46
Professor César Abicalaffe 69 ESTOQUES 241.000 466.000 792.000 DESP. ( ) REC. FIN. 214.000 205.000 330.000 DISPONIBILIDADES 84.000 135.000 180.000 REALIZ. L. P. 320.000 400.000 761.000 EXERCÍCIO Base: 4 Balanços Preencher os espaços referentes ao ano de 2XX1: págs. 18 a 19 CUSTOS MERC. (P/S) VEND. VENDAS L LUCRO 2.224.000 2.798.000 4.547.000 + DESP. C/VENDAS 4.057.000 5.218.000 8.672.000 () GASTOS TOTAIS 45.000 350.000 977.000 (:) VENDAS MOL 0,011 0,067 0,113 1.205.000 1.261.000 1.757.000 DESP. ADM. DEPRECIAÇÕES 4.012.000 4.868.000 7.695.000 + ou () RESULT.ÑOPER. (*) 46.000 133.000 169.000 4.057.000 5.218.000 8.672.000 292.000 316.000 431.000 + PROVISÕES V TRSIT 31.000 155.000 461.000 X1 X2 X3 X4 0,01 ou 1% 0,09 ou 9% 0,18 ou 16% X CAP.CIRCULANTE V VENDAS 1.333.000 1.707.000 3.166.000 4.057.000 5.218.000 8.672.000 (:) INVEST. TOTAL GIRO 1,320 1,389 1,431 3.053.000 3.811.000 6.059.000 CAP. FIXO 1.400.000 1.704.000 2.132.000 (*) Resultados não op. = Receitas não operacionais () Despesas não operacionais. VALORES A REC. C. P. 1.008.000 1.106.000 2.188.000 RESULTADOS OPERACIONAIS, TOTAIS, VARIAÇÕES, GIRO, VIA “DUPONT”, GRÁFICOS E COMENTÁRIOS Relembrando... DIAGRAMA DA TRIST O preenchimento do diagrama da TRSIT complementa a Análise de Balanços, pois mostra a engrenagem da rentabilidade da empresa, indicando na parte superior o Demonstrativo de Resultados gerando a MOL = Margem Operacional Líquida (se não consideramos os valores Não-Operacionais), ou a MTL Margem Total Líquida se forem considerados todos os valores geradores do Resultado. Na parte inferior, o GIRO do Investimento Total. + + + + + +

RESULTADOS OPERACIONAIS, TOTAIS, VARIAÇÕES, GIRO, VIA

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Professor César Abicalaffe

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RESULTADOS OPERACIONAIS, TOTAIS, VARIAÇÕES, GIRO, VIA “DUPONT”,

GRÁFICOS E COMENTÁRIOS

Relembrando... DIAGRAMA DA TRIST O preenchimento do diagrama da TRSIT complementa a

Análise de Balanços, pois mostra a engrenagem da rentabilidade da empresa, indicando na parte superior o

Demonstrativo de Resultados gerando a MOL = Margem Operacional Líquida (se não consideramos os valores

Não-Operacionais), ou a MTL – Margem Total Líquida – se forem considerados todos os valores geradores do

Resultado. Na parte inferior, o GIRO do Investimento Total.

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ANÁLISE DAS VARIAÇÕES OCORRIDAS COM A TRSIT – MOL e GIRO Após o preenchimento do Diagrama da TRSIT, há necessidade de uma análise sobre as "CAUSAS"

que levaram à elevação ou queda da TRSIT.

Uma vez anotado no 1º e 2º ano, se houve aumento ( ) ou redução ( ), considerando que a TRSIT é causada pela mol e pelo giro, ANALISA-SE O OCORRIDO COM AMBOS.MOL = Anotando a taxa da MOL dos 2 anos e se esta aumentou ( ) ou caiu ( ), parte-se para o registro do valor das Vendas em cada ano e se elas aumentaram ou reduziram e em QUE PERCENTUAL. A seguir, faz-se o mesmo com as DESPESAS. Se a MOL aumentou deve ser porque o aumento de vendas foi superior ao aumento de despesas. Sua queda ocorrerá pela elevação menor das vendas.

Treinando

Preencher tomando por base os anos

Já preenchidos abaixo.

ANOS

TRSIT

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Nota: Os dados desta ficha de análise são extraídos do diagrama da TRSIT da página anterior.

Professor César Abicalaffe

71

ANO LL + DF + IR

DF ―CO‖

2xx1

310.000 + 108.000 + 133.000

108.000

5,1

2xx2

2xx3

2xx4

COVERAGE E PONTO DE EQUILÍBRIO

"COVERAGE"

Quando uma empresa contrai dívidas, tem um custo decorrente destas. A relação existente entre o lucro operacional e a despesa financeira é o grau de "cobertura" destas

despesas e pode ser também chamada de ―capacidade de recuperação‖. A despesa financeira pode ser considerada uma despesa fixa e o lucro é variável; então se tivermos

um "coverage" igual a 1, a empresa está com grande risco, pois qualquer redução no lucro ocasionaria falta

de recursos operacionais para saldar as despesas financeiras.

COVERAGE (CO)

É o índice representado pela relação entre o lucro líquido antes do Imposto de Renda e Juros e o

total dos juros pagos (despesas financeiras) no exercício.

Co = Lucro Líq. antes de Imposto de Renda e Juros Despesas Financeiras

Representa a capacidade da empresa em recuperar as despesas com financiamentos que utiliza. Se esta relação apresenta tendência decrescente, é indício de que os financiamentos tomados não

estão adequados à sua necessidade em termos de custos, ou há acentuada falta de recursos próprios, obrigando a utilização do ―Leverage‖, em demasia. Porém, esta situação poderá ser transitória, no caso de que os empréstimos contraídos sejam para expansão da capacidade produtiva e a empresa tenha capa-

cidade de gerar lucros para amortização dos financiamentos.

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“PONTO DE EQUILÍBRIO” "Break even point" - (Valores Globais)

PE

Prejuízo

Lucro

INTRODUÇÃO

É sobejamente conhecida dos planejadores a utilização do gráfico do ponto de equilíbrio (break even point) para a análise dos níveis produtivos de uma unidade industrial. Normalmente ele é utilizado para empresas em fase de implantação. Nada impede porém que o seja também pelas demais.

Para calculá-lo faz-se necessário antes uma remissão a definições de custos e sua composição com o retorno do investimento, visando a racionalizar conceitos que distinguem custos fixos, variáveis e semi- variáveis ou semi-fixos.

CUSTOS OPERACIONAIS É oportuna a transcrição do Esquema a seguir, apenas com o objetivo de uma sistematização das

noções de custos, particularmente entre os variáveis e semi-variáveis. O Esquema é auto-explicativo e define a inter-relação entre os vários custos operacionais com as

vendas, o investimento fixo e o capital circulante, e, ainda, o conseqüente retorno ou lucratividade.

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

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>>> Nota Importante

Não há dificuldade alguma para se calcular o "Ponto de Equilíbrio" e se elaborar o gráfico. O único cuidado existente diz respeito à classificação dos custos. Os custos são classificados conforme induz a prática, embora haja variações de empresa a empresa, sendo necessária cuidadosa análise sobre a variabilidade ou não de cada custo individualmente, a fim de não originar distorções graves nos resultados.

DEFINIÇÃO DE TERMOS São eles:

CUSTOS VARIÁVEIS Proporcionais ao volume produzido, tais como: matérias-primas e embalagens, serviços (energia,

vapor, combustíveis etc.), royalties, fretes.

Matérias-Primas: Pelo custo da aquisição mais despesas de entrega.

Professor César Abicalaffe

73

Serviços: Energia Elétrica, Vapor, Combustíveis, Água, Refrigeração, Ar comprimido etc. ...

Royalties: Quando pagos na base da produção, que é o caso mais corrente.

Embalagens: Desde que não recuperáveis, caso contrário, poderiam ser itens semi-variáveis.

Comissões de Vendas: Para o produto acabado e quando por conta do produtor.

Fretes, Impostos: Os que incidem nos custos.

CUSTOS FIXOS:

Os que se realizam pela simples implantação da unidade empresarial e não se alteram com o

volume produzido: despesas financeiras, depreciação, seguros, impostos predial e territorial, aluguéis.

São imputados às despesas, haja ou não produção.

Depreciação: Incide nos custos devido ao decréscimo do Capital Fixo, em conseqüência da deteri-

oração física, avanços técnicos, variações na Economia etc.

Impostos e Seguros: Predial, Territorial, Taxa Sanitária, Fogo, Tempestade, Explosão etc.

Aluguéis ou Arrendamentos: de Terreno, Edificações Industriais e Equipamentos (exceto escritó-

rios e suas instalações que incidem nas Despesas Gerais de Administração).

Despesas Financeiras: Juros de Capitais tomados e eventualmente uma provisão para devedores

duvidosos.

Conforme indicado no Esquema, os custos podem ainda ser classificados em: custos não correlatos

à produção, custos diretos e custos indiretos.

Os custos diretos são os que podem ser diretamente imputados à produção: matéria-prima, materi-

ais secundários, serviços (energia, vapor, combustíveis etc.) mão-de-obra, supervisão, reparos, manuten-

ção, royalties.

CUSTOS SEMI-VARIÁVEIS:

Fazem-se presentes desde o ponto de produção nula e crescem não proporcionalmente com o

aumento da produção: mão-de-obra, despesas gerais, materiais secundários, reparos, manutenção, super-

visão, encargos sociais.

Materiais Secundários: Lubrificantes, luvas, aventais, uniformes etc.

Mão-de-Obra e Supervisão: M.O. Direta, inclusive controladores de ponto, Feitores e Mestres.

Reparos e Manutenção: Com máquinas, equipamentos, instalações etc.

Despesas Gerais de Produção: Contabilidade de custos, despesas de compras, estatísticas, arma-

zenagem, almoxarifado, transportes, treinamento, compras, controle de estoques.

Controle de Produção: Testes, Assistência Técnica, Processos etc.

Despesas Gerais de Administração: Salários de Diretores Executivos, Contadores, Secretários,

Controle Geral etc.

Os custos indiretos são os encargos sociais, despesas gerais de produção, embalagens.

Os custos não correlatos à produção são, ainda, as despesas de administração, despesas de ven-

das, fretes, despesas financeiras, pesquisas e fomento.

NOMENCLATURA DOS TERMOS

CF: Custos Fixos

CV: Custos Variáveis

Csv: Custos Semi-Variáveis

CT: Custos Totais = CF + CV + Csv

PT: Produção Total

PRE: Produção no Ponto de Equilíbrio

RE: Receita no Ponto de Equilíbrio

RT: Receitas Totais

PE Ponto de Equilíbrio

FÓRMULAS PRINCIPAIS

PE = CF

RT – CV

PE = CF + (x% . CSV)

RT – [CV + (y% . CSV)]

PRE = PT X PE

RE = RT X PE

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Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

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Somas

COMENTÁRIOS

O "PE" de 0,45, por exemplo, indicará que a empresa conta com uma "margem de segurança" de

55%. Será esta a "queda" que poderá ter para ainda estar na faixa de equilíbrio.

Portanto, quanto menor o PE, tanto melhor, pois maior será a margem de segurança.

Um PE de 0,10 indicará contar a firma com uma margem de segurança de 90%.

Já outra, com um PE de 0,90, demonstrará a pequena "margem" de 10%. Se a receita cair 11%, por

exemplo, já a empresa entrará na faixa de prejuízo.

TRABALHO PRÁTICO: PONTO DE EQUILÍBRIO

HOTEL

Capacidade Instalada: 60 apartamentos, sendo 40 de luxo e 20 simples.

ATIVIDADES

Utilização Anual: Nos meses de temporada (dez., jan., fev., jul.): 100%.

Fora de temporada: 70%.

Preço da Diária: $ 250 (aptº. luxo) e $ 150 (aptº. simples).

Despesas de Produção (CUSTOS) Fixa Variável Salários 250.000 125.000 Previdência Social 64.500 32.250 Material de Limpeza 25.000 Telefonemas 30.000 Serviços Prestados 15.000 Conservação 70.650 Comissão de Agentes 90.000 Despesas com Veículos 37.500 37.500 Energia Elétrica 50.000 400.000 Fretes e Carretos 4.000 Combustíveis e Gás 11.000 Depreciações 230.000 Eventuais (H. Extras, Prejuízos) 29.950 40.000 Despesas Administrativas

Salários 75.000 Previdência social (25,8%) 19.350 Viagens e Estadias 16.000 Brindes, Jornais e Revistas 50.000 Gratificações a Empregados 125.000 Donativos 1.000 Material de Expediente, Despesas Post. 25.000 Pró-Labore 240.000 Previdência Social 19.200 Seguros 50.000 Honorários 12.000 Eventuais 19.000 10.000 Despesas Comerciais

Propaganda 90.000 Eventuais 4.500 Despesas Tributárias

Impostos e Taxas 50.000 Imp. Pref. Municipais (ISS) 80.000 Eventuais 6.500 TOTAIS

1.111.500

+ 1.323.400 =

2.434.900

CF + CV = CT

Professor César Abicalaffe

75

EXERCÍCIO

Pede-se:

a) Verificar matematicamente:

1. O ponto de Equilíbrio ("Break even point");

2. A Receita do Equlíbrio;

3. As diárias de Equilíbrio.

b) Elaborar o gráfico do ponto de Equilíbrio do hotel.

c) Com base no gráfico, retirar a receita e as "diárias" de Equilíbrio.

PE = CF

RT - CV

CÁLCULO DO "PE" - HOTEL

1º. CÁLCULO DA RECEITA TOTAL (RT)

A = SAZONALIDADE (NO SUL)

DIAS DE TEMPORADA: DEZ. 31 dias

JAN. 31 dias FEV. 28 dias MAR. 31 dias = 121 dias

FORA DE TEMPORADA: ................................... = 244 dias 365 dias

B = RECEITAS E “PRODUÇÃO”

Nº Aptºs

x Sazona- lidade

x Utilização = Nº de Diárias (―Produção‖)

x Preço da Diária

= Receita $

40 luxo 121 1,00 4.840 250 1.210.000

40 luxo 244 0,70

20 simples

20 simples

PT = RT =

2º. CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO (PE)

PE = CF PE = – –

PE = PE =

3º CÁLCULO DA RECEITA DE EQUILÍBRIO

RE = RT x PE RE =

x

4º CÁLCULO DA PRODUÇÃO DE EQUILÍBRIO (PRE)

PRE = PT x PE

PRE = x

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Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

76

PROVA

CÁLCULO DO "PE" NOS NÍVEIS DE EQUILÍBRIO

PE = CF

PE = RE – (CV x PE) – x 0,

PE = PE =

DEMONSTRAÇÃO

RE

CF (–)

+ CV (E) =

= LUCRO/PREJUÍZO

GRÁFICO-ELABORAÇÃO

Traça-se um sistema de eixos cartesianos, cujas ordenadas (y) representam valores em moeda e as

abcissas (x) representam percentagem, meses do ano e dias do mês ou ainda a produção em unidades

físicas.

Determinamos então um ponto "A" tendo como coordenadas:

x = Produção Total (PT)

y = Receita Total (RT)

Unindo o ponto "A" à origem, teremos a reta das receitas.

Traça-se em seguida uma paralela ao eixo dos "x" (abcissas), no ponto correspondente, em moeda,

aos custos fixos denominado ponto "B". A seguir define-se um ponto "c" que corresponderá aos custos

totais (CT = CF + CV).

As coordenadas desse ponto são: x = PT

y = CT

Uma vez determinado o ponto "C", ele será unido ao ponto "B", obtendo-se uma reta dos custos.

A intercessão das retas de receita e custos determina o PE.

As coordenadas desse ponto nos fornecerão:

x = Produção de Equilíbrio.

Y = Receita de Equilíbrio.

y

x

Professor César Abicalaffe

77

GRÁFICO DO PONTO DE EQUILÍBRIO - ELABORAÇÃO PASSO A PASSO

Trata-se um sistema de eixos cartesianos cujas ordenadas "Y" representam valores em moeda (Recei-

tas) e as abcissas "X" representam percentagem ou a Produção em unidades físicas.

1) 100%

Determinamos então um ponto "A", tendo como coordenadas X = PT Y = RT

2)

Unindo o ponto "A" à origem (0) teremos a reta das Receitas.

3)

Traça-se em seguida uma paralela ao eixo dos "X" (abcissas) no ponto correspondente em moeda aos

Custos Fixos, denominado ponto "B".

4)

A seguir, define-se um ponto "C" que corresponderá aos Custos Totais (CF + CV).

As coordenadas desse ponto são: Y = CT X = PT

5)

Uma vez determinado o ponto "C", será unido ao ponto "B" obtendo-se a Reta dos Custos.

6)

CV

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Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

78

A intercessão das retas de Receitas e Custos determina o PE (Ponto de Equilíbrio) a partir do qual a

empresa entra na faixa de LUCRO e abaixo do qual ingressa na de prejuízo.

7)

As coordenadas do PE nos fornecerão:

Y = RE = Receita de Equilíbrio

X = PRE = Produção de Equilíbrio

8)

PE

CV

Concluído o gráfico SEM os Custos Semi-Variáveis.

Quando forem considerados os custos SEMI-VARIÁVEIS entram três etapas intermediárias. Até a

etapa "4", a sistemática é a mesma.

4)

A partir daí, determina-se o ponto "C" que corresponderá ao valor dos Custos Fixos mais (+) a percen-

tagem dos CSV que lhe foi adicionada.

As coordenadas desse ponto são:

Y = CF + (x% . CSV)

X = "O" (origem)

5)

.

E um ponto "D" correspondente à soma dos CF + CSV.

As coordenadas do ponto "D" são:

Y = CF + CSV

X = PT

6)

.

O Ponto "D" será unido ao Ponto "C", obtendo-se o registro gráfico dos CSV.

Professor César Abicalaffe

79

A seguir define-se um ponto "E" que corresponderá aos Custos Totais (CF + CSV + CV). As coordena-

das desse ponto são: Y = CT X=PT

7)

Uma vez determinado o ponto "E", ele será unido ao ponto "C", obtendo-se a Reta dos Custos e

demonstrando graficamente os Custos Variáveis.

8)

.

EXERCÍCIO

Com base no exposto, elaborar o gráfico do PE do HOTEL.

% $ 100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

E o gráfico da "prova":

% $ 100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

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Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

80

CF 14.900.000

CSV 10.000.000

CV 56.500.000

CT 81.400.000

RT

PE

PRE

RE

Matérias-Primas 38.000.000 Serviços e Combustíveis 1.500.000 Embalagens 3.000.000 Comissões de Vendas e Fretes 3.000.000 Impostos Variáveis 11.000.000 56.500.000

FÁBRICA DE ADUBOS

Uma fábrica de adubos granulados produziu no exercício de 2xx3, 15.500t, que foram vendidas ao

preço de $ 6.000 a tonelada.

O levantamento dos custos da empresa permitiu estabelecer o seguinte quadro:

CUSTOS FIXOS

$ Aluguéis 6.000.000 Depreciação 2.000.000 Impostos Fixos 600.000 Seguros 2.400.000 Despesas Financeiras 3.900.000

14.900.000

CUSTOS VARIÁVEIS $

CUSTOS SEMI-VARIÁVEIS $ Mão-de-Obra e Supervisão 5.000.000

MÉDIA

PONDERADA %

-20 1.000.000

Encargos Sociais 1.800.000

Salários Administrat. e Dir. 1.800.000

Despesas de Produção 400.000

Reparos e Manutenção 200.000

-20

-24

-50

-50

360.000

440.000

200.000

100.000

Despesas de Venda 800.000

10.000.000 -50 400.000

2.500.000 = 25%

Pesquisados os custos semi-variáveis, verificou-se que 25% dos mesmos podem ser levados à

conta dos custos fixos, por persistirem mesmo sem produção.

EXERCÍCIO

a) Verificar matematicamente:

1. O ponto de Equilíbrio "Break even point".

2. A Produção de Equilíbrio.

3. A Receita de Equilíbrio.

b) Elaborar o gráfico do ponto de Equilíbrio da empresa em análise.

c) Com base no gráfico, retirar a produção e a receita de Equilíbrio.

PE = CF + (x% . CSV)

RT – [CV + (y% . CSV)]

81

Professor César Abicalaffe

PE = FÁBRICA DE ADUBOS

RT

RT = 15.500t x $ 6.000 =

PE

PE = CF + (x% . CSV)

RT – [CV + (y% . CSV)]

PE = 14.900.000 + (0,25 x 10.000.000)

– [56.500.000 + (0,75 x 10.000.000)]

PE = PE =

RE

RE = RT x PE = x =

PRE

PRE = PT x PE = x =

PROVA

PE = CF + (x% . CSV)

=

RT – [(CV + y% . CSV) x PE]

PE = PE =

DEMONSTRAÇÃO

RE

CF (–)

+ CV (E) =

= LUCRO/PREJUÍZO

Elabore a seguir o gráfico correspondente.

82

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Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

PE = Fábrica de Adubos

(com CSV)

% $ 100%

90% ‗

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Y 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

X

PROVA

% $ 100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

83

Professor César Abicalaffe

VALORES UNITÁRIOS

(Para estudos complementares até Ponto dos Preços Diferenciais) A equação básica dos custos totais é a seguinte:

CT = CF + CVu . q

donde CF = custos fixos CVu = custos variáveis unitários

q = quantidade física de produção:

PV = Preço de venda e

L = Lucro.

O ponto de equilíbrio, ponto morto, de nivelamento ou umbral de rentabilidade é o nível de produção

em que os custos totais e as receitas se equilibram; é o ponto onde se inicia a rentabilidade da empresa,

conforme fica bem claro na visualização gráfica.

Se as receitas totais (RT) equivalem ao produto do preço de venda unitário (PVu) pela quantidade da

produção, vem:

RT = CT + L, sendo L = 0 q=10.000 X PVu = 150.. CVu = 138 CF=120.000

RT

CF

CV

L Ex.: 1.500.000 = 120.000 + 1.380.000 + 0 ou PVu . q = CF + (CVu . q)

150 x 10.000 = 120.000 + (138 x 10.000)...........1.500.000 = 120.000 + 1.380.000

Tirando o valor de "q" na equação acima, temos:

q =

CF

PVu - CVu

Fórmula que dá o volume físico da mínima produção de uma planta, em termos econômicos.

10.000 = 120.000 150 - 138

Podemos igualmente determinar a fórmula do preço de equilíbrio:

PVu CF + (CVu . q)

q

150 = 120.000 + (138 x 10.000) 10.000

150 = 12 + 138

PVu = CFu + CVu

EXEMPLO nº 1:

CASO "EMPRESA ENOI SABÃO LTDA."

A linha de produção desta empresa consta de um só produto.

Examinando seu Demonstrativo de Resultados, verificamos que os Custos Fixos são da ordem de

$ 120.000, os custos variáveis $ 1.380.000 e o volume de produção do exercício 10.000 unidades. Sabendo-se

que as receitas técnicas montaram a $ 1.980.000:

Calcular o "volume de produção" situado no ponto de equilíbrio. Solução: Dados: CF = 120.000

CVu = 138 isto é 1.380.000 : 10.000

84

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

PVu = 198 isto é 1.980.000 : 10.000

85

Professor César Abicalaffe

Aplicando a fórmula, vem:

q = 120.000 198 - 138

q = 2.000 unidades

Verificação:

A equação dos custos totais é CT = CF + (CVu . q)

então CT = 120.000 + (138 X 2.000)

CT = 396.000

e a receita total RT = PVu . q

RT = 198 x 2.000

RT = 396.000

se CT = RT, infere-se que o nível de produção de 2.000 unidades se situa no ponto de equilíbrio. É

portanto a PRE = Produção de Equilíbrio.

EXEMPLO Nº 2

Qual o volume de produção necessário à empresa ENOÍ SABÃO LTDA. do exercício precedente, se

se quisesse auferir um lucro de $ 30.000, mantidas as mesmas condições?

Voltando à equação RT = CT + L, vem

PVu . q = CF + (CVu . q) + L

198q = 120.000 + (138q) + 30.000

198q - 138q = 120.000 + 30.000

60q = 150.000

q = 150.000 : 60

q = 2.500 unidades

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Conceito amplamente utilizado pelos economistas, que vem obtendo grande aceitação no campo da

Contabilidade; consiste na diferença entre o preço de venda unitário e o custo variável unitário e que tem

por objetivo a cobertura dos custos fixos e a remuneração dos capitais investidos na empresa, através do

LUCRO.

MC = Pvu – Cvu (margem de contribuição unitária)

q = CF (em volume físico de produção) = (PRE)

MC

ou ainda

RE = CF (a receita do ponto de equilíbrio) = (RE)

I mc

onde Imc = Índice da margem de contribuição, que corresponde ao quociente entre a Margem de

Contribuição e o Preço de Venda unitário.

Imc = MC

PVu

Poderíamos escrever ainda

RE = CF . PV u (para a receita do ponto de equilíbrio).

MC

86

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

=

{

EXEMPLO Nº 3:

Tomando o caso ENOÍ SABÃO LTDA., vem:

a) ponto de equilíbrio em volume físico (Produção de Equilíbrio) :

CF 120.000

MC PVu - CVu

198 - 138

b) receita do ponto de equilíbrio:

q = 120.000 = 2.000 unidades

60

CF

120.000

120.000 RE = 120.000 = 396.000

IMC MC =

60 0,30303

PVu 198

RE = CF . PVu =

MC

120.000 . 198 =

198 - 138

23.760.000 = 396.000

60

Efetivamente corresponde ao produto de $ 198 por 2.000, como queríamos demonstrar.

GRÁFICO DO PL

Tomando o sistema de eixos cartesianos, colocamos no eixo dos "x" (abcissas) o volume produzido

e no eixo dos "y" (ordenadas) os dispêndios e receitas em $ mil.

Calculando para um volume de produção qualquer os custos variáveis, totais, e receitas totais; no

caso, escolhemos o nível de produção de 4.000 unidades e tracemos as respectivas linhas.

O ponto de equilíbrio ocorre na projeção no eixo dos "x" da interseção entre as curvas do custo total

e da receita total.

Cálculos Pontos

CV = CVu . q

CV = 138 x 4.000 = 552.000

RT = PVu . q

RT = 198 x 4.000

CF

RT - CV

= 120

0,5 792 - 552

240

x = 4.000

RT = 792.000 ................................. y = 792.000

x = 4.000

CF = 120.000 ................................. y = 120.000

CT = CF + CVu . q

CT = 120.000 + 552.000

RE = 792 x 0,5 = 396 PRE = 4.000 x 0,5 = 2000

x = 4.000

CT = 672.000 .................................... y = 672.000

y

RT.....

CT.....

RE..... 396

CF.....

x

PRE

87

Professor César Abicalaffe

PONTO DE EQUILÍBRIO DE EMPRESA COM LINHA DE PRODUÇÃO MÚLTIPLA

A Pesquisa Operacional oferece-nos modelos sofisticados para o cálculo do PE para vários produ-

tos. Aqui utilizaremos um processo de cálculo simplificado que se fundamenta no cálculo algébrico e no

relacionamento entre si dos níveis operacionais atuais, ou os disciplinados pelas curvas de demanda dos

diferentes produtos.

EXEMPLO

CASO "IND. ARTEFATOS DE CIMENTO I.N. S/A.‖

A linha de produção desta indústria consta dos seguintes produtos e produz, mensalmente, respec-

tivamente:

Prod. A = 10.000 unidades = x

Prod. B = 60.000 unidades = 6x

Prod. C = 30.000 unidades = 3x

Valores em $ 1.000

Os custos da empresa são da ordem de $ 24.000 (custos fixos).

Os custos variáveis unitários e os preços de venda unitários são os seguintes:

Produto

CVu

PVu A 12 15 B 8 10 C 10 13

Determinar o volume de produção do ponto de equilíbrio para cada um dos itens fabricados nesta

Indústria.

SOLUÇÃO

Inicialmente, deve-se relacionar os níveis de produção dos diferentes produtos; tomando x para o

Prod. A, vem 6 x para o Prod. B e 3 x para o Prod. C.

Temos que a equação geral é a seguinte:

CT = RT

CT = CF + CVua . x + CVub . 6x + CV uc . 3x

RT = PVua . x + PVub . 6x + PVuc . 3x

12 8 10

Substituindo os dados do problema na fórmula e igualando as equações de CT e RT, vem

24.000 + 12x + (8 . 6x) + (10 . 3x) = 15 . x + (10 . 6x) + (13 . 3x) reduzindo a termos semelhantes, vem

24x = 24.000 donde x = 1.000 unidades (produção mínima do prod. A),

ou seja:

24.000 + 12.x + (8 . 6x) + (10 . 3x) = 15 . x + (10 . 6x) + (13 . 3x)

24.000 + 12x + 48x + 30x = 15x + 60x + 39x

24.000 + 90x = 114x

24.000 = 114x - 90x

24.000 = 24x ou 24x = 24.000 ou

x = 24.000

= 1.000 24

88

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

PRODUTOS RELAÇÃO MC R.MC A

B

C

x

6x

3x

3

2

3

3x

12x

9x

24x

Para o cálculo da produção do prod. B e prod. C, basta multiplicar o valor do prod. A (x) pelos relacio-

namentos iniciais.

Assim:

Prod. B = 6x ou 6 . 1.000 = 6.000 unidades

Prod. C = 3x ou 3 . 1.000 = 3.000 unidades

OUTRA SOLUÇÃO

A solução mediante a aplicação da técnica da contribuição faz-se como segue:

CUSTOS FIXOS

24.000

O ponto de equilíbrio do Prod. A é dado pela dívisão dos custos fixos pelo somatório da coluna R.MC

então:

Prod. A = 24.000 : 24 = 1.000 unidades

Os volumes de produção de B e C são encontrados de maneira análoga à da solução anterior.

Casos especiais

Há empresas de linha de produção múltiplas onde se escolhem para análise, através da análise de

Paretto (método A-B-C), apenas os ítens mais expressivos. Todavia, existem fórmulas alternativas que,

sem a necessária análise, fornecem-nos o montante de receitas do ponto de equilíbrio.

RE = CF (1) ————— ou ———— RE = CF

1–p 1–

CV

RT

onde p = CV/RT

e

RE = CF . RT (2)

L + CF

fórmula devida a Paul Donzallaz (in Statistique Comercialle)

EXEMPLO:

A empresa Sales & CIA. tem uma linha de produção múltipla e de seu Balanço apenas podemos

analisar os seguintes dados: custos fixos $ 10.000.000, variáveis $ 30.000.000 e receitas totais

$ 50.000.000. Determinar o volume mínimo de vendas desta empresa.

Aplicando a fórmula (1), vem:

(1)

RE = 10.000.000 ou 10.000.000

1 – 0,60 1 – 30.000.000

50.000.000

p = CV/RT

p = 30.000.000/50.000.000 = 0,60

(1)

RE = 10.000.000

0,40

RE = $ 25.000.000

89

Professor César Abicalaffe

Utilizando a fórmula (2)

RE = 10.000.000 X 50.000.000

10.000.000 + 10.000.000

RE = $ 25.000.000

L = RT 50.000.000 - (CF + CV 10.000.000 + 30.000.000)

PONTO DOS PREÇOS DIFERENCIAIS

A partir do ponto de nivelamento, os lucros da empresa vão crescendo com o aumento do volume de

vendas. Quando os lucros são suficientes para remunerar o capital, de forma a permitir atuar sobre a

diferenciação dos preços, temos o ponto dos preços diferenciais.

A determinado grau de ocupação, a empresa já tem uma remuneração razoável para a administra-

ção. Aumentando a utilização da planta, aumentará a faixa de lucros e assim poderá atuar na diferenciação

dos preços, para efeitos concorrenciais e mesmo promocionais.

A fórmula geral é a seguinte:

Ppd = [ (CF + L) x RTo ] – CF

RT

donde:

L = RT - CT

RT = Receitas técnicas atuais (extraídas do Balanço)

RTo = Receitas técnicas com a utilização da capacidade total.

EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO

Em $ 1.000

Voltando ao caso SALES & CIA. e pressupondo que a utilização plena de sua capacidade possibili-

tasse o RTo de $ 100.000, temos:

Ppd = [ (10.000 + 10.000) x 100.000 ] – 10.000 50.000

Ppd = 40.000 – 10.000

Ppd = 30.000

Considerando o L de $ 10.000, temos o lucro suplementar de $ 20.000, que poderá ser

utilizado para efeito de diferenciar preços.

ESTUDOS COMPLEMENTARES ―PE‖ ATÉ AQUI:

Tendo em vistga que mais de 90% das micro e pequenas empresas não sabem calcular

seus custos, um consultor-contábil precisa conhecer o máximo a este respeito.

Estude com maior afinco ainda este assunto, em especial.

90

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

registra-se o valor das Vendas do 1º produto. ponto será unido ao início (CF), e assim su

direita e sua MC para cima etc. Onde atinge

a partir do 2° produto há lucro.

ML 9

0

PONTO DE EQUILÍBRIO COM 3 PRODUTOS

Caso:

Eliminação de um Produto Deficitário, sem considerar sua Margem de Contribuição.

MC = RT – CV (diretos)

1 = Situação Com Produto Deficitário

PRODUTOS A B C TOTAIS

VENDAS 200 70 180 450

(–) CV 100 50 90 240

= MC 100 20 90 210

(–) CF 50 25 45 120

= L 50 -5 45 90

MC = Margem de Contribuição

2 = Situação Após Eliminar Produto Deficitário

A C TOTAIS V

(-) CV 200

100 180

90 380

190

= MC

(-) CF 100

62 90

58 190

120 = L 38 32 70

O LUCRO passou a ser menor porque o produto deficitário "contribuía" para a cobertura dos custos fixos com "20".

GRÁFICO DO PONTO DE EQUILÍBRIO (outra maneira de elaboração) Inicia-se a elaboração a partir do valor dos ―custos fixos‖ considerados negativos: (– 120). Horizontalmente,

A partir dele, "para cima" o valor da MC. Esse cessivamente.Vendas do 2° produto para a

o zero (0) é o ponto de equilíbrio. Neste caso,

450

Vendas

(Horizontal) MC

(Vertical)

PRODUTO A 200 100

PRODUTO B 70 20

PRODUTO C 180 90

Cu

rso

pa

ra F

orm

açã

o d

e P

erito

(a)s

Con

sulto

re(a

)s C

on

táb

il - Fin

an

ceiro

em

Su

ste

nta

bilid

ad

e E

mp

resa

rial e

(po

r con

seq

üên

cia

) EC

ON

ÔM

ICA

DE

CID

AD

ES

90

.......... ......... ..

... ..

. ..... ..

....

...

EXEMPLO EXTRAÍDO DE EMPRESA REAL

COMPOSIÇÃO DO FATURAMENTO, MARGEM E LUCRO RESULTANTE - JUL/DEZ – 6 Meses

Data: Jul/Dez

Emit. ? Fl.

Lucro $ 1.000

30

20 40B (US)

ME ....................

18.516

17.968

CIL

10

...1..0..3.2 9.928 2.022

2.054

Breek-even 43.600 40N (US) .....1...7..4.2.608

8.104

PF ...........1.8..1..9.1. ?? 1.117

0 40 (EST) .....1..2...7.6.5. 4.665

-10

123 (EST)

123 (US)

12.999

......9...5.2.4... 4.099

5.743

95.900 101.498

Fatu. Referente $ 1.000

1.904

C-F-1-8.-66-8

9.087

Itens Margem Faturamento M. Tot. Corrigida Quantidade

C..F..2..0...2.2..4.....-.2.0...........1.7..7..8.6..

-30

PREVISTO

REALIZADO

Produtos Perc. Valor % Valor % Total %

1/2/3 (Est.) 51 17.785 18 9.087 23 1.375 6

1/2/3 (Us. Ml) 44 12.999 14 5.743 15 1.436 7

40 (Est.) 43 9.524 10 4.099 12 3.070 12

P. Fundidas 39 12.765 13 4.965 13 2.353 10

40 M (US. Ml) 38 16.191 17 6.104 16 4.945 22

Cilindros 37 7.574 8 2.805 7 1.716 8

COEF. SEGURANÇA REALIZ. (CS): 54,54%

NCR/MRV/?

Merc. Externo 28 7.832 9 2.202 6 2.408 11

40 B (US. Ml) 21 9.926 10 2.068 5 3.615 24

Diversos 86 1.304 1 1.117 3 - -

TOTAL 40 95.900 100 38.190 100 22.920 100

Localize e corrija alguns valores do gráfico.

Professor César Abicalaffe

91

3º PASSO

Controles Figurativos ecométricos

GRÁFICOS

Complementada a Análise Matemática, o 3º Passo é transformar os resultados obtidos em gráficos.

Como exercício, o Treinando deverá elaborar os gráficos correspondentes ao ano X3.

A. SITUAÇÃO PATRIMONIAL

1. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1. Índice de Evolução Nominal do PL

1.2. Índice de Evolução Real do PL

1.3. Evolução Percentual Nominal do PL (Anual)

1.4. Evolução Percentual Real do PL (Anual)

2. CAPITALIZAÇÃO

2.1. Quociente de Capitalização

2.2. Valor da Ação/Quota

3. GARANTIA DO CAPITAL DE TERCEIROS

4. PROCEDÊNCIA DE CAPITAIS

5. APLICAÇÃO DE CAPITAL

6. COMPOSIÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE

B. SITUAÇÃO FINANCEIRA

1. ROTAÇÃO DE RECEBIMENTOS (QRR)

DIAS DE GIRO DE RECEBIMENTOS (DGR)

2. ROTAÇÃO DE PAGAMENTOS (QRP)

DIAS DE GIRO DE PAGAMENTOS (DGP)

3. INTERVALO

4. ROTAÇÃO DE ESTOQUES (QRE)

DIAS DE GIRO DE ESTOQUES (DGE)

5. CAF - COEFICIENTE DE ACELERAÇÃO FINANCEIRA

6. CFT - CICLO DE FINANCIAMENTO TOTAL

7. CAPITAL DE GIRO

8. SOLVÊNCIAS

C. SITUAÇÃO ECONÔMICA

1. RENTABILIDADE – Em barras

RENTABILIDADE – Em linhas

ATIVIDADES

A. SITUAÇÃO PATRIMONIAL

1. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1. Índice de Evolução Nominal do

Patrimônio Líquido.

(Pág. 31)

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

92

1.2. Índice de Evolução Real do Patrimônio Líquido

(Pág. 31)

1.3. Evolução Percentual do Patrimônio Líquido – Nominal (Anual)

(Pág. 32)

1.4. Evolução Percentual do Patrimônio Líquido – Real (Anual)

(Pág. 32)

Professor César Abicalaffe

93

2. CAPITALIZAÇÃO

2.1. Quociente de Capitalização.

(Pág. 32)

OVER

(excesso)

UNDER

(insuficiência)

2.2. Valor da Ação/Quota (Pág. 32)

3. GARANTIA DO CAPITAL DE TERCEIROS

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

94

6

1234567890123451234567869012345 2345679 890123456

6

1 766

73 60

30

50

40

20

Disponível 1

123456

70

10

4. PROCEDÊNCIA DE CAPITAIS

(Pág. 35)

2xx4

46 2xx3

2xx2

30 2xx1

40

60

70

PERIGO

54

CAP. TERCEIROS

CAP. PRÓPRIO

5. APLICAÇÃO DE CAPITAL (Pág. 36)

52

45 44 44 46

35

11 10 13 Real Longo Prazo

Ativo Permanente 2xx1 2xx2 2xx3 2xx4 Ativo Circulante

6. COMPOSIÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE (Pág. 36)

100

2xx2

234567890123456234567890123456

123456789012345123456789012345

2345678901234516234567890123456

123456789012345

2345678901234567

1234567890123456

2345678901234567

1234567890123456

234567890123456

90 1234567890123456

80 18

18 234567890

1234567890

23456789012345 7890

2345678901234567890 2345678901234567890

12345678901234567890

2345678901234567890

12345678901234567890 2345678901234567890

25 2345678901

123456697890

12345678901234567890 2345678901234567890

12345678901234567890

2345678901234567890 12345678901234567890

2345678901234567890

12345678901234567890

2345678901234567890 12345678901234567890

2345678901234567890

12345678901234567890

2345678901234567890 12345678901234567890

2345678901234567890

12345678901234567890

2345678901234567890 12345678901234567890

2345678901 1234567890

2345678901

1234567890

2345678901 1234567890

2345678901

1234567890

2345678901 1234567890

2345678901

1234567890

2345678901 1234567890

2345678901

1234567890

2345678901 1234567890

234567890

1234567890

234567890

1234567890

234567890

1 Estoque 234567

123456 Valores a Receber

2345678901234567890

12345678901234567890

2345678901234567890 12345678901234567890

2345678901234567890

2345678901

1234567890

2345678901 1234567890

234567890

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

Professor César Abicalaffe

95

5

4,5

3,7

9

80

7

• 92 DGR

3,9 – Q.R.R.

B. SITUAÇÃO FINANCEIRA

1, 2 e 3 ROTAÇÃO E RENOVAÇÃO DE RECEBIMENTOS E PAGAMENTOS

(Pág. 37)

100

90

80

70

60

50

40

30

DIAS

75

68

50

46

QUOCIENTES

.68 DGR

• 50 DGP

8 7,9

7

6 5,3

5

4

3

2

1

7,2

4,8

• 7,1 – Q.R.P.

.5,3 Q.R.R.

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

4. ROTAÇÃO E RENOVAÇÃO DE ESTOQUES (Pág. 37)

8

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

96

62

80

93

5. CFT = CICLO DE FINANCIAMENTO TOTAL (Pág. 38)

100

90

80

70

60 69

50 58 50

40

30

20

10 2xx1 2xx2 2xx3 2xx4 0

6. CAF = COEFICIENTE DE ACELERAÇÃO FINANCEIRA

(Pág. 38)

0,76 0,73

0,77

7. CAPITAL DE GIRO

Por não ter índice torna-se desnecessário elaborar o gráfico

8. SOLVÊNCIAS

2,00

1,00 0,93 1,01

1,24

1,31

1,60

1,58

1,19 1,19

Nível das dívidas

(Pág. 39 e 40) 0,77

2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

Solvência líquida

Solvência seca

Solvência bruta

Professor César Abicalaffe

97

C. SITUAÇÃO ECONÔMICA

1. RENTABILIDADE – (Em Barras)

(Pág. 54)

60

52

50 46

40 35

30

16 20

5 6 3

10 1

0 2xx1 2xx2 2xx3 2xx4

RENTABILIDADE – (Em Linhas)

TRSC

TRSAP

TRSIP

TRSIT

60 62

x x 52

50 x x

x 46 40

38 x

35 x

35

30 x x

x 20 x 16

15 x

10 3 x 6 1 5

0 2 xx1 2x x 2 2x x 3 2x x 4

TR S IT

TR S A P

TR S IP

x x x x x TR S C

4º PASSO

Passaremos ao 4º Passo : os comentários ou “Parecer”

Concluídos os passos anteriores que podemos chamar de:

1º. Análise Individual,

2º. Análise Matemática,

3º. Análise Gráfica,

NOTA: Os quadradinhos em branco são para o Treinando preencher. Na análise via internet,

debaixo de cada gráfico haverá um espaço para: PARECER DO CONTADOR quando houver

algo especial a comentar.

98

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

A. SITUAÇÃO PATRIMONIAL ATIVIDADES

1. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

1.1. O Índice de Evolução Nominal mostra o crescimento do PL nos 4 anos analisados.

1.2. Todavia, ao se corrigir o PL pelos índices de variação das Taxas (Pág. 31): X1/X2 ... 1,508, X1/

X3 ... 2,952, X1/X4 ... 5,839, verifica-se ter ocorrido involução: 100 para 75 em 2xx2; em 2xx3: índice

62 e em 2xx4: índice 59. (Pág. 31)

O ideal seria ter aumentado em cada ano, após a correção, mais do que a taxa internacional de

juros (libor ou ―prime rate‖).

1.3. A Evolução percentual anual nominal (Pág. 32) mostra uma grande queda no 2º ano em relação

ao 1º. De % no 1º ano, a evolução foi de apenas 13% no 2º. Melhora no 3º ano: 61% e sobe

mais no último: 88%.

1.4. A Evolução anual real mostra a mesma tendência, porém com valores bem menores e

negativos nos 3 últimos anos: 2xx1 % 2xx2: (25%) 2xx3: (18%) e 2xx4 (5%)

2. CAPITALIZAÇÃO

2.1. O Quociente de Capitalização apresentou um alto crescimento no 2º ano, mostrando ali um

dos sintomas de alarme. Caiu no ano seguinte.

No último ano, a elevação não ultrapassou o índice "1" que indicaria um aumento maior das

vendas do que do PL (sintoma de descapitalização).

2xx1: 2xx2; 1,86; 2xx3 : 0,48; 2xx4 : 0,75.

2.2. Valor da Ação/Quota

Mesmo após os aumentos de capital, o valor de cada quota é superior a $1, em todos os anos

analisados. 2xx1: , 2xx2: 1,14, 2xx3: 1,19 e 2xx4: 1,46

3. GARANTIA DO CAPITAL DE TERCEIROS

O Quociente (Pág. 33) apresentou-se crescente nos 4 anos analisados.

A partir de : 1 em 2xx1 até atingir 1,84 : 1 no último ano, indicando excesso de 84% em relação

às dívidas e a solidez patrimonial da empresa.

4. PROCEDÊNCIA DE CAPITAIS (Pág. 35)

A análise mostra o atingimento do nível máximo de endividamento no 2º ano: 70% de Capitais de

Terceiros, regredindo nos anos seguintes: 61% e 54%.

5. APLICAÇÃO DE CAPITAIS (`Pág. 36)

Também ao 2º ano, elevou-se o percentual aplicado no Ativo Permanente, outro dos sintomas

inspiradores de cuidado (46%).

Nos anos seguintes, porém, regrediu, enquanto se processaram aumentos no Ativo Circulante 45%

e 52%.

6. COMPOSIÇÃO DO CIRCULANTE

Verifica-se que o maior percentual tem-se localizado no item Valores a Receber. Vem caindo por

que? Os estoques aumentaram no 2º e 3º ano analisados, cabendo um estudo para aferir quais as razões

de tal elevação.

B. SITUAÇÃO FINANCEIRA

1. ROTAÇÃO E RENOVAÇÃO DE RECEBIMENTOS (Pág. 37)

Além de comparar com o prazo médio concedido pela empresa, a análise revela uma elevação e depois

redução dos prazos médios de recebimentos, embora sejam maiores que os pagamentos.

2. ROTAÇÃO E RENOVAÇÃO DE PAGAMENTOS

O prazo médio de pagamentos tem-se mantido constante nos últimos anos: 50 dias.

99

Professor César Abicalaffe

3. INTERVALO

Elevou-se e depois caiu o período de intervalo entre prazos de recebimento e pagamento: dias

em X1; 25 dias em X2 e 18 dias em X4, a companhia ainda leva desvantagem pois paga suas contas antes

de receber seus haveres. Também caberia um estudo para modificar esta situação.

4. ROTAÇÃO E RENOVAÇÃO DE ESTOQUES (Pág. 37)

Observa-se uma queda no giro dos estoques com a conseqüente elevação do prazo médio de

permanência: em X1, 33 dias em X2, 45 dias em X3 e 51 dias em X4. Aqui, caberia um estudo para

descobrir as causas e buscar reverter a tendência.

5. CICLO DE FINANCIAMENTO TOTAL

Crescendo anualmente influi numa necessidade cada vez maior de Capital de Giro.

6. ACELERAÇÃO

A aceleração mostra-se NEGATIVA, de vez que o CAF = Coeficiente de Aceleração Financeira foi

sempre inferior a 1. 2xx1: 2xx2 e 2xx3: 0,73 e 2xx4 : 0,77. A causa principal são os prazos médios

de recebimentos superiores aos prazos médios de pagamentos que precisam ser modificados para evitar

a contínua necessidade de injeção de capital circulante.

7. CAPITAL DE GIRO

Através desta análise nota-se que as NCG = Necessidade de Capital de Giro são supridas por

Capitais Próprios e Empréstimos de Longo Prazo não havendo necessidade de Capitais de Terceiros de

curto prazo. Tem importância relativa, haja vista os ―prazos‖ englobados no numerador (AC) e denomina-

dor (PC) da fórmula do CCL, que podem ser desiguais.

8. SOLVÊNCIAS (Pág. 40)

8.1.SOLVÊNCIA LÍQUIDA, COMUM, SIMPLES, CORRENTE, RELATIVA ou NORMAL

O mais importante quociente de liquidez mostra-se bom, com resultados superiores a 1,00, em

todos os anos. 2xx1: 2xx2: 1,60: 1 2xx3 e 2xx4: 1,58 : 1

8.2.SOLVÊNCIA SECA

O quociente de solvência seca indica uma ligeira independência dos estoques, pois em todos os

anos seu resultado foi superior a 1,00, mostrando que caso sua transformação em dinheiro não

ocorresse, mesmo assim a firma ainda teria outros recursos para fazer face às suas dívidas de

curto prazo.

8.3.SOLVÊNCIA BRUTA

Aqui dá para perceber a dependência inicial de Capitais de Terceiros de Longo Prazo e sua

gradual libertação. De em 2xx1 até atingir 1,19 : 1 no último ano.

8.4.SOLVÊNCIA COMUM DINÂMICA

Devido ao CAF = Coeficiente de Aceleração Financeira ser inferior a 1, o quociente de Solvência

comum Dinâmica mostra que o futuro será mais exigente na manutenção de uma boa situação

financeira, com reestudo dos prazos.

8.5.SOLVÊNCIA SECA DINÂMICA

Vale o mesmo comentário do item anterior.

C. SITUAÇÃO ECONÔMICA

1. RENTABILIDADE (Pág. 54)

Considerando-se que o Lucro Líquido é Operacional, sem influência da Correção Monetária, nos

balanços analisados, nota-se a queda violenta ocorrida no 2º ano, quando quase se chegou a resultado

negativo.

Nos anos seguintes a recuperação.

2. TRSIT (Pág. 70)

O preenchimento do Diagrama da TRSIT indica sua composição (sistema Du Pont) e mostra a taxa da

MOL – Margem Operacional Líquida e do Giro dos Investimentos, bem como seus originadores.

Uma melhor análise das causas das alterações ocorridas com a TRSIT se obtém através da ficha de

Análise das Variações da TRSIT/MOL/GIRO.

100

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

3. ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DA TRSIT/MOL/GIRO (Pág. 70 desta Apostila)

A queda da TRSIT de X1 para X2: % para 1% foi causada por:

A) Redução da MOL. De para 0,011, devido a:

O aumento das Vendas % foi INFERIOR ao Aumento das Despesas %.

B) Redução do GIRO: De para 1,329, devido a:

O Aumento das Vendas: % foi INFERIOR ao Aumento do Investimento: %.

A elevação de 1% para 9% de 2xx2 para 2xx3 foi motivada por:

A) Aumento da MOL = De 0,011 para 0,067, devido a:

O Aumento das Vendas: 29% foi SUPERIOR ao aumento das Despesas: 21%.

B) Aumento do GIRO: De 1,329 para 1,369, causado por:

O Aumento das Vendas: 29% foi SUPERIOR ao Aumento do Investimento: 25%.

De 2xx3 para 2xx4, nova elevação: 9% para 16% face a:

A) Aumento da MOL = De 0,067 para 0,113, propiciado pelo aumento de 66% das Vendas contra

58% de Despesas.

B) Aumento do GIRO: De 1,369 para 1,431 ocasionado pelo aumento superior das vendas: 66%

em relação ao Investimento: 59%.

101

Professor César Abicalaffe

INDICARE - explica Semáforo GRÁFICO “31”

GRÁFICO “32”

INDICARE - mínimo, máximo e quanto a empresa obteve.

GRÁFICO “33”

GRÁFICO “34”

102

Professor César Abicalaffe

103

CONTROLES / GERÊNCIA EFETIVA = SUCESSO

Conforme detalhado até aqui, a pesquisa iniciada em 1960 me levou a concluir que a chave para se

evitar o fracasso e conseqüentemente obter o sucesso, estava na existência de instrumentos gerenciais

que pudessem mostrar, com razoável antecedência, todos os possíveis riscos que podem levar uma em-

presa à decadência, através de dois caminhos conhecidos nos meios empresariais americanos por

"OVERTRADING" (excesso de negociações) e "UNDERTRADING" (insuficiência de negócios), ambos

relacionados ao "porte" da empresa e seu capital de giro próprio.

E atenção CONTABILISTAS. O conhecimento e estudo do assunto a seguir confirma a eficácia dos

indicadores estudados até aqui e sua relação com a SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL.

Estudando os dois caminhos que levam à dificuldades, é possível perceber que as fórmulas mate-

máticas nas relações entre contas do Balanço, se forem conhecidas e aplicadas "na prática", com antece-

dência, podem mesmo sinalizar caminhos e apontar perigos a serem evitados, tornando a gerência ATIVA

e eficaz, ao manter sua empresa ―SUSTENTÁVEL‖.

Num excelente artigo da Revista Exame intitulado:

COMO RECUPERAR NEGÓCIOS EM CRISE ou como EVITAR, diria eu, seu subtítulo trazia: "As

falências nunca ocorrem subitamente. Com diagnóstico (poucas pessoas/empresários gostam dessa pala-

vra. Melhor: ―Grau de Sustentabilidade‖) adequado, as empresas podem evitá-las e prosperar."

Mais adiante é taxativo: "... as crises podem ser previstas e, portanto, evitadas - desde que sejam

identificados alguns sintomas indicadores de que as coisas na empresa não estão indo como seria desejá-

vel."

Confirmamos agora em textos o que juntos estudamos até aqui: Alguns indicadores desses "sinto-

mas" e que podem levar as empresas à morte e os empregados ―ao inferno‖.

OS CAMINHOS DA CRISE ECONÔMICO-FINANCEIRA "OVER/UNDERTRADING"

"CRISE" - Mesmo dispondo de muitas condições, além da garra, planos de sucesso e entusiasmo

inicial, muitas empresas - da mesma maneira que muitos casamentos - enfrentam sérias "crises", que se

por um lado representam oportunidades, o que primeiro salta aos olhos são seus "riscos".

Nos casamentos, a não descoberta dos "porquês" da crise, suas causas e conseqüências, leva ao

insucesso, à separação, à "morte" dos planos iniciais.

Nas empresas, é menos difícil descobrir, através de dados matemáticos, os caminhos que levam à

"crise", à "morte" dos planos empresariais, ao não cumprimento equilibrado dos dois principais manda-

mentos: RENTABILIDADE e LIQUIDEZ, ocasionando a deficiência econômico-financeira.

Dois são os caminhos principais que levam à "CRISE" e são conhecidos nos meios empresariais

americanos por:

"OVERTRADING" (Negociações excessivas)

"UNDERTRADING" (Negociações insuficientes)

"OVERTRADING" - NEGÓCIOS EXCESSIVOS

Considera-se uma empresa em situação de "overtrading" ou caminhando para ela quando seu Mo-

vimento Global de Negócios (VENDAS), vai suplantando proporcionalmente seu Capital Próprio de Explo-

ração (Patrimônio Líquido). Figuradamente e, num dizer bem brasileiro, é uma situação onde o empresário

está tentando "dar um passo maior que as pernas" e, portanto, acima das reais possibilidades da empresa.

Se a entrada em situação de "overtrading" não for percebida e interrompida logo, pela adoção das

medidas cabíveis e que serão adiante explanadas, a empresa entrará em crise financeira grave levando-

a a um regime falimentar.

COMO DETECTAR UM PROCESSO DE "OVERTRADING"

São muitos os sintomas indicativos de uma tendência para uma situação de "overtrading". Todos

podem ser obtidos através de uma eficiente análise de Balanços anuais e mensais e que é o mínimo a ser

esperado de um "CONTABILISTA DO SÉCULO XXI", o ―CONSULTOR DA RIQUEZA‖.

O primeiro sinal de alerta, porém, pode ser sentido independentemente de análise e servirá para

indicar a necessidade urgente dela: o estado de falta de recursos que se vai tornando crônico e lança o

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

104

I II III IV

empresário na "via-sacra" bancária, obrigando-o a obter constantes empréstimos. Como figuradamente expli-

cou aquele empresário: "Ao criar minha empresa parece que criei um elefante e, meu principal trabalho,

atualmente, é correr o dia todo atrás de "capim" para alimentar meu elefante". É o ciclo da “INFÂNCIA”.

São raros os que percebem estar aí o momento de fazer cuidadosamente sérios estudos. Simplesmen-

te "não param para pensar". Também, como disse outro empresário: "Eu abaixo os olhos e trabalho... corro e

corro... sem ver o que há na frente... não há tempo". E a maioria que entra nesse processo tem respostas

semelhantes que dizem: "É! A situação não está boa! Se parar o bicho pega... se correr, o bicho come". Para

estes, dou habitualmente uma resposta também figurada: "Se a situação é essa, ainda há UMA saída: VOE!

Eleve-se acima da "poeira"... acima da "mediocridade"... observe as coisas "do alto"... Faça ou contrate uma

CONSULTORIA para ter certeza sobre a possibilidade efetiva da tendência para a situação de INSOLVÊNCIA

e os caminhos possíveis para evitar tal destino indesejável. Aproxime-se mais de seu CONTADOR, debata

com ele... exija que lhe mostre indicadores através de uma boa análise, mesmo se antes se fizer necessário

um "ajuste" para que os dados contábeis sejam os mais reais possíveis.

Através dela se observariam os seguintes sintomas:

SITUAÇÃO PATRIMONIAL

Patrimônio Líquido

Involução nominal ou REAL do Patrimônio Líquido, em relação a um período-base ou ao período

imediatamente anterior.

Capitalização

Quando o coeficiente de capitalização VL/PL (Aumento percentual das Vendas Líquidas dividido por

aumento percentual do Patrimônio Líquido) for superior a 1,00 e aumentar constantemente, indica que o

aumento das vendas não está se processando com o correspondente aumento do Capital Próprio de

Exploração (PL). Este é um dos sintomas do "overtrading" indicativos dos "negócios excessivos" em rela-

ção à efetiva capacidade financeira dos proprietários. As vendas estão sendo "demasiadas" para seu porte.

Se for abaixo de 1,00, as vendas estão sendo insuficientes para a capacidade instalada e o risco é de

"undertrading"... O ideal é que fique próximo de 1.

Procedência de Capitais

A queda da participação dos capitais Próprios e o conseqüente aumento dos capitais de Terceiros é

o outro fator sintomático e que pode ser detectado pela simples visualização gráfica de seu comportamen-

to mensal. No exemplo a seguir se mostra uma possível evolução em 4 anos, subdividindo cada ano nos

respectivos meses, obtidos tais dados dos Balancetes em forma de Balanços ou "Balancinhos" mensais.

Agora os Balanços "fechados" mensalmente proporcionarão a grande descoberta que Contabilistas e Em-

presários farão da importância extraordinária de criar esse hábito mensal.

CAPITAL PRÓPRIO

(PL)

CAPITAL DE

TERCEIROS

(PR) ........................................................................................................................................................................

jan. fev. mar. abr. mai. jun. jul. ago. set. out. nov. dez...

Começou-se com pouco endividamento... e este vai aumentando até que no último ano os proprietários

são praticamente, "expulsos da empresa"...

APLICAÇÃO DE CAPITAIS

O crescimento de qualquer um dos grupos componentes do Ativo merece um estudo de causas,

sendo que a elevação do Ativo Permanente é acompanhada da queda proporcional do Capital Circulante,

outra causa de "overtrading", se prolongada. Se não houver queda das Exigibilidades de curto prazo, tal

fato ocasionará DIMINUIÇÃO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ e, conforme o grau de redução, está iniciado

um processo de dificuldades financeiras.

Isto acontecendo, embora possa causar alguma preocupação, deve ser visto como "oportunidade de

uma maior pesquisa" a fim de reverter as tendências. Caberá em seguida um estudo também importante da:

Professor César Abicalaffe

105

Composição do Ativo Circulante

O "overtrading" pode também ser causado por excesso de estocagem ou de Valores a Receber,

merecendo por isso um acompanhamento constante, através, por exemplo, do Gráfico de Composição do

Ativo Circulante:

GRÁFICO DE COMPOSIÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE

AC - Disponibilidades

AC - Valores a Receber

ACE - Estoques MP

ACP - Estoques Prod. Acab.

I II III IV

Analisando-se 4 anos e dentro de cada ano, os 12 Balancetes mensais, com a transformação dos

resultados percentuais em "Gráficos", obtém-se o comportamento dos componentes do AC.

No 1º ano, observa-se uma situação de equilíbrio. Praticamente 25% em cada item.

No ano II, há a elevação do agrupamento "AC-VALORES A RECEBER" e a redução "AC-DISPONIBILI-

DADES" e os estoques. Aqui caberia um estudo sobre as causas e maneiras de regularizar. Expandiu-se por

quê? Aumento de Vendas? Prazos maiores? Atraso da clientela, com concordatas etc.? ... Que medidas

tomar? ... Os estoques caíram porque houve mais vendas que não foram recebidas ... por quê?

No ano III, a expansão dos estoques também diminui "AC-DISPONIBILIDADES" e os Valores a Rece-

ber. Também mereceria estudo especial, por uma consultoria de acompanhamento.

Qual(is) a(s) causa(s)? Queda de Vendas? Retração do Mercado? Recessão? Produtos obsoletos?

Concorrência? Prevenção para aumento de preços? Preparação para uma Concordata? Que providências

podem ser tomadas? Finalmente, no 4º ano, um aumento das Disponibilidades acompanhado da queda de Valores a

Receber e Estoques, mostrando uma nova política... Tais estudos e gráficos, feitos no devido tempo, apontam os "focos" geradores de dificuldades.

Havendo tempo disponível, estudando profundamente as causas, pode-se buscar alternativas para soluções, com mais calma e que é o objetivo real da CIÊNCIA DA RIQUEZA.

Quando os estudos são feitos somente uma vez no ano - quando o são - reduzem as chances de mudança de rumos e às vezes obrigam à "mudança de ramo"... e pior, de ―dono‖...

A partir daí, todos os pontos que são também mostrados na Análise das Situações "FINANCEIRA" e

"ECONÔMICA", entre eles:

O ESTUDO DAS ROTAÇÕES:

De Recebimentos versus de Pagamentos

Se no estudo da composição do Circulante se observar o crescimento percentual do grupo AC-

VALORES A RECEBER e se os DGR = Dias de Giro de Recebimentos forem superiores aos DGP = Dias

de Giro de Pagamentos propiciando um INTERVALO positivo, haverá a confirmação da tendência para

"overtrading", justificada ainda pela provável queda do CAF = Coeficiente de Aceleração Financeira;

De Estoques

Se o crescimento for do item AC-Estoques (Matérias-primas, Semi-acabados e Produtos Acabados),

causado por um excesso de produção ou de estocagem não absorvida pelas Vendas, é outro sintoma a ser

zelosamente pesquisado, pois também poderá lançar a empresa numa situação de dificuldades financei-

ras ("undertrading").

Ao se obter o Ciclo de Giro Total da empresa este, multiplicado pelas despesas e insumos (custos -

consumo) médios diários, mostrará a Necessidade (Contábil) de Capital de Giro, tão "difícil" de ser calcu-

lada por empresários e contabilistas. É verdade que a melhor forma é através de Orçamento, mas por aqui

já existe um caminho inicial.

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

106

O estudo das SOLVÊNCIAS:

Queda dos índices - merece atenção.

"Leverage" - Alavancagem financeira

Elevação pode ser risco. Aproximando-se do limite de "perigo": 3,33... cuidado! 90% de chances de

"quebra" principalmente se a época for de juros altos. É o 1º indicador de falência.

"Coverage" - Cobertura ou Capacidade de recuperação

Queda com aproximação do limite: 1 ... perigo! É o 2º indicador de falência.

Alavancagem Financeira

Negativa indica escravização aos Bancos.

Rentabilidade

Queda, ausência ou insuficiência é péssimo sinal. Tem gente que "gosta" de não mostrar lucro pois

evita-se pagar impostos. Mostra porém incapacidade econômica, o que é pior.

Diagrama "DU PONT" - RETORNO DO INVESTIMENTO

Queda da TRSIT, causada pela queda de seus componentes: MOL e/ou GIRO. Aqui se visualizam

onde estão os "focos da doença". É um excelente instrumento gerencial. Uma verdadeira "arma" do conta-

bilista.

"UNDERTRADING" - NEGÓCIOS INSUFICIENTES

UNDERTRADING - Quando uma empresa tem um volume de vendas INFERIOR ao que sua estru-

tura permite, encontra-se em situação de "undertrading", isto é, com lucros menores do que poderia obter,

se utilizasse toda a sua capacidade e, portanto, com a rentabilidade sobre o capital, inferior do que a que

lhe é possível obter.

Como se percebe, "undertrading" é uma situação inversa à do "overtrading", aumento de vendas

inferior ao aumento do PL.

As causas podem ser tanto um superdimensionamento da capacidade produtiva devido, principal-

mente, a uma falsa estimativa de mercado, ou a uma recessão deste último ou ainda ao acirramento da

concorrência, dentre outros.

As conseqüências, por outro lado, são similares às do "overtrading".

CONSEQÜÊNCIAS

São muitas as conseqüências do "overtrading" e do "undertrading", sendo o resultado de seu conjun-

to o caminho final para um regime FALIMENTAR acabando na dissolução da empresa ou sua entrada num

processo de recuperação (judicial?!) com acompanhamento contábil. Tal "susto", às vezes, é o único meio de

―acordar‖ o empresário em seu transe. (―TOCA-TOCA‖, ―ARISTOCRACIA‖)

Enquanto a empresa não atinge a meta definitiva do "over/undertrading" (que é a sua "morte"), come-

çam a aparecer as seguintes conseqüências, que servirão para alertar em busca de soluções, em vez de gerar

desânimo e derrotismo:

a) FALTA DE CONDIÇÕES PARA PAGAMENTO DOS FORNECEDORES NOS RESPECTIVOS

VENCIMENTOS - TÍTULOS EM CARTÓRIO

Começam as prorrogações... "passa na semana que vem"... "aceita um cheque pré-datado?"... (Em

algumas cidades, as gráficas até dão como "brindes", bloquinhos de lembretes tipo "Chorãozinho: Cheque

bom para / ")... E surgem os problemas constantes com títulos sendo enviados a Cartórios de Protestos...

b) FALTA DE CONDIÇÕES PARA PAGAMENTO DA "FOLHA" MENSAL E DAS DEMAIS DESPE-

SAS OPERACIONAIS E a empresa começa a atrasar pagamentos. De início os recolhimentos das Leis Sociais - INSS, FGTS

etc... "afinal, dizem, eles não incomodam"... e os juros e multas se acumulam. Em seguida, vêm os "vales" e

"pagamentos por conta" de salários que atrasam (e a firma corre o risco de ficar sem seus melhores funcioná-

rios). Gastos com telefone e outros vão sendo postergados até o último prazo (com juros e multas), mesmo

que seus valores não sejam tão elevados... mas somam-se com outros... e se elevam...

c) ELEVAÇÃO DOS PREÇOS DAS MATÉRIAS-PRIMAS E MATERIAIS SECUNDÁRIOS

Devido à falta de disponibilidade para aproveitar ocasiões especiais de compras à vista, a empresa

passará a comprar em pequenas parcelas, pagando então preços mais elevados, perdendo descontos e

Professor César Abicalaffe

107

bonificações sobre o volume das aquisições, ou com relação aos prazos de pagamentos;

Este é um fato também possível de acontecer quando a empresa está em regime de recuperação.

Fornecedores tentarão "recuperar" algum prejuízo aumentando os preços, nas novas vendas.

d) CONCENTRAÇÃO DE EMPRESAS - Os efeitos negativos das taxas elevadas de juros não se

distribuem igualmente por todas as empresas, porque muitas delas conseguem obter recursos a custos

menores.

As grandes empresas, principalmente as estrangeiras, têm maior facilidade de acesso ao crédito e,

por oferecerem maiores reciprocidades ao sistema bancário, conseguem taxas melhores.

Por mais paradoxal que pareça, as pequenas e médias empresas são as que pagam maiores taxas de juros e as que ficam mais expostas a exigências paralelas para a obtenção do crédito.

Atinge-se então taxas efetivas de juros elevadíssimas, deixando-as sem alternativas, pois não po- dem manter suas atividades sem recorrer ao crédito e não conseguem uma rentabilidade capaz de supor- tar tão elevado custo do dinheiro. (O ―SEGURO DE RECEBÍVEIS‖ pode ser uma boa ajuda).

O resultado tem sido um grande desânimo entre os empresários, especialmente aqueles das peque- nas e médias empresas, que passam a não ver sentido em trabalhar arduamente e ter o produto do seu esforço consumido pelos encargos financeiros. E, por isso, nos últimos anos tem sido grande o número de empresários que estão procurando se desfazer de seus negócios para aplicar seu capital em títulos de renda, onde podem, sem nenhum trabalho e preocupação, conseguir um rendimento superior ao que lhes está propiciando sua empresa. E assim, se favorece, em termos relativos, as grandes empresas e os grandes capitalistas, agravando o processo de concentração.

Embora não seja este enfoque o objetivo deste trabalho, todos podem sentir a grande importância das micro, pequenas e médias empresas na estabilidade econômica e social do país. É urgente a necessi- dade de que os empresários voltem a aplicar em suas empresas e que se dêem mais oportunidades às menores, reduzindo burocracias e carga tributária.

Isto só se obterá com medidas políticas inteligentes de um governo com credibilidade. Está certo Robert Riyosaki autor de ―Pai Rico, Pai Pobre‖ entre outros, quando diz que 90% ou mais dos ―E‖- Empre- gados; ―A‖ - Autônomos e ―D‖ - Donos de pequenas empresas trabalham demais para a maior parte do ganho ir para os ―I‖- Investidores, que não trabalham ou trabalham muito pouco. Eles não trabalham ―por

dinheiro‖. Fazem o dinheiro trabalhar para eles. É preciso aprender... Com Consultores.

RESULTADO: NÃO CUMPRE E NÃO REALIZA

Em resumo, a empresa que entra num dos processos de "overtrading" ou de "undertrading", não

cumpre com "Qualidade Total" suas finalidades de Lucro Máximo, Rentabilidade, Perpetuação, Eficiência

e Benefícios à Sociedade e, o que é pior, frustra todos quantos dela dependem: proprietários, executivos,

funcionários e operários, além das famílias destes e o próprio País. Cidades ―Sustentáveis‖? Só com ―Empre-

sas Sustentáveis e Empregos Duradouros!!

CAUSAS

Dentre as causas que levam às situações de "overtrading" e "undertrading", há muitas delas impor-

tantes e perfeitamente detectáveis através de instrumentos gerenciais e ainda uma que é fundamental,

mas nem sempre visível porque costuma passar despercebida no dia a dia.

São elas:

CAUSAS INTERNAS DO "OVERTRADING"

São muitas as causas de "OVERTRADING". A principal delas normalmente é movida pelo ESPÍRI-

TO DE AMBIÇÃO do empresário ao criar e desejar manter uma situação que não corresponde à sua REAL

CAPACIDADE FINANCEIRA. A ambição, até certo ponto, é uma fonte de MOTIVAÇÃO. Que exista, tudo

bem, mas ambição, sem atenção aos controles é ... burrice! Atenção aos ―CICLOS DE VIDA‖.

a) SURGIMENTO DE PREJUÍZOS COM AS VENDAS

A urgência para suprir a necessidade de recursos poderá gerar aumento de gastos com consertos e

reparações. Exige-se do setor produtivo o máximo de produção, pois a empresa precisa "faturar rapida-

mente" para operar com as duplicatas. E começam as "produções às pressas", sem a preocupação preven-

tiva com a lubrificação e limpeza de máquinas e equipamentos; a ordem é "produzir rápido". A qualidade

da produção cai, passando a ser inferior ou desatualizada, ocasionando reclamações da clientela, devolu-

ções de mercadorias, perda de clientes etc... (Comum no CICLO ―INFÂNCIA‖)

Ainda, para conseguir recursos emergenciais poderá efetuar vendas a preços mais baixos até que o

próprio custo, o que apenas transfere o problema para mais tarde e ainda o agrava, face aos prejuízos

gerados.

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

108

Em empresas comerciais e de prestação de serviços os problemas são semelhantes.

b) DESORGANIZAÇÃO GERAL

Os controles são relegados a um segundo plano, tendo em vista o surgimento de "outras priorida-

des". E, sem controles, é o mesmo que navegar sem bússola e sem luneta. Só por muita sorte se chegará

ao destino. E "sorte" é coisa rara em situações de dificuldades. (Morre-se mais na ―INFÂNCIA‖)

Pensando em instrumentos que funcionassem como bússolas e lunetas indicadoras de caminhos

corretos foi que sugeri o material publicitário para os softwares:

INDICARE (bússola) INDICASH (luneta)

COMENTÁRIOS

Quando uma empresa já chegou a um grau de "OVERTRADING" / "UNDERTRADING" de tal monta

que os analistas consideram gravíssimo seu desequilíbrio, os riscos serão imensos tanto para os BAN-

QUEIROS, quanto para os FORNECEDORES e demais credores da empresa; se estes continuarem a

conceber créditos, somente estarão colaborando para apressar mais a tendência e levar a empresa mais

rapidamente à INSOLVÊNCIA. Também, quanto mais crédito concederem, menores serão as chances de

sobrar alguma coisa para si próprios e menos ainda para os proprietários.

A única solução nesse estágio final do "over/undertrading" estará nas próprias mãos dos empresári-

os: saber se tem confiança suficiente na sua capacidade de contornar a crise mediante a subscrição de

novos capitais próprios que reduzirão custos financeiros e lhes darão tempo para aplicar uma reengenharia

em tudo. Se não tiverem disponibilidades financeiras para isto, acabarão por vender a empresa ou o

controle acionário da mesma, com consideráveis prejuízos para si próprios e até para a economia do País,

se forem muitos a tomar tal atitude, conforme adiante se comenta:

Conseqüências "Globais"

c) ALAVANCAGENS NEGATIVAS - Nas empresas brasileiras, a dependência cada vez maior de

recursos de terceiros em relação ao seu capital próprio, que passa a ser irreversível a curto prazo, e o alto

custo desses capitais fazem com que a "alavancagem" passe a ser negativa. Aquelas empresas que con-

seguem solver seus compromissos, mas não conseguem lucros suficientes para se capitalizarem, mantém

ou agravam sua dependência em relação ao crédito.

É certo que no mundo dos negócios existiram pessoas que acabaram sendo bem-sucedidas por

"não saberem ser tecnicamente impossível aquilo que estavam fazendo". É conhecida a frase de efeito:

"Ele não sabia que era impossível. Foi lá e fez.‖ Também é verdade que tais pessoas são cada vez mais

raras. Os empresários tipo "gangster" ou "super-homem" estão se tornando "modernos" por força das

pressões. Admite-se a tentativa de pessoas desejarem "arriscar". É seu direito. Todavia é bom conhecer

bem os "riscos" para usar desde logo sua criatividade e não se lamentar depois.

As demais, causadas principalmente por MÁ ADMINISTRAÇÃO, seriam:

• CRESCIMENTO DO ATIVO PERMANENTE

1.Excesso de Imobilizações em AI (Ativo Imobilizado), com redução de capitais para o AC (Ativo

Circulante).

2. Gastos de "Ampliação" - com os mesmos reflexos.

Observação: Estas foram as causas mais comuns nas décadas de 60 a 80, quando muitos empresá-

rios implantaram e ampliaram indústrias. Alguns se excederam ao terem à sua disposição grandes financi-

amentos proporcionados por Estados ou regiões em busca de desenvolvimento econômico.

E além das instalações produtivas, exageraram na aplicação de supérfluos à época. Partiram para

grandes investimentos em paisagismo e decoração. Fachadas revestidas com mármores e outros materi-

ais de alto custo. Escritórios ricamente mobiliados com quadros de pintores famosos a emoldurar paredes.

Um automóvel do ano para cada diretor e demais mordomias só vistas em grandes empresas e em algu-

mas entidades públicas (que, de uma certa forma, não levam com o devido rigor a contenção de gastos e

investimentos supérfluos).

Logo estavam asfixiados e necessitando de novos empréstimos, cada vez mais onerosos; e entra-

ram no turbilhão de dificuldades...

Para as empresas públicas tem sido mais fácil: repassam para o povo ou tiram do governo que tira

do povo e aumenta seu "déficit". Sob este aspecto as privatizações podem ser consideradas benéficas.

3. Investimentos em:

Imobilizações Financeiras

Professor César Abicalaffe

109

Este é outro risco do qual poucos sabem se esquivar. Se a empresa "dá certo" e começa a ter bons

lucros, em breve seus proprietários começam a ser convidados para "se associarem a outros"... "diversifi-

car" etc... É a fase ―Toca-Toca‖. Há ocasiões em que tais atitudes são válidas e até necessárias, conforme

veremos adiante, mas de qualquer forma dependerão de muitos e profundos estudos. Não será apenas

baseado na intuição, no "feeling", no "acho que" que serão efetuadas compras ou fusões de empresas. Isto

porém tem também acontecido. E logo a empresa se vê forçada a desviar montantes de recursos maiores

do que previa para os "novos empreendimentos", que não retornam com a brevidade esperada.

O maior inimigo do sucesso é o próprio sucesso. Como dizem os autores do livro "Horse Sense", All

Ries e Jacques Trout, via de regra não há "segundas chances". O empresário bem sucedido num negócio

corre o risco de acreditar que "ele" é o fator principal do sucesso, quando normalmente o sucesso é devido

a bons produtos ou a uma boa idéia. A segunda empresa poderá não ter produtos ou idéias tão boas...

• PROBLEMAS COM "GIRO"

1. Produção Elevada, mas que não atingiu ainda o ponto de diluição dos GASTOS FIXOS.

Daí a importância de saber efetuar o cálculo do Ponto de Equilíbrio e a atenção com seu estudo,

inclusive a "Margem de Contribuição" em linha múltipla de produtos pelos quais se rateiam os custos fixos.

2. Estocagem em Excesso

Há ocasiões em que muitos empresários decidem "especular com estoque", visando obter maior

rentabilidade. Não se lembram de que "QUANTO MAIOR O LUCRO, MAIOR O RISCO". Na busca da

RENTABILIDADE, alguns chegam a esquecer da LIQUIDEZ. Acabam sem recursos para cumprir seus

compromissos sendo precipitados num regime de insolvência.

3. Desequilíbrio do Ciclo "Caixa - Compras e Despesas - Produção - Estoques -Vendas - Caixa" -

ocasionando ou valores em produção e estoques excessivos que prejudicam o giro do AC (Ativo Circulante)

ou valores excessivos em "AC-VALORES A RECEBER" devido a vendas a prazo em excesso ou com

prazos elevados prejudicando também o AC e por isso asfixiam o setor financeiro, impedindo-o de honrar

os compromissos empresariais nos prazos de vencimento, entre outros.

4. Prejuízos que concorrem para reduzir o Patrimônio Líquido e o Capital de Giro Próprio.

• PROBLEMAS COM "CUSTOS"

1. Pagamento de Juros Elevados e em excesso, em conseqüência do abuso na OBTENÇÃO DE

EMPRÉSTIMOS geradores de dependência.

Há pessoas que sentem um grande orgulho por receberem ofertas de créditos, em forma de Cartões

de Créditos, Limites Especiais, altos financiamentos etc... Até aí, tudo bem.

É louvável que alguém seja merecedor de tais ofertas pois conseguiu manter elevado seu bom

conceito e certamente dispõe de bens capazes de garanti-las.

Dentre essas pessoas há também um grande número delas que "sucumbe à tentação das ofertas" e

abusa de sua utilização.

Também sem efetuarem os convenientes estudos de "alavancagem" ("leverage") e sua necessária

cobertura ("coverage"), quando dão por si, ultrapassaram todos os limites de segurança recomendáveis.

E aí, às vezes, tem início um redemoinho tão violento do qual só os muito fortes saem e não sem

algumas "escoriações". Os mais fracos sucumbem e entregam seus empreendimentos, às vezes, em

troca, apenas de "livrar-se de dívidas". E aí lamentam-se por terem perdido tantos amigos que antes lhe

ofertavam altos créditos.

2. Descuido em provisionar valores para Depreciação ou para recompletamento de Instalações.

Esta tem sido uma das causas do início de um processo de fracasso vivido por empresas "antigas",

além da ausência do "super-homem" (que depois de algum tempo resolve passar o comando da compa-

nhia a seus herdeiros, por exemplo). (Fase ―ADOLESCÊNCIA‖ ou ―ARISTOCRACIA‖).

Talvez seja esta a razão pela qual alguns professores têm sugerido a inclusão no "Orçamento de

Caixa" do item Depreciação, mesmo que ela não seja "paga", ou até recomendam o efetivo depósito do

valor da depreciação em conta especial, "bloqueada, até".

Isto porque a empresa "vai muito bem" por muitos anos, até que, forçada por concorrência, mercado

etc., se vê com equipamentos velhos ou obsoletos ou inferiores aos dos seus concorrentes. Aí precisa

substituí-lo e como não teve o devido cuidado em reservar dinheiro para tal, pode entrar em dificuldades

financeiras que podem desencadear uma tendência para "over/undertrading".

Curso para Formação de Perito(a)s Consultore(a)s Contábil - Financeiro em

Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

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3. Distribuição de Lucros em Excesso.

Passados alguns meses ou anos de "bons negócios", outra reação natural do ser humano é "gozar dos

resultados obtidos" e "viver a vida". Alguns há que se excedem na retirada de lucros e acabam desfalcando o

giro da empresa. Depois, relutam em trazer de volta o giro que faz falta. (Típico ―TOCA-TOCA‖)

Há outros até que, para agradar acionistas, os distribuem em excesso!!! Comum no ciclo ―ARISTO-

CRACIA‖. Assim, "não há giro que agüente".

CAUSAS EXTERNAS DO "OVERTRADING"

Se as causas internas podem ser previstas e colocadas sob controle, há outras, externas, também

responsáveis pelo início do "OVERTRADING" e fora dos controles dos(as) empresários(as) que então precisa-

rão de muita criatividade para contorná-las:

a) INFLAÇÃO E ELEVAÇÃO DE PREÇOS (velhos "conhecidos nossos")

- A inflação obriga que os valores monetários do ativo devam atingir cifras cada vez maiores, para que a

empresa se mantenha no mesmo nível.

Se os administradores DIMINUEM A MARGEM MONETÁRIA DE LUCRO para equilibrar o

recompletamento do Ativo (com Depreciações e outras Reservas, além da solicitação de ingresso de novos

capitais próprios, por exemplo), poderão desagradar os acionistas, pois, para EQUILIBRAR AS FINANÇAS

DA EMPRESA, DESEQUILIBRAM AS FINANÇAS DOS ACIONISTAS.

Esta é também uma das razões pelas quais os Planos Econômicos, em sua maioria, não deram certo.

Ninguém quer "diminuir sua margem", só a do outro ...

Os Administradores ou Diretores Executivos, na tentativa de agradar aos acionistas e até, para "man-

terem seu emprego" (se bem que por tempo talvez curto), resolvem distribuir monetariamente LUCROS que,

saindo da empresa, desfalcam o giro e fazem-na entrar em crise financeira.

Outra causa da inflação é uma elevação tão grande dos custos das matérias primas e materiais

secundários tanto para os estoques quanto para a produção que, repassados ao preço do produto, acabam

num prazo curto a ocasionar uma recessão do mercado. Elevam-se então os estoques (ACE) desiquilibrando

a composição do circulante e lançando a empresa num processo de "crise" ("undertrading").

E então, ou a empresa parte para uma reengenharia de processo visando talvez modificar sua linha

de produtos, conforme veremos mais adiante, ou poderá: "entrar em colapso".

b) EXIGÊNCIA DE ESTOQUES CONTINGENCIAIS

Quando, por qualquer motivo, as matérias-primas necessárias à empresa não estão disponíveis no

mercado ou só são obtidas por preços cada vez mais altos (ainda uma das causas da inflação), a empresa

se verá na contingência de "estocar", além dos níveis considerados "MÍNIMOS". Há ocasiões em que faltas

momentâneas de acessórios ou materiais secundários paralisam ou diminuem a rotação de grandes valo-

res em produção (ACP - Ativo Circulante - Produtos Acabados).

Como já vimos, uma pressão nos grupos ACE e ACP devido à alta de valores que o compõem repercu-

te no EQUILÍBRIO do Ativo Circulante, forçando-o para uma tendência de "overtrading".

c) ELEVAÇÃO DE IMPOSTOS

O Estado, na tentativa de reequilibrar as suas finanças (uma das causas principais da inflação),

poderá decidir-se pelo AUMENTO DE IMPOSTOS E DO NÚMERO DELES (EMPRÉSTIMOS COMPUL-

SÓRIOS - inclusive).

Se esses impostos recaem sobre os custos e principalmente são para eles repassados, elevarão os

preços dos produtos com o que poderá haver uma retração do mercado, e, então, marcha para a

ESTOCAGEM...

Se os aumentos dos impostos recaem sobre a renda (distribuição de lucros) aí, então, o problema

tenderá a tornar-se mais sério - quando esses lucros (muitas vezes criados por má legislação) embora

representem lucros "REAIS" são porém "indisponíveis", e, sendo tributados, desfalcam o giro da empresa.

Esse último tipo de imposto, além de diminuir as disponibilidades que iriam alimentar novos ciclos

do Ativo Circulante, vai desfalcar a empresa, pois funcionará como redutor de reservas patrimoniais.

Assim, o Estado causa a inflação e depois cria impostos para serem cobrados sobre a inflação.

Para poder enfrentar tais "causas externas" com a necessária lucidez, é fundamental que pelo me-

nos as causas INTERNAS estejam sob controle!

Os pontos até aqui abordados, como pode ser facilmente observado por quem entenda "um pouquinho"

de contabilidade, podem ser transformados em: FÓRMULAS MATEMÁTICAS. Existem muitas fórmulas

para Análise de Balanços ensinadas em aulas e extraídas de dezenas de livros que abordam tal assunto.

Os professores se esmeram, principalmente nas Faculdades - e sou testemunha disso - em transmiti-las e

demonstrar sua utilidade prática. Os alunos as estudam e até fazem bons exercícios, testes e "provas" com

Professor César Abicalaffe

111

direito a "notas de aproveitamento", notas essas que parecem ser o único e principal interesse da grande

maioria dos acadêmicos. Em seus locais de trabalho profissional, porém, raramente as aplicam. Por que?

Falta de cultura contábil!!! Se ―Órgãos Públicos‖ passassem a exigí-los...

São raros os empresários a conhecer seu valor ... acham supérfluo... ainda mais se sua Contabilida-

de não registrar corretamente a situação "real" da empresa. "Não serve para nada", dizem. Até Alberto

Borges Matias, quando diretor da SERASA, a empresa que analisa balanços e cadastros para os Bancos,

principalmente, ficou extremamente surpreso quando, em 1984, lhe detalhei o projeto da criação de um

"software" especial para Análise de Balanços e balancetes, de empresas brasileiras. "No Brasil", dizia-me

ele "ninguém acredita em Contabilidade para fins gerenciais ou mesmo para fins cadastrais; neste caso, só

se unida a outras informações..."

Minha convicção, porém, era tamanha de que um dia, no Brasil, a Contabilidade e os Contabilistas

seriam valorizados e, nesse dia, precisariam de um sistema desses como "primeiro passo" para uma

Assessoria do Sucesso. No início do século XXI começa a surgir a "pressão" que poderá fazer com que a

"profecia" se realize, conforme dito anteriormente.

Assim, entre quase 3.000 fórmulas selecionei duas centenas, a maioria delas apresentadas neste

curso, criando o INDICARE, o software para Análise de Gestão Empresarial, com centenas de indicadores

de performance apontando pontos fortes ou fracos.

Um trabalho que levava até 30 dias para ser feito, com o software INDICARE, por exemplo, foi

reduzido para 2 dias. Consegui, porém raríssimos contabilistas que se dispusessem a parar de bater carim-

bos e preencher guias por 2 dias para evitar a morte de um cliente. Nem mesmo um banco que o adquiriu,

perdeu dezenas de milhões para não perder dois dias de trabalho.

A partir de 2.001 o tempo foi reduzido para alguns segundos após você digitar os dados, enviá-los

via internet e aguardar o tempo necessário ao retorno pela internet e que poderá ser extremamente curto

dependendo de seu provedor.

Suas bases porém partiam de situações "passadas" com algumas projeções. Sabe-se, porém, que a

melhor forma de se obter um Balanço Projetado - um Balanço Futuro - que permita uma análise antecipa-

da, é através de projeções orçamentárias. Assim, criei o INDICASH para planejamento Econômico-Finan-

ceiro e Patrimonial, através de Orçamentos, os quais se apresentavam como necessidade-primeira das

empresas: o controle de Caixa e Bancos com a respectiva projeção do Fluxo de Caixa (Plano de Negócios

- "Business Plans")

Aproveitando a existência de tal necessidade, a partir dela ficou mais fácil demonstrar a importância

de um Orçamento completo - Fluxo de Caixa mais Extra-Caixa, até chegar ao passo moderno da projeção

de balanços.

Foi o que vimos nas aulas detalhada e manualmente, para depois usar o computador...

No ano de 2003, um Presidente do Conselho Federal de Contabilidade – Alcedino Gomes Barbosa -

dizia em Editorial do ―Jornal do CFC - Ano 6 - nº 56:

“Não basta à profissão contábil parecer grande, deve assumir essa grandeza.”

De fato, a ―Ciência da Riqueza‖, a ―Ciência Contábil‖ é tão grande, tão bela e representa uma

verdadeira missão, que cada Contabilista, ao estudá-la com dedicação descobrirá a imensa responsabili-

dade de não diminuí-la, nem diminuir-se, contentando-se com o mínimo, quando pode fazer o MÁXIMO!

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Sustentabilidade Empresarial e (por conseqüência) ECONÔMICA DE CIDADES

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COMENTÁRIOS INTERMEDIÁRIOS

Em 1960 iniciei minha pesquisa sobre causas de fracassos e caminhos para o sucesso...

Em 1970 comecei a lecionar em Faculdades...

Em 1984 criei os softwares Indicare e Indicash, começando seus aperfeiçoamentos...

Em 1985 comecei a lecionar em Cursos de Pós-Graduação e a sintetizar o melhor...

Em 2000 estabeleci sociedade com a SELECOM – empresa de informática e reiniciamos

o software INDICARE com nova roupagem aperfeiçoando-o até 2005.

Até 2005 dediquei-me a formar Consultore(a)s, tendo formado 721 via satélite...

Sempre procurando descobrir maneiras de que a Ciência da Riqueza e da Prosperidade

- a Contabilidade - e os Contabilistas, fossem valorizados pelos empresários brasileiros.

Em 200 5 adotei outro foco além do(s) Contabilistas: Os EMPRESÁRIOS!

Deveria descobrir como levá-los a mudar uma cultura de dezenas de anos quando

enxergaram a Contabilidade apenas pela sua fácil fiscal: os impostos, e passaram a enxergar

o(a)s contabilistas mais como despachantes do que como o(a)s melhores Assessore(a)s

Consultore(a)s para a sustentabilidade empresarial, que sempre foi o grande ―sonho-de-fundo‖ de

todo empresário.

Partir de algo que ele apreciasse para então levá-lo a conhecer melhor a Contabilidade.

Duas idéias: ―Cavalo-de-Tróia‖ logo recusada porque dentro dele haviam inimigos. A outra:

KO (―Kinder-Ovo‖). Doce por fora com uma agradável surpresa por dentro. OK!

Todo empresário gostaria de participar de um ranking de MAIORES e MELHORES ou

QUEM É QUEM NA ECONOMIA, dos quais participam apenas os muito grandes.

Foi daí que surgiu a idéia do RANKING DE PARCEIROS SUSTENTÁVEIS, através do

qual uma entidade, empresa ou prefeitura poderia gerar um ranking de seus parceiros, utilizando

o INDICARE e obtendo simplesmente o SEMÁFORO e sua média geral que colocaria a empresa

em seu respectivo lugar, ajudando a empresa - a partir daí - a encontrar o caminho ―ótimo‖ para a

realização de seus sonhos.

O empresário começaria a olhar de forma diferente e a pedir explicações sobre os porquês

de suas notas e das cores verde, amarela ou vermelha...

O empresário começaria a olhar de forma diferente e a pedir explicações sobre os porquês

de suas notas e das cores verde, amarela ou vermelha...

Então poderia conhecer o CHECK-UP EMPRESARIAL, A ANÁLISE DE RISCO PARA

FINS CADASTRAIS, A ANÁLISE COMPLETA DE SUSTENTABILIDADE QUE LEVA À

CONSULTORIA DE SUSTENTABILIDADE E A FORMAÇÃO DE UM PROCESSO PARA OBTER

PARA A EMPRESA UM DIPLOMA (CERTIFICADO) DE IDENTIFICAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE

EMPRESARIAL, para o que procurariam o(a)s Consultore(a)s formados por este Curso localizados

através de um site de uma rede nacional.

A esperança é de que mudemos a história da utilização da Contabilidade em nosso país

e com isso não apenas criemos empresas para gerar empregos, mas que as mantenhamos

VIVAS, SUSTENTÁVEIS !

Prof. César Abicalaffe