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1 REQUISITOS DO TRABALHO DO MENOR DE 18 ANOS À LUZ DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A A (IN) COMPATIBILIDADE COM A RESOLUÇÃO N. 69/2011 DO CNPM Francisco Selingardi 1 RESUMO O presente paper tem como objetivo apresentar os requisitos do trabalho do menor de 18(dezoito) anos à Luz do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Constituição da Republica Federativa do Brasil e a sua coexistência com a resolução n. 69/2011 do Conselho Nacional do Ministério Público. Ab initio, serão tratadas as questões de caráter histórico, concernentes ao tema, pois “quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros”. 2 A posteriori, analisaremos o Estatuto da Criança e do Adolescente, ab actis no capítulo que dispõe sobre o trabalho do menor de 18 anos, a pari com a atual Magna Carta da Republica e a já citada novel resolução n. 69/2011, do Conselho Nacional do Ministério Público. Palavras-chave: Trabalho. Idade. Criança. Adolescente. Legislação. Ministério. Público. Resolução. RESUMEN El presente paper tiene la finalidad de presentar los requisitos del trabajo del menor de 18(dieciocho) años a la Luz del Estatuto del Niño y del Púber y de la Constitución de la República Brasileña, así como la suya coexistencia con la resolución n. 69/2011 del Consejo Nacional del Ministerio 1 Discente do 9º Semestre do Curso de Ciências Jurídicas e Sociais da Escola Superior de Administração, Marketing e Propaganda – ESAMC – Campinas / SP – E-mail: [email protected] 2 Paul Preston - http://contenidos.universia.es/html_trad/traducirNoticia/params/noticia/cji/ seccion/8/titulo/'QUIEN-NO-CONOCE-HISTORIA-ESTA-CONDENADO-REPETIR-SUS-ERRORES'-PAUL- PRESTON.html – 29/06/2011- 07h34

Requisitos do Trabalho do Menor de 18 Anos à Luz do ECA e da CF e da Resolução 069/2011 do CNMP

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O presente paper tem como objetivo apresentar os requisitos do trabalho do menor de 18(dezoito) anos à Luz do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Constituição da Republica Federativa do Brasil e a sua coexistência com a resolução n. 69/2011 do Conselho Nacional do Ministério Público. Ab initio, serão tratadas as questões de caráter histórico, concernentes ao tema, pois “quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros”. A posteriori, analisaremos o Estatuto da Criança e do Adolescente, ab actis no capítulo que dispõe sobre o trabalho do menor de 18 anos, a pari com a atual Magna Carta da Republica e a já citada novel resolução n. 69/2011, do Conselho Nacional do Ministério Público.Palavras-chave: Trabalho. Idade. Criança. Adolescente. Legislação. Ministério. Público. Resolução.

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REQUISITOS DO TRABALHO DO MENOR DE 18 ANOS À LUZ DO

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL E A

A (IN) COMPATIBILIDADE COM A RESOLUÇÃO N. 69/2011 DO CNPM

Francisco Selingardi1

RESUMO

O presente paper tem como objetivo apresentar os requisitos do trabalho do menor de 18(dezoito) anos à Luz do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Constituição da Republica Federativa do Brasil e a sua coexistência com a resolução n. 69/2011 do Conselho Nacional do Ministério Público. Ab initio, serão tratadas as questões de caráter histórico, concernentes ao tema, pois “quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros”.2 A posteriori, analisaremos o Estatuto da Criança e do Adolescente, ab actis no capítulo que dispõe sobre o trabalho do menor de 18 anos, a pari com a atual Magna Carta da Republica e a já citada novel resolução n. 69/2011, do Conselho Nacional do Ministério Público.Palavras-chave: Trabalho. Idade. Criança. Adolescente. Legislação. Ministério. Público. Resolução.

RESUMEN

El presente paper tiene la finalidad de presentar los requisitos del trabajo del menor de 18(dieciocho) años a la Luz del Estatuto del Niño y del Púber y de la Constitución de la República Brasileña, así como la suya coexistencia con la resolución n. 69/2011 del Consejo Nacional del Ministerio Público. Ab initio, serán tratadas las cuestiones de carácter histórico, pertinentes al tema, pues “ 2quién no conoce la historia está condenado a repetir sus errores”. A posteriori, analizaremos el Estatuto del Niño y del y del Púber, ab actis en el capítulo que dispone a cerca del trabajo del menor de 18 años, a pari con la actual Magna Carta de la Republica y la ya citada novel resolución n. 69/2011, del Consejo Nacional del Ministerio Público.Palabras clave: Trabajo. Edad. Niño. Púber. Legislación. Ministerio. Público. Resolución.

1 Discente do 9º Semestre do Curso de Ciências Jurídicas e Sociais da Escola Superior de Administração, Marketing e Propaganda – ESAMC – Campinas / SP – E-mail: [email protected] 2 Paul Preston - http://contenidos.universia.es/html_trad/traducirNoticia/params/noticia/cji/seccion/8/titulo/'QUIEN-NO-CONOCE-HISTORIA-ESTA-CONDENADO-REPETIR-SUS-ERRORES'-PAUL-PRESTON.html – 29/06/2011- 07h34

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INTRODUÇÃO

A matéria a ser analisada no presente artigo é de grande relevância, tendo em vista a

realidade do trabalho do menor de 18 anos, que hodiernamente se constata no nosso país.

O ordenamento jurídico brasileiro é rico no aspecto quantitativo naquilo que concerne

às regras que criam empecilhos, adstringem e punem o trabalho do menor de 18 anos, por

outro lado, observa-se uma clara exploração da mão de obra desses indivíduos.

É de conhecimento público, que a exploração da mão de obra do menor de 18 anos

desde sempre foi, e continua sendo, praticada indevidamente em todos os lugares do globo,

em especial com a evolução do capitalismo pós primeira revolução industrial.

Para os efeitos do presente artigo utilizo-se na pesquisa bibliográfica, bem como na

eletrônica, o procedimento sistemático dedutivo e sistemático indutivo.

É de salientar-se, em primeiro plano, que o cerne do presente artigo trata sobre a idade

mínima do trabalho do menor de 18 anos, sendo que este traça uma linha histórica do evento,

nos âmbitos nacional e internacional, e, logo em seguida analisa os dispositivos concernentes

ao tema na CF, no ECA e a sua relação com a resolução n. 69/2011, do Conselho Nacional do

Ministério Público.

Como exemplo didático foi transcrito no presente artigo um Modelo de Contrato de

Aprendiz celebrado pelo SENAI, cujo objetivo é trazer ao leitor a concretude do tema.

Finalmente, registramos algumas considerações sobre o assunto.

.

PRECEDENTES HISTÓRICOS

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No dia 12 de junho comemora-se o “Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil”, contudo

a exploração do trabalho de indivíduos menores de 18 anos tem sido uma constante no

decorrer da história da civilização.

Desde os primórdios, as sociedades consentiam o labor do menor de 18 anos, tanto que

o exercício material para conseguir alguma coisa era considerado uma atividade que promovia

o progresso, e primordial sustento, tanto para a sobrevivência de suas famílias, quanto para o

próprio individuo.

Na remota história do trabalho do menor de 18 anos, reportamo-nos ao Código de

Hamurabi, no qual as normas de proteção do trabalho do menor teriam surgido há

aproximadamente 2000 anos antes de Cristo3, ocorrência que evidencia que desde os

primórdios da organização social, o menor de 18 anos tem sido explorado em razão do

trabalho.

Código de Hamurabi(Artigos)

29. Se seu filho for muito jovem e não puder tomar posse, 1/3 do campo e

jardim deverá ser dado à sua mãe, que deverá educar o menino.

188. Se um artesão estiver criando uma criança e ensinar a ela sua

habilitação, a criança não poderá ser devolvida.

189. Se ele não tiver ensinado à criança sua arte, o filho adotado poderá

retornar à casa de seu pai.

“No Egito, sob as dinastias XII a XX, sendo todos os cidadãos obrigados a trabalhar,

sem distinção de nascimento ou fortuna, os menores estavam submetidos ao regime geral e,

como as demais pessoas, trabalhavam desde que tivessem relativo desenvolvimento físico.” 4

Já em Roma, bem como na Grécia antigas, a escravidão não era ilícita, e os escravos

pertenciam aos seus senhores, sendo que trabalhavam para estes de forma não remunerada.

Ainda em Roma, após a organização das Corporações de trabalho para homens

livres ,os assim chamados infantes laboravam na qualidade de aprendizes, na maioria das

vezes com a família, para que no futuro viessem a trabalhar com seus pais.

Acerca do trabalho do menor de 18 anos no período feudal, consoante Erotilde Ribeiro

dos Santos Minharro5, o dono da terra repartia sua propriedade em duas metades: a

3 MARANHÃO, Délio; SÜSSEKIND, Arnaldo; TEIXEIRA, Lima; VIANNA, Segadas. Instituições de direito do trabalho. 19ª ed. atual.por Arnaldo Süssekind e João de Lima Teixeira Filho . São Paulo: LTr, 2002,4 Idem-p.974,V.25 MINHARRO, Erotilde Ribeiro dos Santos. A criança e o adolescente do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2003, p. 15.

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primeira era cultivada em seu próprio proveito, e a segunda destinava-se ao uso dos

camponeses, que pagavam ao senhor pesadas taxas. As crianças e os adolescentes

trabalhavam tanto quanto os adultos, subjugados, como os pais, ao proprietário da

terra.

A professora Alice Monteiro de Barros6, observa em sua obra que a criança

nas Cidades Medievais trabalhava nas corporações durante sete e, às vezes, até por

dez anos – tempo desproporcional ao necessário ao aprendizado.

No século XVIII, com a Revolução Industrial a exploração da mão de obra

infanto-juvenil aumentou de forma assustadora, sem a menor preocupação. O que

importava para os industriais era o aumento da margem de lucro pouco importando

quais os prejuízos causados pelo caminho. Essas crianças e adolescentes eram

submetidos a jornadas extensas, sendo que não havia diferenciação entre adultos e

crianças quanto à jornada de trabalho, mas a remuneração paga ao menor era inferior.

Com a evolução do capitalismo e conseqüentemente a ocorrência da Revolução

Industrial, as sociedades se viram obrigadas, para conseguir sua sobrevivência, a tratar

as crianças e os adolescentes como números que aumentariam a mão de obra e

conseqüentemente à renda familiar.

Na medida da evolução da organização social, as sociedades começaram,

gradativamente, a analisar se o trabalho era uma atividade benéfica ou não às crianças.

Assim, de forma gradual foram surgindo, em todo o mundo estudos que

comprovavam os malefícios trazidos pelo trabalho precoce e como corolários

movimentos contrários ao trabalho infantil. Por fim, hoje o que se tem presente é uma

grande proteção ao trabalho infantil, com legislações proibitivas e penas severas aos

países que não possuem um programa de prevenção e punição àqueles que ainda

insistem em explorar a mão de obra infanto-juvenil. Contudo, atualmente, vem

surgindo um movimento que a cada dia ganha mais força que se mostra contrário a

essa blindagem que os Estados fizeram proibindo o trabalho infantil.

EVOLUÇÃO LEGISLATIVA

6 BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2005, p. 515.

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A legislação tutelar do menor remonta ao século XVIII e encontra sua origem nos

países mais industrializados; inicia-se na Inglaterra, em 1802, com o chamado Ato da Moral e

da Saúde (Moral and Health Act.), cujos destinatários eram os trabalhadores da indústria da lã

e do algodão. Esta lei limitava a jornada de trabalho em doze horas e proibia o trabalho

noturno do menor nas oficinas dos povoados, estendendo- se às cidades, em 1819, com a lei

Cotton Mills Act., que limitou a idade mínima para o trabalho em nove anos. Em 1833, a

jornada foi reduzida a 8 horas diárias para os menores entre nove e treze anos e a 10 horas

para os que estivessem na faixa etária de treze a dezoito anos. Em 1867 proíbe-se o trabalho

subterrâneo dos menores nas indústrias de motor mecânico.7

A França, em 1813, estabelecia idade mínima de dez anos para o trabalho dos menores

nas minas.8

Em 1841, editou-se uma lei manifestamente insuficiente, pois autorizava a admissão

de menores nas manufaturas desde a idade de oito anos. Proteção mais eficaz surgiu com a lei

de 1874, que fixava a jornada em 12 horas para o menor de dezesseis anos e em seis horas

para os menores entre dez e doze anos, admitidos excepcionalmente em certas indústrias. Essa

lei limitava a doze anos a idade para o trabalho em fábricas. Ela proibia o trabalho noturno

aos menores de dezesseis e às menores de 21 anos. Outra restrição contida na lei de 1874

consistia em proibir o trabalho subterrâneo das mulheres de qualquer idade e dos meninos

menores de doze anos.9 Na Alemanha, entre 1835 e 1839, foram editadas disposições

limitando o trabalho dos menores, que estivessem na faixa etária compreendida entre nove e

dezesseis anos de idade, para 10 horas diárias. A essa disposição foi acrescido o requisito de

saber ler e escrever, importante novidade para a época, mas que foi descumprida, por inexistir

um sistema apropriado de fiscalização.

Na Itália, a legislação social se exauria na lei de 11.02.1886, que regulava a admissão

dos menores nas fábricas, subterrâneos e minas.

Essa lei proibia a admissão dos menores de nove ou de dez anos, quando se tratasse de

trabalho em subterrâneos e aos menores de nove aos quinze anos, quando a natureza do

trabalho fosse incompatível com seu estado físico.

Ela prescrevia também a obrigação de atestado médico de sanidade, limitava a 8 horas

a jornada dos menores de doze anos e proibia o emprego dos trabalhadores com idade inferior

a quinze anos, nos serviços perigosos e insalubres. Essa lei não dispunha sobre o trabalho

7 MARTÍNEZ VIVOT, Julio J. Los menores y las mujeres en el derecho del trabajo. Buenos Aires: Astrea, 1981, p. 16.

8 MARTÍNEZ VIVOT, Julio J. Op. cit., p. 17.9 PIC, Paul. Op. cit., p. 518.

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noturno. Era a legislação européia mais permissiva da época e, ainda assim, não era

respeitada.10

O APRENDIZ E AS NORMAS TRABALHISTAS CONSTANTES DA CF E DO CAPÍTULO IV DO TÍTULO III DA CLT

O Capítulo IV do Título III da CLT aplica-se ao empregado menor, conceituado como

tal no art. 3º da CLT, ainda que aprendiz. Algumas de suas normas (art. 402, 403, 407 a 410,

414 a 427, 439 e 441) são aplicáveis ao empregado rural menores.

As disposições constantes deste capítulo não se aplicam ao menor que presta serviços

em oficinas de sua família e esteja sob a direção do pai, mãe ou tutor, observado o disposto no

art. 404 e na Seção II da CLT.

Isso significa que, mesmo em oficina de família, o menor não poderá trabalhar à noite,

em condições insalubres e perigosas, em locais ou serviços prejudiciais à sua moralidade,

tampouco em serviços que demandem emprego de força muscular superior a 20 quilos para o

trabalho contínuo ou 25 quilos para o trabalho ocasional.

Proibido é, também, a prorrogação de jornada, salvo regime de compensação e força

maior, esclarecendo-se que, se o menor trabalhar em mais de um estabelecimento, o total das

horas de trabalho não poderá ultrapassar 8 horas diárias. As normas contidas nesse capítulo

são imperativas, insuscetíveis de renúncia pelas partes.

A maioridade civil11 não coincide com a maioridade trabalhista, que é atingida quando

o trabalhador completa dezoito anos de idade (art. 446 da CLT).

Considera-se menor, à luz do art. 402 da CLT, o trabalhador de quatorze até dezoito

anos. Fica esclarecido, entretanto, que é proibido qualquer trabalho ao menor de dezesseis,

salvo se aprendiz e, ainda assim, desde que já tenha completado quatorze anos (nova redação

dada ao art. 403 da CLT pela Lei nº 10.097, de 19.12.2000).

Logo, no Direito do Trabalho, são absolutamente incapazes os menores de dezesseis

anos, exceção feita ao aprendiz. Já os relativamente incapazes são os menores de dezoito e

maiores de dezesseis anos ou, se aprendizes, os menores de dezesseis e maiores de quatorze

anos (art. 1º da Emenda Constitucional nº 20). O menor de quatorze anos será sempre

absolutamente incapaz;

10 MERLI, Stefano. Proletariato di fabbrica e capitalismo industriale. Firenzi: La Nuova Italia, 1972, p. 337.11 O Código Civil considera os menores de dezesseis anos absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil e relativamente incapazes para certos atos os maiores de dezesseis anos e menores de 21 anos. Já o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) estabelece distinção entre criança e adolescente, considerando este o que estiver entre doze e dezoito anos e aquela a pessoa até doze anos incompletos (art. 2º).

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A Carta Magna de 1988 não fixou limite mínimo de idade para o aprendiz, como,

acertadamente, o fez a Emenda Constitucional nº 20. O limite de idade ali inserido foi

transposto para os arts. 402 e 403 da CLT, com a Lei nº 10.097 de 2000. Se, não obstante, o

menor, absolutamente incapaz, trabalhar, o contrato será nulo, sendo devidos apenas os

salários,14 sob pena de enriquecimento ilícito.15 Isto porque a força de trabalho do menor foi

utilizada em benefício de alguém, não sendo mais possível restituí-la, com retorno ao status

quo ante. A hipótese versa sobre trabalho proibido e não ilícito. Há, contudo, corrente

contrária, que admite o vínculo empregatício, ainda que o requisito da capacidade esteja

ausente, bastando, para isso, que estejam configurados os pressupostos do art. 3º da CLT. 16

Sobre a contratação e o desligamento a jurisprudência orienta-se no sentido de que, se

o menor possui carteira de trabalho, está apto a contratar, independentemente de assistência

dos pais ou representante legal.12 Isto, porque a expedição da CTPS está condicionada à

apresentação de declara ção expressa dos pais ou dos responsáveis legais, quando

impossibilitado de exibir documento que o qualifique, como se infere do art. 17, § 1º, do

mencionado diploma legal. O art. 16, parágrafo único, alínea d, da CLT, revogado em 1989,

era mais genérico do que o art. 17, § 1º, quanto à necessidade da autorização. Em

conseqüência do que foi exposto, a jurisprudência13 tem admitido também a validade do aviso

prévio concedido pelo empregado menor ao empregador, sem a assistência dos pais ou

representante legal, ao argumento de que, se ele está autorizado a contratar, deve-se presumir

autorizado a firmar o distrato. Filiamo-nos a esse entendimento, mesmo porque a lei não

proíbe que o menor peça demissão, o que ela exige é a participação dos pais ou representante

legal, no ato alusivo à quitação final. Quando o legislador pretendeu exigir a assistência na

12 MENOR. CONTRATO DE TRABALHO FIRMADO SEM ASSISTÊNCIA. IMPEDIMENTO. INEXIST ÊNCIA. Não há no ordenamento jurídico previsão legal que impeça menor de 18 anos de firmar contrato de trabalho sem assistência dos responsáveis. O impedimento somente irá aparecer por ocasião da quitação das verbas. Recurso desprovido por unanimidade. TRT - 24ª Reg. - Ac. TP 519/97 (RO 1741/96. Relª. Juíza Geralda Pedroso. Revista Decisório Trabalhista. n. 08 - agosto/97, p. 163. MENOR. CAPACIDADE CONTRATUAL. Presume-se autorizado, por seus responsáveis legais, para ajustar contrato de trabalho, o menor portador de carteira profissional, só lhe sendo vedado, sem a assistência de quem sobre ele detém o pátrio poder, dar quitação pelas verbas rescisórias (CLT, art. 439). TRT - 12ª Reg. - 1ª T. - Ac. n. 2575/92 - Rel.: Juiz Pedro Alves de Almeida - DJSC 18.8.92 - pág.38. Jornal Trabalhista CTA - 8.2.93 - Ano X - n. 440, p. 108.13 MENOR. AVISO PRÉVIO. CIÊNCIA. 1. A simples autorização indispensável a que o menor obtenha a carteira de trabalho já implica aquiescência do responsável legal quanto à formalização e distrato do contrato de trabalho. 2. Consubstancia formalidade essencial, a assistência do responsável apenas na quitação de verba indenizatória - art. 439 da Consolidação das Leis do Trabalho. 3. Válido é o conhecimento do empregado, sem manifestação do responsável, quanto ao aviso prévio.. Ac. (unânime) TST . 1ª T. (RR 7.347/85.1). Rel. Min. Marco Aurélio Mendes de Farias Mello, DJ 10.10.86. Obs.: À f. 04 deste acórdão, tópico 2.2., o i. Relator deixa claro que .Sem a autorização do respectivo responsável pelo menor, não se pode firmar contrato de trabalho, nem tampouco, a manifestação do mesmo, quando a ruptura do vínculo, torna-se perfeita sem o concurso da formalidade aludida. Ocorre, porém, que uma vez havendo a aquiescência do representante legal para a aquisição da Carteira de Trabalho, tem-se como implícita a autorização para contratar serviços e fazer cessar o aludido ajuste. A exceção aberta pelo legislador pátrio diz respeito, tão-somente, à quitação de verbas indenizatórias, quando indispensável se torna a assistência pelo responsável legal . Art. 439 da CLT.. ão do contrato de trabalho, é vedado ao menor de 18 anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida (art. 439 da CLT) (TRT- 3ª Reg. . RO-2590/99 . 5ª T . Rel. Taísa Maria Macena de Lima . DJMG 27.11.1999). Revista Síntese Trabalhista, nº 128 . fevereiro/2000, p. 56.

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demissão do trabalhador, ele foi claro, como se infere do art. 477, § 1º, da CLT. Os pais ou

representante legal do menor não o representam, simplesmente o assistem, salvo nas exceções

previstas em lei, isto é, quando entenderem que o prosseguimento da relação de emprego é

prejudicial à integridade física ou moral do menor.

Por força do art. 407 da CLT, constatado que o trabalho executado pelo menor está

sendo ou poderá ser prejudicial à sua saúde física ou moral, a autoridade competente poderá

obrigá-lo a abandonar o serviço, devendo o empregador, quando for o caso, propiciar as

facilidades a fim de que ele mude para uma função compatível com a sua formação física. A

intervenção aqui é no trabalho não vedado por lei. Quando o empregador não tomar as

medidas possíveis e recomendadas pela autoridade competente do Ministério do Trabalho,

para que o menor mude de função, configurar-se-á a rescisão indireta, na forma do art. 483 da

CLT. Os pais ou representantes legais dos menores também poderão postular a rescisão

indireta de seu contrato de trabalho, desde que o serviço possa lhes acarretar prejuízo de

ordem física ou moral.

A LEI Nº 10.097, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000

Sob o prisma do Direito Internacional Público, a Recomendação nº 87, da OIT, dispõe

sobre orientação profissional, a qual compreende a ajuda prestada a um indivíduo para

resolver problemas referentes à escolha de uma profissão ou ao processo profissional,

levando-se em conta as características do interessado e a relação com as possibilidades do

mercado de trabalho..

Já a formação profissional, a que se refere a Recomendação nº 117, de 1962, da OIT,

abre espaço para a preparação pré-profissional, a qual deve incluir uma instrução geral e

prática apropriada à idade dos jovens para continuar e completar a educação recebida

anteriormente; dar uma idéia do trabalho prático e desenvolver o gosto por ele e interesse pela

formação; revelar interesse, habilidades profissionais e favorecer a aptidão profissional

ulterior.

Distingue-se a formação profissional do ensino técnico profissional, a que alude o art.

62 do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), pois este se preocupa em

formar concomitantemente o cidadão e o profissional, ao passo que aquela tem por objetivo

principal adestrar alguém para ocupar um lugar no processo de produção. A distinção é feita

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pelo glossário da UNESCO.14 Da distinção se infere que o ensino técnico profissional deve

perdurar por toda a vida, no sentido de adaptar o trabalhador às alterações tecnológicas,

dentro ou fora de um mesmo emprego.15 A formação profissional é o gênero e a aprendizagem

sua espécie.

O CONTRATO DE APRENDIZAGEM

O Estatuto da Criança e do Adolescente define a aprendizagem como modalidade de

formação técnico-profissional, ministrada segundo diretrizes e bases da legislação da

educação em vigor. Já a CLT, no art. 428.Com a nova redação dada pela Lei nº 10.097, de

19.12.2000, considera de aprendizagem o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e

por prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de

quatorze e menor de dezoito anos, inscrito em programa de aprendizagem, formação técnico-

profissional metódica compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico e o

aprendiz, a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação. A

formação técnico-profissional, a que se refere o caput do art. 428 da CLT, com a nova

redação dada pela Lei nº 10.097, realiza-se por meio de atividades teóricas e práticas

metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no

ambiente de trabalho (art. 428, § 4º, acrescentado pela Lei nº 10.097). A validade do contrato

de aprendizagem, à luz do § 1º do art. 428 da CLT, acrescentado pela Lei nº 10.097, de 2000,

pressupõe anotação na CTPS, matrícula e freqüência do aprendiz à escola, caso não haja

concluído o ensino fundamental, além de inscrição em programa de aprendizagem

desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional

metódica. O condicionamento da validade deste contrato à anotação prévia na carteira do

menor, previsto agora, expressamente, no § 1o do art. 428 da CLT, já constava do art. 5º do

Decreto nº 31.546, de 1952, o que nos levou, em caso concreto, objeto de apreciação, a

descaracterizar esse tipo de ajuste, por falta dessa formalidade, e deferir ao obreiro as

vantagens advindas de um contrato de trabalho sujeito às regras gerais.16

14 OLIVEIRA, Oris de. O trabalho da criança e do adolescente. São Paulo: LTr, 1994, p. 87.15 OLIVEIRA, Oris de. Op. cit., p. 87.16 CONTRATO DE APRENDIZAGEM. A condição de menor aprendiz deverá constar da CTPS do obreiro, nos termos do Dec. 31546/52 e pressupõe estar ele sujeito à formação profissional metódica do ofício, a qual deveria corresponder a um processo educacional, com o desdobramento do ofício ou da ocupação, em operações ordenadas de acordo com um programa cuja execução se faça sob a direção de um responsável, em ambiente adequado à aprendizagem (Portaria 27 do MT, de 18.12.56). Ausentes estes requisitos, deve-se assegurar ao trabalhador o salário mínimo integral e não a redução prevista no art. 80 da CLT, pois de aprendiz não se trata. TRT . 3ª Reg. . Ac. 2ª T. -RO-19710/92 . Rel.: Juíza Alice Monteiro de Barros, MG de 23.7.93.

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Havia, entretanto, corrente doutrinária sustentando que o propósito da norma

regulamentar (Decreto nº 31.546/52) era estabelecer forma ad substantiam e não apenas ad

probationem, o que lhe era defeso, por invadir a reserva legal.17

DURAÇÃO E NATUREZA JURIDICA DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM

O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de dois anos, na forma

do art. 428, § 3º, introduzido pela Lei nº 10.097, de 2000; se isto ocorrer, o ajuste estará

sujeito às regras do contrato de trabalho comum, indeterminado.

A Natureza Jurídica do contrato de aprendizagem e muito discutida. Há quem sustente

tratar-se de um contrato sui generis, outros de um contrato preliminar, havendo ainda quem o

veja como um contrato misto, de trabalho e de ensino. A posição dominante o vê como um

contrato de trabalho, divergindo apenas quanto à sua duração. Sustenta parte da doutrina que,

se a aprendizagem for facultativa, ele será um contrato indeterminado; se se tratar de

aprendizagem obrigatória, o contrato será determinado.18

A jurisprudência do TST vem lhe atribuindo a natureza de tipo especial de contrato

determinado, o que está em estreita consonância com a alteração legislativa (art. 428 da CLT,

com a nova redação dada pela Lei nº 10.097, de 2000). No contrato de aprendizagem, a

principal obrigação do empregador é propiciar a formação profissional (obrigação de fazer),

seguida da obrigação de pagar salário (obrigação de dar), ainda que reduzido, pois o

empregado já está recebendo um salário indireto ou salário-utilidade, traduzido pela

aprendizagem ministrada.

Afirma-se, também, que a subordinação do trabalhador aprendiz é mais acentuada. .O

empregador dirige sua atividade pessoal nos momentos em que aprende sem trabalhar, quando

trabalha aprendendo, ou ainda, enquanto produz em proveito da empresa, sem estar

aprendendo.19

A EXTINÇÃO DO CONTRATO DE APRENDIZAGEM

17 BERNARDES, Hugo Gueiros.Cláusula de aprendizagem nos contratos de trabalho.Editora Universidade de Brasília,1969,p.93.O autor, à luz da legislação da época ,conclui dizendo que o contrato de aprendizagem no Brasil independe de forma prescrita em lei, provando-se como os demais contratos de trabalho.18 MARANHÃO, Délio. Direito do Trabalho. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, p. 145.19 CATHARINO, José Martins. Contrato de trabalho e aprendizagem. Bahia, 1954, p. 34, apud MESQUITA, Luiz José de. Op. cit., v. I, p. 69, nota 10.

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O contrato de aprendizagem extinguir-se-á com o advento do termo, com o

implemento da idade de 18 anos, independentemente de ter ou não o menor concluído o

aprendizado, ou ainda, antecipadamente nas seguintes hipóteses: desempenho insuficiente ou

inadaptação do aprendiz, falta disciplinar grave, ausência injustificada à escola que implique

perda do ano letivo ou por solicitação do aprendiz.

À ruptura antecipada do contrato de aprendizagem nessas situações não se aplica o

disposto nos artigos 479 e 480 da CLT (art. 433, § 2º, da CLT, com a nova redação e

acréscimos introduzidos pela Lei nº 10.097 de 2000).

ASPECTOS PROCESSUAIS RELACIONADOS COM O TRABALHO

DO MENOR

O menor de dezoito anos não possui legitimatio ad processum para reclamar em juízo,

devendo estar assistido pelos pais ou representante legal; na falta deste, pelo Ministério

Público do Trabalho e, onde não houver, pelo curador à lide nomeado pelo juiz ou presidente

da Vara (art. 793 da CLT e Lei Complementar nº 75/93, art. 83, V). Indaga-se se o menor de

dezoito anos e maior de quatorze pode ser interrogado.

Entendemos que sim, desde que assistido pelo responsável legal (pai, mãe, tutor,

curador), pois se ele está apto a trabalhar, evidentemente que deve prestar esclarecimentos a

respeito da relação de emprego; o mesmo ocorre com o menor na faixa etária compreendida

entre quatorze e dezesseis anos, se for aprendiz. Se desse interrogatório resultar a confissão,

ela será válida. Inteligência do art. 7º, XXXIII, da Constituição de 1988 e 792 da CLT.

A matéria é, contudo, controvertida.

Enseja igualmente controvérsia o fato de o menor de dezesseis anos poder

testemunhar. É que a legislação processual civil estabelece tal limite (art. 405, III, do CPC).

Entendemos que se o menor de dezesseis anos pode trabalhar como aprendiz, deverá também

ser ouvido como informante a respeito de fatos que presenciou durante a relação de emprego,

desde que assistido pelo responsável legal.20 A esse fato acresce a circunstância de que a

descontração natural que a idade lhe proporciona pode tornar o depoimento até mais precioso

do que aquele prestado pelos adultos.21

20 TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A prova no processo do trabalho. 7. ed. São Paulo: LTr, 1997, p. 31021 VARELA, Antunes. Manual de Processo Civil. 2. ed. Coimbra Editora Ltda., 1985, p. 611, item 195

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MODELO DE CONTRATO DE APRENDIZAGEM (SENAI)

CLUBE INFANTO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CIJOPCNPJ(M.F.) 46.330.924/0001-57

Registro Civil de Pessoas Jurídicas sob n° 381 Livro “A” fls. 182Registro na Secretaria de Promoção Social n° 3.152Registro no C.N.S.S. (MEC) Processo n° 247.381-77Reconhecida de Utilidade Pública Federal – Decreto n° 85.752 de 24/02/1981Reconhecida de Utilidade Pública Estadual – Lei n° 1.859 de 30/11/1978Reconhecida de Utilidade Pública Municipal – Lei n° 1.360 de 07/04/1975E-mail: [email protected] Peru n° 412 – Vila Frezzarin – Fone: (19) 3461.8075 – CEP 13465-760 –Americana/SP

CONTRATO DE APRENDIZAGEM PARA APRENDIZESPelo presente instrumento, entre partes, como EMPREGADOR, a empresa CLUBE INFANTO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL, inscrita no CNPJ/MF sob n°: 46.330.924/0001-57, com sede na Rua PERU, nº 412 – VILA FREZZARIM – Americana, neste ato, representada pelo seu responsável legal, doravante designada EMPREGADOR, e, como EMPREGADO, na qualidade de APRENDIZ, AXEL ROGER DOS SANTOS, residente na Rua PERDIZES, nº 226 – JARDIM DOS LÍRIOS – Americana – SP, portador da Carteira de Trabalho e Previdência Social nº: 025963, série: 0375, neste ato assistido(a) pelo seu responsável legal, Sr.(a) ELIANA PAULINO SOBRAL, doravante designado(a) EMPREGADO, têm justo e acertado o seguinte:Cláusula PrimeiraO EMPREGADOR admite a seus serviços o EMPREGADO, comprometendo-se a propiciar-lhe programa de aprendizagem na ocupação de Auxiliar Administrativo.Cláusula SegundaO presente Contrato de Aprendizagem vigorará de 02/03/2011 até 10/09/2011, correspondente à duração do programa de aprendizagem mencionado na cláusula primeira, não ultrapassando o limite dos 24 anos de idade do aprendiz, de acordo com o artigo 433 da CLT (e ressalvada a hipótese prevista no §5º do artigo 428), com a redação dada pela Lei Federal nº 11.180/2005.Parágrafo único – O EMPREGADO deverá apresentar comprovante de matrícula em estabelecimento de ensino médio, caso já tenha concluído o ensino fundamental, ressalvada ahipótese prevista no §7º do artigo 428 da CLT, com a redação dada pela Lei Federal nº 11.788/2008.Cláusula TerceiraAo EMPREGADO, salvo condições mais favoráveis, será garantido o salário mínimo hora,conforme §2º do artigo 428 da CLT, com a redação dada pela Lei Federal nº 10.097/2000.Parágrafo único – O aprendiz receberá do CLUBE INFANTO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO CLUBE INFANTO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CIJOP CNPJ(M.F.) 46.330.924/0001-57Registro Civil de Pessoas Jurídicas sob n° 381 Livro “A” fls. 182Registro na Secretaria de Promoção Social n° 3.152Registro no C.N.S.S. (MEC) Processo n° 247.381-77Reconhecida de Utilidade Pública Federal – Decreto n° 85.752 de 24/02/1981Reconhecida de Utilidade Pública Estadual – Lei n° 1.859 de 30/11/1978Reconhecida de Utilidade Pública Municipal – Lei n° 1.360 de 07/04/1975E-mail: [email protected]

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Rua Peru n° 412 – Vila Frezzarin – Fone: (19) 3461.8075 – CEP 13465-760 –Americana/SPPROFISSIONAL, no 5º dia útil do mês subseqüente, nas atividades de formação técnico profissional por eles programadas, remuneração correspondente a jornada diária de 08 horas , o que perfaz a jornada semanal de 40 horas , nos termos do artigo 432 da CLT, com a redação dada pela Lei Federal nº 10.097/2000.Cláusula QuartaO EMPREGADOR obriga-se a registrar, na Carteira de Trabalho e Previdência Social doEMPREGADO, a vigência do presente Contrato de Aprendizagem, de acordo com o artigo 428 da CLT.Cláusula QuintaO EMPREGADO se compromete a exibir ao EMPREGADOR, quando solicitado, documentoemitido pela ESCOLA que comprove sua freqüência à aprendizagem e às aulas e registre seuaproveitamento escolar.Cláusula SextaO EMPREGADO perderá o salário dos dias em que, sem justificativa aceitável, deixar decomparecer ao estabelecimento do EMPREGADOR nas atividades de formação por elesprogramadas.Cláusula SétimaO EMPREGADOR poderá convocar o aprendiz para atividades de formação técnico-profissional no período de recesso escolar, ficando resguardado o direito de gozo de suas Férias, nos termos da CLT.Cláusula OitavaO EMPREGADO se obriga a:a) participar das aulas e demais atividades escolares estabelecidas pela Ensino Médio Matriculado;b) obedecer às normas e aos regulamentos do estabelecimento do EMPREGADOR durante a fase de realização das atividades de formação técnico-profissional.Cláusula NonaO não cumprimento pelo EMPREGADO de seus deveres, desempenho insuficiente ou inadaptação,

CLUBE INFANTO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CIJOPCNPJ(M.F.) 46.330.924/0001-57

Registro Civil de Pessoas Jurídicas sob n° 381 Livro “A” fls. 182Registro na Secretaria de Promoção Social n° 3.152Registro no C.N.S.S. (MEC) Processo n° 247.381-77Reconhecida de Utilidade Pública Federal – Decreto n° 85.752 de 24/02/1981Reconhecida de Utilidade Pública Estadual – Lei n° 1.859 de 30/11/1978Reconhecida de Utilidade Pública Municipal – Lei n° 1.360 de 07/04/1975E-mail: [email protected] Peru n° 412 – Vila Frezzarin – Fone: (19) 3461.8075 – CEP 13465-760 –Americana/SPfalta disciplinar grave, ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo, nos termos do artigo 433 da CLT, com a redação dada pela Lei Federal nº 11.180/2005, ou a não observância pelo EMPREGADOR das obrigações legais e das assumidas neste instrumento serão consideradas causas justas para a rescisão do presente Contrato de Aprendizagem.O convênio Sócio Educativo de Aprendizagem firmado entre o CIJOP e a empresa Narciso.Pelo presente contrato, feito em 2 (duas) vias de um mesmo teor e para uma mesma finalidade, a S.O.S AMBIENTAL LTDA, doravante denominada simplesmente NARCISO COMÉRCIO DE SUCATAS, com sede na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, Estado de São

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Paulo, na Rua Papa PioXII, 216 – Distrito Industrial II, CEP 13457-196, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o n. 03.367.719/0001-53 e aCLUBE INFANTO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CIJOP, doravante denominada simplesmente CONTRATADA, com sede na cidade Americana, Estado de São Paulo, na Rua Peru, n.º 412, Vila Frezzarin, CEP 13465-760, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica do Ministério da Fazenda sob o n.º 46.330.924/0001-57,NARCISO COMÉRCIO DE SUCATAS e CONTRATADA, quando em conjunto denominadas “Partes”, e em separado “Parte”, por seus representantes legais ao final assinados, ajustam e convencionam determinar e esclarecer as seguintes obrigações e compromissos:CLÁUSULA PRIMEIRA – OBJETO – ENTRE A ENTIDADE CIJOP E A EMPRESANARCISO1.1 - O objeto deste contrato é o convênio de cooperação sócio-educativo para aprendizagem e o fornecimento pela NARCISO COMÉRCIO DE SUCATAS de apoio na formação educacional e profissional do jovem aprendiz - de acordo com o art. 428 da CLT, em sua nova redação dada pela Lei n.º 10.097 de 19/12/2000, que consiste:

CLUBE INFANTO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CIJOPCNPJ(M.F.) 46.330.924/0001-57

Registro Civil de Pessoas Jurídicas sob n° 381 Livro “A” fls. 182Registro na Secretaria de Promoção Social n° 3.152Registro no C.N.S.S. (MEC) Processo n° 247.381-77Reconhecida de Utilidade Pública Federal – Decreto n° 85.752 de 24/02/1981Reconhecida de Utilidade Pública Estadual – Lei n° 1.859 de 30/11/1978Reconhecida de Utilidade Pública Municipal – Lei n° 1.360 de 07/04/1975E-mail: [email protected] Peru n° 412 – Vila Frezzarin – Fone: (19) 3461.8075 – CEP 13465-760 –Americana/SPa) No estabelecimento de condições propícias ao seu bem estar em consonância com a ordemjurídica em vigor, que lhes assegura prioridade quanto ao direito à sobrevivência, à proteção eao desenvolvimento.b) Na orientação de condições mais favoráveis de crescimento e desenvolvimento, conjugando-se sua condição de estudante com sua iniciação no mercado de trabalho.c) Na sua preparação para ingresso no mercado de trabalho, bem como na viabilização de seucrescimento em ambiente profissional e social condizente com sua boa formação.1.2 – A CONTRATADA deverá apresentar os documentos a seguir relacionados: Cadastro no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente do Município; Escopo do curso de Aprendizagem Teórica ou curso similar se caso estiver cursando.CLÁUSULA SEGUNDA - VIGÊNCIA2.1 - O presente contrato vigorará pelo período de 06 (seis) meses, contados a partir de 02/03/2011, com término previsto para 10/09/2011 podendo ser renovado por 02 anos após o aprendiz completar 16 anos.2.2 - O prazo estabelecido neste contrato poderá ser alterado, renovado ou prorrogado por meio de aditivo escrito assinado pelas Partes.CLÁUSULA TERCEIRA – PREÇOS3.1 - As Partes atribuem a este contrato, apenas como referência, o valor vigente do salário mínimo de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais) + 95% encargos + 6% vale transporte + cesta básica, base março/2011. Cálculo para previsão de 01 (um) Jovem Aprendiz.3.2 - A NARCISO COMÉRCIO DE SUCATAS pagará mensalmente até o décimo dia útilbancário de cada mês, a somatória dos valores à CONTRATADA, desde que haja (e enquanto

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houver) menores atuando sob este convênio, conforme o item 4.1 abaixo:CLUBE INFANTO JUVENIL DE ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL – CIJOP

CNPJ(M.F.) 46.330.924/0001-57Registro Civil de Pessoas Jurídicas sob n° 381 Livro “A” fls. 182Registro na Secretaria de Promoção Social n° 3.152Registro no C.N.S.S. (MEC) Processo n° 247.381-77Reconhecida de Utilidade Pública Federal – Decreto n° 85.752 de 24/02/1981Reconhecida de Utilidade Pública Estadual – Lei n° 1.859 de 30/11/1978Reconhecida de Utilidade Pública Municipal – Lei n° 1.360 de 07/04/1975E-mail: [email protected] Peru n° 412 – Vila Frezzarin – Fone: (19) 3461.8075 – CEP 13465-760 –Americana/SPa) O salário a ser percebido pelo jovem(s) aprendiz(es), equivalente a 1 (um) Salário Mínimo,proporcional ao mês trabalhado pelo aprendiz.b) Encargos correspondentes aos 2% (dois por cento) de FGTS, 1% (um por cento) de PIS, com custo operacional no valor de R$ xxx,xx e quaisquer outras despesas da CONTRATADArelativamente a este convênio, além do valor do vale transporte que será calculado conforme onúmero de passagens para o deslocamento de cada aprendiz, para as atividades práticas e teóricas.3.3 - A remuneração dos aprendizes será reajustada exclusivamente nos limites fixados em leireguladora da política salarial governamental.4. O contrato pode encerrar a qualquer momento, avaliado pela diretoria se caso uma das partes não cumpra o assinado.E, por se acharem justas e contratadas, as partes assinam o presente instrumento em 3 (três) vias de igual teor, na presença de testemunhas, abaixo, nomeadas.Cidade, XX de XX de 2.011.

______________________________________________________________CIJOP Axel

_____________________________Resp.

Testemunhas:

_____________________________

_____________________________

CONSIDERAÇÕES ACERCA DA RESOLUÇÃO N° 69, DE 18 DE

MAIO DE 2011, DO ART. 201, §§ 2º E 3º DO ECA E DO ART. 130-A, §

2º, I, DA CF

RESOLUÇÃO n° 69, de 18 de maio de 2011:

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“Dispõe sobre a atuação dos membros do Ministério Público como órgão interveniente

nos processos judiciais em que se requer autorização para trabalho de crianças e adolescentes

menores de 16 anos”.

Art. 201, §§ 2º e 3º do ECA:

“As atribuições do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não

impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei. O

representante do Ministério público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todo

local onde se encontre criança ou adolescente”.

Art. 130-A, § 2º, I, da CF:

“Zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo

expedir atos regulares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências”.

O Ministério Público está ligado estreitamente com as normas de proteção à criança e

ao adolescente, pois ele está naturalmente voltado à defesa dos interesses sociais e dos

interesses individuais indisponíveis.

É natural que, para o correto exercício de tantas atribuições de fiscalização, que

incluem visitas a hospitais, creches, estabelecimentos de ensino ou de assistência social,

estabelecimentos de internação, locais de recreação etc., poderá e deverá o órgão Ministério

Público ter livre acesso a todo o local onde se encontre ou possa encontrar-se criança ou

adolescente (art. 201, § 3º, do ECA). Para tanto, para assegurar a eficácia de sua atuação,

poderá fazer-se acompanhar de agentes policiais, até mesmo para que possa tomar as medidas

reclamadas para a remoção de irregularidades porventura verificadas.

Sem dúvida devem ser observados os limites constitucionais para o ingresso em

determinados locais como em casa ou estabelecimentos a estes equiparados (art. 5º, XI, da

CF).

A Resolução 69/2011 do Conselho Nacional do Ministério Público é compatível com

o Estatuto da Criança e do Adolescente e com a Magna Carta, quando dispõe sobre a atuação

do Ministério Público como órgão interveniente nos processos em que se requer autorização

para trabalho de crianças e adolescentes menores de 16 anos.

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O único limite para o exercício das atribuições ministeriais, naturalmente, consiste em

que devem elas ser compatíveis com sua destinação institucional — assim prevista no art. 127

caput da Constituição da República.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.

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MARANHÃO, Délio; SÜSSEKIND, Arnaldo; TEIXEIRA, Lima; VIANNA, Segadas. Instituições de direito do trabalho. 17ª ed. atual. até 30.4.97 por Arnaldo Süssekind e João de Lima Teixeira Filho . São Paulo: LTr, 2002.

MINHARRO, Erotilde Ribeiro dos Santos. A criança e o adolescente do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2003.

BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2005.

GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, Elson. Curso de direito do trabalho. 17ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.

NASCIMENTO, Nilson de Oliveira. Manual do trabalho do menor. São Paulo: LTr, 2003.

Editore, 1981.

GRUNSPUN, Haim. O trabalho das crianças e dos adolescentes. São Paulo,LTr, 2000.

BARROS, Alice Monteiro de. Curso de direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2005.

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ESCRITORIO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Análise e recomendações para a melhor regulamentação e cumprimento da normativa nacional e internacional sobre o trabalho de crianças e adolescentes no Brasil. Disponível em: <http://www.oit.org.pe/ipec/documentos/brasil_171.pdf >. Acesso em: 29 de junho de 2011.

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