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RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS AÇÃO SINDICAL : EXPERIÊNCIAS E ESTRATÉGIAS DE EM EMPRESAS MULTINACIONAIS RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS AÇÃO SINDICAL : EXPERIÊNCIAS E ESTRATÉGIAS DE EM EMPRESAS MULTINACIONAIS SEMINÁRIO Porto Alegre - Brasil FÓRUM SOCIAL MUNDIAL FSM 2005

Responsabilidade social das empresas: experiências e estratégias

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RESPONSABILIDADE

SOCIAL DAS EMPRESAS

AÇÃO SINDICAL

:

EXPERIÊNCIAS E ESTRATÉGIAS

DE EM

EMPRESAS MULTINACIONAIS

RESPONSABILIDADE

SOCIAL DAS EMPRESAS

AÇÃO SINDICAL

:

EXPERIÊNCIAS E ESTRATÉGIAS

DE EM

EMPRESAS MULTINACIONAIS

SEMINÁRIO

Porto Alegre - Brasil

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

FSM2005

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RELATÓRIO DO SEMINÁRIO

RESPONSABILIDADESOCIAL DAS EMPRESAS:EXPERIÊNEXPERIÊNEXPERIÊNEXPERIÊNEXPERIÊNCIAS E ESCIAS E ESCIAS E ESCIAS E ESCIAS E ESTRATRATRATRATRATÉGIAS DETÉGIAS DETÉGIAS DETÉGIAS DETÉGIAS DEAÇÃO SINDICALEM EMPRESEM EMPRESEM EMPRESEM EMPRESEM EMPRESAS MULAS MULAS MULAS MULAS MULTINTINTINTINTINAAAAACIONCIONCIONCIONCIONAISAISAISAISAIS

Fórum Social Mundial - Porto Alegre - Brasil29 de janeiro de 2005

Promoção:

Organização:

CNM, CNQ, CUT Brasil, DGB Bildungswerk, FNV Moondial,Fundação Friedrich Ebert, IG Metall, IG BCE, Instituto ObservatórioSocial, Observatório Social Europa

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CNM – Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT

CNQ – Confederação Nacional dos Químicos da CUT

CONTAG – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura

CUT – Central Única dos Trabalhadores

DGB BILDUNGSWERK – Centro de Formação da Central Sindical daAlemanha

FES – Friedrich Ebert Stiftung (Fundação Friedrich Ebert)

FITIM – Federação Internacional dos Metalúrgicos

FNV – Central Sindical da Holanda

FSM – Fórum Social Mundial

IG BCE – Sindicato dos Químicos da Alemanha

IG METALL – Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha

IOS – Instituto Observatório Social

NALEDI – National Labour and Economic Development - África

OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OIT – Organização Internacional do Trabalho - Organização das Nações Unidas

PLADES – Programa Laboral de Desenvolvimento – Peru

RSE – Responsabilidade Social Empresarial

TUAC – Comitê Sindical Consultivo da OCDE (Trade Union AdvisoryCommittee)

SSSSSSSSSSIGLAS E ABREVIATURAS

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Apresentação _______________________________________________ 4

Abertura ___________________________________________________ 7

Responsabilidade Social das Empresas: Estratégia e Atuação Sindical __ 9

Experiências das Redes Sindicais nas Empresas: Bayer, Bosch,ThyssenKrupp, Akzo Nobel, Philips e Unilever

1o Painel - Conquistas e Desafios das Redes Sindicais em Empresas MultinacionaisAlemãs _____________________________________________________ 15

Empresa Bayer _______________________________________________ 16

Empresa ThyssenKrupp ________________________________________ 17

Empresa Bosch ______________________________________________20

2o Painel - Conquistas e Desafios das Redes Sindicais em Empresas MultinacionaisHolandesas__________________________________________________23

Empresa Akzo Nobel __________________________________________23

Empresa Philips ______________________________________________25

Empresa Unilever _____________________________________________26

Lista dos Participantes ________________________________________29

Expediente _________________________________________________33

Endereços e Sites das Entidades ________________________________34

Endereços na Internet ________________________________________35

ÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍNDICE

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4_ APRESENTAÇÃO

HHHHHHHHHHá um reconhecimento da sociedade em ní-vel internacional de que é preciso tornar a globa-lização mais democrática e includente. Esta foiuma das aspirações que norteou a realização doFórum Social Mundial em janeiro de 2005: ummundo mais justo e solidário, diferente do queestá posto atualmente.

O processo de globalização tem levado a umaumento da pobreza, do desemprego e da ex-clusão social, piorando as condições de vida detrabalhadores e trabalhadoras. É preciso estabe-lecer regras que dêem à globalização uma dimen-são social.

No caso das empresas multinacionais, muitasvezes as condições de trabalho variam muito deum país para outro, inclusive dentre unidades deuma mesma empresa. Por isso é importante ne-gociar acordos globais e estabelecer padrões so-ciais comuns e obrigatórios para essas empresas.

Com a preocupação de elevar os padrõessociais e trabalhistas no contexto internacional,diversas entidades e sindicatos organizaram noFórum Social Mundial 2005 o Seminário Res-ponsabilidade Social das Empresas: Experi-ências e Estratégias de Ação Sindical emEmpresas Multinacionais. Este relatório regis-tra as principais discussões ocorridas nesse even-to. De antemão, é relevante destacar o número ea importância nacional e internacional das enti-dades que participaram e organizaram este semi-nário. É uma demonstração clara e evidente da cres-cente preocupação dos sindicatos e das entidadesorganizadoras com a temática dos direitos traba-lhistas e a responsabilidade social empresarial.

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A primeira parte do seminário deu ênfase àsestratégias e ações dos sindicatos diante da cha-mada Responsabilidade Social das Empresas(RSE) onde foram apresentadas as diferentes vi-sões sobre este temática, algumas experiências dasentidades e as diversas ferramentas que são pos-síveis de serem utilizadas em favor da justiça so-cial e os direitos trabalhistas. No decorrer desserelatório estas visões e experiências são descritas.

A preocupação com as empresas multinacio-nais deve-se ao fato do seu crescente poder eco-nômico e político. Na prática as multinacionaishoje são o motor da globalização. Estas empre-sas promovem – em escala global – profundasmudanças na sua estratégia produtiva que trazemgrandes conseqüências aos trabalhadores, aos sin-dicatos e as comunidades nos países que operam.

A sociedade e, em particular, os trabalhado-res almejam uma conduta empresarial respon-sável. Uma conduta que combine de maneira in-dissociável os aspectos econômicos, ambientaise sociais, contribuindo para assegurar um padrãode desenvolvimento sustentável e garantir umfuturo equilibrado para as próximas gerações. Noentendimento dos organizadores, da maioria dosexpositores e participantes, responsabilidade so-cial empresarial de fato significa assumir com-promissos e praticar os direitos fundamentais notrabalho, materializados nas normas internacio-nais da OIT, dentro e ao longo da cadeia de pro-dução. Responsabilidade Social Empresarial é tercompromisso com o emprego decente, com orespeito aos sindicatos e não usar e nem permitirna cadeia de fornecedores o trabalho escravo e

infantil. Responsabilidade Social é não discrimi-nar e promover a igualdade de oportunidades ede tratamento, independentemente do gênero eda raça/etnia dos trabalhadores.

Outro momento do seminário foi dedicadoàs conquistas e desafios das redes sindicais emempresas multinacionais, no caso, as empresasalemãs e holandesas que operam no Brasil. Asociedade, o movimento sindical e os consumi-dores estão cada vez mais vigilantes diante daconduta das empresas. Os sindicatos estão reali-zando estudos, monitorando, fazendo acordostrabalhistas específicos com as empresas trans-nacionais e, principalmente, aumentando as cam-panhas e a organização sindical através do forta-lecimento das federações sindicais internacionais(global unions) ou redes sindicais numa mesmaempresa que atua em diversos países. Neste se-minário foram apresentadas várias experiênciase a opinião dos atores envolvidos na organiza-ção de redes sindicais em empresas de diferentespaíses e segmentos produtivos.

As três empresas alemãs são a Bayer, Bosch eThyssenKrupp e as três empresas holandesas sãoa Philips, Unilever e Akzo Nobel. Mesmo comalguns problemas existente em algumas empre-sas, foi um ponto comum entre os expositores oregistro dos avanços concretos obtidos ao lon-go da execução do projeto Observatório SocialEuropa. Com certeza trata-se de uma das me-lhores experiências realizadas pelo movimento sin-dical internacional. Veja os detalhes ao longo dorelatório e nas diversas publicações dos sindica-tos e das entidades envolvidas neste projeto.

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Presidente do Instituto ObservatórioSocial (IOS), Kjeld Jakobsen, abriu os trabalhosdo dia saudando os participantes e apresentandoa mesa com os representantes das organizaçõesresponsáveis pela realização do seminário.

Expôs os principais objetivos das atividadesda oficina, que pretendeu apresentar e debater,sob a ótica da Responsabilidade Social Empre-sarial, o projeto de estudos de empresas alemãse holandesas que atuam no Brasil. O tema Res-ponsabilidade Social é relativamente novo parao meio sindical, uma vez que sempre foi vistocom desconfiança pelos trabalhadores e comoum discurso do marketing empresarial. O desa-fio para os participantes desta oficina, para o

MESADE ABERTURA• Reiner RadermacherFundação FriedrichEbert

• Kjeld JackobsenInstituto ObservatórioSocial

• Karen BrouwerObservatorio SocialEuropa

• Manfred BrinkmannDGB Bildungswerk

OOOOOOOOOO

ABERTURA

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presidente do IOS, é debater o que este temarepresenta para os trabalhadores e sindicatos.

Jakobsen explicou aos presentes que há trêsanos o Instituto Observatório Social do Brasil eo Observatório Social Europa, em cooperação,pesquisam as unidades de produção brasileirasdas empresas alemãs ThyssenKrupp, Bayer eBosch, bem como as filiais das empresas holan-desas Akzo Nobel, Philips e Unilever. O interes-se concentrou-se na observância das normas fun-damentais de trabalho da Organização Interna-cional do Trabalho (OIT). Além desses estudos,atividades como os intercâmbios entre sindica-tos de trabalhadores destas empresas holandesase alemãs foram realizados, e o objetivo desteSeminário também é o de ouvir as experiênciasdos participantes destas atividades, avaliando osresultados alcançados.

Após a apresentação da mesa dos organiza-dores, foi composta a mesa de debate, que tevea coordenação de Kjeld Jakobsen.

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9_RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

ESTRATÉGIA E ATUAÇÃO SINDICAL

MESADE DEBATE

• João Vaccari NetoCentral Única dosTrabalhadores - CUT

• Pierre HabbardTrade Union AdvisoryCommittee - TUAC (ComitêSindical Consultivo daOCDE)

• Marcello MalentacchiFederação Internacional dosMetalúrgicos - FITIM

• Alberto BrochConfederação Nacional dosTrabalhadores naAgricultura - CONTAG

• Moises OchoaPrograma Laboral deDesenvolvimento -PLADES/Peru

• Devan PillayNational Labour andEconomic Development -NALEDI/África

As normas da OIT sobreos princípios e direitosfundamentais do trabalhoe a experiência doObservatório Social/CUT-Brasil

João Vaccari Neto / CUT Brasil

Falou sobre a importância das Normasda OIT como instrumento da luta sindi-cal, ressaltando a participação da socieda-de civil no processo de criação destas nor-mas. Para Vaccari, apenas uma pequenaparcela das empresas no país cumpremnormas definidas como Responsabilida-de Social. Assim, o principal desafio domovimento sindical brasileiro é “levar asnormas para dentro das fábricas”, pois acultura empresarial no país costuma dizerque a Constituição só vale fora delas .

Vaccari resumiu algumas das experiên-cias do Instituto Observatório Social(IOS) que considera exemplos de sucessona cobrança de uma postura socialmenteresponsável de empresas multinacionais.Na Akzo Nobel, a pesquisa do Observa-tório possibilitou a organização dos sindi-catos que representam as diferentes uni-dades das bases da empresa. Na Unilever,a relação entre empresa e trabalhadoresmelhorou sensivelmente após o trabalhodo Observatório e o tema da Cadeia Pro-dutiva foi inserido no debate de Respon-sabilidade Social Empresarial. Na Bayer,a representação dos trabalhadores melho-rou com as comissões de fábrica.

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Um balanço do uso dasdiretrizes da OCDE para asempresas multinacionais doponto de vista da TUAC:experiências na Europae na América Latina

Pierre Habbard / TUAC

Falou pela TUAC, descrevendo a importân-cia das Diretrizes da OCDE como instrumentode pressão sindical nas empresas que fazem par-te dos paises das OCDE. Habbard disse que,para pressionar uma empresa multinacional acumprir as exigências mínimas das diretrizes, nãoé necessário um código de conduta, pois as dire-trizes são acordadas pelos governos dos paísesque compõem a OCDE e sua cobrança pode edeve ser feita por qualquer cidadão ou sindicatoque perceba a falta de compromisso de uma mul-tinacional com essas diretrizes em um determinadopaís. Habbard citou um exemplo da ação a partirdas diretrizes: os fundos de pensão dinamarquesesnão investirão mais na empresa americana Wal Mart(acusada de descumprir as diretrizes).

A estratégia da FITIMfrente aos Acordos-MarcoGlobais

Marcello Malentacchi / FITIM

O representante da FITIM explicou que opapel da organização é negociar Acordos Glo-bais que garantam que as empresas pratiquem asexigências mínimas dos padrões estabelecidospela OIT em suas unidades, onde quer que este-jam. A FITIM não tem influência direta sobreempreiteiras e fornecedores, onde ocorre a maio-ria dos problemas, por isso, essa cobrança deveser garantida através dos Acordos Marco Glo-bais. A Declaração Tripartite da OIT, mesmo nãoratificada por todos os países, é aceita comonorma mínima para atividade empresarial emqualquer país, incluindo a China. O Acordo é oinício do processo, e o monitoramento desteAcordo Global é tão importante quanto o pró-prio Acordo. Para Malentacchi, os sindicatos de-vem abrir-se aos demais movimentos da socie-dade civil, unificando a luta pelo cumprimentodas normas de OIT e seu complemento – asdiretrizes da OCDE.

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Dificuldades eoportunidades nautilização dos códigosde conduta na estratégiasindical da Contag

Alberto Broch / CONTAG

O representante da CONTAG iniciou suaapresentação mostrando estatísticas do setor ru-ral brasileiro, que demonstram a enorme desi-gualdade entre o chamado agronegócio, de gran-des proprietários, e a agricultura familiar, distri-buída em 4 milhões de pequenas propriedades.Broch frisou que apenas 30% dos trabalhadoresrurais têm sua situação trabalhista regularizada.O Ministério do Trabalho admite que pelo me-nos 20 mil trabalhadores vivem em regimes deescravidão no país – sendo que nos dois anosdo governo Lula foram libertados mais de 4mil escravos. A CONTAG, com 40 anos de luta,busca a implantação de políticas públicas no se-tor e o acesso à terra pelos pequenos agriculto-res. Como exemplo das desigualdades enfren-tadas no setor, Broch diz que o valor de umaxícara de café na Europa corresponde a aproxi-madamente o que recebe um agricultor no nor-deste do Brasil por um dia inteiro de trabalhona lavoura do café.

A CONTAG incentiva a discussão de ummodelo alternativo que privilegia a agriculturafamiliar, e não somente as culturas de exporta-ção. Tem a idéia de implantar políticas publicasem relação à educação e saneamento no campo,privilegiando a segurança e a soberania alimen-tar. Boch considera que, se os códigos de Con-duta vierem para alterar essa situação, serão muitopertinentes. Finalizando, lembra da importânciada ratificação da convenção 184 sobre trabalha-dores rurais.

Vigilância socialna América Latina

Moises Ochoa (PLADES/Peru)

O representante da ONG peruana em defesados direitos dos trabalhadores - PLADES, lem-brou das dificuldades de levar os padrões míni-mos aos locais mais remotos da região andina,principalmente levando em conta aspectos comoo monitoramento constante e a cadeia produti-va. Ochoa exemplifica a atuação do PLADES apartir da intervenção da organização no conflitoentre mineiros peruanos e uma empresa minera-dora de origem sueca. Aproximadamente 650trabalhadores protestavam contra a empresa emLima, após terem sido demitidos por pressionarpor melhores condições de trabalho através departicipação do sindicato. O PLADES investi-gou a empresa Sueca e descobriu que esta tinhaum código de conduta. A partir disto, foi abertauma negociação com a empresa e, após a vindado vice-presidente mundial da companhia aoPeru, os trabalhadores foram readmitidos e asreivindicações por melhoria nas condições de tra-balho nas minas foram atendidas.

Segundo Ochoa, com a flexibilização das leistrabalhistas peruanas, as empresas multinacionaistêm criado obstáculos para reivindicações traba-lhistas – não há mais garantias após Fugimori.No setor energético, houve uma taxa de privati-zação de 60%. As empresas recém privatizadasnão divulgam informações aos sindicatos. Umexemplo citado é a empresa de origem brasileiraPetrobras, que trabalha com muita terceirização,acarretando uma série de problemas trabalhistas.No entanto, as informações divulgadas pela Pe-trobrás são muito diferentes do que acontece nasempresas contratadas no Peru.

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A experiência doObservatório Socialno Cone Sul da África

Devan Pillay / NALEDI

O representante do Observatório Social Afri-cano, fez um breve relato das atividades de suaorganização. Criada em 2003, tem trabalhadomonitorando e comparando as condições de tra-balho em empresas multinacionais em países docontinente africano, mais notadamente detendo-se a empresas de origem sul-africanas. No iníciodas atividades da organização, foi feito um estu-do em uma multinacional sul-africana do setorde mineração que atua em seis países da África.A partir do estudo foi possível perceber diferen-ças salariais para a mesma função em trabalha-dores que atuam na África do Sul e trabalhado-res dos demais países – em média três vezes mais.

As empresas multinacionais estudadas alegamcumprir as respectivas legislações de cada país,mas Devan diz que as leis destes países são defi-cientes nas cobranças dos direitos trabalhistas.

Desta forma, os padrões de saúde e segurançaobservados são insatisfatórios. Além disso, asempresas sul-africanas exportam 5 vezes mais doque importam, prejudicando a cadeia de produ-ção em países mais pobres. Ciclos de distúrbiosobservados na mineração sugerem também aexistência de trabalho forçado nestas multinacio-nais, principalmente fora da África do Sul. O Ob-servatório Social Africano espera poder atuar namelhoria destas condições, apresentando infor-mações para os sindicatos e outras entidades en-volvidas.

Sobre a oficina em Porto Alegre, o painelistaafirmou ser uma oportunidade de acumular in-formações, observando-se o que está sendo fei-to globalmente para atuar mais fortemente nestaestrutura, e tentando-se eliminar a disputa porinvestimentos nesses países.

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EEEEEEEEEENCERRAMENTO DO PAINEL

Após o espaço de debate entre os participan-tes, Kjeld Jakobsen encerrou as atividades damanhã agradecendo a todos, e ressaltando a im-portância das trocas de experiências para os tra-balhadores no Brasil e na Europa. Para Jakob-sen, mesmo sem poder coercitivo, as diretrizesoferecem uma série de possibilidades para a açãosindical. Neste evento é possível acompanhar umasérie destas ações e comparar as distintas realida-des dos trabalhadores em cada país. Kjeld lem-bra ainda a existência de diversas multinacionaisde origem brasileira, alterando a postura sindicalno país.

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15_RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

EXPERIÊNCIAS DAS REDES SINDICAIS NAS EMPRESAS:BAYER, BOSCH E THYSSENKRUPP

MESA DE DEBATE• Geraldo de Souza GuimarãesSindicato dos Químicos de SãoPaulo - BAYER Brasil

• Michael LinnartzIG BCE /BAYER - Alemanha

• Pedro HenriqueTHYSSENKRUPP – Sindicatosdos Metalúrgicos de Porto Alegre eGuaíba (RS)

• Bernd KalwaTHYSSENKRUPP Alemanha

• Thomas NossekBOSCH Alemanha

• Fernando LopesCNM/CUT

• Manfred BrinkmannDGB Bildungswerk

1º PAINEL

CONQUISTAS EDESAFIOS DAS REDESSINDICAIS EMEMPRESASMULTINACIONAISALEMÃS

abertura da etapa da tarde – quetrouxe relatos das experiências de re-des sindicais através do trabalho do Ob-servatório Social nas empresas Bayer,Bosch, ThyssenKrupp, Philips, Unile-ver e AkzoNobel – foi realizada porKaren Brower, representando o Obser-vatório Social Europa.

A primeira mesa da tarde foi coorde-nada por Manfred Brinkmann, da DGBBildungswerk. A mesa foi composta derepresentantes dos sindicatos das em-presas alemãs Bosch, ThyssenKrup eBayer, no Brasil e Alemanha, que nar-raram suas experiências na formação deredes sindicais unindo os trabalhadoresdas diversas unidades das empresas noBrasil, e também sindicalistas destasempresas na Alemanha.

Antes de passar a palavra aos expo-sitores, Brinkmann apresentou os inte-grantes da mesa e introduziu o tema aser debatido, enfatizando a importân-cia da responsabilidade social empre-sarial para a implementação de resulta-dos concretos nas três empresas alemãse nas três empresas holandesas.

AAAAAAAAAA

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EMPRESA BAYER

BAYER BRASIL

Geraldo de Souza Guimarães - Sindicatodos Químicos de São Paulo e trabalhadorda Bayer

Comentou que a pesquisa do Observatório So-cial na empresa detectou problemas que não seri-am constatados sem a realização de um trabalhodeste tipo, já que – devido à perseguição sindical –o trabalhador geralmente não procura os sindica-tos para tratar destes problemas. Discutiu a situaçãoem que se encontram os trabalhadores de multina-cionais, que temem a perda de seus empregos, poisapesar de estas empresas apresentarem tantas falhasquanto às questões trabalhistas, ainda representam,de um modo geral, uma opção melhor do queoutros empregadores; afinal, nelas não há alguns dosproblemas freqüentes no Brasil devido à tamanhaprecarização do trabalho, como atraso de salários epagamentos abaixo do piso da categoria.

Em seguida, foram apresentados resultadosconcretos obtidos através da pesquisa: “o traba-lho do Observatório Social mostrou que os pro-blemas estão embaixo do tapete”, afirmou Ge-raldo. Relatou, por exemplo, que foram detecta-das na empresa doenças do trabalho e casos dediscriminação. A partir destes dados e com ocontato com os trabalhadores da Alemanha, fo-ram feitas várias ações para solucionar os pro-blemas constatados. Como conseqüência do in-tercâmbio, está sendo estudada a possibilidadeda implantação de uma comissão de fábrica dostrabalhadores da Bayer no Brasil, seguindo oexemplo da que já existe na Alemanha.

O caminho para a atuação efetiva dos sindicatosnas multinacionais é uma organização internacional-mente articulada, mas sem deixar de ouvir a base.Sobre o comitê de trabalhadores da Bayer, ele rela-ta que a empresa tem começado a ver com bonsolhos o comitê, e tem se prontificado ao diálogocom ele, inclusive se propondo a lhe dar apoio fi-nanceiro. No entanto, ainda há pouca disposiçãono fornecimento de algumas informações.

Em Belford Roxo (RJ), a associada da Bayernão queria adaptar a empresa às exigências dosindicato local. Após o contato proporcionadopelo intercâmbio, os trabalhadores tiveram mai-ores informações para as suas reivindicações. Ostrabalhadores da Bayer São Paulo também tive-ram resultados. A partir da detecção de que haviadisparidade de salários para trabalhadores que exer-ciam uma mesma função, esta questão foi revista.

BAYER ALEMANHA

Michael Linnartz – IG BCE da Alemanha

Para Michael as redes de trabalhadores sãouma plataforma concreta de atuação e uma con-quista, dessa forma também encara o sindicatodos químicos na Alemanha. Michael contou queas redes de trabalhadores foram construídas passoa passo, na Bayer e na Basf, de forma que hojeestão sendo apresentadas no Fórum Social Mun-dial. Para a organização destas redes, é necessá-ria, primeiramente, sua concretização localmen-te, depois em nível regional e nacional, para, en-tão, seu estabelecimento em nível mundial. É es-sencial a consideração de quem irá financiar estasredes: a empresa estará disposta? Esta discussãosobre as redes começou em meados da décadade 1970, desde então alguns progressos foramalcançados. No momento, Michael pensa que sedeve consolidar o que foi obtido nacionalmentena Alemanha e no Brasil, e, em seguida, ir adiantena construção de uma rede americana.

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EMPRESA THYSSENKRUPP

THYSSENKRUPP BRASIL

Pedro Henrique Correia, trabalhador daThyssenKrupp Elevadores no Brasil

Pedro Henrique avalia como importante emuito positiva a experiência proveniente do tra-balho desenvolvido com o Observatório Social,pois incentivou os assessores das centrais sindi-cais para concretizar o processo de organizaçãoe integração dos trabalhadores em multinacio-nais. Como exemplo de progressos na articula-ção entre os trabalhadores, conta que ele e Val-mir Braga (Braguinha) eram ambos pertencentesà Confederação Nacional dos Metalúrgicos(CNM), mas não sabiam que pertenciam ao ummesmo grupo multinacional – este contato foipossível a partir do trabalho do IOS. Sobre a

pesquisa, Pedro disse ainda que possibilitou oconhecimento de dirigentes da Alemanha e Es-panha, assim como do perfil dos trabalhadoresdas diferentes unidades no Brasil, proporcionan-do uma noção geral do grupo. “Foi uma açãoefetiva na globalização dos direitos e na luta dostrabalhadores” afirma.

Segundo o painelista, a pesquisa, realizada emduas das aproximadamente 40 unidades do gru-po Thyssen, teve resultados concretos para ostrabalhadores e os sindicatos. Antes de sua reali-zação, não havia diálogo entre os trabalhadores ea direção da empresa. As constatações levanta-

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das fizeram com que a empresa melhorasse estarelação mudando os gerentes de Relações Hu-manas – tanto em Guaíba (RS) como em Barrado Piraí (RJ) – que mantinham posturas desres-peitosas com o sindicato. A sindicalização na uni-dade de Guaíba, que era de 17%, hoje alcançouaproximadamente 40% dos trabalhadores. EmBarra do Piraí, a empresa anuncia um grande in-vestimento a ser realizado para resolver os pro-blemas levantados pelo estudo.

Além de proporcionar o conhecimentode outras culturas, o intercâmbio teve papel fun-damental no contato com novas formas de mo-bilização, possibilitando “enxergar além de nossarealidade”, nas palavras do painelista. Desta forma,a atividade foi essencial na organização do comitênacional do grupo Thyssen, que pretende participaranualmente das reuniões na Alemanha.

Pedro conclui sua participação considerando,em primeiro lugar, a importância de superar afragmentação das ações sindicais no Brasil. Comoexemplo, relata as experiências vivenciadas nogrupo Thyssen, onde foram alcançados resulta-dos significativos, pois a articulação entre os tra-balhadores das fábricas de elevadores, fundiçõese automotivos possibilitou uma ação conjuntapara superar a situação na fábrica de Barra doPiraí (RJ). Complementou: “Hoje temos umarede eletrônica de comunicação entre os traba-lhadores da Thyssen e uma agenda de reuniõesde seis em seis meses com dois companheirosde cada unidade, contribuindo para mudar a cul-tura sindical fracionada. Isto possibilita conhecere enfrentar as estratégias da empresa, o que jáocorria na Europa, mas não acontece nunca noBrasil”.

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THYSSENKRUPP ALEMANHA

Bernd Kalwa, representando ostrabalhadores do grupo Thyssen naAlemanha

Bernd Kalwa contou que as relações de tra-balho da Thyssen de Barra do Piraí (RJ) têm ge-rado grandes discussões, há cerca de dois anosum relatório crítico da situação foi publicado nojornal dos metalúrgicos na Alemanha. O comitêde trabalhadores na Alemanha reuniu-se com re-presentantes da empresa pedindo o cumprimentoda 14a norma da legislação alemã que exige omesmo comportamento das empresas alemãs,não importa onde atuem. Desde então, juntamen-te com o trabalho dos representantes dos traba-lhadores aqui no Brasil muita coisa tem sido feitapra resolver os problemas levantados pela pes-quisa do Observatório Social. Temos que forta-lecer o monitoramento da situação nas diversasunidades da empresa, “não devemos deixar de con-tinuar o monitoramento, ou então vamos tomarapenas medidas ‘cosméticas’”, afirmou Klawa.

“A união faz a força”, exclamou, con-tando que, sem os observatórios, já havia sidofeito intercâmbio com trabalhadores italianos. Osintercâmbios propostos pelo Observatório So-cial podem contribuir para um olhar de fora so-bre o que acontece no Brasil: é importante co-nhecer os problemas, para que possamos soluci-oná-los em conjunto. Os trabalhadores na Ale-

manha apóiam a consolidação do comitê daThyssen no Brasil e a criação de um ConselhoMundial de trabalhadores da empresa. Kalwaressalta que a abertura de nova unidade e o fun-cionamento das demais unidades no Brasil de-vem seguir padrões de comportamento que in-cluem, por exemplo, a criação de comissão defábrica, conforme ocorre na Alemanha.

Uma articulação nacional entre os trabalhado-res é, para ele, muito importante, pois sem elanão há a possibilidade de ampliação de órgãosde representatividade, com o poder e dever depressionar a empresa quando necessário. Na Ale-manha, relatou Kalwa, há debates sobre a flexi-bilização das leis trabalhistas, mas as empresasfazem questão de ouvir os representantes dostrabalhadores, investindo, inclusive, na sua for-mação. Já que as empresas somente vão contri-buir quando for de seu interesse, precisamos deuma rede mundial de trabalhadores para que asinformações novas sejam passadas aos demais.Mas isto só funcionará através de uma organiza-ção bem estruturada, é necessário ter cautela: sócom a constituição de redes de comissões de fá-brica poderemos chegar a um acordo para umaorganização mundial.

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EMPRESA BOSCH

BOSCH BRASILFernando Lopes, representante daConfederação Nacional dos Metalúrgicos(CNM/CUT)

Fernando Lopes começou sua participaçãocom um panorama geral da situação sindical napolítica brasileira. Após, falou das particularida-des da pesquisa realizada pelo Observatório So-cial com os trabalhadores da empresa Bosch.

A partir dos dados levantados com a pesqui-sa, foi gerado um relatório – um mapeamentodos problemas com o objetivo de servir de sub-sídio para a criação de um programa para a suasolução, através de acordos entre os trabalha-dores e a empresa. Os três sindicatos relaciona-dos à empresa que participaram da pesquisa nãocompartilham da mesma posição política: o deCampinas (SP) e o da Bahia, são ligados à Cen-tral Única dos Trabalhadores (CUT), mas fa-zem parte de correntes distintas, enquanto queo de Curitiba (PR) é filiado à Força Sindical.Estas três forças distintas concordam com anecessidade de formação de um comitê nacio-nal dos trabalhadores da Bosch, mas de formaque os sindicatos tenham autonomia e sem ne-cessariamente aderir à posição da CUT e daCNM, que não tem presença em nenhuma dastrês plantas.

Em relação a isto, o que pôde ser detectadocom o trabalho do Observatório, mesmo quenão tenha sido relacionada a bases políticas, éque a opinião da maioria, neste caso, não podeser imposta de cima para baixo. As três partesnecessitam de tempo para discutir as diferenças

e formular uma organização nacional, tratandodos problemas em comum. O objetivo do tra-balho do Observatório Social não é descobrirfuros nas empresas. A idéia é levantar os pro-blemas e propor um plano de trabalho para su-perá-los.

As divergências entre os trabalhadores de di-ferentes sindicatos já existiam, e a Bosch de Cam-pinas (SP) divulgou a pesquisa de forma “vene-nosa”, pois apresentou a parte dos resultadosque lhe era conveniente, como se os problemasjá estivessem resolvidos. Isto aumentou as ten-sões já existentes. Assim, a pesquisa na empresapropiciou uma experiência difícil e complicada,mas que mostra que é preciso ter capacidade dedialogar com as posições diferentes.

Para a CNM, Fernando esclareceu, é mais im-portante propiciar o espaço para a construçãode uma estrutura conjunta, com autonomia eindependência, do que a bandeira e a adesão aum projeto político único. Já se puderam per-ceber as discussões sobre a própria postura daCUT no governo Lula, a respeito de que os di-versos sindicatos e partes envolvidas têm opini-ões diferentes. O desafio no Brasil – como exis-tem diversos sindicatos independentes e não umsindicato único e homogêneo – é construir uni-dades de ação mesmo com problemas antagô-nicos ideológicos e políticos.

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Manfred Brinkmann, encerrando,comentou sobre o sucesso das redessindicais, e acentuou que, mesmo den-tro da União Européia, existem pa-drões de cultura diferentes. Precisamossaber o que é necessário para uma co-missão nacional no Brasil, e a partir dis-to, pensar na construção de uma co-missão mundial de trabalhadores.

BOSCH ALEMANHAThomas Nossek, representando ostrabalhadores da Bosch na Alemanha

Thomas Nossek disse que ficaram decepcio-nados com a posição dos trabalhadores da Bos-ch no Brasil, pois havia sido feito um grande tra-balho, e os motivos pelos quais existiam proble-mas entre os sindicatos não eram conhecidos. Porisso, contou que foi enviado para conversar comos sindicalistas envolvidos. Após as conversas emCampinas (SP) e Curitiba (PR), tem confiança,no futuro, de contar com estas relações.

Nossek falou sobre a importância do acordoda FITIM, que apresenta um quadro de normastrabalhistas fundamentais que devem ser segui-das por todas as fábricas da Bosch – integradasao manual de gestão das empresas, que é obriga-tório aos gerentes de fábrica. Consta também aobrigatoriedade de que todos os fornecedoresdevem cumprir a risca as normas existentes noacordo. Os trabalhadores no Brasil devem estarbem articulados, pois quando houver uma infraçãodestas normas, esta deverá ser comunicada à co-missão de trabalhadores da Europa.

EEEEEEEEEENCERRAMENTO

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MESA DE DEBATE• Patrick van KlinkUnilever Holanda

• Paulo de SouzaUnilever Pernambuco /Sindicato dos Químicos

• Jan AdriaansPhilips Holanda

• Marluce Castelo BrancoPhilips Manaus / Sindicato dosMetalúrgicos de Manaus

• Fons WeltersAkzo Nobel Holanda

• Sérgio Luis CarassoAkzo Nobel São Bernardo /Sindicato dos Químicos do ABC

2º PAINEL

CONQUISTAS EDESAFIOS DASREDES SINDICAISEM EMPRESASMULTINACIONAISHOLANDESAS

mesa seguinte foi mediada por Ka-ren Brouwer, do Observatório Social Europa.Nela, representantes dos sindicatos das empre-sas holandesas Philips, Unilever e Akzo Nobel,no Brasil e na Holanda, descreveram suas expe-riências no intercâmbio e na formação de redessindicais.

EMPRESA AKZO NOBEL

AKZO NOBEL BRASILSérgio Luis Carasso, dirigente sindical doSindicato dos Químicos do ABC

Sérgio Luis contou sobre o trabalho do Ob-servatório Social na Akzo Nobel, multinacionalholandesa. A pesquisa detectou alguns proble-mas na empresa, como disparidade salarial entrehomens e mulheres, apresentando diferença en-tre o que é informado no site da empresa e arealidade constatada quanto ao seu comporta-mento no Brasil.

A Akzo Nobel não acreditava na constituiçãodo comitê de trabalhadores por causa das di-vergências dos sindicatos, divididos em diferen-tes forças políticas (CUT e Força Sindical). Sér-gio relatou que, por este motivo, a empresa nãocompareceu na reunião que houve em agosto,que tinha o objetivo da formação do comitê.Foi feita, então, uma panfletagem simultânea deum boletim unificado em todas as sedes da mul-tinacional no Brasil, mostrando à empresa que,

AAAAAAAAAA

RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS

EXPERIÊNCIAS DAS REDES SINDICAIS NAS EMPRESAS:PHILIPS, UNILEVER E AKZO NOBEL

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ao contrário do que pensava, os trabalhadoresestão unidos.

Os intercâmbios entre os trabalhadoresda Akzo Nobel foram realizados em julho de2003 e agosto de 2004, ajudando – segundoCarasso – a superar o maior desafio do sindica-lismo brasileiro, que é ampliar a participação dostrabalhadores nas reivindicações. Como resulta-dos concretos do intercâmbio, Sérgio relatou queum dos problemas constatados pela pesquisa –de salários diferentes entre trabalhadores que ti-nham a mesma função – foi corrigido através deequiparação salarial. Houve também progressosdos trabalhadores em relação à Participação nosLucros e Resultados (P.R.L.), que anteriormentenão fazia parte da política da empresa no Brasil,e hoje possibilita um acréscimo nos salários. Ointercâmbio permitiu, ainda, um grande avançonas reivindicações, através da possibilidade queo sindicato recebeu de levar as exigências de res-peito ao Código de Conduta diretamente à ma-triz da Akzo Nobel

AKZO NOBEL HOLANDA

Fons Welters, representando ostrabalhadores da Akzo Nobel na Holanda

Fons Welters disse que não sabia muito o queesperar do Brasil quando veio a primeira vez paracá. O que mais chamou a atenção foi a enormequantidade de sindicatos no Brasil, “na Holandanão temos mais que 5 sindicatos, e temos bomrelacionamento entre sindicatos e gerências”, con-trastando com o que foi constatado no Brasil,Pelo que foi relatado pelos companheiros brasi-leiros a Akzo Nobel não impede o acesso dossindicalistas aos locais de trabalho, mas não hácontato com a gerência. Isto foi claramente com-provado com a ausência de representantes daempresa em uma reunião que discutiria a for-mação do comitê de trabalhadores, para a quala empresa foi convocada. “Na Holanda quandoqueremos conversar com a gerência subimos aoescritório e tomamos um cafezinho”.

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EMPRESA PHILIPS

PHILIPS BRASIL

Marluce Castelo Branco, do Sindicato dosMetalúrgicos de Manaus

Marluce relatou que a Philips em Manaus man-tinha uma relação difícil com o sindicato: sem-pre que ela entrava na empresa, era vigiada. Apesquisa detectou, além disso, um número eleva-do de trabalhadores com doenças do trabalho,como L.E.R. (lesão por esforço repetitivo) e tam-bém a existência de diferença salarial entre traba-lhadores homens e mulheres.

Com a pesquisa, esta relação entre o sindicatoe a Philips melhorou, pois a empresa se tornoubem mais acessível. Quanto à postura de discri-minação das mulheres, algumas medidas foramtomadas pela empresa. Havia poucas mulheresem cargos elevados, e, após o trabalho do Ob-servatório, a ocupação destes cargos por mulhe-res foi possibilitada. Além disso, outras atitudesapareceram, como a abertura de creches. Assim,a postura da empresa quanto ao tratamento dasmulheres ainda não é ideal, mas está melhorando.

Da mesma forma, a Philips está procurandodiminuir as doenças do trabalho: a empresa con-vidou o sindicato para entrar em uma ação con-junta contra o Ministério Público, para que estasdoenças sejam reconhecidas pelo INSS local.Além disso, a empresa está oferecendo cursosaos trabalhadores lesionados, possibilitando queencontrem outra possibilidade de trabalho.

Ao contrário do relatado pelos representan-tes da Akzo Nobel, Marluce conta que a Philipsse fez presente na reunião de formação do co-mitê de trabalhadores, e a aceitação está ocor-rendo aos poucos. Existem dificuldades na for-

mação do comitê por causa da articulação entreos sindicatos envolvidos: os sindicatos pertencen-tes à Força Sindical resistem à participação; ossindicatos cutistas estão relativamente integrados, masa distância dificulta os seus encontros, já que se loca-lizam em diferentes partes do país. Neste sentido, oapoio do Observatório Social na promoção dosencontros é uma grande contribuição.

Marluce lembrou da importância da pesquisarealizada pelo Observatório para a formação darede internacional de trabalhadores da Philips: “Aexperiência está muito boa, e queremos continu-ar”. Por exemplo, foi detectado que a LG Phi-lips tem tradição de respeito aos trabalhadoresna Holanda, no entanto, isto não ocorre em ou-tros países, como na Coréia. A partir do traba-lho da organização do comitê de trabalhadores,o Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus estáconseguindo trocar informações com o de Re-cife e o de São Paulo.

PHILIPS HOLANDA

Jan Adriaans, representando ostrabalhadores da Philips na Holanda

Jan Adriaans frisou a importância da verifica-ção da postura das empresas multinacionais quan-to aos trabalhadores nos países, pois estas pro-curam os lugares onde podem obter maiores lu-cros. Para Adiaans é muito importante a uniãode trabalhadores da empresa para fiscalizar osempregadores. É importante para os trabalha-dores como integração nacional e internacional epara o sindicato como forma de atuar para ga-rantir o cumprimento dos acordos.

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EMPRESA UNILEVER

UNILEVER BRASIL

Paulo de Souza, trabalhador da Unileverno Brasil

Paulo de Souza falou sobre a formação docomitê de trabalhadores da Unilever, compostopor 8 sindicatos – 6 filiados à CUT, e 2, à ForçaSindical – representando 70% dos 10 mil traba-lhadores da empresa no Brasil, uma iniciativa es-sencial para a conquista de uma mudança no ce-nário existente.

Com um rápido panorama atual sobre a Uni-lever no Brasil, o painelista viu como problemaa grande reestruturação que a empresa está fa-zendo, que tende a fazer uma centralização naunidade de São Paulo – existe somente um dire-tor responsável pelas ações junto ao sindicato,envolvendo as 13 unidades da empresa de todoo país. Citou também a questão de que a Unilever,frente às reivindicações feitas, argumenta que cum-pre com a legislação nacional, o que o sindicato nãoconsidera como sendo o suficiente, pois pensa queas obrigações sociais devem ir além disto.

“O trabalho que vem sendo desenvolvido peloObservatório Social é muito bom e tem apre-sentado avanços. Alguns resultados já aparece-ram, enquanto que outros demorarão mais”.Paulo conta que através dos intercâmbios cons-tatou as diferenças de comportamento da em-

presa em cada país onde atua, apesar do códigode conduta. A pesquisa revelou que a empresadesrespeita a liberdade sindical no Brasil, o quefoi sentido pelos trabalhadores holandeses quan-do vieram em 2003 – notaram um descaso daUnilever para com o sindicato, mas, após o tra-balho do Observatório Social, esta situação estámudando. No primeiro intercâmbio, foram fei-tas duas visitas à empresa, nas quais não era pos-sível falar com os trabalhadores sem a supervi-são da direção. Citando o exemplo da visita àfábrica em Igaraçu, Paulo comenta que atualmen-te os sindicalistas podem visitar as fábricas, semnenhum impedimento por parte da empresa.Segundo o expositor, os intercâmbios tambémresultaram em um maior comprometimento daUnilever no Brasil quanto às responsabilidadesambientais e trabalhistas, estas através da preo-cupação com programas de saúde e segurançado trabalho e de avanços em relação à P.L.R.

Paulo considera que o próximo passo aser dado é a articulação com outros sindicatos,vencendo as divergências políticas. Esta tentativajá está sendo feita em Recife e Pernambuco; ossindicatos na Argentina e Colômbia já estão tro-cando informações. A partir disso, poderá serfeito um trabalho no sentido de sensibilizar a di-reção da empresa para o reconhecimento docomitê como uma organização que está tentan-do buscar melhores condições de trabalho. Parao fortalecimento desta articulação, é importantefazer na metade do ano um encontro entre ocomitê da Holanda e o da América Andina.

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UNILEVER HOLANDA

Patrick van Klink, trabalhador da Unileverna Holanda

Patrick contou sobre a formação de comitêde trabalhadores na Holanda. Disse que as dife-renças quanto à postura da Unilever no Brasil,Holanda e Índia são contrastantes. Na Holanda épossível falar diretamente com os trabalhadores,sem a intervenção da gerência, o que não ocorreno Brasil e na India. No Brasil, Patrick consideramuito clara a falta de respeito ao trabalhador: naHolanda, um sindicalista tem a liberdade de visi-tar a fábrica, enquanto que, em Vinhedo (SP),não pode transitar sem vigilância.

Klink frisou a importância de aprendercom o processo, e na constituição de sindicatosnacionais fortes, estruturando o trabalho sindicale preparando na organização das novas geraçõesde trabalhadores. “Presumimos que o nosso sin-

dicato é muito bom, mas percebemos que faltamuita coisa neste sentido no Brasil”, afirmou,argumentando que uma rede internacional so-mente será articulada se baseada em sindicatosnacionais fortes. Algumas iniciativas podem con-tribuir, como os intercâmbios sindicais. O au-mento da jornada na Holanda, por exemplo, játem influenciado o debate no sindicalismo aquino Brasil.

Em nome dos trabalhadores da Unile-ver na Holanda, o sindicalista terminou sua falademonstrando satisfação pela participação noprojeto desenvolvido pelo Observatório, lem-brando que não podem depender somente des-te trabalho, pois no futuro precisam contar comsuas próprias iniciativas.

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Karen Brouwer ressaltou que todos os relatosindicam um grande crescimento na qualidade dasrelações profissionais e de condições de trabalhoaqui no Brasil a partir da experiência de troca deinformações constantes entre os representantesde trabalhadores. Mesmo com as dificuldades decomunicação entre pessoas que falam línguas di-ferentes, os projetos de intercâmbio e formaçãode redes devem crescer e, no futuro, incorporaroutras empresas.

Karen agradeceu aos participantes das mesase da platéia que lotaram o auditório do início damanhã ao final da tarde (apesar de uma tempe-ratura média de 39°), agradeceu aos organizado-res e finalizou a oficina.

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ARTICIPANTESPPPPPPPPPPNome Entidade Cidade / País

Achim Wachendorfer Fundação Friedrich Ebert Montevidéu, UruguaiAdriano Soares da Silva Sindicato dos Químicos do ABC Santo André, BrasilAlberto Broch Confed. Nac. dos Trabalhadores na Agricultura Brasília, BrasilAlexandre Poirler Estudante Montreal, CanadáAna Flávia A. Vieira Visão Mundial Belo Horizonte, BrasilAna Iervolino Instituto Observatório Social Florianópolis, BrasilAndreas Rieger UNIA SuíçaÂngela Fonseca Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, BrasilAngélica Chaparro Corporacion Cactus Bogotá, ColômbiaAnne Haller Fundação Friedrich Ebert São Paulo, BrasilAnnie Labaj CAW - Canadá Toronto, CanadáAntenor E. Nakamura Confederação Nacional dos Químicos/CUT São Paulo, BrasilAntonio Carlos N. Fragoso Visão Mundial Porto Alegre, BrasilAparecido Donizeti Silva Confederação Nacional dos Químicos/CUT São Paulo, BrasilArlindo P. de Lacerda Sindicato dos Servidores Públicos Municipais Angra dos Reis, BrasilArmando Sousa Cruz Sindicato dos Químicos do ABC Santo André, BrasilArnelte Schnouv IG Metall AlemanhaAustin Muneku ALRN ZâmbiaBart Decemkelier ACV – CSC Metaal Elewyt, BélgicaBernd Kalwa IG Metall AlemanhaBrendan Smith Global Labor Strategies Nova York , EUACândida Etaungo Liga Jubileu 2000 Angola Luanda, AngolaCândido Celeste Liga Jubileu 2000 – Angola Luanda, AngolaCarla Coletti Federação Intern. dos Metalúrgicos - FITIM Genebra, SuíçaCarla Cristina Santana Page Sindicato dos Papeleiros Mogi das Cruzes, BrasilCássio L. França Fundação Friedrich Ebert São Paulo, BrasilCássio Yans Curitiba, BrasilCharlotte Weyers Attac Alemanha Duisburg, AlemanhaCiliana Regina Colombo CRESCER Florianópolis, BrasilClaudia Esqueda CTM MéxicoClodoaldo Ramos ADS CUT do Estado do Pará Pará, BrasilClóvis Scherer Instituto Observatório Social Florianópolis, BrasilConnoune Clauw ERCR BélgicaCucha Fernan Uniterre Liquieres, SuíçaDario Cunha CRESCER Florianópolis, BrasilDevan Pillay Naledi – ALRN Johannesburgo, África do SulDeyvid Leite Sindicato dos Bancários São Paulo, BrasilDon Sutherland Australian Manufacturing Workers Union Sydney, AustráliaDonmoon Cho KCTU CoréiaEdmir F. Garcez Instituto Nacional de Mediação e Arbitragem São Paulo, BrasilEdson Ferreira São Paulo, BrasilElisandro Marques Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre Porto Alegre, BrasilEmily Schaffer Fundação Semco São Paulo, Brasil

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Nome Entidade Cidade / País

Emily Walton IBASE Rio de Janeiro, BrasilErik Nijland Hivos – Holanda Costa RicaEsther de Haan SOMO Amsterdã, HolandaFabián Tamayo ENS ColômbiaFabio A. Lins Sindicato dos Químicos do ABC S. Bern. Campo, BrasilFátima Sueli Ribeiro Health’s Ministry National Câncer Institute Rio de Janeiro, BrasilFemke Weiss Observatório Social Europa Amsterdã, HolandaFernando Alvares Confederação Nacional dos Químicos – CUT S. Bern. Campo, BrasilFernando Lopes Confederação Nacional dos Metalúrgicos/CUT Salvador, BrasilFlorival Lança CGTP-IN Lisboa, PortugalFons Welters Observatório Social Europa Voohout, HolandaFragnie Bernard E-Changer Friburgo, SuíçaFrancisco Escobar. Consejo Episcopal Latinoamericano Bogotá, ColômbiaFrans Bachmann Observatório Social Europa Amsterdã, HolandaGabriela E. Possolti Curitiba, BrasilGeraldo S. Guimarães Sindicato dos Químicos de São Paulo São Paulo, BrasilGiovanni Amato CAW - Canadá Toronto, CanadáGiulino Saneh Instituto Observatório Social Florianópolis, BrasilHans Schaappi Solifouds Basel, SuíçaHarald Wagner GPA Linz, AlemanhaHélio Magalhães Embrapa Goiânia, BrasilHeloize Campos AFS Brasil São Paulo, BrasilHermann Dirkes IG Metall Duisberg, AlemanhaIsaac do Carmo Sindicato dos Metalúrgicos Taubaté, BrasilIsmael Gonçalves CUT do estado de Goiás Goiânia, BrasilJackeline Claret Sanches Frente Luchadores Sociales Francisco Miranda VenezuelaJames KKNSS ÍndiaJan Adriaans Observatório Social Europa Weurne, HolandaJan Ilsink Manifest HolandaJanet Barzola Aybar Central Nacional de La Mujer Minera PeruJeanine Will Instituto Observatório Social Florianópolis, BrasilJesus Cabrera Martinez Sindicato dos Petroquímicos MéxicoJoão Felipe P. Oliveira U. Carlos III Madrid Brasília, BrasilJoão Paulo Veiga Observatório Social Brasil São Paulo, BrasilJoão Vaccari Neto Central Única dos Trabalhadores - CUT São Paulo, BrasilJodie Thorpe Sustain Ability Londres, InglaterraJoelma Kremer FACVEST Lages, BrasilJorge Campos Miranda FITIM Santiago, ChileJosé Assis da Silva STIEMNFO – Pará P. Trombetas, BrasilJose Castelo Branco FETRACE Fortaleza, BrasilJosé Coraine Junior Comissão de Fábrica da Bayer S/A São Paulo, BrasilJosé Maria Araújo Sindicato dos Metalúrgicos Barcarena, BrasilJosé Pinheiro Almeida Lima Sindicato dos Químicos e Petroleiros Salvador, BrasilJoseba Echebarria UGT Madri, EspanhaJuan Carlos Jimenez C.C.O.O. – Comissões Obreiras Madri, EspanhaJuarez E. Ribeiro Sindicato dos Metalúrgicos Taubaté, BrasilJucemar Imperador Lajeado, BrasilJukka Pääkkönen SASK – Finlândia FinlândiaJulia Figueira APALC Los Angeles, EUAVan Heddegem ACU BélgicaKaren Brouwer Observatório Social Europa Amsterdã, HolandaKarthi Pillay COSATU África do SulKjeld Jakobsen Instituto Observatório Social São Paulo, Brasil

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Nome Entidade Cidade / País

Lee Pegler Instituto de Estudos Sociais Amsterdã, HolandaLeexa Lötzer VERDI Köln, AlemanhaLeonice Costa Federação dos Bancários RJ/ES Rio de Janeiro, BrasilLiisa Mery SASK – Helsinki, FinlândiaLincoln Lewis GTCIO Georgtown, GuianaLizete Cunha Measure Ltda / ATSG Porto Alegre, BrasilLuciana C. Burgatte Centro Social Marista Ribeirão Preto, BrasilLuciana C. Hartmann Central Única dos Trabalhadores - CUT São Paulo, BrasilLuis Bueno CILAS – México MéxicoLuis Cláudio Morales São Paulo, BrasilLuiza Mendes de Almeida Federação dos Bancários RJ/ES Rio de Janeiro, BrasilMª Socorro R. Martins GMT-PA Belém, BrasilManfred Brinkmann DGB Bildunsgwerk Colonia, AlemanhaManoel Messias Central Única dos Trabalhadores - CUT Recife, BrasilManuel Campos Embaixada da República Federal da Alemanha Brasília, BrasilMarcela Ahumdda Munija ACJR – PLADES ChileMarcello Malentacchi Federação Internacional dos Metalúrgicos - FITIM Genebra, SuíçaMarcelo W. Proni CESIT – UNICAMP Campinas, BrasilMarco A. Silva Sindicato dos Químicos do ABC Santo André, BrasilMargit Köppen IG Metall AlemanhaMaria Jose H. Coelho Instituto Observatório Social Florianópolis, BrasilMaria Auxiliadora de Souza CUT do Estado de Pernambuco (Metalúrgicos) Recife, BrasilMaria do Carmo Sousa CUT do Estado do Pará Pará, BrasilMaria Luiza Bitencourt Porto Alegre, BrasilMaria Odete Filipe CGTP-IN Lisboa, PortugalMarluce Castelo Branco Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus Manaus, BrasilMartha Amanda Sindicato dos Petroleiros – SP São Paulo, BrasilMartin Maier KNA AlemanhaMartina Sprool DGB Bildungswerk Frankfurt, AlemanhaMasdaleno Estrada Sindicato FAT MéxicoMateju Anna GPA Linz, ÁustriaMayra Madriz BABELS Caracas, VenezuelaMelik Özden CETIM SuíçaMichael Fritsche Konrad Adenauer Stiftung Rio de Janeiro, BrasilMichael Linnartz IG BCE Hannover, AlemanhaMikael Lafgren Arena Gothenburg, SuéciaMoises Ochoa Programa Laboral de Desarrollo - PLADES PeruMtwala Mivilima Larri/ALRN NamíbiaN.P. Samy National Centre for Labour (NCL) Bangalore, ÍndiaNelly Asencio PLADES PeruNestor da Costa CLAEH Montevidéu, UruguaiNicholas Howen Internacional Commissions of Jurists AustráliaNora Rubinah Estudante BrasilNorbi Mancisidor Mun. San Mateo PeruOmaira Pdez Corporacion Cactus ColômbiaOssalino M Neto Conselho Municipal de Saúde Curitiba, BrasilParada Elsa Ana ArgentinaPatrick van Klink Observatório Social Europa/FNV Rotterdam , HolandaPaulo de Souza Bezerra Sindicatos dos Químicos/Comitê Unilever Recife, BrasilPedro Henrique Correia Sindicatos dos Metalúrgicos de Porto Alegre Guaíba, BrasilPedro Paulo Luiz Associação de Maricultores de Canto Grande Bombinhas, BrasilPeter Camin IG Metall Hamburgo, AlemanhaPhilippe Poclet Observatório Social Europa Bruxelas, Bélgica

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Nome Entidade Cidade / País

Pierre Habbard Trade Union Advisory Committee - TUAC Paris, FrançaPrudente José S. Mello Instituto DECLATRA Florianópolis, BrasilReinaldo Damasceno ADVRDT Barcarena, BrasilReiner Radermacher Fundação Friedrich Ebert São Paulo, BrasilRenata Nunes de Souza Universidade de São Paulo São Paulo, BrasilRobson Santana Sindicato Químicos e Petroleiros/CNQ-CUT Salvador, BrasilRodolfo Benitez UNI Américas PanamáRolf Zimmermann Schweiz – Gewerschafftland SGB Bern, SuíçaRuth Manorama Womens Voice ÍndiaSabrina Cezar ThyssenKrupp Guaíba, BrasilSabrina Zayale Universidade de Berlin Berlin, AlemanhaSaliem Patel LRS África do SulSamuel Simoni Silveira UDESC Florianópolis, BrasilSanderyn V. Beev Amsterdam, HolandaSandra Werle Instituto Observatório Social Florianópolis, BrasilSaúl García PLADES Lima, PerúScaltriti Crianni FIOM Bologna, ItáliaSebastian Lotz Florianópolis, BrasilSergio Luis Carasso Sindicato dos Químicos do ABC São Paulo, BrasilShyamala Women Voice ÍndiaStephen Tormey United Electrical Workers Pittsburgh, EUATatiana Rubina Thomaz UFRGS Gravataí, BrasilTendai Makwavarara LEDRIZ – ALRN ZimbábueThomas Nossek IG Metall - DGB AlemanhaTiciana Hugentobler AIESEC Rio Grande do Sul, BrasilTuro Bergman SASK-Finlândia Helsinki, FinlândiaUlisses Garrido CGTP-IN Lisboa, PortugalValmir Braga Sindicato dos Metalúrgicos Barra do Piraí, BrasilValmir Marques da Silva Sindicato dos Metalúrgicos Taubaté, BrasilVera Költzsch Estudante Leipzig, AlemanhaVera Schmitz Unissinos Rio Grande do Sul, BrasilVictor Ayala Central Nacional de la Mujer Minera PeruVittorio Vesce Curitiba, BrasilWagner Harald GPA Linz, ÁustriaWaldeli P. Melleiro Fundação Friedrich Ebert São Paulo, BrasilWallace Mendonça Neto SINDIPETRO-RJ Rio de Janeiro, BrasilWim Ottermans Bélgica

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XPEDIENTE

SEMINÁRIO

RESPONSABILIDADE SOCIALDAS EMPRESAS: EXPERIÊNCIASE ESTRATÉGIAS DE AÇÃOSINDICAL EM EMPRESASMULTINACIONAIS

Fórum Social MundialPorto Alegre (Brasil)29/01/2005

Promoção: DGB Bildungswerk, FundaçãoFriedrich Ebert, Instituto ObservatórioSocial e Observatório Social Europa

Organização: CNM, CNQ, CUT Brasil, DGBBildungswerk, FNV Moondial, FundaçãoFriedrich Ebert, IG Metall, IG BCE,Instituto Observatório Social eObservatório Social Europa

RELATÓRIO

Relatoria: Ana Iervolino e Giuliano Saneh

Edição e Revisão: Clóvis Scherer (IOS),Odilon Faccio (PP) e Waldeli Melleiro(FES)

Fotos: Femke Weiss

Projeto gráfico e editoração: Primeiro Plano([email protected])

Fechamento: Agosto de 2005

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NTRE EM CONTATO

ObserObserObserObserObservvvvvatatatatatórórórórório Social Eurio Social Eurio Social Eurio Social Eurio Social EuropaopaopaopaopaFNV MondiaalP.O.Box 8456 1005 AL Amsterdam Holanda - The NetherlandsFone: +31 20 5816491Fax: +31 20 6844 541E-mail: [email protected]: www.observatoriosocialeuropa.org

DGB BildungswerkDGB BildungswerkDGB BildungswerkDGB BildungswerkDGB BildungswerkHans-Böckler-Str. 3940476 DüsseldorfTel. +49 (0)211.4301-0Fax +49 (0)211.4301-500E-mail: [email protected]: http://www.dgb-bildungswerk.de

Fundação Friedrich EbertFundação Friedrich EbertFundação Friedrich EbertFundação Friedrich EbertFundação Friedrich EbertRepresentação no BrasilAv. Paulista, 2001 13º andar - cj. 1313Tel.: +55 (11) 3253-9090Fax.: +55 (11) 3253-3131E-mail: [email protected]: www.fes.org.br

InsInsInsInsInstituttituttituttituttituto Obsero Obsero Obsero Obsero Observvvvvatatatatatórórórórório Socialio Socialio Socialio Socialio SocialRua São Bento, 365 - 18º andarCentro - São Paulo SPFone: (11) 3105-0884 Fax: (11) 3107-0538E-mail: [email protected]: www.observatoriosocial.org.br

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NDEREÇOS NA INTERNET

Confederação Nacional dos Metalúrgicos – CUThttp://www.cnmcut.org.br

Confederação Nacional dos Químicos – CUThttp://www.cnq.org.br

Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agriculturahttp://www.contag.org.br

Central Única dos Trabalhadoreshttp://www.cut.org.br/

DGB – Central Sindical da Alemanhahttp://www.dgb.de

Federação Internacional dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicashttp://www.imfmetal.org

FNV – Central Sindical da Holandahttp://www.fnv.nl

IG BCE – Sndicato dos Químicos da Alemanhahttp://www.igbce.de

IG METALL – Sndicato dos Metalúrgicos da Alemanhahttp://www.igmetall.de

NALEDI – National Labour and Economic Development Institutehttp://www.naledi.org.za

OIT – Organização Internacional do Trabalhohttp://www.ilo.org

Plades – Programa Laboral de Desenvolvimentohttp://www.plades.org.pe/

TUAC - Trade Union Advisory Committee (TUAC)http://www.tuac.org

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DGBDGB BILDUNGSWERK

FRIEDRICHEBERTSTIFTUNG

EU

RO

PA

R

BRA

SIL

ESTRUTURA VERTICALQUÍMICA, PETRÓLEO, PLÁSTICO, PETROQUÍMICA, BORRACHA,

PAPEL E CELULOSE, CERÂMICA E VIDROS E SIMILARES

Organização: