29
Processo Civil Constitucional O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 1 www.cursoenfase.com.br Sumário 1. Retrospectiva de Julgamentos ............................................................................ 2 1.1 Processo Civil - STF - Segundo Semestre 2014 ................................................. 2 1.2 Retrospectiva – Processo Civil – STJ – Segundo Semestre 2014 .................... 18

Retrospectiva Processo Civil Segundo Semestre de 2014

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jurisprudencia processo civil

Citation preview

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    1

    www.cursoenfase.com.br

    Sumrio

    1. Retrospectiva de Julgamentos ............................................................................ 2

    1.1 Processo Civil - STF - Segundo Semestre 2014 ................................................. 2

    1.2 Retrospectiva Processo Civil STJ Segundo Semestre 2014 .................... 18

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    2

    www.cursoenfase.com.br

    1. Retrospectiva de Julgamentos

    1.1 Processo Civil - STF - Segundo Semestre 2014

    Sugere-se a leitura de todo material fornecido pelo curso (apostilas de julgados do

    STJ e STF). A leitura estudo necessrio e complementar presente aula.

    AO RESCISRIA

    Informativo n 753

    Repercusso Geral

    AG. REG. NA AR N. 2.125-SP

    RELATOR: MIN. MARCO AURLIO

    AO RESCISRIA TUTELA ANTECIPADA. Descabe, em mitigao precria e

    efmera da coisa julgada, de envergadura constitucional, implementar, na

    rescisria, tutela antecipada.

    *noticiado no Informativo 746

    Comentrio: Trata-se de um posicionamento isolado do ministro Marco Aurlio,

    segundo o qual descabe antecipao de tutela em ao rescisria.

    COISA JULGADA

    Informativo n 767

    Primeira Turma

    Ofensa coisa julgada e percia em execuo

    A 1 Turma proveu recurso extraordinrio para restabelecer acrdo de

    tribunal regional que afastara percia designada em juzo de execuo. No caso,

    aps deciso transitada em julgado que fixara o valor de indenizao referente

    desapropriao de imvel rural e a concordncia do expropriado pelos

    ndices e clculos apresentados pelo Incra, o juzo da execuo, de ofcio,

    desconsiderara a coisa julgada e o acordo firmado entre as partes e

    determinara a realizao de nova percia. Em seguida, a corte regional provera

    agravo de instrumento do expropriado para restaurar o que decidido em

    processo de conhecimento. Ato contnuo, o STJ dera provimento a recurso

    especial do Incra para que fosse concretizada nova percia. A Turma reputou

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    3

    www.cursoenfase.com.br

    configurado desrespeito flagrante coisa julgada. Em nome dos princpios da

    moralidade e da razoabilidade nas obrigaes do Estado, o STJ colocara em

    plano secundrio os parmetros fixados em sentena transitada em julgado e

    objeto de execuo. Observou que o recurso especial ganhara contornos de

    ao de impugnao autnoma. Afirmou que apenas a ao rescisria, e no o

    recurso especial, seria o instrumental possvel para afastar do cenrio jurdico

    pronunciamento judicial j precluso na via da recorribilidade.

    RE 602439/MA, rel. Min. Marco Aurlio, 11.11.2014. (RE-602439)

    Comentrio: Em fase de execuo/cumprimento de sentena no pode ser alterada a

    coisa julgada produzida na fase de conhecimento. No caso pretendia-se fazer uma percia na

    fase de cumprimento, com a inteno de modificar valores previstos na coisa julgada

    material.

    Informativo n 753

    Segunda Turma

    Competncia do STF: ato do CNJ e interesse de toda a magistratura

    Compete ao STF julgar mandado de segurana contra ato do Presidente do

    TJDFT que, na condio de mero executor, apenas d cumprimento resoluo

    do CNJ. Com base nessa orientao, a 2 Turma julgou procedente pedido

    formulado em reclamao ajuizada pela Unio para determinar a remessa ao

    Supremo dos autos do writ impetrado pela Associao dos Magistrados do

    Distrito Federal e Territrios (Amagis/DF). No caso, a impetrante obtivera

    liminarmente, junto ao TJDFT, a suspenso do ato praticado pelo Presidente

    daquela Corte que, em obedincia aos artigos 3, 4 e 12 da Resoluo 13/2006

    do CNJ, exclura o adicional por tempo de servio do subsdio mensal dos juzes

    vinculados ao tribunal. A Turma consignou que teria havido usurpao de

    competncia do STF. Destacou que a verdadeira autoridade coatora seria o CNJ

    e que, na situao, se discutiria matria de interesse da magistratura nacional

    (CF, art. 102, I, n e r).

    Rcl 4731/DF, rel. Min. Crmen Lcia, 5.8.2014. (Rcl-4731)

    Comentrio:

    Qualquer mandado de segurana impetrado contra ato do CNJ de competncia do

    STF, pois envolve toda a magistratura. Cuidado com atos de Tribunais ou corregedorias

    praticados em ateno determinao do CNJ. Nesse caso, o presidente do tribunal ou

    corregedor no ser considerado autoridade coatora, para fins de fixao da competncia

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    4

    www.cursoenfase.com.br

    para julgamento do MS, na medida em que no decide per si, mas segue determinao do

    CNJ. Assim, estes ltimos atos sero impugnveis por MS impetrado junto ao STF.

    Informativo n 755

    Repercusso Geral

    Art. 109, 2, da CF e autarquias federais - 1

    A regra prevista no 2 do art. 109 da CF ( 2 - As causas intentadas contra a

    Unio podero ser aforadas na seo judiciria em que for domiciliado o autor,

    naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem demanda ou

    onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal) tambm se aplica

    s aes movidas em face de autarquias federais. Essa a concluso do Plenrio

    que, por maioria, negou provimento a recurso extraordinrio em que se

    discutia o critrio de definio do foro competente para processar e julgar ao

    ajuizada em face do Conselho Administrativo de Defesa Econmica - CADE. A

    Corte registrou que o aludido dispositivo constitucional teria por escopo

    facilitar a propositura de ao pelo jurisdicionado em contraposio ao ente

    pblico. Lembrou que o STF j teria enfrentado a questo da aplicabilidade do

    art. 109, 2, da CF, autarquia em debate, e que ficara consignada, na

    ocasio, a finalidade do preceito constitucional, que seria a defesa do ru.

    Ademais, assentara que o critrio de competncia constitucionalmente fixado

    para as aes nas quais a Unio fosse autora deveria estender-se s autarquias

    federais, entes menores, que no poderiam ter privilgio maior que a Unio. O

    Colegiado asseverou que o preceito constitucional em exame no teria sido

    concebido para favorecer a Unio, mas para beneficiar o outro polo da

    demanda, que teria, dessa forma, mais facilidade para obter a pretendida

    prestao jurisdicional. Frisou que, com o advento da CF/1988, no teria sido

    estruturada a defesa judicial e extrajudicial das autarquias federais, que

    possuiriam, poca, representao prpria, nos termos do art. 29 do ADCT.

    Entretanto, com a edio da Lei 10.480/2002, a Procuradoria-Geral Federal

    passara a ser responsvel pela representao judicial e extrajudicial das

    autarquias e fundaes pblicas federais. Ponderou que fixar entendimento no

    sentido de o art. 109, 2 no ser aplicvel a essas hipteses significaria minar

    a inteno do constituinte de simplificar o acesso Justia. Ressaltou que no

    se trataria de eventual conflito da legislao processual civil com a

    Constituio, uma vez que aquela no incidiria no caso. Acresceu que as

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    5

    www.cursoenfase.com.br

    autarquias federais possuiriam, de maneira geral, os mesmos privilgios e

    vantagens processuais concedidos Unio, dentre os quais o pagamento das

    custas judiciais somente ao final da demanda, quando vencidas (CPC, art. 27);

    prazos em qudruplo para contestar e em dobro para recorrer (CPC, art. 188);

    duplo grau de jurisdio, salvo as excees legais (CPC, art. 475); execuo

    fiscal de seus crditos (CPC, art. 578); satisfao de julgados pelo regime de

    precatrios (CF, art. 100 e CPC, art. 730); e foro privilegiado perante a Justia

    Federal (CF, art. 109, I). Assinalou que a fixao do foro competente com base

    no art. 100, IV, a, do CPC, nas aes propostas contra autarquias federais

    resultaria na concesso de vantagem processual no estabelecida para a Unio,

    a qual possuiria foro privilegiado limitado pelo art. 109, 2, da CF.

    RE 627709/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.8.2014. (RE-627709)

    Comentrio:

    Acrdo revolucionrio no mbito da competncia territorial da justia federal

    Entendia-se que, para autarquias e fundaes, aplicava-se o CPC para definir-se

    competncia territorial (foro do domiclio do ru. Sede ou agncia onde ocorreu o ato ou

    fato).

    Agora se aplica a regra que a CF estabeleceu para a Unio (mais benfica ao

    particular, estabelecendo vrios foros concorrentemente competentes).

    A CF s deixou as autarquias de fora porque em 1988 ainda no estava

    estruturada sua defesa (hoje est, com a Procuradoria Federal), no fazendo mais sentido a

    diferenciao. No se podem tratar as autarquias federais com mais privilgios processuais

    do que a prpria Unio Federal. A distino perdeu sentido! Trata-se de uma mutao

    constitucional, ao se conspirar que a citao Unio no artigo 109 da CRFB, deve consi derar

    o conceito de administrao pblica indireta e direta.

    Art. 109, 2, da CF e autarquias federais - 2

    O Ministro Dias Toffoli destacou a existncia de quatro carreiras da advocacia

    pblica federal: a Procuradoria da Fazenda Nacional, a Procuradoria Federal, a

    Advocacia da Unio e a Procuradoria do Banco Central. Esta ltima seria a

    nica autarquia que mantivera carreira separada, tendo em vista a

    caracterstica particularssima da instituio e a necessidade de especializao

    de seu corpo jurdico. Assim, em face da atual estruturao da advocacia

    pblica federal, perante o litigante particular, bem como do advento do

    processo eletrnico, no se poderia fixar entendimento diverso, no sentido da

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    6

    www.cursoenfase.com.br

    inaplicabilidade do art. 109, 2, da CF s autarquias federais. Vencidos os

    Ministros Teori Zavascki, Rosa Weber e Luiz Fux, que proviam o recurso. O

    Ministro Teori Zavascki salientava que o dispositivo constitucional em anlise

    levaria em conta a existncia, poca, de foro da justia federal apenas nas

    capitais, o que no mais subsistiria. Alm disso, haveria grande variedade de

    autarquias no Pas, distintas no apenas pela finalidade, mas tambm pelo

    mbito geogrfico de atuao. Assim, a norma constitucional deveria ser

    interpretada de maneira mais literal. Conclua pela aplicao s autarquias do

    regime geral de competncia previsto no CPC, por considerar que ele atenderia

    a essa diversidade de situaes.

    RE 627709/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20.8.2014. (RE-627709)

    Informativo n 755

    Segunda Turma

    Aes contra atos do CNJ e competncia do STF

    A competncia originria do STF para as aes ajuizadas contra o CNJ se

    restringe ao mandado de segurana, mandado de injuno, habeas data e

    habeas corpus. As demais aes em que questionado ato do CNJ ou do CNMP

    submetem-se consequentemente ao regime de competncia estabelecido

    pelas normas comuns de direito processual. Com base nesse entendimento, a

    2 Turma, negou provimento a agravos regimentais em aes cveis originrias

    e manteve a deciso monocrtica atacada que assentara a incompetncia do

    STF e remetera os autos justia federal.

    ACO 2373 AgR/DF, rel. Min. Teori Zavascki, 19.8.2014. (ACO-2373)

    Comentrio:

    Ao ordinria para impugnar ato do CNJ compete justia federal de primeira

    instncia, salvo se envolver interesse de toda a magistratura, quando dever ser julgada pelo

    STF. Se for MS, MI, HC ou HD, a cometncia ser do STF.

    COMPETNCIA TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO

    Informativo n 768

    Primeira Turma

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    7

    www.cursoenfase.com.br

    TCU: fiscalizao de pessoa jurdica de direito privado e bis in idem

    A 1 Turma denegou a ordem em mandado de segurana impetrado com o objetivo de

    anular deciso do TCU que condenara pessoa jurdica de direito privado a ressarcir ao

    errio dbito decorrente de malversao de verbas pblicas recebidas de ministrio. O

    impetrante sustentava que a instaurao de procedimentos, pela Corte de Contas, em

    face de pessoas jurdicas de direito privado seria possvel apenas depois do advento da

    EC 19/1998, e o recebimento do valor discutido teria ocorrido em momento anterior.

    Alm disso, alegava que o objeto do aludido procedimento seria similar ao de ao

    civil pblica em trmite na justia federal, o que configuraria bis in idem. A Turma

    asseverou que o TCU teria atribuio fiscalizadora acerca de verbas recebidas do Poder

    Pblico, porquanto implcito ao sistema constitucional a aferio da escorreita

    aplicao de recursos oriundos da Unio (CF, art. 71, II). O alcance desse dispositivo

    seria vasto, de forma a abarcar todos que detivessem, de alguma forma, dinheiro

    pblico. Alm disso, o Decreto 200/1967 dispe que quem quer que utilize dinheiros

    pblicos tem de justificar seu bom e regular emprego na conformidade das leis,

    regulamentos e normas emanadas das autoridades administrativas. Demais disso, o

    TCU, sem prejuzo de seu mister constitucional, atuaria com fundamento

    infraconstitucional, previsto no art. 8 de sua lei orgnica. Por fim, as instncias

    judicial e administrativa no se confundiriam, razo pela qual a fiscalizao do TCU

    no inibiria a propositura de ao civil pblica, mesmo porque, na hiptese de

    condenao ao final do processo judicial, bastaria comprovar a quitao do dbito na

    esfera administrativa ou viceversa, de modo que no ocorreria duplo ressarcimento

    em favor da Unio pelo mesmo fato.

    MS 26969/DF, rel. Min. Luiz Fux, 18.11.2014. (MS-26969)

    Comentrio:

    O TCU gira em nvel administrativo, a ACP perante a jurisdio. H independncia

    entre as instncias.

    CONDIES DA AO

    Informativo n 767

    Clipping do DJe

    RE N. 631.240-MG

    RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO

    Ementa: RECURSO EXTRAORDINRIO. REPERCUSSO GERAL. PRVIO

    REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR.

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    8

    www.cursoenfase.com.br

    1. A instituio de condies para o regular exerccio do direito de ao

    compatvel com o art. 5, XXXV, da Constituio. Para se caracterizar a

    presena de interesse em agir, preciso haver necessidade de ir a juzo.

    2. A concesso de benefcios previdencirios depende de requerimento do

    interessado, no se caracterizando ameaa ou leso a direito antes de sua

    apreciao e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua

    anlise. bem de ver, no entanto, que a exigncia de prvio requerimento no

    se confunde com o exaurimento das vias administrativas.

    3. A exigncia de prvio requerimento administrativo no deve prevalecer

    quando o entendimento da Administrao for notria e reiteradamente

    contrrio postulao do segurado.

    4. Na hiptese de pretenso de reviso, restabelecimento ou manuteno de

    benefcio anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever legal

    de conceder a prestao mais vantajosa possvel, o pedido poder ser

    formulado diretamente em juzo salvo se depender da anlise de matria de

    fato ainda no levada ao conhecimento 8

    da Administrao , uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS j configura

    o no acolhimento ao menos tcito da pretenso.

    5. Tendo em vista a prolongada oscilao jurisprudencial na matria, inclusive

    no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma frmula de transio

    para lidar com as aes em curso, nos termos a seguir expostos.

    6. Quanto s aes ajuizadas at a concluso do presente julgamento

    (03.09.2014), sem que tenha havido prvio requerimento administrativo nas

    hipteses em que exigvel, ser observado o seguinte: (i) caso a ao tenha sido

    ajuizada no mbito de Juizado Itinerante, a ausncia de anterior pedido

    administrativo no dever implicar a extino do feito; (ii) caso o INSS j tenha

    apresentado contestao de mrito, est caracterizado o interesse em agir pela

    resistncia pretenso; (iii) as demais aes que no se enquadrem nos itens

    (i) e (ii) ficaro sobrestadas, observando-se a sistemtica a seguir.

    7. Nas aes sobrestadas, o autor ser intimado a dar entrada no pedido

    administrativo em 30 dias, sob pena de extino do processo. Comprovada a

    postulao administrativa, o INSS ser intimado a se manifestar acerca do

    pedido em at 90 dias, prazo dentro do qual a Autarquia dever colher todas as

    provas eventualmente necessrias e proferir deciso. Se o pedido for acolhido

    administrativamente ou no puder ter o seu mrito analisado devido a razes

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    9

    www.cursoenfase.com.br

    imputveis ao prprio requerente, extingue-se a ao. Do contrrio, estar

    caracterizado o interesse em agir e o feito dever prosseguir.

    8. Em todos os casos acima itens (i), (ii) e (iii) , tanto a anlise administrativa

    quanto a judicial devero levar em conta a data do incio da ao como data de

    entrada do requerimento, para todos os efeitos legais.

    9. Recurso extraordinrio a que se d parcial provimento, reformando-se o

    acrdo recorrido para determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o

    qual dever intimar a autora que alega ser trabalhadora rural informal a dar

    entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extino.

    Comprovada a postulao administrativa, o INSS ser intimado para que, em

    90 dias, colha as provas necessrias e profira deciso administrativa,

    considerando como data de entrada do requerimento a data do incio da ao,

    para todos os efeitos legais. O resultado ser comunicado ao juiz, que apreciar

    a subsistncia ou no do interesse em agir.

    *noticiado no Informativo 757

    Comentrio: Trata-se de um dos julgamentos mais importantes do segundo

    semestre, em que o STF fixou entendimento quanto necessidade de demonstrao do

    interesse em agir do segurado perante o INSS, com o prvio requerimento administrativo,

    salvo as excees previstas no corpo do acrdo, tais como posicionamento do INSS contra o

    interesse do segurado, ou ausncia de julgamento do pedido administrativo. (ler

    integralmente, muito importante).

    H regras de transio previstas no item seis.

    6. Quanto s aes ajuizadas at a concluso do presente julgamento

    (03.09.2014), sem que tenha havido prvio requerimento administrativo nas

    hipteses em que exigvel, ser observado o seguinte: (i) caso a ao tenha sido

    ajuizada no mbito de Juizado Itinerante, a ausncia de anterior pedido

    administrativo no dever implicar a extino do feito; (ii) caso o INSS j tenha

    apresentado contestao de mrito, est caracterizado o interesse em agir pela

    resistncia pretenso; (iii) as demais aes que no se enquadrem nos itens

    (i) e (ii) ficaro sobrestadas, observando-se a sistemtica a seguir.

    IMPRESCRITIBILIDADE DAS AES DE RESSARCIMENTO AO ERRIO

    Informativo n 767

    Repercusso Geral

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    10

    www.cursoenfase.com.br

    Ao de ressarcimento e imprescritibilidade - 1

    O Plenrio iniciou julgamento de recurso extraordinrio em que se discute a

    imprescritibilidade das aes de ressarcimento intentadas em favor do errio.

    No caso, o Tribunal de origem considerara prescrita a ao de ressarcimento de

    danos materiais promovida com fundamento em acidente de trnsito,

    proposta em 2008, por dano ocorrido em 1997. O Ministro Teori Zavascki

    (relator) negou provimento ao recurso, no que foi acompanhado pelos

    Ministros Rosa Weber e Luiz Fux. Mencionou que a controvrsia jurdica diria

    respeito ao alcance do disposto na parte final do art. 37, 5, da CF ( 5 - A

    lei estabelecer os prazos de prescrio para ilcitos praticados por qualquer

    agente, servidor ou no, que causem prejuzos ao errio, ressalvadas as

    respectivas aes de ressarcimento). Afirmou no haver dvidas de que a

    parte final do dispositivo constitucional em comento veicularia, sob a forma da

    imprescritibilidade, uma ordem de bloqueio destinada a conter eventuais

    iniciativas legislativas displicentes com o patrimnio pblico. Todavia, no seria

    adequado embutir na norma de imprescritibilidade um alcance ilimitado, ou

    limitado apenas pelo contedo material da pretenso a ser exercida o

    ressarcimento ou pela causa remota que dera origem ao desfalque no errio

    um ato ilcito em sentido amplo. Frisou que, de acordo com o sistema

    constitucional, o qual reconheceria a prescritibilidade como princpio, se

    deveria atribuir um sentido estrito aos ilcitos previstos no 5 do art. 37 da CF.

    RE 669069/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 12.11.2014. (RE-669069)

    Comentrio:

    A regra de imprescritibilidade uma exceo regra, no que toca ao ressarcimento

    ao errio, aplicando para os danos ao errio decorrente de crimes a atos mprobos. A

    imprescritibilidade das aes de ressarcimento ao errio no absoluta.

    Todavia, no seria adequado embutir na norma de imprescritibilidade um

    alcance ilimitado, ou limitado apenas pelo contedo material da pretenso a

    ser exercida o ressarcimento ou pela causa remota que dera origem ao

    desfalque no errio um ato ilcito em sentido amplo. Frisou que, de acordo

    com o sistema constitucional, o qual reconheceria a prescritibilidade como

    princpio, se deveria atribuir um sentido estrito aos ilcitos previstos no 5 do

    art. 37 da CF.

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    11

    www.cursoenfase.com.br

    Informativo n 754

    Transcries

    Intimao - Pluralidade de Advogados - Recurso Extraordinrio e Embargos de

    Divergncia - Interposio Simultnea (Transcries)

    ARE 638.106/PE*

    RELATOR: Ministro Celso de Mello

    EMENTA: Simultnea interposio, pela mesma parte e contra a mesma

    deciso, de recurso extraordinrio e de embargos de divergncia.

    Inadmissibilidade. Incidncia do princpio da unirrecorribilidade (ou da

    singularidade) dos recursos. Necessidade de prvio esgotamento das vias

    recursais ordinrias (Smula 281/STF). Pressuposto recursal especfico inerente

    ao apelo extremo. Doutrina. Precedentes.

    - Intimao. Pluralidade de Advogados. Publicao em nome de qualquer dos

    mandatrios judiciais constitudos. Validade (CPC, art. 236, 1).

    Desnecessidade de referncia aos nomes de todos os procuradores.

    Possibilidade, contudo, de que se faa, para fins de intimao, sempre a pedido

    da parte interessada, expressa meno ao nome de determinado Advogado

    (RISTF, art. 82, 1; RISTJ, art. 88, caput). Precedentes. ARE improvido.

    DECISO: A deciso de que se recorre negou trnsito ao recurso extraordinrio

    deduzido pela parte ora recorrente, em virtude de simultnea interposio, por

    ela, do apelo extremo juntamente com embargos de divergncia, ambos

    deduzidos contra o mesmo acrdo emanado do E. Superior Tribunal de

    Justia.

    A deciso ora impugnada, que no admitiu o recurso extraordinrio em

    questo, ajusta-se diretriz jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal

    firmou na anlise da matria em referncia.

    Com efeito, esta Suprema Corte, ao julgar o RE 355.497-AgR/SP, Rel. Min.

    MAURCIO CORRA, fixou orientao no sentido de que no se mostra

    processualmente vivel a interposio simultnea de recurso extraordinrio e

    de embargos de divergncia contra uma s e mesma deciso:

    AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINRIO. PROCESSUAL CIVIL.

    PRINCPIO DA UNICIDADE DOS RECURSOS. INTERPOSIO SIMULTNEA DE

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    12

    www.cursoenfase.com.br

    EMBARGOS DE DIVERGNCIA E DE RECURSO EXTRAORDINRIO.

    IMPOSSIBILIDADE.

    1. Interposio simultnea de mais de um recurso contra sentena ou acrdo.

    No-cabimento. Princpio da unirrecorribilidade expressamente previsto no

    Cdigo de Processo Civil de 1939 e implicitamente acolhido pela legislao

    processual vigente, em razo da sistemtica por ela inaugurada e da cogente

    observncia regra da adequao dos recursos.

    2. Embargos de divergncia e recurso extraordinrio. Interposio simultnea.

    Impossibilidade. Enquanto no apreciados os embargos opostos pela parte

    interessada, no se pode afirmar tenha o juzo a quo esgotado a prestao

    jurisdicional, nem que se cuida de deciso de nica ou ltima instncia,

    pressuposto constitucional de cabimento do extraordinrio.

    3. Distino entre o caso sub examine e a hiptese de simultaneidade de

    embargos infringentes e recurso especial e/ou extraordinrio que, quer se

    entenda ou no como exceo legal regra da unicidade, no mais subsiste em

    face da supervenincia da Lei 10352/01.

    Agravo regimental no provido. (grifei)

    Comentrio:

    Lembrar tambm do art. 498, que trata da preserva a unirrecorribilidade mesmo

    quando o acrdo contenha parte unnime e no unnime, permitindo recorrer-se (especial

    ou extraordinariamente) de tudo aps a intimao da deciso que julga os infringentes

    interpostos contra a parte no unnime. No sendo interpostos (porque muitas vezes

    aguarda-se que a parte contrria o faa), do trnsito em julgado da parte no unnime que

    comea a fluir o prazo para cabimento do Re ou Resp.

    Art. 498. Quando o dispositivo do acrdo contiver julgamento por maioria de

    votos e julgamento unnime, e forem interpostos embargos infringentes, o

    prazo para recurso extraordinrio ou recurso especial, relativamente ao

    julgamento unnime, ficar sobrestado at a intimao da deciso nos

    embargos. (Redao dada pela Lei n 10.352, de 26.12.2001)

    Pargrafo nico. Quando no forem interpostos embargos infringentes, o prazo

    relativo parte unnime da deciso ter como dia de incio aquele em que

    transitar em julgado a deciso por maioria de votos. (Includo pela Lei n

    10.352, de 26.12.2001)

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    13

    www.cursoenfase.com.br

    Cumpre ressaltar, por necessrio, que esse entendimento vem sendo

    observado a propsito de questo essencialmente idntica que ora se

    examina nesta sede recursal, como o evidenciam sucessivos julgamentos

    proferidos no mbito desta Corte (AI 526.850/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO

    AI 563.505-AgR/MS, Rel. Min. EROS GRAU RE 265.003-AgR/SP, Rel. Min.

    JOAQUIM BARBOSA AI 791.893-AgR/PR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, v.g.).

    Cabe rememorar, por oportuno, o valioso magistrio do saudoso e eminente

    THEOTNIO NEGRO (RT 602/9-11), para quem O recurso extraordinrio s

    cabvel de deciso final, isto , de deciso de que j no caiba recurso ordinrio

    na Justia de origem (Smula 281). No dado ao recorrente interpor o recurso

    extraordinrio per saltum, desistindo do recurso ordinrio cabvel e

    apresentando desde logo aquele. H de esgotar, antes, a instncia ordinria

    (grifei).

    O prvio esgotamento das instncias recursais ordinrias, desse modo,

    constitui, tecnicamente, um dos pressupostos especficos e peculiares ao

    recurso extraordinrio (RE 160.225/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO RE

    195.888/RN, Rel. Min. CELSO DE MELLO). Nesse sentido, orienta-se, sem

    qualquer divergncia, o magistrio da doutrina (RODOLFO DE CAMARGO

    MANCUSO, Recurso Extraordinrio e Recurso Especial, p. 69/71, 3 ed., 1993,

    RT; JOS FREDERICO MARQUES, Manual de Direito Processual Civil, vol.

    3/178, item n. 643, 9 ed., 1987, Saraiva), cabendo ressaltar, no ponto, a lio

    expendida por JOS AFONSO DA SILVA (Do Recurso Extraordinrio, p. 268,

    1963, RT):

    (...) o ncleo do pressuposto do recurso extraordinrio () a definitividade

    da deciso judicial de que se recorre para o STF. Definitividade que se

    consubstancia no esgotamento de todos os recursos ordinrios, via comum,

    existentes no sistema judicirio que conheceu da causa. (grifei)

    Vale referir, ainda, que o comportamento processual consistente na utilizao

    concomitante de embargos de divergncia e de recurso extraordinrio

    interpostos pela mesma parte e contra a mesma deciso alm de encontrar

    bice na Smula n 281/STF importa em evidente transgresso ao postulado

    da unirrecorribilidade ou da singularidade dos recursos, segundo o qual, para

    cada ato judicial recorrvel h um nico recurso previsto pelo ordenamento,

    sendo vedada a interposio simultnea ou cumulativa de mais outro visando a

    impugnao do mesmo ato judicial (NELSON NERY JUNIOR, Princpios

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    14

    www.cursoenfase.com.br

    Fundamentais Teoria Geral dos Recursos, p. 93, item n. 2.4, 5 ed., 2000, RT

    grifei).

    De outro lado, e mesmo que se pudesse superar tal bice, ainda assim no se

    revelaria acolhvel a pretenso recursal extraordinria deduzida pela parte ora

    recorrente.

    que, em situaes assemelhadas destes autos, a jurisprudncia do Supremo

    Tribunal Federal, em reiterados pronunciamentos, tem assinalado que, sendo

    mltiplos os procuradores da parte e no tendo sido requerido, expressamente

    (como, no caso, no o foi), que a intimao dos atos processuais se fizesse em

    nome de determinado procurador, pode esse ato de comunicao processual

    ser validamente realizado em nome de qualquer dos mandatrios judiciais

    constitudos (RTJ 195/657, Rel. Min. GILMAR MENDES RE 114.830/SP, Rel.

    Min. NRI DA SILVEIRA RE 164.577-AgR/BA, Rel. Min. MAURCIO CORRA,

    v.g.):

    INTIMAO VIA IMPRENSA PLURALIDADE DE ADVOGADOS. Se no existe

    requerimento no sentido de as publicaes veicularem o nome de determinado

    advogado, dentre os constitudos, descabe cogitar da pecha de nulidade

    quando grafado o nome de qualquer deles. O disposto no artigo 236, 1, do

    Cdigo de Processo Civil no conducente obrigatoriedade de as publicaes

    contarem com referncia a todos os credenciados.

    (RTJ 160/627-628, Rel. Min. MARCO AURLIO grifei)

    Com efeito, esta Suprema Corte, em ocorrendo tal situao, tem reconhecido,

    com apoio no art. 82, 2, do RISTF, a plena regularidade do ato de publicao,

    desde que dele haja constado, como sucede na espcie, o nome de qualquer

    dos mandatrios judiciais devidamente constitudos, trate-se do Advogado

    substabelecente (com reserva de poderes), cuide-se do Advogado

    substabelecido (RTJ 76/308, Rel. Min. MOREIRA ALVES RTJ 79/590, Rel. Min.

    MOREIRA ALVES RTJ 90/105, Rel. Min. ANTONIO NEDER RTJ 99/1241, Rel.

    Min. CORDEIRO GUERRA RTJ 100/755, Rel. p/ o acrdo Min. MOREIRA

    ALVES RTJ 106/277, Rel. Min. NRI DA SILVEIRA RTJ 144/457, Rel. Min.

    CARLOS MADEIRA RTJ 149/644, Rel. Min. SEPLVEDA PERTENCE RTJ

    160/627-628, Rel. Min. MARCO AURLIO RTJ 163/971, Rel. Min. ILMAR

    GALVO RTJ 177/838-839, Rel. p/ o acrdo Min. NELSON JOBIM RTJ

    182/460, Rel. Min. MARCO AURLIO, v.g.):

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    15

    www.cursoenfase.com.br

    Recurso extraordinrio. Intimao. Havendo mais de um advogado da mesma

    parte, basta, em princpio, a intimao de um deles.

    (RTJ 124/680, Rel. Min. DJACI FALCO grifei)

    Impe-se relembrar, neste ponto, considerada a alegada ocorrncia de

    nulidade processual imputvel ao E. Superior Tribunal de Justia, que o regime

    jurdico das intimaes referentes s decises proferidas no mbito daquela

    Alta Corte judiciria acha-se disciplinado tanto no art. 88 do seu Regimento

    Interno quanto no art. 236 do CPC, sendo certo, ainda, que, inexistindo pedido

    em que se requeira expressa meno, nas publicaes, ao nome de

    determinado Advogado (situao de todo inocorrente na espcie), bastar que

    conste a indicao do nome de um dos advogados, quando a parte houver

    constitudo mais de um ou o constitudo substabelecer a outro com reserva de

    poderes (Regimento Interno do STJ, art. 88, 1).

    Sendo assim, e tendo em considerao as razes expostas, conheo do

    presente agravo, para negar-lhe provimento, eis que correta a deciso que no

    admitiu o recurso extraordinrio a que ele se refere (CPC, art. 544, 4, II, a,

    na redao dada pela Lei n 12.322/2010).

    Comentrio:

    Havendo vrios advogados de uma das partes, a intimao feita na pessoa de uma

    deles, surte efeitos. Todavia, se um desses advogados postula nos autos sejam as intimaes

    feitas exclusivamente em seu nome, a intimao em nome de advogado diverso gerar

    nulidade.

    REGIME DE PRECATRIOS

    Informativo n 760

    Repercusso Geral

    Litisconsrcio facultativo e fracionamento de precatrio - 1

    O fracionamento do valor da execuo, em caso de litisconsrcio facultativo ,

    para expedio de requisio de pequeno valor em favor de cada credor, no

    implica violao ao art. 100, 8, da CF, com a redao dada pela EC 62/2009

    ( vedada a expedio de precatrios complementares ou suplementares de

    valor pago, bem como o fracionamento, repartio ou quebra do valor da

    execuo para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispe o 3

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    16

    www.cursoenfase.com.br

    deste artigo). Com base nessa orientao, o Plenrio negou provimento a

    recurso extraordinrio em que se discutia a possibilidade de fracionamento de

    valores devidos pela Fazenda Pblica em caso de litisconsrcio facultativo para

    fins de expedio de requisio de pequeno valor em benefcio dos credores

    individualmente considerados. O Tribunal afirmou que, aps precedentes da 1

    Turma terem reconhecido a possiblidade de fracionamento para a expedio

    imediata de precatrio relativamente parte incontroversa de ttulo judicial, a

    jurisprudncia do STF se consolidara no sentido contrrio tese defendida pelo

    recorrente, que se apegara literalidade do texto constitucional.

    RE 568645/SP, rel. Min. Crmen Lcia, 24.9.2014. (RE-568645)

    Comentrio:

    O fracionamento do valor da execuo, em caso de litisconsrcio facultativo, para

    expedio de requisio de pequeno valor em favor de cada credor, no implica violao ao

    art. 100, 8, da CF, com a redao dada pela EC 62/2009.

    RED. P/ O ACRDO: MIN. LUIZ FUX

    EMENTA: DIREITO CONSTITUCIONAL. REGIME DE EXECUO DA FAZENDA

    PBLICA MEDIANTE PRECATRIO. EMENDA CONSTITUCIONAL N 62/2009.

    INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL NO CONFIGURADA. INEXISTNCIA DE

    INTERSTCIO CONSTITUCIONAL MNIMO ENTRE OS DOIS TURNOS DE VOTAO

    DE EMENDAS LEI MAIOR (CF, ART. 60, 2). CONSTITUCIONALIDADE DA

    SISTEMTICA DE SUPERPREFERNCIA A CREDORES DE VERBAS ALIMENTCIAS

    QUANDO IDOSOS OU PORTADORES DE DOENA GRAVE. RESPEITO

    DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E PROPORCIONALIDADE. INVALIDADE

    JURDICO-CONSTITUCIONAL DA LIMITAO DA PREFERNCIA A IDOSOS QUE

    COMPLETEM 60 (SESSENTA) ANOS AT A EXPEDIO DO PRECATRIO.

    DISCRIMINAO ARBITRRIA E VIOLAO ISONOMIA (CF, ART. 5).

    INCONSTITUCIONALIDADE DA SISTEMTICA DE COMPENSAO DE DBITOS

    INSCRITOS EM PRECATRIOS EM PROVEITO EXCLUSIVO DA FAZENDA PBLICA.

    EMBARAO EFETIVIDADE DA JURISDIO (CF, ART. 5, XXXV), DESRESPEITO

    COISA JULGADA MATERIAL (CF, ART. 5 XXXVI), OFENSA SEPARAO DOS

    PODERES (CF, ART. 2) E ULTRAJE ISONOMIA ENTRE O ESTADO E O

    PARTICULAR (CF, ART. 1, CAPUT, C/C ART. 5, CAPUT). IMPOSSIBILIDADE

    JURDICA DA UTILIZAO DO NDICE DE REMUNERAO DA CADERNETA DE

    POUPANA COMO CRITRIO DE CORREO MONETRIA. VIOLAO AO

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    17

    www.cursoenfase.com.br

    DIREITO FUNDAMENTAL DE PROPRIEDADE (CF, ART. 5, XXII). INADEQUAO

    MANIFESTA ENTRE MEIOS E FINS. INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZAO

    DO RENDIMENTO DA CADERNETA DE POUPANA COMO NDICE DEFINIDOR

    DOS JUROS MORATRIOS DOS CRDITOS INSCRITOS EM PRECATRIOS,

    QUANDO ORIUNDOS DE RELAES JURDICO-TRIBUTRIAS. DISCRIMINAO

    ARBITRRIA E VIOLAO ISONOMIA ENTRE DEVEDOR PBLICO E DEVEDOR

    PRIVADO (CF, ART. 5, CAPUT). INCONSTITUCIONALIDADE DO REGIME

    ESPECIAL DE PAGAMENTO. OFENSA CLUSULA CONSTITUCIONAL DO ESTADO

    DE DIREITO (CF, ART. 1, CAPUT), AO PRINCPIO DA SEPARAO DE PODERES

    (CF, ART. 2), AO POSTULADO DA ISONOMIA (CF, ART. 5, CAPUT), GARANTIA

    DO ACESSO JUSTIA E A EFETIVIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL (CF, ART.

    5, XXXV) E AO DIREITO ADQUIRIDO E COISA JULGADA (CF, ART. 5, XXXVI).

    PEDIDO JULGADO PROCEDENTE EM PARTE.

    1. A aprovao de emendas Constituio no recebeu da Carta de 1988

    tratamento especfico quanto ao intervalo temporal mnimo entre os dois

    turnos de votao (CF, art. 62, 2), de sorte que inexiste parmetro objetivo

    que oriente o exame judicial do grau de solidez da vontade poltica de reformar

    a Lei Maior. A interferncia judicial no mago do processo poltico, verdadeiro

    locus da atuao tpica dos agentes do Poder Legislativo, tem de gozar de lastro

    forte e categrico no que prev o texto da Constituio Federal. Inexistncia de

    ofensa formal Constituio brasileira.

    2. Os precatrios devidos a titulares idosos ou que sejam portadores de doena

    grave devem submeter-se ao pagamento prioritrio, at certo limite, posto

    metodologia que promove, com razoabilidade, a dignidade da pessoa humana

    (CF, art. 1, III) e a proporcionalidade (CF, art. 5, LIV), situando-se dentro da

    margem de conformao do legislador constituinte para operacionalizao da

    novel preferncia subjetiva criada pela Emenda Constitucional n 62/2009.

    Comentrio: Quando da EC 62, que alterou a redao do artigo 100 da CRFB, o STF,

    por controle concentrado, declarou a inconstitucionalidade de vrios dispositivos alterados,

    como aquele que determinada que fosse observada a idade de 60 anos, para o idoso,

    quando da expedio do precatrio e no na data do pagamento.

    Outra alterao declarada inconstitucional foi a previso de compensao

    automtica dos crditos da fazenda pblica, no caso de pagamento de precatrio. O STF

    entendeu violado o princpio da isonomia, por no haver essa previso em favor do

    particular.

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    18

    www.cursoenfase.com.br

    Outra alterao declarada inconstitucional foi a previso de ndices de reajuste dos

    precatrios como sendo aqueles aplicados para remunerao dos depsitos da caderneta de

    poupana. O STF entendeu inconstitucional, pois tais ndices esto abaixo da taxa Selic e no

    refletem a perda decorrente da inflao.

    Por fim, o STF tambm declarou inconstitucional a previso de limitao de

    pagamento de precatrios a percentual do oramento de estados e municpios.

    1.2 Processo Civil STJ Segundo Semestre 2014

    AO RESCISRIA

    Informativo n 0547

    Corte Especial

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APLICABILIDADE DA SMULA 343 DO STF.

    Aps a prolao da deciso rescindenda, a pacificao da jurisprudncia em sentido

    contrrio ao entendimento nela adotado no afasta a aplicao da Smula 343 do STF,

    segundo a qual No cabe ao rescisria por ofensa a literal disposio de lei, quando

    a deciso rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretao controvertida

    nos tribunais. Precedentes citados: AR 4.456-SC, Primeira Seo, DJe de 7/3/2014; AR

    805-RS, Segunda Seo, DJe 10/6/2003; e AgRg no REsp 1.301.531-RJ, Segunda Turma,

    DJe de 27/8/2012. REsp 736.650-MT, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em

    20/8/2014.

    Comentrio: Para o STF, a smula 343 do STF permanece com aplicao para matria

    infraconstitucional. Na verdade, o STF pretende at seja a smula aplicada para matria

    constitucional. Quer dizer, se a sentena dada com base em lei cuja constitucionalidade ou

    interpretao controvertida nos tribunais, se aps o trnsito da sentena, sobrevier

    deciso definitiva numa corte superior sobre a lei aplicada pela sentena, ainda que em

    sentido contrrio, no justifica tal fato a rescisria.

    Smula 343, STF:

    No cabe ao rescisria por ofensa a literal disposio de lei, quando a

    deciso rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretao

    controvertida nos tribunais

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    19

    www.cursoenfase.com.br

    Informativo n 0547

    Corte Especial

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL PARA O

    AJUIZAMENTO DE AO RESCISRIA.

    A contagem do prazo decadencial para a propositura de ao rescisria se inicia

    com o trnsito em julgado da ltima deciso proferida no processo, ainda que

    algum dos captulos da sentena ou do acrdo tenha se tornado irrecorrvel

    em momento anterior. De fato, a Smula 401 do STJ dispe que O prazo

    decadencial da ao rescisria s se inicia quando no for cabvel qualquer

    recurso do ltimo pronunciamento judicial. Esse posicionamento leva em

    considerao que o trnsito em julgado requisito para o cabimento de ao

    rescisria somente se opera no momento em que a deciso proferida no

    processo no seja suscetvel de recurso (art. 467 do CPC). Dessa forma, no se

    deve admitir, para fins de ajuizamento de ao rescisria, o trnsito em julgado

    de captulos da sentena ou do acrdo em momentos distintos. Entender de

    modo diverso causaria tumulto processual e indesejvel insegurana jurdica

    para as partes. Fica ressalvado que, caso mantida a proposta do novo Cdigo

    de Processo Civil ou alterada a jurisprudncia pelas Turmas do egrgio

    Supremo Tribunal Federal a respeito da matria, a Corte dever promover, no

    tempo oportuno, novo exame do enunciado n. 401 da Smula deste Tribunal.

    Precedentes citados: REsp 1.353.473-PR, Segunda Turma, DJe 28/5/2013; AgRg

    no REsp 1.056.694-RS, Sexta Turma, DJe 27/2/2012; e AR 1.328-DF, Primeira

    Seo, DJe 1/10/2010. REsp 736.650-MT, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira,

    julgado em 20/8/2014.

    Comentrio:

    NA VERDADE, STF J EST ALTERANDO!!!

    Para o STJ, a sentena transita como um todo, e no em captulos de sentena. Para

    o STJ, o trnsito contado a partir da data em que a ltima deciso no processo se torna

    irrecorrvel, nos termos da smula 401 do STJ.

    O prazo decadencial da ao rescisria s se inicia quando no for cabvel

    qualquer recurso do ltimo pronunciamento judicial.

    J o STF adotou, desde o ano passado, a tese da coisa julgada progressiva, por meio

    de transito dos captulos de sentena. Nesse sentido, o novo CPC vai afastar a aplicao da

    smula 401 do STJ, na medida em que prever o trnsito por captulos de sentena.

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    20

    www.cursoenfase.com.br

    Atualmente, o STF vem adotando a tcnica se sinalizao de mudana de jurisprudncia para

    fins de segurana jurdica, com avisos de que haver mudana de entendimento.

    Fica ressalvado que, caso mantida a proposta do novo Cdigo de Processo Civil

    ou alterada a jurisprudncia pelas Turmas do egrgio Supremo Tribunal Federal

    a respeito da matria, a Corte dever promover, no tempo oportuno, novo

    exame do enunciado n. 401 da Smula deste Tribunal.

    Informativo n 0550

    Terceira Turma

    DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRORROGAO DO PRAZO PRESCRICIONAL

    NO CASO DE IMPLEMENTAO DO TERMO AD QUEM DURANTE O RECESSO

    FORENSE.

    Na hiptese em que o Tribunal suspenda, por fora de ato normativo local, os

    atos processuais durante o recesso forense, o termo final do prazo

    prescricional que coincidir com data abrangida pelo referido recesso prorroga-

    se para o primeiro dia til posterior ao trmino deste. A Corte Especial do STJ

    uniformizou o entendimento de que o prazo decadencial para o ajuizamento da

    ao rescisria prorroga-se para o primeiro dia til seguinte, caso venha a

    findar no recesso forense, sendo irrelevante a controvrsia acerca da natureza

    do prazo para ajuizamento da ao, se prescricional ou decadencial, pois, em

    ambos os casos, o termo ad quem seria prorrogado (EREsp 667.672-SP, DJe

    26/6/2008). Desse modo, na linha do precedente da Corte Especial e outros

    precedentes do STJ, deve-se entender cabvel a prorrogao do termo ad quem

    do prazo prescricional no caso. Precedentes citados: REsp 969.529-SC, Primeira

    Turma, DJe 17/3/2008; e REsp 167.413-SP, Primeira Turma, DJ 24/8/1998. REsp

    1.446.608-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 21/10/2014.

    IMPORTANTE: RECESSO FORENSE E PRORROGACAO DO PRAZO. PRESCRIO

    OU DECADNCIA. IRRELEVNCIA!!!

    Comentrio:

    Se o termo final da ao rescisria cair no recesso forense, o STJ entende que o prazo

    ser prorrogado at o primeiro dia til subsequente, ainda que se trate de prazo decadencial

    que, em regra, no prorrogado.

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    21

    www.cursoenfase.com.br

    Informativo n 0545

    Terceira Turma

    DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. INCLUSO DO NOME DO CREDOR EM

    FOLHA DE PAGAMENTO PARA GARANTIR O ADIMPLEMENTO DE PENSO

    MENSAL VITALCIA DECORRENTE DE ACIDENTE DE TRABALHO.

    Para garantir o pagamento de penso mensal vitalcia decorrente de acidente

    de trabalho, admite-se a incluso do nome do trabalhador acidentado na folha

    de pagamento de devedora idnea e detentora de considervel fortuna,

    dispensando-se a constituio de capital. Conforme a Smula 313 do STJ, Em

    ao de indenizao, procedente o pedido, necessria a constituio de

    capital ou cauo fidejussria para a garantia de pagamento da penso,

    independentemente da situao financeira do demandado. De fato, a referida

    smula, editada antes da entrada em vigor da Lei 11.232/2005 que incluiu o

    art. 475-Q ao CPC , continua sendo aplicada pelo STJ, evidenciando que a

    constituio de capital no deixou de ser obrigatria. Entretanto, oportuno

    registrar que a jurisprudncia passou a interpretar essa necessidade de

    constituio de capital de forma mais consentnea ao novo texto legal. Afinal,

    nos termos do art. 475-Q, 2, do CPC, O juiz poder substituir a constituio

    do capital pela incluso do beneficirio da prestao em folha de pagamento

    de entidade de direito pblico ou de empresa de direito privado de notria

    capacidade econmica, ou, a requerimento do devedor, por fiana bancria ou

    garantia real, em valor a ser arbitrado de imediato pelo juiz. Desse modo, a

    incluso do beneficirio na folha de pagamentos mostra-se uma alternativa de

    garantia vivel constituio de capital, desde que, a critrio do juiz, fique

    demonstrada a solvabilidade da empresa devedora. Assim, demonstrado que a

    empresa devedora idnea e detentora de considervel fortuna, mostra-se

    razovel a substituio da constituio de capital pela incluso do nome do

    trabalhador na folha de pagamentos da empresa. REsp 1.292.240-SP, Rel. Min.

    Nancy Andrighi, julgado em 10/6/2014.

    Comentrio:

    A smula 313 do STJ preceitua que em ao de indenizao, procedente o pedido,

    necessria a constituio de capital ou cauo fidejussria para a garantia de pagamento da

    penso, independentemente da situao financeira do demandado.

    Sumula 313 do STJ

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    22

    www.cursoenfase.com.br

    Em ao de indenizao, procedente o pedido, necessria a constituio de

    capital ou cauo fidejussria para a garantia de pagamento da penso,

    independentemente da situao financeira do demandado.

    Com a nova redao do artigo 475-Q, h outras possibilidades de execuo, como a

    incluso na folha de pagamento do devedor, do valor mensal da indenizao a ser paga ao

    autor.

    AMICUS CURIAE

    Informativo n 0547

    Primeira Seo

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INTERVENO DA DPU COMO AMICUS CURIAE EM

    PROCESSO REPETITIVO.

    A eventual atuao da Defensoria Pblica da Unio (DPU) em muitas aes em

    que se discuta o mesmo tema versado no recurso representativo de

    controvrsia no suficiente para justificar a sua admisso como amicuscuriae.

    Precedente citado: REsp 1.333.977-MT, Segunda Seo, DJe 12/3/2014. REsp

    1.371.128-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/9/2014.

    Informativo n 0547

    Segunda Turma

    DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. DISPENSA DE CITAO DO

    CNJUGE NA DESAPROPRIAO POR UTILIDADE PBLICA.

    Na ao de desapropriao por utilidade pblica, a citao do proprietrio do

    imvel desapropriado dispensa a do respectivo cnjuge. Isso porque o art. 16

    do Decreto-Lei 3.365/1941 (Lei das Desapropriaes) dispe que a citao far-

    se- por mandado na pessoa do proprietrio dos bens; a do marido dispensa a

    da mulher. Ressalte-se que, apesar de o art. 10, 1, I, do CPC dispor que

    ambos os cnjuges sero necessariamente citados para as aes que versem

    sobre direitos reais imobilirios, o art. 42 do referido Decreto -Lei preconiza

    que o CPC somente incidir no que for omissa a Lei das Desapropriaes.

    Assim, havendo previso expressa quanto matria, no se aplica a norma

    geral. Precedente citado do STF: RE 86.933, Segunda Turma, DJ 18/6/1979.

    REsp 1.404.085-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 5/8/2014.

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    23

    www.cursoenfase.com.br

    Comentrio:

    A CITAO NA AO DE DESAPROPRIAO DE BEM IMVEL. NO CITA O CNJUGE

    QUE NO SEJA PROPRIETRIO, POIS O DECRETO TEM NORMA ESPECFICA E O CPC S SE

    APLICA SUBSIDIARIAMENTE. !!!

    Na ao de desapropriao, discute-se direito real. Nessas aes, deve o cnjuge ser

    citado como litisconsorte necessrio. Mas o STJ entende que tal exigncia no se aplica s

    aes de desapropriao, quando o bem for s de um dos membros do casal Isso porque o

    CPC, que exige a citao do outro cnjuge, aplica-se subsidiariamente ao decreto 3.365, que

    norma especfica e no prev essa exigncia.

    COMPETNCIA

    Informativo n 0543

    Segunda Seo

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR AO

    DECLARATRIA DE NULIDADE DE ESCRITURA PBLICA DE CESSO E

    TRANSFERNCIA DE DIREITOS POSSESSRIOS.

    O foro do domiclio do ru competente para processar e julgar ao

    declaratria de nulidade, por razes formais, de escritura pblica de cesso e

    transferncia de direitos possessrios de imvel, ainda que esse seja diferente

    do da situao do imvel. Inicialmente, ressalte-se que o art. 95 do CPC que

    versa sobre aes fundadas em direito real sobre imveis traz um critrio

    territorialde fixao de competncia que apresenta caractersticas hbridas,

    uma vez que, em regra, tem vis relativo e, nas hipteses expressamente

    delineadas no referido dispositivo, possui vis absoluto. Explica-se: se o critrio

    adotado fosse unicamente o territorial, a competncia, nas hipteses do art. 95

    do CPC, seria relativa e, por conseguinte, admitiria derrogao, por vontade

    das partes ou prorrogao, nos termos dos arts. 111 e 114 do CPC, alm de

    poder ser modificada em razo da conexo ou da continncia. Entretanto,

    quando o legislador, na segunda parte do dispositivo legal, consigna que pode

    o autor, entretanto, optar pelo foro do domiclio ou de eleio, no recaindo o

    litgio sobre direito de propriedade, vizinhana, servido, posse, diviso ou

    demarcao de terras e nunciao de obra nova, ele acabou por estabelecer

    outro critrio de fixao de competncia para as aes que versem sobre

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    24

    www.cursoenfase.com.br

    determinados direitos reais, os quais foram especificamente mencionados.

    Conquanto exista divergncia doutrinria a respeito da natureza do critrio

    adotado pelo legislador nessa ltima hiptese material ou funcional ,

    independentemente da posio que se adote no se admite a modificao, a

    derrogao ou a prorrogao da competncia, pois ela absoluta em qualquer

    caso. Portanto, na hiptese do litgio versar sobre direito de propriedade,

    vizinhana, servido, posse, diviso e demarcao de terras e nunciao de

    obra nova, a ao correspondente dever necessariamente ser proposta na

    comarca em que esteja situado o bem imvel, porque a competncia

    absoluta. De modo diverso, se a ao se referir a um direito real sobre imvel,

    ela poder ser ajuizada pelo autor no foro do domiclio do ru ou no foro eleito

    pelas partes, se no disser respeito a nenhuma daquelas hipteses trazidas na

    segunda parte do art. 95 do CPC, haja vista se tratar de competncia relativa.

    Na hiptese em foco, o litgio analisado no versa sobre nenhum direito real

    imobilirio, mas sobre eventual nulidade da escritura de cesso de posse de

    imvel, por razes formais. No h discusso, portanto, que envolva a posse ou

    a propriedade do imvel em questo. Consequentemente, no h competncia

    absoluta do foro da situao do bem para o julgamento da demanda em

    anlise, de modo que inaplicvel o art. 95 do CPC, sendo competente o foro

    do domiclio do ru para o processamento do presente feito. CC 111.572-SC,

    Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 9/4/2014.

    Comentrio:

    Em regra, a ao proposta no domiclio do ru. Quando se tratar de direito real e

    posse, a ao deve ser proposta no foro do local do bem. No caso concreto, entendeu o STJ

    que ao de nulidade de escritura com transmisso de posse, deve ser discutida no domiclio

    do ru, pois no se discute a posse, mas aspectos formais da escritura.

    o ART. 95, 2A PARTE, determina a competncia de acordo com o critrio MATRIA

    (ou funcional, para outros), por isso ela absoluta.

    A ao de nulidade de escritura que transfere a posse ou propriedade de imvel

    por razes formais no se enquadra no art. 95. REGRA GERAL DE COMPETNCIA

    TERRRITORIAL!

    Informativo n 0549

    Segunda Seo

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    25

    www.cursoenfase.com.br

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA PARA JULGAR AO CUJA

    CONTROVRSIA SE REFIRA VALIDADE E EXECUO DE DECISES DA

    JUSTIA DESPORTIVA ACERCA DE CAMPEONATO DE FUTEBOL DE CARTER

    NACIONAL (APLICAO ANALGICA DO ART. 543-C DO CPC).

    O Juzo do local em que est situada a sede da Confederao Brasileira de

    Futebol (CBF) o competente para processar e julgar todas e quaisquer aes

    cujas controvrsias se refiram apenas validade e execuo de decises da

    Justia Desportiva acerca de campeonato de futebol de carter nacional, de

    cuja organizao a CBF participe, independentemente de as aes serem

    ajuizadas em vrios Juzos ou Juizados Especiais (situados em diversos lugares

    do pas) por clubes, entidades, instituies, torcedores ou, at mesmo, pelo

    Ministrio Pblico ou pela Defensoria Pblica. De fato, diante de ajuizamentos

    plrimos, necessria a determinao da competncia de Juzo nico para

    cada uma dessas aes, ante a necessidade de evitar a disperso jurisdicional,

    que atrasaria a prestao jurisdicional e criaria insegurana jurdica, devido

    possibilidade de decises contraditrias e, ademais, porquanto os

    campeonatos de carter nacional se submetem necessidade de regramento

    geral e resoluo jurisdicional consistente e clara, haja vista se tratar de

    matria de interesse pblico. Afastada a admissibilidade de ajuizamentos

    plrimos por torcedores e outros autores pulverizando o enfrentamento do

    ncleo da lide , a fixao do Juzo territorialmente competente se d pelo

    critrio tradicional previsto no art. 94 do CPC, que estabelece como

    competente o foro do domiclio do ru. Realmente, a CBF entidade esportiva

    de carter nacional, responsvel, individual ou conjuntamente com quaisquer

    outras entidades, pela organizao de campeonato de futebol de carter

    nacional e pela a execuo das decises da Justia Desportiva, por ela

    organizada deve, necessariamente, inclusive por deciso de ofcio, integrar o

    polo passivo das referidas aes (litisconsrcio passivo necessrio), sob pena

    de no vir a ser atingida pelos efeitos subjetivos da coisa julgada (art. 472 do

    CPC) e de tornar-se o julgado desprovido de efetividade para que o julgamento

    que se profira possa vincul-la juridicamente (art. 47, pargrafo nico, do CPC).

    Dessa forma, as aes em apreo devem ser propostas no foro onde est a

    sede daquela pessoa jurdica (art. 100, IV, a, do CPC). Alm disso, deve-se

    ressaltar que tanto o art. 3 da Lei 10.671/2003 (Estatuto do Torcedor) que

    equipara as entidades que organizam as competies desportivas a

    fornecedores, de modo a sugerir, implicitamente, que os torcedores seriam,

    por sua vez, equiparados a consumidores para efeito de aplicao do Estatuto

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    26

    www.cursoenfase.com.br

    do Torcedor quanto o art. 101, I, da Lei 8.078/1990 (CDC) que permite aos

    consumidores ajuizar ao de responsabilidade contra fornecedores de

    produtos ou servios nos foros dos seus prprios domiclios no autorizam

    torcedor a propor, em seu prprio domiclio, ao judicial questionando a

    validade de decises proferidas pela Justia Desportiva. Isso porque, nas aes

    em anlise, os torcedores no visam a direitos prprios de consumidor, mas,

    sim, a questionar a deciso do Superior Tribunal de Justia Desportiva, o qual

    no organiza a competio, nem detm o mando de jogo, de modo que no

    pode ser considerado fornecedor de servios para efeito de aplicao do CDC.

    Ademais, realmente o art. 101, I, do CDC confere aos consumidores a

    possibilidade de acionar, em seus prprios domiclios, os fornecedores de

    servios ou de produtos quando se tratar de ao de responsabilidade; na

    hiptese em apreo, todavia, as aes no veiculam pretenso de

    responsabilidade civil ou criminal, mas sim pretenso desconstitutiva de ato

    jurdico praticado pela Justia Desportiva, totalmente diversa da

    responsabilidade civil. De mais a mais, essa competncia tambm no cede

    nem mesmo em prol de Juizado Especial do Torcedor, visto que, embora os

    juizados especiais do torcedor sejam criados por obedincia ao art. 41-A da Lei

    10.671/2003 (includo pela Lei 12.299/2010), trata-se de rgos jurisdicionais

    adjuntos, institudos por Resoluo do Tribunal de Justia, e no por Lei de

    Organizao Judiciria Estadual. Alm do mais, quando, no deslinde de

    competncia, concorrem Vara Cvel que o mais, de competncia mais

    ampla, com procedimento regido pelo CPC e Juizado Especial de

    competncia menor, com procedimento regido pela Lei 9.099/1995 prevalece

    a competncia da primeira, pois a competncia deste (do Juizado Especial),

    menos ampla, cabe na da Vara Cvel, sob pena de o contrrio significar

    submisso de rgo jurisdicional de maior amplitude ao de menor envergadura

    jurisdicional, com previsveis questes subsequentes de ajustamento de atos

    processuais, abrindo-se ensejo, inclusive, ao inevitvel incidente de

    questionamento de competncia recursal, no Juizado perante Colgio Recursal,

    e no perante o prprio Tribunal de Justia. CC 133.244-RJ, Segunda Seo,

    julgado em 11/6/2014.

    Comentrio: O STJ afastou a aplicao do CDC nesse caso. Isso porque, nas aes em

    anlise, os torcedores no visam a direitos prprios de consumidor, mas, sim, a questionar a

    deciso do Superior Tribunal de Justia Desportiva, o qual no organiza a competio, nem

    detm o mando de jogo, de modo que no pode ser considerado fornecedor de servios

    para efeito de aplicao do CDC. Ademais, realmente o art. 101, I, do CDC confere aos

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    27

    www.cursoenfase.com.br

    consumidores a possibilidade de acionar, em seus prprios domiclios, os fornecedores de

    servios ou de produtos quando se tratar de ao de responsabilidade; na hiptese em

    apreo, todavia, as aes no veiculam pretenso de responsabilidade civil ou criminal, mas

    sim pretenso desconstitutiva de ato jurdico praticado pela Justia

    Informativo n 0552

    Quarta Turma

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR AO

    DE DIVRCIO QUANDO O MARIDO FOR INCAPAZ.

    Compete ao foro do domiclio do representante do marido interditado por

    deficincia mental e no ao foro da residncia de sua esposa capaz e produtiva

    processar e julgar ao de divrcio direto litigioso, independentemente da

    posio que o incapaz ocupe na relao processual (autor ou ru). Por um lado,

    art. 100, I, do CPC determina que o foro da residncia da mulher competente

    para a ao de separao dos cnjuges e a converso desta em divrcio. Por

    outro lado, o art. 98 do CPC prescreve que a ao em que o incapaz for ru se

    processar no foro do domiclio de seu representante.No confronto entre essas

    normas protetivas, deve preponderar a regra que privilegia o incapaz, pela

    evidente maior fragilidade de quem atua representado, necessitando de

    facilitao de meios, especialmente uma relao processual formada em ao

    de divrcio, em que o delicado direito material a ser discutido pode envolver

    ntimos sentimentos e relevantes aspectos patrimoniais. Na espcie,

    inconteste que para o incapaz e seu representante ser mais fcil litigar no foro

    do domiclio deste do que se deslocarem para comarcas outras, o que

    dificultaria a defesa dos interesses do representado. A prevalncia da norma

    do art. 98 do CPC, por seu turno, no trar grandes transtornos para a

    demandada, por ser pessoa apta e produtiva. Alm disso, na melhor

    compreenso do referido artigo, no h razo para diferenciar-se a posio

    processual do incapaz seja ele autor ou ru em qualquer ao , pois,

    normalmente, sempre necessitar de proteo, de amparo, de facilitao da

    defesa dos seus interesses, possibilitando-se, por isso, ao seu representante

    litigar no foro de seu domiclio.REsp 875.612-MG, Rel. Min. Raul Arajo,

    julgado em 4/9/2014.

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    28

    www.cursoenfase.com.br

    Comentrio: O CPC garante foro no domiclio das mulheres em aes de divrcio.

    Mas garante tambm foro para o deficiente. Ento quando se chocam essas prerrogativas, o

    STJ entendeu que deve prevalecer a garantia ao deficiente.

    EXECUO FISCAL

    Informativo n 0544

    Segunda Turma

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. HIPTESE DE NO SUJEIO DE

    SENTENA A REEXAME NECESSRIO.

    No se sujeita ao reexame necessrio, ainda que a Fazenda Pblica tenha sido

    condenada a pagar honorrios advocatcios, a sentena que extinguiu execuo

    fiscal em razo do acolhimento de exceo de pr-executividade pela qual se

    demonstrara o cancelamento, pelo Fisco, da inscrio em dvida ativa que

    lastreava a execuo. Em relao dvida ativa da Fazenda Pblica, a lei

    somente prev a remessa oficial em caso de sentena de procedncia nos

    respectivos embargos do devedor (art. 475, II, do CPC). O CPC nada disps

    sobre o instituto do reexame necessrio na hiptese do decisum que acolhe

    exceo de pr-executividade, tendo em vista tratar-se esse meio impugnativo

    de criao jurisprudencial. Se a matria suscitada em exceo de pr-

    executividade fosse ventilada em embargos do devedor, o acolhimento do

    pedido, contra a argumentao fazendria, acarretaria a incidncia do art. 475

    do CPC. Por coerncia, se a extino da execuo fiscal decorrer de

    acolhimento de exceo de pr-executividade, o reexame necessrio somente

    dever ser afastado na hiptese em que a Fazenda Pblica, intimada para se

    manifestar sobre a referida objeo processual, a ela expressamente anuiu. J

    a condenao ao pagamento dos encargos de sucumbncia, por si s, no

    enseja a aplicao do art. 475 do CPC. A imposio do dever de pagamento dos

    honorrios advocatcios possui natureza condenatria, mas reflete mera

    decorrncia da derrota da parte, de modo que, se se entender que representa,

    por si, hiptese sujeita ao disposto no art. 475 do CPC, o procedimento da

    submisso ao duplo grau de jurisdio constituir regra aplicvel em qualquer

    hiptese, isto , nos casos de julgamento com ou sem resoluo do mrito,

    concluso inadmissvel. Dessa forma, somente a condenao ao pagamento

    dos honorrios que tenha por fonte causadora a derrota da Fazenda Pblica em

    relao ao contedo da exceo de pr-Executividade que estar sujeita ao

  • Processo Civil Constitucional

    O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula

    ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementao do estudo em livros

    doutrinrios e na jurisprudncia dos Tribunais.

    29

    www.cursoenfase.com.br

    reexame necessrio (aplicao, por analogia, da Smula 325 do STJ). Caso a

    execuo fiscal seja encerrada por fora do cancelamento da CDA (art. 26 da Lei

    6.830/1980), seja este motivado por reconhecimento expresso da Fazenda

    Pblica quanto procedncia das alegaes lanadas na objeo pr-executiva,

    seja por iniciativa de ofcio do Fisco, o cabimento em si da condenao ao

    pagamento de verba honorria, ou a discusso quanto ao seu montante,

    somente poder ser debatido por meio de recurso voluntrio, no incidindo o

    art. 475, I, do CPC.REsp 1.415.603-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em

    22/5/2014.

    Comentrio:

    As sentenas contra da Fazenda Pblica, em regra, submetem-se ao reexame

    necessrio, havendo excees previstas no artigo 475 do CPC, entre as quais a sentena de

    improcedncia proferida em embargos execuo fiscal.

    No caso em exame, o STJ entendeu no caber reexame necessrio em razo do

    acolhimento de exceo de pr-executividade, por falta de previso no artigo 475 do CPC.

    No se sujeita ao reexame necessrio, ainda que a Fazenda Pblica tenha sido

    condenada a pagar honorrios advocatcios, a sentena que extinguiu execuo

    fiscal em razo do acolhimento de exceo de pr-executividade pela qual se

    demonstrara o cancelamento, pelo Fisco, da inscrio em dvida ativa que

    lastreava a execuo. Em relao dvida ativa da Fazenda Pblica, a lei

    somente prev a remessa oficial em caso de sentena de procedncia nos

    respectivos embargos do devedor (art. 475, II, do CPC). O CPC nada disps

    sobre o instituto do reexame necessrio na hiptese do decisum que acolhe

    exceo de pr-executividade, tendo em vista tratar-se esse meio impugnativo

    de criao jurisprudencial.

    O professor sugere a leitura de todas as duas apostilas, inclusive dos julgados no

    comentados ao longo da aula, de suma importncia a possvel aplicao em provas de

    concurso pblico.