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O que é sociologia Autor: Carlos Benedito Martins O surgimento: A sociologia surgiu como forma de expressão do pensamento moderno, passou a explorar uma área, antes não explorada do conhecimento científico. O seu nascimento ocorre na decadência do sistema feudal e da consolidação da sociedade capitalista, no século XVIII, que podemos usar como o marco da história sociológica, pois foi nessa época que ocorreram as duas principais revoluções ocidentais. As transformações nos campos econômicos, políticos e culturais trazidas pela Revolução Francesa e Industrial, mudaram a vida social da época. Como resposta ao surgimento das inovações iluministas e do proletariado, a sociologia inicial buscava ligar-se aos movimentos de reforma conservadora, os quais tentavam instaurar um estado de equilíbrio na sociedade. Além dessa sociologia moldada nas inspirações positivistas, o pensamento socialista também ganhará sua devida importância no estudo sociológico. Os não possuidores dos meios de produção irão basear-se em um referencial teórico para levar adiante as lutas de classes. Assim, nesse sentido, a sociologia ultrapassa o significado de meras tentativas de reflexão e passa a ter intenções interferentes e práticas. A formação: A situação opostas existente na sociedade capitalista, ao impedir um consenso entre os sociólogos quanto ao objeto e aos métodos de investigação, possibilitou a formação de distintas sociologias. Saint-Simon (1760-1850) é saudado como um dos fundadores do positivismo. Ele acreditava que o progresso econômico do capitalismo contribuiria para a coesão social, no entanto, não ocultou a crença de que as melhorias na vida dos trabalhadores deveria ser iniciativa da elite. Desse modo, Engels viu nas idéias de Saint-Simon o germe de futuras idéias socialistas. Auguste Comte (1798-1857) deve suas principais idéias a Saint-Simon. Considerado um pensador inteiramente conservador, julgava necessário restabelecer a ordem juntamente com o progresso para a construção de uma nova sociedade mais equilibrada. Também para Durkheim (1858-1917) a questão da ordem social era uma preocupação constante e ocupou-se em definir o objeto de estudo da sociologia, assim como estabelecer seu método de investigação. Ele deu devida importância à divisão do trabalho na sociedade e considerava a ausência de regras claramente estabelecidas como a causa da anomia social. Se a preocupação fundamental do positivismo era a preservação da ordem capitalista, o socialismo surge como a proposta de uma crítica radical a esse sistema. Os dois pensadores que se destacaram na ideologia socialista foram Marx (1818-1883) e Engels (1820-1903). Ambos deixaram um importante legado às ciências sociais: a aplicação do materialismo dialético ao estudo dos fenômenos da sociedade. A busca de uma neutralidade científica por Max Weber (1864-1920) tentava isolar a sociologia dos movimentos revolucionários, pois, para ele, não possuía fundamento admitir que a economia dominasse as demais

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O que é sociologia

Autor: Carlos Benedito Martins O surgimento: A sociologia surgiu como forma de expressão do pensamento moderno, passou a explorar uma área, antes não explorada do conhecimento científico. O seu nascimento ocorre na decadência do sistema feudal e da consolidação da sociedade capitalista, no século XVIII, que podemos usar como o marco da história sociológica, pois foi nessa época que ocorreram as duas principais revoluções ocidentais.

As transformações nos campos econômicos, políticos e culturais trazidas pela Revolução Francesa e Industrial, mudaram a vida social da época. Como resposta ao surgimento das inovações iluministas e do proletariado, a sociologia inicial buscava ligar-se aos movimentos de reforma conservadora, os quais tentavam instaurar um estado de equilíbrio na sociedade. Além dessa sociologia moldada nas inspirações positivistas, o pensamento socialista também ganhará sua devida importância no estudo sociológico. Os não possuidores dos meios de produção irão basear-se em um referencial teórico para levar adiante as lutas de classes. Assim, nesse sentido, a sociologia ultrapassa o significado de meras tentativas de reflexão e passa a ter intenções interferentes e práticas.

A formação: A situação opostas existente na sociedade capitalista, ao impedir um consenso entre os sociólogos quanto ao objeto e aos métodos de investigação, possibilitou a formação de distintas sociologias. Saint-Simon (1760-1850) é saudado como um dos fundadores do positivismo. Ele acreditava que o progresso econômico do capitalismo contribuiria para a coesão social, no entanto, não ocultou a crença de que as melhorias na vida dos trabalhadores deveria ser iniciativa da elite. Desse modo, Engels viu nas idéias de Saint-Simon o germe de futuras idéias socialistas. Auguste Comte (1798-1857) deve suas principais idéias a Saint-Simon. Considerado um pensador inteiramente conservador, julgava necessário restabelecer a ordem juntamente com o progresso para a construção de uma nova sociedade mais equilibrada. Também para Durkheim (1858-1917) a questão da ordem social era uma preocupação constante e ocupou-se em definir o objeto de estudo da sociologia, assim como estabelecer seu método de investigação. Ele deu devida importância à divisão do trabalho na sociedade e considerava a ausência de regras claramente estabelecidas como a causa da anomia social.

Se a preocupação fundamental do positivismo era a preservação da ordem capitalista, o socialismo surge como a proposta de uma crítica radical a esse sistema. Os dois pensadores que se destacaram na ideologia socialista foram Marx (1818-1883) e Engels (1820-1903). Ambos deixaram um importante legado às ciências sociais: a aplicação do materialismo dialético ao estudo dos fenômenos da sociedade. A busca de uma neutralidade científica por Max Weber (1864-1920) tentava isolar a sociologia dos movimentos revolucionários, pois, para ele, não possuía fundamento admitir que a economia dominasse as demais

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esferas da realidade social. Weber também apresentou estudos sobre a burocracia estatal e a importância da ética protestante para o sucesso do capitalismo. O trabalho desses pensadores forneceu uma imagem do conjunto da sociedade da época, assim como contribuíram brilhantemente para o entendimento do que há de ligação entre a biografia dos homens e os processos históricos.

O desenvolvimento: Durante as três primeiras décadas do século XVIII. Foi esse o período de maior desenvolvimento das pesquisas sociológicas. A investigação de campo, como exemplo temos a Universidade de Chicago nos Estados Unidos, foi importantíssima para a formulação de vários dados empíricos. A ascensão de regimes totalitários em alguns países europeus levou à perseguição de intelectuais que criticavam esses regimes; desse modo, muitos estudiosos do ramo emigraram para os Estados Unidos onde puderam desenvolver suas pesquisas no meio acadêmico. A partir dos anos cinqüenta, a sociologia passa a ser desenvolvida no sentido de conter o avanço socialista. Os novos estudos empiristas ignoravam os problemas históricos e, com isso, impossibilitavam uma compreensão da totalidade da vida social. Ao lado de uma sociologia de mãos dadas com o poder, não se pode deixar de mencionar as contribuições da sociologia crítica. Como exemplo, em países periféricos do sistema capitalista, há uma sociologia questionadora do imperialismo a que estes povos estão submetida. Em suma, a conduta do sociólogo de nossos dias é libertar-se da dominação burguesa e tornar a sociologia um instrumento de ação ativa contra os valores e poderes vigentes, para assim, alcançarmos uma sociedade próxima do ideal de justiça e igualdade.