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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GUILHERME FREITAS CAMPOS GOVERNANÇA CORPORATIVA VITÓRIA 2013

Resenha Enron - The Smartest Guys in the Room (Por Guilherme Freitas Campos)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GUILHERME FREITAS CAMPOS

GOVERNANÇA CORPORATIVA

VITÓRIA 2013

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GUILHERME FREITAS CAMPOS

RESENHA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA

Resenha sobre o documentário Enron: The Smartest Guys in the Room para entrega ao Professor Rodrigo Scalzer da disciplina de Governança Corporativa e como requisito para obtenção do complemento de nota da matéria do período do Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Espírito Santo.

VITÓRIA

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ENRON

The Smartest Guys In The Room

Ficha Técnica

Título original: The Smartest Guys in the Room

Gênero: Documentário

Ano de lançamento: 2005

Direção: Alex Gibney

Roteiro: Alex Gibney, baseado em livro de Bethany Mclean e Peter Elking

Produção: Alex Gibney, Jason Kliot e Susan Motamed

Enron: The Smartest Guys in the Room (filme) é um documentário produzido no ano

de 2005, dirigido por Alex Gibney, que narra e estuda o caso de um dos maiores

escândalos financeiros dos Estados Unidos envolvendo a empresa Enron.

Com duração de 1 hora e 49 minutos, o documentário percorre por meio de

entrevistas, depoimentos e relatos investigativos, o processo que a Enron passou,

da empresa do milênio até sua falência. O documentário expõe como foram feitas as

fraudes por contadores e pelos chefes-executivos para maquiar um fenômeno de

crescimento, uma organização que só beneficiou quem esteve envolvido no

esquema. O título do documentário Enron - The Smartest Guys In The Room da

Sala (Os Mais Espertos da Sala, tradução) faz alusão aos mais poderosos que

existiam na empresa, considerados profissionais inteligentes e bem sucedidos.

As filmagens consultam analistas econômicos e ex-empregados. O documentário

inicia filmando o prédio onde sediava a Enron, com o narrador fazendo

questionamentos em um tom perturbador, de forma sensacionalista.

Segundo o documentário, nas palavras de uma entrevistada, o erro fatal da Enron,

se tivesse que escolher apenas um, foi o orgulho, em posterior a arrogância, a

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intolerância, a avareza. Outro faz comparativa a um castelo de baralho, alusão à

quebra fragilizada que a Enron sofreu.

Na sequência, há uma simulação do suicídio cometido por um ex-funcionário da

empresa, John C. Baxter, provavelmente motivado pelas perdas provocadas pela

quebra da Enron.

Como informado no documentário, a Enron Corporation era uma companhia

estadunidense, localizada em Houston, Texas. Empregava cerca de 21.000

pessoas, tendo sido uma das companhias líderes no mundo em distribuição de

energia e comunicações. Seu faturamento atingia U$$ 101 bilhões de dólares até o

ano de 2000, pouco antes do escândalo financeiro que ocasionou sua falência.

A Enron divulgou, em 2 de dezembro de 2001, seu pedido de concordata e, dez dias

após, o Congresso Americano começou a analisar a falência do grupo, sendo

exibidos trechos no documentário, o qual possuía uma dívida aproximada de 22

bilhões de dólares.

De acordo com o documentário, o sucesso da Enron vislumbrava aos olhos, todos

queriam investir em suas ações, o que fazia com que os acionistas investissem às

cegas. Funcionários eram incentivados a aplicar suas poupanças em ações da casa.

Acontece que ninguém questionava o porquê do sucesso da Enron, enfatizado no

documentário pelos entrevistados repetindo diversas vezes “Why?” - Por quê? em

inglês (“Por que não questionamos isso?”), sendo que o slogan da própria empresa

era "Ask Why", Pergunte Por quê.

O filme mostra também o envolvimento da empresa com a crise energética da

Califórnia, decorrente da desregulamentação do seu sistema elétrico. O segredo da

desregulamentação da indústria é que o Estado não interfere no livre-comércio. No

caso da Califórnia, por exemplo, revendedores de energia, como a Enron, poderiam

elevar o preço como quisessem, enquanto as distribuidoras, aquelas que lidam

direto com o consumidor, sofriam o limite de tarifas imposto pelo governo estadual.

O ápice desse desequilíbrio de regulamentação foi o famoso blecaute de 2001.

Além dos problemas financeiros, também é colocado em xeque uma possível

conspiração política, pois a Enron tinha sido a maior contribuinte da primeira

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campanha presidencial de George W. Bush, que também recebeu compensações e

possuía ações da empresa em cerca de 300 milhões de dólares.

No documentário são reservados trechos individuais para tracejar o perfil de cada

um dos ícones ligados ao fomento e ruína que a Enron passou, sendo eles:

Kenneth Lay (apelidado de “Kenny Boy”): fundador e CEO da Enron, é mostrado

sua origem, formação, seus ideais de desregulamentação de empresas de energia e

gás e sim determinadas pelas tendências do mercado, o que o impulsionou a criar a

Enron em 1985, também é falado de sua relação com o, até então, governador do

Texas, George W. Bush, e a família Bush.

Jeffrey Skilling ("Jeff" Skilling): O homem das ideias brilhantes. Skilling

impressionou Kenneth Lay com a sua capacidade de consultor, de tal forma que foi

contratado por Lay em 1990, como responsável e CEO da Enron. Utilizando-se da

contabilidade conhecida como “reajuste a preço de mercado”, permitiu que a Enron

registrasse potenciais lucros futuros no mesmo dia que um acordo era fechado,

independente de quanto dinheiro entrava. Para o exterior, a Enron tinha os lucros

que afirmava ter. É mostrado em uma simulação em forma de paródia de como isso

era feito. Após isso, é comentado sobre sua vida pessoal e formação profissional.

Andrew Stuart Fastow: Chefe do departamento financeiro da empresa norte-

americana Enron até ter sua conduta investigada no ano de 2001. Fastow foi uma

das figuras-chave por trás do complexo esquema de fraude corporativa que levou a

empresa à falência. Andrew Fastow estava familiarizado com o mercado de energia

e tinha conhecimento em como colocá-lo a favor da Enron. Rapidamente chamou a

atenção do então executivo-chefe da Enron, Jeffrey Skilling. Skilling, juntamente com

o fundandor, Kenneth Lay, visava constantemente as várias maneiras em que ele

poderia manter o preço das ações da empresa de forma positiva, apesar da

verdadeira condição financeira da empresa. Fastow projetou uma complexa rede de

empresas que só faziam negócios com a Enron, com o duplo objetivo de angariar

dinheiro para a empresa, e também esconder suas enormes perdas em seus

balanços trimestrais. Isso efetivamente permitia a folha patrimonial auditada da

Enron aparecer livre de dívidas, enquanto, na realidade, devia mais de 30 bilhões de

dólares, no auge de sua dívida.

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São mencionadas outras figuras-chave e suas participações na fraude da Enron

como Lou Pai, Kenneth "Ken" Rice, J. Clifford Baxter, entre outros.

A empresa que a auditava era de Arthur Andersen, um dos principais executivos da

empresa, o que contribuiu para o encobrimento da farsa. Desde que foi envolvida

com o colapso da Enron, a Andersen perdeu diversos clientes de prestígio. O

documentário mostra bem como foi feita toda a manipulação contábil, financeira e

até mesmo como apresentavam a Enron como uma empresa sólida e confiável de

ser investida, mencionando suas várias premiações e honras pela incrível ascensão

que aparentava ter, o que elevava ainda mais os valores das ações da empresa.

Também como se utilizaram de informações privilegiadas para se beneficiarem, em

que os diretores executivos venderam suas ações do colapso iminente.

Ao fim são evidenciadas as consequências da solvência da Enron como as

acusações e processos que os responsáveis pela fraude sofreram e indenizações

contra a empresa. O colapso deixou saldo de mais de 20 mil desempregados e junto

levou um dos escritórios contábeis mais antigos do país, Arthur Andersen, com sua

reputação de honestidade destruída, além de manchar nomes de instituições

bancárias, que eram coniventes.

Resenha acadêmica realizada por Guilherme Freitas Campos, acadêmico do

curso de Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Espírito Santo

(UFES).