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1 Resumos - Psicologia Cognitiva II Pensamento e resolução de problemas O que o é o pensamento? O pensamento são acontecimentos ou actividades (de pensar). Podemos utilizar: Lógica (Como devemos pensar) – É a teoria normativa para a dedução, levando a considerar a conclusão válida ou não válida. Psicologia (Como pensamos) Existe portanto uma passagem do Comportamentalismo (onde só pode ser objecto de estudo o que é directamente observável) para o pensamento não ser directamente observável. Psicologia Cognitiva (desenvolveu-se muito esta área) Actividades que é da área do pensamento (função superior): O ideal seria a existência de uma taxonomia para o pensamento, pois o pensamento tem muitas áreas. O interesse da Psicologia Cognitiva é nos processos usados para chegar à conclusão. Associação (Ex. Sonho acordado – uma ideia leva a outra, e a encadeação cria um raciocínio) Cálculo – Determinístico (cada passo determina o passo seguinte). Criatividade (Os mecanismos são vistos como não determinísticos, é difícil de estudar por ser uma área muito complexa, rompe com o normal modo de pensar. Quando se pode considerar que uma pessoa é criativa? Algo de novo, original e adequado. Há pouca promoção da criatividade, por vezes, dificulta a resolução de problemas pois leva-nos para algo de novo, rompe com o que é familiar e previsível, o restante assusta) Raciocínio: Raciocínio dedutivo: Não há aumento da informação semântica. A conclusão deriva estritamente da informação das premissas – conclusão certa. Raciocínio indutivo: Há aumento da informação semântica. A conclusão é probabilística. Resolução de problemas

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Resumos - Psicologia Cognitiva II

Pensamento e resolução de problemas

O que o é o pensamento? O pensamento são acontecimentos ou actividades

(de pensar).

Podemos utilizar:

Lógica (Como devemos pensar) – É a teoria normativa para a dedução, levando a considerar a conclusão válida ou não válida.

Psicologia (Como pensamos)

Existe portanto uma passagem do Comportamentalismo (onde só pode ser objecto de estudo o que é directamente observável) para o pensamento não ser directamente observável. Psicologia Cognitiva (desenvolveu-se muito esta área)

Actividades que é da área do pensamento (função superior):

O ideal seria a existência de uma taxonomia para o pensamento, pois o pensamento tem muitas áreas. O interesse da Psicologia Cognitiva é nos processos usados para chegar à conclusão.

Associação (Ex. Sonho acordado – uma ideia leva a outra, e a encadeação cria um raciocínio)

Cálculo – Determinístico (cada passo determina o passo seguinte).

Criatividade (Os mecanismos são vistos como não determinísticos, é difícil de estudar por ser uma área muito complexa, rompe com o normal modo de pensar. Quando se pode considerar que uma pessoa é criativa? Algo de novo, original e adequado. Há pouca promoção da criatividade, por vezes, dificulta a resolução de problemas pois leva-nos para algo de novo, rompe com o que é familiar e previsível, o restante assusta)

Raciocínio: Raciocínio dedutivo: Não há aumento da informação semântica.

A conclusão deriva estritamente da informação das premissas – conclusão certa.

Raciocínio indutivo: Há aumento da informação semântica. A conclusão é probabilística.

Resolução de problemas

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Para compreender o pensamentos tem de se:

Heurística vs Algoritmo

Aquisição de operadores:

Anderson (1995) destaca 3 características da resolução de problemas:

Direcção face a um objecto

Decomposição em sub-problemas

Aplicação do operador

Selecção de operador:

Em qualquer estado particular podem ser aplicados vários operadores de resolução de problemas, e uma tarefa essencial é escolher qual deve ser seleccionado. Em princípio, existem numerosas maneiras pelas quais o sujeito selecciona o operador, e o campo da inteligência artificial tem tido sucesso em especificar diversos métodos eficazes. Contudo, parece que os métodos, na sua maioria, não são especialmente naturais como métodos humanos de resolução de problemas. Os critérios são:

Evitar o retrocesso: Evitar utilizar operadores que anulem o efeito dos operadores precedentes. Em si mesmo, o critério proporciona pouca orientação na selecção de operadores. Influenciando o sujeito de problemas contra qualquer operador que o faça retomar ao estado anterior, mas não fornece qualquer base para escolher entre os operadores

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restantes. Os humanos tendem a seleccionar o operador não repetido que reduza a maior diferença entre o estado actual e a meta.

Redução da diferença: Um princípio geral de comportamento e descreve o comportamento de muitas criaturas. As pessoas experimentam dificuldades em solucionar problemas em pontos em que a solução correcta envolva aumentar as diferenças entre o estado actual e a meta.

Kohler (1927) descreve como uma galinha vai directamente em direcção à comida desejada

e não procura contornar uma cerca que bloqueia o acesso ao alimento. A galinha fica paralisada, incapaz de se mover para a frente e sem disposição de recuar e desfazer da sua proximidade com a cerca. Parece não ter quaisquer princípios de selecção de operadores a não ser a redução da diferença e o evitar do retrocesso. Isso deixa a galinha sem solução para o problema.

Análise de meios e fins: É a designação que se emprega para descrever a criação de uma nova meta (fim) para possibilitar que um operador (meio) possa ser aplicado. Os seres humanos e outros primatas superiores fazem uso da análise de meios e fins para se tornarem mais engenhosos na conquista de uma meta do que conseguiriam se utilizassem apenas a redução da diferença. Implica a criação de sub-objectivos para eliminar a diferença entre o estado actual e a condição para a aplicação do operador desejado.

As pessoas utilizam o evitar do retrocesso, a redução da diferença e a análise de meios e fins para orientar a selecção de operadores.

Um dos estudos clássicos da resolução de problemas em outra espécie:

Com os chimpanzés (Kohler, 1927), viu-se retido em Tenerife, nas Ilhas Canárias, durante a 1ª guerra mundial. Naquela ilha, encontrou uma colónia de chimpanzés cativos, estudando com especial interesse no comportamento de resolução de problemas. O sujeito mais importante era um chimpanzé chamado Sultão. Um dos problemas apresentados a Sultão era pegar algumas bananas fora da jaula. Sultão não tinha dificuldade se dispusesse de uma vara com a qual pudesse alcançar as bananas. Ele simplesmente usava a vara para puxar as bananas para a sua jaula. Entretanto, o problema decisivo ocorreu quando Sultão recebeu dois bastões, nenhum dos quais podia alcançar o alimento. Depois de tentar alcançar as bananas com os bastões, o frustrado chimpanzé amuou na sua jaula. Subitamente, pegou nos dois bastões, inseriu um no outro, criando uma vara de comprimento suficiente para alcançar a comida; com este bastão estendido ele foi capaz de alcançar o seu alimento. Isto foi um acto criativo de resolução de problemas por parte de Sultão.

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Quais são as características essenciais que qualificam esse episódio como um exemplo de resolução de problemas?

- Direcção face a um objectivo: O comportamento é claramente organizado em direcção a um objectivo – neste caso, conseguir a comida.

- Decomposição em sub-problemas: Se o chimpanzé pudesse ter conseguido a comida simplesmente alcançando-a, o comportamento teria sido resolução de problemas mas apenas no sentido mais primitivo. A essência da resolução de problema é que o chimpanzé tinha de decompor a meta original em sub-tarefas, ou sub-problemas, tais como pegar os bastões e juntá-los.

- Aplicação do operador: A decomposição em sub-problemas tais como juntar os bastões é útil porque o chimpanzé conhece os operadores que podem auxiliá-lo a alcançar os sub-problemas. Em resumo: O conhecimento processual tem origem na actividade da resolução de problemas na qual um objectivo é decomposto em sub-problemas para as quais o solucionador possui operadores.

Neste problema, somos incumbidos com a tarefa de transportar três missionários e três canibais para a outra margem de um rio num barco. Sendo o barco bastante pequeno, no máximo duas pessoas podem utilizá-lo de cada vez, e alguém tem de levar o barco de volta para a outra margem. Além disso, em nenhum momento do problema, pode-se deixar mais canibais do que missionários numa das margens, ou então os canibais irão comer os missionários. Os investigadores dizem que são utilizados vários métodos heurísticos diferentes para resolver variantes diferentes deste problema. Outros investigadores examinaram versões mais complexas deste problema e notaram diferenças estratégicas nos comportamentos dos sujeitos. Simon e Reed (1976) investigaram uma versão do problema missionários-canibais, envolvendo cinco missionários e cinco canibais. Este problema é mais complexo em número de estados regulamentares, mas pode ser resolvido em 11 movimentações. Entretanto, os sujeitos levavam, em média 30 movimentações. Sugerindo que existem três estratégias principais utilizadas na resolução deste problema: - Estratégia de balanceamento: Em que tentam garantir que um número igual de missionários e de canibais permanecesse em cada margem do rio. Esta estratégia evitava movimentações ilegais, que resultariam num número maior de canibais do que missionários numa das margens do rio. O problema desta estratégia de balanceamento é que ela nos leva rumo a estados de beco sem saída do problema.

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- Estratégia meio-fim: Esta estratégia manifestava-se pela tendência a movimentar mais pessoas para a margem da meta do rio. No fim, os sujeitos utilizavam uma heurística anticircuito simples para evitar movimentações que revertessem a movimentação anterior. - Deslocamento de estratégia: Deslocamento de uma estratégia de balanceamento com uma estratégia meio-fim. Eles previram que qualquer manipulação que aumentasse a probabilidade de um deslocamento de estratégia resultaria num desempenho melhorado na resolução de problemas. Numa investigação projectada para testar esta hipótese, o grupo de controlo recebeu o problema a ser resolvido sem nenhuma pista, e o grupo experimental recebeu, como pista, um sub-problema a ser alcançado a caminho da resolução de problema. Esta pista sugeria que os sujeitos deveriam tentar alcançar um estado em que três canibais estão na margem da meta do rio, sozinhos e sem um barco. Já que este sub-problema envolve um estado em que existem números não-iguais de missionários e canibais em ambas as margens do rio, esperava-se que a mesma impedisse a utilização da estratégia de balanceamento desde o início. A hipótese foi corroborada. Os sujeitos do grupo experimental demonstraram a tendência de alterar estratégias após aproximadamente quatro movimentos, ao passo que os sujeitos do grupo de controlo alteravam apenas após 15 movimentações.

A análise dos meios e fins demonstrou um método extremamente geral e eficaz de resolução de problemas. Ernst e Newell (1969) numa aplicação simples deste problema é apresentada a figura acima, onde existem três pinos e três discos de diferentes tamanhos (A,B,C), os discos estão furados de modo que possam ser empilhados nos pinos. Eles podem ser movimentados de qualquer pino para outro pino. Somente o disco de cima de um pino pode ser movido, e nunca pode ser colocado em cima de um disco menor que ele. Todos os discos dicam inicialmente no pino 1, mas a meta é passa-los todos para o pino 3, um disco de cada vez, transferindo-se os discos entre os pinos. Existem dois métodos de resolução de problemas que os sujeitos podem utilizar na solução do problema: - Podem adoptar uma abordagem de meios-fins; - Podem adoptar o método simples da redução de diferenças: Caso em que os sujeitos nunca estabelecem como sub-meta movimentar um disco que no momento não pode ser movimentado. Neste problema, este método não seria eficaz, porque é preciso olhar adiante do que é presentemente possível e ter um plano mais global de resolver o problema. Kotovsky, Hayes e Simon (1985) realizaram um estudo sobre a maneira como os sujeitos realmente abordam o problema, descobrindo que havia um período inicial da resolução em que os sujeitos adoptaram o segundo método de resolução, passando depois para a estratégia meio-fim, após o que a solução do problema foi rápida. Resumo: O problema Torre de Hanoi é resolvido adoptando uma estratégia meio-fim na qual são criados sub-problemas.

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Fixidez funcional – Tendência dos sujeitos para representarem os objectos atendendo a funções convencionais de resolução de problemas, não percebendo que eles podem servia a novas funções.

Outra demonstração da fixidez funcional é uma experiência feita por Duncker (1945). A tarefa que ele propôs aos sujeitos era sustentar uma vela numa porta, aparentemente para uma experiência sobre visão. Sobre a mesa há uma caixa de tachas, alguns fósforos e a vela. A solução correcta é prender com tachas a caixa na porta e usar a caixa como uma plataforma para a vela. A tarefa é difícil para os sujeitos porque eles vêem a caixa como uma embalagem, e não como um suporte. Os sujeitos têm maior dificuldade com a tarefa se a caixa estiver cheia de tachas, reforçando a percepção da caixa como um recipiente. Outro exemplo é o problema das 2 cordas:

Duas cordas pendentes do tecto devem ser amarradas entre si, mas elas estão tão afastadas que o sujeito não consegue segurá-las ao mesmo tempo. Entre os objectos existentes há uma cadeira e um alicate. Os sujeitos experimentam diversas soluções com utilização da cadeira, mas não funcionam. A única solução que funciona é amarrar o alicate a uma das cordas e fazê-la balançar como um pêndulo e depois pegar a segunda corda, trazê-la até ao centro da sala e esperar que a primeira corda por oscilação passe suficientemente perto para ser agarrada. Somente 39% dos sujeitos de Maier foram capazes de perceber essa solução em 10 minutos. A dificuldade é que os sujeitos não vêem o alicate como um peso que pode ser usado como pêndulo. Este fenómeno é denominado fixidez funcional.

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Efeitos de incubação/ Insight

Às vezes estamos a querer resolver um problema e estamos ali a insistir e não chegamos à solução do problema. Às vezes o melhor é parar, fazer outra coisa e quando voltamos vemos o problema de outra maneira e conseguimos de imediato. Insistir numa estratégia que não leva a uma solução não nos leva a nada e não vale a pena; o melhor é arejar e quando retomamos a coisa conseguimos sair do ciclo vicioso, dá-se o insight e resolvemos o problema. O insight não é um esforço consciente; é algo que surge de maneira súbita e que é sentida com o corpo todo “já sei!” Uma conexão que nos permite ver as coisas de outra maneira. Nós podemos resolver um problema tendo um insight, mas também pelos métodos normais. A diferença está mais na natureza dos processos que usam e não tanto nos resultados que provocam. A incubação é aquele tempo que precede o insight, e quebra a fixidez e deixa emergir outro tipo de associações mais úteis. Os sonhos também podem indicar soluções de problemas, mesmo que mais pessoais.

Importância dos factores sociais

Podemos pensar que o sujeito resolve o objecto que é o problema em si. Mas ao analisarmos melhor percebemos que temos um triângulo, onde o Alter é as significações sociais (factores sociais) estudados de varias maneiras pelas interacções sociais que ocorrem na resolução do problema.

Ex. Conceito de distribuição: 1 criança com 3 bonecas distribui rosas, malmequeres e

tulipa, essa criança não tem o conceito de distribuição, não vai saber o que fazer, se dá todas as rosas a uma, os malmequeres a outra e as tulipas a outra, ou se dá mais a uma e menos a outra.

Se a tarefa for pôr a mesa, em que tendo este contexto social mesmo ela não sabendo nada de distribuição, vai conseguir fazer a distribuição, porque sabe que todos precisam de um prato para comer, de talheres para comer e de copos para beber.

Vê-se assim, a importância de factores sociais (e.g., interacções sociais; significações

sociais) na resolução de problemas, numa perspectiva de que estes factores operam no interior do próprio mecanismo cognitivo, não devendo, portanto, ser encarados como meras variáveis adicionais.

As regulações sociais têm um papel importante na regulação cognitiva.

Pensamento contrafactual Que tipos de coisas ocupam os nossos pensamentos? - Factos: Como as coisas realmente são - Possibilidades reais ou factuais: Como as coisas poderão ser - Possibilidades contrafactuais: Como as coisas poderiam ter sido - Impossibilidades: Como as coisas não são e nunca poderão ser Pensamentos contrafactuais: Alternativas da realidade que não chegaram a acontecer. Pensar sobre como as coisas poderiam ter sido, frequentemente, é uma reacção cognitiva a

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acontecimentos negativos ou a acontecimentos que não confirmam as expectativas; pensamentos sobre coisas que podiam ter acontecido, e que por outro acontecimento já não é possível acontecer; sobre alternativas que não aconteceram. Ao pensar contrafactualmente, as pessoas elaboram simulações mentais de situações passadas, nas quais as coisas ocorrem de uma forma diferente daquilo que aconteceu na realidade. A alteração mental de resultados passados, presentes nestes pensamentos, é uma reacção cognitiva a acontecimentos negativos ou a acontecimentos que não confirmam as expectativas. Podem relacionar-se com a resolução de problemas. Expressões de pensamentos contrafactuais: “se…, então…”; “podia ter…”; “devia ter…”; “ (mas) porquê é que…”

Representação mental (Modelos mentais)

“Se tivesse espirrado, então teria morrido”

Dois pensamentos: Não espirrou não morreu (o que aconteceu) Espirrou e morreu (imaginado) Enquanto se e sse disser: se espirrar, então morre, só a uma possibilidade de opção. É com base nestas possibilidades que fazemos os raciocínios e tiramos as conclusões.

Faz toda a diferença as opções que temos. Excepção:

Obrigação de precaução e aqui excepcionalmente só pensam que se limpa o sangue

tem de usar luvas, e no proibido limpa o sangue e não usar luvas. Mas faz sentido que no âmbito das obrigações, é muito entre o que se pode ou não

fazer.

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1. Aquilo que nos mudamos quando pensamos contrafactualmente, mudamos os antecedentes de forma a obter outro resultado.

2. Aquilo que nós mudamos não são coisas ao disparate de cada um, o que mudamos tem uma certa racionalidade.

3. Aquilo que nós mudamos cria alternativas da realidade plausíveis.

Imaginação racional

A ideia é que a nossa imaginação é mais racional do que podemos pensar à primeira vista. E o nosso pensar racional é muito mais imaginativo do que poderíamos pensar, e o pensamento contrafactual é a prova disso.

Os condicionantes do pensamento contrafactual

Mutabilidade (Kcheman & Miller, 1986). A prontidão relativa com que os elementos da realidade, antecedentes de um acontecimento inesperado, podem ser alterados mentalmente para construir uma alternativa contrafactual; Coisas sobre as quais temos controlo e sobre as quais podemos decidir. (Ex: “Se estivesse estado com mais atenção, não teria partido o copo” (Inconsciente) Valência de resultado Vantagens e desvantagens do pensamento. Expectativas Quando uma expectativa é grande, e não se concretiza, pensamos contrafactualmente. Proximidade de um resultado positivo A pessoa ao nosso lado morre, pensamos contrafactualmente, a pessoa que morre está a mais de 500metro já não pensamos contrafactualmente. Excepcionalidade O sujeito faz algo fora do seu habitual, a tendência é repor o habitual.

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Controlabilidade

Controlabilidade que temos nas coisas. No 11 de Setembro, temos duas hipóteses de dois contrafactuais e é mais possível

fazerem o primeiro do que o segundo, porque é algo que está mais do nosso controlo.

Acção/Omissão

Ambos acabaram infelizes, o que fica mais incomodado é o que mudou de colégio. Explicação:

- No curto prazo: O sujeito que se arrepende mais é o que agiu (o que tinha antes o que tem agora) pois esse que agiu teve mais trabalho, etc…

- A longo prazo o que nos arrependemos mais é daquilo que não fizemos.

Quando as pessoas pensam a longo prazo, o António, a longo prazo vamos pensar noutras possibilidades, mudou e ficou feliz, mudou e ficou infeliz, e uma delas é melhor, e fica sempre a dúvida.

Noutro estudo,

O que as pessoas mudam mais são as coisas que não fizeram sendo que a longo prazo

arrependemo-nos mais do que nós não fizemos.

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Categorização dos pensamentos contrafactuais

Direcção Ao comprovar as circunstâncias factuais com a alternativa contrafactual, esta alternativa pode ser considerada como mais favorável ou menos favorável do que as circunstâncias contrafactuais. Exemplo: “Se o Ronaldo tivesse jogado melhor, ganhávamos o jogo” Situação factual: O Ronaldo jogou mal, perdemos o jogo. Situação contrafactual: O Ronaldo jogar bem, ganharmos o jogo A comparação é de direcção ascendente. “Se tivesse tido menos sorte, perdia o meu braço (ao empurrar um tubarão) ” Situação factual: Tive sorte, tenho o braço. Situação contrafactual: Tenho azar, perco o braço. A comparação é de direcção descendente. Estrutura Ao elaborar um contrafactual podemos adicionar ou eliminar um antecedente para alterar mentalmente o resultado.

Pensamentos contrafactuais aditivos (relacionados com comparação de direcção ascendente)

Pensamentos contrafactuais subtractivos (relacionados com a comparação de direcção descendente)

Consequências

Consequências psicológicas:

Efeito de contraste: Ocorre quando uma avaliação se torna mais extrema por ser contratada com um padrão. Está relacionada com as consequências emocionais, como a desilusão, a decepção, sentimentos de culpa ou de perda.

Uma coisa é o que aconteceu, outra coisa é o que imagino. Há um contraste entre uma e outra, a minha realidade é que é mau, e podia estar melhor.

Atribuições causais: Influência as atribuições de culpa, a elaboração de expectativas, a formação de atitudes e de intenções em relação aos comportamentos futuros. Tem influências psicológicas.

Consequências Emocionais:

Contrafactuais ascendentes e emoções negativas

Contrafactuais descendentes e emoções positivas

As emoções podem depender da informação focalizada numa comparação. O contexto influencia as emoções consequentes da ideação contrafactual.

Será que podemos pensar que quando são ascendentes as emoções são negativas, e quando descendentes as emoções são positivas.? Não podemos tirar esta conclusão.

Ex 1.: Uma senhora, condutora de um carro, viajava com as duas filhas e o sobrinho quando sofreu um acidente. O carro despistou-se e depois de sair da estrada capotou. As crianças sofreram apenas lesões ligeiras, mas durante muito tempo uma ideia permaneceu viva na mente da senhora: “Se tivesse morto as crianças, teria sido uma catástrofe”

Ex 2.: Uma pessoa que anda com problemas em respirar faz exames e a pessoa começa a ficar aflita, ai que posso ter isto ou aquilo, quando vê os exames tem uma coisa pequena.

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Pode fazer um contrafactual descendente, não é tão mau pensava que era um cancro – contrafactual descendente.

Consequências cognitivas: As inferências causais envolvidas no pensamento contrafactual e a elaboração de modelos alternativos à situação factual em que a valência negativa do resultado é evitada podem contribuir para que as pessoas se sintam preparadas para situações semelhantes no futuro.

Passado Presente Futuro

Resultado negativo, emoções negativas subsequentes.

Elaboração de uma representação mental alternativa à situação real desfavorável (processamento contrafactual)

Transformação dessa representação em atitudes e/ou em estratégias comportamentais que promovem a adaptação eficaz.

Modelo funcional do pensamento contrafactual

Função preparativa: Atribuição causal. Contrafactuais de categorias diferentes possuem diferentes valores preparativos. Os ascendentes sugerem como podemos melhorar a situação. Os descendentes apontam para a manutenção do estado anterior das coisas. Os contrafactuais aditivos têm um valor preparativo mais elevado do que os subtractivos Os contrafactuais que possuem o mais alto valor em termos preparativos são os de direcção ascendente e de estrutura aditiva. Função afectiva: Regulação dos efeitos negativos que resultam de um acontecimento negativo. Direcção descendente: “podia ter sido pior”

Pensamento contrafactual disfuncional (Sherman & McConnel, 1995) Análise causal comprometida:

A acessibilidade orienta o foco da alteração

Atletas com medalha de prata e satisfação (Medvec & Gibuich, 1995)

Juízo moral:

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Juízo moral sobre as coisas… as pessoas imaginam mais alternativas para eventos inapropriados. Nós mudamos mais o que é socialmente inapropriado.

Foco:

Foco, qual a personagem central da histórica, não está muito estudado.

O lado negro dos contrafactuais:

Se os contrafactuais se focam em coisas que não temos controlo, ou se focar aspectos únicos que não se vão repetir, ainda ficamos piores.

Pode-se entrar numa ruminação culpabilizadora e muitas vezes é o que ocorre na depressão.

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O deprimido, tem uma visão negativa sobre tudo, então será que faz pensamento contrafactual? Faz, agora a função que isso tem não será idêntica.

Num dos estudos que a prof. Quelhas fez, o deprimido activa menos o pensamento contrafactual, sendo que, quando o deprimido pensa contrafactualmente pensa igualzinho aos outros.

Raciocínio Dedutivo Dedução: Relacionar a informação previamente fornecida, e concluir algo que já estava implícito. A relação entre os silogismos e a conclusão deve ser lógica.

Lógica e psicologia do pensamento

Em relação as inferências, à logica interessa se é valida ou não e como chegamos as validas.

À psicologia é interessante todas, independentemente se são logicas ou não, os sujeitos muitas vezes não fazem inferências de formas válidas.

Mesmo Kant diz que a lógica são as leis necessárias (como devemos pensar, de forma a pensar validamente), e a psicologia são as leis contingentes (como pensamos de facto).

Logica é como uma teoria normativa. Qualquer problema tem um contexto e uma forma: Ex 1.: O problemas com as formas condicionais (se… entao…) se a um quadrado então

á um triangulo, a seguir eu digo não à um triangulo logo nos retiramos que não a um quadrado.

Ex 2.: se A entao C, não há C, vou concluir que não há A. As pessoas acabam por dar respostas diferentes, para problemas com a mesma forma.

Á logica só interessa a forma, enquanto a psicologia é contexto (conteúdo do problema, como o contexto onde é resolvido) e a forma.

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Teorias sobre raciocínio dedutivo

Segundo o livro da Prof. Quelhas, é possível agrupar as mais importantes teorias psicológicas do raciocínio dedutivo de acordo com três perspectivas:

Primeira perspectiva: Existiria um conjunto de regras formais que constituiriam o raciocínio proposicional;

Segunda perspectiva: Coloca a tónica na importância do conteúdo, relativamente ao qual o sujeito raciocina, e do contexto no qual o raciocínio ocorre;

Terceira perspectiva: Teoria da dedução tem de centrar-se nos mecanismos da representação mental e nos procedimentos ligados às referidas representações.

Evans, Newstead e Byne (1993) falam em quatro abordagens teóricas do raciocínio

dedutivo:

Abordagem organizado em redor das regras formais (corresponde à primeira perspectiva).

Abordagem de modelos mentais (corresponde à terceira perspectiva).

Abordagem das regras ou esquemas sensíveis ao domínio (corresponde à segunda perspectiva).

Abordagem das heurísticas e dos enviesamentos.

Centrando-nos nas teorias que se referem à competência dedutiva, ou seja, as teorias de nível algorítmico (Johnson-Laird & Byne, 1991):

Teoria das regras formais – Em conformidade, sobretudo com Byrne (1986), é possível ver uma posição bastante radical: O raciocínio é um processo de cálculo proposicional, sendo a lógica proposicional uma descrição adequada do raciocínio humano. Enquanto ilustração desta perspectiva, a afirmação segundo à qual o raciocínio não passa de um cálculo proposicional é frequentemente referida. Da mesma forma, a afirmação de Piaget (1977), de acordo com a qual «a lógica proposicional parece ser uma das conquistas essenciais para do pensamento formal», vai no mesmo sentido. No entanto, não nos podemos esquecer de que as referências mais recentes à teoria piagetiana (a partir dos anos 80) não são habitualmente discutidas a propósito deste assunto. Não obstante, é importante frisar que os trabalhos mais antigos de Piaget são aqueles que se inserem nesta perspectiva. Lourenço (1995) chama a atenção para este facto, ao afirmar que nas suas obras mais recentes, Piaget sugere a substituição da lógica por uma lógica intencional ou de implicação. MacNamara (1986) faz a distinção entre duas perspectivas filosóficas referentes à lógica, consoante a respectiva atitude perante a psicologia:

Pró-psicologista: Vê a lógica como o estudo do pensamento. Esta perspectiva seria a de Kant e a de John Stuart Mill.

Anti-psicologista: A lógica não seria, em caso algum, um estudo psicológico, estaria somente interessada nas condições de verdade das afirmações e nas inferências a partir das frases.

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Lógica mental - São as primeiras, influência da lógica. Piaget dizia que racional não era mais do que um cálculo proposicional.

A diversidade de respostas para problemas idênticos na sua forma? Eles justificam: As vezes existem problemas de interpretação, sendo que o raciocínio pode sair errado por isso. Exemplo:

Na discussão levada a cabo por MacNamara (1986) sobre o lugar da lógica na

psicologia, ele afirma não defender nem a união entre as duas, verificada no século anterior, nem o seu divórcio posterior, mas antes uma relação baseada num benefício mútuo.

Apesar das posições antigas dos autores acima referidos, a ideia segundo a qual a dedução é efectuada por meio de um processo de raciocínio marcado pelo recurso a regras formais (e, portanto, independente de outros factores, como o conteúdo do problema ou o contexto de resolução= foi uma ideia dominante durante muito tempo.

Críticas à teoria: A constatação da influência do conteúdo/contexto sobre o processo

dedutivo. Dado que as regras formais são aplicadas independentemente do conteúdo das proposições, dependendo estritamente da sua forma lógica, os teóricos das regras formais consideram que a influência do conteúdo funciona a um nível anterior ao do raciocínio, ou seja, a um nível anterior que define o processo de compreensão. Logo, os erros de raciocínio não seriam erros lógicos mas antes erros de compreensão.

Num estudo anterior da prof. (Quelhas 1991) pode-se verificar a existência de um bloqueio nos adultos e crianças no estabelecimento da inferência Modus Ponens. Uma vez que, quando confrontados com um conteúdo designado absurdo (Se quero ver um filme para adultos, então devo ter cabelos louros. Quero ver um filme para adultos. Logo…) assiste-se ao aparecimento das conclusões absurdas, segundo a lógica formal (por exemplo: “Pinto os cabelos” ou “vou comprar uma peruca”). Se a teoria das regras formais defende que a dificuldade de uma inferência depende do número e do tipo de passos inferenciais, como explicar estes erros numa das inferências mais simples?

Estudo com sujeitos deprimidos: Num estudo de Quelhas e Power (1991) mostram

que os depressivos são mais rigorosos quando o problema do conteúdo está em conformidade com o modelo mental dos referidos sujeitos, ou seja, no caso em que o problema apresenta uma dimensão emocional negativa.

Teoria do Conteúdo/Contexto:

Relativamente à investigação com adultos, o contexto é habitualmente considerado um conjunto de factores relacionado com o conteúdo do problema ou com as instruções dadas pelo investigador. No entanto, nestes estudos, os autores nunca levam a cabo quaisquer manipulações radicais do contexto social. Limitam-se a variações de conteúdo da tarefa ou das instruções, num contexto socio-experimental constante.

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Porém, outros estudos, sobretudo aqueles que envolvem crianças, apresentam resultados importantes, obtidos com a manipulação do contexto social, embora estas investigações situam-se fora do campo restrito do raciocínio dedutivo.

Regras para conteúdos:

O significado social, seja da tarefa, do contexto ou da interação que existe quando resolvemos o problema.

Um estudo que a Prof.Quelhas tentou fazer um esquema para explicar, é feito com crianças de 9, 10 anos que consistia em apresentar uma cartolina e no meio punha-se uma rodela de outra cor e dizia-se que no meio é o centro da cidade, e fora do circulo é fora da cidade, rectângulos

Prob. 1.Todos os cogumelos têm de estar fora

do centro da cidade Prob. 2 camiões são os rectângulos e os carros

são os quadrados, e diz-se a regras, todos os camiões devem estar fora do centro da cidade, e as crianças põem de acordo com a regra.

Os dois problemas são iguais, todos … têm de estar fora da cidade, o desempenho é

diferente num e noutro 1-11 sucesso versus 2-80 esta experiencia foi feita no sul de frança mas com imensos problemas de trânsito, 2 é plausível de significado social. Importância do significado social da tarefa.

Tarefa de selecção de cartões

Foi inventado por Wason (pai da psicologia do raciocínio) inventava tarefas de raciocínio que se tornavam celebres (1966) e ainda hoje não há nenhuma tarefa com tantos artigos publicados com esta tarefa. Demonstrou o insucesso na aplicação do modus tollens.

Consistia em: primeira fila (versão original) mostrava quatro cartas, foi dito aos sujeitos que havia uma letra em um dos lados de cada carta e um número no outro. A tarefa era julgar a validade da seguinte regra, que se referia apenas a essas quatro cartas:

- Se uma carta tem uma vogal num dos lados, então ela tem um número par do outro lado.

A tarefa do sujeito era virar apenas as cartas que precisavam ser viradas para se comprovar a correcção da regra a ser avaliada.

Os primeiros estudos com esta tarefa demonstraram um desempenho extremamente baixo por parte dos sujeitos adultos, dado que apenas cerca de 10% dos sujeitos deram a resposta correcta.

Nos últimos dez anos, esta tarefa foi objecto de inúmeras investigações, tendo algumas demonstrado um aumento considerável do número de resposta correctas, ligadas a

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variações de conteúdo e/ou de contexto da tarefa. No entanto, a discussão de todos estes resultados não foi simples, tanto mais que muitos desses resultados se contradizem entre si.

Uma primeira crítica que pode ser feita aos estudos com a tarefa de selecção de cartões reside no facto de não se verificar um controlo rigoroso das metodologias e procedimentos utilizados nas diversas investigações. Tal facto pode conduzir a uma avaliação errónea do efeito do conteúdo, no caso em que o desempenho dos sujeitos se encontre sob a influência de outras variáveis presentes na tarefa

Esquemas pragmáticos

A teoria dos esquemas pragmáticos de raciocínio pode ser encarada como uma tentativa de estabelecimento de um compromisso entre as duas posições já assinaladas, ou seja, entre a teoria das regras formais e as hipóteses baseadas nos conhecimentos armazenados na memória.

Os esquemas pragmáticos apresentam um nível de generalidade intermédia entre as memórias de experiências passadas que são específicas e as regras abstractas.

Tem o objectivo de definir a natureza dos conhecimentos relativos às regulações sociais, como as permissões e obrigações, de forma a poder explicar os efeitos do conteúdo sobre o raciocínio.

As regras do esquema de permissão são as seguintes:

A teoria dos esquemas pragmáticos de raciocínio surge como bastante plausível para explicar os efeitos de facilitação encontrados na tarefa de selecção.

Exemplo:

Esquema de permissão tem 4 regras: Aprende-se no quotidiano. Para beber cerveja tenho de ter mais de 18 anos. Se não tenho 18 anos, então não podemos beber cerveja. Se não beber cerveja, então não preciso de ter 18 anos. Eu tenho 18 anos, então posso beber 18 anos mas não significa que a realize mas

posso se acontecer. Enquanto na versão original só 4 a 10% das pessoas resolviam, com versão alterada

aumenta imenso as pessoas fazem a tarefa mais facilmente. Cheng & Holyoak vem dizer que o sucesso das versões alteradas dos problemas onde

as pessoas resolvem com maior sucesso são os problemas onde a condicional se… então… tem a ver com um acção que querem fazer e algo que tem a ver com essa precondição. E ai vamos para um esquema de permissão e o esquema de obrigação.

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Remete para um esquema automático de raciocínio. Críticas à teoria: Devido à controvérsia em redor dos efeitos do conteúdo, e a hipótese

segundo a qual se poderia estar perante uma confusão entre processos de raciocínio e processos de memória, levaram outros autores a preferir o estudo do material abstracto. Evans (1983) é um desses autores, que argumenta que o material abstracto fornece uma medida mais directa da capacidade de raciocínio das pessoas.

Independentemente das críticas a vantagem mais evidente desta teoria reside no facto de as referidas teorias terem mostrado a importância do conteúdo/contexto em que os sujeitos raciocinam, e algumas das suas consequências em termos de desempenho. A limitação mais óbvia reside no facto destas teorias terem um suporte empírico praticamente limitado a uma única tarefa de raciocínio (tarefa de selecção), e o facto de não explicarem como o ser humano raciocina com material não-social,

Teoria dos Modelos mentais (Johnson-Laird, 1983; Johnson-Laird & Byrne, 1991) tem como objectivo explicar a natureza da dedução e de caracterizar os processos mentais subjacentes. A teoria dos modelos mentais rivaliza com as teorias das regras formais, que são as que, inicialmente, forneceram as teorias da dedução mais completas e mais sistemáticas. A teoria dos modelos mentais opõem-se à ideia de que o ser humano raciocina através de regras de inferência, que funcionam de forma basicamente sintáctica, sem especificar qualquer tipo de semântica para as conjunções. Sendo que, para ele depende da construção e da avaliação de modelos mentais. O processo para inferir decorre em três partes:

1. Compreensão: Onde o sujeito mobiliza o seu conhecimento da língua e os seus conhecimentos gerais de modo a compreender a informação (as premissas), enquanto elabora um modelo interno do estado de coisas descritas pelas premissas.

2. Descrição: Onde os sujeitos tentam formular uma descrição dos modelos que elaboraram, ou seja, tentam concluir alguma coisa que não seja aquilo que já esteja explicitamente afirmado nas premissas.

3. Validação: O sujeito procura modelos alternativos das premissas que possam constituir um contra-exemplo relativamente à conclusão suposta.

No caso de não existir qualquer modelo que constitua um contraexemplo da conclusão, esta última será então considerada válida, caso contrário, o sujeito deverá então considerar o conjunto dos modelos possíveis e tentar encontrar uma conclusão que satisfaça todos os modelos.

Corolário: Quanto maior o número de modelos mentais explícitos necessários a uma

dedução, mais elevado será o nível de dificuldade da dedução e a carga correspondente em memória de trabalho.

Em resumo: Podemos afirmar que a teoria dos modelos permite explicar os fenómenos

encontrados com mais frequência no domínio da dedução. O nível de dificuldade de um argumento é justificado pelo número de modelos explícitos que é necessário elaborar. Permite ainda explicar os efeitos de conteúdo e de contexto, dado que estes factores afectam quer a elaboração dos modelos iniciais, quer a procura de modelos alternativos.

Críticas à teoria: As críticas mais significativas estão ligadas a alguns aspectos que a

teoria ainda não desenvolveu suficientemente, relativamente, aos aspectos relativos ao desenvolvimento das competências dedutivas e aos aspectos relacionados com o

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conteúdo/contexto da informação, com base na qual o sujeito raciocina. Porém, esta crítica pode ser feita a muitas das outras teorias do raciocínio, à excepção da teoria piagetiana, ainda a mais importante ao desenvolvimento da competência lógica.

Evans (1993b) afirma que a teoria dos modelos mentais serve para explicar o modo como raciocinamos com material novo, e não serve para explicar o modo como raciocinamos com material familiar. No caso deste último modo de raciocínio, deve-se optar por outras explicações, nomeadamente pela teoria dos esquemas pragmáticos do raciocínio.

Principais áreas da investigação

Raciocínio com silogismos

Silogismo linear:

Problemas relativamente fáceis que envolvem uma inferência transitiva (propriedade de uma escala, ou de uma dimensão na qual os objectos podem ser comparados e ordenados) neste problema a dimensão é a altura dos sujeitos. Este tipo de problema pode ser mais complexo, devido à estrutura do mesmo, se temos duas premissas e um termo (representado pela letra B) que vai se repetir nas duas. O que complica? Se perguntar qual o mais baixo por exemplo. Silogismo categórico:

Temos duas premissas; começam por um quantificador (alguns, todos, nenhuns)

universal ou particular, afirmativo ou negativo.

Alguns – particular afirmativo Nenhum – universal negativo

Um silogismo mais complexo que outro? É fácil dizermos que é neste problema que

tem mais desempenho e no outro tem pior logo um é mais fácil outro é mais difícil, outra coisa é explicarmos o porquê que os sujeitos têm mais dificuldade num do que o outro, isso depende do constructo teórico, á várias teorias sobre como pensamos dedutivamente, não sendo simples.

Estes problemas têm uma forma, o B é o termo que se repete. As pesquisas sobre o raciocínio com quantificadores têm focalizado os silogismos

categóricos.

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Os erros de avaliação dos silogismos podem ser explicados pela pressuposição de que

os sujeitos adoptam diversas interpretações específicas ou probabilísticas das premissas.

Raciocínio proposicional

O raciocínio proposicional utiliza a conjunção “i”, a disjunção “ou” e a implicação “se… então…”. Englobando por isso o raciocínio condicional.

Raciocínio condicional

Perceber se p, então q, em que p e q são duas preposições.

O interesse não é exclusivo da psicologia, também há esse interesse na filosofia e na linguística.

Mas vamos ver na perspectiva da psicologia.

Na perspectiva da psicologia é através das três tarefas mencionadas que se estuda o pensamento condicional:

Tabela de verdade: Esta foi das primeiras que se usou, a influência da logica.

Condicional material

Inferências Condicionais

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Condicional defectiva

Silogismos condicionais (Inferências condicionais)

Primeira premissa (frase condicional) e um segunda premissa que é a afirmação ou negação do antecedente ou consequente e depois está a conclusao.

Modus Ponens afirma o antecedente Modus Tollens nega o consequente Como se sabe? Olha-se para a 2ºpremissa e esta diz-nos que tipo de inferência está presente. Quando temos uma premissa “se… então…” em lógica só o Modus Ponens e o Modus Tollens é valido, quando temos premissas “se e só se… então…” as quatro são válidas.

Na investigação representam-se os três

tipos:

A - Três opções

B - Três possíveis respostas

Produção - Dou a pergunta e sem dar

ajudas.

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Ruth Byrne na análise que faz sobre o raciocínio condicional mostram que o

desempenho nas quatro inferências é muito variável e que isso é variável de estudo para

estudo. Mas mesmo atendendo a variabilidade, á coisas evidentes que Modus Ponens é mais

fácil do que o Modus Tollens, é algo que se viu em n estudos, mas a questão é explicar o

porquê? E isso já depende da teoria que nós nos situamos.

Teorias Formais: Logica mental que contem uma série de regras, como as regras da lógicas formais mas mais simples. E portanto, as teorias dizem que funcionamos interpretando estas regras. Modus Ponens é uma regra directa quanto Modus Tollens é mais passos.

Teoria do conteúdo e contexto: Ideia que a pragmática é influenciada pelo contexto. Se a acção então precondição, activa as regras do esquema da premissão.

Teoria dos modelos mentais: 30 anos teoria mais influente para estudar o raciocínio, as outras continuam a existir e vem surgindo novas.

A instrução que nós damos ao sujeito, faz mudar o desempenho das pessoas. Inferência dedutiva: Raciocínio mais logico e não se deixar influenciar pelas crenças,

etc. Inferência pragmática: Se apenas dizer para tirar uma conclusão, então a inferência é

mais pragmática, grau de probabilidade, etc… vai pra além da informação semântica. Supressão de inferências:

(Se acrescentar a premissa se a Maria tiver dinheiro suficiente, então vai a uma festa) No outro caso MP 96% concluem que vai a festa, na segunda 38% vai a festa.

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As teorias formais têm muita dificuldade em explicar como as pessoas com problemas

iguais na forma tem respostas diferentes, uma coisa é o que é dito e outra é a interpretação da

informação, e quando aplicam a regra já estão a partida mal.

Johnson-Laird está a pensar sobre a frase em azul e representa mentalmente o significado disso, de acordo com a teoria dos modelos mentais, primeiro representamos mentalmente a informação e depois com base nos modelos mentais chegamos a conclusão e o terceiro passo é pensar contra exemplos (nos problemas da aula prática, à problemas que tem duas possibilidade um modelo mental é análogo aquilo que é descrito, a representação mental contém os elementos e a relação com estes elementos como é descrito).

O modelo mental tem um quadrado e um triangulo,

como vimos na aula pratica podemos ter um problema mental, mas nos que tem dois em mente, a conclusão que vem de um contradiz a que vem do outro, e então dizemos que não se pode concluir nada. Normalmente a primeira representação que fazem tiram a resposta logo e ficam satisfeitas, não procurando o outro e dando uma conclusão errada.

Para ver a validade da nossa afirmação temos de ter

contra exemplos outros modelos mentais que foram contra a conclusão que tiramos.

Contraexemplos – mais possibilidades congruentes

com a conclusão. Para silogismos categóricos tem no máximo três

possibilidade.

Corolário: Quanto mais modelos mais difícil é o problema, o que se constata empiricamente as pessoas dão mais erros, demoram mais tempo. Os silogismos categóricos com três modelos ultrapassam a capacidade da nossa memória de trabalho. Ser mais do que um modelo dificulta sempre. Modus Ponens tira-se com o modelo inicial

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Modus Tollens não a um triângulo logo tem se construir mais modelos logo é mais difícil.

Principio de verdade: O que nos representamos mentalmente é o que é verdadeiro e não o que é falso. É o mais frequente.

A um quadrado e não há um triangulo (é falsa para a frase) esta não é representada mentalmente. Teorizações diferentes:

Modelação semântica e pragmática: de acordo com o significado das coisas e de acordo com os nossos conhecimentos nos mudamos as nossas representações mentais e consequentemente as conclusões que tiramos.

Qual das 4 possibilidades não é verdadeiro de acordo com a frase é a 2.

Frase parecida

Qual das 4 possibilidade não é verdadeiro de acordo com a frase é a 3.

Consoante o significado das frases vou ter raciocínios diferentes, porque as

representações são diferentes.

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Princípio da modelação semântica:

Efeito pragmático do conhecimento:

Problemas idênticos na sua forma econteúdo.

Se a forma é idêntica e o conteúdo é idêntico como se justifica a conclusão ser diferente?

O que interfere são os nossos conhecimentos das cidades, porque se estivesse nomes fictícios não existia diferença nas respostas.

Pragmática, acrescentamos conhecimentos que nos temos, que podem ser incluídas ou excluídas.

Princípio da modelação pragmática:

Desenvolvimento do raciocínio:

Quer a semântica quer a pragmática o efeito é o mesmo, ou suprimimos algumas ou facilita que fiquem explicitas algo que estejam implícitas.

Do ponto de vista do desenvolvimento, existe uma progressividade com a idade. Apesar disso

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existem adultos que não passam para a 3ªfase

Pensamento crítico

O pensamento crítico assenta num conjunto de habilidades que permitem pensar

racional e objectivamente.

Compreender a linguagem com exactidão

Interpretação Identificação de assunções

Perceber a ligação lógica entre proposições

Inferência Dedução Avaliação de Argumentos

Interpretação

Isto não é um cachimbo. O que quer dizer Magritte com essa frase? (De facto não é um cachimbo, é uma imagem de um cachimbo)

Diferença entre significado literal e a implicação conversacional. 1) Veja a passagem frase a frase e compare o que cada frase quer dizer com o que cada frase efectivamente diz.

Identificação de assunções

Uma suposição é algo pressuposto ou um dado adquirido. Quando você diz, 'Eu vou ser um advogado qualificado, em dois meses, tem-se como dado adquirido que vai estar vivo em dois meses, que vai passar os exames relevantes, etc.

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Inferências

Uma inferência é a conclusão que uma pessoa pode tirar de certos factos observados ou supostos. Por exemplo, se as luzes estão acesas numa casa e a música pode ser ouvida vindo da casa, uma pessoa pode inferir que alguém está em casa. Mas essa inferência pode ou não estar correto. É possível que as pessoas da casa acendam as luzes e o rádio quando eles não estão em casa. Nesse teste, cada exercício começa com uma declaração de fatos que você deve considerar como verdadeiro. Depois de cada declaração de factos vai encontrar várias possíveis inferências ou seja, as conclusões que algumas pessoas podem tirar dos fatos expostos. Examine cada inferência separadamente, e tomar uma decisão quanto ao seu grau de verdade ou falsidade.

Dedução

A palavra "alguns" em qualquer uma dessas declarações significa uma parte indefinida

de quantidade de uma classe de coisas. 'Alguns "significa que pelo menos uma porção, e talvez

todos a classe. Assim, 'Alguns feriados são chuvosos "significa que pelo menos um,

possivelmente mais do que um, e talvez até mesmo todos os feriados são chuvosos.

Avaliação de Argumentos:

Na tomada de decisões sobre questões importantes, é desejável que sejamos capazes de distinguir entre os argumentos que são fortes e argumentos que são fracos, na medida em que a questão em apreço está em causa. Para um argumento para ser forte, deve ser importante e directamente relacionado com a questão. Um argumento é fraco, se não está directamente relacionada com a questão (embora possa ser de grande importância geral), ou se ele é de menor importância, ou se ele está relacionado apenas aos aspectos triviais da questão.

Racionalização ou racionalidade:

- Conclusão – argumenta (processo fechado) - Argumento – conclusão (novos dados são incluídos e a conclusão pode mudar)

Argumentação: O argumento é um conjunto de afirmações podendo elas ser válida ou não. É preciso saber distinguir premissas das conclusões As afirmações são verdadeiras ou faldas. Um bom argumento, tem premissas verdadeiras e a conclusão baseia-se nas

premissas, sendo a conclusão verdadeira ou falsa. Existe uma tendência individual para preferir o recurso a um dos dois sistemas. Mas

para utilizar o sistema 2 (dedução) é preciso ultrapassar a resposta intuitiva do sistema 1 (indução)

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Raciocínio Indutivo Raciocínio indutivo é a expressão utilizada para descrever os processos pelos quais se pode chegar a conclusões que são prováveis e não certas. Isso parece ser muito mais útil no dia-a-dia, uma vez que pouca coisa é certa e, na melhor das hipóteses, as coisas são apenas muito prováveis.

Formação de hipóteses

Segundo Anderson, distingue-se a formação de hipóteses da avaliação de hipóteses.

Portanto, uma boa maneira de estudarmos como é que as pessoas formam hipóteses é através

de como as pessoas identificam ou formam conceitos.

Para estudar isto, usado por Brunner, foi feita uma tarefa

com cartões que diferem nas figuras que têm lá dentro: pode ser

uma cruz, um círculo ou um quadrado. Outra coisa é o número

de molduras no cartão, que pode ser uma, duas, ou três e depois

a quantidade de figuras que tem: pode ser uma, duas, ou três.

Por fim, há filas de três cores diferentes. Portanto há

várias características com três variáveis. O experimentador dizia

aos sujeitos “Eu tenho um conceito em mente” e um dos

procedimentos eram assim. Eu ponho uma série de cartões,

aqueles que correspondem ao que está em mente com um + e os

que não correspondem com um -. A tarefa dos sujeitos era

descobrir qual era o conceito que o experimentador teria em

mente. Um procedimento mais interessante é o experimentador

dá apenas um cartão e diz a mesma coisa, acrescentando que o

cartão corresponde ao que tem em mente. A partir daí, é o

próprio sujeito que vai pondo cartões, e o experimentador

apenas diz se pertencem ou não ao conceito que ele tem em mente. Este é um procedimento

mais interessante porque é o próprio sujeito a manipular e isso permite-nos observar e

perceber o tipo de estratégia que ele está a utilizar. (ver imagem – círculos pretos é o conceito)

Esta estratégia é chamada de abordagem conservadora – a pessoa muda um só

atributo outra vez, e se o resultado é positivo, conclui que aquilo que foi alterado não é

relevante. Se aquilo que mudou faz com que já não pertença ao conceito, é porque é

importante não a mudar. Outra estratégia diferente é a averiguação sucessiva: assim que o

experimentador coloca o cartão, as pessoas formulam logo uma hipótese e vão colocando

cartões de forma a confirmar essa mesma hipótese. Esta hipótese nem sempre é fiável, porque

assim que leva uma negação, o indivíduo tem de mudar a sua hipótese, visto que a primeira

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estava errada. Na averiguação de conceitos, nós podemos pôr uma hipótese e essa hipótese

tem tanta possibilidade de ser verdadeira como outra.

Teorema de Bayes:

Os matemáticos e os filósofos desenvolveram um modelo normativo para a maneira como as pessoas devem raciocinar em situações indutivas. Isso é baseado num resultado matemático denominado teorema de Bayes. Uma grande parte das pesquisas neste campo tem-se concentrado em como os sujeitos se ajustam às prescrições do teorema de Bayes. Como exemplo de onde o teorema de Bayes pode ser aplicado, suponha que eu, ao chegar a casa, encontro a porta entreaberta. Estou interessado na hipótese de que isso possa ser obra de um ladrão. Como devo analisar esta hipótese? O teorema de Bayes oferece um meio de se avaliar quanto ele é plausível. Combina o que se chama de probabilidade à priori, as probabilidade condicionais e probabilidade posterior. Probabilidade á priori é a probabilidade de que uma hipótese seja verdadeira antes de se considerar a evidência (no exemplo anterior, a probabilidade á priori era se no sítio onde eu vivo, se é propicio a assaltos, se tenho alarme em casa, etc). Probabilidade condicional é a probabilidade de que um determinado tipo de evidência seja verdadeiro se uma determinada hipótese for verdadeira (no exemplo anterior, se eu tivesse uma amiga que vivia comigo e que fosse muito despassarada e deixa-se muitas vezes a porta aberta era mais provável do que se viver sozinha e fechar sempre tudo com muito cuidado) Probabilidade posterior é a probabilidade de que uma hipótese seja verdadeira depois de se considerar a evidência (no exemplo anterior, qual a probabilidade de ter sido assaltada e ter a porta aberta) Um exemplo disso é quando são dadas estas informações:

Kahneman & Tversky (1972) -> Numa sala, temos 70 engenheiros e trinta

advogados. Qual é a probabilidade do sujeito que eu tiro à sorte ser engenheiro? 70%. E se for

numa sala em que temos 30 advogados e 70 engenheiros? 30%.

A pessoa escolhida à sorte tem as seguintes características: Chama-se Jacques,

é um homem de 45 anos, é casado, tem quatro filhos. É geralmente

conservador, cuidadoso e ambicioso. Não mostra interesse pela política, nem

pelos acontecimentos sociais e passa o seu tempo livre ocupado com os seus

vários hobbies, que incluem carpintaria, navegação e puzzles matemáticos.

Qual é a probabilidade deste sujeito ser engenheiro?

Normalmente as pessoas respondem 90%, esquecendo-se da probabilidade a

priori. Mas não podemos esquecer, da sala de que o sujeito sai. Tanto pode ter

30% como 70%. Isto é feito frequentemente.

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As pessoas que começaram a investigar o raciocínio indutivo perceberam que não

usamos teoremas alguns. No domínio da indução Kahneman & Tversky são nomes

incontornáveis. Nesta tentativa de perceber como é que as pessoas tomam decisões o que eles

foram descrever é uma série de heurísticas – da representatividade e da disponibilidade –

usadas mais frequentemente. Heurísticas são modos práticos de resolvermos as coisas, são

atalhos ou shortcuts que nós fazemos e que rapidamente nos levam a tomar uma decisão

sobre as coisas, o que é fundamental e muito importante para o dia-a-dia, se não ficaríamos

muito tempo para tomar uma decisão, o que não acontece porque na verdade somos muito

rápidos a fazê-lo, porque usamos estas heurísticas. O problema está no facto de estas

heurísticas serem utilizadas em demasia ou em minoria. As heurísticas podem levar-nos ao

engano, mas elas não impedem que cheguemos a conclusões certas.

Heurístico = processo simplificado de informação

Heurística da disponibilidade:

Julgamentos de probabilidade também podem ser influenciados por outros factores. Kahneman e Tversky (1974) demonstraram que, em várias situações diferentes, as pessoas tendem a adoptar uma heurística da disponibilidade ao invés de agirem em acordo com a teoria da probabilidade. Quando se pede às pessoas que avaliem a frequência de uma classe ou então se uma consequência específica é plausível ou não, elas baseiam as suas avaliações sobre o risco determinando quantas ocorrências de tal evento aconteceram com pessoas que elas conhecem. De maneira semelhante, o julgamento da probabilidade de certas consequências ocorrerem, quando se realizar uma acção, geralmente dependerá do quão fácil tais consequências são de imaginar. Kahneman e Tversky (1974) fizeram aos participantes de uma experiência a seguinte pergunta: Se uma palavra com três letras ou mais for escolhida ao acaso de um texto em inglês é mais provável que a palavra comece por um “r” ou que ela tenha um “r” como a sua terceira letra. Descobriram que a maioria dos sujeitos relatavam que era mais provável que fosse escolhida ao acaso uma palavra que tivesse um “r” como a letra inicial do que uma palavra que tivesse um “r” como a sua terceira letra. Na realidade, o inverso é o caso: é mais fácil recuperar da memória palavras que comecem com um “r” (estão mais disponíveis) do que palavras que tenham um “r” como a sua terceira letra. Como resultado, os sujeitos realizam julgamentos erróneos sobre a frequência relativa das duas classes de palavras. Neste caso a disponibilidade baseia-se sobre a efectividade do conjunto de busca do problema. A disponibilidade também se baseia sobre a frequência de ocorrência, ou seja,

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tendemos a nos recordar daquelas coisas que tenhamos encontrado com mais frequência no ano passado. Quando isto se baseia sobre a frequência, leva a julgamentos eficientes.

Heurística da representatividade:

Kahneman e Tversky também investigaram a heurística da representatividade, que tende a ser utilizada em situações em que se pede às pessoas para julgarem a probabilidade de um objecto ou evento A pertença à classe ou processo B. Assim, se alguém receber a descrição de um indivíduo e lhe for solicitado que estime a probabilidade de que este indivíduo tenha uma certa ocupação, normalmente se encontra que eles julgam as probabilidades em termos de semelhança dos indivíduos com o estereótipo para aquela ocupação.

Neste estudo Kahneman e Tversky (1972) era explicado que tinham nascido os primeiros seis bebés do ano, sendo que por ordem estavam os sexos desses bebés, sendo pedido ao participante que disse-se qual seria a alínea mais provável para os próximos 6 bebés que vão nascer. O observado foi que a tendência era escolherem a alínea c) porque tem-se em ideia a aleatoriedade do nascimento, e nenhuma das alíneas a) e b) representam para eles a aleatoriedade.

Outro estudo preconizado por Kahneman e Tversky (1972) é sobre duas maternidades onde são informados quantos bebés nascem por dia e que em média nascem 50% rapazes e 50% raparigas, Hospital 1 – 45 bebés/dia e Hospital 2 – 15 bebés/dia, é perguntado qual o hospital com mais dias em que 60% são rapazes.

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A resposta correcta é o Hospital 2 uma vez que como têm menos bebés a nascer por dia, é mais fácil que a media se altere para 60% de rapazes. Lei dos número maiores – Uma amostra estima tanto melhor as características da população a que pertence quanto maior ela for.

Se nos reportarmos à teoria normativa (na logica, se é valida ou não válida) mas dentro das não correctas, encontro respostas estranhas, respostas erradas que nem se percebem, e a par disso verifica-se respostas não correctas mas que ocorrem sistematicamente

Evans centra-se nestas três:

Enviesamento: uma tendência sistemática a envolver no raciocínio factores irrelevantes para a tarefa e/ou ignorar factores que sejam relevantes.

Confirmar as nossas hipóteses, crenças que temos acerca do mundo.

Não é muito fácil corrigir estes erros, porque muito dos nossos erros e enviesamentos são criados por algo pré-consciente e portanto as pessoas não sabem porque não tiveram consciência disso, o que podem fazer é racionalizar a resposta que deram.

Se muitos dos erros e enviesamentos são produzidos por factores pré-conscientes é pouco eficaz dizer as pessoas que isso esta errado e tem de pensar desta e desta maneira porque me dirijo ao consciente da pessoa e o que provocou foi o inconsciente.

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No geral, temos de ter em conta uma série de variáveis que aqui entram em jogo. Na

resolução do problema, há normalmente o sujeito que resolve o problema, há o problema, e

alguém que coloca o problema para o sujeito resolver. A cada um destes aspectos se associam

algumas coisas que são importantes. Em relação ao problema, desde logo temos de ter a

noção se o problema é fácil ou difícil e a sua forma/conteúdo.

É na forma e no conteúdo que a questão da dificuldade se pode colocar.

Relativamente à forma, se for um problema de dedução, a maneira de operacionalizar; há

silogismos categóricos cuja informação é apenas congruente com um modelo mental,

enquanto há outros que são congruentes com dois modelos, e com três. Quanto mais

modelos, mais difícil a tarefa. Temos também de ter em atenção o conteúdo do problema; se é

mais abstracto ou mais arbitrário, se é dotado de significado social, ou se é mais ou menos

familiar à pessoa, etc. A questão do emissor do problema: em relação a esta pessoa, desde

logo é importante o seu estatuto: é um colega que nos coloca um problema na tasca ou é na

entrevista de selecção de pessoal de uma empresa; a coisa não é a mesma e depende. Desde

logo a pessoa fica mais nervosa quer porque quer aquele emprego, quer porque não conhece

a pessoa que lhe está a colocar o problema. Outra coisa é resolver o problema que o colega lhe

deu; isso dá logo um contexto diferente. As instruções também são uma coisa que temos de

ter muita atenção. Basta mudar o modo como se dá a instrução, para mudar o desempenho

entre as pessoas. O contracto tem a ver com a razão pela qual alguém coloca um problema a

outrem e a personalidade também. Por exemplo, se formos para o contexto das empresas na

selecção de pessoal: podemos apanhar um psicólogo que está a fazer uns testes e que é uma

cara de pau e isso deixa-nos mais mal dispostos do que se for uma pessoa mais afável, o que

nos deixa mais bem-dispostos.

Relativamente às características do sujeito, ele pode ser uma pessoa mais ou menos

ansiosa ou calma e isso pode facilitar ou dificultar a resolução de problemas. O sujeito é um

processador activo da informação, ou seja tem limites e selecciona a informação importante. É

importante o nível de conhecimento que os sujeitos têm (não podemos pôr problemas

complexos a pessoas sem estudos), o nível de personalidade

(ansiedade/calma/depressivo/obsessivo) que interfere no tipo de informação seleccionada e

inferida.

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Dedução e indução A divisão entre raciocínio dedutivo e indutivo, feita pela filosofia e a lógica, foi passada á psicologia. A distinção entre a dedução e a indução poderá ser especificada de uma maneira mais formal utilizando o conceito da informação semântica. Diz-se que uma proposição terá uma quantidade maior de informação semântica quanto mais das possíveis situações ela nos evita de considerar. Apesar disso, uma teoria de raciocínio adequada deveria explicar ambos os tipos de uma maneira unificada.

Desenvolvimento do raciocínio:

O desenvolvimento cognitivo

Desenvolvimento do raciocínio dedutivo.

Teorias formais. Há um desenvolvimento da linguagem proposicional e isso é

um pré-requisito fundamental para um desenvolvimento adequado. Perspectiva de Piaget. O

conteúdo, o material sobre o qual as crianças raciocinam. O contexto também pode fazer a

criança melhorar/piorar o seu desempenho; o efeito facilitador que isso pode ter só pode

surgir desde que exista previamente essa competência para o raciocínio.

Teoria do conteúdo/contexto. A ideia é de que trabalhar com as crianças ou

colocar-lhes problemas que são dotados de significados social – marca social – (tem a ver com

as regulações sociais: normas, regras, scripts sobre as coisas) tenham um efeito organizador

nas regulações cognitivas. Imaginemos que uma criança não tem bem o conceito de

distribuição; e se se diz para ela distribuir flores igualmente por todas as bonecas, mas ela

atrapalha-se. Mas se lhe disserem para ela pôr a mesa e distribuir talheres pelas 3 bonecas, ela

já o sabe fazer. Porque já aprendeu a pôr a mesa e tem um significado social. O aprender

começar por coisas que são dotadas de marca social, vai com base nestas regulações sociais,

vai ajudar as regulações cognitivas. Marca social possui um efeito facilitador sobre a resolução

das tarefas e produz benefícios cognitivos no sentido de favorecer um progresso cognitivo.

Teoria dos Modelos Mentais. De acordo com esta perspectiva depende dos

nossos conhecimentos da língua e do significado das palavras. Uma coisa também muito

importante é a nossa memória de trabalho, e também a nossa capacidade de arranjar contra-

exemplos. Quando temos uma conclusão, e para assegurarmos que ela é válida, vamos ver se

não há nenhum contra-exemplo, outra representação possível daquela situação, que nos leve

a formar uma conclusão diferente daquela anterior. Nesta perspectiva, é importante perceber

como é que se desenvolve a língua, a memória de trabalho e esta capacidade de procurar

contra-exemplos. Nada disto são questões simples; a memória de trabalho desenvolve-se em

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quê? É o espaço dentro da nossa cabeça? Há vários estudos que mostram que os adultos têm

mais memória de trabalho que as crianças. Mas se dermos às crianças coisas relacionadas com

áreas em que são experts e contrapondo-as com adultos que não sabem, as crianças vão

memorizar melhor as localizações das peças um tabuleiro que um adulto (tendo como

exemplo o xadrez) Será que se desenvolve a capacidade ou a forma de organizar informação?

Os conhecimentos são muito importantes, porque quando uma criança não sabe algo,

dispensa muito espaço da sua memória de trabalho a pensar nisso. O desenvolvimento dos

contra-exemplos está muito pouco estudado; tem-se a ideia que não é nada linear; às vezes as

crianças fazem-nos e os adultos não. Quem procura mais contra-exemplos tem mais memória

de trabalho.

Afinal o que é que se desenvolve? Desenvolvemos com a idade os nossos

conhecimentos. E o desenvolvimento do raciocínio deverá ser concomitante da nossa

capacidade de interpretar e representar mentalmente a informação. A capacidade de

representar mentalmente é muito importante. Primeiro só conseguimos representar coisas

que acabámos de ver, depois já conseguimos representar acontecimentos que ocorreram

numa altura qualquer, e mais tarde ainda conseguimos representar classes de acontecimentos

e coisas mais abstractas. Para além disso, a quantidade de representações que somos capazes

de manter mentalmente também é gradual. E tudo isso é fundamental para raciocinarmos. O

número de modelos mentais representados aumenta com a idade, bem como a qualidade do

que se representa.

Experiências:

Conservação do objecto:

Bebé esta a ver o urso de peluche quando este é tapado o bebé acha que o urso desapareceu - Ainda não há conservação do objecto.

Este aspecto desenvolve-se no primeiro ano de vida, mas investigar os bebes é complicado, porque eles não respondem, tendo de existir uma enorme criatividade por parte dos investigadores.

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Conservação do volume:

Conservação do volume, as duas bolas tem a mesma quantidade de plasticina, e o experimentador utiliza uma das bolas para formar um cilindro, se a criança não tem esta conservante diz que é o rectângulo que tem mais plasticina, se for conservante diz que tem a mesma quantidade.

Pensamento e linguagem (relação entre os dois)

Vigotsky é o teórico mais importante. Nós somos processadores activos de tudo na linguagem:

- Consoante conhecimentos, crenças, desejos. - Questão do contexto.

Trata activamente o constituinte da informação

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Sistemas de comunicação:

1. Verbalização: dupla articulação – fonemas e monemas.

Arbitragem dos signos linguísticos (não há relação lógica entre o significante e o significado).

Porque é que o barco não se chama tarc? Convencionou-se chamar-se barco. Nos símbolos não há arbitrariedade (cadeira de rodas) há uma ligação lógica.

2. Entoação (acompanha a verbalização, só percebemos se as frases são perguntas ou afirmações pela entoação). Ex. Está a chover ou está a chover?

3. Vocalização: são determinadas culturalmente hum, ahhhh, pausas na fala,

hesitações. 4. Cinésica: Envolve movimentos faciais, corporais ex. gestos com as mãos que têm

significados (variam em contexto cultural) Ex. Na Bulgária Sim e Não é ao contrário. Os não linguísticos enfatizam os linguísticos.

As crianças começam por palrar (6 meses) – 1ªas palavras (1ºano). É comum usar uma só palavra para expressar todo o pensamento. Entendem abusivamente as palavras: chamam cão a cão, cão a gato, etc.

Conhece as palavras mas não há frases. 1ºpasso: juntar 2 palavras (18 meses) já não são palavras isoladas. Ex. Mais leite. Espirito telegráfico (não distinguem plural do singular masculino e feminino) Aperfeiçoamento de frases (+18 meses) Já dominam a linguagem (6 anos) (+5 palavras por dia) Aperfeiçoamento da linguagem até aos 10 anos.

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Determinismo linguístico: é a afirmação de que a linguagem determina ou influência fortemente a maneira como a pessoa pensa ou percebe o mundo. Whorf era uma pessoa bastante incomum, formou-se em engenharia química pelo MIT, passou a vida a trabalhar para a Hartford Fire Insurance Comparny e, como passatempo, estudou línguas indígenas norte-americanas, percebendo que as diferentes línguas enfatizavam nas suas estruturas aspectos muito diferentes do mundo. Achando que essas ênfases deviam ter uma grande influência na maneira como os falantes de uma língua pensam sobre o mundo. Ex. Sustentava que os esquimós tinham muitas palavras diferentes para neve, cada qual se referindo à neve num determinado estado (soprada pelo vento, compactada, derretida, etc), enquanro que os falantes em inglês têm uma única palavra para neve, Whorf achava que essa rica variedade de termos faria o falante da língua perceber o mundo de modo diferente de uma pessoa que tenha uma única palavra para determinada categoria. Decidir como avaliar esta hipótese é muito difícil. Ninguém ficaria surpreso em saber que os esquimós sabem mais sobre neve do que os falantes de língua inglesa comuns. Afinal, neve é uma parte importante da experiência de vida daquele povo. A dúvida é saber se a língua tem algum efeito sobre a percepção de neve dos esquimós além do efeito da experiência. Se os falantes de inglês passassem pela experiência de vida dos esquimós, a sua percepção de neve seria diferente da percepção de um falante de língua esquimó? Nos estudos, a evidência tende a não sustentar a hipótese de que a linguagem tenha qualquer efeito significativo na maneira como pensamos ou como percebemos o mundo. Certamente é verdade que a linguagem pode nos influenciar, mas esse efeito é transmitir ideias e não determinar o tipo de ideias que podemos pensar.

A possibilidade alternativa é que a estrutura da linguagem é determinada pela estrutura do pensamento. Aristóteles afirmava há 2500 anos que as categorias de pensamento determinavam as categorias da linguagem. Existem alguns motivos para se acreditar que ele estava correcto, mas a maioria desses motivos não estavam disponíveis para Aristóteles. Assim, embora a hipótese já exista há 2500 anos, temos melhores motivos para mantê-la hoje. Muitas espécies animais desprovida de linguagem parecem ser capazes de uma complexa cognição. As crianças, antes de atingirem a eficácia na utilização da linguagem, demonstram nítida evidência de uma cognição relativamente complexa.

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Um exemplo da maneira como o pensamento molda a linguagem provém das pesquisas de Rosch sobre cores focais. O sistema visual humano tem sensibilidade máxima a determinadas cores. Em virtude disso, as línguas têm palavras especiais, curtas e muito frequentes, para designar cores. Dessa maneira, o sistema visual determinou como as línguas dividem o espaço das cores. Concluindo, de muitas maneiras, a estrutura da linguagem reflecte a estrutura de como a nossa mente processa o mundo.

Pensamento Linguagem Hipótese da modularidade da linguagem Chomsky (1980) e Fodor (1983), esta posição sustenta que a linguagem é um componente cognitivo à parte que funciona separadamente do restante da cognição. Fodor afirmou que existe um módulo linguístico separado que primeiro analisa o discurso que chega e depois passa essa análise para a cognição geral. De modo análogo, na produção de linguagem o módulo linguístico toma as intenções do que vai ser dito e produz a fala. Essa posição não nega que o módulo linguístico possa ter sido modelado para comunicar o pensamento. Entretanto, ela sustenta que o módulo opera de acordo com princípios diferentes do restante da cognição e está “encapsulado” de tal modo que não pode ser influenciado pela cognição geral. A hipótese da modularidade tornou-se uma grande questão divisora do campo com diferentes pesquisadores alinhando-se a favor ou em oposição. Dois domínios de pesquisa têm desempenhado um importante papel. - Aquisição da linguagem: Se a linguagem é adquirida de acordo com princípios de aprendizagem especiais ou se ela é adquirida como outras habilidades cognitivas. - Compreensão da linguagem: Se os principais aspectos do processamento da linguagem ocorrem sem utilização de quaisquer processos cognitivos gerais.

Perspectiva de Vygostksy. A relação entre linguagem e pensamento é algo dinâmico, em constante interacção; baseia-se em modificações e desenvolvimentos. A

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linguagem interior, a que temos para nós próprios, é o objecto central em Vygotsky. O problema é que não temos acesso directo a ela, visto ser interior. Este problema é resolvido através do estudo da linguagem egocêntrica, que se observa nas crianças e que é vocalizada. Esta é simultaneamente interior e exterior. Vygostksy acha que a linguagem egocêntrica desenvolve-se posteriormente em linguagem interior. Para Piaget (conceito de linguagem egocêntrica parte ele), a linguagem egocêntrica é uma expressão do próprio pensamento egocêntrico, uma espécie de autismo, daí que precede a socialização. Quando as crianças estão a brincar e falam sozinhas, não visam a comunicação. Piaget diz que só serve para as acompanhar. Quando as crianças vão para a escola, de acordo com Piaget, esta linguagem desaparece. Para Vigotsky, esta linguagem é transformada em pensamento, e tem a mesma função que a linguagem interior. Não acompanha só a actividade, mas gera inteligência, ultrapassa dificuldades. Portanto para ele não há uma implosão mas uma evolução. É uma crítica a Piaget, porque o facto de a linguagem egocêntrica diminuir não implica a sua extinção. É como as crianças contarem com os dedos, até que chega a uma altura em que não precisa de um suporte externo, fá-lo mentalmente. Pensa-se em palavras em vez de se a usar.

Linguagem egocêntrica- É uma linguagem que cada vez se percebe menos, porque vai dizendo cada vez menos e pensando cada vez mais. Inicialmente tem uma estrutura igual à linguagem social, mas o desenvolvimento leva-a a ficar menos complexa e coerente, porque a criança fala daquilo que está a ver num dado momento e só para si. A criança usa cada vez mais predicados, e simplifica-se, levando a uma menor vocalização, e isto aproxima-se da linguagem interior. Linguagem Interior - A linguagem interior caracteriza-se por não haver vocalização, portando a sua forma mais natural é a predicação. Há uma omissão dos sujeitos, porque se é interior sabemos sobre o que estamos a pensar. O sujeito, a situação, tudo isso é conhecido. Esta é uma linguagem quase sem palavras, é uma espécie de rascunho que dá suporte à nossa linguagem oral ou à nossa linguagem escrita. Linguagem oral - Na linguagem oral não nos permite grandes formulações. Por exemplo, quando se trata de um diálogo, como temos de responder o mais rápido possível, não devemos ter formulações muito complexas. Se for um monólogo, já podemos complexificar mais, porque não temos de responder a ninguém e podemos reformular muitas vezes o que dizemos, porque não estamos em interacção com ninguém. Linguagem escrita - Ausência de contexto, de expressões. Portanto, neste tipo de linguagem temos de usar formas linguísticas mais complexas, e por isso é que se torna

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importante fazermos antes uma espécie de rascunho, para orientarmos as ideias. O rascunho pode ser escrito ou pensado = linguagem interior.

Segundo Vigotsky, é necessário dar mais um passo em direcção ao pensamento. O pensamento tem uma estrutura própria, e muitas vezes os pensamentos escondem-se por detrás das palavras. Cada frase que pronunciada no nosso quotidiano tem sub-texto ou um pensamento escondido. Os pensamentos escondidos por detrás do que dizemos, que contêm os lapsos linguísticos, que, por sua vez, correspondem aos nossos actos falhados, na perspectiva do nosso consciente. Erros de leitura, equívocos na acção, perdermos um objecto, etc. Vigotsky distingue o carácter globalizante do pensamento relativamente às unidades distintas do discurso. Isto quer dizer que um pensamento às vezes é uma coisa tão rápida, mas para o expressarmos temos dificuldade em expressá-lo. Por vezes temos algumas memórias, mas para as descrevermos por palavras é complicado porque o pensamento é muito abrangente e vago.

Tipos de comunicação:

Fixação ocular mútua – serve para regular Ex: comunicação Comunicação interpessoal em sentido restrito: (pelo tom de voz, pelas palavras que uso posso fazer inferências, posso perceber se a pessoa está nervosa ou não. Comunicação representacional – (+ complexa de todas) A comunicação entre as pessoas é eficaz porque elas partilham uma visão comum da realidade, Ex. Não precisamos de explicar tudo a outra pessoa. Ex. Pai diz ao filho: fecha a porta. O filho fecha a porte. Não é preciso explicar tudo. Ex. Questões de hierarquia. Comunicação defensiva: é de evitar em setting terapêutico. Aquisição de linguagem (como os bebes aprendem a falar?)

Linguagem:

Forma

Significado

Contexto

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A linguagem pode ser vista pela perspectiva de uma delas. Os autores que estudam cada componente dizem que essa é a mais importante. Apesar disso as três são as mais importantes, e estão activas em simultâneo (sem uma ideia linear), cada uma delas necessita das outras duas para ser eficaz a produção da linguagem. A repartição tem a ver com a facilidade para estudar.

Bruno Bara: realça estes três aspectos na linguagem.

Sintaxe:

Diz respeito à estrutura gramatical das frases, como é que as frases são geradas e os símbolos.

Destacar o nome de Chomsky (maior linguista contemporâneo). Ideia de gramatica transformacional – Gramática no fundo é um conjunto finito

de regras para geral frase bem formadas numa determinada língua, transformacional 1. Ideia que existe uma gramática universal, qualquer coisa inato. 2. As pessoas têm um conhecimento inconsciente dessa gramatica, da gramatica

específica da sua língua, conhecimento implícito, podemos mostrar que sabemos mas podemos não saber qual a regra que utilizamos, mostramos pelo desempenho mas não é explícito.

3. Do ponto de vista epistemológico as regras da gramatica devem ser explicitadas. Esta componente sintáctica conjuga-se com outras fenomenológica (sons) e com a

componente lexical (“dicionário das palavras”) léxico – conjunto de termos dentro de uma determinada área.

Segundo Chomsky são as regras transformacional que passamos das estruturas superficiais para as profundas, ou o inverso (Se nos pensarmos em produzir a linguagem, e o compreender a linguagem).

Compreender a linguagem – compreensão é ir da superficial para a profunda superficial-profunda.

Aquilo que retemos mais é a estrutura profunda, não decoramos as palavras, mas sim o significado (Mesma estrutura profunda e estruturas superficiais diferentes). Ex. O camponês comeu o morango; o morango foi comido pelo camponês.

Em resumo:

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Neste estudo, dá-se um texto para decorarem, e depois retira-se uma frase do texto e faz-se duas alíneas parecidas à frase escolhida. Foi verificado que embora 1 e 2 não estivessem no texto, mas como a frase da alínea 2 tem o mesmo significado do que a frase que realmente está no texto, os participantes dizem que a frase da alínea 2 estava no texto, demonstrando que não decoram palavra a palavra mas sim o seu significado.

Semântica:

Semântica é o significado de cada palavra, das palavras ordenadas numa frase, relação entre os símbolos e o mundo.

Afirmam que o que nos lembramos mais é o significado do que queremos dizer. Sendo que a relação entre forma e significado não deve ser encarada sobre dois estádios separados mas sim em ligação. Dependência conceptual: Uma grande parte da compreensão da linguagem tem origem nos conhecimentos gerais, se não partilhássemos essas referências comuns, tínhamos

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de estar a explicitar tudo ao pormenor, e não é isso que se passa, porque partilhamos os conhecimentos gerais. Teoria sobre a representação do significado nas frases: Duas afirmações que tenham o mesmo significado vão dar lugar apenas a uma representação, as frases podem ser diferentes na estrutura superficial mas tem a mesma estrutura profunda. Procedimentos semânticos: São importantes para a linguagem, relacionar a linguagem com os modelos do mundo “modelos mentais”, temos uma informação e a partir disso fazemos um modelo mental, a esse modelo podemos acrescentar mais informações.

O significado como referencia: O significado de uma palavra ou de uma frase é tudo aquilo que se refere ao mundo real.

Ex. Politico russo: sabemos que se refere a várias figuras públicas. Mas se disser justiça, infinito, não se pode por o significado restrito a esta correspondência com o mundo real.

Para ultrapassar esta ideia, pensa-se no significado como imagens mentais. Ex. Triângulo é a imagem mental que fazemos do triângulo, coloca-se o problema de

ser mais abstracto do que uma imagem mental consegue ser. Teoria da definição: Descreve o significado das palavras como um “pacote” (conjunto limitado de atributos ou características). Tudo ou nada. Ex. Solteiro (alguém nunca casado, humano, adulto, masculino), quando um dicionário diz isto, pretende ter dito tudo, logo se entra na lista é solteiro, se não entrar não é solteiro.

Teoria dos protótipos: O significado é a junção de alguns traços, mas os elementos mais ricos tem mais traços, e o inverso também ocorre.

Ex: Ave caracteriza-se por ter penas, ovos, piar, etc. Esses atributos são necessários e suficientes só para as aves, mas raramente as pessoas quando dizemos imagina uma ave, se lembram de avestruz ou pinguim.

Pragmática

Remete para o contexto em que a frase é enunciada, qual o objectivo que pretendemos atingir quando dizemos algo a alguém. Tem a ver com o uso efectivo dos símbolos.

Abordagem diferente da linguagem humana, tem a ver com o objectivo do que fala para aquele que ouve.

Esta abordagem tem origem na filosofia da linguagem (autores) em Cambridge, anos 30, vários desenvolvimentos nesse sentido.

Wittgensteion – Tese do verificacionismo: a frase só tem um valor de verdade se podermos dizer se é verdadeira ou falso.

Ex: Jsdljasd é a capital de moçambique – temos procedimentos como saber (atlas, google,

etxc) e determinar se é verdade ou falso. O felini é um poeta do cinema – como determinamos? Se V ou F? É subjectivo, não á

uma maneira de verificar Jogo de linguagem: O significado das coisas tem a ver com o uso que é feito delas

(contexto, uso efectivo dos símbolos, intenção que se tem ao comunicar), tem de se estudar a linguagem no quotidiano.

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Abandonam a investigação abstracta (linguística) e passaram ao uso quotidiano das palavras (actos de falar, implicações de conversação), foi uma ponte importante entre linguagem e comunicação (muitas coisas não a expressamos directamente mas são implicadas pelo que é dito).

Ex 1. P. Como é o novo namorado da Maria? R. O pai dele deve ser muito rico a pessoa não responde à pergunta mas podemos

inferir que a maria não é as características do namorado mas sim o estatuto que é importante, é isso que vamos deduzir.

Nos podemos perante uma mesma situação descreve-la de maneiras diferentes, se atendermos a quem estamos a comunicar isso, atender ao estado mental do outro.

Ex 2. Imaginem que se vê um leão no átrio do ISPA, eu que vejo quero avisar diversas

pessoas, e aviso de maneira diferente, vejo: Caçador: Dispara depressa que uma leão está ali. Biólogo: Olha depressa está um género de fenis lenis no átrio Inimigo: Está um dia lindo hoje (para ver se o leão come o inimigo). Quer dizer que aquilo que eu digo acerca daquela situação não é uma mera discrição

da mesmac, está relacionado com crenças e desejos do interlocutor. Para comunicar com êxito temos de ter um quadro mental do outro para a

comunicação ser o mais eficaz possível.