REVISÃO INTEGRATIVA: MÉTODO DE PESQUISA PARA A INCORPORAÇÃO DE EVIDÊNCIAS NA SAÚDE E NA ENFERMAGEM Facilitadora: Ms. Priscila de Souza Aquino

REVISÃO INTEGRATIVA: MÉTODO DE PESQUISA PARA A INCORPORAÇÃO DE

EVIDÊNCIAS NA SAÚDE E NA ENFERMAGEM

Facilitadora: Ms. Priscila de Souza Aquino

Utilização de resultados de pesquisa na prática clínica;Busca a melhor e mais recente evidência;Conhecimento acerca de determinada questão;Conecta estudos isolados;Tira conclusões a partir de estudos anteriores;Busca resultados de qualidade e custo efetivo;Métodos da revisão de literatura: revisão sistemática e revisão

integrativa

Fonte: Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto Contexto Enferm,Florianópolis, 2008 out-dez; 17(4): 758-64.

PBE (Prática Baseada em Evidência)


Busca Avaliação Crítica

Síntese das evidências

Revisão SistemáticaEstratégias que limitam o viés de seleção de artigos;Exaustão na busca dos estudos analisados;Seleção justificada de critérios de inclusão e exclusão;Avaliação da qualidade metodológica;Quantificação do efeito dos tratamentos por técnicas

estatísticas;Colaboração Cochrane (ensaios clínicos randomizados

controlados).


Revisão Integrativa

Relatada na literatura desde 1980;É o mais amplo método de revisão;Reúne e sintetiza resultados de pesquisa sobre um

determinado tema ou questão;Permite o aprofundamento do tema investigado;Análise de pesquisas relevantes;Aponta lacunas do conhecimento;


VantagensRedução do tempo para realizar as leituras de diversos

estudos;Maior profundidade e abrangência das conclusões;Permite a inclusão simultânea de pesquisa experimental e

quase-experimental;Combina dados da literatura teórica e empírica;Pode ser direcionada para definição de conceitos, revisão

de teorias, análise metodológica de estudos.



“A qualidade da evidência é um aspecto crucial na PBE; o

profissional de saúde deve ser capaz de fazer julgamentos

reconhecendo o bom e o ruim; saber a força e fraquezas para

poder generalizar a evidência; avaliar e utilizá-la criticamente, não

tomá-la com absoluta confiança.”

HIERARQUIA DAS EVIDÊNCIAS

Nível - 1

Nível - 2

Nível - 3

Nível - 4

Nível - 5


• Nível 1: evidências provenientes de revisão sistemática ou metanálise

de todos relevantes ensaios clínicos randomizados controlados ou

oriundas de diretrizes clínicas baseadas em revisões sistemáticas;

•Nível 2: evidências derivadas de pelo menos um ensaio clínico

randomizado controlado bem delineado;

•Nível 3: evidências obtidas de ensaios clínicos bem delineados sem

randomização;


• Nível 4: evidências provenientes de estudos de coorte e de caso-

controle bem delineados;

• Nível 5: evidências originárias de revisão sistemática de estudos

descritivos e qualitativos;

1ª Etapa: Estabelecimento da hipótese ou questão de pesquisa

Questão de pesquisa relevante para a saúde e a enfermagem;Tema de interesse do pesquisador;Problemas da prática clínica;Assunto claro e específico (descritores facilmente encontrados);Pode ser delimitada focalizando uma intervenção ou várias.


Exemplos:Qual o conhecimento produzido e publicado na literatura nacional

e internacional sobre assistência de enfermagem hospitalar ao estomizado intestinal?

Descritores: colostomizado, ostomizado, colostomia, estoma e enfermagem.

Bezerra IM. Assistência de enfermagem ao estomizado intestinal: revisão integrativa da literatura. [Dissertação]. Ribeirão Preto: niversidade de São Paulo; 2007.

Que estratégias de educação em saúde são utilizadas pelos enfermeiros nas consultas de pré-natal?

Descritores: educação em saúde; enfermagem; cuidado pré-natal.

Que estratégias de promoção da saúde descritas na Carta de Ottawa podem ser encontradas nas publicações de enfermagem sobre tecnologias?

Descritores: tecnologia e enfermagem

2ª Etapa: amostragem ou busca na literatura

Quanto mais amplo for o objetivo da revisão, mais criterioso deverá ser o revisor;

Alta demanda : vieses e inviabilização dos estudos;Critérios de inclusão e exclusão justificados (ou toda

população/aleatório);Adequação metodológica não deve ser critério de exclusão;Pesquisar influências metodológicas nos achados;


Busca nas bases de dados (descritores controlados e não controlados, ano de indexação);

Busca por dois revisores;

Bases: MEDLINE/PUBMED, LILACS, SciELO, CINAHL;

Essa fase atesta a confiabilidade, amplitude e poder de generalizações.


Bezerra IM. Assistência de enfermagem ao estomizado intestinal: revisão integrativa da literatura. [Dissertação]. Ribeirão Preto: niversidade de São Paulo; 2007.

Descritores diferentes nas bases de dados investigadas.

Bases de dados: DEDALUS, BIREME (Lilacs, Medline, Adolec, BBO, BDENF, HISA, OPAS, etc.

Critérios de exclusão: estudos sobre outras estomias que não as intestinais, trabalhos experimentais com animais, direcionados à clientela infantil, publicados em outros idiomas que não o inglês, português ou espanhol.

3ª Etapa: categorização dos estudos

Construção do instrumento com as informações-chave;Abranger o grupo participante do estudo, o objetivo, a

metodologia, os resultados e as principais conclusões;Avaliar o nível de evidência dos estudos;Organizar, sintetizar e categorizar os estudos;A utilização de tabelas é aconselhável.


REFERÊNCIAS

Ursi ES. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura. [Dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2005.

Campos RG. Burnout: uma revisão integrativa na enfermagem oncológica. [Dissertação]. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2005.

4ª Etapa: avaliação dos estudos incluídos na revisão

Análise dos dados com disponibilização do instrumento;

Procurar explicações para os resultados diferentes;

Pode-se optar pelas análises estatísticas, exclusão de estudos frente ao delineamento de pesquisa, listagem de fatores que mostram um efeito na variável;


Necessidade de revisor proficiente;

Surgimento de categorias;

Avaliar de maneira imparcial e crítica (seleção dos sujeitos, adequabilidade do estudo, necessidade de pesquisas futuras);

A conclusão dessa etapa pode gerar mudanças na prática clínica.


5ª Etapa: interpretação dos resultados

Discussão dos principais resultados;Paralelo com a literatura atual;Identificação de conclusões e implicações;Categorias do tema;Identificação de lacunas (sugestões).


6ª Etapa: síntese do conhecimento

O leitor deverá ser capaz de: avaliar os procedimentos empregados na revisão, o detalhamento dos estudos e os aspectos relativos ao tópico abordado;

Informações pertinentes, claras e completas;

Delimitar as conclusões obtidas (respeitando o rigor metodológico de cada pesquisa analisada);


Detalhamento dos estudos incluídos (descrição das etapas percorridas);


Benefícios da Revisão integrativa

Minimiza o tempo gasto com leituras (quantidade e complexidade das informações em saúde);

Permite um reconhecimento dos profissionais proficientes em determinado assunto;

Distingue o saber científico do saber popular;Descreve o “estado da arte” de uma temática específica;Sintetiza pesquisas de diferentes lugares e momentos;Proporciona o saber crítico.


Dificuldades enfrentadasFalta de preparo para o processo de investigação;Dificuldades para a avaliação crítica dos estudos

disponíveis;Dificuldades de implementação dos achados

(conhecimento novo) na prática clínica;Método de pesquisa incipiente;Formas de divulgação limitadas (exigências dos periódicos,

outros idiomas, recursos financeiros).


Leitura dos artigos

Pontos a serem observados:Qual o objetivo do estudo?Qual a questão norteadora?Quais as fontes de pesquisa utilizadas?Quais os critérios de inclusão/exclusão?Qual a amostra final?O instrumento foi validado?Como os dados foram apresentados?Houve categorização dos achados?As conclusões modificam a prática clínica?

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