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7/25/2019 RESENHA DO LIVRO DE LEANDRO KONDER: O QUE DIALTICA. SO PAULO: BRASILIENSE, 2008.
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7/25/2019 RESENHA DO LIVRO DE LEANDRO KONDER: O QUE DIALTICA. SO PAULO: BRASILIENSE, 2008.
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Portanto a dialtica +oi suprimida temporariamente da 1istria, mas no +oi e7tinta.
Aristteles #(;$'( a.).*, depois de uase meio sculo da morte de 8erclito, reintroduziu as
concep6es dialticas, embora menos radical do ue seu antecessor, mas a ele ue deve'se a
sobreviv!ncia da dialtica, o lado dinBmico e mutvel da realidade.
2a Cdade Mdia +icou praticamente esuecida, pois a ideologia dominante da poca
era monopolizada pela Cgre5a. Mesmo nos mosteiros os padres levavam uma vida muito
parada e montona, en+rauecendo os escritos sobre a dialtica. Assim a dialtica teve ue
lutar para permanecer no campo +ilos+ico. 8ouve +ilso+os ue tentaram mudar esse
paradigma como Guil1erme de Occam #D;:'D($%*, impondo uma nova viso a partir do
sculo ECF, sacudindo os 1bitos +eudais.
A partir do sculo EF, por conseu!ncia da revoluo comercial, o sculo EFC +oi apoca do enascimento e das descobertas. As artes e as ci!ncias comearam a repensar a
uesto do movimento como re+le7o, assim surgiram ideias como do astr?nomo 2icolau
)oprnico #D$H('D:$(*, ue contrariou a ideia de Ptolomeu ue a 4erra no era imvel e nem
o centro do universo, ela girava em torno do -ol. Galileu #D:$'D$* e /escartes #D:%'
D:&* descobriram ue as condi6es ideais dos corpos era o movimento e no o repouso. Pico
della Mirandolla #D$('D$%$*, sustentou ue o 1omem era um ser inacabado, di+erente dos
deuses e an5os ue eram per+eitos e imutveis. Giordano Iruno #D:$;'D&&* en+atizou ohomo faber, o 1omem capaz de ter dom3nio sobre as +oras naturais e consegue modi+icar o
mundo.
A dialtica se encontra em vrios se encontra em vrios autores do sculo EFCC como
0eibniz #D$'DHD*, -pinoza #D('DHH*, 8obbes #D:;;'DH%* e Pierre IaJle #D$H'DH&*.
A partir da segunda metade do sculo EFCC as concep6es dos +ilso+os comearam a mudar,
tanto pelo amadurecimento do processo 1istrico, devido a evoluo Krancesa, como as
condi6es dos +ilso+os tiveram trans+orma6es sociais. O Cluminismo no trou7e tantascontribui6es para o avano da dialtica.
2o entanto, podemos considerar ue /enis /iderot #DHD('DH;$* teve uma parcela de
contribuio para a dialtica. L-ou como sou porue +oi preciso ue eu me tornasse assim. -e
mudarem o todo, necessariamente eu tambm serei modi+icado. O todo est sempre
mudando N escreveu ele. Ao lado de /iderot, ean'acues ousseau #DHD'DHH;* deu uma
grande contribuio para a dialtica na poca, pois observava a estrutura da sociedade do seu
tempo e as contradi6es ue ocorriam em classes dominantes e dominadas.
2os sculos EFCCC e ECE, com a revoluo +rancesa, e7pandiu os con+litos pol3ticos
na es+era social, e isso se instaurou na +iloso+ia tambm. 2a Prssia oriental, surge um dos
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maiores meta+3sicos da 1istria, Cmmanuel Qant #DH$'D;&$*. O centro do pensamento de
Qant +oi sobre a uesto do con1ecimento. O ue con1ecimento> O +ilso+o coloca uma
re+le7o da razo pura onde e7istem certas contradi6es no pensamento. Outro +ilso+o
contemporBneo de Qant, +oi 8egel #DHH&'D;(D*, ue sustentava a ideia da uesto central da
+iloso+ia era o ser mesmo e no o do con1ecimento. 8egel prop6e uma superao da dialtica,
ue nada mais do ue uma negao da realidade, a conservao de algo ideal para realidade
e a elevao dela para um n3vel superior. Por e7emplo com o trabal1o< a matria prima
uebrada, mas ao mesmo tempo conservada, e assume uma nova +orma. 8egel
considerado idealista, dei7ando de lado os movimentos da realidade material.
"ntretanto, surge o alemo Qarl Mar7 #D;D;'D;;(*, materialista, ue concordava com
o 8egel ue o trabal1o era a mola ue impulsionava o desenvolvimento 1umano, pormcriticou a unilateralidade da concepo sobre o trabal1o intelectual, dei7ando de lado o +3sico
e material. L/iviso de trabal1o e propriedade privada, so termos id!nticos< um diz em
relao @ e7plorao do trabal1o escravo a mesma coisa ue o outro diz em relao ao
produto de e7plorao do trabal1o escravo N dizia Mar7. A contradio ocorria na alienao
do trabal1ador +rente ao seu trabal1o. Os mar7istas consideram ue uma das +ormas de
superar a diviso da sociedade em classes dar in3cio a um processo de desalienao do
trabal1o, por meio da luta de classes promovendo uma revoluo socialista.Mar7 com a5uda de Kriedric1 "ngels #D;&'D;:*, e7aminou a 1istria social e
escreveu o LMani+esto )omunista em D;$;, onde demonstrou ue toda a 1istria, desde da
e7ist!ncia do 1omem inserido trabal1o, tin1a sido uma 1istria de luta de classes.
"7aminando o modo de produo capitalista, Mar7 escreve LO capital, demonstrando a
e7panso do mercado capitalista e como isso acaba ocupando todos os espaos sociais. 4odos
os valores vo de deteriorando, se trans+ormando em mercadoria, por meio do din1eiro tudo
pode ser comprado, comercializado por um preo.2a dialtica mar7ista, o con1ecimento totalizante, e a atividade 1umana um
processo de totalizao, onde nunca alcana uma etapa +inal. A verdade o todo, como 8egel
5 dizia. Para en7ergar o todo precisamos ter uma viso do con5unto. A s3ntese a viso do
con5unto ue permite o 1omem descobrir a estrutura signi+icativa da realidade com ual ele
en+renta. Para conseguirmos o n3vel da totalizao mais abrangente devemos nos recorrer @
+iloso+ia da 1istria.
Para anlise dialtica Mar7 coloca ue precisamos +azer uma viagem do mais
comple7o #ainda abstrato* ao mais simples e +eito o retorno do mais simples ao mais
comple7o #5 concreto*, como ele diz< LO concreto concreto porue a s3ntese de vrias
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determina6es, e a unidade da diversidade. Mar7 pretendia escrever um livro sobre dialtica,
c1egando at anunciar o pro5eto, mas no l1e restaram tempo para isso.
"ngels +ormulou o ue ele c1amou de Lprinc3pios da dialtica da natureza, ue
poderia ser reduzida em tr!s< a lei da passagem da uantidade para ualidade #e vice'versa*R
lei da interpenetrao dos contrriosR lei da negao da negao.
A primeira re+ere'se ue as coisas no mudam sempre no mesmo ritmo, elas podem
passar por per3odos lentos #peuenas altera6es uantitativas*, por per3odos de acelerao
#altera6es ualitativas*R a segunda re+ere'se ue tudo interdependente de tudo, cada aspecto
depende um do outro, no temo como se no pensar em cone76esR e a terceira uer dizer ue
no se perde o con+lito com a+irma6es e nega6es, teses e ant3teses, pois como sabemos tanto
a a+irmao uanto a negao podem e devem ser superadas< a negao da negao. Apesar de"ngels ter proposto esses princ3pios muitos estudiosos +izeram cr3ticas uanto a a concepo
dialtica dentro de uma tima materialista. /entre eles Iernstein #D;:&'D%(* criticou o
mar7ismo, voltando'se para o idealismo de Qant, dizendo ue o mar7ismo 1avia sido
ultrapassado.
Muitos estudiosos aps Mar7 e "ngels no conseguiram assimilar a dialtica
materialista, deturpando ou criando novas ideias sobre a dialtica, como por e7emplo -talin
criando uma de+ormao antidialtica do mar7ismo. Apesar disso surgiram importantesmar7istas na dcada de D%& e (&, como por e7emplo, Georg 0uScs#D;;:'D%HD*, ue voltou
a temtica da totalidade, para permitir ue a dialtica en7ergue por trs das apar!ncias das
coisas, Antonio Gramsci #D;%D'D%(H* caracterizou o mar7ismo como absoluto e Talter
Ien5amim #D;%'D%$&* ue alertou sobre o esp3rito dialtico insiste em Lescovar a 1istria do
contrapelo.
=ma das caracter3sticas ess!ncias para a dialtica o esp3rito cr3tico e autocr3tico,
assim os dialticos devem sempre estar atentos a rever situa6es e reverter interpreta6es uese baseiam na sua atuao, como Mar7 disse a sua +il1a ao entregar um uestionrio
perguntando ual era o lema ue ele pre+eria< L/uvidar de tudo.
O mtodo dialtico nos incita rever o passado a luz do presente, uestionando o
presente em nome do +uturo. A dialtica causa o5eriza nos comodistas, arrepia os
preconceituosos e causa perturbao nos pragmticos. Mar7 na dcima primeira tese sobre
Keuerbac1 escreve< LOs +ilso+os t!m se limitado a interpretaro mundoR trata'se, no entanto,
de transform-lo.
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