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Representações de Ciência e Tecnologia No Pensamento Anarquista
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Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT
Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9
Representações de Ciência e Tecnologia no pensamento anarquista
brasileiro: Análise da Revista Renascença (1923)
Nabylla Fiori de Lima*
Gilson Leandro Queluz**
INTRODUÇÃO
A imprensa operária no início do século XX foi de grande importância para o
avanço na organização dos trabalhadores. Jornais de diferenciados vieses
compartilhavam as últimas notícias do movimento operário e também contavam com
textos de formação política e literários. A crença de que, a partir do jornal, seria possível
levar os trabalhadores à busca de mudanças na sociedade, apresenta-nos um grande rol
de periódicos e jornais anarquistas, comunistas, anticlericalistas etc. A imprensa
operária tinha como função a articulação de “interesses históricos de classe, como fator
de agitação e propaganda, na tentativa de aglutinar elementos de uma consciência
operária comum” (HARDMAN, 2002).
Considerando a relevância da imprensa no movimento anarquista do início do
século XX, optamos por analisar a revista Renascença. Esta revista, que teve apenas
cinco edições, foi direcionada principalmente ao público feminino, e progressista, e
embora houvesse muitos artigos relacionados às mulheres, afirmava-se enquanto uma
Revista de Artes & Pensamento, incluindo vários textos literários.
Maria Lacerda de Moura, além da revista e publicações em outros jornais
operários (A Plebe, por exemplo), inclusive internacionais (como a revista espanhola
Estudios), também publicou alguns livros1. Grande parte deles são voltados à
emancipação das mulheres, sendo este um tema bastante recorrente na obra desta
anarquista, que considera, neste contexto, o problema sexual como um problema
central.
Nos seus esforços de contribuir para a formação intelectual e moral feminina, a
pensadora anarquista lança a revista Renascença em 1923 como mais um instrumento
para a libertação das mulheres.
1 A mulher é uma degenerada? (1924), Religião do amor e da beleza (1926), Civilização, tronco de
escravos (1931), Amai-vos e não vos multipliqueis (1932), Serviço militar obrigatório para a mulher?
Recuso-me… (1933), Han Ryner e o amor no plural (1933), Fascismo – filho dileto da Igreja e do
Capital (1933) são dos mais conhecidos. Ver mais em (LEITE, 1984).
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08 a 11 de outubro de 2014 | ISBN: 978-85-62707-62-9
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A revista Renascença, contém temas relacionados ao feminismo e à arte, passando
por artigos sobre maternidade consciente, movimento operário, educação, religião,
cultura operária etc., escritos por diversos autores não apenas de viés anarquista. A
nossa dificuldade em apresentar devidamente cada autor se dá pelo fato de que grande
parte deles utiliza pseudônimos ou não tem uma produção contínua na imprensa.
Analisando os temas propostos por Maria Lacerda de Moura como organizadora da
revista, buscaremos entender qual o direcionamento intelectual proposto para que se
chegasse à emancipação feminina e humana, e quais destes temas que ela considerava
de grande importância para a consciência e instrução feminina.
Analisaremos também a proposta estética da revista e sua produção/organização,
buscando encontrar a relação entre a escolha estética e sua proposta de conteúdo.
Em 1919, juntamente com Bertha Lutz, Maria Lacerda de Moura fundou a Liga
pela Emancipação Feminina. Essa liga tinha como objetivo promover a instrução
feminina para que, através dela, as mulheres atingissem sua emancipação. Sua luta, no
entanto, afastou-se dos movimentos feministas da época, vistos por essa militante como
movimentos burgueses, crítica também feita em relação à Liga, o que levou esta
anarquista ao afastamento gradual dos demais movimentos feministas da época que
eram compostos, em sua maioria, por pessoas de classe média tendo como referência os
movimentos feministas europeus e estadunidenses. Sua crítica passava, principalmente,
pelo fato destes movimentos não reivindicarem a superação do sistema capitalista e/ou
buscarem a emancipação da mulher com sua participação na política através da
ocupação de cargos públicos.
Temas como educação, maternidade consciente, prostituição, casamento,
participação em partidos, religião e ao movimento operário são recorrentes em suas
obras que buscam criticar o sistema vigente e a organização societária, bem como a luta
feminina pelo voto feminino: Maria Lacerda de Moura acreditava que o voto feminino
não seria suficiente para emancipar a mulher:
E essas reivindicações não se podem limitar a ação caridosa ou a um simples
direito de voto que não vem, de modo algum, solucionar a questão da
felicidade humana e se restringirá a um número limitadíssimo de mulheres.
Aliás, quando os homens sérios retiram-se, num ostracismo voluntário, dessa
política de latrocínios oficializados, desse bacanal parasitário, desse despudor
em se tratando dos negócios públicos; quando se decreta, positivamente a
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falência, o descrédito do parlamentarismo em toda uma sociedade em plena
decomposição, – é agora que a mulher acorda e sai correndo atrás do voto,
coisa que deveria ser reivindicado a cem ou duzentos anos atrás... supõe,
ingenuamente, estar cuidando dos interesses femininos ou dos interesses
sociais. (MOURA, 2013)
E sobre o “feminismo de votos e feminismo de caridades”, ela ainda afirmava: “É
a razão por que não posso aceitar nem o feminismo de votos e muito menos o
feminismo de caridades. E enquanto isso a mulher se esquece de reivindicar o direito de
ser dona de seu próprio corpo, o direito da posse de si mesma.” (MOURA, 2013)
A emancipação feminina, portanto, para Maria Lacerda de Moura, não se daria
através da participação da mulher na política, seja votando ou participando da
construção de partidos.
Sendo uma anarquista individualista, Maria Lacerda de Moura acreditava na
emancipação individual, que levaria a mudanças no mundo posteriormente. O
autoconhecimento e o domínio do corpo seriam, portanto, elementos importantes para a
emancipação feminina, bem como o afastamento da religião. Desta forma, a busca pela
instrução através da educação fazia-se necessária para que homens e mulheres
conseguissem emancipar o gênero humano em relação ao capital.
Na revista Renascença, que se propunha ser uma revista feminina, esse tema
aparece através de artigos específicos sobre as mulheres, elaborados por diversos
autores, (“A principal emancipação feminina”, “Trabalho feminino”, “Attitude
feminina”, “A mulher e os seus direitos no futuro”, “Educação da mulher”, “Appelo à
mulher”, Iniciação à maternidade”, “O feminismo caminha”...), mas também implícito
em cada tema tratado pela revista, visto que perpassam questões que a editora da revista
tratava em suas obras e que pretendiam auxiliar na instrução e emancipação humana.
No artigo A principal emancipação feminina da curitibana Mariana Coelho, a
autora questiona o papel de dona de casa delegado às mulheres, afirmando que a falta de
instrução feminina é interessante aos homens porque é desta forma que eles conseguem
se firmar enquanto superiores e dominadores. Sua conclusão é a de que a verdadeira
emancipação feminina se dará através do trabalho, pois a mulher que tem uma profissão
não deverá se preocupar no seu futuro com um bom ou mau marido, pois seu trabalho
lhe garantirá a independência e a felicidade (Revista Renascença, 1923a).
Os artigos que são mais explicitamente direcionados às questões femininas
abordam, em sua maioria, de que forma essa emancipação se daria. A questão da
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educação, da divisão sexual do trabalho e do direito ao próprio corpo são os temas mais
recorrentes.
No que se refere ao direito da mulher de decidir sobre o seu próprio corpo, na obra
de Maria Lacerda de Moura, este está diretamente relacionado à questão da sexualidade
e, por consequência, da maternidade consciente. Sobre a maternidade, Maria Lacerda de
Moura constrói vários textos relacionados à maternidade consciente, e é sobre ele que
vamos tratar agora.
Os temas referentes à sexualidade são para Maria Lacerda de Moura o seu debate
central. Como afirma diversas vezes em Amai e... não vos multipliqueis e em outros
textos, ela considerava que “o problema humano é, pois, um problema sexual”
(QUELUZ, 2013). Sendo assim, Maria Lacerda dava grande ênfase às questões da
maternidade consciente e voluntária, ao amor livre e ao direito da mulher de decidir
sobre o seu próprio corpo sem a intervenção da Igreja ou do Estado.
O discurso médico vigente na época em que Maria Lacerda de Moura escrevia,
era o discurso do determinismo biológico que buscava justificar através da biologia a
função materna da mulher como vocação natural, sendo, portanto, a maternidade uma
questão central no debate sobre a mulher, seu direito ao seu próprio corpo e seus
“papéis” na sociedade.
A pensadora, aqui analisada, segue a tradição anarquista que “nega ao estado o
poder de definir os padrões de normalidade ou intervir de maneira não consentida sobre
os corpos dos indivíduos” (QUELUZ, 2013). Apropriou-se, então, das teorias
eugênicas, ressignificando-as a fim de tematizar a respeito da maternidade consciente e
voluntária, sendo a maternidade livre “uma pré-condição para o mundo ácrata”
(QUELUZ, 2013). Acreditava-se que as novas gerações operárias seriam mais
preparadas fisicamente e intelectualmente para a revolução, através da procriação
consciente.
Desta forma, sendo este um tema de grande relevância ao debate anarquista
individualista visando a superação do estado capitalista, também na revista Renascença
ele aparecerá.
O artigo Iniciação à maternidade, cuja autoria é de “Kytta”, reafirma essa
vocação, no entanto, coloca o descontentamento das mulheres desse período histórico
ao engravidarem, por não serem instruídas sobre isso. Este artigo também denuncia as
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práticas de aborto da época, culpabilizando a falta de educação intelectual das mulheres
e criticando a imagem de reprodutoras e não de mães.
Para que se chegasse à maternidade consciente, seria necessária a instrução da
mulher. E é para instruí-la e emancipá-la que o tema da educação é bastante importante
para Maria Lacerda de Moura, aparecendo várias vezes em suas obras e tendo seu
espaço na revista Renascença, que já no primeiro número apresentava sua defesa de
uma educação que buscasse a saúde física e mental de suas leitoras:
Convidamos para a nossa arena todos os idealistas, os sonhadores da “Arte
Feliz”, os apostolos do bem estar social, os propagadores do saneamento
physico e moral, da eugenía, os divulgadores da educação racional, moderna,
os annunciadores do optimismo sadio da energia e da sinceridade das
convicções: artistas, pensadores, hygienistas, educadores, homens e
mulheres, proletarios e intellectuaes, todos os que tem uma alma anciosa, um
anhelo de perfeição, uma sede intensa de saber, immenso amor no fundo de si
mesmos... (Revista Renascença, 1923b)
No segundo número da revista, Maria Lacerda de Moura escreveu um artigo
intitulado Que é educação? em que a autora apresentava rapidamente como a concepção
de educação varia nos diversos povos e de acordo com os ideais políticos, filosóficos
etc. Todavia, há alguns objetivos da educação elencados pela pensadora anarquista que
deveriam estar presentes na educação independente da categoria do indivíduo:
elle precisa aprender a amar a Natureza, a respeitar as ideias e os indivíduos,
a dizer só a verdade, a reprimir suas paixões, suas más tendências, a cultivar
em si sentimentos nobres, conhecer preceitos moraes que devem ser
observados numa sociedade futura, melhor que a atual.
A educação physica, os preceitos hygienicos para a conservação da saúde; o
desenvolvimento e os ideaes, abrangendo em um golpe de vista a belleza e a
majestade da Verdade, esse, deve ser o ideal da educação nova. (Revista
Renascença, 1923c)
Em relação à educação da mulher mais especificamente, há um artigo, a Educação
da Mulher de M. Carlos) que se iniciava com críticas à educação da época:
Moralmente se prepara e desenvolve o ente incapaz de reacção contra o
arbítrio dos chefes ou das elites chefiadoras. Desenvolve-se-lhe a vacuidade
espiritual e a sede de ostentação, mas não se lhe dá nem se lhe exige preparo
e technica para enfrentar as exigências da vida e da maldade própria alheia.
Tem-se ahi o individuo escravizado ao eixo da existência actual – o dinheiro.
(Revista Renascença, 1923d)
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O/a autor/a defende que a educação da mulher seja voltada para o
desenvolvimento de suas vocações através do trabalho: “a mulher e o homem precisam
ter a occupação, o lugar de trabalho, que lhes indicar a própria aptidão aperfeiçoada,
dilatada pela technica.” E finaliza seu artigo afirmando que o tema da educação da
mulher “é bellissimo thema para a “Renascença”, e como tal se apresenta á meditação
de suas gentis leitoras”. (Revista Renascença, 1923d) Outro artigo de A. Carneiro Leão,
intitulado Preparar nos Paes a educação dos filhos, colocava a responsabilidade sobre
os pais na educação de seus filhos, “os filhos pagarão as faltas dos pais até a terceira
geração”. Na busca de filhos sadios, o autor defendia o pedido dos atestados de saúde na
hora do casamento, prática recorrente em alguns lugares (o autor cita Chicago, em que o
Bispo Anderson só celebrava o casamento se os noivos apresentassem o certificado de
saúde). Para além desta medida, que reflete a ascensão do pensamento eugênico no
período, o/a autor/a cita as escolas estadunidenses voltadas para preparar as mães pra
educar seus filhos. Leão ainda defende a que a educação higiênica deveria ser dada
desde a infância a fim de que as mulheres e homens ao procurarem relacionamentos,
não se relacionassem com pessoas que apresentassem doenças, pois desta forma viriam
a ter filhos “rachiticos e monstruosos”. Sendo assim, se as pessoas recebessem uma
educação higiênica desde a infância, Leão acreditava que “o espectaculo humano
ganhará infinitamente em harmonia e belleza. Os degenerados diminuirão
consideravelmente, os crimes escassearão, a bondade, o amor, a felicidade humana
crescerão sobre a terra.” (Revista Renascença, 1923e). Fazia-se forte a relação do
pensamento eugênico com as teorias higienistas da época, tendo Maria Lacerda de
Moura se apropriado dos “discursos médico-científicos da higiene e da eugenia em
torno da sexualidade, da maternidade e do trabalho das mulheres em prol da construção
de seu ideário político de emancipação e de aperfeiçoamento moral dos indivíduos,
(baseado principalmente em propostas como o Amor Plural e a Maternidade
Consciente) o que melhor representa sua originalidade crítica em relação aos principais
debates sociais do feminismo e do anarquismo surgidos no contexto sócio-cultural da
industrialização brasileira do início do século XX” (SOUZA, 2009).
Colocar a responsabilidade da educação dos filhos, sobre a mulher, pensando na
criação de futuros cidadãos mais evoluídos, é um discurso recorrente no início do século
XX. O discurso médico da época buscava moralizar o papel materno colocando a
mulher como a “guardiã vigilante do lar” (RAGO, 1985):
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A “nova mãe” passa a desempenhar um papel fundamental no nascimento da
família nuclear moderna. Vigilante, atenta, soberana no seu espaço de
atuação, ela se torna a responsável pela saúde das crianças e do marido, pela
felicidade da família e pela higiene do lar, num momento em que cresce a
obsessão contra os micróbios, a poeira, o lixo e tudo o que facilita a
propagação das doenças contagiosas. A casa é considerada como o lugar
privilegiado onde se forma o caráter das crianças, onde se adquirem os traços
que definirão a conduta da nova força de trabalho do país. Daí, a enorme
responsabilidade moral atribuída à mulher para o engrandecimento da nação.
(RAGO, 1985)
Na defesa de uma educação laica, baseada na Escola Moderna do pensador
anarquista Francisco Ferrer, outro tema recorrente nas obras de Maria Lacerda de
Moura e que aparece também na revista é a crítica ao clericalismo e aos dogmas
religiosos, bem como a defesa e propagação da maçonaria. Tendo participado da
maçonaria e de outras correntes místicas como o pensamento Rosa Cruz e defendendo
uma libertação individual interior de todas as pessoas, a espiritualidade aparece em toda
a sua obra, ainda que implicitamente.
Maria Lacerda de Moura tem em sua bibliografia parte de suas obras dedicadas a
isto: Ferrer, o clero romano e a educação laica é um livro dedicado a Francisco Ferrer;
além deste, a pensadora ainda publica Clero e Estado e A mulher e a maçonaria. Neste
último, faz a defesa da abertura da maçonaria às mulheres, "Na humanidade a mulher
tem ou mesmos deveres que o homem. Dever ter os mesmos direitos dentro da família e
da sociedade"(MOURA, 1922). A escolha pela maçonaria está ligada à sua visão
individualista:
se a Maçonaria quer "libertar o pensamento humano, resistir ao dominio de
seitas que se lisonjeiam em servi-lo, desfazer entre os homens os
preconceitos de casta, as distincções convencionaes ou exclusivas de origens,
de opiniões, de nacionalidades, substituir os sonhos, as hypotheses e as idéas
subjectivas pelos factos reaes, pela experiencia e pelas concepções racionaes
delles emanados, anniquilar o fanatismo e a superstição, extirpar os odios
internacionaes e com elles o flagello da guerra", como pensar nesse nobre
programa se a mulher é preza do sectarismo, da superstição, do preconceito,
se pensa pelo raciocinio de outrem, se é a escrava do tradicionalismo
empirico, se é instrumento do passado e se é nas suas mãos que se tecem os
destinos dos póvos?! (MOURA, 1922)
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A abertura à mulher na maçonaria representaria, portanto, a emancipação do
gênero humano.
A rosa era a flôr symbolica da Cavallaria, emblema do segredo, da distinção,
da pureza: a rosa, hoje, deve assignalar a entrada da mulher nos humbraes
destes templos, deve elevar-se ao alto significado da belleza que resultará da
cooperação consciente dos individuos de ambos os sexos numa obra que, por
ora, é apenas sonho quase inattingivel. (MOURA, 1922)
Maria Lacerda de Moura finaliza seu livro fazendo um pedido aos cientistas: “não
façaes do conhecimento senão a pharmacopéa da saúde e a alavanca da Paz “.(MOURA,
1922)
Na revista são encontrados três artigos, de diferentes autores, sobre estes temas: A
moral sem dogmas, encontrado na primeira revista, e As vítimas do clericalismo e “A
maçonaria no centenário”, encontrados no terceiro número da revista.
O primeiro artigo faz críticas aos dogmas e preceitos religiosos, que na opinião do
autor Augusto Lopes, deveriam ser sobrepostos pelo "culto da dignidade própria" -
"uma sã moral que se mantenha serena, impassível, sem temer justiça humana e a
sobrenatural, ou divina". O autor questiona se não há outra moral baseada na razão e sua
resposta é a Razão Pura kantiana, e acredita que é para esta moral “ponderada, despida
de qualquer preconceito religioso, que a humanidade está evoluindo". Augusto Lopes
finaliza seu artigo defendendo as normas da justiça e da verdade: “cumpre-nos pautar a
nossa conducta pelas normas da justiça e da verdade, sem que a isto nos obrigue o
temos hypocrita do carcere ou de um Deus inexorável, que, por traz da cortina azul do
firmamento, esteja espreitando os nossos actos mais secretos". (Revista Renascença,
1923f)
O artigo As vítimas do clericalismo acusa o número de morte nos eventos feitos
pelos católicos e pelos protestantes (tais como a inquisição espanhola, a prisão de
Judeus, etc.), e também recorda nomes importantes de pessoas que morreram vítimas da
religião, como, por exemplo, Francisco Ferrer. José Martins, o autor deste artigo, critica
principalmente o "furor sanguinario e sectarismo religioso" destes grupos religiosos.
(Revista Renascença, 1923g).
O artigo seguinte se refere a um álbum editado pela Revista A Maçonaria (do
estado de São Paulo), cujo nome é A maçonaria no centenário que traz uma
investigação história acerca da maçonaria. É também feita uma crítica à transformação
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dos templos maçônicos em sociedades beneficentes, considerando-os uma obra
reacionária. (Revista Renascença, 1923h).
No que se refere ao movimento operário, este tem em todos os números da revista
uma seção (Pelo mundo proletário) dedicada a ele, trazendo informações sobre greves e
organizações operárias. A editoria da revista ao colocar esta seção no final de cada
número, embora aparente estar desconectada do restante, demonstra certo compromisso
com a organização operária e a intenção em enfatizar a relação da luta do movimento
operário com os demais temas. O sindicato, para os operários de tendência anarquista,
era o instrumento que devia servir para “conquistas imediatas e para a transformação da
sociedade, que no futuro, seria gerida pelos trabalhadores através dos sindicatos”
(TOLEDO, 2007), “sendo mais um lugar – para alguns, um lugar privilegiado – para
difundir a ideia anarquista” (TOLEDO, 2007). Desta forma, a organização dos
trabalhadores nesta época através de sindicatos e organizações operárias é bastante
presente.
A greve dos trabalhadores gráficos de São Paulo ganha certo destaque na revista,
aparecendo mais de uma vez e trazendo os ganhos políticos obtidos pelo movimento e
se propondo a, nos números seguintes, colocar a necessidade de uma “confederação
sindicalista extensiva a todas as capitais do Brasil para a defesa e integridade dos
interesses das classes exploradas”. É colocada a importância desta categoria por ser uma
classe que está próxima dos intelectuais e da imprensa, por serem estes trabalhadores os
responsáveis por concretizar e ajudar a difundir as ideias/sentimentos dos jornalistas e
escritores/artistas, sendo para estes, portanto, uma classe indispensável. O escritor deste
artigo cita Anaxágoras para ressaltar a importância deste setor na sociedade: “o homem
pensa porque tem mãos”. (Revista Renascença, 1923i)
Em um pequeno texto, há uma crítica quanto à ressignificação do 1° de maio por
parte da burguesia já naquela época. O autor critica o caráter festivo que a classe
dominante coloca neste dia, como um dia de festa operária, quando este deveria ser um
dia de protesto contra a exploração do homem pelo homem (Revista Renascença,
1923j).
Em outro momento, um artigo critica a repressão que dois “idealistas” receberam
por anunciarem suas conferências (sendo: Domingos Passos com a conferência sobre
Instrução e Educação e Henrique Ferreira com A Mulher e a Emancipação Social),
colocando essa repressão como um grande erro em um país como o Brasil, que contava
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com elevado número de analfabetos e começava a caminhar para uma “elevação
intelectual do homem e da mulher”, questionando o fato destes dois temas serem
considerados crimes (Revista Renascença, 1923k).
Um comunicado sobre a fusão de alguns sindicatos que culminaram na União
Geral dos Trabalhadores de Hoteis, Restaurantes, Casas de Pasto, Bares, Botequins,
Leiterias etc, se finalizava colocando a importância da existência dessas organizações
operárias para que a classe atingisse sua liberdade, fazendo um pedido final aos
trabalhadores brasileiros que apoiassem essa obra (Revista Renascença, 1923l). Num
outro número da revista, há um comunicado dessa União que decidiu lançar um jornal
chamado A Verdade, apresentando a comissão do jornal e outras informações relativas
ao lançamento deste (Revista Renascença, 1923m), demonstrando a importância dada à
imprensa operária enquanto veículo de militância.
Há também dois textos sobre A Liga Operária da Construção Civil um deles
trazendo a reflexão sobre a reação burguesa contra o proletariado criticando a polícia e a
imprensa frente à organização do proletariado. Estes textos colocam a importância da
organização dos operários para a reivindicação de seus direitos (Revista Renascença,
1923n).
Outros dois artigos questionam a transformação das associações de classe do
órgão carioca O Paiz em centro de cooperativa. O autor critica essa posição afirmando
que ao se agregar cooperativamente, o operário perde sua independência e adquire
sentimentos de fascismo e “fraternidade retroativa”. Para o autor, “o cooperativismo
tem um fim exclusivamente econômico que estabiliza, ephemeramente, as contingências
de crises – crises econômicas, criadas especialmente pela ambição eterna das
accumulações gananciosas de dinheiros” (Revista Renascença, 1923o). Faz-se
necessário que O Paiz mude “o seu feitio nacionalista, burguês e extremamente
religioso, para arregimentar as massas, embora em cores não vermelhas, mas de
accôrdo com os princípios das associações operárias de resistência”, se se propõe a
educar e sistematizar entre os operários o sindicalismo-cooperativismo (Revista
Renascença, 1923o). A crítica ao sindicalismo-cooperativista se faz presente em
diversos jornais de viés anarquista no período.
Outras informações menores sobre organizações dos trabalhadores também
aparecem em todos os números da revista. O objetivo destas seções é colocar a
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importância da organização da classe trabalhadora para que alcancem seus direitos e sua
emancipação – objetivo geral da revista Renascença.
A revista também trabalha com temas de arte e cultura. Renascença difere-se dos
demais jornais e periódicos burgueses de sua época, em relação aos temas abordados, e
também realizando hibridizações também no que se refere à sua estética,
caracteristicamente, influenciada pela art nouveau. Suas capas trazem sempre o mesmo
desenho de alguém tocando uma harpa, o que já representa o comprometimento da
revista com as questões da arte e da cultura.
No primeiro número de Renascença, há um Appelo ‘a mulher. Este apelo se inicia
falando das transformações pelas quais nossa sociedade passava, considerando também
as mudanças nas artes, nas ciências e nas filosofias. Frente a isto, a mulher não poderia
se manter quieta, e deveria buscar garantir sua liberdade neste século. Em seguida, a
redação de Renascença nos apresenta seu objetivo: “RENASCENÇA terá por objectivo
a educação econômico-social e a elevação integral da Mulher - para saber ser Mãe e
conduzir a Humanidade para o Grande Fim... pelas portas do Sonho da Poesia, pela Arte
e pelo Pensamento redemptor.” (Revista Renascença, 1923p).
Desta forma, percebemos nesse parágrafo a importância dada à arte, à poesia,
além da instrução, no processo emancipador. Além deste parágrafo, notamos este
destaque às artes no conteúdo da revista, que apresenta uma seção para Artes e Artistas,
a partir do segundo número, diversos artigos sobre este tema, além de um espaço para
poemas.
Quanto à seção Artes e Artistas, há vários textos apresentando artistas, divulgando
espetáculos e exposições. As justificativas para tais divulgações se dão nos textos, que
buscam trazer análises das obras do artista ali comentado.
Em um artigo elogiando uma poetisa de 16 anos (Ilka de Freitas Maia), Maria
Lacerda de Moura apresenta as dificuldades de ser mulher e intelectual naquele tempo.
Cita o dia em que apresentou sua primeira conferência e, no meio dos aplausos, alguém
afirmava que o trabalho havia sido feito por seu pai. (Revista Renascença, 1923q)
Um artigo homenageia o poeta Cruz e Souza e a representatividade da sua poesia
e da sua cor, “É que Cruz e Souza trazia em si toda a dôr e toda a ânsia de liberdade da
sua raça” (Revista Renascença, 1923r), trazendo também um recorte antirracista da
editora da revista.
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Estas seções servem como meio de divulgação do mundo das artes e aquilo que a
direção da revista considera de alta qualidade. Há nelas poucas referências aos temas
anteriormente apontados, sendo citadas algumas vezes as transformações da sociedade
e, como no texto dedicado a Ilka de Freitas Maia, a importância da emancipação
feminina. No entanto, não há um debate mais aprofundado sobre a relação da arte com o
movimento operário e/ou feminista e nem questionamentos sobre a estética e formas
dominantes.
Para além destes artigos diretamente direcionados ao debate de arte e cultura, faz-
se necessário analisarmos também a escolha temática da revista, sua organização que
retoma temas e padrões das revistas burguesas da época, transformando-os na relação
com os temas abordados, a crença no papel revolucionário da arte para o movimento
anarquista.
No que se refere a esta última questão, há um princípio geral anarquista que
considera que “todos os homens são artistas em potencial e, nesse sentido, fazem
coletivamente a arte real, compreendida como produto de um grupo social unido e
identificado em torno de seus ideais” (PRADO, 2011). Tendo a arte um compromisso
com a mudança da sociedade, tem-se que pensá-la sob a perspectiva proudhoniana da
arte em situação, o que significa que a arte deve ter sentido naquele momento em que
está sendo feita.
Em relação às escolhas temáticas, é notável nas revistas do período, em geral, a
hibridização de temas. O mesmo ocorre com a revista Renascença, que mantém uma
forma das revistas burguesas embora trate constantemente de questões do movimento
anarquista e operário2.
CONCLUSÕES
Considerando o papel central dado à imprensa pelo movimento operário no início
do século, percebemos na composição da revista Renascença uma diversidade de temas
com demasiada importância para a emancipação individual que levaria a uma mudança
na sociedade.
2
Chama a atenção um artigo intitulado “Modas” que apresenta as características de uma capa e um
vestido parisiense. Em contrapartida, outro (O concurso de belleza) critica a vulgaridade de um concurso
de beleza e a transformação das mulheres participantes em um mercado de escravas. (Revista
Renascença, 1923r)
Anais Eletrônicos do 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia – 14º SNHCT
Belo Horizonte, Campus Pampulha da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG
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Desta forma, faz-se necessário apontar também os demais temas que trazem uma
hibridização à revista, com temas que apresentam certa contradição por parte da sua
organização, que mesclando elementos políticos e contestadores da ordem vigente,
juntamente com a cultura operária, ao mesmo tempo em que traz temas ambíguos (como
os já citados artigos sobre moda e concurso de beleza), de forma a reproduzir a lógica e
a cultura dominante. A revista dialoga com a estrutura das revistas burguesas da época
no que se refere à estética e organização.
A questão da arte e da cultura é cara ao movimento anarquista na medida em que
a cultura proletária contesta a ordem vigente, contudo, muitas vezes, como na revista
analisada, valendo-se paralelamente de elementos da cultura dominante3. Percebemos
na revista a ênfase dada a esta temática e atentamos também para a presença de poemas
em todos os números da revista que não correspondem necessariamente a uma arte
libertária e de questionamento à ordem vigente, seja nas suas temáticas ou em seus
padrões estéticos. Hardman (HARDMAN, 2002) traz essa reflexão referente à
conformação da literatura de cunho libertário em relação aos cânones literários da
época, afirmando que aquela literatura “será conservadora, em geral, no que diz respeito
à linguagem; a forma do soneto será a preferida na poesia (...)”(HARDMAN, 2002).
Mais uma vez, encontramos na revista uma abertura à cultura burguesa ao mesmo
tempo em que se vale de temas caros ao movimento operário e anarquista, mostrando-se
ambígua, mas buscando o diálogo com o senso comum da época.
Esta hibridização, que leva à adoção de elementos burgueses na revista aqui
trabalhada, pode ser explicada, talvez por um suposto intuito da revista de atingir
também a classe média, visto que Maria Lacerda de Moura apresentava uma visão
individualista do anarquismo, não considerando, portanto, o operário como a classe que
fará a revolução, pretendendo atingir todos os setores para o seu projeto de emancipação
feminina.
REFERÊNCIAS
HARDMAN, Francisco Foot. Nem Pátria, Nem Patrão. São Paulo: Editora UNESP,
2002.
LEITE, Míriam Lifchitz Moreira. "Outra Face do Feminismo: Maria Lacerda de
Moura". São Paulo (São Paulo): Editora Ática, 1984.
3Para mais informações sobre a ambiguidade presente na arte e na estética anarquista, ver HARDMAN
(2002).
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MOURA, Maria Lacerda de. A mulher e a maçonaria. SP: Ed. Typ. do Globo, 1922.
MOURA, Maria Lacerda de. Feminismo? Caridade?. O Ceará, Fortaleza, 1928.
Disponível em: <
http://www.nodo50.org/insurgentes/textos/mulher/09marialacerda.htm > Acesso
em: 15 de julho de 2013.
PRADO, Antonio Arnoni, HARDMAN, Francisco Foot (Orgs.). Contos anarquistas:
antologia da prosa libertária no Brasil (1901-1935). São Paulo : Wmf Martins
Fontes, 2011.
QUELUZ, Gilson Leandro. Representações De Eugenia no Pensamento Anarquista
Brasileiro, 2013. (No prelo)
RAGO, Luzia Margareth. Do Cabaré ao Lar: A Utopia da Cidade Disciplinar, Brasil
1890-1930. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
SOUZA, Tatiana de. Tecnologias Políticas do Gênero no Brasil: A contribuição de
Maria Lacerda de Moura. Curitiba: UTFPR, dissertação de mestrado, 2009.
Disponível em: <
http://www.portaldegenero.com.br/sites/default/files/downloads/tatiana_souza.p
df > Acesso em: 15 de julho de 2013.
TOLEDO, Edilene. A trajetória do anarquismo na Primeira República. In: Jorge
Ferreira; Daniel Aarão Reis. (Org.). A formação das tradições (1890-1945). 1 ed. Rio
de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2007, v. 1, p. 53-87. (Coleção Esquerdas
no Brasil).
Fontes:
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n. 2, março, 1923c.
_______________________. – Educação da Mulher. Editorial. In Renascença. São
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_______________________. – Preparar nos Paes a educação dos filhos. Editorial. In
Renascença. São Paulo, n. 1, fevereiro, 1923e.
_______________________. – A moral sem dogmas. Editorial. In Renascença. São
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_______________________. – As vítimas do clericalismo. Editorial. In Renascença.
São Paulo, n. 3, abril, 1923g.
_______________________. – A maçonaria no centenário. Editorial. In Renascença.
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_______________________. – A Greve dos Graphicos. Editorial. In Renascença. São
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_______________________. – 1° de Maio. Editorial. In Renascença. São Paulo, n. 4,
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_______________________. – Grupo Amigos da Liberdade. Editorial. In Renascença.
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_______________________. – A Liga O. da Construcção Civil, e a reacção burguesa
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_______________________. – As mânhas do cooperativismo. Editorial. In
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_______________________. – A poetisa brasileira Ilka de Freitas Maia. Editorial. In
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_______________________. – Cruz e Souza O Poeta Negro. Editorial. In Renascença.
São Paulo, n. 5, julho, 1923r.