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FACULDADES BARDDAL / UNISESP CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO I PROF. KARINE DAUFENBACH FLORIANÓPOLIS, 12/09/2013 MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas – Capítulo 1 Santuário, aldeia e fortaleza. São Paulo: Martins Fontes, 2008, pág. 1 – 32. Resenhado por François Urban (Faculdades Barddal - UNIESP) Lewis Mumford era nova-iorquino e estudou no City College na New School for Social Research. Tinha como reputação a de um escritor interessado pelas questões urbanas. Estreou com “A História da Utopia” (1922), incluía a literatura, a arte e a ação comunitária como meio para aprimorar a qualidade de vida. Mumford publicou diversas outras obras, dentre elas a obra a ser resenhada “A Cidade na História (1961). Lewis Mumford faleceu em 27 de janeiro de 1990. No livro “A Cidade na História” o autor descreve mais do que uma história das formas e funções da cidade através dos tempos, é um retrato imaginativo do desenvolvimento do homem como ser religioso, político, econômico, cultural e sexual. No primeiro capítulo Mumford descreve a formação histórica das aldeias e sua evolução no tempo, também analisa a evolução do comportamento do homem e a sociedade abrangendo desde o paleolítico até o neolítico, este capítulo um está dividido em oito subcapítulos descritos a seguir. 1. A cidade na história Mumford neste primeiro subcapitulo descreve as cidades e sociedade na história e o desenvolvimentos destas, pode-se considerar que a origem da cidade é indefinida e o seu futuro imprevisível, é um lugar de contradições. Descreve a preocupação com o destino das cidades, classificando dois caminhos: o primeiro baseado na

Resenha Do Cap 1 - A Cidade Na História - Mumford

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Resenha do Capítulo 1 do livro A Cidade Na História de Mumford

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Page 1: Resenha Do Cap 1 - A Cidade Na História - Mumford

FACULDADES BARDDAL / UNISESPCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMODISCIPLINA: TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DO URBANISMO IPROF. KARINE DAUFENBACHFLORIANÓPOLIS, 12/09/2013

MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, transformações e perspectivas – Capítulo 1 Santuário, aldeia e fortaleza. São Paulo: Martins Fontes, 2008, pág. 1 – 32.

Resenhado por François Urban (Faculdades Barddal - UNIESP)

Lewis Mumford era nova-iorquino e estudou no City College na New School for Social Research. Tinha como reputação a de um escritor interessado pelas questões urbanas. Estreou com “A História da Utopia” (1922), incluía a literatura, a arte e a ação comunitária como meio para aprimorar a qualidade de vida. Mumford publicou diversas outras obras, dentre elas a obra a ser resenhada “A Cidade na História (1961). Lewis Mumford faleceu em 27 de janeiro de 1990.

No livro “A Cidade na História” o autor descreve mais do que uma história das formas e funções da cidade através dos tempos, é um retrato imaginativo do desenvolvimento do homem como ser religioso, político, econômico, cultural e sexual.

No primeiro capítulo Mumford descreve a formação histórica das aldeias e sua evolução no tempo, também analisa a evolução do comportamento do homem e a sociedade abrangendo desde o paleolítico até o neolítico, este capítulo um está dividido em oito subcapítulos descritos a seguir.

1. A cidade na história

Mumford neste primeiro subcapitulo descreve as cidades e sociedade na história e o desenvolvimentos destas, pode-se considerar que a origem da cidade é indefinida e o seu futuro imprevisível, é um lugar de contradições.

Descreve a preocupação com o destino das cidades, classificando dois caminhos: o primeiro baseado na conscientização baseando-se no passado e o segundo pelo caminho desumano e automatizado onde o homem perdeu a emoção e a criatividade. O autor propõe a análise histórica e psicológica do homem e suas origens para encontrar uma nova forma de cidade.

2. Instigações e antevisões animais

O autor comenta sobre a vida animal, das criaturas primitivas com propensão a fixar-se em meios de onde é fornecido meios de sobrevivência e de agrupamentos das espécies formando-se sociedade complexas.

As cidades surgem do principio de ajuntamentos, o que nos mostra que o homem tem habilidade de se agrupar e se fixar. Também afirma que antes de qualquer cidade surgir, houve outros tipos de aglomerações e moradias humanas nas cavernas, depois vieram as pequenas povoações, aldeias e assim por diante.

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3. Cemitérios e templos

O homem paleolítico tinham grande respeito pelos mortos, e daí surgiam as necrópoles que foram os primeiros a ter um local fixo, nesses locais havia marcos para que os vivos pudessem então retornar. Eram realizadas encontros cerimoniosos para demonstrar preocupação e respeito pelos mortos e isso pode ser notado também nas civilizações vindouras.

O homem antigo utilizava a arte e rituais, servindo muitas vezes como centro cerimonial. Fixavam-se em cavernas as quais se tornavam pontos de encontro para cerimonias, outra razão para fixar-se eram a caça disponível no local e a segurança que o ambiente proporcionava, lembrando que eram locais de colonização temporária devido ao esgotamento de recursos. A caverna foi para o homem um dos primeiros espaços arquitetônicos.

4. Domesticação e aldeia

A caça e a coleta de alimentos não estavam mais sendo suficientes para a sobrevivência, pois alternavam-se em escassez e em abundancia. No período mesolítico, começam a se notar os primeiros indícios de vida fixa, com a criação de animais e cultivo de plantas.

O homem começa a mudar, em outras épocas era direcionada apenas para alimentação com a caça, a agricultura começa a surgir juntamente com a domesticação dos animais e fez crescer seu interesse pela sexualidade e a reprodução, o que começou a dar um papel mais importante à mulher.

A mulher passou então a ter papel fundamental na aldeia, passa então a se ter um novo modo de organização onde cada um cumpre seu papel apropriado, começam também as noções de moralidade.

5. Cerâmica, hidráulica e geotécnica

No período neolítico, surgiram das armas, instrumentos e os recipientes de cerâmica que foram muito importantes para armazenamento e conservação do alimentos, a produção destes recipientes eram tarefas das mulheres.

O método de armazenamento de alimentos possibilitou ao homem antigo o seu desenvolvimento, fixação e agrupamento, surgindo aldeias com construção de moradas em barro para agrupamento de famílias. Surgiram então o celeiro, o arsenal, o armazém, sempre com o objetivo de manter e conservar o excedente. Também houve um grande aprimoramento da agricultura e pecuária com o surgimento da vala de irrigação, o reservatório, o aqueduto, o dreno, esgoto entre outros. Todas esses aprimoramentos do homem primitivo são utilizados até os dias de hoje nas cidades.

6. A contribuição da aldeia

As construções e organização social vem do Neolítico, Mumford afirma que por toda parte, aldeia é um pequeno agrupamento de famílias, cada qual com seu próprio lar, própria crença, próprio oratório encontrando-se no mesmo centro cerimonial, compartilhando o mesmo modo de vida.

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A agricultura desenvolvia-se juntamente com a criação de animais. As aldeias já possuíam características de pequenas cidades. Começavam a surgir os conceitos de moralidade organizada, governo, direito e justiça.

7. O novo papel do caçador

Segundo Mumford o papel do homem na sociedade foi se modificando, o caçador paleolítico foi sendo esquecido, a agricultura crescia e cada vez precisava-se menos desse caçador, assim, a humanidade acabou acomodando-se ao longo do tempo. O homem caçador trocou suas habilidades de caça para proteger a aldeia de seus inimigos.

As aldeias protegidas por este novo homem prosperavam melhor, com isto surgiu a exaltação pelo poder, originando-se guerras primitivas a luta pelo domínio ao mais fracos, surgindo assim grandes chefes políticos e o homem se tornou um colonizador.

8. A união neolítico-paleolítica

Mumford afirma neste subcapitulo que a cultura paleolítica e neolítica se misturaram, foi absolvido uns dos outros, do homem caçador e do homem colonizador, estes ocuparam o mesmo território, mas houve o domínio do homem colonizador pois desenvolveu novas técnicas de sobrevivência, aprimorou a sociedade e sua inteligência.

Assim surgiu um novo papel do homem na sociedade, o de chefe político. O machismo volta a dominar a humanidade, e a mulher que em outros tempo foi idolatrada com papeis importantes na aldeia agora perde seu destaque e é rebaixada pelo homem dominador.

As aldeias foram aprimorando-se com novas técnicas e comportamentos, encontramos muito indícios das invenções deste homem primitivo nas cidades posteriores. A guerra e a dominação acelerou o desenvolvimento por causa da competição, mas trouxe mazelas para sociedade. Nota-se que encontramos ainda esta cultura de dominação e competição na nossa sociedade como uma herança do comportamento social daquela época.