Resenha Livro Ford

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Este projeto integrado apresenta um estudo sobre o livro Ford: O homem que transformou o consumo e inventou a Era Moderna, em que mostra a vida pessoal e profissional de Henry Ford, o nascimento e evolução da companhia Ford Motor Company e toda a sua contribuição para o modelo de produção em massa. Veremos inicialmente a análise crítica dos capítulos e da obra. Em seguida, será realizado um estudo de caso da empresa Bombril e da empresa Ford Motor Company mostrando os processos de ambas em Relações Internacionais, Gestão de Pessoas e Gestão de Processos e Cadeia de Valor. Por fim, serão comparadas as similaridades e diferenças em processos das duas empresas analisadas.

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  • RESUMO

    Este projeto integrado apresenta um estudo sobre o livro Ford: O homem que

    transformou o consumo e inventou a Era Moderna, em que mostra a vida

    pessoal e profissional de Henry Ford, o nascimento e evoluo da companhia

    Ford Motor Company e toda a sua contribuio para o modelo de produo em

    massa. Veremos inicialmente a anlise crtica dos captulos e da obra. Em

    seguida, ser realizado um estudo de caso da empresa Bombril e da empresa

    Ford Motor Company mostrando os processos de ambas em Relaes

    Internacionais, Gesto de Pessoas e Gesto de Processos e Cadeia de Valor.

    Por fim, sero comparadas as similaridades e diferenas em processos das

    duas empresas analisadas.

    Palavras-chave: Ford Motor Company; Henry Ford; Bombril; Produo em

    massa; Automveis; Empresas; Gesto de Pessoas; Gesto de Processos e

    Cadeia de Valor; Relaes Internacionais.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ......................................................................................................................... 6

    2 CONTEXTUALIZAO .......................................................................................................... 7

    2.1 Resenha dos captulos ................................................................................................... 7

    2.1.1 O retorno .................................................................................................................... 7

    2.1.2 Os meus brinquedos eram s ferramentas .......................................................... 8

    2.1.3 Clara ........................................................................................................................... 9

    2.1.4 Partindo do zero...................................................................................................... 10

    2.1.5 O que Edison disse ................................................................................................ 11

    2.1.6 Glria e poeira ......................................................................................................... 13

    2.1.7 A carta de sete milhes de dlares ..................................................................... 14

    2.1.8 Ford encontra o seu ativo mais valioso............................................................... 15

    2.1.9 A inveno do carro universal .............................................................................. 16

    2.1.10 O dono de todos os carros dos Estados Unidos ............................................. 17

    2.1.11 O Modelo T assume a liderana ........................................................................ 18

    2.1.12 Terrvel eficincia ................................................................................................. 20

    2.1.13 O dia dos cinco dlares ....................................................................................... 21

    2.1.14 Objetivos simples ................................................................................................. 22

    2.1.15 O especialista........................................................................................................ 24

    2.1.16 O judeu internacional ........................................................................................... 25

    2.1.17 O fim da linha ........................................................................................................ 25

    2.1.18 Eplogo ................................................................................................................... 27

    2.2 Anlise crtica ................................................................................................................. 28

    3 ANLISE PRTICA - ESTUDO DE CASO ....................................................................... 29

    3.1 Bombril S/A ..................................................................................................................... 29

    3.1.1 Relaes internacionais ........................................................................................ 30

    3.1.2 Gesto de pessoas ................................................................................................ 33

    3.1.3 Gesto de processos e cadeia de valor .............................................................. 38

    3.2 Ford Motor Company .................................................................................................... 41

    3.2.1 Relaes internacionais ........................................................................................ 41

    3.2.2 Gesto de pessoas ................................................................................................ 44

  • 3.2.3 Gesto de processos e cadeia de valor .............................................................. 47

    3.3 Anlises comparativas das empresas ........................................................................ 49

    3.3.1 Relaes internacionais ........................................................................................ 49

    3.3.2 Gesto de pessoas ................................................................................................ 50

    3.3.3 Gesto de processos e cadeia de valor .............................................................. 52

    CONSIDERAES FINAIS .................................................................................................... 54

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................................... 56

  • 6

    1 INTRODUO

    Neste projeto so apresentadas comparaes, anlises e concluses sobre a o

    livro proposto e a empresa analisada. O projeto inicia-se com resenhas dos

    captulos do livro, onde so abordados os seus pontos principais, seguida de

    concluses para os problemas aparentes.

    Foi realizada a anlise critica do livro em geral, que conta com opinies sobre o

    autor, livro, linguagem e assuntos abordados. Em seguida, h um estudo de

    caso entre as empresas Ford Motor Company e Bombril S/A em que so

    abordados os temas dos mdulos do 5 semestre do curso de Administrao. E

    para sinalizarmos as diferenas entre as duas empresas analisadas, h

    comparaes prticas dos processos e, por fim, a concluso do projeto.

    O objetivo geral do projeto aprimorar a capacidade de anlise crtica e a

    capacidade de utilizar o conhecimento nos mdulos estudados e ainda, agregar

    conhecimento na aplicao prtica dos processos nas empresas,

    desenvolvendo a comunicao e trabalho em equipe, adquirindo senso crtico

    sobre os mtodos adotados e conhecimento nos processos organizacionais.

    O trabalho prope ao leitor a apresentao das caractersticas de um grande

    lder e os mtodos de gesto por ele utilizados, possibilitando uma viso e

    comparao de como grandes empresas trabalham atualmente. O projeto

    aposta ser uma grande leitura e aprendizado.

    A importncia deste tema est em mostrar como Henry Ford criou a Era

    Moderna, revolucionou a forma de produzir e mudar completamente a

    economia de um pas, o que refletiu atualmente nos processos das

    organizaes.

    Metodologicamente, este trabalho adotou a pesquisa entre o livro abordado,

    junto a relatos e pesquisas feitas pelo grupo, em paralelo, buscaram-se

    documentos que mostram a funcionalidade da empresa estudada para

    obterem-se dados relevantes para as anlises e comparaes.

  • 7

    2 CONTEXTUALIZAO

    2.1 Resenha dos captulos

    2.1.1 O retorno

    Apesar de inventar indiretamente a Era Moderna, mudando completamente o

    estilo de vida de muitas pessoas, Ford era visto como um homem comum, que

    no perdera seus princpios.

    Para todos que observavam Ford, mesmo depois de sua consagrao, ele era

    um homem comum, que no chamava ateno. Quando voltara a sua cidade

    natal, foi deparado com a possibilidade de demolir sua antiga casa, j que as

    ruas no sustentavam mais a quantidade de carros que por ali passavam.

    Perfeccionista como poucos, Ford recriou o ambiente que nasceu, e recuou a

    casa para a construo da nova estrada, como vemos no trecho Um em cada

    dois carros que contriburam para aquele trfego levava o seu nome. (SNOW,

    2014, p. 12).

    Alm disso, Ford construiu em homenagem a sua esposa, a Greenfield Village,

    onde levava pra perto de sua cidade natal tudo que fez parte de seu passado,

    entre tribunal loja de bicicletas, o que no iria se encontrar ali eram quaisquer

    bancos ou escritrios de advocacia, conforme afirma Snow (2014, p.15)

    Banqueiros e advogados no tinham vez com Ford.

    Isso mostra a manipulao que Ford fazia com seu passado, levando suas

    lembranas para perto de sua nova realidade, claro que as melhores em sua

    primeira metade de vida, j que ainda no tivera sofrido nenhum processo ou

    ao judiciria.

    Era atento em conversas e dilogos que lhe traziam interesse, Henry Ford

    sempre foi muito direto e decisivo em suas respostas e argumentos que certa

  • 8

    vez entrou em uma discusso com um estudante afirmando que os tempos so

    outros, que ele havia inventado a Era Moderna.

    Seu nome comeou a ser deslanchado em quaisquer que fossem os meios de

    notcias da poca, em que afirmavam que Ford era nico, espetacular e muitos

    outros adjetivos.

    O termo produo em massa tambm foi inveno sua, Henry Ford foi muito

    importante para que as indstrias crescessem observando sua poltica e

    filosofia, sua inveno, tanto como a produo em massa quanto a revoluo

    para a Era Moderna, antes de serem criadas tais nominaes, o nome levado

    para tais aes eram chamadas de fordismo, j que Ford com o tempo moldou

    a vida dos Estados Unidos na poca, e a partir da, do mundo.

    2.1.2 Os meus brinquedos eram s ferramentas

    Desde muito pequeno, Henry Ford criava grande fissura pelas mquinas e

    mecanismos, quais fossem elas, isso permitiu o seu crescimento ao longo do

    tempo para sua evoluo no meio automobilstico.

    Ford nasceu de uma famlia de agricultores e havia muito trabalho para poucos

    resultados na agricultura, sendo assim, pensava em uma maneira de realizar

    grande parte deste trabalho sem esforo, o levando mecnica.

    Desde muito pequeno, Ford vinha ganhando gosto por mquinas, desmontava

    todos os relgios que via pela frente aos sete anos, simplesmente fazia isso

    para verificar como era o funcionamento do mesmo, conforme vemos no trecho

    No deixe o Henry tocar neles porque ele simplesmente os desmonta

    (SNOW, 2014, p. 29).

    Ford tinha algumas peculiaridades, quando via alguma locomotiva ou algo que

    se movia diferente do conhecimento dos seus pais ele parava e sempre

  • 9

    perguntava como era o funcionamento do maquinrio. Isso acabou trazendo a

    si prprio um grande aprendizado, j que o amor pelas mquinas s crescia.

    Para Snow (2014, p.32) O maior evento daqueles primeiros anos., foi quando

    Henry Ford avistou uma mquina agrcola conduzida por um motor e no por

    trao animal e que Ford sempre se lembrava desta mquina, uma grande

    mudana na vida dele.

    Um de seus primeiro empregos foi efetivamente uma universidade para Ford, j

    que ali havia mais mquinas que operrios, aprendera muito nesta oficina que

    o impulsionou a ideia de criar coisas, mquinas e por fim, automveis.

    O aperfeioamento do seu conhecimento por mquinas e o seu interesse por

    elas, comeou a colocar seu aprendizado para funcionar e com sua fascinao

    por ferramentas desde pequeno fez com que pudesse ter evoluo no meio

    automobilstico.

    2.1.3 Clara

    Podemos evidenciar o claro interesse de Henry Ford em adquirir

    conhecimentos e experincias em comandos eltricos, tambm se destaca o

    fato de Ford encontrar sua futura esposa, Clara.

    Em suas horas vagas Henry Ford se dedicava dana e em um dos eventos

    que ocorria na cidade, conheceu sua futura esposa Clara. S depois de quase

    um ano que voltou a encontra-la para que enfim comeasse um relacionamento

    com a mulher que seria de fundamental importncia seja na sua vida pessoal,

    como profissional.

    A empresa Edison Illuminating ofereceu uma proposta de emprego na rea de

    eletricidade que trouxe muitas dvidas com relao mudana para outra

    cidade. Logo aps uma conversa com sua esposa que sempre o apoia em

    todas as suas decises, podemos ver claramente no trecho [...] Passou a

    confiar tanto na capacidade de julgamento de Ford que ele, muito satisfeito,

  • 10

    passou a se referir a ela como a Crente. (SNOW, 2014, p. 47), Henry aceita a

    proposta e se muda para Detroit.

    Aps algum tempo na empresa, Ford j enfrenta o seu primeiro desafio,

    solucionar um problema em uma mquina que sofreu uma avaria com uma

    sobrecarga, aps verificar o problema, a conserta e acaba surpreendendo o

    seu gestor.

    Depois de enfrentar diversos desafios na nova cidade e em seu atual trabalho,

    Ford d mais um passo em sua vida pessoal com o nascimento de seu primeiro

    e nico filho, Edsel Bryant Ford.

    Ao longo de um perodo de adaptao Ford promovido a engenheiro chefe

    pelas suas qualificaes, utilizando seus conhecimentos adquiridos no

    ambiente de trabalho, dando continuidade e aprimorando o seu projeto.

    Com ajuda de Clara, Ford agora com o conhecimento agregado em eletricidade

    consegue fazer o seu motor funcionar pela primeira vez e descobriu o que

    faltava para ter sucesso com o seu projeto.

    Em virtude dos fatos mencionados, a persistncia em no desistir torna um

    grande diferencial de Ford, sem receio de encarar os desafios que a vida lhe

    oferece, busca novas habilidades e conhecimentos. Alm disso, evidenciamos

    o apoio de Clara que mesmo ficando em segundo plano, apoia as decises de

    seu marido, tornando-o mais seguro e firme diante de suas escolhas.

    2.1.4 Partindo do zero

    Nota-se a relevncia do projeto de Henry Ford, seu objetivo era de criar um

    meio de transporte de propulso prpria movida gasolina, algo muito

    questionvel para tal poca, o que ocasionou ser um projeto de difcil

    elaborao e execuo.

  • 11

    Ford era um homem muito minucioso que analisava cada etapa que

    desenvolvia em seu novo projeto. Antes de dar qualquer passo, verificava

    todas as possveis variveis e problemas que poderiam ocorrer, como Snow

    (2014, p. 62) afirma [...] Eu trao um plano e defino cada detalhe no plano

    antes de comear a construir [...].

    Uma das primeiras dificuldades encontrada para a criao de seu projeto era

    conseguir desenvolver um motor a gasolina, no entanto poucos tinham o

    conhecimento do potencial que a gasolina possua, que poderia servir como

    combustvel, a maioria das pessoas achava que era um simples lquido incolor,

    Com o desenvolvimento do motor, Henry buscava algo alm de um motor que

    fosse bom, ele queria elaborar um veculo com o peso reduzido, pois o mesmo

    acreditava que as coisas mais esplndidas do mundo so as que possuem

    menor peso, alm de trazer diversos benefcios de impulso e custos em seus

    projetos futuros, Ford conseguiu eliminar todo o peso desnecessrio.

    De acordo com os fatos apresentados, este projeto foi bem sucedido e com o

    desenvolvimento desse primeiro passo, o quadriciclo, ele consegue dar inicio a

    criao de um meio de transporte que serviria de base para o aperfeioamento

    de seu primeiro automvel, conforme Snow (2014, p. 78) relata [...] Ford ligou

    a corrente gerada pela bateria e girou o volante de inrcia. O motor pegou: o

    quadricclo se transformou: de um sistema de tubos a uma criatura [...].

    2.1.5 O que Edison disse

    Destaca-se a primeira experincia de Ford com o seu quadriciclo e seus

    problemas de funcionamento e o incentivo direto de Thomas Edison na

    brilhante carreira de Ford.

    Ford trabalhava para o inventor Thomas Edison na Detroit Electric Edison

    Company e depois de sua jornada de trabalho, na garagem de sua casa, se

  • 12

    dedicava a seu primeiro grande projeto: um quadriciclo a gasolina. Passou a

    utiliz-lo para se locomover em pequenos trajetos e aperfeioa-lo.

    Apesar da admirao de alguns, Ford vendeu seu primeiro carro por $ 200. O

    mesmo logo queria dar incio construo de outro, construo essa que s foi

    iniciada depois de uma carta de seu amigo e comprador do carro elogiando a

    simplicidade do carro e mencionando como resolveu um dos problemas do

    mesmo, como podemos ver no trecho [...] em se tratando de simplicidade, no

    havia preo para ela [...] (SNOW, 2014, p. 84).

    Com apreo especial por Ford, o novo gerente de operaes na Edison,

    Alexander Dow, convida o mesmo para uma conveno realizada em Coney

    Island. Conveno essa que deu um novo sentido para Ford seguir em frente

    em suas invenes, o mesmo foi apresentado a Thomas Edison. Passando trs

    dias com Edison, Ford explicou todo o seu projeto, atravs de desenhos e

    descrevendo o que cada pea poderia fazer. O entusiasmo de Edison sobre o

    projeto era tanta que em relato Snow (2014, p. 87) menciona:

    [...] Edison deu um soco na mesa com tanta fora que os pratos a

    sua volta saltaram, e disse: - Meu Jovem essa a grande sacada;

    voc acertou. Continue nesse caminho [...].

    Edison conclua dizendo para Ford que qualquer motor a gasolina era melhor

    do que um motor eltrico. Depois de anos em relato do prprio Ford, enfatiza

    Snow (2014, p. 87) [...] Aquele soco foi o mundo para mim [...]. Isso mostra

    que Ford apesar de estar no caminho certo, tinha uma remota dvida sobre o

    seu projeto.

    Henry Ford deixa claro que uma das maiores influncias para continuar a

    fabricar seu carro foi Edison, um dos maiores inventores na poca. O autor

    trata os experimentos de Ford at conseguir concluir o seu primeiro projeto

    como etapas de planejamento e s depois colocar em pratica, aparentando

    passar mais tempo no seu projeto do que no trabalho.

    Conforme frases de Thomas Edison como Muitos dos fracassos desta vida

    esto concentrados nas pessoas que desistiram por no saberem que estavam

  • 13

    muito perto da linha de chegada. e Mostre-me um homem 100% satisfeito e

    eu lhe mostrarei um fracassado., podemos concluir que seu projeto se

    transformou em um veculo aps passar por diversos aperfeioamentos at

    adequ-lo e que Edison foi fundamental para impulsionar o projeto, dando

    incio a brilhante e slida carreira de Ford no mercado automobilstico, se

    transformando em um dos homens mais importantes da histria.

    2.1.6 Glria e poeira

    Com os automveis ganhando maior visualizao por conta das corridas e

    sendo visto como um brinquedo veloz, atraiu olhares de diversos investidores

    inclusive de Ford que apostou nesse segmento promissor, realizando a

    abertura de sua fbrica.

    Ford ao descobrir que o auge da poca seria carros velozes, imediatamente

    solicitou ajuda de seus investidores para trabalhar arduamente em seu novo

    projeto para participar de uma corrida, mas seu tempo era curto.

    Sendo o evento um sucesso de bilheteria no autdromo, Alexander Winton

    tentaria quebrar o recorde mundial de velocidade diante de tal plateia, mas foi

    Ford que conseguiu prender a ateno do publico com seu modelo veloz,

    vencendo a corrida. Ao final declarou para as centenas de novos fs que nunca

    mais faria isso. Aps o circuito Ford nunca mais entrou em um carro de corrida

    para competir.

    Depois de seus sucessos com a corrida Ford com seu oportunismo de mercado

    desligou-se da empresa de Edson para engrenar no ramo automobilstico, com

    a abertura de sua fbrica nomeada Detroit Automobile Company, da qual se

    tornou engenheiro-chefe.

    Mostrando os seus ideais na nova empresa, surgem conflitos de interesse dos

    investidores que estavam indispostos a aderirem, Ford fica insatisfeito e

    desliga-se da empresa. Em sua autobiografia, Ford se queixava referente ao

  • 14

    apoio que tinha [...] Eu no tenho nenhum apoio para fazer carros melhores

    para venda ao pblico geral [...] (SNOW, 2014, p. 118).

    Com sua sada da antiga empresa, surgiram novos acionistas interessados em

    carro de corridas. Tom Cooper e Barney Oldfield encomendaram veculos

    velozes para competir, eles assumiriam as suas despesas e Ford iniciou a

    construo de dois automveis rpidos, surgindo o modelo "999". Barney

    Oldfield disputou vrias corridas e conseguiu vitrias e recordes que renderam

    principalmente publicidade e esta por sua vez permitiu suporte financeiro s

    ideias de Ford.

    Com seu oportunismo de mercado Henry Ford analisou coerentemente a

    situao da poca e engrenou na rea automobilstica, na qual seria o inicio de

    sua gloriosa jornada neste ramo juntamente de seus amigos e investidores que

    acreditaram e apoiaram em seu potencial dando total e qualquer assistncia

    necessria.

    2.1.7 A carta de sete milhes de dlares

    Podemos destacar o incio da Ford Motor Company, bem como a sua formao

    de capital, seus fundadores e as primeiras atividades da empresa, sendo

    apontada como promissora no mercado de automveis.

    O autor relata como aps ele conhecer Alexander Malcomson, um empresrio

    do setor carvoeiro, cheio de energia, bem sucedido, justo e empreendedor,

    iniciaria os planos de construir uma fbrica de automveis.

    Malcomson procurou investidores para constituir a Ford e os seus amigos John

    e Horace Dodge entraram na jogada escrevendo uma carta fantstica com

    diversos argumentos e detalhes de custos para que seu pai investisse na nova

    fbrica promissora que contribuiu com uma parte do capital. O maior

    investimento foi o do banqueiro John Gray, tio de Malconsom, tornando-se

  • 15

    presidente. Ford contribuiu com uma parte que foi fornecida pela sua irm

    constituindo assim o capital da empresa.

    Nota-se o incio das atividades da empresa na Mack Avenue, desde a criao

    do logotipo, at o incio dos projetos e o primeiro carro: o modelo A. Um modelo

    de veculo que era montado na fbrica com peas fornecidas por outras

    empresas, pequeno, leve e custava US$750, ganhou a fama de Dono da

    Estrada por ser um carro leve, confivel, til, sempre pronto e com preo

    acessvel.

    A empresa alavancou a partir desse passo, como Snow (2014, p. 145) deixa

    claro:

    Ao final do vero, o modelo A j havia se revelado um sucesso. A

    empresa estava indo de vento em popa. Os carros ganharam fama de

    durveis. Nos seus primeiros 15 meses, o modelo A encontrou 1.700

    compradores.

    Este foi um passo fundamental para a histria da empresa, John Gray e os

    outros investidores iniciariam ali as atividades da Ford Motor Company com a

    aplicao de seus recursos financeiros, e que hoje, se transformaria na 47

    empresa mais poderosa do mundo e uma das maiores empresas de

    automveis, segundo a Forbes.

    2.1.8 Ford encontra o seu ativo mais valioso

    Neste captulo, o autor tem a inteno de mostrar como foi constituda a

    sociedade da empresa e a sua estratgia de mercado para venda de

    automveis da Ford Motor Company.

    Constri com James Couzens, um personagem marcante jovem e fora da lei",

    ambicioso, severo, justo, controlador e devoto s companhias que trabalhou,

    mostrando a sua personalidade rigorosa e antissocial. Aps largar a faculdade

    e assumir o cargo de gerente de escritrio da carvoaria de Malcomson,

    Couzens apesar de no entender nada de automveis deixa a carvoaria para

  • 16

    ser gerente comercial da Ford e a partir da, como intitulado no captulo, foi o

    ativo mais valioso encontrado por Henry Ford, para construir uma empresa que

    assombrou o mundo.

    Couzens foi fundamental para uma das parcelas da estratgia de mercado da

    Ford se estabelecer: construir fidelidade com o cliente. A Ford tinha problemas

    de reclamaes com o mau funcionamento dos veculos vendidos, mas

    Couzens procurava solucion-los e construir uma rede de relacionamento com

    os clientes. Como podemos observar nas afirmaes: Ele disse que estaria

    disposto a despachar um mecnico para qualquer parte do pas para corrigir

    um modelo A com defeito [...] (SNOW, 2014, p. 155) e Um fabricante no

    encerra o seu relacionamento com o seu cliente depois que a venda

    concluda [...] (SNOW, 2014, p. 159).

    Podemos ver claramente a definio da sociedade, aps implantar essa

    filosofia de atender o cliente e solucionar os seus problemas, ampliaes de

    fbricas e criao de fornecedores, os acionistas discordavam em qual tipo de

    veculo seria vendido, os Dodges e o prprio Malcomson queria vender carros

    luxuosos e Henry Ford queria vender o maior nmero de veculos pelo menor

    preo. Assim, Malcomson vendeu as suas aes a Ford, saindo da sociedade.

    Essa deciso de Ford foi muito importante, na poca foram vendidos 8.243

    carros de menor custo e atualmente, segunda a revista Pense Carros a

    companhia possui trs carros no topo da lista dos 10 mais vendidos do mundo,

    com o Ford Focus, Ford F-Series e o Ford Fiesta, que juntos, somam

    aproximadamente 2,5 milhes de unidades vendidas.

    2.1.9 A inveno do carro universal

    Evidencia com detalhes a maior e mais revolucionria criao automobilstica

    de todos os tempos nas fbricas da Ford, o modelo T.

  • 17

    Abordando a dificuldade das estradas da poca e do acesso das pessoas aos

    automveis, nos conduz na jornada e no desafio que Ford tinha ao criar um

    veculo que suportasse terrenos hostis e que no se deteriorasse facilmente e

    tudo isso com possibilidade de acesso das pessoas. Snow (2014, p. 172)

    afirma Hoje um grande dia. [...] O sistema adequado que eu tenho em mente

    consiste em levar o carro s pessoas. [...].

    Os fatos so mostrados, um a um, como foram ocorrendo: a criao da sala de

    projetos e a sua evoluo e que Henry Ford conduzia os trabalhos de forma

    paciente com os seus funcionrios. Alm de realizar diversos e incansveis

    testes, procurava especializar os seus funcionrios ao invs de contratar outros

    profissionais, alm de buscar em outros modelos os materiais que melhor se

    adaptariam e reduziriam custos no seu novo modelo.

    O modelo T era o modelo N (antigo modelo de Ford) melhorado, com menor

    custo e com materiais mais leves e mais resistentes, com sistemas eltricos,

    motor com quatro cilindros, uso de direo do lado esquerdo, embreagem e

    sistema de lubrificao, foi um marco para indstria automobilstica e teve sua

    primeira unidade vendida US$850.

    Sem dvida, esse modelo foi um dos mais importantes para a nossa sociedade

    moderna, alm de criar padres utilizados at hoje, foi um passo que

    possibilitou a produo em massa e acesso a todas as pessoas, vendidos mais

    de 15 milhes de unidades foi eleito o Carro do Sculo por um jri de 133

    jornalistas.

    2.1.10 O dono de todos os carros dos Estados Unidos

    Podemos observar que Ford apresentado como a figura mais ilustre do meio

    automobilstico devido a sua persistncia e inteligncia que influenciaram

    diretamente na sua conquista sobre o processo de posse da patente.

  • 18

    Alguns anos antes de surgir um processo que ficaria para a histria, Selden

    criara uma patente que relacionava maquinas de prpria propulso a base de

    gasolina que supostamente seria um carro, influenciando diretamente na

    trajetria de Ford.

    Ao patentear a inveno, Selden no possua conhecimentos tcnicos e muito

    menos mecnicos para desenvolv-la, apenas criou uma mquina que obteve

    propulso prpria base de gasolina.

    Selden sendo o proprietrio de uma patente que indicava ser um automvel

    processou, junto com a empresa ALAM, todas as fbricas que desenvolviam

    mquinas do mesmo segmento, forando muitos a decretar falncia, pois no

    tinham condies de pagar as taxas ou negariam carregar a patente em seus

    veculos.

    Um desses que reivindicaram a patente foi Henry Ford. Por ter o conhecimento

    e ser um dos reais desenvolvedores da mquina de propulso prpria base

    de gasolina, foi luta para desbancar de vez essa patente.

    Apesar de ter perdido o julgamento na primeira ocasio, Ford com sua

    persistncia recorreu ao julgamento e fez que em uma segunda instncia a

    vitria pertencesse a ele, transformando aquele julgamento em um marco

    histrico e o tornando figura para o ramo automobilstico.

    Com muita determinao e foco, Ford conseguiu obter um de seus maiores

    sucessos, com sua vitria nos tribunais criou uma imagem muito positiva que

    alavancou ainda mais as suas vendas.

    2.1.11 O Modelo T assume a liderana

    O Modelo T foi o pioneiro para o desenvolvimento automobilstico que estimado

    como melhor veculo de todos os tempos pela capacidade de adaptao s

    necessidades de seus consumidores, sendo assim um marco histrico nacional

    no ramo.

  • 19

    Com suas vantagens o Modelo T veio se tornar o veculo referencial para os

    futuros modelos de automveis, baseado nas caractersticas fascinantes que

    possua. No capitulo h uma citao que demonstra sua importncia: [...]

    foram esses argumentos, e as suas consequncias, que fizeram o modelo T o

    automvel mais importante de todos os tempos, e possivelmente a fora mais

    significativa nos Estados Unidos do sculo XX. (SNOW, 2014, p. 221).

    Podemos afirmar que Ford com o desenvolvimento e aperfeioamento do

    modelo T transformou algo prioritrio para todos: os que moravam nas reas

    rurais e os que moravam nas reas urbanas, como citado no livro: O modelo

    T logo se tornou um ser to urbano quanto rural (Pg. 230, 2 pargrafo).

    O afeto e respeito que as pessoas tinham com seus veculos eram intensos, no

    trecho - Acho que eu gostava mais daquele carro do que de qualquer outra

    coisa que j tive [...] (SNOW, 2014, p. 231) podemos evidenciar isto. As

    comparaes e elogios colocaram o Modelo T ao patamar de excelncia

    dando-o as consideraes de melhor automvel dos ltimos tempos.

    O Modelo T mesmo alcanando o seu pice de desempenho, possua muitos

    investidores que no eram diretamente ligados criao final do veiculo, mas

    que influenciaram em sua qualidade criando diversas modificaes e

    instalaes de novos acessrios, assim alavancando ainda mais o seu sucesso

    com seus consumidores.

    O Modelo T mudou a perspectiva das pessoas com seus avanos, suas

    progresses se tornaram mais concretas aps diversos elogios e citaes dos

    consumidores que ainda so reconhecidos atualmente. Ford seu criador

    buscou atender a todos suprindo as necessidades de todos, os habitantes de

    reas rurais e urbanas, virando a potncia nacional.

  • 20

    2.1.12 Terrvel eficincia

    A criao do processo de produo em massa, conhecida tambm como linha

    de montagem surpreenderia a todos na poca com sua eficincia e eficcia,

    implementada em seu Palcio de Cristal que no agradaria a todos mesmo

    sendo considerada esplndida e aderida por todos os fabricantes futuramente.

    A fbrica da Ford Motor Company que j era considerada uma das melhores

    do ramo automobilstico foi ampliada e recebeu novos recursos, pelo seu

    design foi nomeada como o Palcio de Cristal.

    Considerado um dos melhores gerentes de todos os tempos, o Sr. Flanders

    impulsionou as diversas modificaes na Ford e que agregou para o

    surgimento da linha de produo em massa dos veculos em um processo

    continuo que diminuiria o tempo de montagem.

    O projeto de implantao da linha de montagem surgiria inicialmente pelo Sr.

    Charles Sorensen e teve o total apoio de Henry Ford, como afirma Snow (2014,

    p. 242):

    [...] Ocorreu-me a ideia de que a montagem seria mais fcil,

    mais simples e mais rpida se deslocssemos o chassi ao

    longo da linha, comeando em um lado da fbrica com uma

    estrutura e a colocao dos eixos e das rodas, depois

    passando pelo almoxarifado no o contrrio.

    Com o aperfeioamento da linha de montagem surgiram os pontos negativos.

    Por ser um trabalho montono e cansativo os operrios no aprovaram a ideia

    como mostra o trecho [...] Havia muitos insatisfeitos da parte dos operrios...

    (SNOW, 2014, p. 248), deste ponto inicia as series de demisses por

    descontentamento.

    Com a insatisfao dos operrios logo viria as renuncias, greves, e revoltas. A

    soluo foi contratar novos funcionrios que aceitariam o modo de trabalho da

    fbrica, assim abrindo portas para pessoas do mundo inteiro

    independentemente da cor, raa e religio.

  • 21

    A linha de montagem era considerada fantstica baseando-se em seus

    resultados finais assim foi adotada por diversos fabricantes futuramente e que

    impulsionaria a acelerao para os tempos modernos.

    Analisando todo o processo e os ganhos que o projeto da linha de montagem

    obteve, mesmo com algumas dificuldades Henry Ford apoiou as ideias de seus

    subordinados criando o melhor processo de todos os tempos. Nos dias de hoje

    todas as fbricas automotivas aderiram ideia, buscando sempre a melhora

    contnua dos seus processos e a excelncia da empresa.

    2.1.13 O dia dos cinco dlares

    O ponto de ateno especial a deciso de aumentar drasticamente o salrio

    dos funcionrios da Ford e tambm a estratgia de gesto de pessoas.

    Os acionistas da Ford j tinham ganhado milhes em dividendos e estavam

    cada vez mais abaixando os preos de seus automveis, ganhando milhares

    de novos compradores a cada dia. Sua produo era sazonal e os funcionrios

    eram dispensados sem pagamento no Natal.

    Couzens acreditava que tinha uma vida farta graas ao suor dos homens que

    ali trabalhavam e aps ver os funcionrios tremendo de frio e brigando por

    insatisfao, tomou a deciso de pagar salrios mais altos para os funcionrios

    para que eles pudessem desfrutar melhores condies de vida, Ford tinha um

    plano de participao nos lucros e de inicio reprovou, mas depois aderiu esta

    deciso.

    A Ford tinha a estratgia de criar um novo padro de consumo, salrios mais

    altos e preos mais baixos permitiria a prosperidade do mercado, como

    podemos ver no trecho de Snow (2014, p. 265):

    Esse era o destino para o qual caminhavam todas aquelas

    linhas de montagem, a lgica final da produo em massa: o

    consumo em massa, a classe mdia e a era moderna.

  • 22

    Aps a divulgao da notcia, milhares de pessoas saram de seus empregos e

    formaram uma multido na porta da Ford que precisou dispers-la com gua

    congelante, todos queriam trabalhar na Ford.

    claro que as outras empresas no aprovaram, todos enlouqueceram, teriam

    que acompanhar os salrios da Ford o que mudaria todo o clima econmico

    dos Estados Unidos.

    Com os funcionrios melhores remunerados, podiam largar outros trabalhos e

    curtir mais a vida, a famlia, fazendo com que eles ficassem felizes e

    motivados. Isso foi revertido em produtividade, a produo de veculos dobrara

    e todos adoravam a Ford, pela primeira vez, o homem revolucionrio era mais

    famoso que o seu automvel.

    Podemos concluir que a deciso da Ford Motor Company foi sbia em investir

    na qualidade de vida dos seus funcionrios trazendo um grande aumento de

    produtividade para a empresa, criou um novo padro de consumo para

    prosperar o mercado e desbancou os seus concorrentes no setor industrial,

    evidente que a Ford era um grande diferencial saindo na frente das outras,

    talvez a deciso mais sbia da histria, mudando totalmente a economia de um

    pas, Ford havia criado a era moderna.

    2.1.14 Objetivos simples

    Pode-se mencionar que o aspecto humanitrio de Ford e de sua empresa

    conquistou sua devida importncia consolidando uma estratgia com o maior

    foco nas pessoas.

    Henry Ford, ao realizar o aumento do salrio, buscou alternativas para prevenir

    a m utilizao do dinheiro pelos funcionrios, impondo algumas normas e

    regras para que assim pudesse de certa forma assegurar a qualidade de vida.

    O lado humanitrio de Ford tinha como desejo buscar sempre o melhor para

    todos aqueles que trabalhavam na fbrica, tanto profissional quanto pessoal,

  • 23

    criando o Departamento de Sociologia, em que John Lee ficou responsvel por

    tais atividades.

    John Lee dizia que seria um nico e simples objetivo, mas era complexo pelo

    fato de ter que controlar e analisar cada funcionrio. Para esta medida,

    contratou diversos investigadores para avaliar, questionar e assessorar a vida

    financeira de seus funcionrios, um departamento jurdico que cuidava de

    causas pessoais e disponibilizou mdicos e enfermeiras na fbrica.

    O objetivo do departamento de sociologia era to srio que um investigador

    encontrou um funcionrio vivendo em condies precrias e endividadas,

    imediatamente tomou emprstimos e pagou tudo, alm de trocar toda a moblia

    da casa, o que tornou o funcionrio eternamente grato a Henry Ford e a

    empresa.

    Ford desejava tanto que as pessoas pudessem viver em harmonia formando

    uma sociedade saudvel que se arriscou em uma viagem turbulenta para tentar

    cravar o fim da guerra, mas no teve sucesso como podemos ver no trecho sua

    declarao: [...] Eu queria ver a paz. Pelo menos, eu tentei fazer isso

    acontecer [...] (SNOW, 2014, p. 294).

    O xito no alcanado, fez com que Ford ajudasse o seu governo na guerra e

    no buscar lucrar com isto e somente ajudar seu pas a sair dessa situao

    desagradvel, como relata Snow (2014, p. 298) [...] Ford havia reembolsado

    ao governo todo o lucro que havia contabilizado com a guerra [...].

    Ao fazer uma anlise percebe-se que Ford e sua empresa no s tinha o

    objetivo de obter lucro, mas tambm tinha um objetivo simples: oferecer

    recursos para estruturar o modo de vida das famlias de seus funcionrios,

    criando uma sociedade saudvel.

  • 24

    2.1.15 O especialista

    O objetivo mostrar a estratgia utilizada por Henry Ford para consolidar o seu

    poder dentro da empresa se tornando nica famlia proprietria da companhia.

    Henry Ford com a ideia de aumentar e melhorar a qualidade de sua fbrica,

    acabou gerando conflitos entre os acionistas, j que Ford iria diminuir os

    dividendos recebidos por cada um. Algumas consequncias acabaram no

    sendo o que era esperado por Ford.

    Os irmos Dodge tinham como nico cliente a Ford, seguiram os conselhos de

    seu advogado: Os equipamentos da fbrica de vocs so pesados demais

    para depender de um nico cliente. (SNOW, 2014, p. 301). Eles anunciaram

    que iriam parar de fornecer no ano seguinte, devido seu contrato e propuseram

    que Ford comprasse sua parte dentro da empresa.

    A estratgia de Ford era sair da empresa para montar uma nova e gigantesca

    empresa para construir carro melhor e mais barato. Ao mesmo tempo agentes

    procuravam os acionistas alegando que era uma boa hora de vender as aes,

    fortalecendo a famlia Ford no poder da companhia.

    Ford foi julgado porque ele queria reduzir os gastos com seus acionistas e os

    irmos Dodge no aceitaram a ideia, pois se sentiram dominados assim

    fazendo com que Ford perdesse o poder de investir em seu projeto na Fbrica

    do Rouge.

    Aps sua estratgia bem sucedida a famlia Ford conseguiu tomar posse de

    todas as aes da companhia com que ningum iria contra as ordens de Ford,

    elas seriam nicas e cumpridas.

    evidente que Ford no queria ser impedido de todas suas decises,

    buscando uma estratgia que concretizou sua posse mxima na empresa.

  • 25

    2.1.16 O judeu internacional

    Ford com sua perspectiva de mercado lanou um meio de comunicao, um

    jornal semanrio de sua autoria chamado de Dearborn Independent, buscando

    divulgar o seu nome e seu trabalho no territrio nacional.

    Ao publicar no semanrio, Ford buscava expor a sua bondade e virtude,

    sempre idealizando os seus princpios. Colocou a frente do jornal dois grandes

    nomes da poca, o Sr. Pipp como editor e Liebold como gerente administrativo.

    Liebold, inicialmente contratado por Couzens, conseguiu chamar a ateno de

    Ford muito rpido com suas qualificaes, o que o fez ser reconhecido e

    receber um cargo no jornal.

    O jornal no estava atingindo as metas esperadas e trazendo prejuzos, ento

    lanou polmicas afirmando que a culpa da guerra que Ford tentou combater

    era dos judeus.

    O Deaborn Independent com essa estratgia de represses no agradou todos

    os leitores e claro que rendeu a Ford bons processos judiciais. Em uma

    tentativa de voltar atrs, Ford alegou que no ter conhecimento de nenhuma de

    suas publicaes e fez uma declarao pedindo desculpas aos judeus.

    Ford apesar de ser idolatrado pela sua genialidade, no imaginava que o seu

    prprio seminrio pessoal fosse trazer prejuzos imensurveis a sua imagem e

    era tarde demais para reverter o quadro.

    2.1.17 O fim da linha

    Neste captulo fica evidente o fascnio que Ford tinha pelo seu modelo T, que

    mesmo em declnio, no aceitava mudanas e nem tomava medidas para

    acompanhar o modo que mercado automobilstico estava evoluindo.

    Ford aps ter alcanado certa idade, ficou menos flexvel. Fez com que seus

    amigos e familiares mais prximos se afastassem e at mesmo rompeu o elo

  • 26

    com alguns deles, influenciado pelo apego que tinha pelo modelo T que

    chegara ao fim de sua produo.

    Aos olhos de Ford sua inveno era a mais importante de todas, criou afeto

    maior com seu automvel do que com qualquer outra pessoa, incluindo at

    mesmo quem ele dizia ser fundamental em sua vida.

    Por achar que o modelo T fosse perfeito e que no precisaria de mudanas,

    criou uma grande barreira para novas ideias e no aceitava opinies e nem

    modificaes, muito menos novos modelos que poderiam ser melhores que seu

    veculo, rompia laos e parcerias sem hesitao.

    Sua intolerncia com aqueles que no apoiassem a produo do modelo T,

    mesmo em declnio no mercado, Ford iniciou uma srie de demisses que at

    mesmo os funcionrios mais antigos estavam envolvidos.

    As pessoas admiravam Edsel por ter uma viso geral dos automveis, ele no

    se preocupava apenas com o exterior e sim como um todo, como era muito

    respeitado por Ford, tomava decises na empresa e se tornou presidente da

    Ford Motor Company. Aps muita insistncia e com o surgimento da

    concorrncia, Henry cedeu a realizar mudanas e atualizaes nos automveis

    para recuperar mercado e retomar suas vendas.

    O modelo T foi e sempre ser considerado um dos melhores de todos os

    tempos, chegou ao pice das vendas e foi o pioneiro da era moderna pelo fato

    de ser o primeiro veiculo a ser montado em uma linha de produo, em

    grandes quantidades e que ainda, se adaptava a qualquer consumidor.

    Independente de seu carter, conclumos que Henry Ford foi um grande

    empreendedor e criador da era moderna com a criao do modelo T e seus

    mtodos de produo, que sem dvidas um dos melhores j vistos, inspirou

    grande parte das tecnologias e mtodos de produo que as empresas

    possuem atualmente.

  • 27

    2.1.18 Eplogo

    Ford era uma pessoa comum, com qualidades e defeitos, foi reconhecido como

    gnio da mecnica que ajudou no desenvolvimento de uma economia e na

    criao da era moderna, morreu como ser humano, porm foi imortalizado na

    memria de todos.

    Ao final de sua vida, Henry Ford teve uma das suas principais tarefas:

    desenvolver o sucessor do seu melhor veculo, o Modelo T, surgindo o Modelo

    A.

    Ford foi de extrema importncia para revolucionar e impulsionar o pas naquela

    poca e muitos que o rodeava no tinha conhecimento da grandiosidade dos

    seus feitos, como relata Snow (2014, p. 381) Levaremos cem anos para

    saber se voc nos ajudou ou nos prejudicou. Mas voc certamente no nos

    deixou onde nos encontrou..

    Ford discordava e perseguia o modo de agir de seu filho Edsel, o que pode ter

    influenciado em uma doena mortal ao seu filho que aos 49 anos, veio a

    falecer. Isto fez com que Ford tivesse um sentimento de culpa, como afirma

    Snow (2014, p. 382) [...] talvez tenha pressionado demais o menino..

    Devido s suas condies fsicas e psicolgicas, Clara e sua nora

    influenciaram Henry Ford a transferir a direo da Ford Motor Company (que

    jamais entregou ao seu filho Edsel) para seu neto Henry II, que no havia se

    envolvido nos negcios da famlia por pensar que seu av matou seu pai

    indiretamente.

    Aps a morte de Edsel, Henry Ford ficou muito fragilizado, sofrendo com

    derrames e o deixando mais distante das pessoas e de tudo o que rodeava.

    Em 7 de abril de 1947, o gnio inventor deixa seu adeus e falece.

    Ford foi um gnio, um empreendedor, um excntrico, um inventor e alm de

    todo isso, era uma pessoa igual a todos com defeitos e qualidades. Em meio a

    uma poca simples e rdua, com decises e estratgias sbias, impulsionou a

  • 28

    economia do pas e consequente criou a era moderna. Deixou inspiraes para

    as empresas atuais e ficou marcado como uma personalidade histrica por

    realizar marcos na histria automobilstica.

    2.2 Anlise crtica

    O autor da obra Richard Snow, escritor renomado e conhecido pelos seus

    trabalhos e livros, mostra a histria de Henry Ford, colocando como era sua

    vida pessoal e profissional, traando a personalidade do grande inventor da era

    moderna.

    O livro comea a detalhar a histria inversa de Ford, mostrando ele retornando

    a sua cidade natal aps j ter mudado completamente a histria das indstrias

    pelo mundo. Logo aps, a histria realmente comea com o nascimento de

    Henry, como era chamado em sua infncia.

    A histria comea a retratar sempre em desordem cronolgica, sua infncia

    utilizando alguns exemplos de futuro, e isso segue a cada captulo, a leitura

    acaba ficando confusa por este motivo, cansativa por tratar de alguns assuntos

    que fogem do principal tema abordado.

    Nascido em famlia de agricultores, sempre se destacava com ideias e usando

    ferramentas como brinquedos. Snow utiliza sempre algumas linhas de dilogos

    e histrias reais e, s vezes, fatos que no so comprovados e so de fontes

    incertas, em todo o livro.

    Henry Ford foi um homem excntrico, detalhista, criativo, mas acima de tudo

    esforado e comprometido com os seus objetivos. Desde cedo tinha muito

    claro em mente o que desejava e onde queria chegar, por isso no poupou

    esforos para alcanar seus objetivos.

  • 29

    Sem dvidas o livro traz grande aprendizado a todas as pessoas que querem,

    ter seu prprio negcio e ao menos obter conhecimento e ideias de um grande

    profissional, Henry Ford possua mtodos que nos inspiram at hoje.

    A sua personalidade mudou conforme o tempo foi se passando, Ford sempre

    foi uma pessoa que dava muito valor as outras, porm em certos pontos do

    livro observamos que esse valor diminua com o aumento de sua fbrica.

    Certas pessoas foram muitos importantes para Ford, como sua esposa Clara,

    mas a genialidade e comprometimento eram dele, um excelente profissional,

    possua muita influncia e mantinha todos sua volta com grande respeito, era

    um lder por natureza.

    No s para sua empresa, mas tambm para outras fbricas e pessoas, Ford

    era visto como modelo e cone, j que em meio a tantos turbilhes, entre eles,

    processos, aes judiciais e guerras, ele conseguiu ir adiante com seu sonho e

    competncia construindo no s primeiro carro, mas foi aquele que mudou o

    mundo, transformando as suas ideias e inteligncia em um bem maior para

    todas as pessoas.

    Henry Ford foi uma pessoa que, mesmo aps ter concretizado seu sonho e o

    sonho de milhares de pessoas, mostrou que sabia cultivar a essncia da vida,

    sua famlia, seus antigos amigos e conhecidos, e acabou construindo um

    museu para sempre estar relembrando seu passado em seus ltimos anos de

    vida.

    3 ANLISE PRTICA - ESTUDO DE CASO

    3.1 Bombril S/A

    Fundada em 1948, em So Paulo, por Roberto Sampaio Ferreira sob o nome

    de Abrasivos Bombril Ltda, foi vendida para o grupo italino Cirio. Aps muitos

  • 30

    processos judiciais e dvidas financeiras, em 2006, Ronaldo Sampaio Ferreira,

    filho do fundador, reassumiu a administrao e o controle da empresa.

    A Bombril uma empresa brasileira do setor de higiene e limpeza domstica.

    Seu principal produto a l de ao, utilizada como produto de limpeza

    especfico para panelas.

    uma das maiores empresas de solues de higiene e limpeza no pas com

    um portflio de 500 itens de limpeza domstica, distribudos em 30 marcas e 62

    categorias como ls e esponjas de ao, detergentes, desinfetantes, sabes

    em barra, saponceos, limpadores, esponjas sintticas, amaciantes lava

    roupas lquidos, facilitadores de passar roupa, sachs perfumados e

    desodorizadores.

    Tambm est presente no segmento industrial, produzindo e distribuindo

    derivados do ao, como a fibra de ao, p de ao e a pentes laminadores para

    a fabricao de produtos de diversos setores da economia: automobilstico,

    ferrovirio, construo civil e muitos outros.

    Possui trs complexos industriais, localizados na cidade de So Bernardo do

    Campo SP (Matriz), Abreu e Lima PE e Sete Lagoas MG.

    3.1.1 Relaes internacionais

    uma empresa privada focal, que concebe, desenvolve e produz itens de

    limpeza domstica para o mercado. Alm de atuar em todo o territrio nacional,

    a Bombril exporta seus produtos para 21 pases, dentre os quais esto Mxico

    (29,35%), Paraguai (18,60%), Angola (16,30%), Bolvia (9,53%). Blgica

    (5,46%), e outros, como Chile, Estados Unidos e Japo.

  • 31

    A empresa possui as seguintes vantagens competitivas:

    Clareza e transparncia em suas relaes com os seus investidores,

    aperfeioando cada vez mais seu sistema de gesto, com prestao de contas

    e esclarecendo sua poltica de responsabilidade corporativa;

    Maior companhia de solues de limpeza do Brasil;

    Portflio de 18 marcas e mais de 190 itens encontrados nas prateleiras dos

    supermercados;

    Melhor fornecedora de no alimentos pelo Prmio SAM`S Club;

    Reconhecida como Top One na categoria l de ao;

    Trs vezes consecutivas considerada Fornecedora preferida dos

    supermercadistas;

    Quatro vezes consecutivas reconhecida como Marca preferida de l de ao

    dos consumidores;

    Produtora da l de ao preferida e mais comprada, segundo a pesquisa

    APES (Associao Pernambucana de Supermercados).

    J internacionalizada, a diretoria comercial possui dois slidos procedimentos

    estratgicos para o mercado internacional: a de importao e de exportao.

    Para aplicar suas estratgias de exportao, mantm uma rea dedicada de

    exportaes e vendas para o mercado internacional, com equipe poliglota e

    multidisciplinar, trabalhando em horrio comercial para ampliar o mercado e

    obter novas oportunidades de negcios.

    Os acionistas esto investindo milhes para modernizar a produo e atender o

    mercado, reduzindo o custo do produto e aumentar o lucro. Possui um rgido

    sistema de qualidade em seus produtos que so exportados para ser mais

    competitivo com os produtos das multinacionais e por fim, pratica uma poltica

    de preos diferenciados para o mercado exterior, alm disso, possui o incentivo

    fiscal que o governo brasileiro pratica e os seus produtos no tm tributaes

    inclusos, como o IPI, ICMS, PIS, COFINS E IOF.

  • 32

    Alm disso, possui uma estratgia de marketing e vendas para atrair a ateno

    dos consumidores estrangeiros. Os analistas de exportao fazem um contato

    direto com os clientes, divulgando todo o seu portflio de produtos no catlogo

    de exportao, j com seus preos diferenciados e ainda, disponibiliza realiza

    as campanhas promocionais, fornecendo todo o material necessrio no ponto

    de venda, como wobblers, mbiles, displays, banners e painis.

    Em conjunto com essas aes no ponto de venda, disponibiliza representantes

    comerciais nos pases atuantes para dar todo o suporte necessrio ao cliente,

    tanto tcnico, quanto de atendimento.

    Para concretizar as negociaes, os instrumentos jurdicos mais utilizados so

    as cartas de crdito ou o pagamento antecipado, o cliente tambm pode optar

    por fazer contratos de exportao.

    Uma das maiores dificuldades no mercado internacional para exportar seus

    produtos a grande concorrncia das multinacionais que possuem muito mais

    estrutura para atender o mercado, como a Procter & Gamble e a Unilever, por

    exemplo, alm das indstrias locais, que fazem com que o preo dos produtos

    da marca brasileira fique mais caro.

    Outras dificuldades encontradas que apesar de ser referncia no Brasil, a

    Bombril pouco conhecida mundialmente e consegue atingir normalmente os

    pases mais pobres, ficando em primeiro lugar na Bolvia, Paraguai e Angola.

    No possui distribuio fixa nos pases em que fecha negociaes, dificultando

    ainda mais o trabalho de logstica na entrega do produto ao cliente. Alm disso,

    as embalagens no esto traduzidas para mais que trs idiomas, o que reduz

    consideravelmente o seu portflio em outros pases.

    A Bombril utiliza uma conta jurdica em um banco internacional de credibilidade

    e para financiar o processo de exportao realiza o contrato de cmbio,

    instrumento firmado para compra de moeda estrangeira.

  • 33

    Para as importaes, a estratgia mais simples. Busca investir em uma

    relao vantajosa com um parceiro internacional para adquirir fontes de

    produo com o menor custo.

    A rea de Suprimentos importa produtos acabados direto do fornecedor

    estrangeiro com o menor custo possvel e mesmo com todas as taxas e

    tributos, traz viabilidade comercial e menor custo, comparada com a produo

    no Brasil. Todos os produtos importados so de qualidade similar ou superior

    do produto nacional, atende todas as especificaes e so aprovadas pelas

    reas de Controle de Qualidade e de Pesquisa e Desenvolvimento.

    A maior dificuldade neste processo de importao a de comunicao com o

    fornecedor em relao ao entendimento da legislao brasileira, que muito

    burocrtica. As empresas internacionais no so habituadas com a

    complexidade de documentao e comprovantes que devem ser apresentadas

    aos rgos responsveis para nacionalizar a mercadoria no Brasil, o que pode

    ocasionar falhas e atrasos no processo de importao.

    Para concretizar as negociaes, o instrumento jurdico mais utilizado a

    Proforma Invoice, contrato que contm os compromissos assumidos durante a

    fase de negociao e permite a nacionalizao do produto que ser importado.

    3.1.2 Gesto de pessoas

    A Bombril atualmente possui trs complexos industriais de produo

    localizados em So Paulo, Minas Gerais e Recife, com mo de obra direta e

    indireta de 3.486 funcionrios. No uma tarefa fcil fazer a gesto de tantas

    pessoas.

    Em setembro de 2013, um novo executivo assumiu a presidncia da Bombril,

    jovem, focado, empreendedor e com viso de futuro, conseguiu implantar e

    traduzir a viso que o Conselho de Administrao queria: quebrar o paradigma

    de administrar funcionrios e criar a viso de gerir pessoas, desenvolvendo-as

  • 34

    como pessoas e profissionais, o que resultaria de uma grande equipe motivada

    e com qualidade de vida, buscando atingir os objetivos da empresa.

    Esta misso foi atribuda para a rea de Desenvolvimento Organizacional e

    Carreira, como chamada a rea de Recursos Humanos na Bombril.

    Comandada pela gerente de Recursos Humanos, podemos ver a sua influncia

    na companhia. O estilo simples, acessvel, humilde e educado, faz com que

    todos os funcionrios tenham respeito e no hesitam em seguir suas

    estratgias com doses imensas de competncia, experincia e qualificao,

    um fato claro que cargo no determina a liderana.

    O estilo de liderana da gerente e do atual presidente idntico, ambos so

    lderes coaching, trouxeram para a Bombril uma gesto por competncias que

    identifica as capacidades individuais de cada gestor e as utiliza para

    potencializar os resultados, criando um ambiente colaborativo e participativo.

    O reflexo disso so as diversas premiaes que a Bombril conquista desde

    2013, presente entre as multinacionais no ranking das melhores empresas em

    prticas de gesto de pessoas das revistas poca, Exame, Isto Dinheiro,

    GestoRH, entre outras.

    A Bombril possui departamentos estratgicos que atuam com ferramentas para

    atingir esses objetivos. Entre elas esto Recrutamento e Seleo, Cargos e

    Salrios e Treinamento.

    A rea de Treinamento tem por objetivo melhorar a qualificao, a capacitao

    tcnica e as competncias dos funcionrios. A rea possui dois programas de

    desenvolvimento especfico de lideranas, chamados de Oficina de Lderes e

    Programa de Desenvolvimento Contnuo.

    Os cargos estratgicos de liderana (gerentes, coordenadores e supervisores)

    e os potenciais lderes, so treinados por meio de workshops, palestras, cursos

    e testes prticos para melhorar cada vez mais as competncias e a gesto de

    pessoas.

  • 35

    Nos programas, o lder aprende e desenvolve como uma liderana deve ser,

    como lidar com as variveis humanas, como dar feedback, como atingir

    objetivos, como trabalhar as competncias dos funcionrios, como ser

    empreendedor, entre outras, tornando a empresa cada vez mais produtiva e

    assertiva.

    A Bombril deseja um nico estilo de liderana e no cada gestor liderar como

    bem entende ou acha melhor, os programas tem como objetivo transmitir o

    perfil de liderana que a Diretoria deseja.

    Para mensurar os resultados, a rea aplica o Programa de Desenvolvimento

    Individual, uma avaliao de desempenho diferenciada, pois o objetivo

    identificar pontos de desenvolvimento, sem propsitos de promoo.

    A avaliao feita pelo superior imediato do funcionrio e dividida em trs

    partes. Na primeira etapa o funcionrio faz uma autoavaliao de suas

    competncias, aps isso, o superior atribui uma avaliao do seu subordinado

    e por fim, as notas so reveladas e ambos fazem uma reunio de feedback

    para comparar e discutir sobre o que est satisfatrio e o que pode melhorar,

    traando um plano de ao.

    A avaliao permite mostrar os pontos crticos e a entrega de resultados dos

    funcionrios, dando a possibilidade de desenvolver, aprimorar e melhorar cada

    vez mais a produtividade da empresa.

    A rea de Recrutamento e Seleo busca candidatos, com perfis diferentes,

    para preencher os requisitos de uma determinada vaga, avaliando as pessoas

    que possuem o maior potencial para assumir as tarefas.

    Para fazer isso necessria uma srie de processos. O processo inicia com a

    abertura Requisio de Pessoal, um formulrio preenchido em sistema pelo

    gestor da rea quando h a necessidade de requisitar a contratao de um

    novo funcionrio, temporrio, estagirio, terceiro ou aprendiz.

  • 36

    Na requisio so inclusos alguns detalhes que determina qual o tipo de

    contratao ser realizada, como aumento de quadro ou substituio, o grau

    de escolaridade necessrio, perfil e salrio.

    A Bombril faz recrutamento interno e externo. Para realizar o recrutamento

    interno, as vagas so divulgadas no canal de comunicao e os prprios

    funcionrios se candidatam, passando por todo o processo seletivo e o gestor

    deve aprovar. Isso traz alguns benefcios como a satisfao dos funcionrios,

    menor custo e aproveita o potencial da empresa.

    Para realizar o recrutamento externo, as vagas so divulgadas em agncias de

    emprego, site de anncio de vagas, jornais e universidades e diversas pessoas

    se candidatam para o processo seletivo. Isso traz benefcios como novos

    talentos, habilidades e conhecimentos na empresa.

    Aps a divulgao das vagas, necessrio realizar uma triagem de candidatos,

    realizada pelo responsvel do processo de seleo, por meio da anlise dos

    currculos dos candidatos verificando sua adequao ao cargo, a empresa

    entra em contato com os candidatos pr-selecionados para agendar uma

    entrevista de seleo.

    Na entrevista de seleo, a profissional de seleo e o gestor avaliam os

    candidatos em alguns requisitos, a experincia profissional, formao

    acadmica, apresentao do candidato ao cargo, motivo de desligamento das

    empresas anteriores, pretenso salarial e por fim, aplica um teste que pode ser

    psicolgico, de avaliao de potencial, avaliao de perfil profissional ou

    conhecimentos gerais e especficos.

    Ao final da entrevista elaborado um parecer e enviado ao gestor, que em

    conjunto com a selecionadora, definem o candidato que ir ser contratado.

    O candidato realiza exames mdicos e de audiometria, entrega todos os

    documentos exigidos e assina o contrato de trabalho, tornando-se regularizado

    segundo a legislao trabalhista.

  • 37

    A rea de Cargos e Salrios tem por objetivo disponibilizar uma ferramenta

    gerencial para os salrios e funes, servindo como fator potencializador sua

    atrao, reteno e desenvolvimento, estabelecendo diretrizes capazes de

    praticar uma poltica salarial sistemtica, clara e eficaz.

    Os cargos so descritos de modo a que se tenha uma ideia clara e objetiva de

    suas responsabilidades, a finalidade do cargo, remunerao e os requisitos

    necessrios.

    Possui uma poltica de salrios que se baseia em pesquisas de mercado,

    realizada a cada dois anos e adota uma tabela salarial seguindo o princpio de

    remunerao fixa.

    A tabela salarial composta por primeiro quartil (salrio inicial), mediana

    (desempenho satisfatrio) e terceiro quartil (desempenho superior).

    Alm disso, o funcionrio pode ter mais dois tipos de progresso salarial, o

    mrito e a promoo. O mrito concedido um aumento de at 8% em seu

    salrio, se o funcionrio realiza todas as suas atividades de seu cargo de forma

    que exceda as expectativas. A promoo concedida quando o funcionrio

    entra em outro grupo salarial, que possui uma nova faixa salarial, podendo

    avanar nas trs etapas novamente.

    A Bombril adota a remunerao varivel para a rea comercial onde os

    vendedores podem at dobrar o seu salrio fixo se atingirem as metas e

    resultados por produto vendido. Alm disso, so implantados programas de

    metas e bnus para todos os funcionrios, como a Participao de Lucros e

    Resultados e o Programa de Participao de Resultados em que, o funcionrio

    possui metas da empresa como um todo, metas por rea e que caso atinja

    todas as metas, recebe bonificaes.

    Alm disso, para manter os funcionrios motivados e ganhar produtividade,

    fornece muitos benefcios. Os funcionrios tm transporte fretado, convnio

    mdico, academia interna, convnio odontolgico, desconto em produtos,

  • 38

    lanchonete, berrio para as mes, salo de beleza, loja de convenincia, rea

    de jogos, sala de televiso, vale alimentao e outros.

    3.1.3 Gesto de processos e cadeia de valor

    A Bombril possui trs polos industriais complexos, projetados com muito

    cuidado para produzir o mximo possvel e com o menor custo para atender a

    demanda do mercado, o que a fez crescer 13% no setor enquanto o mercado

    crescia abaixo de 5%.

    A sua produo totalmente modernizada e neste ano os acionistas injetaram

    milhes de reais em mquinas, pois o seu principal recurso de produo. A

    empresa organizou esse recurso de uma maneira que atendesse perfeitamente

    a tipologia das suas operaes, que dimensionada pelo volume de produtos.

    As mquinas devem produzir o mximo possvel com o menor custo possvel

    para aumentar a margem de lucro, fazendo o produto estar sempre em

    estoque, tendo em vista os milhares pedidos dirios que chegam ao

    departamento de vendas.

    O que determina a variao de produo da empresa a capacidade das

    mquinas, a rea de Planejamento e Controle da Produo programa uma

    determinada quantia de produtos necessrios para atender um pedido e

    adaptam as horas que precisam rodar para atingir o objetivo, s vezes,

    necessrio rodar nos trs turnos de trabalho. Por exemplo, a mquina mais

    moderna da fbrica a Krones, que produz o quntuplo da quantia das

    mquinas comuns, mas s produz detergente. As mquinas comuns produzem

    um quinto de produtos, o que reflete na variao da produo.

    Para isso acontecer, a Bombril planejou um arranjo fsico em linha, em que

    cada estao de trabalho responsvel por executar apenas uma tarefa e o

    produto vai circulando por uma esteira, at chegar a seu estado final. Um

    exemplo o amaciante, em que h uma rea que faz as embalagens que em

  • 39

    linha vai para outra que envasa o produto, a outra rotula, a outra coloca

    tampas, a outra embala. Cada rea especializada em determinada tarefa, o

    que busca a perfeio da execuo e elimina gargalos no processo.

    As vantagens desta operao que ela permite produzir em grandes

    quantidades e com grande produtividade, alm de consumir o mesmo tipo de

    matria prima, pois o produto sempre o mesmo, reduzindo o tempo de

    produo.

    Mas tambm possui desvantagens, alm dos altos investimentos que os

    acionistas precisaram aplicar, aps a implantao das mquinas, o trabalho

    ficou repetitivo e nada ergonmico, aumentando o custo com ambulatrio e

    afastamento, devido padronizao e especializao das atividades realizada

    pelos funcionrios. Alm disso, com a chegada das novas mquinas, alguns

    postos de trabalho foram reduzidos, aumentando o desemprego.

    A empresa acompanha a evoluo do mercado. Para atender a satisfao do

    cliente, buscar a melhoria contnua dos seus processos, aumentar o lucro e se

    tornar cada vez mais competitiva adota um sistema rgido de Gesto e Controle

    da Qualidade.

    Possui uma rea dedicada com equipe multidisciplinar integrada por qumicos,

    bilogos, auditores, entre outros, trabalhando nos trs turnos de trabalho

    produtivo para que no haja falha nos processos e a garantia de qualidade do

    produto seja assegurada.

    O objetivo da rea de qualidade garantir que todos os produtos, de todas as

    categorias, estejam conformes e padronizados, seguindo a risca as leis,

    normas e requisitos para atender o cliente.

    Para isso, a empresa atende a norma RDC 47 de Saneantes que exige a

    Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA) e tambm certificada pela

    ISO 9001:2008: um conjunto de normas e procedimentos que a empresa deve

    seguir para ser certificada, garantindo que ela possui os requisitos de boas

  • 40

    prticas de fabricao, sade ocupacional, meio ambiente e satisfao do

    cliente.

    Os fornecedores de insumos e matrias primas utilizados para realizar o

    processo de produo passam por avaliao e auditoria em sua fbrica pelos

    analistas do Controle de Qualidade da Bombril. A avaliao contnua, todos

    os lotes recebidos so avaliados e o fornecedor pontuado mensalmente nos

    quesitos de produtos conformes e no conformes.

    Na rea industrial, h inspetores em todas as reas e em todos os turnos,

    garantindo que tudo que produzido, passe por anlises qumicas e auditoria

    fsica (visual e peso). No gerenciamento da qualidade, so extradas diversas

    amostras, de turnos e lotes diferentes para anlises qumicas e fsicas, alm de

    serem realizadas auditorias internas e externas para comparar e padronizar os

    produtos.

    Aps a sada do produto para o cliente, a Bombril disponibiliza um canal de

    relacionamento com o cliente, o Servio de Atendimento ao Consumidor

    SAC. Por ligaes gratuitas (0800) os clientes registram as manifestaes e

    reclamaes sobre os produtos. A rea de Garantia da Qualidade entra em

    contato e solicita as amostras para analisar se procedente ou no, dando

    todo o apoio e atendimento ao cliente.

    Todas as aes so atendidas simultaneamente as metas a Politica da

    Qualidade, alm de capacitar e treinar os funcionrios a adotar a filosofia de

    trabalho da garantia da qualidade assegurada, atendendo a misso da

    empresa.

    Todo o fluxo que envolve a rea de Qualidade documentado, registrada e

    inserida no portal Intranet, onde fica disponvel para consulta de auditores. Isso

    envolve desde registros de produo, treinamento de funcionrios envolvidos

    nos processos, aquisio de matrias primas, moldes de embalagem, entre

    outras informaes.

  • 41

    Abordando uma viso geral, todo o ciclo do produto monitorado, analisado,

    registrado e padronizado, desde o a sua matria prima, seu processo

    produtivo, sua embalagem, seu armazenamento e toda a sua documentao,

    para garantir a qualidade e a satisfao do cliente.

    3.2 Ford Motor Company

    A histria da empresa Ford Motor Company comea em 1903, quando

    fundada na cidade de Detroit, nos Estados Unidos, por Henry Ford, um

    mecnico americano que utiliza seu prprio sobrenome para nomear a

    empresa, tornando-se em pouco tempo, a maior empresa da poca que atuava

    no setor automobilstico.

    O seu principal produto era o automvel. O portflio comeou com o modelo A,

    o lanamento que foi um sucesso, mas no o melhor que a Ford desenvolveu.

    Entre os diversos lanamentos de modelos surge o modelo T, automvel que

    ganhou um marco histrico por sua qualidade e custo, considerado um dos

    melhores veculos de todos os tempos.

    Aps um tempo de existncia, a empresa tornou-se lder de mercado com a

    implantao da produo em massa de veculos, sendo necessrio expandir

    suas fbricas e sedes, abrindo filiais por todo territrio nacional e internacional.

    3.2.1 Relaes internacionais

    A Ford Motor Company era uma empresa focal que criava, desenvolvia e

    produzia automveis para o mercado. Industrializava seus produtos para que

    pudessem ser distribudos para todo territrio nacional e internacional, que

    satisfez at mesmo o governo, ao desenvolver meios de transporte para as

    guerras mundiais.

  • 42

    As suas principais vantagens competitivas eram:

    O preo mais acessvel do mercado;

    O produto mais durvel no mercado;

    Lder de mercado no setor automobilstico;

    Maior distribuio no territrio nacional;

    Maior companhia automotiva da poca;

    Produo em grande escala;

    Atendimento de ps-venda.

    A Ford Motor Company era internacionalizada. Inaugurou a primeira

    revendedora de veculos na cidade de San Francisco na Califrnia e realizou

    as suas primeiras exportaes para Europa.

    A estratgia da Ford no era s conquistar o mercado automobilstico, como

    tambm se tornar lder de vendas deste setor. Suas vendas cresciam

    brutalmente pelo fato do preo de seus veculos serem mais acessveis e por

    atender as necessidades dos clientes, comparado as concorrentes.

    As estratgias de internacionalizao da Ford tinham como objetivo expandir

    mercado e aumentar o lucro. Para isto, Henry Ford decidiu exportar buscando

    divulgar a sua marca e ganhar mercado.

    Na aplicao de suas estratgias de exportao, a Ford Motor Company

    sempre direcionava para revendedoras e dificilmente funcionrios, exceto Ford,

    saiam do pas para negociaes internacionais, tendo em vista que a melhor

    venda internacional apontada no livro, foi realizada na poca da guerra em que

    Ford forneceu veculos de combate para os Estados Unidos e seus aliados.

    A Ford fez grandes investimentos em carros de corridas que disputariam na

    Europa e nos Estados Unidos e com isto a expanso de sua marca obteve uma

    evoluo notvel.

    O maior objetivo da Ford era expandir-se, mas o seu maior mercado era no

    territrio nacional, onde inicialmente, lanou diversas revendedoras com seus

  • 43

    respectivos servios de atendimento ps-venda que aumentavam cada vez

    mais os seus clientes.

    Os principais acionistas da Ford buscavam sempre investir na modernizao

    da fbrica e na produo para atender o mercado, reduzindo o custo do

    produto e aumentando o lucro, se tornando mais competitiva no mercado.

    A Ford focava nos investimentos em suas fbricas, isso se deu ao fato de que

    foi a primeira empresa a utilizar a produo em massa e desenvolver um polo

    industrial sustentvel. A fbrica localizada no lago Rouge era rodeada por

    indstrias que abasteciam a fbrica principal, desenvolvidas por engenheiros

    da Ford em um terreno prprio da empresa. Inicialmente foi utilizada para

    exportar navios de batalha para as guerras.

    Buscou tambm adotar a estratgia de desenvolvimento do produto e inovou

    instalando o volante do lado esquerdo, que futuramente seria um padro

    mundial das montadoras, exceto nos pases que se adaptaram ao estilo ingls,

    onde o volante posicionado do lado direito.

    Alm disso, possua uma estratgia de marketing e vendas para atrair a

    ateno dos consumidores estrangeiros. Henry Ford divulgava todos os seus

    veculos nas guerras e enviou alguns para outros pases.

    Em conjunto com essas aes, disponibilizava mecnicos por todo o territrio

    nacional e nos pases atuantes para dar todo o suporte necessrio ao cliente,

    tanto tcnico, quanto de atendimento.

    Uma das maiores dificuldades no mercado internacional para exportar seus

    produtos era o meio de transporte, que atualmente possui muito mais estrutura

    para atender o mercado.

    Outra dificuldade encontrada que apesar de ser referncia no territrio

    americano, a Ford era pouco conhecida mundialmente. Mesmo vendendo para

    outros pases ela no era uma potncia mundial, devido escassez dos meios

    de comunicao.

  • 44

    Para as importaes, a estratgia era mais simples. Buscou reduzir o preo de

    seu veculo ao mximo para criar acessibilidade aos clientes e apostou em

    adquirir matria prima de maior qualidade e menor custo, vinda de outros

    pases. Um bom exemplo disso foi o ao vandio, que era forte, leve e mais

    fcil de usinar que o ao que era utilizado na poca, o ao nquel.

    A fbrica do Rouge se tornou to importante que havia necessidade de

    importar matrias primas para suprir a necessidades de seus veculos, por um

    bom tempo a Ford importou borracha do Brasil para desenvolver seus pneus

    utilizando a sua estratgia de importao, comprar com o menor custo.

    A maior dificuldade neste processo de importao cumprir com os prazos e

    as falhas apresentadas de seus veculos. Para corrigi-las foi necessrio traar

    diversos planos de aes para minimizar essas dificuldades, o que fez com que

    a Ford Motor Company se tornasse umas das maiores indstrias de automvel

    do mundo com o decorrer dos anos.

    3.2.2 Gesto de pessoas

    A Ford Motor Company era comandada pela famlia do fundador e como toda

    outra empresa, para se estabelecer no mercado e obter lucro necessrio

    escolher bons lderes para conduzir o negcio ao sucesso. Com a Ford no foi

    diferente, ao longo de sua trajetria ficaram marcados os principais lderes:

    Henry Ford, fundador e scio majoritrio, Edsel Ford, seu filho e presidente, e

    Couzens, gerente.

    Henry Ford era um lder por completo, tinha o respeito e admirao de todos

    sua volta, era um grande influenciador e formador de opinies, tanto para seus

    funcionrios e at para as crianas que o viam como inspirao, por suas

    filosofias, crenas, competitividade e seu perfeccionismo, assumindo um estilo

    autocrtico de liderana.

    Couzens era um homem estratgico, no era lder como Ford, mas era muito

    importante para o crescimento da empresa, uma pessoa que era cuidadosa

  • 45

    financeiramente e especialista no s na venda de carros, mas tambm em

    beneficiar seus empregados de forma justa e correta, assumindo o estilo

    democrtico de liderar.

    J Edsel era um lder completamente diferente dos acima citados, era

    extrovertido e tinha como ponto forte a aproximao de seus funcionrios,

    auxiliava muito na comunicao entre operrios e scios. Pensava e tinha

    como ideal uma viso mais moderna de equilbrio, era calmo e controlado,

    tomando como diferencial a comunicao e tratamento com todos dentro da

    empresa Ford.

    Podemos ver claramente que independente dos cargos, ambos eram altamente

    influentes nos ambientes em que frequentavam e isso permitia que liderassem

    com facilidade, trazendo espetaculares resultados e transformando a Ford em

    uma empresa bem sucedida.

    A gesto de pessoas da empresa Ford comeou a se destacar a partir do

    momento em que a empresa decidiu investir em seus funcionrios para motiv-

    los e aumentar a produtividade. Foram contratadas pessoas para fiscalizar

    todos os funcionrios, fugindo do padro da poca, verificando a vida de seu

    empregado fora da empresa, onde era visto se eles utilizavam o seu dinheiro

    para o bem estar, se guardava e investia dinheiro, mantinha sua casa e

    cuidava devidamente de sua sade e vida.

    Outro passo importante foi a contratao de mdicos e enfermeiras para seus

    funcionrios e famlias, ampliando claramente a qualidade de vida dos

    operrios, melhorando o bem estar de trabalhar na empresa.

    A Ford possua estratgias para atingir esses objetivos. Entre elas esto

    Recrutamento e Seleo, Cargos e Salrios e Treinamento.

    A Ford Motor Company revolucionou o mercado de sua poca com o seu

    sistema de remunerao, aumentando consideravelmente o salrio de seus

    funcionrios, de $2,50 dlares para $5 dlares dirios.

  • 46

    Alm disso, houve a diminuio de carga horria de trabalho que mostrou para

    a economia e para o mercado da poca que no era obrigatrio ter mais horas

    de trabalho, para obter maiores e melhores resultados. Foi mostrado

    completamente o oposto, o que resultaria de uma grande equipe motivada e

    com qualidade de vida, buscando atingir os objetivos da empresa.

    O bem estar de seus funcionrios por meio desse aumento salarial acabou

    beneficiando no s aos contribuintes como toda a empresa, a produtividade

    da fbrica, a qualidade de vida de seus empregados e a vontade de milhares

    de pessoas em trabalhar na empresa, que na poca era a perfeita para

    qualquer um fazer sua prpria carreira.

    Na Ford havia diferenciao de cargos muito bem definidos e a hierarquia era

    respeitada, mas a funo atribuda a cada um no era clara. A remunerao

    para os funcionrios era feita de maneira em que todas as pessoas iriam

    receber a mesma quantia diria de $5 dlares, no havendo algum tipo de

    regra ou descrio do que cada um deveria fazer, havia engenheiro criando

    logotipo e o dono comprando matria prima.

    O que se firmou satisfatrio a Ford foi o aumento da produtividade e a reteno

    de pessoal com essa drstica mudana para a poca. Funcionrio se sentia

    ameaado, pois existiam milhares de pessoas que tentavam ocupar uma vaga

    na Ford.

    A Ford tambm utilizava o Treinamento e Desenvolvimento na empresa.

    Quando Henry Ford descobriu o vandio, um ao mais forte, mais leve e fcil

    de usinar, seria necessrio montar um laboratrio de metalurgia prprio na

    empresa e para isso, seria necessrio contratar um profissional para executar a

    tarefa. Ford odiava a ideia de contratar um especialista do mercado, ento

    decidiu desenvolver e treinar por trs meses um funcionrio contratado para

    varrer o cho da fbrica, transformando-o em um especialista.

    A empresa tambm utilizava processos de Recrutamento e Seleo, quando

    precisavam de mo de obra, adotavam testes prticos como mtodo para

    selecionar seus funcionrios. O candidato trabalhava por um dia na linha de

  • 47

    produo para que pudesse se identificar com o servio proposto, Ford

    avaliava a sua competncia para realizar as atividades e escolhia o que

    executava as tarefas com maior perfeio.

    3.2.3 Gesto de processos e cadeia de valor

    A qualidade consiste em um processo com ausncia de falhas, padronizado,

    com o menor custo buscando sempre a melhoria contnua. A Ford Motor

    Company adotava um sistema de qualidade, que apesar de simples, era o

    diferencial daquela poca.

    No incio da produo dos automveis, os projetos e produtos finais possuam

    muitas anormalidades nos veculos produzidos. O processo apresentava

    gargalos por ser um projeto inacabado, pressionado por seus investidores para

    iniciar a produo.

    Henry Ford sempre mencionava que seus automveis jamais sairiam da fbrica

    sem falhas, com cem por cento de conformidade e que teriam que ser

    submetidos a revises peridicas para que os veculos conseguissem manter

    boas condies de uso.

    Com o tempo a qualidade foi melhorando, Ford implantou o servio de

    atendimento ps venda, devido ao fato de que o veculo era vendido e no

    estava concludo, precisando enviar mecnicos para corrigir os problemas

    apresentados, e com isso, ele compensou a falta de qualidade na produo

    com a melhoria da qualidade no atendimento aos seus clientes.

    Com o passar dos anos, a qualidade estava em seu auge, o modelo T mostrou

    para o mundo a sua durabilidade e como atendia as necessidades do cliente.

    Com o cliente satisfeito, os carros mostrando um timo desempenho e

    produzidos com o menor custo possvel, a empresa Ford tornou-se bem

    conceituada e confivel em todo o pas provando a importncia do sistema de

    qualidade.

  • 48

    A Ford Motor Company sendo a primeira empresa a implantar a produo em

    massa em sua fbrica, mostrou um layout inovador para a poca: fez com que

    a sua planta de produo operasse em um arranjo fsico em linha e existia uma

    sequncia em que o automvel passava para ser produzido. Cada estao era

    responsvel por uma parte do carro e cada funcionrio cuidava de apenas de

    uma pea por vez, especializando a mo de obra a realizar uma nica tarefa e

    evitando gargalos em seu processo. Todo esse arranjo tinha como objetivo de

    fazer com que a produo seja mais eficaz, mais rpida, mais funcional e ainda

    aperfeioar o espao.

    O projeto da produo em massa comeou com a ideia de uma mesa que o

    funcionrio locomovia o chassi para o prximo operrio montar uma parte

    especifica do carro, e isso decorria em toda a fbrica at o carro estar

    finalizado, e isso se repetia em toda a montagem dos carros Ford.

    As vantagens desta operao que ela permite produzir em massa e com

    grande produtividade, alm de consumir o mesmo tipo de matria prima, pois o

    produto sempre o mesmo, reduzindo o tempo de produo.

    Mas tambm possui desvantagens, alm de altos investimentos serem

    necessrios em suas fbricas, aps a implantao, o trabalho ficou muito

    montono e desgastante devido padronizao e especializao das

    atividades realizada pelos operrios.

    A tipologia das operaes da Ford era enquadrada na dimenso de volume e

    os seus recursos de produo (mquinas, funcionrios, fbricas) eram

    organizados para produzir o mximo possvel e com o menor custo unitrio,

    este processo consiste em levar os materiais/equipamentos at o funcionrio

    ao invs dos mesmos irem at trabalho.

    A capacidade de produo da Ford Motor Company variava de acordo com os

    recursos disponveis. Em sua primeira fbrica, no havia tantos funcionrios e

    nem maquinrio moderno, o que limitava a sua produo. J em sua ltima

    fbrica, com mquinas modernas para a poca, funcionrios motivados e um

  • 49

    arranjo fsico adequado, possibilitou a Ford Motor a realizar a primeira

    produo em grandes quantidades com o menor custo.

    3.3 Anlises comparativas das empresas

    3.3.1 Relaes internacionais

    A Bombril e a Ford apresentaram muitas semelhanas e diferenas em seus

    processos de Relaes Internacionais, apesar de atuar em setores diferentes e

    em pocas distintas, alguns processos se mantiveram com algumas evolues

    e outros foram deixados de ser praticados com a evoluo do mercado.

    As duas empresas so focais, ambas criam, produzem e desenvolvem

    produtos para o mercado, os produtos so diferentes, mas a forma de trabalhar

    igual. Outro ponto importante que ambas so internacionalizadas, possuem

    estratgias de internacionalizao de exportao e importao.

    A Ford e a Bombril so lderes de mercado no setor em que atuam, fazendo

    delas as maiores empresas da categoria. Por isso, elas se internacionalizaram

    com a estratgia de aumentar o mercado e obter lucro, exportando os seus

    produtos para outros pases.

    A Ford procurava adotar a poltica do menor preo para que seu produto fosse

    acessvel, j a Bombril no a mais barata da categoria, os produtos possuem

    uma composio de preo estudada para definir o custo do produto final.

    As duas encontraram a mesma dificuldade para exportar, por falta de estrutura

    e de distribuio fixa no pas no atendia todo o mercado internacional, ficando

    limitados e sofrendo a presso da concorrncia, apesar de que, as duas tinham

    distribuio nacional bem forte.

    A Bombril possua uma dificuldade com o seu portflio que no traduzido por

    mais que trs idiomas, j a Ford no precisava disso pelo tipo de seus

    produtos.

  • 50

    A Bombril e a Ford apostavam na estratgia de importao para investir em

    uma parceria internacional vantajosa, o que as leva a comprar de um

    fornecedor estrangeiro, pelo fato de custar menos e ter mais qualidade,

    diminudo seu custo de produo e aumentando a sua margem de lucro. O que

    divergente