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Review Mora 2010

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Review/avaliação da faca Mora 2010

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Mora 2010

Visualmente indistinta das Moras Bushcraft Signal e Forest, a não ser pelo logo estampado na lâmina.

Mora 2010 1.JPG (190.98 KiB)

O aço usado é o Sandvik 12C27, considerado por alguns como o melhor aço stainless para lâminas fixas. Vem de fábrica com um polimento acetinado quase espelhado.

Comprimento total de 23cm, lâmina de 10,5cm, espessura de 2,5mm, peso da faca 100g e da bainha que é de polímero 43g. Seu tang de 1cm de largura ocupa 2/3 da empunhadura, que é de polímero injetado revestido de borracha para maior grip e conforto. Por falar nisto, sua empunhadura é bastante ergonômica, com a mão se amoldando muito bem à mesma dando uma pega bastante segura!

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Mora 2010 2.JPG (196.4 KiB) Visualizado 62 vezes

Sua principal característica distintiva da maioria das Moras, é a largura de sua lâmina de 2,3mm e principalmente seu inusitado dual-grind, que é o tradicional scandi na primeira metade da lâmina próxima à empunhadura, e full flat ground na segunda metade. Algo realmente inédito e a princípio bastante estranho!

Este inédito dual-grind foi elaborado a partir das experiências de milhares, senão milhões de usuários destas facas ( Mora ) ao redor do mundo. Vejam como faz todo o sentido: normalmente as tarefas de força, quando executadas por uma faca, concentram-se basicamente junto à empunhadura por uma simples questão de física, já que dada a proximidade do fulcro é onde se consegue concentrar mais força. Aqui o scandi grind que mantêm quase 74% da largura da lâmina com sua espessura máxima, garante a rigidez e robustez necessárias às tarefas mais brutas.

A partir do meio até a ponta da lâmina há uma transição relativamente suave do scandi para o full flat ground, e é nesta zona de transição, ou seja, o terço médio da lâmina onde se executa normalmente os trabalhos de força controlada, que são aqueles que como o próprio termo indica, são um misto de força com alguma precisão.

E finalmente os 3 ou 3,5cm finais da lâmina que são full flat, para cortes precisos e mais eficiente deslizamento no meio a ser cortado. Mas há um preço a se pagar: a menor robustez desta parte da lâmina!

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Mora 1602-forest.jpg (30.45 KiB)

Em um uso considerado normal de uma faca, ou seja, para cortar, as chances de uma falha catastrófica como uma fratura total são muito, mas muito reduzidas, mesmo com esta certa “fragilidade” da ponta.

Muito se fala do proverbial fio das Mora mesmo ao sair da embalagem; a minha infelizmente não estava rapando cabelo. O que não faz a menor diferença, já que sempre faço um fio primário em minhas facas de 20 graus de cada lado, para maior robustez e durabilidade.

Esta faca é muito boa para lidar com madeira! Entalha, corta e pica sem perder o corte ( óbvio que estamos nos referindo a empregos “normais” esperados desta categoria de lâmina em um camping, trekking ou bushcraft ).

Já no preparo de alimentos, principalmente alguns tipos de vegetais, a história é um pouco diferente... não é que ela seja ruim, mas a parte com o scandi grind tende a ter um arrasto enorme devido ao seu perfil, ao se fatiar cebolas, maçãs, batatas, etc. Isto se dá em intensidade muito menor com sua ponta, devido ao full flat, mas mesmo este é inferior em desempenho ao hollow grind dependendo da geometria geral da lâmina.

Hoje executei uma tarefa que considero imprescindível à uma faca para bushcraft: abater, esfolar e fazer o carneamento de campo de um animal, que no caso foi um cordeiro santa Inês ( carneiro de pêlo e não de lã ) de 32kg.

Primeiro, que mesmo molhada ou com sangue, a pega é extremamente segura e firme,

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algo totalmente desejável! Seu tamanho lhe confere uma manobrabilidade enorme, comportando-se praticamente como uma extensão da mão. Tanto a pega convencional quanto a reversa são excelentes! Seu pouco peso não causa nenhum cansaço ao pulso e nem à musculatura do ante-braço.

Sua ponta não é uma perfuradora por excelência, mas para compensar a torna uma skinner tão boa quanto as skinners dedicadas. É verdade que a função de desarticular juntas e vértebras fica um pouco mais difícil, algo que não ocorreria se a ponta fosse mais aguda. Ganha-se em um ponto e perde-se em outro.

A parte que seria a mais crítica para o fio seria o abate em si e o início da esfola, pois o pêlo, o couro e mais os detritos como terra são reconhecidamente carrascos do fio de uma faca. Pois bem, após finalizada a carcaça ( foi cerrada ao meio com uma cegueta ) com separação de pescoço, costelas, paletas e pernas ( só lembrando aos desavisados que carneiro não tem pernil ) o fio estava em condições razoáveis, não rapando mais cabelo mas ainda fatiando sem problemas papel ( fino ) de bula de remédio. Duas passadas muito suaves no dispositivo de afiação cerâmico em V ( Sharpmaker de muquinha, como diz o Diego ), e os cabelos voltaram a “cair do braço”! Desgaste ou um pequeno rolamento do fio? Infelizmente não sei, pois não usei uma chaira de aço em momento algum para realinhar o fio, se é que ele rolou...

Todo este desempenho aliado ao fato de ser stainless, ou seja, necessitar muito, mas muito menos cuidado que uma lâmina em aço carbono demandaria, com uma estabilidade de fio tão boa ou até um pouco melhor que uma faca em aço 1095 com dureza semelhante, mais a facilidade em se afiar e pegar um fio assustador, fazem desta Mora e outras similares, imbatíveis neste tipo de emprego e na sua faixa de preço que é por volta de 35 USdólares, ou seja até 60 reais. Eu diria que ela reina suprema para bushcraft neste nicho!

E aqui só a título de curiosidade umas imagens comparativas entre a 2010 e a Classic:

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Mora 2010 vs Mora Classic 1.JPG (181.48 KiB)

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Mora 2010 vs Mora Classic 2.JPG (187.89 KiB)