado Federal, a matéria reservada àlei complementar, nem a legislação so­bre:

I - organização do Poder Judiciárioe do Ministério Público, a carreira e agarantia de seus membros;

11 - nacionalidade, cidadania, direi­tos individuais, políticos e eleitorais;

UI - planos plurianiais, diretrizes or­çamentárias e orçamentos."

Essas matérias não podem ser objeto dedelegação. Portanto, o campo material da leidelegada é mínimo. Ela abrange um pequenoespaço material, ao passo que a medida provi­sória alcança toda e qualquer matéria previstano texto constitucional.

SI. Presidente, utilizo estes momentos fi­nais da minha manifestação no Grande Expe­diente para aplaudir a tese das leis delegadas.É claro que, se me perguntarem se não seriamelhor que o Congresso legislasse por lei or­dinária ou complementar, eu prefiro essa hi­pótese, sem dúvida alguma. Ocorre que arealidade fática dos trabalhos deste Congres­so não tem revelado essa solércia, essa rapi­dez; ao contrário, tem demonstrado, lamentodizer, um vagar extraordinário.

Portanto, diante da impossibilidade da le­gislação imediata, ao invés de utilizar as me­didas provisórias, que use o novo Presidenteas leis delegadas, porque delas o CongressoNacional tem um controle prévio, antes quesejam editadas, e pode ter um controle poste­rior, se exigir sua aprovação pelo CongressoNacional.

Penso, SI. Presidente, neste segundo ins­tante de minha fala, que há um equívoco da­queles que se insurgem contra as leis delega­das para, indireta e talvez inconscientemente,privilegiar as medidas provisórias.

Era o que tinha a dizer neste brevíssimodiscurso.

A SI" Beth Azize - SI. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) ­Tem a palavra a nobre Deputada.

A SRA BETH AZIZE (PDT - AM. Semrevisão da oradora.) -;- SI. Presidente, Sr'Se Srs. Deputados, aproveitando o intervaloentre um orador e outro, uso da palavra para

.comunicar à Casa que no dia 22 de janeirofui designada pela Comissão Executiva Na­cional do Partido Democrático Trabalhistapara dirigir a comissão provisória do partidoe reorganizá-lo no Estado do Amazonas.

Estou, portanto, a partir desta data, ingres­sando no Partido Democrático Trabalhista.Já fiz esta comunicação à Presidência da Câ­mara e aos demais membros da Mesa. Emoutra oportunidade, quando puder falar noGrande Expediente, explicarei as razões pe­las quais, depois de ser a única Deputadaeleita pelo PSB, estou agora ingressando noPDT e por que fiz tal opção.

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274 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

. O SR. PRESIDENTE (Carlos Cotta) ­Concedo a palavra ao Sr. Ivo Vanderlinde.

O SR. IVO VANDERLINDE (PMDB ­SC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Sr.' e Srs. Deputados, é com alegriaque retorno a esta Casa e revejo meus compa­nheiros de luta, após um período de onzemeses de afastamento, quando, por nove me­ses e meio, exerci o honroso cargo de Secre­tário de Agricultura de meu Estado.

Ao iniciar este meu pronunciamento, gos­taria de, em primeiro lugar, saudar a presençahoje, nesta Casa, do Presidente da Federaçãodos Aposentados do Brasil e de vários Presi­dentes de associações de aposentados de Es­tados, que aqui vieram reivindicar o apressa­mento da votação de projeto de lei regula­mentando os novos benefícios que a Consti­tuição brasileira de 1988 concedeu a aposen­tados e pensionistas. É urgente que a Casavote esta matéria, entre tantas outras damaior importância que aqui tramitam e queserão o complemento das normas conquis­tadas pela sociedade brasileira na nova Cons­tituição.

Deixo aqui a minha solidariedade à lutados aposentados e faço um apelo a esta Casapara que nós, efetivamente, correspondamosà expectativa dessa importante categoria quehoje enfrenta tantas dificuldades.

Dito isso, gostaria de relatar aqui um poucoda experiência que Nivemos à frente da Secre­taria de Agricultura em nosso Estado.

Foi um período gratificante. Pudemos con­viver com os agricultores, os técnicos, as coo­perativas e os sindicatos, ainda que num mo­mento de dificuldades, de desafios enormes,o pior por que passa a agricultura do País.O agricultor brasileiro está morrendo à mín­gua, está-se descapita~izando, não está maisconseguindo cobrir os custos de produção.Seu poder de troca se avilta, se deteriora acada dia que passa. É vergonhoso o confrontodo aumento dos preços dos insumos, dosequipamentos, com o crescimetno dos preçosdo~ produtos agrícolas.

E bem verdade - predcisamos reconhecer- que é um tanto ilusório imaginar preçosjustos para o agricultor enquanto não tiver­mos neste País uma política agrícola; é ilusó­rio imaginar que, produzindo arroz, feijão,milho ou leite, alguém vá ganhar dinheiro,enquanto tiver de vender esses produtos parauma classe que ganha baixos salários. Masnão é possível, também, que o agricultor,hoje, fique sem qualquer tipo de subsídio,de crédito. Não há crédito sequer para o in­vestimento. O crédito para a política de pre­ços mínimos, além de escasso, tem chegadotarde. O Governo sequer tem honrado o seucompromisso de pagar em tempo o trigo, doqual é o único comprador. O crédito agrícolapara o custeio tem chegado tarde e a taxasproibitivas. Com os juros que hoje se prati­cam, mais representa o suicídio financeirodo nosso agricultor do que qualquer apoioa ele.

Todos esses óesatlos que o agricultor está.enfrentando, a perspectiva de que, neste ano,

haverá significativa redução das safras brasi­leiras, fazem com que concluamos que, senão se modificar um pouco o quadro, a estru­tura política e econômica do País antes dosegundo semestre, teremos falta de alimentosbásicos.

Mas, apesar disso, desenvolvemos, nos no­ve meses e meio em que estivemos à frenteda Secretaria de Agricultura, um trabalhomuito intenso e muito envolvente. Não nosacomodamos diante dos obstáculos e das diti­culdades. A metade do nosso tempo passa­mos no interior, reunindo-nos com agricul­tores, procurando alternativas para o novomodelo agrícola que desejamos ver implan­tado neste País, de apoio à agricultura, perse­guido durante os últimos trinta anos e patroci­nado pelo Poder Público, tendo como alavan­ca principal o crédito rural, que faliu, e, jun­tamente com ele, o agricultor.

Esta Casa terá a responsabilidade de votara primeira Lei Agrícola do País, que por aquijá passoú e está no Senado Federal. Espera­mos que o Senado a coloque entre as primei­ras matérias a serem votadas nesta Legisla­tura, para que possamos, com os instrumen­tos e os balizamentos lá contidos, implantara política agrícola. Mas essa política agrícolapor certo não terá êxito se for impla!1tadadaqui de Brasília, de cima para baixo. E pre­ciso que a classe rural se organize ainda mais.

E nós, em Santa Catarina, preconizamosum instrumento através do qual entendemosser possível modificar-se e envolver-se, debaixo para cima, a classe rural, de forma inte­grada, sem a ação paralela dos Governos fe­deral, estadual e ml,micipal e das demais insti­tuições.

Essa idéia nasceu há algum tempo - aidéia da municipalização. É no município queestá o cidadão e é onde precisam ser resol­vidos os problemas da agricultura, da educa­ção, da saúde, do transporte, da segurança, .do lazer e assim por diante. Fundamental­mente, na encruzilhada em que se encontraa agricultura, é preciso que consigamos criarem cada município - estamos fazendo issoem Santa Catarina - um Conselho Municipalde Agricultura, onde tenham assento os agri­cultores, através de suas associações de clas­se, o Governo do Município, o governo doEstado, representantes do Governo Federal,a i,niciativa privada, se lá estiver, a agroin­dústria, as cooperativas, enfim, todos osagentes envolvidos com a produção rural, pa­ra que se faça, através de um trabalho integra­do, o real diagnóstico da realidade de cadamunicípio, das suas potencialidades, das suasprioridades, e nasça, ali, com a participaçãodo agricultor, o novo modelo agrícola quedesejamos para este País. A pequena e a mé­dia propriedades rurais já são a marca donosso Estado. Mas, por mais êxito que te­nham tido até os dias de hoje, por certo deve­mos repensá-Ias, conseguir agregar maiorrenda à atividade, através de novas tecnolo­gias, de culturas mais adequadas, da m'aiordensidade econômica por área, da diversifi­cação, com gerenciamento mais competente,e da integração verticalizada da agricultura.

Dentro dessa proposta, temos a experiên­cia do condomínio agrícola. Precisamos criarcondomínios de produção de leite, armazénscomunitários, que já são realidade em nossoEstado, integrando a pequena propriedade,dando-lhe mais densidade econômica, maiorprodutividade, e diminuindo os índices decusto, viabilizando, assim, a permanência dohomem no campo. Essa é uma das experiên­cias que estamos implantando em uma cente­na de municípios catarinenses e que já funcio­na em mais de 40 deles.

Junto com essa experiência, surgiu, emSanta Catarina, uma outra idéia, que deu cer­to. No início, foi criado um instrumento cha­mado de "troca-troca", depois regulamen­tado em lei, com um fundo de complemen­tação. Diante da queda assustadora do poderde troca do homem do campo, foi criado odispositivo para estabelecer equivalência en­tre o que ele produz e o seu financiamentobancário. São dois instrumentos importantesque deixo como contribuição a esta Casa.

Concedo ao Deputado Ubiratan Spinellio aparte.

O Sr. ÍJbiratan Spinelli - Prezado Depu-.tado Ivo Vanderlinde, é um satisfaçãoter ·V. Ex' de volta a esta Casa, Deputadocombativo, grande conhecedor dos proble­mas da agricultura, e que prestou, no seuEstado, relevantes serviços nessa área. Masgostaríamos de dizer que, se em Santa Cata­rina está indo tudo muito bem, apesar dasdificuldades, no nosso Estado, Mato Grosso,essencialmente agropecuário, as coisas cami­nham mal: não só o agricultor sofre com osjuros exorbitantes, os atrasos de pagamentos,a política do Banco do Brasil, que o tem pena­lizado como nunca, como também aconteceum fenômeno não visto há quinze anos. ParaMato Grosso foram milhares de conterrâneosseus, gaúchos e paranaenses. E o que aconte­ceu este ano? Ninguém fala em supersafra.Em Mato Grosso, pela primeira vez nessesúltimos quinze anos, houve uma quebra realda safra de grãos de 1 milhão e 200 mil tonela­das, provocando o fenômeno da volta de mu~­

tos sulistas aos seus Estados de origem. Euma das conseqüências da falta de estradasvicinais. O Governo de Mato Grosso não estádando o amparo necessário aos agricultores.Além disso, vale citar a política nefasta doBanco do Brasil em nossa região. Quem sedeslocava para a região Centro-Oeste espe­rando melhores dias está desistindo. Isso nãoé bom para o País.· Esperamos que a políticaseja repensada - como muito bem analisouV. Ex' - porque não adianta fazer reformaag:rária dando apenas terra ao agricultor. Co­nheço proprietários que estão abandonandoaté 300 hectares de boa terra e voltando paraseus Estados de origem. De nada adiantaráuma refor!lla agrária sem o apoio do Gover­no, sem tecnologia, dinheiro barato, até mes­mo subsidiado. Acho que o Brasil está per­dendo muito no setor da exportação princi­palmente no que toca à soja. Parabenizo V.Ex' pelo seu retorno a esta Casa e aproveitoa oportunidade para dizer que, apesar desta

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política do Governo Federal, Mato Grossoestá de braços abertos para acolher com cari­nho nossos irmãos do Sul.

.O SR. IVO VANDERLINDE - Agradeçoao ilustre colega o aparte, que vem enrique­cer o meu pronunciamento. As preocupaçõesde V. Ex' somam-se às minhas no que serelaciona à situação da agricultura brasileira.

É importante que consigamos, junto como novo Governo que em breve se instala,acenar com perspectivas positivas para a agri­cultura, pois o êxodo rural se torna cada vezmais triste, não sendo maior porque estamosvivendo um período de estagnação econô­mica e, por isso, o próprio meio urbano nãoabsorve em quantidade maior a mão-de-obrarural. É 'preciso, urgentemente, estabelecermedidas que revertam essa expectativa. Nãopodemos querer que a agricultura brasileiracontinue produzindo produtos subsidiadospara uma população.que não tem capacidadede consumo, pagando os insumos mais carosdo mundo, pagando hoje o trator mais carodo mundo, quando aqui estão as fábricas quepagam à mão-de-obra os salários mais baixosdo mundo. Não podemos continuar tendo aagricultura mais tributada do mundo.

É vergonhosa a tributação que hoje se im­põe à agricultura brasileira. Estamos aquicom dois documentos a nós enviados pelasassociações brasileira, catarinense, para­naense e gaúcha de criadores de suínos. Numdesses documentos, oferecem elas uma sériede sugestões, mostram a realidade dramáticapor que passa o setor, que hoje volta a viveruma crise, depois de quase falido, por causade importações desnecessárias. Apresentamos produtores uma série de sugestões paraa política de preços, formação do Conselhode Suinocultores, política de crédito, políticatributária, suprimento de insumos, estoquesreguladores de carne, exportações e importa­ções, política sanitária, melhoramento gené­tico e a questão da pesquisa e assistência téc­nica.

Esse documento, entregue à equipe econô­mica do novo Governo como subsídio paraformação de uma política agrícola, reflete opensamento dos suinocultores do sul do Bra­sil.

No último dia 9 de fevereiro, estiveramreunidos os Secretários de Agricultura dostrês Estados do Sul, na cidade de Concórdia,Santa Catarina. Nessa reunião, a AssociaçãoBrasileira, a Associação Riograndense, Cata­rinense e Paulista dos Criadores de Suínosmostram o quadro difícil por que passa o setore dizem, ao final do documento a que mereferi - que solicito seja incorporado ao meupronunciamento como testemunho e reforçode nossas palavras - que, enquanto o produ­tor de suínos recebia, na ocasião, NCZ$ 13 ,50por quilo de suíno, o custo de produção erade NCZ$ 13,39. E mostram ainda, numa figu­ra, como fica a distribuição desse preço, naprodução e comercialização. O produtor, pe­lo que aqui se vê recebe apenas 17% do preçofinal pago pelo consumidor, 20% represen­tam a participação do Governo nos tributos

que cobra e 63% ficam com a indústria eo comércio.

O consumidor, que m\litas vezes vê o pro­dutor como um vilão, deve entender que suasituação é tão difícil quanto a do produtor.É necessário que a sociedade urbana, diantedo modelo urbano-industrial que hoje estáde costas para o campo, se junte ao produtorrural para exigir uma política agrícola sériade produção e de abastecimentq, para queo produtor possa não só continuar sobrevi­vendo, como produzindo mais alimentos acustos menores, dando à população brasileiraa garantia de. no futuro, abastecer-se de ali­mentos produzidos no Brasil.

Eram essas as colocações que gostaria dedeixar registradas na tarde de hoje, além deapelar ao Senado Federal para que vote aLei Agrícola que lá se encontra. Apelo tam­bém a esta Casa para que, dentro da priori­zação dos projetos de lei a serem votadosem regime de urgência, inclua a lei comple­mentar que regulamenta·a conquista do ho-

. mem do campo, ou seja, a aposentadoria com'salário integral para o homem, aos 60 anos,e a conquista da mulher trabalhadora ruralque, na nova Constituição, conquistou tam­bém a aposentadoria. que ainda não tem,com a idade de 55 anos.

É preciso que esta Casa. com urgência,discuta e vote essas leis. para que essas con­quistas possam ser implementadas, para queo nosso produtor brasileiro, além de esperaruma política agrícola séria, tenha tambémuma política. no campo social e previden­ciário, que lhe dê alguma perspectiva de umavelhice melhor.

Encerro aqui meu pronunciamento, agra­decendo aos colegas a audiência e dizendo,mais, uma vez, que voltamos a esta Casa dis­postos a nos somar a todos aqueles que aquiestão, para correspondermos à expectativaque a sociedade brasileira tem do CongressoNacional neste ano de 1990.

Durallte o discurso do Sr. [vo Vander­linde o Sr. Carlos Cotta, 3" Secretário.deíxa a cadeira da presidência, que éocu­pada pelo Sr. Arnaldo Faria de Sá, Su­plente de Secretário.

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria deSá) - Vai-se passar ao horário destinado às

VI - COMUNICAÇÕESDE LIDERANCAS

O SR. PRESIDENTE (Arnaldo Faria deSá) - Concedo a palavra ao nobre DeputadoAntônio Britto que falará pela Liderança doPMDB.

O SR. ANTÔNIO BRITTO (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Sr'" e Srs. Deputados, ao longo da sessãode hoje, diversos Parlamentares, interpretan­do o que me parece ser um sentimento co­mum a toda a Casa. manifestaram preocu­pação com a demora. infelizmente havida,na apreciação e aprovação da legislação que

regulamentará os direitos ~os trabalhadoresbrasileiros no campo da Previdência Social.Apesar de todo o esforço realizado no anopassado, esforço que pude testemunhar nacondição de Relator do Projeto de Custeioda Previdência, apenas a Comissão de Saúde,Previdência e Assistência Social pôde con­cluir o seu trabalho. Neste momento há inten­ção dos líderes de assegurar a urgência aoprojeto que dispõe sobre os benefícios da Pre­vidência Social. de· autoria do Deputado Flo­·riceno Paixão, e ao Plano de Custeio, inicial,mente apresentado por mim·e depois formal­mente levado à apreciação da Comissão peloDeputado Adhemar de Barros Filho. O regi­me de urgência pode resolver um dos proble­mas. que é o do atraso do Congresso Nacio­nal. Assim, imediatamente, a matéria viriaa plenário e poderia ser aprovada nas próxi­mas semanas na Câmara dos Deputados.

Sr. Presidente. este primeiro passo pare­ce-me importante; principalmente porque oCongressO' Nacional sofre· neste momento oterrível ônus de ver chegar ao Supremo Tri­bunal Federal mandado de injunção, apre­sentado por lideranças dos trabalhadores ru­rais de todo o País, exigindo imediata aprova­ção da legislação que consagra os direitos quea Constituição já lhes assegurou. Do mesmomodo, os aposentados e os trabalhadores ur­banos manifestam de forma crescente a suainsatisfação com a demora com que operamo Congresso e· a Câmara dos Deputados estamatéria.

Sr. Presidente,. creio que seja do meu de­ver, como Relator da matéria na Comissãode Saúde, Previdência e Assistência Social,chamar a atenção para um segundo aspecto:mesmo que hoje viesse a ser aprovada todaa legislação complementar à Constituição,que regulamentasse os direitos dos trabalha­dores no campo da Previdência Social, umproblema grave permaneceria, porque o Or­çamento votado pelo Congresso Nacionalnão contém recursos suficienteS para o pagà­~ento dos direitos que estamos assegurando.Ou esses direitos são aprovados sem consi·derar os recursos que nós próprios aprovamospara o Orçamento, e· então serão letra morta,ou haverá, junto com a aprovação' dos proje­tos, uma revisão do orçamento de 199G. Osestudos técnicos de que disponho mostramque hoje a diferença é de 1 bilhão de dólares,ou seja, o orçamento deste ano, no campoda seguridade social, precisaria receber o re­forço de pelo menos 1 bilhão de dólares paracobrir as despesas decorrentes do pagamentodos direitos previstos na legislação de benefí­cios. Ora, não se trata de fazer um raciocíniomenor no sentido de resolver o problema cor·tando os direitos. Ninguém pretende, nin­guém defe.nde, ninguém quer isso. Entretan­to não se pode também, numa postura super­ficial e perigosamente demagógica, aprovaros direitos sem considerar os recursos dispo­níveis.

Por isso, creio que a Casa não está na obri­gação de simplesmente apressar a aprovaçãodo Plano de Benefícios e Custeto. Não bastaisso. Será necessário que lideranças do Con-

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gresso Nacional se dêem ao trabalho de com­parar o que estamos aprovando. em termosde benefícios com o que colocamos à dispo­sição da seguridade em termos de recursos.Se esse exame não for feito ~om urgência,em vez de resolvermos o problema, estare­mos dando a ele uma solução fictícia. Issoporque aquilo que aqui for aprovado em ter­mos de direitos não estará disponível na for- ,ma de recursos e valores nos guichês da Previ­dência e dos bancos que hoje operam no pa­gamento dos direitos previdenciários.

Por último, chamo a atenção para o seguin­te aspecto: aO longo dos últimos anos houveacréscimo de recursos na área previdenciária.No entanto, criminosamente, o pouco, masde qualquer forma existente, que se concedeuno campo da Previdência não saiu de fontesnovas de recursos, não adveio de acréscimode recursos ao orçamento;'simplesmente foisubtraído, retirado da área da saúde. Nuncase gastou tão pouco, como hoje, em termosde saúde no País. Portanto, pens1!r que a solu­ção para 'ampliação dos direitos no campoda Previdência está - da mesma forma comoocorreu no ano passado - na diminuição derecursos para a saúde, significa, a meu juízo,um crime contra os hospitais, as casas de saú­de e, em particular, contra os doentes e des­validos do País.

Por isso, primeiro, apelo para que, sob ,acondução e liderança de V. ,Ex', a Câmarados Deputados, em atenção aos mandadosde injunção que já deram entrada no Supre­mo Tribunal Federal e aos reclamos apresen­tados de forma unânime desta tribuna, V.Ex' lidere um esforço pela imediata aprova­ção, ao menos na Câmara dos Deputados,da Lei de Custeio e da Lei de Benefícios.

Segundo, que a Câmara dos Deputadosnão esqueça o fato de que neste momentoserá necessário compatibilizar e examinar, aomesmo tempo, o que se propõe em termosde despesa e. de orçamento. E preciso reexa­minar a questão do Finsocial e de algumasfontes novas de receita, sob pena de que,se simplesmente aprovado o projeto, de umlado, e mantido o Orçamento, do outro, nãohaja recurso suficiente.

Terceiro, que haja também nesta Casa, tãosensível à questão da previdência e com tãosobradas razões, sensibilidade para que a Jus­tiça devida aos trabalhadores rurais, aos apo­sentados e àqueles que pretendem aposen­tar-se não se faça às custas da saúde dos mise­ráveis que neste País acorrem, sem sucesso,aos hospitais e às casas de saúde não maisem busca de prevenção, mas sim de algumatentativa de salvação de suas vidas.

Durante o discurso do Sr. AntônioBritto, o Sr. Arnaldo Faria de Sá, Su­plente de Secretário, deixa a cadeira dapresidência, que é ocupada pelo Sr. Paesde Andrade, Presidente.

O SR. PRESIDENTE (Paes de Andrade)- Concedo a palavra ao nobre DeputadoArnaldo Faria de Sá, que falará pela Lide­rança do PRN.

o SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN- SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente. Srs. Deputados. abordou o DeputadoAntônio Britto a problemática da Previdên­cia Social. Causa-me estranheza o fato deo Ministério da Previdência e Assistência So­cial, ao apagar das luzes, ter proposto umasérie de modificações na situação previden­ciária.

Ao final do mandato do 'Presidente Sarney,o Ministro Jáder Barbalho faz um recadastra­mento. Certamente, como muitas coisasocorreram nesse ministério, isso nos permitealgumas interrogações, porque soa a um reca­dastramento escuso. Os funcionários da Da­taprev, com muita razão, têm telefonado aeste Parlamentar demonstrando suas preocu­pações com a forma de recadastramento, aoapagar das luzes do governo, nesse fim defeira que é o Governo Sarney.

Outra coisa que também nos causa estra­nheza é amud'ança da forma de distribuiçãodos carnêsde benefícios. A Previdência dizque serão afixadas listas que ficarão à dispo­sição dos previdenciários, para que possamsaber quando deverão dirigir-se às agênciasde benefícios para retirarem seus respectivoscarnês.

Ora, por que tudo isto não foi feito aolongo do períopo .em que o Ministro JáderBarbalho estava à testa do ministério ou atéantes, no governo do próprio P,residente Sar­ney? Estranhamos que agora, ao apagar dasluzes, algumas coisas sejam modificadas naárea do Ministério da Previdência Social.Gostaria também que esse ministério se preo­cupasse em fiscalizar os bancos que fazemo pagamento dos benefícios, que expõem osbeneficiários a filas interminávies nos subso­los ou nas sobrelojas, fazendo com que apo­sentados e pensionistas tenham dificuldadesno recebimento dos mesmos. '

Acho que essa é a função precípua do Mi­nistério da Previdência Social e não a de ficarinventando agora, ao final do Governo, coi­sas que certamente já deveriam ter sido fei­tas. Esperamos que o novo Governo, na jun­ção do Ministério do Trabalho com o da Pre­vidência Social, na pessoa do Ministro Antô­nio Rogério Magri, que, no Sindicato dosEletricitários, em São Paulo, sempre deuatenção esp'ecial aos aposentados, se preo- _cupe com a situação 'dos aposentados e pen­sionistas.

Esperamos que esta possa ser a tônica. Ire­mos procurar colaborar, orientar e esclarecera forma pela qual os aposentados e pensio­nistas poderão ser atendidos pelo futuro go­verno. Hoje, nesta Casa, no horário do Pe­queno Expediente, já houve manifestação nosentido de que possa tramitar C0m urgênciaa aprovaçã<l do Plano de Benefícios e Custeioda Previdência Social, a fim de que sejamatendidos os reclamos de todos os aposen­tados e pensionistas.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Durante o discurso do Sr. Al'Ilaldo Fa­ria de Sá, o Sr. Paes de Andrade, Presi­dente, deixa a cadeira da presidência, queé ocupada pelo Sr. Inocêncio OUI'e(ra,1" Vice-Presidente,

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPTB, ao nobre Deputado Sólon Borges dosReis.

O SR. SÓLON BORGES DOS REIS (PTB- SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Sr" e Srs, Deputados, o art. 60 daConstituição que elaboramos e promulga­mos, em vigor no País desde o dia 5 de outu­bro do ano de 1988 - e já estamos em 1990- precisa ser cumprido.

No dia 16 deste mês tive oportunidade deocupar a tribuna desta Casa para lançar umacampanha - e espero que ela alcance âmbitonacional, envolva toda a sociedade brasileiraorganizada, os partidos políticos e principal­mente o Poder Legislativo - pelo cumpri­mento das leis em vigor neste País pór partenão só dos governados, mas também dos go­vernantes.

Estes além da obrigação de cumprirem asleis, a começar pela Constituição, têm tam­bém oportunidade de servir de exemplo. Apostura dos homens que estão no pódio, queestão na vitrina, que estão em evidência, écontagiosa e faz escola e, portanto, as suasresponsabilidades são grandes.

A campanha pelo cumprimento das leis emvigor deve envolver dois aspectos: cumpri­mento por parte do governado e cumprimen­to prioritário por parte dos governantes. Pre­cisamos dar prioridade a essa campanha. Jáestamos num processo político de amadure­cimento do povo brasileiro com a implan­tação de um regime verdadeiramente demo­crático. Depois de vencidas duas etapas desseprocesso a Assembléia Nacional Constituin­te, que elaborou uma Constituição. cujos re­presentantes foram eleitos direta e livremen­te pelo povo, e a eleição direta para Presi­dente da República - o próximo passo deveser cumprir neste País, as leis em vigor emtodos os níveis, começando pela ConstituiçãoFederal e indo até a Lei Orgânica dos Muni­cípios.

A esse respeito aponto, entre outros, o art.60 do Ato das Disposições ConstitucionaisTransitórias, da Constituição Federal de 5de outubro, que dá o prazo de dez anos paraa erradicação do analfabetismo neste País.

Já se passou mais de um ano desse prazoe, por enquanto, a lei ainda é letra mortano Brasil.

- .O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)

- Antes de passar a palavra ao próximo ora­dor, esta' Presidência comunica aos nobrespares que teremos, dentro de trinta minutos,votação nominal no Plenário, convoca, por­tanto, os nobres Deputados presentes nas di­ferentes dependências desta Casa a compare­cerem imediatamente ao plenário.

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 277

o Sr. Jesus Tajra - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra a V. Ex' pela ordem.

O SR. JESUS TAJRA (PFL - PI. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, gosta­ria apenas de justificar a ausência do Depu­tado Mussa Demes, atendendo a seu pedido.S. Ex' encontra-se em Teresina, hoje, paraassistir a uma solenidade na qual será home­nageado o Presidente da PIFA, João Ave­lange.

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPTB, ao nobre Deputado Osvaldo Sobrinho.

O SR. OSVALDO SOBRINHO (PTB ­MT. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Srs. Deputados, ocupo a tribuna nestemomento para denunciar um crime brutalocorrido no Município de Matupá, regiãonorte do Estado de Mato Grosso.

Ontem, o valoroso Vereador Victor HugoFidélis Domini foi assassinado, por volta das16 horas, com quatro tiros no peito. O bravocombatente iria, na noite de ontem, na sessãoda Câmara dos Vereadores, apresentar o im­peachment do Prefeito municipal, que segun­doo Vereador, vem cometendo várias irregu­laridades na Prefeitura Municipal. Duas ho­ras antes de começar a sessão da Câmara,o Vereador foi assassinado com quatro bala­ços, tendo morte rápida, fato que deixou acidade em inconformismo total, com revoltade toda a população.

Sr. Presidente, quero dizer que ná regiãode Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã,os crimes, em sua maioria, não são julgados,ficando os criminosos impunes e à solta., Jáapelamos para o Governo do Estado do MatoGrosso, para a Secretaria de Segurança Públi­ca de Mato Grosso, para a Polícia Federal,e estamos apelando para o Ministério da Jus­tiça, no sentido de que esse crime não fiquecomo os outros ocorridos naquela cidade, na­quele Muniçípio.

Que a morte do Vereador Victor HugoFidélis Domini, homem bravo, lutador, tra­balhador e democrata por excelência, não se­ja em vão, que a, sua vida sirva de exemploaos homens públicos, a fim que tragam à tona

,os fatos verídicos da sua morte. Assim, pode­remos dizer que ainda existe justiça no Esta­do de Mato Grosso e no Brasil.

Registramos, portanto, o nosso desconten­tamento, em nome do Partido TrabalhistaBrasileiro, pelo crime acontecido no Muni­cípio de Matupá: Esperamos que os respon­sáveis sejam punidos na forma de lei e queo Governo do Estado do Mato Grosso, atra­vés da Secretaria de Segurança Pública, in­vestigue esse horrendo crime, que enlutou'a família mato-grossense.

.0 Vereador Victor Hugo Fidélis Dominimó,iava ali há longo tempo. Sua vida e traba­lho honraram a população de Matupá. Bemvotado, Líder do PFL na Câmara Municipal,pela sua bravura, pelo seu trabalho, pela sua

luta fez com que'a classe política ali recebessenovos ares.

Queremos neste momento, além de denun­ciar o crime, pedir aos órgãos competentesque se faça justiça, para que a populaçãonão sinta que os crimes permanecem impu­nes. Proporcionalmente, talvez ali ocorrammais crimes como esse, hoje, do que na Bai­xada Fluminense. Todos os dias, todas as noi­tes, lamentavelmente, há ocorrência de cri­mes, e não vimos até hoje nénhum culpadona cadeia. Esperamos que'os fatos sejam es­clarecidos e que os autores desses crimes ve­'nham a sofrer as conseqüências e as penali-

. dades da lei. .Portanto, em nome da classe política mato­

grossense, manifestamos nossos votos de pe­sar à famJ1ia do Vereador Victor Hugo. Espe­ramos que o seu exemplo', a sUil brasilidade,a democracia que sempre pr~gou, o seu pa­triotismo sejam embasamento para a luta da­q\leles companheiros que cÇll).tinuam traba­lhando pela cida<;le de' Mat\lpá. Não ficare­mo~ quietos" qão silen,ciaremos ,enquanto es­se crime não for desvendado, enquanto a ver­dade não vier à tona e enquanto os respon­sáveis não forem parar nas barras da Justiça.

Muito obrigado, Sr. Presidente"

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPDT, ao nobre Deputado Lysâneas Maciel.

, ~ j

b SR. Ll'SÂNEAS MACmL (PDT - R~.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente"Sr's e Srs. Deputados, tivemos a grata notíciada libertação do líder Nelson Mandela. Digograta notícia porque, em agosto do ano passa~do, fizemos uma visita, em nome do ConselhoMundial de Igrejas, a sete países: aos EstadosUilidos, à Inglaterra, à Sauíça, ao Japão, àsede do Mercado ·Comum Europeu, Bruxe­las. Ali falamos 'com as principais liderançase tivemos uma sessão especial, na's NaçõesUnidas, e um encontro muito positivo como Secretário-Geral Javier Peres de Cuellar..Um dos temas que nos levaram a esse encon­tro foi a situação da África do Sul. Em nomedo Conselho Mundial de Igrejas, encontra­mo-nos com as seguintes autoridades e lide­ranças: em Berna, na Suíça, como Ministrodas Relações Exteriores, EmbaixadorRuegg; em Paris, com François Mitterand ecom o Secretário-Geral do Quai D'Orsay,Monsieur Despont, e com Laurent Fabius,Presidente da Assembléia Nacional da Fran­ça; em Bruxelas, na Bélgica, com M. TindEmans, Ministro das Relações Exteriores eresponsável pelos assuntos internacionais daComunidade Comum Européia; em Londres,com o Ministro das Relações Exteriores, SirGeoffrey Howe, e com o Secretário-Geralda Commomealth; em Bonn, com o Presi­dente Weizsacker, Gensher e Helmut Kohl;nos Estados Unidos, com James Baker, Se­cretário de Estado norte-americano, e comvárias lideranças: Senadores Crauston, PaulSimon, Edward Kennedy, Nancy Kasse­baum, Richard Lugar, Clairborne Pell e de­zesseis deputados norte-americanos. Nessas

três semanas em que tivemos contato,comessas autoridades, pudemos ,chaI\lar a aten­ção para a ,escalada da violência na Áfricado. Sul e para ,a possibilidade ,de ocdrrer, anão ser que sejam empreendidas ,ações decisi~

vas e imediatas, um dos piores banhos .desangue após a Segunda Guerra Mundial. Ob­servamos àquelas autoridades o fato de queo acordo em Angola e as aberturas para aimplementação da Resolução das NaçõesUnidas n"'45 -.a indep,endência da Namibianão puderlllU ainda <ttingir o espírito do regi­me sul-africano: Ao contrário, as informa­ções da África'do Sul demoI1stram quc:;,.du­rante as negociações internacionais, o,gover­no sul-afric;lUo havia intensificado as medidasrepressivas contra o povo, prescrevendo to­es não-violentas que pleiteavam mudanças.

Sr. Presidente, a situação era de tal gravi­dade que até. crianças estavam sendo atingi­das. Uma 'das propostas que fizemos foi' ade que não adiantava fazer- condenações utó­picas ao regime da África do Sul, naquelaépoca presidido por Peter Botqa; não-adian­tava fazer quaisquer condenações. ' ,

A ONU considerou o regime doapartheidum crime contra a 'humanidade. A AméricaLatina foi representada por este Deputadoque dirige a palavra à Câmara dos Deputadosno presente momento. A tese que prevaleceufoi a de que, se'as' Nações' Baidas conside­ravam o apartheid um crime,-como não'sepode regulamentar o' crime,-o regime teriade ser abolido. Uma das condições foi tornarnão mais clandestinas aS organizações quepleiteavam as mudanças na África do Sulatravés de medidas não-violentas. A primeiradelas, Sr. Presidente, é a que acaba de seratendida agora: a libertação do líder negroNelson Mandela. O Presidente da África doSul mostra-se disposto a fazer outras, conces­sões. De outro, modo, teríamos.mais banhosde sangue, pois,87% da população daquelepaís são oprimii:los, massacrados. ,. '

Criaram até uma teologia para. justificaro apartheid" co'mo se o negro não fosse, naverdade, igual ao branco. Lá,os negros nãopodem escolher onde morar, onde estudar,não podem votar, não podem sequer ser en­terrados em lugares adequados, próximos àsua residência. Criaram uma teologia parajustificar essa monstruosidade qúe chamamápartheid. .

A libertação de Mandela é apenas um pas­so. Agora fala~se até em convidar o líder ne­gro para vir a este Parlamento. Será umahomenagem justa, pois, na verdade, esse re­gime, consagrado como um dos 'mais violen­tos e cruéis do mundo moderno, tem de serextirpado. Não se podem fazer concessões.O único p~ís que se recusou a fazer sançõescontra a Africa do Sul foi. a Inglaterra. ADama de Ferro ficou insensível ao apartheid,mas não quis praticar sanções econômicascontra ela. ' ...

Sr. Presidente, Ss's e 'Srs. Deputados, alibertação de Mandela pode ser o início daredenção e da consagração do princípio deque todos os homens são iguais perante nãoapenas a lei, mas também perante Deus, o

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278 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

Criador, que quis que todos fossem iguaise feitos à Sua semelhança.

A notícia é auspiciosa. Se este Congressoconvidar Mandela, para vir até aqui, teremosuma demonstração de que a violação dos di­reitos humanos, em qualquer parte do mun­do, afeta, naturalmente, mesmo aqueles quecom ela não estão diretamente envolvidos.Este o sentido da libertação do Líder Man­dela. Houve sensibilidade nos principais go­vernos ocidentais do mundo. Estivemos emcontato direto com autoridades de nível inter­mediário, com o Ministro das Finanças, como Presidente Weinzsacher, o primeiro Minis­trodoJapão, com James Bakere o PresidenteGeorge Bush, e verificamos tratar-se de ho­mens sensíveis no sentido de que a liberdadede Mandela era a libertação não apenas deum negro sul-africano, mas a libertação deum homem sujeito à opressão e símbolo daresistência contra a violência e !l violação dosdireitos humanos.

Muito obrigado.

O SR. pimSIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPSDB, ao nobre Deputado Elias Murad.

O SR. ELIAS MURAD (PSDB - Ma.Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presi­dente, colegas Deputadas e Deputados, hápoucos dias, escrevemos um artigo sobre trá­gico acontecimento envolvendo a morte damodelo Adriana de Oliveira.

Apesar de trágico, acho que devemos tirardaí alguns exemplos, principalmente a juven­tude. Por isso, tomo a liberdade de repeti-loaqui da tribuna do plenário, para que fiqueregistrado nos Anais da Câmara dos Depu­tados.

Adriana morreu na flor da idade, desabro­chando para a vida. Jovem, bonita, charmo­sa, com um futuro brilhante à sua frente emum emprego que lhe oferecia a oportunidadenão s6 de recursos materiais como tambémde viajar e conhecer novos ambientes, novasterras, novas culturas. Seu belo rosto apare­ceu em revistas importantes do País e, porcerto, iria também aparecer em outras de 6r­gãos internacionais.

Informam os especialistas que Adrianamorreu por overdose de drogas. Tecnicamen­te estão certos e cientificamente corretos.Mas a dúvida que nos assalta, a perguntaque n6s cidadãos com algum senso de respon­sabilidade social questionamos, é por queAdriana, que tinha tudo o que a vida podeoferecer, teve que desaparecer de maneiratão trágica em um acontecimento tão dramá­tico.

Como modelo profissional, a sua pr6priasubsistência como tal exigia que se manti­vesse esbelta. E esbeltez hoje em dia, noscanônes da moda, significa magreza. Sua pro­fissão exigia que se mantivesse magra. Porisso, fazIa regime - provavelmente drástico- a fim de atingir tal objetivo.

Este foi talvez o.fator mais importante quecolaborou para a sua mo!"te. O estômago va­zio absorve com mais facilidade o álcool eoutras drogas, aumentando o; seus efeitos

e, conseqüentemente, a sua toxicidade. Do­ses de bedidas alc061icas e drogas que seriamsuportáveis em um indivíduo substancialmen­te alimentado e bem nutrido podem ser fataisa um outro com regime drástico ou restritivo.

É 16gico que se pode argumentar queAdriana não teria morrido se não tivesse usa­do tais drogas, principalmente associadas aoálcool. Certo. Ma aqui cabe também o ques­tionamento a uma sociedade que tende a vercom certa tolerância o uso de tais produtos.Tanto assim, que é comum entre alguns seto­res jovens a· pergunta: "Se todo o mundousa, por que não um?"

Entra então em jogo o problema da infor­mação ou, o que é mais lamentável, a máinformação. Todos deveriam saber os riscosque tais drogas - como a cocaína e a maco­nha - representam. E também o sinergismo(soma) de efeitos t6xicos que significa a suaassociação. Isto é, o álcool aumenta a toxi­dade da cocaína - e tamhém do diazepam- e vice-versa. Não foi uma s6 droga quematou Adriana, mas sim a associação de vá­rias que ela usou. Além das bebidas alcoó­licas, algumas pessoas imprevidentes ou mal­informadas tendem a considerar, principal­mente a maconha e a cocaína, como drogasrecreacionais. Boas para uma festa de "emba­lo", esquecendo-se que este "embalo" podelevá-los ao desenlace. fatal. '

Informam também os peritos que a maiorquantidade de cocaína foi encontrada no seu'estômago, o que faz supor que' ela usou-apor via oral. Esta não é a maneira usual doemprego da cocaína. Os 'usuários experimen­tados empregam-na por via nasal, aspirada,ou por via endovenosa ("no pico"), comosolução. Isto permite, então, levantar a hipó­tese de que a cocaína poderia ter sido postaem sua bebida, o que agrava a situação da­queles que colaboraram para isso.

Por tudo isso, choro com os pais de Adria­na. O comum, o biológico, é os filhos enter­rarem os pais e não estes levarem à últimamorada os filhos jovens. Para os pais, nãopode haver dor mais profunda do que essa.Eu, que já perdi um filho adolescente emum acidente de trânsito, sei o que ela signi­fica.

A única esperança que nos resta no contex­to deste trágico acontecimento, é que ele sir­va de exemplo - principalmente aos jovens- de que a vida, este dom extraordinárioque Deus nos deu não pode ser sacrificadade maneira tão cruel.

"Os sinos não dobram por você, Adriana.Os sinos dobram por nós".

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPSDB, ao nobre Deputado Antônio CarlosMendes Thame.

O SR. ANTÔNIO CARLOS MENDESTHAME (PSDB - SP. Sem revisão do ora­dor.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputa­dos, temos, nos últimos dias, lido e ouvido'diversos depoimentos de economistas, de em­presários e até de políticos dizendo que va­mos enfrentar, a partir do dia 15 de março,

uma recessão inevitável - corretiva - parafazer com que a economia retome e seu ru­mo, e possa, dessa forma, evitar o grandemal, pelo seu caráter concentrador de rendas,que é uma inflação tão alta como a que atual­J;llente experimentamos.

Quais De mecanismos que existem para 'seinduzir a uma recessão? São seis. Isso emqualquer país do mundo. Não há COffiD seforçar uma recessão, corretiva ou não, a nãoser através desses mecanismos.

Primeiro, juros altíssimos. Ningu.ém toJ;lladinheiro emprestado e a economia entra emrecessão.

Segundo, diminuição da liqüidez. Não hádinheiro nem para o crédi~o direto aÇl consu­midor, nem para as empresas progredJremou expandirem seus negócios.

Terceiro, corte das compras do Governo.O Governo não faz mais negócio, não con­trata mais ninguém, corta-se o trabalho dasempreiteiras.

Quarto, impedimento às exportações.Quinto, diminuição do rendimento do di,­

nheiro da poupança. Portanto, não,remune­rando mais o rentista, diminuindo os jurosreais.

Sexto, achatamento dos salários.As cinco formas iniciais estão em 'pleno

vigor no País. Os juros estão altíssimos. Umaempresa que depender do dinheiro empres­tado estará falida, liquidada. Não há grandecontrato nem grande obra do Governo. Nãopodemos impedir as exportações.

Então, quando ouvimos falar em recessão,ficamos muito preocupado. Será que vão no­vamente achatar os salários? Será que 'vãocolocar o preço desse achatamento nas costasdo trabalhador?

Segundo informaçôes divulgadas pelos jor­nais neste fim-de.-semana, pretende-se fazerum ajuste salarial concomitantemente aoajuste de preços pré-fixados. Pré-fixar salá­rios e preços. Ou seja, os salários que sãoreajustados pela inflação passada passariama ser reajustados pela inflação futura, Tro­ca-se, portanto, a política salariili.

Ora, os salários, em qualquer parte domundo, são sempre corrigidos pela inflaçãopassada. Por quê? Porque não se trata dereajuste, mas de correçáó para preservar opoder real dos salários. Portanto, não é pre­ciso alertar para o fato de que uma mudança'na política salarial deixará um resíduo. Querdizer, se mudarmos a orientação ~alarial, as­sim como aconteceu no Plano, Verão e tam­bém no Plano Bresser, haverá um resíduoque depois será concedido aos trabalhadoréspela Justiça, como sempre tem ocorrido, combase num pressuposto constitucional, que éo da irredutibilidade dos salários. A justiçatrabalhista acaba,. a posteriori, concedendoesse resíduo, mas meses depois.

O que é um J;esíduo? É a diferença entrea inflação do mês anterior e a correção efeti­vamente -feita nos salários. Se tenho, em ja­neiro, umil inflação de 70% e dou 20% decorreção - não é reajuste - nos salários

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 279

de fevereiro, há um resíduo de 50%. Se onovo Governo anuncia que não colocará nascostas do trabalhador o ônus desse reajuste,o resíduo deverá ser-lhe concedido.

Ora, se esse resíduo será dado imediata­mente, em março ou em abril, não haverádiferença alguma. A soma da inflação poste­rior, mais o resíduo concedido antecipada­mente, corresponde à inflação do mês ante­rior. Portanto; não vemos qualquer necessi­dade de se mexer na política salarial, a menosque não se queira dar o resíduo. Nesse casohavérá um achatamento salarial.

Nós, do PSDB, que somos um partido deoposil;:ão e que torcemos pelo sucesso do Go­verno, temos de exercer uma posição vigilan­te. 'E se possível, para aumentar o acerto,preventivainente, queremos deixar esse aler­ta quanto ao risco de uma política salarialalterada, que não corresponde aos legítimosanseios dos' trabalhadores.

o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)-·Concedo a palavra, pela Liderança doPSB, ao' nobre Deputado Ademir Andrade.

Q SR. ADEMIR ANDRADE (PSB - PA:Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,Srs. Deputados, esta Casa, durante mais deum ano e'meio, tem registrado notícias e do­cumentos para cá encaminhados sobre a vio­lência no Estado do Pará, especi~menteso­bre o crime organizado no Baixo Amazonas,na cidade de Itaítuba.

Por mais de um ano e meio, o Governadordo Estado fez chacotas e deu risadas diantedas denúncias apresentadas de assassinatosque lá ocorriam, de crimes políticos pratica­dos em Itaítuba. Finalmente, passado todoesse tempo, o Governador Hélio Gueirosvem a público reconhecer o que estava sendodenunciado. S. Ex' afirmou aos jornais deBelém, rádios e televisão, que agora vai agirpara acabar com o crime organizado em Itai­tuba, que considera um verdadeiro absurdo.

Um comandante da Polícia Militar de San­tarém afirmou que nada podia fazer. Maisuma vez, uma autoridade do Estado voltaa dar declarações nesse sentido, afirmandonão ter condições logísticas para atuar contraessas quadrilhas organizadas.

Ficamos satisfeitos com a ação do Gover­no, que reconhece essas denúncias. Sei quepara lá foram mandados cinco juízes e estãosendo encaminhados cinco promotores e trin­ta policiais militares, com annamentos, paraagirem contra os bandidos. Mas o que é deadmirar é que somos sabedores de que o Go­vernador Hélio Gueiros reconheceu o fatoda existência de violência na área não pelaquestão da violência em si, não pelos assassi­natos brutais que ocorrem na região, não pelaimpunidade, pelo roubo, pela falcatrua quelá existe, mas apenas por uma questão polí­tica, porque o seu representante no BaixoAmazonas, Ronaldo Campos, teria afirmadofidelidade ao Ministro da Previdência e Assis­tência Social, Jáder Barbalho. Em função dis­so, e como Ronaldo Campos tem ligaçõesoom essas quadrilhas organizadas, o Gover--

nador agora resolve agir, para punir essa pes­soa que ele considera uma liderança e quejurou fidelidade a<l Ministro da Previdênciae Assistência Social.

É lamentável o que ocorre no Governodo Pará; é lamentável que as pessoas quetêm obrigação de governar o Estado', ao invésde pensarem no interesse público, de cumpri­rem suas tarefas, fiquem envolvidas em desa­venças políticas e só passem a agir em funçãodelas.

Necessário se faz que se registre nos Anaisdesta Casa a ação positiva do Governo doEstado, mesmo vindo por linhas tortas, porrazões políticas.

Espero que o povo de Itaituba e do BaixoAmazonas tenha a sorte de encontrar a liber­dade, a tranqüilidade de poder viver com asegurança e a paz que sempre almejou paraa região.

Apoiamos a ação do Governo, embora es­tejamos a condenar a forma - e a razão- como está sendo efetivada.

o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança do

\CB, ao nobre Deputado Augusto Carvalho.

O SR. AUGUSTO CARVALHO (PCB ­DF. Sem revisão do orador.) - SI. Presi­dente, há algum tempo a questão .da aliena­ção dos imóveis funcionais da União, aquino Distrito pederal, vem sendo objeto de de- 'bate e de profunda polêmica, com repercus­são nos órgãos de imprensa deste País.

Diante desse tema, trazemos nossa contri­buição, à luz. de um estudo aprofundado dasdiversas propostas que tramitaram nesta Ca­sa, entre as quais podemos citar a de origemno Senado, aprovada posteriormente na Câ­mara e, por fim, vetada pelo Presidente daRepública. Posteriormente tivemos propostasemelhante encaminhada pelo Governo, àbase de medida provisória. No entanto, emrazão de uma série de questionamentos, entreos quais realçamos aqueles que criavam umasérie de condições privilegiadas para a aqui­sição desses imóveis, todas mereceram críti­cas bastante agudas por parte de nossos cole­gas da Câmara e do Senado.

Analisando a emenda apresentada àquelaépoca e as outras propostas apresentadas,elaboramos um projeto que, temos certeza,poderá servir de base para a construção deum consenso que contribua para a sc;>luçãoda questão que já vem sendo arrastada hámuitos anos. É a reivindicaç~o feita pelosfuncionários que para aqui vieram quandoda transferência da Capital da República,movidos pela perspectiva de algum dia obterimóvel próprio. No entanto, as promessas fo­ram sendo proteladas pelos sucessivos gover­nos.

Os critérios de ocupação desses imóveisforam profundamente questionados, uma vezque eram preenchidos basicamente atravésda troca de fav,ores e apadrinhamentos dosaltos escalões da República.

Neste sentido, SI. Presidente, queremos_trazer à apreciação dos nossos colegas esta

proposta, esperando que ela possa merecerda Casa uma tramitação rápida, tendo,emconta que .ela não traz aquelas detur.paçõesque colOCAram bO,a parte da Casa em ,confron­to com as propostas anteriormente apresen­tadas.

Temos a certeza de que nossa proposta farácumprir um desígnio fundamental, que é reti­rar a intervenção do Estado de uma área nãoprioritária. O Estado não tem de administraruma imobiliária do porte da Sucad, que. hoje,administra cerca de 10 mil imóveis funcionais.

Assim sendo, Sr. Presidente, esperamosque a Mesa' processe a tramitação e contamosmerecer o apoio da Casa;

Muito obrigado.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra ao nobre Líder doPCN, Deputado Edivaldo Holanda.

O SR. ED~VALDO HOLANDA (PCN ­MA. Sem re,\isão do orador.) ;- SI. Presi­dente, Srs. Deputados, o Exm' Sr. PresidenteJosé Sarney instituiu no seu Governo ó ticketdo leite para a criança carente. Mais de oitomilhões de 'crianças carentes, em todo Brasil,são socorridas pelo Programa do Leite.

Dados estatísticos comprovam até que oíndice de mortalidade infantil diminuiu emmuitos Estados brasileiros, graças ao leiteque a criança Vem recebendo qiariamente.Trinta tickets de leite são entregues a cadafamília. .

SI. Presidente, há uma grançle elípectativa,sobretudo no Norte e Nordeste brasileirQs,quanto à extinção do programa no próximogoverno - o do Exm" SI. Fernando Collorde Mello. No Ceará, por exemplo, onde esti­ve recentemente, houve uma passeata de fa­mílias de todqs os bairros da periferia de For­taleza. Postadas às portas da Sehac, apelavampara as autoridades do futuro ,governo paraque não extinguissem tal programa.

No Maranhão; milhares de crianças sobre­vivem - almoçam, jantam e ceiam - comesse leite.

Portanto, dirijo veementemente apelo ao, futuro Presidente da República, Collor de

Mello, no sentido de que mantenha o Progra­ma do Leite, da mais alta importância social,sobretudo para as regiões carentes de nossoPaís.

Era o que tinha a dizer.

O SR. PRESIDENTE '(Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, pela Liderança doPFL, ao nobre Deputado Alysson Paulinelli:

O SR. ALYSSON PAULINELLI (PFL­MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, Sr" e Srs. Deputados, é com muita

,honra que venho fazer uma comunicação quejulgo da maior importância. Trago aqui umexemplar da primeira Lei Orgânica aprovadano meu Estado, Minas Gerais, em Lavras,município a que me vinculo - sou eleitore professor da Escola Superior de Agriculturadaquela cidade.

Há um fato inusitado. Esta lei resultou es­pecialmente do grande esforço da Câmara

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Municipal daquele Município, que conseguiua efetiva integração da comunidade com oLegislativo, A Câmara Municipal recebeu,naquela oportunidade, duzentos documentosda população, entre moções, sugestões e atémesmo projeto populares com muitas assina­turas.

Sr. Presidente, graças à dedicação de umaplêiade de Vereadores especialmente capita­neados pelo meu colega, Prof. Luís Augustode Paulo Lima - que se' fundamentou nainfra-estrutura da sua Universidade - colo­cou~se em dia todo o minucioso estudo detoda a legislação surgida naquela terra, desdequando se fundou o Legislativo. Na elabo­ração dessa lei, S. S' deu demonstração desua competência ao integrar a comunidadeao Legislativo, para dali extrair uma lei con­temporânea, moderna e que poderá servira muitos Municípios que não têm a felicidadede, como Lavras, dispor de uma universidadee contar com uma plêiade de professores quese dedicaram a esse, trabalho, Eles poderão,naturalmellte, orientar muita,s Câmaras Mu­nicipais pelo interior do País.

Faço esta observação, SI. Presidente, nãoapenas por se tratar da primeira Lei Orgânicasancionada no meu Estado - e, quem sabe,no pr6prio País - mas pelo resultado que;lli se obteve, do esforço integrado entre oExecutivo, o Legislativo e a população. Soumunicipalista, sei que as grandes soluções dosproblemas brasileiros estão exatamente nomunicípio. Alegra-me quando vejo no muni­cípio uma mobilização como essa, no sentidode se criar ali uma legislação contemporânea,atualizada e sobretudo participativa.

Gostaria, SI. Presidente, como homena­gem ao Legislativo e em especial ao Prof.Luiz Augusto de Paulo Lima, meu colega,de solicitar a V. Ex' que fosse inserida nosAnais da Câmara Federal uma c6pia dessalei. Que ela possa servir de subsídio a colegasnossos que aqui estão - como eu - rece­bendo questionamentos e solicitações de vá­rias regiões, pois se trata de trabalho bemelaborado, que poderá contribuir para a solu­ção dos problemas não apenas daquela, mastambém de outras regiões do País.

Era o que tinha a dizer.

(A publicação da Lei OrgânicaMunicipal mencionada pelo oradordepende de decisão da Mesa da Câ­mara dos Deputados.)

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Vai-se passar à Ordem do Dia.

COMPARECEM MAIS OS SRS.:

Acre

Maria Lúcia - PMDB; Narciso Mendes-PFL.

Amazonas

Carrel Benevides - PTB; Eunice Michiles- PFL; Ézio Ferreira - PFL; José Dutra-PMDB.

Rondônia,

Francisco Sales - PMDB; José Guedes-PSDB.

Pará

Ademir Andrade - PSB; Amilcar Moreira- PMDB; Arnaldo Moraes - PMDB; As­drubal Bentes - PMDB; Benedicto Mon­teiro - PTB; Domingos Juvenil - PMDB;Eliel Rodrigues - PMDB; Fausto Fernandes- PMDB; Fernando Velasco - PMDB.

Tocantins

Ary Valadão - PDS; Leomar Quintanilha- PDC; Paulo Mourão - PDC; Paulo Sidnei-PMDB.

Maranhão

Albérico Filho - PDC; Edivaldo Holanda- PCN; José Teixeira - PFL; Victor Trovão-PFL.

Piaqí

Jesus Tajra - PFL; José Luiz Maia ­PDS.

Ceará

Aécio de Borba - PDS; Gidel Dantas ­PDC; Osmundo Rebouças - PMDB; Paesde Andrade - PMDB; Raimundo Bezerra- PMDB; Ubiratan Aguiar - PMDB.

Rio Grande do Norte

Flávio Rocha - PRN; Henrique EduardoAlves - PMDB; Ismael Wanderley - PTR;Ney Lopes - PFL.

Paraíba

Adauto Pereira - PDS; Agassiz Almeida-PMDB; Aluízio Campos-PMDB; Anto­nio Mariz - PMDB; Evaldo Gonçalves­PFL; Francisco Rolim - PSC.

Pernambuco

Artur de Lima Cavalcanti - PDT; Fernan­do Lyra - PDT; Gilson Machado - PFL;José Mendonça Bezerra - PFL; José Tinoco- PFL; Paulo Marques - PFL; RobertoFreire - PCB; Salatiel Carvalho - PFL.

Alagoas

Antonio Ferreira - PFL.

Sergipe

Djenal Gonçalves - PMDB; José Queiroz- PFL; Messias G6is - PFL.

Bahia

Celso Dourado - PMDB; GenebaldoCorreia - PMDB; Jairo Carneiro - PFL;João Carlos Bacelar - PMDB; José Lou­renço - PDS; Manoel Castro - PFL; Virgil­dásio de Senna - PSDB; Waldeck Ornélas-PFL.

Rio de Janeiro

Amaral Netto - PDS; Benedita da Silva- PT; Bocayuva Cunha - PDT; Emani Bol­drim - PMDB; Feres Nader - PTB; JoséLuiz de Sá - PL; Lysâneas Maciel- PDT;mlson Sabrá - PRN; Oswaldo Almeida ­PL; Paulo Ramos -PDT; Sandra Cavalcanti

- PFL; Sérgio Carvalho - PDT; Simão Ses­sim - PFL; Vivaldo Barbosa - PDT.

Minas Gerais

Alysson Paulinelli .,.,... PFL; Bonifácio deAndrada - PDS; Carlos Cotta - PSDB;Célio de Castro - PSDB; Dálton Canabrava- PMDB; Elias Murad - PSDB; GenésioBernardino - PMDB; Ibrahim Abi-Ackel- PDS; José da Conceição - PMDB; JoséSantana de Vasconcellos -PMDB; Laêl Va­rella - PFL; Luiz Alberto Rodrigues ­PMDB; Mário Assad - PFL; Mello Reis- PDS; Oscar Corrêa - PFL; Paulo Almada

. - PMDB; Ronaro Corrêa - PFL; SauloCoelho - PFL; Virgílio Guimarães - PT.

São Paulo

Afif Domingos - PL; Agripino de OliveiraLima - PFL; Airton Sandoval - PMDB;Antoniocarlos Mendes Thame - PSDB; An­tônio Salim Curiati ~ PDS; Arnold Fiora­vante - PDS; Caio Pompeu de Toledo ­PSDB; Cunha Bueno - PDS; Delfim Netto- PDS; Fábio Feldmann - PSDB; FranciscoAmaral - PMDB; Geraldo Alckmin Filho-PSDB; Gerson Marcondes-PMDB; Hé­lio Rosas - PMDB; Irma Passoni - PT;João Cunha - PST; João Herrmann Neto- PSB; José Camargo - PFL; José MariaEymael - PDC; Maluly Neto - PFL; MichelTemer - PMDB; S610n Borges dos Reis ­PTB; Theodoro Mendes - PMDB; UlyssesGuimarães - PMDB.

Goiás

Fernando Cunha - PMDB; Iturival Nasci­mento - PMDB; Jalles Fontoura - PFL;João Natal - PMDB; Mauro Miranda ­PMDB; Naphtali Alves de Souza-PMDB;Roberto Balestra - PDC; Tarzan de Castro-PDT.

Distrito Federal

Márcia Kubitschek - PRN; Sign'laringaSeixas - PSDB.

Mato Grosso

Júlio Campos - PFL; Osvaldo Sobrinho- PTB; Rodrigues Palma - PTB; UbiratanSpinelli - PLP.

Mato Grosso do Sul

Ivo Cers6simo - PMDB; Levy Dias ­PFL; Plínio Martins - PMDB; Saulo Quei­roz - PSDB; Valter Pereira - PMDB.

Paraná

Alarico Abib - PMDB; Borges da Silveira- PDC; Ervin Bonkoski - PTB; Hélio Du­que -PMDB; José Carlos Martinez-PRN;Matheus Iensen - PMDB; Maurício Fruet- PMDB; Maurício Nasser - PMDB; Nel­ton Friedrich - PSDB; Nilso Sguarezi ­PMDB; Osvaldo Macedo - PMPB; PauloPimentel - PFL; Renato Johnsson - PRN;Tadeu França - PDT.

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 281

Santa Catarina

Artenir Werner - PDS; Cláudio Avila­PfL; Henrique Córdova - PDS; RenatoVianna - PMDB; Walmor de Luca ­PMDB.

Rio Grande do Sul

Adroaldo Streck - PSDB; Alcides Salda­nha - PMDB; Amaury Müller - PDT; Ar­naldo Prieto - PFL; Darcy Pozza - PDS;Hilário Braun - PMDB; Ibsen Pinheiro­PMDB; Irajá Rodrigues - PMDB; Ivo -Mai­nardi - PMDB; João de Deus Antunes ..:...­PTB; Júlio Costamilan -PMDB; Lélio Sou­za-.PMDB; Nelson Jobím-PMDB; PauloMincarone - PTB; Paulo Paim - PT; Ros­pide Netto - PMDB; Ruy Nedel- PMDB;Victor Faccioni - PDS.

Amapá

Annibal Barcellos - PFL; Eraldo Trin­dade -PI:.

Roraima

Alcides Lima - PFL; Marluce Pinto ­PTB; Ottomar Pinto - PMDB.

VII - ORDEM DO DIA

o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)­A lista de presença registra o comparecimen­to de i58 Senhores Deputados.

APRESENTAÇÃO DE PROPOSIÇÕES

OS Senhores Deputados que tenham pro­posições a apresentar poderão fazê-lo.

Apresentam proposições os Senhores:FLORICENO PAIXÃO - Projeto de lei

que dispõe sobre o pagamento semanal devencimentos, salários, soldos e remuneraçãode servidor público e determina outras provi­dências.

-Projeto de lei que dispõe sobre o paga­mento semanal dos salários, e determina ou-tras providências. .

ELIAS MURAD - Projeto de lei quedispõe sobre a proibição do uso do metanolou álcool metílico como combustível no País,puro ou em mistura com outros combustíveis,até que estudos mais profundos sobre a suasegurança sejam estabelecidos e dá outrasprovidências.

- Projeto de lei que modifica a redaçãoda alínea "a" § 49 , do art. 654, que estabeleceas condições para inscrição no concurso paraingresso na magistratura do trabalho.. SÓLON BORGES DOS REIS - Projetode lei que dispõe sobre o crime de interferirnos sistemas de informática e dá outras provi-.dências.

NELSON SEIXAS - Requerimento deinformações ao Diretor-Geral do Dnaee De­partamento Nacional de Águas e EnergiaElétrica sobre a viabilidade de transferênciade custos operacionais e de manutenção darede pública para as concessionárias que ex­ploram a iluminação urbana.

NILSON GIBSON - Projeto de lei queexclui do pagamento do Imposto de Renda

as importâncias auferidas pelos mergulhado­res e determina outras providências.

- Requerimento de envio de mensagemde congratulações ao Desembargador Demó­crito Ramos Reinaldo, eleito para a Presi­dencia do Tribunal de Justiça do Estado dePernambuco.

- Requerimento de envio de mensagemde congratulações ao Juiz do Trabalho, Míl­ton Lyra, eleito para a Presidência do Tribu­nal do Trabalho - 6' Região, Recife, Estadode Pernambuco.

GILSON MACHADO - Projeto de leique extingue o Instituto do Açúcar e do Ál­copl, reordena a intervenção esta~al no setorsucro-alcooleiro e determina outras provi­dências.

JOSÉ GUEDES - Projeto de lei que dis­põe sobre fiscalização das atividades de Inte·ligência, I[lformação e Segurança e determi­na outras providências.

GEOVANI BORGES - Projeto de leique dá nova redação às alíneas "a" e "b"do caput do a.rt. 79,.da Lei n9 605, de 5 dejaneiro de 1949, que dispõe sobre o repousosemanal remunerado e o pagamento de salá­rios em dias feriados.

GONZAGA PATRIOTA - Projeto delei que dispõe sobre a destinação de produtode alienação das terras devolutas da união.

ANTÓNIO CARLOS MENDES THA­ME - Projeto de lei que mantém os atuaisníveis diferenciados percentuais dos preçosdos combustíveis álcool e gasolina, bem comodos valores do recolhimento do IPVA paraveículos automotores movidos por estes com­bustíveis e determina outras providências.

- Projeto de lei que mantém os atuais ní­veis diferenciados percentuais dos.preços doscombustíveis álcool e gasolina, bem como dosvalores do recolhimemo do IPVA para veícu­los automotores movidos por estes combus­tíveis e determina outras providências.

UBIRATAN SPINELLI - Requerimentode informações ao Ministro do Planejamentosobre alocação de recursos orçamentáriosdestinados ao prosseguimento de obras decanalização dos córregos Barbado, Quarta­feira, São Gonçalo e Figueirinha, em Cuiabá,Estado de Mato Grosso.

- Requerimento de informações ao Minis­tro da Agricultura sobre alocação de recursosorçamentários destinados ao reforço de dota­-ção do Projeto "Saneamento em Áreas Urba­nas" , para prosseguimento de obras de cana­lização dos córregos Barbado, Quarta-feira,São Gonçalo e Figueirinha, em Cuiabá, Esta­do do Mato Grosso.

GERALDO ALCKMIN FILHO - Proje­to de lei que altera a legislação do Institutode Previdênci:;t dos Congressistas.

JOÃO CUNHA - Projeto de lei que isen­ta de Imposto de Renda os rendimentos pro­venientes de aposentadorias e pensões.

FRANCISCO AMARAL - Projeto deLei Complementar que dispõe sobre prazospara desincompatibilização.

- Projeto de lei que altera dispositivos daLei n" 7.210, de 11 de julho de 1984, quedi~l!~e sobre execuções penais.

DASO COIMBRA - Projeto de lei quedá nova redação ao caput do art. 193, daConsolidação das Leis do Trabalho.

FÁBIO FELDMANN - Requerimentode informações ao Ministro das Minas e Ener­gia e ao Diretor-Presidente de Furnas - Cen­trais Elétricas S.A. sobre riscos, localizaçãoe especificação do material radioativo prove­niente da Usina Nuclear de Angra I.

- Requerimento de informações ao Minis­tro do Exército, à Saden e à Cnen sobre Planode Emergência Externa em caso de acidentena Usina Nuclear de Angra L

RENATO VIANNA -Projeto de lei queacrescenta parágrafo ao art. 24 da Lei doDivórcio.

GERSON MARCONDES - Projeto delei que dispõe sobre incidência do Impostode Renda e proventos de qualquer naturezanos casos que especifica, e determina outrasprovidências.

- Projeto de lei que dispõe sobre as garan­tias constitucionais asseguradas aos ex-com­batentes na Segunda Guerra Mundial e deter­mina outras providências.

- Requerimento de informações ao Minis­tro da Aeronáutica sobre restrições impostaslWla Prefeitura Municipal ao uso e gozo dapropriedade imóvel no bairro de Jardim Ipa­nema e suas adjacência~, em Guarulhos, Es­tado de São Paulo, sob pretexto de seremconsiderados áreas de risco para ~ navegaçãoaérea.

EDUARDO SIQUEIRA CAMPOS ­Requerimento de informações ao Ministroda Fazenda e ao Presidente da Caixa Econô·mica Federal sobre razões da desativação daSuperintendência do Estado de Tocantins eo montante dos recursos dispendidos.

JESUS TAJRA - Projeto de lei que esta­belece, de acordo com o § 99 do art. 14 daConstituição Federal, os casos de inelegibi­lidade que menciona e os prazos de sua cessa­ção e determina outras providências.~UNHA BUENO - Projeto de lei quê

dispõe sobre empréstimos de recursos da~nião a governos ou entidades estrangeiras.

AUGUSTO CARVALHO - Projeto delei que dispõe sobre a ven.da de bens imóveisda União e de entidades da administraçãoindireta e determina outras providências.

ANTÓNIO SALIM CURIATI - Projetode lei que autoriza o Poder Executivo a criara Escola Agrotécnica Federal de Avará, noMunicípio de Avaré, Estado de São Paulo.

-Projeto de lei que dispõe, nos termosdo art. 175 da Constituição Federal, sobreo regime das empresas Goncessionárias e per­missionárias de serviço público, e determinaoutras providências.

- PAULO RAMOS - Requerimento deconvocação do Ministro da Marinha, Con­sultor Jurídíco do Ministério da Marinha edo Capitão de Fragata Paulo Henrique Me­deiros Ferro Costa para -prestação de esclare­cimentos aos membros da Comissão de Cons­tituição e Justiça e Redação sobre o não-cum­primento do Mandado de Segurança n9 144/89do S!!Qerior Tribunal de Justiça.

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282 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

Sala das Sessões, 9 de novembro de 1989.- Deputado Nilson Gibson, (PMDB-PE).

O SR. PRESIDENTI): (Inocêncioüliveira)'-'- Os Srs. que o aprovam queiram perma­necer como estão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Há sobre a mesa e vou submeter a votoso seguinte Requerimento:

REUQERIMENTO N' , DE 1989

Requer sessão de Homenagem pelocentenário do nascimento de Lindolfo Co­1101'.

Senhor Deputado Paes de Andrade,DD. Presidente da Câmara dos DeputadosNos termos regimentais, requeiro a Vossa

Excelência a realização de Sessão de Home­nagem pelo centenário do nascimento de Lin­dolfo Collor, em data a ser designada pelaMesa.

Solicita seja convocada Sessão em ho­menagem a Arthur Antunes Coimbra,Zico, uma das maiores estrelas do futebolbrasileiro e mundial de todos os tempos.

Exm\' Sr. Deputado Paes de AndradeDD. Presidente da Câmara dos Deputados

Requeiro a Vossa Excelência, nos terÍnosregimentais, a convocação, para o início dopróximo ano legislativo, de,uma Sessão emhomenagem a Arthur Antunes Coimbra, Zi­co, ex-titular da Seleção Brasileira deFutebole do Clube de Regatas Flamengo, que se exi­'biu pela última vez como prófissional do fute­bol,no dia 2 de dezembro próximo passado.

Justificação

O futebol faz p~rte da vida dos cidadãosbrasileiros, e os seus verdadeiros craques sãomerecidamente reconhecidos e idolatradospelos torcedores.

Zico, foi o 2' maior artilheiro de toda ahistória do nosso futebol e talvez o últimoda geração os "Monstros Sagrados".

Dedicou a maior parte da sua vida à ativi­dade de jogador, conseguindo, 'com muitossacrifícios, valorizar e engrandecer o esporte.profissional do nosso País.

Por seu exemplo de fé, determinação e gar­ra. Por ser possuidor de caráter modelar epersonalidade marcante, Arthur AntunesCoimbr~, o Zico, ao encen'ar sua carreiraprofissional, merece receber as honras e ashomenagens dos ilustres membros desta Câ­mara dos Deputados.

Sala das Sessões, 6 de dezembro de 1989.- Deptitado Maguito Vilela, Vice-Líder doPMDB.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Os Srs. que o aprovam queiram perma­necer como estão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Há sobre a mesa e vou submeter a votoso seguinte Requerimento

- Requerimento de informações ao Minis­tro da Marinha sobre o n:ío-cumprimento dadecisão do Superior Tribunal de Justiça refe­rente ao Mandado de Segurança n? 144/89.

WALDECK ORNELAS - Requerimen­to de informações ao Ministro da Fazendasobre a evolução nominal e real da arreca­dação do "selo-pedágio" e.transferências rea­lizadas ao Departamento Nacional de Estra­das de Rodagem.~ Requerimento de informações ao Minis­

tro dos Transportes sobre estimativa e reali­zação da arrecadação do "selo-pedágio".

TADEU FRANÇA - Projeto de lei quedetermina modificações na Lei nU 7.788, de3 de julho de 1989, que "dispõe sobre a polí­tica salarial e dá outras providências".

VIVALDO BARBOSA - Projeto de leique "regula o processo de apuração do abusodo poder econômico e abuso do exercício defunção nas eleições e determina outras provi­dências.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Srs. Parlamentares, a Mesa, acolhendomanifestação dos Srs. Líderes, considerandoa difieuldade de marcação de passagens aé­reas para os dias que antecedem o carnavalcomunica aos prezados col,egas que, em cará~ter excepcional, as inscrições de oradores pa­ra o Grande Expediente !lO mês de marçoserão antecipadas para o dia 22 de fevereirocorrente, quinta-feira, às g hs., no gabineteda Presidência. O sorteio será realizado às11 hs., nos termos regimentais.

Portanto, de 8 às 11 horas da próxima quin­ta-feira estaremos fazendo as inscrições parao Grande Expediente do próximo mês demarço e, às 11 horas, realizaremos o sorteiodesses oradores.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Sobre a mesa comunicação do SI. Presi­dente do Congresso Nacional, nos seguintestermos:

"SI. Presidente, comunica a V. Ex'e, por seu alto intermédio, à Câmarados Deputados, que esta Presidênciaconvocou sessão conjunta a realizar-sehoje, às 18h30min., no plenário destaCasa, destinada à apreciação de vetospresidenciais...

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Vai-se passar à votação da matéria queestá sobre a Mesa e a constante da Ordemdo Dia.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Há sobre a mesa e vou submeter a votoso seguinte Requerimento:

Senhor Presidente,Requeremos a Vossa Excelência, nos ter­

mos do Regimento Interno, seja prorrogadaa Sessão do dia 6 de março de 1990 parahomenagear a Rede Globo - TV Globo -,pelo transcurso do vigésimo quinto ano (25'aniversário), órgão de divulgação e difusãoda nossa cultura, cabe-nos como integrantesdeste Poder Legislativo, homenageá-la, co­mo preito de gratidão e respeito à sua colabo­ração inestimável à sociedade brasileira.

REQUERIMENTO N° , DE 1989

Justificação

O ilustre Senhor Lindolso Leopoldo Boec­kel Collor completaria, o dia 14 de fevereirode 1990, 100 (cem) anos de existência, razãopela qual propomos a homenagem.

Todos,neste País reconhec,'m o importan­te papel desempenhado por esse insígne ho­mem público que sempre assumiu posiçõeslúcias e coerentes na área polídca, defenden­do de forma incontestável os mais legítimosinteresses nacionais.

Nasceu Lindolfo Collor em São Leopoldo(Rio Grande do Sul) em 14 de fevereiro de1890.

Era, sob todos os aspectos, um autênticovalor moral e mental das modernas geraçõesbrasileiras. Feito pelo seu próprio esforço,a~ etapas que venceu na vida pública deveu-asinvariavelmente, "à sua inteligência, à suacapacidade de trabalho, ao sadio otimismoque era a marca do seu patriotismo lúcidoe consciente". Dotado de uma cultura queo situava ~ntre os homens melhor.aparelha­dos no Brasil para o trato dos problemas so­ciais e econômicos da época, era dos que po­diam opinar com autoridade sobre as ques­tões brasileiras.

Formado em Farmácia em Porto Alegre,em 1909, transfere-se para Bagé, onde passaa integrar a equipe da redação do Jornal ODever; entre 1912 e 1913 escreve no Jornaldo Comércio, do Rio de Janeiro, e tambémno Jornal do Brasil, época em que sua perso­nalidade começou a projetar-se nos cenáriosda vida jornalística brasileira. ~a vida parla­mentar, exerceu com grande dignidade oscompromissos assumidos em campanha, co­mo Deputado Estadual e Deputado Federal.

Participou da instalação da "Aliança Libe­ral", em 1929, formada pelo Rio Grande doSul,.Minas Gerais e Paraíba; integrou na "Câ­mara Federal o bloco minoritário, em apoioà candidatura de Getúlio Vargas à Presidên­cia da República". Em dezembro de 1930é nomeado l'Titular do Ministério do Traba­lho, instalado pelo Governo Provisório deGetúlio Vargas, onde elabora a estrutura daLegislação Social Brasileira, a primeira naAmérica do Sul.

Lindolfo Collor não foi jamais um espec­tador indiferente ou displicente dos aconteci­mentos. Neles interveio, ou procurou inter­vir, sempre com um alto sentido dos inte­resses do Brasil e do mundo, revelando-se,em todas as suas manifestações, um espíritoclaro e construtivo. O seu comportamentonão descambou para a demagogia, mesmo)10S dias m\lis tumultuados das campanhas po­líticas de que participava. A pai."{ão partidárianão lograva dominá-lo; sede de poder nuncafoi dominante em sua personalidade. E esse,era o segredo da grande simpatia de que goza­va entre companheiros correligionários e ad­versários, e do respeito cada vez maior deque o cercava a opinião pública.

Mais do que justo, por conseguinte, que,a exemplo do que está acontecendo em SãoLeopoldo, sua cidade natal, onde se organiza·através do Executivo Municipal os festejos

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 283

comemorativos ao centenário de nascimentodessa grande figura nacional, esta Casa prestetambém homenagem ao ilustre Lindolfo Co­Ilor, reconhecendo dessa forma, sua "impor­tância política, jornalística e literária'~.

Tais as razões deste requerimento que, es­peramos, haverá de merecer acolhimento.

Sala das Sessões, 12 de dezembro de 1989.- Deputado Victor Faccioni.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Os Srs. que o aprovam queiram perma­necer como estão. (Pausa.)

Aprovado.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)

1

PROJETO DE DECRETOLEGISLATIVO

N° 117-A, DE 1989

(Da Comissão de Ciência e Tecnologia,Comunicação e Informática)

Votação, em discussão única, do Pro­jeto de Decreto Legislativo n' 117, de1989, que aprova o ato que renova aconcessão outorgada à Rádio GauramaLtda., para explorar serviço, de radiodi­fusão sonora em onda média, na cidadede Gaurama, Estado do Rio Grande doSul. Tendo parecer da Comissão deConstituição e Justiça e de Redação, pe­la constitucionalidade e técnica legisla­tiva. Relator: Sr. Nilson Gibson.

Prazo da CD vencido em: 5-9-89

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- De acordo com dispositivo constitucional,o projeto em pauta tem de ser "otado nomi­nalmente, sendo obrigatórios dois quintos pa­ra a sua aprovação.

Concedo a palavra, pela ordem, ao nobreLíder Virgildásio de Senna.

O SR. VIRGILDÁSIO DE SENNA (PSDB- BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, a matéria trazida hoje à votação refe­re-se à prorrogação de concessão a diversasempresas de rádio e televisão. A pauta dasnossas últimas reuniões, ano passado, esta­vam recheadas de proposições assemelhadasa esta.

Ocupo a tribuna para solicitar a V. Ex'que a Mesa examine a oportunidade de queesta matéria e outras assemelhadas, nos ter­mos do Regimento Interno desta Casa, ve­nham a plenário para votação apenas depoisde terem sido submetidas a exame por pelomenos 50 Srs. Parlamentares. Na verdade,nos termos do novo Regimento cabe à Comis­são de Ciências e Tecnoloiga, Comunicaçãoe Informática emitir parecer e dar decisãoterminativa a essas matérias, ou, então, estaCasa vai passar todo o tempo destinado àsvotações deliberando sobre matérias já pro­fundamente examinadas e discutidas na Co­missão pertinente. Acho que tal providência.Sr. Presidente, vai ao encontro do processoque a nova Constituição estabeleceu e facili­tará os trabalhos desta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Presidência agradece ao nobre LíderVirgildásio de Senna. Realmente, já foi soli­citado à Comissão de Constituiç;io e Justiçae de Redação parecer sobre este aisunto, poisa Constituição, art. 223, § 2°, assim diz:

"A não renovação da concessão oupermissão dependerá de aprovação de,no mínimo, dois quintos do CongressoNacional, em votação nominal."

Portanto. a Presidência. já tendo consul­tado a Comissão de Constituição e Justiçae de Redação. aguarda resposta. Não obstan­te, por uma decisão do Colégio de Líderes,até que essa resposta venha da referida Co­missão, a Presidência prosseguini utilizandoo mesmo processo que prevê a necessidadede, no mínimo, dois quintos dos membrosda Casa. em votação ilOminal, para aprova­ção, ou não, de concessão ou renovação deconcessão para serviços de radiofusão sonorae de sons e imagens.

O SR. VIRGILDÁSIO DE SENNA - Sr.Presidente, agradeço a V. Ex' a informação,mas o meu entendimento é de que o dispo­sitivo constitucional obriga o Plenário da Ca­sa a examinar aquelas concessões que tenhamrecebido decisão contrária da Comissão; asque têm parecer favorável concluiriam suatramitação na própria Comissão.

O Sr. José Lins - Sr. Presidente, pela or­dem.

O SR. PRESIDENTE (Ir.ocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra.

O SR. JOSÉ LINS (PFL - CE. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente,. na reali..dade, os dois quintos são exigidos para nega­ção e não para aprovação de concessão.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra, para o esclarecimentoda matéria, ao nobre Deputado Nelson Jo­bim. Presidente da Comissão de Constituiçãoe Justiça e dt:' Redação.

O SR. NELSON JOBIM (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,a questão já foi levantada pela Comissão deConstituição e Justiça e de Redação. Inicial­mente, considerou-se a necessidade de o as­sunto ser apreciado pela Comissão Mista doCongresso Nacional, com podyres termina­tivos - o SI'. Secretário da Mesa conheceo tema. O Senado Federal reagiu a umasolução proposta pela Mesa da Câmara dosDeputados, enviando um projeto de resolu­ção para regular essa matéria. A questão de­verá ser enfrentada na discussão do Regi­mento Comum, que está sendo elaborado,para cujo processo fui nomeado Relator peloPresidente Nelson Carneiro. Vejo que tere­mos de enfrentar este assunto no sentido deque a matéria seja mesmo tratada como pre­tende o Deputado Virgildásio de Senna. detal forma que~questões terminativas se encer­rem no âmnbito da Comissão Mista. No casode rejeição, aí, sim, há o empecilho constitu-

cional dos dois quintos para a aprovação, sal­vo recurso q4e se estabeleça.

Estes são o:i.esclarecimentos. Sr. Presiden­te. A consulta está sendo analisada pelo Rela­tor da Comissão de Constituição e Justiçae de Redação, mas, na verdade, a soluçãofinal terá de passar necessariamente pela re­formulação do Regimento Comum.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Considerando que desde a sessão legisla­tiva passada esses projetos tramitaram nestaCasa e foram por diversas oportunidades sub­metidos à apreciação deste Plenário, a Mesanão tem outra decisão senão submeter esteprimeiro projeto à decisão do Plenário. Noentanto. concordo absolutamente com o no­bre Deputado Nelson Jobim em que o Regi­mento Comum é que deverá definir este as­sunto. Conco,rdo também com o nobre Depu­tado Virgildásio de Senna: até este assuntoser definido, as Comissões Técnicas da Casa.que agora têm poder terminativo, devem en­caminhar ao Plenário somente projetos derenovação da concessão que não tenham sidoaprovados.

O Sr. José Lins - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra.

O SR. JOSÉ LINS (PFL - CE. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, conside­rantlo que esta matéria é praticamente umempecilho e uma obstrução a toda matériaa ser votada, e considerando ainda que a ma­téria encontra-se sub judice e que a Comissãode Constituiçao e Justiça e de Redação iráproferir um p'frecer sobre a mesma, consultoV. Ex" para saber se não seria oportuno quea Mesa analisasse a possibilidade de afastaresta matéria da Ordem do Dia até a expe­dição do parecer. •

Acho que esta é uma posição que nos podeajudar muito no andamento dos trabalhos.além de ser lógica. Já sabemos que não vamosvotar, e, assim, já que a matéria se encotrasub judice, poderíamos prosseguir com osnossos trabalhos e não prejudicaríamos a vo­tação, como vem ocorrendo todos os dias.

O Sr. Virgildásio de Senna - Sr. Presi­dente. peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex" a palavra.

O SR. VIRGILDÁSIO DE SENNA - Sr.Presidente. o Congresso Nacional, principal­mente a Câmara dos Deputados, não podetomar decisões que resultem em ilegalidadede atuação das empresas que tiveram as suasconcessões peremptas. O que nos cabe é to­mar uma decisão clara sobre esta matéria.Adiar a votação signfica manter fora da lega­lidade uma concessão do Poder Federal, eesta não nos parece uma solução apropriea­da.

O que acho, Sr. Presidente, é que a soluçãoclara se encontra na Constituição. Apenas

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284 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

se a Comissão negar o Plenário examina evota. E, no caso de a Comissão aprovar, sóa requerimento de 50 Parlamentares a maté­ria poderia vir a Plenário.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Presidência, apesar de concordar comtodos os argumentos do nobre Deputado Vir­gildásio de Senna e do nobre Deputado Nel­son Jobim, sente uma grande dificuldade,pois (lSsa matéria já vinha sendo incluída re­petidamente na pauta da Ordem do Dia.

Diz o § 2" do art. 64 da Constituição:

"Se, no caso do parágrafo anterior,a Câmara dos Deputados e o SenadoFederal não se manifestarem, cada qual,sucessivamente, em até quarenta e cincodias, sobre a proposição, será esta incluí­da na Ordem do Dia, sobrestando-se adeliberação quanto aos demais assuntos,para que se ultime a votação."

Gostaria de dizer que pessoalmente tenhouma idéia clara sobre o assunto. Desde quecabe às Comissões Técnicas o poder termina­tivo, penso que somente aqueles projetos quetiverem negada a concessão ou sua renovaçãodevem vir a Plenário para ser decididos por,no mínimo, dois quintos dos membros da Ca­sa. Haveria duas decisões aqui hoje. Em pri­meiro lugar, gostaria que o nobre Deputado"Virgildásio de Senna fizesse sua solicitaçãosob forma de requerimento a ser submetidoao Plenário. Nessa pauta - a Presidêncianão tomaria uma decisão sozinha - que tem36 pedidos de concessão e de renovação, po­deríamos considerar os projetos como maté­ria terminativa. Voltaríamos a incluí-los nu­ma pauta separada, após cinco sessões conse­cutivas, para saber se aquele décimo constitu­cional vai requer que ele venha a Plenário.Só mandaríamos incluir na pauta da Ordemdo Dia aqueles que fossem considerados nãorenovação de concessão. Gostaria que sefizesse, nese momento, esta proposta.

Ouviria, antes disso, o nobre Presidenteda Comissão de Constituição e Justiça e Re­dação, Deputado Nelson Jobim, sobre esseassunto.

O SR. NELSON JOBIM (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,volto ao velho tema da dificuldade que setrouxe ao Congresso Nacional para votar ma­téria desta natureza. Creio que temos de lutarpela solução alvitrada pela Mesa da Câmarano ano passado, ou seja, que essa matériavá para a Comissão Mista e só venha a plená­rio o que for objeto de recurso. Enquantoisso não ocorrer, temos um obstáculo consti­tucional, o da paralisação da pauta. A soluçãoque V. Ex" está adotando talvez seja a me­lhor, uma vez que não podemos obstruir anossa pauta. não nos devemos curvar à Co­missão de Justiça do Senado Federal, queopinou desarrazoadamente naquilo que diziarespeito à operacionalidade do CongressoNacinal. Tenho a impressão de que a soluçãode V. Ex" atende às necessidades da Mesa.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Presidência pede que sejam acionadas

as campainhas, ao mesmo tempo convoca to­dos os Parlamentares presentes nas diferentesdependências da Casa para virem imediata­mente ao plenário porque vamos tomar umadecisãd da mais alta importância.

Prestem aten"ção, há uma proposta do no­bre Líder Virgildásio de Senna:

Considerando que as comissões da Casatêm poder terminativo; considerando que aConstituição do País define que apenas a nãorenovação da concessão deve vir para a vota­ção nominal para a aprovação de doi, quintosdo Plenário; considerando que existem trintae seis pedidos de concessão ou renovação queystá obstruindo a pauta; e até que se decidauma comissão mista do Congresso ]'I!acionaIque deveria tratar desse assunto, aprovar ourejeitar a concessão e só mandar os casosem que fossem negadas essas concessões, aPresidência vai submeter ao Plenário o se­guinte: se for aprovado o requerimento donobre Deputado Virgildásio de Senna, todosesses projetos sairão da pauta e serão incluí­dos nos projetos, com poder terminativo, dasco"missões, para que no prazo regimental decinco sessões aqueles Parlamentares que qui­serem que esta matéria venha a plenário, nomínimo cinqüenta Parlamentares, um décimocon'stitucional, requeiram que determinadaconcessão venha a ser votada. Portanto, aoinvés de votarmos o item 1 da pauta, votare­mos brequerimento do Deputado Virgildásio

"de Senna, que, em última análise, vai permitirdesobstruir a pauta da Câmara dos Deputa­dos, até que a Comissão Mista do CongressoNacional trate desse assunto.

O Sr. Fernando Santana - SI. Presidente,peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveria)- Tem V. Ex' a palavra.

O SR. FERNANDO SANTANA (PCB ­BA. Sem· revisão do orador.) - SI. Presi­dente, qu~ria apenas um esclarecimento. Es­ta propostà que remete a uma comissão mistatodos os projetos de concessão permite que,no futuro, também se decida no voto?

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Sim. Esses projetos seriam incluídos numapauta de Ordem do Dia com projetos aprova"dos terminativamente nas Comissões Técni­cas, durante cinco sessões consecutivas. Seum décimo Constitucional da Casa, ou seja,cinqüenta Parlamentareslldesejar que algunsdesses projetos venham ao plenário, pode fa­zer o requerimento para que ele seja votado.

O SR. "FERNANDO SANTANA - SI. Pre­sidente, a meu ver - não sou constitucio­nalista - a Constituição obriga que haja doisquintos de votos a favor para renovar. Issoé uma burla à Constituição.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Constituição exige apenas, comofrisou o nobre Deputado Nelson Jobim, Pre­sidente da C~missão de Constituição e Justi­ça, que as não-renovações sejam analisadasnominalmente pelo Plenário. Não manda quetodas as concessões ou renovações sejam ana­lisadas.

O SR. FERNANDO SANTANA - Porém,a Constituição não abre exceção.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Gostaria de frisar que o nobre DeputadoNelson Joaquim já apresentou à Mesa a deci­são para que uma comissão mista trtasse des­se assunto. Infelizmente, não se criou essa.comissão mista, proposta que o Senado nãoaceitou. Houve agora esta outra sugestão donobre Deputado Virgildásio de Senna, consi­derando que as comissões técnicas têm poderterminativo. Em nenhum momento se ferea Constituição do País, por um princípio mui­to simples:, quando for negada a renovação,o projeto virá ao plenário para ser decididopor dois quintos do Congresso Nacional.Mais do que isso, quando for aprovadp termi­nativamente na Comissão, esse projeto ficaem pauta por cinco sessões consecutivas parasaber se aquele décimo constitucional desejaque ele seja votado pelo Plenário. Acho queatende à Constituição e ao Regimento Inter­no da Casa. Se a Casa resolver que não, conti­nuaremos com os trinta e seis projetos incluí­dos na Ordem do Dia.

Esta Presidência gostaria de ouvir o nobreDeputado Nelson Jobim, Presidente da Co­missão de Constituição e Justiça.

O SR. NELSON JOBIM (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,gostaria de um esclarecimento de V. Ex', quetambém seria para o Plenário. A propostado Deputado Virgildásio de Senna é no senti­do de que se apliquem as regras do Regi­mento, isto é, o poder terminativo das comis­sões a todas as questões relativas à concessão.Esses projetos do Executivo passam pela Co­missão de Constituição e Justiça, que dá pare­cer e vão à Comissão de Comunicação, quêdá parecer favorável. Essa matéria seria pu­blicada no Diário, e aqueles Srs. Deputadosque estivessem contra a decisão da Comissãode mérito, a Comissão de Comunicação, de­veriam oferecer recurso no prazo de cincodias da publicação. Viria a plenário somenteaquele parecer que fosse negativo à renova­ção, porque a Constituição determina que,na hipótese de o parecer ser contrário à reno­vação, para ser aprovado precisa de doisquintos do Congresso Nacional. Se o parecerfor rejeitado, a renovação será concedida.

Este é um dispositivo constitucional queV. Ex' interpreta. Ao que tudo indica, oque V. Ex" Sr. Presidente, pretende é purae simplesmente atribuir e definir como conti­do dentro do poder terminativo das comis­sões a concessão de canais de rádio e televi­

"são, cabendo recurso ao Plenário nesta ques-tão. Somente viriam necessariamente a ple­nário aquelas questões relativas à renovaçãoem que o parecer fosse contrário, já que aConstituição exige que a negação da renova­ção seja aprovada por dois quintos do Plená­rio em voto nominal.

Creio que é uma solução. Aliás, Sr. Presi­dente, este Deputado havia apresentadoemenda no sentido de que fosse entendidoo texto constitucional, que atribui a possibi­lidade de que projetos de lei tenham poder

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 285

terminativo, no sentido lato de atividade doLegislativo, e não no sentido estrito de leiorqinária. Creio que a solução pretendida pe­lo Deputado Virgildásio de Senna se ajustaclaramente ao texto constitucional, com a res­salva estabelecida. ou seja, a necessidade devir ao plenário quando o parecer for contrárioà renovação e não contrário à concessão.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Esta Presidência agradece ao nobre Depu­tado Nelson Jobim, que explicou devidamen­te todos os assuntos referentes à matéria, in­clusive mostrando que é regimental e consti­tucional o requerimento do nobre DeputadoVirgildásio de Senna.

O Sr. Egídio Ferreira Lima - Sr. Presi­dente, peço a palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra.

O SR. EGÍDIO FERREIRA LIMA (PSDB- PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, chamo a atenção de V. Ex' para anatureza da suscitação feita pelo DeputadoVirgildásio de Senna. S. Ex' não fez um re­querimento que exija votação, Em verdade,levantou uma questão de ordem com basena Constituição, no artigo que diz que as co­missões têm poder terminativo e no Regi­mento Interno. V. Ex' não tem matéria parasubmeter ao Plenário. V. Ex' vai resolver aquestão de ordem e poderá, com os argu-.mentos dos Deputados Virgildásio de Sennae Nelson Jobim, determinar a remessa de to­dos esses processos à Comissão de Consti­tuição e Justiça. Este é o caminho tecnica­mente correto e preciso.

O Sr. José Lins - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra pela ordem.

O SR. JOSÉ LINS (PFL - CE. Sem revi­são do orador.) - Sr. Presidente, estou depleno acordo com as soluções sugeridas pelon~putado Virgildásio de Senna em seu re­querimento. No entanto, lembro que essamatéria está na Comissão de Constituição eJustiça e de Redação, se não me engano,e seria mais simples se o requerimento fosseenviado àquela Comissão, que daria seu pare­cer, a ser votado pelo Plenário. Estaríamos,assim, cobertos por uma interpretação daCarta Constitucional através da Comissão deConstituição e Justiça e de Redação. O quenão me parece correto é votar o requerimentoquando a matéria está na referida comissão,que até poderia dar o parecer aqui, imedia­tamente.

O Sr. Nelson Jobim - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra pela ordem. .

O SR. NELSON JOBIM (PMDB - RS.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,para complementar a exposição e a eminenteintervenção do Deputado Egídio Ferreira Li-

ma, leio o art. 24 do Regimento Interno emvigor, que diz o seguinte:

"Art. 24. Às Comissões Permanen­tes, em razão da matéria de sua compe­tência, e às demais Comissões, no quelhes for aplicável, cabe:

I - discutir e votar as proposições quelhes forem di~tribuídas sujeitas à delibe­ração do Plenário;

II - discutir e votar projetos de lei,dispensada a competência do Plenário,salvo o disposto no § 2· do art. 132 eexcetuados os projetos:

a} de lei cqmplementar;b) de código;c) de iniciativa popular;d) de Comissão;e) relativos a matéria que não possa

ser objeto de delegação, consoante o §1" do art. 68 da Constituição Federal;

f) oriundos do Senado, ou por eleemendados, que tenham sido aprovadospelo Plenário de qualquer das Casas;

g) que tenham recebido pareceres di­vergentes;

h) em regime de urgência."

Veja V. Ex' que a presente hipótese nãoestá elencada entre as exceções. Nenhumadas situações postas sobre a mesa está elen­cada entre as exceções. Portanto, se ao deci­dir uma questão de ordem ou mesmo umrequerimento, V. Ex' interpretar o inciso IIdo art. 24, quandq ele fala em "projetos delei", dentro do espírito constitucional, lmten­dendo que "lei", no sentido legislativo, sejatoda atividade em' Plenário, é perfeitamentecabível a solução pretendida pelo DeputadoVirgildásio de Senna.

Voltaria a chamar a atenção de V. Ex' parao texto do art. 223,.§ 2., da Constituição Fede­ral. Diz o referido parágrafo:

"A não rehovação da concess1ío oupermissão dependerá de aprovação de,no mínimo, dois quintos do CongressoNacional, em votação nominaL"

O que isto significa? Que, se a comissãode mérito der parecer contrário a um pedidode renovação, esse parecer terá necessaria­mente de vir a plenário, onde, para ser apro­vado, precisará obter dois quintos dos votos.Se não tiver os dois quintos, considerar-se-árejeitado o parecer e aprovada a renovação.Então, viriam a plenário só as questões con­trovertidas, e não as que tivessem sido solu­cionadas pela comissão de forma plena.

Por outro lado, Sr. Presidente, caberia ain­da recurso naquelas hipóteses em que hou­vesse parecer favorável. Volto a ler, para es­clarecimento do Planário, o que diz o texto:

"A não renovação da concessão oupermissão dependerá de aprovação de,no mínimo, dois quintos do CongressoNacional, em votação nominaL"

O que depende da aprovação de dois quin­tos é o parecer pela não-renovação, porquesignifica o cancel~mento de uma concessãoexistente. Logo, foi privilegiado o quorum

para a não-renovação. Daí por que () quetem de vir necessariamente para o Plenárioindependentemente de recurso, é o parecerpela não-renovação. Esse parecer é que pre­cisa ser aprovado pelos dois quintos e nãoa concessão.

O Sr. Stélio Dias - Sr. Presidente, peçoa palavra pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra.

O SR. STÉLIO DIAS (PFL - ES. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, Sr"e Srs. Deputados, ;Como a questão é ba;.tantecontrovertida, e para auxiliar a Mesa, achoque a posição adotada pelo Deputado JoséLins é a melhor: a matéria deveria voltar àComissão de Constituição e Justiça e de Re­dação, que daria um parecer que iria a estePlenário, para o mesmo decidir. Parece-meque o Deputado Nelson Jobim está racioci­nando certo por caminhos tortuosos, pois o§ 3. é claro:

"O ato de outorga ou renovação so­mente produzirá efeitos legais após deli­beração do Congresso Nacional, na for­ma dos parágrafos anteriores."

O parágrafo anterior é que está mal redigi­do, porque deveria começar pela afirmativa,e não pela negativa. Deveria começar dizen­do "a permissão", ou "a não renovação";como a redação da Constituição, lamenta­velmente, não está correta - mas é essa aque temos - acho que o § 3. obedecerá aoque dispõe o § 2·

Então, Sr. Presidente, vai-se exigir no mí­nimo dois quintos do Congresso, em votaçãonominal, para o ato de outorga ou renovação.

Essa é uma matéria bastante delicada. edecidi-Ia agora não fará justiça à posição quea Mesa vem tendo relativamente este Plená­rio, ao longo do tempo, nos trabalhos legis­lativos.

Era a colocação que queria fazer.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- A Presidência, com todo o respeito quetem pelo nobre Deputado Stélio Dias, discor­da totalmente da sua questão de ordem, emprincípio por duas razões.

"A não renovação da concessão oupermissão dependerá de aprovação de,no mínimo, dois-quintos do CongressoNacional, em votação nominal."

O § 3· que V_Ex' citou como auxílie- paraque viessem todos os casos para o plenário.diz o seguinte:

"O ato de outorga ou renovação so­mente produzirá efeitos legais após deli­beração do Congresso Nacional.. ...

Ora, se uma Comissão Técnica com poderterminativo decidiu., o Congresso Naciolil2,1examinou, porque\ ao fazê-lo essa matéria fi­cou incluída nas cinco sessões consecutivas.para saber se o décimo constitucional querou não que ela venha a Plenário.

O Sr. José Costa - Sr. Presidente, peçoa palavra para uma questão de ordem.

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286 Quarta-feira 21 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra para uma questãode ordem.

O SR. JOSÉ COSTA (PSDB - AL. Semrevisão do orador.) - Sr. Presidente, I) art.48 da Constituição diz o seguinte:

"Cabe ao Congresso Nacional, coma sanção do Presidente da República,não exigida esta para o especificado nosarts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas asmatérias de competência da União, es­pecialmente sobre:

XII - telecomunicações e radiodifu­são;"

Tal artigo, Sr. Presidente, complementa,evidentemente, as disposições do art. 223.Inclusive, cabe aqui ressaltar, em especial,o expresso no § 19 deste último;

"O Congresso Nacional apreciará oato no prazo do art. 64, §§ 2" e 4", acontar do recebimento da mensagem."

Não há como, Sr. Presidente, elidir a apre­ciação da matéria pelo Congresso Nacional.Apenas se exige que, no caso de não-reno­vação da concessão, o quorum seja aqueleprevisto no § 2° - só isso - mas o CongressoNacional, segundo a disposição expressa daConstituição, terá de apreciar a matéria. ÉJ que estou entendendo.

Sugiro a V. Ex' que acate a proposta doeminente/Líder do PFL, Deputado José Lins,no sentido de submeter a matéria à préviaconsideração da Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Redação. Acho que é umadecisão sábia aguardar que a Comissão deConstituição e Justiça e de Redação deliberesobre a matéria.

O Sr. Lysâneas Macitl - Sr. Presidente,peço a palavra, pela ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Concedo a palavra ao nobre DeputadoLysãneas Maciel.

O SR. LYSÂNEAS MACIEL (PDT - RJ.:",m revisão do orador.) - Sr. Presidente,uostaria, em primeiro lugar, de lembrar a este'''enário que a questão já foi decidida pelo

:nenos umas três vezes, e to"das as decisões[oram no sentido de que a votação seria nomi­nal, em qualquer caso. As decisões da Mesaforam nesse sentic;lo - todas elas corretas,no meu entender, porque um dispositivo regi­mental não se pode sobrepor ao dispositivoconstitucional.

Sr. Presidente, o legislador constitucionalestá exigindo essa votação nominal porquehá um verdadeiro festival de concessões. Es­tamos agora apreciando 66 delas. A mesmadupla que comanda o sistema de comunica­ções, no País, está novamente fazendo essenúmero absurdo de concessões sem um exa­me percuciente da matéria. Muitos desses pa­receres ou foram dados aqui, em plenário,pelo mais ilustre jurisconsulto desta Casa, oDeputado Nilson Gibson, ou sequer passa­ram pela Comissiio de Constituição e Justiçae de Redllção, que se julgou incapaz de apre-

ciar essa matéria enquanto não fosse criadoo Conselho de Comunicação Social.

Por que não se criou esse Conselho? Paraque a dupla Antônio Carlos Magalhães-Ro­berto Marinho, que comanda os meios decomunicação social no Brasil, tivesse nova­mente a possibilidade de distribuir mais demil concessões de'emissoras de rádio e tele­visão.

O que diz o novo dispostivo constitucional,que não foi atendido nas informações do Mi­nistério das Comunicações, que distribuiu atépara familiares seus, concessões de rádio etelevisão?

O art. 223 estabttlece o seguinte:

"Compete ao Poder Executivo outor­gar e renovar éoncessão, permissão e au­torização para o serviço de radiodifusãosonora e de sons e imagens, observadoo princípio da complementaridade dossistemas privado, público e estatal."

Isso não constou de nenhuma das informa­ções que deveriam vir do Ministério da', Co­municações. Tudo foi omitido, e aprovamosaté englobadamente esses pareceres.

O que quis o legislador constitucional? O§ 5° do art. 220 diz:

"Art. 220. .. ..

§ 5' Os meios de comunicação socialnão podem, direta ou indiretamente, serobjeto de monopólio ou oligopólio."

Apenas para um dos familiares do Secre­tário das Comunicações foram distribuídas,segundo informação dos meios jornalísticos,vinte e três emissoras de televisão. E as proi­bições constitucionais?

Na verdade, a votação tem de ser nominal,para que possamos entender que quem domi­na os meios de c(j)municação dominará estePaís até o ano 2000 e tanto, e até elege, atra­vés desse monopólio, desse controle deso­nesto da informaçiio, um Presidente da Repú-blica. I

Não podemos fugir ao dispositivo constitu­cional. Não construiremos um regime demo­crático neste País enquanto permitirmos essemonopólio, esse controle desonesto da infor­mação.

O que se está votando aqui não é umanorma regimental; é um dispositivo constitu­cional que proíbe, até indiretamente, o mo­nopólio e o controle dos meios de comuni­cação social.

Não podemos fugir disso, Sr. Presidente.Não adianta invo'car o Regimento ou dispo­sições contraditórias. Quer-se achar um meiode passar essas mil concessões de rádio e tele­visão para essa dupla que controla o País.Devemos assumir a nossa responsabilidadee aquilo que escrevemos na Constituição, se­não não daremos um fim a esse. monopólioe não construiremos aqui um regime demo­crático.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Esta Presidência transformou o requeri­mento do nobre Deputado Virgildásio de Se­nna em questão de ordem e vai respondê-Ia,

de acordo com a solicitação justa do nobreDeputado Egídio Ferreira Lima.

No entanto, considerando que há na Co­missão de Constituição e Justiça e Redaçãorequerimento da Mesa sobre a matérü, es­tando ela, portanto, sub judice, não seria con­veniente a Presidência decidir a respeito an­tes da manifestação daquele órgão técnico.A Presidência, portanto, suspende a votaçãode toda a matéria constante da pauta. Ficamincluídas na Ordem do Dia de todas as sessõesordinárias as matérias referentes a pedidosde renovação e concessão de emissons derádio e televisão, enquanto a Comissiio deConstituição e Justiça e Redação não atenderà solicitação da Mesa.

Assim sendo, está esgotada a pauta de ho­je. Realizaremos amanhã, por decisiio daPresidência e dos Srs. Líderes, às 10 horas,uma sessão extraordinária para tratar de ma­térias de grande importância. Fizemos ques­tão de excluir matérias que não fossem impor­tantes, para que, assim, possamos limpar apauta dos nossos trabalhos e nos prepararmospara receber matérias encaminhadas pelo Po­der Executivo.

Como não há matéria a ser votada até aComissão de Constituição e Justiça responderao requerimento da Mesa, esta Presidênciavai encerrar a presente sessão.

O Sr. Maluly Neto - Sr. Presidente, peçoa palavra, para uma questão de ordem.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex' a palavra, pela ordem.

O SR. MALULY NETO (PMDB - GO.Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,gostaria de lembrar a V. Ex' que o Partidoda Frente Liberal já convocou reunüio dasua bancada para amanhã, às lOh. Não have­rá conflito de horários?

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- De acordo com a orientação dos Líderes,a Presidência mantém sua decisão. Caso hajanecessidade, avisará aos Srs. Deputados inte­grantes do PFL que haverá votação eletrônicaneste plenário. Esperamos entretanto, quea votação seja pacífica, dispensando o usodo processo eletrônico.

O Sr. Eliel Rodrigues - Sr. Presidente,peço a palavra, para uma questão de ordem.

O SR. PRESIDIj:NTE (Inocêncio Oliveira)- Tem V. Ex,'a palavra, pela ordem.

O SR. ELIEL RODRIGUES (PMDB ­PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presi­dente, ainda que extemporariamente, gosta­ria de levantar questão de ordem muito séria.Trata-se do não-cumprimento do Incíso XIV.do art. 73, do rtosso Regimento, que vedaa qualquer pessoa, a qualquer Deputado ouso do fumo ndte plenário. Não podemosadmitir este desrespeito à nossa saúde e aoque foi estabelecido por esta Casa.

Manifesto, portanto, minha repulsa, minharevolta, lamentando que nossos colegas nãoestejam cumprindo o seu dever de respeitaros companheiros não-fumantes.

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 287

o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- V. Ex' tem toda a razão, nobre DeputadoEliel Rodrigues.

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Vai-se passar a? horário de

VIII - COMUNICAÇÕESPARL+MENTARES

Não há oradores inscritos

IX - ~NCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Nada mais havendo a tratar, vou encerrara Sessão.

DEIXAM DE COMPARECER OS SE-NHORES: .

Acre

Geraldo Fleming - PMDB; José Melo­PMDB; Rubem Branquinho - PL.

Amazonas

Bernardo Cabral; José Fernandes - PDT;Sadie Hauache.

Rondônia

Chagas Neto - PMDB; Raquel Cândido- PDT; Rita Furtado - PFL.

Pará

Aloysio Chaves - PFL; Carlos Vinagre- PMDB; Dionísio Hage - PRN.

TocantinsEdmundo Galdino - PSD13; Freire Júnior

-PRN.

MaranhãoAntonio Gaspar - PMDB; Cid Carvalho~ PMDB; Eliézer Moreira - PFL; Fran­cisco Coelho - PDC; Haroldo Sabóia ­PMDB; Jayme Santana.- PSDB; JoaquimHaickel - PDC; José Carlos Sabóia _. PSB;Sarney Filho - PFL; Vieira da Silva - PD~.

Piauí

Átila Lira - PFL; Felipe Mendes - PDS;Manuel Domingos - PC do 13; Mussa Demes- PFL; Myriam Portella; Paulo Silva ­PSDB.

Ceará

Bezerra de Melo - PMD13; Carlos Virgílio- PDS; César Cals Neto - PSD; EtevaldoNogueira - PFL; Expedito Machado ­PMDB; Firmo de Castro -PMDB; HaroldoSanford - PMDB; Luiz Marques - PFL;Manoel Viana - PMDB; Orlando Bezerra-PFL.

Rio Grande do Norte

Antônio Câmara - PMDB; Vingt Rosado-PMDB.

Paraíba

João da Mata - PSDB; José Maranhão-PMDB; Lucia Braga-PDT.

Pernambuco

Cristina Tavares - PSDB; Harlan Gade­lha - PMDB; Horácio Ferraz - PSDB; JoséCarlos Vasconce~os - PMDB; José Moura-PFL; Marcos Queiroz -PMDB; OsvaldoCoelho - PFL; Oswaldo Lima Filho ­PMDB; Ricardo Fiuza - PFL; Wilson Cam­pos-PMDB.

Alagoas

Albérico Cordeiro - PFL; Eduardo Bon­fim - PC do 13; Geraldo Bulhões - PRN;José Thomaz Nonô - PFL; Renan Calheiros- PRN; Roberto Torres - PTB; ViniciusCans:mção - PFL.

Sergipe

Bosco França - PMDB; Cleonâncio Fon­seca - PFL; Leopoldo Souza - PMDB.

Bahia

Abfgail Feitosa - PSB; Domingos Leo­nelli - PSB; Eraldo Tinoco - PFL; Fran­cisco Pinto - P~DB; Jairo Azi - PDC;Joaci Góes - PSDB; Jonival Lucas - PDC;Jorge Hage - PSDB; Jorge Medauar ­PMDB; Jorge Vianna - PMDB; Lídice daMata - PC do 13; Jutahy Júnior - PMDB;Luiz Vianna Neto' - PMDB; Marcelo Cor­deiro - PMDB; Mário Lima - PMDB; Mi­raldo Gomes - PDC; Maurício Leite ­PMDB; Nestor Duarte - PMDB; PriscoViana - PMDB; Sérgio Brito - PRN; Uldu­rico Pinto - PSB.

Espírito Santo

Hélio Manhães - PMDB; Jones SantosNeves - PL; Lezio Sathler - PSDB; Lurdi­nha Savignon - PT; Nelson Aguiar - PDT;Rose de Freitas - PSDB.

Rio de Janeiro

Álvaro Valle - PL; Anna Maria Rattes- PSDB; Arolde de Oliveira - PFL; Arturda Távola - PSDB; Brandão Monteiro ­PDT; Carlos Alberto Caó - PDT; CésarMaia - PDT; Doutel de Andrade - PDT;Edmilson Valentim - PC do B; Fábio Rau­nheitti - PTB; Francisco Dornelles - PFL;Gustavo de Faria; Jayme Campos - PRN;Jorge Leite-PMDB; José Carlos Coutinho- PL; José Maurício - PDT; Luiz Salomão- PDT; Márcia Cibilis Viana - PDT; Már-cio Braga - PMDB; Messias Soares ­PMDB; Miro Teixeira - PDT; Nelson Sabrá- PRN; Osmar J;..eitão - PFL; Robelto Au­gusto - PL; Roberto Jefferson - PTB; Ro­naldo Cezar Coelho - PSDB; Rubem Me­dina - PRN; Sotero Cunha - PDC; VivaldoBarbosa - PDT.

Minas Gerais

Aécio Neves - PSDB; Aloísio Vascon­celos - PMDB; .Álvaro Antônio - PMDB;Carlos Mosconi - PSDB; Chico Humberto~PDT; Hélio Costa - PRN; Israel Pinheiro- PMDB; João Paulo - PT; José Geraldo-PL; Leopoldo Bessone -PMDB; MarcosLima - PMDB; Mário de Oliveira -- PRN;

Maurício Campos - PL; Mauro Campos ­PSDB; Melo Freire - PMDB; Milton Lima- PMDB; Milton Reis; Paulo Delgado ­PT; Raul Belém - PMDB; Roberto Brant- PMDB; Roberto Vital - PRN; RonaldoCarvalho - PMDB; Sérgio Naya - PMDB;Sílvio Abreu - PDT; Ziza Valadares ­PSDB.

São Paulo

Adhemar de Barros Filho - PRP; AntônioPerosa - PSDB; Bete Mendes - PMDB;Del Bosco Amaral - PMDB; Doreto Cam­panari - PMDB; Farabulini Júnior - PTB;Fausto Rocha --':PRN; Fernando Ga:;parian- PMDB; Florestan Fernandes - PT; Gas­tone Righi - PTB; Gumercindo Milhomem- PT; Irma Passoni - PT; João'Rezek­PMDB; José Carlos Grecco - P8DB; JoséEgreja - PTB; José Genoíno - ~T; JoséSerra - PSDB; Koyu lha - PSDB; LeonelJúlio - PPB; Luiz Gushiken - PT; LuizInácio Lula da Silva - PT; Manoel Moreira- PMDB; Mendes Botelho - PTB; PauloZarzur - PMDB; Plínio Arruda Sampaio- PT; Ralph Biasi - PMDB; Ricardo Izar- PL; Robson Marinho - PSDB; SamirAchôa - PMDB; Tidei de Lima - PMDB.

Goiás

Aldo Arantes - PC do 13; Antonio de Je­sus - PMDB; José Freire - PMDB; JoséGomes - PRN; Lúcia Vânia - PMD B; LuizSoyer - PMDB; Pedro Canedo - PFL.

Distrito Federal

Mato Grosso

Antero de Bàrros - PMDB; Joaquim Su­cena - PTB; Percival Muniz - PMDB.

Mato Grosso do Sul

Gandi Jamil - PFL.

Paraná

Airton Corddro - PFL; Antônio Ueno- PFL; Darcy Deitos - PSDB; J~c;v Scana­gatta - PFL; José Tavares - PMDB; Juva­nni Masini - PMDB; Mattos Leão ­PMDB; Max Rosenmann -PL; Waldyr Pu­gliesi - PMDB.

Santa Catarina

Alexandre Puzyna - PMDB; EpuardoMoreira - PMDB; Luiz Henrique ­PMDB; Orlando Pacheco - PFL; VilsonSouza - PSDB.

Rio Grande do Sul

Antonio Marangon - PT; Carlos Cardinal- PDT; Erico Pegoraro - PFL; Jorge Ue­qued - PSDB; Mendes Ribeiro - PMDB;Vicente Bogo -PSDB.

Amapá

Raquel Capiberibe - PSB.

Roraima

Chagas Duarte - PDT.

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288 Quarta-feira 21 DIÁRIO no CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Fevereiro de 1990

o SR. PRESIDENTE (Inocêncio Oliveira)- Errcerro a Sessão, designando para a ex­traordinária de amanhã, quarta-feira, dia 21,às 10:00 horas, a seguinte

ORDEM DO DIA1

PROJETO DE LEI N9 8.388-A, DE 1986(Do Poder Executivo)

Discussão única do Projeto de Lei n" 8.388,qe 1986, que cria cargos na Procuradoria Re­gional do Trabalho da 14' Região, em PortoVelho-RO e dá outrils providências; tendopareceres: da Comissão de Constituição eJustiça e Redação, pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa, com emen­da (Relator: Sr. Francisco Sales); e, das Co­missões de.serviço Público (Relator: Sr. AryValadão) e de Finanças (Relatora: Sr' RitaF,urtado), pela aprovação, com emendas.

2PROJETO DE LEI N" l-A, DE 1987

(Do Poder Executivo)

Discussão única do Projeto de Lei n" 1,de 1987, que atualiza a pensão asseguradaà viúva de ex-Presidente da República e dáoutras providências, tendo pareceres: da Co­missão de Constituição e Justiça e Redação(Relator: Sr. Gerson Peres), pela constitucio­nalidade, juridicidade e técnica legislativa e,da Comissão de Finanças, pela aprovação,com duas emendas (Relator: Sr. José CarlosGrecco).

3PROJETO DE LEI N9 827-A, DE 1988

(Do Poder Executivo)Discussão única do Projeto de Lei n" 827,

de 1988, que autoriza a reversão ao Municípiode Poconé, Estado de Mato Grosso, do terre­no que menciona; tendo parecer, da Comis­são de Constituição e Justiça e Redação, pelaconstitucionalidade, juridicidade, técnica le­gislativa e, no mérito, pela aprovação (Rela­tor: Sr. Plínio Martins).

4PROJETO DE LEI N° 8.507-A, DE 1986

(Do Senado Federal)

Discussão única do Projeto de Lei n" 8.507,de 1986, que dá nova redação ao art. 59 daLei n9 4.320, de 17 de março de 1964, queestatui normas gerais de direito financeiropara elaboração e controle dos orçamentose balanços da União, dos Estados, dos Muni­cípios e do Distrito Federal e dá outras provi­dências:· tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça e Redação, pela consti­tucionalidade, juridicidade e técnica legisla­tiva (Relator: Sr. Furtado Leite); e, da Co­missão de Finanças, peJa rejeição (Relator:Sr. José Serra).

5PROJETO DE LEI N" 2.425-A, DE 1989

(Do Semido Federal)

Discussão única do Projeto de Lei n" 2.425,de 1989, que permite a aquisição de imóvel

através do Sistema Financeiro de Habitação,nas condições que especifica, e dá outras pro­vidências, tendo pareceres: da Comissão deConstituição e Justiça e Redação, pela consti­tucionalidade, juridicidade e técnica legisla­tiva (Relator: Sr. Vilson Souza); e, das Co­missões do Desenvolvimento Urbano, Inte­rior e Índio (Relator: Sr. Orlando Bezerra)e de Finanças (Relator: Sr. Arnaldo Prieto),pela rejeição.

6PROJETO DE LEI N" 3.773-A, DE 1984

(Do Sr. Floriceilo Paixão)

Discussão única do Projeto de Lei n" 3.773,de 1984, que estende aos securitários disposi­tivos da Consolidação das Leis do Trabalho;tendo pareceres: da Comissão de Constitui­ção e Justiça e Rédação, pela constituciona­lidade, juridicidade e técnica legislativa comsubstitutivo (Relator: Sr. Jorge Arbage); edas Comissões de Trabalho (Relator: Sr. Lú­cio Alcântara) e de Economia, Indústria eComércio (Relator: Sr. Vladimir Palmeira),pela aprovação, com adoção do Substitutivoda Comissão de Constituição e Justiça e Re­dação.

7PROJETO DE LEI N9 53-A, DE 1989

(Do Sr. Solón Borges dos Reis)

Discussão única do Projeto de Lei n° 53,de 1987, que dispõe sobre a fixação de datapara a realização de eleições para o Con­gresso Nacional; tendo parecer: da Comissãode Constituição e Justiça e Redação, pelaconstitucionalidade, juridicidade, técnica le­gislativa c, no mérito, pela rejeição (Relator:Sr. Paes Landim).

8PROJETO DE LEI N" 1.538-A, DE 1989

(Do Sr. José Camargo)

Discussão única do Projeto de Lei n" 1.538,de 1989, que disciplina o processo de Iicitaçaopública (art. 37, inciso XII, da Constituição);tendo parecer: da Comissão de Constituiçãoe Justiça e Redação, pela constitucionalida­de, juridicidade, técnica legislativa e, no mé­rito, pela rejeição (Relator: Sr. Ney Lopes).

9PROJETO DE LEI N"1.793-A, DE 1989

(Do Sr. Tadeu França)Discussão única do Projeto de Lei n" 1.793,

de 1989, qüe acrescenta parágrafo único aoart. I" da Lei n" 7.408, de 1985, que "permitea tolerância d.e 5% (cinco por cento) na pesa­gem de carga em veículos de transporte";tendo pareceres: da Comissão de Constitui­ção e' Justiça e Redação, pela constituciona­lidade, juridicidade e técnica legislativa, comemenda. (Relator: Sr. Jesus Tajra); e, da Co­missão de Transportes, pela rejeição. (Rela­tor: Sr. Denisar Arneiro.)

10 .PROJETO DE LEI N" ':l..814-A, DE 1989

(Do Sr. Alcides Lima)

Discussão única do Projeto de Lei n" 1.814,de 1989, que dá nova redação à Lei n" 7.736,

de fevereiro de 1989, que "dispõe sobre acobrança dos impostos e ai administração tri­butária no Amapá e em Roraima"; tendopareceres: da Comissão de Constituição eJustiça e Redação, pela constitucionalidade,juridicidade e técnica legislativa. (Relator:Sr. Francisco Sales); e, da Comissão de Fi­nanças, pela aprovação, (Relator: Sr. BenitoGama.)

11PROJETO DE LEI N"1.943-A, DE 1989

(Do Sr. Naphtali Alves de Souza)

Discussão única do Projeto de Lei n91.943,de 1989, que dispõe sobr<' a faixa de idadeem que o trabalhador é considerado menorconforme o inciso XXXIII do art. 7" da Cons­tituição Federal, alterando o art. 402 da CLT;tendo pareceres: da Comi:;são de Constitui­ção e Justiça e Redação, pela constituciona­lidade, juridicidade e técnica legislativa. (Re­lator: Sr. José Dutra); e, da Comissão deTrabalho, pela aprovação. (Relatora: Sr'My­riam Portella.)

12PROJETO DE LEI N" 2.507-A, DE 1989

(Do Sr. Koyu Iha)

Projeto de Lei n" 2.507, de 1989, que regulao disposto no inciso XI do art. 5" da Consti­tuição Federal; tendo parecer: da Comissãode Constituição e Justiça e Redação, pelaconstitucionalidade, juridicidade, técnica le­gislativa e, no mérito, pela rejeição. (Relator:Sr. Plínio Martins.)

13PROJETO DE LEI N" 2.634-A, DE 1989

(Do Sr. Freire Júnior)

Discussão única do Projeto de Lei n" 2.634,de 1989, que define a relevilncia e a urgênciaprevistas no caput do art. 62 da Constituição;tendo pareceres: da Comissão de Constitui- __ção e Justiça e Redação, pela constituciona­lidade, juridicidade, técnica legislativa e, nomérito, pela rejeição. (Relator: Sr. PlínioMartins.)

14PROJETO DE LEI N" 3.012-A, DE 1989

(Do Sr. Uldurico Pinto)

Discussão único do Projeto de Lei n" 3.012,de 1989, que dispõe sobre a divulgação dosintegrantes de comitivas que se destinam aoexterior e determina outras providências;tendo parecer: da Comissão de Constituiçãoe Justiça e Redação, pela constitucionalida­de, juridicidade, técnica legislativa e, no mé­rito, pela aprovação. (Relator: Sr. José Ge­noíno.)

15PROJETO DE LEI N9 3. 150-A, DE 1989

(Do Sr. Elias Murad)

Discussão única do Projeto Lei n' 3.150,de 1989, que estabeléce a ol\Jrigatoriedade decriação dos Conselhos Estaduais de Entorpe­centes nos Estados que ainda não os possueme .dos Conselhos Municipais nos municípioscom mais de 50.000 habitantes; tendo parece­res: da ColllÍ'Ssão de Coo.stituição e Justiça

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Fevereiro de 1990 DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONAL (Seção I) Quarta-feira 21 289

ATOS DA MESA

Aposentadorias

O Presidente da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o art.1°, item I, alínea b, do Ato da Mesa nO 119,de 30 de março de 1989, resolve, nos termosdo art. 40, inciso 111, alínea a, da Constituiçãoda República l;ederativa do Brasil, combi­nado com os artigos 183, item 11, alínea a,e 186, item I, alínea a, da Resolução nO 67,de 9 de maio de 1962, conceder aposentadoria'a ÁLVARO CORTÁZIO, no cargo de Ins­petor de Segurança Legislativa, CD-AL-014,Classe Especial, Referência NS. 21, do Qua­dro Permanente da Câmara dos Deputados,com o provepto aumentado de 20%, na formado art 193, item 11, da Resolução n9 67, cita­da.

e Redação, pela constitucionalidade, juridici- Câmara dos Deputados, 19 de fevereirodade e técnica legislativa. (Relator: Sr. Men- de 1990. -Deputado Paes de Andrade, Pre­des Ribeiro) e, da Comissão de Saúde, Previ- sidente da Câmara dos Deputados.dência e Assistência Social, pela aprovação. O Presidente. da Câmara dos Deputados,(Relator: Sr. Jofran Frejat.) no uso das atri~uições que lhe confere o art.

16 1·, item I, alíneas b, do Ato da Mesa n· 119,PROJETO DE LEI N. 3.378-A, DE 1989 de 30 de março de 1989, resolve, nos termos

(Do Sr. Paulo Ramos) do art. 40, inciso 111, alínea a, da Constituiçãoda República Federativa do Brasil, combi-

Discussão única do Projeto de Lei nO 3.378, nado com. os art. 183, item 11, alínea a, ede 1989, que dispõe sobre a regularização 186, item I, alínea a, da Resolução n" 67,na administração pública da situação dos ser- de 9 de maio de 1962, conceder aposentadoriavidores desviados de função edá outras provi- a ACRÍSIO FRANCISCO DOS SANTOS,dências: tendo pareceres: da Comissão de··· no cargo de Técnico Legislativo, CD­Constituição e Justiça e Redação, pela consti- AL.011, Classe Especial, Referência NS.25,tucionalidade, juridicidade e técnica legisla- do Quadro Permanente da Câmara dos De­tiva. (Relator: Sr. Doutel de Andrade); da putados, com o provento aumentado de 20%,Comissão de Serviço Público, pela aprova- na forma do artigo 193, item 11, da Resoluçãoção, com emenda. (Relator: Sr. Geraldo n" 67, citada..Campos); da Comissão de Saúde, Pievidên- Câmara dos Deputados, 19 de fevereirocia e Assistência Social, pela aprovação, com de 1990. - Deputado Paes de Andrade, Pre­adoção da emenda da Comissão de Serviço sidente da Câm~ra dos Deputados.Público. (Relator: SI. Edmilson Valentim.) O Presidente 'da Câmara dos Deputados,

17 no uso das atribuições que lhe confere o art.PROJETO DE LEI N0 3.410-A, DE 1989 1°, item I, alínea b, do Ato da Mesa nO 119,

(Do Sr. Antero de Barros) de 30 de março de 1989, resolve, nos termosdo art. 40, inciso 111, alínea a, da Cosntituição

Discussão única do Projeto de Lei nO 3.410, da Repúblidl Federativa do Brasil, combi­de 1989, que equipara osserv:idoresda Admi- nado com os art. 183, item 11, alínea a, enistração Direta do Ministério da Agricultura 186, item I, alínea a, da Resolução n" 67,aos servidores do Instituto Nacional de Colo- de 9 de maio de 1962, conceder aposentadorianização e Reforma Agrária - Incra, e dá a AUZIR LUIS DE SOUZA, no cargo deoutras providências; tendo pareceres: da Co- Técnico Legislativo, CD-AL-Oll, Classe Es­missão de Constituição e Justiça e Redaj<ãp,~; p~cial"~eferência NS. 25 i do Quadro P,erma­pela constitucionalidade, juridicidade e técíi-' nente da Câ~aradosDeputados, COm li~.van­ca legislativa. (Relator: Sr. Alcides Lima); tagens previstas no art. 20, § 30, da Résoluçaoe, das Comissões de Serviço Público e de n" 1, de 7 de,março de 1980.Finanças, pela aprovação. (Relator: Sr. Fran- Câmara dos Deputados, 19 de fevereirocisco Küutser.) de 1990. - Deputado Paes de Andrade, Pre-

(Encerra-se a Sessão às 17 horas e 27 sidente da Câ/nara dos Deputados.minutos.) O Presiden,te da Câmara dos Deputados,

no uso das atHbuições que lhe confere o art.10, item I, alínea b, do Ato da Mesa nO 119,de 30 de março de 1989, resolve, nos termosdo art. 40, inciso I, da Constituição da Repú­blica Federativa do Brasil, combinado comos art. 183, item 111, e 186, item I, alíneab, da resolução nO 67, de 9 de maio de 1962,conceder aposentadoria a DELMA FER­REIRA ARAÚJO, no cargo de Agente deServiços Legislativos, CD-AL-017, Classe"C", Referência NI.32, do Quadro Perma­nente da Câmara dos Deputados.

Câmara dos Deputados, 19 de fevereirode 1990. Deputado Paes de Andrade, Presi­dente da Câmara dos Deputados

O Presidente da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o art.1., item I, alínea b, do Ato da Mesa n" 119,de 30 de março de 1989, resolve, nos termosdo art. 40, inciso 111, alínea a, da Constituiçãoda República Federativa do Brasil, combi­nado com os art. 183, item 11, alínea a, e186, item I, alínea a, da Resolução nO 67,

de 9 de maio de 1962, conceder aposentadoriaa JOÁO FRANCISCO DE OLIVEIRA, nocargo de Técnico Legislativo, CD-AL-Oll,Classe Especial, Referência NS. 25, do Qua­dro Perma~ente da Câmara dos Deputados,com o provento aumentado de 20%, na formado art. 193, item 11, da Resolução n" 67, cita­da.

Câmara ,dos Deputados, 19 de fevereirode 1990. - Deputado Paes de Andrade, Pre­sidente da Câmara dos Deputados

O Presidinete da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o art.10, item I, alínea b, do Ato da Mesa nO 119,de 30 de março de 1989, resolve, nos termos

.do art. 40, inciso 111, alínea a, da Constituiçãoda República Federativa do Brasil, combi­nado com os art. 183, 11, alínea a, e 186,item I, alínea a, da Resolução nO 67, de 9de maio de 1962, conceder aposentadoria aOPHELIA DRUMOND ANDRADE Mü­LLER, no cargo de Técnico Legislativo, CD­AL-Oll, Classe Especial, Referência NS.25,do Quadro Permanente da Câmara dos De­putados, com o provento aumentado de 20%,na forma do art. 193, item 11, da R.esoluçãon9 67, citada.

Câmara do~ Deputados, 19 de fevereirode 1990. - Deputado Paes de Andrade, Pre­sidente da Câmara dos Deputados.

Exoneração

O Presidente da Câmara dos Deputados,no uso das atribuições que lhe confere o art.10, item I, alínea a, do Ato da Mesa nO 119,de 30 de março de 1989, resolve concederexoneração, de acordo com o art. 137, itemI, § 10, item 11/ letra a, da Resolução nO 67,de 9 de maio de 1962, em virtude de aposen­tadria, a AUZIR LUIZ DE SOUZA, Téc­nico Legislativo, Classe Especial, ponto nO1338, do cargo de Chefe do Serviço de Admi­nistração, CD-DAS-I01.2, do Quadro Per­manente da Câmara dos Deputados, queexerce no Centro de Documentação e Infor­mação.

Câmara dos Deputados, em 19 de fevereirode 1990, Deputado Paes de Andrade, Presi­dente da Câmara dos Deputados.

Noeação sem efeito

O Presidente da Câmara dos D'~putados,

_ no uso das atribuições que lhe confere o art.19, item I, alínea a, do Ato da Mesa n9 119,de 30 de março de 1989, resolve tornar semefeito, de acqrdo com o art. 103, § 2° daResolução nO 67, de 9 de maio de 1962, anomeação de IARA SOARES DOS SAN­TOS, para exercer o cargo de Assistente Ad­ministrativo, CD-AL-026, Classe "A", Refe­rência NM. 24, do Quadro Permanente daCâmara dos Deputados, em 19 de fevereirode 1990. Deputado Paes de Andrade, Presi­dente da Câmara dos Deputados.

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I---------"!-----MESA-----,-------~==~I

Presidente:

PAES DE ANDRADE (PMDB)l' Vice-Presidénte:

INOCÊNCIO OLIVEIRA (PFL)2' Vice-Presidente:

WILSON CAMPOS (PMDB)

1° Secretário:LUIZ HENRIQUE (PMDB)2' Secretário:EDME TAVARES (PFL)3' Secretário:CARLOS COTTA (PSDB)4' Secretário:RUBERVAL PILOTTO (PDS)

Suplentes:

FERES NADER (PTB)

FLORICENO PAIXÃO (PDT)

ARNALDO FARIA DE SÁ (PRN)

JOSÉ MELO (PMDB)

PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO-PSD-

LfderCESAR CALS NETO

PARTIDO SOCIALISTA CRISTAO-PSC-

LíderFRANCISCO ROLIM

Vice-Líder

PARTIDO COMUNISTABRASILEIRO

-PCB-Líder

ROBERTO FREIREVice-Líderes

Fernando Santana Augusto Carvalho

PARTIDO TRABALHISTABRASILEIRO

-PTB-Líder

GASTONE RIGHIVice-Líderes

Sólon Borges dos Reis Valmir CampeloRoberto Jefferson Osvaldo Sobrinho

José TavaresJosé Ulisses de OliveiraJutahy Júnior

. Maguito VilelaMarcos QueirozRenato. ViannaRospide NetoSérgio SpadaTidel de Lima

PARTIDO DO MOVIMENTODEMOCRÁTICO BRASILEIRO

-PMDB-Líder

IBSEN PINHEIROVice-Líderes

Genebaldo CorreiaAntônio BrittoBete MendesCarlo5 VinagreDalton CanabravaFernando VelascoFirmo de CastroFrancisco AmaralJorge LeiteJorge Medauar

.------------LIDERANÇAS-.--------~~~PARTIDO DA RECONSTRUÇÃO

NACIONAL-PRN­

LíderRENAN CALHEIROS

Vice-LíderesArnaldo Faria de Sá Hélio CostaNelson Sabrâ

Robson MarinhoVirgildário de SennaJosé Costa

Jesus TajraIberê FerreiraStélio DiasPaes LadimJosé LinsJofran Frejat

Gidel Dantas

Aldo Arantes

PARTIDO TRABALHISTARENOVADOR

-PTR-Líder

ISMAEL WANDERLEY

PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA-PST-

LiderJOÃO CUNHA

PARTIDO DO POVO BRASILEIRO-PPB-

LfderLEONEL JÚLIO

PARTIDO REPUBLICANOPROGRESSISTA

-PRP-Líder

ADHEMAR DE BARROS FILHO

Aristides Cunha

IpARTIDO LIBERAL PROGRESSISTA. -PLP-

LíderUBIRATAN SPINELLI

PARTIDO COMUNITÁRIO NACIONAL I-PCN-

LíderEdivaldo Holanda

Vice-LíderesRicardo Izar

LíderADOLFO OLIVEIRA

Marcos Formiga

PARTIDO DEMOCRÁTICO CRISTÃO-PDC-

LíderROBERTO BALESTRA

Vice-Líderes

PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL-PCdoB-

LíderHAROLDO LIMA

Vice-Líder

PARTIDO SOCIALISTABRASILEIRO

-PSB-Líder

JOÃO HERRMANN NETOVice..Líder

PARTIDO LIBERAL-PL-

PARTIDO DOS TRABALHADORES-PT-

LiderPLÍNIO ARRUDA SAMPAIO

Vice-LíderesPa!1!o Delgado João Paulo Pires

Ademir Andrade

PARTIDO DA SOCIALDEMOCRACIA BRASILEIRA

-PSDB-Líder

EUCLIDES SCALOVice-Líderes

José GuedesMaria de Lourdes AbadiaElias Murad

PARTIDO DA FRENTE LIBERAL·-PFL-

ÜderRICARDO FIUZA

Vice-LíderesErico PegoraroAnnibal BarcellosLuiz EduardoSandra CavalcantiOsvaldo Coelho

PARTIDO DEMOCRÁTICO SOCIAL-PDS-

LíderAMARAL NETTO

Vice-LíderesJosé Lourenço Aécio de BorbaGerson Peres Bonifácio de Andrada

PARTIDO DEMOCRÁTICOTRABALHISTA

-PDT-Lider

VIVALDO BARBOSAVice-Líderes

Luiz Salomão Lysâneas MacielArtur Lima Cavalcante Carlos Cardinal

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PDC

PL

PDC

PTB

Michel TemerNelson JobimNilson GibsonOsvaldo MacedoPlínio MartinsRenato ViannaRosário Congro NetoSérgio SpadaTheodoro MendesTito Costa

Francisco BenjamimJaico CarneiroMessias GóisNey LopesOscar CorrêaPaes Ladim

Antônio Marangon

Juarez Marques BatistaSigmaringa Seixas

Virgílio Guimarães

Ibrahim Abi·Ackel

Silvio Abreu

Roberto Torres

Rodrigues Palma

Lélio SouzaManoel MataMaurício NasserNestor DuarteRaimundo BezerraUbiratan AguiarWagner Lago6 Vagas

José Luiz Maia

Jesus TajraJesualdo CavalcantiNarciso MendesSarney Filho2 Vagas

1 Vaga

Vicente BogoVilson Souza

PTB

PT

Ervim BonkoskiRoberto Jeffersou

PT

Lysâneas MacielGonzaga Patriota

Flávio RochaPCdoB

PDT

SuplentesPMDB

Afrísio Vieira LimaAluisio CamposAntonio MarizAsdrubal BentesFrancisco SalesGenebaldo CorreiaJosé MeloJovaooi Masini

João HerrmannPSB

Lídice da Mata

Adylson MottaJorge Arbage

Brandão MonteiroDoutel de Andrade

PSBI VagaSecretária: Delzuítc M. A, do ValeRamal: 6906

PFL

PDSBonifácio de AndradaGerson Peres

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃOE JUSTIÇA E REDAÇÃO

PDT

Horácio FerrazJorge Hage

PSDB

PTB

Presidente: Nelson Jobim - PMDB - RSVice Presidentes: Joáo Natal - PMDB - 00

Jorge Medauar - PMDB - BABonifácio de Andrada - PDS - MG

TitularesPMDB

Arnaldo MoraesBernardo CabralCarlos VinagreHarlan GadelhaHélio ManhãesJoão NatalJorge MedauarJosé DutraJosé TavaresLeopoldo SouzaMendes Ribeiro

Marcos Formiga

PFL

PL

PL

PC do B

José Genoíno

Aldo Arantes

Aloysio ChavesCosta FerreiraDionísio HageEliézer MoreiraEvaldo Gonçalves

Benedito MonteiroGastone Righi

PDCJosé Maria Eymael

PSDB

Aécio NevesEgídio Ferreira Lima

PDS

Airtou CordeiroAlcides LimaBenito GamaEooe VieiraJosé Thomaz·Nonô

'Ernesto Gradella

Darcy PozzaFrancisco Di6gines

Féres Nader

Carlos Cardinal

José CamargoJosé JorgePaulo MarquesPaulo PimentelPedro Ceolin

Robson MarinhoVilson Souza

Júlio CamposNarciso MendesRita FurtadoSadie HauacheSérgio Brito

Jorge LeiteMárcia KubitschekOsmundo RebouçasRalph BiasiJones Santos Neves10 Vagas

Moema São Thiago1Vaga

PDS

PDT

PTB

PT

PDC

Carrel BenevidesGastone Righi

1 Vaga

Carlos Alberto Ca6Miro Teixeira

2Vagas

PSDBCristina TavaresKoyo lha

PFL

Ãngelo MagalhãesArolde de OliveiraÁtila LiraEliézer MoreiraEnoc VieiraHumberto Souto

Sotero Cunha

Raquel CapiberibeSecretãria: Mariza da Silva MataRamais: 6902 - 6903

Ervin Bonkoski Roberto JeffersonJosé Elias

PTFlorestan Fernandes Gumercindo Milhomem

PDCEduardo Siqueira Campos

PLÁlvaro Valle

PC do BEduardo Bonfim

PSBJosé Carlos Sab6ia

SuplentesPMDB

Airton SandovalAntero de BarrosFrancisco AmaralJoaci GóesRenato JohnssouRita Camata

PDSAntônio Salim Curiati Gerson PeresArnold' Fioravante

PDTLysãneas Maciel Fernaudo LyraLuiz Salomão

PSB

COMISSÃO DE CIÊNCIAE TECNOLOGIA,

COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICAPresidente: Antonio Gaspar - PMDB - MAVice-Presidentes: José Costa - PMDB - AL

Álvaro Valle - PL - RJArolde de Oliveira - PFL - RI

PTB

TitularesPMDB

Aloísio Vasconcelos Manoel MotaAntonio Britto Mauricio FruetAntonio Gaspar Maurício Ferreira de LimaBete Mendes Matheus lenseuDomingos Juvenil Nilso SguareziEliel Rodrigues Onofre CorréaHenrique Eduardo Alves Ronaldo CarvalhoIvo Cers6simo Rosário Congro NetoJosé Carlos Martinez Tidel de LimaJosé CostaJosé Ulisses de OliveiraLuiz Leal

PFLAlysson PaulinelliChist6vam ChiaradiaErico PegoraroEunice MichilesJaJes FontouraJesualdo Cavalcanti

PSDBJosé Carlos GreccoNelton Friedrich

Gilson MachadoHumberto SoutoLuiz MarquesMaurício CamposNarciso MendesI Vaga

Jacy ScanagaltalaJes FontouraJonas PinheiroLael VarellaVinícios Causação

Maurício NasserNestor Duarte:~euto de ContoNyder BarbosaRaul BelémRosa PrataRospide NettoSantinho FurtadoValdir ColattoValdyr Pugliesi

Nelson Aguiar

PTB

PDSOsvaldo Bender

PDT

PSDBNelton FriedrichVicente Bogo

PFLAntônio UenoAssis CanutoCleonâncio FonsecaCosta FerreiraDionísio Dal Prá

PSDB

José Carlos SabõiaSuplentes

PMDBJosé TavaresJosé VianaMaguito VilelaMoisés AvelinoOuofre CorréaPercival MunizRaul FerrazRenato BernardiRuy NedelSérgio Spada

Alexandre PuzynaAntônio CâmaraDoreto CampanariFausto FernandesGenésio BenardinoGeraldo BnlhõesGeraldo FlemingJoão MaiaJoão RezekJosé AmandoJosé Freire

Carlos Cardinal

Amaury Müller

Adauto PereiraAdvlson Motta

Adroaldo StreckEdmuldo Galdino

João da Mata

Aldo Arantes

Antonio Marangon João Paulo

Alcides LimaAlércio Diasalysson PaulinelliErlco PegoraroFrancisco CoelhoIberê Ferreira

Panlo Mourão

2 Vagas

PCdoBManuel Domingos

PSB

Jayme Paliarin Rodrigues PalmaJosé Egreja

Cristina Tavares Saulo QueirozJuarez Marques Batista Ziza Valadares

PDSErico Ribeiro Telmo'KirstMello Reis

PDT

TitularesPMDB

Antônio de JesusCelso DouradoDel Bosco AmaralHilário Braunlturival NascimentoIvo Cers6simoIvo MainardiJorge Viannalovanní MasiniLélio SouzaMarcos Queiroz

PT

Chico Humberto 2 Vagas

PL

PFL

Oswaldo AlmeidaPCdoB

COMISSÃO DE AGRICULTURAE POLÍTICA RURAL

Afif Domingos

José Elias Roberto TorresOsvaldo Sobrinho

PT

Presidente: José Egreja - PTB - SPVice-Presidentes: Rodrigues Palma - PTB - MT

Nelson Duarte - PMDB - BAJonas Pinheiro - PFL - MT

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PSB

PC do B

Titulares

Adolfo Oliveira

Kayu lha

Christovam ChiaradiaOscar CorrêaCláudio ÁvilaRicardo IzarIberê Fereira

Lézio Sathler

Eurico Ribeiro

Rita CamataSimao. Ses~imUbiratan Spinelli

Milton ReisGenebaldo CorreiaOsmundo RebouçasGeovah AmaranteOswaldo Lima FilhoHélio DuqueRalph BiasiIsrael PinheiroRoberto BrantJoão Agripino

César Maia

Vladimir Palmeira

Roualdo Cesar Coelho1 Vaga

Jayme Paliarin

Delfim Netto

José Mendonça BezerraSaulo CoelhoJosé MouraVinicius CansançãoJos~ Teixeira

Nelson JobimJosé CostaPaulo Mincarone

- Luiz SoyerRosa Prata

PDT

PFL

PDS

PFL

PSDB·Caio~Pompeu

Fábio Feldman

Carlos Virgl1io

Bosco FrançaMarcos QueirozDarcy DeitosMax RosenmannFirmo de CastroLuiz Vianna Neto10 Vagas

António VenoJofran FrejatArnaldo PietroJosé JorgeArolde de OliveiraOrlando Bezerra

PSDBAntoniocarlos Mendes Thame

Cleonâncio FonsecáLeur LomantoLuiz Marques

.Manoel Castro

SuplentesPMDB

Ademir Andrade

PSDB

PSB

PFL

José SerraVirgildúsio de Senna

PDS

PDC

Presidente: Airton Cordeiro - PFL - PEVice-Presidentes: Ézio Ferreira - PFL - PR

Osmuudo Rebouças - PMDB - CECésar Maia - PDT - RJ

COMISSÃO DE ECONONIA,INDÚSTRIA E COMÉRCIO

PCdoBManuel Domingos .

Basílio VillaniGastone.Righi

Ernesto Gradella

PLFlávio Rocha

Airton CordeiroJosé Thomaz Nomó

I Ézio FerreiraLuiz EduardoGilson MachadoRonaro -Corrêa

Irma Passoni

Albérico FilhoJorge LeiteAmilcar MoreiraJosé GeraldoErnani BodrimLúcia VâniaFernando Bezerra CoelhoLuÍz Roberto PonteFernando GasparianMarcelo CordeiroFrancisco_ Ca~I]1eiro

Raquel Cândido 1 VagaPTB

Milton Barbosa (PDC) _Valmir CampeloPT

Gidel DantasSecretário: Benício Mendes TeixeiraRamais: 6971 - 6072

PDC

TitularesPMDB

José Maria Eymael

_Cunha BuenoFelipe Mendes

PDT.. Artur Lima Cavalcanti

Mârcia Cibilis VianaPTB

Mendes Botelho

José Serra

Mello Reis

César Maia

Leonel Júlio

Osvaldo Bender

Gilson MachadoOsmar LeitãoSérgio Brito

Paes LadimRicardo IzarSadie Hauache

Sérgio Carvalho

Joaquim HaickelMário de OliveiraMilton LimaPaulo AlmadaSérgio Naya3 Vagas

Juart:z Marques Batista

Myriam Portélla

José MaranhãoLuíz Roberto Ponte"'Prisco VianaRaul FerrazRuy NedelVingt Rosado

Mario AssadOrlando BezerraWaldeck ameias

Chico Humberto

Paulo Silva

Roberto Augusto

. Paulo SidneiRonaldo CarvalhoValdir ColattoWaldir Pugliesi3 Vagas

PFLAloysio ChavesAntônio FerreiraEnoc VieiraEtevaldo Nogueira

PSDBAntonio' PerosaGeraldo Campos

PDSAry Valadão

PDTBrandão Monteiro

PTBMarluce Pinto

PFLAnmbal BarcelosDionísio Dal PráFurtado LeiteOrlando Bezzera

PSDBArnaldo MartinsJosé Guedes

PDSCarlo, Virgl1io

PDTPaulo Ramos

PTBFarabulini Júnior

PTJosé Genoíno

PDCSotero Cunha

SuplentesPMDB

Domingos JuvenilFernando VelascoGilson MachadoHélio Ror;asPaulo Zarzur

PDTJosé Luiz Maia

PDS

COMISSÃO DEDESENVOLVIMENTO URBANO,

INTERIOR E ÍNDIOPresidente: Múrio Assad~ PFL - MGVice-Presidentes: Etevaldo Nogueira - PFL - MG

Raul Ferraz - PMDB :- BA .Jairo Azi - PDC - BATitularesPMDB

PSDBAnna Maria RattesJosé Carlos Grecco

Álvaro AntonioAntônio BrittoAsdrubal BentesChagas NetoFernando VelascoFinno de CastroJosé Carlos Vasconcelos

PFLAntônio FerreiraChristóvam ChiaradiaEtevaldo Nogueira'Humberto Souto

PTBJoão da Mata (PDC)

PT

1 VagaSecretária: Marei Ferreira LopesRamais: 6998 - 7001

Lurdinha SavignonPDC·

PDC

Jairo Azi

PT

Chagas Duarte

Florestan Fenandes

SuplentesPMJ;lB

Agasslz Almeida. Antônio de JesusFrancisco CarneiroGabriel GuerreiroGerson MarcondesJosé Dutra

Júlio CamposSandra CavalcantiWaldeck Ornélas

Raimundo BezerraRaimundo RezendeRenato BernardiRonaldo CarvalhoSamir AchúaValdir Colato

Valmir Campelo

José Guedes

Paulo Ramos

Eurico Ribeiro

Cunha Bueno

I Vaga

Roberto Augusto

Octávio Elísio

Manoel MoreiraMaria LúciaUldurico Piotn5 Vagas

Narciso MendesPedro CanedoSarney Filho

Manoel MoreiraNyder BarbosaOttomar PintoPaulo SidneiRenato Vianna2 Vagas

PTB

PDTRaguel Cândido

Elias Murad

Francisco PintoHarlan GadelhaHélio ManhãesIvo Lech

Victor Faccioni

PFL

PFLCláudio ÁvilaEunice MichilesGandi JamilJoCrao Frejat

PSDB

SuplentesP~DB

PTGumercindo Milhomem

PDC

Fâbio FeldmannGeraldo Alckmin Filho

PDS

PDS

Aécio NevesAntonio CâmaraGeraldo BulhóesJoaci GoesJoão MaiaJosé MeloPaulo Sidnei

Miraldo Gomes

Artenir Werner

PSDB

PDT

PDC

PMDB

Paulo Delgado

PTB

PTJoaquirnlSl;lcena

Alysson PaulinelliAlziro GomesEliézer MoreiraLúcio Alcântara

Nelson Aguiar

Anna Maria RattesCarlos Mosconi

José Carlos SabóiaSecretário: Ruy Ornar Prudência da SilvaRamais: 6920 - 6921

Presidente: Joaci Góes - PMDB - BAVice-Presidentes: Antonio Câmara - PMDB -RN

Fábio Feldmann - PSDB - SPRaquel Cândido - PDT - RO

Eduardo Bonfim

PDCEduardo Siqueira Campos

PL

COMISSÃO DEDEFESA NACIONAL

Presidente: Furtado Leite - PFL - CEVice-Presidentes: Dionísio Dal Prâ - PFL - PR

Anuibal Barcelos - PFL - APOttomar Pinto - PMDB - RRTitularesPMDB

COMISSÃO DE DEFESADO CONSUMIDOR EDO MEIO AMBIENTE

Paulo MourãoSecretário: Jarbas Leal VianaRamais: 6930 - 6931

::".

Antônio CâmaraEdivaldo Motta /Expedito MachadoFrancisco PintoGeraldo Fleming

,.!Iaroldo Sanford

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PDC

José Luiz de Sá

Lídice da MataPSB

Victor Faccioni

Octávio Elísio

Mário LimaMaurício PáduaOsvaldo MacédoPaulo AlmadaPrisco VianaI Vaga

Jm;é Santana delVasconcellosJosé TinocoMaurício Ca~pos

PDS

Antonio PerosaMauro Campos

PMDB

PSDB

PFL

Aécio Borba

Alcides LimaAssis CanutoÉzio FerreiraJates Fontoura

Luiz Gushiken

Presidente: Fernando Gasparian - PMDB - SPVice-Presidentes: Irajá Rodrigues - PMDB - RS

Benito Gama - PFL - BAFernando Santana - PCB - BA

PDC

PT

Titulares

COMISSÃO DEFISCALIZAÇÃO E CONTROLE

COMISSÃO DE MINAS E ENERGIA

Eduardo MoreiraGabriel GuerreiroGenésio de BarrosJoão ResekJosé AmandoLuiz Alberto RodriguesMarcos Lima

Suplentes

PMDBCarlos Vinagre João AgripinoCid Carvalho José Carlos VasconcelosDélio Braz Samir AchôaDenisar Arneiro Tidei de LimaHaroldo Sabóia 4 Vagas

PFLAlêcio Dias Leur LomantoJosé Lins Mussa DemesFurtado Leite Stélio Dias1 Vaga

PSDBFrancisco Küster José GuedesGeraldo Campos

PDSFelipe Mendes Gerson Peres

PDTBrandão Monteiro José Fernandes

PTBBasilio VilIani Farabulini Júnior

Tarzan de CastroSecretário: Silvio Avelino da SilvaRamais: 7025 - 7026

Presidente: Octávio Elisio - PSDB - MGVice-Presidentes: Antônio Perosa - PSDB - SP

Mário Lima - PSDB - BAAécio de Borba - PDS - CE

TitularesPMDB

Airton Sandoval Irajá RodriguesAluízio Campos José GeraldoFernando Gasparian Maria LúciaFirmo de Castro Mário LimaFernando Santana Nilso SguareziGerson Marcondes Ottomar PintoPercival Muniz

PFLBenito Gama Maluly NetoJoão Alves Simão SessimJosé Moura Victor FontanaJosé Tinoco

PSDBAnna Maria Rattcs Rose de FreitasDirce Tutu Quadros

PDSAry Valadáo Telmo Kirst

PDTChagas Duarte Sérgio Carvalho

PTBMarluct: Pinto Valmir Campelo

PTPaulo Delgado

PDCSotero Cunha

Victor Faccioni

Osmundo RehouçasGonzaga PatriotaRoberto BrantIrajá RodriguesSérgio NavaJoão Carl~s Bacelar

Márcia Cibilis Viana

Valmir Campelo

Rose de Freitas

Jos~ TeixeiraOrlando BezerraSérgio Brito

Nyder BarbosaOswaldo Lima FilhoSérgio Werneck4 Vagas

Horâcio Ferraz

José Fernandes

José Carlos Grecco

Aécio de Borba

Nelson Seixas

Francisco DornellesRita FurtadoLevy Dias

Moema São ThiagoRobson Marinho

PTB

PDT

PDS

PSDB

Alceni GuerraCleonànclo Fous.t:caGandi JamilJosé Lins

PSDBEuclides ScalcoRonaldo Cezar Coelho

PDSArnaldo Fioravante

Expedito MachadoFernando GasparianJoão Natallranildo PereiraLúcia VâniaMilton Reis

PFL

Aécio de BorbaFelipe Mendes

Arnaldo PietroManoel CastroBenito GamaMussa Demes

PFL

SuplentePMDB

PSDBFrancisco KüsterJosd Serra

PDT

PDS

PDC

Vladimir Palmeira

PDT

PT

PTB

PDC

César Maia

PT

Chagas Duarte

Arnaldo MartinsJosé FreireCid CarvalhoLuiz Alberto RodriguesFernando Bezerra CoelhoMoisés PimentelFrancisco Sales

PTBLeonel Júlio

Adylson Malta

Artur da TávolaPaulo Silva

Basilio ViIlani

Fernando LvraFloriceno pãixão

Luiz Gushiken

Jonival LucasPL

José Carlos CoutinhoPC do B

Edmilson Valentim

COMISSÃO DE FINANÇAS

MiraIdo GomesSecretária: Maria Julia Rabelo de MouraRamais: 6955 - 6959

Presidente: Francisco Dornelles - PFL - RJVice-Presidentes: Arnaldo Prieto - PFL - RS

Fernando Bezerra Coelho - PMDB _PEJosé Serra - PSD.B _ :>PTitularesPMDB

PSBI VagaSecretária: Tasmânia Maria de Brito GuerraRamais: 6980 - 6977

Jonival Lucas

Benedito Montdro Elias MuradGastone Righi

PTGumercindo Milhomem 1 Vaga

PDC

Artenir Werner

Paulo Delgado

Costa Fer~eiraOsvaldo CoelhoEraldo TinocoPedro CanedoEvaldo Gonçalves

Messias SoaresHenrique Eduardo AlvesPlínio MartinsJosé da ConceiçãoRoberto Vital

Nelson Aguiar

Érico PegoraroSandra CavalcantiLauro MaiaSarney FilhoManoel Castro

Osvaldo Sobrinho

Hermes ZanetiOctávio Elísio

Mauro SampaioFlávio Palmier da VeigaRenato BernardiGerson Vilas BoasRita CamataHélio RosasSérgio SpadaIranildo PereiraUbiratan AguiarJoaquim Haickel

PL

PC do B

Milton Barbosa

Lídice da Mata

Álvaro Valle

Fábio RaunheittiSólon Borges dos Reis

PTFlorestan Fernandes

PDC

PCdoB

PL

I VagaSecretária: Maria'Laura CoutinhoRamais: 7016 -7019

COMISSÃO DEEDUCAÇÃO,CULTURA,

ESPORTE E TURISMO

TitularesPMDB

Afrisio Vieira LimaJos~ FreireAgassiz AlmeidaJosé MaranhãoBete MendesMaguito VilelaCelso DouradoMárcia KubtischekChagas NetoMárcio BragaFausto Fernandes

PSDB

Amilcar MoreiraMario MartinsDaso CoimbraMauro MirandaDienal Gonçalves11 Vagas

Alceni GuerraNey LopesAlysson PaulinelliOrlando PachecoÂngelo MagalhãesI\ita furtado

José Gomes

Caio PompeuJorge Hage

PSBJoão Herrmann Neto

SuplentesPMDB

PTB

PDrMárcia CibiIis VianaTadeu França

Vilson Souza Dirce Tutu QuadrosPDS

José Luiz Maia Adauto PereiraOsvaldo Bender

PDrAmaury 'Mfillef Luiz SalomãoBocayuva Cunha

PTBFábio Raunheitti Feres NaderHorácio Ferraz

PTVirg~io Guimarães I Vaga

PFLAgripino de Oliveira LimaJesualdo CavalcantiÁtila LiraJosé QueirozCleonáncio FonsecaLuiz Marques

PDSArnold FioravanteEurico Ribeiro

PFL

Presidente: Ubiratan Aguiar - PMDB - CEVice-Presidentes: Celso Dourado - PMDB - BA

Jorge Hage - PSDB - BAFlorestan Fernandes - PT - Sf

Page 63: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD21FEV1990.pdf · Projeto de Lt1i n92.878/89, anexado ao PLn9 2.358/89. Projeto de

PSBAbigail Feitosa

PC do BEdmilson Valentim

PDTRaquel Cândido

PTBLeonel Júlio

PTVladimir Palmeira

PDCJosé Gomes

SuplentesPMDB

Aloísio VasconcelosArnaldo MartinsCarlos BenevidesHilário BraunIsrael PinheiroMaguito Vilela

PFLAloysio ChavesAnnihal BarceloosAntônio FerreiraEraldo Tinoco

PSDBJayme SantanaMaria de Lourdes Abadia

PDSBonifâcio de Andrada

PDTBocayuva Cunha

PTBBenedito Monteiro

PTAntônio Marangon

PDCJosé Maria Evmael[Secretária: Allia Felício Tobias'Ramais: 6945 - 6947

José Maurício

Marluce Pinto

Neuto de ContoOttomar PintoPaulo RobertoWalmor de Luca4 Vagas

Jonas PinheiroRonara Corrêa1 vaga

Virgildásio de Senna

Francisco Diógenes

Luiz Salomão

José Elias

Suplente

PMDBAntônio GasparBete MendesGenésio de BarrosGeovah AmaranteHélio DuqueHélio RosasJorge MedauarLeopoldo SouzaLuiz Alberto RodriguesRubem Branquinho

PFLArnaldo PrietoAirton CordeiroEraldo TinocoFausto RochaJosé CamargoLevy Dias

PSDBHermes ZanetiMaria de Loudes Abadia

- PDSArtenir WernerAry Valadão

PDTDoutel de Andrade

PTBJosé EgrejaOsvaldo Sobrinho

PTJosé Genoíno

PDCRoberto Balestra

PLMarcos Formiga

PCdo B

Marcos LimaMatheus IensenMauro SampaioMichel TemerRaul BelémRosário Congro NetoJorge ViannaSantinho FurtadoTheodoro Mendes3 Vagas

Messias Góis-Ney LopesPaes LandimRicardo IzarI Vaga

Sigmaringa SeixasVirgildásio de Senna

Cunha Bueno

2 Vagas

Sólon Borges dos Reis

I Vaga

SuplentesPMDB

Antônio BritoBernardo CabralDalton Canabrava15 Vagas

PFLAnnfual BarcellosOsmar LeitãoAroldo de OliveiraPaulo MarquesJosé TeixeíraSaulo Coelho

PSDBAnna Maria RattesElias Murad

PDSAdylson MotaGerson Peres

PDTAdhemar de Barros Filho

PTBFarabulini JúniorJosé Egreja

PTPaulo Paim

PDC1 Vaga

PLOswaldo Almeida

PC do BManuel Domingos

PSB

Ivo MainardiMárcio BragaMattos Leão

Júlio CamposSimão SessimLúcia Braga1 VagaMaurício Campos

Geraldo Alckmin FilhoVicente Bago

Osvaldo Bender

2 Vagas

João de Deus Antunes

Antonio Marangon

COMISSÁODERELAÇÕES EXTERIORES

Presidente: Bernardo Cabral- PMDll ...,.. AM. Vice.Presidente: ]<;lárcia K~bitschek ::":;-PMDB - DF

Aloysio Chaves - PFL - PAAdolfo Oliveira - PL - RJ

PFL

Presidente: Raimundo Bezerra - PMDB - CEVice-Presidentes: Ivo Lech - PMDB - RS

Arnaldo Faria de Sá - PJ - SP

Mário de OliveiraNaphtali Alve, de SouzaPaulo ZarzurTheodoro MendesWagner LagoI Vaga

PFLJalles Fontoura Mussa DemesLuiz Marques Sadie Hauache3 Vagas

PSbBFrancisco Küster Paulo SilvaGeraldo Campos

PDSArtenir Werner Nasser Almeida

PDTFloriceno Paixão Miro Teixeira

PTBFeres Nader Sólon Borges dos Reis

PTIrma Passoni

PDCJairo Carneiro

SuplentesPMDB

Alarico Abib Osvaldo MacêdoÁlvaro Antonio Renato Vianna9 Vagas

PFLAntônio Deno Iberê FerreiraÁtila Lira JoCran FrejatEraldo Tinoco 2 Vagas

I VagaPSDB

Célio de Castro Geraldo Alckimin FilhoI Vaga

Aloysio TeixeiraAristides CunhaCarlos VinagreHélio RosasJoão NatalJosé FreireLeopoldo Bossone

Francisco RolimSecretária: Maria Inêz LinsRamal: 6914

COMISSÃO DESERVIÇO PÚBLICO

Presidente: Irma Pa;soni - PT - SPVice-Presidentes: Miro Teixeira - PDT - RJ

Carlos Vinagre - PMDB - PAAristides Cunha - PSC - SP

TitularesPMDB

Nelson Seixas

Júlio CcstamilanJosé VianaMessias SoaresMoisés A velinoRaimundo BezerraRaímundo RezendeRuy NedelTidei de LimaUldurico PintoVingt Rosado

Célio de Castro

Carlos Mosconi

Roberto Jefferson

Carlos Virgilio

José QueirozLauro MaiaOrlando PachecoPedro CanedoSandra Cavalcanti

Joáo Paulo

Aldo ArantesPSB

PDCJairo Azi

PTB

PT

AntoniocarlosMendes ThamerJorge Uequed

PDT

PFLAlceni GuerraErico PegoraroEunice MichilcsGandi JamilJesualdo CavalcantiJofran Frejat

João Hermam NetoSecretária: Regina Beatriz Ribas MarizRamais: 6992 - 6994

COMISSÃO DE SAÚDE,PREVIDÊNCIA E

ASSISTÊNCIA SOCIAL

PDSAntonio Salim CuriatiAry Valadão

TitularesPMDB

Alarico AbibArnaldo Faria de SáCelso DouradoDjenal GonçalvesDoreto CampanariEduardo MoreiraFrancisco AmaralGenésio BernardinoIranildo PereiraIvo LechJorge Uequed

PSDB

Benedita da Silva

Joaquim Sucena

PLJosé Carlos Coutinho

Chico Humberto. Floriceno Paixão

Mello Reis

José Maurício

João de Deus Antunes

Jaime SantanaMoema Sáo Thiago

Luiz Viana NetoMarcelo CordeiroMárcia KubitschekMattos LeãoMaun1io Ferreira LimaMaurício FruetMelo FreireNaphtali Alves de SouzaUlysses GuimarãesLeopoldo Bessone

Virgilio Guimarães

Leur LomantoOscar CorrêaOsvaldo CoelhoPaulo PimentelSarney Filho

PT

PDT

Artur da TávolaEgídio Ferreira Lima

PDS

PL

Benetida da Silva

Adylson MottaFrancisco Diógenes

PDC

Eduardo Bonfim

Amaury MüllerBocayuva Cunha

PSDB

Tarzan de Castro

TitularesPMDB

Afrisia Vieira LimaAntônio MarizAirton SandovalBernardo CabralBosco FrançaDaso CoimbraDélio BrazDjenal GonçalvesHaroldo SabóiaJosé Ulísses de OliveiraI:uiz Soyer

Adolfo de OliveiraPCdoB

PTB

Domingos LeonelliBSB

Aioysio ChavesAntônio VeDOEnoc VieiraFrancisco BenjamimJesus TajraJosé Teixeira

Carrel BenevidesErvin Bonkoski

Page 64: República Federativa do Brasil DIÁRIO DO CONGRESSO NACIONALimagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD21FEV1990.pdf · Projeto de Lt1i n92.878/89, anexado ao PLn9 2.358/89. Projeto de

COMISSÃO DE TRABALHO

I VagaSecretário: Ronaldo de Oliveira Noronha

. Ramais: 7011 -7012

Presidente: Carios Alberto Caó .- POT - RJVice-Presidentes: Paulo Paim - PT - RS

Júlio Costamilan - PMDB - RSEdmilson Valentim - PC do B - RJ

A~cio de Borba

Chagas DuarteI Vaga

Fábio Raunhetti

LurdiI'j'l;:\ Savignon

PDS

POT

PTB

PT

POC

Jorge A rbage

Roberto Augusto

TitularesPMDB

Alexandre PuzynaCarlos BenevidesDaftan CanabravaDr..:nisar AroeiraMário MartinsMauro Miranda1 Vaga

PFL.Alziro GomesJosé Santanta deVasconcellosStélio Dias

PSDBAntônio PerasaLézio Sath!er

PDSDarcy Pozza

Max RosenmannPaulo RobertoPaulo MincaroneRoberto VitalRubem BranquinhoSérgio Werneck

Luiz MarquesSimáo SessimJúlio CamposLeal Varella

Mauro Campos

Jorge Arbage

MEMBROS DO PODER EXECUTIVOCharles Curt Mucller Almir LaversveilerCesar Vieira de Rezende José Carlos MelloPedro José Xavier Ma-toso

COMISSÃO ESPECIAL"

I - COMISSÃO ESPECIAL INCUMBIDADE APRECIAR O PROJETO DE LEI N'1.506/89, QUE "INSTITUI NORMAS GE­RAIS DE PROTEÇÃO À INFÂNCIA E ÀJUVENTUDE E OUTROS QUE CRIAM O"ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADO·LESCENTE".

TitularesPMDB

Alex:mdre Puzinz3­.Antero de Barro~

Antõnio Mariz,Edmílson ValentimFrancisco AmaralGeraldo FlemingHaroldo Sabóia

PFL

Jorge UequedJone~ Santos NevesJosé da ConceiçãoJosé TavaresJúlio Costamilan1 Vaga

PDT.Brandão Monteiro.José Fernandes

PTBJoaquim SuceDa

PTErnesto Gradella

PDCGidel Dantas

Mendes Botelho

Presidente: Deputada Sandra Cavalcanti - PF~ - RJ •1" Vice-Presidente: Deputado Airton Corndelfo - PFL-PR2" Vice-Presidente: Deputado Arthur da Távola - PSOB-RJ3" Vice-Presidente: Deputado Benedito Monteiro - PTB.-PARelator: Deputado Hélio Manhães - PMDB - ES

Presidente: Darcy Pozza - POS - RSVice-Presidentes: Jorge Arbage - PDS - PA

Sérgio Werneck - PMDB - MGJosé Santana de Vasconcelos - PFL ­MG

PDCJayme Paliarin (PTB)Reunião: 4'i'S e 5'.'~ feirasSecretária: Agassis Nylandeir BritoRamais: 6989'.- 6990

COMISSÃO DE TRANSPORTES

ComposiçãoMEMBROS DO CONGRESSO

COMISSÃO MISTA

I - COMISSÃO DE ESTUDOS TERRITO.RIAIS (ART. 12 DO ATO DAS DISPOSI­ÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓ­

-RIAS).

PDSJorge Arbage - PA

PTBenedita da Silva - RI

PRNDionísio Hage - PA

SuplentesPMDB

Cinco Vagas

Titul~res

PMDBCelso Dourado - BA

Doreto Campanari - SPMárcio Braga -'RJ

Rosário Congro Neto - MSPFL

Airton Cordeiro - PRSalatiel Carvalho - PE

PSOBRobson Marinho - SP

PDTNelson Aguiar - ES

PSDBDuas Vagas

PDSUma Vaga

PT• Uma VagaPFL

Trés VagasPDT

Uma VagaPTB

Uma VagaPRN

Uma VagaRamal: 706§ e 7067

José GeraldoJosé Uliss~s de OliveiraLuiz LealNaphtali Alves de SouzaRoberto BrantRospide Netto

Manoel CastroMaurício CamposSaulo Coelho

Telmo Kirst

Marluce Pinto

I Vaga

Sigmaringa Seixas

Deputados• Alcides Lima

Gabriel GuerreiroJosé Carlos VasconcelosJosé GuedesRenato Bernardi

SenadoresAlfredo CamposChagas RodriguesJoão CasteloJoão MenezesNabor Júnior

PDT

José Carlos GreccoSaulo Queiroz

PT

Jairo CarneiroSecretária: lole LazzariniRamais: 7005 - 7Q06

Felipe Mendes

Arnaldo MoraesChagas NetoDel Bosco AmaralEliel RodriguesErnani BoldrimGustavo de FariaIturival Nàscimento

PDC

PFLAirton CordeiroCosta FerreiraÉzio FerreiraGeovani Borges

B,... ne.dita da Silva

PTB

SuplentesPMDB

Carrel Benevides

PDS

PSDB

,José Maurício

Edmundo GaldinoDirce Tutu QuadrOi

Osvaldo Sobrinho

Ary Valadáo

Tadeu França

Roberto Augusto

Nelton Friedrich

Osmar LeitãoVictor Trovão2 Vagas

Lysáneas Maciel

Mário LimaNilson Gibson7 Vagas

Myriam Portella

Waldeck Ornélas3 Vagas

Átila LiraEnoc Vieira

PDCFarabulini Júnior (PTB)

SuplentesPMDB

PFL

PTBJoão de Deus Antunes

PT

Mendes Botelho

João Paulo

Eunice MichUesLúcio Alcântara

'Narciso Mendes

PTB

PSDB

Sérgio Carvalho

Carios Alberto CaõPDT

Mello Reis

Paulo Paim

PDS

AntoniocarlosMendes Thamer

PDS

POT

PT

Arnold Fioravante

Célio de CastroGeraldo Campos

PSDB

AloY5io TeixeiraEdivaldo MottaHaroldo Sanford

, Luís Roberto Ponte

1__E_D_Iç_A_-O_D_E_H_O_JE_:6_4_P_Á_G_IN_A_S__l f PREÇO DESTE EXEMPLAR: NCz$ 0,11 l