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resenho John Stott
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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO
REV. DENOEL NICODEMOS ELLER
Rua Joviano Naves, 301 – Palmares – Belo Horizonte – MGCep: 31155-710 – Fone (31) 3426.9949
DATA: 25 de maio de 2004 AVALIAÇÃO:_______
ALUNO: Gladson Pereira da Cunha
TIPO DE TRABALHO: Resumo
DISCIPLINA: Ppr5
TURMA: 4º Ano TURNO: Matutino
PROFESSOR(A): Rev. Leonardo Flávio Leão de Carvalho
John Stott talvez seja o mais influente teólogo contemporâneo em atividade dentro dos
círculos de estudos cristãos. O seu trabalho de apresentar e tentar aplicar os ensinamentos
cristãos ao mundo, que tem experimentou grandes mudanças no século passado e que no
início de um novo século tem sentido as conseqüências de tais transformações, tem feito de
Stott um dos grande profetas contemporâneos.
A presente obra, que chegou com um atraso de mais de 20 anos às estantes dos
teólogos e pastores brasileiros numa versão portuguesa, é uma prova da influência e da
perspicácia deste homem, que soube como poucos avaliar a sua época, descrevê-la e encontrar
meios para que a mensagem do evangelho se tornasse relevante para ela.
Nela, Stott se propõe a avaliar a situação que se encontrava o ministério em franca
decadência em seu momento histórico, talvez bem diferente da nossa realidade em que vemos
pregadores das mais variadas matizes do evangelicalismo brasileiro proferindo as suas
pregações, é óbvio que não estou avaliando o conteúdo destas mensagens, mas que há
pregações para todos os gostos, isto há. Assim, Rev. John Stott faz uma leitura de sua época
demonstrando os fatores que tornaram a pregação num segundo plano dentro dos cultos
protestantes do seu país, embora faça referencia a outras países.
Ele inicia por uma análise histórica da pregação, isto é, um levantamento dos grandes
pregadores da cristandade que inicia com o próprio Senhor Jesus, os apóstolos, os pais da
Igreja, reformadores e pregadores posteriores e contemporâneos. Nesta análise ele demonstra
o interesse e a dedicação de cada um destes homens pela arte da proclamação da palavra de
Deus e que a pregação tem sido uma tradição que vem sendo mantida pelo cristianismo no
desenrolar dos séculos, sendo ela uma das poucas tradições autênticas de todo o cristianismo.
Segue-se a esta análise histórica, uma avaliação das objeções contemporâneas contra
a pregação. Algumas delas são bem próximas das que são levantadas pelo próprio Stott, em
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: STOTT, John. Eu Creio na Pregação. São Paulo: Editora Vida, 2004. pp.363
outro livro de sua autoria.1 Ele considera as seguintes objeções: (1) o estado antiautoridade:
que é descrita por ele, como a oposição contra qualquer tipo de absolutismo institucional ou
ideológico, por parte de pessoas que admitem não poder existir no mundo moderno qualquer
tipo de autoridade absoluta, seja ela o estado, a Bíblia, ou a religião; (2) a revolução
cibernética: o avanço da tecnologia de comunicação em massa, como a televisão, que tem
conseguido minar certas atitudes criticas das pessoas, bem como sua criatividade e emoções;
(3) a perda de confiança no evangelho: um ceticismo peculiar à época de Stott, mas que é
também nossa, em que a pessoas duvidavam em haver qualquer coisa relevante no
cristianismo ou mesmo a possibilidade de crer nele como saída para os problemas da era
moderna.
No terceiro capítulo, John Stott apresenta, então, os fundamentos os quais devem
sustentar a prática da pregação em nossos dias. Como qualquer desenvolvimento da teologia,
a pregação fundamenta-se sobre o entendimento de que Deus existe e se dispõe a revelar-se ao
seu povo, comunicando-lhes a sua vontade, sendo, em nossos dias, a palavra de Deus
apresentada aos homens por meio da Escritura, que é a sua palavra revelada ao homem, que
por sua vez, precisa ser ouvida pela igreja e aplicá-la ao mundo, pelo fato dela ter sido criada
mediante a Palavra e dependente dela para o seu crescimento e desenvolvimento saudável.
Por fim, deve ser a Palavra exposta pelo exercício do ministério pastoral a fim de que ela seja
comunicada aos homens, pela qual deverão alcançar a vida.
Prosseguindo, o autor define que a pregação tem a tarefa de criar pontes entre dois
mundos distintos: o mundo bíblico e o nosso mundo, de modo que a realidade bíblica se torne
sensível e prática no mundo nossos dias. Qualquer dificuldade nesta construção é desastrosa,
porque ela torna a Palavra distante da nossa realidade, e por outro lado parte-se para uma
tentativa de construir uma relevância desprovida de base bíblica.
Do capítulo quinto ao oitavo, Dr. Stott, trabalhados dois aspectos que devem ser
considerados por todos os que se dedicam a tarefa da pregação. O primeiro aspecto tem a ver
com o preparo intelectual, em que o autor se dedica a demonstrar a necessidade do preparo
pessoal para a realização da sua tarefa, trabalhando tanto a área do conhecimento acerca das
várias matérias que devem ser conhecidas pelo pregador, como o modo de elaboração e
construção do esboço do sermão, o que se enquadra dentro dos padrões e métodos
tradicionais, de modo que pouca coisa ele acrescenta nesta área. O segundo aspecto está mais
ligado à questão do caráter do pregador, o qual deve ser compostos de sinceridade, zelo,
coragem e humildade. Ele demonstra a necessidade do pregador em cultivar tais
características no exercício do seu ministério, como um modo de evidenciar as palavras que
são proferidas pelo sermão, e assim, confirmando-as.
1 STOTT, John. Between Two Worlds.
Questionário:
(1) Você acredita que a realidade inglesa da anti-pregação, na década de 80, descrita por John
Stott, tem algum significado e merece a nossa atenção mais de 20 anos depois e no
contexto brasileiro, em que podemos ver em qualquer canal de TV pregações de todas as
matizes do cristianismo? Como é que esta análise pode ser relevante para nós hoje?
(2) A respeito do caráter do pregador. O quanto você acredita que uma falha de caráter pode
danificar a comunicação da mensagem bíblica?
(3) Dentro do contexto da pós-modernidade, podemos afirmar que a o evangelho perdeu a
sua confiabilidade? Como e por quê?