Resumo de Filosofia

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A vidaA vida a motivao de tudo o que a humanidade produz. Motor das atividades, razo ltima das cogitaes. Sem ela nada faz sentido. Na esfera do direito significativa a expresso bens da vida. O direito existe para quem desfruta desse milagre da existncia. Pessoa o ser humano capaz de conferir valor e significado prpria existncia. Vida um ciclo ininterrupto iniciado na fecundao e que deve perdurar sem interferncia at o seu termo natural. A morte. Toda interveno humana suscetvel de vulnerar ou atalhar essa trajetria caracteriza um ataque vida. Todos os direitos so fruveis por algum vivo. O morto no tem direitos. Deixou esta esfera terrestre e a proteo sua memria ou as seus restos mortais no se destina a tutel-lo como matria. A filosofia serve exatamente para propiciar meditao a respeito dos temas aparentemente insolveis e recorrentes na existncia de qualquer pessoa lcida. Um fato importante o vulo fecundado tem origem a vida e um ser integral e completo surgir ao termo de nove meses. A ningum conferido o direito de mat-lo. A cogitao de ordem filosfica no exclui a circunstncia de que o direito positivo brasileiro hoje em vigor consagrou a inviolabilidade da vida e garantiu um direito subjetivo. O indivduo tem o direito perante o Estado, a no ser morto por este (proibio da pena de morte legal);o Estado tem a obrigao de se abster de atentar contra a vida do indivduo; o indivduo tem o direito vida perante os outros indivduos :estes devem abster-se de praticar atos (ativos ou omissivos)que atentem contra a vida de algum. A morte no escolhe e leva seres em gestao, nascituros, recm-nascidos, crianas, jovens. Sem isso, no poderia algum se dedicar ao estudo do direito. O direito baseado no livre-arbtrio. A explicitude da devoluo liberdade obvia no direito criminal, quando contempla a defesa do infrator. A igualdade Outro direito fundamental acolhido pelos ordenamentos da maior parte das naes. Notadamente aquelas adeptas do ramo romano-germnico ou ocidental das cincias jurdicas, a igualdade. A humanidade um coletivo heterogneo. No h igualdade real, pois as pessoas variam fisicamente. A diferena cultural tambm poderoso bice a que se reconhea a igualdade entre os brasileiros. A justia A primeira experincia humana como a injustia, no com a justia. comum as pessoas considerarem-se injustiadas. O clamor por justia o brabo mais ouvido em todas as pocas da histria. Na viso platnica a justia traduz harmonia. Para Plato, o produzir justia dispor elementos da alma para que dominem ou sejam dominados entre si conforme a natureza. A justia tambm o equipamento social encarregado de solucionar as controvrsias. Como tal, se prope a arrendar as injustias, porm de acordo com as formas previstas para viabilizar o acesso. A equidade J se afirmou que a equidade a justia com amor. De Page a considerou indefinvel. Mesmo assim,Vicente Ro alinha uma srie de tentativas de conceituao, todas ou quase todas, subordinadas s tendncias filosficas, ou jurdico-sociais de seus autores. Aquilo queocorrer no futuro e que estaria hoje a reclamar prvia disciplina. A equidade um conceito polmico. H quem se sirva dele para a realizao de uma concepo muito pessoal do que seja o justo. Substituir-se-ia a segurana jurdica pela noo particular do julgador do que deva ser a lei naquele caso 2.6 A equidade J se afirmou que a equidade a justia com amor. De Page a considerou indefinvel. Mesmo assim, Vicente Ro alinha uma srie de tentativas de conceituao, todas, ou quase todas, subordinadas s tendncias filosficas, ou jurdico-sociais de seus autores. Dentre elas menciona-se: idia ou noo de direito, em forma literal, direito ideal, direito justo, direito natural, moral, princpio tico, justia absoluta, justia natural, poder discricionrio, standard jurdico, norma individualizadora, malevel ou flexvel, direito eqitativo, normas de cultura, normas mistas de direito positivo e de direito natural, justia do caso concreto, esprito da lei , qualidade da lei de adaptar-se s circunstncias variveis dos fatos, segundo certos critrios, caridade, piedade, benevolncia, benignidade, humanidade, princpios supremos da justia, justo moral, alm de inmeras outras . A epiekeia considera na estratgia de amoldar a justia aos casos particulares. A lei tem carter geral e no se refere adequadamente aos casos particulares: preciso adapt-la a cada um. Da uma tenso entre a generalidade abstrata da lei e a singularidade concreta dos casos reais. Esta tenso pode-se dar graas equidade, que no outra coisa seno a adaptao da formula legal genrica, s exigncias da vida, em ateno justia natural. A equidade um conceito polmico. H quem se sirva dele para a realizao de uma concepo muito pessoal do que seja o justo. Substituindo-se-ai a segurana jurdica pela noo particular de julgador do que deva ser a lei naquele acaso. falaciosa a argumentao de que o uso da equidade sacrifica a segurana jurdica. Ao contrario, pode-se sustentar que a negao de toda equidade torna impossvel a segurana. Neste caso, segurana jurdica e equidade no s no seriam valores reciprocamente excludentes seno complementares. Para se chegar a essa concluso parta-se do pressuposto de que todo ser racional, com discernimento para avaliar seus prprios interesses, concordar em que uma ordem coativa imprescindvel ao convvio em sociedade. A dignidade humana um dos pilares da Republica Federativa do Brasil. Passou a ser um norteador de conduta para toda sociedade, e muito especialmente, para a comunidade jurdica. Ora a tenso permanente entre a segurana jurdica e equidade est presente em todo o fenmeno de aplicao do direito. Aposio da maioria no implica, necessariamente, adequao moral. A equidade no se encontra prevista no Cdigo Civil Brasileiro de 2002. No Cdigo de 1916, estava no art. 1456. O CPC no art. 127, reconhece a equidade se houver expressa previso na lei. Restringiu-se, portanto, o incentivo legal a seu uso mais intenso pelos juzes. Nada obstante, ela persiste no art. 4. da LICC, para utilizao pelo Juiz em caso de lacuna. a leitura que desse dispositivo faz a doutrina. Compreender o uso da equidade no questo terica. A equidade, velha conhecida dos antigos, ainda hoje serve de instrumento para impregnar de tica o direito ou, ao menos, para impedir o divorcio entre o jurdico e o tico. Textos Sobre a EquidadeA equidade confere, pode-se assim dizer, um poder discriminatrio ao magistrado, mas no uma arbitrariedade. uma autorizao de apreciar, segundo a lgica do razovel, interesses e fatos no determinados a priori pelo legislador, estabelecendo uma norma individual para o caso concreto ou singular, sempre considerando as pautas contidas no sistema jurdico, ou seja, relacionando sempre os subsistemas normativos, valorativos e fticos. _MARIA HELENA DINIZ O romanos advertiam, com razo, que muitas vezes a estrita aplicao do Direito traz conseqncias danosas justia: summum jus, suma injuria. No raro, pratica injustia o magistrado que, com insensibilidade formalstica, segue rigorosamente o mandamento do texto legal. H casos em que necessrio abrandamento atravs da equidade, que portanto, a justia amoldada especifidade de uma situao real. _ MIGUEL REALE. O direito Direito sugere algo que certo, correto, que no torto. At apartir do timo, direito oferece moral. Para a filosofia, pede-se partir da hiptese de que a palavra Direito semanticamente vazia, quer dizer, no tem um significado predeterminado. Para os grandes juristas, o direito a ordem coativa normativa da conduta humana. Ordem nica e exclusiva, pois com sua coatividade exclui toda ordem. O direito a ordem suprema, soberana e coativa da conduta humana, ou, mais simplesmente, a ordem coativa da conduta. Textos Sobre direito Ningum possui outro direito a de sempre fazer o seu dever _AUGUSTE CONTE. O direito a mais bela inveno que os homens fizeram contra a equidade CASIMIR DELAVIGNE.... necessrio que eu diga a verdade, para que entre mim e os outros se instaure a confiana... ...Ao contrrio do que possa parecer numa era em que a m- f se presume, o ordenamento parte da presuno contrria. Por isso a grande nfase que o legislador civil de 2002 conferiu boa-f objetiva, um dos princpios basilares da vigente legislao e da qual decorre o princpio, as legalidade, tambm amparado no texto regente do processo brasileiro... filosfico (pequenas reflexes) ...O que significa a explicao de Scrates sobre o seu mtodo, a maiutica? A parteira nod a vida criana. Ela apenas ajuda o nascituro a sair do tero. Assim tambm o filsofo o professor liberta o discpulo da ignorncia. A aquisio do conhecimento no depende do mestre. Condiciona-se potencialidade vital do interior da conscincia do aluno... ...A tica, para Scrates , tem por finalidade o aperfeioamento interior. Para ele, melhor sofrer a injustia do que comet-la. E se algum comete alguma infrao, alternativa aceitar a sano, remdio para a alma. F oi polmico e tornou-se sinal de contradio, poderia ter escapado da morte, mas sua coerncia no o permitiu. Morreu ao acreditar que o papel da filosofia auxiliar o homem a obter a maior perfeio na vida e na morte completa, em plenitude, a vida devotada misso de formar espritos retos, homens virtuosos , cidados capazes. ...Discpulo e profundo admirador de Scrates, coube a Plato elaborar a sntese daquilo que o mestre era grmen e potncia. Funda em 387 a.c. a Academia , 1 instituio de ensino superior do ocidente. Importante observar que a sua experincia pessoal da mesquinharia poltica em Atenas, culminada com a injustia perpetrada contra Scrates... ...O espao destinado ao homem na permanente busca do bem (deus) a cidade. A misso da cidade tornar o homem virtuoso e criar todas as condies para seu aperfeioamento... ...A pessoa virtuosa a pessoa boa. Pois a virtude aquilo que deve ser... ...Paradoxalmente, o filsofo o mais indicado a exercer o poder, justamente por ser aquele a quem o poder no seduz... ... Aristteles, procurou a academia do sexagenrio Plato e ali permaneceu at a morte do mestre, ou seja, por vinte anos. Aristteles intelectualmente independente de Plato, construiu a teoria do justo meio, que consiste neste meio que se relaciona conosco e que regulado pela razo meio entre dois vcios, que pecam, um por excesso, outro por defeito.. ...Em sentido estrito, justia virtude tica particular aplicada em relao a outrem e com a qual se realiza o princpio da igualdade, como fundamento da coeso e harmonia na vida social. Da se deriva duas espcies de justia: distributiva e a sinalagmtica ou corretiva, esta subdividida em comutativa e judicial. A distributiva tem objeto a repartio das honras e dos bens entre a comunidade e reclama que cada qual receba a parcela correspondente a seus mritos. A justia corretiva ou sinalagmtica se baseia nas coisas e no nas pessoas. No se avalia mritos, mas avaliado o benefcio ou prejuzo que o sujeito pode experimentar. A relao entreComo conceber a lei moral? Pressuposta a realidade de que se deve agir por dever, como saber quais so as regras que impe deveres e s quais se prestar observncia? Entre as regras adotadas pelos homens, Kant distingue as mximas e as leis prticas. As primeiras so valiosas pela vontade mesma do sujeito, as leis prticas so valiosas por todos os entes racionais.S ser moral mxima a que me submeto, se ela puder se converter numa lei prtica, quando aquele dever que me dado cumprir seria consenso em relao a sua obrigatoriedade por toda a espcie humana. A lei moral estabelecida por Kant: Aja sempre de acordo com a mxima tal que se possa querer, ao mesmo tempo, que ela se converta em lei universal. Quando uma lei particular pode revestir o atributo de lei universal, isso se chama imperativo categrico. Imperativo, pois um dever, diante da razo e da vontade humana de se adotar ou rejeitar. Categrico, pois um comando no subordinado a qualquer fim. Resultado de minha razo e vontade quilo que considero moral. A forma exterior de atuao humana carece de sentido para a concepo Kantiana de moral. Diz respeito a licitude, legalidade. Mas no tem pertinncia com a tica. Por isso que basta a vontade da prtica do mal e tal pensamento contaminou a higidez moral de quem foi por ele acometido. Idia bastante aproximada do pecado. A moral Kantiana segue uma linha evolutiva a partir da vinculao dos preceitos morais religio. Alei ditada por Deus e que Rousseau tentou substituir pela voz da conscincia, Kant pretendeu atribuir ao imperativo da razo prtica. Seria a moral exclusivamente humana. Cumpre distinguir, do imperativo categrico, o imperativo hipottico, cujo comando condicionado pelo desejo de realizar um fim. Devo agir assim, se eu quiser atender a essa finalidade. O vnculo entre finalidade e meios necessrios ao seu alcance resulta de uma anlise concreta. Esclarecendo : Se todos os homens buscam a felicidade, os meios a todos deveriam ser categricos, pois a finalidade nica. Essa constatao seria indiscutvel se a felicidade fosse uma noo clara. Por isso cada pessoa depois de delimitar o seu conceito de felicidade, vai determinar os meios para sua consecuo. Meios que sero hipottico a cada noo uma hiptese de via a ser percorrida pelo interessado. Para isso Kant define a prudncia como a habilidade na escolha dos meios de se atender a finalidade da busca da felicidade pessoal. Textos de Emmanuel Kant Que o esclarecimento? sada do homem da condio de incapacidade de servir-se de seu entendimento sem a orientao de outro. Da diferena entre o conhecimento puro e emprico: ...Nenhum conhecimento precede em ns a experincia , e todo conhecimento comea com ela. Transio do conhecimento moral da razo vulgar para o conhecimento filosfico. Neste mundo e tambm fora dele, nada possvel pensar que possa ser considerado como bom sem que tenha limitao a no ser uma s coisa: uma boa vontade. Discernimento, argucia de esprito, capacidade de julgar, coragem, deciso, so qualidades de temperamento a muitos respeitos coisa boas; mas podem se tornar extremamente prejudiciais a vontade, que haja defazer uso destes dons naturais e cuja constituio particular por isso se chama carter, no for boa. Se no existir a boa vontade que corrija a sua influncia sobre a alma e juntamente com todo princpio de agir nunca poder sentir satisfao.Hegel Em cada particular, ele procurava o universal. Quis unificar o saber de todo o seu tempo e fez surgir uma idia concebida como anterioridade lgica sobre o universo que a mente pretende explicar. Pretendeu explicar o universo. Mas o que o universo? H duas respostas! 1 - Explicar dizer a causa. 2 - Explicar dizer a razo quem diz a causa realista, quem diz a razo idealista. A razo conceitual, abstrata, se refugia na mente e nos raciocnios. Ela universal e se explica si prpria. A filosofia sistema formal da idia, estuada estrutura do real e expe dialeticamente o conjunto dos caracteres pensveis que podem ser encontrados em toda realidade. A inteno de Hegel demonstrar que a filosofia nasce da necessidade de conciliar oposies que residem na base da alienao humana, as dualidades.Hegel, Plato e Kant Para Plato as coisas existem como sombras. Sombra sombra de alguma coisa. Se a coisa no existir, nem tambm ter sombra. Kant chama o universo de categoria. H categorias que resultam da experincia so sensitivas. Mas h categorias como a unidade, pluralidade, que so destitudas da marca da sensibilidade. So anteriores a experincia. o que ele chama a priori. Os puros universais de Hegel so as categorias a priori de kant.Realidade / Aparncia Qual a distino entre realidade e aparncia? No h. O que aparece no real? Sim e No.Teses bsicas do idealismoReal s o que tem um ser independente do outro. Aparncia o ser que depende do outro ser. Existncia o que pode ser imediatamente apresentado a conscincia. Pode ser algo material ou psquico, mas sempre individual.Prioridade lgica e cronolgica A mente humana imaginando a existncia do universo pura mente lgica. Agorase existe um universo antecedendo o que conhecemos a prioridade passa s ser cronolgica. O direito para Hegel Manifestao de liberdade individual, a conscincia do indivduo e a as aspiraes difusas dos indivduos. Textos de Hegel Relaes entre o belo artstico e o belo natural - Deciso arbitrria a beleza criada pela arte seria muito inferior a da natureza e o maior mrito residiria da arte em aproximar suas criaes ao belo natural. Despertar da alma o contedo da arte compreende todo o contedo da alma e do espirito, que consiste em revelar a alma tudo o que a alma contm de essencial, de sublime, de grande, de respeitvel e de verdadeiro. A prova da vaidade do conhecimento filosfico tirada da histria da filosofia a filosofia destinada a refutar e substituir a tua mo no se far esperar por muito tempo, como no se fez esperar para as outras.Nietzsche Enriqueceu a filosofia moderna com meios de expresso: o aforismo e o poema. Isso trouxe como conseqncia uma nova concepo da filosofia e do filsofo: no se trata mais de procurar o ideal de um conhecimento verdadeiro, mas sim de interpretar e avaliar. A interpretao procuraria fixar o sentido de um fenmeno, sempre parcial e fragmentrio; a avaliao tentaria determinar o valor hierrquico desses sentidos, totalizando os fragmentos, sem, no entanto, atenuar ou suprimir a pluralidade. Assim, o aforismo nietzschiano , simultaneamente, a arte de interpretar e a coisa a ser interpretada, e o poema constitui a arte de avaliar e a prpria coisa a ser avaliada. O intrprete seria uma espcie de fisiologista e de mdico, aquele que considera os fenmenos como sintomas e fala por aforismos; o avaliador seria o artista que considera e cria perspectivas, falando pelo poema. Reunindo as duas capacidades, o filsofo do futuro deveria ser artista e mdico-legislador, ao mesmo tempo.