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1 RESUMO No presente trabalho, pretende-se analisar o desempenho histórico da empresa e estimar o seu valor utilizando o fluxo de caixa descontado. Todavia, esta análise visa fornecer informações aos actuais e futuros investidores para reflexão sobre eventuais tomadas de decisão de investimento. A avaliação baseada no fluxo de caixa descontado é considerada, por diversos autores, como uma das ferramentas mais eficazes para a mensuração do valor de uma empresa, por trazer o valor presente de expectativas futuras a uma taxa de desconto condizente com a realidade económica em que a empresa esta inserida. Para este estudo, utilizou-se a empresa CVTelecom com o propósito de analisar o seu desempenho a partir de 1996 até o ano de 2008 com a privatização e separação dos ex CTT (Correios Telefone e Telegramas), bem como avaliar o seu valor de mercado. Como opções metodológicas, fez-se a pesquisa bibliográfica e recolha de informações económicas e financeiras nos relatórios de contas nomeadamente Balanço e Demonstração de Resultado enquadrando-os no novo normativo contabilístico, de modo a facilitar a realização desta investigação. Utilizou-se também a regressão linear para analisar o EVA (Valor Económico Agregado) e outros indicadores em forma de rácios com o intuito de verificar o crescimento da CVTelecom e projectar o fluxo de caixa. Palavras-chaves: Avaliação, Fluxo de Caixa, Valor Económico Adicionado, Rácios. ABSTRACT The present work intends to analyze the historic performance of a company and estimate his value through the Cash Flow Discounted. However, this works direct at information to take decision of future and current investors. The valuation based in Cash Flow is considered by many authors as one of the most effective tools for measuring the value of a company, because bring the present value the future

RESUMO - portaldoconhecimento.gov.cv · análise de regressão linear. No terceiro capítulo, apresentou a empresa em análise, começando por relatar um breve historial, identificando

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1

RESUMO

No presente trabalho, pretende-se analisar o desempenho histórico da empresa e estimar o seu

valor utilizando o fluxo de caixa descontado. Todavia, esta análise visa fornecer informações

aos actuais e futuros investidores para reflexão sobre eventuais tomadas de decisão de

investimento.

A avaliação baseada no fluxo de caixa descontado é considerada, por diversos autores, como

uma das ferramentas mais eficazes para a mensuração do valor de uma empresa, por trazer o

valor presente de expectativas futuras a uma taxa de desconto condizente com a realidade

económica em que a empresa esta inserida.

Para este estudo, utilizou-se a empresa CVTelecom com o propósito de analisar o seu

desempenho a partir de 1996 até o ano de 2008 com a privatização e separação dos ex – CTT

(Correios Telefone e Telegramas), bem como avaliar o seu valor de mercado. Como opções

metodológicas, fez-se a pesquisa bibliográfica e recolha de informações económicas e

financeiras nos relatórios de contas nomeadamente Balanço e Demonstração de Resultado

enquadrando-os no novo normativo contabilístico, de modo a facilitar a realização desta

investigação. Utilizou-se também a regressão linear para analisar o EVA (Valor Económico

Agregado) e outros indicadores em forma de rácios com o intuito de verificar o crescimento

da CVTelecom e projectar o fluxo de caixa.

Palavras-chaves: Avaliação, Fluxo de Caixa, Valor Económico Adicionado, Rácios.

ABSTRACT

The present work intends to analyze the historic performance of a company and estimate his

value through the Cash Flow Discounted. However, this works direct at information to take

decision of future and current investors.

The valuation based in Cash Flow is considered by many authors as one of the most effective

tools for measuring the value of a company, because bring the present value the future

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expectations of a discounted rate commensurate with the economic reality in which the

company is inserted.

This paper used this company, because as it was privatized since nineteen ninety four, as the

result of separation between the ex- Telephony, Post and Telegram, with the purpose do

analyze his performance after the privatization and in the same time to evaluate his value

market. As a methodology, carried out a bibliographic research and collecting the economics

and financial information annual reports, to update according to the new accounting plan way

to facility the execution of this work. Also, used it linear regression to analyze the Economic

Value Added and others indicators in the shape of ratio to examine the growth of company

and project the Cash Flow.

Keywords: Valuation, Cash flow, EVA, Ratio

INDÍCE

INDÍCE ................................................................................................................... 2

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5

1. Tema ............................................................................................................................ 5

2. Contextualização do Problema ...................................................................................... 5

3. Objectivos. ................................................................................................................... 5

Objectivo geral .................................................................................................................... 5

Objectivos específicos .......................................................................................................... 6

4. Relevância do estudo ................................................................................................... 6

5. Hipóteses a serem testados .......................................................................................... 7

6. Estrutura do Trabalho .................................................................................................. 7

CAPÍTULO 1 .............................................................................................................. 8

REVISÃO DA LITERATURA E ENQUDRAMENTO TEÓRICO- CONCEPTUAL ..................... 8

1. Alguns pressupostos teóricos sobre avaliação financeira .............................................. 8

2. Análise Financeira ..................................................................................................... 10

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3. Avaliação Baseada no Fluxo de Caixa Descontado ....................................................... 11

4. Método de Rácios .................................................................................................... 13

5. Análise de Investimentos ......................................................................................... 17

6. EVA – Valor Económico Agregado ............................................................................. 20

CAPÍTULO 2 ............................................................................................................ 21

2. METODOLOGIA ................................................................................................ 21

2.1 Critérios de Avaliação de Investimentos .................................................................... 22

2.2 Especificação do Problema ..................................................................................... 24

2.3 Colecta e Análise de Dados ..................................................................................... 25

2.4 Regressão Linear Simples ...................................................................................... 25

CAPÍTULO 3 ......................................................................................................... 26

3. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ....................................................................... 26

3.1 Breve Historial e Caracterização .............................................................................. 26

3.2 Missão ..................................................................................................................... 27

3.3 Visão ...................................................................................................................... 27

3.4 Capital ..................................................................................................................... 27

CAPÍTULO 4 ............................................................................................................ 28

DISCUSSÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS .................................................................. 28

4.0 Nota Prévia .............................................................................................................. 28

4.1 Análise de Rácios ...................................................................................................... 28

4.2. Análise de Indicadores ............................................................................................... 35

CAPÍTULO 5 ......................................................................................................... 44

5. CONCLUSÕES FINAIS ........................................................................................ 44

5.1 Conclusão .................................................................................................................... 44

5.2 Recomendações .......................................................................................................... 46

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4

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 46

ANEXO.................................................................................................................. 48

INDICE DE FIGURAS E TABELA

Figura 1…………………………………………………………………………….…….…...28

Figura 2 ………………………………………………………………………….………..….29

Figura 3……………………………………………………………………………………….30

Figura 4…………………………………………………………………………….………....30

Figura 5……………………………………………………………………………………….31

Figura 6……………………………………………………………………………….….…..32

Figura 7…………………………………………………………………………….………...33

Figura 8…………………………………………………………………………….………....34

Figura 9…………………………………………………………………………………..…...35

Figura10…………………………………………………………………………….………...36

Figura 11……………………………………………………………………………………...37

Figura 12……………………………………………………………………………………...38

Figura 13……………………………………………………………………………………...39

Figura 14…………………………………………………………………………...................40

Figura 15……………………………………………………………………………………...41

Figura 16……………………………………………………………………………………...41

Figura 17……………………………………………………………………………………..42

Figura 18………………………………………………………………………………..…….43

Tabela 1……………………………………………………………………………….….…..44

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5

INTRODUÇÃO

1. Tema

Esta dissertação intitula-se “ Análise do desempenho financeiro e determinação do valor da

empresa CVTelecom. Propõe-se essencialmente analisar e avaliar o desempenho financeiro e

da empresa CV Telecom a partir de 1996 com a privatização e separação dos ex – CTT

(Correios Telefone e Telegramas), bem como avaliar o seu valor de mercado. E para uma maior

clareza de discussão dos dados, efectuou-se algumas análises teóricas à luz de

pressupostos/conceitos referidos no âmbito das teorias sobre análise e avaliação de empresas.

2. Contextualização do Problema

No mundo globalizado, em que se vive hoje percebe-se as constantes mudanças que ocorrem

no mundo empresarial. Porém com o avanço das tecnologias, as cobranças por melhores

resultados são vistas por todos, principalmente no que se trata da parte financeira de uma

organização empresarial.

Os resultados financeiros podem ser positivos e estar abaixo às expectativas do mercado, o que

evidencia deficiências em alguns, pois, pode tornar-se pouco atractivo para os stakeholders.

Tendo em análise essa situação desajustada parte-se para o seguinte problema de pesquisa: Será

que os resultados da empresa CV Telecom tem sido satisfatórios?

3. Objectivos.

Objectivo geral

Analisar a viabilidade financeira e avaliar a empresa CV Telecom, de forma a oferecer

subsídios para maior informação e tomada de decisão dos Stakeholders.

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Objectivos específicos

o Analisar a evolução dos rácios financeiros da empresa

o Oferecer informações aos actuais e futuros investidores

o Averiguar se o indicador de desempenho – EVA criou ou destruiu valor para a empresa.

o Estimar/determinar o valor da empresa através de Fluxo de Caixa Descontado.

4. Relevância do estudo

A análise financeira é um instrumento de extrema relevância para decidir sobre eventuais

investimentos numa determinada empresa. Hoje, no contexto em que se vive, as alternativas de

investimentos são várias de modo que as empresas que não tiveram informações financeiras

actualizadas dificilmente conseguirão atrair investidores.

Analisar financeiramente uma empresa significa qualificar o resultado financeiro da mesma,

seja ele positivo ou negativo, ou seja, lucro ou prejuízo. Ao contrário do que se pode imaginar,

a análise financeira ou análise de indicadores não serve apenas para ajudar na própria gestão da

empresa. Contudo, pode ser fundamental na obtenção de financiamentos, pois os bancos, em

geral, analisam a capacidade de a empresa arcar com os encargos da dívida por meio desses

mesmos indicadores. Essa capacidade é medida pelos indicadores de liquidez e de estrutura de

capital da empresa.

Além disso, a avaliação financeira pode ajudar a convencer os sócios existentes, ou potenciais,

a investir mais dinheiro na empresa. Afinal, um accionista que obtém ganhos elevados com

relação ao capital que investiu, o que é medido por meio dos indicadores de rentabilidade,

provavelmente irá se interessar em injectar mais dinheiro na empresa.

No caso da gestão da empresa, os indicadores de actividade permitem que o empresário consiga

estimar quanto tempo leva, em média, para que seus estoques acabem, ou quanto tempo, leva

para receber no caso de vendas a prazo, ou até mesmo quanto tempo em média ele demora em

pagar os seus fornecedores.

Brealey e Myers (1988, p.794) salientam que a viabilidade financeira é necessária porque as

decisões de investimento e de financiamento interagem e não devem ser tomadas isoladamente.

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“O planeamento financeiro formaliza o método pelo qual as metas financeiras devem ser

alcançadas” Ross e Jaffe . (op.cit) conduzem a interpretação de que o planeamento financeiro é

indispensável para se atingir os objectivos preconizados nas decisões financeiras. (Ross

Westerfield e Jaffe, 1995 p.525)

5. Hipóteses a serem testados

O desempenho financeiro favorável da empresa pode maximizar o valor aos Stakeholders.

É possível determinar um valor condizente com a realidade da empresa através do Fluxo de

Caixa Descontado?

6. Estrutura do Trabalho

Para além da introdução, o trabalho comporta cinco capítulos. O primeiro capítulo apresenta a

fundamentação teórica, que expõe as suas ideias teóricas sobre análise e avaliação de empresas

de modo a dar contribuições para eventuais tomadas de decisões de investimento numa

empresa.

No segundo capítulo trata-se de técnicas utilizadas para a realização da pesquisa, apresentando

o método de avaliação, especificação do problema de pesquisa, analise e colecta de dados, e

análise de regressão linear.

No terceiro capítulo, apresentou a empresa em análise, começando por relatar um breve

historial, identificando a sua missão, visão bem como a composição dos seus accionistas.

No quarto capítulos são apresentados e discutidos os resultados obtidos, de forma a atender os

objectivos da pesquisa.

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O capítulo cinco, refere-se a conclusão, sintetiza os resultados obtidos com a pesquisa,

explicitando de que forma os objectivos traçados forma atingidos, aduzindo recomendações

para o desenvolvimento de trabalhos futuros.

Por fim, estão incluídas as referências bibliográficas e os anexos, que propiciam opções para

maiores informações e explicações sobre o exposto no decorrer do trabalho.

CAPÍTULO 1

REVISÃO DA LITERATURA E ENQUDRAMENTO TEÓRICO- CONCEPTUAL

1. Alguns pressupostos teóricos sobre avaliação financeira

De acordo com Richard e Stewart (1998) a avaliação financeira é a capacidade de avaliar a

rentabilidade empresarial tendo em vista, em função das condições actuais e futuras, verificar

se os capitais investidos são remunerados e reembolsados de modo a que as receitas geradas

superem as despesas de investimentos e de funcionamento realizadas num dado período de

tempo.

Sustentam ainda que através da análise financeira pode analisar-se o desempenho histórico da

empresa e avaliar a sua actual situação financeira. Poderemos verificar se esta se encontra

dentro dos parâmetros médios do sector, compreender as políticas seguidas por um concorrente,

ou verificar a saúde financeira da empresa através do grau de cumprimento dos objectivos

propostos.

Afirmam ainda que conseguir compreender o passado é uma necessidade para objectivar o

futuro, pelo que, da análise financeira surge naturalmente o planeamento financeiro, tanto que

os gestores utilizam os planos financeiros para estabelecer objectivos concretos, para antecipar

surpresas e para avaliar se a empresa tem disponibilidades suficientes para fazer face aos seu

créditos/ou se dá boa aplicação aos seus excedentes de tesouraria.

Pode-se falar ainda de rácios económicos e financeiros. Estes são instrumentos práticos para

resumir um grande número de dados económicos e financeiros e para comparar o desempenho

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das empresas, ajudando-as a fazer as perguntas, embora nem sempre tenham capacidade para

fornecer as respostas.

Com efeito, a análise de indicadores, fornece alguns indícios que o analista deverá procurar

confirmar através de recursos a outras técnicas. (Neves, 2002)

A utilização do Cash Flow na obtenção de informações como ferramenta estratégica na análise

financeira permite avaliar a saúde da empresa. Este pode ser entendido como os fluxos líquidos

gerados pelo projecto que assumem a forma de numerário.

De acordo com Zdanowicz (2000, p.213), a função mais importante para administrar o fundo

de maneio e a liquidez de uma empresa, que se resume na administração do disponível, e

seguindo esta mesma linha de pensamento, o autor afirma que o fluxo de caixa, constitui-se no

activo mais líquido da empresa, representado como um agregado de entradas de recursos

necessários para o desembolso estimado, acrescido, as vezes, de saídas inesperadas, com a

finalidade de minimizar problemas de liquidez, pois pode dizer-se que o caixa é o denominador

comum, ao qual fluem todos os activos líquidos da empresa.

Através da demonstração do Cash Flow extraí-se informações que não são obtidas nas demais

demonstrações financeiras como o controle das disponibilidades, pagamentos e recebimentos

em dinheiro e até mesmo investimento. Por essa razão é uma ferramenta importante para o

planeamento financeiro.

Segundo Perez Junior e Begalli (1999, p.178) a demonstração de Cash Flow é uma ferramenta

que já comprovou ser de extrema relevância para os gestores financeiros, em seus diversos fins

dado a sua simplicidade e abrangência, principalmente no que tange aos aspectos financeiros

que envolvem o dia-a-dia da empresa.

O Cash Flow está intimamente ligado a um outro critério de análise financeiro denominado

Valor Actual Liquido, na medida em que este permite avaliar investimentos através da

comparação entre os cash flows gerados por capital investido ou um projecto. O Valor Actual

Líquido por sua vez esta ligado ao conceito de actualização ou seja valor actual. A sua

expressão matemática é dada por:

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10

(1)

Onde: VAL – Valor Actual Líquido, CFt – Fluxo de caixa no período t - J – Taxa de

Actualização, e I0 – Investimento inicial

O Valor Actual é o valor dos fluxos gerados descontado a taxa de actualização dentro de um

horizonte temporal. Pois, obtêm-se pela fórmula:

(2)

Inerente ao estudo da análise financeiro é o critério da Taxa Interna de Rentabilidade (TIR). A

Taxa Interna de Rentabilidade de um projecto de investimento é a taxa de actualização que

anula o Valor Actual Líquido. Pode dizer-se que a TIR é a taxa mais elevada a que o investidor

pode contrair um empréstimo para financiar um investimento, sem perda de dinheiro (cf. Perez

Junior e Begalli (1999, p.178)).

2. Análise Financeira

Análise Financeira é um conjunto de metodologias que visam o estudo da situação económica e

financeira da empresa. Os aspectos mais económicos centram-se sobre a evolução histórica e

prospectiva de resultados, a composição estrutural do seu património e a evidenciação de

factores críticos que sejam fundamentais à alimentação de um painel de pilotagem, enquadrado

nas actividades de planeamento e controlo de gestão operacional da empresa (Brasiliano

Rabaça, 2000).

Brasiliano Rabaça (op. cit.) defende ainda que a componente meramente financeira, na

verdadeira acepção do termo, é executada a partir de suportes contabilísticos e informacionais,

pretendendo assegurar-se a gestão de tesouraria (decisões financeiras de curto prazo que visam

a estimulação e maximização do cash-flow) e o estudo, o mais profundo possível, da

contabilidade geral ou financeira da empresa ou dos terceiros com que ela se relaciona.

n

t

j

CFVA

)1(

0)1(

Ij

CFVAL

n

t

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3. Avaliação Baseada no Fluxo de Caixa Descontado

O método de avaliação baseado no fluxo de caixa descontado é aquele que tem como base o

cálculo do valor de uma empresa determinado pelos fluxos de caixa gerados por um período

pré-determinado. Sob esses fluxos é aplicada uma taxa de desconto, que geralmente incorpora o

risco condizente ao investimento realizado. [1]

(3)

Onde:

VA - Valor Actual;

CF - Cash Flow;

r - Taxa de desconto; e

n - número de períodos

A taxa de desconto pode provocar uma grande diferença no resultado obtido, pois pode

incorporar a taxa de rendibilidade esperada pelos investidores e seu respectivo custo de

oportunidade, como também a taxa de inflação prevista. [2]

O período de avaliação deve considerar o objectivo de avaliação, ou seja, se a empresa avaliada

promoverá o encerramento de uma empresa, se apresenta um crescimento crescente ou

decrescente ou mesmo se o investimento tem um prazo. Este último aspecto é muito comum em

operações de investimentos executados por capitalistas de risco que por lei têm um prazo

máximo de permanência no negócio.

Inúmeros autores enfatizam que os métodos baseados no Cash Flow Discounted são os que

revelam a capacidade de geração de riqueza de uma empresa. Esse método procura determinar

o valor de uma empresa pela estimativa dos fluxos de caixa que devem ser gerados no futuro e

descontado a uma taxa condizente com o risco do fluxo.

n

n

r

CF

r

CF

r

CF

r

CFVA

)1()1()1()1( 3

3

2

21

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Damodaran (2002, p214) demonstra que o valor de uma firma é o valor presente dos seus

fluxos de caixa previstos ao longo da sua vida. Considera-se ainda que o método de fluxo de

caixa são conceitualmente correctos para avaliação de empresas. Adicionalmente, as empresas

são vistas como sendo geradoras de fluxo de caixa e seu valor é obtido pelo valor presente

desses fluxos, dada uma taxa de desconto. Porém, Baseiam-se em previsões cuidadosas, para

cada período, de cada item financeiro relacionado com a geração de fluxos de caixa

correspondente às operações organizacionais, como por exemplo, o valor das vendas, os gastos

com pessoal, matérias-primas, gastos e despesas administrativas, comerciais.

A determinação da taxa de desconto leva em consideração cada tipo de fluxo de caixa. Todavia,

essa determinação é um dos mais importantes detalhes na aceitação desse método pelos

consultores e avaliadores de empresas. Por conseguinte, taxas arbitrárias identificadas por

simples observação empírica das flutuações de mercado são totalmente desconsideradas. No

entanto, taxas mínimas de descontos são muito utilizadas e estabelecidas pelas partes

interessadas, pois os stakeholders não são preparados para investir por menos do que uma

determinada taxa de rendibilidade ou seja não é rentável investir abaixo da taxa mínima

determinada. E isso tem reflexos sobre a correcta utilização dos fluxos de caixa como modelo

de mensuração ou de determinação do valor de uma empresa.

O referido modelo é denominado de fluxo de caixa descontado. Todavia, a sua base de cálculo

exprime-se através da seguinte fórmula básica:

(4)

onde:

V – valor do fluxo de caixa;

CFj - fluxo de caixa gerado pela empresa no período j;

VRn - valor residual da empresa no ano n; e

K - taxa de desconto apropriada para o risco investimento

n

nn

K

VRCF

K

CF

K

CF

K

CFV

)1()1()1()1( 3

3

2

21

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Para o cálculo do valor residual considera-se uma taxa constante (g), para um fluxo infinito de

anos (n). Sendo assim o valor residual no ano n é dada por:

(5)

Em que: g – taxa de crescimento constante

O cálculo do valor da empresa com o uso de modelos baseados no fluxo de caixa prevê que o

valor da estrutura de capitais totais ao valor de mercado, seja igual ao valor presente do fluxo

de caixa, considerando o custo médio ponderado de capital.

Este é um elemento importante a ser considerado no cálculo do valor da empresa pelo método

do fluxo de caixa.

Ross, Westerfield e Jaffe (1995) demonstra que o custo de capital é uma média ponderada entre

o custo de capital de terceiros e o custo de capital próprio.

E Miller Modigliani (data) postula que o valor da empresa baseado no modelo de fluxo de caixa

é o da soma dos activos instalados com o valor do crescimento.

4. Método de Rácios

O método de rácios consiste fundamentalmente no estabelecimento de uma serie de relações

entre diferentes rubricas de demonstrações financeiras. Ao estabelecer a relação entre diferentes

rubricas, os rácios fornecem informações bastante mais expressivas do que a que se obteria

considerando essas rubricas em valor absoluto. (Neves, 2002.)

Um rácio não é mais do que uma relação entre duas grandezas significativas, que pode ser

expresso em valor absoluto ou em percentagem (Mota e Custodio, 2007).

Este mesmo autor afirma que o cálculo de rácios financeiros tem por objectivo permitir uma

indicação rápida sobre um determinado aspecto da gestão financeira das empresas. A sua

utilidade e utilização generalizada resultam principalmente das seguintes vantagens:

Facilidade e rapidez de cálculo

Comparabilidade intra e inter empresas

Utilização de informação acessível

Possibilita indicações ou conclusões de forma imediata

)1()(

ggK

CFVR n

n

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No entanto, na análise financeira, o método de rácios serve nomeadamente para analisar a

evolução da estrutura de aplicações dos recursos, equilíbrio entre os prazos de liquidez das

aplicações e de exigibilidade dos recursos, assim como a gestão operacional das empresas

(Mota e Custodio, op. cit.).

Por outro lado Neves (2002) demonstra que quando são analisadas as questões financeiras de

uma empresa, facilmente se constata o enorme volume de informação disponível para análise.

Por esta razão, segundo Neves (op.cit) muitos analistas recorrem aos rácios para os ajudar na

tarefa como instrumento de apoio para sintetizar uma quantidade abundante de dados e

comparar o desempenho económico-financeiro das empresas especializadas na venda de

informação de índole comercial e financeira. Pode-se construir inúmeros rácios, mas a sua

utilização vai depender sobretudo dos objectivos da análise financeira, isto é, da natureza dos

fenómenos que se pretendem revelar ou medir e das fontes de informação que se vão utilizar.

De entre os rácios podem destacar-se:

Rácios Financeiros – são aqueles que apreciam os aspectos que se relacionam exclusivamente

com aspectos financeiros, tais como a estrutura financeira, a capacidade de endividamento, a

solvência, etc.

Rácios Económicos – revelam aspectos de situação económica como a estrutura de custos, a

estrutura de proveitos, as margens, a capacidade de auto financiamento.

Rácios de Funcionamento – ajudam a explicar os impactos financeiros da gestão ao nível do

ciclo de exploração. São os rácios dos prazos médios de recebimento e pagamento, da duração

média de existência em armazém.

Rácios Técnicos – demonstram aspectos relacionados com a produção e as actividades em

geral, expressando-se normalmente em unidades físicas, ou comparando unidades económico-

financeiras com unidades físicas. Estuda-se com eles o rendimento do equipamento,

produtividade da mão-de-obra etc.

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Rácios de Alavanca Financeira - São rácios muito utilizados para análise de crédito,

identificando por isso as dívidas que a empresa contraiu e as implicações que as mesmas têm na

exploração. São indicadores importantes para as análises de concessão de empréstimos junto de

entidades financeiras de crédito, reflectindo o risco que se corre ao se conceder crédito

adicional.

Rácios de Endividamento - Os indicadores de endividamento, constituem uma forma de obter

indicações sobre o grau de intensidade de recurso a capitais alheios no financiamento de uma

empresa, apurando a extensão com que a empresa utiliza capital alheio no financiamento das

suas actividades.

(6)

Em que E – Endividamento, CA – Capital Alheio e CT – Capitais Totais

Debt to Equity Ratio - Uma outra forma de medir o endividamento é através do famoso debt to

equity ratio, rácio muito utilizado pelos americanos:

(7)

Em que DER – Debt to Equity Ratio, CA – Capital Alheio e CP – Capital Próprio

Cobertura de encargos financeiros - O rácio Cobertura de Encargos Financeiros (Times Interest

Earned) mede o grau com que os resultados antes de encargos financeiros e amortizaçoes

cobrem os encargos financeiros.

(8)

Em que RAEF – Resultados Antes dos Encargos Financeiros

EF

ARAEFCEF

CT

CAE

CP

CADER

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A – Amortizações e EF – Encargos Financeiros

Solvabilidade - É a capacidade da empresa para solver os seus compromissos a médio e longo

prazo, isto é, a capacidade de pagar as dívidas. Traduz a posição de independência da empresa

face aos credores. Quanto maior for o rácio, maior será a segurança dos credores em recuperar

os seus créditos, em caso de liquidação ou dissolução da empresa. A solvabilidade total mostra

a percentagem do património que é financiada pelos proprietários.

(9)

Em que S – Solvabilidade, AT – Activo Total Líquido e PT – Passivo Total

Autonomia Financeira - Este rácio analisa a parcela dos activos que é financiada por capital

próprio. Traduz a capacidade da empresa de financiar o activo através dos capitais próprios sem

ter de recorrer aos empréstimos.

ATL

CPAF

(10)

Em que AF – Autonomia Financeira e CP – Capital Proprio

ATL – Activo Total Liquido

Rácios de Liquidez - Os rácios de liquidez dão a ideia da capacidade da empresa para satisfazer

os seus compromissos de curto prazo.

A necessidade de uma empresa possuir liquidez é uma restrição da sua gestão financeira e

mesmo da sua sobrevivência. Na sua actividade diária, um certo número de dívidas são

exigíveis a curto prazo e convêm que a sociedade esteja a altura de fazer face a esses

compromissos (Sonik, 1998).

PT

ATS

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Liquidez Geral - Revela-nos a capacidade que a empresa tem de solver as suas obrigações

correntes. É um teste de solvência a curto prazo. Deve ser pelo menos igual a um (1) para que

se verifique um equilíbrio mínimo.

A liquidez geral é uma representação do fundo de maneio e tem grande importância para os

credores. O fundo de maneio é muitas vezes apresentado como a almofada de segurança da

empresa quando os credores reclamam os reembolsos das dívidas de curto prazo. (Neves, 1996)

(11)

Em que LG – Liquidez Geral, AC – Activo Corrente e PC - Passivo Corrente

5. Análise de Investimentos

As técnicas de análise de investimento surgiram e desenvolveram-se exactamente com o

objectivo de melhorar a eficiência da utilização dos recursos económicos e financeiros

existentes num país, através de adequados processos de elaboração, avaliação, financiamento e

selecção de projectos de investimento. (Menezes, 1999).

Menezes (op. cit.) defende ainda que as técnicas de análise de investimento ou avaliação de

investimentos consistem fundamentalmente numa selecção de princípios e normas de outras

ciências ou técnicas nomeadamente, economia, matemática financeira, estatística etc. com a

finalidade de permitir a racionalização das decisões de investimento e de financiamento das

entidades, embora também contribuam muito positivamente para estimular o poupança global e

a organização dos mercados de capitais.

Segundo os especialistas em finanças uma das técnicas de análise de investimento é a do Valor

Actual Líquido – VAL conhecido como o critério mais recomendado para decisão de

investimento. Esta recomendação está fundamentada no fato de que o VAL, considera o valor

PC

ACLG

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temporal de dinheiro1, não é influenciado por decisões menos qualificadas

2, utiliza todos os

fluxos de caixa futuros gerados pelo projecto, reflectindo toda a movimentação de caixa. Alem

disso, permite uma decisão mais acertada quando há dois tipos de investimentos, pois, ao

considerar os fluxos de futuros a valores presentes, os fluxos podem ser adicionados e

analisadas conjuntamente, evitando a escolha de um mau projecto só porque está associado à

um bom projecto. [3]

Segundo Brealey e Myers (1992:73) são quatro as acções básicas para o gestor decidir sobre

determinado investimento:

1- Prever os fluxos de caixa futuros

2- Identificar o custo de oportunidade do capital investido que deve reflectir o valor do

dinheiro no tempo e o risco envolvido no projecto;

3- Utilizar este custo para actualizar os fluxos futuros e somá-los (identificação do valor

presente);

4- Calcular o valor actual liquido - VAL- subtraindo-se do valor presente o investimento inicial

necessário

De acordo com Ross et al. (1995:68), o valor presente líquido, conhecido como valor actual

liquido – VAL - de um investimento é um critério simples para que se decida se um projecto

deve ser executado ou não. O VAL permite dizer quanto em dinheiro um investidor precisaria

ter hoje para desistir de fazer o projecto. Se o VAL for positivo, o investimento valerá a pena,

pois executá-lo é equivalente receber um pagamento igual ao VAL. Se for negativo, realizar o

investimento hoje seria equivalente a pagar algo no presente momento e o investimento deveria

então ser rejeitado.

1 (Um recurso disponível hoje vale mais do que amanhã, porque pode ser investido e render juros)

2 Preferências do gestor, métodos de contabilização, rentabilidade da actividade actual

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Portanto, sob a óptica do accionista, só é interessante investir em um novo projecto se o valor

actual dos fluxos for maior do que a disponibilidade actual, já que representará aumento do

valor de empresa e, consequentemente, maximizando de sua riqueza.

Na perspectiva de Ross, Westerfield e Jaffe (1995), uma alternativa de investimento conhecida

por TIR acontece quando um investimento é submetido à análise de sensibilidade por diversas

TMAs e chegar-se-á a uma taxa na qual o VAL é nulo, ou seja, uma taxa de juros que iguala os

fluxos de entrada e saída de dinheiro de um investimento no período zero, independentemente

da taxa de juros vigente no mercado de capitais.

A aferição da taxa efectiva de juros de um fluxo de caixa não é um cálculo directo, como

explica Guitman (1997): o único caminho ou procedimento possível é aplicar um método

numérico de tentativa e erro, conhecido também como método de aproximações sucessivas, que

consiste em testar valores diferentes do valor da taxa de atractividade até conseguir zerar o

VAL.

O que está por detrás deste método é a estratégia de calcular um único número que sintetize os

méritos do investimento, afirmam Ross, Westerfield e Jaffe (1995). O número calculado

independe da taxa de juros do mercado ou da definida pela empresa – e é por isso que é

chamada taxa interna de rentabilidade, dado que é resultado somente dos fluxos de caixa do

investimento.

De acordo com Brealey e Myers (1998), a TIR tem antecedentes muito respeitáveis e é muito

recomendada em textos financeiros, mas as suas deficiências são constantemente trazidas à

tona – e isso não se deve ao fato de serem mais numerosas, mas sim de serem menos óbvias.

É evidente que, aplicando-se a TIR o valor equivalente em qualquer data de um fluxo de caixa

é sempre nulo. O cálculo do valor da TIR pode ser realizado em qualquer data do fluxo de

caixa do investimento. É concebível, portanto, que durante o prazo de análise de investimento,

todos os retornos gerados pelo investimento sejam reinvestidos à própria taxa interna de

rentabilidade. Ross, Westerfield e Jaffe (1995) afirmavam que nos casos em que a TIR apurada

for muito diferente das taxas de aplicação e captação de dinheiro no mercado, a TIR não faz

sentido, ou seja, sua interpretação não é verdadeira.

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Por outro lado o método do Payback representa o período de recuperação do investimento

inicial. É obtido calculando-se o numero de anos que será necessário para que os fluxos de

caixa futuros acumulados igualem o montante do investimento inicial.

Este é um método de avaliação fácil e directa, obtido calculando o número de anos que

decorrerão até os fluxos de caixa acumulados igualarem o montante do investimento inicial

(Brealey, Myers, 1998). Mas Gitman (1997) tinha demonstrado como calculá-lo: no caso de

uma anuidade, o período de payback pode ser encontrado dividindo-se o investimento inicial

pela entrada de caixa anual; para uma série mista, as entradas de caixa devem ser acumuladas

até que o investimento inicial seja recuperado. (Gitman, 1997)

Esta alternativa pressupõe inicialmente a definição de um limite de tempo máximo para retorno

do investimento. Após a definição deste prazo, é analisado o fluxo de recursos do projecto,

comparando o volume necessário de investimento com os resultados a serem alcançados

futuramente e verificando o período em que o saldo tornou-se igual a zero. Se este prazo de

recuperação for um período aceitável pelos proprietários, então o projecto será efectivado, caso

contrário será descartado.

6. EVA – Valor Económico Agregado

O EVA desenvolvido pela Consultoria Stern Stewart & Co o Economic Value Added é não só

um indicador de desempenho, mas também uma ferramenta de Gestão.

Teoricamente, EVA é uma medida fundamental de desempenho corporativo que é calculada

considerando a diferença entre o retorno de capital e o custo de capital, multiplicada pelo

capital investido (Stewart, 1991). O retorno de capital a que se refere Stewart é o lucro

económico, mais conhecido como lucro residual que resta depois dos Impostos. O custo de

capital inclui o custo de capital de terceiros, que são os juros de empréstimos de curto e longo

prazo, e o custo de capital próprio que é o retorno esperado pelos investidores.

Wernke (2000) afirma que o EVA é um indicador de valor económico agregado que permite a

executivos, accionista e investidores avaliar com clareza se o capital investido num

determinado negócio está sendo bem aplicado. Wernke complementa suas observações sobre o

EVA comentando que esta é uma forma de medir a real lucratividade de uma operação ou

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empreendimento, e que se distingue das demais por considerar o custo total de capital da

operação.

A medição do EVA permite uma avaliação do impacto da opção de alocação de recursos em

um negócio, visto que fornece uma estimativa de criação de valor pelos gestores para os

investidores. No entanto, para este tornar-se um instrumento efectivo de apoio às decisões

essenciais, faz-se necessário que esteja sistematizado e aplicado no nível das actividades

operacionais na organização. Portanto, vale considerar que sendo o EVA uma medida de

desempenho interno, possibilita o estabelecimento de metas essenciais em diferentes níveis

hierárquicos, buscando vincular, a cada nível, indicadores de valor que retratem as

características operacionais e permitam que os gerentes de cada nível desenvolvam acções que

sejam direccionadas a criação de valor. Surge então os chamados centros do EVA que podem

ser sectores, departamentos ou organização como um todo.

Como disse Peter Drucker em seu artigo na revista Harvard Business Review em 19953 “EVA

se baseia em algo que sabemos há muito tempo: Aquilo que chamamos de lucro, o dinheiro que

sobra para remunerar o capital, geralmente nem é lucro. Até que um negócio produza um lucro

que seja maior do que o seu custo de capital, estará operando com prejuízo. Não importa que

pague impostos como se tivesse um lucro verdadeiro. O empreendimento ainda retorna menos a

economia do que devora em recursos. Até então não cria riqueza, a destrói. Muitos gerentes de

empresas esquecerem desse princípio básico porque foram condicionados a focalizar lucros

contábeis convencionais, que incluem uma dedução para pagamento de juros, mas não tem

qualquer dispositivo para custo de capital accionário”.

CAPÍTULO 2

2. METODOLOGIA

3 Traduzida por Ehrbar (1999, pag. 2)

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A metodologia é a construção do fluxo de caixa, e o cálculo dos indicadores de viabilidade e

rácios financeiros, bem como a determinação do valor da empresa. Sendo assim, descreve-se

abaixo as técnicas de pesquisas utilizadas para a realização deste trabalho.

2.1 Critérios de Avaliação de Investimentos

O método de Fluxo de Caixa descontado, já apresentado no capítulo anterior, é o método onde

o valor de qualquer activo é o valor presente dos fluxos de caixa futuros dele esperado. Para

tanto, desconta-se o fluxo de caixa livre pelo custo médio ponderado de capital. Damodaran

(1997) apresenta a seguinte fórmula para a obtenção do Fluxo de Caixa Descontado:

(12)

Em que:

VE – Valor de Empresa

CFL - Cash Flows Líquidos da empresa no ano t,

n - vida útil do investimento e r - taxa de desconto do investimento ou custo médio ponderado

de capital.

O custo de capital ou seja a taxa de desconto que será usado para converter o fluxo de caixa

esperado em valor presente pode ser calculado pela seguinte fórmula:

(13)

Em que:

CMPC – Custo Médio Ponderado;

V

SKs

V

PKp

V

BKiCMPC

t

n

t r

CFLVE

)1(1

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Ki é a taxa de custo de capital de terceiros após imposto de renda;

B é o valor de mercado dos financiamentos;

V é o valor de mercado da respectiva empresa;

Kp é a taxa de custo das acções preferenciais;

P é o valor de mercado das acções preferenciais; e

S é o valor de mercado do capital próprio

Este método pode ser utilizado para se avaliar qualquer empresa, desde que existam

informações suficientes tanto para prever o fluxo de caixa líquido como o custo médio

ponderado de capital.

Neste trabalho como não tivemos informações suficientes para determinar o custo de capital

através desta fórmula optamos por considerar o custo de capital a média ponderada da taxa de

obrigações a volta de 6,5% e a taxa de empréstimos praticada pelos bancos (12%) nesse sector,

que neste caso considerou-se 8% por permitir encontrar um valor mais realista da empresa.

Guitman (1997), utilizando terminologias diferentes, mas com o mesmo significado, salienta

que o Valor Actual Liquido de um projecto de investimento equivale à diferença entre o valor

actual das entradas líquidas de caixa do projecto e o investimento inicial necessário, com o

desconto de fluxos de caixa a uma taxa definida pela empresa, denominada Taxa Mínima de

Atractividade (TMA).

Assim, segundo Gitman (op.cit) VAL é igual ao valor actual das entradas de caixa –

investimento inicial. Sendo que é possível inferir que quando o valor do VAL é positivo,

significa que, ao valor actual, a soma de todos os capitais de fluxos de caixa é maior que o

valor investido e que o projecto avaliado é, portanto rentável, sobre a TMA de referência.

O critério de decisão utilizando a metodologia do VAL determina que se devam aceitar os

investimentos com VAL superior ou igual a zero.

Um projecto que apresente um VAL superior a zero significa que os fluxos gerados são

suficientes para remunerar os investidores à taxa pretendida, e que ainda é gerado um

excedente.

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A TIR (Taxa Interna de Rendibilidade) é a taxa de desconto que iguala o VAL do investimento

a zero, ou seja, é a taxa máxima a que a empresa pode remunerar os capitais investidos.

(14)

Para se aplicar o critério de decisão com base na TIR, comparara-se esta taxa com a taxa de

remuneração do investimento exigida pelos accionistas. O investimento será aceite sempre que

a TIR superar a taxa de remuneração exigida pelos accionistas.

O EVA (valor económico agregado), considerado um indicador de desempenho que evidencie

o crescimento da empresa foi calculado utilizando a mesma taxa de actualização para o valor

actual líquido. Sendo, este representado pela fórmula descrita abaixo:

(15)

Onde:

RO – Resultado operacional;

t – Taxa de imposto sobre lucros;

CI – Custo de capital total investido; e

CK – Custo de capital

2.2 Especificação do Problema

Utilizou-se como base para a realização da metodologia o facto de que se deve realizar uma

análise histórica, a fim de examinar as questões que envolvem o estudo da situações económica

e financeira da empresa. O elemento tempo real é comumente uma referência que afecta

directamente a percepção da situação económico-financeira da empresa. A vista disso, é

CICKtROEVA 1

n

tt

OCF

Io

TIR1 )1(

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importante conduzir estudos longitudinais em tempo real de mudança para se reflectir sobre

decisões de investimentos nas organizações. Sem dados longitudinais torna-se difícil identificar

qual é a alternativa viável de investimento.

2.3 Colecta e Análise de Dados

A análise de dados é um factor de extrema relevância dentro do procedimento metodológico. A

sua principal função é analisar as informações colectadas durante o estudo realizado dentro da

organização. As informações são de carácter real e qualitativo de forma a garantir a veracidade

dos dados.

Foi feita uma análise documental para obtenção de dados preliminares da CVTelecom. Assim,

esta análise, constitui um importante instrumento de colecta de dados para a referida pesquisa.

Os dados referentes a informações económico-financeiras foram colectadas nos relatórios de

contas, nomeadamente balanços e demonstrações de resultados da empresa. Pois, para que

tenhamos uma análise mais ajustada à realidade, fez-se a correcção das contas de forma a

enquadra-las conforme o novo Normativo Contabilístico.

2.4 Regressão Linear Simples

Neste estudo, para analisar o comportamento das variáveis e fazer as previsões do fluxo de

caixa, utilizaram-se as análises de regressão e de Gráfica e Tabular.

O modelo estatístico utilizado no estudo tem as seguintes características:

tYi 10 , (16)

Em que Y i - valor observado para a variável dependente no i- ésimo período; ß0 é a constante

da regressão. Representa o intercepto da recta com o eixo dos y; ß1 é o parâmetro de inclinação

da regressão e t - representa o tempo.

Depois de ajustar a recta de uma equação de regressão, deve-se verificar a sua qualidade ou a

sua significância, por meio de testes de hipóteses e o coeficiente de determinação (R2) que

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fornece uma informação auxiliar ao resultado da análise de regressão, de forma a verificar se o

modelo proposto é adequado ou não serve para descrever o fenómeno. Os testes de hipóteses

utilizados foram o teste “F” que significa teste geral da regressão como um todo e o teste “t”

que testa a significância de cada parâmetro estimado em separado.

A previsão dos valores do fluxo de caixa será feita com base no modelo estimado em (16)

CAPÍTULO 3

3. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA

3.1 Breve Historial e Caracterização

A CVTelecom nasceu da cisão dos CTT – EP, em 1994, originando a separação dos negócios

correios e telecomunicações resultando na sociedade anónima Cabo Verde Telecom. Seguiu-se

em 1995, a sua privatização com a entrada do estrangeiro a Portugal Telecom.

A CVTelecom é líder no sector, oferecendo aos seus clientes uma diversidade de serviços e

soluções que se estenda aos serviços da rede fixa, comunicação de dados, circuitos alugados,

videoconferência e cartões pré pagos.

Atenta as necessidades do seu mercado, o serviço de Rede Fixa asseguras as comunicações no

país e do país para além das fronteiras, proporcionando aos clientes os mais modernos meios de

comunicação como instrumentos de acesso a sociedade de informação.

Para as empresas e outros clientes com interesses profissionais, a CV Telecom oferece soluções

ideais que procuram rentabilizar o negócio e potenciar as capacidades de comunicação.

Consubstanciando na sua promessa de marca performance & proximidade, para além da

modernização tecnológica, a CVTelecom procura a interacção constante com o mercado e a

prestação de um serviço de elevada qualidade. É desde 2007, uma empresa certificada a nível

de qualidade no processo de apoio ao cliente. Em 2008, qualificou-se altamente no âmbito do

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“Serviço ao Cliente” pela APCER – Associação Portuguesa de Certificação. Portanto, a

valorização da qualidade de serviço torna-se elemento de excelência e melhoria contínuo para a

satisfação dos clientes.

3.2 Missão

A sua missão consiste em prestar com elevada qualidade, uma gama completa de serviços.

Estas integram de telecomunicações básicas, complementares e de valor acrescentado através

da construção, manutenção e exploração de redes e soluções tecnologicamente avançadas, no

sentido de satisfazer às necessidades dos clientes e de modo a proporcionar mais-valias aos

stakeholders e ainda contribuir para o desenvolvimento global e sustentado da sociedade cabo-

verdiana.

3.3 Visão

Ser uma empresa de comunicações globais, tecnologicamente avançada, rentável, orientada

para o serviço ao cliente e socialmente responsável, com uma cultura humanista, forte e coesa,

suportada em equipas altamente profissionalizadas e motivadas, e colaboradores imbuídos de

um espírito de superação e constante melhoria.

3.4 Capital

A CVTelecom é uma sociedade anónima cujo capital social e de 1.000 milhões de escudos

cabo-verdianos, o equivalente a 9,1 milhões de euros, participado por capital cabo-verdiano,

português e angolano. A Portugal Telecom (PT) e a accionista maioritária com 40% do capital,

os colaboradores de CV Telecom e dos CCV detêm 5% das acções, a Sonangol Cabo Verde

detêm 5%, os outros privados nacionais 8,7%, o Instituto Nacional de Previdência Social

(INPS) 37,9% e o Estado de Cabo Verde 3,4% das acções que lhe garante o golden share. Veja-

se o gráfico abaixo.

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Figura1: Estrutura de capital da CVTelecom

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

A empresa apresenta uma carteira de 143.721 serviços na internet, telefonia fixa e móvel, um

volume de negócios de 4.572 milhões de escudos, resultados líquidos de 390 milhões de

escudos, e contribui com cerca de 8% do PIB a nível nacional. No contexto da economia de

Cabo Verde, podemos considerar a CV Telecom uma empresa de grande dimensão.

CAPÍTULO 4

DISCUSSÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

4.0 Nota Prévia

Neste capítulo, são apresentados os resultados obtidos a partir da análise de rácios,

indicadores, regressão linear e determinação do valor da empresa CVTelecom com o objectivo

de responder à pergunta relativa à capacidade de evidenciação da situação financeira,

económica e de valor de empresa, nos períodos considerados na análise.

4.1 Análise de Indicadores em forma de Rácios

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Abaixo são apresentados alguns Indicadores que assumem a forma de rácios considerados nesta

análise como instrumentos que permitem tornar mais precisa a informação, bem como

comparar a evolução financeira da empresa no período de 1996 á 2008.

Figura 2: Evolução do Grau de Autonomia Financeira da CVTelecom no período de 1996 à

2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

O rácio da autonomia financeira mostra que a empresa tem a capacidade de financiar o activo

através de capital próprio sem recorrer a empréstimos, embora com pontos altos e baixos,

atingindo a percentagem máxima superior a 50% em 2005 e 2006, evidenciando assim um sinal

positivo no que toca ao investimento.

Em 2007 e 2008 houve uma redução do capital próprio fazendo com que a capacidade de

financiamento do activo diminua, o que pode ser bom, para reduzir o efeito fiscal ou por

adoptar uma politica de distribuição de aumento de dividendos aos accionistas.

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Figura 3: Evolução de Liquidez Geral da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

Pelo rácio de Liquidez Geral (valores superiores a (1 unidade), exprime-se que o activo

corrente é superior ao passivo corrente conduzindo desta forma à um fundo de maneio positivo.

Pois, origina uma certa margem de segurança em suprir as necessidades a curto prazo. Portanto,

de uma forma geral pode inferir que a empresa reúne as condições necessárias para fazer face

às necessidades até um ano, o que é bastante satisfatório tanto para a empresa como para os

credores.

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Figura 4: Evolução da Solvabilidade da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

Pode-se observar pelo rácio de Solvabilidade que a empresa teve uma evolução crescente ao

longo dos anos, atingindo ao valor máximo superior a 3 milhões de contos, permitindo pagar as

suas dívidas em tempo hábil.

Podemos averiguar através deste rácio que a empresa mostra uma posição independente face

aos credores ou seja, maior segurança dos credores em recuperar seus créditos, em caso de

liquidação ou dissolução.

De um modo geral pode-se constatar que a viabilidade da empresa é alta, pois significa uma

boa situação económico-financeira.

Nota-se, uma nítida de tendência de crescimento ao longo desses anos, isto é o coeficiente de

determinação R2

é de 0,843, indica que tem tido um bom ajustamento ou seja mostra que a

tendência é evidente, no tempo.

Figura5: Evolução do Endividamento da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

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Ao analisar os valores de acordo com a figura, notou-se que houve altos e baixos relativamente

a esta variável. Pois, houve aumento significativo da divida em 2007, deve-se aos grandes

investimentos que foram feitos nos filiais criadas em 2006.

Pode-se inferir que esse estado de insolvência, não durará por muito tempo uma vez que esses

investimentos se transformarão em pouco tempo em resultados satisfatórios de acordo com os

estudos de pesquisa de mercado realizado para viabilização da abertura desses negócios.

Ao observar o coeficiente de determinação (varia de 0 a 1) de 0,0025, infere-se que a tendência

não é nítida, ou seja, o estado de insolvência da empresa (variável dependente) e o tempo

(variável explicativa) não se ajustam a recta de regressão.

Figura 6: Evolução do Debt to Equity Ratio da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

Nota-se que a empresa utiliza capital alheio no financiamento das suas actividades, numa

proporção razoável, talvez por motivo de efeito fiscal ou por ser uma politica desta com vista a

obter uma maior performance. Porém, houve redução bastante significativa em quase todos os

anos, o que demonstra que a empresa está diminuir as suas obrigações com terceiros a cada

ano.

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O rácio calculado mostra que a empresa está a usar recursos próprios o que torna com que a

mesma seja cada vez mais forte no mercado traduzindo-se numa preferência pelos

consumidores.

De um modo geral o rácio mostra que a empresa está a envidar todos os esforços para não

comprometer como os credores, o que é de certa forma eficiente no sentido de se tornar

credível perante os credores.

Figura 7: Evolução da rentabilidade do Capital Próprio da CVTelecom no período de 1996 à

2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

A CVTelecom tem vindo a apresentar de modo global uma evolução da rentabilidade dos

capitais próprios satisfatória e com crescimento considerável.

Realçando que em 2008 atinge a maior taxa colocando a CVTelecom em posição excelente em

termos da rentabilidade de capitais próprios em contrapartida do ano de 2006 que atingiu uma

taxa percentual de 9% aproximadamente. Existe tendência de crescimento porém não é nítida.

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Figura 8: Evolução da Rentabilidade do Activo da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

Figura 9: Evolução de Rentabilidade das Vendas da CVTelecom no período de 1996 a 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

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O indicador Rentabilidade das Vendas mostra uma evolução quase em todos os anos, o que é

favorável para a empresa, uma vez que isto que a tendência é de aumentar o resultado desta.

Pode-se auscultar que as vendas têm peso significativo no resultado da empresa.

Ainda pode-se observar que este indicador nos aponta para o crescimento sustentado conforme

o seu comportamento no último ano.

Portanto, a empresa está a trilhar bons caminhos, e se isso continuar terá cada vez mais o seu

resultado melhorado e consequentemente o seu crescimento em outras variáveis que

dependerão destes para se crescer.

4.2. Análise de Outros Indicadores

Os indicadores, destacados, a seguir consideram-se pertinentes para analisar o desempenho

económico da empresa. Isso nos leva a analisar os indicadores abaixo:

Figura 10: Evolução das Vendas e Prestações de Serviço da CVTelecom no período de 1996 à

2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

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As Vendas e Prestações de Serviços aumentaram em média 172,6 milhão de contos, com uma

queda a partir de 2005 provocado pelo fenómeno inflação.

Relativamente a variável em análise nota-se ainda um ligeiro aumento das vendas entre 2004 e

2005, suportado pela diminuição dos custos com inventários vendidos.

Pode-se observar que a empresa teve aumento bastante significativo das vendas, o que tem

contribuído substancialmente para alavancar o resultado líquido da empresa. Pois, este por sua

vez contribui para melhorar a satisfação dos accionistas e dos gestores da empresa.

Figura 11: Evolução de Gasto das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas da

CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

No que se refere a esta variável pode-se imprimir que houve em média uma queda em torno de

1,635 milhões de contos ao ano. Entretanto, registou-se um aumento de 1997 a 2002 devido ao

aumento de gastos com produtos vendidos e a partir deste ano houve diminuição até 2006 pelo

facto de houver uma inversão nos gastos com produtos vendidos e um ligeiro aumento em

2007, pois, em 2008 voltou a registar queda. Podemos constatar que este aumento pode

diminuir o rendimento das vendas, aliás reflecte na redução do lucro da empresa. Todavia, esse

aumento de gastos pode provocar o aumento de preço dos produtos acarretando redução do

resultado da empresa.

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Constata-se uma variação não nítida ao longo desses anos, isto é o coeficiente de determinação

R2

é de 0,039 indica que não tem tido bom ajustamento ou seja mostra que o estado de

consumo com mercadorias vendidas da empresa (variável dependente) e o tempo (variável

explicativa) não se ajustam a recta de regressão.

Figura 12: Evolução de Fornecimentos e Serviços Externos da CVTelecom no período de 1996

à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

No que tange a esse indicador, nota-se que houve uma diminuição significativa no ano de 2005,

pois voltou a aumentar significativamente em 2006 devido ao aumento dos preços de água e luz

provocado por aumento da inflação.

De um modo geral, pode-se inferir que o aumento deste indicador não é bom nem para

empresa, nem para os consumidores uma vez que esse aumento pode traduzir-se no aumento de

preço dos produtos da empresa. Contudo, isso afecta a economia do país, na medida em que

este irá diminuir o poder de compra dos consumidores e ao mesmo tempo desacelerar o

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crescimento e desenvolvimento e consequentemente diminuir a procura dos produtos ou

serviços da empresa de modo a afectar o resultado da empresa.

Figura 13: Evolução de Gasto com Pessoal da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

No que tange ao Gasto com Pessoal, observa-se que em média durante o ano houve um

aumento de 45 milhões de contos. No entanto, registou-se uma ligeira queda em alguns anos

devido ao aumento de número de pessoal na empresa, aumento de salários dos funcionários

com antiguidade, bem como o aumento de investimentos nos recursos humanos, em particular a

formação com vista a melhorar a qualidade do serviço prestado. Porém, isso mostra que a

empresa tem uma política de desenvolvimento de recursos humanos bem definida, o que não

acontece a maioria das vezes.

Pode-se constatar que existe uma tendência nítida de crescimento, isto é, o coeficiente de

determinação R2

com um valor de 0,927 indica que teve um forte ajustamento, isto é, a

tendência é evidente no tempo.

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Figura 14: Evolução de Outros Gastos Operacionais da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

No que se refere a esta variável podemos concluir que em média houve diminuição de 6

milhões de contos, embora tendo registado um aumento significativo em 2006, estabilizando

até 2007, tornando a registar uma diminuição em 2008. Estas diminuições justificam-se pela

redução dos gastos com actividades principais da empresa nomeadamente, compra de móveis

mais baratos bem como acessórios de telecomunicações e aumentos devido consumo de

materiais e pequenos equipamentos de telecomunicações.

Observando os valores, pode-se inferir que houve uma evolução equilibrada de Outros Gastos

Operacionais, pelo que não repercutiu de forma significativa no resultado operacional da

empresa.

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Figura 15: Evolução de Rendimentos Financeiros da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

Relativamente a variável Rendimentos Financeiros houve em média um aumento de 98 milhões

de contos, embora com aumento significativo a partir de 2006. O comportamento desta variável

está intimamente ligado as aplicações financeiras recebidas em forma de juros e venda de

acções por parte da empresa.

Portanto, se continuar o ritmo de crescimento obtido a partir de 2006 a empresa terá

futuramente aumento da receita financeira, caso não houver aumento de gastos.

Nota-se que existe uma tendência de crescimento, isto é, o coeficiente de determinação R2

com

um valor de 0,40 aproximadamente, indica que teve ajustamento, isto é, a tendência é evidente

no tempo.

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Figura 16: Evolução das Perdas Financeiras da CVTelecom no período de 1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

As Perdas Financeiras diminuíram em média 14 milhões de contos, tendo verificado um ligeiro

aumento com pico em 2001 devido a redução de juros recebidos.

Pode-se constatar que a diminuição de perdas financeiras é bom para e empresa, na medida em

que vai reflectir no aumento de rendimentos financeiros e consequentemente aumento do lucro

da empresa.

Figura 17: Evolução do Resultado Liquido da CVTelecom no período de 1996 à 2008

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Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

O Resultado Líquido em média aumentou 148,4 milhões durante o ano, registando um aumento

até 2005, e uma queda significativa em 2006. Esta diminuição teve a sua origem na separação

dos negócios Móvel e Multimédia. Em 2008 teve um aumento significativo devido ao aumento

das vendas.

Em termos genérico, constata-se que este indicador apresenta nítida tendência de crescimento

porém com alguma irregularidade uma vez que nota-se diminuição do resultado líquido no ano

de 2006 e de seguida um acréscimo regular e permanente no ano seguinte até 2008.

Figura 18: Evolução do EVA (Valor Económico Adicionado da CVTelecom no período de

1996 à 2008

Fonte: Adaptado dos Relatórios de Contas da CVTelecom

Conforme mostra a figura o EVA (Valor Económico Adicionado) tende a crescer ao longo dos

anos com acentuada diminuição entre os anos 2006 e 2007 em relação aos anos anteriores.

É de salientar que este indicador traduz-se na criação de valor para a empresa, na medida em

que houve sua evolução ao longo dos anos. Todavia, o indicador demonstra que a empresa

comporta de forma sustentável no mercado, no que tange as variáveis de crescimento

nomeadamente, publicidade e marketing, produtividade, e outras variáveis de carácter

intangíveis.

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O supracitado crescimento é de extrema relevância não só para a empresa como também de

forma indirecta para a economia do país que cresce ao lado das empresas aumentando deste

modo a o PIB (Produto Interno Bruto).

Se analisarmos a equação de regressão linear nota-se que em média a empresa aumenta 21

milhões de contos aproximadamente ao ano. Pois, o que demonstra que a empresa cresce num

ritmo satisfatório.

Tabela 1 - Fluxo de Caixa Descontado: valores em contos

Descrição 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Resultado antes de Imposto 385,30 582,10 778,90 975,70 1.172,50 1.369,30 1.566,10 1.762,90 1.959,70 2.156,50

(+) amortizaçao 717,20 758,90 800,60 842,30 884,00 925,70 967,40 1.009,10 1.050,80 1.092,50

(+) variaçoes das Provisoes 68,17 79,06 89,95 100,84 111,73 122,62 133,51 144,40 155,29 166,18

Cash Flow Bruto 1.170,67 1.420,06 1.669,45 1.918,84 2.168,23 2.417,62 2.667,01 2.916,40 3.165,79 3.415,18

(-) Impostos 351,20 426,02 500,84 575,65 650,47 725,29 800,10 874,92 949,74 1.024,55

Cash flow Liquido 819 994 1.169 1.343 1.518 1.692 1.867 2.041 2.216 2.391

CMPC= 8%

VA 25.261.740,00

VEA = VA - Dívidas 12.725.033,00

Fonte: Adaptado nos Relatórios de Contas da CVTelecom

Conforme o fluxo de caixa acima, foi projectado o valor de empresa considerando o ano

compreendido entre 2009 à 2018. Porém, a análise do estudo nos aponta para um valor de

empresa de 25.262.740 milhões de contos. Sendo que o valor da empresa para o accionista é de

12.725.033 contos após subtraindo as dividas da empresa.

O valor da empresa calculado pode ser agregado aos activos intangíveis e ao crescimento anual

da empresa, daí este valor considerado um indicativo que poderá ser ajustado conforme o

comportamento dessas variáveis. Contudo, o valor estimado é um valor que poderia ser

comparado com o valor de mercado no sentido de ver se corresponde o justo valor da empresa.

Portanto, o valor em si, encontrado constitui o valor da empresa de acordo com a análise feita e

informações fornecidas.

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Este valor seria o valor de compra para os investidores, caso a empresa estaria a ser vendida.

Traduz-se numa quantia razoável para o tamanho da empresa o que demonstra que o estudo

realizado veio de encontro a realidade no mundo empresarial.

Pode-se inferir que a empresa irá gerar fluxos de caixa positivo remunerado a taxa 8%

conforme o estudo realizado. Isto é favorável para os futuros e actuais investidores que já têm

informações que vão direccionar o futuro de empresa. Aliás, podem tomar decisões sobre o

investimento na empresa, se podem ou não injectar capitais neste futuramente. Também, o

momento é oportuno para decidir se desinveste ou não na empresa.

Analisando o fluxo de caixa, podemos observar que as variáveis que compõem o fluxo

projectado favorecerão um ambiente futuro bastante propício para a empresa de modo que

torne cada vez mais atractiva para os investidores.

CAPÍTULO 5

5. CONCLUSÕES FINAIS

5.1 Conclusão

A avaliação de empresas é um assunto complexo, o que torna difícil estabelecer uma

metodologia única para a sua execução. A avaliação de uma empresa não se processa mediante

os fundamentos de uma ciência exacta, onde se permite a comprovação absoluta dos resultados

apurados. Numa avaliação, ambiguidades podem surgir da ênfase exclusiva de um ou outro

modelo, além da flexibilidade corrente de suas metodologias. Nas avaliações não há como

prescindir de uma certa dose de subjectividade na definição do valor de uma empresa.

Existem vários modelos e métodos de avaliação de empresas que podem ser utilizados em

conjunto ou separadamente, sendo que, em sua maioria, nenhum modelo favorece um valor

preciso e único para uma empresa, mas sim uma estimativa por considerar premissas, hipóteses

e tendências, muitas vezes subjectivas.

A avaliação da empresa é uma ferramenta fundamental a ser utilizada pela administração na

determinação daquela que, entre todas as opções disponíveis, será a melhor para seus

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investidores. A discussão sobre modelos ideais de avaliação de empresas continua despertando

o interesse de grande parte dos investidores e académicos. Após o presente estudo pode-se

afirmar que os modelos de avaliação não são alternativos e complementares.

Não pretendemos esgotar o assunto, mas demonstrar que, cada vez mais, existe um aumento da

complexidade das operações relacionadas com avaliações de empresas, com variáveis que se

torna necessário considerar antes de se tomar uma decisão.

É fundamental ter a consciência, de que a análise dos rácios não revelará tudo o que é

necessário saber acerca de performance financeira do negócio. Pois, apenas fornecem uma boa

descrição, mas têm as suas limitações, na medida em que se baseiam na performance histórica

da empresa não dão indicações algumas sobre a performance actual e futura.

Não existe nenhum padrão internacional para os rácios económico-financeiros, pelo que vale

muito mais um pouco de reflexão e de bom senso do que a aplicação cega das fórmulas.

Pode-se considerar três fontes utilizadas para avaliação de uma empresa: as demonstrações

financeiras actuais, o seu histórico e os grupos de pares da empresa. O valor da empresa deve

ser sempre baseado na capacidade de geração de fluxo de caixa e na incerteza a eles associada.

Porém, para se chegar a um valor real ou justo para uma empresa, o avaliador deve-se valer dos

vários métodos utilizados na avaliação de empresas. Cada método depende da situação

apresentada e da disponibilidade e confiabilidade das informações conseguidas. Alguns deles

são mais simples, outros são mais complexos, alguns consideram o maior número de variáveis

possíveis, outros não. Como já foi dito avaliar é uma arte e requer muito mais que

conhecimentos teóricos; envolve a sensibilidade, astúcia, e continuo aprimoramento do

avaliador.

Pode-se constatar pelos rácios analisados que empresa tem uma boa situação económico-

financeira, que se traduz numa alta viabilidade ou seja, numa empresa com elevada

credibilidade no mercado.

Também, pode assim dizer, conforme os indicadores analisados que a empresa está a crescer

num ritmo significativo, o que é satisfatório tanto para a empresa, como para os credores e

consequentemente para o crescimento do país.

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Analisando o valor da empresa determinado, pode-se dizer que este é satisfatório tendo em

conta ao seu tamanho e crescimento condizente com a realidade do mundo empresarial.

5.2 Recomendações

Uma recomendação básica que este estudo permite oferecer aos futuros pesquisadores, diz

respeito a ampliação do escopo de análise, utilizando o mesmo referencial teórico-empirico em

uma outra empresa de telecomunicações, de preferência com características parecidas. Isso

seria interessante, pois permitiria conhecer as diferentes leituras do ambiente real na área

económica e financeira. Poder-se-ia, fazer uma análise comparativa das mudanças ocorridas.

No trabalho ficou claro o uso do método Fluxo de Caixa Descontado, mas poder-se-á

futuramente fazer o mesmo estudo utilizando outros métodos de avaliação de modo a comparar

os valores da empresa no período a que se considere.

Baseado neste estudo, futuros estudos poderiam ser aprofundados no sentido de averiguar até

que ponto o valor da empresa determinado corresponde o justo valor da empresa. Contudo, isso

só poderá verificar caso a empresa será cotada na Bolsa de Valores ou tiver informações

privilegiadas da empresa.

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Avaliação de empresas, disponível em: http// www.damodaram.com

[1e 2] http// www.journal.ufsc.br

ANEXO

Balanço da empresa CVTelecom

RUBRICA 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

ACTIVO

Ativo fixos tangiveis 3.360.764 4.650.178 5.311.116 5.879.808 6.236.287 6.623.049 5.999.539 5.380.726 4.769.758 3.594.334 3104890 2.450.000

Existencias 77.052 46.439 42.764 33.750 211.699 180.938 164.197 132.251 109.378 112.452 120.542 134.675 140.947

Clientes 379.988 1.187.130 1.292.138 1.524.620 1.944.628 2.495.359 2.522.513 2.030.105 2.072.324 1.824.884 2.413.698 1.749.248 1.746.331

Outras contas a receber 531.437 24.526 24.145 28.406 24.710 22.697 42.206 29.136 42.212 45.536 37.514 45.160 1.297.873

Custos antecipados - 7.015 11.648 14.665 23.181 21.830 22.167 10.527 8.273 11.432 4.986 34.367 34.368

Caixa e Depositos 180.372 310.888 359.571 574.345 447.765 203.795 154.609 792.497 1.711.810 2.352.702 2.859.722 4.085.822 514.350

Total do Activo 3.460.187 4.936.762 6.380.444 7.486.902 8.531.791 9.160.906 9.528.741 8.994.055 9.324.723 9.116.764 9.030.796 9.154.162 12536707

CAPITAL PROPRIO E PASSIVO 3.387.325 4.936.762 6.380.444 7.486.902 8.531.791 9.160.906 9.528.740 8.994.054 9.324.724 9.116.763 9.030.797 9.154.162 11.536.707

Capital Próprio 1.000.000 1.244.745 2.291.191 2.498.075 2.774.322 3.105.193 3.477.135 3.926.725 4.349.323 4.701.284 5.060.316 4.045.920 3.045.920

Resultado Liquido do Periodo 286.470 377.189 395.828 552.498 827.178 1.062.691 1.285.794 1.385.187 1.316.837 1.503.880 390.369 1.866.434 2.598.853

Financiamentos obtidos (Passivo não corrente) 714.445 1.867.768 2.326.397 2.728.914 2.856.572 2.904.734 2.312.177 1.555.710 1.208.155 752.136 359.832 58.456 5.891.934

Financiamentos obtidos (Passivo corrente) 1.386.410 1.447.060 1.367.028 1.707.415 2.073.719 2.088.288 2.453.634 2.126.432 2.450.409 2.159.463 3.220.280 3.183.352 -

Total do Capital Proprio e Passivo 3.460.187 4.936.762 6.380.444 7.486.902 8.531.791 9.160.906 9.528.740 8.994.054 9.324.724 9.116.763 9.030.797 9.154.162 12.536.707

Demonstração de Resultado da empresa

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Descrição

Ano 1996 Ano 1997 Ano 1998 Ano 1999 Ano 2000 Ano 2001 Ano 2002 Ano 2003 Ano 2004 Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 Ano 2008

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Vendas e Prestaçao

Serviços

2.020 2.456 2.918 3.538 4.529 5.213 5.625 5.799 5.616 5.934 4.572 4.450 4.269

GMVMC 69 39 64 92 104 131 135 103 78 74 49 62 32

Margem bruta 1.951 2.417 2.854 3.446 4.425 5.082 5.490 5.696 5.538 5.860 4.523 4.388 4.237

FSE 204 211 279 311 462 540 658 738 641 218 733 623 734

Gasto com Pessoal 354 421 459 528 630 694 767 818 797 850 828 912 895

Outros gastos Oper. 540 685 694 797 910 1.007 838 759 504 513 1.172 1138 247

Result.antes de

Deprec.

853 1.100 1.422 1.811 2.423 2.841 3.228 3.381 3.596 4.279 1.790 1.714 2.361

Gastos de Deprec.

Amort.

403 591 734 863 918 1.046 1.244 1.384 1.368 1.326 1.032 872 797

Resultado Operac. 450 509 688 948 1.506 1.796 1.984 1.997 2.228 2.953 758 843 1.564

Rendimentos Financ. 9 57 16 21 22 60 15 9 18 42 68 1.327 1.897

Perdas Financ. 51 62 176 190 218 258 143 87 58 68 54 42 19

Result. Antes Impost 408 505 528 779 1.310 1.598 1.856 1.919 2.188 2.927 773 2.128 3.442

Impost s/ Rendiment 122 151 158 234 393 479 557 576 656 878 232 638 1.033

Resultado liquido 286 353 370 545 917 1.118 1.299 1.343 1.531 2.049 541 1.490 2.409

RESULT. OPER (1- t) 315 357 482 664 1.054 1.257 1.388 1.398 1.559 2.067 531 590 1.095

EVA 44 33 31 65 371 524 626 678 813 1.337 (192) (142) 172

Capital Investido 3.387 4.038 5.627 7.487 8.532 9.161 9.529 8.994 9.325 9.117 9.031 9.154 11.537

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO PERIODO

Rácios calculados com base nos relatórios de contas da empresa

RÁCIOS CALCULADOS QUOCIENTES 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

Grau de Autonomia Financeira Total do C.Próprio/Total Activo 0,29 0,25 0,36 0,33 0,33 0,34 0,36 0,44 0,47 0,52 0,56 0,44 0,24

Endividamento Passivo/Activo Liquido 714.446 1.867.769,16 2.326.397,60 2.728.914,68 2.856.572,75 2.904.734,67 2.312.177,71 1.555.710,54 1.208.155,56 752.136,46 359.832,64 58.456,79 5.891.934,00

Debt to Equity Ratio Capital Alheio/Capital Proprio 2,10 2,66 1,61 1,78 1,78 1,61 1,37 0,94 0,84 0,62 0,71 0,80 1,93

Solvabilidade Ativo Total Liq/Passivo Total 1.386.411 1.447.060,67 1.367.028,98 1.707.415,92 2.073.719,97 2.088.289,07 2.453.635,50 2.126.434,52 2.450.412,60 2.159.469,25 3.220.294,06 3.183.421,21

Liquidez Geral Activo corrente/Passivo Corrente 0,79 1,06 1,23 1,25 1,18 1,31 1,12 1,35 1,56 1,96 1,65 1,86

Rend. das Vendas Result/vendas*100 17,2 15,4 13,6 15,6 18,3 20,4 22 24 27,26 53,12 6,66 44,38 60,8

Rentab. do Capital proprio Result/CP *100 28,65 30,30 17,28 22,12 29,82 34,22 36,98 35,28 30,28 31,99 7,71 46,13 85,32

Rentab. do Activo Result/Activo Total*100 8,28 7,64 6,20 7,38 9,70 11,60 13,49 15,40 14,12 16,50 4,32 20,39 20,73

Fluxo de Caixa da Empresa

Descrição Ano 1996 Ano 1997 Ano 1998 Ano 1999 Ano 2000 Ano 2001 Ano 2002 Ano 2003 Ano 2004 Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007 2.008

Resultado antes de Imposto 408,00 505,00 528,00 779,00 1.310,00 1.598,00 1.856,00 1.919,00 2.188,00 2.927,00 773,00 2.128,00 3.442

(+) amortizaçao 403,00 590,90 734,00 862,80 917,60 1.045,60 1.244,00 1.384,00 1.368,40 1.326,40 1.031,70 871,50 797,4

(+) variaçoes das Provisoes - 54,90 120,00 128,00 120,00 127,90 206,10 165,30 183,20 150,60 93,00

Cash Flow Bruto 811,00 1.095,90 1.316,90 1.761,80 2.355,60 2.763,60 3.227,90 3.509,10 3.721,70 4.436,60 1.955,30 3.092,50 4.239,40

(-) Impostos 203 274 329 440 589 691 807 877 930 1.109 489 773 1.060

(-) Novos Investimentos

Cash flow Liquido (2.689) 608 821,93 987,68 1.321,35 1.766,70 2.072,70 2.420,93 2.631,83 2.791,28 3.327,45 1.466,48 2.319,38 3.179,55