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“Responsabilidade Social e sustentabilidade da Empresa” NTC – LFG (pós) Prof. J. A. Dallegrave Neto Estúdio SP: 03/outubro/2011

Responsabilidade Social e sustentabilidade da Empresa NTC – LFG (pós) Prof. J. A. Dallegrave Neto Estúdio SP: 03/outubro/2011

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“Responsabilidade Social e

sustentabilidade da Empresa”

NTC – LFG (pós)

Prof. J. A. Dallegrave Neto

Estúdio SP: 03/outubro/2011

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Questões para o debate:

- A função social da empresa é um princípio constitucional?

- O que é uma empresa sustentável?

- A responsabilidade social é um dever ou um compromisso da empresa?

- Quais são os efeitos jurídicos?

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Quais são os sujeitos das relações econômicas?

(civil, consumo, comercial e trabalhista)

a) o comerciante pessoa física?

b) o empregador pessoa jurídica?

c) a empresa?

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- CLT:

- o empregador é a empresa por excelência (art. 2o, 10, 448)

- os demais são entes “equiparados ao empregador-empresa”

(art. 2o, § 1º.)

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A eloqüente substituição:

Comerciante x empresário(art. 966 a 980, CC/02)

- Itália (gênese) ---- NCCB/02;

Galgano:

“enquanto as relações de comércio pressupõem um modo de operar do sujeito individual em relação a outro sujeito individual, o conceito de empresa revela a relação entre indivíduo e sociedade”.

- comerciante: indivíduo x individuo- empresa: indíviduo x sociedade

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Ao identificar o sujeito como empresa, atraem-se os valoresda CF/88:

*(sistema jurídico do tipo aberto)

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

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I - soberania nacional;II - propriedade privada;III - função social da propriedadeIV - livre concorrência; V - defesa do consumidor;VI - defesa do meio ambiente (...);VII - redução das desigualdades regionais e sociais;VIII - busca do pleno emprego;IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte (...).

Roppo: “o atual processo econômico é determinado e impulsionado pela empresa, e já não pela propriedade em sua acepção clássica.”

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Novo paradigma da CF/88:

Despatrimonialização e publicização do direito privado;

Solidarismo;

Efeitos = função social do contrato e da propriedade (empresa) e novo conceito de família (plural na origem)

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“Na Propriedade (não mais vista como um direito individual, de característica absoluta, mas pluralizada e vinculada à sua função social); Família (que, antes hierarquizada, passa ser igualitária no seu plano interno, e, ademais, deixa de ter o perfil artificial constante no texto codificado, que via como sua fonte única o casamento, tornando-se plural quanto à sua origem) e nas Relações Contratuais (onde foram previstas intervenções voltadas para o interesse de categorias específicas, como o consumidor e inseriu-se a preocupação com a justiça distributiva)”.

In: RAMOS, Carmem L. Silveira. A constitucionalização do direito privado e a sociedade sem fronteiras. Coord.: Luiz Edson Fachin. RJ: Renovar, 1998, p. 10/11.

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Relativização da autonomia da vontade

• Pacta sunt servanda = segurança jurídica (os pactos devem ser cumpridos)

• Rebus sic stantibus = revisão das condições (enquanto as coisas estão assim)

• Solidarismo contratual = arquétipo ético (boa-fé objetiva, função social)

• (Art. 3º, I, CF: construção de uma sociedade livre, justa e solidária)

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Eficácia horizontal dos direitos fundamentais(ou “efeito perante terceiros”)

Ingo: a ideia de eficácia horizontal induz ao erro de “inexistência de relação hierarquizada”.

Ação vertical: Estado x indivíduo:

afirmativas: - contratação de deficientes (art. 93, L. 8213/91) e aprendizes (429,CLT);

repressoras: - multas administrativas (art. 29, CLT)

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Ação horizontal:

Empresa x indivíduo

Juízo de Ponderação: intimidade x propriedade da empresa- RE 160.222-8 – Vedação às revistas íntimas das mulheres

Fundamento: art. 5º, § 1º, CF:“As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata”

Ferdinand Lassale: “a CF não pode se transformar em mero pedaço de papel”

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Função social da propriedade Código Civil:

art. 1228: O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. (o direito)

§ 1o:“O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.” (a restrição funcional)

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Eros Grau:

“O princípio da função social da propriedade impõe ao proprietário – ou a quem detém o poder de controle, na empresa – o dever de exercê-lo em benefício de outrem e não, apenas, de não o exercer em prejuízo de outrem.

Logo, a função social da propriedade atua como fonte da imposição de comportamentos positivos – prestação de fazer, portanto, e não, meramente (negativos), de não fazer – ao detentor do poder”.

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“A atitude da recorrente em dispensar o trabalhador acometido por enfermidade, em momento no qual mais precisava do emprego, a despeito de ter empregado seu labor junto à reclamada por aproximadamente oito anos, ofende os princípios da dignidade da pessoa humana e da função social da empresa e gera dano moral passível de indenização”.

(TRT 2ª R.; RO 01059-2006-058-02-00-5; Ac. 2010/0650796; 4ª. T.; Relª Wilma Nogueira de A. Vaz da Silva; DOESP 23/07/2010; pág. 1088)

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O que é Empresa?

“unidade organizada (capital e sócios) e organizadora (tecnologia) de um conjunto de meios materiais (insumos) e humanos (mão-de-obra) tendentes à obtenção de um fim).”Campz Ruiz

fim imediato: produção de bens ou serviços;

fim mediato: lucro;

fim ético: sustentabilidade sócio-econômica;

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Fatores de produção:

a) capital;

b) insumos;

c) tecnologia e

d) mão-de-obra

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Papel do empresário:

Estruturar a produção para oferecer ao mercado consumidor: a) preços competitivos e lucrativos;

b) qualidade comprovada.

c) responsabilidade social* (praticar e ostentar).

-Para tanto é preciso bem articular os 4 fatores de produção;

(*) o 3º desafio é recente e nasce da competitividade e da conscientização dos consumidores

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Conceito legal de empresa:

Art. 6º, Lei 4137/62:

“considera-se empresa toda a organização (de natureza civil ou mercantil) destinada à exploração (por pessoa física ou jurídica) de qualquer atividade com fins lucrativos”.

Conceito de empresário:

Livro II – Do direito de empresa – Art. 966 do CCB:

“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”

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Evolução do conceito de empresa

Perlingieri:

“os conceitos jurídicos não são imutáveis e devem se adequar aos novos valores advindos da CF”a) ótica liberal e proprietista:

Empresa: meio pelo qual o empresário obtém lucro;direito de propriedade absoluto;

b) ótica social e constitucional:

empresa é uma instituição social;a função social é indissociável; 

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Funcionalização do conceito de

empresa:

Adequação aos valores da CF.

- Art. 421 e 422, CC: função social e boa-fé objetiva;

-Art. 187, CC: abuso de direito.

- Art. 2º, CLT: assunção dos riscos da atividade econômica

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-Art. 2º CLT:

“Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.”

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-Áleas Contratuais: ordinárias e extraordinárias:

“Eventuais danos de natureza culposa, situados numa margem de previsibilidade inerente à execução de determinado serviço, integram-se no risco normal do empreendimento e não comportam a responsabilização do empregado, mediante a imposição de deduções salariais.” (TRT, 2ª. R., 8ª. T., Ac. n. 2970264484, DJSP: 12/06/97, p. 55)

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Áleas extraordinárias:

do tipo econômico (art. 503, CLT- onerosidade excessiva e imprevisível;

do tipo natural (art.501, CLT: força maior);

do tipo administrativo (art. 486, CLT: factum principis)

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Ubi emolumentum, ibi onus

• Bônus: livre iniciativa (fim lucrativo)

• Ônus: função social da empresa (art. 170, III, CF):

- valorização do trabalho;- dignidade a todos;- não manipular a livre concorrência (anti-truste);- respeitar o consumidor;- proteger o meio ambiente;- indenizar os riscos da atividade

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Quando o Lucro da iniciativa privada é

legítimo?

- como retribuição pelo benefício social produzido pela empresa.

O risco da empresa

Fábio Ulhoa Coelho:“Empresa é uma empreitada sujeita a risco. Por isso, boa parte da competência dos empresários vocacionados diz respeito à capacidade de mensurar e atenuar riscos, mormente num cenário comum de crises políticas e econômicas, acidentes e deslealdade de concorrentes;”

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- Teoria do risco proveito (art. 2º, CLT)

- Teoria do risco criado (art. 927, par. único, CC)

- Teoria do risco profissional(art. 7º, XXVIII, da CF - SAT)

- Teoria do risco integral(art. 37, § 6º, da CF – Estado > danos de terceiros)

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parceiros clientes

empregados

EMPRESA

Relacionamentos da empresa

e seus stakeholders (partes interessadas ou envolvidas

no processo)

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Responsabilidade social falaciosa“(...) quando constatada a existência de um convênio fraudulento que emprega precariamente pessoas com deficiência para executar as mesmas tarefas que um empregado concursado, porém com salário inferior e em prejuízo de diversos direitos trabalhistas, devem ser rechaçados argumentos patronais que sustentem que a contratação faz parte de sua política de responsabilidade social, a qual, ao contrário, denota uma discriminação velada. (...)”

(TRT 9ª R.; Proc. 00223-2008-093-09-00-8; Ac. 03174-2010; 2ª. T.; Rel. Ricardo Tadeu Marques da Fonseca; DJPR 02/02/2010)

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• Cidadania empresarial = é verificada através de um comportamento ético que envolva todos os processos decisórios da empresa e não só projetos sociais pontuais;

• A função da empresa deve ir muito além de seu potencial de lucros.

Fonte: www.plura.com.br/cidempr.html

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Fundamento ideológico (para a função social da empresa)

- Na mesma proporção que se defende a diminuição do Estado, deve-se pugnar pela maior responsabilidade social da empresa.

- Deve-se dar mais incentivos fiscais ao Terceiro Setor que supre a deficiência do Estado Mínimo (e ameniza a tensão social);

Eros Grau: “o processo de afastamento do Estado na economia deve implicar a desjuridificação dos meios e a juridificação dos fins.”

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Nessa medida:

“quanto maior sua função de agente propulsor de prosperidade econômica para a coletividade, mais se justifica um tratamento vantajoso e protetivo por parte do ordenamento jurídico”.

(incentivos fiscais; reduçao do INSS para alguns setores produtivos)

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TUTELA JURÍDICA À EMPRESA:

• porque é nela (empresa) que se aloca a maior parte da mão de obra produtiva do país,

• é ela a fornecedora de bens e serviços necessários à sociedade;

• é ela que paga tributos que compõem o patrimônio do Estado;

Ao produzir riqueza, o empresário traz um resultado útil a toda coletividade

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“A pessoa jurídica, criação de ordem legal, não tem capacidade de sentir emoção e dor, estando por isso, desprovida de honra subjetiva e imune à injúria. Pode padecer, porém, de ataque à honra objetiva, pois goza de uma reputação junto a terceiros, passível de ficar abalada por atos que afetam seu bom nome no mundo civil ou comercial onde atua.” (STJ, 4a. T., Resp. 60.033-2, ME, Min. Ruy Rosado. RSTJ 85/268-274).

Exemplo de proteção à empresa:

Cabimento de Dano Moral à Pessoa Jurídica:

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Doutrina fundamentada no quadro axiológico da CF:

“A empresa privada deve ser protegida não já pelas cifras que movimenta ou pelos índices de rendimento econômico por si só considerados, mas na medida em que se torna instrumento de promoção dos valores sociais e não patrimoniais.” (Gustavo Tepedino)

Art. 52 do CC/2002: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.

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O AGIR ÉTICO REDUZ O RISCO ORDINÁRIO (de

insucesso):

Quem cumpre seus deveres fiscais com regularidade e trata com dignidade e respeito seus colaboradores reduz o risco de constituir um “passivo fiscal ou trabalhista”;

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FORMAS DETURPADAS DE

PREVENIR O RISCO:

Fraudar direitos trabalhistas (art. 9º, CLT)

Simular a falência(art. 141, § 2º. L. 11101/05)

Cooperativa de mão-de-obra (*de serviço e bens)

Salário forfetário(art. 2º, CLT)Ex: cheque sem fundo

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Impor ao empregado o risco da atividade(desconto salarial; salário por resultado) Desvio ou dupla função(art. 884, CC)

Terceirizar atividade essencial (Sum. 331, IV, TST)

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“Terceirizar serviços, para apenas livrar-se ou reduzir custos, e não assumir a sua responsabilidade social é uma ofensa à dignidade do trabalhador. Logo, a empresa que contrata um terceiro para a ele delegar uma atividade, deve escolher bem e fiscalizar a satisfação das obrigações trabalhistas. Não satisfeitas as obrigações trabalhistas pelo empregador, responde por elas a empresa contratante, em caráter subsidiário. (Súmula nº 331, IV, do TST)”.

(TRT 2ª R.; Ac. 2010/0408308; 14ª. T.; Rel. Des. Fed. Davi Furtado Meirelles; DOESP 14/05/2010; p. 18)

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Novas políticas de RH:

Objetivo: perda da espessura humana e material:

• Downsizing: redução radical no tamanho da empresa;

• De-layering: supressão de funções e hierarquias intermediárias;

• Reengineering: redesenho profundo p/ obter melhoria em custos; serviços e tempo.

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Flexissegurança: flexibilidade +

segurança

Inspiração: modelo da Dinamarca e da Suécia;

“política de facilitação das formas flexíveis de contratação e dispensa sem ônus em troca de um robusto seguro-desemprego aliado a uma política de recolocação de trabalho (outplacement).”

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FORMAS LEGÍTIMAS

DE PREVENIR ORISCO:

A) Consórcio de empregador rural;

B) Banco de horas;

C) Terceirizar atividade-meio;

D) Trabalho a tempo parcial;

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Desafio da empresa:Não parar de crescer,senão cai.

“Racionalidade da produção

deve antes ser a racionalidade

da reprodução do sujeito.”

Carlos Ruzyk

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Há limite ético parapolíticas de “aumento

deprodutividade”?

Produtividade da empresa x

dignidade do trabalhador

*vídeo

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Art. 1º - A República Federativa do Brasil (...) tem como fundamentos: II – a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana;

Hanna ArendtCidadania: é direito a ter direitos…

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Ingo Sarlet:

Dignidade da PH:

conjunto de direitos fundamentais que proteja a pessoa “contra qualquer ato de cunho degradante e desumano”,

e que venha a lhe “garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável”,

além de promover sua “participação ativa nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos.”

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Trabalho Decente e a Agenda da

OIT e do G-20 (em 2009)

Fonte: www.oitbrasil.org.br

Trabalho Decente é um trabalho produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, eqüidade, e segurança, sem quaisquer formas de discriminação , e capaz de garantir uma vida digna a todas as pessoas que vivem de seu trabalho.

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Líderes do G-20: “é preciso colocar o emprego de qualidade no centro da recuperação” (25/setembro/2009)

“Concordamos que os atuais desafios não oferecem uma desculpa para ignorar ou debilitar as normas de trabalho internacionalmente reconhecidas”.

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Produtos “made in China”

Escravatura amarela

Salário dos operarios:

BR: US$ 300,00 + encargos

Ch: US$ 100,00 e sem encargos

Jornada:

BR: 8hs + HE e RSR

China: 10 a 14hs, sem HE e RSR*Relatório: CLW - China Labor Watch

*A médio prazo a China terá o monopólio da produçao e manipulará o preço mundial

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A moderna empresa ética:

Tripla linha de fundo = triple bottom line:

- desempenho econômico; - ambiental; - social.

Os 3 “Ps” do desenvolvimento sustentável: Planet; People;Proift

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Os direitos humanos não nasceram todos de uma vez, mas foram construídos historicamente ao longo dos séculos (Bobbio e Arendt).

(fraternidade =solidariedade = sustentabilidade)

A liberdade é azulA igualdade é brancaA fraternidade é

vermelha

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Evolução dos Índices Bovespa: - Dow Jones; - Nasdaq; - ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial.

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Sustentabilidade plena =a + b + c + d

• (a) suportabilidade material (recursos e insumos) +

• (b) compromisso social perante terceiros e parceiros internos (empregados e prepostos) +

• (c) segurança para os parceiros externos (fornecedores e investidores) +

• (d) produto (bens ou serviços) com tecnologia atual aprimorada e respeito ambiental;

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“Não é tolerável que os direitos à cidadania, à dignidade, à integridade física e mental, à segurança do trabalhador, e também ao ecossistema e à sustentabilidade do planeta, sejam agredidos de forma tão violenta, sem que se impute responsabilidade a quem explora a atividade econômica e, portanto, possui responsabilidade social. (...) já havendo até a consciência de uma proteção mais ampla ao meio ambiente ecológico pelo direito do trabalho, mediante cláusulas contratuais ecossociais implícitas”.

(TRT 3ª R.; RO 776/2008-048-03-00.9; 4ª. T.; Rel. Luiz Otávio Linhares Renault; DJEMG 10/08/2009)

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Será a “responsabilidade social”:

- apenas uma expressão retórica; ou

- uma estratégia de mercado ou

- uma real manifestação de solidariedade?

A crise é no sistema ou do sistema capitalista?

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A ideologia neoliberal encerra compromisso ético?

- Sarkosy propõe um “capitalismo cooperativo e solidário”...

-L. Boff diz que “o capitalismo sempre será regido pela competitividade e nunca pela cooperação...”

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Ainda que dentro da lógica do mercado (maior credibilidade, maior venda),

O movimento é positivo porque decorre de iniciativa espontânea do empresário

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Postura ética é antes cumprir a legislação

AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. “As iniciativas, conquanto elogiáveis por fazerem com que a propriedade e a empresa cumpram a função social que lhes destina a CF/88, não podem resultar em vantagem indevida ao empresário, consistente na obtenção de mão–de-obra gratuita. Recurso provido, no particular, para acrescer à condenação horas extras pelo trabalho em festas e eventos beneficentes” (TRT/9ª R., 2ª T. 01268.2002.023.09.00.3 ACO. 18856.2005. Marlene T. Fuverki Suguimatsu. DJPR 26.07.2005).

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Postura empresarial que demonstra

preocupação ética:

Missão social – objetivo da empresa;

Endomarketing - interno; dirigido ao RH

Vendas e Pós-vendas – buscar satisfação do cliente

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Assistência Técnica e Garantia –acompanhar os problemas da venda;

Reverse Marketing – bom relacionamento com os fornecedores e parceiros;

Relações com a Comunidade – política da boa vizinhança

Publicidade – discreta, sutil e ética

Assunção de respeito ao meio ambiente, qualidade de produtos e fomento a cultura e programas de inclusão social

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No mundo corporativo e competitivo, é preciso ostentar a imagem do empreendimento sustentável:

ecologicamente correto;

economicamente viável;

socialmente justo; e culturalmente aceito.

(blogs, sites, orkut, selos de responsabilidade social, publicidade, códigos de conduta, ombudsman, deontologista)

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Manifestações éticas espontâneas:

Contratação de um Ombudsmanidentifica as falhas da própria empresa

Adoção de um eficiente SAC – serviço de atendimento ao cliente (0800);

Códigos de Conduta Éticapara expressar os compromissos assumidos perante empregados, clientes, fornecedores e comunidade

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Contratação de um Deontologista

profissional que estimula e protege a ética da empresa;

alinhado com a missão e valores da empresa;

deve atualizar e manter vivo o Código de Conduta da empresa;

vinculado à Diretoria deve ter autonomia e independência;

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Em 18/08/2003, Caderno de economia, Jornal Gazeta do Povo:

“Empresas demitem para ajustar quadro ao mercado”

A BECTON DICKINSON, empresa que produz seringas e agulhas descartáveis, demitiu 57 dos 453 empregados de sua fábrica na Cidade Industrial de Curitiba.

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Para amenizar o problema dos funcionários demitidos em Curitiba, a empresa pagou, além das verbas rescisórias normais, mais um salário por ano trabalhado e estendeu por um mês a vigência do plano de saúde.

Efeito: RT postulando benesse prometida

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Ementa:

BOA-FÉ. RESPONSABILIDADE SOCIAL. PROMESSA VEICULADA NA IMPRENSA. INDENIZAÇÃO DEVIDA.

Quando propaga a informação de que indenizará trabalhadores que se vê obrigada a dispensar, a empresa tem o claro objetivo de elevar seu conceito em termos de responsabilidade social, aspecto que inclui a promoção do emprego e a proteção contra o desemprego, nos termos da Convenção 168, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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Não é legítimo que apenas exiba esse aparente compromisso ético e, mais tarde, recuse-se a indenizar com o argumento de que a notícia foi distorcida pelo órgão de imprensa. Se a matéria contém algum dado inverídico, a empresa deve manejar os instrumentos legais para obter a correção ou retratação. O que não se admite é a alegação, absolutamente despida de boa-fé, de que jamais autorizou a publicação de matéria jornalística em que é nítida a intenção de aprimorar a imagem de empresa socialmente responsável. Recurso a que se dá provimento para condenar a ré ao pagamento de indenização, nos termos noticiados. (TRT-PR-17050-2004-009-09-00-6-ACO-26767-2007 - 2A. TURMA – Rel. MARLENE T. FUVERKI SUGUIMATSU – DJPR:21-09-2007).

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O caso EMBRAER e oprecedente do TST:

Houve Responsabilidade Social da Empresa na Construção da Sustentabilidade Sócio-econômica e do Trabalhador Cidadão?

O caso envolveu a demissão de 4273 trabalhadores em 02/2009 (20% do seu efetivo)

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A SDC do TST, por maioria de votos (5 a 4), decidiu “que daqui prá frente há necessidade de negociação com os sindicatos antes da efetivação de dispensas em massa de trabalhadores”.

Nos demais tópicos houve reforma da decisão para declarar que não houve abusividade da dispensa e afastar a prorrogação dos CT até 13/3/2009, data da audiência de conciliação;

(RODC 309/2009-000-15-00.4)

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Caso: Tylenol

1982: um psicopata envenenouvárias cápsulas de Tylenol, campeão de vendas da Johnson & Johnson. 8 pessoas morreram em Chicago;

Ao tomar ciência do fato, o CEO (Chief Executive Officer), James Burke, ordena o recolhimento do produto no mundo inteiro, independente da data de fabricação;

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O CEO também determinou:

informação transparente ao público;

Além de transtornos, sua decisão trouxe prejuízos aos acionistas.

O motivo da decisão de Burke: prestigiar o Código de Conduta:

“priorizar os seus clientes: médicos, enfermeiras e pacientes... pais e mães e todos os que utilizam nossos produtos e serviços”.

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Caso: ABN

Banco ABN: Fábio Barbosa decidiu não emprestar dinheiro para madeireiras clandestinas.

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VANTAGENS OBTIDAS ÀS EMPRESAS

ÉTICAS:

a) diminuição dos custos – não há despesa irregular (vg: propina, suborno ou multas);

b) maior dedicação dos empregados – tratamento digno implica motivação;

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c) lucro sólido e real –o lucro apurado não fica à mercê de surpresas desagradáveis (autuações fiscais e condenações trabalhistas);

d) estreitamento das relações – há credibilidade com todos os parceiros (bancos, fornecedores, empregados, clientes, etc.).

Ex: Revista Você S/A – As 150 melhores empresas para trabalhar em 2004. (1o. Lugar para as mulheres – Natura...)

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Manifestações éticas que inspiraram o

legislador

A) Disregard doctrine: art. 28 do CDC e art. 50 do NCC;

B) Ultra vires societatis: art. 10 do Decreto 3708/19 (Ltda.) e art. 158 da L. 6404/76 (S/A)

C) Lei Anti-truste – concorrência desleal:L. 8884/94

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O caso Chocolates Nestlé x Garoto

Em outubro/2004 o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) vetou a compra da Garoto pela Nestlé

Motivo: as 2 juntas atingiriam + de 50% do mercado de chocolates (concorrência desleal).

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D) Coibição de propaganda enganosa: CDC;

E) Controle do cumprimento da lei trabalhista: Art. 13 e 29 da CLT – Auditor do MTE;

F) Coibição aos atos atentatórios à dignidade humana

(mobbing, assédio sexual, revistas íntimas, castigos; dispensas abusivas, etc..)

Art. 5o., X e § 2º, da CF e Pacto San José da Costa Rica;

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G) PDV: ato de incentivo à demissão com concessão de benesses; Respeito ao servidor concursado;

OJ - SDI-I Nº 356 - Os créditos tipicamente trabalhistas reconhecidos em juízo não são suscetíveis de compensação com a indenização paga em decorrência de adesão do trabalhador a Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PDV).

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Desafio:Gente (concreta) x Pessoa (abstrata)persona = máscara

Dignidade da PH é o núcleo irredutível da ordem jurídica

* Ponto de partida e chegada da CF …

- Ofende a Dignidade da PH o controle de uso da toalete?

… e obrigar o empregado a “doar sangue” ?

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A relação: empresa x empregado

Tênis ou Frescobol?

“Podemos distinguir dois tipos de competição: os jogos tipo tênis (em que o objetivo é derrotar o adversário) e os tipo frescobol (não existe adversário, pois não há ninguém para ser derrotado).

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“A competição, quando integrada num ethos não-utilitarista, combinada com a dimensão da responsabilidade ecológica-social, tem efeitos positivos, pois estimula a inovação, proporciona qualidade e multiplica as energias produtivas sem os maléficos efeitos dos jogos de soma zero (mercado tipo “ganha-perde”) da economia de cassino hoje predominante.”

LISBOA, Armando de Melo. Mercado e economia solidária. Cortez, 2002