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SOCIOLOGIA GERAL II Apontamentos de: Cecília Louro E-mail: Data: Resumo do livro: “Sociologia” Giddens, Anthony, 2007, Sociologia (5ª edição), Fundação Calouste Gulbenkian. Nota:

SOCIOLOGIA GERAL II · SOCIOLOGIA GERAL II Apontamentos de : Cecília Louro E-mail: Data : Resumo do livro: “Sociologia” Giddens, Anthony, 2007, Sociologia (5ª edição), Fundação

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SOCIOLOGIA GERAL II

Apontamentos de: Cecília Louro E-mail: Data: Resumo do livro: “Sociologia”

Giddens, Anthony, 2007, Sociologia (5ª edição), Fundação Calouste Gulbenkian. Nota:

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GÉNERO Sexo = Diferenças anatómicas e fisiológicas que definem o corpo masculina e feminino. Género = Diferenças psicológico social e cultural entre indivíduos do sexo masculino e o sexo feminino. O facto de uma diferença ser mais ou menos universal, não significa que seja de origem biológica; poderão existir factores culturais generalizados que originem estas características. Socialização do género – aprendizagem dos papeis de género com o apoio dos agentes sociais, tais como a família e os meios de comunicação. Esta abordagem estabelece uma distinção entre sexo biológico e género social (uma criança nasce com o 1º e desenvolve-se com o 2º). As diferenças do género não são determinadas biologicamente, mas geradas culturalmente.

Em quase todas as sociedades, o género é uma forma significativa de estratificação social. O género é um factor crítico na estratificação dos tipos de oportunidade e das hipóteses e vida que os indivíduos e os grupos enfrentam, influenciando fortemente os papéis que desempenham nas instituições sociais, da família e do Estado. Ex: mulher = educação dos filhos / lida doméstica Homem = sustento da família Apesar dos progressos das mulheres em países de todo o mundo, as diferenças do género continuam a servir de base para as desigualdades sociais.

Abordagem funcionalista

Os funcionalistas vêem a sociedade como um sistema de partes interligadas que quando em equilíbrio funcionam de modo harmonioso para gerar solidariedade social. As diferenças do género contribuem para a estabilidade e integração social. A divisão do trabalho entre homem e mulher tem uma base biológica (vocacionalidade biológica). George Murdock – a divisão do trabalho está presente em todas as culturas. Talcott Parsons – A família funciona de forma mais eficiente com a divisão sexual do trabalho bem definida. Ex: Mulheres – papeis expressivos Homens – papéis instrumentais

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John Bowlby – em caso de privação materna a criança corre o rico de ser socializada inadequadamente

Abordagens feministas

O Feminismo liberal procura explicações para as desigualdades de género nos comportamentos sociais e culturais. As feministas liberais não concebem a subordinação das mulheres como parte de um sistema ou estrutura maior preocupam-se com o sexismo e a discriminação das mulheres no local de trabalho, instituições educativas e meios de comunicação. Defendem o estabelecimento de igualdade de oportunidades para as mulheres.

O Feminismo radical crê que os homens são os responsáveis pela exploração das mulheres e beneficiam esse facto. Analise do patriarcado – domínio sistemático dos homens sobre as mulheres. Shulamith Firestone – os homens controlam os papéis das mulheres na reprodução dos filhos e na educação. Para dar à luz, as mulheres tornam-se dependentes dos homens para protecção e subsistência.

Violência física (do homem para a mulher), facto central para a supremacia masculina.

As feministas radicais não acreditam na libertação das mulheres da pressão sexual através de reformas ou mudanças progressivas. A igualdade do género só será possível com a eliminação da ordem patriarcal. Feminismo negro – centrado em problemas específicos das mulheres negras.

- As principais correntes feministas não tomam em consideração as divisões étnicas entre as mulheres, estando orientadas para os dilemas das mulheres brancas que dominam a classe média nas sociedades industrializadas.

- As mulheres negras eram discriminadas com base na raça e no género e posição social.

Feminilidades, masculinidades e relações de género.

R.W. Connell: ordem de género As relações do género que o produto de interacção e práticas quotidianas. Três aspectos para a ordem de género: Trabalho – divisão sexual do trabalho Poder – relações sociais Cathexes – relações pessoais/sexuais/intimas

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Hierarquia do género R.W. Connell utiliza tipos ideais, estilizados de masculinidade e feminilidade na

sua hierarquia. Topo – Masculinidade hegemónica (domínio social) - não pela força bruta mas

através de dinâmicas culturais que se entende do campo da vida privada e social. - Masculinidade cúmplice – divindade patriarcal. - Masculinidade Homossexual – oposto do verdadeiro homem. - Feminilidade enfatizada – complemento á masculinidade homossexual. - Feminilidades resistentes – vidas não subordinadas Connell acredita que o sexo e o género se constroem socialmente, afirma que as

pessoas podem mudar as suas orientações em relação ao género e que não significa que possa mudar a sua sexualidade passando de homossexuais para heterossexuais.

Crises

- Crise (institucional) da institucionalização: a legitimidade da dominação masculina está a enfraquecer.

- Crise da sexualidade: a heterossexualidade é menos dominante do que anteriormente.

- Crise da formação de interesses: - Mulheres; - Gays; - Etc.

Masculinidade em Transformação As transformações económicas e sociais estão a provocar uma crise da

masculinidade. As noções tradicionais de masculinidade estão a sofrer uma erosão provocada por influências que vão de um mercado de trabalho em mudança à elevada taxa de divórcios.

- Desemprego

O desemprego a longo prazo debilita as ideais de masculinidade (sustendo familiar). - Criminalidade A dificuldade em arrancar emprego aumenta a probabilidade de criminalidade. - Crise de sentido - Representações dos meios de comunicação Aparecimento do homem novo sensível e emotivo

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Sociologia do corpo: saúde, doença e envelhecimento.

O número de praticantes de medicinas alternativas está a aumentar, o mesmo sucedendo as formas de tratamento disponíveis. O perfil do individuo – tipo que procura formas alternativas de cura é mulher, jovem ou de meia-idade, e de classe média. Modelo biomédico de saúde - a base em que acenta a medicina ocidental oficial, define a doença em termos objectivos e acredita que um corpo pode voltar a ser saudável, submetendo-se a um tratamento medico de base científica. O crescimento da medicina alternativa pretende-se com a expansão do movimento de auto-ajuda, que envolve grupos de apoio, círculos de aprendizagem e manuais de cura. Sociologia do corpo – investiga as formas como o nosso corpo é afectado por influências sociais. Os nossos corpos são profundamente afectados pelas nossas experiências sociais bem como pelas normas e valores dos grupos a que pertencem. A saúde e a doença não se distribuem da mesma forma entre a população. As pessoas tendem a gozar de uma saúde melhor do que outros, esta se desigualdade está aparentemente relacionada com padrões socio-económicos mais amplos. Epidemologia social – estuda a distribuição e a incidência de uma doença entre a população (explicação entre variáveis saúde e classe social, género, raça, etc…)

Relatório Black e The Health Divide

Embora haja uma tendência para uma melhoria de saúde global na sociedade britânica, existem disparidades significativas entre as varias classes, que afectam os indicadores de saúde: peso à nascença, tensão arterial. Os indivíduos pertencentes a estratos económico-sociais mais altos gozam de uma saúde melhor.

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Brown e Bottrill – Principais causas para a desigualdade da saúde baseada classes sociais. - Trabalhadores manuais com maior risco de morrer antes da reforma. - Famílias trabalhadoras com mais nados mortos. - Mais sete anos de vida (média) em individuais que nasçam em classes sociais I (Prof. Liberais). - 90 % das principais causas de morte estão nas classes IV e V. - As pessoas de classe social mais baixas visitam mais o médico e sofrem de maior número de males de saúde.

Relatório Black – Saliente a ser necessário promover uma estratégia integrada de combate a pobreza e melhorar a educação de maneira a poder combater melhor as desigualdades de saúde.

Género e saúde

As mulheres têm uma maior esperança de vida, face aos homens, as mulheres sofrem de uma maior incidência de doenças, especialmente na terceira idade, em relação com aos homens as mulheres tendem a procurar mais cuidados médicos.

As doenças de coração constituem a maior causa de morte em ambos os sexos. As taxas de acidentes e situação de violência são maiores nos homens bem como a propensão para o alcoolismo e consumo de drogas.

Raça e Saúde

Os grupos étnicos podem sofrer os efeitos de um acesso desigual ou problemático aos serviços de saúde.

Lei dos cuidados inversos

O estado da saúde é influência por diferentes factores e diferem de região para região.

Ex: clima, poluição, qualidade da água, tipo de alojamento, padrões de trabalho. Nem sempre existem recursos adequados as necessidades das populações. O

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fornecimento de serviços de saúde assimétricos é conhecido como a lei de cuidados inversos.

Medicina e Sociedade

Na sociedade pré-moderna a família era a instituição que tinha a responsabilidade de lidar com a doença e o sofrimento. A saúde era um assunto privado não de domínio público.

O aparecimento do estado nação e população dói vista como um recurso que deveria ser gerido e regulado enquanto parte do processo de maximização do poder e riqueza nacional. O estado passou a ter interesse maior na saúde da sua população; o bem-estar desta influenciar a produtividade nacional.

Modelo Biomédico

O modelo biomédico assenta em três pressupostos. - A doença é vista como uma ruptura do funcionamento normal do corpo

humano. Teoria do germe da doença – séc. XIX existe sempre um determinado agente

identificável como estando subjacente a cada doença para devolver a saúde ao corpo doente é necessário isolar e tratar a causa da doença.

- O espírito e o corpo podem ser tratados separadamente. O doente representa um corpo doente e não um indivíduo na sua totalidade.

O modelo biomédico defende que o corpo doente pode ser manipulado, investigado e tratado de forma isolada.

- Os profissionais médicos são considerados os únicos profissionais com capacidade para tratar a doença. O hospital representa o ambiente propício para tratar doenças muito graves.

A medicina e a Saúde num Mundo de Mudança

Consciência de que não são apenas os médicos que detêm saber e compreensão sobre a saúde e a doença.

Antigamente – doenças infecciosas (tuberculose, cólera, etc…) que tomavam proporções de epidemias.

Hoje em dia – doenças crónicas não infecciosas (cancro, doenças cardíacas, etc…) igual transição na saúde

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Papel do doente

Talcott Parsons – Papel do doente – descrição de padrões de comportamento que as pessoas doentes adoptam para minimizar o impacto desorganizador da doença.

Segundo Parsons as pessoas aprendem o papel de doente através de socialização e desempenham-no com a ajuda dos outros.

O papel de doente assenta em 3 pilares: 1º- A pessoa doente não é pessoalmente responsável por estar doente. 2º- São concebidos certos direitos e privilégios á pessoa doente, que incluem o

cancelamento das duas responsabilidades habituais. 3º- A pessoa doente deve esforçar-se para recuperar a saúde, recorrendo à

consulta de um médico e aceitando assumir-se doente. Freidson identificou três versões do papel de doente. Correspondente e diferentes

graus de doença. 1º Doente condicional sofre de um estado de doença temporário, podendo

recuperar a saúde. 2º Doente legitimado incondicionalmente - sofre de doença incurável. 3º Doente ilegítimo – quando alguém sofre de uma doença ou problema de saúde

estigmatizado pelos outros. Estigma – é qualquer característica que distinga um individuo ou grupo a maioria

da população o que faz com que o individuo ou grupo sejam tratados com suspeição ou hostilidade

A doença como “experiência de vida”

Os interacionistas simbólicos estão interessados nas formas pelas quais as pessoas interpretam o mundo social e os significados que lhe atribuem. Mtos sociólogos aplicam esta abordagem ao campo da saúde.

Corbin e Strauss estudaram os regimes de saúde que pessoas com doenças

crónicas desenvolvem de modo a organizarem as suas vidas quotidianas – 3 tipos de trabalho:

1º Trabalho de doença – actividades que digam respeito à forma como lidam com o seu estão de saúde, como tratar a dor, etc.

2º Trabalho quotidiano – gestão da vida quotidiana – manter o relacionamento com os outros, continuar as tarefas domésticas.

3º Trabalho biográfico – esforça de construir a sua narrativa pessoal

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Saúde e envelhecimento

Gerontologia – estudo do envelhecimento e dos idosos. Trata não só dos processos físicos associados ao envelhecimento, mas também dos factores sociais e culturais relacionados com o mesmo.

Os idosos nas sociedades modernas tendem a ter um estatuto inferior e menos poder do que era costume nas culturas pré-modernas. O saber acumulado das pessoas mais velhas deixou de ser considerado como uma reserva de sabedoria por parte dos mais novos.

Os avanços da medicina e no campo da nutrição mostraram que mto do q era considerado inevitável no envelhecimento pode ser contrariado ou adiado.

As pessoas vivem até mais tarde devido aos avanços da nutrição, na higiene e nos cuidados de saúde.

Actualmente no mundo desenvolvido 1 em cada 7 pessoas tem mais de 75 anos. Rácio de dependência – relação entre, por uma lado o nº de crianças e

aposentados, e, por outro lado, o nº de pessoas activas. À medida que a população idosa continua a crescer, aumentará a procura de

serviços sociais e dos sistemas de saúde. O aumento da esperança de vida significa que as pensões de reforma terão de ser

pagas por mais tempo do que acontece hoje em dia. À medida que o rácio de dependência da terceira idade for aumentando, crescerá

a pressão sobre os recursos disponíveis.

Problemas do envelhecimento

À medida que as pessoas envelhecem, enfrentam uma combinação de problemas físicos, emocionais e materiais com que é difícil de lidar. Uma das principais preocupações das pessoas idosas é manter a independência, liberdade de movimentos e a possibilidade de participar de forma plena no mundo social.

A classe social, o género e a raça constituem influências importantes na experiência do envelhecimento. As mulheres tendem a viver mais anos do que s homens, mas com rendimentos inferiores estando também em desvantagem quanto a outros recursos como possuir carro ou habitação.

Os idosos tendem a ser mais desfavorecidos em comparação com outros segmentos da população.

Terceira idade - período em que as pessoas estão libertas das responsabilidades

parentais e do mercado de trabalho. Discriminação etária - pessoas que são discriminadas devido à sua idade.

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Famílias

Família – grupo de pessoas unidas directamente por laços de parentesco, no qual os adultos assumem a responsabilidade de cuidar das crianças.

Laços de parentesco – São relações entre indivíduos estabelecidas através do

casamento ou por meio de linhas de descendência que ligam familiares consanguíneos. Casamento – uma união sexual entre 2 indivíduos adultos, reconhecido e

aprovado socialmente. Família nuclear – 2 adultos vivendo juntos num mesmo agregado com os seus

filhos biológicos ou adoptados. Família extensa – quando outro parente além do casal e dos filhos vive na mesma

casa ou está em contacto próximo e continuo com eles. A família (sociedades ocidentais)) está associada à monogamia. A poligamia permite ao homem ou à mulher ter mais do que um cônjuge – 2 tipos

de poligamia: 1 homem e + do que 1 mulher Poliandria: 1 mulher + do que 1 homem

Perspectivas teóricas sobre a família

FUNCIONALISTA Talcott Parsons: as duas grandes funções desempenhadas pela família são a

socialização primária e a estabilização da personalidade. Socialização primária – é o processo através do qual a criança apreende as

normas culturais da sociedade onde nasce. Estabilização da personalidade - papel desempanado pela família na assistência

emocional aos membros adultos da família. Para Parsons, a família nuclear era a unidade mais bem equipada para suportar as

imposições da sociedade industrial.

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ABORDAGENS FEMINISTAS O movimento feminista teve um grande impacto na sociologia ao contestar a

visão a família como um espaço harmonioso e igualitário. Determinados membros da família tendem a beneficiar mais do que outros. - Divisão doméstica do trabalho – algumas feministas pensam que se trata de uma

consequência do capitalismo industrial, outras reclamam a sua ligação ao patriarcado, antecedendo a industrialização.

- Relações de poder desiguais existentes num grande nº de famílias (violência domestica, abusos, erc.)

- Actividades de assistência – prestar cuidados a famílias ou parentes. Aumento do nº de divórcios principalmente nos anos 60/70 À média que as mulheres se vão tornando economicamente mais independentes, o

casamento deixa de ser uma necessidade económica para os cônjuges como acontecia antigamente.

Os agregados monoparentais têm-se tornado cada vez mais comuns nas últimas 3

décadas. Situam-se de uma forma geral entre os grupos mais pobres da sociedade e a maioria são mulheres.

O número de mulheres que nunca casou, a ter filhos, é cada vez maior. Família recomposta – é uma família em que pelo menos um dos adultos tem

filhos de um dos matrimónios anteriores. As famílias recompostas estão a desenvolver novos tipos de relações de

parentesco nas sociedades ocidentais. As dificuldades criadas pelos segundos casamentos depois do divórcio também são novas.

Alguns autores já falam em famílias binucleares. Com o aumento das taxas de divorcio, aumentou o nº de agregados

monoparentais, a questão do pai ausente passou a ter outro significado e refere-se a pais que em consequência de uma separação ou divorcio têm pouco contacto com os filhos ou deixam pura e simplesmente de estar com eles.

Coabitação – situação que tem lugar quando um casal vive junto e mantêm

relações sexuais sem haver casamento.

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CRIME E DESVIO Desvio – o que não está em conformidade com determinado conjunto de normas

aceite por um número significativo de pessoas de uma comunidade ou sociedade. A maioria das pessoas transgride, em certas ocasiões, regras de comportamento

geralmente aceites. Desvio e crime não são sinónimos, embora muitas vezes se sobreponham. O conceito de desvio pode aplicar-se tanto ao comportamento do indivíduo, como

ás actividades dos grupos. Os hare Krishna representam um exemplo de uma subcultura desviante. A criminologia trata das formas de comportamento sancionadas pela lei. Os

criminologistas estão frequentemente interessados nas técnicas que permitem medir o crime nas tendências dos índices criminais e nas politicas conduzias com o intuito de reduzir o crime no seio da comunidade. A sociologia do desvio interessa-se pela pesquisa criminológica mas também investiga a conduta que está fora do âmbito do direito pessoal.

Explicações biológicas “Os tipos Criminais”

As 1ªs explicações para o delito defendiam que os indivíduos possuíam traços inatos que seriam a fonte do crime e desvio.

Lombroso considerava que a maioria dos criminosos eram seres biologicamente degenerados ou patológicos. Para alguns autores os psicopatas são introvertidos, personagens sem emoções que agem impulsivamente e raramente experiênciam sentimentos de culpa.

A teoria psicológica da criminalidade podem na sua melhor das hipóteses,

explicar apenas certos aspectos do crime. Embora alguns criminosos possam ter características de personalidade diferentes do resto da população, é altamente improvável que isto se verifique com a maioria dos criminosos.

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Teoria Funcionalista Crime e anomia : Durkeim e Merton Durkeim – anomia – dá-se quando não há modelos claros de comportamento a

seguir numa determinada área da vida social factor que influencia a tendência para o suicídio. Segundo Durkeim as pessoas no mundo moderno sentem-se menos coagidas do que nas sociedade tradicionais.

De acordo com Durkeim o desvio é algo necessário para a sociedade. O desvio tem uma função adaptativa. O desvio é uma força inovadora que impulsiona a mudança através da introdução de novas ideias e desafios na sociedade, o desvio promove a manutenção de limites entre comportamentos maus e bons na sociedade.

Merton modificou o conceito de anomia para se referir à tensão a que o comportamento dos indivíduos é sujeito quando normas aceites entram em conflito com a realidade social. Os escritos de Merton acupam-se sobre o porquê de os índices o crime continuarem a subir no momento em que a sociedade se torna mais abastada.

A Teoria dos Grupos Subculturais Albert Cohen entendia que a causa principal do crime se encontrava nas

contradições no seio da sociedade americana. Cohen argumentava que os rapazes da classe baixa trabalhadora que se sentem mais frustrados com a posição que atingiram na vida, agrupam-se frequentemente em subculturas delinquentes.

Estas subculturas rejeitam os valores da classe média e subtituem-nos por normas que celebram o desafio, como a eliquencia e outros actos de não conformidade.

Teoria Interaccionista

Estes autores respeitam a ideia de que existem tipos de conduta inerentemente desviantes. Os interaccionistas interrogam-se sobre o medo como os comportamentos são inicialmente definidos como desviantes e porque é que determinados grupos e não outros são rotulados como desviantes.

O Desvio Aprendido Sutherland – o desvio pode ser aprendido na interacção com os outros.

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Sutherland associou o crime ao que chamou associação deiferencial = numa sociedade onde existem muitas subculturas diferentes, alguns ambientes sociais tendem a encorajar actividades ilegais ao passo que outros não. Os indivíduos tornam-se delinquentes ou criminosos através da sua associação com os outros que são portadores de normas criminosas.

De acordo com Sutherland o comportamento criminoso é aprendido nos grupos primários, particularmente nos grupos de pares.

Teoria da Rotulagem

Os teóricos da rotulagem interpretam o desvio não como um conjunto de características de um indivíduo ou grupo, mas como um processo de interacções entre aqueles que se desviam e os que o fazem.

È preciso perceber a razão porque determinadas pessoas ficam marcadas com o rótulo de desvio.

As pessoas que representam as forças da lei e da ordem, ou que são capazes de impor definições de moralidade convencional a outras, constituem os principais agentes da rotulagem. De modo geral, as regras que definem o desvio e os contextos em que são aplicadas são estabelecidas pelos ricos parta os pobres, pelos homens para as mulheres…

O mesmo tipo de comportamento pode ser interpretado de maneira diferente mediante o grupo que pratique a acção.

Howard Becker – as identidaes esviantes são produzidas através da rotulagem,

em vez de o serem por meio de motivação ou comportamentos desviantes. O comportamento desviante é aquele que que as pessoas rotulam como desviante; o modo de vestir, a maneira de falar o país ou região de origems podem ser considerados factores-chaves para determinar se se aplica ou não o rótulo desviante.

A rotulagem não só afecta a forma como os outros vêem o indivíduo, como

também influencia a ideia que os indivíduos têm da sua própria identidade. Lemert chamou desvio primário ao acto inicial de transgressão. Usou o termo desvio secundário para descrever casos em que o indivíduo acaba

por aceitar o rótulo que lhe foi posto, vendo-se a si próprio como desviante. Na teoria da rotulagem presume-se que nenhum acto é intrisecamente criminoso.

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Teoria do Conflito “a nova criminologia”

Os teóricos da nova criminologia enquadravam a sua análise do crime e do desvio tendo em conta a estrutura da sociedade e a preservação do poder pela classe dominante.

Stuart Hall Quanto mais aumentarem as desigualdades entre as classes dominantes e a classe

trabalhadora mais importante se torna a lei para os poderosos poderem manter a ordem social que pretendem conservar. Os poderosos também quebram a lei mas raramente são apanhados.

O Realismo da Nova Esquerda Ideias neo-marxistas Os teóricos destas correntes argumentam que a criminologia precisava de

comprometer mais com assuntos da actualidade como o controlo do crime e a politica social, em vez de debater-se com temas abstractos.

Os grupos sociais desfavorecidos correm um risco maior de se envolver em crimes do que outros.

Defende que as forças policiais necessitam de ter mais em conta as necessidades da comunidade ao impor a lei, em vez de se apoiar em técnicas de policiamento militar que tendem a alienar o apoio popular.

As teorias do controlo social

Considera que o crime ocorre como resultado do conflito entre os impulsos que conduzem à actividade criminal e os dispositivos físicos e sociais que a detêm.

Travis Hirshi = os seres humanos são fundamentalmente egoístas que tomam

decisões calculadas sobre envolver-se ou não na actividade criminal, pesando todos os riscos e benefícios envolvidos nessa mesma acção.

4 tipos de laços que ligam as pessoas à sociedade e ao comportamento estabelecido por lei: apego, compromisso, participação e crença. Se estes laços forem fortes não deixam espaço livre para os indivíduos transgredirem as leis, se forem fracos podem resultar no desvio e delinquência.

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Quanto mais a população cresce e o consumo aumenta mais probabilidade de

delinquência (ânsia de ter mais bens de consumo) Nas técnicas policiais aposta-se na dissuação = colucar obstáculos à ocorrência de

crimes através da intervenção directa em situações de crime potenciais.

Raça Etnicidade e Migração

Apartheid – sistema de segregação racial forçada 4 tipos de classificação – negro, branco, pessoa de cor e asiático As teorias científicas da raça surgiram nos finais do Sec. XVIII e princípios do

Sec. XIX. Gobineau – 3 raças: branca (caucasiana), hegra (negróide) e amarela (mongloide). As diferenças raciais devem ser entendidas como variações físicas assinaladas por

membros de uma comunidade ou sociedade como sendo socialmente relevantes. A raça pode ser entendida como um conjunto de relações sociais q eu

permitem que os indivíduos e grupos sejam localizados, e lhes seja atribuídos vários atributos ou competências com base em características de natureza humana.

Racialização – processos pelo qual os entendimentos do que é a raça são

utilizados para classificar indivíduos ou grupos de pessoas. Etnicidade – práticas culturais e modo de entender o mundo que distinguem uma

dada comunidade das restantes. Os membros dos grupos étnicos vêem-se a si próprios como culturalmente distintos dos outros grupos de uma sociedade e são vistos por estes mesmos grupos como tal. Diferentes características podem servir para diagnosticar os grupos étnicos uns dos outros, as mais comuns são a linguagem, a história ou a ancestralidade, a religião os modos de vestir, etc. As diferenças étnicas são inteiramente aprendidas. A etnicidade não é estática ela é mutável.

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Grupos minoritários Os membros de um grupo minoritário estão em desvantagem em relação à

maioria da população e têm um certo sentido de solidariedade de grupo, de pertencerem ao mesmo grupo. A experiência de serem objecto de preconceito e discriminação amplificam normalmente os sentimentos de lealdade e interesses comuns. Os membros de um grupo minoritário tendem a ver-se a si próprios com diferentes dos membros da maioria, estão física e socialmente isolados do resto da comunidade As pessoas pertencentes a estes grupos promovem activamente a endogamia de forma a salvar a sua própria identidade cultural.

O anti-semitismo, a homofobia e o racismo, partilham muitas características em comum e mostram como a opressão contra diferentes grupos pode assumir contornos semelhantes.

Preconceito = opiniões ou atitudes partilhadas por membros de um grupo em

relação a outro grupo As ideias preconceituosas de uma pessoa são muitas vezes. Mais baseadas em rumores do que em provas directas, são ainda resistentes à mudança mesmo face a novas informações.

Os preconceitos acentam frequentemente em estereótipos, categorizações fixas e inflexíveis de um grupo de pessoas. Discriminação = comportamentos tidos em relação a indivíduos ou grupos (Ex: negação de oportunidades a um grupo que são dadas a outro)

RAÇA

Um racista é alguém que acredita que alguns indivíduos são inferiores ou superiores a outros como resultado das diferenças raciais.

A ideia de racismo institucional sugere que o racismo atravessa todas as estruturas sociais de forma sistemática.

Novo racismo – argumentos culturais são substitutos dos argumentos biológicos “Bodes expiatórios” é algo comum quando 2 grupos étnicos com privação entram

em competição um com o outro por motivos económicos. A procura de “bodes expiatórios” é normalmente dirigida contra grupos que são diferentes e relativamente fracos.

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Etcnocentrismo, fechamento do grupo e repartição de recursos Os conceitos sociológicos relevantes a nível geral para a interpretação de

conflitos étnicos são: o etnocentrismo, fechamento do grupo e repartição de recursos. Etnocentrismo – desconfiança em relação a estranhos combinada com uma

tendência para avaliar outras culturas em termo da nossa própria cultura. O etnocentrismo e o fechamento de grupo andam frequentemente a par. Fechamento de grupo – processo pelo qual os grupos mantêm fronteiras que os

separam dos outros, estas fronteiras são formadas através de instrumentos de exclusão que realçam as divisões entre grupos étnicos.

Repartição de recursos, instituindo desigualdades na distribuição da riqueza e os

bens materiais.

Teoria do Conflito Teóricos marxistas – o racismo é um produto do sistema capitalista, a classe

dominante usava a escravatura a colonização e racismo como ferramentas de explorar o trabalho.

Modelos de integração étnica

Assimilação = os imigrantes abandonam os seus usos e costumes, passando o seu

comportamento pelos valores e normas da maioria. Melting pot = em vez de se dissolverem as tradições dos imigrantes a favor das

dominantes no seio da população pré-existente, misturam-se todas para formar novos padrões culturais. Assiste-se, não só, à introdução na sociedade de normas e valores culturais diferentes trazidos do exterior, como a diversidade é também criada à medida que os grupos étnicos se adaptam aos meios mais amplos em que agora se encontram.

Pluralismo cultural = fomentar o desenvolvimento de uma sociedade

genuinamente plural, onde seja reconhecida a igual valia de numerosas subculturas

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diferentes. Uma abordagem pluralista considera os grupos étnicos minoritários como iguais na sociedade, o que significa que estes usufruem dos mesmos direitos da maioria da população. As diferenças étnicas são respeitadas e celebradas enquanto componentes vitais da vida nacional mais ampla

Conflito étnico Por vezes sociedade com uma longa história de tolerância e integração étnica

podem mergulhar rapidamente no conflito étnico. Hostilidades entre diferentes grupos ou comunidades étnicas.

A limpeza étnica envolve deslocação de populações étnicas alvo de violência, de

agressão, de ameaças e das campanhas de terror. Genocídio – eliminação sistemática de um grupo étnico por outro. Tem-se

verificado que os conflitos violentos em todo o mundo assentam cada vez mais em divisões étnicas.

Movimentos migratórios Imigração = movimento de pessoas para um país onde se estabelecem. Emigração = processo pelo qual as pessoas deixam o seu pais estabelecendo-se

noutro. Os movimentos migratórios aumentam a diversidade étnica e cultural de muitas

sociedade e ajudam a moldar as dinâmicas demográficas, económicas e sociais. 4 modelos de migração: Modelo clássico – nações de imigrantes – incentivo à migração – promessa de

cidadania. Modelo colonial de imigração – favorecimento de migração para pessoas das

antigas colónias. Modelo de trabalhadores convidados – os imigrantes são aceites temporariamente

– exigência do mercado de trabalho. Modelos ilegais – entrada nos países secretamente

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Os factores push referem-se a dinâmicas dentro de um pais de origem que forçam

as pessoas a emigrar, tais como a guerra, a fome, a opressão politica ou a pressão demográfica.

Os factores pull, são características dos países de destino que atraem os imigrantes mercados de trabalho prospero, melhores condições de via, etc.

Stephen Castles e Mark Miller identificaram 4 tendências, que em sua opinião, irão caracterizar os padrões de migração nos próximos anos. Aceleração, diversificação, globalização pag 262

Pelo termo Diáspora entende-se a dispersão de uma população étnica a partir da

se terra natal para áreas estrangeiras, muitas vezes de forma forçada e em circunstancias traumáticas

Organizações modernas

Organização é um grupo amplo de pessoas estruturado em linhas impessoais e constituído para alcançar objectivos específicos.

Teoria das organizações

Weber realçou que o desenvolvimento das organizações assenta no domínio da

informação, sublinhando a importância da escrita neste processo.

A perspectiva de Weber sobre a burocracia

A burocracia é o poder dos funcionários. A autoridade burocrática é a única forma de lidar com as implicações

administrativas de grandes sistemas sociais

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Weber construiu um tipo ideal de burocracia

1º existe uma nítida hierarquia de autoridade 2º o regulamento escrito governa a conduta dos funcionários a todos os níveis a

organização. 3º os funcionário são trabalhadores a tempo inteiro e assalariados. 4º há uma separação entre tarefas do funcionário na organização e a sua vida

privada. 5º nenhum membro da organização é dono dos recursos materiais com que opera. Quanto mais uma organização se aproxima do tipo ideal e burocracia, tanto mais

eficaz será a prossecução dos objectivos para os quais foi criada. A análise da burocracia de weber dá a primazia às relações formais nas

organizações. Peter Blau analisou as relações informais nas organizações. Partilha com os

colegas – desenvolve-se um conjunto sólido de lealdade a um nível primário de grupo social entre trabalhadores do mesmo nível.

Merton: as disfunções da burocracia Os burocratas são treinados para confiar unicamente na regras e procedimentos

escritos que podem levar ao ritualismo burocrático Merton previu a possibilidade de existência de tensões entre o público e a burocracia

Burns e Stalker – sistemas mecanicistas e orgânicos Burns e Stalker distinguiram 2 tipos de organizações mecânicas e orgânicas. As

organizações mecânicas são sistemas burocráticos em que existe uma cadeira hierárquica de comendo, com a comunicação a fluir verticalmente através de canais claros.

As organizações orgânicas são caracterizadas por possuírem uma estrutura mais

flexível na qual os objectivos gerais da organização assumem primazia sobre responsabilidades definidas de modo estreito.

As decisões não são um domínio exclusivo do topo. Segundo Burns e Stalker as organizações orgânicas estão muito melhor equipadas

para lidar com as exigências em mudança de um mercado inovados como o das telecomunicações, o do software de computador ou o de biotecnologia.

Michel Foycault demonstrou que a arquitectura de uma organização está

directamente implicada ma ordenação do sistema social de autoridade.

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Vigilância nas organizações Foucault chama vigilância à supervisão de actividades no seio das organizações.

Nas organizações modernas todos estão sujeitos à vigilância. Weber e Foucault argumentam que a forma mais eficaz de dirigir uma

organização consiste em maximizar a vigilância, ter divisões de autoridade claras e consistentes.

Sociedade de vigilância – uma sociedade onde a informação acerca as nossas

vidas é compilada por todo o tipo de organizações, não apenas por empregadores. Género e organização A burocracia é caracterizada por uma segregação das ocupações entre os géneros A ideia de uma carreira burocrática era concebida, de fecto, como uma carreira

masculina em que as mulheres desempenhavam um papel de apoio crucial. Kanter Fergunson – as organizações modernas estavam fundamentalmente

manchadas por valores e padrões de dominação masculinas. Para não ficarem subordinadas as mulheres terão que criar as suas próprias organizações.

Mudança organizacional: o modelo japonês As empresas japonesas divergem das características que weber associou à

burocracia. • Tomada de decisões de baixo para cima • Menos especialização • Segurança laboral • Produção em grupo • Fusão entre o trabalho e a vida privada Dois ramos populares da teoria de gestão – a gestão de recursos humanos e a abordagem da cultura organizacional mostra que o modelo da gestão japonesa não possa ser despercebida no ocidente. Gestão de recursos humanos é um estilo de gestão que considera a força de trabalho da empresa como vital para a sua competitividade dedicados à sua empresa e aos seus produtos, a empresa nunca será líder no seu campo.

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De acordo co G.R.Hum., as questões dos recursos humanos não devem ser do domínio exclusivo, mas devem ser uma prioridade de topo de todos os membros da direcção. Cultura organizacional – a direcção da companhia trabalha com os trabalhadores para construir uma cultura organizacional que envolve rituais, eventos e tradições próprias dessa companhia.

Manuel Castells – argumenta que a enpresa em rede é a forma organizacional mais adequadas a uma economia global de informação Stanley Davis defende que aà medida que as empresas assim como outros tipos de organizações, se transformam cada vez mais redes, passam também por um processo de descentralização através do qual o poder e a responsabilidade são devolvidos de cima para baixo ao longo da organização, em vez de ficarem concentrados nos níveis de topo. Henry Mintzberg – argumenta que não existe um modelo burocrático único, em vez disso existe uma variedade de estruturas organizacionais que respondem a diferentes necessidades. Mintzber – 5ª forma organizacional = adhocracia = não realiza tarefas estandardizadas de acordo com procedimentos pré-estabelecisos, trabalho de equipa entre pequenos grupos técnicos. Cless – uma das características das organizações modernas é a desdiferenciação. Uma tendência para o abandono de tarefas rotineiras especializadas face aos desenvolvimentos de competências mais amplas e diversas. George Ritzer – anossa sociedade está a tornar-se cada vez mais racionalizada (Mcdonalização)

O Governo e a Politica

A política diz respeito aos meios pelos quais o poder é usado para influenciar as intenções e o conteúdo das actividades governamentais. O poder é a capacidade que indivíduos ou grupos possuem para fazer valer os seus próprios interesse, mesmo quando outros se opõem. Ele é quase sempre

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acompanhado de ideologias que são usadas para justificar as acções dos que detêm o poder. Autoridade é o uso legitimo do poder pelo governo. Legitimidade significa que aqueles que se submetem à autoridade do governo consentem nela. Um Estado existe quando há um aparelho político de governo (instituições como um parlamento ou congresso) quer governa um dado território, cuja autoridade é apoiada por um sistema legal e apoiada por um sistema legal e pela capacidade de usar a força militar. Todas as sociedades modernas são estados-nação, são estados onde os cidadãos, constituindo o grosso da população se reconhecem como fazendo parte de uma só nação. Soberania – autoridade que um governo possui sobre uma área com fronteiras bem definidas dentro das quais detém o poder supremo Cidadania – as pessoas, na sua maior parte, que vivem dentro dos limites do sistema politico são cidadãos tendo direitos e deveres comuns e reconhecendo-se como fazendo parte da nação. Monarquia é um sistema político encabeçado por uma única pessoa, em que o poder é transmitido no seio de uma família ao longo de diversas gerações Monarcas constitucionais - o poder é severamente restringido pela constituição que investe de autoridade os representantes eleitos pelo povo. A palavra democracia tem as suas raízes no termo grego demokratia, formado por demos (povo) e kratos (governo), o significado básico de democracia é o de um sistema político em que o povo governa, e não um monarca ou aristocrata. Democracia participativa - as decisões são tomadas em comum por aqueles que lhe são sujeitos. Democracia representativa - sistema politico no qual as decisões que afectam uma comunidade saio tomadas não por esta como todo, mas por pessoas eleitas para esse propósito. Nesta área do governo nacional, a democracia representativa toma a forma de eleições para congressos parlamentos ou outros órgãos nacionais similares.

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Democracia Liberal – as nações que praticam a democracia representativa multipartidária, nas quais a massa politica da população adulta tem o direito de votar. Estados autoritários – a participação do cidadãos é negada ou severamente reprimida. Nestas sociedades as necessidades e os interesses do Estado têm prioridades sobre os cidadãos comuns, não havendo mecanismos legais para fazer oposição ao governo ou para remover um líder do poder. A democracia tende a estar associada a uma economia de mercado e esta mostrou ser superior ao comunismo como sistema gerador de riqueza. A globalização ao promover a disseminação de ideias e de opiniões através das fronteiras nacionais, conduz a uma cidadania mais activa em muitas partes o mundo. A democracia revelou ser o melhor sistema político, os outros tipos de governo político têm falhado. Com o aparecimento de novas tecnologias (T.V., satélite, cabo) os governos não podem manter o controlo sobro o que os cidadãos vêem.

Paradoxo da democracia

A democracia está a atravessar algumas dificuldades em quase todo o lado. O paradoxo da democracia é intrigante. Por um lado, a democracia expande-se por todo o mundo; por outro lado, nas sociedades democráticas de modernidade, é elevada a desilusão com os processos democráticos. Porque é que muitos se sentem infelizes com este sistema? O impacto das novas tecnologias da comunicação e a globalização da vida social tem gerado algum descontentamento.

Os partidos políticos e o sufrágio nos países ocidentais

Um partido político pode ser definido como uma organização orientada para adquirir o controlo legítimo do governo através de um processo eleitoral. Dois partidos tendem a dominar o sistema político, quando as eleições se baseiam no princípio da maioria. Quando as eleições se baseiam em princípios

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diferentes, como o da representação proporcional, os sistemas bipartidários são menos comuns. Partidos socialistas ou trabalhistas têm formado governos, desde a 2ª guerra mundial na maioria dos países ocidentais. O termo esquerda é usado para nos referirmos a grupos políticos radicais ou progressistas, termo direita refere-se a grupos mais conservadores.

A política da terceira via

O Novo Pertido Trabalhista queria ir além as categorias políticas tradicionais de esquerda ou direita, e embarcar num novo tipo de politica de centro-esquerda, esta aproximação é muitas vezes designada como política da terceira via, por tentar evitar divisões políticas habituais. Existem 6 dimensões básicas na política da 3ª via: 1º - Reconstrução do governo – é necessário um governo activo para ir ao encontro das necessidades de um mundo em mudança rápida. 2º - Cultivar a sociedade civil – a sociedade civil e a esfera fora do estado e do mercado, tem de ser fortalecida e conjugada com o governo e os negócios. 3º - A reconstrução da economia – uma nova economia mista caracterizada por um equilíbrio entre regulamentação e desregulamentação. 4º A reforma do Estado-providência – o Estado-providência tem que ser reformado para se tornar mais eficiente 5º Modernização ecológica – existe muitas formas de compromisso com a defesa do ambiente poder gerar emprego e estimular o desenvolvimento económico. 6º A reforma do sistema global – numa era da globalização a politica da 3ª via procura novas formas de governo global. As associações transnacionais podem conduzir a uma democracia que transcende o nível de estado-nação, e podem permitir um maior controlo da volátil economia internacional pelos governos. A política a 3ª via surgiu num cenário de dupla crise politica. As revoluções de 1989 revelaram que o socialismo não era uma aproximação viável ás organizações económicas enquanto o entusiasmo não controlado pelo mercado livre favorecido pelos neoliberais conservadores também possuía deficiências. Algumas vezes a mudança politica e social pode só ter lugar através de recursos a formas de acção politica não ortodoxa. Revolução – acto de derrubar uma ordem politica existente através de um movimento de massas, recorrendo à violência.

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O tipo mais comum de actividade politica não ortodoxa ocorre com os movimentos sociais que são esforços colectivos para promover um interesse comum ou defender um objectivo comum fora da esfera das instituições estabelecidas. Os movimentos sociais são tão característicos do mundo contemporâneo quanto as organizações formais, burocráticas às quais se opõem. Novos movimentos sociais - movimentos sociais contemporâneos em relação aqueles que os precedem em décadas anteriores. Muitos observadores acreditam que os Novos Movimentos sociais são um produto único da sociedade moderna e são profundamente diferentes nos seus métodos, motivações e orientações em relação a formas de acção colectiva precedentes. O crescimento dos novos movimentos sociais prova que os cidadãos nas sociedades de modernidade tardia não estão apáticas os interessados das politicas os N.M.S. estão a ajudar a revitalizar a democracia em muitos dos países. Sociedade Civil – esfera entre os Estado e o mercado ocupado pela família e por associações comunitárias e por outras instituições não económicas. Na actual era da informação os movimentos sociais por todo o mundo podem associar-se em gigantescas redes internacionais e regionais que envolvem organizações não governamentais, grupos religiosos e humanitários, etc. Estas redes electrónicas têm capacidades sem precedentes para responder de imediato a acontecimentos logo que estes acontecem. Manuel Castells – movimentos sociais – os rebeldes zapatistas mexicanos, movimento de milícia americano e o culto japonês Aum Shimikyo, cada um destes movimentos tem mais tecnologia de informação na sua infra-estrutura organizacional.

Movimentos nacionalistas

Magrx e Durkeim viam o nacionalismo acima de tudo como uma tendência destrutiva e acrescentavam que a crescente integração económica produzida pela indústria moderna causaria o seu rápido declínio. No entanto no século XXI o nacionalismo não só está vivo como continua a florescer.

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Gellner ( 1925-1995) defende que o nacionalismo a nação e o estado-naçao são produtos na civilização moderna cuja as origens repousam na revolução industrial nos finais do sec XVIII. Nas sociedades tradicionais, assim como a ideia de nação o nacionalismo enquanto tal é desconhecido. O industrialismo moderno cria uma necessidade de um sistema de estado e de governo muito mais eficaz o que os existentes no passado. No estado moderno, os indivíduos têm que interagir a todo o momento com estranhos já que a base da sociedade deixou de ser a vila ou a cidade local para passar a uma unidade mais ampla. Etnia – grupo que partilha ideias de ancestralidade comum, uma identidade cultural comum e uma ligação com a terra natal especifica. A persistência de etnias bem definidas no interior de nação estabelecidas leva ao fenómeno das nações sem estado. Nestas situações muitas das características essenciais da nação carecem de uma comunidade politica independente.

Educação

Educação – envolve a instrução dos alunos em espaço construídos para o efeito. Nos países industrializados a literacia é elevada praticamente toda a gente sabe ler e escrever a um nível básico. Com a progressiva universalização dos sistemas educativos, a aquisição de conhecimentos passou a assentar cada vez mais num estudo abstracto, e não na transmissão pratica de aptidões. O moderno sistema de educação começou pela 1º vez a tomar forma, na maioria das sociedades ocidentais, no começo do século XIX. Grã-bretanha a partir de 1944 exame dos 11 anos, as crianças mais capazes eram separadas das outras, as 1º iam para liceus (académica), as 2º iam para escolas secundarias modernas (profissionalizante).

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A partir de 1964 foi abolida a divisão entre liceus e escolas secundarias modernas. As comprehensive schools proporcionam um fraco padrão de educação, na medida em que a excelência não é recompensada e a especialização é desencorajada. Privatização da educação – envolvimento num numero crescente nas companhias privadas e de organizações na gestão educativa na administração de actividades educativas Bernstein: códigos linguísticos As crianças de origens sociais diversas desenvolvem códigos ou forma de discurso diferentes no começo da sua vida, que afectam as suas experiências escolares posteriores. Crianças da classe trabalhadora desenvolvem códigos restritos – uma forma de uso da linguagem que contem muitas pressuposições não declaradas, que quem fala espera que os outros conheçam. Um código restrito é um tipo de discurso ligado ao seu contexto cultural específico. A linguagem num código restrito é mais apropriada para a comunicação sobre experiências praticas do que para a discussão de ideias mais abstractas. Crianças de classe media desenvolvem códigos elaborados – um estilo de linguagem em que o significado das palavras pode ser individualizado, para se adaptar as exigências de situações particulares. A criança é capaz e generalizar e de expressar ideias abstractas mais facilmente. As crianças que adquirirem códigos elaborados de discurso têm maior capacidade para lidar com as exigências da educação académica. Joan Tough Illich: o currículo oculto Illich defende que a própria noção de escolaridade obrigatória devia ser questionada: a escola têm se desenvolvido para tratar 4 tarefas básicas: a provisão de cuidados de custodia a distribuição de pessoas por ocupação, a aprendizagem de valores dominantes, e a aquisição de aptidões e conhecimentos aprovados socialmente. A escola tornou-se uma organização de custódia.

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O currículo oculto ensina as crianças que o seu papel na vida é saber qual é o seu lugar e conformar-se com ele. Illich advoga a desescolarizaçao da sociedade. Bourdieu: educação e reprodução cultural Reprodução cultural: os modos como as escolas conjuntamente com outras instituições sociais contribuem para perpetuar as desigualdades económicas e sociais ao longo das gerações. Wills: uma analise de reprodução cultural Investiga a forma como ocorre a reprodução cultural. O modo como os miúdos das classes trabalhadoras obtém de classe trabalhadora. A sabedoria de rua dos oriundos dos bairros pobres pode ter pouca ou nenhuma relevância para o sucesso académico, mas envolve um conjunto de aptidões tão subtil, hábil e complexa como qualquer saber ensinado nas escolas.

QI e o sucesso escolar

Teste QI – (Quociente de Inteligência) – consiste num misto de problemas conceptuais e de cálculo. Pontuação media de 100 pontos; abaixo de 100 inteligência abaixo da media; acima de 100 inteligência acima da media. Hernstein e Murray = alguns grupos étnicos têm, em media QI mais elevados que outros. Tais diferenças na inteligência dada contribuem de uma foram importante para as divisões sociais na sociedade americana. Críticos a Hernstein e Murray defendem que as diferenças resultam de diferenças sociais e culturais. Inteligência emocional – modo como as pessoas usam as suas emoções – a capacidade de se motivar a si próprio, de ter auto-controlo, entusiasmos e persistência. Esta n se herda, e quanto mais for ensinada as crianças mais oportunidades elas terão de utilizar as suas capacidades intelectuais.

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Religião As características que todas as religiões parecem partilhar são as seguintes: as religiões implicam um conjunto de símbolos que invocam sentimentos de referência ou de temor, ligados a rituais ou cerimónias realizados por uma comunidade de crentes. Magia – consiste a influenciar o curso dos acontecimentos através do uso de poções, cânticos ou praticas rituais. Nas culturas pequenas n existe propriamente um clero profissionalizado, de todas as figuras o xamã é o mais comum. Xamã – individuo de ser capaz de contactar com os espíritos ou com forças não naturais através de certos rituais. As duas formas de religião mais recorrentes nas culturas pequenas são o totemismo e o animismo. Totemismo – espécie animal ou planta que se acredita ter poderes sobrenaturais. Animismo – é a crença em espíritos ou fantasmas que se pensa viverem no mesmo mundo que os seres humanos. Sociedades pequenas e aparentemente simples têm frequentemente sistemas complexos de crenças religiosas. O totemismo e o animismo são os mais comuns entre estas sociedades. As 3 religiões monoteístas mas frequentes na história do mundo são: o judaísmo, o cristianismo, e o islamismo. O judaísmo é a mais antiga ( 1000 a.c) os seus profetas inspiraram-se nas crenças religiosas existentes no antigo Egipto. Adoram um só deus. Os Hebreus acreditam que Deus exige obediência a códigos morais restritos e reinvindicam o monopólio da verdade vendo as suas crenças como a única religião verdadeira. O cristianismo começou com uma facção do judaísmo. Os discípulos e começaram a vê-lo como um Messias. O imperador Constantino adoptou o cristianismo como religião oficial do império romano.

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Divisões teológicas dentro do cristianismo: igreja católica, protestante, e ortodoxa. O islamismo deriva dos ensinamentos do profeta Maomé, sec. VII da era cristã. Segundo o islamismo o seu único Deus, Alá, domina toda a vida humana e natural. Os pilares do Islão são 5 deveres religiosos: recitação do credo “só Alá é Deus e Maomé o seu Profeta”, rezar as orações formais 5 vezes ao dia virados para Meca, respeitar o Ramadão (um mês de jejum), dar esmola aos pobres, e ir em peregrinação a Meca.

As religiões no extremo oriente

Hinduísmo (6000 anos) religião politeísta, a muitos cultos e práticas religiosas locais estão apenas ligados entre si por umas crenças gerais. A maioria dos hindus aceita a doutrina do ciclo da reencarnação. As religiões éticas do oriente englobam o budismo, o confucionismo e o taoismo – ou seja valorizam ideais éticos que relacionam o crente com coesão e unidade naturais do universo. O budismo deriva dos ensinamentos de Sidhartah Gautama, o Buda (o iluminado) que era um príncipe hindu do sul do Nepal no sec. VI a.c – os seres humanos podem escapar ao ciclo da reencarnação pela renuncia ao desejo. Vida de auto-disciplina e meditação. O objectivo é atingir o nirvana, realização espiritual completa. O confucionismo era a base da cultura dos grupos dominantes na china tradicional. Confúcio viveu no sec. VI a.c. Confúcio é visto como o mais sábio dos homens sábios. O confucionismo pretende ajustar a vida humana a harmonia interior da natureza realçando a veneração dos antepassados. O taoismo partilha princípios semelhantes ao confucionismo, insiste na meditação e na não-violência como meios para atingir uma vida superior. As abordagens sociológicas da região são fortemente influenciadas por Marx, Durkeim e Weber. Para eles a importância das religiões ia diminuir dos tempos modernos. Para Marx a religião na sua forma tradicional tende a desaparecer e tal devera suceder. A religião tem sido o ópio do povo. A religião adia a felicidade e

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a recompensa para a eternidade e prega uma aceitação resignada das condições existentes nesta vida. As crenças e valores religiosos justificam muitas vezes a desigualdade da riqueza e do poder.

Durkeim e o ritual religioso

Durkeim define a religião entre o sagrado e o profano. Os objectos sagrados e símbolos, sustenta, são tratados como separados dos aspectos da rotina da existência – domínio do profano. Baseia os seus estudos no totemismo. A referência que as pessoas sentem pelo totem prove do respeito que vem dos valores sociais fundamentais. Na religião o objecto de veneração é, na verdade a própria sociedade. Todas as religiões implicam cerimónias e rituais regulares que reúnem grupos de crentes.

Weber e as religiões mundiais

Religião e mudanças sociais Protestantismo – puritanismo – foi a fonte de visão capitalista no ocidente moderno os 1º empresários seriam na sua maioria Calvinistas. O sucesso material era um sinal de favor divino. As religiões orientais serviram de travão ao desenvolvimento económico. As noções de pecado e de perdão pela graça de Deus são importantes. Geram uma tenção dinâmica emocional ausente nas religiões do oriente. As religiões da salvação tem uma faceta revolucionária enquanto as religiões do oriente cultivam uma atitude de passividade face a ordem existente. Weber e Troeltsch estabeleceram uma distinção entre igrejas e seitas. Uma igreja é um grande corpo estabelecido como a igreja católica ou a igreja de Inglaterra com uma estrutura formal e fortemente hierarquizada. Uma seita é um grupo de crentes mais pequenos e não tão hierarquizados, que surge normalmente como protesto a uma igreja. Howard Beckar adicionou a denominação religiosa e culto. A denominação é uma seita que acalmou e se transformou num corpo institucionalizado em vez de se tornar num grupo de protesto activo. As denominações religiosas são reconhecidas como mais ou menos legitimas pelas igrejas e existem paralelamente a estas, cooperando quase sempre com elas.

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Os cultos parecem-se com seitas são organizações mais soltas e transitórias, sendo formados pelos indivíduos que rejeitam o que vêem como valores mundanos. Centram-se na experiência individual, reunindo indivíduos que pensam do mesmo modo. A secularização descreve o processo no qual a religião perde a sua influência sobre as varias esferas de vida social. Novos movimentos religiosos – conjunto de grupos religiosos e espirituais, cultos e seitas que surgiram nos países ocidentais, a par das religiões dominantes, incluem uma grande diversidade de grupos espirituais aos grupos de auto-ajuda. 3 Categorias para os novos movimentos religiosos:

- Afirmação do mundo - Rejeição do mundo - Acomodação do mundo Os movimentos de afirmação do mundo estão mais próximos do grupos religiosos de “auto-ajuda” ou de terapia do que dos grupos religiosos convencionais são movimentos que muitas vezes não tem rituais, igrejas ou teologias formais, concentrando-se no bem estar espiritual dos seus membros. Não rejeitam o mundo exterior ou os seus valores. Os movimentos de acomodação ao mundo tendem enfatizar a importância da vida religiosa interior em relação a preocupações mais mundanas. Os membros destes grupos reclamam pureza espiritual que acreditam ter sido perdida nos contextos religiosos tradicionais. Os movimentos milenaristas estão relacionados com a crença apocalíptica, a crença nos ensinamentos revelados de forma divina há cerca dos acontecimentos finais da história. O fundamentalismo religioso descreve a abordagem desenvolvida por grupos religiosos que apelam a uma interpretação literal das escrituras ou textos básicos e acreditam que as doutrinas que emergem destas leituras deveriam ser aplicadas a todos os aspectos da vida social, económica e politica.