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Resenha filme SICKO - SOS Saúde RESENHA DO DOCUMENTÁRIO: SICKO – SOS SAÚDE SICKO SOS SAÚDE é um documentário que foi dirigido e produzido pelo cineasta Michael Moore. O seu principal objetivo é mostrar como funciona o sistema de saúde norte-americano. Nos EUA não existe sistema de saúde universal e gratuito. A população só tem acesso à saúde se conveniada a um plano de saúde. No decorrer do documentário, são apresentados vários casos de pessoas que apesar de terem planos de saúde, não tem suas despesas cobertas pelas seguradoras, nem o acesso aos medicamentos que necessitam, ou a exames mais especializados e caros, e na maioria dos casos os motivos apresentados são infundados e até preconceituosos. Ou seja, a população é obrigada a pagar valores altíssimos para manter um plano de saúde. Porém se o segurado apresentar algum risco de saúde que possa comprometer o rendimento do Plano, já está fora e é obrigado a pagar por tratamento particular ou não ser atendido, o levando a risco de morte, pois . existe uma lista infinitamente grande de doenças que não são aceitas para serem asseguradas. Assim sendo, o documentário mostra que o sistema de saúde americano faz da saúde da população um comércio lucrativo para os Planos de Saúde e para o próprio governo. O objetivo dos planos de saúde não é a saúde das pessoas, e sim a maximização dos lucros! Podemos ver isso quando o documentário nos mostra que no Governo do presidente Clinton, a primeira dama Hillary Clinton anunciou o plano de cobertura universal da saúde. Porém o que se viu foi a compra dos congressistas pelos seguros de saúde e fábricas de medicamentos para que o sistema de seguros particulares continuasse crescendo. Enquanto tudo isso ocorria, o documentário nos mostras casos de pessoas que vieram a falecer em decorrência de não serem assegurados pelos planos de saúde para fazer um determinado tipo de exame ou cirurgia. Moore apresenta o modelo de saúde norte-americano e o campara com o de outros países. Ele mostra como funciona o sistema de saúde no Canadá, Reino Unido, França e Cuba. Com isso podemos ver pontos negativos e positivos a respeito dos sistemas de saúde. O documentário mostra que todos esses países acima citados possuem sistemas públicos de saúde. O Canadá possui um sistema público de saúde pago, Medicare, que é patrocinado pelo

Resenha filme SICKO - SOS Saúde

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Resenha filme SICKO - SOS Saúde

RESENHA DO DOCUMENTÁRIO: SICKO – SOS SAÚDESICKO SOS SAÚDE é um documentário que foi dirigido e produzido pelo cineasta Michael Moore. O seu principal objetivo é mostrar como funciona o sistema de saúde norte-americano. Nos EUA não existe sistema de saúde universal e gratuito. A população só tem acesso à saúde se conveniada a um plano de saúde. No decorrer do documentário, são apresentados vários casos de pessoas que apesar de terem planos de saúde, não tem suas despesas cobertas pelas seguradoras, nem o acesso aos medicamentos que necessitam, ou a exames mais especializados e caros, e na maioria dos casos os motivos apresentados são infundados e até preconceituosos. Ou seja, a população é obrigada a pagar valores altíssimos para manter um plano de saúde. Porém se o segurado apresentar algum risco de saúde que possa comprometer o rendimento do Plano, já está fora e é obrigado a pagar por tratamento particular ou não ser atendido, o levando a risco de morte, pois . existe uma lista infinitamente grande de doenças que não são aceitas para serem asseguradas.Assim sendo, o documentário mostra que o sistema de saúde americano faz da saúde da população um comércio lucrativo para os Planos de Saúde e para o próprio governo. O objetivo dos planos de saúde não é a saúde das pessoas, e sim a maximização dos lucros! Podemos ver isso quando o documentário nos mostra que no Governo do presidente Clinton, a primeira dama Hillary Clinton anunciou o plano de cobertura universal da saúde. Porém o que se viu foi a compra dos congressistas pelos seguros de saúde e fábricas de medicamentos para que o sistema de seguros particulares continuasse crescendo. Enquanto tudo isso ocorria, o documentário nos mostras casos de pessoas que vieram a falecer em decorrência de não serem assegurados pelos planos de saúde para fazer um determinado tipo de exame ou cirurgia.Moore apresenta o modelo de saúde norte-americano e o campara com o de outros países. Ele mostra como funciona o sistema de saúde no Canadá, Reino Unido, França e Cuba. Com isso podemos ver pontos negativos e positivos a respeito dos sistemas de saúde. O documentário mostra que todos esses países acima citados possuem sistemas públicos de saúde. O Canadá possui um sistema público de saúde pago, Medicare, que é patrocinado pelogoverno. Os serviços básicos são feitos por médicos privados, que tem as despesas negociadas e pagas pelo governo. O Reino Unido também possui um sistema público de saúde, onde qualquer remédio tem o mesmo preço (6,65 libras) e dependendo da sua idade (menos de 16 e mais de 60) você nem paga. E dependendo da condição financeira da pessoa, ao sair do hospital ela recebe dinheiro para pagar a passagem de volta pra casa. Na França há médicos e hospitais tanto público quanto privados e a maioria dos custos é pago pelo governo. Os planos de saúde são oferecidos por organizações sem fins lucrativos ou cooperativas. Você paga do jeito que pode e recebe tratamento do jeito que precisa. Já em Cuba, grande parte do produto interno bruto vai para a saúde e há um sistema de saúde público. Para pacientes estrangeiros há um sistema de pagamento por um preço muito baixo. Os remédios são pagos por fora. Possuem uma base de medicina preventiva.A partir dessas características de cada sistema de saúde apresentado no documentário, podemos notar o quão atrasado é os EUA com relação à saúde pública em contraste com os outros países. Os EUA é o único país ocidental a não possuir um sistema público de saúde. Em contraste podemos notar que esses países europeus e Cuba possuem um sistema de saúde que atende universalmente quem dele precisar e não quem pode pagar.Apesar de o documentário não mostrar o sistema de saúde do Brasil, o SUS, é possível compará-lo com relação ao apresentado no documentário. Comparado ao modelo norte-americano o SUS é muito mais avançado, pois se trata de um sistema de saúde público, que possui como princípios a universalidade (Saúde como direito de todos e dever do Estado), Equidade (Justiça Social) e Integralidade (Engloba todos os níveis de complexidade de assistência à saúde. Ações de promoção,

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proteção e recuperação). Porém, comparado com os outros modelos apresentados o SUS se mostra falho, pois apesar de ter esses princípios assegurados constitucionalmente, há falta de investimento na saúde. Segundo nossa constituição os planos de saúde deveriam ter caráter complementar, mas o que presenciamos é o oposto. Devido à precarização do SUS, recorre a atendimento público quem não pode pagar um plano de saúde privado. Mas mesmo com toda essa precarização ainda possuímos um sistema de saúde público e devemos agir como mostradono documentário, mais especificamente como a população francesa que luta e reivindica por seus direitos através de movimentos populares. Nós brasileiros conseguimos a saúde pública como direito através de movimentos populares e através deles devemos continuar a afirmar como nosso direito e fazer valer o que está assegurado constitucionalmente.Com relação aos modelos de saúde dos países europeus mostrados no documentário e já listados acima sabemos que são modelos bem sucedidos pelo menos até quando foi filmado o documentário em 2007. Mas decorrente do contexto econômico que vivemos, um contexto de crise mundial do capitalismo com forte impacto na Europa, nos ficou uma dúvida: Será que esses sistemas de saúde pública ainda funcionam tão bem nesses países? Pois como vemos a crise está gerando uma avalanche de desempregos pelos países europeus, e se tem muita gente desempregada não se recolhe impostos para financiar o sistema de saúde.