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Resumo - Prática de Morfossintaxe - PDF
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UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPUS DUTRA SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO
LETRAS – LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E
INGLESA
RESUMO
PRÁTICA DE MORFOSSINTAXE
Nomes: Cláudia Araújo C3107G7
Letícia Zucco C31CII0
Raphael Arantes C164GF9
Tamara Melo C081HG1
São José dos Campos
2015
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------- 3
2. ESTUDO DO SUJEITO ----------------------------------------------------------------------------- 4
2.1 POSIÇÃO DO SUJEITO NA ORAÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 4
2.2 CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO ------------------------------------------------------------------------------------------ 5
3. PREDICADO----------------------------------------------------------------------------------------- 9
3.1 PREDICADO VERBAL ---------------------------------------------------------------------------------------------------- 9
3.2 PREDICADO NOMINAL ------------------------------------------------------------------------------------------------- 9
3.3 PREDICADO VERBO-NOMINAL--------------------------------------------------------------------------------------10
4. TERMOS INTEGRANTES E ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO ------------------------------------- 11
4.1 TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO -----------------------------------------------------------------------------11
4.2 TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO -------------------------------------------------------------------------------13
5. EMPREGO DOS CONHECIMENTOS SINTÁTICOS ------------------------------------------- 15
5.1 ANÁLISE SINTÁTICA: CASOS INCOMUNS E SUA INTERPRETAÇÃO ----------------------------------------16
5.2 CONSTRUÇÃO DE FRASES NO TEXTO -----------------------------------------------------------------------------17
5.3 EMPREGO CORRETO DAS VÍRGULAS ------------------------------------------------------------------------------18
6. ESTUDO SINTÁTICO DO PERÍODO COMPOSTO -------------------------------------------- 21
6.1 PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO --------------------------------------------------------------------21
6.2 PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO -------------------------------------------------------------------22
7. PARALELISMO SINTÁTICO --------------------------------------------------------------------- 26
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1. INTRODUÇÃO
Durante o semestre letivo, tivemos a oportunidade de aprofundar nossos
conhecimentos gramaticais. Através do livro Prática de Morfossintaxe, da autora
Inês Sautchuk, desenvolvemos estudos sobre funções sintáticas, termos integrantes
da oração, o emprego correto das virgulas, etc. Nós, como futuros professores de
língua portuguesa, percebemos a importância e a obrigação de conhecer e entender
a gramática e as relações que ela estabelece com a semântica, a fonologia, a
sintaxe e a morfologia. Nesse trabalho, apontaremos, o estudo feito em todas essas
áreas da gramática.
Nesse livro, Sautchuk nos apresenta exemplos preciosos da língua em uso, e
nos mostra que a língua é uma atividade social e de ação sobre o outro. Os textos
são construídos em diversos contextos, o que pode alterar o seu valor semântico. O
conteúdo nos trouxe exemplos didáticos e exercícios comentados, que nos
auxiliaram na fixação da matéria.
O estudo detalhado dos termos da gramática se faz necessário para
compreender melhor a lógica interna existente nas orações e períodos existentes na
língua portuguesa. Sem esse conhecimento é praticamente impossível que você se
torne um bom entendedor da língua.
Pretendemos a seguir, expor de forma clara e objetiva o amplo conteúdo com
o qual tivemos contato durante o semestre, de maneira que possamos oferecer ao
leitor uma experiência mais agradável com a gramática.
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2. ESTUDO DO SUJEITO
A característica morfossintática definitiva do sujeito da oração é a de ser
sempre de natureza substantiva, representado, portanto, por um sintagma
nominal, e, depois, a de ocupar preferencialmente a primeira posição do SVC
(sujeito, verbo e complemento). Assim, em qualquer tipo de enunciado, podemos
lançar mão dessa dupla característica e propor um método prático de identificação
do sujeito nas orações: todo termo da oração (não preposicionado) que puder
ser substituído por um pronome reto será sujeito.
Exemplos:
Caíram do varal as roupas estendidas? Sim, elas caíram do
varal.
Toda manhã os carteiros distribuem cartas pelas caixas de
correio do bairro? Sim, toda manhã eles distribuem cartas pelas caixas de
correio...
Ontem, desapareceu da gaveta a caixa de envelopes da
mamãe? Sim, ontem ela desapareceu da gaveta.
O princípio linguístico que rege esse método prático é aquele sustentado pelo
fato de que somente um pronome pessoal do caso reto pode substituir o sujeito da
oração, por serem ambos de natureza substantiva (não preposicionada).
2.1 POSIÇÃO DO SUJEITO NA ORAÇÃO
Dependendo da posição de seus termos, a oração pode estar:
Na Ordem Direta: o sujeito aparece antes do predicado.
Por Exemplo:
As crianças
brincavam despreocupadas.
Sujeito
Predicado
Na Ordem Inversa: o sujeito aparece depois do predicado.
Brincavam despreocupadas
as crianças.
Predicado Suje
5
ito
Sujeito no Meio do Predicado:
Despreocupadas,
as crianças
brincavam.
Predicado Suj
eito Pre
dicado
Esse método prático é particularmente funcional nos casos de orações
construídas em ordem inversa ao SVC (sujeito, verbo e complemento) e que
apresentem sujeito expresso. O sujeito, quando explícito na oração, tem de ser
necessariamente um sintagma nominal.
Exemplos:
• Com determinante + núcleo substantivo;
Muito bem à saúde fazem as peras.
Elas fazem muito bem à saúde.
• Representado por palavra substantivada;
Novas esperanças pode trazer o amanhã.
Ele pode trazer novas esperanças.
• Representado por pronome substantivo;
Poucos viram o acidente.
Eles viram o acidente.
2.2 CLASSIFICAÇÃO DO SUJEITO
O sujeito das orações da língua portuguesa pode ser determinado ou
indeterminado. Existem ainda as orações sem sujeito.
1 - Sujeito Determinado: é aquele que se pode identificar com precisão a
partir da concordância verbal. Pode ser:
a) Simples
Apresenta apenas um núcleo ligado diretamente ao verbo.
Por Exemplo:
A rua estava deserta.
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Os meninos estão gripados. Todos cantaram durante o passeio.
b) Composto
Apresenta dois ou mais núcleos ligados diretamente ao verbo.
Tênis e natação são ótimos exercícios físicos.
Saci e Iara são personagens folclóricos.
c) Implícito (oculto)
Ocorre quando o sujeito não está explicitamente representado na oração,
mas pode ser identificado.
Por Exemplo:
Dispensamos todos os funcionários. Nós dispensamos todos os funcionários. Não pretendemos voltar tão cedo. Nós não pretendemos voltar tão cedo.
Nessas orações, o sujeito é implícito e determinado, pois está indicado pela
desinência verbal - mos.
Entregaste as flores à aniversariante? Sim, tu entregaste as flores à aniversariante.
Observação: o sujeito implícito também é chamado de sujeito elíptico, subentendido ou desinencial. Antigamente era denominado sujeito oculto.
2 - Sujeito Indeterminado: é aquele que, embora existindo, não se pode
determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa,
há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:
a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
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O verbo é colocado na terceira pessoa do plural, sem que se refira a nenhum
termo identificado anteriormente (nem em outra oração):
Por Exemplo:
Procuraram você por todos os lugares. Estão pedindo seu documento na entrada da festa.
b) Com verbo ativo na 3ª pessoa do singular, seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de
indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não
apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de
ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.
Exemplos: Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
Precisa-se de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto) No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação) c) Com o verbo no infinitivo impessoal:
Por Exemplo:
Era penoso estudar todo aquele conteúdo.
É triste assistir a estas cenas tão trágicas.
Obs.: quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, fazendo referência a
elementos explícitos em orações anteriores ou posteriores, o sujeito é determinado.
Por Exemplo:
Felipe e Marcos foram à feira. Compraram muitas verduras.
Nesse caso, o sujeito de compraram é eles (Felipe e Marcos). Ocorre sujeito oculto.
3 - Oração Sem Sujeito: é formada apenas pelo predicado e articula-se a
partir de um verbo impessoal. Observe a estrutura destas orações:
Sujeito
Predicado
- Havia formigas na casa.
- Nevou muito este ano em Nova
Iorque.
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Os casos mais comuns de orações sem sujeito da língua portuguesa ocorrem
com:
a) Verbos que exprimem fenômenos da natureza:
Nevar, chover, ventar, gear, trovejar, relampejar, amanhecer, anoitecer, etc.
Por Exemplo:
Choveu muito no inverno passado. Amanheceu antes do horário previsto.
Observação: quando usados na forma figurada, esses verbos podem ter sujeito determinado.
Por Exemplo:
Choviam crianças na distribuição de brindes. (Crianças=sujeito) Já amanheci cansado. (Eu=sujeito)
b) Verbos ser, estar, fazer e haver, quando usados para indicar uma ideia de tempo ou fenômenos meteorológicos:
Ser: É noite. (Período do dia) Eram duas horas da manhã. (Hora)
Obs.: ao indicar tempo, o verbo ser varia de acordo com a expressão numérica que o acompanha. (É uma hora/ São nove horas)
Hoje é (ou são) 15 de março. (Data)
Obs.: ao indicar data, o verbo ser poderá ficar no singular, subentendendo-se a palavra dia, ou então irá para o plural, concordando com o número de dias.
Estar: Está tarde. (Tempo) Está muito quente.(Temperatura)
Fazer: Faz dois anos que não vejo meu pai. (Tempo decorrido) Fez 39° C ontem. (Temperatura)
Haver: Não a vejo há anos. (Tempo decorrido) Havia muitos alunos naquela aula. (Verbo Haver significando existir)
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3. PREDICADO
Predicado é aquilo que se declara a respeito do sujeito. Nele é obrigatória a
presença de um verbo ou locução verbal. Quando se identifica o sujeito de uma
oração, identifica-se também o predicado. Em termos, tudo o que difere do sujeito
(e do vocativo, quando ocorrer) numa oração é o seu predicado. Veja alguns
exemplos:
As mulheres
compraram roupas novas.
Predicado
Durante o ano,
muitos alunos
desistem do curso.
Predicado
Predicado
A natureza
é bela.
Pre
dicado
3.1 PREDICADO VERBAL
O predicado verbal possui obrigatoriamente um verbo, o qual é o núcleo do
predicado. O verbo é núcleo do predicado quando é nocional, ou seja, que
demonstra uma ação.
Os alunos estudam todos os dias para o concurso.
Observe na frase que o verbo “estudam” evidencia uma ação: o ato de
estudar, e diz respeito ao sujeito “os alunos” ao mesmo tempo que é
complementado pelo restante do predicado “todos os dias para o concurso”. Porém,
como o núcleo do predicado é o verbo “estudam”, chamamos o predicado de verbal.
3.2 PREDICADO NOMINAL
No predicado nominal o núcleo do predicado é um nome, o qual exerce a
função de predicativo do sujeito.
Predicativo do sujeito é um termo que dá significado, atributo, característica ao
sujeito ou, ainda, exprime seu estado ou modo de ser. O predicativo é conectado ao
sujeito sempre através de um verbo de ligação.
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1ª. Ela está cansada.
2ª. As taxas de juros continuam elevadas.
Observe na primeira oração que “cansada” é um atributo dado ao sujeito
“Ela”. O sujeito “Ela” e o predicado nominal “cansada” estão conectados pelo verbo
de ligação “está”.
Na segunda frase, observamos o mesmo processo anterior de análise:
perguntamos quem continua? e continua o quê? E temos as respostas: “as taxas de
juros” (sujeito) e “elevadas” (predicado nominal), ou seja, o predicativo nominal só
atribui significado ao sujeito quando ligado pelo verbo de ligação (continuam). A
oração só tem sentido pelo complemento (predicado) “elevadas”, o qual é, portanto,
o núcleo do predicado nominal.
3.3 PREDICADO VERBO-NOMINAL
O predicado verbo-nominal possui dois núcleos: um verbo nocional, como
vimos no predicado verbal, e um predicativo, que pode referir-se tanto ao sujeito
quanto ao verbo.
Os alunos estudaram cautelosos para o simulado.
Observamos na frase que há dois núcleos: o verbo nocional (estudaram), ou
seja, o sujeito praticou uma ação. No entanto, há uma característica dada ao sujeito
“cautelosos”, que é, portanto, uma predicação, uma qualidade concedida ao sujeito,
logo, é o predicativo do sujeito. Poderíamos desdobrar a última oração em duas:
Os alunos estudaram para o simulado. Eles foram cautelosos.
Na primeira oração temos um predicado verbal “estudaram para o simulado”,
no qual o núcleo é o verbo nocional “estudaram”. Já na segunda oração o núcleo do
predicado é um nome “cautelosos” conectado por um verbo de ligação (foram) ao
sujeito (Eles) e, portanto, é um predicado nominal.
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4. TERMOS INTEGRANTES E ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Explicaremos agora, um pouco sobre os termos integrantes e acessórios da
oração. Falaremos de forma detalha sobre cada um, sua definição e função exercida
dentro da análise sintática. Para isso faremos uso de vários exemplos que facilitam a
identificação dos termos aqui abordados, pois é através da própria análise que
vamos nos familiarizando com essas definições e compreendendo melhor o que são
e como identifica-las.
4.1 TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Podemos definir os termos integrantes como aqueles que servem para
complementar o sentido de verbos e nomes que dentro na oração precisam de um
integrante para terem um significado completo. Eles se dividem em:
Complementos verbais : Completam o sentido de verbos transitivos diretos
e indiretos, sendo assim chamados respectivamente de objeto direto e indireto.
Objeto direto : É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto,
portanto não pede preposição. Pode ser composto por substantivo ou expressão
substantivada, pronomes substantivos e alguns pronomes oblíquos como: o, a, os
as, me, te, se, nos, vos.
Ex: “Júlia comprou um bolo”.
A expressão substantivada um bolo complementa o sentido do verbo
transitivo direto comprou, pois quem compra, compra alguma coisa, ou o quê?
Ex: “João pediu um café “
Percebemos a mesma situação citada anteriormente, por que o verbo pedir
necessita de um complemento, pois quem pede, pede algo ou alguma coisa,
necessitando, portanto, de um objeto direto, que no caso é um café.
Objeto indireto: O objeto indireto também complementa o sentido de um
verbo, todavia complementa sentido de verbos transitivos indiretos, aqueles que
necessariamente precisa de ajuda pedem uma preposição junto com seu
complemento.
Ex: “ Priscila precisa de ajuda”
“ Maria gosta de roberto “
Vemos nos exemplos citados, que ambos são compostos por verbos
transitivos indiretos. Quem precisa, precisa de alguma coisa. Quem gosta, gosta de
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algo ou alguém. São verbos regidos por preposição, por isso seu complemento
sempre virá acompanhado de uma preposição, sendo por isso chamados de objetos
indiretos.
Falaremos agora de outros dois termos que se relacionam mais aos
substantivos, adjetivos, advérbios e expressões substantivadas.
Complemento nominal: é o termo da oração que completa o sentido de um
nome, podendo ser um substantivo, advérbio, adjetivo, sempre regido por uma
preposição.
Ex: “ Ela foi favorável à decisão dos alunos “
“ Júlia tinha muito amor pela família “
“ Ainda não estou consciente das mudanças “
Podemos perceber nos exemplos, que os complementos nominais são
essenciais para trazer a clareza do enunciado, diferentemente do adjunto adnominal
que é dispensável, como veremos mais para frente. Além disso notamos nos
exemplos que eles sempre vêm seguidos de advérbios (Favorável ou
favoravelmente), substantivos ( amor) ou adjetivos( consciente), por isso são
chamados de complemento nominal, pois sua ligação é estabelecida diretamente
com os nomes e não com os verbos.
Agente da Passiva: É o termo que pratica a ação expressa na oração, só
que na voz passiva. Invertendo para a voz ativa, percebemos que o agente da
passiva é o sujeito da oração.
Ex: “ A casa foi derrubada pelo homem “
“ Maria foi escolhida pelos jurados “
“ A carta foi entregue pelo carteiro “
Chamamos os termos em destaque de agente da passiva, pois eles praticam
a ação direta expressa na oração, para confirmarmos basta transpor para a voz
ativa, onde o agente da passiva passará a ocupar a posição de sujeito.
Ex: “ O homem derrubou a casa “
“ Os jurados escolheram Maria “
“ O carteiro entregou a carta “
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4.2 TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
Os termos acessórios da oração são aqueles que podem ser utilizados para
acrescentar novas informações ao enunciado e especificar um determinado fato,
exprimindo circunstâncias de tempo, caracterizando os seres e atribuindo qualidades
a eles. Não possuem caráter obrigatório e servem apenas como acréscimo. São
termos acessórios o aposto, o adjunto adnominal e o adjunto adverbial.
Adjunto Adnominal: Termo que explica, determina ou especifica um
substantivo. Pode ser representando através de adjetivos, numerais, pronomes e
artigos. Difere do complemento nominal pois aquele é obrigatório para a
compreensão do enunciado, já o adjunto adnominal apenas agrega nova informação
sem comprometer o sentido da oração.
Ex: “ Meninos tristes chegaram”
“ Dois homens faltaram hoje”
“ Os fogos iluminavam a noite bela”
Como vemos, os adjuntos adnominais determinam o substantivo que
acompanham. Podendo atribuir uma qualidade quando adjetivo, quantidade
enquanto numeral, determinante enquanto artigo, entre outros casos.
Adjunto adverbial : É o termo da oração que é utilizado para exprimir
circunstâncias de tempo, modo, lugar, causa, finalidade, entre outros casos. É um
termo que modifica o verbo, advérbio ou adjetivo.
Ex: “Júlia estudou muito para a prova”
“ Voltarei cedo para casa”
“ O cantor se apresentou mal essa noite”
Os termos em destaque representam todos adjuntos adverbias. No primeiro
caso temos um adjunto adverbial de intensidade, representado pela palavra muito.
No segundo temos um adjunto adverbial de tempo, pois indica quando voltarei para
casa. O terceiro exprime circunstância de modo através da palavra mal, que é
atribuída à apresentação do cantor.
Aposto: O aposto é um termo que vem após um substantivo e que é utilizado
para explica-lo melhor. É fácil identificá-lo pois na maioria dos casos vem separado
por pontuação como vírgula, dois pontos e travessão.
Ex: “ Pelé, o rei do futebol compareceu ao estádio”
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“ São Paulo, terra da garoa, selva de pedra, é um bom lugar para se
viver”.
“ Antônio Abujamra, filósofo e jornalista morreu aos 83 anos.”
Nota-se que os termos em destaque separados por vírgulas, explicam ou
trazem novas informações sobre o termo anteriormente citado.
Falaremos por último do vocativo, que não é considerado um termo acessório
ou integrante pois não possui relação sintática direta com sujeito ou predicado,
servindo apenas para chamar, invocar, interpelar um ouvinte real ou hipotético.
Ex: “ Ó Deus que será de mim nessa vida turbulenta “
“ Ó de casa, posso entrar? “
Percebemos que o aposto, serve apenas como um chamamento, uma
apelação, não estabelece de dependência com outros termos.
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5. EMPREGO DOS CONHECIMENTOS SINTÁTICOS
A sintaxe é a parte da gramática, cujo estuda as funções das palavras e as
relações entre si, logo o conhecimento sintático é encarregado de dar apoio às
várias regras referentes à construção de frases da língua. Assim para entender as
prescrições de concordância, regência e colocação na Língua Portuguesa é
necessário certo domínio sintático.
A falta do saber sintático pode acarretar alguns defeitos e construções de
frases, como por exemplo, a ambiguidade:
Ele prometeu ao amigo de José que iria visita-lo.
(Visitar ao amigo ou a José?)
As diferenças semânticas que ocorrem, exemplo:
Um equilibrista louco/Um louco equilibrista
Pode-se nem perceber muitas vezes quando o verbo ao pedir um
complemento direto, tenha um significado, e com um complemento indireto tenha
outro, vejamos o exemplo com o verbo ASSISTIR.
No sentido de “ajudar, prestar assistência ou socorro, tratar”, o verbo assistir é
transitivo direto, isto é, seu complemento não é precedido por preposição:
Assistiu a doente assim como assiste muitas pessoas necessitadas.
Com o significado de “ver, presenciar, estar presente, observar, acompanhar com
atenção”, ele é transitivo indireto, com complemento preposicionado:
Vamos assistir aos jogos de tênis.
Percebe-se então que a sintaxe é como o principio construtivo de todas as
línguas. É esse tipo de conhecimento que permite ao usuário de determinada língua
verificar a qualidade das frases, dos discursos escritos ou falados e entre outras
formas de se expressar através das palavras.
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5.1 ANÁLISE SINTÁTICA: CASOS INCOMUNS E SUA
INTERPRETAÇÃO
É comum ocorrer em análises diversas interpretações, levando assim as
orações a serem inconclusivas, polêmicas ou curiosas, mas devemos obter análise
como um fator de auxílio, levando em conta pelo menos dois objetivos maiores: a
certificação da gramaticalidade da frase ou a descoberta de intenções semânticas
do autor.
Uma análise sintática não deve ser um jogo de erro ou acertos, pois não leva
a nada, além de se tornar uma tortura gramatical e criar uma certa aversão a um
conhecimento que é essencial no domínio da língua. Vejamos alguns exemplos:
Quando existe predicativos do sujeito e adjuntos adverbiais representados por
preposições, é possível, em algumas construções, confundi-los.
1. As joias não são de verdade.
2. O rapaz está com medo.
Na frase 1 o sintagma preposicionado ‘de verdade’ pode ser transformado em
‘’verdadeiras’’, ficando assim de natureza adjetiva que se refere ao sujeito
(predicativo do sujeito). Já na frase 2 ‘’com medo’’ poderia ser predicado do sujeito
‘’medroso’’ ou adjetivo adverbial ‘’medrosamente’’. A diferença de análise resulta em
diferença semântica também, pois como adjunto adverbial, ‘’com medo’’ indicaria o
modo de viver do rapaz e, com predicativo do sujeito, indicaria uma característica
constante sua.
3. Hoje é sexta-feira.
Frase 3 é complexa em termos sintáticos, uma vez que se pode considerar
como uma oração sem sujeito e não analisar seus sintagmas que o completam, ao
menos que tenhamos ‘‘hoje’’ como advérbio e ‘’sexta-feira’’ como adjetivo,
considerando-os respectivamente, um sujeito e um predicativo.
Há ainda algumas construções ou orações que dificultam uma análise
sintática de seus complementos ou favorece análises controversas, mas são casos,
cujo costumam não oferecer necessidade de se chegar a um consenso, além de
servirem apenas para exercer uma forma lúdica da análise sintática.
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5.2 CONSTRUÇÃO DE FRASES NO TEXTO
Frases com estrutura mal organizada levam à falta de clareza do enunciado,
deixando totalmente impossível seu sentido. Isso ocorre quando o Sujeito (S), verbo
(V) e complemento (C) se alteram ou não ficam identificáveis. Como podemos ver
nos exemplos a seguir:
1. Neste mundo consumista é responsável por uma série de
distorções de valores.
2. Em âmbito nacional o assunto valorizado, debatido e
questionado. Garantir a integridade física e moral do sexo feminino.
3. Achando dessa maneira a velhice pode ser apenas o acúmulo
de conhecimento e sabedoria e não o fim do mundo, querendo dar fim a
sua própria vida e ainda achando-se inútil para todos.
São exemplos claros que demonstram a falhas nas construções em que não é
possível identificar uma estrutura SVC, o que torna o sentido vago. Para se construir
uma frase com precisão é necessário entender e desenvolver cada vez mais a
capacidade de análise e de entendimento sintático da língua, lembrando a falta de
clareza na frase não vem apenas dos erros ortográficos, mas principalmente dos
defeitos sintáticos.
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5.3 EMPREGO CORRETO DAS VÍRGULAS
Uma das maiores dúvidas dos falantes da língua portuguesa, na hora de
escrever, é definitivamente como usar a vírgula corretamente. Defini-la não é
complicado: é um sinal de pontuação usado para indicar uma pausa e separar
membros constituintes de uma frase. Porém, não podemos dizer que ela só se faz
presente por motivos “sonoros”, pois ela não está ali para representar uma simples
pausa respiratória, e sim uma pausa sintático-semântica.
Na língua portuguesa, quando a oração se apresentar em ordem direta, ou
seja, seus termos se sucederem na seguinte progressão sujeito verbo
complemento, o uso da vírgula não é necessário. Ao nos basearmos nesse princípio,
somente quando um “elemento estranho” (termo acessório) é colocado é colocado
entre esse padrão ou antes dele, essa colocação é marcada melodicamente por
meio de vírgula (s).
EX:
E, além disso, as circunstâncias atuais são outras.
S V C
Então, não podemos esquecer que, não se utiliza a vírgula na frase que não
apresentar outro termo sintático entre os elementos estruturais do SVC.
EX:
Incorreto:
Sei que você prometeu à sua mãe, fazer academia.
Meu amigo de Florianópolis, venceu o concurso.
Correto:
Sei que você prometeu à sua mãe fazer academia.
Meu amigo de Florianópolis venceu o concurso.
Vejamos agora, outros casos onde ocorre o uso da virgula:
Para marcar qualquer alteração na sequência lógica dos termos de uma
oração, quando não estão dispostos conforme a ordem direta:
19
Com coragem e bravura, o homem iniciou a luta.
Para separar o adjunto adverbial deslocado:
Eles, naquela ocasião, tinham acabado de concluir o trabalho.
Para separar o predicativo do sujeito deslocado:
Nervosos, os garotos temiam perder o jogo.
Separar o nome do lugar na indicação de datas:
São José dos Campos, 19 de novembro de 2015.
Separar o vocativo:
Julia, mande-me notícias quando chegar.
Marcar a omissão de um verbo na oração:
A menina prefere ir ao cinema, a menino ao teatro.
Separar termos coordenados assindéticos
Estudamos português, história, sociologia, filosofia.
Separar conjunções intercaladas e expressões explicativas ou corretivas:
Há, contudo, muita gente desonesta.
Separar aposto intercalado:
Paris, a cidade luz, é muito visitada pelos turistas.
Devemos sempre ficar atentos ao uso da vírgula, pois dependendo de seu
posicionamento, pode modificar totalmente o sentido de uma frase. Observe alguns
exemplos:
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Pega ladrão!
Pega, ladrão!
Não espere.
Não, espere.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.
O cidadão que é irresponsável prejudica o futuro da nação.
O cidadão, que é irresponsável, prejudica o futuro da nação.
Vale ressaltar, que no último exemplo apresentado, devemos notar que a
vírgula faz com que haja uma diferença semântica entre as duas sentenças. No
primeiro caso há uma restrição, sendo assim, somente o cidadão que é
irresponsável prejudica o futuro da nação. Já na segunda oração, há uma
generalização, apontando todo cidadão como irresponsável e prejudicial ao futuro da
nação.
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6. ESTUDO SINTÁTICO DO PERÍODO COMPOSTO
Sabemos que uma única oração pode construir um período, ou seja, o
período simples.
EX: A menina comprou chocolate.
Já o período composto é o que possui mais de uma oração, podendo ser
estruturado de duas maneiras: o período composto por coordenação e o período
composto por subordinação.
O período composto por coordenação é constituído somente de orações
sintaticamente independentes, mas coordenadas entre si.
EX: Saíram de manhã e voltaram à tarde.
O período composto por subordinação ocorre quando é formado de ao
menos duas orações em que uma delas, a oração subordinada, é dependente
sintaticamente de outra oração, a oração principal.
EX: Não vou à festa hoje porque estou sem dinheiro.
oração principal oração subordinada
Ainda existe o período composto por coordenação e subordinação, ou período
misto.
EX: Fui ao mercado e levei meu irmão que estava comigo.
oração coordenada oração coordenada oração subordinada
6.1 PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
Como visto previamente, em um período composto por coordenação as
orações são independentes e sintaticamente equivalentes. Precisamos saber
também, que as orações coordenadas podem ser classificadas em sindéticas ou
assindéticas.
As orações coordenadas assindéticas são aquelas que não são ligadas por
conjunções, geralmente é comum encontra-las dentro de outras orações.
EX: Elas estavam com sono. Não dormiam há horas.
O período acima é composto por duas orações, ambas assindéticas.
As orações coordenadas sindéticas são aquelas introduzidas por uma
conjunção, elas podem ser: aditivas, adversativas, alternativas, explicativas ou
conclusivas.
22
1) Aditivas: expressam a ideia de acréscimo, adição, soma em relação à oração
anterior. Geralmente indicam fatos ou pensamentos dispostos em sequência.
As conjunções típicas são: e, nem, só, bem como, não só, mas também.
EX: Peguei minha chave e abri a porta.
Obs.: a conjunção “nem” tem o valor da expressão “e não” e por isso é
considerada aditiva.
EX: Não fomos à escola hoje, nem (=e não) fomos ao médico.
2) Adversativas: expressam ideia de oposição, compensação, contraste quanto
a outra oração do período. As conjunções mais comuns são: mas, porém,
contudo, todavia, entanto, ainda.
EX: Ela se apressou bastante, mas não chegou na hora.
Ainda que não tivesse sol, iríamos à praia.
3) Alternativas: exprimem a ideia de alternância, escolha com referência. Além
de “ou” a mais usada, as outras conjunções tipicamente empregadas são:
ora, quer, já.
EX: Volte agora ou vai apanhar.
Vou à festa, quer ele queira quer não.
4) Explicativas: indicam uma explicação ou justificativa quanto ao que foi dito
na oração anterior. As conjunções frequentes são: porque, que, pois.
EX: Fiquei triste, porque você não foi comigo.
Ela não vai hoje, pois está muito doente.
5) Conclusivas: expressam a ideia de conclusão ou consequência. As
conjunções mais utilizadas são: logo, portanto, então, assim,
consequentemente, por isso.
EX: Acabei meu jantar, portanto posso comer a sobremesa.
Tomou chuva, logo ficou doente.
6.2 PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
As orações subordinadas são aquelas que, ao contrário das coordenadas,
exercem algum tipo de função sintática em relação à outra. Elas se dividem em três
grupos: substantivas, adjetivas e adverbiais. Esses três grupos são divididos em
“subgrupos” que é o que vamos aprender agora.
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1) Orações subordinadas substantivas: assumem a função de substantivo, ou
seja: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e
aposto. Geralmente vem acompanhada por conjunção integrante (que, se).
Temos assim:
Subjetiva: exerce a função de sujeito do verbo da oração principal.
EX: É fundamental que você estude.
Objetiva direta: exerce a função de objeto direto do verbo da oração
principal.
EX: Nós desejamos que você ganhe.
Objetiva indireta: exerce função de objeto indireto do verbo da oração
principal,
EX: A menina precisa de que alguém a ajude.
Predicativa: exerce a função de predicativo do sujeito do verbo da oração
principal.
EX: Meu desejo era que você retornasse.
Completiva nominal: exerce a função de complemento nominal do verbo da
oração principal.
EX: Seu pai tem vontade de que algo bom aconteça.
Apositiva: exerce a função de aposto no verbo da oração principal.
EX: Só temos uma vontade: que você vá embora.
2) Orações subordinadas adjetivas: assumem a função sintática de um
adjetivo, vêm introduzidas por um pronome relativo e exercem a função de um
adjunto adnominal da oração antecedente. Temos assim dois tipos de
orações subordinadas adjetivas: restritivas e explicativas.
Restritivas: restringem a significação do nome ao qual se referem, funcionam
como adjuntos adnominais e servem para designar algum elemento dentro da frase.
Não se pode isolar com vírgula.
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EX: As mulheres que são bonitas chegaram cedo.
Ele é um dos únicos amigos que eu tenho.
Explicativas: acrescenta uma informação, ampliando ou esclarecendo algum
detalhe já definido, funciona estruturalmente como um aposto explicativo. Sempre
isolada por vírgula.
EX: Minha irmã, que é professora, dá aulas de inglês.
Você, que é inteligente, vai tirar uma boa nota.
3) Orações subordinadas adverbiais: exercem a função de advérbio,
modificando assim, o sentido das outras orações e ocupando o posto de um
adjunto adverbial. As orações subordinadas adverbiais são classificadas em
nove tipos, podendo ser:
Causal: indica motivo, a causa daquilo que está declarado na oração
principal. As conjunções causais comuns são: porque, já que, por isso, visto que,
como.
EX: O rio transbordou porque choveu muito.
Comparativa: Estabelecem uma comparação com o fato indicado na oração
principal. As conjunções comparativas comuns são: como, tal qual, assim como, que
nem, tanto quanto, como se, do que.
EX: A criança chorou como nunca havia chorado antes.
Concessiva: indicam concessão às ações do verbo da oração principal,
admitem uma contradição ou um fato inesperado, contrário. As conjunções mais
utilizadas são: embora, se bem que, a menos que, mesmo que.
EX: O candidato chegou embora estivesse atrasado.
Condicional: expressa uma condição para que aquilo que a oração principal
diz, aconteça. Conjunções condicionais frequentes: se, caso, a não ser que, desde
que, sem que.
EX: Ela não vai a não ser que tenha carona.
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Conformativa: exprimem conformidade em relação à ação expressa pelo
verbo da oração principal. As conjunções conformativas comuns são: conforme,
segundo, de acordo, como.
EX: Montei a estante conforme indica o manual.
Consecutiva: indicam a consequência do fato, o que ocorreu após o fato
indicado na oração principal. Conjunções consecutivas: de modo que, sem que, de
forma que, tanto que, que (precedido de tão, tal, tanto).
EX: Aquela festa estava tão chata, de forma que resolvemos ir embora.
Final: exprimem finalidade, propósito, circunstância de fim de tal fato. As
conjunções mais comuns são: para que, a fim de que, que, para.
EX: Não vamos fazer barulho, para que você consiga se concentrar.
Proporcional: indicam proporção, ou seja, um fato simultâneo ao expresso
na oração principal. Não deve ser confundidas com as comparativas, já que a
proporcional indica que se tal fato ocorresse com uma intensidade, outro fato
ocorreria com essa mesma intensidade. As conjunções proporcionais são: quanto
mais, tanto mais, à medida que, quanto menos, enquanto, tanto menos, quanto
maior, quanto menor.
EX: Quanto mais longe você for, mais difícil vai ser te alcançar.
Temporal: indicam o período de tempo em que a oração principal ocorre,
pode expressar noção de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. As
conjunções temporais mais utilizadas são: quando, enquanto, antes que, desde que,
logo que, sempre que, sempre quanto, até que, toda vez que.
EX: A criança chora toda vez que a mãe vai trabalhar.
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7. PARALELISMO SINTÁTICO
O paralelismo sintático classifica-se como um mecanismo de construção de
enunciados que permite, além de melhorar a clareza da expressão escrita,
acrescentar a ela um certo toque de elegância estilística. É um princípio de boa
construção das frases que prega a simetria sintática, ou seja, para ideias similares,
devem correspondem estruturas similares. Não se deve então, misturar estruturas
semânticas diferentes em um mesmo período ou oração.
Seria por exemplo, semanticamente inadequado, em um período composto
uma oração desenvolvida concorrer com uma reduzida, ambas presas a mesma
oração principal. Essa falta de paralelismo ocorreria dessa maneira:
(1) Paulo estava aborrecido porque perdeu a hora do dentista e por sua amiga
ter ido ao colégio sem ele.
Ao colocarmos as duas orações causais do período lado a lado, podemos
facilmente perceber a falta de similaridade de construção entre elas:
Paulo estava
aborrecido
porque perdeu a hora do dentista
por sua amiga ter ido ao colégio
sem ele
Existem várias modalidades de construção de frases sem paralelismo
sintático. Algumas interferem imediatamente na clareza do enunciado, outras
acabam prejudicando mais a expressividade ou a beleza da construção do que
propriamente sua clareza.
A capacidade de perceber a presença ou ausência do paralelismo sintático
indica um auto grau de conhecimento do idioma, independente de se ter ou não as
regras gramaticais decoradas simplesmente. As vezes um simples ajuste na
estrutura da frase recupera sua integridade sintática e sua clareza total, em outros
casos é suficiente para lhe dar mais força retórica, mas vigor. Vejamos isso em dois
exemplos, lendo o enunciado primeiro sem paralelismo e, em seguida, com a
simetria sintática restaurada:
(2) Admiramos o professor pela didática de suas aulas, mas não seu rigor
excessivo.
Admiramos o professor pela didática de suas aulas, mas não
pelo seu rigor excessivo.
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(3) Sei que todos se preocupam com a família e o trabalho que tem de ser
feito.
Sei que todos se preocupam com a família e com o trabalho que
tem de ser feito.
O exemplo que será apresentado a seguir ilustra o que a ausência do
paralelismo estrutural pode acarretar ao sentido do enunciado. Pode até parecer um
detalhe que não tem muita importância, porém, é relevante tanto para quem quer
escrever com exatidão quanto para quem está atento a exatidão do que está escrito.
(4) Os governantes tinham interesse em fixar os imigrantes nas colônias e
mantê-los enraizados no país, por meio do cultivo de um novo espírito
nacional.
A falta da preposição em introduzindo a forma verbal mantê-los produz uma
imprecisão de sentido, pois os governantes tinham interesse em duas coisas: em
fixar os imigrantes (...) e em mantê-los enraizados no país (...).
Ainda há os casos específicos de falta de paralelismo sintático com o uso das
chamadas expressões correlativas:
não só... mas como (também);
tanto...quanto/como;
não só... mas ainda;
não apenas... mas também;
tanto... quanto;
ou... ou;
etc.
É necessário muito cuidado com o paralelismo nas correlações de ideias, pois
pode ocorrer um emprego inadequado dessas expressões. É comum relacionar
equivocadamente o primeiro elemento da expressão correlativa ao elemento que
não deveria estar correlacionado. Observemos uma frase com defeito de correlação
e, em seguida, com o posicionamento correto dos elementos da expressão:
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(5) Ele bebia tanto guaraná quanto comia hambúrguer.
Ele tanto bebia guaraná quanto comia hambúrguer.
Portanto, não resta dúvida de que o conhecimento estrutural das orações e
dos períodos permite de “armemos” nossos pensamentos e possamos expressar
com clareza e precisão o que pretendemos. O domínio dos princípios sintáticos da
língua é o domínio da própria essência dessa.