6
Oecologia aquatica, 6: 85-89. 1982 Resultados preliminares sobre a cartografía bentónica do estuário do río Sado (Setúbal, Portugal) PAULO PINTO Departamento de Biologia da Universidade de Évora. Largo dos Colegiais 7001 Évora Codex INTRODUPAO Na sequ&ncia de trabalhos anteriores referentes á estructura cenótica do es- tuário do rio Sado (ANDRADE & CANCELA DA FONSECA, 1979, 1980) apresentam-se agora os primeiros resultados referentes ao material biológico colhido na campa- nha de Fevereiro de 1979. Como as identi ficag5es dos seres vivos ainda inao se encontram concluídas, só é possível apre sentar de momento alguns resultados pre- liminares referentes a Isópodes, Equino- dermes (grupos em que a tarefa de iden- tificaga3 se encontra concluída) e Poli- quetas. Uma vez concluídas as identifica- g5es dos restantes grupos, proceder-seá ao seu tratamento em conjunto com os dados náo biológicos, em colaboraga5 com Andrade e Candela da Fonseca e de acordo com a metodologia por estes já definida (ANDRADE & CANCELA DA FONSECA, 1979). Trabalho realizado no Servigo de Estudos do Ambiente -Lisboa, Portugal- no ámbito do pro- jecto "Impacto da Central Termoeléctrica de Setúbal". MATERIAL E MÉTODOS As colheitas de sedimento foram efectuadas com uma draga tipo Van Veen de 0,1 m 2 de área útil. A análise bioló- gica só se debrugou sobre a fracgao maior de 1190 Alm a qual foi fixada em formol a 10 % neutralizado. A detecgáo dos seres vivos nas diferentes colheitas foi facilitada pela junga5 de uma solu- ga5 aquosa de Rosa de Bengale algum tem- po antes da sua triagem em laboratório. A determinagáo da granulometria do sedimento foi feita através de uma pilha de crivos de malha calibrada de acordo com a escala de Wentworth (0), utilizando-se as seguintes malhas: -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4. A separagáo das dife- rentes fracg5es, á excepgáo da menor de 62)um que se efectuou por via humida, foi feta após secagem em estufa duma amostra de sedimento. A visualizagáo das relag5es exis- tentes entre as espécies e o tipo de sedimento em que ocorrem, foi feita atra vés da determinagáo das suas áreas envol y entes (TOULEMONT, 1972). Para a deter- minagáo das áreas envolventes colocam- -se num gráfico todas as curvas granulo- Oecologia aquatica. 6: 85-89. 1982 Resultados prelim inares sobre a cartografía bentónica do estuário do río Sado (Setúbal, Portugal) �': PAULO PINTO . Departamento de Biologia da Universidade de vora. Largo dos Colegiais 71 vora Codex INTROOUAO Na sequ encia d e trabalhos anteriores referentes a estructura cenótica do es- tuário do rio Sado (ANDRADE & CANCELA DA FONSECA, 1979 , 1980) apresentam-se agora os primeiros resultados referentes ao material biológico colhido na campa� nha de Fevereiro de 1979. Como as ident i ficagoes d os seres vi vos ainda ñao se encontram concluídas, só é poss ível apr� sentar de momento alguns resulta dos pre- liminares referentes a Isópodes, Equino- dermes (grupos em que a tare fa de iden- tificagao se enc ontra concluída) e Poli- quetas . Ua vez concluídas as identifica- goes dos restantes grupos, proceder-seá ao seu tratamento em conjunto com os dados nao biológicos, em col aboraga o com Andrade e Candela da Fonseca e d� acordo com a metodologia por estes já definida (ANDRADE & CANCELA DA FONSECA, 1979 ) . Trabalho real i zado no Servio de Estudos do Ambiente -Lisboa, Portugal- no b i to do pro- MATERi At E Mttoos As colheitas de sed imento foram efectuadas com ua draga tipo Van Veen de 0,1 m 2 de área útil. A análise bioló- gica só se debru gou sobre a fracg ao maior de 1190 �m a qual foi fixada em formol a 10 % neutralizado. A detecg ao dos seres vivos nas diferentes colhei tas foi facilitada pela jungao de ua s olu- gao aqu osa de Rosa de Bengale a lgum tem- po antes da sua triagem em laboratório. A determinagao d a granulometria do sedimento foi fei ta através de ua pilha de crivos de malha calibrada de acordo com a escala de Wentworth (�), utilizando-se as seguintes malhas: -2, -1, O , 1 , 2, 3, 4. A separag ao das dife- rentes fracgoes, a excepgao d a menor de 62m que se efectuou por via humida, foi feta após secagem em estufa duma amostra de sedimento. A visualizag ao d as relagoes exis- tentes entre as espécies e o tipo de sedimento em que ocorrem, foi feita atra vés da determinag ao d as suas áreas envoventes (TOULEMONT, 1972) . Para a deter- je cto "Impacto da Central Termoeléctrica de min a a o da s á re as envolve ntes colocam- Setúbal" . -se num gráfico todas as curvas granulo -

Resultados preliminares sobre a cartografía bentónica do

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Resultados preliminares sobre a cartografía bentónica do

Oecologia aquatica, 6: 85-89. 1982

Resultados preliminares sobre a cartografíabentónica do estuário do río Sado(Setúbal, Portugal)PAULO PINTODepartamento de Biologia da Universidade de Évora. Largo dos Colegiais 7001 Évora Codex

INTRODUPAO

Na sequ&ncia de trabalhos anteriores

referentes á estructura cenótica do es-

tuário do rio Sado (ANDRADE & CANCELA

DA FONSECA, 1979, 1980) apresentam-se

agora os primeiros resultados referentes

ao material biológico colhido na campa-

nha de Fevereiro de 1979. Como as identi

ficag5es dos seres vivos ainda inao se

encontram concluídas, só é possível apre

sentar de momento alguns resultados pre-

liminares referentes a Isópodes, Equino-

dermes (grupos em que a tarefa de iden-

tificaga3 se encontra concluída) e Poli-

quetas.

Uma vez concluídas as identifica-

g5es dos restantes grupos, proceder-seá

ao seu tratamento em conjunto com os

dados náo biológicos, em colaboraga5

com Andrade e Candela da Fonseca e de

acordo com a metodologia por estes já

definida (ANDRADE & CANCELA DA FONSECA,

1979).

• Trabalho realizado no Servigo de Estudos doAmbiente -Lisboa, Portugal- no ámbito do pro-

jecto "Impacto da Central Termoeléctrica de

Setúbal".

MATERIAL E MÉTODOS

As colheitas de sedimento foram

efectuadas com uma draga tipo Van Veen

de 0,1 m2 de área útil. A análise bioló-

gica só se debrugou sobre a fracgao

maior de 1190 Alm a qual foi fixada em

formol a 10 % neutralizado. A detecgáo

dos seres vivos nas diferentes colheitas

foi facilitada pela junga5 de uma solu-

ga5 aquosa de Rosa de Bengale algum tem-

po antes da sua triagem em laboratório.

A determinagáo da granulometria

do sedimento foi feita através de uma

pilha de crivos de malha calibrada de

acordo com a escala de Wentworth (0),

utilizando-se as seguintes malhas: -2,

-1, 0, 1, 2, 3, 4. A separagáo das dife-

rentes fracg5es, á excepgáo da menor

de 62)um que se efectuou por via humida,

foi feta após secagem em estufa duma

amostra de sedimento.

A visualizagáo das relag5es exis-

tentes entre as espécies e o tipo de

sedimento em que ocorrem, foi feita atra

vés da determinagáo das suas áreas envol

yentes (TOULEMONT, 1972). Para a deter-

minagáo das áreas envolventes colocam-

-se num gráfico todas as curvas granulo-

Oecologia aquatica. 6: 85-89. 1 982

Resu ltados prel imi nares sobre a cartografía bentón ica do estuário do río Sado (Setúbal , Portuga l ) �':

PAULO PI NTO .

Departamento de Biologia da Universidade de lO.vora. Largo dos Colegiais 7001 lO.vora Codex

INTROOUC;AO

Na sequencia de trabalhos anteriores

referentes a estructura cenótica do es-

tuário do rio Sado ( ANDRADE & CANCELA DA FONSECA , 1 979 , 1980 ) apresentam-se

agora os primeiros resultados referentes

ao material b iológico colhido na campa�

nha de Fevereiro de 1979 . Como as identi

ficagoes dos seres vi vos ainda ñao se encontram concluídas , só é poss ível apr� sentar de momento alguns resultados pre­l iminares referentes a I sópodes , Equino­dermes ( grupos em que a tare fa de iden­

tificagao se encontra concluída ) e Pol i­

quetas . Urna vez concluídas as identi fica­

goes dos restantes grupos , proceder-seá

ao seu tratamento em conjunto com os

dados nao b iológicos , em colaboragao

com Andrade e Candel a da Fonseca e d� acordo com a metodologia por estes j á

definida ( ANDRADE & CANCELA DA FONSECA ,

1 979 ) .

lO Trabalho real i zado no Servi<;o de Estudos do

Ambiente -Lisboa , Portugal- no limb i to do pro-

MATERiAt E Mttcfoos

As colhei tas de sedimento foram

efectuadas com urna draga t ipo Van Veen de 0 , 1 m2 de área útil . A análise b ioló­gica só se debrugou sobre a fracgao

maior de 1 190 �m a qual foi fixada em

formol a 10 % neutrali zado . A detecgao

dos seres vivos nas d iferentes colheitas

fo i fac i litada pela j ungao de urna solu­gao aquosa de Rosa de Bengale algum tem­

po antes da sua triagem em laboratóri o .

A determinagao d a granulometria do sedimento foi fei ta através de urna

p i lha de crivos de malha cal ibrada de

acordo com a escala de Wentworth ( � ) , uti l i zando-se as seguintes malhas : -2 , -1 , O , 1 , 2 , 3 , 4 . A separagao das dife­

rentes fracgoes , a excepgao da menor

de 62 }Um que se efectuou por via humida ,

fo i feta após secagem em estufa duma amostra de sedimento .

A visua l i zagao das relagoes exis­tentes entre as espécies e o t ipo de sedimento em que ocorrem , foi fe i ta atra vés da determinagao das suas áreas envo� ventes ( TOULEMONT , 1972 ) . Para a deter-

j ecto " I mpacto da Central Termoeléctrica de minac;ao das áre as envolventes colocam-

Setúbal" . -se num gráfico todas as curvas granulo-

Page 2: Resultados preliminares sobre a cartografía bentónica do

O 10•• ,0•0

I 14441 14Estuário do

Sado1A

Cr

Penins ade Troi

N

86

PAULO PINTO

Fig. 1. Manchas de distribuiqáo de A - Sphaeroma modoni; B - Cyathura carinata; C - Melinna

palmata.

Fig. 1. Distribution areas of A - Sphaeroma monodi; B - Cyathura carinata; C - Melinna palmata.

métricas (neste caso frequéncias cumula-

tivas) referentes aos locais de colhei-

ta em que uma dada espécie ocorre. Segui

damente tragam-se as curvas majorante

e minorante deste conjunto de curvas,

obtendo-se, assim, uma área que se deno-

mina por área envolvente.

Pela análise das áreas envolventes

podemos ver se a espécie é característi-

ca de um dado tipo de sedimento (curvas

limitantes sensivelmente paralelas e

pouco afastadas entre si) ou, se pelo

contrário, pode colonisar vários tipos

de sedimento (curvas limitantes afasta-

das e divergentes entre si).

RESULTADOS

Foram detectadas 4 espécies de Isó-

podes, das quais ressaltam pela sua ma-

ior ocorréncia Sphaeroma monodi (47 exem

plares em 18 locais de colheita) e Cya-

thura carinata (24 exemplares em 8 lo-

cais de colheita). S. monodi ocorre em

3 manchas situadas respectivamente: na

entrada do canal Sul, no canal Norte

e na entrada do esteiro da Marateca.

C carinata ocorre em duas manchas si-

tuadas respectivamente: no canal Norte,

englobando a mancha de S. monodi e outra

na entrada do Canal de Alcácer.

86

" . . JI, •

PA U LO PI NTO

........ 1-+1 -11--+1--+--+--+--41 Estuár io do Sado

bd A h�:;:"f:::·'1 B

ITIJ e

"'::---.... , ' .... ,'�

N \

c.f

'....... " ,---.. ,-", '\.! .... _, \ ..

F ig . 1 . Manchas de di stribui <;ao de A - Sphaeroma modoni ; B - Cyathura carinata ; C - Me l inna

palmata .

F i g . l . D i s t r i bu t i on areas of ti - Sphaeroma monod i ; B - Cya thura carinata ; C - Mel i nna pa l mata .

métri cas ( neste caso frequenc ias cumula­

tivas ) referentes aos locais de colhei­ta em que uma dada espéc i e ocorre . Segu� damente tra�am-se as curvas majorante

e minorante deste conj unto de curvas ,

obtendo-se , assim , uma área que se deno­mina por área envolvente .

Pela análise das áreas envolventes

podemos ver se a espécie é caracterí sti-

ca de um dado tipo de sedimento ( curvas

l imi tantes sens ivelmente paralelas e

pouco afastadas entre s i ) ou , se pelo

contrário , pode colonisar vários tipos

de sedimento ( curvas l imitantes afasta­

das e divergentes entre s i ) .

R ESULTADOS

Foram detectadas 4 espéc ies de Isó­

podes , das quais ressaltam pela sua ma­

ior ocorrenc ia Sphaeroma monodi ( 47 exem plares em 18 locais de colheita ) e Cya­

thura carinata ( 24 exemplares em 8 1 0-cais de colhei ta ) . S . monodi acorre em

3 manchas s'i tuadas respectivamente : na

entrada do canal Sul , no canal Norte e na entrada do esteiro da Marateca .

C . carinata ocorre em duas manchas s i-

tuadas respectivamente : no canal Norte ,

englobando a mancha de S . monodi e outra na entrada do Canal de Alcácer .

Page 3: Resultados preliminares sobre a cartografía bentónica do

o iodioa al al Estuário do

Sado 1 1 A

c

eIss

o e

\'n; \ \,

\ \ n

Nilowym

CARTOGRAFIA BENTÓNICA DO ESTUARIO DO SADO 87

No respeitante aos Equinodermes

detectaran-se 8 espécies, das quais re-

ssaltam pela sua maior ocorréncia: Psam-

mechinus miliaris (32 exemplares em 4

locais de colheita), Amphipholis squa-

mata (31 exemplares em 8 locais de col-

heita), Echinocyamus pusillus (9 exem-

plares em 7 locais de colheita) e Amphi-

ura chiajei (9 exemplares em 2 locais

de colheita). De entre estas espécies

só Amphipholis squamata e Echinocyamus

pusillus apresentam manchas de distri-

bui9áo mais vastas, situadas junto a

Setúbal, para além de outras ocorréncias

pontuais.

Náo se encontrando os Poliquetas

totalmente identificados salienta-se,

contudo, a grande ocorrincia de Melinna

palmata (cerca de 507 exemplares em 15

locais de colheita), a qual ocorre em

duas manchas na margem Norte e numa ter-

ceira de menor importáncia na entrada

do canal de Alcácer.

DISCUSSÁO

Analizando as áreas envolventes

das duas espécies de Isopodes já cita-

das, notamos existir una certa especifi-

cidade de S. monodi em relaÇáo ao tipo

de sedimento, dado que as curvas limi-

tantes da área envolventes sáo quase

paralelas e pouco afastadas entre si.

Penins ade Troia

N

Fig. 2. Manchas de distribuigáo de A - Echinocyamus pusillus; B - Amphipholis squamata.

Fig. 2. Distribution areas of A - Echinocyamus pusillus; B Amphipholis squamata.

CARTOG RAFIA BENTÓ N I CA DO ESTUÁRIO DO SADO

No respei tante aos Equinodermes detectaram-se 8 espéc ies , das quais re­ssal tam pela sua maior ocorrenc i a : Psam­

mechinus m i l iaris ( 32 exemplares em 4 locais de colhe ita ) , Amph iphol i s squa­mata ( 31 exemplares em 8 locais de col­

heita ) , Echinocyamus pusi l lus ( 9 exem­

plares em 7 locais de colhe ita ) e Amphi­

ura chiaj e i ( 9 exemplares em 2 locais de colhei ta ) . De entre estas espéc ies

só Amphiphol i s squamata e Echinocyamus

pus il lus apresentam manchas de di stri­

bui�ao mai s vastas , s i tuadas j unto a

Setúbal , para além de outras ocorrenc ias

pontuais . Nao s e encontrando o s Pol iquetas

totalmente

N

\

identi fi cados sal ienta-se ,

l ' " I I I I I , . t .

Estuário do Sado

87

contudo , a grande ocorrenc ia de Mel inna

palmata ( cerca de 507 exemplares em 1 5

locais d e colhe i ta ) , a qual ocorre em

duas manchas na margem Norte e numa ter­ceira de menor importanc ia na entrada

do canal de Al cácer .

DISCUSSAO

Anali zando as áreas envolventes

das duas espéc ies de I sopodes já ci ta­das , notamos existir uma certa espec ifi­

c idade de S . monodi em rela�ao ao tipo

de sedimento , dado que as curvas l imi­tantes da área envolventes sao quase

paralelas e pouco afastadas entre s i .

c:t .'

bd A

OJJ B

"' --"" ', " ... "!'---..... ,-'" .. ,, ...

F i g . 2 . Manchas de distr ibui�ao de A - Echinocyamus pus i l lus ; B - Amphiphol i s squamata .

F i g . 2. D i s t r i bu t i on areas of A - Echi nocyamus pus i l l us ; B - Amphiphol i s squama t a .

Page 4: Resultados preliminares sobre a cartografía bentónica do

32 4 y0

so-

88 PAULO PINTO

1.•-L 1 A

l l 9

50"

o ----T"-2

n

-I

y

I1

2 ; 4 O

Fig. 3. Áreas envolventes de A - Sphaeroma mo-

nodi; B - Cyathura carinata.

Fig. 3. Involving areas of A Sphaeroma monodi;

- Cyathura carinata.

Fig. 4. Áreas envolventes de A - Amphiphol:.

squamata; B 2 Echinocyamus pusillus.

Fig. 4. Involving areas of A - Amphipholis squamat

B -Ychinocyamus pusillus.

S. monodi revela apresentar uma acentua-

da preferIncia por sedimentos com grande

percentagem em areia grosseira e areia

média (de dimens5es compreendidas entre

0,25 mm e 1 mm), fracgóes estas que ul-

trapassam quase sempre 70 % da totalida-

de. C. carinata pelo contrário revela

náo ter grande especificidade em relagáo

ao tipo de sedimento, dado o grande

afastamento e divergéncia das curvas

limtantes da área envolvente.

Passando agora a analizar as áreas

envolventes de A. squamata e E. pusillus

(das restantes náo se determinou a área

envolvente, em consequIncia do reduzido

número de locais de colheita em que oco-

rriam), notamos que ambas sáo larga-

e divergentes, parecendo (?), contudo,

A. squamata apresentar uma maior especi-

ficidade em relagáo ao tipo de sediment‹

do que E. pusillus, já citada como espé-

cie euritópica (TOULEMONT, 1972).

Por último de notar que as dual

manchas de distribuigáo de Melinna pal-

mata existentes na margem Norte se si-

tuam em zonas do estuário onde a rela-

gáo Cu/AI no sedimento é mais elevada

(VALE & SUNDBY, 1980). Desconhecendo-

-se de momento se existirá alguma rela-

gáo, fica contudo, como ponto em aberto.

88

% l • • � A

CJ e

F i g . 3 . Areas envol ventes de A - Sphaeroma mo­

nodi ; B - Cyathura carinata .

PAULO PI NTO

I �. 1 ..

so

-1

F ig . 4 . Areas envolventes de A - Amphipho l :

squamata ; B -' Echinocyamus pusil lus .

F i g . 3 . Invo l v ing areas of ti - Sphaeroma monod i t . F i g . 4. Involving areas o f A - Amphipho l i s ' squamat B - �hura car inata .

S . monodi revela apresentar urna acentua­

da preferenc ia por sedimentos com grande

percentagem em are ia grosse ira e areia

médip ( de dimensoes compreendidas entre

0 , 25 mm e 1 mm ) , frac�oes estas que ul­

trapassam quase semp�e 70 % da total ida­

de . C . carinata pelo contrário revela

nao ter grande espec ificidade em rela�ao

ao tipo de s edimento , dado o grande

afastamento e divergenci a das curvas l imtantes da área envolvente .

Passando agora a anal izar as áreas

envolventes de A . squamata e E . pus i l lus ( das restantes nao s e determinou a área

envol vente , em conse quenc ia do reduzido

II - .Echinocyamus pus i l lus .

número de locais de colhei ta em que oco­

rriam ) , notamos 'que ambas sao larga:'. e divergentes , parecendo ( ? ) , contudo .

A . squamata apresentar urna maior especi­fi c idade em rela�ao ao tipo de sediment�,

do que E . pus i l lus , j á c itada como espé­

c i e euritópica ( TOULEMONT , 1972 ) .

Por úl timo de notar que as duas

manchas �e distribui�ao de Mel inna pal­

mata existentes na margem Norte se si­

tuam em zonas do estuário onde a rela-

�ao Cu/Ar no sedimento é mais el evada

( VALE & SUNDBY , 1 980 ) . Desconhecendo--se de momento se existirá alguma rela­�ao , fica contudo , como ponto em aberto .

Page 5: Resultados preliminares sobre a cartografía bentónica do

CARTOGRAFIA BENTÓNICA DO ESTUÁRIO DO SADO 89

AGRADECIMENTOS

Dr. Luis Fonseca; Laboratório Marítimo

da Guia, F.C.L.

Dr. Vasco Marques; pela identificacáo

dos Equinodermes do presente estudo;

Laboratório Marítimo da Guia F.C.L.

- Dr. Francisco Andrade; Laboratório

Marítimo da Guia. F.C.L.

SUMMARYPRELIMINARY RESULTS ON THE BENTHIC CARTOGRAPIIY • OF THE SADO RIVER ESTUARY

(SETUBAL, PORTUGAL)

In this paper the first results concerningthe estuarine macrobenthic cartography on theSado River (Setúbal, Portugal) are presented.

Some relationships between species of Isopodsand Echinoderms had been investigated using,

as methodology the determination of involvingareas.

The great affinity between Sphaeroma mono-di and the sediment centered on coarse sand

and medium sand is emphasized.

BIBLIOGRAFIA

ANDRADE, F. & CANCELA DA FONSECA, L., 1979.Estratégia de amostragem num ecossistema

béntico estuarino, visando a análise numé-

rica da sua estructura e evolugáo (Estuá-

rio do Sado, Portugal). Com. no Simposiode Estudios del Bentos Marino, S. Sebas-

tián (a aguardar publicacáo).ANDRADE, F. & CANCELA DA FONSECA, E., 1980.

The coenotic structure of the Sado Estuary

(Setúbal, Portugal). Numerical Treatment

using a multivariated analisys. Prelimi-nary approach. Com . no seminário Presentproblems of oceanography in Portugal. Co-

missáo permanente de IVOTAN, Lisboa, Por-

tugal.

FAUVEL, P., 1977. Polychétes sédentaires. Faune

de France, 16. Faculté des Sciences. Pa-ris.

NAYLOR, E., 1974. British Marine Isopods. Aca-demic Press. London and New York.

TOULEMONT, A., 1972. Influence de la naturegranulométrique des sediments sur lesstructures benthiques. Baies de Douarnenezet d'Audierne (Ouest-Finistére). Cah.Biol. Mar., 13:91-136.

VALE, C. & SUNDBY, B., 1980. Heavy metals insediments of Sado Estuary. Com . no Semi-nário Present problems of oceanography

in Portugal. Comissáo permanente da IVO-TAN. Lisboa. Portugal.

CARTOGRAFIA BENTÓ N I CA DO ESTUARIO DO SADO

AGRADECIMENTOS

- Dr . Lui s Fonseca ; Laboratór io Mar ítimo

da Guia , F . C . L . - Dr . Vasco Marques ; pela identi fica�ao

89

dos Equ inodermes do presente estudo ;

Laboratório Marítimo da Guia F . C . L .

Dr . Franci sco Andrade ; Laboratório

Mar ítimo da Guia . F . C . L .

SUMMARY PRELI M INARY RESULTS O N T H E BENT H IC CARTOGRAP H Y' O F T H E SADO RIVER ESTUARY

( SETÚBAL ; PORTUGAL)

In this paper the first resul ts concerning

the estuar ine macrobenthi c c artography on the

Sado R i ver ( Se túbal , Portugal ) are ·presented .

Some relat ionships b e tween species of I sopods

as methodology the determination o f invol ving

areas .

The great affini ty between Sphaeroma mono"':

di and the s ediment centered on coarse s and

and Ech inoderms had b een i nvestigated u s ing, and medium s and is emphas ized .

BIBLI OGRAFIA

ANDRADE , F. . & CANCELA D A FONSECA , L . , 1 979 .

Es tratégia de amostragem num ecossis tema

F AUVEL , P . , 1 977 . Polychetes sédentaires . Faune

de Franc e , 16 . Faculté des S c iences . Pa-

bentico es tuarino , v isando a anál ise numé- ris .

rica da sua estructura e evolu�ao ( Estuá- NAYLOR , E . , 1 974 . British Marine I sopods . Aca-

rio do Sado , Portugal ) . Com o no S imposio demic Pre s s . London and New York .

d� E s tudios del Bentos Marino , S . Sebas­

tián ( a aguardar publ i c a�ao ) .

ANDRADE , F . & CANCELA DA FONSECA , L . , 1 980 .

The c oenotic s tructure of the Sado Estuary

( Se túbal , Portugal ) . Numeri cal Treatment

TOULEMONT , A . , 1972 . Influence de la nature

granulométrique des sed iments sur les

s truc tures benthiques . Baies de Douarnenez

.e t d' Audierne ( Ouest-F inistere ) . Cah .

Biol . Mar . , 1 3 : 91-136 .

us ing a mul tivar iated anal i sys . Pre 1 imi- VALE , C . & SUNDBY , B . , 1 980 . Heavy metals in

nary approach . Com o no s eminário Present sediments o f Sado Es tuary . Com o no Semi-

problems o f oceanography in Portugal . Co­

m issao permanente de IVOTAN , L i sboa , Por­

. tuga1 .

nário Present probl ems of oceanography

in Portugal . Comissao permanente da IVO­

TAN . Li sboa . Portugal .

Page 6: Resultados preliminares sobre a cartografía bentónica do