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Globalização e seus mitos. A globalização apresenta vários mitos e alguns exageros em torno de sua superioridade sobre estados nacionais fragilizados e muitas vezes inoperantes. A globalização apresenta-se como sendo “salvador da economia mundial”. Vejamos alguns mitos. Primeiro: A ‘globalização’ inaugura nova etapa na história econômica mundial; constitui processo irreversível, que conduziu a uma integração sem precedentes das economias nacionais. O mundo já era "globalizado" até mesmo antes de Cristo. Essa concepção atual de "nova globalização" nada mais é, do que um modelo de dominação entre países fortes sobre os mais fracos, de igual teor, mas de cara nova. Segundo: Nas últimas duas ou três décadas, a ‘globalização’ produziu um sistema econômico fortemente integrado, de caráter supranacional, que tende inexoravelmente a unificar o mercado mundial, a dissolver as fronteiras nacionais e a reduzir a relevância dos mercados doméstica. O processo de internacionalização da “globalização” cresceu junto com os avanços tecnológicos, de comunicação e informática, desenvolveu maior integração no comercio internacional, mas está longe de enfrentar os Estados Nacionais e derrubar suas fronteiras. Pois, os mercados internos ainda são os maiores demandadores de mão-de-obra e de mercadorias. Portanto é enganoso o tratamento dado a uma “economia global” e sim deveria ser chamado de uma “economia internacional”, que seria mais compatível. Terceiro: Em conseqüência da ‘globalização’ e do predomínio das políticas ‘neoliberais’, os Estado nacionais entraram em processo de inevitável declínio e estão compelidos a reduzir a sua presença na economia. A teoria de base da “globalização” é o neoliberalismo. E está foi implementado somente nos países em desenvolvimento e nos desenvolvidos não foi implementado, pois, não diminui o tamanho do Estado nesses países, há uma grande diferença entre o discurso e a prática. Quarto: A economia ‘global’ vem sendo crescentemente dominada por empresas ‘transnacionais’, livres de identificação e lealdades nacionais. São raras as empresas que perdem o vínculo com a “terra natal”, a grande maioria mantém o grosso de ativos, vendas, empregados na sua base nacional. Na verdade elas deveriam ser chamadas de firmas nacionais com operações internacionais.

resumo sobre globalização

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Page 1: resumo sobre  globalização

Globalização e seus mitos.

A globalização apresenta vários mitos e alguns exageros em torno de sua superioridade sobre estados nacionais fragilizados e muitas vezes inoperantes. A globalização apresenta-se como sendo “salvador da economia mundial”. Vejamos alguns mitos.

Primeiro: A ‘globalização’ inaugura nova etapa na história econômica mundial; constitui processo irreversível, que conduziu a uma integração sem precedentes das economias nacionais. O mundo já era "globalizado" até mesmo antes de Cristo. Essa concepção atual de "nova globalização" nada mais é, do que um modelo de dominação entre países fortes sobre os mais fracos, de igual teor, mas de cara nova.

Segundo: Nas últimas duas ou três décadas, a ‘globalização’ produziu um sistema econômico fortemente integrado, de caráter supranacional, que tende inexoravelmente a unificar o mercado mundial, a dissolver as fronteiras nacionais e a reduzir a relevância dos mercados doméstica. O processo de internacionalização da “globalização” cresceu junto com os avanços tecnológicos, de comunicação e informática, desenvolveu maior integração no comercio internacional, mas está longe de enfrentar os Estados Nacionais e derrubar suas fronteiras. Pois, os mercados internos ainda são os maiores demandadores de mão-de-obra e de mercadorias. Portanto é enganoso o tratamento dado a uma “economia global” e sim deveria ser chamado de uma “economia internacional”, que seria mais compatível.

Terceiro: Em conseqüência da ‘globalização’ e do predomínio das políticas ‘neoliberais’, os Estado nacionais entraram em processo de inevitável declínio e estão compelidos a reduzir a sua presença na economia. A teoria de base da “globalização” é o neoliberalismo. E está foi implementado somente nos países em desenvolvimento e nos desenvolvidos não foi implementado, pois, não diminui o tamanho do Estado nesses países, há uma grande diferença entre o discurso e a prática.

Quarto: A economia ‘global’ vem sendo crescentemente dominada por empresas ‘transnacionais’, livres de identificação e lealdades nacionais. São raras as empresas que perdem o vínculo com a “terra natal”, a grande maioria mantém o grosso de ativos, vendas, empregados na sua base nacional. Na verdade elas deveriam ser chamadas de firmas nacionais com operações internacionais.

Assim entendida, a "globalização" é um mito. Um fenômeno ideológico nem sempre muito sofisticado, que serve a propósitos variados. No plano editorial, por exemplo, ajuda a vender jornais, revistas e livros superficiais. Nos planos econômicos e político, contribui para apanhar países ingênuos e despreparados na malha dos interesses internacionais dominantes.

Paulo Nogueira Batista Jr.