Respostas do roteiro de Capitães da Areia

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  • 7/28/2019 Respostas do roteiro de Capites da Areia

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    O autor

    Biografia

    Jorge Amado nasceu na fazenda Auricdia, em Ferradas, municpio de Itabuna. Filho do

    "coronel" Joo Amado de Faria e de Eullia Leal Amado, foi para Ilhus com apenasum ano e l passou a infncia e descobriu as letras. A adolescncia ele viveria emSalvador, no contato com aquela vida popular que marcaria sua obra.

    um regionalista cujo estilo despojado e coloquial trouxe para os livros que escreveuos tipos peculiares da Bahia: os coronis da poca do cacau, prostitutas, meninosabandonados de rua, bbados, marinheiros, marginais e pescadores. Possui um estilodescritivo, usando cores e aes.

    Pertence segunda gerao modernista, quando a prosa direcionada denncia social,

    temas regionalistas, sobretudo os nordestinos.

    Principais temas:

    Seus temas estavam voltados para a Bahia, os quais tm como tema a cidade deSalvador e seus habitantes, Aparecem romances ligados ao cacau e, por fim, asnarrativas denominadas crnicas de costumes. Portanto, Capites da Areia aparecequando o interesse do autor estava voltado para a revelao dos problemas de Salvador,seus tipos humanos e, principalmente, aos meninos de rua, os que praticavam furtos,aterrorizando o restante da populao.

    Principais caractersticas de suas obras

    representante da segunda fase do Modernismo no Brasil, voltada aos romancesregionalistas. No entanto, sua obra dividida em:

    *romances da Bahia ou proletrios: retratam a vida da cidade de Salvador

    *romances ligados ao ciclo do cacau

    *crnicas ou costumes

    Momento histrico

    Capites da Areia um romance de 1937, fase em que Amado, aps uma viagem Amrica Latina, preso pelo Estado Novo de Vargas, por seu envolvimento com omovimento comunista. Nesse romance h uma denncia social voltada aos meninospobres e abandonados.

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    A obra

    Estrutura do romance:

    1-Prefcio: Cartas redao

    2-Sob lua num velho trapiche abandonado- 11 captulos:a- O trapicheb- Noite dos capites da areiac- Ponto das pitangueirasd- As luzes do carrossele- Docasf- Aventura de Ogumg- Deus sorri como um negrinhoh- Famliai- Manh como um quadro

    j- Alastrimk- Destino

    3-Noite da grande paz, da grande dos teus olhos- 8 captulos:a- Filha de bexiguentob- Dora, mec- Dora, irm e noivad- Reformatrioe- Orfanatof- Noite de grande pazg- Dora, esposah- Como uma estrela de loira cabeleira

    4- Cano da Bahia, cano da liberdade- 8 captulos:a- Vocaesb- Cano de amor da vitalinac- Na rabada de um tremd-

    Como um trapezista de circoe- Notcias de jornal

    f- Companheirosg- Os atabaques ressoam como clarins de guerrah- ...Uma ptria e uma famlia

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    Sincretismo religioso:

    -A religio um apoio, um refgio para a misria humana, as pssimas condies devida;

    -Padre Jos Pedro: defensor dos Capites da Areia-DonAninha: me de santo, amiga de todos os negros e pobres da Bahia-Catolicismo Pirulito-Candombl Pedro-Bala, Boa-Vida, Querido-de-Deus e Joo-Grande

    Marginalidade x Coletividade

    Essa uma cena vista no cotidiano das cidades da dcada de 30.As crianas dessapoca, devido a problemas familiares, buscavam refgio na liberdade das ruas.

    Sobreviviam atravs do furto, com uma imaginao aventureira, gozando de prazeres

    proibidos pela sociedade e prezando, acima de tudo, o companheirismo do grupo.De acordo com a classe social que ocupavam, eram vistas de forma diferenciada,estando freqentemente sob o julgamento da populao. Esta, com atos imprudentes,acabava prejudicando a formao daqueles que realmente queriam ser consideradoscidados, aumentando assim, a revolta e a sede de vingana.

    Um sistema capitalista e ditador somado condio de ser dos menoresabandonados, leva busca pelo companheirismo e apreciao da vida, pois,de certa maneira, isso significa sentir o gosto de viver intensamente cadasegundo ao lado de quem realmente se identifica, quer pela semelhana deideais e aspiraes, quer pelo sofrimento, demasiado igual para todos.

    Quadros da misria urbana

    Capites da areia montado por meio de quadros mais ou menos independentes, queregistram as andanas das personagens pela cidade de Salvador. Mas no s: ao lado danarrao propriamente dita, Jorge Amado intercala tambm notcias de jornal, bemcomo pequenas reflexes poticas.

    A presena feminina no bando

    Uma histria de amor O primeiro captulo da segunda parte do livro comea com aintroduo de uma nova personagem, Dora. Perdendo os pais com a doena da bexiga,que se alastrou pela cidade, sai com o irmo menor, Fuinha, em busca de emprego.Nada conseguindo nas casas, finalmente encontrada por Joo Grande e o Professor,que a levam para o trapiche. O narrador aproveita para mostrar o cdigo de honra dosmeninos, pois enquanto alguns querem violent-la, o Professor, Joo Grande e, depois,Pedro Bala, protegem-na. a partir da que ela se integra ao grupo, trazendo, com apresena feminina carinho para as crianas, e cumprindo o papel de me que elas notiveram:

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    As duas vertentes temticas:

    Jorge Amado tem o interesse de mostrar, atravs de Capites da areia, o conjunto, acomunidade, o coletivo. Mesmo assim, uma histria particular aparece em meio a dosoutros meninos: Pedro Bala o heri-menino que crescer e liderar no s o bando,

    mas tambm os grevistas

    As cartas

    No prlogo, Cartas Redao, o autor retrata os diversos aspectos da marginalidadeuvenil, pelos olhos de um juiz de menores, de um chefe de polcia, de um padre, dodiretor do reformatrio para jovens,de uma me pobre e de uma pessoa do povo. Naprimeira parte, em onze captulos, h a biografia dos personagens.

    Na segunda parte, Pedro Bala descobre o amor.

    A terceira parte relata o destino dos personagens. Pedro Bala, aps derrotar o mulatoRaimundo numa luta, assenhora-se de um trapiche abandonado e assume a direo dobando de crianas. As principais figuras do trapiche so: o negro Joo Grande, forte e debom corao, Joo Jos, de alcunha o Professor, porque vive lendo, o Gato, futuromalandro, Pirulito, que mostra desde cedo vocao religiosa, o Sem-Pernas, aleijado erevoltado. A necessidade de afeto parece marcar decididamente as crianas.

    Foco narrativo: A perspectiva assumida pelo narrador de adeso ao mundo

    dos meninos ou de averso

    A obra Capites da Areia narrada na terceira pessoa, sendo o autor, Jorge Amado, onarrador apenas o expectador. Ele se comporta, durante todo o desenvolvimento dotema, de maneira indiferente, criando e narrando os acontecimentos sem se envolverdiretamente com eles.

    A linguagem: emprego do coloquialismo e oralismo

    a verso oral da lngua culta e, por ser mais livre e espontnea, tem um pouco mais deliberdade e est menos presa s regras gramaticais.

    Os personagens

    Joo Grande, o "negro bom", nos dizeres do prprio Pedro Bala: "Engajou com 9 anosnos Capites da Areia, quando o Caboclo ainda era o chefe e o grupo pouco conhecido,pois o Caboclo no gostava de se arriscar. Cedo Joo Grande se fez um dos chefes" (p.23);

    Volta Seca, que tinha dio das autoridades e o desejo de se tornar cangaceiro(posteriormente integra-se ao grupo de Lampio, transformando-se em um frio esanguinrio assassino);

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    Professor, que recebe este apelido por gostar de ler e desenhar. Assim o narrador oapresenta: "Joo Jos, o Professor, desde o dia em que furtara um livro de histriasnuma estante de uma casa da Barra, se tomara perito nestes furtos. Nunca, porm,vendia os livros, que ia empilhando num canto do trapiche, sob tijolos, para que os ratosno os roessem. Lia-os todos numa nsia que era quase febre" (p. 25).

    Gato, sujeito conquistador, vive entre as prostitutas, com seu jeito malandro atrai umadelas: Dalva;

    Sem-Pernas, garoto deficiente de uma perna, que serve de espio para o grupo. Fazia-se de rfo desamparado para ser acolhido pelas famlias e, assim, com a confianadestas, conhecia cada ponto estratgico de suas residncias, retransmitindo taisinformaes ao grupo. em uma dessas casas que Sem-Pernas bem acolhido por umcasal que perdera o filho pequeno. Nesse episdio a personagem vive um grandeconflito: sente remorsos por ter de roubar aqueles que lhe acolheram com a um filho,ficando, dessa forma, divido entre passar as informaes da casa para os companheirose ser leal famlia. Decide-se por manter-se fiel aos "capites da areia";

    Pirulito, "magro e muito alto, uma cara seca, meio amarelada, os olhos encovados efundos, a boca rasgada e pouco risonha" (p. 28). Era o nico do grupo que tinha vocaoreligiosa, embora pertencesse aos Capites da Areia;

    Dora, a nica mulher do grupo, tinha quatorze anos, era muito simples, dcil e bonita.Representar para os Capites da areia a figura da madre protetora, que dar colo,carinho e ateno, e tambm, a figura da irm que para eles at ento inexistia. J para

    Pedro Bala, Dora ser a "noiva" e a "esposa". Morre ardendo em febre e seu corpo levado ao mar, onde ser "sepultado" com a ajuda de padre Jos Pedro, que, mais umavez indo contra a lei e a moral estabelecidas, decide ajudar os meninos do Trapiche.Dora ser uma personagem de fundamental importncia na construo da lgica doromance. Ser por sua causa que Pedro Bala, apaixonado, iniciar sua transformao etomada de conscincia rumo ao poltica e.social.

    O tempo

    H muitos flashbacks, todos eles com o intuito de mostrar histrias, percursos, pedaos

    de existncias. As aes acontecem sempre noite, como se o trabalho dos meninosfosse o que o escuro, a impreciso, devesse esconder dos olhos dos homens bons.

    No final do romance, as marcas de temporalidade se destacam: Depois de terminada agreve..., Agora comanda uma brigada....

    O espao

    O espao aberto representado pela cidade de Salvador, por onde os meninos esto emtoda parte

    O espao fechado o trapiche, armazm abandonado prximo ao cais