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Resultados e conclusão Grupo de fotos:Imagens antigas na cidade de Rio Tinto (fotógrafos não identificados). Universidade Federal Da Paraíba – Campus IV/CCAE Apoio:PIBIC/UFPB e CNPq – Orientação: João M. de Mendonça Objeto e objetivos Entre palavras e imagens: Memórias e fotografias do trabalho operário em Rio Tinto. Autor: Luana Maia Pinto Metodologia Esta pesquisa surge no desafio de pensar a imagem como base do estudo antropológico, buscando a constituição de uma memória coletiva através de construções visuais e narrativas da cidade de Rio Tinto – PB. O foco deste trabalho encontra-se nas recordações e relatos de ex-operários e em séries de imagens reunidas no acervo do Laboratório de Antropologia Visual da UFPB. Procuro entender estas imagens como a expressão das memórias e experiências dos ex-trabalhadores, problematizando a noção de “memória coletiva”. Trata-se de apreender e analisar a pluralidade de memórias de sujeitos que constituíram o local de trabalho têxtil. Procurar entender que no andamento da fábrica estão as trajetórias dos trabalhadores, como trabalham, moram, suas relações familiares, suas opções de lazer, religiosidades, festas e cultura (ALVIM, 1997). A partir dos relatos dos ex- trabalhadores da fábrica de tecidos e por meio de fotografias, construímos um intertexto que entende a memória como um campo de disputa e conflito (POLLAK, 1989). Pretendo considerar temáticas e sujeitos provocando diálogos que brotam do exame conjunto das imagens, opção teórico-metodológica que busca o exercício da relação dialógica a partir de fotografias e depoimentos. A imagem fotográfica passa a ser utilizada como um instrumento de análise antropológica, articulando elementos presentes na memória de ex-operários e elementos presentes no cotidiano da cidade. A abordagem da pesquisa é qualitativa, com uso de técnicas de história oral em cruzamento com análises de fotografias coletadas e acervadas. A expressão historia oral é uma abreviação de uso para se referir àquilo que mais precisamente seria designado como uso das fontes orais em pesquisa. Assim, o trabalho procura articular modalidades de “foto-elicitação” (BANKS, 2009) com técnicas de registro da historia oral (MENEZES, 2005). No ano de 1917, na região da cidade de Mamanguape - PB dá-se o inicio da construção da CTRT (Cia de Tecidos Rio Tinto). Era o primeiro esboço de uma vila, que transforma a “aldeia da preguiça em ativa colméia operária” (VALE, 2012). O acervo fotográfico com imagens coletadas na pesquisa registra as transformações da cidade nas mais diversas datas e nos servem como documentos e dados primários para os diálogos com os interlocutores. A pretensão de realizar uma pesquisa neste campo possibilita uma análise de relatos acerca da cidade-fábrica de Rio Tinto. Inserindo-os na dimensão temporal e na pluralidade e diversidade da cidade, este trabalho busca construir uma reflexão sobre as histórias locais tendo como base fundamental o relato (motivado por imagens de acervos particulares) de ex-operários e de seus familiares. A ideia é buscar estabelecer as condições de uma memória social que não está presente em documentos escritos, mas na vivência e experiência de cada sujeito abordado. Uma pesquisa pautada na construção narrativa e imagética da cidade fabril a partir de imagens e palavras possibilita reflexões múltiplas, as quais deslocam-se dos marcos gerais e da história pronta, oficial, para somarem-se em relação dialógica com os Equipamentos e trabalho de foto-elicitação com uso das técnicas de gravador e registro de informações. Fotos: Luana Maia Pinto. Data: 23/05/2013. Referência Bibliográfica: ALVIM, Rosilene. A sedução da cidade: Os operários-camponeses e a Fábrica dos Lundgren. Rio de Janeiro: Graphia, 1997. BANKS, Marcus. Dados visuais para pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009. MENEZES, Marilda aparecida de. História Oral: Uma metodologia para o estudo da memória. Revista Vivência. Natal – RN, n. 28, p. 23-36. 2005. QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Das entrevistas e de sua transcrição. In: Variações sobre a técnica de gravador no registro de informação viva. São Paulo, CERU e FFLCH/USP, 1983. POLLAK, Michael. “Memória, esquecimento, silêncio.” In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro: vol. 2, nº 3, 1989. VALE,Eltern Campina. “Da aldeia da preguiça à ativa colmeia operária”:O Processo de Constituição da Cidade-fábrica Rio Tinto - Parahyba do Norte (1917- 1924). Revista Crítica Histórica Ano III, Nº 5, Julho/2012.

Resultados e conclusão

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Entre palavras e imagens: Memórias e fotografias do trabalho operário em Rio Tinto. Autor: Luana Maia Pinto. Universidade Federal Da Paraíba – Campus IV/CCAE Apoio:PIBIC /UFPB e CNPq – Orientação: João M. de Mendonça. Metodologia. Objeto e objetivos. - PowerPoint PPT Presentation

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Resultados e conclusão

Grupo de fotos:Imagens antigas na cidade de Rio Tinto (fotógrafos não identificados).

Universidade Federal Da Paraíba – Campus IV/CCAEApoio:PIBIC/UFPB e CNPq – Orientação: João M. de Mendonça

Objeto e objetivos

Entre palavras e imagens: Memórias e fotografias do trabalho operário em Rio Tinto.

Autor: Luana Maia Pinto

Metodologia

Esta pesquisa surge no desafio de pensar a imagem como base do estudo antropológico, buscando a constituição de uma memória coletiva através de construções visuais e narrativas da cidade de Rio Tinto – PB. O foco deste trabalho encontra-se nas recordações e relatos de ex-operários e em séries de imagens reunidas no acervo do Laboratório de Antropologia Visual da UFPB. Procuro entender estas imagens como a expressão das memórias e experiências dos ex-trabalhadores, problematizando a noção de “memória coletiva”. Trata-se de apreender e analisar a pluralidade de memórias de sujeitos que constituíram o local de trabalho têxtil. Procurar entender que no andamento da fábrica estão as trajetórias dos trabalhadores, como trabalham, moram, suas relações familiares, suas opções de lazer, religiosidades, festas e cultura (ALVIM, 1997).

A partir dos relatos dos ex- trabalhadores da fábrica de tecidos e por meio de fotografias, construímos um intertexto que entende a memória como um campo de disputa e conflito (POLLAK, 1989). Pretendo considerar temáticas e sujeitos provocando diálogos que brotam do exame conjunto das imagens, opção teórico-metodológica que busca o exercício da relação dialógica a partir de fotografias e depoimentos. A imagem fotográfica passa a ser utilizada como um instrumento de análise antropológica, articulando elementos presentes na memória de ex-operários e elementos presentes no cotidiano da cidade. A abordagem da pesquisa é qualitativa, com uso de técnicas de história oral em cruzamento com análises de fotografias coletadas e acervadas. A expressão historia oral é uma abreviação de uso para se referir àquilo que mais precisamente seria designado como uso das fontes orais em pesquisa. Assim, o trabalho procura articular modalidades de “foto-elicitação” (BANKS, 2009) com técnicas de registro da historia oral (MENEZES, 2005).

No ano de 1917, na região da cidade de Mamanguape - PB dá-se o inicio da construção da CTRT (Cia de Tecidos Rio Tinto). Era o primeiro esboço de uma vila, que transforma a “aldeia da preguiça em ativa colméia operária” (VALE, 2012). O acervo fotográfico com imagens coletadas na pesquisa registra as transformações da cidade nas mais diversas datas e nos servem como documentos e dados primários para os diálogos com os interlocutores. A pretensão de realizar uma pesquisa neste campo possibilita uma análise de relatos acerca da cidade-fábrica de Rio Tinto. Inserindo-os na dimensão temporal e na pluralidade e diversidade da cidade, este trabalho busca construir uma reflexão sobre as histórias locais tendo como base fundamental o relato (motivado por imagens de acervos particulares) de ex-operários e de seus familiares. A ideia é buscar estabelecer as condições de uma memória social que não está presente em documentos escritos, mas na vivência e experiência de cada sujeito abordado. Uma pesquisa pautada na construção narrativa e imagética da cidade fabril a partir de imagens e palavras possibilita reflexões múltiplas, as quais deslocam-se dos marcos gerais e da história pronta, oficial, para somarem-se em relação dialógica com os diferentes contextos históricos e com as vivências dos sujeitos sociais.

Equipamentos e trabalho de foto-elicitação com uso das técnicas de gravador e registro de informações.  Fotos:  Luana Maia Pinto. Data: 23/05/2013.

Referência Bibliográfica:ALVIM, Rosilene. A sedução da cidade: Os operários-camponeses e a Fábrica dos Lundgren. Rio de Janeiro: Graphia, 1997.BANKS, Marcus. Dados visuais para pesquisa qualitativa. Porto Alegre: Artmed, 2009.MENEZES, Marilda aparecida de. História Oral: Uma metodologia para o estudo da memória. Revista Vivência. Natal – RN, n. 28, p. 23-36. 2005. QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. Das entrevistas e de sua transcrição. In: Variações sobre a técnica de gravador no registro de informação viva. São Paulo, CERU e FFLCH/USP, 1983.POLLAK, Michael. “Memória, esquecimento, silêncio.” In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro: vol. 2, nº 3, 1989.VALE,Eltern Campina. “Da aldeia da preguiça à ativa colmeia operária”:O Processo de Constituição da Cidade-fábrica Rio Tinto - Parahyba do Norte (1917-1924). Revista Crítica Histórica Ano III, Nº 5, Julho/2012.