Resumo Sobre Emile Durkheim Marx e Weber

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Resumos sobre Karl Marx, Emile Durkheim e Max WeberTimon/2007

Karl Marx e a histria da explorao do homemCom o objetivo de entender o capitalismo, Marx produziu obras de filosofia, economia e sociologia, tencionando propor uma ampla transformao poltica, econmica e social. A principal obra de Marx, O Capital, no sociolgica, mas econmica. Todavia, preciso elucidar alguns termos de sua fundamentao econmica, por constiturem peas bsicas de interpretao. Na verdade, se produziu uma viso principalmente econmica da sociedade, precisamente porque acreditou que a compreenso dos processos histricos no pode ser feita sem referencia s maneiras como os homens produzem sua sobrevivncia material. Marx sofreu algumas influencias como: a filosofia de Hegel, o seu contato com o pensamento socialista francs e ingls do sculo XIX. Destacava o pioneirismo desses crticos da sociedade burguesa, reprovava o utopismo de suas propostas. As trs teorias tinham como trao comum o desejo de impor de uma s vez a transformao social total, implantando assim, o imprio da razo e da justia eterna. Desenvolveu o conceito de alienao mostrando que a industrializao, a propriedade privada e o assalariamento separavam o trabalhador dos meios de produo, que se tornaram propriedade privada do capitalista. De acordo com Marx, politicamente o homem tambm se tornou alienado, pois o principio da representatividade, base do liberalismo, criou a idia de Estado como um rgo poltico imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos indivduos. Marx proclamava ainda a inexistncia de igualdade natural e observa que o liberalismo v os homens como tomos, como se estivessem livres das evidentes desigualdades sociais. Para Marx, as desigualdades sociais observadas no seu tempo eram provocadas pelas relaes de produo do sistema capitalista, que divide os homens em proprietrios e no-proprietrios dos meios de produo. As relaes entre homens se caracterizam por relaes de oposio, antagonismo, explorao e complementaridade entre as classes. A histria do homem , conforme Marx, a histria da luta de classes, da luta constante entre interesses opostos, embora esse conflito nem sempre se manifeste socialmente sob a forma de guerra declarada. As divergncias, oposies e antagonismos de classes esto subjacente a toda relao social, nos mais diversos nveis da sociedade, em todos os tempos, desde o surgimento da propriedade privada. Para Marx, o trabalho, ao se exercer sobre determinados objetos, provoca nestes uma espcie de ressurreio. Tudo o que criado pelo homem, contm em si, um trabalho passado, morto, que s pode ser reanimado por outro trabalho. Acrescentou tambm que, este tempo de trabalho se estabelecia em relao s habilidades individuais mdias e s condies tcnicas vigentes na sociedade. De acordo com a anlise de Marx, no no mbito da compra e venda de mercadorias que se encontram bases estveis nem para o lucro dos capitalistas individuais nem para a manuteno do sistema capitalista. Ao contrrio, a valorizao da mercadoria se d no mbito de sua produo. Chama-se de mais-valia ao valor que o trabalhador cria para alm do valor de sua fora de trabalho. De certa forma, sobretudo em termos sociolgicos, esta a alma do capitalismo, porque nisto decide sua teoria e prtica da desigualdade social. O trabalhador pago pela sua fora de trabalho, atravs de um salrio cujo valor tende a ser de mera sobrevivncia, ou seja, que lhe permite to somente repor ou reproduzir sua fora de trabalho. Mas o que o trabalhador produz, vale mais do que a paga recebida em salrio. Esse mais apropriado pelo dono dos meios de produo, o que se chama muitas vezes apropriao do excedente de trabalho. Marx chamou de mais-valia absoluta aquela obtida pelo alargamento da jornada de trabalhou pela intensificao do uso da fora de trabalho. Por outra, mais-valia relativa quela obtida pela diminuio do tempo de trabalho necessrio, geralmente atravs da especializao profissional, ou da introduo de novas tecnologias, ou da adoo de novos mtodos de gerenciamento, etc. Nestes casos, possvel aumentar a mais-valia, mesmo diminuindo o tempo de trabalho. Marx constata ainda, que as diferenas entre as classes sociais no se reduzem a uma diferena quantitativa de riquezas, mas expressam uma diferena de existncia material. Os indivduos de uma mesma classe social partilham de uma situao de classe comum, que inclui valores, comportamentos, regras de convivncia e interesses. A essas diferenas econmicas e sociais segue-se uma diferena na distribuio de poder. Diante da alienao do operariado, as classes econmicas dominantes desenvolveram formas de dominao polticas que lhes permitem apropriar-se do aparato de poder do Estado e, com ele, legitimar seus interesses sob a forma de leis e planos econmicos e polticos. Para Marx as condies especficas de trabalho geradas pela industrializao tendem a promover a conscincia de que h interesses comuns para o conjunto da classe trabalhadora e, consequentemente, tendem a impulsionar sua organizao poltica para a ao. A classe trabalhadora, portanto, vivendo uma mesma situao de classe e sofrendo progressivo empobrecimento em razo das formas cada vez mais eficientes de explorao do trabalhador, acaba por se organizar politicamente. Essa organizao que permite a tomada de conscincia da classe operria e sua mobilizao para a ao poltica. Marx parte do princpio de que a estrutura de uma sociedade qualquer reflete a forma como os homens organizam a produo sociaI de bens. Essa produo, segundo Marx, engloba dois fatores: as foras produtivas e as relaes de produo. Sendo que as foras produtivas constituem as condies materiais de toda a produo. E, relaes de produo so as formas pelas quais os homens se organizam para executar a atividade produtiva.

Foras produtivas e relaes de produo so condies naturais e histricas de toda atividade produtiva que ocorre em sociedade. A forma pela qual ambas existem e so reproduzidas numa determinada sociedade constitui o que Marx denominou modos de produo. Para Marx, o estudo do modo de produo fundamental para compreender como se organiza e funciona uma sociedade. As relaes de produo, nesse sentido, so consideradas as mais importantes relaes sociais. Alm de elaborar uma teoria que condenava as bases sociais da espoliao capitalista, conclamando os trabalhadores a construir, por meios de sua prxis revolucionria, uma sociedade assentada na justia social e igualdade real entre os homens, Marx conseguiu como nenhum outro, com sua obra, estabelecer relaes profundas entre a realidade, a filosofia e a cincia. Se por um lado Marx concebia a realidade social como uma concretude histrica, por outro, cada sociedade representava uma totalidade, um conjunto nico e integrado das diversas formas de organizao humana nas suas mais diversas instancia. Segundo Marx, a questo da objetividade s se coloca enquanto conscincia crtica. A cincia, assim como a ao poltica, s pode ser verdadeira e no ideolgica se refletir uma situao de classe e, consequentemente, uma viso crtica da realidade. Para ele a sociedade constituda de relaes de conflito e de sua dinmica que surge a mudana social. Marx redimensiona o estudo da sociedade humana, marcando com suas idias, de maneira definitiva o pensamento cientifico e a ao poltica dessa poca assim como das posteriores, formando duas diferentes maneiras de atuao sob a bandeira do marxismo. A abordagem do conflito, da dinmica histrica, da relao entre conscincia e realidade e da correta insero do homem e de sua prxis no contexto social foram conquistas jamais abandonadas pelos socilogos. A sociologia de Max Weber Para Weber a Sociologia uma cincia que pretende compreender a ao social, interpretando-a, para dessa maneira explic-la casualmente em seus desenvolvimentos e efeitos. Utilizava uma metodologia em que a compreenso consiste na captao do sentido subjetivo da ao (algo distinto dos nexos exteriores de causa e efeito que a envolvem). Essa compreenso da ao humana, segundo Weber, captar o seu sentido subjetivo, o que, considerada desse modo compreenso no um processo exclusivo do conhecimento cientifico. Weber chamou de compreenso atual ao tipo de captao do sentido que decorre diretamente do curso observvel da ao, e de, compreenso explicativa aquela que no se detm no sentido aparente da ao, mas apela para seus motivos subjacentes. A interpretao da ao humana atravs de tipos ideais volta-se para a apreenso do sentido subjetivo da ao. Conseqentemente, pelo seu sentido subjetivo que uma ao se define ou no como social. Weber enfoca que o fundamento da fluidez em casos de aes sociais reside em que a orientao pela conduta alheia e o sentido da prpria ao de modo algum podem ser sempre precisados com toda clareza, nem sempre so conscientes, ou muito menos conscientes em toda plenitude. Contudo, embora na realidade exista essa fluidez, no plano terico a fronteira da ao social deve ser traada com clareza. Coerentemente com esse enfoque, Weber construiu os conceitos sociolgicos bsicos a partir de uma tipologia geral da ao social. Sempre ressalvando o carter ideal desses tipos, ele distingue quatro categorias de ao por seu sentido subjetivo. 1. A ao racional com relaes afins, determinadas por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens. 2. A ao racional com relao a valores, determinada pela crena consciente no valor seja ticos, estticos, religiosos ou de qualquer outra forma como seja interpretado. 3. A ao afetiva, especialmente emotiva, determinada por afetos e estados sentimentais atuais. 4. A ao tradicional, determinada por um costume arraigado. Em Weber, a noo de tipo ideal decorre da concepo acerca da infinita complexidade do real diante do alcance limitado dos conceitos elaborados pela mente humana. Todo conceito seleciona alguns aspectos da realidade infinita, enquanto exclui outros seleo que sempre, consciente ou inconscientemente orientada por valores. Segundo Weber, uma dimenso qualquer da ao humana admite sempre a construo de vrios tipos, sem que nunca se esgote a complexidade infinita da realidade. Por esta razo, nenhum dos tipos construdos deve ser considerados mais que um instrumento limitado e provisrio de investigao. A expresso ideal sublinha precisamente o fato bsico de que os tipos sociolgicos s existem no plano da idias, no na realidade. A sociologia Weberiana conclui que, no mundo moderno, a burocracia o exemplo mais tpico do domnio legal, nos limites da legitimidade. Estendendo sua anlise tipolgica s formas de dominao social, a Sociologia weberiana distingue trs tipos de dominao legtima, cada qual com sua base, a saber: a legalidade, a tradio, o carisma. A sociologia de Durkheim Durkheim distingue os fatos scias em trs caractersticas: 1. A coercitividade, ou seja, a fora que os fatos sociais exercem sobre os indivduos levando-os a conformar-se s regras da sociedade em que vivem, independentemente da sua escolha e vontade. O grau de coero dos fatos sociais se torna evidente pelas sanes a que o individuo estar sujeito quando

tenta se rebelar contra elas. Estas sanes podem ser legais ou espontneas. Sanes legais so aquelas prescritas pela sociedade, sob a forma de leis. Sanes espontneas seriam as que aflorariam como decorrncia de uma conduta no adaptada a estrutura da sociedade ou do grupo ao qual o individuo pertence. 2. A exterioridade, os fatos sociais existem e atuam sobre os indivduos independentemente de sua vontade ou de sua adeso consciente. 3. A generalidade, segundo Durkheim, social todo fato que geral, que se repete em todos os indivduos ou, pelo menos, na maioria deles. Uma vez identificados e caracterizados os fatos sociais, Durkheim procurou definir o mtodo de conhecimento da sociologia. Para ele, a explicao cientifica exige que o pesquisador mantenha certa distancia e neutralidade em relao aos fatos, resguardando a objetividade de sua anlise. Durkheim aconselhava o socilogo a encarar os fatos sociais como coisas, isto , objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivduos envolvidos pensassem ou declarassem a respeito. Tais formulaes seriam apenas opinies, juzos de valor individuais que podem servir de indicadores dos fatos sociais, mas mascaram as leis de organizao social, cuja racionalidade s acessvel ao cientista. A sociologia, de acordo com Durkheim, tinha por finalidade no s explicar a sociedade como tambm encontrar solues para a vida social. A sociedade, como todo organismo, apresentaria estados normais e patolgicos, isto , saudveis e doentios. Durkheim considera um fato social como normal quando se encontra generalizado pela sociedade ou quando desempenha alguma funo importante para sua adaptao ou sua evoluo. mile Durkheim (pinal, 15 de abril de 1858 Paris, 15 de novembro de 1917) considerado um dos pais da sociologia moderna. Durkheim foi o fundador da escola francesa de sociologia, posterior a Marx, que combinava a pesquisa emprica com a teoria sociolgica. reconhecido amplamente como um dos melhores tericos do conceito da coero social. Partindo da afirmao de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definio do normal e do patolgico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que ao mesmo tempo obrigatrio para o indivduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a conscincia coletiva so entidades morais, antes mesmo de terem uma existncia tangvel. Essa preponderncia da sociedade sobre o indivduo deve permitir a realizao desse, desde que consiga integrar-se a essa estrutura. Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurdica, pois preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperao e troca de servios entre os que participam do trabalho coletivo (preponderncia progressiva da solidariedade orgnica). A sociologia fortaleceu-se graas a Durkheim e seus seguidores. Suas principais obras so: Da diviso social do trabalho (1893); Regras do mtodo sociolgico (1894); O suicdio (1897); As formas elementares de vida religiosa (1912). Fundou tambm a revista L'Anne Sociologique, que afirmou a preeminncia durkheimiana no mundo inteiro.

RESUMO - SOCIOLOGIA DE DURKHEIM A Sociologia de Durkheim Tentativa de emancipar a sociologia das demais teorias da sociedade ( bases cientficas); Procura definir o objeto de estudo, o mtodo e as aplicaes das cincias sociais; Busca no positivismo o esprito cientfico ( inspirao ); No seu livro : As regras do mtodo sociolgico define o objeto de estudo da sociologia, segundo Durkheim, so os fatos sociais.

FATOS SOCIAIS Para Durkheim o fato social experiementado pelo indivduo como realidade independente e preexistente.

Caractersticas bsicas que distinguem os fatos sociais:

1) a Coero Social ; 2) fatores exteriores ao indivduo; 3) a generalidade 1) COERO SOCIAL : FORA QUE OS FATOS EXERCEM SOBRE OS INDVDUOS;

os indivduos se conformam com as regras da sociedade (essa fora se d atravs da lngua, das leis, das regras morais) A FORA COERCITIVA SE TORNA EVIDENTE PELAS SANES LEGAIS OU ESPONTNEAS

Sanes Legais: prescritas pela sociedade atravs de leis (penalidade e infrao definidas) Ex.: multas de trnsito, roubo... Sanes Espontneas: Resposta a uma conduta inadequada. olhar de reprovao das pessoas, pois est ferindo os bons costumes... O comportamento desviante num grupo social pode no ter penalidade prevista por lei, mas o grupo pode espontaneamente reagir castigando quem no se comporta de forma discordante em relao a determinados valores e princpios. A reao negativa da sociedade a certa atitude ou comportamento , muitas vezes, mais intimidadora do que lei. Educao: Para Durkheim tem um papel importante na conformao do indivduo sociedade em que vivem, seja e educao formal ou informal. A educao tem o papel de ajudar a internalizar as regras sociais. Ex.: uso de determinada lngua, gosto culinrio, determinados padres de arte... 2) Fatores exteriores ao indivduo: Esses fatores atuam sobre o indivduo independentemente de sua vontade ou de sua adeso consciente. Exemplo: Ao nascermos j encontramos as regras sociais , costumes e leis que somos coagidos a aceitar por meio de mecanismo de coero social, como a educao. Obs.: Voc no tem escolha. (hehehehe) Os fatos sociais so ao mesmo tempo coercitivos e dotados de existncia exterior s conscincias individuais. 3) a generalidade social todo fato que geral, que se repete em todos os indivduos ou, pelo menos, na maioria deles; que ocorre em distintas sociedades, em um determinado momento ou ao longo do tempo. Por generalidade, os acontecimentos manifestam sua natureza coletiva, sejam eles os costumes, os sentimentos comuns ao grupo, as crenas ou os valores. Formas de habitao, sistemas de comunicao e a moral existente numa sociedade apresentam essa generalidade. Objetividade do fato social:

O pesquisador deve manter distanciamento e neutralidade em relao aos fatos, sendo o mais objetivo possvel; o pesquisador deve, segundo Durkheim, deixar de lado pr-conceitos, valores e sentimentos pessoais; ( busca de uma verdade, conhecimento verdadeiro ) Conselho de Durkheim para os cientistas sociais : encarar os fatos sociais como coisas (objeto); Durkheim orienta o socilogo a ater-se queles acontecimentos mais gerais e repetitivos e que apresentam caractersticas exteriores comuns. Ex.: os crimes; Suicdio para Durkheim: Para Durkheim o suicdio um fato social por sua presena universal; fatores exteriores completamente independente aos suicidas. Durkheim verificou que o suicdio depende de leis sociais e no da vontade dos sujeitos. Ao estudar as taxas de suicdio percebeu a variao de acordo com o contexto histrico. Sociedade : um organismo em adaptao: Para Durkheim , a sociologia tinha por finalidade no s explicar a sociedade como tambm encontrar solues para a vida social. Encara a sociedade como um organismo que pode estar em estado normal ou patolgico; Para Durkheim um fato social normal generalidade garante a normalidade representado atravs de um consenso social vontade coletiva; Quando um fato pe em risco a harmonia, o acordo, o consenso e, portanto, a adaptao e a evoluo da sociedade, estamos diante de um acontecimento mrbido e de uma sociedade doente. Portanto, normal aquele fato que no extrapola os limites dos acontecimentos mais gerais da sociedade... Patolgico aquele que se encontra fora dos limites permitidos pela ordem social e pela moral vigente. Os fatos patolgicos , como as doenas, so considerados transitrios e excepcionais. A Conscincia coletiva: Para Durkheim os fatos sociais independem daquilo que indivduo pensa e faz em particular; conscincia individual X conscincia coletiva Conscincia Coletiva: conjunto das crenas e dos sentimentos comuns medida dos membros de uma mesma sociedade que forma um sistema determinado com a vida prpria Obs.: A conscincia coletiva no se baseia na conscincia de indivduos singulares ou de grupos especficos, mas est espalhada por toda sociedade. A conscincia coletiva define o que imoral ou criminoso. Morfologia social: as espcies sociais:

Para Durkheim toda sociedade havia evoludo de uma forma social mais simples para uma mais complexa. Baseando se nessa idia diz que o motor da evoluo das sociedades era a passagem da solidariedade mecnica para a solidariedade orgnica. Solidariedade Mecnica: Solidariedade orgnica: Predominava em sociedades pr-capitalistas, onde os indivduos se identificavam por meio da famlia, da religio, da tradio e dos costumes, permanecendo em geral independentes e autnomos em relao diviso social do trabalho. A conscincia coletiva exerce aqui todo seu poder de coero sobre os indivduos. tpico da sociedade capitalista, em que, pela acelerada diviso do trabalho social, os indivduos se tornavam inter-independentes. Essa interindependncia garante a unio social, em lugar dos costumes e das tradies ou das relaes sociais estreitas, como ocorre nas sociedades contemporneas. Nas sociedades capitalistas, a conscincia coletiva se afrouxa, ao mesmo tempo em que os indivduos tornam-se mutuamente dependentes, cada qual se especializa numa atividade e tende a desenvolver maior autonomia pessoal.

Auguste Comte considerado o pai da sociologia, mas foi mile Durkheim quem emancipou a sociologia e a constituiu uma matria cientfica, sendo assim considerado um dos primeiros grandes tericos da mesma. Em 1895, Durkheim publicou uma de suas obras fundamentais, em que define o objetivo da Sociologia: os fatos sociais. Segundo ele, os fatos sociais possuem 3 caractersticas: coero social, exterioridade aos indivduos e generalidade. Coero social a fora que os fatos exercem sobre os indivduos, levando-os a se conformar com a sociedade em que vivem. O grau de coero se mede pelas consequncias a que o indivduo se submete ao se rebelar. As consequncias podem ser legais ou espontneas. Legais so as que a sociedade prescreveu sob forma de lei, nas quais se estabelece a infrao e sua penalidade. Espontneas so as que surgem quando a ao no comum ao que a sociedade est acostumada. O indivduo, ao praticar essa ltima sano, est sujeito penalizao da sociedade, embora no haja uma lei que penalize oficialmente. A segunda caracterstica, exterioridade aos indivduos, se refere aos fatos sociais agirem sobre os indivduos independentemente da sua vontade. As regras sociais e os costumes j existem antes do nascimento destes indivduos, apenas so impostas a eles por meio da educao. E a terceira caracterstica a generalidade, ou seja, os fatos sociais se repetem para todos os indivduos, (ou para a maioria deles). Por conta dessa generalidade, os fatos sociais manifestam seu estado comum ao grupo de indivduos (como a habitao, os meios de comunicao, etc.). Depois de caracterizar os fatos sociais, Durkheim definiu o mtodo de conhecimento da sociologia. Para ele, o socilogo deve ser neutro em relao aos fatos, assim preservando a objetividade de sua anlise. Alm disso, preciso que ele deixe de lado a sua opinio pessoal sobre o estudo, pois isso pode distorcer os fatos. Para Durkheim, o trabalho cientfico exigia a eliminao de traos de objetividade, alm de um distanciamento bsico. O mesmo aconselhava o socilogo a encarar os fatos sociais como coisas, ou seja, observ-los e compar-los independentemente da opinio dos indivduos envolvidos. Com isso Durkheim queria definir a sociologia como cincia, e romper com os achismos que distorcem a realidade social. Durkheim tambm estudou o suicdio com profundidade. Segundo ele, o suicdio constitui-se em fato social justamente por possuir as caractersticas apresentadas. geral (existe em todas as sociedades) e, mesmo resultando de causas particulares, possui certa regularidade, aumentando ou diminuindo de intensidade em certos momentos histricos. Tambm segundo o mesmo, a Sociologia tem o papel de encontrar solues para a vida social. A sociedade apresentaria estados normais (quando um fato social se encontra generalizado pela sociedade ou quando realiza um papel importante para sua evoluo, como o crime, por exemplo) ou patolgicos (que so os que se encontram fora da ordem social. Pem em risco a evoluo da sociedade, embora sejam passageiros, transitrios e excepcionais). Outra teoria de Durkheim afirma que, embora cada indivduo possua seu jeito de pensar e agir, no interior de cada sociedade h padres de pensamentos e conduta. Isso ele chamou de conscincia

coletiva, que o conjunto de crenas comuns mdia dos membros de uma sociedade. Ela revelaria o tipo psquico da sociedade, que seria algo imposto aos indivduos. A conscincia coletiva um conjunto de regras rgidas e estabelecidas que delimitam os atos individuais. ela que define o que criminoso, imoral ou reprovvel numa sociedade. Durkheim defendia outra posio: de que a Sociologia deveria ainda comparar as diferentes sociedades. Criou-se ento a morfologia social, que classificava as espcies sociais, referindo-se s espcies biolgicas. Essa referncia considerada errnea, j que o comportamento humano resulta de caractersticas universais de uma mesma espcie. Durkheim considerava que todas as sociedades evoluram de uma forma social primitiva, a partir da qual foi possvel a criao de novas espcies sociais, como cls e tribos. Durkheim se distingue dos demais socilogos porque suas ideias e teorias ultrapassaram a filosofia e constituram um sistema de teorias e metodologias sobre a sociedade. Nos seus estudos foram encontrados inovadores usos da matemtica e da anlise qualitativa e quantitativa. Ele elaborou um conjunto de tcnicas de pesquisa que guiava o cientista para os meios adequados de interpretar um objeto de estudo. Em vista desses aspectos, os limites impostos pelo positivismo perderam a importncia, fazendo do trabalho de Durkheim um objeto de interesse da Sociologia contepornea.

mile DurkheimOrigem: Wikipdia, a enciclopdia livre.

mile Durkheim (pinal, 15 de abril de 1858 Paris, 15 de novembro de 1917) considerado um dos pais da Sociologia moderna, tendo sido o fundador da escola francesa, posterior a Marx, que combinava a pesquisa emprica com a teoria sociolgica. amplamente reconhecido como um dos melhores tericos do conceito da coeso social. Partindo da afirmao de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definio do normal e do patolgico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que ao mesmo tempo obrigatrio para o indivduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a conscincia coletiva so entidades morais, antes mesmo de terem uma existncia tangvel. Essa preponderncia da sociedade sobre o indivduo deve permitir a realizao deste, desde que consiga integrar-se a essa estrutura. Para que reine certo consenso nessa sociedade, deve-se favorecer o aparecimento de uma solidariedade entre seus membros. Uma vez que a solidariedade varia segundo o grau de modernidade da sociedade, a norma moral tende a tornar-se norma jurdica, pois preciso definir, numa sociedade moderna, regras de cooperao e troca de servios entre os que participam do trabalho coletivo (preponderncia progressiva da solidariedade orgnica). A sociologia fortaleceu-se graas a Durkheim e seus seguidores. Suas principais obras so: Da diviso do trabalho social (1893); Regras do mtodo sociolgico (1895);O suicdio (1897); As formas elementares de vida religiosa (1912). Fundou tambm a revista L'Anne Sociologique, que afirmou a preeminncia durkheimiana no mundo inteiro.

[editar]Biografiamile Durkheim nasceu em pinal, na Lorraine no dia 15 de abril de 1858. Descendente de uma famlia judia. Iniciou seus estudos filosficos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para Alemanha. Ainda moo decidiu no seguir o caminho dos familiares levando, pelo contrrio, uma vida bastante secular. Em sua obra, por exemplo, explicava os fenmenos religiosos a partir de fatores sociais e no divinos. Tal fato no o afastou, no entanto, da comunidade judaica. Muitos de seus colaboradores, entre eles seu sobrinho Marcel Mauss formaram um grupo que ficou conhecido como escola sociolgica francesa. Entrou na cole Normale Suprieure em 1879 juntamente com Jean Jaurs e Henri Bergson. Durante estes estudos teve contatos com as obras de August Comte e Herbert Spencer que o influenciaram significativamente na tentativa de buscar a cientificidade no estudo das humanidades. Suas principais obras so: Da diviso do trabalho social, As regras do mtodo sociolgico, O suicdio, Formas elementares da vida religiosa, Educao e sociologia, Sociologia e filosofia. Morreu em Paris em 15 de novembro de 1917 e encontra-se sepultado no Cemitrio do Montparnasse na capital francesa[1].

[editar]PensamentoDurkheim formou-se em Filosofia, porm sua obra inteira dedicada Sociologia. Seu principal trabalho na reflexo e no reconhecimento da existncia de uma "Conscincia Coletiva". Ele parte do princpio que o homem seria apenas um animal selvagem que s se tornou Humano porque se tornou socivel, ou seja, foi capaz de aprender hbitos e costumes caractersticos de seu grupo social para poder conviver no meio deste. A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de "Socializao", a conscincia coletiva seria ento formada durante a nossa socializao e seria composta por tudo aquilo que habita nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse "tudo" ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da Sociologia. Nem tudo que uma pessoa faz um fato social, para ser um fato social tem de atender a trs caractersticas: generalidade, exterioridade e coercitividade. Isto , o que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades individuais, um comportamento estabelecido pela sociedade. No algo que seja imposto especificamente a algum, algo que j estava l antes e que continua depois e que no d margem a escolhas. O mrito de Durkheim aumenta ainda mais quando publica seu livro "As regras do mtodo sociolgico", onde define uma metodologia de estudo, que embora sendo em boa parte extrada das cincias naturais, d seriedade nova cincia. Era necessrio revelar as leis que regem o comportamento social, ou seja, o que comanda os fatos sociais. Em seus estudos, os quais serviram de pontos expiatrios para os incios de debates contra Gabriel Tarde (o que perdurou praticamente at o fim de sua carreira), ele concluiu que os fatos sociais atingem toda a sociedade, o que s possvel se admitirmos que a sociedade um todo integrado. Se tudo na sociedade est interligado, qualquer alterao afeta toda a sociedade, o que quer dizer que se algo no vai bem em algum setor da sociedade, toda ela sentir o efeito. Partindo deste raciocnio ele desenvolve dois dos seus principais conceitos:Instituio social e Anomia. A instituio social um mecanismo de proteo da sociedade, o conjunto de regras e procedimentos padronizados socialmente, reconhecidos, aceitos e sancionados pela sociedade, cuja importncia estratgica manter a organizao do grupo e satisfazer as necessidades dos indivduos que dele participam. As instituies so, portanto, conservadoras por essncia, quer seja famlia, escola,governo, polcia ou qualquer outra, elas agem fazendo fora contra as mudanas, pela manuteno da ordem. Durkheim deixa bem claro em sua obra o quanto acredita que essas instituies so valorosas e parte em sua defesa, o que o deixou com uma certa reputao de conservador, que durante muitos anos causou antipatia a sua obra. Mas Durkheim no pode ser meramente tachado de conservador, sua defesa das instituies se baseia num ponto fundamental, o ser humano necessita se sentir seguro, protegido e respaldado. Uma sociedade sem regras claras (num conceito do prprio Durkheim, "em estado de anomia"), sem valores, sem limites leva o ser humano ao desespero. Preocupado com esse desespero, Durkheim se dedicou ao estudo da criminalidade, do suicdio e da religio. O homem que inovou construindo uma nova cincia inovava novamente se preocupando com fatores psicolgicos, antes da existncia daPsicologia. Seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da obra de outro grande homem: Freud. Basta uma rpida observao do contexto histrico do sculo XIX, para se perceber que as instituies sociais se encontravam enfraquecidas, havia muito questionamento, valores tradicionais eram rompidos e novos surgiam, muita gente vivendo em condies miserveis, desempregados, doentes e marginalizados. Ora, numa sociedade integrada essa gente no podia ser ignorada, porque de uma forma ou de outra, toda a sociedade sofreria as consequncias. Aos problemas que observou, classificou como patologia social, e chamou aquela sociedade doente de "Anomana". A anomia era a grande inimiga da

sociedade, algo que devia ser vencido, e a sociologia era o meio para isso. O papel do socilogo seria, portanto, estudar, entender e ajudar a sociedade. Na tentativa de "curar" a sociedade da anomia, Durkheim escreve "Da diviso do trabalho social", onde discorre sobre a necessidade de se estabelecer uma solidariedade orgnica entre os membros desta. A soluo estaria em seguir o exemplo de um organismo biolgico, onde cada rgo tem uma funo e depende dos outros para sobreviver. Se cada membro exercer uma funo especfica na diviso do trabalho da sociedade, ele estar vinculado a ela atravs de um sistema de direitos e deveres, e tambm sentir a necessidade de se manter coeso e solidrio aos outros. O importante para Durkheim que o indivduo realmente se sinta parte de um todo, que realmente precise da sociedade de forma orgnica, interiorizada e no meramente mecnica.

[editar]Principais

obras

Da diviso do trabalho social, 1893; Regras do mtodo sociolgico, 1895; O suicdio, 1897; As formas elementares de vida religiosa, 1912;