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HISTORIAL DE 2003 À 2013

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Elaborado com o apoio:

Contacto:

Paulo Saraiva Rangel, Coordenador

ATAP- Associação dos Técnicos Agro-Pecuários, Secretariado Email: [email protected], Telefone: 824676770 Escritorio Av. Paulo Samuel Kankhomba nº 1478, 1º esq

Site: www.rosa.org.mz Email: [email protected]

Fotos:

Todas as fotos presentes neste documento

são de propriedade da ROSA e/ou dos membros e seus parceiros.

Agradecimentos:

Marianna Leite, Cristiana Lavos, Alzira Menete, Lina da Silva, Emidio Matlombe, Paulo Saraiva, Clara de Oliveira.

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ABREVIATURAS ABIODES – Associação para Desenvolvimento Sustentável ACADER – Associação de Camponeses para o Desenvolvimento Rural ACEAGRARIOS – Associação de Extensionistas Agrários ACORD – Association for Cooperative Operations Research and Development ACUDES – Associação Cultural para o Desenvolvimento Sustentável ADS – Associação para Desenvolvimento Sustentável AMOPROC – Associação Moçambicana para a Promoção da Cidadania ATAP – Associação dos Técnicos Agro-Pecuários CAADP – Programa Compreensivo de Desenvolvimento da Agricultura em África CMA – Comunidade Moçambicana de Ajuda COVs – Crianças e Órfãos Vulneráveis CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa DHAA – Direito Humano à Alimentação Adequada DFID – Department for International Development ESAN II – Estratégia de Segurança Alimentar e Nutrição II FONGA – Fórum de Organizações Não Governamentais Nacionais de Gaza FOMMUR – Fórum Moçambicano das Mulheres Rurais GTO – Grupo do Teatro do Oprimido IANRA - International Alliance on Natural Resources in Africa IFSN – International Food Security Network KEPA – Agência de Cooperação Finlandesa KULIMA – Organismo para o Desenvolvimento Socio-Económico Integrado KUBATSIRANA – Associação Cristã Ecuménica de Ajuda-Mútua LDH – Liga Moçambicana dos Direitos Humanos LDHAA – Lei do Direito Humano à Alimentação Adequada MuGeDe – Mulher, Género e Desenvolvimento NEPA – Núcleo de Estudos e Projectos Ambientais NEPAD – New Partnership for Africa’s Development OGM – Organismos Geneticamente Modificados OSC – Organizações da Sociedade Civil ORAM – Organização Rural de Ajuda Mútua PEDSA – Estratégia de Desenvolvimento do Sector Agrário ProAgra - Associação para o Progresso Agrário do Niassa PVHS – Pessoas que Vivem com HIV/SIDA RADEZA – Rede de Organizações para o Ambiente e Desenvolvimento Comunitário Sustentável da Zambézia ROSA – Rede de Organizações para Soberania Alimentar SAN – Soberania e Segurança Alimentar SETSAN – Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional UE – União Européia UCAM – União dos Camponeses de Marracuene UDACAM – União das Associações e Cooperativas Agro-Pecuárias da Manhiça UNAC – União Nacional dos Camponeses

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ÍNDICE Página

1. Apresentação 5

i. Perfil da ROSA 5

ii. Contexto 5

iii. Objectivos 6

iv. Princípios 8

2. Governação 9

i. Trabalho Desenvolvido pelas Organizações do Grupo de Coordenação à Nível de Maputo 10

ii. Trabalho Desenvolvido pelas Organizações Membro à Nível das Províncias 22

a. Gaza 22

b. Inhambane 23

c. Sofala 24

d. Manica 24

e. Tete 25

f. Zambézia 26

g. Nampula 26

h. Cabo Delgado 27

i. Niassa 28

3. Principais Actividades da ROSA 29

i. Projecto ACORD/MuGeDe 30

ii. Projecto ABIODES/ActionAid/IFSN 31

4. Historial Detalhado com Marcos da ROSA 31

i. Criação e Desenvolvimento 31

ii. Cronologia de Estudos, Acções e Participações Nacionais e Internacionais 32

5. Conclusão: Os 10 Anos e o Olhar para o Futuro 39

Anexo Lista de Contatos dos Membros da ROSA 41

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1. Apresentação:

i) Perfil da ROSA

A ROSA – Rede de Organizações para a Soberania Alimentar, é uma coligação de organizações ao serviço de acções de advocacia na área de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Criada em 2003 pela ABIODES, UNAC e ActionAid, surge como uma rede para preencher o vazio de comunicação que existia entre as várias organizações da sociedade civil que actuam na área de segurança alimentar no país, tornado-a uma plataforma séria para acções de advocacia sobres políticas agrárias em Moçambique. Tem participado activamente nos processos de planificação, coordenação e monitoria de programas de soberania e segurança alimentar, através do diálogo, colaboração e troca de experiências entre os membros e com as demais organizações da sociedade civil nacionais e internacionais, sector privado e Governo, no âmbito da Campanha Moçambique Livre Da Fome que vem liderando desde 2006.

A ROSA pretende garantir o direito dos povos e comunidades de definir as suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito a alimentação para a população, respeitando as suas próprias tradições e técnicas de cultivo. Desde sua criação, a ROSA vem funcionando em Moçambique à nível nacional e à nível das províncias através de organizações em parcerias rotativas definidas por mecanismos estabelecidos em documentos informalmente acordados. A ROSA, neste momento está no processo revisão de estatutos, para a sua legalização ainda neste ano. Durante este processo visa a criar instrumentos que estrategicamente orientem acções de mobilização em rede bem como fortaleçam a própria rede para melhor ajudar as associações e organizações a demandarem seus direitos, através de mudanças de políticas e práticas dos sujeitos de obrigações. Actualmente é constituida por 40 membros representados em todo pais através de Pontos Focais provinciais e coordenados por um colégio de 11 Organizações (ABIODES – Associação para Desenvolvimento Sustentável, CMA – Comunidade Moçambicana de Ajuda, MuGeDe – Mulher, Género e Desenvolvimento, ActionAid Moçambique, ATAP – Associação dos Técnicos Agro-Pecuários, KEPA – Agência de Cooperação Finlandesa, KULIMA – Organismo para o Desenvolvimento Socio-Económico Integrado, LDH – Liga dos Direitos Humanos, NEPA, ORAM – Organização Rural de Ajuda Mútua e a UNAC – União Nacional dos Camponeses). ii) Contexto O preço dos alimentos à nível global tem aumentado três vezes mais rapido do que a inflação nesta última década.1 Os efeitos dessa incrível oscilação é observada nos casos de desnutrição crónica, de conflitos por suprimentos, de conflitos políticos originados pela instabilidade alimentar, de

1 Global Food Security Index 2012: An Assesment of Food Affordability, Availabilty and Quality, A Report from the

Economist Intelligence Unit, The Economist, p.4-5.

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expanção da fome, do aumento do consumo de produtos importados em detrimento de produtos nacionais, da violação de direitos humanos e etc.2 Estima-se que em 2008 o aumento exagerado do preço dos alimentos levou mais de 40 milhões de pessoas para baixo da linha da pobreza.3 Por um outro lado, especula-se que as estratégias de mitigação destes efeitos nocivos gera um prejuízo em torno de 450 bilhões de dólares em produto interno bruto por ano para os países em desenvolvimento.4 De facto, esse estado corrente de InSegurança Alimentar e Nutricional global é sentido mais fortemente nos países com baixo nível de desenvolvimento como Moçambique.5 Nos últimos anos Moçambique tem registrado índices de crescimento económico assinaláveis com uma média acima de 7%.6 Não obstante a este dado, os índices de pobreza (54%),7 continuam altos e desnutrição crónica situa-se entre as mais altas taxas do mundo.8 Com efeito a baixa estatura para idade afecta 43% das crianças menores de 5 anos e a deficiência de vitamina A afecta 67% deste mesmo grupo.9 Uma recente pesquisa desenvolvendo um índice global de Segurança Alimentar coloca Moçambique na 91 posição com um índice de 29.2 (de um máximo de 100) muito alarmante se comparado com o índice de 89.5 do país considerado primeiro colocado neste ranking.10 Tendo em conta os níveis preocupantes acima referidos, o Governo tem orientado a sua acção para a formulação de Legislação e Políticas e criação e reforço da capacidade das instituições de coordenação e implementação de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). iii) Objectivos

Desta forma, e tendo em vista o contexto global e actual de Moçambique, a ROSA tem como objectivo a divulgação da legislação e instrumentos relacionados com a SAN e o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA); promoção de alternativas alimentares e o aumento da produção e produtividade de modo sustentável. Almeja garantir o direito dos povos e comunidades a definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o DHAA para a população, respeitanto as suas próprias tradições e técnicas culturais.

2 Ibid.

3 Ibid.

4 Ibid.

5 Ibid.

6 Moçambique, Plano de Ação para Redução da Pobreza 2011-2014 (PARP), 3 Maio 2011, p.7, disponível em:

www.misau.gov.mz/pt/misau/destaques/plano_de_accao_para_reducao_da_pobreza_parp_2011_2014. 7 Ibid. 8 Programa das Nações Unidas de Desenvolvimento (PNUD) – Moçambique, disponível em:

http://www.undp.org.mz/en/Media/Design/MDG/Millennium-Development-Goals-in-Mozambique. 9 Massingue, Jaquelino; Anina Manganhela, Cynthia Donovan e Almeida Tembe. Contribuição Do Sector Agrário No

Combate Multissectorial Á Desnutrição Crónica Em Moçambique: Perspectivas Do Seminário Nacional Sobre Nutrição Comunitária, Departamento de Análise de Políticas Agrárias, Julho de 2012, No.57P. 10

Global Food Security Index 2012, p.9.

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� Objectivos Gerais

Coordenar e facilitar a implementação de programas de desenvolvimento comunitários sustentável dos seus associados através de formação de parcerias inteligentes para a colaboração, advocacia, capacitação institucional, e representação em agendas de desenvolvimentos locais, regionais e internacionais.

� Objectivos Específicos

a. Estabelecer mecanismos de coordenação e melhorar colaboração e troca de

experiências entre organizações e associações que trabalham na segurança

alimentar e membros da ROSA;

b. Promover a discussão, intercâmbio e encontro para a formulação de políticas

comuns de intervenção e planificação, evitando assim a dispersão e sobre-utilização

de recursos;

c. Promover a monitoria e avaliação do impacto sócio-económico das actividades das

organizações e associações membros da ROSA;

d. Divulgar as realizações e implementação das actividades das organizações e

associações membros da ROSA;

e. Promover a advocacia sobre justiça económica, direitos e deveres básicos dos

cidadãos e o desempenho do governo, organizações e associações na

implementação de programas de alívio a pobreza absoluta e/ou de

desenvolvimento comunitário;

f. Produzir e publicar um directório com todas as organizações não governamentais,

associações e instituições em serviço na segurança alimentar em Moçambique,

incluindo neste directório os contactos, endereços e suas respectivas áreas de

intervenção;

g. Recolher, compilar, divulgar informações relativas às actividades das organizações

não governamentais sem serviço na segurança alimentar; e

h. Intermediar conflitos/litígios entre organizações não governamentais na área de

segurança alimentar entre si e com outras instituições.

� Segurança Alimentar e Nutricional

Defendemos princípios consolidados no âmbito international que determina que: “A segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso

regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem

comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas

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alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam

ambiental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis.”11

A luta contra a fome e a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional implica uma acção coerente e coordenada de todos (governo, sociedade civil e outros) e nos diferentes níveis (local, regional, nacional e global). A ROSA defende que a SAN deve ser colocada como eixo estratégico de desenvolvimento do país.

� Soberania Alimentar

A ROSA defende o princípio da Soberania Alimentar como aquele que se baseia numa agricultura e comércio sustentáveis que não comprometam o acesso a outras necessidades essenciais e o sistema alimentar futuro. Para a ROSA é fundamental o uso e a gestão da terra, territórios, água, sementes, animais e biodiversidade ao serviço das comunidades locais.

� Direito Humano à Alimentação Adequada

A alimentação é um direito humano consagrado pela Declaração Universal dos Direitos e protegido internacionalmente pelo Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais (PIDESC). A ROSA defende o princípio do direito de todos a uma alimentação saudável, acessível, de qualidadae, em quantidade suficiente e de modo permanente com base em práticas alimentares promotoras de saúde e culturalmente aceites.

iv) Princípios A ROSA rege-se pelos seguintes princípios:

� Visão

A visão da rede é: Que Moçambique alcance a Soberania Alimentar, sendo o povo a definir as políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à alimentação adequada para todos, respeitando as sua próprias tradições e técnicas de cultivo.

11

Lei n° 11.346, de 15/09/2006, Brasil. Vide apresentação da Secretária Executiva do CONSEA de 17 de Julho de 2012 em evento paralelo da CPLP organizado pela ROSA.

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� Missão A missão da rede é: Promover a coordenação das acções de Segurança Alimentar e Nutricional e o Direito à Alimentação Adequada e sustentabilidade ambiental tendo como prioridade os grupos mais vulneráveis.

� Valores

Os Valores básicos da rede são: 1) Respeito pela dignidade humana e tradições alimentares;

2) Respeito pelos principios de equidade e igualdade de género;

3) Transparência;

4) Justiça;

5) Ética e Honestidade;

6) Tolerância;

7) Solidariedade;

8) Harmonia; e

9) Integridade.

2. Governação:

A ROSA é secretariada rotativamente nos escritórios das organizações membro. O secretariado da ROSA é modificado a cada 2 (dois) anos por deliberação da reunião nacional que é seu orgão maximo e que se realiza anualmente em Maputo. O secretariado da ROSA visa articular as actividades da ROSA bem como fortalecer seus membros através de oportunidades rotativas. A organização eleita responsável pelo secretariado da ROSA designará uma pessoa da sua organização que servirá como coordernadora da ROSA à nível nacional. Esta pessoa ficará encarregada de todos os deveres da organização secretária para com os demais membros da ROSA. Actualmente, a ROSA é secretariada pela ATAP - Associação dos Técnicos Agro-Pecuários e possui um dos membros da ATAP como seu coordenador. O secretariado da ATAP é auxiliado por duas organizações, a ABIODES e a MuGeDe e por um grupo de coordenação composto por 11 organizações com escritórios em Maputo. A ROSA é sediada na cidade de Maputo, e possui representações através de pontos focais em todas as capitais provinciais, podendo ter representações em qualquer sede distrital. O trabalho das pontos focais terá como objectivo apoiar, facilitar e disseminar a participação da ROSA à nível das províncias e se possível à nível dos distritos.

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i) Trabalho Desenvolvido pelas Organizações do Grupo de Coordenação à Nível de Maputo Em Maputo, a ROSA é representada pelas organizações que por possuírem escritórios na cidade de Maputo, participam activamente na coordenação da rede. As actividades desenvolvidas por essas organizações encontram-se resumidas abaixo:

• ABIODES

A ABIODES – Associação para Desenvolvimento Sustentável é uma associação fundada em 1995 com interesse em desenvolver actividades na área agrícola. Possui actividades em 3 áreas: (i) Agricultura e Segurança Alimentar; (ii) Ambiente e Biodiversidade; e (iii) Lobbying e Advocacia para o Desenvolvimento Sustentável. Foco Considera o conhecimento empírico das comunidades, transformando-o e conciliando-o com a capacidade técnica para o alcance do desenvolvimento sustentável. Trabalha na área da agricultura sustentável no empoderamento da mulher camponesa, na área de uso e conservação de recursos aquíferos, no desenvolvimento e implementação de projectos com tecnologias baratas e inovadoras, na estruturação da cadeia de produção com benefício ao pequeno produtor e no trabalho comunitário através de capacitações e incentivo ao associativismo.

Fig. 2 – Introducção de tração animal na produção familiar.

LOGO!!!!

Fig. 1 - Projecto de reassentamento, Província de Maputo.

Fig. 3 – Palestra sobre controle de erosão, Chibuto.

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11

Principais Objectivos

Dentre os objectivos da organização estão:

• Promoção da agricultura sustentável e ligações de mercados para os pequenos produtores através de cadeias de valores;

• Promoção da gestão sustentável de recursos naturais e Ambiente;

• Promoção do acesso de água e saneamento; • Implementção de acções de lobbying e

advocacia para o desenvolvimento sustentável; e

• Disseminação de boas práticas e promoção a cooperação com povos e organizações de outros países onde a experiência da organização se mostre relevante.

Fig. 5 – Criação de associação de produtores do algodão, FONPA.

Fig. 6 – Criação de hortas comunitárias, Marracuene.

Advocacia e Lobby Na área de advocacia e lobby, a ABIODES desenvolve, por vezes em conjunto com a ROSA, as seguintes actividades:

• Co-criação e participação activa na ROSA e ROADS;

• Participação na formulação da política nacional de agricultura biológica;

• Promoção e assessoria na padronização e certificação local de produtos biológicos;

• Advocacia para política nacional sobre desenvolvimento económico local;

• Advocacia para incorporação das preocupações da Sociedade Civil em negociações nacionais, regionais e internacionais;

• Advocacia para consultas públicas em assuntos de desenvolvimento;

Fig. 4 - Avaliação de um projecto de erosão em Marracuene.

• Mobilização e engajamento da

sociedade civil moçambicana em assuntos de ambiente e desenvolvimento, incluindo mobilização para CMDS; e

• Treinamento dos pequenos agricultores sobre as técnicas de lobbying e advocacia e monitoria das despesas públicas na agricultura – Mozambique Well Spring Budget.

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12

• ACORD

Em Moçambique, a ACORD está a capacitar os agricultores para, de forma activa, participarem nos processos decisórios que afectam a sua segurança alimentar, promovendo junto das administrações locais e nacionais políticas que possam dar resposta às necessidades dos pobres, VIH / SIDA, bem como políticas de soberania alimentar e agrícolas que levem em conta a perspectiva do género.

Desde 1989 que a ACORD está a desenvolver as suas actividades em Moçambique no âmbito da implementação de vários programas de redução da pobreza e gestão dos recursos naturais. O trabalho da ACORD visa reforçar os meios de subsistência das comunidades marginalizadas e a sua capacidade de defesa dos direitos e de alcance da soberania alimentar. Para este fim, a ACORD está a implementar um conjunto de actividades práticas e de advocacia. A ACORD está a estabelecer celeiros de alimentos e campos de demonstração nas áreas afectadas pela insegurança alimentar. A liderança e a supervisão da construção dos celeiros está a cargo dos Comités Comunitários de Celeiros de Alimentos criados para o efeito e que são também responsáveis pela sua gestão. Os celeiros são então alugados aos agricultores da comunidade (dos quais, pelo menos, 50% são mulheres) e 10% das sementes resistentes à seca colhidas são armazenadas no banco de sementes. A ACORD facilita ao nível local e nacional um conjunto de acções que compreende a análise de políticas, formação (em desenvolvimento participativo, literacia política, direitos de terra e de alimentos, advocacia, diálogo da sociedade civil), desenvolvimento de alianças, compartilha de conhecimentos e advocacia. Desta forma funciona está activa em duas das províncias mais carenciadas de Moçambique, a saber, Niassa no norte do país e Inhambane na costa meridional. O principal parceiro da ACORD na mobilização da sociedade civil e advocacia é a organização ROSA.

• ActionAid Moçambique

A ActionAid Moçambique é uma organização recentemente nacionalizada e que faz parte da federação de organizações coordenada pela ActionAid Intencional. Em Moçambique a ActionAid opera, desde 1988, respondendo ao pedido lançado pelo Governo de Moçambique à comunidade internacional no âmbito da situação de emergência criada pela guerra civil. A visão da ActionAid é um mundo sem pobreza e injustiça onde cada pessoa usufrui do seu direito a uma vida digna e a missão é trabalhar com as pessoas pobres e excluídas para eliminar a pobreza e a injustiça.

Fig. 7 – Raparigas em preparação para a III Conferência Nacional da Rapariga

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A ActionAid Moçambique acredita que a pobreza é negação de direitos humanos sendo a pobreza é causada pelos desequilíbrios das relações de poder. A organização trabalha portnato com a Abordagem Baseado nos Direitos Humanos - ABDH que permite ver as ligações e complementaridades entre o nível local, nacional e internacional dando a devida atenção às complexidades do combate a pobreza. Através da ABDH a organização desenvolve actividades visando capacitar os pobres e vulneráveis para que estes possam divulgar, influenciar, reivindicar e usufruir direitos. E tem no centro dessas activiadades a mulher e a rapariga como a chave para o combate a pobreza. A ActionAid trabalha sob um modelo de estabelecimento e fortalecimento de parcerias estratégicas. Desta forma, a organização possui representação ao longo de todo o território nacional habilitando-a à realização de trabalhos de ampla e pequena escala. Trabalha no fortalecimento da sociedade civil moçambicana através da campanha Moçambique Livre da Fome e dos projectos IFSN e Pessoas para Mudança – P4C.

A ActionAid é membro fundador da ROSA e vem apoiando a rede e as suas organizações membro em actividades de fortalecimento, advocacia e lobby.

Fig. 8 – Rapariga lendo declaração apresentada na III Conferência Nacional da

Rapariga

Fig. 9 – Mulher e rapariga em projecto desenvolvido em Namarroi

Fig. 10 – Sra. Clara de Oliveira, Coordenadora do Programa de

Alternativas Económicas da ActionAid (esq.) em evento paralelo da CPLP.

• ATAP

A ATAP - Associação dos Técnicos Agro-Pecuários é uma organização de âmbito nacional que actualmente funciona como Secretariado da ROSA através do Coordenador Nacional, o Sr. Paulo Rangel Saraiva. Nesta instância, proporciona suporte na implementação das actividades dos projectos ACORD e IFSN e da parceria com a FAO.

A visão ATAP é pobreza reduzida no seio das comunidades rurais e sua missão é facilitar a capacitação técnica e fortalecimento organizacional das comunidades rurais para adopção de agricultura sustentável e promoção de agro-

Fig. 11 – Sr. Paulo Saraiva, técnico da ATAP, coordenando o encontro nacional

da ROSA de 2012.

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negócios.

Possui experiência de implementação de projectos na área de desenvolvimento agro-pecuário sustentável e HIV/SIDA; na área de advocacia da sociedade civil no tocante a legislação de terra, flora, fauna bravia e HIV/SIDA; e na área de HIV/SIDA strictu sensu.

A organização tem os seguintes objectivos estratégicos: Criar uma geração dos pequenos produtores empreendedores em negócio agrários; fazer a divulgação de tecnologias que contribuem para o aumento da produção e produtividade agrícola em Moçambique; consolidar a capacidade técnica existente e fazer o seu uso para desenhar e implementar projectos cujo o público alvo são as comunidades rurais desfavorecidas; estender a divulgação da legislação agrária para as comunidades rurais que ainda carecem do seu conhecimento; documentar e fazer replicações de boas práticas; Reduzir a disseminação de HIV/SIDA nos membros da ATAP e comunidades rurais.

Fig. 12 – Sr. Paulo Saraiva participando de capacitação em equidade de género

organizado pela ROSA em Junho de 2012 e com a participação de membros

da ROADS.

• CMA

A Comunidade Moçambicana de Ajuda, é uma organização

nacional vocacionada a facilitação e capacitação de jovens

extra escolares, mães solteiras viúvas e populações vulneráveis

incluindo COVs, no desenvolvimento de pequenos projectos,

geradores de pequenos rendimentos para o seu auto sustento

e melhoria das suas vidas e de seus dependentes.

Contribui para o fortalecimento da capacidade de participação efectiva das populações vulneráveis

na promoção de desenvolvimento socio-económico e elevação da qualidade das suas vidas.De

acordo com estatutos e vocação da CMA, ao longo dos anos tem vindo a dedicar a sua atenção nas

seguintes áreas:

No Âmbito do HIV e SIDA e Género

� Sensibilização através de teatro, palestra, debates e mesas redondas sobre Género e HIV e SIDA, com enfoque aos direitos humanos e violência doméstica contra mulher e rapariga promovida na sua maioria por hábitos tradicionais denominados (ritos de purificação Kunhjinga);

� Criação de clubes de raparigas sob tutela de matronas para sensibilização dos alunos,

Fig. 13 – Sra. Maria Helena Sibia, Directora Executiva da CMA, dando as boas vindas durante capacitação em advocacia realizada pela ROSA em Junho de 2012.

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professores e a comunidade sobre abuso e assédio sexual da rapariga;

� Mitigação, apoio a COVs e PVHS � Visitas de sensibilização e cuidados domiciliários � HIV e SIDA associado a segurança alimentar

(apoio nutricional) � Geração de rendimento para sustentabilidade

das associações de camponeses e de PVHS No Âmbito de Agricultura

� Associativismo � Fomento de gado � Introdução de culturas de rendimento � Introdução de culturas tolerantes à seca � Introdução de técnicas de produção melhoradas � Treinamento sobre Gestão de recursos naturais � Uso de tracção animal � Treinamento sobre mercado � Plantio de fruteiras � Introdução de agricultura de Conservação

No Âmbito de Advocacia

� Divulgação da Lei da Terra � Advogar conflito da posse e

uso da terra nas comunidades � Boa governação � Direitos Humanos com

destaque para assédio sexual � Direitos da Criança � Violência domestica com

destaque a mulher e rapariga � Meio ambiente

(reflorestamento comunitário)

• KEPA

A KEPA oferece capacitação e aconselhamento aos parceiros moçambicanos das suas organizações membros finlandesas, assim como apoia o trabalho das suas organizações parceiras moçambicanas no contexto das políticas de desenvolvimento.

A KEPA apoia os seus parceiros nos assuntos ligados à participação política e à boa governação. Por exemplo, os parceiros da KEPA acompanham a tomada de decisões públicas nos Observatórios de Desenvolvimento para exigir um melhor desempenho do governo, e analisam os efeitos dos acordos de comercio livre na segurança alimentar e sobre a população rural.

A KEPA tem parceiros tanto a nível de base como a nível nacional. Durante os últimos anos, a KEPA tem colaborado, entre outros, com o Grupo Moçambicano da Dívida, Fórum Mulher e a União Nacional dos Camponeses.

A KEPA observa e analisa as questões relacionadas com a descentralização, a boa governação e o comércio. A KEPA faz parte das redes que trabalham em prol da boa governação, promovendo a expansão da participação e da igualdade.

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Uma parte das actividades da KEPA em Moçambique tem como objectivo apoiar a participação política na Finlândia através da transmissão de informação, realização de estudos de caso e redacção de artigos sobre Moçambique. A KEPA tem actividades em Maputo e na província de Cabo Delgado. O escritório da KEPA em Moçambique foi aberto em 1991.

• KULIMA A KULIMA é um organismo para o desenvolvimento socio-economico integrado que pretende facilitar o desenvolvimento sustentável das comunidades a médio e longo prazo. Trabalha desde 1984 no âmbito de Desenvolvimento Socio-Económico Integrado. Está particularmente engajada nas zonas rurais ou comunidades de base em todo o território Moçambicano. O termo “Kulima” é comum na língua Bantu e significa “cavar” ou “cultivar a terra”. O nome tem uma relação histórica pois, KULIMA há bastante tempo, tem trabalhado com comunidades rurais, cujo rendimento provém da terra.

Criação A KULIMA nasceu em 1984 em ligação com uma ONG francesa (Bioforce) no período da guerra civil em apoio aos refugiados, a fim de criar para eles condições de reassentamento definitivo em áreas mais propícias. Actividades A KULIMA intervém em duas áreas principais, Desenvolvimento Rural e Promoção Social, conforme

as necessidades das comunidades de base, principalmente, na extensão rural, apoio nas actividades

sociais de educação cívica e sanitária, pequenas indústrias, meio ambiente (reflorestamento),

artesanato, abrigo próprio (habitação), responsabilidade social (Criança Órfão e Vulneráveis),

programas de emergência, Direitos Humanos, género e promoção da mulher, abastecimento de

água e saúde básica (programas de luta contra a Malária, Cólera, Tuberculose e HIV e SIDA).

Objectivos

Como objectivo geral da KULIMA, no respeito dos estatutos da Organização, permanece a dedicação

em actividades em favor das comunidades mais desfavorecidas seja rurais como peri-urbanas, para

juntos com elas elevar o nível de desenvolvimento socio-económico em que se encontram.

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Fig. 1 – Sra. Nelia Buduio da Kulima (dir.) auxiliando na elaboração do

relatório do encontro nacional.

Os seus “28 anos de

experiência, obriga a manter

uma equipa de trabalho

eficiente em responder aos

desafios do tempo presente”.

Missão

Elevar o nível de bem-estar das comunidades pobres em

Moçambique, combatendo contra todos os obstáculos que

facilitam o aumento da pobreza no seio das mesmas

comunidades através de actividades integradas que visam a

promoção da produtividade na agricultura e da comercialização

dos produtos, a promoção dos programas de micro-finanças

rurais, do uso sustentável da água, da Promoção do saneamento

ambiental, da saúde e educação para todos, da formação de

técnicos apropriados para as diferentes áreas de acção, a

promoção dos sectores da mulher, dos velhos, do jovem e da

criança, valorizando sempre a cultura de paz, com acções

baseadas nos Direitos Humanos e numa boa governação.

Visão

Sermos e permanecer sempre como uma Organização atenta para com as necessidades da gente

que sofre e disponível a dar o nosso apoio à essas camadas mais desfavorecidas de Moçambique,

juntando-nos aos esforços que elas fazem para crescerem duma forma integrada no seu nível socio-

económico, tornando-se actores do seu próprio desenvolvimento.

Metodologia

Considera a comunidade como factor chave das actividades. Qualquer projecto elaborado pela

KULIMA, é precedido de uma auscultação específica das necessidades dos grupos alvo ou

beneficiários. As comunidades apresentam as suas necessidades e preocupações, e a KULIMA está

pronta para facilitá-las, em diferentes fases do processo.

Para a KULIMA, não existe um desenvolvimento comunitário sustentável, sem uma total dedicação

e participação activa dos membros de base, que são o suporte da durabilidade e sustentabilidade

do programa.

Experiência

Desde o surgimento, em 1984, a KULIMA vem desenvolvendo actividades ao nível nacional, com

enfoque às zonas rurais, com vista a melhorar as condições de vida das populações. Para tal, baseia

as suas actividades em cinco (5) pilares, que considera fundamentais:

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• Apoio às Finanças Rurais;

• Segurança Alimentar e Nutricional;

• Água e Saneamento;

• Promoção Social e Direitos Humanos; e

• Educação e Saúde Comunitária.

Fig. 14-Sra. Nilza Amizade da Kulima (a frente, direita) com os colegas da ROSA em capacitação sobre direitos

humanos em Junho de 2012.

Parcerias e Delegações

A Sede da KULIMA encontra-se na Cidade de Maputo e as suas delegações (coordenadas pela

Sede), estão distribuídas em 10 províncias, estabelecendo-se a base massiva de coordenação para a

conveniência dos projectos e de apoio aos voluntários. Isto favorece a ligação entre todas as bases

provinciais; assume contudo a dinâmica de participação regional, a nível da África Austral e dos

Países PALOP. Periodicamente, dependendo dos objectivos assumidos entramos em coordenação

com dinâmicas sociais mundiais, tais como: Beijing (Promoção da Mulher), Estocolmo (Exploração

Infantil) e Porto Alegre (Fórum Social Mundial), entre outros.

• LDH

A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos é uma organização de âmbito

nacional, com sede em Maputo, com delegações em outras partes no

território nacional. Tem por objectivo promover e defender os direitos e

liberdades fundamentais do homem, cujos princípios estão consagrados na

Constituição da República de Moçambique, na Declaração Universal dos

Direitos do Homem, na Convenção Internacional de Luta contra Todas as

formas de Discriminação, sob qualquer forma que se apresentem, na Carta

Africana dos Direitos do Homem e dos Povos e em todas as demais

convenções relativas aos direitos humanos; e denunciar as violações a esses

direitos e liberdades.

A Liga tem acompanhando atentamente os desenvolvimentos acerca da gestão do Conselho

Constitucional (CC), nomeadamente sobre a questão da administração do orçamento deste órgão de

soberania. E dentro do âmbito do seu escopo associativo que visa promover os Direitos Humanos,

através da monitoria, pesquisa, visibilização, advocacia e sensibilização sobre a evolução da

implementação dos Direitos Humanos em Moçambique, lança anualmente relatórios da

implementação nacional dos Direitos Humanos.

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• MuGeDe

A MuGeDe - Mulher, Género e Desenvolvimento, é uma Organização da Sociedade Civil Moçambicana, sem fins lucrativos, cuja constituição jurídica foi em 2004, com a missão de desenvolver uma cidadania activa na preservação dos valores ambientais, desenvolvimento rural e na promoção do equilíbrio de género, orientada pelos valores de justiça, tolerância, solidariedade, equidade e igualdade de género.

Tem a sua sede em Maputo capital de Moçambique, mas possui pontos focais em algumas diversas províncias do pais, com activistas constituidos por jovens e mulheres formados e reciclados nos diversos cursos de educação ambiental e meio ambiente no seu geral e, ministrados quer pela MuGeDe ou pelos parceiros. Reconhecendo a vulnerabilidade de Moçambique face às mudanças climáticas a MuGeDe, desenvolve actividades contribuindo de forma modesta para a criação de intervenções na educação social, ambiental e económica em diferentes áreas de Gestão Ambiental nas comunidades com especial atenção à mulher, através de educação cívica ambiental, treinamento e prontidão para prevenção e mitigação dos efeitos deste fenómeno.

Fig. 15 – Sra. Saquina Mucavele assinando o

Pacto do CAADP em nome da ROSA.

Fig. 16 – Membro da Mugede em entrevista sobre evento paralelo da

ROSA da CPLP em Julho de 2012.

Fig. 17 – Exposição de materiais no evento paralelo da ROSA da CPLP em

Julho de 2012.

• NEPA

O Núcleo de Estudantes Pró-Ambiente (NEPA), é uma associação

formada primeiramente por estudantes da Universidade Eduardo

Mondlane, Departamento de Geografia em 2003. O NEPA surgiu do

reconhecimento da necessidade de integrar actividades de pesquisa em

domínio do ambiente no processo de formação em Geografia

Desenvolvimento Regional e Ambiente. Mais tarde o NEPA abrangeu

estudantes doutros cursos como é o caso: Sociologia e Engenharia

Florestal.

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A visão do NEPA é de uma sociedade comprometida com a justiça, realização e promoção do

desenvolvimento sócio-ambiental. A missão do NEPA é de influenciar ou encorajar práticas

sustentáveis de uso e gestão dos recursos naturais (pesquisa e projectos de desenvolvimento),

massificar a consciência sócio-ambiental dos cidadãos (capacitação) e auscultar o desenvolvimento

comunitário (assessoria técnica).

O NEPA tem como objectivos:

o Contribuir para o conhecimento da situação sócio-ambiental a distintas escalas geográficas e para integração do conhecimento científico no processo de planeamento para o desenvolvimento sustentável em Moçambique;

o Contribuir para a defesa e manutenção do meio ambiente; o Contribuir para a promoção da educação sócio-ambiental dos cidadãos; e o Contribuir para o desenvolvimento comunitário sustentável.

O NEPA tem como principais áreas temáticas as seguintes:

o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e o Desenvolvimento Rural / Comunitário.

• ORAM

A Organização Rural para Ajuda Mútua é uma organização não governamental moçambicana de âmbito nacional. Fundada em 1992, dedica-se ao apoio às comunidades rurais, particularmente no apoio aos camponeses na legalização das suas terras.

Trabalha na promoção de associações de camponeses, registo de terra e resolução de conflitos de terra, para além de diferentes aspectos de desenvolvimento rural em geral. Para ORAM, a população-alvo principal é as associações de camponeses e o grupo de agricultores privados.

Tem como objectivo fortalecer o protagonismo dos camponeses e a sua capacidade de promover estratégias de posse e uso sustentáveis da terra e dos recursos naturais e a missão se define em defender os direitos e interesses dos camponeses, contribuindo para o desenvolvimento associativo e comunitário, com vista a assegurar a posse e o uso sustentáveis da terra e dos recursos naturais nas comunidades rurais.

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Fig. 18 e 19 – Sra. Dulce Mavone (primeira à esquerda e quarta à direita), Directora da ORAM,

no evento paralelo à Cimeira dos Chefes de Estado da CPLP de 2012.

Trabalha com: (i) sensibilização sobre os direitos das comunidades locais definidos na legislação da terra, florestas e fauna bravia e ambiente e sobre a importância das delimitações/demarcações no Cadastro Nacional de Terras; (ii) lobby e advocacia; (iii) delimitação/demarcação das áreas comunitárias; (iv) elaboração de plano de uso de terras e recursos naturais comunitários (nova área temática de intervenção); e (v) mediação de conflitos de terra e recursos naturais; (vi) promoção do associativismo e de cooperativas de camponeses. Pelo papel de relevo que desempenha relativo a terra e recursos naturais, servindo-se de interlocutor válido dos camponeses, influenciando os órgãos decisórios na adopção de políticas sobre terra e recursos naturais, na disseminação da lei de terras e floresta e fauna Bravia e na legalização de terras dos camponeses e associações, levaram a ORAM a uma rápida expansão para quase todo o país, isto é, para 8 Províncias resultando na abertura das seguintes delegações: Zambézia, Sofala, Nampula, Zona Sul (Maputo, Gaza e Inhambane), e Manica (Manica e Tete). ORAM tem a sua sede em Maputo, e escritórios em sete provincias - Gaza, Maputo, Inhambane, Zambézia, Manica, Nampula e Sofala - contando com um total de 200 trabalhadores. Na provincia de Gaza tem um oficial de programas baseado no seu Gabinete de Coordenação Regional em Macia, e trabalha com 68 associações de camponeses.

• UNAC

A UNAC é um movimento de Camponeses, do sector familiar que luta pela participação activa dos camponeses no processo de desenvolvimento de Moçambique.

Foi fundada em 1987 e registrada em 1994. As mudanças políticas e económicas que se operaram em 1987 motivaram o surgimento deste movimento. A UNAC tem como objectivo representar os camponeses e suas organizações para assegurar os seus direitos sociais, económicos e culturais através do fortalecimento das organizações camponesas, participação na definição de políticas

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públicas e estratégias de desenvolvimento visando garantir a soberania alimentar, tomando em conta a juventude e equidade de género. As organizações membros representam a unidade e visão comum dos camponeses e são espinha dorsal que tornam o movimento visível e actuante em diferentes espaços físicos e no quadro de políticas de desenvolvimento do país. Estes são, também, os espaços de concertação, diálogo e luta dos camponeses no dia a dia. Em 2010, a UNAC conta com cerca de 86.000 membros individuais agrupados em 2200 associações e cooperativas. Estas, por suas vez estão organizadas em estruturas superiores somando o número de 83 uniões distritais, 7 uniões e 4 núcleos provinciais de camponeses.

ii) Trabalho Desenvolvido pelas Organizações Membro à Nível de cada Província A ROSA funciona através de actividades desenvolvidas em seu nome por pontos focais em todas as províncias de Moçambique exceto Maputo. Nas demais províncias o trabalho desenvolvido realiza-se nos seguintes termos:

a. Gaza

O FONGA – Fórum de Organizações Não Governamentais Nacionais de Gaza, na pessoa do Dr. Anastácio Matavel, é o ponto focal da ROSA em Gaza. O FONGA é formada por organizações/redes/plataformas da sociedade civil, pessoas singulares e colectivas e almeja que cada membro da população de Gaza participe com espírito cívico nas várias frentes da luta contra a pobreza.

A ROSA trabalha através de Parceiros Estratégicos em todas as províncias. Dentre os trabalhos desenvolvidos pelo FONGA estão: assessoramento e monitoria; o processo de areias pesadas de Chibuto; os assentamentos que são feitos de forma muito desorganizada por falta de um instrumento legal legitimada para o efeito, para tal, a FONGA aparece como um ponto focal das comunidades a reclamar essa lei; mobilização e financiamento de até 200 mim mts a outras ONGs para seu empoderamento; assim como engajamento nos processos de DUAT, a nível da província, em coordenacao com o ITC. Sendo Gaza uma província muito pobre (a terceira mais pobre do pais), a FONGA tem se esforçado para o seu desenvolvimento pressionando o governo distrital, dando capacitacoes, participando em dias comunitários. Neste momento a ROSA não promove actividades em Gaza mas está hospedada no FONGA e pretende portanto utilizar-

Fig. 20 – Dr. Anastacio Matavel em entrevista sobre evento paralelo da

ROSA da CPLP em Julho de 2012.

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se desse parceiro para o desenvolvimento conjunto de actividades futuras. A ROSA no entanto tem se feito presente na província através de nstrumentos publicitários ex. distribuindo panfletos, camisetes, estudo do caso procana, etc.

Fig. 21 – Dr. Anastacio Matavel como

moderador do evento paralelo.

b. Inhambane A ACUDES – Associação Cultural para o Desenvolvimento Sustentável é a representante da ROSA em Inhambane. Esta organizaçã trabalha com mulheres e jovens em várias actividades dentre as quais merecem destaque: a particparam na marcha no dia mundial a alimentação adequada; as capacitações em matérias de associativismo; as capacitações em matéria de lobbying e advocacia para influenciar políticas públicas; a coordenacao com alguns técnicos do SDAE; e a integracao das mulheres nos conselhos consultivos.

O ponto focal da ROSA na ACUDES é o Sr. Enoque Marcelino Costa, e na sua falta, a Sra. Florinda Costas. A organização trabalha para aumentar o nivel de consciência das comunidades em particular dos jovens sobre direitos humanos, educação moral e valores culturais locais e nacionais, consciência ecológica, boa governação, sexualidade e saúde reprodutiva, questões de género, prevenção das ITS/HIV/SIDA em especial a situação dos jovens seropositivos. Desta forma, desenvolve nos jovens capacidades e habilidades que promovam reflexão critica e envolvimento activo nos problemas e dificuldades que afectam a comunidade e aos jovens em particular com o objectivo de erradicar a pobreza promovendo um desenvolvimento sustentável. Na Província de Inhambane a ACUDES pretende estabelecer junto com os parceiros locais

projectos em quatro áreas, que a ACUDES chama de programas. Estes programas são os

seguintes:

o A Descentralização/Governação Local: para promover a participação das populações ao

nível local e distrital no processo de influenciar os planos e orçamentos e assim

fortalecer as estruturas democráticas do país. Este programa inclui a cooperação com as

IPCCs – Instituições de Participação e Consulta Comunitária, organizações não-

governamentais, associações locais e o apoio destas nas suas acções.

o O Desenvolvimento Económico Sustentável: Incentivar o desenvolvimento económico

local através do apoio (capacitação e assistência técnica) a pequenas e medias

empresas, no desenvolvimento económico local e da cooperação com iniciativas

privadas, incluindo acções de conservação do ambiente através do envolvimento das

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comunidades na identificação de alternativas para que não destruam os recursos

naturais locais.

o Programas de Capacitação em Desenvolvimento: de habilidades técnicas,

conhecimentos sobre negócios e providencia de experiência profissional.

o O Combate ao HIV/SIDA: Como um assunto transversal em todos os projectos para apoiar as instituições nacionais e organizações da sociedade civil no combate ao HIV/SIDA.

c. Sofala

Em Sofala, a ROSA é representada pela ADS – Associação para Desencolvimento Sustentável na

pessoa do Sr. Joaquim das Neves. A ADS trabalha com grupos vulneráveis e com a União

Mundial dos Camponeses através de assessoria às associações (já apoiaram cerca de dez

associacoes). A organização tem desenvolvido um trabalho importante na questão do cinturão

verde e sua usurpação indevida em detrimento de cerca de 700 familias. Esta aproximou-se ao

Conselho Municipal para que as famílias fossem compensadas e também dialogou com a ROSA

acerca do pedido dos camponeses dos distritos e das províncias que gostariam que se criasse

condições de convencer os SDAES para que tivessem represas e apoio em tração animal.

d. Manica

Em Manica, a ROSA é coordenada pela Kubatsirana pelo o Sr. Augusto

Alberto Moraes. A Kubatsirana e uma Associação Ecuménica Cristã, na luta

contra HIV e SIDA em Moçambique, fundada no ano 1995 e funciona no

período em referência com duas áreas principais programas e

administração e finanças. A área do Programas está constituida em duas

partes que são:

1 Cuidados Domiciliários e 2 Prevenção e Apoio.

Nos Cuidados Domiciliários funcionou com 3 projectos sendo:

1 Assistência aos doentes; 2 Assistência às crianças órfãs e vulneráveis; e 3 Grupo de apoio para PVHS (pessoas vivendo com HIVS).

E o Programa de Prevenção e Apoio Técnico funcionou com 2 projectos:

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1 Treinamento de Pastores; e 2 Treinamento de Líderes de Jovens.

A associação é membro de algumas redes como Monaso, Focama, PACAnet e faz parte da rede

integrada do Ministério da Saúde. A organização trabalha nos distritos de Gondola, Manina e

Sussundenga com grupos de jovens, idosos e seropositivos. Na área de segurança alimentar,

tem grupos de mulheres rurais onde desenvolvem grupos de trabalho, machambas de milho e

mapira, hortícolas, etc. para beneficiar as crianças e idosos e outros grupos vulneráveis.

Participam nas cerimónias centrais sobre agricultura e nesta instância fizeram uso camisetes e

capulanas da MuGeDe em nome da ROSA. Todos os programas envolveram os seus grupos alvo

no processo de planificação e implementação das actividades e na tomada de decisão sem

distinção de género.

e. Tete Em Tete, o Sr. Manuel Alfinar actua como ponto focal da ROSA em

nome da organização parceira a ACEAGRARIOS – Associação de

Extensionistas Agrários. A organização possui como áreas de actuação:

o agrobusiness e assistência veterinária. Dentro dessas áreas

desenvolve actividades transversais na área de HIV/SIDA e em

alternativas alimentares voltados para a subsistência e a criação de

actividades económicas. Trabalha em parceria com a indústria

extrativa presente em sua província, em particular com a empresa Rio

Tinto.

A ACEAGRARIOS trabalha nas seguintes áreas chaves da segurança

alimentar:

• Fomento pecuário;

• Fomento de fruteiras;

• Vacinação da doença de newcastle nas galinhas do sector familiar;

• Promoção de cadeias de valores da batata reno, milho nas comunidades e ligação do produtor com o mercado; e

• Promoção da agro indústria familiar.

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f. Zambézia

Fig. 22 – Sr. Marcos do Amaral e relatório no encontro nacional da

ROSA de 2012.

Na Zambézia, a ROSA é representada pela RADEZA – Rede de

Organizações para o Ambiente e Desenvolvimento Comunitário

Sustentável da Zambézia através da coordenação do Sr. Marcos do

Amaral desde 2009. A RADEZA foi designada para assumir a coordenação

do processo da ROSA no que diz respeito à participação em datas

comemorativas (dia mundial da alimentação, mulher rural e combate à

pobreza) e participação encontros com governo. Nesta prerrogativa

conseguiu: angariar mais cinco membros para a ROSA; e fazer

mobilização da comunidade para integrar as campanhas agrícolas.

A RADEZA é parte do projecto Prodeza do Governo da Finlândia

apoia o desenvolvimento rural na província da Zambézia desde

Junho de 2006. O objectivo geral do Prodeza é de reduzir a pobreza –

especialmente no seio das mulheres. O problema chave tratado pelo

projecto está ligado ao uso insuficiente e insustentável do grande

potencial de agricultura e florestas na província. O projecto promove

o aumento da produção agrícola e florestal sustentável e o aumento

das oportunidades de geração de rendimento nos distritos de

Mocuba e Maganja da Costa.

Fig. 23 – Capacitação sobre a

Lei de Florestas e Fauna

Bravia, 2009.

g. Nampula

O ponto focal de Nampula é a organização ACADER – Associação de Camponeses para o Desenvolvimento Rural representada pelo Sr. Augusto Muavelas. A ACADER actua nos distritos de Nampula cidade/Rapale, Namina Mecuburi, Meconta, Mogincual, Noma, Ribàué, Nacala-à-Velha, Monapo. As áreas de intervenção da organização são: (i) agricultura de conservação/agroecologia (sequeira e hortícola); (ii) PEC –promoção de higiene e saneamento; e (iii) advocacia (DUAT às mulheres e COVs).

O objectivo geral da ACADER em Nampula é contribuir para a promoção dos membros na participação das acções de desenvolvimento das suas capacidades sócio-económicas e culturais. E, os objectivos específicos são:

- Capacitar os membtos em abordagens de sustentabilidade, associativismo/liderança, micro-crédito e gestão de recursos disponíveis; - Treinar grupos de mulheres na promoção de higiene e saneamento (PHS) e educação comunitárias (PEC); - Dotar os membros de capacidades de novas tecnologias de produção melhoradas, uso e aproveitamento racional dos seus recursos locais; e

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- Promover troca de experiências entre as comunidades, distritos, províncias e com outros países parceiros.

Dentre as actividades em curso desenvolvidadas estão: a) produção de hortícolas em todos os distritos; b) promoção de educação comunitária; c) promoção de higiene e saneamento; e d) preparação da campanha agrícola 2012/2013. Em especial destam-se:

o Membros de várias organizações que compõem a ROSA advogam o DUAT às mulheres e

crianças, DHAA através de grupos temáticos de agricultura e de água para produção de

comida

Fig. 24 – Augusto José Muavela em reunião do

Conselho Fiscal em Fevereiro de 2004.

Fig. 15 – Estudo em Grupo, Nampula.

o Membros da ROSA advogando em campanhas contra violência da rapariga na educação,

violação e assédio sexual de menores na escola

o Fortalecendo a homogeineidade entre os produtores e seus governantes na definição de

políticas de preços competitivos

o Capacitação aos membros da ROSA em técnicas de produção, agroecologia/agricultura de

conservação

Fig. 26 – Esclarecimentos dos mebros eleitos e

não eleitos sobre a necessidade de se reunirem

em associação em 31 de Janeiro de 2004, ao

centro o Sr. René Dejardim.

Fig. 27 – Formação sobre equidade de género.

o Formação dos membros da ROSA em associativismo e liderança

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o Encontro mensal do grupo temático de água e saneamento – GTAS, onde ACADER/ROSA são

membros

o Formação dos membros da ROSA em género e desenvolvimento

o Transferência de tecnologias, uso de matraca e escola na machamba do camponês em

Naahexfe na cintura verde da cidade de Nampula

Ademais, a ROSA em Nampula filiou-se a diferentes grupos temáticos: agricultura, mudanças

climáticas, água e educação forma pela qual foram capazes de formar 13 novos membros. O

trabalhadores e membros da ACADER participaram nos preparativos dos dias 15 e 16 de

Outubro em 2011. Participam em encontros sobre mudanças climáticas com outras

organizações locais ambientais. Prestam outros membros emergentes na elaboração de micro-

projectos para angariação de fundos para actividades agrícolas. Trabalham também na área de

emponderamento da mulher através da abertura de três campos para plantio de citrinos. A

organização trabalha também para legalizar uma área de 1000 hectares em diferentes distritos

com apoio de ORAM local e ITC locais, e enxertos de mudas de cajueiros em parceria com

serviços económicos distritais.

h. Cabo Delgado

Em Cabo Delgado a ROSA é representada pelo Fórum Terra, na pessoa do Sr. Assane Simão da

Silva. O fórum tem 17 membros colectivos e 12 singulares. Trabalha na área de disseminação de

leis de agrárias com objectivo de fortalecer as comunidades e com o intituito de garantir o

conhecimento da legislação a essas comunidades, sobretudo que conheçam como terem o seu

DUAT. Trabalha em dez distritos, tem 563 associações e demarcam as áreas para terem DUAT,

legalizam associações e neste processo tem havido capacitações, sobre as leis, como também na

área de segurança alimentar, género e HIV sida como assuntos transversais.

i. Niassa

A ROSA foi implantada na província do Niassa a partir do ano

2006 através de Aro Moçambique e Vacheculo, a partir do

encontro que tiveram na província de Nampula no âmbito

representação do Fórum Terra.

Neste sentido, eles convocaram um encontro com várias organizações que trabalham na área de

segurança alimentar e nutricional e soberania alimentar; culminando com a criação desta rede

através de um secretariado provincial constituído por três (3) organizações, nomeadamente:

ProAgra - Associação para o Progresso Agrário do Niassa, Aro Moçambique, Vacheculo e UCA,

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tendo sido eleita esta primeira por unanimidade como organização ponto focal e com

responsabilidades de indicar uma pessoa representante para este efeito. A partir daquele

momento, a ROSA Niassa realizou várias acções.

Actualmente, o ponto focal da ROSA em Niassa é a ProAgra, na pessoa do Sr. Valeriano Gervásio

David. A ProAgra foi criada por camponeses locais de Maúa e Marrupa. A ProAgra foi

estabelecida em 1995 e trabalha em prol da melhoria da população vulnerável, contribuindo

para a melhoria da qualidade de vida e redução da pobreza. A ProAgra tem interagido com

algumas organizações da ROSA que trabalham no âmbito da segurança alimentar, divulgando as

políticas agrárias.

A ProAgra também trabalha intensamente para revitalizar e fortalecer a ROSA em Niassa. Desde

Maio de 2012, tem organizado reuniões com os membros da ROSA Niassa: ProAgra, UPCN

(União Provincial de Camponeses do Niassa), Associação Vacheculo, Aro Moçambique, OJUDAN,

CPJ, ASSUNTOS TAQUA, RELIGIOSOS, KACHLENGA, FAMA, IMANI, ACHAKONGUE, NGOPELA, CPI,

ACORD, UCA, MONASO, FONAGNI (Fórum provincial de ONGs do Niassa), UPCN (União

provincial de camponeses do Niassa), ARV, CONCERN UNIVERSAL, NAOSSA, KULIMA,

Desenvolvimento de Sanjala, CCS, SETSAN e Departamento dos Serviços Provinciais de

Agricultura da Direcção Provincial de Agricultura do Niassa (DPA).

Esses encontros tem como objectivo: (i) reactivar a coordenação entre ROSA e os membros da

mesma; (ii) discutir e avaliar dos (4) quatro pilares do Programa Compreensivo de

Desenvolvimento da Agricultura Africana (CAADP); (iii) discutir da criação dos Pontos Focais

Distritais da ROSA; e (iv) divulgar do papel dos pontos focais provinciais da ROSA.

3. Principais Actividades da ROSA:

No campo de advocacia a ROSA esteve envolvida em dois grandes importantes processos, o Programa Compreensivo de Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP) e a formulação da lei sobre sobre Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA). No primeiro, a rede fez-se representar pela MuGeDe no momento da assinatura do pacto e criou-se um grupo técnico multi-sectorial criado para o efeito que, com a participação da ActionAid, Liga Moçambicana de Direitos Humanos, MuGeDe e ABIODES, tratou do assunto desde o principio até a assinatura do pacto. Em relação ao DHAA, a ROSA participou em várias actividades de advocacia de lobby, sendo de destacar a sensibilização das instituições do estado, agências das Nações Unidas e as demais forças vivas da sociedade civil que trabalham na área de segurança alimentar e, depois segue-se a fase de auscultação dos mesmos actores acima mencionados incluindo distritos, directores de SETSAN, Municípios, e Academias, este acto culminou com a produção do 1º draft da lei quadro do DHAA. Dentre as actividades da ROSA destacam-se:

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� Marcos Importantes

o Estudo sobre a percepção à criação da ROSA o Lançamento do livro sobre Biotecnologia e Segurança Alimentar no Sarau do Dia

Mundial de Alimentação de 2004 o Contribuição na elaboração do PARPA II o Participação na campanha sobre governação florestal em Moçambique o Conferência Nacional da Sociedade Civil sobre Desenvolvimento Agrário o Paricipação no CIRADR realizado em Porto Alegre, Brasil o Assinatura da Declaração contra a Desnutrição Crónica o Assinatura do Pacto do CAADP o Participação na elaboração do ESAN e PASAN o Estudo sobre as implicações do protocolo comercial da SADC na SAN o Capacitação em Agro-ecologia o Lançamento de um Estudo sobre o Impacto de Políticas Agrárias em Moçambique o Elaboração de um Estudo sobre a Oscilação dos Preços dos Alimentos

� Em curso

o Campanha Moçambique Livre da Fome o Campanha Nacional sobre o Direito Humano à Alimentação Adequada o Fortalecimento da ligação entre organizações de base, organizações provinciais e

nacionais o Monitoramento da implementação da componente SAN no PARP o Produção anual de newsletters com actividades e acontecimentos importantes

� Em destaque

o Organização de evento paralelo à Cimeira da CPLP de 2012 em parceria com a FAO o Participação nas discussões referente aos planos de investimento do Programa

Compreensivo de Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP) o Participação nas discussões da Lei Quadro do Direito Humanos à Alimentação

Adequada (LDHAA)

i) Projecto ACORD/MuGeDe

Este projecto financiado pela DFID através da ACORD Internacional foi baptizado por nome de “As Vozes Organizadas da Comunidade para Soberania Alimentar” em Moçambique, este projecto é implementado nas províncias de Maputo e Inhambane e visa:

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1) Sensibilizar os cidadãos sobre os seus direitos e responsabilidades, a sua participação activa na tomada de decisões nos processos que afectam a soberania e segurança alimentares, HIV/SIDA e políticas agrícolas;

2) Investimento público no sector de agricultura, proporcionando serviços agrícolas qualidade, que beneficiam os pequenos agricultores, especialmente mulheres e PVHS;

3) Promover a igualdade de género e sua integração nas políticas agrícolas, programas e prestação de serviços; e

4) Facilitar os parceiros do projecto, especificamente as 45 OSC beneficiárias e quatro direcções do governo para colaborar e funcionar como link beneficiários do projeto. ii) Projecto ABIODES/ActionAid/IFSN

Este projecto também de advocacia, financiado pelo IFSN e implementado pela ABIODES através da ActionAid Moçambique, já está na sua terceira fase de implementação e possui como foco actividades para a participação na elaboração e avaliação de políticas pública na área de segurança alimentar. As actividades dos projectos foram realizadas nos distritos de Maputo, Moamba, Magude, Funhalolo e Inhambene, onde foram realizadas 23 campanhas agrícolas com mensagens da Rosa que luta para aspectos importantes relacionados com o processo do CAADP e com a LDHAA.

Neste projecto realizou-se as seguintes acções:

1) Estudo sobre o impacto das políticas públicas agrárias em Moçambique; 2) Divulgação e inquéritos sobre o processo de criação e aprovação da lei DHAA; 3) Participação nos processos de planos de investimento para o CAADP; 4) Preparação de uma pesquisa sobre o impacto de vulnerabilidade dos preços na cidade de Maputo; 5) Workshop de técnicas e ferramentas de preparação de campanha de advocacia; e 6) Encontro nacional da ROSA com todos os membros do grupo de coordenação e pontos focais provinciais.

4. Historial Detalhado com os Marcos da ROSA:

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i) Criação e Desenvolvimento Em agosto de 2003, a ABIODES, a UNAC e a ActionAid Moçambique elaboraram a Proposta de Rede de ONGs em Serviço da Área de Segurança Alimentar. Esse documento visava analisar o contexto nacional da segurança alimentar, a estratégia governamental para a redução da insegurança alimentar, o trabalho efectuado no âmbito da sociedade civil nessa seara e a proposta de criação de uma rede na área de segurança alimentar com atuação à nível nacional. O processo de formação da ROSA incluiu: (i) a discussão da proposta acima mensiona e a colheita de comentários das instituições pré-envolvidas na iniciativa criadora; (ii) apresentação da iniciativa ao Fórum de ONGs; (iii) convite, através do Fórum de ONGs, enviado a diferentes ONGs com actividades na área de segurança alimentar e nutricional em Moçambique para a apresentação da iniciativa bem como definição conjunta dos passos seguintes e eleição do órgão coordenador durante o processo de criação envolvendo o próprio Fórum de ONGs. Assim, a ROSA foi criada em 2003 pela ABIODES, UNAC e ActionAid como uma coligação de organizações da sociedade civil moçambicana com mandato de defender os interesses das organizações da sociedade civil, productores agrários do sector familiar, de poucos recursos e de subsistência, nos processos de formulação e implementação de políticas, legislação e programas e projectos de intervenções rumo ao desenvolvuimento da agricultura e provisão de segurança alimentar. A participação das pessoas simples no processo de tomada de decisões à nível nacional, regional e internacional ocorre através de advocacia de políticas e processos inclusivos. Durante o seu processo de criação decidiu-se que: (i) a ROSA operaria informamelmente e que o processo legal iria caminhar gradualmente até a sua consolidação como rede; (ii) uma equipa de coordenação ficaria responável pela dinamização do processo à nível nacional; (iii) cada província ficaria encarregada de dinamizar o processo de criação ao nível provincial através de fóruns próprios; (iv) a todos os níveis a ROSA deveria trabalhar em parceria com o governo e outros actores que se revelem importantes; (v) questões conclusivas sobre objectivos, missão, actividades, princípios gerais, denominação, etc. continuariam a ser discutidas entre os membros; e (vi) a legalização e o estatuto seriam assinados aprovados e assinados pelas organizações fundadoras que convidariam outras organizações parceiras que também participaram e auxiliaram nos processos de criação da rede em 2003. No desenvolvimento das suas actividades a ROSA tem priorizado as áreas de agricultura, segurança alimentar, diversidade e conservação do ecosistema e gestão de terras priorizando a denúncia e o combate à usurpação de terras e a corrupção da sua gestão, como forma de defesa da Constituição e do direito dos cidadãos ao uso e aproveitamento da terra. A ROSA não substitui as organizações que a compõem e o mandato de representação é expresso por vontade e mediante aceitação da Coordenação.

ii) Cronologia de Estudos, Acções e Participações Nacionais e Internacionais

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Entre Agosto e Setembro de 2004, e em seguimento à criação da ROSA, assinou-se uma Declaração de Compromisso da Coordenação para a formação da rede de ONGs/associações que trabalham na área de segurança alimentar em Moçambique. Como signatários figuraram a UNAC, ABIODES, ATAP, KULIMA, KEPA e ActionAid Internacional Moçambique. Por este termo as organizações mencionadas assumiram o compromisso de colaborar activamente entre si como secretariado na materialização e contretização do projecto de criação da ROSA.

Em 2005, a ROSA formou uma parceria com a ActionAid para o desenvolvimento de uma série de actividades relacionadas com Organismos Geneticamente Modificamos – OGM, especificamente: a) tradução e reprodução de documentos internacionais importantes relacionados com os OGM; b) seminários de apresentação do relatório sobre a exploração florestal em Moçambique; c) seminários sobre OGM; d) produção de um documento de posição para o processo de elaboração do PARPA II; e d) conferência sobre o desenvolvimento agrário. Em Março de 2005, a ROSA encomendou o estudo “Percepção das Instituições, ONGs/Associações quanto à Formação da Rede de ONGs/Associações em Serviço na Área de Segurança Alimentar” que foi elaborado pelos consultores Domingos Cugala e Leda Hugo. O trabalho baseou-se na recolha de dados nas sete províncias das zonas Sul e Centro de Moçambique, incluindo Maputo Cidade, Gaza, Inhambane, Manica, Sofala, Tete e Zambézia. A pesquisa teve como objectivo avaliar o trabalho desenvolvido na seara de segurança alimentar e percepção das instituições e comunidades que trabalham nessa área sobre a criação, valores básicos e modelo de estrutura de uma rede nacional como a ROSA. Nos dias 6 e 7 de Dezembro de 2005, a ROSA realizou a Conferência Nacional sobre Desenvolvimento Agrário no Hotel Ibis de Maputo. A conferência foi organizada pela ABIODES e contou com o apoio financeiro da União Européia em particular do IFSN, da FAO Roma e da KEPA.O evento contou com mais de 70 participantes oriundos de diversas províncias do país, e das diversas organizações da sociedade civil assim como dos diversos órgãos do estado, e teve como objectivo produzir um documento de posição de Moçambique a ser apresentado pela rede na Conferência Internacional do Rio em Março de 2006. Em Dezembro de 2005, a ROSA elaborou, com o apoio dos consultores J.S. Cumbi e N.Mahalambe e financiamento da ABIODES e da KEPA, um documento de posição da sociedade civil para a contribuição no PARPA II. O documento de posição foi entregue ao governo e à sociedade civil a hora para influenciar o processo da preparação do PARPA II. Todo o processo de apoio ao grupo de formulação de uma posição, a produção do documento de posição bem como o uso de fundos foi devidamente documentado em relatório próprio produzido pela ABIODES, à época organização de secretariado da ROSA. Em 27 de Abril de 2006, a ROSA realizou o evento Conhecendo Melhor as Estratégias de Desenvolvimento na sala de reuniões da ActionAid. Participaram do evento membros da ABIODES, ATAP, ActionAid, KEPA, UNAC, ORAM, KULIMA e LDH. A reunião teve como objetivo falar sobre a ROSA, sobre o processo e o engajamento do PARPA e do PARPAII e sobre G20. Em seguimento a essa actividade, realizou-se em 03 de Maio um encontro para elaboração do plano de divulgação e outras questões práticas da ROSA.

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Em 16 de Agosto de 2006, a ROSA desenvolveu um encontro regional de divulgação da rede realizado em Nampula. Esse encontro foi apoiado financeiramente pela ActionAid Moçambique e discutiu a oportunidade de criação da ROSA bem como elaborou a proposta de Termos de Referência para Ponto Focal da ROSA. Nessa mesma época elaborou-se nova proposta de estatuto e termos de referência para a coordenação e secretariado da ROSA. Em Setembro de 2006, a ROSA apresentou um estudo chamado Relatório de Divulgação da ROSA na Zona Centro do País realizada na Cidade de Beira elaborado pelas consultoras Maria de Lurdes Nataniel e Martins Gambe. O documento baseou-se na realização de um seminário na cidade da Beira em 09 de Agosto de 2006 na sala de reuniões da KULIMA. O objectivo do seminário era divulgar a ROSA a nível regional e permitir a aderência de novas organizações à rede. Como resutado o estudo apresentou uma análise da proposta de estatuto, da proposta de termos de referência dos pontos focais e das vantagens e desvantagens da legalização da ROSA. Em Outubro de 2006, a ROSA liderou a campanha de Direito Humano à Alimentação Adequado – DHAA com o apoio da ActionAid Moçambique. Decorreram capacitações em DHAA ao nível provincial como seguimento da formação de formadores nacionais, sendo que a ROSA suportou as capacitações em, Tete e Sofala. E, em continuidade, foi realizado nos dias 4 a 7 de Junho de 2007 numa das salas do Hotel Tivoli um seminário de formação em DHAA onde participaram os pontos focais da ROSA de todas as províncias com excepção da província de Inhambane. No mesmo ano a ROSA elaborou o programa de visita da delegação de Angola a Moçambique com o objectivo de divulgar o 1° Simpósio de Segurança Alimentar e Nutrição da CPLP a decorrer em Angola. A ROSA proporcionou o acompanhamento na visita à ActionAid, com o grupo de coordenação da ROSA, com membros de instituições de ensino, com a embaixada de Angola, com a embaixada do Timor Leste, com membros do Ministério da Saúde, visita ao ponto focal de Gaza e visita a uma associação de camponeses com um projecto de segurança alimentar. E, também, dentro do projecto IFSN, a ROSA participou activamente na elaboração da ESAN II – Estratégia de Segurança Alimentar e Nutrição II, na mesa de acompanhamento onde indicou um membro seu que faziam comentários à produção do documento, para além de ter participado nos debates temáticos com a sociedade civil, consultas provinciais e regionais e por fim no seminário nacional de apresentação da estratégia onde discutimos com um documento de posição. Em 28 e 29 de Novembro de 2006, a ROSA realizou um encontro de reestruturação do seu funcionamento nas Caritas. Esse encontro se destinou-se a: (i) nova designação da ROSA de rede para segurança alimentar para soberania alimentar; (ii) formalização da rede no seio do GC através a da assinatura de memorando de entendimento entre seus membros; (iii) aprovação do plano de acção para o ano de 2007. O dito memorando foi assinado pelas seguintes organizações: ABIODES, ActionAid, ACORD, ATAP, KEPA, KULIMA, LDH, MuGeDe, NEPA, ORAM e UNAC. Em Maio de 2007, a ROSA formou parceria com a TROCAIRE para desenvolvimento de um projecto chamado “Estudo e Capacitação da ROSA” destinado às: a) actividades de elaboração de um estudo sobre o impacto do Protocolo Comercial da SADC; b) organização de um seminário de agroecologia; e c) a capacitação dos núcleos. O projecto contou com a comparticipação da ABIODES, da FAO, da ActionAid e da KEPA. Em 27 de Julho de 2007, a ROSA realizou, com o apoio da ActionAid, um

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encontro com a presença de 18 das organizações membros da ROSA para fazer uma reflexão e revisão participativa do funcionamento e trabalho da ROSA. A formação em agricologia foi realizada na província de Nampula entre os dias 12 e 14 de Setembro de 2007 onde foram capacitados em matéria de agricultura e conservação 35 participantes, incluindo membros da ROSA, representantes convidados de várias instituições e associações – PROMEC, CARE, SOLIDARIEDADE Zambézia, DPA Zambézia, SDAE Namarrói e Manhiça e Ministério da Agricultura – e camponeses provenientes de diferentes províncias e distritos. Como resultado estão: a) o relatório da capacitação; b) materiais usados na formação; c) brochuras; e d) DVDs. No âmbito do seminário de agroecologia realizado em Nampula, houve a necessidade de um apoio institucional aos pontos focais provinciais de Nampula e Zambézia. Para o efeito foi disponibilizada uma ajuda financeira destinada a apoiar nas despesas dos pontos focais da ROSA. Em Janeiro de 2008, a ROSA produziu, em colaboração com o IPAM – Instituto de Pesquisa e Assistência Técniva Municipal, o estudo de “Impacto do Protocolo Comercial da SADC nos Produtores Rurais em Moçambique: Efeito do Protocolo Comercial da SADC na Soberania Alimentar dos Produtores Rurais em Moçambique”. O estudo foi levado à cabo nos meses de Julho e Agosto de 2007 nas provínciad de Maputo, Sofala e Nampula com o objectivo de: a) abrir um debate para a liberalização comercial; b) sugerir um novo modelo de produção agro-pecuária; e c) apresentar uma proposta de protecção aos mercados locais. Na mesma época, produziu-se o Relatório Narrativo do Projecto “Estudo e Capacitação da ROSA”. Em 04 de Março de 2010, a ROSA participou do Seminário Nacional sobre a Desnutrição Crónica e assinou como a sociedade civil a Declaração contra a Desnutrição Crónica do governo em parceria com a agência das Nações Unidas, parceiros de desenvolvimento, outros membros da sociedade civil, entre outros. A declaração tem como objectivo encontrar uma resposta acelerada para a redução da desnutrição crónica em Moçambique bem como obter consenso nacional para um plano de acção multi-sectorial de redução da desnutrição crónica que vise investir na informação, gestão de conhecimento, sistema de vigilância e avaliação dos progressos realizados, bem como mobilizar recursos a nível nacional e internacional para assegurar implementação em larga escala das intervenções e programas de nutrição.. Nos dias 15 de Janeiro, 26 de Fevereiro e 09 de Março de 2010 realizou-se em Maputo reuniões de preparação da fase II do projeto IFSN com a participação de 11 membros do grupo de coordenação. Essas reuniões objetivaram expandir o conhecimento dos membros da ROSA sobre o projecto bem como incluir de forma participativa seus comentários em acções que visem o fortalecimento das organizações da sociedade civil na área de direito à alimentação. Como resultado iniciou-se o planejamento de actividades específicas da ROSA e a elaboração de um orçamento para as ditas actividades. Em 18 de Março de 2010, a ROSA iniciou uma campanha de advocacia para influenciar o conteúdo e a aprovação da LDHAA. Esse foi o início de uma grande estratégia de longa duração e que conta com o apoio da ABIOBES, ORAM, ActionAid, CMA, MuGeDe, Kulima e UNAC e com os nove pontos provinciais da ROSA. Essa campanha envolve a elaboração de documentos e a participação em encontros organizados pelo SETSAN.

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Em seguida, entre os dias 19 e 23 de Março de 2010, a ROSA participou da reunião IANRA em Johanesburgo. Essa almejava aumentar a troca de experiências entre os diferentes membros da sociedade civil de vários países que trabalhavam na área de segurança alimentar e criar links e agendas conjuntas. Em 24 de Março 2010, a ROSA participou da Conferência para a Redução da Desnutrição até 2015 realizada na sala Joaquim Chissano em Maputo. Essa actividade organizada em conjunto por todos os Ministérios e a ROSA participou como representante da sociedade civil. Durante essa conferência reconheceu-se o papel desempenhado pela sociedade civil no atingimento da segurança alimentar e nutricional no país. Houve também o compromisso do Governo em dar continuidade ao processo da LDHAA e em promover programas que favoreçam estratégias multi-sectoriais para a redução da fome. Em Setembro de 2010, a ROSA encomendou um estudo em políticas agrárias. Este foi produzido em cooperação com a ORAM e a ABIODES, pelo financiamento do IFSN, e chamou-se “Estudo sobre: O Impacto da Economia Agrária em Moçambique”. O objectivo do estudo era: (i) reflectir sobre as políticas no sector da agricultura e seu impacto nas comunidades rurais e de camponeses; (ii) analisar o mecanismo de implementação e monitoria das políticas do sector da agricultura; assim como (iii) propor medidas que estimulem a produção e a produtividade no sector para a garantia da soberania alimentar em Moçambique. Para tanto, a entidade responsável pela pesquisa o CEMO – Centro de Estudos Moçambicanos e Internacionais realizou a pesquisa na cidade de Maputo, na província de Maputo, província de Sofala, província de Manica e província de Tete. De 22 a 23 de Setembro de 2010, a ROSA participou na III Conferência Nacional da Mulher Rural realizada em Maputo. Esse foi um momento em que houve o estreitamento da relação da ROSA com a FOMMUR e com o Ministério de Planificação e Desenvolvimento e o Ministério da Justiça para estreitamento das acções relativas ao CAADP. Entre 3 a 6 de Outubro de 2010, a ROSA foi à Kampala, Uganda, para o evento organizado pela EMRC International com o apoio do Governo, da FAO e do Rabobank. Essa colaboração contou com a parceria de outros entes publicos e privados e consubstanciou-se em um fórum de “Agribusiness”. A principal tarefa desse fórum era repensar as parcerias público-privadas de forma a proporcionar maior apoio aos agricultores de pequeno porte na questão da agricultura versus a segurança alimentar. Em Dezembro de 2010, a ROSA começou a desempenhar um papel fundamental na criação de um esquema de financiamento de políticas agrárias à nível nacional. Com a aprovação do PEDSA - Estrategia de Desenvolvimento do Sector Agrário, foi necessário que se criasse uma política/estratégia interna, que estivesse atrelada as condições para operacionalição dos planos de investimento do CAADP – Programa Compreensive da Agricultura em África. Para tanto, aDirecção de Economia e a equipe nacional do CAADP fizeram auscultações à nível regional gerando envolvimento nacional com dinâmica participativa. A ROSA assumiu a responsabilidade de em bloco ou através de suas organizações filiadas, para fazer com que este pacto, não seja letra morta, e que promova a facilidade de mecanismos rápidos de atrair mais investimento para o sector de agricultura, principalmente voltados para as mulheres rurais.

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Na mesma época, a ROSA iniciou sua participação ao lado dos Ministérios da Agricultura e da Justiça na elaboração do draft da Lei de Direito Humano à Alimentação Adequada. A ROSA participou como sociedade civil da constituição da mesa de acompanhamento multisectorial abrangindo o governo, as Nações Unidas e parceiros de cooperação para: (i) elaboração e aprovação dos TORs; (ii) lançamento mundial da caixa de ferramentas do DHAA elaborada pela FAO-Roma; (iii) auscultações sobre os conteúdos da lei e selecionados cinquenta e cinco distritos mais vulneráveis em coordenação com as associações, líderes comunitários, numa consulta para elaboração de uma redação para facultar inputs de sustento do documento, que facilitou uma estratégia para sua implementacao; (iv) sistematização das contribuições; (v) lobby parlamentar; (vi) elaboração do draft da lei; e (vii) envio do draft ao Ministério da Agricultura. No dia 7 de Outubro de 2011, o Dr. Pedro Messias da MuGeDe participou em nome da ROSA de um evento do CES em Lisboa para as Políticas e Cooperação para a Soberania Alimentar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. No dia 15 de Outubro de 2011, através da campanha Moçambique Livre da Fome, a ROSA organizou que centenas de mulheres camponesas em Moçambique marchassem em Maputo no Dia Mundial da Alimentação e apresentassem testemunhos públicos como forma de exigir a devida implementação da lei de terra por parte do governo. Em 9 de Dezembro de 2011 a ROSA participou da cerimónia oficial de assinatura do documento do pacto CAADP, na pessoa da Sra. Saquina Mucavele da Mugede. A assinatura do quadro orientador da NEPAD e União Africana para melhorar o desempenho do sector agrário no continente africano foi um marco na história da rede. Esta marcou o início da participação da ROSA nos processos decisórios dos planos e programas de investimento da agricultura de Moçambique. Em 16 e 17 de Março de 2012, organizou-se a reunião nacional da ROSA com o apoio do projecto IFSN. A reunião contou com 37 pessoas dentre as quais estavam todos os pontos focais provinciais e o grupo de coordenação à nível de Maputo. Esta tinha os seguintes objetivos: (i) discutir os processos do CAADP e da LDHAA; (ii) apresentar as actividades da ROSA de 2011 e definir prioridades da ROSA para 2012; (iii) avaliar o sistema de troca de informações; e (iv) adotar novos mecanismos de governança que promova a sinergia entre a coordenação e os pontos focais. Durante a reunião decidiu-se prosseguir com a legalização da ROSA através da revisão de documentos constitutivos básicos como: a) estatuto; b) regulamento interno; c) termos de referência de pontos focais e coordenação; d) memorandos de entendimento; e) historial.

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Fig. 28, 29, 30 e 31 – Discussões durante encontro nacional da ROSA realizado Março de 2012.

Nos dias 28 e 29 de Março de 2012, a ROSA organizou um workshop de advocacia e lobby no escritório da ActionAid. Esta actividade foi financiada pelo IFSN e visava: (i) treinar os participantes em técnicas e ferramentas de advocacia; (ii) desenvolver estratégias de advocacia que proporcionem maior acesso e controle aos recursos produtivos; e (iii) desenvolver um plano de advocacia comum que vise influenciar os processos do CAADP, a LDHAA e propocionar o maior acesso à terra pelas mulheres. Contou com 14 participantes dos quais encontravam-se membros da ATAP, CMA, KULIMA, ABIODES, UNAC e ActionAid bem como membros convidados da UCAM-Marracuene, UDACAM-Manhiça, FOMMUR, GTO, AMOPROC e Sociedade Aberta. Em maio de 2012, a ROSA contratou dois consultores com o apoio da ActionAid e com a comparticipação do IFSN. A consultoria visava complementar o “Estudo sobre: O Impacto da Economia Agrária em Moçambique” através da busca dos preços dos alimentos, análise da oscilação dos mesmos bem como impacto sobre a soberania alimentar. No dia 10 de Maio de 2012, a MuGeDe organizou em nome da ROSA e com o financiamento do projecto ´Vozes Organizadas da Comunidade para a Soberania Alimentar´ da ACORD um evento de divulgação da LDHAA e do processo do CAADP no distrito de Moamba. Deste encontro participaram membros da ROSA pela participação da CMA, da ABIODES e Kulima, Associação de Camponeses de Moamba bem como um representante da ACORD. No início de 2012, a ROSA também esteve presente em eventos nacionais e de rede regionais como: ESAF rede que trabalha na segurança alimentar, e protege pequenos agricultores a visitou seus campos para traça de experiência e promoção das actividades da ROSA e culminou com um encontro em Tanzânia em Maio, onde a Rosa foi aceite como membro e movimento que evidencia advocacia em Mocambique; (ii) a participação em evento da IANRA na Africa do Sul em Maio; (iii) visita na Cadeia de Catembe e quatro povoados na província de Tete para o mapeamento dos conflictos de expropriação de terra pela empresa Vale do Rio Doce. Em 17 de Julho de 2012, a ROSA organizou um evento paralelo à Cimeira dos Chefes de Estado da CPLP. O evento recebeu o financiamento da FAO, da UE-IFSN, da ActionAid Moçambique e da ACORD e foi coordenado pela MuGeDe. Durante o evento produziu-se uma declaração da sociedade civil à referida cimeira. No dia 18 de Julho, teve lugar a Primeira reunião do Conselho de Segurança de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSAN) da CPLP onde a ROSA esteve representada pela ActionAid e Mugede. Durante este evento advogou-se para que os pontos da declaração do evento paralelo

Fig. 32 – Plenária do Centro de Convenções

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constassem da declarção do CONSAN. Teve-se grandes avanços e muitos pontos passaram. No dia 19 de Julho, a rede teve um encontro com o Director Geral da FAO para mais uma vez advocarmos pela implementação do DHAA e valorização da agricultura familiar. No encontro estiveram os ministros da agricultura da CPLP e, no fimo Ministro moçambicano, solicitou em sistema de representatividade desafios para 2012/14. No mesmo dia a ROSA realizou uma reunião com a Coordenadora da SAN da FAO para discutir a proposta da MuGeDe de criação do Forum das Mulheres Rurais da CPLP.

Joaquim Chissano durante evento paralelo da CPLP

Fig. 33 – Exma Secretária Permanente do Ministério da Justiça em apresentação no

evento paralelo da CPLP.

A ROSA defende o desafio da alimentação adequada e saudável como Direito Humano.

Fig. 34 – Dr.Bárbara Ekwall - Alta Funcionária para o DHAA - FAO

ROMA, em apresentação durante evento paralelo da CPLP.

Fig. 35 – Sr. Emidio Matlombe

da ABIODES em frente à exposição do SETSAN.

Fig. 36 – Mulheres rurais e pontos

focais durante evento paralelo da CPLP.

Por final, na última reunião nacional da ROSA realizada nos dias 15 e 16 de Março de 2012, os

participantes focaram com intensidade na questão da legalização da ROSA. Para tanto criou-se um

grupo de trabalho composto de membros de grupo de coordenação à nível de Maputo e membros

do grupo de pontos focais à nível das províncias. Espera-se que até a próxima reunião nacional da

ROSA a ser realizada em Março de 2013 seja possível aprovar os documentos a serem criados por

este grupo de trabalho, especificamente: visão, missão e valores da ROSA; estatuto; termos de

referência do secretariado; termos de referência dos pontos focais e historial.

5. Conclusão: Os 10 anos e o Olhar para o Futuro

Um recente estudo realizado em 2012 pela ROSA com o apoio da ActionAid e do IFSN/União

Européia, identificou que, além dos objectivos já incorporados nas actividades da rede, um dos

novos desafios do país é a questão da instabilidade dos preços dos alimentos. Em Moçambique

apenas uma pequena parcela de agregados familiares produtores tem acesso a informação sobre

mercados agrícolas o que de certa forma concorre para a falta de transparência e incentivo à

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especulação na altura de comercialização pois, em Moçambique não existe actualmente nenhum

regulamento que controle o preços alimentos.

Outros factores que jogam um papel importante na formação do preço em particular os de produção nacional são a precariedade das infra-estruturas de transporte que resulta em altos custos de transportes, sazonalidade da produção, dispersão da produção, entre outros.

Fig. 37 –Mulheres Rurais de Mocuba em projecto

desenvolvido pelo ponto focal da ROSA de Zambézia em conjunto com outros parceiros.

Em relação aos produtos importados para além da especulação devido as dificuldades de acesso a informação sobre os preços praticados no mercado internacional por parte dos intervenientes da cadeia é também afectado pela flutuação da taxa de câmbio, dos preços dos combustíveis e das imposições aduaneiras.

A produção nacional é importante na estabilização dos preços dos produtos importados. Nos locais

deficitários em termos de produção como Maputo a estabilização do metical face as principais

moedas de transacção com o exterior é também fundamental para a estabilização dos preços.

Desta forma é necessário tomar dois tipos de medidas: medidas que combatam a variabilidade dos

preços, com o objectivo de reduzir a sua flutuação através de intervenções específicas e outras que

visem mitigar os efeitos negativos desta instabilidade no país e nas pessoas. Desta forma, a ROSA

continuará a apostar nas suas áreas prioritárias que são: (i) advocacia e lobby para aprovação da

Lei do Direito Humano à Alimentação Adequada; (ii) participação nos processos do CAADP e

instrumentos relacionados. Junto com essas prioridades deverá investir em medidas sustentáveis

para a mitigação do problema da subida de preços dos produtos alimentares em Moçambique que

passam pelo aumento da produtividade, pela melhoria das condições das vias de acesso e de infra-

estruturas de armazenamento, pelo combate a pragas pós colheita, pela aposta no agro

processamento de forma a alargar o período de disponibilidade dos produtos, pela organização dos

produtores em associações ou cooperativas para reduzir a dispersão da produção e

consequentemente do tempo que os comerciantes levam para acumular os produtos nos locais de

compra, pela disponibilização da informação sobre os preços de produtos praticados no mercado

nacional e internacional a todos os actores da cadeia incluindo os consumidores.

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Anexo Lista de Contatos dos Membros da ROSA

Grupo de Coordenação - Maputo

Organização Nome do Responsável

Telefone Email Endereço

ABIODES Emídio Matlombe 823061920 abiodes @tvcabo.co.mz [email protected]

Rua Joaquim Lapa, n. 192, 1° andar

ActionAid Clara de Oliveira 826124050 [email protected] Rua Comadante João Belo, nº 208

ACORD Eufrigenia Mavone 21327945 [email protected] Av. Emilia Dausse, Casa nº 1132, ap. 2 (esquina Karl Marx)

ATAP Paulo Saraiva 824676770 [email protected] [email protected]

Av. Paulo Samuel Kankhomba, nº 1478, 1° esq.

CMA Maria Helena Sibia 829211438 [email protected] [email protected]

Av. Alberto Lithuli, nº 1309, 2° andar único

KEPA Humberto Ossemane 823051229 [email protected] Rua Simoes de Silva, nº 62, Bairro Central C. P. 4441

Kulima Nilza Amizade 21430665 826936704

[email protected] nilza [email protected]

Av. Karl Marx nº 1452

MuGeDe Saquina Mucavel 828326420 844438152

[email protected] Av. Amilcar Cabral, nº 903, 1° andar único

LDH Lazaro dos Santos 21405941 [email protected] Av. Maguiguana, nº 2219

NEPA Ronaldo Inguane 846810062 [email protected] [email protected]

Av. Amilcar Cabral, nº 183, 1º andar lado direito

ORAM Dulce Mavone 828897500 [email protected] Av. Paulo Samuel Kankhomba, nº 1110, 1º andar

UNAC Fredson Guilenge 823001875 [email protected] [email protected]

Rua Valentim Siti, nº 39/RC

Pontos Focais Provinciais

Organização Nome do Responsável Província Telefone Email Endereço

FONGA Anastácio Matavel Gaza 823972190 [email protected] Av. de Moçambique, ao lado da conservatória, Xai-Xai

ACUDES Florinda Rasoul Inhambane 825549518 [email protected] Bairro de Chalambé 1, Av. Ngungunyana - Cidade de Inhambane

ADS- Sofala Joaquim das Neves Sofala 821587844 [email protected]

Kubatsirana Augusto Morais Manica 829499900 [email protected] Bairro 4, Caixa Postal 459, Chimoio

ACEAGRARIOS Manuel Alfinar Tete 827300632 [email protected] [email protected]

Bairro Chingodzi, Rua da 4 ª Esquadra- Instalações de Chigwirizano Matema

RADEZA Marcos do Amaral Zambézia 828920020 [email protected] Bairro Sinacurra nº 165, Quelimane

ACADER Augusto Muaevela Nampula 829467959 [email protected] Av. Samora Machel, nº 27

Forum Terra Assane Simão da Silva Cabo Delgado

826634490 [email protected]

PROAGRA Valeriano David Niassa 826847778 [email protected] Av. Tâmega, nº 18 Lichinga

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