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TAMIRES GREGÓRIO MENESES VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL EMILE DURKHEIM: AS DUAS FACES DA MOEDA O HOMEM E O SOCIOLOGO Salvador 2012

Relatório emile durkheim

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Page 1: Relatório emile durkheim

TAMIRES GREGÓRIO MENESES

VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA

VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL

EMILE DURKHEIM: AS DUAS FACES DA MOEDA

O HOMEM E O SOCIOLOGO

Salvador

2012

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TAMIRES GREGÓRIO MENESES

VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA

VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL

EMILE DURKHEIM: OS DOIS LADOS DA MOEDA

O HOMEM E O SOCIOLOGO

Relatório de Pesquisa solicitado como objeto de avaliação parcial da I Unidade pela professora Eliane Navarro da Disciplina de Sociologia no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Sob orientação da professora Eliane Navarro.

Salvador

2012

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TAMIRES GREGÓRIO MENESES

VICTOR SAID DOS SANTOS SOUSA

VICTÓRIA BENVENUTO DA SILVA CABRAL

Relatório de Pesquisa solicitado como objeto de avaliação parcial da I Unidade pela professora Eliane Navarro da Disciplina de Sociologia no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Sob orientação da professora Eliane Navarro.

Comprovante de Veracidade e Participação

Eliane Navarro – Orientadora_____________________

Estudante____________________________________

Estudante____________________________________

Estudante____________________________________

Page 4: Relatório emile durkheim

Pois bem, é verdade que estou a devanear sob este impuro mundo. Mas nada me

impede de prosseguir em minha jornada caminho a fora. É um fato indiscutível que

existo para tentar ser feliz, mas isso nada me impede de tentar buscar uma

alternativa distinta para minha Jornada. Mas no fim sei que tudo que posso fazer é

tão pouco, mas ainda assim insistirei até o ultimo momento, é devaneante, eu sei.

Mas nada posso fazer esta é minha natureza, pois que para concluir valho-me de

duas breves citações, uma de Henry David Thoreau e outra, seguinte, do meu

idolatrado, Doutor Gregory House. São elas: “Nunca é Tarde Para Abrirmos Mão dos

Nossos Preconceitos” e “Existem 3 opções nessa vida: ser bom em algo, ficar bom

ou desistir”.

Victor Said

Page 5: Relatório emile durkheim

RESUMO

Esta obra expõe a vida de David Emile Durkheim, o pai da sociologia, assim como efetua um estudo de cada uma de suas obras, metodologia, teorias, importância, influência e o contexto histórico o qual vivia, também mostrando a influência deste para a vida e obra de Durkheim. Sua história influência diretamente em suas principais obras e são elas que irão caracterizá-lo como o “pai da sociologia”, ao menos, um deles. A obra focada neste relatório é “O Suicídio”, esta obra expõe as características e circunstancias que ocorre um suicídio. Tal obra baseia-se metodologicamente em “As Regras do Método Sociológico”, primeira obra que explica como deve-se efetuar um estudo sociológico. Sendo que este relatório, orientado pela professora Eliane Navarro, baseia-se nas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), sendo objeto de avaliação parcial da 1º unidade no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Palavras Chave: Durkheim, O Suicídio, metodologia e sociologia.

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Lista de Ilustrações

Figura 1 Emile Durkheim 08

Figura 2 Da Divisão do Trabalho Social 15

Figura 3 As Regras do Método Sociológico 17

Figura 4 As Formas Elementares de Vida Religiosa 19

Figura 5 A Estrutura da Sociedade para Durkheim 21

Figura 6 O Suicídio 23

Page 7: Relatório emile durkheim

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 07

2. A VIDA EMILE DURKHEIM 08

2.1. CONTEXTO HISTÓRICO 09

3. AS PRINCIPAIS TEORIAS E A METOLOGIA 13

4. PRINCIPAIS OBRAS 15

4.1. DA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO 15

4.2. AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO 17

4.3. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA 18

5. A SOCIEDADE PARA DURKHEIM 20

6. INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA DE DURKHEIM 22

7. O SUICÍDIO 23

7.1. LIVRO I 23

7.2. LIVRO II 27

7.2.1. Capítulo dois - O suicídio egoísta 28

7.2.2. Capítulo três - O suicídio egoísta (continuação) 29

7.2.3. Capítulo quatro - O suicídio altruísta 31

7.2.4. Capítulo cinco – O suicídio anômico 33

7.2.4.1. Formas individuais dos diferentes tipos de suicídios 34

7.3. LIVRO III 35

7.3.1. Capitulo um - O elemento social do suicídio 35

7.3.2. Capitulo dois - Relações do suicídio com outros fenômenos sociais 36

7.3.3. Capitulo três - Conclusões práticas 37

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 39

ANEXOS 41

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1. INTRODUÇÃO

O presente relatório solicitado pela professora Eliane Navarro da disciplina de

Sociologia docente no Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da

Bahia – IFBA, Coordenação de Automação e Controle Industrial. Trás como principal

objetivo a inseminação dos trabalhos técnicos baseados na norma da ABNT

(associação Brasileira de Normas Técnicas) aos estudantes do 2º ano do curso de

automação e controle industrial. Assim como uma melhor compreensão do tema

abordado, Emile Durkheim: Vida e Obra.

Este relatório baseia-se no método da revisão bibliográfica e tem como

professora Orientadora a professora Eliane Navarro. Para a elaboração da pesquisa

bibliográfica foi utilizado os mais diversos tipos de fontes. Desde livros a apostilas,

slides, artigos científicos, resumos e as próprias obras do autor.

Este relatório ainda busca dar continuidade às práticas e exercício das

normas técnicas regidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)

que estarão presentes ao longo do curso e de suas futuras profissões. Visando

exercitar e analisar os conhecimentos dos estudantes até aqui obtidos.

Page 9: Relatório emile durkheim

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2. A VIDA EMILE DURKHEIM

David Emile Durkeim, figura 1, nasceu em Epinal, Noroeste da França no

Departamento de Voges, entre a Alsácia e a Lorena, no dia 15 de Abril de 1858.

Durkheim vinha de família humilde e judia, seu pai era rabino e devido a isso

recebeu educação e formação religiosa voltadas para o judaísmo, frequentou a

escola rabina durante determinado tempo, porém após uma viagem a Paris, em

1877, proclamou-se agnóstico (pessoa que acredita na incapacidade humana de

compreender a Deus e comprovação da existência d’Ele ou em qualquer divindade.

Um agnóstico pode acreditar em Deus ou não). Apesar de não tornar-se rabino, os

hábitos da cultura judia mantiveram-se firmes, Emile era devoto ao trabalho,

disciplinado e fiel ao que fazia (ensinamentos primordiais para tornar-se rabino).

Figura 1 – Emile Durkheim

Fonte: www.directoriodeartigos.com

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2.1. CONTEXTO HISTÓRICO

Na adolescência, o jovem David Émile presenciou uma série de

acontecimentos que marcaram decisivamente todos os franceses em geral e a ele

próprio em particular: a 1º de setembro de 1870, a derrota de Sedan; a 28 de janeiro

de 1871, a capitulação diante das tropas alemãs; de 18 de março a 28 de maio, a

insurreição da Comuna de Paris; a 4 de setembro, a proclamação da que ficou

conhecida como III República, com a formação do governo provisório de Thiers até a

votação da Constituição de 1875 e a eleição do seu primeiro presidente (Mac-

Mahon). Thiers fora encarregado tanto de assinar o tratado de Frankfurt como de

reprimir os communards, até à liquidação dos últimos remanescentes no "muro dos

federados". Por outro lado, a vida de David Émile foi marcada pela disputa franco-

alemã: em 1871, com a perda de uma parte da Lorena, sua terra natal tornou-se

uma cidade fronteiriça; com o advento da Primeira Guerra Mundial, ele viu partir

para o f front numerosos discípulos seus, alguns dos quais não regressaram,

inclusive seu filho Andrès, que parecia destinado a seguir a carreira paterna.

No entretempo, Durkheim assistiu e participou de acontecimentos marcantes

e que se refletem diretamente nas suas obras, ou pelo menos nas suas aulas. O

ambiente é por vezes assinalado como sendo o “vazio moral da III República”,

marcado seja pelas conseqüências diretas da derrota francesa e das dívidas

humilhantes da guerra, seja por uma série de medidas de ordem política, dentre as

quais duas merecem destaque especial, pelo rompimento com as tradições que elas

representam. A primeira e a chamada lei Naquet, que instituiu o divórcio na França

após acirrados debates parlamentares, que se prolongaram de 1882 a 84. A

segunda é representada pela instrução laica, questão levantada na Assembléia em

1879, por Jules Ferry, encarregado de implantar o novo sistema, como Ministro da

Instrução Pública, em 1882. Foi quando a escola se tornou gratuita para todos,

obrigatória dos 6 aos 13 anos, além de ficar proibido formalmente o ensino da

religião. O vazio correspondente à ausência do ensino de religião na escola pública

tenta-se preencher com uma pregação patriótica representada pela que ficou

conhecida como “instrução moral e cívica”.

Page 11: Relatório emile durkheim

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Ao mesmo tempo que essas questões políticas e sociais balizavam o seu

tempo, uma outra questão de natureza econômica e social não deixava de

apresentar continuadas repercussões políticas e o que se denominava questão

social, ou seja, as disputas e conflitos decorrentes da oposição entre o capital e o

trabalho, vale dizer, entre patrão e empregado, entre burguesia e proletariado. Um

marco dessa questão foi a criação, em 1895, da Confédération Générale du Travail

(CGT). A bipolarização social preocupava profundamente tanto a políticos como a

intelectuais da época, e sua interveniência no quadro político e social do chamado

tournant du siècle não deixava de ser perturbadora.

Com efeito, apesar dos traumas políticos e sociais que assinalam o início da

III República, o final do século XIX e começo do século XX correspondem a uma

certa sensação de euforia, de progresso e de esperança no futuro. Se bem que os

êxitos econômicos não fossem de tal ordem que. pudessem fazer esquecer a

sucessão de crises (1900-01, 1907, 1912-13) e os problemas colocados pela

concentração, registrava-se uma série de inovações tecnológicas que provocavam

repercussões imediatas no campo econômico. É a era do aço e da eletricidade que

se inaugura, junto com o início do aproveitamento do petróleo como fonte de energia

ao lado da eletricidade que se notabiliza por ser uma energia “limpa”, em contraste

com a negritude do carvão, cuja era declinava e que, ao lado da telegrafia, marcam

o início do que se convencionou chamar de “segunda revolução industrial”, qual

seja, a do motor de combustão interna e do dínamo.

Além dessas invenções, outras se sucediam. Embora menos importantes,

eram sem dúvida mais espetaculares, como o avião, o submarino, o cinema, o

automóvel, além das rotativas e do linotipo que tornaram as indústrias do jornal e do

livro capazes de produções baratas e de atingir um público cada vez maior. Tudo

isso refletia um avanço da ciência, marcada pelo advento da teoria dos quanta, da

relatividade, da radioatividade, da teoria atômica, além do progresso em outros

setores mais diretamente voltados à aplicação, como a das ondas hertzianas, das

vitaminas, do bacilo de Koch, das vacinas de Pasteur etc.

Não é pois de se admirar que vigorasse um estilo de vida belle époque, com a

Exposição Universal. comemorativa do centenário da revolução, seguida da

exposição de Paris, simultânea com a inauguração dométro em 1900. O último

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quartel do século fora marcado, além da renovação da literatura, do teatro e da

música, pelo advento do impressionismo, que tirou a arte pictórica dos ambientes

fechados, dos grandes acontecimentos e das grandes personalidades da

monumentalidade, enfim para se voltar aos grandes espaços abertos, para as cenas

e os homens comuns para o cotidiano.

Porque este homem comum é que se vê diante dos grandes problemas

representados pelo pauperismo, pelo desemprego, pelos grandes fluxos migratórios.

Ele é objeto de preocupação do movimento operário, que inaugura, com a fundação

da CGT no Congresso de Limoges, uma nova era do sindicalismo, que usa a greve

como instrumento de reivindicação econômica e não mais exclusivamente política. É

certo que algumas conquistas se sucedem, com os primeiros passos do seguro

social e da legislação trabalhista, sobretudo na Alemanha de Bismarck.

Mas se objetivam também medidas tendentes a aumentar a produtividade do

trabalho, como o “taylorismo” (1912). Também a Igreja se volta para o problema,

com a encíclica Rerum Novarum (1891), de Leão XIII, que difunde a idéia de que o

proletariado poderia deixar de ser revolucionário na medida em que se tornasse

proprietário. É a chamada “desproletarização” que se objetiva, tentada através de

algumas "soluções milagrosas", tais como o cooperativismo, corporativismo,,

participação nos lucros etc. Pretende-se, por várias maneiras, contornar a questão

social e eliminar a luta de classes, espantalhos do industrialismo.

Enfim, estamos diante do “espírito moderno”. Na École Normale Supérieure, o

jovem David Émile tivera oportunidade de assistir às aulas de Boutroux, que assinala

os principais traços característicos dessa época: progresso da ciência (não mais

contemplativa, mas agora transformadora da realidade), progresso da democracia

(resultante do voto secreto e da crescente participação popular nos negócios

públicos), além da generalização e extraordinário progresso da instrução e do bem-

estar. Como corolário desses traços, o mestre neokantiano ressalta as correntes de

idéias derivadas, cuja difusão viria encontrar eco na obra de Durkheim: aspira-se à

constituição de uma moral realmente científica (o progresso moral equiparando-se

ao progresso científico); a moral viria a ser considerada como um setor da ciência

das condições das sociedades humanas (a moral é ela própria um fato social) ; a

moral se confunde enfim com civilização o povo mais civilizado é o que tem mais

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direitos e o progresso moral consiste no domínio crescente dos povos cuja cultura

seja a mais avançada.

Não é pois de se admirar que essa época viesse também a assistir a uma

nova vaga de colonialismo, não mais o colonialismo da caravela ou do barco a

vapor, mas agora o colonialismo do navio a diesel, da locomotiva, do aeroplano, do

automóvel e de toda a tecnologia implícita e eficiente, além das novas

manifestações morais e culturais. Enfim, Durkheim foi um homem que assistiu ao

advento e à expansão do neocapitalismo, ou do capitalismo monopolista. Ele não

resistiu aos novos e marcantes acontecimentos políticos representados pela

Primeira Guerra Mundial, com o aparecimento simultâneo tanto do socialismo na

Rússia como da nova roupagem do neocapitalismo, representada pelo Welfare

State.

Tamanhas influências levaram Durkheim, em 1879, a optar pelo curso de

Filosofia na Escola Normal Superior de Paris. Após sua formação em 1882 como

Agrégé Philosophie, ainda neste ano Durkheim participa de concursos para docente

em filosofia e é aprovado como professor em Sens e Saint-Quentin. Após três anos

de docência Durkheim parte para a Alemanha onde estuda ciências sociais e lá

permanece mais um ano. Em 1893 defende sua Tese de Doutorado: Da divisão do

Trabalho Social. Que são seguidas de: As Regras do método sociológico, em 1895;

O suicídio, em 1897 e por fim, Formas Elementares da Vida Religiosa. Em 1915

perde eu filho na 1º Guerra Mundial, morrendo dois anos depois, em 1917.

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3. AS PRINCIPAIS TEORIAS E A METOLOGIA

Durkheim possuía várias teorias, mas utilizava uma em especial que

fundamentou os objetivos dos seus principais livros: Da Divisão do Trabalho Social,

As Regras do Método Sociológico, O Suicídio e As Formas Elementares de Vida

Religiosa. Tal teoria seria denominada por Durkheim como “Fatos Sociais”. Essa

teoria surge a partir de uma afirmação feita por ele, que dizia um seguinte: “Os fatos

sociais devem ser tratados como coisas”.

A partir de tal afirmação Durkheim fundamenta o que viria a ser a formulação

da sociedade que este tanto idealizava. Nesta sociedade havia a questão do normal

e do patológico. Também se tinha a questão da definição do fato social e através da

mesma obteve suas características e as regras que possibilitariam um sociólogo a

realizar sua análise e contextualização, que será apresentado como objetivo no seu

livro As Regras do Método Sociológico.

A sociedade, para ele, possuía divisões das funções do trabalho e devido a

isto pôde obter a expressão solidariedade e seu conceito. Como as sociedades não

são as mesmas, para cada uma surge uma forma de solidariedade. Nesta questão

teremos os tipos de solidariedade. Este tema se encontra como objetivo no livro Da

Divisão do Trabalho Social. Esta divisão não seria possível se ele não utilizasse a

questão do fato social, já que a mesma possui relação direta com os temas

abordados nos livros, como já foi salientado anteriormente.

Na sociedade de Durkheim havia também a socialização, onde o homem

deixa de pensar só nele e passava a pensar em todos que participam da sua

sociedade, ou seja, aceitaria os costumes e hábitos da mesma. A partir desta

socialização surgia à consciência social e esta por sua vez “controlava” a

consciência individual, que seria o homem no estágio de um animal selvagem, que

só pensava em seus benefícios próprios. Dentro desta consciência coletiva obtém-

se o fato social, que será sua principal tese.

Essa parte social que foi formulada por Durkheim é utilizada na atualidade em

partes, já que ainda existe a questão do individualismo, onde as pessoas que

compõem a sociedade não realizam seus deveres e só querem ter seus direitos

respeitados. São poucos aqueles que pensam no bem social, nos outros, nos

indivíduos que compõem a sociedade que esses indivíduos participam. Então não

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podemos dizer que é uma sociedade, já que não obedece aos princípios formulados

por Durkheim. Mas no geral a maioria dos princípios são respeitados e,

principalmente, obedecidos, existindo algumas subgestões em relação a alguns

conceitos. A partir destas subgestões entra a questão da área filosófica, que não

será discutida neste contexto.

Durkheim realizou uma contextualização da sua sociedade e ela foi de

extrema importância na construção da mesma que temos hoje e sem ela não

poderíamos formular a parte social dos indivíduos e, sem dúvida, não seríamos

capazes de nos relacionar com outros indivíduos de mesma espécie, ou seja, não

poderíamos exercer uma relação de solidariedade com outros seres humanos. E por

isso ele é considerado o melhor sociólogo que já tivemos na história e tem extrema

importância na sociedade.

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15

4. PRINCIPAIS OBRAS

4.1. DA DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO

Figura 2 – Da Divisão do Trabalho Social

Fonte: www.martinsfontespaulista.com.br

Esta obra tem por fundamento principal o entendimento das funções sociais

do trabalho e a sua forma de atuação na sociedade. Na modernidade, a divisão

social do trabalho é uma importante fonte coesiva ou também denominada

solidariedade social.

A divisão do trabalho gerencia a sociedade e a mesma tende a evoluir não só

a sociedade, mas também o indivíduo em questão. No trabalho social há a troca de

conhecimento, já que um ajuda o outro tanto indiretamente quanto diretamente.

Indiretamente seria o indivíduo fazer sua parte completamente, sem deixar erros,

para que outro indivíduo faça a sua parte sem precisar, em caso de alguma

ocorrência, ter que fazer a parte dele e depois consertar a sua. Já diretamente seria

Page 17: Relatório emile durkheim

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em um dado momento você ajudar uma pessoa na hora que ela está cumprindo

seus deveres e direitos, tirando dúvidas ou até mesmo auxiliando-o para que ele

acabe sua “tarefa”. Então a partir daí entre a parte da solidariedade.

Quando falamos de solidariedade, pensamos logo, ajudar outra pessoa ou

outras pessoas. Era esta questão que Durkheim queria abordar, mas,

principalmente, a solidariedade social, onde cada indivíduo faria sua parte,

independente de qualquer coisa, e essa ação contribuiria para a harmonia da

sociedade. Também entraria a questão de um ajudar o outro, ou seja, mesmo que

você tenha sua “tarefa” para fazer, você se disponibilizaria, nos momentos de pausa

da sua tarefa ou mesmo numa brecha que você tivesse, a ajudar o outro na sua

“tarefa”, sem reclamar e sem reclamar.

Como podemos perceber, a solidariedade engloba um conceito criado e

formulado por Durkheim, a chamada Consciência Coletiva, que consiste no caráter

de uma sociedade particular. A partir desta consciência podemos compreender

como a sociedade consegue garantir uma harmonia plena, com indivíduos

exercendo solidariedade uns com os outros a base de respeito mútuo.

Destes pontos já citados, podemos classificar os tipos de solidariedade que

existem na sociedade. Existem dois tipos de solidariedade, a solidariedade

mecânica e solidariedade orgânica. Podemos chamar de solidariedade mecânica

aquela que tem origem da sociedade capitalista, onde os indivíduos continuam

unidos devido à semelhança dos mesmos e não há a presença de indivíduo

diferente. Obtemos a coesão a partir desta uniformidade. Já a solidariedade que

chamamos de orgânica é aquela que tem como característica fundamental a divisão

do trabalho, onde, como já foi salientado anteriormente, obriga o indivíduo a cumprir

suas tarefas e a mesma força o indivíduo à prática de interagir com outros

indivíduos.

A solidariedade que encontramos e utilizamos na sociedade moderna é a

solidariedade orgânica. Ela ajuda tanto o indivíduo quanto o grupo social a

especializar-se, realizando uma cadeia com dependência mútua.

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4.2. AS REGRAS DO MÉTODO SOCIOLÓGICO

Figura 3 – As Regras do Método Sociológico

Fonte: df.quebarato.com.br

Nesta obra o autor enfatiza a questão do Fato Social e regras que o sociólogo

tem que levar em consideração para analisar e contextualizar um fato social.

Primeiramente Durkheim explica o que seria um fato social. Fato Social é

nada mais e nada menos, segundo Durkheim, do que toda maneira de agir, pensar e

sentir, fixada ou não susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior;

ou então, que é geral no âmbito de uma sociedade, tendo, ao mesmo tempo, uma

existência própria, independente de suas manifestações individuais.

Após esta breve definição Durkheim apresenta características fundamentas

para se identificar se um acontecimento é um fato social ou não. As características

fundamentas de uma fato social são:

• Generalidade: Quando o fato apresenta característica comum a todos os

indivíduos, ou seja, o mesmo fato acontece com a grande maioria dos

indivíduos;

Page 19: Relatório emile durkheim

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• Exterioridade: Quando o fato é externo ao indivíduo, independente da sua

vontade;

• Coercividade: Aparece por intermédio dos indivíduos que são forçados a

seguirem os comportamentos que a sociedade impõe.

Durkheim, para fazer suas análises da sociedade, se baseou no positivismo

de Karl Marx e Engels, onde a sociedade é analisada de forma objetiva, observando

o fato como objeto. Daí vem à afirmação dele de que “os fatos sociais devem ser

tratados como coisas”. Essa análise feita na sociedade deve ser descrita de forma

imparcial, neutra.

Com essa análise realizada, provou que os fatos sociais não possui

dependência em relação ao que o indivíduo pensa e faz em particular, sendo assim

o indivíduo possui sua existência própria. Através desta afirmação surgiu a

expressão “consciência coletiva”, onde Durkheim define como sendo um conjunto de

crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade

que formam um sistema determinado com vida própria.

Depois destas definições e destas caracterizações, o sociólogo poderá

analisar os fatos sociais mediante a uma questão fundamental: as regras do método

sociológico. Para realizar a análise com precisão é preciso que o sociólogo siga

algumas regras que são de extrema importância no campo da Sociologia.

4.3. AS FORMAS ELEMENTARES DA VIDA RELIGIOSA

Nesta obra em questão temos a religião relacionada ao indivíduo, onde à

medida que a sociedade cresce a religião não aparece muito no contexto social e os

adeptos diminuem. Explica quais são as bases das religiões, principalmente a da

época dele, a chamada totemismo primitivo, que se consagrou na Alemanha, onde o

autor desta obra morou e passou quase sua vida toda.

Antes de qualquer coisa é de vital importância citar as condições fundamentas

para o desenvolvimento da religião. Primeiramente, é necessário apresentar

conjuntos de crenças religiosas. Em segundo lugar, devemos deter de conjuntos de

ritos e terceira e última condição seria deter de um templo e uma comunidade moral.

Depois de apresentada essas condições, é necessário à definição de

totemismo primitivo, para entendermos e analisarmos a religião daquela época de

Page 20: Relatório emile durkheim

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conflitos. Totemismo Primitivo seria, segundo Durkheim, uma forma específica e

clara da consciência coletiva na sociedade primitiva. Esta definição define o caráter

social do surgimento da religião e seus fundamentos na estrutura social.

Durkheim afirmou que não existem religiões falsas. As religiões são oriundas

da sociedade.

Figura 4 – As Formas Elementares de Vida Religiosa

Fonte: www.paulus.com.br

Page 21: Relatório emile durkheim

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5. A SOCIEDADE PARA DURKHEIM

A sociedade, figura 2, para Durkheim, teria normas para uma boa convivência entre

os indivíduos que fazem parte dela e precisaria que seu todo apresentasse coesão.

Essa estrutura nem sempre apresentaria mesmas características, mas ainda sim

existiria esta estrutura que chamamos de integração. Caso um grupo de indivíduos

não apresente essa integração, o mesmo não poderia ser chamado de sociedade.

Essa integração possui elementos que são importantes para a sociedade. Um

destes elementos é a intensidade como os indivíduos se interagem entre si. Através

desta interação podemos realizar nos trabalhos socais e compartilhar

conhecimentos. Esse compartilhamento de conhecimento contribui e muito para a

evolução humana, que é importante para o indivíduo.

A ideia principal de Durkheim em relação a sua sociedade é que através desta troca

de saberes o indivíduo interaja com seu grupo ou sua sociedade.

Uma sociedade só terá um bom desempenho se os valores, as crenças e as normas

estabelecidas na mesma burlarem as ações individuais formando, assim, uma

solidariedade básica, que gerencia as atitudes humanas. Para isso utilizamos,

segundo Durkheim, a expressão consciência coletiva. Ela expressa a solidariedade

comum como sendo intermediária no controle do comportamento humano.

Os mecanismos utilizados para criar e manter a interação entre os indivíduos e a

divisão da consciência coletiva são: a família, a educação, o trabalho, a religião e

entre outros mecanismos.

A sociedade num todo, com seus procedimentos de socialização e internalização

individual, contribui para a assimilação e entendimento das suas crenças, dos seus

valores e das suas normas. Se o indivíduo entende esses procedimentos, com

certeza irá segui-las sem reclamar e sem desobedecê-las.

Nem sempre a sociedade envolvida seguirá os padrões citados anteriormente. Este

“descontrole” da sociedade pode acontecer devido a um ponto importantíssimo: a

mesma não apresenta características semelhantes em todas as épocas e a sua

estrutura social se modifica ao longo dos anos. Por esse motivo podemos afirmar

que em alguns desses “descontroles” da sociedade não foi o indivíduo que cometeu

erros. É importante ressaltar que esse tipo de “descontrole” é denominado, por

Durkheim, de anomia.

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Figura 5 – A Estrutura da Sociedade para Durkheim

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6. INFLUÊNCIA E IMPORTÂNCIA DE DURKHEIM

Durkheim foi o pai da ciência que chamamos de Sociologia Moderna e

distinguiu esta ciência das outras. Unificou a pesquisa experimental com a teoria

sociológica. Era teoricamente muito hábil no conceito coesão social. Tornou o

sociólogo uma grande influência na Sociologia enquanto matéria curricular.

Além destes fatores, fez com que a Sociologia se focasse em determinantes

sócio-estruturais e não mais em interpretações biológicas ou psicológicas das

atitudes dos indivíduos.

A sociologia, enquanto disciplina, pôde ser definida precisamente, além de

possuir métodos específicos para analisar determinadas situações que ocorrem na

sociedade e a partir disso foi possível disponibilizar uma aplicação para esta

disciplina.

A metodologia de Durkheim contribui para o estudo da sociedade e o que

devemos mudar em relação ao nosso comportamento no meu social. O indivíduo

passou a entender o porquê de a sociedade formular e impor leis para que o mesmo

cumpra e compreender os motivos que levam a acontecimentos, que na sua grande

maioria, chocam a sociedade.

Essas metodologias também contribuíram para evolução das sociedades e

principalmente do indivíduo, que a cada dia busca sua evolução e para isso tem que

melhorar seu desempenho no trabalho, ou seja, aumentar mais suas interações com

seus grupos sociais. Claro que ainda temos uma dificuldade de interação, mas isso

ao longo dos anos vai melhorando.

Para o meio científico, a Sociologia contribuiu na Historiografia. Se não

entendemos a sociedade como podemos entender a história daquela época? Então

ela é de extrema importância para a Historiografia porque, além dela trabalhar com

os acontecimentos das épocas passadas, ela tenta compreender o que a sociedade

influenciou para que esse fato acontecesse.

Durkheim enfatizou muito a questão das instituições sociais (família, escola,

entre outros) e hoje elas só possuem esse valor imenso na sociedade graças a essa

valorização por parte dele.

Page 24: Relatório emile durkheim

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7. O SUICÍDIO

Figura 6 – O Suicídio

Fonte: suicidioesociedade.blogspot.com

7.1. LIVRO I

No primeiro capitulo o autor apresenta o suicídio de forma geral iniciando

depois a desmentir as teorias dos alienistas, que articulavam que todo o suicida

apresenta deficiência mental, e para fazer a afirmação que existe muito mais que

loucura influenciando os suicídios Europeus ele se utiliza de uma relação entre

loucos e idiotas, a cada 100 mil habitantes, e de suicidas, a cada milhão de

habitantes, chegando a explicar um pouco do método de pesquisa sociológica

durante a elucidação do porquê de utilizar números tão elevados em pesquisa

populacional. Ao fim, graças a diversos países que possuíam taxas não

Page 25: Relatório emile durkheim

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proporcionais de alienados e suicidas ele chega à conclusão que os alienistas não

poderiam ter criado teoria mais absurda do que a que todo o suicida é louco.

No segundo capitulo ele começa se inquirindo sobre os conceitos de raça

influenciando o suicídio, e começa a estudar especificamente o caso da população

germânica, pois entre eles o índice alto de suicidas o chama mais atenção, fazendo

com que ele principie um estudo histórico da população Celta, que mais tarde

transformar-se-iam na população germânica foi descoberto que eles tinham uma

relação muito intima com o suicídio e tal relação os influencia até hoje. Depois ele

passa ao povo francês que possui maior taxa de suicídios na parte norte do país, e

em sua explicação diz que as partes norte e sul do país não foram completamente

associadas, formando assim uma barreira na qual a parte sul teve menos contato

com os outros países, evitando assim que a cultura do suicídio fosse melhor

disseminada nessa parte, diferentemente da parte norte que possui maior contato

com outros países que possuem maiores taxas de suicídio, como a Alemanha,

fazendo com que a taxa de suicídios aumentasse de modo a contrastar com a parte

sul do país.

A seguir se perguntando como a raça poderia influenciar tal ação Durkheim

cita a teoria na qual consta que o suicídio é uma questão de raça, deixando em

seguida claro que isso seria um ponto de hereditariedade, o que faria com que o

filho agisse igual ao pai em situações similares. O que segundo ele geraria algo

como uma monomania, coisa que os alienistas defendem e que ele havia acabado

de desmentir no capitulo um, ou seja, esse tipo de hereditariedade também não tem

influencia no suicídio, todavia existe uma hereditariedade que faria os filhos

chegarem ao suicídio, porém não os obriga a tal feito, e para ilustrar um caso de

hereditariedade na qual todos chegaram ao suicídio o autor faz uma elucidação que

foi citada por Gall de um pai que se mata e deixa uma fortuna de dois milhões aos

seus sete filhos que num intervalo de 40 anos todos chegaram ao suicídio, porém

nenhum deles havia chegado à miséria, muito pelo contrario haviam alguns até

aumentado seu capital.

Continuando sua explicação Émile diz que o suicídio possui um efeito

marcante nas pessoas ao redor, fazendo com que as pessoas na ânsia de

reproduzir algo que as impressionam, fazendo com que acabem por se matar às

Page 26: Relatório emile durkheim

25

vezes da mesma maneira até que a causa material de criar tal ideia na cabeça das

pessoas mentalmente mais fracas seja removida. Mudando quase completamente

de assunto, é iniciada uma espécie de estatística, que comprova que os homens se

matam mais do que mulheres e mais ainda do que crianças até os dezesseis anos.

Tais suicídios eram mais frequentes na época entre adultos e idosos, o que leva o

autor a propor a pergunta sobre o porquê de os idosos que já estão no fim da vida e

os adultos que já estão quase no fim se matam mais do que crianças que estão

principiando agora suas respectivas vidas? O autor afirma ao termino do capítulo

que não há uma explicação científica para tal fato.

No terceiro capitulo é feita uma elucidação sobre o suicídio durante as

estações do ano e explica que Montesquieu em uma de suas teorias explicava que

durante as estações mais frias nas quais o ambiente fica mais brumoso, a vida fica

mais rude, pois a alimentação tem que ser de modo a compensar a perda de calor e

nesse ambiente melancólico surgia a maior propensão ao suicídio. Essa teoria

ponderou por muito tempo, porém foi criada outra teoria na qual durante o verão as

pessoas movidas por excesso de ação mecânica acabariam por se matar, já que

com uma excitação nervosa excessiva as pessoas teriam maior propensão à

violência contra os seus semelhantes como para si próprio, porém tal conjectura por

mais sedutora que seja está longe da veracidade, pois somente temperaturas

extremas fazem com que a propensão ao suicídio aumente e para exemplificar

melhor tal explanação, Émile Durkheim conta o caso narrado pelo Dr. Dietrich que

em sua viajem de quatro anos ao redor do mundo percebeu algo que ele denominou

“The Horrors” que sob seu efeito os tripulantes se reuniam ao redor de uma fogueira

durante o inverno e se entregavam aos mais diversos tipos de excessos e depois,

voltando ao barco acabavam por se matar, ou movidos por uma vertigem causada

pelo excesso de álcool, ou movidos por um instinto suicida que fora despertado nos

excessos ao redor da fogueira.

Este fato faz com que se espere que as pessoas assassinam-se mais ao

inverno, inclusive marinheiros alcoolizados como é descrito em the horrors, todavia

para que tal errônea impressão de que existe uma estação específica que melhor

propicia o suicídio não aborde ao leitor, Durkheim utiliza-se de números anuais de

múltiplos países europeus em anos distintos, de modo que todos ao fim chegavam

ao número de mil suicidas anuais, demovendo tal ideia absurda antes mesmo que

Page 27: Relatório emile durkheim

26

ela findasse, deixando claro que as pessoas matam-se mais em temperaturas

extremadas, seja no inverno, no verão ou em qualquer estação que apresente

alguma temperatura extrema durante o ano.

O quarto capítulo é iniciado com um motivo no qual não há divergências com

relação a sua veracidade e tal motivo é a imitação. Aprofundando-se mais Durkheim

diz que não é exatamente a imitação próxima, e sim a imitação de pessoas que não

necessitam ter exatamente uma relação intima com o suicida, porém se houver

alguma relação, a imitação ocorre, e com isso lembra-se o leitor atento, que no

segundo capítulo o norte francês era onde havia maior taxa de suicidas por milhão

de habitantes, e era também a parte mais desenvolvida, tinha, por conseguinte

maior interação com outros países podendo trasladar a especialidade suicida

europeia conforme lhe aprouvesse, e exemplificando são transmitidos diversos

casos, um dos quais uma mulher se enforca numa árvore em 1813 e diversas outras

pessoas também atentam contra a existência a curta distancia do lugar onde tal

mulher se enforcou.

Continua-se então o capítulo logo após de serem citadas diversas situações

nas quais os suicidas imitam uns aos outros e uma na qual um grupo de judeus

durante uma guerra decide atentar contra suas vidas, pois tal guerra havia sido

perdida e matam-se, então uns aos outros, por conseguinte Durkheim afirma que

para se ter certeza que tal número de suicídios são baseados em repetição é

necessário ver se os que rodeiam também desenvolverão tendências suicidas após

surgir um suicida nesta sociedade especifica, com isso é introduzida a logica na qual

as pessoas se matam mais nas capitais do que no interior, todavia ele deixa claro

que não existem imitadores nem imitados e sim circunstâncias que se repetem e

causam também repetição das consequências seguindo seu raciocínio afirmando:

Salvo em raríssimas exceções a imitação não é o fator inicial do suicídio [...], pois é preciso que a predisposição seja particularmente forte para que baste tão pouca coisa para fazê-la passar ao ato. Por isso não é de surpreender que os fatos não levem marca da imitação, já que ela não tem ação própria e a ação que ela exerce é muito restrita. (DURKHEIM, Émile o suicídio pág. 159).

Após tal afirmação o autor comenta sobre sociólogos, que dando ao

fenômeno da imitação um valor superior ao que ela em verdade possui, ficam

palestreando sobre proibir a notificação de suicídios nos jornais crendo que se o

Page 28: Relatório emile durkheim

27

cidadão ver tais noticias será instantaneamente movido por um impulso irrefreável e

acabará por imitar tal ação, contudo impedir os jornais de publicarem notas sobre

suicidas fará com que tenha uma diminuição porém tão insignificante ela é diante

das pessoas que se matam sob influencia do meio em que vivem que tal proibição,

ainda que esteja somente nas ideias de ditos sociólogos que acabam por provocar

as críticas de Durkheim que resumidamente comenta que se não fosse admitido que

os fenômenos sociais não são proporcionais a suas causas estariam todos indo

contra os princípios do pensamento e que não é admissível que um fato social seja

considerado um fato individual que se generalizou de modo obscuro, considerando

“de surpreender” que discussões que nem demonstração experimental obteve fosse

considerada como um fato social por alguns, e prossegue dizendo que tal teoria tem

bases metafisicas e a sociologia somente poderá ser uma ciência quando os que a

cultivam pararem de ficar dogmatizando, de modo que acabam por se furtar das

regras da prova sociológica.

7.2. LIVRO II

A primeira coisa que o autor faz questão de salientar é que os resultados do

outro livro não foram completamente contraproducentes, pois foi possível a

observação de múltiplos fatores que seja separadamente ou em conjunto acabam

por influenciar ao suicídio. Inicia aqui o principio da explicação sobre os suicídios

racionais separados em categorias, esclarecendo a seguir que não poderia ser feita

uma analise morfológica dos suicídios já que relatos sobre o assunto são

praticamente inexistentes e os suicidas que deixaram seus relatos antes de

assassinarem-se poderiam estar equivocados a respeito do que realmente estão

sentindo, tomando, por exemplo, um homem que se diz tranquilo diante da morte

quando na verdade está trepidante e acovardado, então para melhor envolver o

suicídio racional deverá ser feita uma análise etnológica.

Seguindo com tal capítulo Durkheim comenta que se é registrado numa tabela

quando ocorre o suicídio o nome a idade e o motivo pelo qual a pessoa se matou

chegando conclusão hipotética de que deveria ser usada tal tabela no estudo,

todavia ele explica que os dados denominados estatísticos sobre o suicídio não

Page 29: Relatório emile durkheim

28

passam de estatísticas sobre como a sociedade vê o suicídio, e por ser material

altamente influenciado pelo senso comum não poderá ser utilizado numa pesquisa

científica, pois sua veracidade é duvidosa. Inicia-se então uma explanação sobre os

suicídios entre homens e mulheres, relacionados agora com o motivo que os

levaram a suicidarem-se na França. Os motivos variam desde o desgosto pela

falência, até a aversão à própria vida, e em outro quadro Durkheim demonstra que

os agricultores matam-se mais do que os que trabalham em profissões liberais, e

explica que os motivos podem ate não ser da mesma intensidade contudo afirma

que os são da mesma natureza, e encerrando o capítulo afirma que existe mais

fatores levando ao suicídio e pede antes de finalizar que deixemos de lado o

individuo como individuo e passemos a olhar as massas para assim entender como

as causas gerais se individualizam e geram o suicídio

7.2.1. Capítulo dois - O suicídio egoísta

Antes de se fazer introduzir sobre o suicídio egoísta, Durkheim mostra em

uma tabela a relação entre países católicos e protestantes com relação ao suicídio,

já que as diferenças entre as taxas suicidas entre países católicos e protestantes

são alarmantes. Então na sua explicação ele explica que a cultura é um fator que

influencia nas taxas suicidas, porém em todos os países que possuíam católicos

apresentavam taxas também baixas de suicídios entre os mesmos, que somente

possuem maior suicídio em relação aos Judeus, que raramente ultrapassam os

católicos no número de suicidas. Prosseguindo sua explicação é demonstrado que

em países como a Prússia os católicos matam-se menos, já que por estarem em um

país de outra religião que oferece uma tolerância baixa a sua religião, faz com que

estes exerçam maior controle moral sobre si, enquanto em lugares majoritariamente

católicos como o Império Austríaco, o índice de suicídios entre católicos chega bem

próximo ao índice entre os protestantes, apesar de não o ultrapassá-lo.

É iniciada então uma reflexão sobre o que poderia levar aos católicos a

matarem-se menos e os protestantes mais, e para isso Durkheim, começa a falar

sobre os conceitos da igreja católica, e afirma que o fiel recebe sua fé pronta, e que

qualquer espécie de mudança é vista com demasiado desagrado por parte da igreja

Page 30: Relatório emile durkheim

29

católica, enquanto no protestantismo o fiel desenvolve sua fé e possui certa

liberdade de pensamento, coisa que contrasta deveras com o sistema indivisível e

imutável que ainda hoje é a igreja católica, porém isso ainda não explica o porquê

dos protestantes matarem a si próprios com maior frequência, então Durkheim lista

os motivos que levam ao suicídio protestante, depois de explicar que a ciência

surgiu assim que houve uma queda do império da religião, comandado pelo senso

comum, fazendo assim que apareça a filosofia e outras ciências, que de certa forma

geraram o protestantismo, já que elas iam contra a visão do senso comum.

Provando então que o protestante tem maior desejo pelo conhecimento do que o

católico é posto uma explanação sobre o número de crianças na escola e o índice

de analfabetos entre lugares predominantemente católico e protestante, e a relação

entre a instrução e a taxa suicida, comprovando que pessoas mais instruídas

matam-se mais, e tal comprovação pode ser observada na Itália, que é católica, e tal

comprovação pode ser observada também em países protestantes, tomando a

exemplo no livro a diferença entre os suicídios na Alemanha e na Prússia, sendo

que esta ultima possui o maior índice de iletrados, enquanto a outra possui maior

taxa de suicidas. Existe, porém uma exceção, que não poderia deixar de ser citada,

que é a população judaica na qual o conhecimento é difundido entre homens e

mulheres em iguais proporções e ainda assim a taxa de suicídios é ínfima, sendo

que judeus ocupavam um bom espaço em faculdades na época.

Conclui-se então que a o suicídio progride com a ciência porém não deve-se

culpa-la já que uma de suas principais funções é preencher as lacunas da

existência, e não é lhe impondo silencio que fará que a tradição volte a reinar como

outrora.

7.2.2. Capítulo três - O suicídio egoísta (continuação)

É iniciado esse capitulo com o assunto sobre suicídios entre solteiros e

casados, e expõe um porque de ser tomada a decisão do suicídio que diz “o suicídio

é visto antes de tudo como um ato de desespero determinado pelas dificuldades de

existência” o que se faz acreditar que o solteiro por não ter uma família não se

mataria em altas proporções enquanto os casados cometeriam suicídios duas vezes

Page 31: Relatório emile durkheim

30

mais do que os casados, todavia tal teoria não ocorre na prática, pois os casados

por possuírem uma vida em família se matam menos do que os solteiros, e então

Durkheim utiliza uma tabela extraída do Bulletim de Dêmographie Internacionale do

ano de 1878 pagina 195, porém ele somente o põe no livro para demonstrar o quão

inutilizável ele é, já que em todas as pesquisas pessoais ele desmente tudo o que

está contido em tal estatística, logo abaixo ele põe sua estatística sobre o numero de

suicidas casados e solteiros e a partir de sua tabela ele formula leis para explicar o

suicídio entre tais classes.

1. Os casamentos demasiado precoces têm uma influencia agravante sobre o suicídio, sobretudo no que se refere aos homens. 2. A partir de 20 anos, os casados dos dois sexos se beneficiam de um coeficiente de preservação com relação aos solteiros. 3. O coeficiente de preservação dos casados com relação aos solteiros varia de acordo com os sexos. 4. A viuvez diminui o coeficiente dos sexos, porém, não o suprime completamente.

Contudo é assistido que a união sem filhos possui um efeito medíocre na

redução de suicídios entre casados e com isso percebe-se que se dá mais valor a

um relacionamento que possua filhos do que um que não os tenha, gerando assim

menor coeficiente de preservação neste ultimo que no anterior. É iniciado então uma

comparação entre os viúvos os casados, e os solteiros de ambos os sexos, inclusive

o das viúvas cujo durante a explicação do caso delas Durkheim expõe uma teoria

errônea de Morselli que pressupõe que as casadas que sofrem durante o casamento

ao se tornarem viúvas perdem propensão ao suicídio, todavia segundo Durkheim é

exatamente o contrário que acontece já que tais damas consideram a viuvez mais

penosa que ser casada, mesmo não tendo o marido que fosse de seu agrado e tal

fato faz com que elas tenham quase a mesma propensão ao suicídio que uma dama

solteira, enquanto os viúvos casam-se novamente, contudo as chances que o

mesmo cometa suicídio também aumentam, porém não chegam aos pés da taxa de

suicídios entre viúvas, porém existem na época para cada viúvo duas viúvas, e isso

deve ser levado em conta durante a observação das tabelas.

Inicia-se então por parte do autor uma explanação sobre o valor da existência,

na qual ele afirma que cada um é responsável pelo valor que é dado a própria

existência e quando tal valor ou quando tal ideologia é destruído, ou abalado, o

individuo para e se pergunta sobre o porquê de sua vida ser assim e a falta de

Page 32: Relatório emile durkheim

31

respostas que sejam satisfatórias faz com que seja despertada a falta de motivação

para permanecer vivo e tal isolação social intensa faz com que esse tipo de suicídio

se manifeste, já que não existem laços sociais que façam o indivíduo querer viver.

7.2.3. Capítulo quatro - O suicídio altruísta

O capítulo já é principiado com a ideia principal sem qualquer circunlóquio.

Durkheim expõe que assim como o isolamento social pode levar ao suicídio, a

integração excessiva pode produzir o mesmo resultado, que pode ser mais bem

observado em sociedades menores.

Para introduzir melhor o assunto, Durkheim inicia um resumo de parte do livro

De causis contemptae mortis a Danis, que conta sobre como o suicídio era visto pela

sociedade celta, que acreditava que morrer de causas naturais era algo tão

decrépito quanto o suicídio nas atuais sociedades, e faziam de tudo para evitar o

terrível subterrâneo onde eram atiradas as almas dos que morriam de morte natural,

enquanto os suicidas desfrutavam das delicias de uma vida após a morte. Morrer por

morte natural era considerado algo ignóbil a tal ponto que nem homenagens ao

morto prestavam, pois “o fogo se sujaria se não recebesse os homens ainda

respirando”. A prática suicida era também bastante praticado pelas viúvas, sendo

que um bom exemplo era o das viúvas do hinduísmo as quais no momento em que o

corpo de seu marido inicia sua consumição na pira, ela se atira nas chamas, ou é

atirada e acaba por ser consumida pelo fogo junto ao seu esposo. Outra prática é a

de com a morte de um rei ou de alguém de alto cargo, durante seu funeral

queimava-se cavalos, armas, prisioneiros, escravos favoritos, e até funcionários, e

todos eles expiravam por terem o dever de não sobreviverem ao seu senhor. Eis

então que surge a palavra chave que é o dever. As pessoas não se matam por que

querem e sim pelo dever que possui com o seu senhor, com seu marido ou com a

sociedade, e quando tal dever é negado e esses indivíduos insistem em viver a

sociedade se impõe fazendo com que a pessoa sacrifique então sua vida. Então

após esta explicação Durkheim expõe o suicídio altruísta, que é exatamente o

contrario do suicídio egoísta, baseando-se na pressão exercida pela sociedade,

porém na sociedade da época não é uma pressão direta, como na época Celta na

qual os indivíduos que não se matassem não eram bem vistas; agora haverá uma

Page 33: Relatório emile durkheim

32

pressão mais sutil com pequenos gestos que somados levarão ao suicídio o

atingido. Para que se ocorra tal suicídio é necessário ter uma vida social diminuta,

para que assim todos levem uma vida em comum, fazendo com que pouca coisa se

corresponda a individualidade seja desenvolvida, fazendo com que cada indivíduo

tenha pouco de individual, então cada ato é somente uma repressão, ao ser tão

pouco valorizado socialmente e menos protegido as solicitações da sociedade,

incluso a de que dê fenecimento a própria existência, caso para tal sociedade esta

vida perca seu valor.

Durkheim afirma que o suicídio altruísta obrigatório, deve-se a imposições da

sociedade, enquanto o suicídio altruísta que é facultativo pode ser causado por

diversos outros assuntos, tais como as ofensas que faziam diversos povos se

matarem por demasiado. O suicida altruísta mata-se às vezes por fanatismo

religioso, porém é um erro não fazer distinção entre essas duas ramificações de um

mesmo suicídio, pois o suicida altruísta obrigatório mata-se por ter o dever de morrer

sendo que tal transgressão deste dever acarretará uma pressão social, já que

aquele individuo não deveria mais pertencer a sociedade, enquanto o suicida

altruísta mata-se somente por não haver nada na sociedade em que ele se prenda,

contudo diferentemente do suicida egoísta ele ainda possui relacionamentos sociais

e as vezes família, todavia ela não é o suficiente para que ele evite o suicídio

enquanto o suicida altruísta agudo, o qual é tomado por exemplo do autor o mártir,

que mesmo que não morra por vias próprias acaba por tornar sua morte indefectível.

Continuando tal capitulo inicia-se a falar sobre o exercito, lugar onde se

possui maior numero de suicídios, sendo sua maioria suicídios altruísta, já que

muitos se matam para escapar da vergonha da derrota. Os oficiais possuem altos

índices de suicídio em diversos países, e os suboficiais se matam ainda mais, e isso

faz com que Durkheim desenvolva a situação dos soldados rasos, que são

impedidos de formar uma família e por não possuir nada o que o prenda a vida,

acabam por adquirir maior inclinação ao suicídio egoísta, mas quais seriam os

motivos para tais atitudes?

Primeiro pensa-se no alcoolismo, contudo altos consumos alcoólicos não

possuem grandes influencias nos casos comuns e não é diferente nos casos

militares, já que o serviço militar não demora tempo suficiente para que sejam

Page 34: Relatório emile durkheim

33

gerados alcóolatras. Então se pensa na aversão ao serviço militar, que seria uma

boa explicação, pois as dificuldades de existência no serviço militar são imensas,

todavia conforme se aumenta os anos de serviço se amenta também o número de

suicidas, mas isso pode ser explicado: Para que se exista um convívio no serviço

militar deve-se abrir mão de sua individualidade e entregar-se a tal serviço, e para

aceitar docilmente tamanha mudança e tamanha censura a seu individual, deve-se

ter muito despego as suas próprias ideias, preparando assim o terreno a um suicídio

altruísta, contudo a passividade militar entrou em decadência e para compensar tal

mudança nos hábitos a disciplina militar tornou-se menos ríspida.

Conclui-se o capitulo com a indagação sobre as diferenças dos suicídios

altruísta e egoísta, pois eles não são tão diferentes quanto parecem, com a exceção

que o suicida egoísta não se importa com mais nada exceto com seu sofrimento

enquanto o altruísta se importa com algo que lhe valeria a vida e com isso Durkheim

conclui que cada suicídio é uma forma desviada de virtude.

7.2.4. Capítulo cinco – O suicídio anômico

Este capitulo é iniciado falando um pouco sobre as grandes crises que

ocorreram na Europa, como por exemplo o craque na bolsa de Paris em 1882, mas

tal inclusão desses dados servem somente para demonstrar que existe este fator

que tanto quanto os outros leva as pessoas ao suicídio. Inicia-se após a introdução

uma explicação da teoria que diria simplesmente que as pessoas se matam mais em

épocas de crise, todavia durante épocas em que somente havia baixas favoráveis o

número de suicidas sofria pequenos aumentos, o que faz com que Durkheim

conclua que baixas favoráveis têm efeitos tão devastadores quanto grandes crises,

porém tal efeito pode ser ocorrido quando se sofre extremos tanto pessoais quanto

sociais fazendo com que os objetivos pessoais do individuo não sejam iguais as

perspectivas que a sociedade tem para com ele e tal anomia somente pode ser

causada por mudanças drásticas, ou financeiramente ou emocionalmente. É

lembrado também sobre as taxas de conservação entre solteiros e casados, todavia

dessa vez o assunto é mais bem aprofundado, mostrando os coeficientes de cada

país de acordo com a sua pratica de divórcios ou não, chegando ao fim na

Page 35: Relatório emile durkheim

34

conclusão de que o homem ao se casar não renuncia tanto quanto a mulher, que

além de renunciar sua liberdade renuncia seu sossego e por isso conclui que o

casamento para a mulher pode ser encarado como um sacrifício.

7.2.4.1. Formas individuais dos diferentes tipos de suicídios

Ele inicia esse capitulo comentando que as pessoas quando vão se suicidar

se recolhem dentro de si próprios fazendo com que o abismo entre esse individuo e

a sociedade aumente e nessa solidão e iniciada uma premeditação cujo o desfecho,

o suicídio, nada tem de violento e repentino, porém tal suicídio não é completamente

saboreado por pessoas comuns como é saboreado por intelectuais, que se esforçam

realmente para que todos entendam o que é se sentir morrendo, exemplificando o

caso do homem que ao aspirar carvão descreveu as sensações que ele estava a

sentir, porém não são dados completamente seguros pois existe a probabilidade do

engano com relação aos seus sentimentos, como foi descrito anteriormente.

Então o homem se mata por diversos motivos, podem ser de caráter frio e

cético ou para provar algo ao mundo, tomando por modelo um individuo que tem sua

honra ultrajada e mata-se para provar coragem. É estudado então um relato que

está reunido num livro no qual existem os relatos de 1.507 suicidas e em sua

maioria, eles expressavam alta irritação consigo e com o mundo, e tais efeitos

davam as cartas um caráter critico, porém doloroso, o individuo não estava irritado

com a vida e sim oprimido pela sociedade, afirmando a seguir que o meio pelo qual

o individuo se mata exprime suas emoções que incitam tal ato, entrando então com

uma tabela que continha dados sobre os tipos de suicídios em diferentes países, e

tais oscilações entre os tipos faz com que se acredite que cada país tem sua forma

preferida de suicídio, finalizando afirmando que existem critérios para a escolha do

método de trucidamento pessoal que variam de lugar para lugar como, por exemplo

suicidas que vivem próximos a ferrovias utilizam mais o método de se fazer esmagar

por um trem, assim como pessoas das cidades se atiram do alto de casas, que

naquela época já poderiam ser denominadas prédios. Tais métodos vão criando

uma escala definindo qual o tipo de suicídio mais nobre e qual o mais vil, e antes de

encerrar tal capitulo Durkheim salienta que o a escolha do suicida pelo método que

Page 36: Relatório emile durkheim

35

irá matar-se é um mistério, demonstrando então que tudo o que foi estudado sobre o

suicídio é algo conexo a causas sociais por isso não poderão quadrar para um

estudo mais aprofundado de um caso individual.

Essas são as características gerais do suicídio, ou seja, as que resultam imediatamente de causas sociais. Individualizando-se nos casos particulares, elas adquirem nuances variadas, conforme o temperamento pessoal da vítima e as circunstancias especiais em que se encontra. Mas sob a diversidade das combinações que se produzem assim, podemos sempre identificar essas formas fundamentais. (DURKHEIM, Émile, O suicídio, pagina 378).

7.3. LIVRO III

7.3.1. Capitulo um - O elemento social do suicídio

Tal livro é iniciado com a continuação dos fatores individuais que levam ao

suicídio continuando assim o que foi referido no livro I e II contemplando agora de

modo mais profundo, já que toda a sua conjectura fora explicada, e então durante tal

resumo Durkheim alega que as causas dos suicídios individuais são inúmeras, já

que um se mata na desventura enquanto outro se mata na opulência.

Inicia-se então um pequeno estudo sobre as alterações na sociedade cujos

quais fazem com que se remate que as mudanças ocorrem quando existe um

grande número de pessoas ou exigindo, ou simplesmente realizando tal mudança,

que traz a questão do número de suicidas, pois se observou a numeração do índice

de suicidas foi totalmente apresentada em milhões, ou seja, a taxa de pessoas que

atentam contra si próprias é baixa, e a maioria da população não possui nada que a

inicie em tal caminho suicida.

Existe em todos os países europeus uma época em comum na qual a vida

social é mais intensa, que são durante os seis meses mais frios do ano na Europa, e

durante tais meses o suicídio molda-se, contudo ele está presente durante todo o

ano. É iniciada então uma espécie de explanação do método de pesquisa e sobre o

fato social, asseverando que todos os episódios somente seriam plausíveis se

fossem completamente fundamentados no método de análise sociológica, sendo

que a psicologia é identificada como uma ciência que em parte se identifica com a

Page 37: Relatório emile durkheim

36

sociologia, pois enquanto a primeira estuda o individuo a segunda estuda o coletivo

como um todo, sem poder ser aproveitado fatos isolados, já que esses alteram de tal

caráter que é impraticável criar uma teoria, por mais abrangente que seja que acabe

por atingir uma sociedade por inteiro.

7.3.2. Capitulo dois - Relações do suicídio com outros fenômenos sociais

É iniciado tal capitulo com uma indagação sobre qual viria a ser o lugar ocupado

pelo suicídio dentre outros fenômenos sociais, a seguir Durkheim explica que neste

capitulo serão vistos mais de modo mais aprofundado o papel moral que o suicídio

cumpre em cada sociedade.

Nas sociedades católicas o suicídio era considerado um crime que somente poderia

ser motivado pelo demônio e durante um concilio católico foram adicionadas

punições as quais eram ter seu corpo enterrado sem que nenhum salmo fosse dito e

nenhum louvor cantado, depois foram adicionadas penas físicas, não somente ao

morto, como também a família, que perdia tudo o que pertencia ao suicida e no caso

dos nobres a perda era enorme, pois até o título e todas as facilidades que ele trazia

era tirado da família, então o corpo era arrastado amarrado numa grade de rosto

para baixo até que enfim o enterrava num lugar a parte, normalmente numa estrada

sem cerimônia, sem louvores, sem nada. Porém tal atitude foi abolida na França

com a revolução de 1789 e o suicídio foi riscado da lista de crimes, contudo em

outros países católicos ainda tais praticas continuam, e na época em que o livro foi

escrito ainda havia o cuidado de separar o cadáver do suicida do cadáver do homem

que morre por morte natural.

As punições para o suicida, que nesse caso reverberam aos seus familiares se

espalham por toda a Europa. Em Zurique se o homem se afogasse ele era enterrado

próximo a água, se matasse a si próprio com uma facada uma estaca de madeira

seria fincada no lugar onde a faca penetrou, e variando assim de acordo com o

método que o suicida usou para matar-se. Na Rússia o testamento é considerado

nulo e a sepultura cristã lhe é negada, sendo que a tentativa é punida com multa e

os cumplices podem ser presos por três anos. Nos outros países não é diferente,

pois todos o consideram como um crime, até países como os futuros Estados Unidos

Page 38: Relatório emile durkheim

37

consideram o suicida um criminoso, porém atualmente foi criada uma lei que

antepara que impeçam que o suicida complete o ato.

Nas sociedades greco-latinas o suicídio somente poderá ser realizado se houver

autorização do estado, e caso houvesse o suicídio o estado negaria as honras

póstumas e as mãos do morto seriam decepadas. O homem que procura e encontra

a morte também é considerado um suicida, e sua ação é considerada uma

deslealdade ao estado. Fornecida tal autorização o estado também decidiria como o

suicida daria fim a vida, e se o homem não obedecer, ou decidir por se enforcar será

igualmente punido.

O suicídio não era algo que as pessoas dessem tanta importância e vissem tamanha

necessidade em punir, todavia as autoridades eclesiásticas interessaram-se pelo

assunto, e o estado passou a puni-lo a exemplo da igreja. Com isso iniciasse as

primeiras conclusões sobre o suicídio que são as que durante o aumento da taxa de

suicídios a taxa de homicídios decresce, porém em ritmo mais lento do que primeira

cresce, depois vem a que refere-se ao fato que países podem possuir acumulo em

taxas de homicídio e suicídio ao mesmo tempo, todavia nos departamentos as taxas

serão desiguais, seguindo com que a guerra gera aumento do suicídio assim como

gera o aumento de roubos trapaças e afins, mas ela não faz com que o homicídio

aumente, porém a desorganização judicial pode influenciar nessa diminuição. A

quarta e a quinta conclusão são as de que o suicídio é em sua maioria urbano e a

tendência ao catolicismo é responsável pela diminuição entre as taxas.

Começa-se um encerramento do assunto no qual ele afirma que o que sentimos

pelos suicidas não é algo que sentimos por nós mesmos mas as duas são efeitos de

uma mesma causa, afirmando depois que o nosso egoísmo é em maioria fruto da

sociedade.

7.3.3. Capitulo três - Conclusões práticas

É iniciado com uma espécie de definição da palavra morbidez que é considerada

pelo autor como algo que define o suicídio, e afirma que a palavra doença nada

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significa e designa algo que pode ser evitado, uma imperfeição, então ele explica

que a palavra doença poderia ser aplicada em todo o meio social, mas tal doença é

necessária para que o sistema continue a funcionar e os excessos tanto para mais

quanto para menos possuem sua utilidade, contudo tais funções sociais tendem a se

transformar, e já estavam de fato se transformando na época em que o livro foi

redigido tanto é que no livro Durkheim comenta que a taxa de suicídio tem

aumentado por demasiado em países europeus, continuando com a indagação

sobre o mal ser incurável ou não, então inicia-se uma discussão sobre a sociedade

corporativa, que esta sempre com o homem.

Então começa-se um resumo sobre tudo o que se foi dito e sobre o que leva o

homem a matar-se e grandes taxas de suicídios normalmente precedem a

transformações as quais o único sobrevivente é o estado que não consegue

sucumbir de modo tão fácil, porém ele muda para atender aos novos ideais de uma

população transformada, falando a seguir que para se fazer melhor o estado deve

ser diversas corporações literalmente e não pessoas reunidas numa “corporação” e

então o autor comenta que tal monografia sobre o suicídio podem parecer infiéis e

exageradas porém somente quando se definirem melhor as tarefas corporativas e

uma lei de evolução será possível determinar todo o conteúdo anterior e encerra sua

monografia sobre o suicídio com a frase “O essencial não é fixar de antemão um

plano que prevê tudo; é pôr resolutamente mãos a obra” (DURKHEIM, Émile, o

suicídio página 513).

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desta forma foi possível concluir qual a importância de David Émile Durkheim

para a sociologia. Como este desenvolveu e tornou a sociologia uma ciência

individual a parte das outras. Mostrando a indispensabilidade desta para a maior

compreensão dos fatos sociais e para a sociedade como um todo. Ainda foi possível

compreendo como o contexto histórico que o “pai da sociologia” vivenciava

influenciou diretamente em suas obras. Assim como foi discutido quais as principais

teorias de Durkheim, seu legado e obras.

Em “Da Divisão Social do Trabalho” Durkheim centraliza-se na “Solidariedade

Mecânica e Solidariedade Orgânica”, tais teorias ressaltam a construção de laços

nas relações humanas. A Solidariedade Mecânica é aquela já nascida com o

individuo que constrói-se na família e em suas relações de parentesco para com

outros membros de sua família. Já a Mecânica caracteriza-se por essa mesma

construção, porém com indivíduos desconhecidos, com os amigos e profissionais

que trabalham com o indivíduo.

Já em “As Regras do Método Sociológico”, Durkheim pontua quais as

características base para a elaboração de teorias sociais e pontua três tópicos

principais para as características de um fato social e são eles: Generalidade:

Quando o fato apresenta característica comum a todos os indivíduos, ou seja, o

mesmo fato acontece com a grande maioria dos indivíduos; Exterioridade: Quando

o fato é externo ao indivíduo, independente da sua vontade; Coercividade: Aparece

por intermédio dos indivíduos que são forçados a seguirem os comportamentos que

a sociedade impõe.

Em “As Formas Elementares da Vida Religiosa”, Durkheim expõe a

construção da religião como consequência da sociedade. Ele demonstra ainda que

não há religiões falsas, mas sim religiões construídas a partir de valores sociais.

Por fim Durkheim salienta em sua última obra, “O Suicídio”, as três formas

básicas de suicídio são elas: Suicídio Egoísta: Quando o indivíduo se afasta dos

outros seres de sua mesma espécie e comete atos com motivação pessoal; Suicídio

Altruísta: Quando o indivíduo realiza atos em prol de uma causa; Suicídio

Anômico: O indivíduo faz o ato porque há a ausência das regras de sua sociedade

por causa de possíveis mudanças em decorrência de que a sociedade ela não é

única em todas as épocas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo, Ed. Martin Claret, 2002. DURKHEIM, Émile. As formas elementares da vida religiosa. São Paulo, Paulus, 2008. DURKHEIM, Émile. A divisão do trabalho social. 1ª edição [1895]. Lisboa: Editorial Presença Ltda, 1989. DURKHEIM, Émile; O Suicídio, Estudo Sociológico. Editorial Presença, 7ª edição; 2001. DURKHEIM, Êmile. Educação e Sociologia. 10ª ed. São Paulo, Ed. Melhoramentos, 1975. FAUCONNET, Paul. EMILE DURKHEIM - Educação e Sociologia. 12 ed. Trad. Lourenço Filho. São Paulo: Melhoramentos, 1978 QUINTANEIRO, Tãnia. Um toque de Clássicos: Durkheim, Marx e Werber. Belo Horizonte, Ed. UFMG. 1995. GOLDMAN, L. Ciências humanas e filosofia. São Paulo: Ed. Difel. 1984. VILA NOVA, Sebastião. Introdução à Sociologia. São Paulo, Atlas, 1999. COSTA, Maria Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. São Paulo, Moderna, 1987. DUVIGNAUD, J. Durkheim. Lisboa: Edições 70, 1982. MASSELA, A. B. O naturalismo metodológico de Émile Durkheim. São Paulo: Humanitas, 2006.

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ANEXO