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Resumo Público de Certificação de Placas do Parana S.A. Certificado n o : SW-FM/COC-1059 Data da Certificação: 1 Novembro 2003 Data do Resumo Público: Outubro 2003 Este documento foi elaborado de acordo com as regras do Forest Stewardship Council (FSC) e do Programa SmartWood. Nenhuma parte deste resumo deverá ser publicada separadamente. Certificador: SmartWood Program 1 c/o Rainforest Alliance 665 Broadway, 5 th Floor New York, New York 10012 U.S.A. TEL: (212) 677-1900 FAX: (212) 677-2187 Email: [email protected] Website: www.smartwood.org Esta certificação foi feita com a colaboração do seguinte membro da Rede SmartWood: Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) Rua Chico Mendes, 201 Loteamento Bi-Centen~rio, Bairro Sert~ozinho 13400.970 Caixa Postal 411 Piracicaba, SP, Brazil Tel/Fax: 55-1934-144015 (call first) Email: [email protected] 1 O Programa SmartWood é implementado a nível mundial por organizações sem fins lucrativos membros da Rede SmartWood. A Rede é coordenada pela Rainforest Alliance, uma organização internacional sem fins lucrativos. A Rainforest Alliance é a detentora legal da marca registrada SmartWood e sua logomarca. Todos os usos promocionais da logomarca SmartWood devem ser autorizados pela Rede SmartWood. A certificação SmartWood se aplica somente ao manejo florestal das operações certificadas e não a outras características da produção florestal (ex: performance financeira, qualidade dos produtos, etc.). O SmartWood é credenciado pelo Forest Stewardship Council (FSC) para a certificação de operações de manejo de florestas naturais, plantadas e de cadeias de custódia.

Resumo Público de Certificação de Placas do Parana S.A. · Resumo Público de Certificação de Placas do Parana S.A. Certificado no: ... CIPA(s) Comissão Interna de Prevenção

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Resumo Público de Certificação

de

Placas do Parana S.A.

Certificado no: SW-FM/COC-1059 Data da Certificação: 1 Novembro 2003 Data do Resumo Público: Outubro 2003

Este documento foi elaborado de acordo com as regras do Forest Stewardship Council (FSC) e do Programa SmartWood.

Nenhuma parte deste resumo deverá ser publicada separadamente. Certificador: SmartWood Program1 c/o Rainforest Alliance 665 Broadway, 5th Floor New York, New York 10012 U.S.A. TEL: (212) 677-1900 FAX: (212) 677-2187 Email: [email protected] Website: www.smartwood.org Esta certificação foi feita com a colaboração do seguinte membro da Rede SmartWood: Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (IMAFLORA) Rua Chico Mendes, 201 Loteamento Bi-Centen~rio, Bairro Sert~ozinho 13400.970 Caixa Postal 411 Piracicaba, SP, Brazil Tel/Fax: 55-1934-144015 (call first) Email: [email protected]

1 O Programa SmartWood é implementado a nível mundial por organizações sem fins lucrativos membros da Rede SmartWood. A Rede é coordenada pela Rainforest Alliance, uma organização internacional sem fins lucrativos. A Rainforest Alliance é a detentora legal da marca registrada SmartWood e sua logomarca. Todos os usos promocionais da logomarca SmartWood devem ser autorizados pela Rede SmartWood. A certificação SmartWood se aplica somente ao manejo florestal das operações certificadas e não a outras características da produção florestal (ex: performance financeira, qualidade dos produtos, etc.). O SmartWood é credenciado pelo Forest Stewardship Council (FSC) para a certificação de operações de manejo de florestas naturais, plantadas e de cadeias de custódia.

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SIGLAS E ABREVIAÇÕES APP Área de Preservação Permanente CBMF Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC - Brasil) CITES Convenção sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas CIPA(s) Comissão Interna de Prevenção de Acidentes COC Cadeia de Custódia EPI Equipamento de Proteção Individual FAVC Floresta de Alto Valor para a Conservação FGTS Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FSC Conselho de Manejo Florestal (Forest Stewardship Council) FUNAI Fundação nacional do índio GFIP Guia de recolhimento de FGTS e Informações à Previdência Social GPS Guia da Previdência Social GT Grupo de trabalho GT-FSC/BR Grupo de Trabalho do FSC no Brasil (substituído em 2001 pelo CBMF) IAP Instituto Ambiental do Paraná IBAMA Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis INSS Instituto Nacional de Seguridade Social MDF Placa de Fibras com Média densidade (Medium Density Fiberboard) OIT Organização Internacional do Trabalho OMF Operação de Manejo Florestal OMS Organização Mundial da Saúde PAM Plano de Abastecimento de Madeira P&C Princípios e Critérios do FSC PCMSO Plano de Controle Médico e Saúde Ocupacional PFNM Produtos Florestais Não-Madeireiros PIF Plano Integrado Florestal PMF Plano de Manejo Florestal PPRA Plano de Prevenção de Riscos Ambientais RH Departamento de Recursos Humanos RL Reserva Legal RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural SESI Serviço Social da Indústria SESMET Serviço Especializado em segurança e Medicina do Trabalho SIPAT Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho

SISLEG Sistema de Manutenção, Recuperação e Proteção da Reserva Florestal Legal e Áreas de Preservação Permanente no Estado do Paraná

STR Sindicato dos Trabalhadores Rurais SNUC Sistema Nacional de Unidades de Conservação SUS Sistema Único de Saúde UMF Unidade de Manejo Florestal VALOR Valor Florestal (Empresa Prestadora de Serviços)

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INTRODUÇÃO

Para ser certificada pelo SmartWood, uma operação de manejo florestal deve ser submetida a uma avaliação de campo. Este Resumo Público sumariza as informações contidas no relatório inicial de avaliação, o qual é produzido com base nas informações coletadas durante a avaliação de campo. Auditorias anuais são realizadas com o objetivo de monitorar as atividades da operação de manejo florestal, para verificar os progressos quanto ao cumprimento das condições para a manutenção da certificação e para verificar o cumprimento dos padrões SmartWood. As informações atualizadas obtidas durante as auditorias anuais são anexadas ao Resumo Público.

Este é o relatório de avaliação completa para fins de certificação que foi solicitada pela OMF (Operação de Manejo Florestal) Placas do Paraná S.A., ao Imaflora2 e SmartWood. Os objetivos desta auditoria foram: i) avaliar o modelo de manejo aplicado às áreas florestais da PLACAS3; ii) avaliar a conformidade da empresa com os Princípios e Critérios do FSC, através das “Diretrizes Gerais SmartWood para a Avaliação do Manejo Florestal”, em sua nova versão, adotada a partir de 2002, para esta operação florestal tornar-se uma fonte de madeira certificada; e iii) identificar as possíveis Pré-condições e Condições para a empresa ser certificada.

O propósito deste levantamento foi avaliar a sustentabilidade ecológica, econômica e social do Manejo Florestal da PLACAS.

Este relatório contém cinco seções de informações e evidências. As seções um a três se tornarão informações públicas sobre a operação de manejo florestal, que poderão ser distribuídas pelo Programa SmartWood ou o Conselho Mundial de Florestas (FSC) para partes interessadas. As seções quatro, cinco, e os anexos são confidenciais, só podendo ser revisados por pessoal autorizado do SmartWood e FSC e os revisores cobertos por acordos de confidencialidade.

O propósito do Programa SmartWood é reconhecer o bom manejo florestal através de uma avaliação independente e a certificação de suas práticas de silvicultura. Operações de Manejo Florestal que conseguem a certificação de SmartWood podem usar o selo SmartWood na comercialização de seus produtos e nos anúncios ao público.

2 O Imaflora - Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola é membro da Rede SmartWood. Os membros da Rede SmartWood colaboram com a Rainforest Alliance na implementação do Programa SmartWood. O Imaflora é o representante exclusivo do SmartWood Program e da SmartWood Network no Brasil. 3 Neste documento, onde esteja citada a PLACAS significa “Placas do Paraná S.A.”.

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1. SUMÁRIO GERAL

1.1. Identificação do Empreendimento e Pessoa de Contato Operação de Manejo Florestal: Placas do Paraná S.A. Pessoa de Contato: Roberto Trevisan Endereço: Rua Roberto Hauer, 160 - Sede Tel: (41) 217 7397 / 7395 Fax: (41) 217 7325 E-mail: [email protected]

1.2. Histórico Geral

A Placas do Paraná S.A. faz parte do grupo Louis Dreyfus, um conglomerado de empresas que

atua em mais de 53 países há mais de 150 anos. Dentre seus diversos investimentos destacam-se o comércio internacional de commodities, produção e comercialização de óleos vegetais e de suco de laranja, refino e comercialização de petróleo, distribuição de eletricidade, entre vários outros.

A PLACAS foi pioneira no mercado de fabricação de painéis de madeira aglomerada no Brasil, iniciando suas atividades em 1966, e revolucionando a indústria moveleira da época. A produção de painéis de madeira aglomerada a partir de florestas plantadas, não causava pressão às matas nativas e resolveu o problema de escassez de madeira que inibia a produção de móveis no país, em grande expansão.

Atualmente, as indústrias da empresa produzem mais de 320.000 metros cúbicos anuais de painéis de madeira aglomerada, com ou sem revestimento. Em setembro de 2001, a PLACAS inaugurou sua fábrica de MDF (medium density fiberboard) com capacidade anual de 240.000 metros cúbicos de produção.

As florestas da PLACAS somam uma área total de 39.941,83 hectares, incluindo 13.100,77 hectares de reservas naturais e 25.170,89 hectares de reflorestamentos próprios. Não estão inclusos no escopo da certificação 853,95 hectares de reflorestamento, sobre os quais a empresa não possui a responsabilidade do manejo florestal, mas detém a propriedade da terra. Certamente, ao final do ciclo florestal planejado nesta área, deverá ser incorporada ao total da UMF certificada.

No início das atividades, a madeira para o processo da fábrica era comprada no mercado regional de produtos florestais. A partir da década de setenta começaram a ser implantados os primeiros projetos próprios com plantios de Pinus. Hoje a OMF (Operação de Manejo Florestal) conta com dois viveiros próprios, um em Campo do Tenente e outro em Sengés (Fazenda Morungava), totalizando uma capacidade de produção de 4 milhões de mudas por ano, utilizando sementes com superioridade comprovada pelo programa de melhoramento genético. A UMF da PLACAS está distribuída em diversos municípios do Paraná e de Santa Catarina e fornece cerca de 1,0 milhão m3 de madeira por ano.

A sede administrativa da empresa está localizada em Curitiba – PR. Cada núcleo florestal também possui sua sede, sendo, uma no Município de Campo do Tenente, na localidade do Lageado e outra na localidade de Ouro Verde, distrito do Município de Sengés, ambas no Estado do Paraná. As unidades industriais da PLACAS consistem em uma fábrica de painéis aglomerados localizada anexa

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à sede administrativa em Curitiba – PR, e a na nova planta para produção de MDF, localizada no município de Jaguariaíva – PR .

A. Tipo de operação

A empresa realiza o manejo de plantações florestais próprias e tem atividades industriais em

Curitiba (Fábrica de Aglomerados) e Jaguariaíva (Fábrica de MDF), Estado do Paraná. B. Anos em operação

Unidade Sul – Região de Campo do Tenente – As primeiras áreas foram adquiridas no início dos anos 70, pela empresa Agroflora (antiga área florestal da Placas do Paraná) e a última área foi adquirida em 1996. Quatro das áreas foram adquiridas já reflorestadas, as demais foram formadas pela empresa. Os primeiros plantios datam de 1972. Unidade Norte – Região de Sengés, Fazenda Morungava - Essa propriedade foi comprada no final de 1996 da Sengés Agroflorestal Ltda. (empresa do Banco Mercantil S.A.), com área total de 24.331 ha. É formada por reflorestamentos de projetos próprios (7.308 ha) e projetos de terceiros (5.849 ha) implantados através de incentivos fiscais, além de áreas disponibilizadas pelo Banco Mercantil S.A., para arrendamento (1.343 ha). Todas estas florestas foram estabelecidas entre 1969 e 1989, das quais atualmente restam cerca de 6.700 ha.

Ainda existem áreas arrendadas na Faz. Morungava que somam 853,95 ha e que serão liberadas (colhidas) até o ano de 2008. Esse montante de áreas não fará parte do escopo da certificação.

Desde 1997 os projetos originais vêm sendo colhidos pela PLACAS e as novas florestas implantadas têm como base para seu planejamento a legislação florestal e ambiental vigente. Em fins de 2002, os novos reflorestamentos conduzidos pela empresa somaram 6.135 ha, sendo estimados 1.200 ha adicionais para 2003.

A PLACAS adquiriu a Faz. Morungava em 1996 e antes da negociação existiam alguns posseiros na área. Estas áreas estão assim discriminadas:

− 04 áreas junto às divisas da Fazenda onde os posseiros apresentam documentos de propriedade e posse (1.306,36 ha).

− 09 áreas junto às divisas da Fazenda onde os posseiros não apresentam documentos de propriedade, mas com posse vintenária (206,98 ha).

− 12 áreas internas à Fazenda onde os posseiros não apresentam documentos, mas com posse vintenária: (262,30 ha). As áreas de posseiros somam 1.775,64 ha e não estão incluídas no escopo da certificação,

aguardando solução entre as partes. C. Data da Certificação

1 novembro de 2003 D. Latitude e longitude da operação

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Núcleo Latitude Longitude Campo do Tenente 26o 00’ 54” S 49o 38’ 27” W

Morungava 24o 24’ 04” S 49o 23’ 30” W

1.3. Sistema de Manejo Florestal

A. Tipo de Floresta e história do uso da terra As florestas da PLACAS estão inseridas na região conhecida como Campos Gerais do Paraná.

Essa expressão foi consagrada por Maack (1948), que a definiu como uma zona fitogeográfica natural, com campos limpos e matas de galerias ou capões isolados de floresta ombrófila mista, onde aparece o Pinheiro do Paraná ou araucária (Araucaria angustifolia). A Fazenda Morungava abrange uma porção de Campo Cerrado, que é caracterizada pela presença de gramíneas intercalada por espécies arbustivas (estepe arbustiva rala).

Na região dos campos naturais predominam os cambissolos e os solos litólicos, que apresentam limitações para cultivos agrícolas, tendo sido, historicamente ocupados pela pecuária até o advento dos incentivos fiscais para projetos de reflorestamento. Devido às extensas áreas abertas, praticamente prontas para o plantio, o pinus tornou-se uma alternativa econômica nesta região.

Atualmente, os projetos florestais de pinus formados durante a época dos incentivos fiscais se encontram prontos para a colheita, fornecendo madeira para laminação, desdobro em serraria, processo (celulose, aglomerados, placas de fibras, etc) e para energia. Os talhões mais velhos com plantios originais datam de 1972, devendo ser reformados após sua colheita, em função dos projetos de adequação à legislação florestal e ambiental vigente, e também do manejo da paisagem. Entretanto, a empresa vem manejando florestas de pinus de diversas idades desde 1972, quando iniciou suas atividades florestais na região de Campo do Tenente. As florestas apresentaram boa adaptação e um programa de melhoramento genético desenvolvido pela PLACAS está produzindo excelentes resultados, com ganhos de até 30 % em volume em relação aos plantios anteriores.

Existem remanescentes da vegetação natural em excelente estado de conservação, bem como áreas que necessitam de auxílio para sua recuperação. De modo geral, estas áreas representam o ecossistema da região e estão sendo mantidas e/ou recuperadas dentro da UMF da PLACAS.

B. Tamanho da Unidade de Manejo Florestal e áreas com florestas de produção em

produção, conservação, e/ou recuperação. Tabela 1. Composição do uso do solo na UMF da PLACAS.

Área da UMF (ha) Uso da Terra Região

Campo Tenente Região

Morungava Total

Área de Reserva Legal (IAP / SISLEG) 3.845,37 4.513,80 8.359,17Plantações 10.713,35 13.603,59 24.316,94

Outras Áreas de Conservação 1.800,13 2.941,47 4.741,60Leiras e Afloramentos Rochosos 144,06 55,75 199,81

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Outros usos* 975,72 494,64 1.470,36Área Total Certificada 17.478,63 21.609,25 39.087,88

* Representa áreas com infraestrutura, corpos d’água e estradas e caminhos.

C. Corte permitido anual e/ou colheita anual coberta pelo Plano de Manejo

Os dois núcleos florestais da PLACAS apresentam situações distintas com relação às florestas

de produção estabelecidas. Na região de Campo do Tenente, os povoamentos estão distribuídos em diversas classes de idade. Na Fazenda Morungava 53% dos plantios estão maduros (com idades acima de 18 anos) e os demais plantios são bastante jovens, com idade menor ou igual a 5 anos.

O planejamento da produção apresentado no plano de manejo prevê uma colheita de 1,3 milhões de m³ anuais nos próximos 3 anos.

A produção florestal da UMF está estimada em 1,4 milhões de m³ anuais. D. Descrição geral dos objetivos e detalhes do plano de manejo e sistemas O manejo florestal realizado pela PLACAS é levemente diferenciado nas duas regiões de

manejo (Campo do Tenente e Sengés), principalmente com relação a base florestal. Na região de Campo do Tenente as florestas estão distribuídas de maneira homogênea entre as

classes de idade, enquanto que as florestas da Fazenda Morungava, há 07 anos sob manejo da PLACAS, têm 53% de sua área em idade de corte final (entre 18 e 33 anos). As 47% restantes estão sendo reformadas e recebendo novos plantios, sendo que o talhão mais antigo plantado sob manejo da PLACAS possui 05 anos.

Os novos plantios serão conduzidos diferentemente do manejo tradicional. Não serão realizados desbastes intermediários antes do corte final, havendo apenas o corte raso no 14° –15° ano. Segundo a empresa, a mudança do sistema de manejo baseia-se em resultados de pesquisas anteriores e a uma crescente tendência de uso deste manejo nas empresas que não necessitam de toras de grandes diâmetros como matéria prima de seus produtos.

O manejo, em linhas gerais, pode ser descrito da seguinte forma: Ano 0: adotada a prática de cultivo mínimo no preparo de solo e eliminação da queimada para

limpeza do terreno. As atividades são constituídas por preparo do terreno com rolo faca na área mecanizada, e balizamento de encoivara e encoivara de resíduos com foice na área não mecanizável. A produção de mudas em viveiros próprios, o plantio e replantio manual, e o combate à formiga finalizam as atividades no ano zero.

Ano 1: realização da primeira manutenção da floresta. A manutenção compreende atividades de roçada e aplicação de herbicida manual ou mecanizada, conforme o terreno, e combate a formiga.

Ano 2: realização da segunda manutenção da floresta. Ano 3: realização da terceira manutenção da floresta e da primeira poda. O objetivo da poda é a

agregação de valor na madeira para serraria. Ano 4: no quarto ano do povoamento, iniciam-se as atividades para manutenção de aceiros e

estradas. Neste ano realiza-se a segunda e última poda. Anos 5 e 6: manutenção de estradas e aceiros.

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Anos 7 a 14: manutenção de estradas e aceiros. No sétimo ano iniciam-se os trabalhos de dendrometria e inventário florestal para o monitoramento do volume da floresta.

Ano 15: manutenção de estradas e aceiros para a retirada da madeira; realização de inventário-florestal pré-corte; e corte raso com motosserra.

1.4. Contexto Ambiental e Socioeconômico As fazendas que compõem a UMF da Placas do Paraná S.A. estão divididas em duas regiões:

região sul, com fazendas distribuídas nos municípios de Campo do Tenente, Palmeira, Lapa, Rio Negro, Quitandinha, Piên, Campo Largo e Ponta Grossa, no Paraná e Rio Negrinho, em Santa Catarina, e região norte, com uma única fazenda localizada integralmente no município de Sengés – PR . Contexto Ambiental

A Região Sul, que possui como sede administrativa, a Fazenda Lageado, em Campo do

Tenente, compreende a parte sul do segundo Planalto Paranaense, localizada na porção sul-sudeste do Estado. Seguem alguns dados da região: Clima - De acordo com o sistema de classificação de Köppen e através de carta de classificação climática:

• Clima subtropical úmido mesotérmico, Cfb. • Verões frescos; • Geadas severas e demasiadamente freqüentes; • Sem estação seca; • A média de umidade relativa do ar esta em torno de 82,5%; • A temperatura média anual é de 17ºC, sendo a média anual das máximas de 21ºC, e das

mínimas 13ºC. Índices Pluviométricos - O trimestre mais chuvoso corresponde aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, e o trimestre menos chuvoso, foi determinado pela média dos dados referentes a abril, maio e junho. Relevo - O relevo é bastante acidentado, sendo que a sede do Município encontra-se aproximadamente 802 metros acima do nível do mar. Destaca-se a Serrinha que é divisor de águas dos rios da Várzea e Rio Negro (limite municipal entre Campo do Tenente e Rio Negro) na parte Sul, e, na parte Leste a Escarpa divisória do 1º e 2º Planalto Paranaense. O ponto culminante situa-se próximo a uma nascente do Ribeirão, e está a 991 metros de altitude acima do mar. O relevo caracteriza-se pela presença de três unidades bem definidas: • A primeira é formada pelas várzeas, que se estendem ao norte margeando o Rio da Várzea. • A segunda é caracterizada pela presença de maiores declives, entre 20º e 45º. • A terceira forma, esta diretamente ligada ao recorte do terreno pela rede hidrográfica.

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A paisagem é marcada por grandes extensões com declividade entre 0º a 10º, com tendências a apresentar maiores declividades próximas ao leito dos rios. Solo - De acordo com o Instituto Ambiental do Paraná - IAP, destacam-se quatro tipos de solos: • Litólicos pouco profundos e muito suscetíveis a erosão; • Latossolo vermelho-amarelo com baixa fertilidade natural, onde ocorre muita lixiviação,

conforme o regime de chuvas; • Podzólico vermelho-amarelo facilmente erodível, em função dos diferentes condimentos

naturais; • Cambissolos rasos, drenados e de limitado uso agrícola; • Os tipos predominantes são: Litólicos e Cambissolos.

Hidrografia - Destacam-se entre os cursos de água que cortam o município, o rio Campo do Tenente, o Ribeirão da Fazenda e o Ribeirão do Rodeio. Todos, relativamente pequenos, são afluentes do Rio da Várzea que faz divisa ao norte com o município da Lapa. Esta rede é integrante do sistema de grande importância do Estado, a Bacia do Rio Iguaçu. O Rio Campo do Tenente que nasce ao Sul do município, próximo à divisa com Rio Negro, tangencia a área urbana da sede. A maioria deles ainda conta com matas ciliares. Geologia e Vegetação - O município de Campo do Tenente encontra-se sobre terrenos da era Paleozóica, período Carbonífero Superior, formação Palmeira, camada Continental, composta principalmente por filitos, varvitos e coesitos. Compreende-se em solos resultantes do granito e gnaisse. Nas várzeas, contudo, o substrato é formado por aluviões traçado pelos próprios rios, e os solos são predominantemente hidromórficos.A região pode ser considerado como Campos Gerais do Paraná, essa expressão foi consagrada por Maack (1948), que a definiu como uma zona fitogeográfica natural, com campos limpos e matas galerias ou capões isolados de floresta ombrófila mista, onde aparece a araucária. Nessa definição, a região é ainda limitada à área de ocorrência desta vegetação, situada sobre o Segundo Planalto Paranaense, no reverso da Escarpa Devoniana, a qual o separa do Primeiro Planalto. Essa definição integra critérios fitogeográficos e geomorfológicos, que por sua vez exprimem a estrutura geológica e natureza das rochas, responsáveis pelos solos rasos e arenosos, pouco férteis, que favorecem a vegetação de campos, e o aparecimento do limite natural representado pela Escarpa Devoniana, um degrau topográfico que em vários locais ultrapassa 300 m de desnível. A Região Norte, que tem a sua sede administrativa no distrito de Ouro Verde, município de Sengés – PR, está situada no extremo norte do Segundo Planalto Paranaense, na região Este-nordeste do Estado, conhecida como Campos de Jaguariaíva. Clima - De acordo com o sistema de classificação de Köppen e através de carta de classificação climática: • Clima do tipo Subtropical úmido mesotérmico (Cfb); • Verões brandos.

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• A temperatura média anual é de 17ºC, sendo a média anual das máximas de 21ºC, e das mínimas 13ºC.

Relevo - O relevo nos Campos Gerais é contrastante. Nas proximidades da cuesta da Escarpa Devoniana as amplitudes são grandes, com freqüentes encostas abruptas, verticalizadas, com canyons e trechos de rios encaixados (superimpostos ou antecedentes), com inúmeras cachoeiras e corredeiras sobre leito rochoso. Algumas feições de destaque deste setor de relevo profundamente recortado são o canyon do Rio Iapó (Canyon do Guartelá), com desnível de até 450 metros, e canyons menores nos vales dos rios Pitangui, Verde e alto Tibagi, além de muitas reentrâncias e ramificações da Escarpa Devoniana. É uma região com grande ocorrência de cavernas os maiores patrimônios espeleológicos do país. Vegetação - A região tem como vegetação característica o campo cerrado (estepe arbustiva rala). A cobertura vegetal nativa ocupa 9% da área do município, com a presença de araucária, bracatinga, cedro, angico e vegetação de campo limpo. A cobertura de gramíneas estende-se sem delimitação especial desde os campos limpos para dentro dos campos cerrado e cerradão. Fauna - Foi realizado um levantamento preliminar da avifauna e mastofauna na região. Nesse levantamento identificou-se, entre outras espécies, as seguintes espécies presentes na lista de ameaçadas de extinção:

Amaurospiza moesta Negrinho-do-mato Avifauna

Campephilus robustus Pica-pau-rei Myrmecophaga tridactyla Tamanduá-bandeira Chrysocyon brachyurus Lobo-guará Lutra sp. Lontra Felis pardalis Jaguatirica Felis sp. Gato-do-mato

Mastofauna

Felis concolor Sussuarana

Contexto Socioeconômico

A sede administrativa da empresa na região sul está situada próxima (5 km) ao centro urbano de

Campo do Tenente e de outros municípios como Lapa (25km), Rio Negro/Mafra (20 km) e da capital do Estado, Curitiba (85 Km), caracterizando-a como uma área integrada aos centros urbanos, de acessos rápidos ao uso da infraestrutura urbana de saúde, educação, creches, para moradores e funcionários.

A região de Campo do Tenente tem diferentes atividades econômicas como agricultura e pecuária de pequenos e médios produtores, além da atividade florestal. O manejo da floresta em Campo do Tenente é gerido pela Placas e é realizado por funcionários próprios e terceiros.

A sede da Fazenda Morungava está localizada no distrito de Ouro Verde, município de Sengés - PR, e fica a uma distância de 274 Km de Curitiba e a 65 Km do centro urbano de Sengés, com acessos

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por estrada não pavimentada (de terra), caracterizando um isolamento das facilidades de acesso à infraestrutura urbana de saúde, educação, entre outras. Dentro e ao redor da Fazenda Morungava existem, além de Ouro Verde, outros 3 distritos – Pinhalzinho, Bom Sucesso e São Domingos – dos quais muitos moradores trabalham diretamente para a PLACAS ou nas empresas prestadoras de serviços contratadas. São comunidades carentes e isoladas. As atividades da OMF nesta região demonstram uma interação estreita com a comunidade, sendo mais marcante do que a observada na região de Campo do Tenente.

O perfil econômico da região de Sengés é caracterizado pelos reflorestamentos de pinus, o que alimenta as grandes empresas do setor de chapas de fibras, como é o caso da PLACAS, papel e celulose, além das indústrias de madeira serrada que se instalaram naquelas imediações. A seguir, estão apresentados alguns dados socioeconômicos destas localidades. Região de Campo do Tenente: Educação

Conta com duas Creches, a Creche João Paulo II e a Creche Pequenos Brilhantes; uma Pré-Escola Municipal (Tia Estela); três Escolas Rurais (Escola Rural Municipal de Buriti, Escola Rural Municipal de Espírito Santo e Escola Rural Municipal de Lageado); uma Escola Municipal (Professor Günther Ubran) de 1° a 4° série, que atende 750 alunos. O município também conta com o Colégio Estadual Victor Bussmann, com 10 salas de aulas e 28 professores. Saúde/segurança

O Hospital Municipal São Luiz é gerido integralmente com recursos providos pelo SUS e presta serviços de Pediatria, Ginecologia, Odontologia, além de serviços básicos de Ortopedia. O hospital conta com 3 médicos, 2 plantonistas e 2 dentistas, tendo 15 leitos. Uma Ambulância, uma farmácia e uma sala de Raio-X completam a estrutura do hospital. Para exames, consultas e outros atendimentos que requeiram encaminhamento para outros centros médicos, o hospital disponibiliza uma perua para o transporte. Ao lado do hospital fica a Unidade de Saúde Valdomiro Machado de Souza, a qual conta com um médico em período integral cedido pelo hospital, 14 agentes comunitários (para visitas domiciliares com o acompanhamento do médico) e uma farmácia. O município também conta com três Postos de Saúde na área Rural, que estão localizados em um raio máximo de 10 km da cidade. A segurança em Campo do Tenente é responsabilidade da Polícia Militar e da Policia Civil, com estrutura para acomodação de presos. Saneamento

A cidade não possui rede de esgoto e grande parte das residências conta com fossa séptica. A coleta de lixo é realizada três vezes por semana. Este serviço é realizado por uma empresa terceirizada, que destina todos os resíduos ao aterro sanitário municipal (lixão). Transporte coletivo

O transporte coletivo do municipal se caracteriza pelo transporte dos alunos da rede pública às suas escolas e eventualmente serve os moradores da região. Estrutura urbana

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A estrutura urbana principal do Município é composta por: quatro postos de gasolina; quatro igrejas grandes; uma unidade do Projeto PIÁ; armazéns; uma agência bancária; uma agência dos Correios; duas farmácias; lojas de materiais de construção; fábricas de cerâmicas; supermercados; lojas de móveis e vestuário; madeireiras e serrarias.

A PLACAS participa na sociedade de Campo do Tenente com doações de combustível para as Polícias Civil e Militar e para Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Campo do Tenente, além de dinheiro para a APMI (Associação de Proteção à Maternidade e à Infância). A empresa participou ainda da construção do Posto de Saúde Campina Bonita I e do Ponto de Ônibus, e da reforma do Salão Paroquial. Dá ajuda financeira à Creche de Lageado, medicamentos para o hospital e para o posto de saúde e madeira para o Clube Progresso Internacional. Região de Ouro Verde:

O Distrito de Ouro Verde faz parte do município de Sengés e possui aproximadamente 5.000 habitantes. É uma região precária, de difícil acesso, sendo necessário percorrer 50 km de estrada de chão para chegar ao local. Não há saneamento básico, e a coleta de lixo não é efetuada pela prefeitura do município, contando com a ajuda da Placas do Paraná e da Valor Florestal (ex-Pisa Florestal).

Educação

O Distrito conta com duas escolas. A Escola Municipal com turmas de 1a a 4a série e 326 alunos matriculados. As aulas são ministradas em parceria com o SESI (Serviço Social da Indústria)/Valor Florestal (ex-Pisa), para alfabetização de adultos. A Escola Estadual oferece turmas de 5a a 8a série e 2º grau, contando hoje com 430 alunos matriculados.

Saúde O Distrito conta com um Posto de saúde que disponibiliza um médico 3 vezes por semana, um

dentista 2 vezes por semana e uma enfermeira em plantão permanente. Existe também uma ambulância para transporte em situações emergenciais. Os moradores da região podem utilizar o Hospital de Sengés ou a Santa Casa de Itararé, que possui melhores recursos.

Transporte

O transporte da região é composto por uma linha diária para Sengés. Às 3as e 5as feiras há uma linha para Itararé.

Estrutura urbana

O Distrito conta com um Posto dos Correios; Central Telefônica; uma viatura para Ronda Policial; duas Farmácias; um Posto de Gasolina; oito Serrarias; duas laminadoras de madeira; mercearias; uma Igreja católica e igrejas evangélicas.

1.5. Produtos Obtidos e Cadeia de Custódia

A. Cadeia de Custódia

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 13

As florestas de produção da Placas do Paraná S.A. fornecem os seguintes produtos de madeira:

• Toras, toretes e lenha de pinus (Pinus spp.) e araucária (Araucaria angustifolia) colhidas de florestas próprias, plantadas em terras de propriedade da empresa, destinadas às unidades industriais da PLACAS em Curitiba e Jaguariaíva - SC e para a venda no mercado interno para laminação e serraria (toras), ou ainda, a venda de madeira para energia (lenha);

A cadeia de custódia florestal compreende o baldeio da madeira derrubada nos talhões para os estaleiros à margem dos caminhos, o carregamento em veículos próprios para o transporte de madeira roliça e o transporte da floresta até o cliente ou suas instalações industriais.

B. Espécies e Volumes cobertos pelo Certificado

Nas tabelas a seguir estão apresentados os dados das espécies e dos volumes de produção

florestal anual: Tabela 2. Espécies comercializadas e Produção Anual certificada.

(volumes em m3 com casca)

Lâminas Serraria Processo Espécie 35 cm acima > 25 cm 18 a 25 cm 08 a 18 cm

Total

Araucaria angustifolia 1.300 1.300 2.600 Pinus taeda; P.elliottii 120.782 335.003 280.331 196.855 932.971

(*) Previsão de produção florestal comercial na UMF C. Descrição da capacidade atual e planejada de processamento coberta pelo certificado

Não há processamento industrial internamente à UMF. A Placas do Paraná S.A. deverá

implementar um sistema de Cadeia de Custódia em suas unidades industriais de processamento e submetê-lo à avaliação específica em cada unidade, caso deseje obter os produtos finais de madeira aglomerada e MDF certificados.

2. PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO

2.1. Datas da Avaliação Datas Fatos 04/Abr/03 Lançamento da Consulta Pública.

06 a 15 Maio/03

Auditoria: Apresentação da equipe de auditores à gerência da UMF; Avaliações de campo; Coleta de materiais em escritório;

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 14

Entrevistas; Reunião pública em Campo do Tenente e Ouro Verde; Reunião de fechamento em Curitiba.

19/setembro/03 Envio da versão preliminar do relatório para a UMF. 30/setembro/03 Devolução do relatório preliminar pela UMF. 06/outubro/03 Envio do relatório para revisão independente (peer-review). 27/outubro/03 Recebimento das revisões externas com incorporação de comentários e

respostas. 30/outubro/03 Revisão interna. 30/outubro/03 Envio do relatório com recomendações de certificação ao SmartWood para

revisão final e decisão de certificação; Elaboração de contrato de certificação e assinaturas pela Rainforest

Alliance e Placas do Paraná. Data da certificação.

2.2. Equipe de Avaliação e Revisores Independentes Equipe de avaliação

• Lineu Siqueira Jr. – Engenheiro Agrônomo, consultor florestal nacional e internacional, tendo participado como líder de equipe em numerosos processos de certificação florestal no Brasil e exterior, com 30 anos de experiência profissional. Atualmente é o gerente do Programa de Certificação Florestal Imaflora/SmartWood.

• Heidi Cristina Buzato de Carvalho – Socióloga, Mestre em Ciências Florestais; consultora, realizou diversos trabalhos na área social do Manejo Florestal na região sul, com ampla experiência em processos de certificação Imaflora/SmartWood.

• Flavio Murillo Machado Guiera – Engenheiro Florestal, técnico do Imaflora no Programa de Certificação Florestal. Com experiência em plantações florestais e na implantação de sistemas de gestão ambiental em empresas florestais. Participou de diversas avaliações Imaflora/SmartWood para certificação de plantações florestais.

• Antonio Carlos Antiqueira – Engenheiro Florestal, consultor, com experiência nacional e internacional em consultoria na área florestal. Com grande experiência em sistemas silviculturais e de colheita de madeira, tem trabalhado há 30 anos nas mais diversas áreas da Engenharia Florestal, inclusive com várias participações em auditorias para fins de certificação florestal.

• Karla Rocha Antiqueira – Engenheira Florestal, técnica do Imaflora no Programa de Certificação Florestal. Desenvolveu trabalhos de Planejamento, Silvicultura e Inventário florestal em empresas de reflorestamento de grande porte na região sul, sudeste e norte do Brasil.

Revisores Independentes: o Revisor 1 - Engenheiro Agrônomo, Doutor em Genética de Plantas, Docente titular da UFSC,

desenvolve estudos voltados à autoecologia e manejo de espécies nativas da Mata Atlântica visando desenvolver critérios de certificação de produtos provenientes desse ecossistema.

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 15

Atuação como revisor independente em outros processos de certificação em plantações florestais no Brasil conduzidos pelo IMAFLORA.

o Revisor 2 - Engenheiro Florestal, consultor com ampla experiência em adequação de organizações de base florestal aos princípios de bom manejo florestal do FSC e também na implementação e manutenção de sistemas de gerenciamento socioambiental. Já realizou trabalhos como auditor e revisor em processos de certificação SmartWood. Participou do curso de auditores líderes do Imaflora.

2.3. Processo de Avaliação Durante a fase de avaliação de campo, como parte de um processo normal de processos de

certificação SmartWood a equipe conduziu os seguintes passos. 1) Análise pré-avaliação – A documentação previamente enviada pela PLACAS foi analisada para

a obtenção de uma base mínima de informações sobre o histórico, as atividades, o organograma e localização e o processo produtivo da operação florestal.

2) Seleção de Sites – Juntamente com os responsáveis pelo manejo florestal a equipe revisou a documentação enviada pela empresa e de posse dos mapas e das informações sobre as frentes de trabalho foram selecionados os sítios a serem visitados. Ver Quadro 1 com lista de sítios visitados e atividades observadas.

3) Entrevistas e revisões em campo – No primeiro dia de avaliação, houve uma reunião entre os auditores do Imaflora/SmartWood e os responsáveis pela UMF da PLACAS, onde se realizou uma apresentação geral das atividades e pessoas da empresa e a partir dos mapas e informações existentes sobre o manejo florestal, foi possível planejar mais detalhadamente as atividades de campo. Os auditores passaram a avaliar os itens específicos de suas áreas e entrevistar pessoal pertinente. No final de cada dia de trabalho a equipe de avaliação se reuniu para a análise dos dados observados e para definir as atividades do dia seguinte.

4) Discussão interna dos resultados e apresentação preliminar dos resultados – Foi realizada uma reunião da equipe para discussão dos pontos-chave observados na avaliação. Após obtenção de um panorama da adequação da operação em relação aos padrões do FSC, foi apresentado à direção da empresa um resumo dos pontos positivos e negativos encontrados na avaliação.

5) Elaboração do Relatório de Avaliação – Após o término do trabalho de campo, foi elaborado relatório de avaliação. Durante o período de elaboração de relatório, a equipe responsável continuou conduzindo entrevistas com partes interessadas e outras indagações.

6) Revisão do Relatório pelos revisores (Peer Review) e Operação Candidata – A empresa enviou o relatório revisado, aceitando integralmente as condições e seus prazos. A lista de anexos foi incorporada ao relatório e enviada para dois revisores independentes. Os revisores não fizeram objeções à recomendação da Placas do Paraná S.A., conforme Anexo II.

7) Decisão de Certificação – O relatorio final foi revisado e aprovado no escritório do SmartWood para a América do Sul.

Quadro I. Sumário das áreas florestais visitadas pela equipe de avaliação SmartWood.

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 16

Floresta/Nome/Nº Atividades Lageado Viveiro – produção de mudas, armazéns de produtos perigosos, rampa

de lavação de veículos e equipamentos, escritórios, APP’s. Agroflora XI Colheita e baldeio florestal Jatobá Poda de árvores, plantio, corte raso,estradas Monte Seleto 01 Roçada, plantio recente, estradas Lajeado 03 Silvicultura geral Portão de Pedra Silvicultura geral, áreas de conservação Passa 03 Silvicultura geral Ouro 03 Silvicultura geral Ouro 92 Trilha para educação ambiental Araucária Colheita florestal Santa Rita 89, 91, 93 Silvicultura geral Capoeirinha 99, 00 Silvicultura geral, APP’s Morungava Viveiro – produção de mudas Capivara 99 Silvicultura geral Água Vermelha 01, 02 Manutenções silvicultura Moura Andrade 17 Colheita florestal, APP’s. Projeto 04 Colheita florestal, APP’s. Lumber 02 Colheita florestal, APP’s. Rio Claro 00, 01 Roçada, silvicultura geral Projeto 34 Colheita florestal, APP’s, Áreas de Conservação Projeto 30 Colheita florestal, venda de madeira em pé Caverna 01 Silvicultura geral Caverna 02 Área recém cortada liberada para silvicultura, Caverna (FAVC). Comind B Colheita florestal, APP’s São Domingos 02 Aplicação de herbicida Pinhalzinho Áreas de Conservação Pedra Branca Estradas e APP’s

2.4. Diretrizes/Normas Utilizadas

Para esta avaliação foram considerados os padrões SmartWood, adaptados a partir da versão

7.1 dos Padrões para Certificação de Florestas Plantadas do Grupo de Trabalho do FSC no Brasil (2002).

2.5. Processo de consultas e resultados O propósito da estratégia de consulta com partes interessadas (stakeholders) para essa

avaliação foi a seguinte: I. assegurar que o público está consciente e informado sobre o processo de avaliação e os

seus objetivos:

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 17

II. auxiliar a equipe de avaliação de campo identificando tópicos potenciais; e, III. fornecer oportunidades para que o publico possa discutir e agir quanto às evidências da

avaliação. Esse processo deve ser uma interação detalhada e com significância com as partes

interessadas. A finalização da fase de visitas de campo não interrompe o processo de interação com as partes interessadas. Mesmo após a decisão de certificação, o Programa SmartWood receberá, a qualquer hora, comentários sobre operações certificadas e tais comentários podem fornecer bases para auditorias de campo.

No caso da Placas do Paraná S.A., antecedendo ao processo de avaliação atual, foi elaborado um documento público de consulta, sendo distribuído por e-mail, FAX e mala de correios diretamente para 142 partes interessadas. Através desta lista de organizações, pessoas e agências, a equipe de avaliação formulou uma base para selecionar pessoas para entrevistas pessoais, por telefone ou e-mail. Esta lista de pessoas entrevistadas está disponível no final deste sumário público, bem como as partes interessadas que foram notificadas. O Imaflora recebeu 02 respostas formais aos questionários solicitados na consulta pública pré-avaliação. Uma das respostas mostrou preocupação com o manejo florestal em relação aos impactos ambientais da silvicultura de pinus em áreas vizinhas à Unidade de Conservação Estadual do Parque Vila Velha (ver Quadros II e IV).

Foram realizadas duas reuniões públicas durante o trabalho de campo. A primeira ocorreu no dia 8 de Maio, no Clube Progresso do município de Campo do Tenente, e contou com a presença de 18 pessoas. Essa reunião foi marcada pela presença de representantes da comunidade e outros interessados. A segunda reunião pública marcada no Pavilhão da Igreja Católica do distrito de Ouro Verde, no dia 13 de maio, obteve apenas uma presença, o que impossibilitou atingir o objetivo do evento.

Além das duas reuniões públicas, durante a visita de campo, foram realizadas várias entrevistas com trabalhadores, representantes de órgãos públicos e comunidade.

Tópicos Identificados através dos Comentários de Consultados e Reuniões Públicas

As atividades de consultas a partes interessadas foram organizadas para dar aos participantes a oportunidade de fornecer seus comentários de acordo a categorias gerais de interesses, baseados nos critérios da avaliação. O quadro abaixo resume os pontos identificados pela equipe de avaliação com uma breve discussão de cada um, baseando-se em entrevistas especificas e/ou comentários realizados pelos participantes da reunião pública. Quadro II: Comentários de Partes Interessadas

Princípio FSC Comentários Resposta do SW P1: Compromisso com o FSC / Cumprimento Legal

Não houveram comentários Não necessária

P2: Posse, Direitos de Uso &

Não houveram comentários Não necessária

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 18

Responsabilidades P3 – Direitos dos Povos Indígenas

Não houveram comentários Não necessária

P4: Relações com a Comunidade & Direito dos Trabalhadores

- A empresa poderia investir mais na especialização da mão de obra em parceria com o poder público e com as empreiteiras. - Muitos jovens saem de Campo do Tenente à procura de melhores condições de trabalho muitas vezes desconhecerem o potencial junto às atividades da empresa. - Os moradores locais não conhecem o trabalho que é realizado dentro da empresa. - Os moradores querem dialogar com a empresa. Gostaria de ser ouvida para que a empresa esteja atenta às suas necessidades. - a estrada de acesso ao Lageado está em péssimo estado de conservação por conta do excesso tráfego de caminhões de madeira.

- Foi apontada uma condição relacionada aos treinamentos periódicos com os trabalhadores (próprios e terceiros) para a manutenção da certificação. - A equipe de avaliação recomendou que a empresa utilize mecanismos participativos na implementação do seu plano de ação social. - Foi aplicada uma condição para a realização da avaliação dos impactos sociais das atividades de manejo.

P5: Benefícios da Floresta

Não houveram comentários Não necessária

P6: Impactos Ambientais

Não houveram comentários Não necessária

P7: Plano de Manejo

Não houveram comentários Não necessária

P8: Monitoramento & Avaliação

Não houveram comentários Não necessária

P9: Manutenção de Florestas de Alto Valor de Conservação

Não houveram comentários Não necessária

P10 - Plantações As plantações de pinus estão invadindo de forma agressiva áreas naturais na região dos campos gerais do Paraná pela regeneração natural da espécie. Os pinus da fazenda Vila Velha vêm ocupando áreas do Parque Estadual de Vila Velha (SNUC).

Foi apontada uma condição para a implantação de um programa de erradicação e controle de dispersão do pinus nas áreas de influência da UMF. Na questão do Parque Vila Velha foi ressaltado a necessidade de interação com outras partes interessadas.

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 19

3. RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

3.1. Discussão Geral das Evidências Quadro III. Evidências por Princípio do FSC.

Princípio /Área Temática

Pontos Fortes Fragilidades

P1: Compromisso com o FSC / Cumprimento Legal

• Averbação das Reservas Legais nas propriedades que compõem os dois núcleos; • Há forte disposição em cumprir com os P&C; • Tem disposição em cumprir com as leis ambientais e trabalhistas; • As espécies CITES são conhecidas, há programas para a sua proteção; • Tem um bom departamento jurídico, com informações à área florestal.

• Ainda existem pendências quanto à legislação trabalhista e ambiental (Condições # 1, 2, 4 e recomendações # 1,2 e 3); • Compromisso formal da empresa para com o FSC. (Condição # 3)

P2: Posse, Direitos de Uso & Responsabilidades

• Documentação dominial adequada, posse efetiva das áreas que compõe a UMF; • Postura da empresa admitindo os direitos de posseiros existentes na Faz. Morungava; • Os mapas identificam perfeitamente as áreas onde existem direitos de posse de terceiros.

• Existem áreas com posses fora da UMF; (Recomendação # 4).

P3 – Direitos dos Povos Indígenas

• N/A • N/A

P4: Relações com a Comunidade & Direito dos Trabalhadores

• Mão de obra local e da região, registrados, com EPIs; • Existem programas de saúde, treinamento e segurança para funcionários próprios; • Transporte de funcionários; • Existência de programas junto

• Falhas quanto aos EPIs e treinamento para motosserristas; • Programas de saúde e segurança aos trabalhadores terceirizados (derrubada dominó, alojamentos); • Alimentação e água; • Transporte de pessoal

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 20

as comunidades. inadequado; • Sinalização insuficiente (estradas principalmente); • Padrão entre trabalhadores próprios e terceiros, e entre terceiros; • Questão da filiação sindical requer verificação; • Falta análise dos impactos sociais (redução de cotas de produção aos terceiros, mecanização da colheita); • Faltam esclarecimentos quanto a composição dos salários dos terceiros; • Implementação parcial dos programas comunitários; • Demanda da comunidade por uma ouvidoria e maior diálogo. (Condições # 4 até 12); Recomendações # 5 até 14).

P5: Benefícios da Floresta

• Viabilidade econômica está comprovada pelos relatórios apresentados; • Incentiva o uso múltiplo da madeira (3 sortimentos no mínimo); • Aproveitamento de rejeito das serrarias para processo e das indústrias para energia; • Incentivo ao processamento local da madeira (Ouro Verde); • Taxas de corte sustentáveis.

• Desperdício de madeira na fazenda Morungava; (Condição # 13; Recomendação # 15) • Necessita um maior apoio ao desenvolvimento das indústrias locais; Recomendação # 14). • Erosão, assoreamento, estradas, trilhas de arraste. (Condições # 12 e 14; Recomendações # 14, 15 e 16)

P6: Impactos Ambientais

• Baixo uso de produtos químicos;• Existência de remanescentes expressivos de ecossistemas originais; • Boa destinação final dos resíduos.

• Falta matriz de impactos e planejamento pré-corte (Condição #10 e 15). • Planejamento não inclui conceito de paisagens (mosaicos, corredores, microbacias)(Condição # 14; Recomendação # 16) • Manuseio de herbicida em campo; (Condições # 17 e 18); • Faltam prescrições claras para mitigação de impactos. (Condição #

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10) P7: Plano de Manejo

• Plano de manejo escrito é satisfatório.

• Faltam melhores descrições de práticas operacionais (para que sejam exigidas dos empreiteiros); • Falta treinamento aos funcionários sobre as diretrizes do plano de manejo; • Falta planejamento de combate a incêndio; • Aprimorar a comunicação interna das diretrizes do plano; (Condições # 6, 10, 16 e 20).

P8: Monitoramento & Avaliação

• Possui total rastreabilidade na cadeia de custódia; • Sistema de inventario eficiente; • Sistema de controle de operações florestais implantado.

• Aprimoramento das auditorias internas nas operações florestais principalmente com respeito temas ambientais e sociais. (condição # 12). • Falta identificação das cargas e documentos. (Condição # 21).

P9: Manutenção de Florestas de Alto Valor de Conservação

• Presença de AVC e reconhecimento pela operação.

• Melhorias na qualificação, descrição, medidas especiais de conservação. (Condições # 22 e 23; Recomendação # 3).

P10 - Plantações • Espécie adequada • Programa de melhoramento • Sanidade da floresta • Rendimentos • Mosaico de idades • Controle de pragas • Mapeamento de bacias

• Controle da dispersão do pinus (dentro e fora das áreas) (Condições # 15 e 19; Recomendação # 18). • Manejo da paisagem (bacias hidrográficas, idades, área máxima de corte) (Condição # 14). • Treinamentos (Condição # 6). • Avaliação dos pontos críticos para o manejo. (Condições # 10 e 15).

3.2. Decisão de Certificação Baseado numa revisão detalhada de campo, análises e compilação de evidências encontradas

por essa equipe do Programa SmartWood, a Placas do Paraná S.A. está recomendada a receber a certificação conjunta FSC/SmartWood para Manejo Florestal e Cadeia de Custódia (FM/COC) com as condições estipuladas e apresentadas no Quadro IV.

Para manter a certificação, a Placas do Paraná S.A. passará por auditorias locais anualmente, sendo exigida a permanecer de acordo com os princípios e critérios do FSC, como poderá vir a ser definido em normas regionais desenvolvidas pelo SmartWood ou pelo FSC. A PLACAS deverá também

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 22

ser exigida a cumprir as condições descritas abaixo. Especialistas do Programa SmartWood estarão revisando anualmente, durante auditorias programadas ou ao acaso, a continuidade no bom desempenho do manejo florestal e o cumprimento com as condições descritas neste relatório.

3.3. Pré-condições, Condições e Recomendações.

• Pré-condições apontadas para a Certificação da Placas do Paraná S/A. Não foram apontadas pré-condições para a certificação do manejo florestal da Placas do

Paraná S/A.

• Condições para a manutenção da Certificação da Placas do Paraná S/A. Foram apontadas 24 condições para a manutenção da certificação do Manejo Florestal da

Placas do Paraná S/A.

• Recomendações da equipe de auditoria para o aprimoramento do manejo socioambiental da Placas do Paraná S/A. Foram elaboradas 20 recomendações para que a Placas do Paraná S/A melhore o desempenho

de seu manejo socioambiental nos critérios relacionados.

Quadro IV. Condições apontadas para a manutenção da certificação da PLACAS

# Condições para a Manutenção da Certificação Prazo Refere-se

ao Critério

1 A PLACAS deverá realizar um levantamento e mapeamento das áreas de preservação permanente, definindo:

a) os talhões que apresentam plantios avançados sobre a APP; b) tipologia da vegetação natural (estágio sucessional)

existente; c) todas as APPs em situação irregular, os programas e

cronogramas de restauração.

2 ANOS 1.1 6.3 6.4

10.5

2 Realizar a análise da legislação relacionada à aquisição, transporte, armazenamento, manuseio e disposição de resíduos de produtos perigosos utilizados no manejo florestal da PLACAS, elaborar as normas internas da companhia e criar um sistema permanente de controle para garantir o cumprimento das mesmas.

6 MESES 1.1

3 Formalizar o compromisso de adesão em longo prazo aos P&C do FSC em sua política de gestão empresarial, devendo ser amplamente divulgado a todos os funcionários (próprios e de terceiros), aos prestadores de serviços, fornecedores, demais partes interessadas e ao público.

6 MESES 1.6

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4 Uniformizar o padrão de exigências mínimas para as empresas prestadoras de serviço. Este padrão deve ser discutido com representantes das empresas contratadas e o STR local e aceito pelas partes; deverão estar claramente especificadas as prescrições técnicas e exigências, através de cláusulas contratuais e/ou anexos descritivos específicos; deverão ser pagos os direitos e recolhimentos legais integrais (com base nos valores efetivamente recebidos pelo trabalhador), devendo ser garantido o cumprimento integral da legislação a todo trabalhador que participe do processo produtivo da PLACAS. Sem limitar-se à listagem anterior, deverá exigir de todos os seus prestadores de serviços: a) padronização das estruturas de alojamento e para alimentação

em campo, segundo a regulamentação da NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho.

b) fornecimento de EPIs adequados e em bom estado para todos os trabalhadores;

c) uso de equipamentos e máquinas em bom estado de conservação (incluindo pneus e outros itens relevantes), com dispositivos de segurança adequados (proteção das partes móveis, etc);

d) condições gerais de segurança e higiene dos ônibus, especialmente relacionadas ao local apropriado, em separado dos trabalhadores, para o transporte de motosserras e ferramentas.

1 ANO 4.2 4.8

5 Adequar o dimensionamento da equipe de segurança e medicina do trabalho à escala e intensidade do manejo florestal da PLACAS, definindo sua estratégia de atuação para um monitoramento mais eficaz, especialmente junto aos trabalhadores contratados pelas empresas prestadoras de serviços.

6 MESES 4.2 4.12

6 Implantar um programa de treinamentos adequado às necessidades de cada setor/atividades/funções, voltado aos funcionários próprios e terceirizados. Os treinamentos deverão estar associados aos resultados das auditorias internas e inspeções de segurança e incluir atividades práticas de campo, programas de reciclagem e simulações de situações de emergência.

1 ANO 4.2 6.5 7.3

10.5

7 Fornecer os EPI’s necessários aos trabalhadores que utilizam motocicleta para desenvolver sua função.

3 MESES 4.2

8 Estender a sinalização das operações da colheita para as demais frentes de trabalho, aprimorando a sinalização educativa, proibitiva e de advertência ao longo das estradas principais.

6 MESES 4.2

9 Verificar os critérios de contratação utilizados pelas empresas de serviços, garantindo a liberdade da filiação sindical pelos trabalhadores.

6 MESES 4.3

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 24

10 A PLACAS deverá avaliar os aspectos e impactos ambientais e sociais decorrentes de seu manejo florestal, visando abranger em toda a UMF, as atividades desenvolvidas e planejadas pela empresa. Deverão ter prioridade na elaboração de medidas mitigadoras (impactos negativos) ou de melhoria (impactos positivos), os aspectos ou temas relacionados à:

a) Comunidades em que exerce influência direta; b) Planejamento das atividades de colheita (derrubada e abertura

de ramais) em nível de talhão; c) Demissões decorrentes da possível mecanização da colheita

e/ou reduções de cotas de produção. Deverá adicionalmente, elaborar um cronograma para a implementação do Plano Ambiental e de Ação Social, e seus respectivos programas de monitoramento.

1 ANO 4.4 4.6

4.11 6.1 6.2 6.5 7.3

10.5

11 Formalizar o mecanismo de atendimento às queixas ou reivindicações da comunidade e dos trabalhadores, divulgando o nome e os meios de contatos com a empresa.

1 ANO 4.5 4.7

12 Elaborar um plano formal de auditorias internas permanentes, para que abranjam integralmente a gestão dos aspectos sociais, ambientais e operacionais na UMF da PLACAS, especificando o nível de profundidade das checagens e das análises em campo, especialmente quando se trata das exigências legais e operacionais às empresas prestadoras de serviços. Este plano deverá conter um cronograma para realização das verificações de campo e para análise gerencial dos resultados.

6 MESES 4.12 5.3 5.5 6.5 8.1 8.2 8.4 9.4

13 Realizar estudos para a quantificação da madeira desperdiçada na colheita e da viabilidade do seu aproveitamento.

1 ANO 5.3

14 Incluir o conceito de dinâmica das microbacias (delineamento, áreas ripárias e composição paisagística) no planejamento das operações silviculturais, determinando áreas máximas de corte raso em talhões contíguos, mosaicos de espécies, de idades e sistemas, desta forma reduzindo os efeitos da monocultura florestal sobre os recursos de água, solo, fauna, microclima e ao público (impactos visuais).

2 ANOS 5.5 6.1

10.2 10.3 10.6

15 Localizar em mapas todos os pontos ou regiões consideradas críticas

para o manejo florestal na UMF, tais como áreas com relevo íngreme, solos frágeis ou mal drenados, ecossistemas frágeis ou ameaçados, passagens em áreas protegidas, estradas com erosões, outros, relacionando os cuidados ambientais para cada situação em particular.

1 ANO 6.2 6.5

10.4 10.6

16 Apresentar o histórico de ocorrências de incêndios florestais na região de atuação da PLACAS, devendo estabelecer um plano consistente de prevenção e combate a incêndios florestais.

1 ANO 6.4 7.1 8.2

10.7

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 25

17 A empresa deverá aprimorar o sistema de reabastecimento dos equipamentos de aplicação manual de herbicidas para que exclua qualquer possibilidade de contaminação do local onde se realiza a transferência e do operador.

6 MESES 6.6

18 Elaborar procedimentos operacionais escritos para situações de emergência envolvendo produtos perigosos, apresentando um cronograma de simulações para os trabalhadores envolvidos nas atividades que utilizam estes produtos.

1 ANO 6.7

19 Implementar um programa de erradicação das árvores de pinus estabelecidas nas áreas naturais, dentro e nas áreas de influência da UMF, e adotar uma estratégia para conter a regeneração natural principalmente em campos e bordas de fragmentos mais alterados.

1 ANO 6.9 10.4 10.8

20 O Plano de Manejo Florestal da PLACAS deverá ser complementado de forma a atender todos os itens presentes no P7c1 do FSC, especialmente na descrição dos programas e atividades operacionais, com os detalhamentos necessários para o entendimento a todos os trabalhadores que possam utilizá-lo na orientação ao planejamento e trabalhos em campo.

1 ANO 7.1

21 Implementar um sistema de identificação das cargas e da documentação que acompanham os produtos a serem vendidos como certificados.

3 MESES 8.3

22 Elaborar uma proposta para implantação de medidas de proteção visando resguardar os atributos de conservação da área de ocorrência de cavernas na Faz. Morungava.

1 ANO 9.1

23 Promover uma avaliação ecológica e social através da consulta com partes interessadas (comunidade científica, ONGs, comunidade local), para a determinação da existência de áreas de alto valor para a conservação na região de Campo do Tenente.

1 ANO 9.1

24 Apresentar uma política de aquisição de terras definindo os critérios e as condições em que uma propriedade pode ser considerada para negociação, tomando em conta aspectos e impactos sociais relacionados.

6 MESES 10.8

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 26

Quadro V. Recomendações da equipe para a melhoria do desempenho da PLACAS.

# Recomendações da equipe de avaliação

Refere-seao

Critério 1 Recomenda-se desenvolver material com conteúdo prático e didático para

treinamento aos funcionários, principalmente para os responsáveis das empresas terceirizadas, sobre os acordos internacionais reconhecidos pelo Brasil e sua relação com as atividades da PLACAS.

1.3

2 É recomendável que a PLACAS formalize uma reunião com os seus vizinhos pecuaristas visando estabelecer um acordo de boa vizinhança, o esclarecimentos dos problemas econômicos e ambientais causados pelo gado em áreas recém plantadas.

1.5

3 É recomendável que a PLACAS realize estudos para o acompanhamento da dinâmica dos remanescentes de floresta natural representados nos diversos ecossistemas existentes na UMF, para servir de base para os novos planejamentos do manejo em nível de talhão e para a definição de áreas potenciais para averbação como RPPN.

1.7 6.2 6.3 9.1

4 Recomenda-se priorizar a regularização das posses das áreas que possam ser causadoras de contestações futuras.

2.1 2,4

5 Recomenda-se que a empresa busque medidas para diminuir a rotatividade dos trabalhadores.

4.1

6 Recomenda-se que a empresa avalie a possibilidade de estender os programas de medicina ocupacional aplicados aos funcionários próprios, também para os funcionários de terceiros.

4.2

7 É recomendável a inclusão de uma análise técnica dos PPRA’s e PCMSO’s apresentados pelas empresas terceirizadas, com objetivo de atestar a sua validade como instrumentos eficientes na segurança e saúde ocupacional dos trabalhadores.

4.2

8 É recomendável que a empresa conscientize os terceiros e seus funcionários sobre a importância de separar devidamente, os recipientes com os alimentos daqueles com produtos perigosos, evitando guardá-los em vasilhames parecidos.

4.2.

9 É recomendável que a empresa elabore cartilhas didáticas (utilizando uma linguagem de fácil entendimento pelos trabalhadores) em parceria com os prestadores de serviços, que contenham esclarecimentos sobre os direitos dos trabalhadores, convenções da OIT, segurança no trabalho, saúde, etc.

4.2 4.3

10 É recomendável que a empresa utilize mecanismos participativos para a implementação de seu Plano de Ação Social, abrindo espaços de diálogo, criando oportunidades para as pessoas e organizações se manifestarem sobre suas prioridades dentro dos programas propostos.

4.4.

11 É recomendável que a empresa adote cada vez mais ações que visem mais o 4.6

Imaflora/SW Avaliação do Manejo Florestal – Placas do Paraná S/A Página 27

desenvolvimento social e menos o assistencialismo. 12 Recomenda-se que a empresa ofereça condições para que as empresas de

prestação de serviços repassem benefícios aos seus funcionários, buscando com isso a equiparação entre os benefícios recebidos pelos trabalhadores próprios e terceiros e entre os trabalhadores das empresas de prestação de serviços.

4.8 4.12

13 É recomendável que a empresa implante uma política para contratação de mulheres em atividades florestais.

4.10

14 Recomenda-se realizar uma prospecção de empresários ou organizações que tenham interesse em industrializar (em forma de cavaco ou produto serrado) a madeira colhida na UMF da PLACAS, visando incentivar o processamento local da matéria prima, bem como a geração de empregos.

4.11 5.4

15 Recomenda-se incluir nos estudos de diversidade das florestas naturais, a análise da viabilidade técnica e econômica do aproveitamento de produtos florestais não madeireiros.

5.2

16 Recomenda-se que a PLACAS realize uma análise da paisagem regional e mediante seus resultados utilize-os como balizadores para planejamento do manejo nas microbacias.

5.5

17 É recomendável a realização de parcerias com institutos de pesquisas florestais e de biodiversidade para o reconhecimento e estudo da flora nativa da UMF, visando subsidiar os programas de conservação e educação ambiental previstos pela empresa.

6.2

18 Recomenda-se a elaboração de parcerias com empresas reflorestadoras da mesma região de atuação, organizações ambientalistas com amplo conhecimento do problema e da ecologia da espécie, e outras partes interessadas que estejam sendo ou possam ser afetadas pela dispersão descontrolada do pinus, para a formulação de uma estratégia eficaz de controle da sua regeneração natural.

6.9 10.8

19 É recomendável que a empresa aplique a estrutura atualmente em uso no monitoramento da produção florestal (PIF, PAM, controle de produção, estoque, mudas, etc), também para as ações sociais, aspectos e impactos ambientais, biodiversidade, regeneração natural da espécie exótica, atividades de campo, segurança no trabalho, adequação legal das prestadoras de serviço, entre outros.

8.5

20 É recomendável a elaboração de um plano estratégico para o uso das diferentes procedências de Pinus taeda na implantação de novas florestas, determinando as quantidades e a disposição espacial de cada procedência, com o objetivo de formação de mosaicos genéticos dos plantios florestais.

10.3